Capítulo 2  O mistério dos contos fantásticos

Fotografia em preto e branco. Vista frontal de um casarão. À frente dele, uma área externa com um jardim de vegetação seca. Uma das árvores é bem alta e está inclinada na diagonal. Há três pisos no casarão. No primeiro, há algumas colunas brancas e uma escada que dá acesso ao jardim. Nos dois primeiros pisos, destaca-se uma fachada com tijolos escuros e, no último piso, fachada com tijolos brancos. Os telhados apresentam formato triangular e são escuros.
DOYLE, Maique. Casa abandonada. 2011. Obra elaborada pelo artista Maique Doyle unicamente com peças de Lego (mais de 50 mil). Ela tem 12,7 centímetros por 7,62 centímetros por 5,08 centímetros e sofreu retoques por computador apenas para realce das cores. O artista levou aproximadamente quatrocentas e cinquenta horas para construí-la.

Quem é?

Fotografia preto e branco. Busto de um homem de cabelos curtos e um pouco calvo, barba rala e olhos escuros. Ele veste camisa de gola escura e olha para frente, sorrindo, com os dentes de cima à amostra.
Maique Doyle, 2010.

Maique dóiu, designer gráfico que faz arte com brinquedos. Inspirado na arquitetura das mansões vitorianas, construiu a casa de Lego, apresentada na página anterior. Ela parece tão real que quase não se percebe que foi feita com as pecinhas do brinquedo.

Vinheta de seção. Contorno de um clipe.

Clipe

A Era Vitoriana (1837 ­- 1901) marca acentuado crescimento da economia inglesa, com reflexo na arquitetura e em suas construções. Diversas mansões vitorianas foram cenários inspiradores para muitos enigmas e mistérios da literatura da época, especialmente em narrativas cinematográficas.

Fotografia. Vista geral de uma casa de fachada branca com dois pisos. À frente da casa, um gramado verde com alguns arbustos pequenos e uma escada curta que dá acesso à varanda, a qual se estende por toda a parte frontal e a lateral direita da casa. No primeiro andar, há uma porta de entrada marrom e algumas colunas que sustentam o telhado. A casa possui várias janelas com bordas cinza-azuladas. Os telhados sobre o último piso apresentam formato triangular e cor cinza. Na parte esquerda do telhado, há uma chaminé vermelha. Ao fundo, árvores com folhagens verdes e céu nublado.
Casa em estilo vitoriano, em Nova York, 2018.

Converse com a turma

  1. Quais sensações a imagem desperta em você?
  2. Observe as cores e as o que ajuda a sugerir a ideia de casa “mal-assombrada”?
  3. Você já viu casas como essa em filmes ou animações? Como eram essas histórias?
  4. Você costuma ler histórias que causam sensações como as provocadas por essa imagem?
  5. Você conhece as estratégias de que se valem os narradores para causar essas sensações?

O que você poderá aprender

  1. O que são contos fantásticos?
  2. Que estratégias narrativas criam no texto efeitos de mistério?
  3. Como posso experimentar a leitura de contos fantásticos de Edgar Allan Pôu e de Charles Dickens?
  4. O que já sei sobre o conceito de paisagens sonoras?
  5. Como posso me valer dessas aprendizagens para, em colaboração com colegas, produzir e gravar leituras do conto “O sinaleiro”, com efeitos de sonoplastia que contribuam para a imaginação de uma paisagem sonora?

Leitura 1

O texto a seguir é um trecho do conto fantástico “A queda da Casa de úcher”, de Edgar Allan Pôu. O narrador, que não é nomeado, recebe uma carta de um antigo colega de escola, chamado róderic úcher. Na carta, rôdric conta que está muito doente e que por isso gostaria de receber a visita do colega. Você chegará com o narrador a essa casa por meio da leitura. Observe o que sente e pensa durante a leitura.

Clique no play e acompanhe a reprodução do Áudio.

Transcrição do áudio

Locutor: Trecho de A queda da casa de Usher, de Edgar Allan Poe

Locutora: O escritor estadunidense Edgar Allan Poe nasceu em 1809 e morreu em 1849. Em sua curta vida, escreveu textos que influenciam até hoje a produção de histórias de mistério e de suspense na literatura, no cinema e nos quadrinhos.

Você ouvirá a seguir um trecho de seu conto fantástico A queda da casa de Usher, publicado pela primeira vez em 1839. Nesse texto, o narrador, que não é nomeado, recebe uma carta de um antigo colega de escola, chamado Roderick Usher. Na carta, Roderick conta que está muito doente e que, por isso, gostaria de receber a visita do colega.

A passagem lida corresponde ao momento em que o narrador se aproxima da casa de Roderick Usher.

[Som de cavalo trotando e relinchando]

Narrador: [som de grilos à noite] “Durante todo um dia pesado, escuro e mudo de outono, em que nuvens baixas amontoavam-se opressivamente no céu, eu percorri a cavalo um trecho de campo singularmente triste, e finalmente me encontrei, quando as sombras da noite se avizinhavam, à vista da melancólica Casa de Usher.

[Música de terror de fundo]

Não sei como foi — mas, ao primeiro olhar que lancei ao edifício, uma sensação de insuportável angústia invadiu o meu espírito. Olhei para a cena que se abria diante de mim — para a casa simples e para a simples paisagem do domínio para as paredes frias — para as janelas paradas como olhos vidrados — para algumas moitas de juncos — e para uns troncos alvacentos de árvores mortas — com uma enorme depressão mental [...].

Que era — pensava eu, imóvel —, que era isso que tanto me atormentava na contemplação da Casa de Usher?

Era um mistério inteiramente impenetrável; também não consegui compreender as ideias nebulosas que me assaltaram.”

Locutor: Créditos: O trecho de "A queda da casa de Usher ", de Edgar Allan Poe foi publicado em 2008 pela Cia. das Letras. Todos os áudios inseridos neste conteúdo são da A.R. Efeitos sonoros e da Freesound.

A queda da Casa de Usher

Durante todo um dia pesado, escuro e mudo de outono, em que nuvens baixas amontoavam-se opressivamente no céu, eu percorri a cavalo um trecho de campo singularmente triste, e finalmente me encontrei, quando as sombras da noite se avizinhavam, à vista da melancólica Casa de Usher. Não sei como foi — mas, ao primeiro olhar que lancei ao edifício, uma sensação de insuportável angústia invadiu o meu espírito Olhei para a cena que se abria diante de mim — para a casa simples e para a simples paisagem do domínio — para as paredes frias — para as janelas paradas como olhos vidrados — para algumas moitas de juncosglossário — e para uns troncos alvacentosglossário de árvores mortas — com uma enorme depressão mental Que era — pensava eu, imóvel —, que era isso que tanto me atormentava na contemplação da Casa de Usher? Era um mistério inteiramente impenetrável; também não consegui compreender as ideias nebulosas que me assaltaram.

Pôu, Edgar Allan. Disponível em: https://oeds.link/w6Hafd. Acesso em: 20 junho 2022.

Quem é?

Gravura em preto e branco. Busto de um homem de cabelos escuros lisos penteados para o lado, bigode pequeno, olhando para frente, de boca fechada. Ele usa camisa branca de gola, lenço claro no pescoço e casaco escuro.
côl, tímoti. Edgar Allan Pôu. Gravura. Século dezenove.

