Unidade 2

Capítulo 4

Adolescência e saúde sexual

Capítulo 5

Práticas de leitura com romance juvenil

Capítulo 6

Períodos compostos por subordinação dois

Ilustração. Vista do alto de uma sala de aula. Nela há mesas pequenas e uma mesa central em azul. Nas pequenas, crianças sentadas, vistas de costas. À direita, uma criança de cabelos castanhos, camiseta listrada laranja e amarelo, com o dedo indicador no alto e diz: NA PESQUISA QUE VOCÊS FIZERAM APARECEU ALGUMA INFORMAÇÃO SOBRE O NÚMERO DE GAROTOS FUTUROS PAIS QUE APOIAM SUAS PARCEIRAS GRÁVIDAS? Ao fundo, à esquerda, três alunos sentados em cadeiras de cor azul e à direita, de frente para uma lousa verde e olhando par a turma, uma criança de cabelos encaracolados em preto, de camiseta roxa, calça azul e sapatos em amarelo. Ela está com a mão esquerda para cima e mão direita com folha azul. Atrás dela, uma lousa verde, com gráfico em pizza e o seguinte texto escrito: GRÁVIDEZ ADOLESCENTE – VENEZUELA É RECORDISTA NA AMÉRICA DO SUL. 22,3% DOS BEBÊS VENEZUELANOS NASCERAM DE MÃES MENORES DE 19 ANOS EM 2012;  
A CADA 3 MINUTOS UMA ADOLESCENTE FICA GRÁVIDA NO PAÍS.

Capítulo 4  Adolescência e saúde sexual

Observe as duas nuvens de palavras a seguir, utilizadas em um artigo de divulgação científica da área de Saúde para representar visualmente os resultados de uma pesquisa com adolescentes que responderam a perguntas sobre suas dúvidas e medos em relação à sexualidade.

Nuvem de palavras. Nuvem de palavras em tons de azul e marrom. Há inúmeras palavras, algumas dispostas na horizontal e outras na vertical. Entre as palavras, algumas são: dúvidas, doença, idade, meninos, cura, suficiente, aids, gravidez, relação etc. A maior palavra ao centro é: Dúvidas.
Figura 1 – Nuvem de palavras sobre “principais dúvidas relacionadas à sexualidade”.
Nuvem de palavras em tons de marrom e verde. Há inúmeras palavras, algumas dispostas na horizontal e outras na vertical. Entre as palavras, algumas são: engravidar, doenças, medo, sexualmente, vistas, poder, anticoncepcionais, gravidez, vírus, especulação etc. As três palavras maiores ao centro são: Engravidar, doenças e medo.
Figura 2 – Nuvem de palavras sobre “principais medos relacionados à sexualidade”.

Fonte: BARBOSA, Luciana Uchôa e outros Dúvidas e medos de adolescentes acerca da sexualidade e a importância da educação sexual na escola. Revista Eletrônica Acervo Saúde / Elétrôniqui djournau coléquichions rrélfi, v. 12, ano 4, e2921. Disponível em: https://oeds.link/rrqo1a. Acesso em: 8 maio 2022.

Converse com a turma

  1. Você já havia lido uma nuvem de palavras? O que ela representa?
  2. Tag é uma palavra da língua inglesa que significa etiqueta, rótulo, que pode ser traduzida como palavra-chave. Você já utilizou tags para descobrir algo na internet? Em que situação?
  3. A nuvem de palavras trabalha com tags, mas o que os diferentes tamanhos e cores das letras (ou fontes) das tags indicam?
  1. Examine as duas nuvens de palavras novamente e, usando uma ou mais tags, formule uma pergunta que expressa uma dúvida e uma afirmação que mostra um medo que os adolescentes da pesquisa poderiam ter formulado em suas respostas às perguntas da pesquisa.
  2. Leia um trecho do Estatuto da Criança e do Adolescente (éca):

Artigo 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária.

Disponível em: https://oeds.link/QyTZww. Acesso em: 8 maio 2022.

  1. Você diria que esse artigo do éca nos possibilita entender que é um direito dos adolescentes poder esclarecer dúvidas e receber informações confiáveis sobre a própria sexualidade e saúde sexual? Explique.
  2. Como a família, a comunidade, a sociedade em geral e o poder público podem assegurar o direito expresso no artigo do éca?

O que você poderá aprender

  1. Os adolescentes são considerados um grupo vulnerável. Quais podem ser as vulnerabilidades às quais esse grupo fica exposto?
  2. Há adolescentes mais vulneráveis que outros?
  3. O que é sexualidade? E o que é saúde sexual?
  4. O que e quais são os direitos sexuais e reprodutores dô ou dá adolescente?
  5. Qual é o compromisso de cada um com relação à saúde sexual?

O que você verá neste capítulo

Neste capítulo, você vai ler para refletir sobre questões que envolvem sexua­lidade e saúde na adolescência. Vai também se preparar para produzir uma apresentação oral – seminário – com os resultados de sua pesquisa.

Leitura

Atividade 1 – Leitura para estudo: sexualidade e promoção de saúde entre os jovens

Antecipando a leitura com a turma

Vamos ler um texto acadêmico que aborda a relação entre Direitos Humanos, adolescência e sexualidade. Em seguida, você e os ou as colegas farão um exercício diferente: em vez de discutirem o texto que leram a partir de várias perguntas, vocês o farão a partir de “esquemas” que serão apresentados a seguir.

  1. Antes de realizar a leitura coletiva e integral do texto com os ou as colegas, utilize as questões a seguir para fazer um “reconhecimento” dele e do que você já sabe sobre o assunto que será tratado.
    1. Leia o título e discuta com os ou as colegas:
      1. Que tipo de informação você supõe que será apresentado no texto?
      2. Você já ouviu falar nos termos sexualidade e cidadania sexual? O que eles significam?
    1. Leia o tópico RESUMO e discuta com os ou as colegas:
      1. Você ainda mantém a hipótese que levantou a partir da leitura do título? Que informações serão apresentadas no artigo que vai ler?
      2. Como os termos sexualidade e cidadania estão relacionados à saúde e aos Direitos Humanos?
      3. Qual é a importância do resumo no caso do artigo acadêmico? Que informações ele traz sobre o texto que vai ler?
  2. Agora, leia o texto, fazendo anotações no caderno, de fórma sintética, em itens, das informações que considerar importantes e relevantes às nossas discussões sobre sexualidade e saúde na adolescência.
Reprodução de página da internet.

Saúde em Debate

Direitos humanos, cidadania sexual e promoção de saúde: diálogos de saberes entre pesquisadores e adolescentes

Helena Maria Campos

Cláudia Gersen Alvarenga Paiva

Isabella Campos de Araújo Murtê

Yago Freire Ferreira

Maria do Carmo Fonseca

RESUMO

Este artigo apresenta uma experiência de educação em saúde conduzida por pesquisadores e estudantes do Ensino Médio de uma escola pública de Belo Horizonte Minas Gerais. Demonstra como problematizar direitos humanos, saúde e cidadania sexual, contextualizada à realidade de adolescentes. Evidenciou-se que a precariedade da vida, iniquidades de gênero, silenciamentos, negação de direitos sexuais, informações qualificadas insuficientes afetam a saúde sexual de adolescentes. O diálogo de saberes entre pesquisadores e adolescentes sobre direitos sexuais interfere positivamente na promoção da saúde sexual. Este relato pode contribuir para o planejamento de atividades na atenção primária para a promoção de saúde.

PALAVRAS-CHAVE Direitos humanos; Direitos sexuais e reprodutivos; Educação em saúde; Saúde sexual; Adolescente

Introdução

A adolescência é uma fase da vida marcada por transformações físicas, psicológicas e sociais, singularizadas pelos contextos social, histórico e cultural, sendo, portanto, muitas as fórmas de vivenciar esta etapa. Desta maneira, é mais adequada a utilização do termo adolescências.

Ozella e Aguiar (2008) consideram que as concepções do termo “adolescência”, comumente difundido como um período de crise, cumprem o papel ideológico de camuflarglossário a realidade, as contradições sociais, as verdadeiras mediações que constituem tal fenômeno. A partir deste prismaglossário , a sociedade destaca marcas da adolescência como se fossem universais e naturais, entretanto, cada adolescente é singular, tem sua própria história, sua fórma de ser e estar no mundo.

A sexualidade humana também é uma construção social e cultural, que, nas especificidades da adolescência, é marcada por descobertas e experimentações, crescente autonomiaglossário e tomadas de decisões, o que torna fundamental propiciar educação sexual e informações qualificadas aos adolescentes. A sexualidade é uma energia que motiva a procura pelo amor e pela intimidade, e integra-se ao modo de cada pessoa sentir e experimentar emoções, relações, ações e interações, por isso, influencia a saúde física e mental ( 2000).

Diante disso, tem-se proposto promover a saúde sexual, que é definida como relações sexuais saudáveis, protegidas de Infecções Sexualmente Transmissíveis (í ésse tês), livres de coerçãoglossário , discriminação e violência (CORRÊA; ALVES; JANUZZI, 2006), por meio de abordagens participativas, que favoreçam o conhecimento de si e do outro, através de diálogos críticos e reflexivos. Corrêa, Alves e Januzzi (2006, página 53) ressaltam que, “para se alcançar e manter a saúde sexual, os direitos sexuais de todas as pessoas devem ser respeitados, protegidos e satisfeitos”.

Ilustração. Três jovens em pé, um perto do outro. À frente, um garoto baixo e de cabelos encaracolados pretos, de camiseta amarela, bermuda vermelha e tênis laranja e bege. Ele está com a mão direita sobre o peito e o dedo indicador da mão esquerda para cima. Ao fundo, à esquerda, uma menina de cabelos encaracolados ruivo, camiseta com listras em rosa e vermelho, bermuda  azul-clara e sapatos lilás, com o dedo indicador da mão direita para cima. Ainda ao fundo, mas à direita, um menino de cabelos pretos e blusa azul. Ele é visto parcialmente da cintura para cima. Sobre as cabeças dos jovens, há balões de falas rosa, azul, amarelo e verde-claro.

