Unidade 2

Capítulo 4

Direitos humanos nas diferenças

Capítulo 5

Práticas com leitura de crônicas, canções e produção de crônicas por meio de paródias

Capítulo 6

A construção da oração um: foco no sujeito

Capítulo 4

Direitos humanos nas diferenças

Cartaz 1

Cartaz. Cartaz na vertical. Criança veste gorro, blusa de mangas compridas, calça cinzas e sapatos rosa. Ela está sentada sobre mesa ilustrada com contornos em preto, com folhas de papel e caneta à direita do menino e porta-lápis à esquerda da criança. Ela olha para baixo e segura nas mãos, ilustração de contornos em preto de um livro. Ao fundo, paredes cinzas e janelas em branco, desfocados e na ponta da direita, uma prateleira com livros organizados na vertical. Na parte inferior, texto: MEU LUGAR PARA ESTUDAR – TODAS AS PESSOAS NO MUNDO TÊM DIREITO À EDUÇACÃO.

Lázarchivili, Natalia. Meu lugar para estudar. Geórgia, 2011. Disponível em: https://oeds.link/AjXKJy Acesso em: 15 março. 2022.

Cartaz 2

Cartaz. Cartaz na vertical. Dois semáforos de pedestres sobre uma haste fina cinza. No semáforo da esquerda, silhueta em verde de uma pessoa caminhando para a direita, logo abaixo, silhueta de uma mulher com vestido em vermelho. Acima das silhuetas escrito: HOJE. No semáforo da direita,  silhueta em verde de um homem caminhando para a direita na parte superior e na mesma cor, na parte inferior, silhueta de uma mulher de vestido caminhando para a direita. Acima das silhuetas, texto: AMANHÃ.

cheiquibaglo Saeedi. (Sem título). Irã, 2012. Disponível em: https://oeds.link/36C5UB Acesso em: 15abril. 2022.

Cartaz 3

Cartaz. Na vertical, ilustração em um fundo azul-claro. Na parte superior, uma criança em pé virada para a esquerda, cabelos castanhos, camiseta em branco, bermuda marrom e pés descalços. Ela segura nas mãos uma pá sobre o solo marrom. Ao centro, uma placa branca sobre haste na vertical em preto, onde está escrito: NÃO ENTRE! ÁREA DE FÁBRICA. Abaixo, criança em pé virada para direita, em frente para dois castelinhos de areia. Ela segura uma pá de brinquedo na mão direita, para o alto, de cabelos loiros, presos na lateriais , blusa regata rosa, short verde. À esquerda dela, um balde vermelho. Na ponta inferior, à direita, foco para texto: O trabalho infantil é realidade em algum lugar. O fato de não estar acontecendo logo ali, não significa que não está acontecendo.

Vláicoudi, Cristina. Trabalho infantil é realidade. Grécia, 2014. Disponível em: https://oeds.link/VVn0bL Acesso em: 15 março. 2022.

Cartaz 4

Cartaz. Cartaz na vertical, ilustração com fundo em madeira marrom-claro. À frente, feita de papel amassado e recortado, imagem de uma árvore de tronco marrom, as folhas verdes da copa imitam o formato de vários tipos de animais. A  parte inferior do tronco está cortada na horizontal e restante do tronco com a copa estão inclinados para direita. No corte, texto: NÃO CORTE A CURA.

ABARCA, Maria Ignacia Não corte a cura. Chile, 2018. Disponível em: https://oeds.link/9PQTAV Acesso em: 15 março. 2022.

Vinheta de seção. Contorno de um clipe.

Clipe

A organização não governamental (ONG) 4Tomorrow, sediada em Paris, promove um concurso anual de cartazes, aberto a artistas e designers de todo o mundo, que resulta na seleção dos 100 melhores a serem expostos pelo mundo. A cada ano, são propostos temas diferentes, sempre voltados à defesa dos direitos humanos. O projeto nascido dêsse concurso recebeu o nome de Poster forTomorrow e, já em 2014, havia percorido mais de 130 países, com mais de 400 exibições em cinco continentes. Os cartazes desta abertura fizeram parte dêsses concursos, que continuam acontecendo.

Converse com a turma

1. Qual é sua impressão inicial sobre cada cartaz?

2. Leia as informações do boxe Clipe. Em seguida, considerando que os cartazes abordam os direitos humanos, volte a cada um deles e reflita com os colegas:

a. No cartaz 1, Natalia Lazarshvili fez uso da linguagem da fotografia e do desenho para se expressar.

um. O que a fotografia retrata? E o desenho?

dois. Em sua opinião, qual foi o sentido intencionado pela artista com essa combinação de técnicas?

três. Como essas duas linguagens se articulam para produzir o sentido intencionado pela artista? Que direito ela está defendendo?

b. Nos cartazes 2 e 3, os artistas utilizaram o desenho e a linguagem verbal para elaborar o que tinham a intenção de dizer.

um. O que você entendeu sobre cada um dêsses cartazes?

dois. Como o uso dos recursos das duas linguagens ajudou a chegar a essa compreensão?

c. Que sentido você dá para o modo como a artista compôs a imagem do cartaz 4, usando uma colagem na qual fórmas de animais aparecem no lugar das folhas de uma árvore que está sendo cortada?

d. A que direitos humanos os cartazes 2, 3 e 4 estão se referindo? Eles são importantes? Por quê?

3. Qual dos cartazes você achou mais criativo? Por quê?

4. Você diria que os cartazes cumprem sua função: divulgar os direitos humanos e/ou denunciar a violação deles? Por quê?

O que você poderá aprender

1. O que são direitos humanos? Qual é a relevância deles para a nossa vida?

2. Em que tipo de documento os encontramos?

3. Eles são suficientes para garantir os direitos humanos a todos?

4. Realizar uma campanha de conscientização sobre os direitos humanos pode ser uma ação em favor de assegurá-los a todos?

O que você verá neste capítulo

Neste capítulo, você vai ler trechos de textos legais e normativos, como a Declaração Universal dos Direitos Humanos, a Constituição da República Federativa do Brasil, o Estatuto da Criança e do Adolescente, entre outros. Vai também, em grupo, preparar uma campanha publicitária com a finalidade de conscientizar as pessoas sobre seus direitos e também de denunciar a violação deles, por meio da produção de cartazes.

Leitura

Atividade 1 – Conhecendo nossos direitos

Antecipando a leitura com a turma

Clique no play e acompanhe a reprodução do Áudio.

Transcrição do áudio

Locutor: Uma história dos direitos humanos

[Música barroca de fundo]

Voz feminina: Europa, início do século XVIII. Tempo de absolutismo, quando os reis concentravam muito poder, e os governos controlavam as economias de seus países. Nesse contexto, a vida do indivíduo era determinada desde o seu nascimento. Se fosse filho de camponeses, teria pouca liberdade, e seus dias seriam marcados pela pobreza e por privações. Se nascesse em uma família nobre, ele teria o direito de ir e vir e o acesso a muitos privilégios. Para a Igreja Católica e para grande parte da população, essa divisão da sociedade era imutável e expressava a vontade de Deus. Mas alguns intelectuais começavam a discordar dessa situação.  [Música de fundo – Bach]

Como eles mesmos diziam, o objetivo era lançar luzes nesse cenário de trevas! Para esses pensadores, conhecidos como iluministas, era preciso abandonar as explicações religiosas, pois somente a razão e o conhecimento poderiam colocar o ser humano no caminho do progresso.

Ao longo do século XVIII, o descontentamento com o Antigo Regime aumentou, atingindo o ponto mais alto com as grandes revoluções.

[Som do tiro de canhão e vozes]

[Música de fundo – Yankee Doodle]

A primeira aconteceu nas colônias inglesas da América do Norte, resultando na independência das treze colônias e na formação dos Estados Unidos da América, com um governo fundado nas liberdades políticas e econômicas.

[Música de fundo – La Marseillaise]

Mas a revolução mais radical ocorreu na França, quando as camadas populares tomaram as ruas para declarar o fim do poder dos reis e dos privilégios da nobreza. Era a Revolução Francesa derrubando o Antigo Regime. Alguns momentos da Revolução Francesa são considerados simbólicos, como a tomada da Bastilha e a aprovação da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão pela Assembleia Constituinte. Esse documento resumia os ideais revolucionários e estabelecia a igualdade de todos os indivíduos diante da Lei. Camponês, burguês ou nobre, todos passariam a ter o direito de se expressar livremente, de adquirir propriedades, de se defender e de se rebelar contra o governo. Não era pouco: a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão invertia a lógica da sociedade, que deixava de expressar a vontade divina para expressar a vontade do povo.