Edgar Allan Pôu (1809­ - 1849), escritor estadunidense, dono de grande capacidade analítica, escreveu contos que serviram de base para o gênero policial e de mistério difundido no século vinte. Também deixou textos nos campos da estética, da crítica e da teoria literária. Sua obra teve grande importância para a renovação literária europeia no final do século dezenove.

Primeiras impressões

  1. Que sensações o narrador parece querer despertar no leitor?
  2. Que relações você estabelece entre a casa descrita e a construída por Maique Doyle?
  3. Como o narrador se sente ao ver a Casa de úcher e a paisagem ao redor dela? Que explicações ele dá sobre isso?
  4. E você, o que acha? Por que ele estaria se sentindo assim?

O texto em construção

Organize-se em dupla e converse com seu ou sua colega sobre as questões a seguir. Elas foram pensadas especialmente para vocês perceberem como os recursos de linguagem contribuem para os efeitos de mistério da narrativa.

  1. Qual expressão indica em que período do dia o narrador chegou à Casa de úcher?
  2. Vocês acham que a escolha de apresentar acontecimentos que ocorrem especificamente nesse período influencia nos efeitos da narrativa sobre o leitor? Por quê?
  1. Localizem a descrição da paisagem vista pelo narrador.
    • De que fórma essa descrição contribui para reforçar os efeitos da narrativa sobre o leitor?

Personificação ou prosopopeia

Trata-se de uma figura de linguagem em que se atribuem características, ações e sentimentos humanos a seres inanimados ou a animais.

  1. Localizem a passagem em que o narrador descreve a casa. Para vocês, o que mais essa descrição lembra?
  2. O que vocês acham que acontecerá dentro da casa?

Vale a pena ler!

Que tal entrar nessa casa para saber o que aconteceria ali? Busque o conto em sites seguros ou em livros de bibliotecas. Leia e reflita: O que o texto causou em mim? O que percebo de trabalho na narrativa para causar esses efeitos? O que achei mais criativo e surpreendente? Por quê? Converse livremente com os ou as colegas e, se quiser, compartilhe sua experiência de leitura nas redes sociais.

Do maravilhoso ao fantástico – Quem conta um contoreticências

reticências aumenta um ponto. Você já ouviu esse ditado? Ele é bem verdadeiro, se pensarmos em contos de tradição oral bastante conhecidos, como “A Bela Adormecida”, “O Gato de Botas”, “Chapeuzinho Vermelho”, “João e Maria”reticências Essas histórias eram contadas oralmente e, por isso, tiveram muitas versões, até que, entre os séculos dezoito e dezenove, foram registradas por escrito pelo francês Charles Perrault e pelos irmãos Grimm, na Alemanha. Também o dinamarquês Andersen fez versões escritas de contos populares, além de criar outros tantos. Apesar de passarem a circular também por escrito, a verdade é que essas histórias sobreviveram com a liberdade da autoria coletiva: pertencem a várias culturas e gerações, que foram acrescentando “novos pontos” aos contos, isto é, reinventando livremente suas próprias versões.

Chamadas de contos de fadas ou contos maravilhosos, essas histórias acontecem sempre no “mundo do faz de conta” e, para aproveitá-las bem, os ouvintes ou leitores precisam acreditar no “Era uma vezreticências”.

Já os contos modernos, de que Edgar Allan Pôu é um dos autores fundamentais, “nascem” na fórma escrita, e não oral. Os autores procuram trabalhar seus textos com estilo próprio, para que os leitores experimentem certos efeitos: curiosidade, alegria, humor, medo etcétera Nos contos modernos, parodiando o ditado popular, quem escreve um conto diminui um ponto. O que isso quer dizer? “Diminuir um ponto” significa buscar ser econômico na escrita, narrar apenas o que é essencial, para alcançar os efeitos desejados nos leitores, já que um conto é bem menor que, por exemplo, um romance.

Por isso, os bons contos são intensos, pois precisam “pegar” o leitor rapidamente, em poucas páginas. Esse princípio de economia foi levado ao extremo por escritores que ousaram desafiar a imaginação de seus leitores com minicontos e nanocontos, como a famosa história de Augusto Monterroso, em que, com uma frase, ele sugere uma história fantástica. Observe:

Quando acordou, o dinossauro ainda estava lá.

MONTERROSO, Augusto. In: FREIRE, Marcelino organização. Os cem menores contos do século. São Paulo: Ateliê, 2004.

O dinossauro estava mesmo lá ou era uma visão, uma espécie de alucinação de quem acabara de acordar? Impossível responder. E essa incerteza é o que caracteriza um conto fantástico.

Leitura 2

Agora você já sabe: o fantástico é esse “jogo” com que um texto deixa o leitor surpreendido e confuso sobre acontecimentos que não podem ser bem explicados pelas leis da realidade. Então, prepare-se para sentir isso, juntamente com sua turma e com o professor ou a professora, durante a leitura do conto “O sinaleiro”, de chárlis díquens, que será feita em quatro etapas.

Antes da leitura: o que era e o que fazia um sinaleiro?

Vinheta de seção. Contorno de um clipe.

Clipe

O que fazia o sinaleiro?

O sinaleiro avisava que a seção estava livre para receber um novo trem. Havia várias caixas de sinalização, e as mensagens entre elas eram transmitidas por um sistema de códigos de campainhas, via telégrafos elétricos.

Textos do passado trazem referências e conhecimentos distantes dos leitores de hoje, mas isso não deve ser um obstáculo para que deixemos de aproveitá-los. Muitíssimo pelo contrário, deve ser ocasião para aprendermos, de um jeito diferente, como eram outras sociedades, seus valores e costumes, e assim nos prepararmos para entender implícitos que estão no texto.

Você lerá a seguir um fragmento que tem como um dos protagonistas (lembre-se: esse é o nome que se dá à personagem principal) um trabalhador de uma função que hoje não existe mais: o sinaleiro de trem.

Os sinaleiros trabalhavam em condições nada fáceis: precisavam ficar atentos aos movimentos dos trens e não falhar na comunicação, feita por telégrafos (sistemas de comunicação realizada através de sinais enviados pelo aparelho de mesmo nome), desses movimentos, o que, claro, causaria graves acidentes. Eles ficavam sempre próximos às linhas, até mesmo à noite, em pequenas cabines.

Era exatamente assim que estava a personagem do conto “O sinaleiro”, de chárlis díquens, quando o narrador a viu de cima de um penhasco e gritou: “Alô! Aí embaixo!”.

O narrador é também protagonista da história, participa dos acontecimentos e os narra conforme sua percepção. Sobre ele mesmo, porém, pouco diz. O que o leitor pode inferir é que parece ser apenas alguém a passeio, em busca de uma boa conversa. O que ele não poderia imaginar é que a frase dita seria um péssimo jeito de começar um bate-papo.

Após ouvir essa frase, o sinaleiro o recebeu muito desconfiado e a conversa custou a avançar. Por fim, o homem confessou ao visitante: “Estou perturbado, senhor, estou perturbado”.

O narrador procurou saber o que acontecia: “Com o quê? O que o perturba?”.

Só recebeu, porém, a promessa de que a explicação seria dada em outro momento, em visita futura: “É muito difícil explicá-lo, senhor. É algo sobre o que é muito difícil falar. Se algum dia o senhor me fizer uma outra visita, tentarei contar-lhe”.

