Unidade 3

Capítulo 7

Adolescência e consumo

Capítulo 8

A poesia do cordel

Capítulo 9

A construção da oração dois: foco no predicado

Capítulo 7  Adolescência e consumo

Infográfico. Flechas em azul fazendo o formato circular, conectando cinco ilustrações diversas: Da esquerda, para direita, sentido horário: Um. Uma tela de cor preta, com imagem de uma mulher vista do pescoço para cima, cabelos longos em castanho, batom laranja e segura na mão direita um telefone branco, com quadrados coloridos. Na parte superior, título: NOVO APARELHO X. A mulher diz: NOVO APARELHO X, AGORA AO SEU ALCANCE! Legenda: A propaganda mira no adolescente, vendendo um modo de vida feliz que só seria conseguido através daquele produto. Dois. Um rapaz visto da cintura para cima, olhando para a esquerda, cabelos pretos, usa camiseta  azul e está com as mãos sobre a cabeça, com os olhos em formato de estrelas pequenas, de boca aberta e línguapara fora. Ele olha para frente em direção de uma televisão em preto e diz: SAIU O NOVO MODELO DO APARELHO X? AI MEU DEUS... Legenda: O adolescente sente que precisa comprar o produto para alcançar aquele modelo de “felicidade”. Três. O mesmo rapaz visto da cintura para cima, para a direita, de olhos fechados, sorrindo e segurando nas mãos, um celular branco com quadrados coloridos na tela. Ao redor, corações pequenos em branco. Legenda: O adolescente compra o produto e até consegue sentir a sensação de felicidade que buscava. Quatro. O mesmo rapaz, visto da cintura para cima, para a esquerda, atrás de uma mesa  marrom. Ele está com os olhos para baixo, com o braço esquerda para cima, segurando um celular. A mão direita com punho fechado, perto da bochecha e sobre a cabeça dele, uma linha em preto em espiral. Legenda: Porém, a felicidade não é duradoura e acaba em pouco tempo, deixando novamente a sensação de vazio. Cinco. Celular branco com quadros coloridos e ao redor, linhas ao redor em amarelo e em laranja. Legenda: 	Então, novos produtos são criados para preencher este vazio e o ciclo começa novamente.

Fonte: Meu bolso feliz. Ciclo da propaganda. Disponível em: https://oeds.link/NiMP6r. Acesso em: 31 maio 2022.

Converse com a turma

  1. Você reconhece o ciclo representado no infográfico reproduzido aqui? Descreva-o.
  2. Já vivenciou esse ciclo envolvendo este ou qualquer outro produto?
  3. Você acredita que o ciclo descrito no infográfico pode acontecer apenas para adolescentes? Por quê?
  1. Na sua opinião, qual é o papel da propaganda junto aos consumidores nesse ciclo de consumo?
  2. O que mais consumimos em nosso dia a dia, além de produtos como o indicado por você e pelo infográfico?
  3. Leia o trecho de notícia a seguir:
    Reprodução de página da internet.

O direito de adolescentes à mesada

Perguntados sobre quanto precisariam para passar um mês, meninos e meninas atendidos em projetos sociais em Fortaleza partem do valor de R$ 110cento e dez reais, calculado para cobrir gastos básicos de comunicação (créditos de celular, R$ 40quarenta reais ao mês), transporte (R$ 15quinze reais para 10 meias-passagens), alimentação (R$ 35trinta e cinco reais, para lanches eventuais) e cultura (R$ 20vinte reais, para pelo menos um evento mensal).

AGUIAR, Rui R. O direito de adolescentes à mesada. O Povo, 27 abril 2018. Disponível em: https://oeds.link/52UeYl. Acesso em: 12 agosto 2022.

  1. De quantos reais você acredita que precisa para passar um mês?
  2. Seus gastos são parecidos com os citados na notícia?
  3. Com o que você e seus ou suas colegas gastam durante o mês?

O que você poderá aprender

  1. O que e por que consumimos?
  2. Consumo e consumismo são a mesma coisa?
  3. Qual a relação entre o consumo e a publicidade?
  4. Quem são suas influências para o consumo?

Clique no play e acompanhe a reprodução do Áudio.

Transcrição do áudio

Locutor: Consumo e identidade

[Som ambiente de estacionamento]

Voz feminina: Chegamos! Ó, vaga J-13... não esquece, senão a gente vai passar a eternidade procurando o carro depois...

Voz masculina: Hunf...

[Som de porta de carro batendo]

Voz feminina: Que bico é esse? Achei que você ia curtir dar um rolê comigo... eu estava com saudade de você!

Voz masculina: Eu também estava com saudade, mas é um saco a mãe botar você para ser minha babá.

Voz feminina: Quê?!

Voz masculina: Pô, Clara! Não custava nada ela me emprestar o cartão de crédito para eu vir comprar o presente pra Ju.

[Som de corredor de shopping]

Voz feminina: Ah, claro, Jorge! A mãe ia mesmo te emprestar o cartão de crédito dela! Da última vez que você chegou perto do cartão, ela quase teve um troço porque você comprou um monte de roupinha para o seu joguinho...

Voz masculina: Não é roupinha, é skin que fala... E isso já faz séculos!

Voz feminina: Foi no ano passado, Jó! Eu já tava na faculdade e a mãe ficou desesperada...

Voz masculina: Tá bom! Eu cometi um erro e aprendi a lição! O mais importante é que eu cresci, ok? Eu não preciso de babá!

Voz feminina: Cresceu?! Eu cheguei em casa e você estava jogando o mesmo joguinho...

Voz masculina: Eu estava treinando com o meu time. A gente está na semifinal do torneio regional.

Voz feminina: Uhu!...

Voz masculina: “Uhu!” mesmo! Eu só parei o treino para comprar esse presente porque não quero chegar sem nada na festa...

Voz feminina: Oba! Festa!

Voz masculina: Nem vem, Clara! Eu não vou com babá para festa!

Voz feminina: Para com isso de “babá”, menino! Eu só vim com você porque queria aproveitar para comprar um livro também.

Voz masculina: Ah, tá bom!

Voz feminina: É sério.

Voz masculina: E que livro você vai comprar?

Voz feminina: Vida para consumo... aperta o 2 aí.

Voz masculina: Vida para consumo? É um presente para o tio Kléber?

Voz feminina: [risos] Como assim?

Voz masculina: É ué, ele vive comprando coisas inúteis... Ele deve ter uma outra casa só para guardar tanta tranqueira que ele compra.

Voz feminina: [risos] Não, o livro é para mim mesmo.

Voz masculina: Mas você nunca foi muito consumista... Você só vem para o shopping para ir ao cinema e comprar livro...

Voz feminina: Cinema e livro fazem parte da cultura de consumo, irmãozinho,  e é justamente sobre isso que eu estou pesquisando!

Voz masculina: Pesquisando? Mas você não está de férias?

Voz feminina: Estou. Mas na faculdade tem um negócio chamado iniciação científica e eu estou fazendo uma pesquisa sobre as ideias de um filósofo chamado Zygmunt Bauman, o autor desse livro. Eu li na biblioteca, mas quero ter esse livro para estudar melhor. Achei muito bom!

Voz masculina: Mas é um livro sobre o quê, afinal?

Voz feminina: Bem, é meio complicado. No geral, o Bauman faz uma grande reflexão sobre como nós vivemos numa sociedade de consumidores...

Voz masculina: Hummm...

Voz feminina: ... em que as pessoas – a gente mesmo – tendem a se transformar em mercadorias.

Voz masculina: [risos] Como assim? Eu vou me transformar em uma caixa com código de barras?

Voz feminina: Não...

Voz masculina: Isso é mais louco do que aquele livro do cara que se transforma em um inseto!

Voz feminina: Eu ia falar que não é bem assim, mas, metaforicamente falando, talvez seja assim mesmo!

Voz masculina: Hãn?!

Voz feminina: Talvez você já seja uma caixa com um ou vários códigos de barras...

Voz masculina: Está maluca, Clara?!

Voz feminina: Estou falando metaforicamente, Jó... Tipo, olha as roupas que a gente usa. Todas as peças têm uma etiqueta com uma marca, às vezes, têm a própria marca estampada... Você não acha que isso se parece muito com uma espécie de embalagem na qual a gente mesmo se coloca?

Voz masculina: Humm é... mais ou menos, né? Eu não ligo para marcas. Não sou como aquelas pessoas que falam sobre o preço absurdo das roupas que usam, tipo naquele vídeo do “quanto custa o outfit”.

Voz feminina: Nossa, esse vídeo! Isso aí você tirou lá do fundo, hein?

Voz masculina: É que esses dias a gente estava falando sobre moda na aula de redação e o professor mostrou esse vídeo aí.

Voz feminina: É mesmo?

Voz masculina: É. O professor pediu para a gente escrever sobre como a moda afeta nossas vidas. Daí eu disse que, para mim, não mudava nada, porque eu não me importo com esses lances de moda, de cor da estação e tal.

Voz feminina: Humm...

Voz masculina: Mas aí ele disse que a moda não se resume a essas coisas... acho que tem um pouco a ver com a ideia desse Bauman, porque ele disse que a moda é algo que vai além de roupas caras ou esquisitas...

Voz feminina: Ahan...

Voz masculina: ...e que tem muito a ver com a maneira como a gente escolhe se expressar por meio das roupas, mesmo que a gente não ligue para as tendências e para os desfiles... tipo, eu entendi que tem a ver com a minha identidade, porque, por exemplo, eu gosto de usar uma roupa mais simples, só calça jeans e camiseta, mas o Lucas adora usar as camisetas de futebol que ele coleciona...

Voz feminina: Isso mesmo! Olha só, o Bauman diz que... peraí... Oi, eu estou procurando um livro chamado Vida para consumo, vocês têm ele aqui? Jó, você já sabe o que vai comprar para a Ju?

Voz masculina: Não, eu vou dar uma olhada...

Voz feminina: Ah, naquela estante ali no fundo? Obrigada! Então, o que você falou de moda, de se expressar, de definir uma identidade, tudo isso tem muito a ver com o que o Bauman diz. Para ele, nós vivemos em uma sociedade de consumidores, certo?

Voz masculina: Tá...

Voz feminina: Isso quer dizer que, segundo ele, o centro da nossa vida social é o consumo. Ou seja, o consumo tem um papel fundamental na formação das identidades das pessoas e na maneira como as pessoas vão se relacionar umas com as outras.

Voz masculina: Hãn? Como assim?