[Som do povo]

Nas décadas seguintes, os ideais revolucionários se espalharam pelo mundo, influenciando as lutas contra diversas formas de opressão. Entre os séculos XIX e XX, por exemplo, intensos movimentos de trabalhadores conseguiram estabelecer a jornada de oito horas de trabalho e o direito às férias e ao descanso semanal remunerado.

[Som de apito de vapor]

No mesmo período, em vários países, as mulheres conquistaram o direito ao voto e à igualdade com os homens perante a Lei.

[Som de vozes angelicais]

O direito à liberdade e a uma vida digna seria reafirmado após a Segunda Guerra Mundial, com a assinatura da Declaração Universal dos Direitos Humanos.

[Som de máquina de escrever]

No Brasil, a história seguiu um caminho semelhante. Um dos grandes marcos da luta pelos direitos humanos foi a promulgação da Constituição de 1988. Ela procurou garantir os direitos democráticos, como a liberdade de expressão e as eleições diretas – eliminadas pela ditadura civil-militar –, além de ampliar os direitos dos trabalhadores. A Constituição brasileira também inovou ao transformar o racismo e a tortura em crimes inafiançáveis e imprescritíveis.

[Som de crianças]

Logo em seguida, foi aprovado o Estatuto da Criança e do Adolescente, que procura assegurar à criança e aos jovens condições dignas de vida, educação, saúde, alimentação e diversão, entre outros direitos. Os brasileiros também passaram a contar com o Estatuto do Idoso e com leis que protegem grupos historicamente submetidos à exclusão e à violência, como os índios, os homossexuais e as mulheres. Há ainda instrumentos que buscam garantir a inclusão social dos negros, vítimas de preconceito após séculos de escravidão no nosso país.

[Som de piano]

Mas, mesmo com a conquista de diversos instrumentos de defesa dos direitos humanos, ainda há um longo caminho na luta por liberdade, por justiça social e pela garantia da plena cidadania.

Locutor:  Créditos: Os efeitos sonoros inseridos neste conteúdo são da Freesound. A composição de “Fuga em Sol Menor” é de Johann Sebastian Bach e está em domínio público. Já a execução é da Freesound. A execução de “Yankee Doodle” é do Coral do Exército dos Estados Unidos e a execução de “La Marseillaise” é da C.J. e Banda da Marinha Americana. Ambas estão em domínio público.

Nesta atividade, você e seu grupo farão a leitura de um trecho da Constituição da República Federativa do Brasil.

  1. Você já ouviu falar dêsse documento? Sabe do que se trata?
  2. Leia o verbete de dicionário para responder às questões.

constituição

1 conjunto de preceitos e regras que regem uma instituição; regulamento, estatuto, regimento

1.1 jur conjunto das leis fundamentais que regem a vida de uma nação, ger. elaborado e votado por um congresso de representantes do povo, e que regula as relações entre governantes e governados, traçando limites entre os poderes e declarando os direitos e garantias individuais; carta constitucional, carta magna, lei básica, lei fundamental, lei maior [É a lei máxima, à qual todas as outras leis devem ajustar-se.] ‹o presidente jurou seguir e defender a C. do país freq. com inicial maiúsc.

1.2 JUR conjunto de leis fundamentais que regulam os direitos e deveres no âmbito de cada Estado da Federação, elaboradas e aprovadas pela Assembleia Legislativa do mesmo.

INSTITUTO ANTÔNIO Uáis DE LEXICOGRAFIA (organizador). Grande Dicionário Uáis da Língua Portuguesa. 2. ediçãoRio de Janeiro: Instituto Antônio Uáis, 2018.

  1. O termo constituição é novo na língua portuguesa? Explique.
  2. O que significam cada uma das reduções que aparecem logo depois dos números?

Vamos lembrar

Redução

A redução é um processo de modificação das palavras que visa apresentá-las de fórma mais resumida. Pode ser feita de três modos: pela criação de siglas (ônu – Organização das Nações Unidas), pelas abreviações (foto – fotografia) e pelas abreviaturas (Senhor – Senhor). Nos dicionários, recorre-se mui­to ao uso de reduções.

  1. Que informações elas apresentam sobre a palavra indicada como verbete?
  2. Há diferença significativa entre as acepções ou os sentidos apontados no verbete? Por quê?
  1. Ler o verbete ajudou você a pensar no tipo de conteúdo que vai encontrar na Constituição? Você acredita que é um documento importante para nossa vida? Explique.
  2. Agora, junte-se a um ou uma colega para lerem e discutirem o que entendem sobre o trecho da Constituição apresentado a seguir. Em uma primeira leitura, procurem fazer anotações sobre as primeiras impressões que têm em relação à organização mais geral do texto:
    1. Que informações aparecem no cabeçalho?
    2. Há algum texto introdutório, de apresentação do documento?
    3. Há algum tipo de organização do texto que orienta a leitura?
Vinheta de seção. Contorno de um clipe.

Clipe

A Assembleia Nacional Constituinte 1987-1988 foi instalada no Congresso Nacional (composto pelo Senado Federal, integrado por 81 senadores, e pela Câmara dos Deputados, integrada por 513 deputados federais), em Brasília, a 1º de fevereiro de 1987. Os membros dessa Assembleia tiveram como responsabilidade elaborar uma Constituição democrática para o Brasil, depois de 21 anos sob regime militar. Os trabalhos da Assembleia Constituinte foram encerrados em 22 de setembro de 1988, após votação e aprovação do texto final da nova Constituição brasileira.

Reprodução de página da internet.
Ilustração. Brasão da República Federativa do Brasil. Símbolo com círculo azul-claro no centro, com estrelas brancas por dentro, cinco pontas triangulares ao redor do círculo em verde e amarelo e ao redor, folhas em verde contornando a imagem central. Na parte inferior, fitas finas em azul-claro, para as extremidades.

CÂMARA DOS DEPUTADOS

Centro de Documentação e Informação

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL PREÂMBULO

Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional Constituinte para instituir um Estado democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte Constituição da República Federativa do Brasil.

TÍTULO um

DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS

Artigo 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado democrático de direito e tem como fundamentos:

um – a soberania;

dois – a cidadania;

três – a dignidade da pessoa humana;

quatro – os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;

cinco – o pluralismo político.

Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.

Artigo. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.

Artigo 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:

um – construir uma sociedade livre, justa e solidária;

dois garantir o desenvolvimento nacional;

três – erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;

quatro promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras fórmas de discriminação.

Artigo 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios:

um – independência nacional;

dois – prevalência dos direitos humanos;

três – autodeterminação dos povos;

quatro – não intervenção;

cinco – igualdade entre os Estados;

seis – defesa da paz;

sete – solução pacífica dos conflitos;

oito – repúdio ao terrorismo e ao racismo;

nove – cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;

dez – concessão de asilo político.

Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações.

TÍTULO dois

DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

CAPÍTULO um

DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS

Artigo 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

um homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;

dois – ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;

três – ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;

quatro – é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;

cinco – é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem;

seis – é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na fórma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;

reticências

CAPÍTULO dois

DOS DIREITOS SOCIAIS

Artigo. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na fórma desta Constituição. (Artigo com redação dada pela Emenda Constitucional norteº 90, de 2015)

Artigo. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:

um – relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros direitos;

dois – seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;

três – fundo de garantia do tempo de serviço;

quatro – salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender às suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim;

reticências

PORTAL da Câmara dos Deputados. Disponível em: https://oeds.link/2Rz4Zv Acesso em: 15 março. 2022.

