Unidade 4

Capítulo 10

Preconceitos e desigualdades

Capítulo 11

Leituras de Dom Casmurro, romance, teledramaturgia e leitura expressiva em vídeo

Capítulo 12

Figuras de linguagem

Capítulo 10  Preconceitos e desigualdades

Observe os dois cartuns.

Cartum 1

Junião

Cartum. Cartum em quadro único. Texto na parte superior em fundo amarelo: Cenas do cotidiano.
À esquerda, um menino de cabelos crespos e pretos, vestindo camiseta branca, bermuda e sapatos azuis, mochila laranja e verde nas costas; ele olha para trás com a mão direita acenando para cima e fala: TCHAU PAPAI!!! BOM TRABALHO!! Ao lado dele, uma mulher de cabelos crespos e curtos encaracolados pretos, vestindo camisa azul de gola branca, saia e sapatos beges, bolsa marrom no ombro direito, ela olha para trás e diz: E CUIDADO PARA NÃO SER PRESO POR ENGANO NA VOLTA!!! À direita, um homem de cabelos pretos, curtos e crespos, vestindo camisa branca, gravata azul, terno e sapatos beges. Ele segura na mão direita uma maleta azul e, com a mão direita estendida para cima, acena para o menino e a mãe. Em segundo plano, na parte superior direita, silhuetas de prédios amarelos com janelas brancas e céu azul-claro.

Cenas do cotidiano. Junião. [sem local], 2014.

Cartum 2

Cristina Sampaio

Cartum. Cartum em quadro único. Vista lateral de um homem e uma mulher caminhando em sentido contrário, de costas um para o outro. Eles são vistos de corpo todo. À esquerda, está a mulher; ela é loira, tem cabelos compridos penteados para trás, veste jardineira azul de mangas compridas, sapatos pretos e empurra um carrinho de mão amarelo com um pneu de carro dentro dele. À direita, está o homem; ele veste camisa branca de mangas compridas, calça bege, sapatos brancos; empurra um carrinho verde de bebê. Ambos estão sorrindo discretamente e de olhos fechados, com a cabeça levemente inclinada para cima.

Cartum de Cristina Sampaio. Portugal, [sem data]. Disponível em: https://oeds.link/t8KKIG. Acesso em: 28 abril 2022.

Converse com a turma

  1. As personagens do cartum 1 estão se despedindo. Para onde cada um provavelmente está indo? Justifique sua resposta com elementos verbais e não verbais do cartum.
  2. Explique qual pode ser a condição socioeconômica dessa família, com base em sua resposta à questão anterior e no fato de os adultos estarem usando roupas formais.
  3. Por que a mulher diz ao homem: “E cuidado para não ser preso por engano na volta!!!”? O que poderia levar o homem a ser “preso por engano”?
  4. No site em que está publicado esse cartum, o autor afirma que fez essa obra após a prisão “por engano” de um jovem ator negro que teria sido confundido com um assaltante. Com base nessa informação, qual pode ter sido a intenção do cartunista ao produzir o cartum?
  5. O que o carrinho de bebê e o carrinho de mão podem simbolizar no cartum 2?
  6. O que retrata o cartum 2?
  7. Quais das expressões a seguir você relacionaria ao cartum 2? Escreva no caderno a alternativa escolhida.

desigualdade social igualdade entre gêneros exclusão social

8. Em sua opinião, existe uma relação entre os temas tratados nos cartuns 1 e 2? Se sim, qual seria essa relação?

O que você poderá aprender

  1. O que é estereótipo, preconceito e discriminação? Qual a diferença entre eles?
  2. Por que o ser humano discrimina seu ou sua semelhante?
  3. Qual a relação entre preconceito, discriminação e desigualdade?
  4. Como informar mais pessoas sobre esses temas?

O que você verá neste capítulo

Estereótipo, preconceito, discriminaçãoreticências Você certamente já escutou essas palavras, mas será que sabe exatamente o que elas significam? Vamos começar este capítulo discutindo cada um desses conceitos. Depois, vamos ler e analisar textos que falam da relação entre preconceito, discriminação e a desigualdade na sociedade. Por fim, você e os ou as colegas vão escolher um dos tópicos discutidos e produzir uma reportagem audiovisual a respeito do tema.

Leitura

Atividade 1 – Leitura colaborativa: estereótipo, discriminação, preconceito

Antecipando a leitura com a turma

Observe esta imagem e discuta com os ou as colegas as questões propostas.

Ilustração. Diversas linhas cinzas retas, horizontais e paralelas entre si; elas dividem sequências de quadros preto e branco que se alternam, formando um padrão.
  1. Use uma régua e verifique: as linhas horizontais dessa imagem são paralelas?
  2. Quando olhamos pela primeira vez para essa imagem, qual é a nossa percepção sobre as linhas horizontais? Elas nos parecem paralelas? Explique.
  3. Essa imagem é um exemplo de ilusão de ótica. Qual procedimento foi usado para criar a ilusão?
  4. Existem circunstâncias em que percebemos uma pessoa ou uma situação de determinada fórma, mas, quando examinamos melhor, mudamos nossa percepção inicial. Dê exemplos disso.
  5. Na imagem, a alternância de blocos pretos e brancos influencia nossa percepção. Nas situações que você comentou na questão anterior, o que poderia gerar uma primeira impressão errônea?
  6. O texto que você lerá a seguir busca definir os conceitos de estereótipo, preconceito e discriminação. Como resultado da leitura, você produzirá um quadro em seu caderno comparando esses conceitos.
Vinheta de seção. Contorno de um clipe.

Clipe

O texto da página seguinte foi publicado em um site chamado A mente é maravilhosa, que apresenta temas e conceitos da psicologia de modo didático, direcionado ao público em geral. Observe que ele não é assinado: os textos são produzidos por uma agência de elaboração de conteúdo, algo que vem se tornando comum na mídia digital.

Reprodução de página de internet.

Estereótipos e preconceitos: diferenças

Abril 22, 2018 em Curiosidades

Antes de abordar as diferenças entre estereótipos e preconceitos, começaremos definindo cada um deles. Os estereótipos são as crenças que temos sobre as características de um grupo e os preconceitos se referem à avaliação negativa em relação ao grupo. O primeiro possui mais relação com nossa parte cognitivaglossário , o segundo com a parte emocional. Os estereótipos surgem de um conhecimento geral do grupo, o preconceito aparece quando atribuímos essas características gerais a cada um dos membros desse grupo e fazemos inferências que facilitam a aceitação ou a rejeição.

Os estereótipos reduzem nosso gasto de energia a nível mental, uma vez que formam grupos e atribuem características semelhantes por pertencerem a eles. Supõe[m] uma economia de energia que não necessariamente precisa ser negativa, desde que saibamos que é algo geral e faz referência a algumas características gerais, e que em nenhum caso representam uma realidade total nem completamente ajustada. São apenas grupos amplos que geramos e aos quais atribuímos certas características. O problema aparece quando pensamos que o estereótipo sempre se cumpre ou que isso acontece na maioria dos casos.

Preconceitos, por outro lado, nos falam da parte afetiva ou atitude negativa. Assim como dissemos que ter estereótipos é algo normal e social, os preconceitos implicam uma conotação negativa.

A última parte que nos falta para fechar o círculo é que por trás do estereótipo, que se refere à parte cognitiva e seu correspondente preconceito, apelando à parte afetiva, temos a discriminação. A discriminação fala sobre o comportamento e as ações realizadas para expressar tanto o estereótipo quanto o preconceito, isto é, o que cada um faz.

reticências

É possível limitar estereótipos e preconceitos?