Voz feminina: Ai... É assim: o consumo, segundo o Bauman, afeta diretamente a forma como você se vê e você se projeta para os outros...

Voz masculina: Ah, que nem o lance da moda?

Voz feminina: Isso! Mas não é só com roupas. Isso está ligado também, por exemplo, à marca de celular que uma pessoa escolhe comprar ou ao tipo de filme que você gosta de ver ou à minha banda favorita...

Voz masculina: ...ou o curso que você escolhe fazer na faculdade?

Voz feminina: Hummm... é... de certa forma, sim.

Voz masculina: Mas você está fazendo uma faculdade pública, você não paga por isso...

Voz feminina: Ah, olha o livro aqui... Não é bem assim. Primeiro porque a gente paga imposto, né? Então, não é como se a faculdade pública existisse gratuitamente, graças à luz do Sol. E segundo porque você não precisa necessariamente comprar algo ou pagar por alguma coisa para consumir...

Voz masculina: Você está falando em roubar, Clara?!

Voz feminina: Lógico que não, Jorge! Presta atenção... Ó, se bem me lembro, aquele seu joguinho lá, o que você está treinando com seu time, é gratuito, não é?

Voz masculina: É.

Voz feminina: Tipo, você torrou uma grana naquelas roupinhas...

Voz masculina: Skins!

Voz feminina: ... naquelas skins, mas isso não faz diferença para o jogo funcionar ou não, certo?

Voz masculina: É. A gente só precisa baixar o jogo no computador ou no celular... não paga nada para jogar.

Voz feminina: Então, você e seus amigos passam horas consumindo esse jogo todos os dias e não pagam nada por isso.

Voz masculina: Hummm... entendi. Mas o que é que isso tem a ver com a identidade?

Voz feminina: Bem, de maneira bem simples, as coisas que você consome, sejam pagas ou gratuitas, acabam definindo a sua identidade para você mesmo e para os outros que estão a sua volta. Igual à questão das roupas que você comentou. Você gosta de jeans e camiseta e seu amigo Lucas gosta de camisetas de futebol. Ou o pai, que é fã do Caetano Veloso...

Voz masculina: Nossa...

Voz feminina: Ser fã do Caetano faz parte da identidade do pai, e isso acontece porque ele gosta muito das músicas dele, ou seja, ele se identifica com essas músicas. E essa identificação faz com que ele ouça ou consuma as músicas do Caetano. Entendeu?

Voz masculina: Ah... acho que sim. Mas vamos sair da seção de música, porque eu ainda tenho que escolher um livro para a Ju.

Voz feminina: Está bom. Você já sabe o que vai comprar?

Voz masculina: Mais ou menos...

Voz feminina: Vai ser um livro bem romântico e cheio de emoção para ela ler e se apaixonar por você?

Voz masculina: Não, Clara! Afff... A gente é só amigo...

Voz feminina: Amigo...

Voz masculina: É. E, além disso, ela não curte esse tipo de livro...

Voz feminina: E ela curte o quê?

Voz masculina: Eu acho que ela curte ficção científica.

Voz feminina: Sério?!

Voz masculina: Sério... ela passou uma semana falando de quanto adorou um tal de Neuromancer e que todo mundo deveria ler...

Voz feminina: Uau! Então, ela é meio nerd?

Voz masculina: Acho que sim... ela curte esses livros e é uma das melhores jogadoras do nosso time.

Voz feminina: Ah, ela está no seu time?! Ó, compra esse livro então...

Voz masculina: Ela está sim... A mão esquerda da escuridão?

Voz feminina: É um outro tipo de ficção científica... Não é como o Neuromancer, mas é um grande clássico também.

Voz masculina: Ah tá... e é bom?

Voz feminina: É um dos meus livros favoritos...

Voz masculina: Humm, beleza então... Vamos para o caixa. Você falou que a Ju é nerd, mas você também é, né?

Voz feminina: É... acho que eu posso ser identificada como uma nerd...

Voz masculina: Engraçado, esse lance de nerd tem a ver com o que você estava falando de consumo e identidade, né?

Voz feminina: Sim... tem toda uma história de bullying por trás dos nerds originais, mas acho que hoje em dia a gente pode entender a cultura nerd como uma identidade muito ligada ao consumo de livros, filmes, quadrinhos, jogos...

Voz masculina: Tá, mas... e aquele negócio de a gente se transformar em mercadoria?

Voz feminina: Ah... bem, é que o consumo está ligado à maneira como nós formamos nossa identidade, né?

Voz masculina: Sei...

Voz feminina: Mas, a nossa identidade não existe só para a gente olhar para a gente mesmo. Ela também serve para a gente se mostrar para os outros. Peraí... No débito, por favor. Então, a identidade está ligada também à maneira como a gente se projeta para os outros.

Voz masculina: Como se a gente tivesse fazendo uma propaganda de nós mesmos?

Voz feminina: Exatamente! Aliás, se você reparar, tem muita propaganda que não fala quase nada do produto que anuncia, mas apresenta todo um estilo de vida que supostamente está ligado a esse produto...

Voz masculina: Tipo propaganda de refrigerante?

Voz feminina: Isso! Ah, obrigada. Você embrulha esse para presente, por favor? Tipo propaganda de refrigerante...

Voz masculina: ...que às vezes não mostra nenhuma garrafa de refrigerante, mas tem um monte de gente jovem e bonita rindo e se divertindo loucamente...

Voz feminina: Obrigada! Vamos?

[Som ambiente de shopping]

Voz feminina: Outro bom exemplo é a propaganda de perfume, tipo aquela ali no telão. Você vê um comercial de perfume, mas é impossível sentir o cheiro através da tela. Então eles fazem o quê? Botam uma pessoa megassensual, séria e misteriosa em um vídeo em preto e branco com uma música clássica ao fundo para você pensar que o perfume – seja qual for o cheiro dele – vai transformar você em um galã de cinema!

Voz masculina: Mas a gente sabe que isso não acontece...

Voz feminina: A gente sabe, mas também não ignora que essa associação está lá. Afinal, ela foi quase imposta para a gente... E as pessoas com quem nós convivemos também conhecem essa associação, então se você disser “Eu estou usando o perfume X”, as pessoas vão associar a sua imagem à imagem que o comercial do perfume vendeu e vão pensar “Nossa, como você é chique!”

Voz masculina: E é como se a gente estivesse usando o comercial do perfume para fazer propaganda da gente?

Voz feminina: Isso mesmo. E se a gente está fazendo propaganda da gente, isso significa que a gente está se vendendo para os outros, ou seja...

Voz masculina: ... a gente virou mercadoria!

Voz feminina: Tcha-ram!

Voz masculina: Que louco!

[Som de elevador chegando]

Voz feminina: Segundo o Bauman, isso não acontece só com as coisas que a gente compra, mas com tudo que a gente consome. Vamos lembrar que, para ele, a nossa vida em sociedade é centrada no consumo. Então, se você consome o seu joguinho, você acaba vendendo essa imagem de ser um gamer e os amigos do seu time compram essa imagem ou essa sua identidade, da mesma forma que você comprou a deles. E pode ser que seja isso que sustente, em boa medida, a amizade entre vocês e, por isso, vocês formam um time e treinam juntos...

Voz masculina: Faz sentido...

Voz feminina: Mas aí, você, de repente, se apaixona por alguém do seu time!

Voz masculina: Quê?!

Voz feminina: E é claro que você se apaixona... ela é super-habilidosa, megainteligente e muito charmosa...

[Som de elevador chegando]

Voz masculina: Você está louca?

[Som ambiente de estacionamento]

Voz feminina: Então, o que você faz? Resolve comprar um presente superespecial pro aniversário dela... E por quê? Porque você não quer que ela te identifique apenas como mais um amigo de time de joguinho de videogame... Nããããooo! Você quer passar uma imagem diferenciada, uma imagem de alguém que manja dos gostos dela. E, então, com a ajuda da sua melhor e única irmã, você acha o livro perfeito para surpreender aquele coração sci-fi de nerd!

Voz masculina: Meu Deus, Clara! Você está delirando... eu já falei que a gente...

Voz feminina: ... é só amigo.

Voz masculina: É!

Voz feminina: Por acaso você comprou alguma camiseta de futebol para o aniversário do seu amigo Lucas?!

Voz masculina: É diferente...

Voz feminina: Claro que é... Jó, onde eu parei o carro mesmo?

Voz masculina: Não lembro...

Voz feminina: Caramba, Jó! A gente vai passar a eternidade procurando o carro!

Voz masculina: Não é aquele ali?

Voz feminina: Hummm vamos ver.

Voz masculina: Clara?

Voz feminina: Quê?

Voz masculina: O livro que você indicou é bom mesmo?

Locutor: Créditos: Os áudios inseridos neste conteúdo são da Freesound e da Audionautix.

O que você verá neste capítulo

Neste capítulo, você vai ler para refletir sobre consumo, publicidade e identidade. Vai também pesquisar sobre hábitos de consumo e se preparar para produzir um painel com os resultados de sua pesquisa.

Leitura

Atividade 1 – Leitura para estudo: “Identidade parcelada”

Antecipando a leitura com a turma

Você se considera uma pessoa que consome mais do que o necessário?

Já saiu de casa sem a intenção de comprar algo e acabou comprando por impulso?

A seguir, você vai conhecer trechos da reportagem multimídia “Identidade parcelada – juventude periférica, consumo e identidade”, uma investigação feita por estudantes de uma escola de jornalismo (Énois) sobre a relação entre o consumo, a cultura e a identidade dos jovens da periferia.

Para o desenvolvimento dessa reportagem, a equipe de jornalismo acompanhou duas pessoas que, segundo eles, “fogem do estereótipo” do jovem de periferia. Foram observados de perto os hábitos de consumo (de compras) e o cotidiano de pessoas como Denis, jovem evangélico de Americanópolis, bairro da zona sul de São Paulo, cujo estilo diferencia-se do clichê “paletó e Bíblia na mão”; e da Nairóbi, jovem falante e estilosa da Cidade Tiradentes, na zona leste de São Paulo, que ilustra bem uma nova faceta do movimento negro. Para avaliar os dados levantados durante a pesquisa, a reportagem contou com a participação de duas psicanalistas para descobrir como a personalidade pode ser influenciada por marcas, pela família, pelo desejo de consumo e pela necessidade de aceitação.

Selecionamos um trecho do uébidocumentário que compõe a reportagem e o transcrevemos para você, seguido de um trecho da parte escrita da reportagem, no qual aparece um infográfico que divulga os resultados obtidos pela reportagem “Identidade parcelada”.