A leitura começará a partir dessa segunda visita. Prepare-se para chegar com o narrador até a cabine do sinaleiroreticências

Texto 1

O sinaleiro (parte 1)

“Boa-noite, então, e aqui está minha mão.” “Boa-noite, senhor; aqui está a minha.” Com isso, caminhamos lado a lado até sua cabina, entramos, fechamos a porta e sentamo-nos ao lado do fogo.

“Decidi, senhor”, começou ele, inclinando-se para a frente assim que nos sentamos e falando num tom pouco acima de um sussurro, “que não precisará perguntar duas vezes sobre o que me perturba. Tomei o senhor por outra pessoa ontem à noite. O que me perturba”.

“Esse engano?”

“Não. A outra pessoa.”

“Quem é ela?”

“Não sei.”

“Parecida comigo?”

“Não sei. Nunca vi o rosto. O braço esquerdo está na frente do rosto, e o braço direito está acenando. Acenando com violência. Assim.”

Segui seu gesto com meus olhos e era o de um braço a agitar-se com extrema comoção e veemência. “Pelo amor de Deus, saia do caminho!”

“Numa noite enluarada”, disse o homem, “eu estava sentado aqui quando ouvi uma voz gritar: ‘Alô! Aí embaixo!’. Fiz um movimento, olhei daquela porta e vi essa pessoa de pé, ao lado da luz vermelha perto do túnel, acenando exatamente como lhe mostrei agora. A voz parecia rouca de tanto gritar e gritava: ‘Cuidado! Cuidado!’. E depois novamente: ‘Alô! Aí embaixo!. Cuidado!’. Peguei minha lanterna, acendi a luz vermelha e corri em direção à figura, dizendo: ‘O que há de errado? O que aconteceu? Onde?’. Eu estava perto da escuridão do túnel. Avancei para bem perto dele, pois estranhei o fato de manter a manga diante de seus olhos. Corri para ele e, quando estendi minha mão para puxar a manga, ele desapareceu.”

“Dentro do túnel?”, indaguei.

“Não. Corri para dentro do túnel, quinhentas jardasglossário . Parei e levantei minha lanterna acima da cabeça e vi as figuras de uma certa distância e as gotas de umidade descendo pelas paredes e escorrendo pelo arco. Corri para fóra novamente, mais rápido do que correra para dentro dele (pois tenho um pavor mortal do lugar) e olhei tudo em volta da luz vermelha com a minha própria luz vermelha e subi a escada de ferro até a galeria acima e desci novamente, correndo de volta para cá. Telegrafei para ambos os lados: ‘Houve um alerta. Alguma coisa errada?’. A resposta de ambos foi: ‘Tudo certo!’.”

Afastando o lento toque de um dedo gelado a subir pela minha espinha, expliquei-lhe que aquela imagem devia ser uma ilusão de óptica e que se sabia que essas imagens, originadas por doença dos nervos delicados que comandam as funções dos olhos, muitas vezes perturbavam os pacientes, alguns dos quais haviam reconhecido a natureza de sua ansiedade e até mesmo comprovando-a por experiências consigo mesmos. “Quanto ao grito imaginário”, expliquei, “ouça apenas por um momento o vento nesse vale artificial enquanto falamos com vozes tão baixas e como ele faz dos fios do telégrafo uma harpaglossário extremamente sonora!”

díquens, chárlis. In: Dobrânsqui, Enid Abreu (Prefácio, seleção e tradução).Clássicos do sobrenatural. São Paulo: Iluminuras, 2004. página 139-150.

Quem é?

Fotografia em preto e branco. Um homem visto da cintura para cima está sentado em uma cadeira, mas em sentido contrário, com o cotovelo direito apoiado no encosto  e a respectiva mão na orelha de mesmo lado. O outro antebraço também está apoiado na cadeira. O homem tem cabelos escuros fartos e penteados para o lado e cavanhaque volumoso e encaracolado. Ele veste camisa clara e casaco escuro.
Retrato de chárles díquens, Londres, século dezenove.

chárlis díquens (1812 - 1870), considerado um dos mais importantes escritores ingleses do período vitoriano, escreveu obras que denunciavam muitos dos problemas da sociedade em que vivia: corrupção, miséria, lentidão da justiça, entre outros.

Vários de seus contos e romances foram traduzidos para diferentes línguas e motivaram adaptações para o cinema. Entre seus textos mais conhecidos estão Óliver , Um conto de Natal e Deivid .

Primeiras impressões

  1. Observe quando os verbos usados pelo narrador estão no presente e quando estão no passado. O que você conclui?
  2. Qual é a finalidade das aspas duplas no texto?
  3. Qual é a finalidade das aspas simples?
  4. Por que a presença do narrador perturbou inicialmente o sinaleiro?
    • Relacione a frase com a qual o narrador cumprimentou o sinaleiro com essa perturbação inicial que ele sentiu.
  5. Qual passagem indica que o narrador se assustou com o que ouviu?
  6. Quais passagens sinalizam que o narrador prefere acreditar em explicações ligadas ao “mundo real”?
  7. Reveja a noção de fantástico apresentada na página 36. Quais relações você estabelece entre ela e o que você respondeu às questões 5 e 6?

Essas explicações dadas pelo narrador são bastante convincentes e deveriam ter acalmado o sinaleiro, mas ocorre que ele ainda não havia terminado de contar o que aconteceureticências Voltemos, então, a ouvi-lo!

Texto 2

O sinaleiro (parte 2)

Tudo isso estava muito certo, respondeu ele, depois que já estávamos sentados por bons minutos, e já deveria ter pensado no vento e nos fios, ele que tantas vezes passara longas noites de inverno ali, sozinho e em vigília. Mas rogou-me atentar para o fato de que ainda não terminara.

Pedi desculpas, e ele lentamente acrescentou estas palavras, tocando em meu braço:

“Seis horas após a Aparição, aconteceu o famoso acidente desta Linha e durante dez horas os mortos e feridos foram trazidos de dentro do túnel, sobre o ponto em que estivera a imagem.”

Um calafrio desagradável subiu-me pelo corpo, mas fiz o possível para ignorá-lo. Era inegável, repliquei, que se tratava de uma coincidência notável e na medida certa para impressioná-lo. Mas era inquestionável que coincidências notáveis ocorriam sempre e que elas devem ser levadas em conta ao lidar com assuntos desse tipo. Embora eu certamente devesse admitir, acrescentei (pois julgava prever que ele iria contra-argumentar) que homens de bom-senso geralmente não incluem coincidências nas previsões dos acontecimentos cotidianos.

Ele novamente rogou-me que atentasse para o fato de que não terminara.

Novamente pedi desculpas por tê-lo interrompido.

“Isso”, disse ele, pondo a mão em meu braço de novo e olhando por sobre o ombro com olhos vazios, “aconteceu exatamente um ano atrás. Seis ou sete meses se passaram, e eu me recobrara da surpresa e do choque quando uma manhã, ao amanhecer, de pé naquela porta, olhei para a luz vermelha e vi o espectro novamente.” Ele parou, com um olhar fixo para mim.

“Ele gritou?”

“Não. Ficou em silêncio.”

“Ele acenou?”

“Não. Encostou-se ao poste da lanterna, com as duas mãos diante do rosto. Assim.”