O texto em construção

1. Reflita com ô á colega sobre a leitura feita:

  1. As orientações do verbete sobre constituição ajudaram a entender o texto?
  2. Você acredita que esse documento seja importante para sua vida? Por quê?
  3. O que você e seu grupo acharam da linguagem usada no texto? Ela facilita ou complica a compreensão dele? Explique.
  4. Explique em uma frase o que é dito:
    1. No Preâmbulo e na parte do Título um.
    2. Em toda a parte do Título I nos dois capítulos apresentados.
  1. De onde foi retirado esse texto?
  2. Que informações são apresentadas no cabeçalho dele?
  3. Qual é a finalidade do texto que está sob o título “Preâmbulo”?
  4. Considerando sua resposta anterior, o que pode significar a palavra preâmbulo? Confira no dicionário.
  5. Volte ao texto e observe o modo de organização e o conteúdo tratado.
    1. Explique como os títulos e a divisão em capítulos orientam o leitor sobre os assuntos tratados no texto.
    2. Observe que, no interior de títulos e capítulos, o texto pode ser dividido em artigos (palavra que aparece reduzida: Artigo. 1º, Artigo. 2º etcétera.). Leia o sentido de artigo, quando usado em contexto jurídico:

1artigo (1340 cf. i vê pê ême)

substantivo masculino

1 jur parte que fórma divisão ou subdivisão (ger. marcada por número) em uma constituição, código, lei, tratado etcétera. e que tem relação de conjunto com a que precede ou com a que segue.

reticências

INSTITUTO Antônio Uáis de Lexicografia (Organização.). Grande Dicionário Uáis da Língua Portuguesa. 2. edição. Rio de Janeiro: Instituto Antônio Uáis, 2018.

Veja, a seguir, um quadro com todas as subdivisões que podem ser usadas na formulação e na apresentação do conteúdo de uma lei.

Organograma. Organograma com catorze quadros da esquerda para direita: Quadro um com título: LEI Quadro um se liga aos quadros: TÍTULO UM TÍTULO DOIS TÍTULO TRÊS TÍTULO DOIS se liga aos quadros: SEÇÃO UM SEÇÃO DOIS SEÇÃO UM se liga aos quadros: Artigo primeiro Artigo segundo Artigo segundo se liga aos quadros: Parágrafo primeiro Parágrafo segundo Parágrafo primeiro se liga aos quadros: Inciso um Inciso dois Inciso um se liga aos quadros Alínea a Alínea b"
Ilustração. Dois meninos vistos de cima para baixo, atrás de mesa azul. Sobre ela, folhas de papel, caderno aberto e lápis. À esquerda, menino de cabelos encaracolados castanhos, segurando na mão esquerda, uma folha de papel amarela. Ele está em pé, ao lado de um menino sentado em uma cadeira, ele segura um lápis na mão direita sobre caderno aberto. Os dois usam uniforme com camiseta azul-claro, de gola e calça azul-escura, o menino em pé veste sapato verde e o menino sentado, sapato laranja.

um. Você já observou os títulos, os capítulos e os artigos. Volte à lei e verifique quais subdivisões ela tem e quais não tem.

dois. Qual é sua hipótese para tantas subdivisões?

três. Os incisos, na linguagem jurídica, são as subdivisões de um artigo de lei, que, por sua vez, podem ser subdivididos em alíneas. Considerando essa informação, como os incisos são representados no texto jurídico? E as alíneas?

7. Observe, agora, os verbos sublinhados no texto.

Versão adaptada acessível

Atividade 7.

Observe, agora, os verbos “assegurar”, “promulgarmos”, “constitui-se”, “tem”, “emana”, “exerce”, “são”, “constituem”, “garantir”, “promover”, “rege-se”, “buscará”, “será”, “visem”, “preverá” e “preservem”, no texto.  

  1. O tempo verbal que predomina entre eles é o presente, o passado ou o futuro?
  2. Compare as duas possibilidades de escrita do Artigo 3º:
Versão adaptada acessível

Atividade 7, item b.

Compare as duas possibilidades de escrita do Artigo 3º. Na primeira, “constituem” está em destaque. Na segunda, “que se constituam” está em destaque.

Artigo. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:

um – construir uma sociedade livre, justa e solidária; (redação original)

Artigo. 3º Que se constituam objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:

um – construir uma sociedade livre, justa e solidária; (redação modificada)

um. Há diferença de sentido com a mudança do tempo verbal da primeira para a segunda escrita? Explique.

dois. Relembre o que são modos do verbo, no boxe lateral, e indique em que modo a fórma verbal que aparece no trecho original está conjugada.

Vamos lembrar

Modos do verbo

Os modos verbais na nossa língua são três: indicativo, subjuntivo e imperativo. Isso quer dizer que, ao usarmos um verbo, dependendo da nossa intenção, podemos optar por usá-lo no indicativo (para expressar certeza em relação ao que estamos dizendo), no subjuntivo (para expressar certa dúvida) ou no imperativo (para expressar que o que estamos dizendo é uma ordem, um conselho, uma advertência ou um pedido).

A escolha por conjugar um verbo em um dêsses modos nos ajuda a modalizar nossa fala de acôrdo com nossas intenções.

três. O uso predominante dêsses modo e tempo verbais nos possibilita entender o que está sendo dito como algo que é duvidoso ou certo? Esse uso em um documento legal, em uma lei sobre o que é direito e dever, está adequado? Foi intencional?

8. Volte ao texto e copie em seu caderno, entre as palavras que estão grifadas (substantivos, verbos), aquelas que expressam sentido de ordem, certeza, obrigatoriedade, ou têm valor propositivo (que propõe, sugere), que ajudam a modalizar o que se quer dizer.

Versão adaptada acessível

Atividade 8.

No texto, estão grifados os substantivos e verbos a seguir: “assegurar”, “promulgamos”, “emana”, “exerce”, “são”, “direitos”, “deveres”, “constituem”, “garantir”, “promover”, “rege-se”, “buscará”, “será”, “visem”, “preverá”, “garantia”, “necessidades”, “preservem”. Quais expressam sentido de ordem, certeza, obrigatoriedade ou têm valor propositivo (que propõe, sugere), que ajudam a modalizar o que se quer dizer?

Vamos lembrar

Modalização

A modalização é um recurso para marcar, no enunciado, o julgamento, a opinião, a posição de quem fala em relação ao que está dizendo. Esse recurso consiste em escolher com muita atenção as palavras que vamos usar para deixar marcas que possibilitem ao leitor reconhecer o efeito de sentido que pretendemos produzir. Analisar o uso dêsse recurso em documentos legais é essencial para compreender o que é proibição imposta e direito garantido.

9. Observe agora essas construções introduzidas por preposições (em mais os igual nos) usadas ao longo do texto:

nos termos desta Constituição

nos termos de lei complementar

As palavras destacadas poderiam ser substituídas por qualquer uma das possibilidades a seguir?

Versão adaptada acessível

Atividade 9.

As palavras “nos termos” poderiam ser substituídas por qualquer uma das possibilidades abaixo?

  • de acôrdo com o que está descrito
  • em comum acôrdo com o descrito
  • em conformidade com o descrito
  • conforme o que está descrito

10. Com seu grupo, prepare uma breve exposição sobre o que entendeu de:

  1. dois artigos e respectivos parágrafos, incisos e alíneas, quando houver, do Título um.
  2. dois artigos e respectivos parágrafos, incisos e alíneas, quando houver, do Título dois, capítulos um e dois
Ilustração. Menino à esquerda, encostado em uma banqueta cinza. Ele tem cabelos encaracolados  castanhos, veste camiseta verde-claro, calça azul e par de tênis branco e vermelho. Ele segura na mão esquerda uma folha de papel e olha para menina à direita sorrindo. À direita, menina vista de lado para a esquerda, em pé com os braços juntos ao corpo, cabelos ruivos até os ombros com franja, faixa azul na cabeça, camiseta verde-claro, saia e par de botas vermelha.
Atividade 2 – Conhecendo a Declaração Universal dos Direitos Humanos

Agora, você vai ler um trecho da Declaração Universal dos Direitos Humanos (dê u dê agá), que foi criada há mais de 70 anos. E só para lembrá-lo ou lembrá-lareticências

Reprodução de página da internet.

A Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) é um documento marco na história dos direitos humanos. Elaborada por representantes de diferentes origens jurídicas e culturais de todas as regiões do mundo, a Declaração foi proclamada pela Assembleia Geral das Nações Unidas em Paris, em 10 de dezembro de 1948, reticências como uma norma comum a ser alcançada por todos os povos e nações. Ela estabelece, pela primeira vez, a proteção universal dos direitos humanos.