Leia a reportagem (e, se puder, acesse-a pela internet), fazendo anotações em seu caderno sobre o que se pede, com a finalidade de se preparar para as discussões sobre o texto.

  1. Observe como os dois jovens entrevistados demonstram se comportar em relação ao consumo: consomem somente o necessário ou poderiam ser classificados como “consumistas”? Por quê?
  2. O que a mãe de Nairóbi questiona em relação ao consumo?
  3. O que as duas especialistas entrevistadas falam sobre:
    1. a exigência de consumo;
    2. a importância que damos à imagem que o outro faz de nós.
  4. O escritor Ferréz critica ou apoia o consumismo? Por quê?
  5. Você diria que Nairóbi e sua mãe se preocupam com a imagem que o outro faz delas? Por quê?
  6. Por último, ao finalizar a leitura, escreva um comentário se posicionando em relação ao que leu: o que achou da reportagem e, se concorda com o que os adultos disseram sobre consumo, justificando sua opinião.
Vinheta de seção. Contorno de um clipe.

Clipe

Énois é uma escola e laboratório aberto de jornalismo. Foi fundada em 2009 pelas jornalistas Amanda Rahra e Nina Weingrill, a partir de trabalho voluntário no Capão Redondo. Lá, jovens de 16 a 21 anos pensam pautas, produzem reportagens, experimentam formatos e constroem ferramentas diversas. Para saber mais sobre a escola, acesse: https://oeds.link/uy907D. Acesso em: 26 março 2022.

Vale a pena ver!

Reportagem “Identidade parcelada”: juventude periférica, consumo e identidade.

Escola de jornalismo Énois

Captura de tela. Fotografia em preto e branco sobre fundo rosa e faixa superior em amarelo com logotipo e textos. Duas pessoas vistas da cintura para cima. À esquerda, mulher de cabelos longos escuros, blusa de mangas curtas, ela usa par de brincos redondos, olhando para a direita, sorrindo. À direita, um homem com boné sobre a cabeça, de jaqueta escura, ele olha para frente, sorrindo. Na parte inferior, texto em amarelo: IDENTIDADE PARCELADA.

A reportagem multimidiática que você está conhecendo agora foi produzida como resultado de entrevistas e reflexões desenvolvidas por um grupo da Énois. “Identidade parcelada” é composta de um minidocumentário, disponível em: https://oeds.link/pWs3jJ. Acesso em: 26 março 2022.

Identidade parcelada

[Trecho transcrito do uébidocumentário inicia com trilha sonora e cenas com os entrevistados no Shopping e em suas casas enquanto são entrevistados.]

[Nairóbi] Às vezes se torna incontrolável, tem vez que eu fico em casa, no chão de casa, rolando porque eu quero uma roupa diferente.

[Denis] Quando vai no shopping, não dá muito certo. Você quer ir pro shopping só pra andar, aí você acaba vendo alguma coisa e fala “ah, vou colocar só pra ver como é que fica” e acabo comprando.

[Nairóbi] Negra, periférica, estilosa. Eu gosto de causar a diferença, me incomoda causarreticências chegar num lugar e estarreticências e ninguém me olhar. Eu gosto de chegarreticências e que todos me olhem. Com certeza eu sou tombadora! Por favor!

reticências

[Nairóbi] Cabeloreticências é caro, viu? Olha que naquela época ainda não, eu pagava tipo uns duzentos reais. Agora um cabelo dêsse daqui que você vê, uns trezentos reais na base. Olha esse tênis aqui, ele é o mais caro que eu tenho (risos). Eu pagueireticências eu inventei muita história pra minha mãe comprar ele. Na época eu tava trabalhando, mas eu tava com dó de dá dinheiro nele. Eu pagueireticências minha mãe pagou quinhentos reais nesse tênisreticências mas tipo, só eu tenho. Mentira, eu já encontrei um menino.

[Bernadeth, mãe de Nairóbi] Se você não tá com tênis, você não é reconhecido. Às vezes, mesmo quando a Nairóbi fazia parte dêsse grupo de Swag. Eu questionava muito. Até parece que é uma exigência. Há uma exigência.

[Ana Olmos, psicanalista] A exigência de consumo, se for uma das palavras de ordem nesse grupo, já é um indicativo que vai ser um grupo que oprime, não um grupo que liberta.

[Ferréz, escritor] Na periferia, você vale o que tem, mano. E vai ser assim, mano. Você vai valer o que você tem. Infelizmente. Até a literatura reinar, até a cultura reinar. A periferia é o único lugar do mundo onde o cara adesiva carro com marca de roupa, véio. O cara cria o adesivo da Nike, da Rebook, da Adidas, pra usar.

[Silvana Rabello, psicanalista] O mundo capitalista descobriu – eles são muito espertos, né? – que a gente sempre é incompleto. Talvez o grande sofrimento de todos nós é a gente ser sempre incompleto. Porque eu nunca estou satisfeito com a pessoa que eu sou.

reticências

[Silvana Rabello] A autoestima está o tempo todo regulada com a estima que eu tenho dos outros. Então não é autoestima. Não existe isso. Aí, eu me gosto porque eu me sinto gostada. Eu preciso dessa validação do outro.

reticências

[Bernadeth] O meu estilo foi uma defesa pra mim. Porque enquanto eu era criança, eu sofri muito com a questão do racismo na minha vida. Então foi uma parte que eu quis estar passando para as pessoas se levantarem.

[Ana Olmos] Esta ideia importantíssima de se passar vivencialmente para uma criança de que não é o outro que lhe define. Não é o outro, com o seu olhar, que lhe faz menos ou mais, isso ela aprende dentro de casa.

reticências

TRECHO do uébidocumentário Identidade parcelada: juventude periférica, consumo e identidade. Disponível em: https://oeds.link/pWs3jJ. Acesso em: 26 março 2022.

Reprodução de página da internet.

[Trecho da parte escrita da reportagem multimídia]

DE PASSINHO EM PASSINHO

Se São Paulo tivesse apenas 100 habitantes, 16 seriam jovens entre 15 e 24 anos. Sete seriam moradores das periferias. Cinco destes seriam pardos e/ou pretos e do sexo masculino. E todos teriam renda familiar até R$ 2dois reais.500,00quinhentos reais mensais – sendo que apenas três receberiam o teto. Não parece lógico que esses sete consumam mais do que os outros nove, que, além de serem maioria, também possuem uma renda familiar dez vezes maior do que a sua:

QUEM SÃO? 

Infográfico Fundo em amarelo. Ao centro, fotografia em preto e branco de um garoto com o corpo para a esquerda, de cabelos curtos, ele usa camiseta, bermuda e par de tênis  com os braços esticados e cabeça para baixo. Título: QUEM SÃO? Ilustração. Gráficos em pizza. Título: Cor Legenda: Azul: AMARELA Rosa: BRANCA Azul-claro: PARDA Vermelho-escuro: INDÍGENA Laranja: PRETA AMARELA: zero vírgula quarenta e cinco por cento BRANCA: quarenta e quatro vírgula cinquenta e sete por cento PARDA: quarenta e quatro vírgula setenta e dois por cento INDÍGENA: zero vírgula cinquenta e oito por cento PRETA: nove vírgula sessenta e oito por cento Ilustração. Gráfico em pizza. Título: Sexo Legenda: Verde: MASCULINO Rosa: FEMININO MASCULINO: cinquenta vírgula noventa e cinco por cento. FEMININO: quarenta e nove vírgula zero cinco por cento Ilustração. Gráfico em pizza. Título: Rendimento mensal Legenda: Marrom-escuro: EXTREMAMENTE POBRE Azul: POBRE Laranja: VULNERÁVEL Rosa: BAIXA CLASSE MÉDIA Verde: MÉDIA CLASSE MÉDIA EXTREMAMENTE POBRE: três vírgula cinquenta e dois por cento POBRE: quatro vírgula dez por cento VULNERÁVEL: vinte e um vírgula cinquenta e cinco por cento BAIXA CLASSE MÉDIA: trinta e um vírgula vinte e quatro por cento MÉDIA CLASSE MÉDIA: trinta e nove vírgula cinquenta e nove por cento

QUANTO GANHAM?

Gráfico em pizza. QUANTO GANHAM Jovens entre quinze e vinte e quatro anos. Legenda: Verde: Até duzentos e noventa e um reais por mês per capita Laranja: Entre duzentos e noventa e dois reais  e dois mil, quatrocentos e oitenta reais por mês per capita Azul: Acima de dois mil, quatrocentos e oitenta reais por mês per capita Verde: treze vírgula setenta e nove por cento Laranja: setenta e oito vírgula noventa e um por cento Azul: sete vírgula trinta por cento Ilustração. Gráfico em pizza. POPULAÇÃO TOTAL Verde: Até duzentos e noventa e um reais por mês per capita Laranja: Entre duzentos e noventa e dois reais  e dois mil, quatrocentos e oitenta reais por mês per capita Azul: Acima de dois mil, quatrocentos e oitenta reais por mês per capita Verde: onze vírgula setenta e cinco por cento Laranja: setenta e seis vírgula cinquenta e três por cento Azul: onze vírgula setenta e dois por cento

COM QUE GASTAM?

Infográfico. COM QUE GASTAM Círculo vermelho com mapa do estado de São Paulo em verde e título: Jovens das classes C e D de São Paulo Compras – quarenta e cinco por cento Ajuda em casa – vinte por cento Lazer – vinte por cento Cursos – seis por cento Guardam –  quatro por cento Filhos – um por cento Carro – um por cento Círculo laranja com mapa dos estados do sudeste em verde: Jovens da Região Sudeste Restaurantes – cinquenta e cinco por cento Contas de telecomunicação (WI-FI, TV a cabo, celular) – cinquenta e três por cento Vestuário – cinquenta por cento Transporte – quarenta e quatro por cento Supermercado – trinta e nove por cento Círculo azul com mapa do território do Brasil. Jovens do Brasil Contas de telecomunicação (WI-FI, TV a cabo, celular) – cinquenta e cinco por cento Transporte – cinquenta e três por cento Vestuário – quarenta e oito por cento Supermercado – quarenta e sete por cento Contas domésticas – quarenta e seis por cento.

Énóis. Disponível em: https://oeds.link/IrMtOC. Acesso em: 27 abril 2022.

Vinheta de seção. Contorno de um clipe.

Clipe

O critério mais utilizado para dividir as classes sociais no Brasil considera a renda total familiar por mês. Veja os valores relacionados à divisão por classes no ano da reportagem.