Mais uma vez, segui seu gesto com os olhos. Era um gesto de luto. Já vi essa postura em figuras de pedra sobre túmulos.

“Você foi até ele?”

“Entrei e sentei-me, em parte para recobrar o domínio de meus pensamentos, em parte porque me sentia a ponto de desmaiar. Quando fui novamente até a porta, a luz do dia brilhava e o fantasma desaparecera.”

“Mas nada mais aconteceu? Foi tudo?”

Ele me tocou o braço com seu dedo indicador duas ou três vezes, acompanhando cada um desses gestos com uma inclinação da cabeça, aterrorizado.

“Naquele mesmo dia, quando um trem saiu do túnel, notei, numa janela do vagão para o meu lado, o que parecia uma confusão de mãos e de cabeças, e algo acenava. Eu o vi, a tempo de fazer um sinal para o foguista parar. Ele desligou e freou, mas o trem arrastou-se outras cento e cinquenta jardas ou mais. Corri para ele e, enquanto o acompanhava, ouvi gritos agudos e choros terríveis. Uma bela e jovem senhora morrera instantaneamente em um dos compartimentos e fóra trazida para cá; deitaram-na neste chão, aqui, entre nós dois.”

Involuntariamente, recuei minha cadeira, enquanto meu olhar ia das tábuas para as quais ele apontava para ele próprio.

“Verdade, senhor. Verdade. Foi exatamente assim que aconteceu, estou lhe dizendo.”

Eu não conseguia pensar em nada para dizer, nada que conviesse, e minha boca estava muito seca. O vento e os fios receberam a história com um longo gemido de lamento.

Ele recomeçou. “Agora, senhor, ouça bem e avalie a perturbação de meu espírito.”

díquens, chárlis. In: Dobrânsqui, Enid Abreu (Prefácio, seleção e tradução). Clássicos do sobrenatural. São Paulo: Iluminuras, 2004. página 139-150.

O texto em construção

Organize-se em dupla e converse com seu ou sua colega sobre as questões a seguir. Elas foram pensadas especialmente para vocês perceberem as sensações do narrador diante do suposto mistério.

  1. Que alteração ocorre com as reações do narrador diante dos novos acontecimentos contados pelo sinaleiro?
    • Em que passagem essa alteração fica clara?
  2. Relembrem o jeito de referir-se a objetos e coisas pelo uso da figura de linguagem personificação.
    1. Investiguem em dicionários impressos ou digitais os sentidos possíveis para o verbo lamentar.
  1. Como a personificação que ocorre em “O vento e os fios receberam a história com um longo gemido de lamento” ajuda a expressar o que o narrador passou a sentir?

3. Comparem estas falas do narrador.

um. “Quanto ao grito imaginário”, expliquei, “ouça apenas por um momento o vento nesse vale artificial enquanto falamos com vozes tão baixas e como ele faz dos fios do telégrafo uma harpa extremamente sonora!”

dois. Eu não conseguia pensar em nada para dizer, nada que conviesse, e minha boca estava muito seca. O vento e os fios receberam a história com um longo gemido de lamento.

  • Expliquem como a segunda atitude do narrador contradiz a primeira e o que isso revela de mudança na interpretação dele sobre o que estava acontecendo.
  1. As duas aparições do fantasma estão no passado, em relação ao momento em que o sinaleiro conversa com o narrador. Entretanto, o sinaleiro ainda demonstra perturbação.
    • Que hipóteses o leitor pode ter sobre isso? Por que, possivelmente, o sinaleiro ainda está perturbado? Vamos conferir se suas hipóteses passaram perto ou não do que nos espera no conto?

Texto 3

O sinaleiro (parte 3)

“O espectro voltou, uma semana atrás. Desde então, ele está lá, de quando em quando, intermitentemente.”

“Ao lado da lanterna?”

“Ao lado da lanterna de alerta.”

“O que ele parece estar fazendo?”

Ele repetiu, se possível com uma emoção e veemência maior, a gesticulação anterior de “Pelo amor de Deus, saia do caminho!”.

Depois continuou: “Não tenho paz ou tranquilidade por causa disso. Ele me chama, durante minutos seguidos, de uma fórma angustiada, ‘Aí embaixo! Cuidado! Cuidado!’. Ele fica acenando para mim. Ele toca meu sininhoreticências”.

Nesse momento, eu o interrompi. “Ele tocou seu sino ontem à noite, quando eu estava aqui e você foi até a porta?”

“Duas vezes.”

“Ora, veja”, disse eu, “como sua imaginação o engana. Meus olhos estavam no sino, e meus ouvidos atentos, e se estou vivo, ele NÃO tocou então. Não, nenhuma vez, exceto do modo natural das coisas físicas, quando a estação comunicou-se com você.”

Ele balançou a cabeça. “Eu nunca me enganei, senhor. Nunca confundi a badalada do espectro com a humana. O badalar do fantasma é uma vibração estranha no sino que não provém de nada mais, e não afirmei que não se vê o sino balançar. Não surpreende que o senhor não o tenha ouvido. Mas eu ouvi.”

“E o espectro pareceu estar lá, quando você olhou para

“Ele estava lá.”

“Ambas as vezes?”

Repetiu com firmeza: “Ambas as vezes”.

“Você poderia ir até a porta comigo e procurá-lo agora?”

Ele mordeu o lábio inferior como se relutasse um pouco, mas levantou-se. Abri a porta e fiquei no degrau, enquanto ele se deteve na soleira. Ali estavam as altas paredes de pedras molhadas do entalho. Ali estavam as estrelas bem acima delas.

“Você o vê?”, perguntei-lhe, observando atentamente seu rosto.

Seus olhos estavam arregalados e fatigados; mas não muito mais do que haviam estado os meus quando os dirigira atentamente para o mesmo ponto.

“Não”, respondeu ele. “Ele não está lá.”

“Exatamente”, disse eu.

Entramos novamente, fechamos a porta e sentamo-nos. Eu estava pensando em como aproveitar essa vantagem, se é que podemos chamá-la assim, quando ele retomou a conversa de um modo tão direto, admitindo que não poderíamos discordar seriamente diante do fato, que senti estar em uma posição muito desfavorável.

“A esta altura o senhor compreenderá perfeitamente”, disse ele, “que o que me perturba de modo tão terrível é a pergunta: o que quer dizer o espectro?”

Eu não tinha certeza, disse-lhe eu, de tê-lo compreendido perfeitamente.

“Ele está me avisando do quê?”, disse ele, ruminando, os olhos no fogo e apenas de vez em quando os voltando para mim. “Qual é o perigo? Onde está o perigo? Há um perigo à espreita, em algum lugar na linha. Alguma terrível desgraça está para acontecer. Quanto a isso não há dúvida, nesta terceira vez, depois do que aconteceu antes. Mas com certeza isso me atormenta.

O que posso fazer?!”

Ele tirou seu lenço e enxugou as gotas de suor de sua testa febril.

“Se eu telegrafar: Perigo, para um dos lados ou para ambos, não posso alegar nenhum motivo para tanto”, continuou ele, enxugando as palmas das mãos. “Eu iria me arrumar problemas e não adiantaria nada. Eles pensariam que estou louco. O que sucederia seria isto: Mensagem ‘Perigo! Cuidado!’ Resposta: ‘Que Perigo? Onde?’ Mensagem: ‘Não sei. Mas, pelo amor de Deus, cuidado!’ Eles me demitiriam. O que mais poderia fazer?”

