Unidade 4

Capítulo 10

Final do Ensino Fundamental – O que sabemos e queremos do Ensino Médio!

Capítulo 11

Novos leitores na barca medieval: práticas com Auto da barca do inferno

Capítulo 12

Figuras de linguagem

Capítulo 10  Final do Ensino Fundamental − O que sabemos e queremos do Ensino Médio!

Fotografia. Realização de  filmagem de documentário em espaço externo. À esquerda, uma mulher sentada sobre caixotes de madeira; ela veste calça jeans, casaco preto e tênis. Perto dela, um homem visto de costas, de jaqueta, calça jeans e sapato preto; ele está diante de um tripé com pontos de iluminação e microfones no alto, na direção da mulher. À direita, dois homens agachados, de camiseta e calça preta e outras três pessoas em pé, também com roupas escuras. Todos observam a mulher na outra ponta. Um dos homens está com uma filmadora. Ao fundo, um muro com grafite abstrato em tons de rosa, azul e preto.
Filmagem do documentário Nunca me sonharam.

Vale a pena assistir!

“Nunca me sonharam”, direção de Cacau Rhoden. Brasil, 2017.

No documentário, o cineasta Cacau rródan percorre o Brasil dando voz a especialistas, gestores, professores e estudantes do Ensino Médio com o intuito de registrar os desafios do presente, as expectativas para o futuro e os sonhos de cada um deles, levando o expectador a refletir sobre a educação e sobre a quais jovens é dada a chance de sonhar.

O direito à educação é o tema central do filme, que mostra como o acesso a ela potencializa e proporciona novos sonhos a estudantes que conseguem se imaginar como professores, dançarinos e até presidentes da república. A relação entre sonhos, futuro e educação é tão forte que o título do documentário foi inspirado na fala do estudante Felipe Lima, que ao contar que seus pais acreditavam que apenas pessoas ricas poderiam acessar a universidade, diz: “Para eles, o máximo era terminar o Ensino Médio e arrumar um emprego. Trabalhador de roça, vendedor, alguma coisa desse tipo. Acho que nunca me sonharam sendo um psicólogo, nunca me sonharam sendo professor, nunca me sonharam sendo um médico, não me sonharam. Eles não sonhavam e nunca me ensinaram a sonhar. Estou aprendendo a sonhar.”.

Cartaz de documentário dividido em duas cenas. Na parte superior, vista parcial de uma mulher negra, olhos castanhos e roupa cinza. Ela olha para frente sorrindo. Na parte inferior, parede cinza com um quadro à esquerda, visto parcialmente. Entre as duas cenas, o título NUNCA ME SONHARAM. Na parte inferior, logo de patrocinadores e algumas informações da ficha técnica do filme.
Cartaz do documentário Nunca me sonharam.

Converse com a turma

  1. Observem a foto da gravação de uma cena do documentário Nunca me sonharam e leia as informações sobre ele no boxe Vale a pena assistir!.
    1. A imagem é representativa de um momento de produção do documentário que pretende registrar a fala de quem?
    2. Sabemos que na composição de um filme, de qualquer natureza, todos os elementos devem contribuir para a construção de sentidos pretendidos. Qual pode ser a relação de sentidos entre a pessoa em foco, o cenário escolhido e o tema do documentário?
  2. Como o acesso à educação e a possibilidade de sonhar podem influenciar o futuro de vocês?
  3. Qual a sua compreensão sobre o que o estudante Felipe Lima quis dizer ao afirmar “nunca me sonharam”?
  4. Seus familiares o sonharam? Você já "se sonhou"? O que pensa em fazer depois de terminar o Ensino Fundamental?
  5. O que você já conhece do Ensino Médio em relação ao que ele pode oferecer de possibilidades para a sua formação?
  6. O que você pretende fazer quando concluir os estudos?

O que você poderá aprender

  1. Quais são os principais desafios do Ensino Médio brasileiro contemporâneo? Há experiências interessantes de escolarização nessa etapa?
  2. Como é o Ensino Médio na sua cidade?
  3. Como podemos ampliar esses conhecimentos por meio da leitura de textos de diferentes gêneros e da produção de pódikests?

O que você verá neste capítulo

Faremos leituras e rodas de leitura sobre textos que divulgam dados, informações e opiniões sobre as experiências e os desafios do Ensino Médio no Brasil. Investigaremos quais são as expectativas que nossa turma tem em relação a esse segmento e as possibilidades oferecidas em nossa cidade. E, por fim, divulgaremos nossas descobertas produzindo podcasts.

Leitura

Atividade 1 – Conhecendo um pouco sobre o Ensino Médio

Antecipando a leitura com a turma

  1. Você lerá a seguir uma reportagem cujo título é “Novo ensino médio começa sob questionamentos e críticas”.
    1. Essa matéria foi publicada em 1o de fevereiro de 2022, quando o país estava há uma semana de implementar o novo Ensino Médio. Considerando essa informação e o título da reportagem, você acredita que a reportagem trará uma abordagem positiva ou negativa da nova proposta?
    2. Em sua opinião, por que o Ensino Médio merece atenção?
  2. Compartilhe com a turma as suas expectativas em relação a essa nova etapa da educação.
Reprodução de página da internet.

Novo Ensino Médio começa sob questionamentos e críticas

Reforma prevê maior carga horária e disciplinas optativas; especialistas e diretores da rede pública temem que modelo precarize o trabalho do professor e o ensino

Edison Veiga

1º fevereiro 2022, às 8horas00

Instituído por Medida Provisória de 2016, convertida em lei federal no ano seguinte, o novo Ensino Médio brasileiro deve entrar em vigor a partir da semana que vem, com o início do ano letivo no país. Há escolas privadas que retomam as aulas já na segunda-feira (31), e no caso do estado de São Paulo, por exemplo, o ensino público volta na quarta.

A norma impõe um aumento da carga horária – das atuais oitocentas horas mínimas para 1 mil horas, com previsão de aumento progressivo nos próximos anos – e uma grade curricular com optativas em que os alunos poderão se aprofundar mais em áreas como matemática, ciências da natureza, ciências humanas e linguagens.

Neste primeiro ano, as mudanças só valem para a primeira série do ensino médio. Assim, gradualmente, só em 2024 todas as três séries estarão sob a nova proposta. Há gargalos para a efetividade da mudança, e tanto especialistas quanto profissionais da educação ouvidos pela dê dábliu Brasil apontam dúvidas sobre a real melhoria do ensino.

Fotografia. Vista lateral de uma sala de aula. Em destaque, um professor diante da lousa, à direita, e diversas mesas bege com cadeiras azuis à esquerda. Alguns alunos estão sentados nas cadeiras do fundo, mas muitos assentos estão vagos. Ao fundo, uma grande janela de vidro cobrindo a parede toda.
Professor e alunos em sala de aula, na Escola Estadual Leopoldo Santana, na zona sul de São Paulo – 14 abril 2021.

Por um lado, coordenadores de escolas privadas demonstram otimismo e já estão apresentando os diferenciais como boas medidas para pais e alunos. Por outro, diretores de escolas públicas temem que a precarização do ensino impossibilite que o modelo funcione conforme o planejado.

“PROPOSTAS DESCOLADAS DA REALIDADE”

No momento, as dúvidas parecem ser o maior problema. “Temos alguns grandes desafios pela frente, como a falta de consenso entre importantes atores, principalmente entre professores, gestores de escolas, pesquisadores”, aponta Anna Helena Altenfelder, presidente do Conselho de Administração da organização Cenpéqui.

“Não só sobre a organização propriamente dita do ensino médio, mas também sobre os princípios filosóficos, pedagógicos e políticos subjacentes à reforma.”

Parte dessa dificuldade de consenso foi justamente a maneira como a reforma foi conduzida – nascendo de uma medida provisória, sem debates na base. “É uma reforma antidemocratizadora da sociedade brasileira, elitista”, diz Cara [Daniel Cara, professor na Universidade de São Paulo (úspi) e dirigente da Campanha Nacional pelo Direito à Educação]. “É um absurdo uma reforma do ensino ser feita via medida provisória, sem discussões na sociedade.”

“Trata-se de uma grade e uma proposta descoladas das demandas e da realidade da educação, dos profissionais e dos estudantes, vinda de cima para baixo”, acrescenta Pellanda [Andressa Pellanda, coordenadora da Campanha Nacional pelo Direito à Educação]. “E agora há uma corrida para tentar cumprir, com deliberações autoritárias.”

ESCOLHAS CONFORME APTIDÕES

Para Altenfelder, há expectativas de que o novo ensino médio amplie “o diálogo com as necessidades e expectativas dos jovens”. E isso pode ocorrer à medida que as escolas poderão oferecer um aprofundamento dos estudos nas áreas de conhecimento com as quais os alunos se identificam mais.

Segundo ela, isso pode contribuir “para aumentar o engajamento” dos alunos no acesso e na permanência na escola, “melhorando também os resultados da aprendizagem”. Uma solução, portanto, para “nossas grandes barreiras educacionais”.