Se entendermos que os estereótipos surgem como economia cognitiva, isto é, para facilitar o trabalho de agrupamento e compreensão social, podemos nos beneficiar deles. O que acontece quando são os estereótipos que nos limitam? Bem, acontece que eles nos impedem de descobrir que essas categorias nem sempre são cumpridas, e que, se pararmos para observar os grupos mais de perto, encontraremos diferentes nuances.

Os estereótipos não estão presentes para nos limitar; pelo contrário, o que temos que fazer é limitá-los, tratá-los com prudência. Eles nos ajudam a organizar, mas de maneira alguma constituem um modelo sem erro.

Os estereótipos, como vimos, também se encontram na base dos preconceitos, portanto, se pudermos limitar os estereótipos, estaremos contribuindo para que os preconceitos não sejam algo determinante para nós.

Mudar um estereótipo ou um preconceito só é possível se nos aproximarmos do grupo e observarmos sem aplicar filtrosglossário ou tentando confirmar ideias anteriores. Em vez disso, o objetivo está em tentar desmenti-los, em dedicar nossos esforços para focar ideias e situações que rompam com as ideias anteriores.

Disponível em: https://oeds.link/WNeIY8. Acesso em: 28 abril 2022.

O texto em construção

  1. No boxe Antecipando a leitura com a turma, você foi orientado a preencher um quadro com informações sobre os conceitos de estereótipo, preconceito e discriminação. Reúna suas anotações e escreva, com suas palavras, uma definição para cada um desses conceitos.
  2. De acordo com os conceitos que viu no texto, classifique as situações propostas a seguir como E (estereótipo), P (preconceito) e D (discriminação). Converse com um ou uma colega e justifique oralmente suas respostas. Anote as respostas e justificativas no caderno.
  1. Um clube tem um time de futebol do qual só podem participar meninos e um grupo de balé do qual só podem participar meninas.
  2. Uma pessoa vai visitar uma escola de balé e imagina que encontrará apenas alunas.
  3. Uma pessoa fica desconfortável ao saber que há meninas no time de futebol e meninos no grupo de balé.
  1. De acordo com o texto, qual vantagem os estereótipos nos trazem?
  2. E quais riscos os estereótipos podem trazer?
  3. Volte à questão 2 e reveja a situação que você identificou como preconceito. De que fórma a pessoa que tem esse tipo de preconceito poderia mudá-lo? Relacione sua resposta a este trecho do texto “Estereótipos e preconceitos: diferenças”:

“Mudar um estereótipo ou um preconceito só é possível se nos aproximarmos do grupo e observarmos sem aplicar filtros ou tentando confirmar ideias anteriores.”

Atividade 2 – Leitura de textos jornalísticos e roda de conversa

  1. Vamos continuar com nossa reflexão sobre estereótipos, preconceitos e discriminação. Agora, a turma será dividida em grupos e cada grupo lerá um dos textos jornalísticos a seguir, que tratam sobre esses e outros temas. Ao final da leitura, vocês participarão de uma roda de conversa com o objetivo de compartilhar com os outros grupos o que leram e discutir a respeito. Durante a leitura, anote os principais pontos levantados e destaque algumas informações para discutir com seus(suas) colegas posteriormente. Para apoiar os grupos nessa tarefa, sugerimos os roteiros de leitura a seguir. Lembre-se: como os demais grupos não lerão o seu texto, esses roteiros são apenas para ajudar o seu grupo a fazer as anotações de aspectos importantes do texto para serem compartilhados. Caberá ao grupo decidir que outras informações quer compartilhar. Grupo 1 – Leitura do artigo de divulgação “Etnocentrismo e relativismo cultural: você sabe o que é?” Durante a leitura, destaque as seguintes informações:
    1. De qual campo do saber vêm os conceitos de etnocentrismo e relativismo cultural?
    2. De acordo com o texto, o que é etnocentrismo? Transcreva o trecho em que se apresenta essa definição.
    3. O artigo afirma que o etnocentrismo pode ocorrer entre sociedades distintas e dentro de uma mesma sociedade. Dê exemplos de cada caso.
    4. O que é relativismo cultural, de acordo com o texto?
    5. Qual é a crítica que o texto apresenta ao relativismo cultural?
    6. Em certas passagens do texto, percebe-se a defesa de um ponto de vista sobre o tema. Qual você diria que é o ponto de vista sustentado nesse artigo em relação às contradições do relativismo cultural?
Ilustração. Em primeiro plano, vista da cintura para cima, há uma menina morena de cabelos pretos, penteados para trás e vestindo  camiseta lilás. Ela segura na mão direita, uma caneta, realizando registro escrito em um caderno; seu dedo indicador da mão esquerda está debaixo do queixo e ela inclina a cabeça para esse lado. Em segundo plano, atrás da menina, há um menino em pé, o qual tem cabelos castanhos encaracolados e veste camiseta azul e bermuda vermelha. Ele segura na mão direita um livro de capa laranja aberto e o dedo indicador da mão esquerda está apontando para cima. Ele sorri e olha para o livro.
Grupo 2 – Leitura da reportagem “Fotógrafa indígena Pi Suruí combate estereótipos e celebra conquistas” Durante a leitura, destaque as seguintes informações:
  1. Por que Pi Suruí acha importante ser uma indígena fotógrafa?
  2. A fotógrafa cita pelo menos dois tipos de preconceito contra indígenas que acredita ser fundamental combater. Quais são eles e como tiveram origem, segundo ela?
  3. Qual é o sentimento que ela revela em relação às suas origens e sua família?
  4. Resumam o tipo de luta que o pai e a irmã de Pi Suruí também travam no Brasil.
Grupo 3 – Leitura da transcrição da reportagem audiovisual “Escola pública cria projeto contra preconceito com imigrantes” Durante a leitura, destaque as seguintes informações:
  1. Qual é o tema da reportagem?
  2. Por que a professora Rosely Honório decidiu criar o projeto “O imigrante mora em minha casa”?
  3. Como o projeto se desenvolveu?
  4. Quais foram os resultados do projeto, de acordo com a professora?
  5. Explique o nome do projeto: “O imigrante mora em minha casa”.
Ilustração. Vista frontal de cinco jovens em pé e de corpo todo; um perto do outro. À frente, à esquerda, jovem de cabelos ruivos, vestindo camiseta amarela com listras brancas nas mangas e na altura da cintura, bermuda laranja e sapatos verdes. Com a mão direita sobre os ombros desse garoto, há um jovem de cabelos escuros lisos, vestindo camiseta azul, calça cinza e sapatos marrons. Ao fundo, à esquerda, vista parcial de três jovens: ao centro, uma menina de cabelos escuros liso e blusa lilás de mangas comprida; à direita, um menino de cabelos escuros encaracolados, vestindo blusa verde-claro com listras laranjas; à esquerda, jovem de  cabelos escuros lisos vestindo  camiseta vermelha. Todos estão olhando para frente e sorrindo.
Vinheta de seção. Contorno de um clipe.

Clipe

O artigo a seguir foi publicado no blog 360 Meridianos, mantido pelos jornalistas mineiros Rafael Sette, Luíza Antunes e Natália Becattini. O veículo se define como um blog não apenas sobre viagens, mas sobre “cultura viageira”, isto é, sobre tudo que podemos aprender ao viajar e conhecer outras culturas.

Texto 1

Reprodução de página de internet.

Etnocentrismo e relativismo cultural: você sabe o que é?

Por Natália Becattini Postado em 05-06-2020 | Atualizado em 27-10-2020

O etnocentrismo e o relativismo cultural são duas fórmas diferentes e opostas de olhar para outra cultura. Para entender, imagine que você está, neste momento, em um lugar muito diferente de onde você nasceu. Uma sociedade com hábitos, costumes e crenças que você não compartilha e, para ser honesto, sequer entende completamente. Pode ser qualquer cultura. Pode ser a Índia e seus casamentos arranjados. Pode ser a Arábia Saudita e o uso obrigatório da burca. Pode ser uma tribo nômade na Mongólia ou uma tribo indígena no interior do Pará que permite relações poligâmicas e incestuosas.