Desde sua adoção, em 1948, a dê u dê agá foi traduzida em mais de 500 idiomas – o documento mais traduzido do mundo – e inspirou as constituições de muitos Estados e democracias recentes.

ONUBR. A Declaração dos Direitos Humanos. Disponível em: https://oeds.link/e4Jllm Acesso em: 15 março 2022.

Reprodução de página da internet.

Declaração Universal dos Direitos Humanos

Preâmbulo

reticências a Assembleia Geral proclama a presente Declaração Universal dos Direitos Humanos como ideal comum a atingir por todos os povos e todas as nações, a fim de que todos os indivíduos e todos os órgãos da sociedade, tendo-a constantemente no espírito, se esforcem, pelo ensino e pela educação, por desenvolver o respeito dêsses direitos e liberdades e por promover, por medidas progressivas de ordem nacional e internacional, o seu reconhecimento e a sua aplicação universais e efetivos tanto entre as populações dos próprios Estados membros como entre as dos territórios colocados sob a sua jurisdição.

Artigo 1º

Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade.

reticências

Artigo 3º

Todo indivíduo tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.

Artigo 4º

Ninguém será mantido em escravatura ou em servidão; a escravatura e o trato dos escravos, sob todas as fórmas, são proibidos.

Artigo 5º

Ninguém será submetido a tortura nem a penas ou tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes.

reticências

Artigo 7º

Todos são iguais perante a lei e, sem distinção, têm direito a igual proteção da lei. Todos têm direito a proteção igual contra qualquer discriminação que viole a presente Declaração e contra qualquer incitamento a tal discriminação.

reticências

Artigo 18

Todo ser humano tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião; esse direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou crença pelo ensino, pela prática, pelo culto em público ou em particular.

Artigo 19

Todo ser humano tem direito à liberdade de opinião e expressão; esse direito inclui a liberdade de, sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e ideias por quaisquer meios e independentemente de fronteiras.

unicéfi. Disponível em: https://oeds.link/eF4z7A Acesso em: 23 março 2022.

Primeiras impressões

  1. Considerando os trechos dos dois documentos lidos, discuta com a turma o que há em comum entre essa Declaração e a Constituição da República Federativa do Brasil.
  2. Tendo em vista o que já sabe sobre a história da Declaração Universal dos Direitos Humanos, você acredita que ela tenha mais valor legal que a Constituição? Por quê?
  3. O Preâmbulo (parte preliminar, introdutória) da Declaração é parecido com o Preâmbulo da nossa Constituição? Explique.
  4. Considerados os trechos lidos da Constituição e da Declaração, em termos de organização do conteúdo, quais são as semelhanças e as diferenças entre os dois documentos?
  5. A que direitos básicos cada um dos artigos se refere?
  6. Você acredita que um documento como a Declaração Universal dos Direitos Humanos, com intenção de ser um consenso mundial, seja importante? Por quê?

Vale a pena ler e ver!

Os Estatutos do Homem

(Ato Institucional Permanente)

Artigo um

Fica decretado que agora vale a verdade.

agora vale a vida,

e de mãos dadas,

marcharemos todos pela vida verdadeira. reticências

MELLO, Thiago de. Os estatutos do homem. Disponível em: https://oeds.link/mogCjZ Acesso em: 15 março. 2022.

Fotografia. Escritor, Thiago de Mello  visto da cintura para cima, cabelos e sobrancelhas grisalhos. Ele veste blusa branca de mangas compridas e olha levemente para esquerda da imagem, sorrindo, com os braços abertos. Perto dele, um microfone sobre um pedestal em preto. Ao fundo, piso vermelho e parede com cortina cinza.
O escritor Thiago de Mello é homenageado pelos seus 90 anos, na Biblioteca Mário de Andrade, em São Paulo (São Paulo), em 2016.

O poeta amazonense Thiago de Mello (1926-2022) escreveu esse poema em 1964, como uma fórma de protesto, logo depois do início da ditadura civil-militar no Brasil, que teve como consequência a negação de muitos direitos básicos, como a liberdade de expressão e de posicionamento político. Na ocasião, ele estava ocupando um cargo como funcionário diplomático (adido) cultural no Chile, ao qual renunciou assim que soube da mudança no poder.

Em vídeo que você pode acessar em: https://oeds.link/Xt1t8q (acesso em: 15 março. 2022), ele declama o poema completo.

Atividade 3 – Leitura e roda de conversa sobre textos legais

1. Para participar da roda de conversa proposta nesta atividade, você deverá se reunir em grupo com alguns ou algumascolegas e realizar a leitura do trecho de um dos textos, que será definido pelo ou pela professor ou professora para seu grupo, procurando compartilhar com a turma as suas dúvidas e as suas certezas em relação ao conteúdo, considerando o seguinte roteiro de leitura:

  1. Qual é a finalidade de documentos como esses?
  2. Quem são os grupos sociais (as pessoas) contemplados pelo Estatuto que seu grupo leu? Por que foi preciso um estatuto para eles?
  3. Quais direitos estão em destaque no trecho lido?
  4. Algum de vocês é ou conhece alguém que seja beneficiado por esse Estatuto?
  5. Vocês imaginam como ou por que surge esse tipo de texto? Quem são os responsáveis por um estatuto se tornar lei?
  6. Observando o modo como o texto se organiza:
    1. O que representam os números ordinais acompanhados da sigla “art.”?
    2. E os outros números e símbolos que aparecem?

g. Vocês observaram a linguagem presente nos trechos selecionados? Por que será que em alguns deles a linguagem tem um tom mais prescritivo?

Ilustração. Menino sentado em frente a uma mesa escolar, visto de cima e de costas virado levemente à esquerda. Ele tem cabelos castanhos  e lisos, veste camiseta amarela, calça vermelho e sapato azul. Sobre a mesa estão dois lápis à esquerda e livro aberto.

2. Esses aspectos a serem observados podem ser organizados em seu caderno em uma tabela como a que aparece a seguir, de modo que você reserve outras colunas para anotar o resultado da análise que os demais grupos realizaram dos outros textos lidos.

Ícone. Modelo.

Estatuto da Juventude

Estatuto da Igualdade Racial

Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)

Estatuto do Idoso

a) Quem são os interlocutores? (autor e destinatário)

b) Do que trata e a que grupo social atende?

c) Qual é a finalidade?

Ícone. Modelo.

Estatuto da Juventude

Estatuto da Igualdade Racial

Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)

Estatuto do Idoso

d) Por que foi necessário um estatuto para esse grupo social?

e) Como se organiza estruturalmente?

f) Quais são as características da linguagem?

3. Depois que o grupo analisar os aspectos propostos, todos vão preparar uma breve apresentação oral do Estatuto lido, com a finalidade de compartilharem uma síntese do conteúdo do trecho.

Texto 1 – Estatuto da Juventude

Reprodução de página da internet.

Presidência da República

Casa Civil

Subchefia para Assuntos Jurídicos

LEI Nº 12.852, DE 5 DE AGOSTO DE 2013.

Institui o Estatuto da Juventude e dispõe sobre os direitos dos jovens, os princípios e diretrizes das políticas públicas de juventude e o Sistema Nacional de Juventude – sinajuve.

A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

TÍTULO um

DOS DIREITOS E DAS POLÍTICAS PÚBLICAS DE JUVENTUDE

CAPÍTULO um

DOS PRINCÍPIOS E DIRETRIZES DAS POLÍTICAS PÚBLICAS DE JUVENTUDE

Artigo 1º Esta Lei institui o Estatuto da Juventude e dispõe sobre os direitos dos jovens, os princípios e diretrizes das políticas públicas de juventude e o Sistema Nacional de Juventude – SINAJUVE.

parágrafo1º Para os efeitos desta Lei, são consideradas jovens as pessoas com idade entre 15 (quinze) e 29 (vinte e nove) anos de idade.

parágrafo 2º Aos adolescentes com idade entre 15 (quinze) e 18 (dezoito) anos aplica-se a Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente, e, excepcionalmente, este Estatuto, quando não conflitar com as normas de proteção integral do adolescente.