Estrato socioeconômico

Renda média domiciliar

A

23.345,11

B1

10.386,52

B2

5.363,19

C1

2.965,69

C2

1.691,44

D-E

708,19

TOTAL

2.908,32

Fonte: Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa. Disponível em: https://oeds.link/OvHgQb. Acesso em: 27 abril 2022.

  • Compartilhe, agora, suas anotações com a turma.
  1. Retomem as questões de 1 a 6 do roteiro apresentado no boxe Antecipando a leitura com a turma, discutindo:
    1. Os dois jovens consomem somente o necessário ou são consumistas?
    2. O que a mãe de Nairóbi e as duas especialistas falam sobre o consumo? E o escritor Ferréz?
    3. Nairóbi e sua mãe se preocupam com a imagem que o outro faz delas?
  2. Junte-se com mais dois colegas e compartilhem os comentários que cada um produziu se posicionando em relação à reportagem e defendam suas posições.
    • Você ou seus colegas mudaram suas opiniões sobre o texto depois de trocarem seus comentários?
    • Cada grupo deverá apresentar à turma uma síntese das posições assumidas e discuti-las.
  3. Qual visão podemos ter do jovem consumidor com base nas informações da reportagem?

O texto em construção

  1. Com relação ao nome da escola de jornalismo, Énois, o que podemos inferir sobre:
    1. a escolha do nome: o que levou a essa escolha?
    2. o público a que se destina uma reportagem feita por uma escola com esse nome: que tipo de “voz” encontraremos no texto. Quem serão esses autores que se identificam com “é nóis”?
    3. Você considera o nome adequado? Por quê?
  2. Que critérios foram usados para definir o público que era o foco da reportagem “Identidade parcelada”?
  3. Considerando a estrutura da reportagem e as opiniões dos entrevistados sobre o assunto, de que fórma o consumo é apresentado ao leitor?
  4. Como essa visão de consumo se relaciona com o título da reportagem “Identidade parcelada”?
  5. Observe, agora, os elementos de diagramação e design do texto na página/tela e as imagens usadas – tanto as que compõem o infográfico quanto a que anuncia o conteúdo do vídeo no boxe Vale a pena ver!
    • Explique como as escolhas feitas pela equipe colaboram para que reportagem se aproxime do público a que se destina.
  6. Volte a observar os infográficos da reportagem “Identidade parcelada”.
    1. Em relação ao tipo de gasto de cada um, você se identifica mais ou menos com qual ou quais perfil ou perfis? Explique.
    2. Quais são as principais semelhanças e diferenças entre os tipos de gastos de jovens das classes C e D de São Paulo em comparação com os de jovens da região Sudeste do Brasil?

Pesquisa em foco

Muitas pesquisas têm como objetivo observar e analisar as escolhas linguísticas e de outras linguagens na construção de documentos variados para reconhecer indícios ou evidências das intencionalidades dos autores na produção do texto. Esse é um tipo de análise documental que possibilita explicitar as estratégias usadas por eles para deixar mais evidente ou para ocultar as posições que assumem em relação ao assunto abordado e as estratégias para se aproximar do público visado.

Vinheta de seção. Contorno de um clipe.

Clipe

tíc Domicílios

A pesquisa tíc Domicílios tem o objetivo de mapear o acesso às tíc (Tecnologias de Informação e Comunicação) nos domicílios urbanos e rurais do país e as suas fórmas de uso por indivíduos de 10 anos de idade ou mais. A pesquisa, realizada desde 2005, faz parte das ações do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (cetíqui ponto bê érre)

7. Leia o gráfico a seguir que apresenta resultados da pesquisa tíc Domicílios, edição 2020.

Vamos lembrar

Publicidade e propaganda

A publicidade é uma fórma de comunicação que promove produtos, serviços e marcas com fins comerciais, enquanto a propaganda promove a difusão de ideias sem finalidades comerciais. Ou seja, a publicidade tem como finalidade o consumo de produtos, serviços e marcas pelo seu público, enquanto a propaganda espera a adesão do seu público a uma ideia.

Gráfico 1 – Crianças e adolescentes, por fórmas de divulgação de produtos ou marcas que viram na internet nos últimos 12 meses (2020)

Gráfico em barras na horizontal. 
Na vertical, dados diversos e na horizontal, dados de números equidistantes: zero, vinte, quarenta, sessenta, oitenta e cem.
Total de usuários de Internet de dez a dezessete anos (por cento)

Pessoas abrindo a embalagem de um produto: oitenta e dois por cento
Pessoas ensinando como usar algum produto: cinquenta e oito por cento
Pessoas mostrando produtos que alguma marca deu para elas: cinquenta e dois por cento
Pessoas indo a lojas ou eventos para mostrar algum produto ou marca: quarenta e sete por cento
Pessoas fazendo desafios ou brincadeiras com algum produto ou marca: quarenta e sete por cento
Sorteios ou concursos produtos ou marcas: quarenta e cinco por cento

Cetic.br. Gráfico crianças e adolescentes, por fórmas de divulgação de produtos ou marcas que viram na internet nos últimos 12 meses (2020). Disponível em: https://oeds.link/o9BGlp. Acesso em: 26 março 2022.

  1. Você diria que essas experiências que as crianças e adolescentes vivenciam ao navegar pela internet podem influenciá-los a consumir os produtos? Por quê?
  2. Se você já vivenciou algumas dessas situações navegando pela internet, quem era a pessoa ou eram as pessoas? Você a ou asconsidera importante ou importantes? Comente.
  3. Você acredita que as pessoas que realizam essas atividades na internet estão praticando uma fórma de publicidade dos produtos? Por quê?
  4. Você acredita que essas pessoas ganham algo ao divulgar esses produtos? Explique.
  5. Em sua opinião, há algum problema com esse tipo de atividade para esse público?
Vinheta de boxe com imagem de seta curva.

Anexo

Para discutir mais essa questão da publicidade na internet, organizem uma roda de conversa após a leitura do texto sugerido no Anexo de textos de apoio deste capítulo.

Atividade 2 – Leitura colaborativa: “Consumismo e baixa autoestima formam círculo vicioso”

Antecipando a leitura com a turma

Neste capítulo, vamos realizar uma leitura colaborativa de um texto jornalístico que aborda a relação entre a prática de consumo e o sentimento de felicidade.

  1. Leia o título e discuta com a turma: que tipo de informação você supõe que será apresentado no texto?
  2. Considerando as informações sobre o autor do artigo e as apresentadas no boxe sobre o Instituto Akatu, você acredita que o texto apenas trará informações sobre o assunto ou também poderá trazer a opinião do autor? Por quê?
  1. Você já tinha ouvido falar ou lido algo sobre o assunto tratado? O que já sabe sobre isso?
  2. Você acredita que o texto poderá lhe trazer alguma nova informação? Por quê?
Reprodução de página da internet.

COLUNISTA

Fotografia. Colunista Helio Mattar visto dos ombros para cima. Ele tem cabelos grisalhos, barba rala grisalha, usa par de óculos de grau redondo, camisa branca, gravata e terno  azuis. Ele olha para frente sorrindo. Fundo laranja.

Helio Mattar

Consumismo e baixa autoestima formam círculo vicioso

Helio Mattar – PUBLICADO 11/12/2017 17horas00

Comprar faz você feliz? Ninguém consegue negar o prazer de entrar em uma loja e comprar um produto ou serviço muito desejado. Mas, será que, passada a euforiaglossário momentânea, esta satisfação vai de fato ajudar a sustentar a sua felicidade?

Numa visão mais panorâmicaglossário , consumir não é sinônimo de bem-estar. Apesar de ter aumentado o seu poder de consumo nos últimos 50 anos, a população dos Estados Unidos não sente uma melhora no seu bem-estar, segundo uma pesquisa da American Psychological Associationglossário . Em comparação às condições da década de 50, hoje os norte-americanos podem ter o dobro de carros por pessoa e comer fóra de casa com uma frequência duas vezes maior – mas esse conforto não veio acompanhado de uma maior felicidade.

E o que explica esse aparente contrassensoglossário ? Cientistas vêm constatando uma relação muito próxima, praticamente de retroalimentaçãoglossário , entre consumismo e baixa autoestima, além de ser relacionado a patologiasglossário como depressão e ansiedade.

A relação entre baixa autoestima e materialismoglossário é relativamente fácil de entender: a autoestima pode ser definida como o apreço que uma pessoa confere a si própria, permitindo-lhe ter confiança nos próprios atos e pensamentos. Uma pessoa com baixa autoestima tende a “externalizar” o seu processo de valorização, ou seja, superestimar fatores externos.

Isso pode ser ainda mais pronunciado nesta era das redes sociais, quando é comum buscar reconhecimento na aprovação de terceiros, por meio de curtidas e compartilhamentos. Além disso, somos bombardeados com imagens superproduzidas de viagens, eventos e refeições maravilhosas a todos os momentos, que muitas vezes alimentam um sentimento de inferioridade em relação aos “amigos” da rede social. Será que só eu sou inadequado na sociedade?

Somado a isso, propagandas e anúncios trazem essa vida perfeita retratada de maneira muito acessível – basta adquirir o produto que está sendo vendido e tudo está resolvido.

Mas, a expectativa é frustrada e a viagem divertida com os amigos não se manifesta magicamente após a compra daqueles óculos de sol, não nos tornamos executivos de sucesso imediatamente após comprar “aquele” carro e não entramos em fórma apenas por comprar o tênis mais leve do mercado, insatisfações provocadas pelo discurso da publicidade de que comprar vai nos deixar mais felizes. Mas, neste sonho delirante, a única coisa que se torna realidade são as contas, que nem sempre se fecham no fim do mês.

E os sentimentos de inadequação e frustraçãoglossário continuarão, afinal, as pessoas das redes sociais e das propagandas seguem levando as suas vidas aparentemente perfeitas, diminuindo ainda mais a autoestima.

Continuaremos navegando pelas redes sociais e estaremos expostos a propagandas. E então, o que podemos fazer?

Em primeiro lugar, ter consciência de que este é o processo já é um grande passo. Passamos a ter elementos para entender melhor o que se passa, ao menos racionalmente. Depois, vem o mais difícil: apropriarmosglossário , com a mente e o coração, um sentido para a vida que vá muito além do consumo, que responda ao que é realmente importante na vida de cada um.