Vamos imaginar que alguns desses costumes e crenças dão um nó na sua cabeça. Entram em confronto com tudo o que você acredita no mundo. Você se pergunta “Como essas pessoas podem viver assim?” Ou afirma para si mesmo “Isso que eles fazem é moralmente errado” e “Essa é uma de sociedade ultrapassada”. Esse tipo de pensamento, que utiliza a sua própria cultura como régua para medir as outras, é o que chamamos etnocentrismo.

O que é Etnocentrismo?

Etnocentrismo é um conceito que vem lá da Antropologia. É essa sensação de que grupos de pessoas que compartilham os mesmos hábitos e caráter social – em geral, grupos que ocupam uma posição de poder ou privilégio – podem criar seres superiores, mais desenvolvidos, civilizados e iluminados que outros grupos.

reticências O etnocentrismo pode ocorrer até dentro de uma mesma sociedade, entre diferentes grupos ou classes sociais. É o que acontece quando os membros de uma elite, por exemplo, julgam os gostos estéticos, a fórma de vestir e a produção cultural das camadas mais populares, por não considerarem esses aspectos tão sofisticados e dignos quanto os seus próprios.

Seja qual for o caso, o etnocentrismo surge quando há um juízo de valor na comparação entre nós e eles.

Relativismo cultural: o contraponto ao etnocentrismo

O problema da lógica etnocêntrica é que ela parte do lugar errado.

É como se eu pegasse toda a minha bagagem cultural, o meu sistema de crenças e valores para avaliar os hábitos e a cultura de gente que não compartilha esses sistemas comigo, para julgar costumes que cresceram com base em crenças e valores que não são os meus. E a pergunta que a gente deve sempre fazer é:

“Por que o que eu acredito é superior ou mais correto que a crença do outro?”

Em um mundo no qual existe uma pluralidade enorme de culturas, como dizer qual delas é a melhor ou a mais correta? A nossa fórma de viver é apenas uma entre muitas. E mesmo para a nossa própria sociedade, não é definitiva, uma vez que ela se transforma ao longo do tempo e que dentro dela há subgrupos com suas características culturais próprias.

Relativismo cultural é justamente o método utilizado pelos antropólogos para entender os sistemas de costumes de outros grupos sociais ou povos de uma fórma, digamos, mais isenta. reticências

A grosso modo, o relativismo cultural consiste em buscar conhecer e entender o sistema de valores e crenças de uma sociedade para interpretar os costumes dentro de seu próprio contexto. reticências

E de que isso me serve? Entender ajuda a gerar empatia. Saber os motivos por trás de algo traz aquele aspecto cultural, que em um primeiro olhar pode parecer chocante, para mais perto da gente. Entender ajuda a fugir de conclusões simplistas e preconceituosas e a humanizar o outro.

As críticas ao relativismo cultural

É fácil aplicar o relativismo cultural quando olhamos para as tradições gastronômicas, as vestimentas e outras atividades corriqueiras do dia a dia de um povo. Mas e quando o aspecto analisado trata de questões mais cabeludas, como a violência, a escravidão e outros tipos de opressão sobre um determinado grupo de indivíduos?

Quer dizer que eu não posso achar moralmente condenável nenhum aspecto de outra cultura? Não concordar com alguma prática cultural, ainda que cause sofrimento a um grupo de pessoas, me faz etnocentrista?

Essas são, justamente, algumas das principais contradições apontadas pelos críticos do relativismo cultural. Para eles, essa perspectiva abre margem para aceitar práticas cruéis e nocivas e nos impede de analisar criticamente qualquer aspecto cultural. Essa discussão é tão antiga quanto válida, e já deu tanto pano pra manga que envolveu gente de todas as ciências sociais.

De acordo com o antropólogo brasileiro Everaldo Rocha, no livro O que é Etnocentrismo? (Editora Brasiliense), relativizar é colocar as coisas em perspectiva:

“Quando vemos que as verdades da vida são menos uma questão de posição: estamos relativizando. Quando o significado de um ato é visto não na sua dimensão absoluta, mas no contexto em que acontece: estamos relativizando. Quando compreendemos o “outro” nos seus próprios valores e não nos nossos: estamos relativizando [...]” (ROCHA, 1994, página 20).

Relativizar não pressupõe, portanto, negar a existência de contradições, conflitos e disputas. Assim como eu posso entender as contradições do Brasil e almejar melhorias e mudanças para a sociedade em que vivo sem desumanizar seus membros, posso olhar para os conflitos e problemas do outro e contextualizá-los, sem precisar enxergá-los como selvagens, inferiores ou sem moral.

Você não precisa aplaudir tudo, até porque, e é bom deixar claro, não estamos usando aqui o relativismo como ferramenta científica de análise antropológica, mas apenas como um conceito que nos ajuda a ampliar nossa visão de mundo como viajantes.

Disponível em: https://oeds.link/ptOm4H. Acesso em: 28 abril 2022.

Texto 2

Reprodução de página de internet.

Fotógrafa indígena Pi Suruí combate estereótipos e celebra conquistas

Integrante do povo Paiter Suruí, ela é filha de Almir e irmã de Txai Suruí, conhecidos defensores da floresta e dos povos originários

Por Felipe Corona, 21 de fevereiro de 2022, jornal O Estado de São Paulo

O nome pode ser difícil, mas a energia de Walelasoepilemãn, mais conhecida como Pi Suruí, é contagiante. Integrante do povo Paiter Suruí, de Rondônia, a fotógrafa de 24 anos faz parte do grupo Mídia Índia, uma das maiores redes de comunicação feita por indígenas. Trabalha também na Associação de Defesa Etnoambiental Kanindé e é cofundadora do Movimento da Juventude Indígena de Rondônia.

Como fotógrafa, diz Pi, consegue contar a história do seu povo, que não foi divulgada por eles, e sim por pessoas que não sabem da realidade dos indígenas. “A fotografia e a comunicação são muito importantes. Sempre digo que quem sabe a história dos povos indígenas são os próprios. Quando a gente faz a comunicação, não existe nada, nem ninguém melhor”, explica ela. “A nossa história já foi contada várias vezes por pessoas que não éramos nós, a partir de uma visão que não era a nossa.”

Pi Suruí também comemora os espaços conquistados pelos indígenas, em várias áreas que pareciam inalcançáveis na sociedade brasileira. “Hoje estamos não só na comunicação, como na política, no meio artístico, na música. Isso é algo muito importante, pois isso diz que a gente é capaz, que se a gente quer, a gente consegue. Chega desse preconceito de que a gente não consegue as coisas, chega desse preconceito que a gente é preguiçoso.”

Inspirações – Outra motivação importante para ela é desmistificar os preconceitos e fantasias que muitos ainda têm sobre a rotina dos povos indígenas, que eram os primeiros habitantes dessas terras antes da chegada dos portugueses, em 1500. “Trabalho muito querendo mostrar quem são os indígenas, na realidade mesmo. Somos pessoas que temos celular bom, andamos de carro, sim. Somos pessoas que têm roça [lavoura], que têm seus rituais, que vestimos roupas, somos pessoas que usam tecnologia a favor da floresta”, desabafa Pi Suruí.

Para ela, a sociedade brasileira deve colocar ponto final ao “olhar fantasioso que as pessoas têm sobre os povos indígenas”, como aquilo que ela define como a “fantasia que aprendemos na escola, um olhar folclórico de que somos selvagens”, emenda. “As pessoas acham que a gente tem que viver no mato, pelados e todo olhar que a gente sabe que é fruto de um preconceito enraizado.”