Seção um

Dos Princípios

Artigo 2º O disposto nesta Lei e as políticas públicas de juventude são regidos pelos seguintes princípios:

um – promoção da autonomia e emancipação dos jovens;

dois – valorização e promoção da participação social e política, de fórmadireta e por meio de suas representações;

três – promoção da criatividade e da participação no desenvolvimento do país;

quatro– reconhecimento do jovem como sujeito de direitos universais, geracionais e singulares;

cinco – promoção do bem-estar, da experimentação e do desenvolvimento integral do jovem;

seis – respeito à identidade e à diversidade individual e coletiva da juventude;

sete – promoção da vida segura, da cultura da paz, da solidariedade e da não discriminação; e

oito – valorização do diálogo e convívio do jovem com as demais gerações.

reticências

Seção seis

Do Direito à Cultura

Artigo 21. O jovem tem direito à cultura, incluindo a livre criação, o acesso aos bens e serviços culturais e a participação nas decisões de política cultural, à identidade e diversidade cultural e à memória social.

Artigo. 22. Na consecução dos direitos culturais da juventude, compete ao poder público:

um– garantir ao jovem a participação no processo de produção, reelaboração e fruição dos bens culturais;

dois – propiciar ao jovem o acesso aos locais e eventos culturais, mediante preços reduzidos, em âmbito nacional;

três – incentivar os movimentos de jovens a desenvolver atividades artístico-culturais e ações voltadas à preservação do patrimônio histórico;

quatro– valorizar a capacidade criativa do jovem, mediante o desenvolvimento de programas e projetos culturais;

cinco– propiciar ao jovem o conhecimento da diversidade cultural, regional e étnica do País;

seis– promover programas educativos e culturais voltados para a problemática do jovem nas emissoras de rádio e televisão e nos demais meios de comunicação de massa;

sete – promover a inclusão digital dos jovens, por meio do acesso às novas tecnologias da informação e comunicação;

oito– assegurar ao jovem do campo o direito à produção e à fruição cultural e aos equipamentos públicos que valorizem a cultura camponesa; e

nove– garantir ao jovem com deficiência acessibilidade e adaptações razoáveis.

Parágrafo único. A aplicação dos incisos um, três e oito do caput deve observar a legislação específica sobre o direito à profissionalização e à proteção no trabalho dos adolescentes.

BRASIL. Estatuto da Juventude. Disponível em: https://oeds.link/e3TSn0 Acesso em: 15 março. 2022.

Texto 2 – Estatuto da Igualdade Racial

Reprodução de página da internet.

Presidência da República

Casa Civil

Subchefia para Assuntos Jurídicos

LEI Nº 12.288, DE 20 DE JULHO DE 2010.

Institui o Estatuto da Igualdade Racial; altera as Leis números 7.716, de 5 de janeiro de 1989, 9.029, de 13 de abril de 1995, 7.347, de 24 de julho de 1985, e 10.778, de 24 de novembro de 2003.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

TÍTULO um

DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º Esta Lei institui o Estatuto da Igualdade Racial, destinado a garantir à população negra a efetivação da igualdade de oportunidades, a defesa dos direitos étnicos individuais, coletivos e difusos e o combate à discriminação e às demais fórmas de intolerância étnica.

Parágrafo único. Para efeito deste Estatuto, considera-se:

um – discriminação racial ou étnico-racial: toda distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada em raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica que tenha por objeto anular ou restringir o reconhecimento, gozo ou exercício, em igualdade de condições, de direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social, cultural ou em qualquer outro campo da vida pública ou privada;

dois – desigualdade racial: toda situação injustificada de diferenciação de acesso e fruição de bens, serviços e oportunidades, nas esferas pública e privada, em virtude de raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica;

três– desigualdade de gênero e raça: assimetria existente no âmbito da sociedade que acentua a distância social entre mulheres negras e os demais segmentos sociais;

quatro– população negra: o conjunto de pessoas que se autodeclaram pretas e pardas, conforme o quesito cor ou raça usado pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ou que adotam autodefinição análoga;

cinco – políticas públicas: as ações, iniciativas e programas adotados pelo Estado no cumprimento de suas atribuições institucionais;

seis – ações afirmativas: os programas e medidas especiais adotados pelo Estado e pela iniciativa privada para a correção das desigualdades raciais e para a promoção da igualdade de oportunidades.

Artigo. 2º É dever do Estado e da sociedade garantir a igualdade de oportunidades, reconhecendo a todo cidadão brasileiro, independentemente da etnia ou da cor da pele, o direito à participação na comunidade, especialmente nas atividades políticas, econômicas, empresariais, educacionais, culturais e esportivas, defendendo sua dignidade e seus valores religiosos e culturais.

reticências

CAPÍTULO dois

DO DIREITO À EDUCAÇÃO, À CULTURA, AO ESPORTE E AO LAZER

Seçãoum

Disposições Gerais

Artigo. 9º A população negra tem direito a participar de atividades educacionais, culturais, esportivas e de lazer adequadas a seus interesses e condições, de modo a contribuir para o patrimônio cultural de sua comunidade e da sociedade brasileira.

Artigo. 10. Para o cumprimento do disposto no Artigo. 9º, os governos federal, estaduais, distrital e municipais adotarão as seguintes providências:

um – promoção de ações para viabilizar e ampliar o acesso da população negra ao ensino gratuito e às atividades esportivas e de lazer;

dois– apoio à iniciativa de entidades que mantenham espaço para promoção social e cultural da população negra;

três – desenvolvimento de campanhas educativas, inclusive nas escolas, para que a solidariedade aos membros da população negra faça parte da cultura de toda a sociedade;

quatro – implementação de políticas públicas para o fortalecimento da juventude negra brasileira.

Seção dois

Da Educação

Artigo. 11. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino médio, públicos e privados, é obrigatório o estudo da história geral da África e da história da população negra no Brasil, observado o disposto na Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996.

§ 1º Os conteúdos referentes à história da população negra no Brasil serão ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, resgatando sua contribuição decisiva para o desenvolvimento social, econômico, político e cultural do País.

BRASIL. Estatuto da Igualdade Racial. Disponível em: https://oeds.link/GFTicG. Acesso em: 15março. 2022.

Texto 3 – Estatuto da Criança e do Adolescente

Reprodução de página da internet.

Presidência da República

Casa Civil

Subchefia para Assuntos Jurídicos

LEI Nº 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990.

Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA: Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Título um

Das Disposições Preliminares

Artigo. 1º Esta Lei dispõe sobre a proteção integral à criança e ao adolescente.

Artigo. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade.

Parágrafo único. Nos casos expressos em lei, aplica-se excepcionalmente este Estatuto às pessoas entre dezoito e vinte e um anos de idade.

Artigo. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhes, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade.

Parágrafo único. Os direitos enunciados nesta Lei aplicam-se a todas as crianças e adolescentes, sem discriminação de nascimento, situação familiar, idade, sexo, raça, etnia ou cor, religião ou crença, deficiência, condição pessoal de desenvolvimento e aprendizagem, condição econômica, ambiente social, região e local de moradia ou outra condição que diferencie as pessoas, as famílias ou a comunidade em que vivem. (incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)

Artigo. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária.

Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende:

a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer circunstâncias;

b) precedência de atendimento nos serviços públicos ou de relevância pública;

c) preferência na formulação e na execução das políticas sociais públicas;

d) destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção à infância e à juventude.

Artigo. 5º Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer fórma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punido na fórma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais.

Artigo. 6º Na interpretação desta Lei levar-se-ão em conta os fins sociais a que ela se dirige, as exigências do bem comum, os direitos e deveres individuais e coletivos, e a condição peculiar da criança e do adolescente como pessoas em desenvolvimento.

Título dois

Dos Direitos Fundamentais

Capítulo um

Do Direito à Vida e à Saúde

Artigo 7º A criança e o adolescente têm direito a proteção à vida e à saúde, mediante a efetivação de políticas sociais públicas que permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, em condições dignas de existência.

Artigo 8º É assegurado a todas as mulheres o acesso aos programas e às políticas de saúde da mulher e de planejamento reprodutivo e, às gestantes, nutrição adequada, atenção humanizada à gravidez, ao parto e ao puerpério e atendimento pré-natal, perinatal e pós-natal integral no âmbito do Sistema Único de Saúde. (Redação dada pela Lei norteº 13.257, de 2016)

parágrafo 1º O atendimento pré-natal será realizado por profissionais da atenção primária. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)

reticências

BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente. Disponível em: https://oeds.link/fGd074 Acesso em: 15 abril. 2022.