Seu sofrimento causava grande pena. Era a tortura mental de um homem consciencioso, oprimido intoleravelmente por uma responsabilidade ininteligível que envolvia vidas.

“Quando ele ficou pela primeira vez sob a luz de perigo”, continuou, afastando da testa seus cabelos escuros e esfregando as mãos pelas têmporas, num gesto de desespero febril, “por que não me dizer onde esse acidente devia acontecer — se ele devia acontecer? Por que não me dizer como ele poderia ter sido evitado — se ele pudesse ser evitado? Quando, de sua segunda aparição, ele escondeu o rosto, por que, em vez disso, não me disse ‘Ela vai morrer. Diga-lhes para mantê-la em casa’? Se ele viesse, nessas duas ocasiões, apenas para me mostrar que seus avisos eram verdadeiros e, portanto, para preparar-me para o terceiro, por que simplesmente não me avisar agora? E eu, Deus me ajude, um simples e pobre sinaleiro neste lugar solitário! Por que não ir até alguém com credibilidade e poder para agir?!”

Quando o vi nesse estado, compreendi que, em favor do pobre homem, assim como para a segurança do público, o que me cabia fazer no momento era acalmá-lo. Consequentemente, deixando de lado toda discussão entre nós sobre o que era real e o que não era, argumentei com ele que quem quer que exercesse tão conscienciosamente sua função fazia-o bem, e que ao menos para seu consolo ele compreendia seu dever, embora não compreendesse essas aparições malditas. Nesse esforço eu me saí muito melhor do que na tentativa de convencê-lo de que estava errado. Ele ficou calmo; as ocupações inerentes a seu posto, à medida que a noite avançava, começaram a requisitar cada vez mais sua atenção, e eu o deixei às duas da manhã. Eu me ofereci para ficar a noite toda, mas ele absolutamente não quis.

Que eu mais de uma vez olhei para trás, para a luz vermelha, enquanto subia pelo caminho, que eu não gostava da luz vermelha e que teria dormido muito mal se minha cama estivesse sob ela são fatos que não vejo motivo para esconder. Nem gostei das duas sequências do acidente e da moça morta. Não vejo motivo para esconder isso também.

Mas o que mais me ocupava o pensamento era a reflexão sobre como deveria agir, agora que me fóra feita uma tal revelação.

Eu verificara que o homem era inteligente, atento, escrupuloso e pontual; mas por quanto tempo ele continuaria assim, nesse estado de espírito? Apesar de sua posição subordinada, ele tinha uma responsabilidade da maior importância. Gostaria eu (por exemplo) de apostar minha própria vida nas possibilidades de ele continuar a executá-la com perfeição?

Incapaz de superar uma sensação de cometer de certa fórma uma traição se comunicasse aos seus superiores na Companhia o que ele me dissera, sem primeiro ter uma conversa franca e propor uma solução intermediária para ele, resolvi por fim oferecer-me para acompanhá-lo (e também guardar segredo por uns tempos) ao melhor médico especialista que pudéssemos consultar na região e pedir sua opinião. Uma mudança no seu turno de serviço ocorreria na noite seguinte, segundo ele me informara; ele estaria livre uma hora ou duas após o amanhecer e voltaria logo depois do anoitecer. Tínhamos marcado nosso encontro conforme esse esquema.

díquens, chárlis. In: Dobrânsqui, Enid Abreu (Prefácio, seleção e tradução). Clássicos do sobrenatural. São Paulo: Iluminuras, 2004. página 139-150.

Converse com a turma

  1. Suas hipóteses a respeito de por que o sinaleiro continuava perturbado se confirmaram?
  2. Você sabe o que é um dilema? Que dilema o narrador experimenta?
  3. Que importância você atribui ao conto também como uma fórma de colocar em questão as condições de trabalho do sinaleiro? Por quê?

Leia a parte final do conto e reflita sobre os efeitos que a narrativa buscou causar em você.

Texto 4

O sinaleiro (parte 4)

A noite seguinte estava agradável, e eu saí cedo de casa, a fim de desfrutá-la. O sol ainda não se pusera quando atravessei a calçada próxima do topo do entalhe profundo. Eu estenderia minha caminhada por uma hora, disse comigo, meia hora para ir e meia hora para voltar, e então já seria hora de ir à cabina do meu sinaleiro.

Antes de prosseguir meu passeio, pisei na borda e mecanicamente olhei para baixo, no lugar de onde o vira pela primeira vez. Não consigo descrever o calafrio que me percorreu quando, junto à boca do túnel, vi o vulto de um homem, com sua manga esquerda sobre os olhos, acenando veementemente com o braço direito.

O indizível horror que me sufocava passou num minuto, pois logo vi que esse vulto era de fato um homem e que havia um pequeno grupo de outros homens em pé a uma pouca distância dali, para quem ele parecia estar encenando o gesto que fizera. A luz de perigo ainda não estava acesa. Junto ao poste, estava uma pequena tenda baixa, que nunca vira antes, com suportes de madeira e lona. Não parecia maior do que uma cama.

Com uma sensação inelutável de que havia algo errado — com um súbito medo do sentimento de culpa pelo erro fatal de ter deixado o homem ali e não ter feito com que enviasse alguém para supervisioná-lo ou corrigir o que ele fazia —, desci o caminho chanfrado o mais depressa que pude.

“O que aconteceu?”, perguntei aos homens.

“O sinaleiro foi morto esta manhã, senhor.”

“Não é o homem daquela cabina, é?”

“É sim, senhor.”

“O homem que conheço?”

“O senhor o reconhecerá, se o conhecia”, disse o homem que era um porta-voz, descobrindo solenemente sua própria cabeça e levantando uma ponta da lona, “pois seu rosto não se alterou.”

“Meu Deus! Como isso aconteceu, como isso aconteceu?”, perguntei, virando para um e para outro, enquanto a cabina era novamente fechada.

“Ele foi morto por uma locomotiva, senhor. Ninguém na Inglaterra conhecia melhor seu trabalho do que ele. Mas, não se sabe por quê, ele não saiu do trilho externo. Foi em pleno dia. Ele havia acendido a luz e tinha na mão a lanterna. Quando a locomotiva saiu do túnel, ele estava de costas para ela e foi atingido. Aquele homem ali estava no comando e mostrando como aconteceu. Mostre a este cavalheiro, Tom.”

O homem, que usava uma capa tosca e escura, recuou para o lugar onde estivera antes, junto à boca do túnel.

“Depois da curva do túnel, senhor”, disse ele, “eu o vi no fim, como que numa luneta. Não deu tempo de diminuir a velocidade, e eu sabia que ele era muito cuidadoso. Como ele pareceu não ouvir o apito, eu desliguei a máquina quando estávamos próximos dele e chamei-o o mais alto que pude.”

“O que você disse?”

“Eu disse: Alô, aí embaixo! Cuidado! Cuidado! Pelo amor de Deus, saia do caminho!”.

Levei um choque.

“Ah!, foi horrível, senhor. Eu não parei de gritar para ele. Pus meu braço na frente dos olhos, para não ver, e acenei este outro até o último momento; mas de nada adiantou.”