A fotógrafa também quer mostrar Rondônia para o mundo, mas principalmente para o resto do Brasil, que segundo ela, ainda desconhece esse estado que leva muitas riquezas para o país. “Minha fotografia quer dizer quem somos, de onde viemos, para onde vamos e do que somos capazes. Tenho muito orgulho de quem sou, tenho muito orgulho da minha família, do meu povo e das minhas raízes. reticências

Caminhada reticências Ao Expresso na Perifa, conta que sua carreira foi iniciada em um museu de São Paulo. “Minha primeira exposição foi no mís [Museu da Imagem e do Som em São Paulo], após ganhar um concurso chamado de Fotografia Mobaiou”, diz. “Tive duas fotos expostas lá. Foi muito legal porque nunca tinha feito nada parecido e tão profissional. Naquela época estava começando e já tive duas fotos expostas no mís.” reticências

Fotografia em preto e branco. Vista lateral de diversas pessoas indígenas aglomeradas em linha reta. Essas pessoas são vistas da cintura para cima. Todas usam máscara de proteção, seguram chocalho e vestem apetrechos indígenas na cabeça e nos punhos, principalmente. Ao fundo, à direita, árvores com galhos finos e folhas.

Pi Suruí também fala do orgulho de ter figuras tão inspiradoras para a vida e o trabalho, como o pai, o líder indígena e ambientalista Almir Suruí. “Tenho muito orgulho do meu pai, chefe do meu povo. Foi eleito democraticamente. Desde pequena vejo a luta dele, o trabalho. Tive a oportunidade de acompanhar a trajetória incrível que ele faz. Meu pai é um cara inovador, um cara que pensa à frente do seu tempo.”

Ela também falou sobre a relação próxima que tem com a irmã Txai Suruí, que discursou em inglês na cópi-26, realizada em novembro, em Glasgow (Escócia) [em 2021]. “Sou irmã da Txai por parte de pai. Vi a Txai crescer. Desde o começo somos muito amigas. Então, minha família é uma família de defensores, de líderes, de ativistas e isso, claro, é muito inspirador pra mim.”

O Estado de São Paulo. Disponível em: https://oeds.link/ivvPGV. Acesso em: 28 abril 2022.

Texto 3

O Texto 3 é a transcrição de uma reportagem audiovisual. Ela foi exibida em um canal de tê vê por assinatura e, depois, ficou disponível no site da emissora. Durante a leitura, além de tomar como referência as perguntas do roteiro, observe como a reportagem é construída: quem fala em cada momento, em que lugar cada cena foi filmada etcétera

Reprodução de página de internet.

Escola pública cria projeto contra preconceito com imigrantes

Captura de tela de TV. Mulher apresentando um telejornal. À direita, mulher sentada sobre cadeira preta. Ela tem  cabelos ruivos penteados para o lado, veste blusa verde de mangas compridas. À esquerda, parede branca com texto: Globonews EDIÇÃO DO MEIO-DIA. Abaixo, em fundo cinza, legenda: ESCOLA PÚBLICA CRIA PROJETO CONTRA PRECONCEITO COM IMIGRANTES. Abaixo em fundo vermelho, manchetes: G1. E MUITAS CRÍTICAS, O GOVERNO VOLTOU ATRÁS E REVOGOU A RESOLUÇÃO QUE OBRIGAVA OS... Na ponta superior, à direita, logotipo: Globonews.
A jornalista Leilane neubár apresentando o jornal da Globo News, Edição do Meio-Dia, em 2018.

Leilane neubár (apresentadora) [no estúdio]: O preconceito levou uma professora de uma escola municipal da região central de São Paulo a criar um projeto chamado “O imigrante mora em minha casa”. A ideia desse projeto é fazer os alunos refletirem sobre as origens das suas próprias famílias.

[Deste ponto em diante, as cenas são da escola e da sala de aula. A câmera focaliza um dos alunos estrangeiros cantando e dançando.] reticências

Rosely Honório (professora de História): A nossa escola, ela tem aproximadamente 20% de estudantes que são estrangeiros ou descendentes de estrangeiros. [A câmera focaliza outro estudante estrangeiro cantando.] A partir desse desenho da família [mostra desenhos de família feitos pelas crianças], nós fizemos uma discussão a respeitoreticências Bom, como essa família é composta? Ah, tem migrantes nessa família?reticências Aí, bom, migrantesreticências O que são migrantes? Ah, são os estrangeiros! Aí nós começamos a discutir com eles o conceito de migração. Depois, num outro momento, eles fizeram a árvore genealógica deles.

Aluna: O meu avô veio de Paraguai.

Repórter: Do Paraguai?

Fotografia. Em uma parede e fundo em tons de azul e cinza, ilustração retratando diversos rostos de diferentes etnias coloridos em tons de azul, lilás, verde, laranja, vermelho, bege. Entre eles, há alguns elementos, como um violão, flauta, folhagens verdes, flores coloridas e livro aberto. Ao centro, um cocar de penas laranjas com bordas vermelhas e, abaixo dele, uma aba azul com estrelas amarelas e o texto em mesma cor: BRASIL. Na parte superior da ilustração, frase em preto: POR UMA ESCOLA PÚBLICA INCLUSIVA.
Mural “Por uma escola pública inclusiva”, feito por Verónica e alunos da escola eméfi Infante Dom Henrique, São Paulo, 2016.

Aluna: É. E meu avô tambémreticências [corrigindo-se:] E minha avó.

Repórter: E sua mãe e seu pai?

Aluna: Minha mãe é do Paraguai, e meu pai do Rio Grande do Norte.

Repórter: Você veio de onde?

Aluno 1: Da Síria.

Repórter: E por que que seus pais vieram para cáreticências e você também?

Aluno 1: Por causa da guerra.

Rosely Honório (professora de História): Tabulamos os dados, árvore por árvore. Quantos são nascidos em quais lugares, e aí nós fizemos a tabulação dos dados, e aí eles viram que – nossa! – aqui todo mundo então é migrante.

Repórter: De onde você é?

Aluno 2: Eu sou de Angola.

Repórter: Você está há quanto tempo aqui?

Aluno 2: Estou háreticências [pensando]reticências

Repórter: Há muito tempo?

Aluno 2: Sim, há muito tempo.

Rosely Honório (professora de História): Treze migraram de outros países, treze migraram de outros estados do Brasil. Eu comecei a perceber que muitas vezes, quando conteúdos relacionados à migração ou ao trabalho estavam sendo tratados, estudantes que se consideram brasileiros viravam prum colega de origem estrangeira, principalmente bolivianos, e diziam: “Seu pai tirou a oportunidade de trabalho nossa”. Eram comentários que se repetiam. Eles se dividiam: os brasileiros e os grupos dos imigrantes, né? Ou só os africanos de um lado, ou só os bolivianos, os latino-americanos de outro lado. Eles não se organizavam em grupos com diversidade cultural. E aí, a partir desse trabalho, eles começaram a se aproximar.

Leilane neubár (apresentadora) [no estúdio]: Que bonito isso, hein? É você ensinar para essas crianças desde cedo a importância do respeito ao outro. Bom, você pode conhecer esse trabalho e outros trabalhos inspiradores como esse da professora Rosely no Globo News Especial sobre professores premiados de escolas públicas. reticências

Disponível em: https://oeds.link/vpfztZ. Acesso em: 28 abril 2022.

Vale a pena investigar!

Junte-se a um colega para investigar, com a ajuda dos professores de História e de Geografia, a importância do tema imigração para os estudos da área das Ciências Humanas.

Fechando a roda...

Agora que os grupos conheceram todos os textos, vamos promover algumas reflexões pertinentes a todos eles. Chegou o momento de compartilhar com a turma a leitura do grupo. Conforme orientado anteriormente, primeiro compartilhem as anotações que fizeram sobre os principais pontos levantados e as informações que destacaram no texto lido. Depois conversem com os ou as colegas sobre as questões a seguir.