Os direitos sexuais de adolescentes são indicados como direitos fundamentais à vida em diversos documentos e reafirmados pelo Ministério da Saúde (BRASIL, 2009), que os conceitua como: 1) Direito de viver e expressar livremente a sexualidade sem violência, discriminações e imposições, e com respeito pleno pelo corpo do parceiro ou da parceira; 2) Direito de escolher o parceiro ou a parceira sexual; 3) Direito de viver plenamente a sexualidade sem medo, vergonha, culpa e falsas crenças; 4) Direito de viver a sexualidade independentemente de estado civil, idade ou condição física; 5) Direito de escolher se quer ou não quer ter relação sexual; 6) Direito de expressar livremente sua orientação sexual: heterossexualidade, homossexualidade, bissexualidade, entre outras; 7) Direito de ter relação sexual independente da reprodução; 8) Direito ao sexo seguro para prevenção da gravidez indesejada e de Doenças Sexualmente Transmissíveis (dê ésse tês); 9) Direito a serviços de saúde que garantam privacidade, sigiloglossário e atendimento de qualidade e sem discriminação; 10) Direito à informação e à educação sexual e reprodutiva.

Os direitos sexuais são construções relativamente recentes, frutos de reflexões teóricas e lutas políticas emancipatóriasglossário , que conquistaram o reconhecimento destes como direitos humanos, dimensionados a partir de valores democráticos. O reconhecimento, o amplo conhecimento e o acesso aos direitos sexuais de adolescentes são fundamentais para promover a saúde sexual e propiciar o exercício da cidadania sexual. A educação em sexualidade é um desses direitos sexuais; portanto, é considerada fundamental para esse grupo populacional 2012).

A educação em sexualidade, introduzida como educação em saúde no campo da sexualidade, pautada no modelo dialógico, possibilita a transformação dos saberes e propicia ampliação de conhecimentos, especialmente sobre direitos sexuais (CAMPOS; ARAÚJO; 2011; CAMPOS; NOGUEIRA, 2013).

Alguns dos fatores associados à saúde sexual de adolescentes têm sido apontados como problemas de saúde pública, reconhecidos pela Organização Mundial da Saúde ó ême ésse e objetos de reflexão de diversos estudos. Entre estes fatores, destacam-se: a iniciação sexual desprotegida; o reduzido uso de preservativos em todas as relações sexuais; o baixo uso de métodos de proteção; Infecções Sexualmente Transmissíveis/Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (í ésse tês/Aids); iniquidades de gênero; violência; gravidez na adolescência; e outros agravos à saúde, que geralmente geram efeitos nos percursos escolares (TEIXEIRA e outros, 2006; éilborn, 2006; CAMPOS; Ischôu; NOGUEIRA, 2013; í bê gê É, 2016).

A educação em saúde tem sido indicada na atenção primária para promover saúde. Hoje a saúde é estudada sob vários pontos de vista devido à complexidade e aos multifacetados glossário fatores que afetam as dimensões da vida e da morte. A educação em saúde emancipatória afinada à realidade dos adolescentes se constitui como estratégia promissora para promover a saúde sexual, sobretudo na perspectiva da justiça cognitivaglossário (SANTOS, 2007) e da educação participativaglossário e transformadora (FREIRE, 1996), sendo almejada por profissionais da saúde e da educação.

Para os setores saúde e educação, o conceito de justiça cognitiva, teorizado por Boaventura de Sousa Santos, tem potencial para favorecer a produção de conhecimento por e com os envolvidos no processo saúde-doença e no processo ensino-aprendizagem. A justiça cognitiva é a proposta de participação dos sujeitos na apropriação, concepção e produção de conhecimentos (SANTOS, 2007).

Campos, Schall e Nogueira (2013) ressaltam que, na promoção da saúde de adolescentes, é importante envolvê-los em todas as etapas do processo de construção de conhecimentos, considerar aspectos cognitivos e afetivos, propiciar espaços de diálogos criativos e reflexões críticas. Para Ischôu (2005), a educação em saúde deve permitir a construção do saber comprometido com o desenvolvimento de valores afinados com a autoestima, o respeito a si e aos outros, e a responsabilidade social, contextualizado ao meio sociocultural onde os adolescentes vivem.

Uma educação em saúde em sintonia com a realidade dos sujeitos e com a justiça cognitiva poderá promover saúde e gerar transformações individuais e coletivas. Neste sentido, este artigo apresenta uma experiência de diálogos de saberes sobre direitos humanos, saúde e cidadania sexual entre pesquisadores e um grupo de adolescentes.

CAMPOS, Maria Helena e outros Direitos humanos, cidadania sexual e promoção de saúde: diálogos de saberes entre pesquisadores e adolescentes. Disponível em: https://oeds.link/Pwdka8. Acesso em: 8 maio 2022.

Primeiras impressões

  1. Como você avalia o artigo de divulgação científica que acabou de ler? Afinal, ele lhe trouxe informações novas e importantes sobre o tema sexualidade e saúde na adolescência?
  2. Compartilhe com os ou as colegas que informações você anotou como muito importantes e explique por quê. Compartilhe também as que você anotou como uma novidade para você.
  3. Agora, como mencionado anteriormente, você e os ou as colegas farão um exercício diferente: em vez de discutirem o texto que leram a partir de várias perguntas, vocês o farão a partir do esquema apresentado a seguir.

Esquema

Representação gráfica simplificada de um objeto, um conceito, um processo ou de algo complexo e elaborado. Os esquemas são usados muitas vezes como ferramenta de estudo, apoio a apresentações orais ou à compreensão de um conceito complexo em um texto.

  1. A quais partes do texto os esquemas a seguir se referem?
  2. Com relação ao Esquema 1, por que os dois itens estão em lados opostos? O que o sinal que os separa indica sobre as duas noções de adolescência?
  3. Considerem o Esquema 2. O que podemos inferir sobre a relação existente entre sexualidade e adolescência?

Esquema 1

Esquema 1. Esquema vertical. Primeira coluna, nível um: Adolescência e sexualidade.
Nível dois:
Fase da vida marcada por
transformações (físicas,
psicológicas e sociais)
Nível três:
Cada adolescente é singular,
tem a própria história, sua forma
de ser e estar no mundo
Segunda coluna: um grande símbolo de diferente.
Terceira coluna, nível um: Adolescência sem sexualidade. 
Nível dois: Um período de crise
Nível três:
Camuflam-se a realidade e
as contradições sociais
Nível quatro:
Destacam-se marcas da
adolescência como se fossem
universais e naturais

Esquema 2

Esquema. Organizado na horizontal, no primeiro nível do esquema, há destaque para o tópico SEXUALIDADE. Desse tópico, saem quadro setas em linhas diferentes, indicando os seguintes textos: Linha 1: Construção social e cultural. Linha 2: Influencia a saúde física e mental. Linha 3: Energia que motiva a procura pelo amor e pela intimidade. Linha 4: Integra-se ao modo de cada pessoa sentir e experimentar emoções, relações, ações e interações. Do tópico SEXUALIDADE, sai uma seta na vertical com um tópico de mesmo peso, indicando: ADOLESCÊNCIA. Desse tópico, sai outra seta na vertical, indicando as seguintes informações: Descobertas e experimentações; Crescente autonomia; Tomadas de decisões
  1. Ainda com base nos esquemas anteriores, discuta com os ou as colegas:
    1. Como os termos sexualidade e adolescência devem se relacionar dentro de práticas/ações de educação e saúde, segundo o texto?
    2. Segundo os autores, quais as consequências de assumir a adolescência de fórma singular e não como um fenômeno plural (adolescências)?
Ilustração. À esquerda, um menino sentado sobre um banquinho alto vermelho. Ele tem cabelos castanhos e usa camiseta marrom, bermuda lilás e sapatos azuis. Ele está segurando um livro aberto e, a seu lado, há uma mochila no chão. À direita, uma menina em pé, de frente para ele; ela tem cabelos longos encaracolados pretos e usa uma faixa amarela, veste camiseta verde, saia laranja e segura na mão direita uma mochila também laranja.
  1. Agora, junte-se com ô á colega e façam um esquema, sintetizando o trecho final do texto em que os autores falam sobre os direitos sexuais de adolescentes e educação.
    1. Vocês poderão optar por um dos modelos de esquemas que acabaram de ver ou por outro da preferência da dupla.
    2. Finalizado o trabalho, compartilhem o resultado com outras duplas e troquem suas impressões sobre o resultado de cada um.

O texto em construção

  1. O que você diria sobre a linguagem em que o artigo foi escrito? Achou que ela exigiu de você maior atenção? Explique.
  2. Observe as palavras e expressões destacadas no resumo a seguir e o tipo de informação que elas introduzem.
Versão adaptada acessível

Atividade 2.

Observe as palavras e expressões "este artigo apresenta", "demonstra", "evidenciou-se" e "este relato pode contribuir para" no resumo a seguir, e o tipo de informação que elas introduzem.

Este artigo apresenta uma experiência de educação em saúde conduzida por pesquisadores e estudantes do Ensino Médio de uma escola pública de Belo Horizonte Demonstra como problematizar direitos humanos, saúde e cidadania sexual, contextualizada à realidade de adolescentes. Evidenciou-se que a precariedade da vida, iniquidades de gênero, silenciamentos, negação de direitos sexuais, informações qualificadas insuficientes afetam a saúde sexual de adolescentes. O diálogo de saberes entre pesquisadores e adolescentes sobre direitos sexuais interfere positivamente na promoção da saúde sexual. Este relato pode contribuir para o planejamento de atividades na atenção primária para a promoção de saúde.”

  • qual ou quais delas introduz ou introduzem
    1. objetivo e do que trata a pesquisa/artigo?
    2. a explicação da relevância da pesquisa?
    3. os ou as principais dados/informações obtidos ou obtidas com a pesquisa?

3. Observe o tópico Palavras-chave (ou Tags). Qual pode ser a finalidade delas em um texto de divulgação científica como esse?

Atividade 2 – Leitura e roda de conversa: sexualidade e saúde

Clique no play e acompanhe a reprodução do Áudio.