Nesse sentido, a pesquisa Rumo à Sociedade do Bem-estar, do Instituto Akatu, perguntou aos entrevistados o que eles consideravam ser felicidade. A resposta, para dois terços dos entrevistados, foi estar saudável e/ou ter sua família saudável.

Conviver bem com a família e os amigos também foi apontado como fator de felicidade para 60% do público que respondeu à pesquisa. Isso mostra que a maior parte da sociedade brasileira compartilha a noção de que, uma vez satisfeitas as necessidades básicasglossário , a felicidade é encontrada no que temos de mais humano, o bem-estar físico próprio e daqueles de quem gostamos e o afeto em si pelos amigos e pela família. Não inclui o caminho do consumismo.

Um outro fator a ser trabalhado no dia a dia, de maneira a enfraquecer ou quebrar o círculo vicioso da insatisfação no consumo e da autoestima, é estimular um diálogo aberto sobre a nossa autoimagem, nossos valores e a importância da aceitação da diversidade nos círculos dos quais fazemos parte, abrindo espaço para a autorreflexão e, por meio da troca de sentimentos e experiências, criar espaço para a percepção de que todos vivemos essas mesmas emoções e, com isso, nos valorizarmos a nós mesmos e aos outros.

Inicia-se outro círculoglossário , dessa vez virtuosoglossário , que tende a ficar mais forte conforme as pessoas se sintam mais à vontade de ser quem elas de fato são. E assim, podendo identificar com mais facilidade o que realmente faz feliz ou pelo menos traz contentamento suficiente, a cada um de nós. E quase que certamente descobriremos que isso está muito longe de ter o último modelo de smartphone.

Folha de São Paulo. Disponível em: https://oeds.link/BJ9cNd. Acesso em: 27 abril 2022.

Vinheta de seção. Contorno de um clipe.

Clipe

O Instituto Akatu é uma organização não governamental sem fins lucrativos que trabalha pela conscientização e mobilização da sociedade para o consumo consciente e a transição para estilos sustentáveis de vida.

Fonte: Instituto Akatu. Disponível em: https://oeds.link/VShbKZ. Acesso em: 27 abril 2022.

Criado em 1998, o Instituto Ethos é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (ócip) que tem a missão de mobilizar e auxiliar empresas na gestão de negócios de fórma socialmente responsável.

Fonte: Instituto Ethos. Disponível em: https://oeds.link/JdgQ3P. Acesso em: 27 abril 2022.

Primeiras impressões

  1. Afinal, o artigo de Helio Mattar aborda realmente a prática de consumo e sua relação com a felicidade?
  2. Na sua opinião, há diferença entre consumo e consumismo? Por que será que Helio Mattar usa em seu título a palavra consumismo, e não consumo?
  3. Helio Mattar apenas apresenta informações sobre um fato ou acontecimento ou também opina sobre o assunto abordado? Explique.
  4. Você acredita que o autor consegue demonstrar alguma relação entre consumo e identidade?
  5. Ler o texto “Consumismo e baixa autoestima formam círculo vicioso” acrescentou a você algum conhecimento sobre o assunto?
  6. Qual a importância das informações divulgadas em “Consumismo e baixa autoestima formam círculo vicioso”?
  7. Retorne à reportagem multimidiática “Identidade Parcelada” e observe se a crítica que Helio Mattar faz ao consumismo pode ser relacionada com o que é dito na reportagem sobre consumo. Explique sua resposta.

O texto em construção

1. O texto que você leu faz parte da coluna de Helio Mattar publicada na Folha de São Paulo. Trata-se de um artigo de opinião.

Artigo de opinião

É um texto que expressa a opinião de quem o escreve. Seu autor usa de argumentos para defender seu ponto de vista. É um gênero próprio da esfera jornalística, encontrado em revistas e jornais impressos e eletrônicos. Atualmente, também é muito comum em blogs que tratam de diferentes assuntos, todos eles envolvendo alguma polêmica de importância social (para certos grupos ou para a sociedade). A pessoa que assina textos dessa natureza deve demonstrar conhecer bem o assunto tratado e, de preferência, ser um especialista na área.

  1. Qual o assunto tratado pelo autor no texto?
  2. Qual a posição defendida por ele em relação a esse assunto?
  3. Para defender a sua posição, o colunista usa que tipo de informação?
  1. Você diria que essas informações são confiáveis? Por quê?
  2. Que comentário você faria sobre o texto para publicar na página dêsse artigo? Qual a sua posição sobre o ponto de vista e os argumentos do autor?

2. Veja os títulos e as linhas finas de outros artigos publicados pelo autor na coluna do mesmo jornal na época da publicação dêsse artigo que você está analisando:

Reprodução de página da internet.

Plástico: o perigo da demonização

Estudo diz que troca do plástico por materiais semelhantes poderia aumentar custo ambiental

A fórma de consumir pode contribuir (e muito) para enfrentar o aquecimento global

Tudo o que compõe nosso estilo de vida provoca, em seu processo produtivo, a emissão de carbono

Plásticos que duram poucos minutos e incomodam por séculos

Uso de canudinhos, copos descartáveis e sacolas plásticas pode ser facilmente evitado

Consumo de bens perde espaço para o de experiências

Sensação de pertencimento tem a ver com vivências compartilhadas, como viagens

Folha de São Paulo. Disponível em: https://oeds.link/ny8vsO. Acesso em: 27 abril 2022.

  1. Qual o tema comum a todos os textos do autor?
  2. Considerando os títulos e as informações das linhas finas dos artigos, qual parece ser o posicionamento geral de Helio Mattar quanto ao consumismo e ao meio ambiente?
  3. É possível associar essa posição defendida pelo autor sobre consumo e meio ambiente à defendida no texto “Consumismo e baixa autoestima formam círculo vicioso”?

3. Observe como o autor inicia seu artigo com perguntas.

“Comprar faz você feliz? reticências Mas, será que, passada a euforia momentânea, esta satisfação vai de fato ajudar a sustentar a sua felicidade?”

  1. Essas perguntas são respondidas por ele ou se espera que você, como leitor, as responda?
  2. Qual a resposta à segunda pergunta apresentada no trecho?
  3. Mais adiante, no texto, o autor lança uma nova pergunta: “E o que explica esse aparente contrassenso?”.
    • Essa pergunta tem que relação com o que foi dito antes e com o que foi dito depois?
  1. Qual pode ter sido a intencionalidade de usar essa estratégia de lançar perguntas ao longo do artigo de opinião?
  2. Como você poderia reescrever os trechos eliminando as perguntas?
    • Avalie: faria alguma diferença para o leitor haver ou não haver as perguntas?

4. Localize no artigo as palavras e expressões grifadas.

Versão adaptada acessível

Atividade 4.

No artigo, as palavras e expressões a seguir estão grifadas: “Em primeiro lugar”, “Depois”, “Nesse sentido” e “Um outro fator”.

Organizadores ou marcadores textuais

Para organizar as nossas ideias em um texto e ligar umas às outras, usamos certos recursos coesivos (também chamados de conectivos): palavras ou expressões que ajudam a conectar, a “costurar” essas ideias que compõem o texto.

Há organizadores que ajudam a ordenar a apresentação das ideias (inicialmente, antes, depois, em seguida), outros que ajudam a reformular (como o ou seja usado no parágrafo anterior), outros que ajudam a reforçar o que se quer dizer (de fato, na verdade, com certeza, é evidente que) e muitos outros que chamamos de operadores argumentativos porque marcam a relação entre as ideias apresentadas ligando umas às outras (mas, se, porque, e, além disso).

  1. Três delas são usadas para ordenar as ideias que o autor vai apresentando. Quais são?
  2. Essas três ideias respondem à qual pergunta do texto?
  3. A outra expressão grifada está ligando a ideia apresentada no período em que aparece com a ideia apresentada no período ou no parágrafo anterior. Copie em seu caderno a alternativa que explica a relação que ela estabelece entre as duas ideias.
    1. O conector usado marca a continuidade da ideia apresentada no período anterior, introduzindo um dado que a desenvolve mais.
    2. A relação é de contradição entre as duas ideias: o que é dito na frase em que o organizador aparece contraria o que foi dito antes.
    3. O conector introduz uma ideia alternativa, que pode substituir a ideia apresentada no período anterior.
    4. O termo usado marca uma relação de causa e conse­quência entre as ideias apresentadas: a anterior é consequência da seguinte.

Produção de texto

Conhecendo o gênero – pôster ou painel

No início deste capítulo, dissemos que você e seus ou suas colegas iriam refletir sobre consumo e identidade, não é mesmo? Dissemos também que vocês iriam pesquisar sobre hábitos de consumo e produziriam pôsteres ou painéis para serem expostos na escola. Pois bem, já realizamos reflexões importantes sobre consumo e identidade. Agora, chegou o momento de desenvolver a pesquisa e produzir os pôsteres para divulgar os dados obtidos.

Atividade 1 – O que é um painel ou pôster, onde circula e para que serve?

1. Observe as imagens a seguir e levante com seus ou suas colegas e seu ou sua professor ou professora hipóteses sobre o contexto de produção dos painéis de divulgação científica (ou pôsteres científicos).

Fotografia. Vista do alto de local com piso marrom e cinco jovens vistos da cintura para cima. À esquerda, três garotas com pastas nas mãos, à direita, dois garotos. Um deles gesticula com a mão direita.  Ao fundo, pessoas vistas parcialmente.
Estudantes de feira de ciências de escola nos Estados Unidos aguardam o resultado da avaliação de seus pôsteres apresentados. Março, 2014.
Fotografia. Vista do alto, salão com piso cinza e várias pessoas em pé, perto de mesas e cadeiras brancas, vários painéis brancos com pôsteres colados dividem o ambiente em corredores
Estudantes do Ensino Médio em feira de ciências de escola localizada em Massachusetts, Estados Unidos da América, 2016.
Fotografia. Vista do alto de salão com chão azul e com painéis brancos, em zigue-zague dividindo o espaço em vários corredores e várias pessoas em pé pelo ambiente.
Feira de ciências e matemática no Centro de Formação do Educador (Cefe), em São José dos Campos (São Paulo), 2018.
  1. Você já viu cenas como essas? Sabe onde e em que situação esses pôsteres parecem estar sendo divulgados/expostos?
  2. Considerando a quantidade de pôsteres que há em algumas imagens, você acredita que todos eles são lidos pelo público?
  3. Se dissermos que pôsteres ou painéis são usados na esfera de divulgação científica, o que você acha que eles divulgam e quem produz esse gênero de texto?
  4. Na primeira imagem, vemos que uma das pessoas está apontando para o pôster. O que ela pode estar fazendo?