Vinheta de seção. Contorno de um clipe.

Clipe

Você sabe como se chama o preconceito contra pessoas de outros países ou regiões? Xenofobia, palavra que vem de xeno (estrangeiro) + fobia (medo ou aversão).

  1. Antes do projeto “O imigrante mora em minha casa”, os ou as alunos ou alunasda professora Rosely se dividiam em grupos conforme a nacionalidade, sem se entrosar. Qual é a relação entre essa atitude das crianças e o conceito de etnocentrismo, explicado no texto 1?
  2. Quanto ao texto 2, vocês diriam que o fato de Pi Suruí ter se apropriado do modo de vida, dos conhecimentos e das tecnologias dos ou das não indígenas faz dela uma não indígena?
  3. Releia estes trechos do texto 2.

Para ela [Pi Suruí], a sociedade brasileira deve colocar ponto final ao “olhar fantasioso que as pessoas têm sobre os povos indígenas”, como aquilo que ela define como a “fantasia que aprendemos na escola, um olhar folclórico de que somos selvagens”, emenda. “As pessoas acham que a gente tem que viver no mato, pelados e todo olhar que a gente sabe que é fruto de um preconceito enraizado.”

  • Você diria que o problema apontado por Pi Suruí é resultado de uma visão etnocêntrica e poderia ser enfrentado adotando a perspectiva do relativismo cultural? Por quê?

4. Na abertura deste capítulo, você comparou dois cartuns: um tratava de discriminação racial e outro, de igualdade entre gêneros. Pode haver alguma relação entre o etnocentrismo, tema do texto 1, os estereótipos e preconceitos mencionados no texto 2, a xenofobia mencionada no texto 3 e as desigualdades que observamos na sociedade? Explique.

O texto em construção

  • No final do capítulo, você e os ou as colegas vão produzir uma reportagem audiovisual. Agora vamos, então, analisar melhor o texto 3 para entender como e por que reportagens desse tipo são produzidas.
  1. Como o projeto da professora Rosely Honório se destacou, a ponto de ser focalizado nessa reportagem?
  2. Qual é o papel das duas falas da apresentadora na construção da reportagem?
  3. Nos trechos reproduzidos aqui, quais pessoas foram ouvidas?
  4. Se a repórter quisesse expandir a reportagem, quais outras pessoas poderia entrevistar? Dê pelo menos dois exemplos.
  1. Em sua opinião, por que a repórter entrevistou as crianças? Como ficaria a reportagem sem as falas delas?
  2. A reportagem também mostra crianças estrangeiras cantando e dançando. Por que ô á editor ou editora decidiu incluir essas cenas?
  3. Imagine que ô á editor ou editora dessa reportagem tivesse convidado a professora Rosely Honório e alguns alunos para falar sobre o projeto no estúdio, sem mostrar cenas da escola. Você acredita que, nesse caso, a reportagem ficaria completa e atraente para ô á espectador ou espectadora? Por quê?
  4. Releia estas falas da professora e da apresentadora.

“Quantos são nascidos em quais lugares, e aí nós fizemos a tabulação dos dados, e aí eles viram que – nossa! – aqui todo mundo então é migrante.”

“Que bonito isso, hein? reticências. Bom, você pode conhecer esse trabalho reticências”.

Os trechos destacados representam marcas de oralidade, como palavras repetidas e interjeições. Por que essas marcas não aparecem na transcrição da fala na apresentação oral (texto 2)?

Versão adaptada acessível

Atividade 8.

Os trechos “e aí”, “nossa!”, “hein?”, “bom” representam marcas de oralidade, como palavras repetidas e interjeições. Por que essas marcas não aparecem na transcrição da fala na apresentação oral (texto 2)?

9. Pense em reportagens audiovisuais a que você já tenha assistido. Certamente teve a impressão de que tudo aconteceu naquele momento, mas, na verdade, houve um processo de elaboração que começou muito antes que você as tivesse visto. Na sua opinião, que ações e decisões são tomadas antes que os ou as vejam a reportagem?

De olho na imprensa

De acordo com uma pesquisa realizada em 2019 pela empresa de pesquisa Kantar, em 14 países, incluindo o Brasil, 80% das 18 mil pessoas entrevistadas já presenciaram algum tipo de discriminação no trabalho. Em 2021, o Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, divulgou um aumento de 141% no número de denúncias por intolerância religiosa.

Aproveitando a temática do capítulo, você vai pesquisar em jornais e revistas impressos, digitais, radiofônicos ou televisivos, uma notícia ou reportagem atual que aborde algum caso de discriminação. Pode ser de variados tipos: racial, étnica, de gênero, religiosa, por idade, em decorrência de classe social, deficiências, aparência etcétera

Ao selecionar a notícia ou reportagem, você fará uma pesquisa sobre o fato, verificando se ele foi noticiado por outro veículo jornalístico, além do veículo no qual você o encontrou.

Nessa verificação você precisará:

  1. Levantar as diferenças e semelhanças nos relatos do fato.
  2. Analisar se as diferenças encontradas resultam em uma abordagem diferente do fato noticiado e por quê.
  3. Observar se há comentários dos leitores ou ouvintes e analisar as reações: você identificou comentários xenofóbicos? Se sim, como você responderia a eles?

Depois de checar as possíveis diferenças na abordagem do fato ou assunto por diferentes veículos, compartilhe com a turma as notícias checadas e a análise feita.

Produção de texto

Conhecendo mais o gênero – Reportagem audiovisual

Você já sabe que uma reportagem pode ser escrita, televisiva ou radiofônica. Ela pode tratar de assuntos e acontecimentos de interesse público, como a notícia, mas faz isso com mais profundidade. Sabe também que em uma boa reportagem, além da fala de introdução dô ou dá jornalista, há entrevistas com pessoas envolvidas no acontecimento ou com aquelas que possam ter opiniões interessantes sobre o fato. Essa maior profundidade possibilita que ô á /ouvinte/ leitor ou leitora tenha mais elementos para formar a sua própria opinião.

Mas como os jornalistas pensam em tudo isso, especialmente na produção de uma reportagem audiovisual? É o que veremos a seguir.

Atividade 1 – O papel do pauteiro

1. Leia as pautas seguintes e indique qual delas pode estar relacionada à reportagem audiovisual cuja transcrição você leu.

Pauta 1

  1. Resumo do fato: como é o convívio entre alunos ou alunasimigrantes e brasileiros ou brasileiras
  2. Direcionamento (perguntas ou hipóteses):
    1. O que chama a atenção de alunos ou alunas estrangeiros ou estrangeirasno ensino brasileiro?
    2. O que alunos ou alunas brasileiros ou brasileiras aprendem com colegas estrangeiros ou estrangeiras?
    3. Já houve algum caso de desrespeito entre os ou as estudantes?
    4. Há algum projeto na escola para integração dôs ou dásalunos ou alunas estrangeiros ou estrangeiras?
  3. Relação das fontes (que serão consultadas ou entrevistadas):
    1. alunos ou alunas estrangeiros ou estrangeiras e brasileiros ou brasileiras de diferentes escolas.
    2. diretor ou diretora e professores ou professoras das escolas.
    3. Pais de crianças estrangeiras e brasileiras.
Ilustração. Um garoto, visto de lado e da cintura para cima, tem cabelos encaracolados castanhos e veste camiseta em tons de verde com listras na horizontal. Ele segura uma caneta com a mão direita e escreve sobre uma folha de papel, a qual está sobre uma mesa ao lado de um livro de capa vermelha.
  1. Dados que serão apresentados: exemplos, citados do dia a dia, a respeito de como é o relacionamento entre alunos ou alunas estrangeiros ou estrangeiras e brasileiros ou brasileiras na escola: há discriminação? Ocorrem atividades em que existe integração, promovidas pela escola ou espontâneas?
  2. Imagens: ambientes externos e internos de diferentes escolas.
  3. Tempo: 5 minutos.