Mas a discussão entre os especialistas vai além dos aspectos meramente pragmáticos. “É importante nos perguntarmos: a serviço do que está a reforma?”, diz Altenfélder. “Da emancipação de alunos? Ou seja, para que possam fazer frente aos próprios projetos de vida, atuando na sociedade e no mundo do trabalho, visando a uma maior justiça social e um desenvolvimento sustentável?”

“Ou o projeto está a serviço de formar mão de obra qualificada para o mercado, atendendo aos interesses de uma minoria?”, prossegue. “Essa é uma discussão importante que ainda circula e inquieta profissionais, famílias e os próprios jovens.”

Disponível em: https://oeds.link/UFqU7r. Acesso em: 15 junho 2022.

Vinheta de seção. Contorno de um clipe.

Clipe

Medida provisória

A Assessoria de Imprensa da Câmara dos Deputados esclarece que uma medida provisória "é um instrumento com fôrça de lei, adotado pelo presidente da República, em casos de relevância e urgência para o país. Produz efeitos imediatos, ou seja, já vale ao mesmo tempo em que tramita no Congresso, mas depende de aprovação da Câmara e do Senado para que seja transformada definitivamente em lei.

Fonte: https://oeds.link/Gd4fVb. Acesso em: 20 jul. 2022.

Cenpéqui

O Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpéqui) é uma organização da sociedade civil sem fins lucrativos, destinada a promover ações que colaborem com a diminuição das desigualdades na educação de crianças, adolescentes e jovens. Programas como Escrevendo o Futuro (que oferta cursos gratuitos aos educadores) e Olimpíadas de Matemática e de Língua Portuguesa estão entre as ações do Cenpéqui.

Primeiras impressões

  1. A reportagem aborda o novo Ensino Médio de modo positivo ou negativo?
  2. De acordo com a reportagem, por que há falta de consenso em relação à implementação do novo Ensino Médio?
  3. Quais mudanças estabelecidas pelo novo Ensino Médio são apresentadas na reportagem?
  4. Você acredita que elas podem ajudar a vencer alguns dos desafios apresentados no início da reportagem? Por quê?
  5. Como seria um Ensino Médio atrativo para você?
  6. Retome o boxe O que você poderá aprender e responda: essa reportagem ajuda a refletir sobre qual pergunta ou quais perguntas

O texto em construção

  1. Quais foram as fontes de informação necessárias para o jornalista produzir a reportagem?
  2. Quais pessoas foram entrevistadas na reportagem “Novo ensino médio começa sob questionamentos e críticas”?
  3. Por que essas pessoas foram escolhidas como fontes para a reportagem?
  4. De que fórma as falas das fontes são sinalizadas no texto da reportagem? De que outro jeito isso poderia ser feito?
  5. Que verbos do tipo dicendi são usados para marcar a citação das falas dos educadores citados a seguir?

Vamos lembrar

Os verbos dicendi (verbos de elocução) introduzem o conteúdo de fala que atribuímos a outra pessoa em nossos textos e, ao mesmo tempo, imprimem valor a essa fala. Exemplos:

Luana comentou que ainda não havia discutido o assunto.

Luana reclamou que ainda não havia discutido o assunto.

  1. Anna Helena Altenfelder, presidente do Conselho de Administração do Cenpéqui.
  2. Andressa Pellanda, coordenadora da Campanha Nacional pelo Direito à Educação.
  3. Daniel Cara, professor na Universidade de São Paulo (úspi) e dirigente da Campanha Nacional pelo Direito à Educação.
  1. Que outros verbos poderiam ser empregados no lugar dos usados em cada caso para sugerir sentidos semelhantes?
  2. Releia este trecho:

Para Altenfelder, há expectativas de que o Novo Ensino Médio amplie “o diálogo com as necessidades e expectativas dos jovens”. [...] Segundo ela, isso pode contribuir “para aumentar o engajamento” dos alunos no acesso e na permanência na escola, “melhorando também os resultados da aprendizagem”.

  1. Nesse trecho, as falas estão sendo citadas diretamente, como em casos anteriores? Explique.
  2. Que termos são usados para introduzir o que foi dito por Altenfelder?
  1. Todas as fontes se posicionam de uma mesma fórma sobre o novo Ensino Médio? Explique.
  2. Em sua opinião, por que isso acontece?
  3. Analise esses dois trechos, localizando-os no texto:

Trecho 1

No momento, as dúvidas parecem ser o maior problema.

Trecho 2

Parte dessa dificuldade de consenso foi justamente a maneira como a reforma foi conduzida – nascendo de uma medida provisória, sem debates na base.

Versão adaptada acessível

Atividade 10, item b.

Você diria que nos dois trechos está expresso o mesmo grau de certeza em relação ao que está sendo declarado? Explique, levando em conta os termos "parecem" e "justamente" nos dois trechos.

  1. De quem é a voz que fala nesses dois trechos?
  2. Você diria que nos dois trechos está expresso o mesmo grau de certeza em relação ao que está sendo declarado? Explique, levando em conta os termos destacados nos dois trechos.
  3. Seria possível afirmar que a posição assumida no trecho 2 coincide com a posição de outras vozes convocadas pelo jornalista? Explique.
  1. Considerando as vozes que compõem a reportagem que você leu e os recortes realizados, a abordagem feita tende a se posicionar a favor ou contra a reforma do novo Ensino Médio? Justifique sua resposta.
  2. Releia o trecho a seguir.

A norma impõe um aumento da carga horária – das atuais oitocentas horas mínimas para 1 mil horas, com previsão de aumento progressivo nos próximos anos – e uma grade curricular com optativas em que os alunos poderão se aprofundar mais em áreas como matemática, ciências da natureza, ciências humanas e linguagens. Neste primeiro ano, as mudanças só valem para a primeira série do ensino médio. Assim, gradualmente, só em 2024 todas as três séries estarão sob a nova proposta.

  1. A palavra norma está se referindo a que outro termo citado antes?
  2. O verbo impor em A norma impõe poderia ser substituído pelo verbo sugerir? Explique.
  3. Que outros verbos poderiam substituir o verbo impor nesse trecho?
  4. Que relação a conjunção assim estabelece entre o que foi dito antes e o que está sendo dito nesse parágrafo?

13. Observe este trecho, no contexto da reportagem:

Por um lado, coordenadores de escolas privadas demonstram otimismo e já estão apresentando os diferenciais como boas medidas para pais e alunos. Por outro, diretores de escolas públicas temem que a precarização do ensino impossibilite que o modelo funcione conforme o planejado.

Explique a importância do uso das duas expressões destacadas no trecho.

Versão adaptada acessível

Atividade 13.

Observe este trecho, no contexto da reportagem:

Por um lado, coordenadores de escolas privadas demonstram otimismo e já estão apresentando os diferenciais como boas medidas para pais e alunos. Por outro, diretores de escolas públicas temem que a precarização do ensino impossibilite que o modelo funcione conforme o planejado.

Explique a importância do uso das expressões "por um lado" e "por outro" no trecho.

14. Alguma das mudanças previstas no novo Ensino Médio, citadas na reportagem, representa uma grande transformação em relação ao Ensino Fundamental que você frequenta hoje? Por quê?

Atividade 2 – Leitura e roda de conversa: Desafios e possibilidades do Ensino Médio

  1. Para continuar com nossa reflexão sobre a próxima etapa da vida escolar de vocês, a turma será dividida em grupos e cada um lerá um dos textos jornalísticos a seguir, que falam sobre o Ensino Médio.
  2. Ao final da leitura, vocês participarão de uma roda de conversa com o objetivo de compartilhar e discutir com os outros grupos o que leram. Portanto, durante a leitura, anotem os principais pontos levantados e destaquem algumas informações para discutir com os ou ascolegas. Para apoiar os grupos nessa tarefa, sugerimos roteiros de leitura apresentados antes dos textos. Lembrem-se: como os demais grupos não lerão o seu texto, esses roteiros são apenas para ajudar o seu grupo a fazer as anotações de aspectos importantes do texto para se rem compartilhados. Caberá ao grupo decidir que outras informações quer compartilhar.

Texto 1

Orientações para a leitura

Grupo 1 – Leitura da reportagem “Brasil tem 12,3 milhões de jovens que não estudam nem trabalham”

  • Durante a leitura, fiquem atentos às ou atentas às seguintes informações:
    1. O que é o chamado grupo “nem-nem”?
  1. De 2019 a 2021, houve redução ou aumento no chamado grupo “nem-nem”? Por que isso ocorreu durante esse período?
  2. O que é um “gargalo”? Explique o uso desse termo no subtítulo da reportagem.
  3. No final da reportagem, Silveira apresenta sua opinião sobre os motivos do crescimento do grupo “nem-nem” no período avaliado. Quais são esses motivos, de acordo com ele?
  4. Você concorda com Silveira?
  5. Quais são as consequências para o futuro de um ou uma jovem quando ele ou ela pertence ao grupo “nem-nem”?
  6. Considerando sua análise dos dados apresentados, você acredita que as pessoas que estão nesse grupo dos “nem-nem” estão por escolha pessoal?
  7. Nas suas expectativas para os próximos anos, há algum risco de você fazer parte desse grupo “nem-nem”? Que desafios você tem pela frente para evitar fazer parte dele?
Reprodução de página da internet.