Transcrição do áudio

Locutor: A sexualidade na adolescência

Locutora: Segundo a Organização Mundial da Saúde, "a sexualidade faz parte da personalidade de cada um, é uma necessidade básica e um aspecto do ser humano que não pode ser separado de outros aspectos da vida”. Apesar disso, para algumas pessoas, o assunto ainda é envolto em mistério, e educação sexual é uma ideia que gera alarmes. Mas será que isso é realmente alarmante? Para falar sobre sexualidade e saúde na adolescência e dar dicas de como desenvolver uma vida sexual saudável, convidamos Jairo Bouer, médico psiquiatra, biólogo e autor de 11 livros.

[vinheta]

Jairo Bouer: Sexo é o momento específico, íntimo, em que você está com alguém que você escolheu estar, né? Sexualidade é muito mais amplo do que isso. É tudo aquilo que tem a ver com o jeito que a gente é. Desde que a gente é pequeno, desde que a gente é criança, de alguma forma, a gente entra em contato com as nossas emoções, dos nossos sentimentos, com os nossos desejos. A gente vai se percebendo, a gente vai se construindo. Portanto, a sexualidade é um processo que começa desde a infância e caminha com a gente até o final da nossa vida.

Aliás, a escola é um excelente palco para a gente discutir educação e sexualidade. Por quê? Porque a gente está com os amigos da gente, a gente está com pessoas que tem a nossa idade e que estão enfrentando muitas vezes situações parecidas com as que a gente está vivenciando.

Agora, uma educação em sexualidade deve falar só de sexo? O que que ela deve envolver? Pois é. Uma educação em sexualidade deve ser muito mais complexa do que só a discussão do sexo, que só a discussão do biológico. Isso é fundamental estar numa discussão em sexualidade. Não é só a biologia não. A biologia é uma parte, mas não é tudo que se diz respeito à sexualidade da gente.

E a sexualidade tem uma relação direta com os direitos humanos. A partir do momento que a gente se entende, que a gente se percebe, que a gente se respeita, a gente consegue lutar mais pelos nossos direitos e a gente consegue se defender também, muitas vezes de preconceitos, de tabus que existem no mundo aí fora. Sexualidade tem tudo a ver com respeito ao outro, a gente tem que aprender a respeitar as diferenças, a gente tem que respeitar as pessoas pelo que elas são e pelo que elas representam. Não adianta a gente tentar encaixar todo mundo num modelo e imaginar que esse é o único modelo possível. Isso não é respeitar a individualidade, isso não é respeitar os direitos humanos. Sexualidade tem tudo a ver com a gente respeitar o outro pelo que ele é, pelo que ele quer ser. É entender a diversidade do ser humano. Então, por isso, sexualidade tem uma relação direta com a questão dos direitos humanos.

E uma educação para a sexualidade, né, pode empoderar os adolescentes. E como? A partir do momento em que a gente se entende, a gente se percebe e a gente se respeita, a gente luta muito mais pelos nossos direitos, a gente se sente mais tranquilo, a gente se sente mais fortalecido para enfrentar o mundo e para gostar da gente mesmo. Então, de novo: sexualidade é fundamental na vida de todo mundo, faz parte da vida de todo mundo, a gente não consegue separar a vida da gente da sexualidade. E discutir isso, falar sobre isso, entender como isso interfere na vida da gente vai dar poder, vai dar força, vai dar muito mais tranquilidade para o jovem enfrentar o mundo e poder se posicionar no mundo do jeito que ele é. É isso aí.

Locutor: Crédito: Estúdio: Spectrum.

Você e sua turma participarão agora de uma roda de leitura, seguida de uma roda de conversa, com base em três textos que abordam aspectos da adolescência e sexualidade. O objetivo dessa roda é conhecer um pouco mais das realidades de diferentes grupos de adolescentes e qual a relação existente entre sexualidade e saúde neste momento da vida.

Ao final, vocês deverão compartilhar suas leituras com o restante da turma. Para tanto, deverão produzir um esquema que servirá de apoio no momento em que forem compartilhar suas leituras e reflexões com os ou as colegas.

  1. Durante a leitura do texto que você escolheu, faça anotações no caderno sobre o que considerar importante compartilhar com o restante da classe, seja porque é uma informação nova para você, seja porque você tem uma opinião sobre o assunto ou fato abordado.
  2. Ao finalizar a leitura, reflita e tome nota de suas reflexões.
  1. Depois, junte-se a outros ou outras colegas para:
    1. discutirem suas anotações e prepararem um esquema com elas, considerando que esse esquema deverá ajudá-los a apresentar as informações essenciais para que quem não leu o texto tenha uma ideia do que ele trata;
    2. negociarem uma opinião sobre o texto para apresentar à turma.
  2. Depois dessas reflexões, prepare-se para compartilhar com os ou as colegas o que leu e o que pensou sobre o que leu, seguindo as orientações do boxe Roda de conversa (no final do texto 3) e as dô ou dá

Texto 1

O que pode ser destacado na tomada de notas

Veja as informações que pode ser importante destacar em suas anotações:

  1. Por que, apesar de a taxa de gravidez na adolescência ter diminuído no Brasil entre 2000 e 2019, ela ainda é alarmante?
  2. Que fatores explicam por que adolescentes negras respondem por 70% dos casos de gravidez na adolescência no Brasil?
  3. O que se entende por educação sexual?
  4. Além de prevenir a gravidez na adolescência, que outros problemas de saúde pública a educação sexual pode ajudar a evitar?
Reprodução de página da internet.

Gravidez na adolescência provoca danos maiores às jovens da periferia

‘Quanto menor o nível socioeconômico, menos informação de qualidade e em saúde a adolescente tem’, diz a ginecologista e obstetra Andrea Gonçalves (foto)

28/03/2022

Por: Beatriz de Oliveira, Nós Mulheres da Periferia

Fotografia. Busto de uma mulher de cabelos pretos, rosto um pouco largo, com lenço em tons de lilás e estampas em preto e marrom sobre a cabeça e  brincos dourados. Ela usa camisa branca e está sorrindo.
Andrea Gonçalves, ginecologista e obstetra, afirma: “Sendo as mulheres a maior parcela da população brasileira, não tem cabimento a gente falar em evolução socioeconômica do país sem falar da diminuição da gravidez na adolescência e da proteção da saúde reprodutiva dessas meninas”.

Grazielle Silva, assistente administrativa de 33 anos, conta que na infância foi uma menina reservada. Formou o primeiro grupo de amigas aos 15 anos, quando começou a sair à noite para se divertir. Num desses rolês, com 18 anos, conheceu um garoto e eles começaram a namorar sem o conhecimento da família dela.

O namorado também não demonstrou interesse em apresentá-la para sua família. O que Grazi sabia é que ele morava na Bahia e se mudou para São Paulo, onde alguns parentes moravam. Após sete meses de relacionamento, Grazi engravidou. “Pra mim foi um grande sústo, eu não estava esperando, eu imaginava que iria demorar muito pra eu ter filhos.”

Em 2020, nasceram 380,7 mil filhos de mães com idade entre 10 e 19 anos, segundo dados preliminares do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos. O número de adolescentes grávidas tem diminuído: entre 2000 e 2019 houve queda de 37,2%, segundo estudo da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo).

“Olhando os dados de uma maneira macro a gente vai perceber um decréscimo no número de adolescentes grávidas, mas, quando a gente olha as periferias, esses números vão sofrer pouca alteração”, aponta Elaine Amazonas, assistente social e gerente da unidade da Plan International Brasil na Bahia, organização que defende os direitos das crianças e adolescentes, com foco na promoção de igualdade de gênero.

São as adolescentes negras a maioria no panorama de gravidez na adolescência em 70% dos casos, segundo dados de 2014 do í bê gê É (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

“A gente vai ter uma série de atravessamentos que vão de alguma fórma contribuir de maneira mais incisivaglossário para que as adolescentes negras engravidem”, afirma Elaine. Os fatores, segundo ela, passam pela educação pública, em que as jovens negras estão em maior número, que não contempla a educação sexual e reprodutiva. Passam também pelo não conhecimento do próprio corpo e falta de trabalho com a autoestimaglossário , o que diante de uma sociedade racista e sexistaglossário a impossibilita de dizer “não” e exigir o uso de camisinha durante o ato sexual, por exemplo. reticências

‘Eu só pensava em como eu iria contar pros meus pais’ — Mesmo passando mal, Grazielle não desconfiou logo de primeira que pudesse estar grávida. Chegou a tomar remédio para o estômago achando que algo que comeu havia causado enjoo. Depois, acompanhada de uma amiga, fez um teste rápido de gravidez. Deu negativo e ela ficou aliviada. Só que, como o mal-estar não foi embora, ela resolveu fazer um exame de sangue, dessa vez a irmã a acompanhou. Quando a médica informou o resultado positivo, Grazi riu de nervoso. “Na hora eu só pensava em como eu iria contar para os meus pais, qual seria a reação deles, o que eu iria fazer dali pra frente. Fiquei em choque”, conta. “Os dois choraram bastante, talvez por causa da dificuldade que seria, porque eu dependia deles”.

O receio de contar para os pais é comum entre as adolescentes grávidas. A médica ginecologista e obstetra Andrea Gonçalves conta que já atendeu muitas meninas que demoraram meses para dar a notícia e iniciar o pré-natal. Para a médica, é necessário que a sociedade fale mais sobre esse assunto, para que as meninas não tenham medo de buscar atendimento.

Parte desse medo vem também dos julgamentos que a adolescente grávida recebe. “Socialmente a adolescente que engravida ainda é o mau exemplo, mesmo que haja várias outras adolescentes na comunidade que tenham engravidado, mas ela ainda é muito estigmatizada”, diz a assistente social Elaine Amazonas.

Educação sexual — Para combater essa estigmatizaçãoglossário , um caminho viável é a educação sexual. Adolescentes precisam conhecer desde as informações mais básicas e saber lidar com o próprio corpo. “Eu já fiz o parto de uma menina que me perguntou se ela tinha dois úteros e um ovário, ou se era o contrário”, diz Andrea. “São coisas que a gente precisa falar antes dessa menina estar ali para ter um bebê.”