Pauta 2

  1. Resumo do fato: projeto contra xenofobia em escola paulistana
  2. Direcionamento (perguntas ou hipóteses):
  1. Por que o projeto foi desenvolvido?
  2. Como o projeto foi desenvolvido?
  3. Quais foram os resultados?
  1. Relação das fontes (que serão consultadas ou entrevistadas):
  1. Professora criadora do projeto.
  2. Algumas crianças.
  1. Dados que serão apresentados: dados do projeto contra homofobia (quais pessoas foram envolvidas, ações, resultados etcétera).
  2. Imagens: escola onde o projeto foi implantado.
  3. Tempo: 3 minutos.

2. Considere as informações que você viu em cada uma das pautas e conclua: para que serve uma pauta?

Vinheta de seção. Contorno de um clipe.

Clipe

Quem faz as pautas?

O pauteiro é quem elabora as pautas (sugestões de matérias). Ele precisa conhecer bem a linha editorial do telejornal e estar muito bem informado para definir temas e abordagens. Além disso, deve ser uma pessoa bem relacionada, isto é, ter vários contatos para facilitar entrevistas com as fontes. Seu trabalho funciona como um planejamento, um roteiro do que o repórter e o câmera deverão fazer quando saírem a campo. Muitas vezes, a função de pauteiro é cumprida pelo editor.

SILVA, F. M. da. Gêneros jornalísticos para a prática em sala de aula. Revelli – Revista de Educação, Linguagem e Literatura da Uég – Inhumas, volume 2, número 2, outubro 2010, página 68-81.

Atividade 2 O papel do repórter na entrevista

Com a pauta em mãos, ô á repórter deve ir para o trabalho de campo, isto é, entrevistar as fontes e acompanhar as filmagens, certo?

Errado! Com a pauta em mãos, ô á repórter deve antes se preparar bem, informando-se sobre o assunto e suas fontes, para poder conduzir com sucesso as entrevistas que “alimentarão” a reportagem.

  1. Se tivesse recebido uma pauta como a que não selecionou na Atividade 1, que informações você buscaria antes de ir a campo?
  2. Releia, na pauta que você não escolheu na Atividade 1, as pessoas que serão convidadas para a entrevista. Qual roteiro de perguntas você prepararia para cada categoria de entrevistado ou entrevistada? Leve em conta as perguntas ou hipóteses de direcionamento apresentados na pauta.
  3. O que você acha: um roteiro de perguntas deve ser seguido à risca na hora da entrevista? Por quê?
  4. Bem-preparado e com um bom roteiro de perguntas, ô árepórter vai para a entrevista, mas, se não tiver alguns cuidados, pode colocar tudo a perder.
Em sua opinião, durante a entrevista, que cuidados um ou uma repórter deve ter quanto aos itens a seguir?
  1. Apresentação pessoal.
  2. Variedade da linguagem empregada.
  3. Postura, gestos e expressões.
  4. Manifestação da própria opinião.
  5. fórmas de tratar ô á entrevistado ou entrevistada.
Vinheta de seção. Contorno de um clipe.

Clipe

A arte da entrevista

reticências

Prepare-se reticências Além de evitar gafes e perda de tempo com perguntas desnecessárias, ter fatos concretos em mão permite rebater respostas tendenciosas ou ambíguas.

Ilustração. Fundo amarelo. À esquerda, há um diabo com par de asas pontiagudas nas costas, chifres e bico longos, garras nas patas dianteiras e traseiras e um rabo com formato triangular na ponta. O corpo é preto; as patas, o bico e os chifres são vermelhos. Ele está com a boca bem aberta e possui dentes brancos e pequenos, mas bem afiados. Ele diz olhando para um anjo à sua direita: GRUNF! SNORT, GRACK STRUMB HO HO! O anjo tem cabelos loiros e cacheados, par de asas azuis, aureola dourada sobre a cabeça e está nu com um gravador de som pendurado no pescoço e o microfone apontado para o diabo. O anjo diz: HI, HI... O SENHOR É MUITO ESPIRITUOSO...

Questão de confiança reticências Toda entrevista é um jogo de sedução, e será tanto melhor quanto mais confiança o entrevistado tiver no repórter. Vale diminuir a barreira física, olhando-­o nos olhos, evitando um espaço grande entre os dois se possível.

Estar disponível reticências Muitas vezes o que sua fonte tem a dizer é mais interessante e pertinente do que o que você tem para perguntar. Mas para perceber isso é preciso saber ouvir.

Truques reticências Deixe as perguntas mais delicadas para o final e zele por um clima leve e agradável até o momento de fazê-­las. Não faça “perguntas enormes, complicadas, chiques, intelectuais e cheias de referências”. A tendência de acertar é maior com uma pergunta curta, direta e objetiva. Se, mesmo assim, o entrevistado não colaborar e der uma resposta curta, grossa e sem graça, responda: “Como assim?”, “Por quê?” ou ainda “Dê um exemplo, por favor”. reticências

Disponível em: https://oeds.link/PPjR3F. Acesso em: 28 abril 2022.

Atividade 3 – O papel do repórter e da equipe de filmagem na produção das imagens

A linguagem cinematográfica faz parte do telejornalismo. O modo como a câmera enquadra a imagem para compor uma cena tem muito a ver com os efeitos que se quer causar sobre ô á . Por isso é fundamental que ô á repórter trabalhe em conjunto com a equipe de filmagem (ô á cinegrafista, que opera a câmera, e ô á , que cuida dos refletores de luz), situando-­a sobre a matéria, ajudando a escolher imagens e o modo mais interessante de enquadrá-­las.

Você deve estar se perguntando: “Onde é que ficam o repórter e a equipe de filmagem enquanto o entrevistado fala?”. Olhe a equipe toda aí, corretamente posicionada para obter o melhor enquadramento!

Fotografia. Três pessoas vistas da cintura para cima e de lado. À esquerda, um homem de cabelos grisalhos, vestindo camisa branca e terno cinza; ele está com as duas mãos abertas para frente na altura da cintura. Ao centro, um repórter de cabelos escuros, vestindo camisa azul, gravata vermelha com listras  azuis e terno em cinza; ele segura dois microfones de frente para o homem à esquerda. À direita, vista parcial de um cameraman segurando câmera preta grande; ele usa boné cinza escuro e blusa cinza-clara e está contraindo os lábios.
Repórter e sua equipe de filmagem em entrevista em Miami, Estados Unidos da América, 2011.

Relacione no caderno os planos de enquadramento e as imagens.

Ilustração. Uma câmera antiga em marrom; ela tem uma parte retangular central com manivelas dos dois lados, duas partes circulares superior, uma maior que a outra, e um tripé alto de sustentação. 
Ao lado esquerdo da câmera, em um quadro, está escrito: Número um. Plano geral. As pessoas são mostradas em espaços que ajudam a contextualizar o tema, o assunto de que estão tratando.
Ao lado direito da câmera, em um quadro, está escrito: Número dois. Plano médio. A pessoa é focada da cintura para cima.
Acima da câmera, em um quadro, está escrito: Número três. Close. O corte é feito mais ou menos à altura dos ombros para destacar as expressões faciais da pessoa.
Abaixo da câmera, está escrito: Número quatro. Detalhe. O recorte é em um detalhe que pode ser bastante significativo (o olhar, a boca, as mãos).
Fotografia A. Vista geral de uma criança de cabelos lisos, vestindo camiseta roxa e shorts rosa; ela está em pé caminhando sobre um lixão e segurando um objeto verde nas mãos.
Criança trabalhando nas Filipinas.
Fotografia B. Busto de uma menina de cabelos crespos e ralos, com algumas tranças finas. Ela usa brincos pequenos de argola e veste blusa com gola azul. A menina olha para frente, sorrindo.
Rosto de criança, 2017.
Fotografia C. Destaque para palmas de três mãos com sujeira preta. Duas delas, à direita, estão com  braceletes prateados.
Mãos infantis indicando serem trabalhadores, 2007.
Fotografia D. Uma mulher sentada de frente para um mesa cinza com vários microfones estendidos. Ela tem cabelos castanhos e lisos até os ombros, nariz afilado e lábios grossos. Usa um terno branco, blusa rosa estampada, um colar sobre o pescoço e óculos de grau. Ela está falando e com as mãos abertas para a frente.
A diretora do escritório da ó í tê no Brasil, Laís Abramo, em entrevista coletiva, 2010.