Brasil tem 12,3 milhões de jovens que não estudam nem trabalham

Número, superior ao da população da Bélgica, já representa 30% dos jovens na faixa etária até 29 anos; economia fraca prejudica a entrada no mercado de trabalho

Renée Pereira, O Estado de São Paulo

03 de janeiro de 2022 | 05horas00

O sonho de Gabriela Novazzi, de 27 anos, é conseguir um emprego para dar uma vida melhor ao filho, de 3 anos. Ela nunca teve um trabalho fixo, com carteira assinada. Apenas bicos que consegue em eventos. Desde 2016, quando foi obrigada a abandonar a faculdade de Educação Física por questões financeiras, Gabriela não estuda nem trabalha. “Era minha mãe que me ajudava nos estudos, mas ela ficou sem trabalho e parou de pagar a universidade”, diz.

Sem experiência, ela está à procura de qualquer oportunidade de entrar no mercado de trabalho. Mas a busca não tem sido fácil. “A maioria das empresas exige uma experiência anterior. É uma dificuldade”, diz. Além de dar estabilidade ao filho, Gabriela também sonha em terminar a faculdade. “Nunca é tarde para recomeçar.”

Gabriela faz parte de um contingente de jovens de até 29 anos que cresceu muito nos últimos tempos. São os chamados “nem-nem”, um grupo de pessoas que nem estuda nem trabalha. Segundo a consultoria IDados, até o segundo trimestre de 2021, essa população representava 30% dos jovens dessa faixa etária. Isso significa 12,3 milhões de pessoas, cifra que supera a população da Bélgica.

O número de nem-nem teve um salto durante a pandemia, em 2020. Em 2021, os números recuaram um pouco, mas continuam acima do nível pré-côvid dezenóve. São quase oitocentas mil pessoas a mais ante o primeiro semestre de 2019 – quando o grupo representava 27,9% dos jovens até 29 anos. O problema é que desde 2012 o número está em crescimento. Naquela época, os nem-nem eram 25% da faixa etária (ou 10 milhões).

Gargalo

“Isso representa uma ineficiência enorme para o Estado, já que muitas dessas pessoas tiveram um investimento público por trás”, diz a pesquisadora da consultoria, Ana Tereza Pires, responsável pelo levantamento. Além da questão econômica, tem também o lado individual de cada um dos jovens, sem experiência.

A cada ano, diz ela, novos estudantes se formam e não conseguem ser absorvidos no mercado, o que cria um bolsão de nem-nem. Sem emprego nem renda, eles não conseguem estudar e muitos param no meio do caminho, como no caso de Gabriela. Segundo Ana Tereza, terminar a faculdade numa fase de recessão pode ter reflexos para toda a vida profissional. Os que conseguem emprego podem ter salários mais achatados comparados a quem se fórma durante a expansão econômica.

Gráfico. Gráfico em barras, na vertical em cor verde. O título é SEM PERSPECTIVAS. O subtítulo  é O NÚMERO DE JOVENS QUE NÃO ESTUDAM E NÃO TRABALHAM AUMENTOU NA PANDEMIA. O gráfico mostra a porcentagem por faixa etária por trimestre em 2019, 2020 e 2021. Assim, temos: 2019: 1º = 29,5%
2º = 28,1% 
3º = 27,9%
4º = 27,5% 
2020: 1º = 29,3% 
2º = 35,0% 
3º = 34,0% 
4º = 31,2% 
2021: 1º = 31,9%
2º = 30,5%
Ilustração. Gráfico de linha. 
Acima, o texto: 
Em milhões de jovens até 29 anos por trimestre.
Abaixo, o gráfico com linhas horizontais e verticais. Sobre elas, passa uma linha verde que indica o número de jovens que não estuda nem trabalha por trimestre. Assim, temos em destaque:
2010 – 1º trimestre: 12.078 jovens 
2020 – 2º trimestre: 14.173 jovens 
2021 – 2º trimestre: 12.262 jovens.

Mesmo para quem já conseguiu emprego, a crise é um problema, porque pune primeiro os mais jovens, que têm menos experiência e recebem menos. As empresas preferem garantir a permanência dos profissionais especializados e de difícil contratação. Sem contar que os mais jovens representam um custo menor na rescisão.

Educação e Píbi

Na avaliação do presidente da Trevisan Escola de Negócios, Silveira, a situação dos jovens é resultado de uma série de questões. A primeira está associada à educação. “Temos uma escola de ensino fundamental e médio de péssima qualidade, que não prepara o estudante para nada.” O problema, para ele, não é por falta de investimento. Mas por investimento errado.

Soma-se a isso o baixo crescimento da economia. Desde 2013, o País não consegue encontrar o caminho da retomada consistente. Entre 2017 e 2019, o Produto Interno Bruto (Píbi) cresceu numa média de 1,4% ao ano – resultado muito abaixo da capacidade. “Para empregar todos os jovens que entram no mercado de trabalho, o Brasil precisaria crescer, pelo menos, 3% ao ano”, diz Silveira. “Estamos ficando definitivamente para trás.”

Para especialistas, o crescimento dos nem-nem significa perda de produtividade e de capital humano. Para Marcelo Neri, diretor do éfe gê vê Social, o Brasil teve na pandemia o maior contingente da história de jovens nem-nem. Mas esse porcentual deve cair pela metade até o final do século, resultado da demografia. Na avaliação dele, essa geração está sacrificando o presente e o futuro. “Logo, o futuro do País está comprometido pela falta de quantidade e pelo tratamento de baixa qualidade dado à juventude.”

ESTADAO. Disponível em: https://oeds.link/aYmbma. Acesso em: 9 maio 2022.

Vinheta de seção. Contorno de um clipe.

Clipe

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (í bê gê É), o Píbi é “a soma de todos os bens e serviços finais produzidos por um país, estado ou cidade, geralmente em um ano”, não sendo o total das riquezas de um país, mas “um indicador de fluxo de novos bens e serviços finais produzidos durante um período”.

Fonte: https://oeds.link/CKsHue. Acesso em: 10 maio 2022.

Muitas vezes, uma reportagem escrita publicada na internet é composta também de um vídeo. Esse tipo de composição tem recebido o nome de reportagem multimidiática, por envolver diferentes linguagens – a verbal, a visual e a audiovisual.

Clique no play e acompanhe a reprodução do Áudio.

Transcrição do áudio

Locutor: Projeto de vida

[fundo musical]

Locutor: Olá! Eu sou o Marcelo Pacheco.

Locutora: E eu sou a Carô Carvalho.

Locutor: Neste podcast, eu e a Carô vamos tratar de um tema sobre o qual você já deve ter refletido, meu jovem ouvinte. Quer ver só? Por um acaso seus pais já perguntaram que profissão você quer ter?

Locutora: Algum amigo já propôs aquela brincadeira de escrever uma carta para o seu “eu do futuro”, pra ver, lá na frente, se os planos que você tem pra sua vida agora vão se concretizar?

Locutor: Ou, simplesmente: você já se pegou pensando “o que vou fazer quando acordar em uma bela manhã e perceber que as aulas acabaram”?

Locutora: Se a resposta para alguma dessas perguntas ou pra todas elas for sim, nos próximos minutos você vai ver, ou melhor, ouvir, que não está nesse barco sozinho e que a história de traçar planos de vida virou até mesmo um grande tema de pesquisa em importantes universidades do país. Talvez este programa ajude você a ficar mais tranquilo quando pensar no assunto.

Locutor: É isso aí, Carô. Pra começar, vamos ouvir os planos que a estudante Renata Silva Moreira, de 15 anos, tem pra depois que ela terminar o Ensino Fundamental.

[suspender o fundo musical]

Renata: Quando eu terminar o 9º ano, eu pretendo começar um curso de inglês junto com o Ensino Médio porque eu pretendo fazer um intercâmbio durante esses três anos do Ensino Médio e, depois, eu pretendo começar uma faculdade de Psiquiatria, porque é uma das áreas que mais me encanta, então é uma profissão que eu quero seguir. E depois disso, depois que eu arranjar um emprego nessa área também, eu pretendo casar e ter filhos, e pra tudo isso se realizar eu tenho em mente que eu preciso focar muito no estudo, porque a profissão que eu quero seguir precisa de bastante estudo e, além disso, arranjar um emprego pra que tudo esteja estável.

[volta o fundo musical]

Locutor: – Legal, Renata. Realmente, é preciso estudar bastante pra ser psiquiatra. Depois de passar no vestibular, são pelo menos seis anos de faculdade de Medicina e mais alguns anos de residência em Psiquiatria, que é um curso de especialização.

Locutora: É verdade, Marcelo. E o interessante é que os planos da Renata, que ainda vai começar o Ensino Médio, já estão bastante concentrados na profissão. Isso é muito comum aos jovens, mesmo entre os mais novos. Mas, será que um projeto de vida diz respeito somente à carreira de uma pessoa?