A educação sexual, explica Elaine, permite que os adolescentes se entendam enquanto sujeitos e tomem decisões mais assertivas sobre o futuro. Permite também que se discuta o papel social dos homens e das mulheres, uma paternidade responsável e o respeito às mulheres.

reticências

A falta de informação evoca também outra questão de saúde pública: as Infecções Sexualmente Transmissíveis (í ésse tês). “Muitas vezes essa gravidez vem acompanhada de diagnóstico de como agá í vê e sífilis. Os números vêm crescendo muito entre as mulheres jovens. Eu já tive muitas vezes que dar notícia para adolescentes de 15 e 16 anos que elas tinham agá í vê ou sífilis”, relata Andrea.

O Boletim Epidemiológico de agá í vê/Aids, do Ministério da saúde, indicou que entre 2000 e junho de 2021 foram notificadas cento e quarenta e uma mil gestantes com agá í vê. O número de casos é maior na faixa etária entre 20 e 24 anos.

‘Ele dizia que não tinha condições’ — Com três meses de gravidez e já sabendo que seria mãe de uma menina, Grazielle deu a notícia para o pai da criança. “Não tive apoio nenhum, ele dizia repetidamente que não tinha condições de ter filho agora.” Quando contou que já era pai de outras duas meninas, Grazi rompeu o relacionamento e decidiu cuidar sozinha da criança. O rapaz nunca demonstrou interesse na gravidez.

“Nesse período a mulher se sente rejeitada, sozinha, e isso de fato aconteceu comigo porque eu já estava com essa carga de que eu teria que criar um filho sem o apoio do genitor dela, minha família fez uma grande diferença”, diz.

Durante a gestação, a adolescente periférica pode ter dificuldade de acesso aos serviços de saúde necessários. A médica Andrea afirma que, apesar dos méritos do sús (Sistema Único de Saúde), existem problemas estruturais. “Nem toda a adolescente vai ser encaminhada para o serviço de alto risco com a velocidade necessária ou vai ter acesso rapidamente a todos os exames que ela necessita.”

Vale mencionar ainda mais uma questão que permeia o cenário de gravidez precoce no Brasil: o desejo de engravidar cedo, que, inserido num contexto cultural, está relacionado à conquista de independência. “No sentido de que o ser mãe também me dá um lugar no mundo, então eu não sou mais só aquela adolescente, eu sou mãe de fulaninho”, explica Elaine. reticências

Não é regra que adolescentes tenham apoio familiar na criação dos filhos e essa realidade, aliada à falta de políticas públicas, gera consequências como a evasão escolar. O abandono, por sua vez, pode significar menores chances de evolução socioeconômica e inserção nas estatísticas dos “nem-nem” — população jovem que não estuda e não trabalha — ou em postos de trabalhos precários, perpetuando ciclos de pobreza.

Com relação ao panorama nacional, Andrea afirma: “sendo as mulheres a maior parcela da população brasileira, não tem cabimento a gente falar em evolução socioeconômica do país sem falar da diminuição da gravidez na adolescência e da proteção da saúde reprodutiva dessas meninas”.

Disponível em: https://oeds.link/46iEQe. Acesso em: 8 maio 2022.

Vinheta de seção. Contorno de um clipe.

Clipe

As Infecções Sexualmente Transmissíveis (í ésse tê) são causadas por vírus, bactérias ou outros microrganismos. Elas são transmitidas, principalmente, por meio do contato sexual (oral, vaginal, anal) sem o uso de camisinha masculina ou feminina, com uma pessoa que esteja infectada. reticências O tratamento das pessoas com í ésse tê melhora a qualidade de vida e interrompe a cadeia de transmissão dessas infecções. O atendimento, o diagnóstico e o tratamento são gratuitos nos serviços de saúde do sús. A terminologia Infecções Sexualmente Transmissíveis (í ésse tê) passou a ser adotada em substituição à expressão Doenças Sexualmente Transmissíveis (Dê ésse tê), porque destaca a possibilidade de uma pessoa ter e transmitir uma infecção, mesmo sem sinais e sintomas. Se não tratadas adequadamente, podem provocar diversas complicações e levar a pessoa, inclusive, à morte. 

Disponível em: https://oeds.link/yTbx1p. Acesso em: 8 maio 2022.

Texto 2

O que pode ser destacado na tomada de notas

Veja as informações que pode ser importante destacar em suas anotações:

  1. Por que podemos dizer que há uma maior necessidade de investimento em educação sexual hoje em dia?
  2. Quais são as consequências de não usar preservativo?
  3. Por que ainda há dificuldade em se propor discussão própria da educação sexual? Como podemos superar esses obstáculos?
Reprodução de página da internet.

Adolescentes iniciam vida sexual cada vez mais cedo

Para Carmita Abdo, psiquiatra e professora da Faculdade de Medicina da úspi (éfe ême), há a necessidade de um maior investimento na educação sexual e em campanhas para divulgar o sexo seguro, alertando para o fato de que a Aids e as outras doenças sexualmente transmissíveis ainda não têm cura. Apesar da possibilidade de contrôle de algumas delas, é um engano — especialmente entre os jovens — acreditar que estão livres das dê ésse tês, pois, mesmo nesse caso, a qualidade de vida dos portadores é comprometida. reticências

Confira a entrevista na íntegra.

[Transcrição do áudio]

[Miriam Ramos (Jornalista)] Adolescentes iniciam sua atividade sexual na faixa entre os 13 e os 17 anos de idade. Essa foi a conclusão da pesquisa Mosaico 2.0 comandada pela psiquiatra Carmita Abdo, da Universidade de São Paulo. Professora, o que foi essa pesquisa?

[Carmita Abdo] Então, essa pesquisa foi feita através de internet. Foram 3 mil internautas que responderam. A faixa etária variava de 18 anos, a idade mínima que nós aceitamos, até 70, 80 anos, não tinha idade limite, e homens e mulheres. E pesquisamos o comportamento sexual em vários itens, inclusive perguntando quando iniciaram, com quem iniciaram a sua vida sexual, sobre tipos de dificuldades que poderiam ter No total era algo como 60 itens investigados.

[Miriam Ramos] E, professora, é verdade que nessa pesquisa foi encontrado um comportamento de que eles não estão mais usando preservativos?

[Carmita Abdo] É. O uso de preservativos no Brasil é muito baixo. O uso adequado, ou seja, em todas as relações sexuais, é da ordem de 1/3treze reais da população, seja masculina, seja feminina. E esses números acabam sempre os mesmos e até um pouco menores dessa vez do que números anteriores. O que mostra que necessitamos investir mais em educação sexual, em campanhas para o sexo protegido e também em campanhas que elucidem que aids e outras doenças sexualmente transmissíveis ainda não têm cura, têm algumas delas, mas que é um engano, especialmente dos jovens, acreditarem que estão livres desse mal e até de virem a óbito através da aquisição dessas doenças. Algumas delas muito seriamente comprometedoras, sim, não só da vida, mas também da qualidade de vida de homens e mulheres.

[Miriam Ramos] A senhora poderia dizer o que acontece com os meninos e as meninas para não usarem o preservativo? Porque também tem o preservativo feminino, né?

[Carmita Abdo] É verdade. O preservativo feminino seria uma saída para as mulheres que têm parceiros que alegam não se sentirem confortáveis com o uso da camisinha masculina, porque ela tiraria a sensibilidade. Ou alguns deles até, no início da vida sexual especialmente, têm o medo de interromper o ato para vestir a camisinha e depois não conseguir manter a ereção. E então essas são algumas das razões. Outros alegam que seria uma falta de confiança entre duas pessoas enamoradas, apaixonadas, solicitar que utilizasse o preservativo, como se isso tivesse indicando que falta entre eles total crédito um no outro. São as mais diversas razões. Mas na verdade o que a gente acaba avaliando num contato mais próximo é que essa dificuldade de utilizar o preservativo é algo que acaba acontecendo quando a iniciação acaba acontecendo sem o uso dele e depois, num momento mais tardio, a tentativa de utilizar é mesmo muito desconfortável. Então, campanhas mais próximas, mais frequentes; educação sexual não depois da iniciação sexual, mas antes dela; e também conhecimento a respeito do prejuízo que as doenças sexualmente transmissíveis podem trazer e do atual estado sobre cura e sobre contrôle dessas doenças... Seria muito bom que esses jovens e que as pessoas de um modo geral tivessem acesso.

[Miriam Ramos] Professora, ainda é tabu falar de sexo nas famílias, não é? Muitos pais ficam constrangidos. O que a senhora recomendaria ou daria de dica para que esses pais conseguissem falar com seus filhos?

[Carmita Abdo] É verdade. Eu acredito que eles não tenham muita facilidade porque inclusive não vivenciaram a educação sexual na sua época de adolescência. Também ao longo da vida mantiveram tabus e mitos. Então, se há uma dificuldade, vamos, então, tentar superá-la, através de leitura, através de sites que possam elucidar dúvidas e também trabalhar a sexualidade desses pais para que ela se torne mais resolvida. Mas, se por acaso não se conseguir esse objeto, delegar a alguém da família, um tio, uma tia, alguém que esteja mais à vontade. É bem mais interessante, é bem melhor do que uma educação sexual que não seja mais personalizada, que é aquela que a escola pode oferecer, afinal de contas. E muitas vezes a escola oferece num momento em que a criança já matou a sua curiosidade de outra e já adquiriu conceitos errôneos, e já começou a estabelecer tabus em relação à vida e ao comportamento sexual. Então, seria muito bom, não é, buscar sites de saúde, se informar e tentar, na medida do possível, fazer frente às perguntas que começam cedo. O filho, a filha com 3, 4 anos já começa a apresentar as primeiras dúvidas que devem ser respondidas de fórma breve e sem se estender, além daquilo que foi exatamente perguntado.

[Miriam Ramos] Essa foi a orientação da psiquiatra Carmita Abdo, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Reportagem de Miriam Ramos para a Rádio úspi

Disponível em: https://oeds.link/ucX1Tf. Acesso em: 8 maio 2022.

Texto 3

O que pode ser destacado na tomada de notas

Ilustração. Um garoto sentado de frente para mesa, realizando, com a mão esquerda, anotações em um caderno. Sob seu braço direito, há um jornal impresso. Ele tem cabelos encaracolados pretos e usa camiseta azul.