Para não prolongar a narrativa com detalhes acerca de algumas das estranhas circunstâncias mais do que de outras, posso, ao encerrá-la, sublinhar a coincidência de que o alerta do maquinista da locomotiva incluía não apenas as palavras que o infeliz sinaleiro repetira para mim e que dizia persegui-lo, mas também as palavras que não ele, mas eu próprio associara e apenas mentalmente — ao gesto que ele imitara.

díquens, Charles. In: Dobrânsqui, Enid Abreu (Prefácio, seleção e tradução). Clássicos do sobrenatural. São Paulo: Iluminuras, 2004. página 139-150.

Converse com a turma

  1. Você esperava esse final para o conto? O que achou desse desfecho?
  2. Além de um acontecimento sobrenatural, quais explicações lógicas poderiam ter sido dadas para o que aconteceu com o sinaleiro, considerando as condições de trabalho dele?
  3. Em sua opinião, o que faz com que, apesar das explicações lógicas cabíveis, o conto cause sensações como medo e espanto?
    • Qual frase, repetida ao longo da narrativa, ajuda a criar essa sensação?

Gostou do estilo de chárlis díquens? Quando quiser, procure mais obras de autoria desse escritor em sites e bibliotecas. Há filmes inspirados em seus textos, como uma versão cinematográfica do conto fantástico “Um conto de Natal”, escrito em 1843. Leia a sinopse do filme em “Vale a pena ver!” e decida se quer assistir.

Vale a pena ver!

Os fantasmas de iscrúgi, ê u á, 2009.

Direção de Róbert Zeméquis.

Ebenezer é milionário e muito mesquinho. Como o dinheiro é tudo com o que ele se importa, despreza datas como o Natal. No ano em que seu sócio morre, porém, Ebenezer recebe a visita dos fantasmas do Natal do passado, do presente e do futuro, que mostram a ele as consequências de suas atitudes do passado e do presente e o que pode acontecer a ele no futuro.

Cena de filme. Cena de filme mostrando um fantasma conversando com um homem idoso. Posicionado à esquerda, o fantasma veste um manto longo branco, não tem pescoço e possui uma cabeça arredondada e iluminada com luz amarela, com uma chama alaranjada para cima. No centro da cabeça, há um rosto humano. Em sua mão direita, segura um objeto em formato de cone. À direita, bem no canto da cena, um homem visto dos ombros para cima e de costas, mas levemente inclinado para o lado. Ele tem cabelos brancos; veste um gorro com pontas para a lateral e roupa bege. Ele está com a mão esquerda na altura do ombro, segurando algo não visível. Ao fundo, paredes em marrom. Na cena, predomina um contraste entre o claro, nas personagens, e o escuro, no ambiente.
Cena do filme Os fantasmas de iscrúgi. Direção de Róbert Zeméquis, 2009. Estados Unidos da América.

Oficina de leitura e criação – Leituras e paisagens sonoras de “O sinaleiro

Condições de produção

O quê?

Leituras expressivas do conto, explorando a entonação, o ritmo e as pausas para sugerir efeitos de sentido; gravação dessas leituras, combinadas a sons, ruídos e barulhos que ajudem a imaginar uma paisagem sonora para a história.

Para quem?

Para a própria turma, de fórma que ela possa ampliar o exercício da colaboração e da criatividade, na autoria de paisagens sonoras para o conto, com recursos de sonoplastia. Além disso, vocês poderão circular as leituras para outros ouvintes/leitores pelas redes sociais.

Enquanto você lia o conto “O sinaleiro”, certamente pensou em sons e barulhos, imaginando a paisagem sonora onde se passava a história.

Paisagem sonora

Conceito criado pelo músico-educador canadense Murray Schafer, a paisagem sonora é o nosso ambiente sonoro, o sempre presente conjunto de sons, agradáveis e desagradáveis, fortes e fracos, ouvidos ou ignorados, com os quais vivemos. Do zumbido das abelhas ao ruído de uma explosão, esse vasto compêndio, sempre em mutação, de cantos de pássaros, britadeiras, música de câmara, gritos, apitos de trens, buzinas de automóveis e barulho de chuva tem feito parte da existência humana por uma representação singular de determinados ambientes acústicos e, por consequência, pela impregnação de sentidos no lugar.

Fonte: Ischéfer, Mãrrei. A afinação do mundo. 2. ediçãoSão Paulo: Editora da Unésp, 2011.

Vale a pena ver!

Vermelho como o céu, Itália, 2006.

Direção de Cristiano Bortone.

Mirco é um jovem italiano de 10 anos apaixonado pelo cinema que perde a visão após um acidente. Vai estudar em um instituto para deficientes visuais, na cidade de Gênova, na Itália, onde descobre um velho gravador e passa a criar histórias sonoras. Baseado na história real de Mirco Menacci, um renomado editor de som do cinema italiano.

Cena de filme. À direita, um menino agachado, com a cabeça inclinada e a orelha direita posicionada paralelamente à palma da mão direita aberta. Próximo a ele, sobre um chão com revestimento branco, um aparelho retangular com pequenos botões e alguns fios. O menino tem sobrancelhas finas, lábios grossos e cabelos lisos; veste blusa de frio de mangas compridas e sapatos pretos. Ao fundo, parede bege com rodapé verde.
Cena do filme Vermelho como o céu. Direção de Cristiano Bortone, 2006. Itália.

No teatro e no cinema, as paisagens sonoras são ficcionalmente construídas graças à sonoplastia, que explora sons, músicas e mesmo pausas de silêncio, para sugerir acontecimentos, sentimentos, emoções etcétera

Que tal dar vida às paisagens sonoras que você imaginou para o conto “O sinaleiro” e produzir uma gravação de leitura bem expressiva dele, introduzindo efeitos de sonoplastia?

Como fazer?

  1. Para organizar o grupo A turma será organizada em quatro grupos de trabalho, um para cada parte do texto, como trabalhamos no capítulo. Esta será uma ótima oportunidade para você conhecer melhor colegas com quem tenha tido pouco contato. Cada grupo se dividirá em três subgrupos, que formarão equipes que ficarão responsáveis por:
    1. Equipe de interpretação: fará a leitura do texto, com bastante expressividade, sugerindo sentidos pela entonação, pelo ritmo e pelas pausas. Atenção às vozes que compõem o texto em seus diferentes tempos: narrador e personagens.
    2. Equipe de pesquisa para a paisagem sonora: imaginará sons, ruídos e barulhos de coisas, bichos, gente, meios de transporte e máquinas, que podem ser associados a passagens do texto. Investigará e experimentará fórmas de produzir esses sons, ruídos e barulhos, usando a boca, o corpo, objetos diversos, instrumentos etcétera
    3. Equipe de captação e edição de som: gravará as leituras e os sons com um smartphone e, com a orientação do professor ou da professora, salvará o arquivo final em um espaço digital comum (um drive em nuvem, uma pasta em um PC da escola, um pendrive, por exemplo). Se quiser, essa equipe poderá também usar sófitiuérs de edição de som, explorando outros efeitos. Para isso, poderá utilizar conhecimentos que membros do grupo já tenham ou investigar tutoriais na internet. Lembrem-se de que cada subgrupo responde por uma frente de trabalho, mas tudo deve ser discutido e decidido por todos ou todas, de modo que as decisões finais sejam resultado de um processo coletivo.
  2. Antes da gravação Ensaiem bastante, até que as falas alcancem a expressividade desejada e o texto “ganhe vida”!
Ilustração. Duas crianças estão  sorrindo e em pé, uma de frente para a outra. A menina está à esquerda e é vista de lado, segurando um microfone com fio na direção do menino. Ele é visto de frente, está posicionado à direita da cena e usa as duas mãos para esticar uma folha de papel bege. A menina tem cabelos encaracolados na altura do ombro e nariz fino; ela veste blusa com listras na horizontal, em tons de azul, bermuda vermelha e tênis verde. Já o garoto tem cabelos castanhos lisos e nariz fino; ele veste camiseta laranja, bermuda roxa e tênis vermelho.
Nas passagens do texto escolhidas para a produção de paisagens sonoras, produzam ou reproduzam os sons, os ruídos e os barulhos escolhidos e avaliem se estão expressando o que querem ou se desejam fazer ajustes.