Locutor: – Humm… de acordo com alguns pesquisadores, não é bem assim. A Maria Zenaide Alves, da Universidade Federal de Goiás, e o Juarez Dayrel, da Universidade Federal de Minas Gerais, fizeram uma pesquisa com jovens da zona rural mineira. Nesse estudo, eles dizem que “a dimensão profissional é importante e tem um lugar privilegiado na discussão sobre o tema, mas não é suficiente para abordar o assunto, afinal, a vida não se resume a trabalho”.

Locutora: Sim, bem lembrado! No artigo “Ser alguém na vida: um estudo sobre jovens do meio rural e seus projetos de vida”, os dois pesquisadores destacam também que “é preciso problematizar outras dimensões da condição humana, como as escolhas afetivas, os projetos coletivos e as orientações subjetivas da vida individual”.

Locutor: No sentido de levar em conta outros aspectos da vida, a Renata, por exemplo, disse no áudio que a gente ouviu há pouco, que depois de arranjar um emprego, pretende se casar e ter filhos. Vamos ouvir agora qual é o projeto da Laís Giovana Sousa dos Santos, que também tem 15 anos.

[suspender o fundo musical]

Laís Giovana: Ao concluir o Ensino Fundamental, pretendo iniciar alguns cursos técnicos e profissionalizantes na área de estética, mas também me interesso por inglês e informática. E ao concluir o Ensino Médio eu já quero ter feito cursos na área de beleza e estética e já estar trabalhando de modo formal e até em lugares especializados. Sobre o casamento: sim. Pretendo me casar e ter filhos.

[volta o fundo musical]

Locutora: Além da Renata e da Laís, todos os nossos outros entrevistados também disseram que algum dia, depois de se formarem, pretendem se casar. Isso coincide com um dado da pesquisa de Maria e Juarez. Segundo aquele mesmo estudo, alguns jovens colocam casamento e filhos em seus projetos de vida, “mas somente depois que conseguirem se realizar profissionalmente”.

Locutor: Por outro lado, os pesquisadores também dizem que a maioria das jovens participantes do estudo falou do “não desejo de ver reproduzidas em suas vidas situações que têm dentro de casa, como o casamento e a dependência financeira do marido”. Algumas meninas, inclusive, negam em seus projetos de vida “o casamento, a vida de dona de casa, de mãe de família”, mesmo em um futuro distante, porque para elas “isso seria uma condenação a uma vida sem graça, sem perspectivas de futuro, sem autonomia”, revelou o estudo.

Locutora: É... A pesquisa concluiu que, embora os jovens organizem suas condutas futuras de maneiras diferentes, o desejo de “ser alguém na vida” é muito comum entre eles.

Locutor: E os pesquisadores dizem que isso tem a ver com o movimento de construção da identidade dos jovens, que acontece na época em que surgem interesses diferentes daqueles da infância, em razão das transformações psíquicas naturais da adolescência.

Locutora: Nessa fase, é comum o “impulso por independência e o desejo por emancipação em relação ao mundo adulto”, o que leva a pessoa “à necessidade de fazer planos ou de ter projetos. Nesse sentido, o que ser ou fazer no futuro é uma questão que, a partir de um determinado momento, para uns mais cedo, para outros mais tarde, passa a compor o universo de preocupações”, diz a pesquisa.

Locutor: Vamos ouvir agora os planos do Pablo Alves, de 16 anos.

[suspender o fundo musical]

Pablo: Os meus planos para quando terminar o Ensino Médio são de entrar para a faculdade, inicialmente cursar Psicologia, mas penso também em logo após fazer outros cursos como Filosofia, Sociologia e pretendo continuar na carreira profissional como professor universitário. E o que eu tenho que fazer para conquistar tudo isso é... só depende de dedicação, desenvolvimento pessoal, tentar ser uma pessoa melhor a cada dia, a todo o momento. É isso.

[volta o fundo musical]

Locutor: O Pablo fala uma coisa que também é muito comum ouvirmos dos jovens da idade dele, Carô, que é a questão de que o futuro de uma pessoa só depende dela mesma, do quanto ela se dedica e se esforça. Mas será que isso é real? Não tem mais nada que afete os nossos projetos de vida?

Locutora: Olhe, Marcelo, parece que falamos esse tipo de coisa porque muitas vezes escutamos isso de pessoas próximas e de familiares, mas a realidade para muitas pessoas não é bem assim. Segundo a pesquisa do Juarez Dayrel e da Maria Zenaide, é preciso tomar cuidado para não responsabilizar “única e exclusivamente o sujeito pelo seu destino”, já que o projeto de vida tem a ver com fatores subjetivos, ou seja, individuais, mas também tem a ver com as “condições estruturais que compõem o campo de possibilidades” de cada um, como as condições sociais e econômicas. Afinal, nossa sociedade ainda não oferece igualdade de oportunidades e, portanto, não temos todos o mesmo ponto de partida.

Locutor: Certo. Deve ser por isso que os autores desse estudo aconselham, por um lado, a evitar bandeiras do tipo “basta querer que você vai conseguir” e, por outro, a não ser pessimista e determinista quando as condições iniciais são desfavoráveis. Nem oito nem oitenta.

Locutora: Sim. Em outro artigo, intitulado “Juventude, projetos de vida e Ensino Médio”, que o Juarez escreveu com o Geraldo Leão e a Juliana Batista dos Reis, também pesquisadores da UFMG, os autores analisam essa questão. Eles defendem que, nesse processo de descobrir “quem sou eu”, o jovem, principalmente o que está no Ensino Médio, precisa de “espaços e tempos de reflexão sobre seus desejos, suas habilidades, mas também informações sobre o contexto social em que se insere, a realidade da universidade e do mundo do trabalho…”. Dessa maneira, ele pode “ter elementos para construir um rumo para sua vida”.

Locutor: Assim sendo, é muito importante criar espaços para refletir sobre questões como casamento, constituição de família, orientação sexual, religião, política, economia, continuidade ou não dos estudos, construção de uma carreira acadêmica… Segundo os pesquisadores, esses temas são todos “matérias-primas para debates sobre projetos de vida”. E a escola pode ser e muitas vezes é um espaço para discutir esses assuntos.

Locutora: Bem, vamos ouvir o que a Fernanda Góes, que está cursando o Ensino Médio, pensa sobre isso.

[suspender o fundo musical]

Fernanda: Quando eu completar o Ensino Médio, eu pretendo prestar vestibular para fazer uma faculdade e seguir uma carreira artística. Mais pra frente eu pretendo me casar e ter filhos, mas eu acho que pra que tudo isso seja possível e que eu possa realizar esses meus desejos, eu preciso de muito foco, determinação, principalmente determinação nos estudos.

[volta o fundo musical]

Locutora: A Fernanda já tem definido o percurso de estudos a seguir. Parece um projeto bastante estratégico, não acha?

Locutor: Ao que tudo indica, sim. A Fernanda e a Laís me dão essa impressão. Os pesquisadores escrevem que existe essa categoria de projetos de vida, que “apresentam claramente alvo e seta, ou seja, os jovens sabem o que querem e evidenciam conhecimento suficiente do campo de possibilidades”, o que significa que eles têm informação suficiente para “avaliar e definir os fins, e os meios possíveis para alcançá-los”.

Locutora: Essa atitude tem bastante a ver com um resultado da pesquisa realizada com os jovens do interior de Minas. Segundo o estudo, muitos jovens mencionam inclusive ter um “plano B” e “alternativas possíveis para lidar com os desafios da sociedade”. Isso mostra que eles pensam no futuro, mas que têm consciência de que é preciso organizar a vida no momento presente.

Locutor: Por falar em momento presente, este podcast fica por aqui.

Locutora: Esperamos que ele contribua para você refletir, pouco a pouco, sobre esses temas que fazem parte da vida de todos e de cada um de nós.

Locutor: É isso aí, pessoal, até a próxima!

Locutora: Até mais!

Locutor: Crédito: Todos os áudios inseridos neste conteúdo são da Incompetech.

Texto 2

Orientações para a leitura

Grupo 2 – Leitura da entrevista “Ensino médio deve visar, mais que vestibular, o gosto pelo saber, diz pesquisadora”

  • Durante a leitura, fiquem atentos às ou atentas àsseguintes informações:
    1. Qual é o principal tema da entrevista com Silvia Colello?
    2. Qual ponto de vista Colello defende a respeito desse tema?
    3. Segundo Colello, quais as consequências de um Ensino Médio focado exclusivamente no vestibular?
    4. O que você consegue entender sobre essa “formação humanística” defendida pela especialista?
    5. Segundo Colello, o vestibular “pode funcionar como rito de passagem, momento para ô á estudante se perguntar o que quer da vida. Não só que curso vai seguir, mas quem quer ser e de que jeito quer viver”. O que você entende dessa declaração? Já tinha pensado no vestibular dessa fórma?
Reprodução de página da internet.

Ensino Médio deve visar, mais que vestibular, o gosto pelo saber, diz pesquisadora

Silvia Colello afirma que formação de adolescentes não pode ser guiada apenas pela preparação para os exames

8 setembro. 2018, às 19horas00 Lisandra Matias SÃO PAULO

Mais do que preparar o estudante para o desafio do vestibular, escolas de ensino médio têm a missão de oferecer a ele formação humanística, para que possa se posicionar de modo ativo, ético e crítico no mundo.