Veja as informações que pode ser importante destacar em suas anotações:

  1. Por que podemos afirmar que o agá pê vê é um problema de saúde pública que atinge a população jovem brasileira?
  2. Quais são os meios de diagnosticar e tratar a infecção por
  3. Mesmo a vacinação sendo gratuita no Brasil desde 2014, por que a adesão à vacinação contra o agá pê vê é baixa?
Reprodução de página da internet.

Baixa adesão à vacina contra agá pê vê aumenta risco de câncer de útero, intestino e laringe, alerta infectologista da Unicamp

Março é o mês de conscientização sobre vírus. Vacina é aplicada em meninas e meninos entre 9 e 14 anos por causa da alta eficácia. reticências

Por Patrícia Teixeira, g1 Campinas e Região – 26/03/2022

“O papiloma vírus, é responsável não só pelo câncer de colo de útero nas mulheres, mas também por alguns tipos de câncer de intestino e de laringe, tanto em homens quanto em mulheres.”

O alerta é da médica infectologista da unicâmpi, Raquel Istútchi, e ressalta a importância da vacinação contra o agá pê vê para meninas e meninos entre 9 e 14 anos de idade período onde o corpo produz mais anticorpos para o futuro. Março é o mês de conscientização sobre o agá pê vê e a baixa cobertura vacinal preocupa prefeituras das maiores cidades da região de Campinas São Paulo.

Na metrópole, os dados mais recentes divulgados pela Secretaria de Saúde Municipal apontam um público-alvo total de 90 mil meninos e meninas que precisam da proteção. No entanto, menos de 10% dos jovens de 11 a 13 anos receberam as doses em 2020 e 2019.

O cenário se repete em Americana São Paulo, que identificou menos de 13% de vacinados no ano passado; e em Hortolândia São Paulo, com pouco mais de 12% de meninos e meninas imunizados em 2021.

Indaiatuba São Paulo apresenta adesão maior, chegando a 59%, mas ainda assim deixando milhares de crianças e adolescentes sem a proteção. Veja mais detalhes sobre cada cidade a seguir.

“Habitualmente para todas as vacinas, as crianças e jovens têm um sistema de defesa muito mais vigoroso, muito mais robusto, que responde melhor na quantidade de anticorpos, na qualidade de anticorpos e a duração da proteção é maior quando fazemos nas crianças”, explicou a infectologista.

São necessárias duas doses da vacina com intervalo de seis meses quando o público é o indicado pelo Ministério da Saúde 9 a 14 anos para meninas e 11 a 14 anos para meninos. Quando é aplicada após essa faixa, são necessárias três doses, afirmou Raquel. O imunizante é fornecido de graça nas unidades de saúde da rede pública.

Eficácia de quase 90% contra câncer

Em novembro do ano passado, um estudo britânico publicado na revista científica The Lancet apontou resultados positivos sobre a imunização e a proteção em casos de câncer de acordo com a idade dos vacinados.

Raquel detalhou, na entrevista ao gê um, que a proteção apontada pela pesquisa sai do patamar de 34% de redução nas chances de câncer de colo de útero em mulheres de 16 a 18 anos, para 87% em vacinadas de 12 e 13 anos.

“Quando foram vacinadas entre 14 e 16 anos a redução foi de 62% e das lesões pré-cancerígenas de 75%. E já quando as crianças, as adolescentes foram vacinadas entre 12 e 13 anos, a redução de casos de câncer foi de 87%, e das lesões pré-cancerígenas, de 97%”, explicou.

“Quanto mais jovem a gente faz a vacinação contra o câncer, primeiro tem menos chance das meninas terem sido expostas ao e segundo que a resposta do sistema imune, de defesa nesta idade, e no nosso caso entre 9 e 14 anos, é maior do que depois, entre 15 e 18, ou depois dos 18 anos”, completou.

A lógica segue a de demais vacinas oferecidas para a faixa etária de bebês, como a de hepatite B, por exemplo, sinaliza a médica.

“É extremamente importante que as famílias, os pais, os responsáveis levem as crianças para serem vacinadas contra o agá pê vê para que elas cheguem na idade adulta já protegidas contra esse vírus que é uma causa importante de câncer de colo de útero, uma doença grave associada à alta mortalidade.”

Fotografia. Busto de uma mulher de cabelos curtos loiros, penteados para o lado. Ela tem olhos claros, sobrancelhas finas e usa uma blusa sem mangas branca. Ela sorri e usa fones de ouvido com fios pretos. Ao fundo, parede em branco e vista parcial de um quadro.
A infectologista da Unicamp Raquel Stucchi alertou sobre os riscos de câncer em pessoas não vacinadas contra o agá pê vê.

Indaiatuba

Diferentemente das demais maiores cidades, Indaiatuba registrou 59% do público-alvo imunizado contra o papiloma vírus humano em 2020, segundo dados mais recentes informados pela Secretaria de Saúde do Município.

Neste sábado, a prefeitura realizou uma ação de incentivo à vacinação de crianças e adolescentes contra a doença. A população de 9 a 14 anos é de aproximadamente pessoas.

“Mesmo com todos os esforços para divulgação e ampliação desta cobertura, sentimos grande resistência por parte de pais e responsáveis, bem como outros mitos relacionados à vacina contra o agá pê vê”, alertou a Saúde.

“A vacinação contra o vírus agá pê vê é importante para meninas porque previne contra o câncer de colo de útero, ginecológico e vulva e para meninos porque previne contra o câncer de pênis. Ambos os sexos com a imunização têm proteção também contra o câncer de reto, garganta, laringe, faringe, língua, entre outros na região bucal”, completou.

Disponível em: https://oeds.link/eXu3pp. Acesso em: 8 maio 2022.

Roda de conversa

  1. Chegou o momento de usar o esquema que você e seu grupo fizeram enquanto estudavam e discutiam o texto, para que a turma conheça as informações e ideias nele tratadas.
  2. Fechando a roda...
    1. Vocês se identificam com as questões abordadas nos textos? Os problemas de saúde em questão lhes dizem respeito?
    2. O que você pensa sobre essas questões de saúde pública?
    3. Com relação ao que pôde ler e ouvir dôs ou dás colegas, você acredita que alguns jovens estão mais vulneráveis a problemas de saúde diante de questões ligadas à sua sexualidade? Em quais casos? Por que isso ocorre?
    4. Concorda que os direitos sexuais de adolescentes devem estar atrelados aos direitos fundamentais à vida? Explique.
    5. O Texto 3 traz informações sobre a cobertura vacinal na cidade de Campinas e região, no estado de São Paulo.
      1. Você já tinha ouvido falar sobre essa vacina? Acaso foi vacinado?
      2. Com base na resposta da turma, você acredita que esses dados sobre a baixa cobertura vacinal são um problema apenas nas cidades citadas no texto?
      3. Quais podem ser as razões de índices baixos de vacinação, mesmo as vacinas sendo tão importantes para a saúde?
      4. Você considera de fundamental importância a participação das escolas para reforçar a adesão dos jovens à vacinação? Por quê? Como isso pode ser feito?
Vinheta de boxe com imagem de seta curva.

Anexo

No Anexo de Textos de Apoio do Capítulo 4, você vai encontrar o texto Educação integral em sexualidade, para saber mais sobre mais um dos seus direitos e discutir com a turma.

f. O Artigo 4º do Estatuto da Criança e do Adolescente (éca) diz o seguinte:

Artigo 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária.

Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende:

a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer circunstâncias;

b) precedência de atendimento nos serviços públicos ou de relevância pública;

c) preferência na formulação e na execução das políticas sociais públicas;

d) destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção à infância e à juventude.

BRASIL. Lei número 8.069, de 13 de julho de 1990 (éca). Disponível em: https://oeds.link/fGd074. Acesso em: 18 julho 2022.

Vamos lembrar

Quando falamos em políticas públicas, referimo-nos a ações, leis ou programas governamentais voltados para o bem-estar da sociedade, em áreas como saúde, educação, meio ambiente, habitação, assistência social, lazer, transporte, segurança etcétera

  1. Qual relação é possível estabelecer entre os textos que a turma leu e esse artigo de lei?

II. Que medidas e ações podem ser tomadas, tanto por instituições públicas e privadas como por jovens como você, para promover o direito às informações necessárias que garantam a educação e a saúde sexual de adolescentes e jovens?

Produção de texto

Conhecendo o gênero: Seminário

Agora, você e os ou as colegas vão preparar um seminário com os resultados de pesquisa que vão desenvolver sobre sexualidade, saúde e adolescência.

Antes, porém, é preciso entender: o que é um seminário?

Atividade 1 – O que é seminário

Observe a cena.

Ilustração. Vista do alto de uma sala de aula. Nela há mesas pequenas e uma mesa central em azul. Nas pequenas, crianças sentadas, vistas de costas. À direita, uma criança de cabelos castanhos, camiseta listrada laranja e amarelo, com o dedo indicador no alto e diz: NA PESQUISA QUE VOCÊS FIZERAM APARECEU ALGUMA INFORMAÇÃO SOBRE O NÚMERO DE GAROTOS FUTUROS PAIS QUE APOIAM SUAS PARCEIRAS GRÁVIDAS? Ao fundo, à esquerda, três alunos sentados em cadeiras de cor azul e à direita, de frente para uma lousa verde e olhando par a turma, uma criança de cabelos encaracolados em preto, de camiseta roxa, calça azul e sapatos em amarelo. Ela está com a mão esquerda para cima e mão direita com folha azul. Atrás dela, uma lousa verde, com gráfico em pizza e o seguinte texto escrito: GRÁVIDEZ ADOLESCENTE – VENEZUELA É RECORDISTA NA AMÉRICA DO SUL. 22,3% DOS BEBÊS VENEZUELANOS NASCERAM DE MÃES MENORES DE 19 ANOS EM 2012; A CADA 3 MINUTOS UMA ADOLESCENTE FICA GRÁVIDA NO PAÍS.
  1. A ilustração retrata uma cena de um seminário realizado na escola.
    1. Que pessoas estão envolvidas na cena e qual o papel delas?
    2. O que está sendo tratado na apresentação do grupo?
    3. O que as pessoas que estão diante da turma precisaram fazer para participar do seminário?
    4. O que se espera das pessoas que estão assistindo?
    5. Que materiais foram usados para serem apresentados ao público?
  2. Agora, leia o boxe e confirme se na discussão sobre a cena observada foram consideradas as características básicas de um seminário.