Oficina de leitura e criação

  1. Para a gravação Escolham um lugar silencioso para a gravação. Testem o equipamento que usarão (um smartphone pode ser a estratégia mais simples). Gravem e escutem para ver se a qualidade do áudio ficou boa e se tudo saiu como planejaram. Se necessário, regravem.
  2. Avaliando Durante todo o processo, orientem-se pela ficha de apoio à produção textual – a leitura e a produção de vocês são uma produção de texto multimodal, com recursos da oralidade e da sonoplastia.
Ficha de apoio à produção e à avaliação das leituras e paisagens sonoras

O texto atendeu aos critérios de:

1. Adequação à proposta

• Produzimos leituras expressivas do conto e paisagens sonoras para ele? Compartilhamos essa leitura com a turma? Ouvimos com interesse as leituras e as paisagens produzidas pelos outros grupos?

2. Leitura e produção da paisagem sonora

a) A leitura que produzimos é expressiva, provoca o interesse, a imaginação do ouvinte?
b) A divisão entre nós é significativa: respeita as vozes e os diferentes tempos trabalhados

na narrativa?
c) Conseguimos uma entonação que expressa as sugestões do que narrador e personagem estão sentindo? Exploramos ritmos e pausas com intencionalidade?
d) Conseguimos identificar nas passagens do conto as sugestões para imaginarmos

uma paisagem sonora?
e) Escolhemos sons, ruídos e barulhos que ajudam a expressar essa paisagem

sonora?

3. Uso de recursos tecnológicos

• Usamos com autonomia recursos para gravar e, depois, editar a leitura e a paisagem sonora?

4. Autoria coletiva

a) Buscamos nos entender de modo respeitoso e interessado na aprendizagem colaborativa, ouvindo-nos com atenção e abertura para a opinião do(a) outro(a)?
b) Cumprimos as responsabilidades de nossa equipe na colaboração?

5. Para curtir as paisagens sonoras produzidas pela turma Nos momentos finais de algumas aulas, combinem de ouvir, na sequência de cada etapa de produção, o trabalho dos grupos. Depois, conversem sobre as escolhas de cada grupo, do que mais gostaram e por quê.

  1. Curtindo e circulando as leituras. Ouçam as leituras produzidas por todos ou todas e discutam coletivamente as diferentes escolhas feitas para as paisagens sonoras: os sons, barulhos, ruídos escolhidos usados; os efeitos de sentidos que ganharam na leitura. Combinem se cada grupo circulará sua leitura ou se querem circular todas as partes juntas pelas redes sociais. Decidam: querem publicar nas redes sociais da escola ou nas redes de vocês? Com apoio do professor ou da professora, produzam coletivamente um comentário, resumindo o enredo do conto (sem dar spoiler) e contando da produção que fizeram com ele, para circular com as leituras:
    • O que vocês quiseram alcançar com a produção.
    • Qual é o conto lido, quando ele foi escrito e quem é seu autor ou sua autora.
    • O que vocês desejam despertar no ou na ouvinte.
Ilustração. Sobre um tapete de EVA com peças coloridas, cinco crianças estão sentadas em roda. Todas seguram um livro aberto sobre as pernas cruzadas. Elas estão uniformizadas com camisetas laranja e detalhes em azul e calças azuis. Uma menina ruiva e um menino loiro são vistos de costas; dois meninos negros são vistos de frente; há também uma menina de cabelos lisos pretos vista de perfil.

O que levo de aprendizagens deste capítulo

  1. O que você achou de conhecer mais sobre contos fantásticos, refletindo sobre as estratégias narrativas que criam efeitos de mistério?
  2. Gostou de ler um pouco da literatura de Edgar Allan Pôu e de Charles díquens?
  3. E como foi a experiência de trabalhar com outros ou outras colegas na produção de paisagens sonoras? O que você acha que aprendeu e desenvolveu com essa atividade?

Galeria

Uma galeria para chamar de sua: fazendo anotações de suas experiências de leituras

Você já tem sua galeria de leituras? É hora de atualizá-la! E se não tiver, é hora de usar a criatividade: Você pode estilizar um caderno já usado, compor uma pasta, abrir um arquivo digital. Nessa galeria, você registrará suas descobertas como leitor ou leitora. Para iniciar, reflita sobre como você se vê em seu processo de formação como leitor ou leitora e faça registros. Você pode se basear neste esquema para fazer isso:

Seis quadros coloridos. O primeiro quadro diz: Quantos livros tenho lido por escolha própria por mês?
O segundo quadro diz: Que gêneros tenho buscado mais (HQ, contos, infantojuvenil, peças, mangás, poesia etc.)
O terceiro quadro diz: O que ainda não experimentei ler, mas gostaria?
O quarto quadro diz: Como tenho chegado aos títulos que escolho: indicação do professor, de algum familiar, de um colega?
O quinto quadro diz: Como tenho buscado e consultado a opinião de outros leitores: por meio de comentários, resenhas, booktubers etc.?
O sexto quadro diz: Como tenho partilhado minhas leituras com outros leitores: comentários, resenhas, participação em redes de leitores, eventos da biblioteca etc.

A literatura fantástica na sua galeria

Que tal aumentar seu repertório de leituras de narrativas fantásticas, levantando e analisando informações e opiniões sobre a literatura de Murilo Rubião e, depois, escolhendo um conto dele para ler com autonomia?

Como fazer?

  1. Combine palavras-chave em seu navegador, escolha fontes seguras (canais de bibliotecas, de instituições artístico-culturais, de editoras, entre outros), para acessar conteúdos em diferentes gêneros (reportagens, palestras, textos expositivos, entrevistas etcétera), que ô á apoiem no levantamento das seguintes informações:
    • Quem foi o escritor Murilo Rubião e qual sua importância na literatura em língua portuguesa?
    • O que caracteriza sua literatura?
    • Quantos e quais contos ele escreveu ao longo de sua carreira?