Pôster, painel e cartaz de divulgação científica

Em uma breve busca na internet, podemos encontrar pôsteres, , cartazes e painéis de publicações em lugares públicos, para a divulgação de resultados de pesquisas científicas organizados em relatórios. Esses relatórios são, em geral, sintetizados, para ser apresentados como cartazes, pôsteres ou painéis. Eles podem ser produzidos em material gráfico, madeira, pintura em parede e, atualmente, podem estar disponíveis digitalmente, sendo chamados de êpôster.

Empregaremos os termos pôsteres, cartazes e painéis como sinônimos para tratar os textos compostos por informações visuais e verbais utilizados para apresentar os resultados de pesquisas a determinada comunidade, científica ou leiga.

Atividade 2 – Analisando o que pode compor um pôster ou painel

1. Observe o painel e responda às questões.

Painel. Título. Criança e consumo: discutindo a cultura infantil contemporânea Ilustração em preto e branco. Três logotipos, da esquerda para a direita: três triângulos e na parte inferior, texto: UNIVERSIDADE FEEVALE. Ao centro, dois triângulos opostos e texto: fabergs e na ponta direita: logotipo de cabeça para a esquerda e texto: CNPq. Texto. A criança na mídia nossa de cada dia: um estudo sobre consumo, publicidade e cultura infantil. Introdução Este estudo centra-se na análise de propagandas televisivas que colocam em evidência a criança, discutindo os ensinamentos da mídia sobre os múltiplos significados da infância contemporânea. Objetivo O objetivo da pesquisa é problematizar a relação da construção da infância contemporânea e a cultura do consumo Metodologia A primeira etapa da pesquisa centrou-se na descrição e análise dos anúncios que colocam em evidência a infância nas propagandas que veicularam nos canais SBT, Globo, Cartoon e Discovery Kids nas segundas-feiras do mês de dezembro de 2009. Foram analisadas 307 propagandas e organizadas em categorias buscando estabelecer recorrências. A segunda etapa do estudo contempla o desenvolvimento de oficinas de Mídia e Educação com crianças da Educação Infantil e discussão com acadêmicos de Comunicação Social a respeito da cultura infantil e os ensinamentos midiáticos. As análises foram desenvolvidas tendo como referência teórica privilegiada os estudos de Zygmunt Bauman e autores do campo dos Estudos Culturais. Resultados As propagandas voltadas para o público infantil foram organizadas em seis categorias: Ecologicamente Corretas, Educação, Gênero, Mundo Mágico, Adequadas e Adultização. Já as propagandas voltadas para o público adulto foram organizadas em cinco categorias: Criança Esperança, Adultização, Educação, Universo Infantil,Orgulho do Papai. Apartir do cruzamento do material veiculado na mídia, a produção das oficinas e a discussão com os acadêmicos foi possível problematizar e ampliar o debate sobre a relação da construção da cultura infantil e a cultura do consumo. O estudo apontou limites e possibilidades da regulamentação da publicidade infantil no Brasil e seu efetivo cumprimento. Conclusão A partir do cruzamento dos materiais analisados foi possível ampliar o debate sobre a relação da construção da cultura infantil e a cultura do consumo. Bibliografia BAUMAN, Zygmunt. Vida para Consumo: a transformação das pessoas em mercadoria. Tradução: Carlos Alberto Medeiros. Jorge Zahar Editor: Rio de Janeiro, 2008 BAUMAN, Zygmunt. Vidas desperdiçadas. Tradução: Carlos Alberto Medeiros. Jorge Zahar Editor: Rio de Janeiro, 2005 INFÂNCIA e consumo: estudos no campo da comunicação. Agência de Notícias dos Direitos da Infância (ANDI). Projeto Criança e Consumo do Instituto Alana (2009) POR QUE a publicidade faz mal para crianças. Projeto Criança e Consumo. Instituto Alana, 2009 Lei que proíbe propaganda infantil divide opiniões – http://www.redeandibrasil.org.br/em-pauta/lei-que-proibe-propaganda-infantil-divide opinioes/?searchterm=publicidade%20infantil%20proibida Regulação de Mídia e Direitos das Crianças e Adolescentes - Uma análise do marco legal de 14 países latino americanos, sob a perspectiva da promoção e proteção – Brasília, julho. 2008. ANDI – Agência de Noticias dos Direitos da Infância.Ilustração. Um balão de fala laranja com o texto: - Eu ganhei um patinho - E pra ganhar precisa comprar alguma coisa? - Não, é só querer.

Fonte: Lume u éfe érre gê ésse. Disponível em: https://oeds.link/IUAcTZ. Acesso em: 26 março 2022.

  1. Quais são as partes que compõem o painel?
  2. Lendo o tipo de informação que aparece em cada parte, como você explicaria o que é essencial ser escrito em cada uma delas?

Pesquisa em foco

Essas partes que você está analisando são também as mesmas utilizadas para produzir um relatório de uma pesquisa realizada. A diferença é que, em um relatório de pesquisa, cada um dêsses tópicos deve ser mais desenvolvido, de modo a apresentar mais detalhes sobre o processo e os resultados da pesquisa. Quando produzimos um relatório de pesquisa, ele pode ficar acessível à consulta para quem se interessar por ele. Diferentemente dos painéis, que são feitos para circular em eventos científicos cujo objetivo é divulgar as pesquisas em andamento e chamar a atenção para elas.

2. Releia as informações que compõem os dois primeiros itens do painel em estudo.

Introdução

Este estudo centra-se na análise de propagandas televisivas que colocam em evidência a criança, discutindo os ensinamentos da mídia sobre os múltiplos significados da infância contemporânea.

Objetivo

O objetivo da pesquisa é problematizar a relação da construção da infância contemporânea e a cultura do consumo.

  1. O que foi pesquisado e com que objetivo?
  2. Em que seção você encontra a explicação das etapas que a pesquisadora precisou seguir para realizar todo o estudo? Quais foram as etapas?
  3. Na pesquisa divulgada nesse pôster, quem foram as pessoas que fizeram parte do diálogo a seguir? Na sua opinião, por que ele foi inserido no painel?
Ilustração. Um balão de fala laranja com o texto: - Eu ganhei um patinho - E pra ganhar precisa comprar alguma coisa? - Não, é só querer.

d. Seguindo o modelo do painel que você acabou de ler, elabore um texto possível para as seções Introdução e Objetivo, considerando as informações a seguir.

Ilustração. Menino de cabelos ruivos, com camiseta verde, sentado em uma cadeira lilás, atrás de uma mesa marrom. Ele olha para baixo, com uma caneta na mão direita e a mão esquerda sobre o caderno de folhas brancas. Na ponta da mesa, um livro de capa vermelha.

Pesquisa/Título: Aprendendo com a internet

Foco: Aprendizado de língua estrangeira utilizando recursos gratuitos disponíveis na internet

Pergunta de pesquisa: como os jovens fazem para aprender novas línguas usando a internet?

3. Considerando o que você observou sobre o tipo de informação que deve aparecer em cada uma das partes (seções) do painel, em qual delas você poderia inserir gráficos e tabelas com dados de pesquisa analisados?

Atividade 3 – Estudando mais as seções do pôster ou painel

1. Observe o modelo de painel a seguir.

Esquema. Modelo de cartaz subdivido em seções: [Título do cartaz] Resumo Justificativa Objetivos Metodologia - espaço com tabela ilustrativa. Resultados Resultados - espaço com imagem de gráficos ilustrativos. Conclusão
  1. Imagine que você é um integrante da equipe de jovens que produziu “Identidade parcelada” e ficou responsável por editar o painel que será apresentado em um evento de divulgação de pesquisas sobre identidade e consumo nas culturas juvenis.
    • Em que partes do modelo você colocaria as informações apresentadas na página seguinte? Explique.

Informação 1

Para o desenvolvimento da reportagem “Identidade parcelada”, acompanhamos jovens de periferia, buscando avaliar seus hábitos de consumo em seus cotidianos. Foram também levantados dados quantitativos por meio de questionário e entrevista, segundo os quais desenvolvemos uma reflexão sobre como diferentes personalidades podem ser influenciadas por marcas, pela família e pelos desejos de consumo e aceitação.

Informação 2

Com base nos dados levantados e nas análises dos gráficos, foi possível avaliar a quantidade de influências que os jovens adquirem e suas transições de grupos e estilos, tão comuns na adolescência. Foi possível observar também diferentes questões sociais que envolvem jovens que vivem na periferia, como a complexa relação existente entre TER e SER, e a construção diária de suas identidades como seres que buscam pertencimento.

Informação 3

Infográfico. COM QUE GASTAM Círculo vermelho com mapa do estado de São Paulo em verde e título: Jovens das classes C e D de São Paulo Compras – quarenta e cinco por cento Ajuda em casa – vinte por cento Lazer – vinte por cento Cursos – seis por cento Guardam –  quatro por cento Filhos – um por cento Carro – um por cento Círculo laranja com mapa dos estados do sudeste em verde: Jovens da Região Sudeste Restaurantes – cinquenta e cinco por cento Contas de telecomunicação (WI-FI, TV a cabo, celular) – cinquenta e três por cento Vestuário – cinquenta por cento Transporte – quarenta e quatro por cento Supermercado – trinta e nove por cento Círculo azul com mapa do território do Brasil. Jovens do Brasil Contas de telecomunicação (WI-FI, TV a cabo, celular) – cinquenta e cinco por cento Transporte – cinquenta e três por cento Vestuário – quarenta e oito por cento Supermercado – quarenta e sete por cento Contas domésticas – quarenta e seis por cento.

Fonte: Énois. Disponível em: https://oeds.link/Gglxqq. Acesso em: 26 março 2022.

Atividade 4 - Tabulando dados e produzindo gráficos e infográficos
  1. Você percebeu que, em um painel, podemos inserir tabelas e gráficos.
    • Lembra-se em que seção eles normalmente são inseridos? Como podemos fazer isso?