Atividade 4 – Os papéis do repórter e do editor no roteiro de edição

Nem todas as perguntas e respostas de uma entrevista podem ser consideradas interessantes para a reportagem. Também nem todas as cenas produzidas entrarão nela. ô á repórter faz uma seleção a partir do material produzido e organiza um roteiro de edição, como este a seguir.

Identificação: Escola pública cria projeto contra preconceito com imigrantes
Programa: Reportagem
Assunto: Imigrantes no Brasil

Vídeo

Áudio

Apresentadora no estúdio

Cabeça: O preconceito levou uma professora de uma escola municipal da região central de São Paulo a criar um projeto chamado “O imigrante mora em minha casa”. A ideia desse projeto é fazer os alunos refletirem sobre as origens das suas próprias famílias.

Mostrar um(a) dos(as) alunos(as) estrangeiros(as) cantando e dançando na sala de aula. Ele(a) e as demais crianças estão à vontade e relaxados(as).

Canto do(a) aluno(a)

Mostrar placa que identifica o nome da escola.

Começa a entrevista com Rosely Honório, professora de História.
DI: “A nossa escola...

Focalizar a professora, com legenda que identifica seu nome e cargo.

DF: ... ou descendentes de estrangeiros”.

Mostrar outro(a) aluno(a) estrangeiro(a) cantando.

Canto do menino.

Focalizar novamente a professora Rosely. Durante a fala dela, mostrar alguns desenhos de família feitos pelos(as) alunos(as), além de cenas deles(as) brincando e conversando. Por fim, mostrar o mural instalado na escola onde se lê: “Por uma escola pública inclusiva”. Focalizar a frase para que o(a) espectador(a) consiga lê-la.

DI: “A partir desse desenho da família...
DF: ... genealógica deles”.

Mostrar aluna entrevistada.

DI: “O meu avô veio de Paraguai.
DF: ... e meu pai do Rio Grande do Norte.”

Mostrar aluno entrevistado.

DI: “Você veio da onde?
DF: ... por causa da guerra.”

Focalizar novamente a professora Rosely. Durante a fala dela, mostrar as crianças brincando, entrosadas.

DI: “Tabulamos os dados...
DF: ... todo mundo então é migrante.”

Mostrar aluno entrevistado no estacionamento da escola.

DI: “De onde você é?
DF: ... sim, há muito tempo.”

Mostrar cenas das crianças brincando e conversando. Após alguns segundos, voltar
a focalizar a professora Rosely. Em seguida, mostrar cenas das crianças em diferentes espaços da escola. Finalizar com a cena de dois alunos se abraçando.

DI: “Treze migraram...
DF: ... começaram a se aproximar.”

Vídeo

Áudio

Mostrar apresentadora no estúdio.

Pé: Que bonito, hein? É você ensinar para essas crianças desde cedo a importância do respeito ao outro. Bom, você pode conhecer esse trabalho e outros trabalhos inspiradores como esse da professora Rosely no Globo News Especial sobre professores premiados de escolas públicas.


1. Reflita sobre a função de cada parte do roteiro e estabeleça, no seu caderno, as relações adequadas.

um. Cabeça

dois. Deixa inicial – (dê í)

três. Pé

quatro. Deixa final – (dê éfe)

  1. Marca para a edição a partir de que ponto será considerada a fala dô ou dá entrevistado ou entrevistada.
  2. Abre a reportagem com ô á apresentador ou apresentadora introduzindo o que será mostrado.
  3. Marca para a edição em que ponto deve ser cortada a fala dô ou dá entrevistado ou entrevistada.
  4. Encerra a reportagem, com fala final dô ou dá , uma trilha sonora, ou, ainda, outro recurso.

2. Por que você acha que ô á repórter deve ter o cuidado de entregar um roteiro assim aos ou às profissionais que editarão o vídeo? Com essas atividades você pôde ter noção das etapas que envolvem a elaboração de uma reportagem audiovisual. Observe a sistematização dessas etapas:

Fases

Atores e funções

Pré-produção

Pauteiro(a): sugere a pauta.
Repórter: faz estudos e pesquisas a partir da pauta; elabora o roteiro de entrevista.

Produção

Repórter e equipe de filmagem: saem a campo para produzir as entrevistas e as imagens.

Pós-produção

Repórter: seleciona trechos das entrevistas, prepara os textos a serem lidos pelo apresentador (ou por ele mesmo, em off) e organiza o roteiro de edição.
Editor(a): ajusta ou aprova o roteiro e o encaminha para a equipe que fará o vídeo final e o levará ao ar.

Reportagens audiovisuais também podem ter falas em off. Nesse caso, repórter fala textos previamente preparados sem aparecer na tela.

Produzindo o texto

Condições de produção

O quê?

Você e sua turma farão uma série com três reportagens audiovisuais, com o tema Estereótipos, preconceitos e discriminação.

Para quem?

Para participantes da comunidade escolar, com o objetivo de construir conhecimentos e opiniões que diminuam os preconceitos e a discriminação.

Como fazer

  • Siga as orientações dô ou dá professor ou professora para a organização dos grupos de trabalho.
    1. Que grupo ficará responsável por qual pauta?
    2. Quando os grupos apresentarão a primeira versão do vídeo e o roteiro de edição?
    3. Como serão divulgadas as reportagens?
  1. Conhecendo a pauta de seu grupo
    • Discuta com seu grupo de trabalho a pauta que foi confiada a vocês:
    1. verifiquem se todos entenderam a proposta;
    2. avaliem se há alguma dificuldade nela e discutam as maneiras de contorná-las;
    3. se necessário, façam adaptações e as discutam com ô á professor ou professora.
Ilustração. Destaque para um computador de mesa cinza, com monitor, teclado e mouse. Na tela, à esquerda, há uma menina de cabelos pretos, encaracolados e armados; ela veste blusa vermelha e segura na mão direita, um gravador cinza. À direita, há um garoto ruivo, de camiseta verde. O fundo é azul-escuro.

Pauta 1

  1. Resumo do fato: uma iniciativa na escola onde estudam (ou na cidade onde vivem) para combater o preconceito contra certo grupo de pessoas (imigrantes, negros, indígenas, portadores de deficiências etcétera).
  2. Direcionamento (perguntas ou hipóteses):
    1. Qual é a natureza da iniciativa (uma campanha, um curso, um projeto, uma peça teatral etc.)?
    2. Quem são os(as) responsáveis pela iniciativa e por que resolveram executá-la?
    3. Que resultados a iniciativa já gerou ou está gerando?
  1. Relação das fontes (que serão consultadas ou entrevistadas):
    1. Idealizadores da iniciativa.
    2. Pessoas que formam o público a ser beneficiado pela iniciativa ou que tenham sido impactadas por ela.
    3. Outras pessoas que possam estar envolvidas no projeto.
  2. Dados que serão apresentados: dados da iniciativa (data de início, quantas pessoas foram atingidas, quanto custou etcétera
  3. Imagens: cenas do local onde ocorre a iniciativa, gráficos ou tabelas com os dados do projeto.
  4. Tempo: 3 minutos.