Texto 4 – Estatuto do Idoso

Reprodução de página da internet.

Presidência da República

Casa Civil

Subchefia para Assuntos Jurídicos

LEI Nº 10.741, DE 1º DE OUTUBRO DE 2003.

Dispõe sobre o Estatuto do Idoso e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

TÍTULO um

Disposições Preliminares

Artigo 1º É instituído o Estatuto do Idoso, destinado a regular os direitos assegurados às pessoas com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos.

Artigo. 2º O idoso goza de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhe, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, para preservação de sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e social, em condições de liberdade e dignidade.

Artigo. 3º É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária.

parágrafo1º A garantia de prioridade compreende: (Redação dada pela Lei nº 13.466, de 2017)

um– atendimento preferencial imediato e individualizado junto aos órgãos públicos e privados prestadores de serviços à população;

dois – preferência na formulação e na execução de políticas sociais públicas específicas;

três – destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção ao idoso;

quatro– viabilização de fórmas alternativas de participação, ocupação e convívio do idoso com as demais gerações;

cinco– priorização do atendimento do idoso por sua própria família, em detrimento do atendimento asilar, exceto dos que não a possuam ou careçam de condições de manutenção da própria sobrevivência;

reticências

parágrafo 2º Dentre os idosos, é assegurada prioridade especial aos maiores de oitenta anos, atendendo-se suas necessidades sempre preferencialmente em relação aos demais idosos. (Incluído pela Lei norteº 13.466, de 2017)

Artigo. 4º Nenhum idoso será objeto de qualquer tipo de negligência, discriminação, violência, crueldade ou opressão, e todo atentado aos seus direitos, por ação ou omissão, será punido na fórma da lei.

§ 1º É dever de todos prevenir a ameaça ou violação aos direitos do idoso.

reticências

Artigo 6º Todo cidadão tem o dever de comunicar à autoridade competente qualquer fórma de violação a esta Lei que tenha testemunhado ou de que tenha conhecimento.

reticências

TÍTULO dois

Dos Direitos Fundamentais

CAPÍTULO um

Do Direito à Vida

Artigo 8º O envelhecimento é um direito personalíssimo e a sua proteção um direito social, nos termos desta Lei e da legislação vigente.

Artigo. 9º É obrigação do Estado, garantir à pessoa idosa a proteção à vida e à saúde, mediante efetivação de políticas sociais públicas que permitam um envelhecimento saudável e em condições de dignidade.

reticências

CAPÍTULO nove

Da Habitação

Artigo 37. O idoso tem direito a moradia digna, no seio da família natural ou substituta, ou desacompanhado de seus familiares, quando assim o desejar, ou, ainda, em instituição pública ou privada.

parágrafo 1º A assistência integral na modalidade de entidade de longa permanência será prestada quando verificada inexistência de grupo familiar, casa-lar, abandono ou carência de recursos financeiros próprios ou da família.

parágrafo 2º Toda instituição dedicada ao atendimento ao idoso fica obrigada a manter identificação externa visível, sob pena de interdição, além de atender toda a legislação pertinente.

parágrafo 3º As instituições que abrigarem idosos são obrigadas a manter padrões de habitação compatíveis com as necessidades deles, bem como provê-los com alimentação regular e higiene indispensáveis às normas sanitárias e com estas condizentes, sob as penas da lei.

reticências

BRASIL. Estatuto do Idoso. Disponível em: https://oeds.link/1Xvk35 Acesso em: 15 março. 2022.

  1. Fechando a roda:
    1. Chegou o momento de compartilhar com a turma a leitura do grupo. Conforme orientado anteriormente, vocês poderão se apoiar no quadro preenchido.
      • Compartilhe com a turma casos que você conhece, leu, assistiu ou ouviu falar de violação de direitos humanos que justifiquem os Estatutos dos grupos sociais contemplados nos textos que você leu ou a criação de novos.

Produção de texto

Conhecendo o gênero: cartaz

Neste capítulo, propomos que a turma crie cartazes e ispótis para uma campanha publicitária cujo foco seja divulgar os direitos básicos do ser humano ou denunciar a violação dêsses direitos.

Vamos lembrar

Uma campanha publicitária é um conjunto de peças publicitárias articuladas em torno de uma mesma ideia ou um mesmo objetivo, planejadas para serem divulgadas em um tempo determinado. As diferentes peças publicitárias podem ser pensadas para atender a diferentes mídias. Por exemplo, é possível produzir outdoors, folhetos, spots de rádio ou anúncios para revistas, jornais e TV, bem como flyers ou panfletos para serem enviados por e-mail, em mala direta (pelo correio) ou mesmo divulgados por telefone.

Atividade 1 – O que é um cartaz e para que ele serve?

1. Com os ou as colegas, analisem o cartaz a seguir, de acôrdo com os aspectos sugeridos em cada questão apresentada.

Cartaz. Fundo, em cinza, com faixa inferior vermelha. Acima, texto: SUA AJUDA É O QUE FALTA PARA O BANCO DE SANGUE DO HEMOSC com letras alternadas em vermelho e cinza mais escuro. Na ponta inferior, à esquerda, folha branca, com texto: POSITIVO OU NEGATIVO, VOCÊ FAZ O NOSSO TIPO. DEIXE SEU CONTATO E SEJA UM DOADOR.ATÉ 30 DE JUNHO, NO 2° PISO. Na parte inferior à direita, dois logotipos:  HEMOSC e PÁTIO CHAPECÓ.
Cartaz da campanha realizada pelo Centro de Hematologia e Homoterapia de Santa Catarina (hemosqui), em prol da doação de sangue.

2. O que está sendo divulgado e para quem? Com qual finalidade?

Pesquisa em foco

A análise que você fará dêsse cartaz tem como objetivo conhecer as intencionalidades de quem o criou, com base na observação e análise dos recursos linguísticos e de outras linguagens usados para produzir os sentidos pretendidos. Esse tipo de análise pode ser aplicado a qualquer peça publicitária e tem como finalidade compreender como os discursos publicitários se constroem.

  1. Quem assina o cartaz?
  2. Qual é a relevância do que está sendo divulgado?
  3. Você diria que o cartaz pretende vender um produto ou uma ideia?
  4. No cartaz, além das informações de ordem prática (onde e quando se inscrever para doar sangue), há um slogan ou uma frase concisa, fácil de ser lembrada: “Positivo ou negativo, você faz o nosso tipo”.
    • O que significa a expressão idiomática “fazer o (meu/seu/nosso) tipo”? Converse com os ou as colegas e escrevam uma definição para ela.

Expressão idiomática

Ocorre quando uma locução (duas ou mais palavras) ou uma frase assume na língua um significado diferente daquele que teria isoladamente. Uma expressão idiomática, em geral, não pode ser entendida “ao pé da letra”.

  1. Para compreender os efeitos de sentido do uso dessa expressão idiomática, será importante, antes, observar o uso das cores na escrita do cartaz que produz um efeito estético que também colabora para a construção do sentido pretendido.
    1. As cores utilizadas foram o cinza e o vermelho. Qual delas se destaca mais na leitura do texto?
    2. Como você explica a escolha dessa cor, considerando a finalidade da campanha?
    3. Observe as letras que foram escritas em cinza, apenas um pouco mais escuro que o cinza de fundo do cartaz.
      1. Quais são elas?
      2. Qual é a relação entre essas letras e o foco da campanha?
    1. Como a composição dessas letras em cinza – que se aproxima da cor de fundo do cartaz – com as demais em vermelho contribui para a construção de sentido no cartaz?
  2. Agora, volte a observar o uso da expressão idiomática no slogan “Positivo ou negativo, você faz o nosso tipo”.
    1. É possível afirmar que a escolha dessa expressão, no contexto do cartaz, foi feita para produzir um duplo sentido? Explique.
    2. A escolha dessa expressão idiomática, comum em situações de uso informal da língua, pode colaborar para atrair mais um público de uma faixa etária específica? Explique.
    3. As palavras positivo e negativo também podem ter dois sentidos diferentes. Identifique-os e explique qual sentido pode ser atribuído a elas nesse contexto.
  3. Depois do slogan, aparece a seguinte frase: “Deixe seu contato e seja um doador”.
    1. Quais são os verbos presentes na frase?

b. Esses verbos estão conjugados no modo imperativo, que pode expressar intencionalidades diferentes, como dar uma ordem, fazer um pedido ou uma sugestão, dar um conselho ou orientar para alguma ação.