Assim pensa a pedagoga Silvia Gasparian Colello, professora e pesquisadora da Faculdade de Educação da úspi. Para ela, tão importante quanto ensinar é viabilizar o gosto pelo conhecimento, o prazer de aprender.

Fotografia. Uma mulher vista da cintura para cima, de baixo para cima e levemente de lado. Ela tem cabelos curtos castanhos, penteados para o lado, sobrancelhas grossas e nariz fino. Veste blusa preta com detalhes ao centro em branco e preto. Ela olha ao longe e sorri discretamente. Ao fundo, vista embaçada de casas, árvores e céu azul.
A pedagoga Silvia Gasparian Colello em São Paulo (2017).

Qual o papel que o vestibular deve ter no Ensino Médio?

A preparação para o vestibular é relevante, mas não pode ser a norteadora da formação dos adolescentes. A escola deve oferecer uma formação humanística e abrir a possibilidade para que o aluno seja produtor de conhecimento. Significa criar situações, como pesquisas e projetos, para que o conhecimento seja produto do trabalho intelectual e afetivo do estudante.

O que caracteriza esse aspecto humano e afetivo?

O jovem tem que viver bem a etapa escolar em todos os seus aspectos – a aquisição de conhecimento, a organização do estudo, os relacionamentos interpessoais, os namoricos. Tudo isso responde ao aspecto da formação do humano, da constituição do sujeito que é social, aprendiz, pesquisador, afetivo e ético. Viver isso com intensidade é importante não só para a vida universitária e profissional, mas também para a constituição de si.

Qual o risco de um ensino focado demais no vestibular?

Esse tipo de ensino se baseia na lógica do certo e do errado, como se o conhecimento fosse um pacote pronto. Mas sabemos que nenhuma ciência está acabada e que o conhecimento avança justamente pelas mentes brilhantes que têm uma postura inquisitiva frente ao mundo. Infelizmente, muitas vezes, as escolas abafam isso e impõem a cultura do silenciamento, do “cala a boca” e do ensino pré-formatado.

Mas isso também não ocorre devido à pressão dos pais, que desejam que seus filhos passem a todo custo?

Sim, é o caso de escolas que se comportam como empresas e querem atender à demanda mais imediata do cliente. Confundir escola com empresa é descaracterizar a natureza do seu objetivo, que é a formação humanística.

Tenho visto jovens que entram na universidade, muitas vezes até bem colocados, mas que ingressam com falhas. Eles não sabem fazer pesquisa (estudaram com um método apostilado em que o conhecimento vinha pronto), têm dificuldades para trabalhar em grupo, dividir tarefas e de apresentar e defender suas ideias.

Muitas instituições preparam para o vestibular, mas não para a vida universitária, é isso?

Sim, parece contradição. O ensino focado no vestibular tende a ser conteudista, feito na perspectiva do professor que detém o conhecimento e do aluno que não sabe. Mas, na universidade e na vida profissional, não vigora o saber doado, mas o construído, em que o estudante é o protagonista da sua formação.

Uma preocupação comum entre pais de adolescentes é o desinteresse dos filhos pelos conteúdos e até mesmo pelo colégio. Como reconquistá-los?

Na adolescência, são muitos os fatores que atraem para uma vida extraescolar: a banda, a balada, a sexualidade, questões políticas etcétera A escola tem, então, o desafio de recuperar seu sentido. Pode fazer isso abrindo espaço para que estudantes levem suas inquietações. Se esse jovem que está sendo atraído para o mundo chega à escola e a primeira coisa que ouve é sobre a proibição do celular ou da conversa entre alunos, a instituição está indo contra um aspecto muito importante para ele, mas que deveria ser compatível com a vida escolar.

Como ressignificar o vestibular para além das cobranças de sucesso?

O vestibular pode funcionar como rito de passagem, momento para o estudante se perguntar o que quer da vida. Não só que curso vai seguir, mas quem quer ser e de que jeito quer viver. As escolas devem fornecer informações e ferramentas para ajudar nessa reflexão.

Qual o modelo ideal para concluir a educação básica?

O papel da educação em geral, e do ensino médio em particular, é a formação do homem para a humanização e para o combate à barbárie.

Silvia Gasparian Colello, 59

Formada em Pedagogia com mestrado, doutorado e livre-docência pela Faculdade de Educação da úspi, é professora e orientadora na pós da universidade, onde desenvolve pesquisas na área de ensino.

FOLHA de São Paulo. Disponível em: https://oeds.link/DE7JgP. Acesso em: 10 maio 2022.

Roda de leitura

  1. Compartilhe com a turma o texto lido, apresentando as informações importantes para que quem não leu o texto tenha uma ideia do que ele trata.
  2. Copie a tabela a seguir no caderno e, em conversa com os ou as colegas, elaborem uma síntese de cada um dos textos lidos e compartilhados entre a turma.
Ícone. Modêlo.

O que você observou sobre o texto

Texto 1

Texto 2

1. Qual é o assunto do texto?

2. Quais as fontes (pessoa ou documento) das informações e/ou opiniões apresentadas no texto?

3. Considerando o conteúdo do texto e a abordagem adotada, qual a finalidade dele?

4. Das questões apresentadas no boxe O que você poderá aprender, sobre qual(is) dela(s) o texto ajuda a refletir?

Vale a pena assistir e discutir!

Conhecendo o Novo Ensino Médio

Para saber um pouco da proposta da reforma conhecida como Novo Ensino Médio, você e seus ou suas colegas poderão assistir a cinco dos dez vídeos produzidos por um coletivo que se denomina Movimento pela Base – uma rede não governamental e apartidária de pessoas e instituições dedicada a apoiar a construção e implementação de qualidade da Base Nacional Comum Curricular (que orienta os currículos das escolas) e do Novo Ensino Médio.

1. Busque pela playlist Novo Ensino Médio em profundidade, neste link do canal desse movimento, disponível em: https://oeds.link/isbzj0. Acesso em: 21 julho. 2022.

2. Em seguida, o professor ou a professora irá orientar a turma para a formação de grupos de trabalho. Cada grupo assistirá a um dos vídeos, conforme distribuição a ser feita. Seguem os títulos dos vídeos que serão distribuídos:

O novo Ensino Médio

As principais mudanças no Ensino Médio

A arquitetura Curricular no novo Ensino Médio

A etapa do Ensino Médio na BNCC

Os itinerários formativos no novo Ensino Médio

3. Inicialmente, você poderá assistir ao vídeo do grupo sozinho e tomar notas das informações que considerar relevantes para entender a reforma. Pause o vídeo e retorne a trechos sempre que considerar necessário para compreender o que está sendo exposto e fazer anotações que facilitem a retomada do conteúdo do vídeo, durante a apresentação.

4. Na sequência, reúna-se com seu grupo e compartilhe suas anotações. O grupo deverá produzir um esquema comum que será usado para orientar a apresentação das informações que deseja compartilhar com quem não assistiu ao vídeo. Esse esquema poderá ser usado apenas como apoio para a apresentação à turma ou poderá ser também apresentado como um recurso visual para o seu público.

5. Na data marcada, o grupo fará a sua apresentação que deverá ser aberta a perguntas sobre eventuais dúvidas dôs ou dás colegas sobre a exposição.

Após as apresentações, discuta com a turma:

O que você pensa do que a turma descobriu sobre a reforma com a leitura feita e os vídeos compartilhados? Afinal, ela parece positiva ou negativa? Em que você se apoia para pensar assim?

Lembre-se de respeitar as regras estabelecidas para a discussão, entre elas respeitar o turno de fala dos colegas; concordar ou discordar de opiniões de fórma respeitosa; negociar posições, se for o caso; apresentar argumentos que sustentem a opinião assumida ou negociada.

Enquete

1. Faça uma enquete com a turma para saber quais as áreas de conhecimento mais interessariam para vocês, na escolha de itinerários formativos.

2. Levando em conta os resultados, forme grupos de acordo com as áreas de interesse em comum e discutam quais poderiam ser os tipos de assuntos ou projetos a serem abordados nos itinerários formativos.

3. Registrem essa lista em um cartaz, disponibilizem-na para a turma e troquem impressões sobre ela.

Produção de texto

Conhecendo o gênero: Podcast

Nesta seção, você vai estudar o que é e como se faz podcasts, com a finalidade de produzir, com a turma, uma série de podcasts a partir de descobertas sobre o novo Ensino Médio.

Mas, afinal, podcast é o "formato" específico de texto ou é uma forma de fazer circular vários textos?

Atividade 1 – Podcast: O que é e como se faz?