Pauta 2

  1. Resumo do fato: uma ou mais pessoas da comunidade escolar que desafiam estereótipos (por exemplo, uma menina que é craque no futebol ou outro esporte tradicionalmente masculino; um idoso que esbanja disposição; um homem que resolveu deixar o trabalho para ser “dono de casa”).
  2. Direcionamento (perguntas ou hipóteses):
    1. Como essa ou essas pessoas desafiaram os estereótipos?
    2. O que as levou a tomar decisões ou ter costumes e comportamentos diferentes do padrão?
    3. Elas enfrentaram preconceitos e discriminações ao tomar essas decisões ou atitudes? De que fórma?
    4. Também receberam apoio? Por parte de quem?
  3. Relação das fontes (que serão consultadas ou entrevistadas):
    1. As próprias pessoas que serão focalizadas.
    2. Outras pessoas cujo depoimento possa contribuir para construir conhecimentos sobre o tema.
  4. Dados que serão apresentados: devem estar relacionados ao estereótipo que elas quebraram. Por exemplo, se vocês vão focalizar uma menina craque no futebol, podem pesquisar qual é a porcentagem de mulheres entre o total de jogadores profissionais de futebol no Brasil.
Ilustração. Uma mulher de cabelos longos loiros e blusa laranja está dirigindo um caminhão grande com a parte da cabine amarela e a parte da carga vermelha e laranja.
  1. Imagens: cenas das pessoas focalizadas e da rotina delas, de modo que se mostre o contexto em que elas apresentam costumes ou atitudes fóra do padrão.
  2. Tempo: 3 minutos.

Produzindo o texto

Pauta 3

  1. Resumo do fato: pessoas da comunidade escolar que viajaram para outros países (ou regiões do Brasil) e vivenciaram diferenças culturais.
  2. Direcionamento (perguntas ou hipóteses):
    1. Como foi a experiência da pessoa: onde ela esteve, por quanto tempo e com que finalidade?
    2. O que lhe pareceu diferente na cultura que ela conheceu? Ela avaliou essas diferenças negativamente ou positivamente? Por quê?
    3. Algum aspecto da cultura brasileira chamava a atenção moradores ou moradoras desse lugar? Qual?
    4. Que aprendizado ficou para a pessoa a partir da convivência com outras culturas?
    5. A pessoa sabe o que é etnocentrismo? Como ela relaciona sua experiência com o conceito de etnocentrismo?
  3. Relação das fontes (que serão consultadas ou entrevistadas):
    1. As próprias pessoas que conheceram outras culturas.
    2. Se possível, um ou uma professor ou professora de sociologia ou outra pessoa que possa fazer comentários analíticos sobre diferenças culturais.
  4. Dados que serão apresentados: exemplos de conhecimentos adquiridos pelas pessoas consultadas/entrevistadas a partir da experiência de contato com outras culturas.
  5. Imagens: cenas das pessoas entrevistadas, além de fotografias ou vídeos da época em que elas viveram em outro país ou região.
  6. Tempo: 3 minutos.
  1. Organizando as atividades do grupo
    • Dividam as tarefas no grupo, discutindo quem ficará responsável por:
  1. levantamento de mais informações para o estudo do tema e das fontes;
  2. elaboração das questões para o roteiro de entrevista;
  3. realização das consultas e entrevistas;
  4. filmagem das entrevistas e de outras cenas;
  1. pesquisa de cenas, entrevistas e dados disponíveis na internet que possam ser usados na reportagem (não se esqueçam de indicar os créditos dessas fontes);
  2. seleção do material e das falas que entrarão na reportagem;
  3. escolha de elementos de sonoplastia (músicas, sons que podem sugerir efeitos de sentido);
  4. organização do roteiro de edição e discussão sobre ele com ô á professor ou professora, que atuará como editor ou editora;
  5. ajustes do roteiro, se houver indicações dô ou dá editor ou editora;
  6. produção de um arquivo de vídeo com a reportagem. Dicas importantes:
    • os ou as componentes dos grupos, como em uma equipe de reportagem, devem estar bem afinados ou afinadas, discutir bastante para que as decisões sejam bem compreendidas por todos ou todas. Assim, vocês precisam prever momentos de discussão coletiva para cada uma dessas etapas.
    • Não se esqueçam de retomar tudo o que aprenderam para cada uma das fases da reportagem.
    • Para a produção do roteiro de edição, criem um quadro, como o que usamos na atividade 4, indicando imagens de um lado e áudio de outro. Lembrem-se da redação com efeitos de neutralidade nos textos que cabem ao ou à repórter. Apoiem-se também na ficha de apoio à produção e à avaliação da reportagem audiovisual.
Ilustração. Destaque para a folha de um caderno dividido em duas colunas, como dois títulos: de um lado, VÍDEO e, do outro, ÁUDIO. Na parte inferior, há uma lapiseira em tons de laranja e vermelho. Na parte superior, um celular com capa cinza e a tela virada para baixo.
  • Na produção do arquivo de vídeo, incluam legendas nas falas dôs ou dás entrevistados ou entrevistadas e os créditos das imagens que foram usadas de outras reportagens.
  1. Avaliando a produção
    • Após exibirem as reportagens, avaliem a experiência com os ou as colegas e professor ou professora:
  1. Ajudamos a comunidade escolar a refletir mais sobre o tema?
  2. Aprendemos a lidar melhor com o gênero reportagem e com a linguagem das câmeras?
  3. Depois disso, preencham a ficha de avaliação para entregar ao ou à professor ou professora.

Produzindo o texto

Ficha de apoio à produção e à avaliação da reportagem audiovisual

A reportagem audiovisual atendeu aos critérios de:

1. Adequação à proposta

• Elaboramos uma reportagem audiovisual sobre estereótipos, preconceitos e discriminação, desenvolvendo as sugestões da pauta?

2. Adequação às características gerais estudadas do gênero (reportagem audiovisual)

a) As imagens produzidas têm enquadramento adequado?

b) As imagens escolhidas de outras fontes foram adequadas?

c) As entrevistas feitas obtiveram informações e opiniões importantes para o tema da pauta?

3. Construção da coesão/coerência do texto (textualidade)

• As deixas iniciais e finais garantem a coerência das falas dos(as) entrevistados(as)?

4. Uso das regras e convenções da gramática normativa

a) Os textos que cabem ao(à) repórter estão escritos em terceira pessoa?

b) Os textos estão adequados às normas urbanas de prestígio?

O que levo de aprendizagens deste capítulo

Agora que você finalizou este capítulo, volte a discutir com seus ou suascolegas o que aprendeu sobre as questões apresentadas na abertura.

  1. O que é estereótipo, preconceito e discriminação? Qual a diferença entre eles?
  2. Por que o ser humano discrimina seu ou sua semelhante?
  3. Qual a relação entre preconceito, discriminação e desigualdade?
  4. Reportagens audiovisuais podem colaborar para informar mais e promover discussões sobre esses temas? Por quê?
  5. Escreva um pequeno texto sintetizando o que você discutiu e aprendeu e o que considera ter sido importante para ajudá-lo ou ajudá-la a construir respostas para as questões anteriores.
    1. Compare seu texto com as anotações que você fez no caderno ao longo do capítulo.
    2. Conclua: hoje você sabe mais do que sabia antes?

Glossário

Cognitivo
: relativo à cognição, isto é, a processos mentais, não emocionais (sem julgamentos).
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Filtro
: que serve para filtrar, reter ou selecionar (filtro solar, filtro de café, filtro de ideias). No texto, “aplicar filtros” seria analisar a informação, o estereótipo, usando o filtro do contexto cultural em que está inserido.
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