  • Qual dêsses efeitos de sentido o uso dêsses verbos pretende, nesse contexto?
  1. Mediante a análise que você fez do cartaz, reflita com os ou as colegas:
    1. Para que servem cartazes como esse e os que você analisou na abertura? Que conteúdos podemos encontrar neles?
    2. Ainda tendo como referência os cartazes da abertura, o que você observou sobre como eles podem ser apresentados ao público, no que se refere aos recursos usados e ao modo de organizar as informações?
Atividade 2 – As linguagens e a construção de sentidos nos cartazes

Nesta atividade, você vai estudar mais de perto os diferentes recursos que podem ser usados na produção de um cartaz. Leia os cartazes.

Cartaz 1

Cartaz. Cartaz na vertical com fundo em preto, com ilustração de vários peixes coloridos feitos com digitais, nadando para a esquerda e para a direita. Na ponta da direita, frase em branco: TODOS NÓS SOMOS MIGRANTES.
Cartaz do concurso Liberdade de movimento, do Poster for Tomorrow, produzido por Valerie Pettis, Estados Unidos, 2017. Disponível em: https://oeds.link/HZdkM7 Acesso em: 15abril. 2022.

Cartaz 2

Cartaz. Cartaz na vertical com fundo em tons de laranja. Na parte inferior, mãos pintadas uma atrás da outra. A pintura forma uma boca com dentes pontudos dois olhos nas pontas dos dedos, o restante das mãos estão um tons de azul. Na parte superior, texto em branco: AFASTE OS BICHOS. LAVE AS MÃOS. COM ÁGUA E SABÃO, VOCË PROTEGE SUA SAÚDE. Na parte inferior à direita, logotipo.
Cartaz de campanha para evitar o contágio da gripe da Secretaria Estadual da Saúde, Rio Grande do Sul, 2010. Disponível em: https://oeds.link/f4MHHA Acesso em: 15 março 2022.

Cartaz 3

Cartaz. Cartaz na horizontal, um pano de cor cinza e atrás dele, volume com a silhueta de uma pessoa, é possível identificar o contorno das mãos abertas e rosto ao centro. Na parte central para  direita, texto: SEM MOVIMENTO NÃO HÁ LIBERDADE. Na ponta inferior, mais textos ilegíveis. À esquerda, texto: NO MUNDO DE DESIGUALDADE TODA VIOLAÇÃO DE DIREITOS É VIOLÊNCIA. Na parte inferior, à direita, logotipo.
Cartaz da campanha do Conselho Federal do Serviço Social (cêfês), 2011-2014.

Cartaz 4

Cartaz. Imagem vista do alto de mesa marrom com grãos de café espalhados ao redor de três recipientes diferentes. Na parte superior à direita, recipiente pequeno, cinza com café em pó.  Ao centro, tigela preta com grãos de café e folhas em verde e na parte inferior. Na parte inferior,  outro recipiente cinza com pó de café. Na parte superior à esquerda, texto em branco: E QUANDO BATE A VONTADE DE UM ESPRESSINHO? Na parte inferior hashtag O senhor dos Cafés e  logotipo.
Cartaz da loja virtual Senhor Espresso, sediada em São José do Rio Pardo/(São Paulo), 2014. Disponível em: https://oeds.link/2dbmpk Acesso em: 15 abril 2022.
  1. qual cartaz divulga ou quais cartazes divulgam ideias e qual divulga ou quais divulgam produtos comerciais? Explique.
  2. Volte aos cartazes que divulgam ideias e identifique a qual direito humano cada um faz referência.
  3. qual cartaz pretende ou quais cartazes pretendem atingir o público infantil? Explique, recorrendo à descrição deles.
  4. qual ou quais deles você diria que usou ou usaram apenas o recurso da fotografia? qual colocou ou quais colocaram a fotografia em diálogo com o desenho? Explique recorrendo à descrição do ou dos cartaz ou cartazes.
  5. qual ou quais usou ou usaram o desenho e as cores, criando uma espécie de ilustração? Que sentidos o desenho e as cores produziram?
  6. Que informações verbais apresentadas nos cartazes fariam falta, considerando o que se pretende com eles?
  7. Considere a cena mostrada no cartaz 3 e a cena mostrada no cartaz 4 em relação ao slogan que trazem. De que modo o uso da linguagem verbal dialoga com a linguagem não verbal do cartaz? E com que objetivo?
  8. O cartaz 3 foi usado como capa de um spot, um tipo de peça publicitária em áudio, feita para circular em canais de rádio. Conheça, a seguir, o roteiro que poderia ter sido feito para o spot no qual aparece o registro do texto falado.

CLIENTE: Conselho Federal do Serviço Social (cê éfe ê ésse ésse)

PEÇA: spot de rádio – Duração: 1min

TÍTULO: Sem movimento não há liberdade

DATA: janeiro/2013

Técnica

Áudio

Locução: voz masculina
Inserir batida de coração bem compassada a partir de “realidade”, como efeito de fundo.

Dizem que o Brasil não é mais o país do futuro, que ele já é uma realidade.

Locução: voz masculina
Acrescentar no início desse trecho, como efeito de fundo, trilha sonora dramática (sons graves como tambores), que também deverá assumir um crescente ao longo da locução masculina.
Manter como efeito de fundo a batida de coração, que vai se acelerando ao longo da fala do texto com locução masculina.
Acrescentar locução feminina como eco, assim que o locutor masculino finalizar a frase. O texto na voz feminina será: “a realidade”.

Mas a realidade é que mais de 4 mil mulheres ainda são assassinadas anualmente no país.

Locução: voz masculina
Acelerar mais a batida do coração ao fundo.
Manter trilha sonora de fundo, com introdução de instrumentos de corda e de sopro com sons agudos. Acrescentar locução feminina como eco, assim que o locutor masculino finalizar a frase. O texto na voz feminina será: “a realidade”.

A realidade é que a população negra tem quase três vezes mais riscos de morrer assassinada e que cada morte de um jovem branco equivale à morte de mais de cem jovens negros.

Técnica

Áudio

Locução: voz masculina
Acelerar mais a batida do coração ao fundo.
Manter trilha sonora de fundo, com percussão, corda e sopro em andamento mais acelerado e dramático.
Locução feminina como eco, no início e no final da frase falada pela voz masculina. O texto na voz feminina será: “a realidade”.

A realidade é que homossexuais ainda são espancados nas ruas e que nossos idosos são tratados como um fardo.

Locução: voz masculina
Manter trilha sonora de fundo, com percussão, corda e sopro em andamento mais acelerado e dramático, alcançando o ápice no final da frase. Locução feminina como eco, no início e no final da frase falada pela voz masculina. O texto na voz feminina será: “a realidade”.

A realidade é que a vida ainda é muito fácil para poucos e extremamente difícil para a maioria.

Locução: voz feminina
A trilha sonora de fundo assume um andamento mais lento, mantendo a composição dramática até o final, quando se encerra de forma abrupta.

A luta em defesa dos direitos de quem não tem voz é fundamental para construirmos uma sociedade justa.
Num mundo de desigualdade, toda violação de direitos é violência.
Uma campanha do Conselho Federal e dos Conselhos Regionais de Serviço Social.
Saiba mais em: semmovimentonaohaliberdade.com.br

  1. Que recursos de outras linguagens estão previstos no roteiro do spot?
  2. Você diria que há diferença de sentido entre o spot e o cartaz, com o uso dêsses recursos? Explique.