2. Organize em sua galeria um mapa mental com as informações que levantou. Se quiser, inspire-se neste:

Ilustração. Mapa mental.
Ao centro, em um círculo, há o texto: A LITERATURA DE MURILO RUBIÃO
Ao redor, há oito formas semelhantes a polígonos e, dentro delas, os seguintes textos em sentido horário:
1. Títulos que mais despertaram minha atenção.
2. Importância na literatura brasileira.
3. O que chamou minha atenção na história de vida dele.
4. Títulos que mais despertaram minha atenção.
5. Adicione uma ideia nova aqui.
6. Títulos que mais despertaram minha atenção.
7. Temas de que trata.
8. Estilo.
  1. Busque em comunidades de leitores, canais de booktubers, blogs de literatura, entre outras possibilidades, comentários e resenhas sobre os contos do autor que mais despertaram seu interesse. Com base na apreciação dos outros leitores, escolha um para ler.
  2. Com a ajuda dô ou dá responsável, busque fórmas de acesso ao conto: empréstimo em bibliotecas, empréstimo de amigos ou amigas e familiares, trocas de títulos em comunidades de leitores, leitura de versão digital disponíveis em blogs literários, entre outras possibilidades.
  1. Leia o livro e responda: O que você achou mais criativo e surpreendente no conto? Que passagem você gostaria de citar para exemplificar a literatura fantástica de Murilo Rubião? Por que a escolheu?
  2. Ensaie sua leitura, usando com intencionalidade a entonação e as pausas, imprimindo ritmo, e seu comentário, buscando uma fala clara e expressiva, para aproveitar bem o momento de participação em uma roda de leitura com os ou as colegas de turma e o professor ou a professora.

Vale a pena ver!

No blog do Instituto Moreira Salles (í ême ésse), você encontra conteúdos (texto expositivo, entrevista com especialista, leitura expressiva do conto fantástico “Teleco e o coelhinho”) em comemoração ao centenário de nascimento do escritor Murilo Rubião. Combine palavras-chave em um navegador, para localizar e acessar o blog, e avalie quais conteúdos podem interessar a você.

Fotografia em preto e branco. Busto de um homem calvo, com bigode volumoso, nariz fino e comprido. Ele usa óculos de grau, camisa branca e terno cinza. Ao fundo, uma parte escura à esquerda e a vista parcial de uma pessoa ao telefone à direita.

Compartilhando suas experiências com outros leitores

Você já faz parte de redes em que leitores partilham suas experiências de leituras? Por meio delas é possível vivenciar práticas como: organizar virtualmente “estantes”; compartilhar livros já lidos; manifestar gostos e preferência; publicar comentários e resenhas; fazer posts com citações dos livros lidos; interagir com outros leitores e até trocar livros. Se você já participa de alguma comunidade, publique seu comentário sobre a experiência de leitura com o conto de Murilo Rubião. Se quiser participar, peça orientação do professor ou da professora e apoio dô ou dá responsável para ter um perfil e publicar seu comentário sobre o conto lido.

Ilustração. Busto de um menino de cabelos curtos encaracolados, sobrancelhas finas e nariz largo. Ele está sorrido e segurando um livro aberto com as páginas viradas para frente, o qual cobre seu olho esquerdo. O menino veste camiseta com listras em tons de rosa.

LiTERatitudes

Que tal participar de uma sessão de cinedebate, com exibição e discussão do curta (filme de curta duração) O sinaleiro? Observe o cartaz e leia a sinopse que a produtora do filme disponibiliza em seu site. Depois, converse com a turma e o professor ou a professora:

Vale a pena ver!

Cartaz de filme. No centro, a cena de um ambiente sombrio onde há um homem sentado à direita e de frente para uma mesa sobre a qual há diversos objetos espalhados, como porta-canetas, carimbos, frascos de vidro e um livro aberto debaixo das mãos do homem. O homem está com o tronco levemente inclinado para o lado, virando um pouco a cabeça, tentando olhar para trás. Ele tem cabelos e barba grisalhos e veste blusa de frio em tom escuro de azul. Na parte superior do cartaz, destaque para o texto: UM FILME DE DANIEL AUGUSTO. O SINALEIRO. Na parte inferior, textos com informações sobre a ficha técnica do filme e alguns patrocinadores.

O Sinaleiro é um curta-metragem inspirado livremente no conto homônimo de chárlis díquens, nunca antes filmado para o cinema e que chega às telas em um filme dirigido por Daniel Augusto, também diretor de Albatroz (2019) e Não Pare na Pista (2014).

Segundo Ítalo Calvino, esta obra é uma das narrativas mais importantes da história da literatura fantástica. Nesta história tensa, vemos um homem diante dos seus medos internos, que vive em uma paisagem ferroviária desolada e enfrenta com incredulidade acontecimentos sobrenaturais.

Com estreia oficial no Festival de Toronto de 2015, o curta foi premiado em eventos como:

Festival Luz de Fotografía (Argentina, 2016) – Melhor Fotografia

Prêmio 2016 – Melhor Direção de Fotografia

Fest Aruanda 2015 – Melhor Som, Fotografia e Montagem

Fonte: í ême gêcônten. O Sinaleiro. Disponível em: https://oeds.link/LX9Eax. Acesso em: 8 abril 2022.

Converse com a turma

  1. O que significa dizer que é inspirado livremente no conto homônimo?
    • Com base nessa informação, que expectativas devemos criar em relação ao curta?
  2. Que linguagens são importantes em uma narrativa audiovisual?
    • Quais prêmios o curta recebeu?
  3. Observe a personagem no centro do cartaz.
    1. Em que personagem do conto, possivelmente, ele se inspirou?
    2. O que você observou para concluir isso?
    3. Que efeitos o uso de luz e sombra provocam nessa fotografia?

LiTERatitudes

Preparando-se para a sessão

Releia, com autonomia, o conto O sinaleiro, observando o trabalho de linguagem e imaginando como algumas passagens poderiam ser recriadas pela fotografia e pela sonoplastia (trabalho com os sons).

Durante a exibição do curta

Assista ao curta, observando e fazendo anotações:

  1. Como é a paisagem sonora: que sons, barulhos, ruídos se repetem?
    • Que sensações essa paisagem causa?
  2. Que repetições de imagens e ações da personagem acontecem?
    • O que isso expressa sobre o ritmo de vida dela, seu trabalho?
  3. Que acontecimentos tiram a personagem de seus costumes?
    • Como o espectador percebe que a personagem adoece?
  4. Por que provavelmente o curta não usa a linguagem verbal oral?
    • Que sensações isso causa?

Após a exibição do curta

Discuta, argumentando com análise das escolhas e do trabalho de linguagem feitos no curta, as seguintes questões com os ou as colegas:

Como o curta recria o conto de Charles díquens?

O resultado é ou não um bom diálogo com o conto? Por quê?

Escute atentamente a opinião dôs ou dás colegas e dialogue com ela. Você pode: concordar e ampliar o que eles ou elas trouxerem ou discordar e dar outra opinião, mas sempre de modo respeitoso, usando expressões linguísticas que expressem isso.

Ilustração. Seis balões de fala dispostos duas linhas, com os seguintes textos.
LINHA 1: 
Balão 1. Eu penso diferente de…
porque…

Balão 2. Na minha opinião…

Balão 3. Eu também penso como…,
mas…

LINHA 2: 
Balão 4. Eu discordo de… porque…

Balão 5. Eu acredito que…

Balão 6. Eu concordo com a opinião de… porque…

Glossário

Juncos
: plantas lisas e flexíveis que crescem em locais úmidos; com suas folhas, fabricam-se utensílios, como cestos, assentos e encostos de cadeira.
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Alvacentos
: de coloração quase branca; esbranquiçados.
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Jardas
: unidade de medida de comprimento utilizada nos Estados Unidos e na Inglaterra. Uma jarda equivale a 91,44 centímetros.
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Harpa
: antigo instrumento musical de cordas, em formato triangular e feito de madeira.
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