Observe a foto:

Fotografia. Ao redor de uma mesa retangular marrom, seis crianças, entre meninos e meninas, estão vestindo camisetas em branco, marrom, vermelho e azul. Algumas estão sorrindo, outras gesticulando e algumas falando. Sobre a mesa, há notebook, folhas de caderno, pastas e canetas.
Estudantes participando de um podcast.
  1. Observe a formação do grupo de adolescentes em torno do computador com a câmera. Essa cena lembra que situação de comunicação?
  2. Qual parece ser o papel das crianças na cena?
  3. Observe as folhas de papel que estão sobre a mesa. Elas podem estar sendo usadas para quê, considerando a hipótese ou as hipótesesque você levantou sobre a situação de comunicação?
  4. Você já ouviu falar em podcast? Sabe do que se trata?

Podcast

A palavra podcast vem da junção de iPod (dispositivo de áudio da Apple) + Broadcast (que significa a transmissão de informação por rádio ou TV). Um podcast nada mais é do que um programa de rádio, com a diferença de que você pode acessar um programa sempre que desejar. Ou seja, os podcasts são programas sob demanda (on demand): você clica no episódio ou no programa a que deseja assistir e pronto! Você pode acessá-los pelo celular ou tablet ou pelos computadores e notebooks.

Atualmente há sites dedicados a armazenar podcasts. Mas o que pode ser conteúdo de um podcast? Como esse conteúdo pode ser organizado para compor o episódio ou programa?

É o que veremos na próxima atividade.

Vale a pena ver!

Neste curto vídeo de cerca de dois minutos, você pode conhecer um pouco mais sobre essa forma de divulgar conteúdos na internet.

Acesse o link: https://oeds.link/bIk7vh. Acesso em: 26 maio 2022.

Cena de vídeo. Em um fundo cinza, ao centro, há o busto de uma criança de cabelos castanhos usando camiseta e fone de ouvido verde. Na parte superior, texto em vermelho: SÓ ESCOLHER O ASSUNTO E SAIR ESCUTANDO!

Atividade 2 – Comparando dois formatos de podcasts

Você acabou de conferir que podcasts são arquivos em áudios disponibilizados na internet para ouvirmos quando desejarmos. Nesta atividade, você vai observar o que pode ser conteúdo de um podcast e como esse conteúdo pode ser organizado.

Vinheta de seção. Contorno de um clipe.

Clipe

Uma vez que podcast é um termo inglês e que tem relação com uma prática que passou a fazer parte das nossas atividades sociais, alguns outros termos da língua inglesa passaram a ser usados por estarem ligados a essa prática. Os dois mais comuns são:

  • Podcaster quem se dedica a produzir podcasts.
  • Host é o anfitrião ou é a anfitriãresponsável pelo desenvolvimento da pauta; aquele ou aquela que recebe os convidados ou as convidadas administra a participação dos outros ou das outraspodcasters e orienta a conversa, garantindo que a pauta definida seja cumprida.

Texto 1

  1. Na página inicial do canal de podcasts Braincast (https://oeds.link/WNYSeA), há um acesso à lista de podcasts recentemente publicados pelos ou pelas responsáveis. Ao clicar no podcast escolhido, é possível acessar a página do episódio selecionado, na qual há uma sinopse com indicação dos participantes do episódio. A seguir, você vai ler a sinopse e o trecho transcrito do podcast: Tecnologia e o Futuro da Educação. Importante: como se trata de uma transcrição, foram mantidas as marcas da fala.
  2. Durante a leitura, observe:
    1. Como o grupo parece organizar o programa e a participação das pessoas.
    2. Qual o registro adotado na linguagem utilizada pelos ou pelas participantes.
    3. As características próprias da linguagem, considerando que se trata de um texto oral.

Sinopse

Reprodução de página da internet.
Ilustração. Título do texto: Tecnologia e o futuro da educação. Fundo com elementos gráficos que remetem à tecnologia.

PODCASTS 30 ago. 2018

Braincast – Tecnologia e o Futuro da Educação

Como as novas tecnologias podem auxiliar no processo educacional, seja qual frente for?

por B9

No Braincast Jú Ualauer, Luiz Yassuda e Alexandre Maron conversam com Gustavo Reis, especialista em eficácia e gestão de dados educacionais, sobre as aplicações e benefícios de tecnologias e análises de dados no processo educacional.

Disponível em: https://oeds.link/QachJf. Acesso em: 8 novembro. 2018.

Vinheta de seção. Contorno de um clipe.

Clipe

A vinheta é a música que abre e fecha os programas de rádio e de tê vê. Ela pode ser composta também de uma frase que nomeia o programa. A vinheta, no podcast, tem a mesma função.

Ela também pode aparecer no meio do episódio, separando os momentos do programa, como se fossem seções. Por exemplo, pode aparecer entre a introdução do programa e o momento dedicado a comentários dôs ou dás ouvintes.

Vinheta de seção. Contorno de um clipe.

Clipe

A Pearson é uma empresa multinacional britânica de publicação e educação, criada em 1844 por Samuel Pearson. Considerada a maior empresa de educação e a maior editora de livros do mundo, está presente em 60 países.

Transcrição do áudio

Ícone de áudio.

Entra vinheta do programa: fundo musical e texto Este podcast é apresentado por B9.com.br

Juliana: Olá, aqui é Juliana . reticências E junto comigo, Alexandre Maron.

Maron: Olá, braincasters.

Juliana: E Luiz Yassuda.

Luiz: Opa, e aí? Tudo certo?

Juliana: E Gustavo Reis.

Gustavo: Boa noite, bom dia, boa tarde!

Juliana: Gustavo, se apresente. Quem é você “na fila do pão”? Por que os braincasters ainda não te conhecem?

Gustavo: Muito bem, eu trabalho na Pearson. Eu sou líder de eficácia da Pearson reticências A Pearson, ela é uma empresa de educação, uma das maiores do mundo. Ela veio pro Brasil na década de 70. reticências

Juliana: Então, vamos, lá, gente. Vamos pra pauta porque a pauta rende, né? Essa conversa rende bastante.

Vinheta reduzida para marcar o início da pauta.

Juliana: Vamos falar um pouco sobre tecnologia e educação. Porque, sabe... eu vou começar com meus ceticismos aqui. Quando a gente falou de educação no Mamilos, tem um video­zinho que é superfamoso na internet. Você já deve ter visto várias vezes, várias pessoas já devem ter te recomendado... que fala sobre como as tecnologias impactam na educação. Então, por exemplo, quando inventaram o rádio todo mundo pensou: “Bom, agora, vamos revolucionar! Porque imagina as melhores mentes... a gente consegue replicar elas pro mundo inteiro. Então, um professor incrível, eu consigo levar ele pra todas as salas de aula.” Não aconteceu.

Maron: É... todas as evoluções tecnológicas, essencialmente, a gente falou assim: “Nossa, agora vai...”

Juliana: “Agora vai mudar...”

Maron: “Vamos espalhar o conhecimento...”

Juliana: É... não... A tê vê, por exemplo. Olha o potencial de você replicar e, claro, Telecurso 2000, está aí, não é que não teve nenhum impacto, mas não revolucionou...

Maron: Telecurso 2000, olha...

Juliana: É, eu sou velhinha...

Maron: Denunciou a idade...

Juliana: É... não que isso revolucionou da maneira que se esperava, né? A mesma coisa o cinema e tal... E agora a gente tem inteligência artificial. “Aí, agora sim, agora vai essa grande disrupção.” E de fato, sem o glamour, reticências o que é que a inteligência artificial tem de potencial de impactar na educação?

Gustavo: Primeiro a gente tem que entender... assim... o que é que essa inteligência artificial que a gente tá querendo... ou que a gente tá falando aqui em educação, né? Se a gente tratar que inteligência artificial é só uma máquina, que tá aprendendo através de inputs que a gente tá dando pra ela, o que é que no setor de educação a gente pode ter? Pensa nas suas avaliações. Pensa no trabalho de um professor, que tem 40 alunos numa classe e ele tem que fazer a correção dessa prova. Ele pode fazer isso de um jeito muito simples que é simplesmente colocando A, B, C, D ou E pra cada uma das provas e acabou. Ou ele pode tentar chegar a isso num nível um pouco mais granular. Eu posso dizer, então, que a Juliana errou o exercício 2, o Alexandre errou o exercício 2 e, cara, o Luiz também errou o exercício 2. Conclusão que eu posso tirar daí: que a classe preci...

Maron: Conclusão: é que a gente tá colando... (risos)

Gustavo: É (risos)... ou que a minha classe precisa de mais conteúdos relacionados àquele exercício 2.

Juliana: Sim...

Gustavo: Isso é... É um nível muito simples de como isso pode ser útil pra todo mundo. Pro professor, ele vai conseguir focar, pedagogicamente falando, na necessidade que o aluno vai ter. Eu estou dando aqui um exemplo em que vocês três aqui... ou nós quatro, tivemos o mesmo problema.

reticências

Maron: Legal. O ponto aqui é, eu tenho que discutir toda uma abordagem que vem antes da avaliação que é: o que é que eu vou falar antes? É... eu vou fazer ensino focado em projeto? Eu vou desmontar aquelas trilhas em que você aprendia matemática, biologia, tarará... tudo separadinho e vou começar a misturar isso? Não, não vou... não sei que... Quer dizer, qual é a metodologia... quer dizer... tem uma discussão metodológica supercomplexa e que a escola não decide sozinha... quer dizer... é uma discussão que vai num nível, em geral, vai no nível do governo federal, ministério, e tal... que precisa ser feita, que é supercomplexa, que é superdifícil. E aí, eu acho que é legal a gente tentar ver o que vocês estão cozinhando lá... Eu acho que é legal a gente entender. Nesse sentido, né? Nesse sentido de pré-avaliação. Vamos deixar a avaliação para um segundo momento e vamos falar: “tá e aí? O que é que vocês estão fazendo antes que seja revolucionário?” né... Talvez seja isso...