2. Observe a tabela a seguir, com dados retirados da pesquisa tícKidsOn-line.

Assistiu a vídeos, programas, filmes ou séries on-line

Jogou on-line, conectado com outros jogadores

Ouviu música on-line

Postou na internet uma foto ou vídeo em que aparece

Realizou compras on-line

Usou redes sociais

Sim

Não

Sim

Não

Sim

Não

Sim

Não

Sim

Não

Sim

Não

De 9 a 10 anos

58

42

38

61

48

51

33

67

7

92

47

53

De 11 a 12 anos

60

40

41

59

52

48

40

60

4

96

66

34

De 13 a 14 anos

63

37

43

57

53

47

62

38

9

91

88

12

De 15 a 17 anos

70

30

39

61

70

30

71

29

18

82

92

8

Masculino

70

30

58

42

60

40

50

50

15

85

75

25

Feminino

59

41

22

78

57

43

62

37

8

91

82

18

Total

64

36

40

60

59

41

56

44

12

88

78

22

Fonte: Cetic.br. Disponível em: https://oeds.link/m1zkRr. Acesso em: 27 abril 2022.

  1. Quais perguntas foram formuladas para gerar essa tabela de dados da pesquisa?
  2. Você já sabe que os gráficos servem para representar e/ou comparar visualmente informações, principalmente o resultado de pesquisas. Existem diversos tipos de gráfico: de barras, de colunas, em pizza etcétera. Compare os dados da tabela com o gráfico a seguir.

Gráfico 2 – Proporção de crianças e adolescentes, por atividades realizadas na internet

Gráfico. Gráfico com barras na vertical. Título: Proporção de crianças e adolescentes, por atividades realizadas na internet Legenda: Verde: Sim Laranja: Não Percentual sobre o total de usuários de internet de nove a dezessete anos Dados na vertical de porcentagens e na horizontal, dados variados: Assistiu a vídeos, programas, filmes ou séries on-line Sim: sessenta por cento Não: quarenta por cento Comprou coisas na internet Sim: menos de dez por cento Não: quase cem por cento Jogou on-line, não conectado com outros jogadores Sim: Menos de sessenta por cento Não: um pouco mais de quarenta por cento Ouviu música on-line Sim: cerca de cinquenta por cento Não: cerca de cinquenta por cento Postou na Internet um texto, imagem ou vídeo que você mesmo fez Sim: Um pouco mais de vinte por cento Não: Um pouco mais de sessenta por cento Usou redes sociais Sim: Um pouco mais de sessenta por cento Não: Um pouco mais de vinte por cento

Fonte: Cetic.br. Disponível em: https://oeds.link/m1zkRr. Acesso em: 27 abril 2022.

  1. Que dados da tabela foram selecionados para produzir o gráfico? Que informação (visual ou verbal) lhe permitiu fazer tal afirmação?
  2. Com base nos dados da tabela e no gráfico anterior, o que podemos afirmar sobre o hábito de realizar compras na internet dos jovens brasileiros?
Vinheta de seção. Contorno de um clipe.

Clipe

tíc Kids On-line é uma pesquisa realizada pelo Centro Regional de Estudos para o desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br) que visa gerar indicadores sobre os usos que crianças e adolescentes de 9 a 17 anos fazem da internet.

Produzindo o texto

Condições de produção

O quê?

A partir de pesquisas desenvolvidas sobre perfil de consumo, você terá como meta produzir um painel sobre o comportamento de adolescentes para ser publicado na escola.

Para quem?

O painel será exposto na escola, para a comunidade escolar, como fórma de divulgar os resultados obtidos em pesquisa desenvolvida sobre hábitos de consumo.

Como fazer?

1. Preparando-se para a pesquisa Para realizar a pesquisa, a turma irá se organizar em grupos. Mas, antes de cada um partir para a sua pesquisa, haverá decisões a ser tomadas pelo coletivo. Defina, então, com ô á professor ou professora a formação dos grupos e prepare-se para planejar a pesquisa coletivamente.

Pesquisa em foco

Para realizar essa pesquisa sobre o comportamento consumidor do adolescente, você colocará em ação o que já aprendeu sobre coletar dados usando como instrumento de coleta os questionários que serão elaborados para realizar as entrevistas.

  1. Planejando a pesquisa – coletivo
    1. Definindo o recorte e o público da pesquisa
      1. A turma investigará o perfil consumidor dos ou das adolescentes da sua escola e o quanto esse perfil é influenciado por outras pessoas. Portanto, a principal pergunta a ser respondida pela investigação é: Qual o comportamento consumidor do ou da adolescente e em que medida ele ou ela se deixa influenciar pelos outros?
      2. Conheça alguns recortes possíveis que poderão ser tratados pelos grupos, inspirados nas discussões realizadas neste capítulo.

Comportamento consumidor – cultura e entretenimento

Comportamento consumidor – apresentação/estilo pessoal

Comportamento consumidor – tecnologia

Comportamento consumidor – alimentação

  1. Caso a turma queira levantar outras possibilidades de recortes, poderá fazê-lo, considerando sempre o tema geral proposto.
  2. Em seguida, os grupos devem combinar qual será o perfil dos entrevistados quanto à idade e ao sexo e quantos responderão ao questionário. A turma pode decidir se todos os grupos investigarão o mesmo perfil ou se cada grupo terá o seu próprio perfil. Copie os itens a seguir em seu caderno para registrar as decisões.

Dados quantitativos

a) Total de entrevistados

b) Perfil dos entrevistados

Total de turmas/salas que será considerado

Total de entrevistados por sala

  1. O próximo passo é elaborar algumas perguntas para compor o questionário que será usado para coletar as informações. Saiba mais no próximo item.
  1. Preparando os questionários – coletivo e em grupo
    1. A seguir, propomos um modelo de questionário com algumas perguntas que poderão fazer parte de todos os questionários que serão elaborados, independentemente do recorte do grupo.

Sugestão de modelo de questionário

Perfil de consumo dos ou das colegas da escola

Sexo: ____________Idade: ____________

Ano/Sala: ____________

Questão 1

Quem ou o que influencia a sua decisão sobre o que consumir?

amigos ou amigas  familiares  propagandas  influenciadores digitais  outros

Questão 2

Qual produto você consome porque não pode faltar na sua vida?

Questão 3

Você se sente excluído ou excluída quando não é possível consumir algo que a maioria dos ou das seus ou suas amigos ou amigas consome?

sim  não  às vezes

Questão 4

Você se deixa levar pelo que faz sucesso ou é novidade quando vai consumir algo?

sim  não  às vezes

Questão 5

Você se preocupa com o impacto que o que consome causa no meio ambiente?

sim  não

Produzindo o texto

  1. Depois de discutir se essas questões ajudarão a responder à pergunta da pesquisa – Qual o comportamento consumidor do ou da adolescente e em que medida ele ou ela se deixa influenciar pelos outros? –, reúna-se com seu grupo e:
    1. elaborem outras perguntas mais gerais, caso a turma avalie que seja necessário;
    2. elaborem mais três perguntas considerando o recorte do grupo de entrevistados.

Vamos lembrar

Quando elaboramos um questionário, em uma pesquisa, as questões podem ser abertas (para o entrevistado responder o que quiser) ou fechadas (com opções para o entrevistado assinalar).

  1. Depois de elaborarem as questões no grupo, apresentem-nas à turma e discutam quais farão parte do questionário e que ajustes precisam ser feitos.
  2. Montem o questionário com todas as perguntas e providenciem o número de cópias necessário para coletar as informações, ou se organizem para digitá-las e utilizar um aplicativo para que o questionário seja respondido eletronicamente, se possível.

4. Organizando a coleta

Ilustração. Um garoto e uma garoto, um de frente para o outro. À esquerda, garoto de cabelos encaracolados em preto, camiseta azul, bermuda  azul-escuro e par de tênis verde, com as palmas das mãos abertas, para frente. À direita, garota com o corpo para a esquerda, de frente para o menino. Ela tem cabelos castanhos, presos para trás e usa camiseta roxa, bermuda azul e par de sapatos  laranja, óculos de grau e segura apontado para a boca do garoto um celular cinza na mão esquerda.
  1. Finalizados os questionários, disponibilize-os para os entrevistados. Se a entrevista ocorrer presencialmente, expliquem a cada entrevistado do que se trata e esclareçam que depois esses dados serão divulgados para toda a escola. Caso o questionário seja respondido on-line, produzam um texto introdutório explicando o objetivo da pesquisa.
  2. Combinem o ano/turma que cada grupo irá entrevistar, marquem a data da coleta com os entrevistados e se organizem para realizar a coleta. Caso a turma tenha optado por preparar enquetes (questionários) eletrônicas, orientem os entrevistados escolhidos a realizá-las.
  3. Decidam, no coletivo, se irão tirar algumas fotos dos participantes que possam ser usadas no painel ou pôster que a turma vai produzir. A escolha do que fotografar é muito importante porque a imagem tem de ser significativa para a pesquisa. Por exemplo, vocês podem fotografar todo o grupo pesquisado ou um garoto e uma garota que o representem. Podem, ainda, fotografar alguns participantes com o objeto de consumo mais citado.
  1. Tabulando os dados
    1. É hora de tabular os resultados para ter uma ideia geral sobre a pesquisa. Você vai começar a fazer isso com os questionários que seu grupo aplicou.
A seguir, vejam sugestões de como organizar os dados coletados, considerando que o total de entrevistados é 50 pessoas.

I. Para tabulação das perguntas cujas respostas são uma de três alternativas:

Questão X
Você se sente excluído quando não é possível adquirir algo que a maioria dos seus amigos tem?

Questão X
Você se deixa levar pelo que está na moda quando vai consumir algo?

Sexo

Sim

Não

Às vezes

Sim

Não

Às vezes

Meninas

10

02

13

08

12

05

Meninos

12

05

08

13

07

05

Total

22

07

21

21

19

10

II. Para tabulação das respostas com mais de três alternativas:

Questão X
Com que frequência você troca de celular?

Sexo

Uma vez por ano

Sempre que sai um lançamento

Sempre que quebra

Não tenho celular

Meninas

02

10

10

03

Meninos

08

02

10

05

Total

10

12

20

08

III. Para tabular respostas de perguntas abertas, liste as respostas para, depois, organizá-las em tabela (ou planilha). Exemplo:

Ícone. Modelo.
Questão X
Que produto você consome e não pode faltar na sua vida?

Meninos

Meninas

Total

Batom

Perfume

Bijuteria

Água

Refrigerante

(Outros)

b. Cada grupo deverá tabular os dados relativos a todas as perguntas do seu questionário.