9. Observe o cartaz de divulgação a seguir. É possível que você conheça ou já tenha ouvido falar neste filme.

Cartaz de filme. Personagens ficcionais do filme Senhor dos Anéis. Na parte central, Frodo, um hobbit, de cabelos castanhos com franja, olhos azuis, nariz e lábios finos, com roupa longa em marrom e sobre os ombros, capa em verde. Ao fundo, à esquerda, Aragon, um homem visto parcialmente, dos ombros para cima, cabelos castanhos, com blusa marrom de mangas compridas, segurando na mão direita, espada fina para cima. Mais à esquerda Arwen, elfa, cabelos longos pretos, orelhas pontudas e roupa marrom longa. À direita, Gandalf, mago, visto de rosto, cabelos longos e barba branca, com sobrancelhas castanhas grossas. Mais à direita, uma mulher de cabelos longos loiros e com capa longa em branco. Na ponta inferior, cavaleiros de roupa preta sobre cavalos pretos e com espada para cima e outros personagens menores espalhados ao redor de Frodo. Na parte inferior, texto em amarelo: O SENHOR DOS ANÉIS – A SOCIEDADE DO ANEL.
Cartaz de divulgação do filme O senhor dos anéis: a sociedade do anel, baseado no livro homônimo de J. R. R. Tolkien.
  1. Releia o cartaz 4 e verifique se há elementos nele que tenham alguma relação com essa obra.
  2. Em seu ponto de vista, a intertextualidade estabelecida foi criativa?

Vamos lembrar

A intertextualidade é um fenômeno da língua que identificamos em um texto quando o autor cita outros textos, estabelecendo relações de sentido com eles.

c. Você diria que algum dêsses cartazes é representativo do que se convencionou chamar arte publicitária? Por quê?

Produzindo o texto

Condições de produção

O quê?

Cada grupo deverá produzir ao menos um cartaz e/ou um spot para compor uma campanha publicitária sobre direitos humanos ou cidadania.

Para quem?

Os cartazes e/ou spots deverão ser dirigidos aos colegas, à comunidade escolar e ao público em geral, e poderão ser divulgados nas paredes da sala, da escola, ou, então, organizados para uma exposição com data marcada e aberta ao público, como se fosse parte de um concurso de cartazes.

Como fazer?

  1. Pesquisando o tema
    1. Defina com seu grupo que documento vocês vão consultar para escolher um dos direitos expressos em artigos, parágrafos, incisos, itens ou alíneas. Vocês poderão decidir por um dos estudados aqui (Constituição, Estatuto da Criança e do Adolescente éca, Estatutos da Juventude, do Idoso, da Igualdade Racial) ou pesquisar outros, como os Estatutos da Pessoa com Deficiência, da Igualdade, do Índio (Lei nº 6.001/1973). A turma poderá, ainda, negociar como professor ou a professora a exploração de apenas um documento, como o éca, por exemplo, considerando que é de grande relevância para vocês.
    2. Uma vez selecionado o direito ou selecionados os direitos que deverá ou deverãoser objeto do ou dos cartaz ou cartazes, compartilhem a decisão com os demais grupos para evitar repetição na escolha. Em caso de a escolha do seu grupo coincidir com a de outro, negociem quem escolherá outro ou como cada grupo vai fazer a abordagem do direito escolhido.
  2. Planejando o cartaz e/ou spot
Vinheta de boxe com imagem de seta curva.

Anexo

Paraapoiá-lo ou apoiá-la na produção de spots, localize no Anexo de textos de apoio do Capítulo 4 o texto “Como fazer ispótisde rádio”.

  1. Iniciem o planejamento para a elaboração da peça, decidindo sobre a abordagem do tema escolhido: o grupo pretende denunciar a violação do direito, ou o objetivo será divulgá-lo para conhecimento do público?
  2. Definam o tipo de peça que será produzido:

Produzindo o texto

  • Que linguagens e recursos serão usados? A fotografia? O desenho? A linguagem verbal? Algum tipo de colagem? Alguma obra já existente — pintura, fotografia? Uma mistura dessas linguagens? Será usado computador e algum tipo de aplicativo?
  • Se a opção for produzir um spot, será necessário utilizar um roteiro. Vocês poderão usar o modelo que aparece na atividade 2, desta seção.
  • Que tamanho e que formato terá o cartaz para garantir ao público uma boa leitura?
  1. Produzindo a peça ou as peças
    1. Preparem o primeiro esboço ou o roteiro inicial do spot. Já desde esse momento, considere a ficha de apoio à produção e à avaliação da ou das peça ou peças. Organizem-se, definam as tarefas de cada um, escolham uma data para retomarem o esboço e finalizem a primeira versão da produção.
    2. Reúnam-se com outro grupo e troquem suas produções para discutir possibilidades de melhorias, considerando os critérios da ficha de apoio.
    3. Revisem e finalizem a peça.
Ilustração. Três mesas quadradas com livros e cadernos e três crianças de etnias diferentes sentadas em cada uma das mesas. Uma delas é cadeirante. Duas mesas com um notebook aberto e a terceira com um celular à mostra. Todas as crianças estão com uniforme: camiseta laranja, calça ou bermuda azul concentradas nos livros e computadores com feições amigáveis.

Avaliando

Utilize os critérios da ficha a seguir para avaliar a produção de seu grupo e a de outros grupos. Você também deverá avaliar com a turma o impacto da campanha sobre as pessoas a quem ela se destinou.

Ficha de orientação para produção e avaliação das peças

O texto atendeu aos critérios de:

1. Adequação à proposta

a) A peça defende ou denuncia violação de direitos humanos?

b) As referências que apresenta (imagens, texto verbal, efeitos sonoros etc.) são adequadas ao público escolhido?

2. Adequação às características gerais estudadas do gênero

a) Utiliza recursos de diferentes linguagens na construção dos sentidos?

b) Apresenta título e/ou slogan curtos e de fácil memorização?

c) O registro linguístico (variedade) utilizado é adequado ao público e aos propósitos da peça?

d) Se a produção for um cartaz, seu cartaz e sua composição geral (tamanho da letra e das imagens, por exemplo) possibilitam uma boa leitura ao público?

e) Se a produção for um spot, a qualidade sonora está adequada para uma boa escuta da peça?

3. Construção da coesão/coerência do texto (textualidade)

a) É possível identificar o direito escolhido para ser abordado?

b) Se cartaz: as imagens e as palavras foram usadas adequadamente, para produzir certos efeitos, como tensão, humor e crítica?

c) A linguagem verbal e outras linguagens usadas estão se articulando de forma coerente para a construção de sentido?

d) Em caso de uso de obra já existente, é evidente e coerente a relação entre ela e o direito que foi escolhido para ser abordado?

4. Uso das normas e convenções da norma culta escrita nos textos do cartaz e/ou da capa do spot

• O texto segue as regras de concordância nominal e verbal da norma culta escrita?

Produzindo o texto

5. Ortografia, pontuação e construção de sentidos nos textos do cartaz e/ou da capa do spot

a) As palavras foram escritas de acordo com a ortografia corrente?

b) Houve uso adequado e intencional de sinais de pontuação, contribuindo para os sentidos do texto?

6. Sobre a campanha

a) As peças circularam em espaços acessíveis ao público a que se destinou?

b) Como você avalia a campanha? Ela atingiu seu objetivo? Produziu algum engajamento ou alguma reação do público? Qual?

O que levo de aprendizagens deste capítulo

Chegou o momento de fazer aquele balanço sobre o que você aprendeu! Registre em seu caderno as aprendizagens e, depois, compartilhe suas reflexões com a turma.

  1. O que você aprendeu sobre direitos humanos? Eles são iguais para todos?
  2. Como os estatutos ajudam na defesa dos direitos humanos? O que você aprendeu sobre eles? São suficientes para garantir os direitos humanos a todos?
  3. Como foi realizar a campanha de conscientização sobre os direitos humanos, com a produção de cartazes e/ou ispótis publicitários? Você acredita que a campanha conseguiu alguma reação do público, no lugar em que ela aconteceu?

Vale a pena ver e ler!

Participação cidadã de crianças e adolescentes na Cobertura Educomunicativa da 10ª Conferência Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente. Brasil, 2016.

A participação de crianças e adolescentes na 10ª Conferência Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, em 2016, deu origem a dois materiais interessantes. O primeiro é um vídeo com as contribuições dos jovens nesse evento que acontece a cada 2 anos. O vídeo pode ser acessado em: https://oeds.link/SSmbyJ Acesso em: 26 abril. 2022.

O outro material é a revista Conferindo, uma realização da Viração em parceria com o Conanda (Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente) e outras entidades e órgãos governamentais e não governamentais voltados à defesa dos direitos da criança e do adolescente. A revista está disponível em: https://oeds.link/37ER09 Acesso em: 26 abril. 2022.