Seminário

Evento em que se expõem oralmente resultados de pesquisa e/ou reflexões sobre um mesmo tema. A intenção de produzir um seminário é disseminar o conhecimento. Ou, como a própria origem da palavra sugere, disseminar ou “plantar germes” (na língua latina, seminário significa “semente”). Nos eventos em que são apresentados os seminários, ocorre uma sucessão de apresentações orais com o propósito de aprimorar e lapidar o conhecimento e o aprendizado sobre um mesmo tema. Por essa razão, é essencial estar atento aos detalhes da criação de um seminário.

  1. Conhecer bem o tema que será enfocado: realizar investigação do assunto em fontes variadas (livros, internet, vídeos etcétera) e confiáveis, antecipando possíveis questões que poderão ser de maior interesse do público.
  2. Produzir esquemas e esboço com dados resumidos que orientarão a exposição e também poderão servir de base para a produção do material visual para apoio da plateia.
  3. Praticar a apresentação pode contribuir para a fluência da apresentação oral. Tudo deve ser pensado de acordo com a plateia que estará presente no seminário.
  4. Responder às perguntas da plateia de fórma honesta. Se o estudo que o grupo fez sobre o assunto não possibilita dar uma resposta, explicar ao público o limite da sua pesquisa.

Atividade 2 – Resumindo textos: apagando e generalizando informações

1. Leia os textos a seguir.

Reprodução de página da internet.

Texto original

“Ter uma alimentação saudável é essencial para alcançar uma maior qualidade de vida. O abuso de alimentos ricos em gorduras saturadas, sódio e açúcares é um gatilho para doenças como infarto, derrames, hipertensão, obesidade, diabetes e até câncer. Em contrapartida, é fácil incluir no cardápio alimentos heróis da resistência e da longevidade.”

MINHA vida. Disponível em: https://oeds.link/QvAAwv. Acesso em: 3 junho 2022.

Texto resumido

Alimentação saudável é essencial para maior qualidade de vida. O abuso de alimentos ricos em gorduras saturadas, sódio e açúcares é um gatilho para várias doenças. Em contrapartida, é fácil incluir no cardápio alimentos heróis da resistência e da longevidade.

  1. Comparando os dois textos, o que você percebe de semelhante e de diferente?
  2. O texto resumido usou duas estratégias: a de apagamento das informações secundárias e a de generalização de informações.
    1. Que informações foram apagadas?
    2. Que informações foram generalizadas e que expressão as substituiu?

2. Agora, tente fazer o mesmo com o trecho a seguir: copie-o no caderno, procurando eliminar as informações secundárias e generalizar o que for possível.

Reprodução de página da internet.

De acordo com Singh, que vive na enorme metrópole Nova Déli, é muito comum, sobretudo nas castas mais baixas indianas, mulheres mal saídas da adolescência contraí­rem agá í vê de maridos com quem nem sequer desejavam se casar. Para completar, ainda sofrem forte discriminação e, não raro, são expulsas da família por causa da contaminação. “Os homens reagem à notícia rejeitando-as e fornicando com garotas, porque desta fórma acreditam que se curarão da Aids”, acusa o ativista. Por outro lado, ele também é otimista ao elogiar a bravura das portadoras do vírus que viajam pelo país tentando convencer outras mulheres na mesma condição a procurarem centros de tratamento.

SETTI, Ricardo. Os horrores que as mulheres vivem na Índia. Revista Veja, São Paulo, ago. 2011.

Ilustração. Um menino em pé visto de corpo inteiro. Ele tem cabelos castanhos e usa camiseta laranja, bermuda roxa e tênis azul. Ele está sorrindo e à frente de uma lousa verde, com a mão direita aberta para cima e a esquerda segurando um caderno.

Atividade 3 – Sintetizando informações

1. Na atividade anterior, você exercitou modos de reduzir as informações dos textos, mas manteve partes deles como apareciam nos originais. Agora, com seus ou suas colegas e vocês vão exercitar a construção de uma síntese das ideias parágrafo por parágrafo, procurando reduzir cada um a uma única frase. Isso vai exigir, além do apagamento de informações secundárias e de generalizações, um exercício de reconstrução da ideia desenvolvida de modo mais sintético possível. Portanto, não se trata mais de copiar uma parte do texto, mas de reduzir cada parágrafo a um único tópico.

A religião, identidade cultural dos povos

Em muitas culturas, a religião é um elemento-chave na educação e, assim como meninos e meninas aprendem a ler, também lhes são ensinadas as crenças básicas. Assim, a religião acaba por se tornar um meio a mais para explicar o mundo às crianças.

Algumas vezes, essa educação religiosa não vai acompanhada de adequada formação para respeitar a diversidade. Pode ocorrer então o surgimento de conflitos com pessoas de outras religiões e com uma fórma de entender o mundo diferente da sua.

Em muitas sociedades atuais, a religião é um ingrediente importante na identidade cultural, que serve para se diferenciar dos demais. Trata-se de um elemento essencial que marcou o desenrolar da história de muitas nações e que configura tradições e características culturais.

Se esse valor de identidade, contudo, impõe-se como excludente, então poderá se transformar em fonte de conflitos, já que a religião pode ser utilizada como meio para amplificar as diferenças entre grupos humanos ou para justificar as atrocidades da violência, da guerra e do terrorismo.

A religião, por suas características especiais, pode multiplicar o conflito e, quando há fanatismo, convertê-lo em problema de difícil solução.

RELIGIÕES e culturas – crenças e mitologias de todas as civilizações. In: Enciclopédia do Estudante. São Paulo: Moderna, 2008. v. 18, página 304.

2. Agora que você e a turma fizeram esse exercício de síntese, chegou a vez de apresentar esse resumo de um modo mais coeso. Observe que os parágrafos estão desconectados um do outro. Então, será necessário pensar em como ligá-los, a fim de que se relacionem um com o outro. Primeiro, você precisará criar uma frase inicial para apresentar o texto e o assunto dele (veja as dicas para resumir no quadro a seguir). Depois é só seguir, pensando em que palavras você pode usar para prosseguir apresentando as informações.

Dicas para o exercício de resumir

1º Faça uma leitura inicial para saber qual o assunto em questão. Nessa primeira leitura, você deverá ser capaz de responder à pergunta: do que fala o texto?

2º Faça outras leituras para selecionar as ideias que você considerar mais importantes, anotando-as ou grifando-as. Elas servirão de ponto de partida para a redação do seu resumo. Siga esse procedimento parágrafo por parágrafo.

3º Limite-se a resgatar as ideias do autor, sem acrescentar comentários ou opiniões pessoais.

Atividade 4 – A apresentação oral no seminário

As apresentações orais podem acontecer em diversos contextos, com diferentes objetivos, como apresentar para os pares o resultado de um estudo feito (na escola e no meio acadêmico), ou apresentar um projeto aos superiores em uma empresa.

A seguir, você vai analisar alguns aspectos próprios da situação de uso da língua oral a partir da transcrição do trecho de uma apresentação oral preparada para a conferência conhecida como Sudeste”, destinada a divulgar as melhores ideias de pensadores de diferentes áreas do conhecimento.

Vinheta de seção. Contorno de um clipe.

Clipe

– Tecnologia, En­tre­tenimento e Design é um evento que reúne pensadores do mundo para falar sobre suas experiências e espalhar novas ideias. Com esse mesmo espírito, o TED criou o programa TEDx, que organiza eventos locais, de forma independente. O TEDx Sudeste foi um desses eventos locais: uma conferência sem fins lucrativos que reuniu, no Rio de Janeiro, em 2010, mais de 30 pensadores de diferentes áreas de conhecimento, como arte e tecnologia, ciência e negócios. Os convidados apresentaram palestras, com duração de 5 ou 15 minutos, explorando o tema “Colaborando para transformar”.

  1. Observe o trecho inicial da apresentação.
    1. As pausas, hesitações e repetições podem ser percebidas na transcrição feita. A sua tarefa será analisar com que fre­quência isso acontece na apresentação e justificar sua análise.
    2. Agora, reflita se a presença de pausas, hesitações e repetições é um problema em apresentações orais como essa.
    3. A linguagem usada pelo apresentador é mais ou menos formal? Explique recorrendo ao texto.
    4. Repare nas informações entre colchetes, em azul. O uso do material de apoio para o público foi constante? Reflita, também, sobre a importância desse material para a apresentação.

Apresentação oral

Ícone de áudio.

nove segundos Oi, gentereticências boa tardereticências Primeiro eu queria dizer que é umareticências é uma honra pra mim tá aqui do lado dessa marcareticências [aponta para a logomarca do evento – tédi équis Sudeste] porque eu acho que elareticências de uma certa fórma, ela representa hojereticênciasponto a mistura, a possibilidade da mistura de conhecimentoreticências de experiências ereticências e eu acho que daqui pra frente a gente só vai encontrar soluções pras coisas se a gente tiver realmente com disposiçãoreticências e com a energia concentrada nessa direção: de misturar, de somar, de trocarreticências E eu acho que essa marca representa isso hoje no mundo de uma maneira muito especial.