Juliana: É... porque eu tava falando assim... de entender que tecnologias fazem disrupções... do jeito que a gente vive... E tudo do jeito que a gente vive foi mudando ao longo do tempo. Mas a escola é uma das... dos lugares menos permeáveis à mudança, certo?

Gustavo: Certo! Eu vou devolver a pergunta pra você. Você pautou alguns players aí agora há pouco, mas você não citou pais. Grande parte da resistência que a gente tem é dos pais. Muitos pais... eles não aprenderam a aprender desse jeito que a gente tá se acostumando agora... Isso é muito estranho pra eles. Que você possa trilhar o seu próprio caminho de aprendizagem. Tá, a gente tem um objetivo, mas, dependendo das suas dificuldades, das suas fôrças, essas trilhas vão ser diferentes. E vão ser muito mais individuais. E isso é o que muita gente ainda não entende ou não quer fazer parte disso. Eu tenho duas visões a respeito disso. A parte dos pais eu já expliquei. A parte dos professores, também. É um outro jeito de ensinar.

reticências

Juliana: ... Cada dia tá mudando alguma coisa. Então eu acho que isso é uma adaptação de... se o cenário todo mudou, você não pode ter o mesmo comportamento que funcionava até ontem, entendeu? E o professor chega pra sa... “Gente, a gente vai trocar. Tem umas coisas que eu sei, tem algumas coisas que vocês sabem. A gente vai juntar tudo o que todo mundo sabe aqui num ‘bolo’ no meio da mesa e vai sair todo mundo mais rico. Beleza?”. Essa é a proposta de valor que um professor traz hoje. reticências

reticências

Juliana: Nas conversas que a gente tem feito sobre educação, eu vejo um futuro bem inspirador, assim... sabe? Porque eu acho que a gente viu muito como um mal necessário, né... Educação é um preço que você tem que pagar, né? Então eu lembro ainda de falarem assim: “O seu pai trabalha e o seu trabalho é estudar”, né... Então a Educação também era isso: “Não, a gente tem que fazer, fazer o que, né... vai ter que... tem que vencer essa barreira na vida”. E eu vejo, por toda essa outra abordagem, esse outro jeito... como a gente estava conversando aqui antes: que a gente vai ter que estar sempre aprendendo, que não tá restrito a uma fase da vida, que você passa por esse sacrifício e depois chega... Uma possibilidade de... de ter muito mais esse senso de encantamento, de descobrir coisas novas... De ter na educação, mesmo a formal, esse explodir de cabeça, esse destravar conhecimentos, que nem o Alê tava falando, de ir pra novos níveis, mas... Poxa, acho ótimo o exemplo que você deu de game. De que tem essa coisa de que você quer ser sempre melhor. E é mesmo a motivação do conhecimento. De ser sempre melhor. Melhor pelo quê? Não é pelo diploma, não. Eu quero ser sempre melhor! Isso é inerente ao ser humano, né? O conhecer mais, o descobrir mais e tal... reticências Eu vejo mais isso, assim, pro nosso futuro, pro futuro, das crianças, né... O que você tava falando de trilhas de conhecimento, de enxergar a educação menos como um “pedágio” que a gente deve aos meus velhos, né? Assim... “ai, se eu não fizer isso, eu tô ferrado pro meu futuro”, né? E mais como ali é um lugar onde eu descubro coisas novas, né?

reticências

É isso pessoal. Até a semana que vem!

Vinheta de encerramento.

B9. Disponível em: https://oeds.link/QachJf. Acesso em: 10 maio 2022.

  1. Sobre o que o trecho recortado do podcast está tratando?
  2. Qual a visão que a host Juliana demonstra ter sobre tecnologia na educação e educação no futuro? Você concorda com ela? Por quê?
  3. Quem são os participantes e como atuam durante o programa?
  4. Como você acha queos ou as participantes se preparam para atuar em um programa como esse?
  5. Volte a ler o trecho em que Alexandre Maron inicia a sua fala usando a gíria “Legal”.
    1. Como você avalia essa participação do podcaster: ele fez uma colocação que ajudou a continuar a discussão ou ele tentou corrigir o percurso porque achou que o convidado fugiu do assunto? Explique.
    2. A fala de Juliana logo depois dessa fala de Alexandre confirma a sua resposta anterior? Explique.
  6. Qual o registro adotado na linguagem utilizada pelos ou pelasparticipantes: formal ou informal? Como você pode comprovar sua resposta?
  7. Aponte as características próprias da linguagem, considerando que se trata de um texto oral.
  8. Observe as palavras destacadas em itálico na transcrição desse trecho do áudio.
    1. Essas palavras são chamadas de estrangeirismos. O que significa isso?
    2. Você acredita que o uso delas é totalmente necessário ou poderíamos pensar em usar equivalentes em língua portuguesa?
    3. O que pode significar braincasters no contexto em que a palavra foi usada:

“Gustavo, se apresente. Quem é você ‘na fila do pão’? Porque os braincasters ainda não te conhecem.”

Texto 2

1. A seguir você vai ler a sinopse e o trecho transcrito do podcast “Juventude, protagonismo e transformação social”, que faz parte da série 9 podcasts de educação para se inspirar, produzida pelo Porvir, em 2016.

Vinheta de seção. Contorno de um clipe.

Clipe

O Porvir é uma organização não governamental (ó êne gê) que funciona como uma “agência de notícias”, para divulgar experiências inovadoras na educação.

Para conhecer mais sobre a ôngui, visite o site https://oeds.link/QRaU0H. Acesso em: 15 junho 2022.

  1. Durante a leitura, procure observar as semelhanças e diferenças entre esse podcast e o anterior em relação ao:
  1. formato do programa;
  2. público a que se destina e à finalidade do programa.

Sinopse

Reprodução de página da internet.

Juventude, protagonismo e transformação social

O que é ser um jovem transformador? Em uma conversa com o Porvir, estudantes de diferentes regiões do país falam sobre protagonismo e mudança social. Vencedores do Desafio Criativos da Escola 2016, eles desenvolveram diferentes projetos para preservar o meio ambiente, fortalecer direitos humanos e estimular ações de participação política.

PORVIR. Disponível em: https://oeds.link/tIrkZt. Acesso em: 15 junho 2022.

Transcrição do áudio

Ícone de áudio.
Captura de tela. Na horizontal, à esquerda, há um microfone cinza e branco em um fundo quadrado laranja. À direita, na parte superior, um botão vermelho com uma seta branca indicando ‘play’. À frente do botão, o texto:  PORVIR PODCAST - JUVENTUDE, PROTAGONISMO E TRANSFORMA... Na parte inferior, linhas finas são dispostas na vertical em tamanhos irregulares e variados. Ao final dessas linhas, o tempo: 6:29. Na parte superior, à direita, em cinza-claro: SOUNDCLOUD.

[Abertura: fundo musical (com efeito fade out) – 5 segundos]

Ana Clara: O jovem transformador, pra mim, é quem faz a diferença.

Moisés: E ele não fica só no seu local. Ele tenta ter uma visão crítica do mundo.

Ericson: Eu posso muito bem ficar preso no meu quadrado. É... ver aquilo, só aquilo que tá ao meu alcance, mas eu posso ir além disso.

Repórter Marina Lopes: Os jovens Ana Clara Renôu, Moisés Breno Barbosa e Ericson de Oliveira moram em três municípios brasileiros diferentes: Santana, no interior da Bahia, Iguatu e Mulungu, no Ceará. Apesar de estudarem em escolas diferentes, eles compartilham a inquietação de quem deseja trabalhar em projetos de transformação social.

Ericson: Quando você pergunta o que é ser um jovem transformador, eu acredito que é sair do comodismo, pensar em fazer alguma iniciativa que promova uma mudança.

Moisés: É aquele jovem que pesquisa, é aquele jovem que descobre o problema...

Ana Clara: Que faz diferença no seu município, na população ou até mesmo no país.

Repórter Marina Lopes: Neste ano, ao lado de outros colegas, eles foram vencedores do Desafio Criativos da Escola, que premia projetos desenvolvidos por crianças e jovens de todo o país. A iniciativa faz parte do movimento global Design for Change. Em uma conversa com o Porvir, os estudantes falaram sobre protagonismo e potencial de transformação dos jovens. Para os estudantes Nicolas Turella, de Lagoa Vermelha, no Rio Grande do Sul, e Lidiane Ribeiro, da capital do Rio de Janeiro, protagonismo também é compartilhar.