Produzindo o texto

  1. Analisando os resultados da pesquisa
    1. Explorando os dados Finalizada a tabulação do grupo, junte-a com as dos demais grupos para analisar os resultados obtidos, tendo em mente a questão principal da pesquisa: Qual o comportamento consumidor do ou da adolescente e em que medida ele ou ela se deixa influenciar pelos outros? Veja algumas perguntas que podem ajudar a turma a “olhar” para os dados e analisá-los.
  1. As respostas dadas pela maioria sinalizam que há uma tendência ao consumismo ou não?
    1. Quem se sente mais excluído pelos ou pelas amigos ou amigaspor não ter algum objeto que a maioria tem: meninos ou meninas?
    2. O número de pessoas que se deixam influenciar pelas propagandas é maior ou menor do que o número daquelas que são mais influenciadas por amigos ou influenciadores digitais? Analise com a turma os números e as respostas obtidas e pensem em outras questões que podem ajudar a construir uma interpretação, um retrato sobre o comportamento consumidor dos pesquisados.
    1. Construindo uma síntese com as conclusões da pesquisa Agora, você e seus ou suas colegas devem chegar a certas conclusões do que discutiram sobre os dados obtidos, levando em conta a questão da pesquisa. Essas conclusões vão compor o último item do painel.
      1. Primeiramente, você e seus ou suas colegas de grupo farão um primeiro esboço do que acreditam que é importante dizer sobre o que analisaram. Perguntem-se: que respostas podemos dar à questão da pesquisa: Qual o comportamento consumidor do ou da adolescente e em que medida ele ou ela se deixa influenciar pelos outros?
      2. Elaborado o esboço do grupo, compartilhem com os demais. A turma deverá escolher o esboço que considerar uma resposta mais completa. A partir dele, vocês irão fazer ajustes e complementos que tornem o texto mais completo e mais claro para o leitor. Mas lembrem-se de que o texto é destinado ao painel. Portanto, deverá ser breve.
      3. Finalizado o texto da conclusão da pesquisa, a turma passará a produzir o painel ou pôster.
Ilustração. Garota sentada atrás de uma mesa marrom, com o corpo para a esquerda. Ela tem  cabelos encaracolados pretos, usa camiseta verde, saia marrom e par de tênis verde. Sobre a mesa, um computador cinza com teclado e tela branca ao centro e texto em preto. A menina está com as mãos sobre o teclado.
  1. Produzindo o painel ou pôster
    1. Escolhendo o modelo Há muitos modelos de painéis ou pôsteres disponíveis na internet. Eles diferem em tamanho e em modo de organizar as informações verbais e não verbais. A turma escolherá um dos modelos de painel a seguir, considerando o que ficou decidido sobre o uso de imagens ou fotos, de gráficos e textos verbais. Verifique se será necessário deixar mais espaço para alguns dos itens. Você pode combinar com a turma para procurar outros modelos se assim desejarem.

Modelo 1

Esquemas em preto e branco. 
Modelo 1:
Pequenos retângulos na horizontal.
Título da pesquisa
Autores
Introdução 
Objetivos
Metodologia
Resultados (com texto, tabelas e gráficos)
Quadrados:
Imagens (pode ser a continuidade dos resultados ou imagens/fotos relacionadas)
Conclusão

Modelo 2

Esquema em preto e branco. 
Modelo 2:
Retângulos na horizontal:
Título da pesquisa
Autores
Introdução
Objetivos
Metodologia
Resultados (texto verbal)
Tabelas, gráficos ou fotos/imagens
Conclusão

Produzindo o texto

Modelo 3

Esquema em preto e branco. 
Modelo 3:
Retângulo na horizontal:
Título da pesquisa
Autores
Quadrados:
Introdução
Objetivos
Metodologia
Resultados (texto verbal)
Tabelas, gráficos ou fotos/imagens
Conclusão

Modelo 4

Esquema em preto e branco. 
Modelo 4:
Retângulo na horizontal.
Título da pesquisa
Autores
Quadrados:
Introdução
Objetivos
Metodologia
Retângulo na horizontal.
Resultados (texto verbal)
Retângulo na horizontal.
Tabelas, gráficos ou fotos/imagens
Conclusão
  1. Produzindo os demais itens do painel Volte ao seu grupo e preparem uma primeira versão do painel, produzindo cada uma das seguintes seções.
    1. A Introdução, que deverá responder às perguntas: o que pesquisamos? Qual foi o foco da pesquisa (o tema/assunto e o público pesquisado)?
    2. A seção Objetivos, que deverá responder à pergunta: qual o motivo, a finalidade da pesquisa?
    3. A Metodologia, que responderá à pergunta: o que foi feito, quais foram as etapas/ações realizadas para desenvolver a pesquisa?
    4. A seção Resultados, que responderá às perguntas: que informações os dados trouxeram? O que merece destaque? Decidam o que terá destaque: se usarão uma das tabelas organizadas na tabulação, se serão inseridas fotos ou outras imagens relevantes.
    5. A seção Conclusão já foi finalizada pela turma. Mas será importante revisá-la novamente, depois de produzir os outros textos das seções, para conferir se o texto se manteve coerente com o restante do painel.

Importante

1º Para a produção em grupo e a revisão no coletivo, orientem-se pela ficha de apoio à produção e à avaliação do painel ou pôster disponível no tópico Avaliando.

2º Os painéis devem ser breves: as informações que os compõem precisam ser rapidamente retidas pelo leitor e de maneira fácil. Para tanto, ao compor o painel, vocês devem levar em consideração os três pontos a seguir.

  1. Imaginem que o leitor está em pé, de passagem e em frente ao texto. Portanto, o texto precisa ser objetivo pois o leitor tem pouco tempo para leitura.
  2. Considerem os dois elementos gráficos do painel: o espaçamento e a organização dos elementos, que são compostos de blocos de texto e blocos de imagens. Retomem os exemplos dados durante a sequência de atividades e, caso seja necessário, pesquisem outros exemplos.
  3. Lembrem-se: os dados numéricos/quantitativos devem ser apresentados de fórma clara e organizada, em tabelas ou gráficos.
  1. Confeccionando o painel Concluídas a produção e a revisão dos textos, a turma planejará como será a confecção do painel e com que material ele será feito.
    1. O que vocês utilizarão como suporte (papel do tipo cráfiti, painel de madeira ou cortiça, folhas de papel sulfite etcétera.)?
    2. Onde o painel montado vai circular? Será afixado em um espaço específico da escola?
    3. Haverá outros pôsteres de outras turmas no painel? Como vocês vão organizar os pôsteres de cada turma no painel?
    4. Será proposto algum evento aberto ao público com a apresentação do ou dos material ou materiais?

Avaliando

A seguir, você encontra a tabela com os critérios para a produção e revisão do painel. Lembre-se de consultá-la durante e depois da escrita da primeira versão do painel.

Produzindo o texto

Ficha de apoio à produção e à avaliação do painel ou pôster

O texto atendeu aos critérios de:

1. Adequação à proposta

a) O painel trata de hábitos de consumo dos(as) jovens da sua escola?

b) O painel se dirige à comunidade escolar, responde às questões da pesquisa e atinge os objetivos propostos pela turma?

2. Adequação às características gerais estudadas do gênero e construção/coerência do texto (textualidade)

a) Apresenta todas as seções esperadas: resumo ou introdução, objetivos, metodologia/ desenvolvimento, resultados e conclusão?

b) A introdução do painel contém uma visão geral do trabalho?

c) A seção Objetivos expõe a finalidade da pesquisa?

d) A seção Metodologia descreve como foram desenvolvidas a pesquisa e a coleta de dados?

e) A seção Resultados apresenta tabelas ou gráficos que descrevem os dados obtidos ou imagens/fotos que ilustram algo relevante da pesquisa?

f) A seção Conclusão traz observações gerais sobre os resultados, que indicam que a pesquisa realizada deu uma resposta à pergunta que a motivou?

g) A organização das informações verbais e não verbais faz sentido e dá continuidade ao texto?

3. Uso das normas e convenções da norma culta escrita e de outras linguagens

a) O texto verbal segue as regras de concordâncias nominal e verbal da norma culta escrita?

b) As informações não verbais estão organizadas seguindo as normas da legibilidade da imagem/foto ou do gráfico ou tabela, garantindo boa leitura (fonte das letras, cores, qualidade das imagens etc.)?

4. Ortografia e pontuação

a) As palavras estão escritas de acordo com a ortografia corrente?

b) Houve uso adequado e intencional de sinais de pontuação, contribuindo para os sentidos do texto?

O que levo de aprendizagens deste capítulo

Faça um levantamento do que aprendeu lendo as perguntas a seguir.

  1. Você diria que, em geral, a sociedade atual consome apenas o necessário ou é consumista?
  2. Qual o poder das propagandas em sua vida? Você se deixa levar por elas? E pelos influenciadores digitais? Seus amigos influenciam suas escolhas?
  3. Você acredita que as reflexões feitas mudaram de alguma fórma o seu modo de ver o próprio consumo?
  4. O que você aprendeu com e sobre a pesquisa realizada com os ou as colegas para a produção do painel?
  5. Você considera o painel uma boa fórma de divulgar resultados de pesquisa?

Glossário

Euforia
: estado que pode ser caracterizado por agitação, entusiasmo, alegria, despreocupação, otimismo e bem-estar físico, mas que nem sempre corresponde às condições de vida ou a um fato objetivo.
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Visão panorâmica
: olhar amplo sobre determinado fato, assunto ou condição.
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American Psychological Association
: Associação Americana de Psicologia (em português) é uma organização que representa os profissionais de psicologia dos Estados Unidos e Canadá. Foi fundada em 1892 por 26 membros da Universidade de clárqui. Hoje em dia, tem aproximadamente 150 mil membros e é uma das maiores associações de psicólogos do mundo.
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Contrassenso
: opinião ou declaração oposta à razão, à lógica.
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Retroalimentação
: processo por meio do qual um sistema ou algo alimenta a si mesmo.
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Patologias
: do grego “estudo das doenças”. O termo também é usado para designar quaisquer alterações físicas que podem configurar alguma doença.
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Materialismo
: maneira de viver excessivamente voltada aos bens, valores e prazeres materiais.
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Frustração
: emoção que sentimos quando algo que esperamos não ocorre, ou quando um desejo nosso não é satisfeito. São sinônimos: decepção, insatisfação, desapontamento, desencanto, desilusão.
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Apropriarmos
: tornarmos próprio; tomarmos para nós, apoderarmo-nos de algo.
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Necessidades básicas
: condições essenciais para sobrevivência, como alimentação, abrigo, repouso, entre outras.
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Círculo virtuoso
: situação em que acontecimentos bons se repetem incessantemente, como se estivessem em um círculo, sendo um a causa do outro, sempre tendendo a melhorar cada vez mais. É o contrário de círculo vicioso.
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