Eu vou contar um pouquinho aqui dareticências da minha históriareticências Éreticências eu, na verdade, comecei fazendo Engenharia, na púqui, aqui do ladoreticências Fiz três semanas de Engenharia. Percebi, por sorte, rapidinho, que não era muito por ali. E aí tinha alguns amigos que tavam fazendo Design na mesma púquireticências e aí fui prareticências achei que fazia sentido porque misturava um pouco dereticências de um lado técnico que eu gostava, da Matemática, da Física e tinhareticências Arte envolvida, que também sempre me interessou. Ereticências e fui pro Designreticências ainda com um pouco doreticências do estereótipo e doreticências do clichê que existia na cabeça, acho que de todo, na década de 80, do que era o design. Então era umreticências pra mim, eu imaginei que eu fosse, néreticências entrar num curso onde eu ia aprender a desenhar Ferraris, luminárias, cadeiras incríveisreticências

Ereticências e aí no meu primeiro dia de aula eu cheguei nessareticências sala de aula aqui, ó [mostra imagem da sala, no estilo de um quiosque, e fala com meio riso]reticências e eu comecei não entendendo, porque eu tava esperando um laboratório onde eu pudesse aprender a desenhar Ferraris. E... e no meio da sala de aula tinha uma fogueira... entendi menos ainda... E... o meu interesse na época, no primeiro projeto, já era... por embalagens... E eu tinha levado como referência, assim meio como... como inspiração pro... pra um primeiro dia de aula pra minha professora, que era a Ana Branco, que continua lá dando aula nessa mesma barraca aqui na púqui – hoje tá um pouquinho diferente, mas continua lá e continua sendo a minha... guru, de uma certa fórma –, e... eu mostrei aquelas embalagens pra Ana e ela... a Ana virou pra mim e falou assim: “Olha, você acha que essas embalagens são boas referências pra... pra você começar um projeto de... de embalagens aqui na... no seu primeiro dia de Design? Você já pensou na... na embalagem que te trouxe ao mundo?” [mostra imagem de mulher grávida]. Aí eu falei: “Hã?”.

Na hora eu não entendi muito bem o que ela tava querendo dizer, mas depois eu percebi que essa era uma oportunidade muito especial e muito interessante de... é... olhar pro Design de uma outra maneira, esquecer as Ferraris, de uma certa as luminárias e as cadeiras...

E eu fui muito fundo nessa... nessa... direção, nessa perspectiva, e... [mostra imagem do globo terrestre] comecei a tentar entender como é que a natureza embalava as coisas, né? Olhar pra... pra natureza como uma... uma... designer, por que não, né? Então a atmosfera do planeta é como uma superembalagem, sofisticadíssima... né... as cascas dos frutos... [mostra imagens de frutas: banana, tangerina] referências perfeitas! A tangerina, por exemplo, com essa coisa das doses, meio que o primeiro Clube Social, né... Essa coisa do... da dose individual. três minutos e um segundo

reticências

Ilustração. Na parte superior, duas bolachas de sal bege, quadriculada e com pequenos círculos na parte interna. Na parte inferior, um fruto laranja similar a uma tangerina; à direita dele, um gomo solto do fruto.

Frédi Guéli fala sobre biomemética e mostra como a natureza inspira o design. Disponível em: https://oeds.link/tmj6b3. Acesso em: 8 maio 2022.

b. Agora, observe o trecho final da apresentação e responda às questões.

Trecho final da apresentação oral

Ícone de áudio.

]

dezenove minutos e onze segundos Mas o fato é quereticências [mostra o slide com o nó celta e uma explicação da metáfora] o mais legal dessa história toda é quereticências os ecossistemas, ereticências ereticências o banco de coral é um exemplo, mas qualquer outroreticências você temreticências a gente estudou um pouco dos manguezais, as florestas de sequoiareticências são éreticências organismos, são sistemas que não têm pontas soltas. E a gente faz uma metáfora comreticências com o nó celta, que é esse nó fechado. Você não tem nada entrando que não seja renovável e nada saindo [entra nova imagem do interior do nó celta]. E isso daria um diagramareticências [entra imagem do diagrama a partir do qual ele explica] éreticências se a gente fosse entender todoreticências toda a sequência de fluxos que acontece numreticências num ecossistema como os bancos de corais, os fluxos genéricos dereticências de energia entrando e os resíduos sendo gerados, e esses resíduos sendo usados por outros organismos, outras espécies, que é umreticências tem um diagrama como esse, né, um ciclo fechado, sem pontas soltas. E quando a gente pensa nas metrópoles, a gente temreticências uma situação como essa: as pontas todas abertas, soltas. Então, de alguma maneira a gente vai ter que mirarreticências nessas referências naturais e vamo ter que repensar a maneira como a gente faz negóciosreticências 

Vamo ter que repensar a maneira como a gente vive nas cidadesreticências E eu acredito profundamente que a natureza é uma fonte de inspiraçãoreticências éreticências dareticências dareticências do maiorreticências doreticências do mais alto nível. E a ideia é espalhar um pouco issoreticências Eu dou uma aula aqui na de Biônica, que fala desse assunto, e tenho tentado botar essa pulga atrás da orelha dos meus alunos, ereticências eu espero que vocês fiquem curiosos prareticências estudar um pouquinho mais desse assunto. É isso aí. Obrigado, gente. Valeu. vinte minutos e quarenta e oito segundos

Frédi Guéli fala sobre biomemética e mostra como a natureza inspira o design. Disponível em: https://oeds.link/tmj6b3. Acesso em: 8 maio 2022.

Ilustração. Um garoto de cabelos castanhos, de camiseta vermelha e mão esquerda para cima. Acima dele, em grandes proporções, um balão de fala em fundo amarelo com uma esfera terrestre em azul e continentes em amarelo. Sobre essa esfera, um símbolo composto de linhas curvas entrelaçadas.
  1. Quais são as funções das frases em destaque nesse trecho?
  2. Essas partes em destaque poderiam ser substituídas por outras frases ou expressões, de modo a manter a mesma função?
  3. Em qual das comunicações o apresentador finaliza interagindo mais explicitamente com o ouvinte, de modo mais caloroso? Explique.
  4. Qual é o objetivo dele ao fazer isso?
  5. Como o outro apresentador poderia ter feito algo semelhante?

c. Leia a transcrição deste trecho da apresentação e aponte que palavras ou expressões o apresentador usou para organizar a ordem de apresentação das informações que tinha a dizer, semelhante ao que você viu acontecer no texto escrito (de divulgação) que foi lido neste capítulo.

Ícone de áudio.

três minutos e trinta e um segundos e nesse primeiro projeto eu aprendireticências éreticências que a natureza considera sempre três princípios — se a gente pode chamar assim — quando ela tá projetando, criando qualquer coisa. O primeiro princípio é o princípio doreticências da otimização, né, do ponto ótimo. A natureza detesta desperdício.

reticências

quatro minutos e dois segundos O segundo princípio é o princípio do ciclo. Na natureza tudo é regido por ciclos, então você tem os ciclos das marésreticências reticências o cicloreticências o ciclo solar, o ciclo da Luareticências reticências um pouco do Lavoisier “nada se cria, nada se perde; tudo se transforma”, que a gente aprende na 4ª série primária e esquece na 5ª.

Éreticências e um terceiro princípio que é um princípio que também acho muito intuitivoreticências que é o princípio da interdependência, que é a ideia de que tá tudo ligado a tudo, néreticências que tudo que a gente fazreticências gera consequências que geramreticências que são causa pra novas consequências e você tem um encadeamento enorme de ação e reação. Isso também eu acho que a gente aprende na 5ª série, na aula de Física, e a gente esquece em seguida. quatro minutos e qaurenta e dois segundos

reticências

Frédi Guéli fala sobre biomemética e mostra como a natureza inspira o design. Disponível em: https://oeds.link/tmj6b3. Acesso em: 8 maio 2022.

Produzindo o texto

Agora, vamos iniciar a preparação para a apresentação oral que vocês farão no final deste capítulo. Como vimos, o trabalho para a apresentação terá como tema sexualidade, saúde e adolescência. Vamos começar a delimitar a nossa pesquisa.

Condições de produção

O quê?

Vocês vão fazer a apresentação oral dos resultados da pesquisa que realizaram sobre questões envolvendo sexualidade, saúde e adolescência.

Para quem?

A apresentação será destinada aos ou às colegas de classe.

Como fazer?

  1. Conhecendo a proposta Vocês vão se organizar em grupos de trabalho, conforme orientação A divisão de tarefas será tanto para o processo de pesquisa e preparação quanto para a apresentação oral. Todos os integrantes do grupo deverão participar da apresentação oral.
  2. Delimitando o tema para a pesquisa
    1. Seleção do recorte O tema do seminário, conforme você sabe, é Adolescências, sexualidade e saúde sexual. O grupo poderá escolher qualquer recorte que tenha relação com esse tema. Seguem algumas possibilidades de recortes a partir dos quais vocês poderão levantar algumas questões:
      • infecções e doenças sexualmente transmissíveis (í ésse tês e dê ésse tês);
      • gravidez na adolescência;
      • comportamentos de risco e saúde sexual;
      • programas de educação e saúde sexual voltados para adolescentes (políticas públicas);
      • ônguis e outras instituições com programas de educação sexual para adolescentes.
    1. Busca e seleção de fontes:
      • Quais as fontes possíveis de consulta? Há livros específicos ou artigos que apresentam estudos, relatórios elaborados por instituições e organizações governamentais e não governamentais?
      • Lembrem-se dos cuidados que é preciso ter para selecionar informações confiáveis!

Sugestão de material para pesquisa

  • Portal do Ministério da Saúde: https://oeds.link/N0VDDZ
  • Juventude e os direitos sexuais reprodutivos: https://oeds.link/8mXYnU
  • Cuidados de adolescente: https://oeds.link/prYpkA
  • Unesco/Educação em sexualidade: https://oeds.link/U7G92d
  • Adolescentes e jovens para a educação entre pares: https://oeds.link/fiyIuv.

Acessos em: 8 maio 2022.

3. Pesquisando e anotando

Pesquisa em foco

Busca de textos

Na internet...

As palavras-chave filtram o resultado da pesquisa. Em um site de buscas, digitar a expressão “conflitos religiosos” será mais eficaz do que digitar “conflitos” ou “religiões”. Usar a expressão entre aspas refina a pesquisa: ela lhe dará a lista de textos com a expressão e não com cada palavra.

Utilizar as hashtags pode ser ainda mais eficaz para filtrar resultados. Lembre-se, neste caso, de usar cerquilha no início. E se usar mais de uma palavra na composição, ela deve ser digitada sem espaço, sem acentos ou cedinhas, como em rréchitégui (cerquilha, sustenido)gravideznaadolescencia.

Analise se a fonte é confiável. Evite blogs de pessoas desconhecidas. Desconfie de informações que aparecem em um único endereço.

Nas bibliotecas...

Informe ao bibliotecário ou à bibliotecária seu tema de pesquisa e peça orientação sobre livros, revistas ou jornais que você poderá consultar.

De posse de um livro ou revista, consulte, primeiramente, o índice, para localizar os tópicos que poderão ser de seu interesse.

Como resultado da pesquisa, o grupo deverá selecionar algumas informações para apresentar em seminário. Para isso, vocês podem guiar-se pelo material de apoio que deverão compor e que siga a seguinte estrutura:
  • Abertura e título do trabalho (escolhido pelo grupo); nome dos alunos ou das alunas;
  • Introdução/resumo: anunciar do que trata a pesquisa;
  • Desenvolvimento: como será organizada a apresentação de acordo com o planejamento que o grupo realizou sobre os tipos de informação que devem apresentar sobre o tema;
  • Finalização: apresentar o que o grupo pensa sobre o que estudou;
  • Bibliografia: relacionar os títulos pesquisados (livros, artigos de revista). Exemplos:
    • Livros: SOBRENOME, Prenome abreviado. Título: subtítulo (se houver). Edição (se houver). Local de publicação: editora, data de publicação da obra. Número de páginas ou volume. (Coleção ou série).
    • Artigo: SOBRENOME, Prenome abreviado. “Título: subtítulo” (se houver). Nome do periódico, local de publicação, volume, número ou fascículo, paginação, data de publicação do periódico.

4. Preparando o material de apoio Agora que vocês já viram alguns exemplos de esquemas de apoio que podem ser usados em apresentações, chegou o momento de prepararem o material de apoio que vão usar.

Produzindo o texto

Para isso, você e seu grupo deverão utilizar o resumo da pesquisa que realizaram durante o estudo desta unidade e que encaminharam Não se esqueçam de incluir neste material as considerações do grupo sobre o que pesquisaram — que são os itens finais propostos para o resumo que você apresentou ao professor ou à professorae que deverão fazer parte do encerramento da apresentação. Lembrem-se de garantir que os esquemas organizados nos slides, nas lâminas ou em cartolinas:
  1. acompanhem a fala de cada colegas do grupo e que sejam em número adequado, considerando o tempo que cada um ou uma tem para a apresentação: não façam nem muitos nem poucos;
  2. estejam claros para vocês e possam ser usados como apoio também para o seu público;
  3. tenham boa apresentação, ficando atentos ou atentas
    • ao tipo e tamanho da letra (se escrito manualmente, em cartazes) ou da fonte (se digitado para apresentar em Datashow ou em retroprojetor);
    • à apresentação de imagens ilustrativas sobre o assunto.
  1. Ensaiando a apresentação De posse do material e tendo em mente os critérios apontados na ficha de orientação e avaliação da produção, o grupo deverá:
    1. dividir as falas entre os participantes;
    2. preparar a voz e o corpo. Como você observou, quando falamos em público é muito importante prestar atenção em como nos movimentamos e usamos a nossa voz;
    3. definir o tempo que cada um terá para a apresentação;
    4. ensaiar, primeiro individualmente e, depois, com o grupo. Veja se é possível gravar as apresentações de cada um. Assim, vocês poderão analisar suas falas, tendo em vista os critérios da ficha a seguir. Se não for possível gravar, ensaie com os ou as colegas e fique atento à avaliação que eles ou elas farão da sua apresentação. Pode ser muito útil, nesse caso, o ensaio individual diante de um espelho — isso poderá ajudá-lo ou ajudá-la a monitorar o seu desempenho. Lembre-se de usar, se necessário, aquelas palavras ou expressões que ajudam a organizar:
    • a ordem de apresentação das informações, tais como os organizadores: Primeiro eu vou falar... Em seguida... Depois...
    • ou a marcar a relação entre as suas ideias, tais como: mas, por um lado... por outro lado... assim... portanto...
Ilustração. Mãos de uma pessoa segurando um celular azul. Na tela, destaque para a foto de uma menina vista da cintura para cima. Ela tem cabelos castanhos e veste camiseta amarela; está com a mão esquerda para cima e a mão direita segurando um caderno de capa rosa.
Vocês deverão ficar atentos ao combinado feito sobre o tempo que cada grupo terá para a apresentação. Esse tempo deverá ser dividido entre os participantes do grupo, conforme o que cada um for apresentar. Lembrem-se de que cada um de vocês deverá abrir a apresentação anunciando o que falará e encerrar parcialmente, anunciando que finalizou sua parte e passando a palavra para o próximo colega. O nervosismo que muitas vezes toma conta de nós é muito natural e pode nos levar a engasgar, “falar para dentro”, tremerreticências Por isso, propomos a você que, juntamente com o seu grupo, durante o treino para preparação, experimente realizar algum tipo de relaxamento corporal e de preparação de voz, que você poderá encontrar facilmente na internet, pesquisando esse tema, relacionando palavras-chave em sites de busca.

6. Realização do seminário: apresentação e participação do público Os grupos deverão decidir, em conjunto com qual será a ordem de apresentação de cada grupo. Lembrem-se de que, para um bom resultado, todos deverão seguir os combinados em relação ao modo adequado de se apresentar e de assistir a uma apresentação.

Avaliando

Utilizem a ficha para avaliar sua apresentação e a de outros grupos no seminário.

Ilustração. Um menino visto da cintura para cima está em frente a uma mesa. Ele tem cabelos encaracolados pretos e camiseta azul. Ele faz anotações em uma prancheta rosa. Sobre a mesa, um livro fechado de capa vermelha.
Ficha de apoio à produção e à avaliação do seminário

O seminário atendeu aos critérios de:

1. Adequação à proposta

a) A apresentação se manteve no tema proposto?

b) O grupo se organizou definindo o tempo de cada apresentador?

2. Adequação às características gerais estudadas do gênero

a) Obedeceram aos três momentos que compõem os seminários acadêmicos: exposição (momento em que os assuntos são apresentados oralmente pelos participantes); discussão (participação ativa do público, momento em que são colocadas questões pelos ouvintes aos palestrantes para aprofundarem mais os conhecimentos abordados); conclusão (fase final em que todos devem reunir as informações discutidas anteriormente)?

b) A exposição foi feita de modo organizado, com apresentação do assunto, desenvolvimento e encerramento?

c) A apresentação foi feita em tom de voz adequado e com boa dicção?

Produzindo o texto

d)

d) O apresentador manteve boa postura e bom contato visual com o público?

e) O apresentador usou material escrito apenas como apoio à sua fala, sem ficar lendo o texto?

f) Foram usados recursos para tornar a apresentação dinâmica (uso de exemplo para ilustrar ou explicar; de material visual; de perguntas direcionadas à interação com o público)?

g) O material de apoio estava bem apresentado, em fonte e tamanho que possibilitaram ao público boa leitura?

3. Construção da coesão/coerência do texto oral (textualidade)

a) Os exemplos ilustraram/ampliaram o conteúdo do assunto tratado?

b) Foram usadas as expressões estudadas que ajudam a organizar a fala?

4. Uso da linguagem na situação oral pública

• Os apresentadores evitaram o uso de gírias?

5. Avaliação do trabalho de pesquisa e da colaboração no grupo

a) Colaborei para o trabalho de pesquisa e para o preparo e a realização do seminário?

b) Houve colaboração entre todos os participantes do grupo?

c) As questões foram pensadas coletivamente para serem aplicadas dentro da escola?

d) A pesquisa foi realizada por meio de enquete composta de questões abertas e fechadas que buscam os hábitos de lazer, gostos e preferências da turma?

O que levo de aprendizagens deste capítulo

Relembrando as perguntas que motivaram suas aprendizagens neste capítulo, produza um depoimento com suas reflexões sobre sua experiên­cia com as discussões realizadas.

  1. O que você aprendeu sobre sexualidade?
  2. Você, adolescente, concorda que é parte de um grupo social que apresenta vulnerabilidades? Por quê?
  3. Você concorda que para viver sua sexualidade de fórma saudável é preciso buscar saber mais sobre tudo o que envolve esse aspecto da nossa vida? Explique.
  4. Você entende os direitos sexuais e reprodutores dô ou dá adolescente como direitos que supõem responsabilidades? Explique.
  5. Você considera que aprendeu algo de importante para se comprometer com a sua saúde sexual? Explique.

Glossário

Camuflar
: ato de disfarçar-se ou de dissimular por meio de aparência enganadora.
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Prisma
: ponto de vista, modo de ver ou considerar algo.
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Autonomia
: refere-se à capacidade de ser autônomo, independente. Ou seja, de ser capaz de governar-se/guiar-se ou fazer escolhas pelos próprios meios e princípios.
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Coerção
: ato ou efeito de reprimir.
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Sigilo
: resultado de não se poder revelar ou divulgar algo; segredo. Refere-se ao assunto que não se compartilha com muitas pessoas.
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Emancipatório
: qualidade de tornar-se livre e independente.
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Multifacetado
: que possui características variadas e peculiares.
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Justiça cognitiva
: conceito desenvolvido por dois pesquisadores portugueses dedicados a estudos sociológicos e antropológicos – Boaventura de Sousa Santos e Maria Paula Meneses –, que significa, num processo de construção de conhecimentos, considerar os diferentes conhecimentos, advindos de diferentes sujeitos nos mais variados campos que podem contribuir para o conhecimento do mundo.
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Educação participativa
: processo em que todas as partes envolvidas podem intervir diretamente em tomadas de decisão, de contrôle e no exercício de autonomia e poder.
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Incisiva
: decisiva, diretamente ao ponto.
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Autoestima
: sentimento de satisfação e segurança que experimentamos quando temos consciência de nossas reais qualidades e capacidades, do nosso valor.
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Sexista
: indivíduos ou atitudes discriminatórias baseadas no sexo ou no gênero de uma pessoa, qualquer que seja o gênero, mas que são particularmente dirigidas a mulheres e meninas.
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Estigmatização
: ação ou efeito de estigmatizar, marcar com um estigma, tachar ou condenar negativamente alguém.
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