Nicolas: Quando o jovem é protagonista, ele leva os outros a seguirem esse protagonista.

Lidiane: Se eu aprendi aquilo ali e sei que aquilo pode transformar vidas ou pode transformar... é... o conhecimento das pessoas de maneira boa, eu acho que eu devo passar, assim...

Repórter Marina Lopes: E o compartilhamento começa no espaço encontrado pelo jovem, dentro da sua própria escola, como conta Pedro Henrique de Lima, colega de turma de Ericson em Mulungu, no Ceará.

Pedro Henrique: Quando o jovem, ele tem essa liberdade, esse apoio da escola pra desenvolver políticas públicas, projetos que tentem atenuar dificuldades ou propor soluções pra problemas, fica mais fácil.

Ana Clara: Tem tanta coisa que a gente pode fazer, que a gente pode mudar na nossa escola, na nossa comunidade, no nosso estado, tudo... Se a gente quer a gente consegue.

Nicolas: Primeiramente a mudança tem que vir de dentro.

Pedro Henrique: O primeiro passo é ter vontade, é acreditar em si.

Ana Clara: Tem todo um processo pra buscar soluções e transformar tudo à nossa volta.

Repórter Marina Lopes: O processo de transformação parte sempre da realidade de cada jovem.

Pedro Henrique: É você analisar situações problemáticas. E, após essa análise, você procurar medidas pra solucionar, tentar atenuar aquela dificuldade ou anseio de um povo, de um grupo, de uma comunidade, de um âmbito que necessite de ajuda, de atenção, de apoio.

Repórter Marina Lopes: Os projetos criados pelos jovens podem ser de diversas áreas, do meio ambiente aos direitos humanos e ações de participação política.

Nicolas: Eu quero que jovens, como eu, vejam que a sustentabilidade é um novo meio de não só ganhar dinheiro, mas também um modo de reciclar nosso planeta e cuidar dele para gerações futuras.

Repórter Marina Lopes: Nicolas Turella tem 17 anos e estuda na Escola Estadual Técnica Agrícola Desidério Finamori, em Lagoa Vermelha, no Rio Grande do Sul. Em um momento de descontração, ele e outros colegas perceberam que o papel molhado se degradava com facilidade e que ele poderia ser uma alternativa para a produção de embalagens para mudas, que tradicionalmente eram feitas com plásticos. Já a jovem de 17 anos, Ana Clara Renôu, e sua turma da Escola Estadual Edivaldo Flores, em Santana, Bahia, tiveram a ideia de criar um site para reunir informações sobre a Gruta do Padre, que segundo eles estava praticamente abandonada.

Ana Clara: Então, é dessa importância de... das coisas serem preservadas pra que elas não vão se acabando ao longo do tempo.

Repórter Marina Lopes: Aliás, preservação também foi o foco do projeto realizado pelo grupo do estudante Moisés Breno Barbosa, de 17 anos, aluno da Escola Estadual de Ensino Profissional Lucas Emanuel Lima Pinheiro, em Iguatu, no Ceará. Depois de descobrirem que os livros didáticos traziam informações insuficientes sobre a caatinga, eles começaram uma mobilização no município que deu origem ao Projeto de Lei 2404/16, que determina a produção e o fornecimento de materiais adequados para os professores trabalharem esse bioma na escola.

Moisés: Né, como o nosso projeto, ele defende, né, nosso projeto é voltado pra preservação da Caatinga, nessa preservação... ela não pode ser só minha, mas sim de toda a nação que consiste dentro daquele bioma.

Repórter Marina Lopes: Presente em outra iniciativa, a ideia de responsabilidade compartilhada também levou o grupo de Ericson de Oliveira, de 16 anos, e os colegas da Escola de Ensino Médio Professor Milton Façanha Abreu, em Mulungu, no Ceará, a desenvolverem o projeto Tenda Móvel, que pensa em soluções para problemas da comunidade.

Ericson: No nosso projeto, a gente trata que a cidadania e o exercício das políticas públicas não é algo que é feito apenas por quem a gente elege, por quem tá no poder, pelos órgãos públicos. A gente também faz parte disso. Isso é ser cidadão. Isso é democracia. Não tem lógica eu cobrar apenas daqueles que eu elegi, é... cobrar a cidadania deles, se eu sou cidadão e não faço a minha parte.

Repórter Marina Lopes: Lidiane Ribeiro, de 16 anos, da capital fluminense, fez sua parte com um projeto de empoderamento feminino. Junto com um grupo de meninas, da Escola Municipal Levi Miranda, ela criou o Solta-se Black.

Lidiane: A gente fala muito sobre o amor-próprio. Acho que basicamente é... tudo se liga a você se amar.

Repórter Marina Lopes: O projeto incentiva adolescentes a aceitarem o seu cabelo natural e se sentirem empoderadas.

Lidiane: Nosso próximo plano é pra trabalhar no primário e no Ensino Fundamental um. Por quê? Porque as crianças, elas têm a mente não tão formada quanto a do adolescente. E... e mesmo assim a criança, hoje em dia, passa por muito preconceito, racismo, sofre... é... discriminação por causa da... da pele, do cabelo, da grossura dos lábios, essas coisas... A gente quer trabalhar com eles pra começar a lapidar... pra começarem a se conhecer.

Repórter Marina Lopes: Eu sou Marina Lopes, repórter do Porvir. E você pode conhecer outros vencedores do Desafio Criativos da Escola, no site porvir.org.

PORVIR. Disponível em: https://oeds.link/qvAqc6. Acesso em: 11 maio 2022.

  1. Junte-se a um ou uma colega e façam os registros das suas reflexões sobre as questões a seguir.
    1. O que você achou do assunto abordado no podcast? Que tipo de experiência os ou as estudantes do Ensino Médio estão vivendo? Você gostaria de viver algo assim também nos próximos anos? Por quê?
    2. E então, o que você observou, de modo geral, sobre esse programa: é organizado do mesmo modo que o primeiro podcast? Explique.
    3. A seguir, você vai encontrar um quadro que propõe a comparação dos dois podcasts. Copie-o no caderno e volte a ler as duas transcrições. Se possível, ouça novamente os arquivos de áudio para analisá-los em relação aos aspectos propostos no quadro.
Ícone. Modêlo.

Podcast 1

Podcast 2

1. Qual o assunto tratado e a que público se destina?

2. Qual é a finalidade do programa?

3. Como o programa se organiza: como é a abertura do programa, como o assunto é desenvolvido e como é finalizado?

4. Qual o formato adotado para o programa?

5. Em que material a equipe se apoiou para o desenvolvimento do programa?

6. Qual é o papel de cada participante no programa?

7. O que cada formato de programa exigiu de seus(suas) produtores(as) e participantes?

8. Qual a diferença entre os dois podcasts no que se refere à linguagem usada? Como você explica essa diferença?

d. O que você pode concluir sobre o modo como os podcastspodem ser organizados?

Atividade 3 – Da pauta ao roteiro de edição

Como produzir um podcast como esses que estudamos? Por onde começar? O que é preciso fazer? Quem envolver? Que recursos usar?

Essas e outras perguntas devem estar fervilhando na sua cabeça, caso você ainda não tenha vivido a experiência de produzir um podcast. E, se você já produziu, vai ter a oportunidade de comparar o seu modo de fazer com o modelo sugerido aqui.

Vamos lembrar

ô ápauteiro ou pauteira é quem elabora as pautas de programas jornalísticos e de entretenimento. Na produção de podcasts, especialmente os que fogem do circuito das empresas de jornalismo, muitas vezes ô á pauteiro ou pauteira coincide com o(a) podcaster ou host. Seu trabalho funciona como um planejamento, um roteiro do que ô á host ou podcaster deverão fazer, quando saírem a campo. Muitas vezes, a função de pauteiro ou pauteira é cumprida pelo editor ou pela editora e, não raras vezes, essas três funções são exercidas pela mesma pessoa.

Vamos começar do começo: a pauta.

1. Tomaremos como referência o podcast “Juventude, protagonismo e transformação social”. Considere o modelo a seguir para observar uma possível pauta criada para esse programa.

PAUTA: Juventude, protagonismo e transformação social Série: 9 podcasts de educação para se inspirar

Datas de gravação:
04/10 e 06/11/2016

Data de publicação (upload):
27/11/2016

Integrantes do programa:
Marina Lopes (Host/apresentadora)

Convidado(s): estudantes vencedores do Desafio Criativos da Escola 2016. Entrevistas (material a ser gravado no evento de premiação)

Editores(as): equipe do Porvir

Responsável pela música: equipe do Porvir

Duração: 10 min-15 min

Nome do episódio: Juventude, protagonismo e transformação social

ABERTURA
Apresentar a natureza dos projetos e o perfil dos(as) participantes do Desafio Criativos da Escola 2016.

DESENVOLVIMENTO
Enfatizar o que os(as) participantes pensam sobre protagonismo, destacar os projetos vencedores, apresentar algumas características desses projetos e o que eles significam para a comunidade (qual seu potencial transformador).

FECHAMENTO/FINALIZAÇÃO
Informar sobre onde se pode saber mais sobre os vencedores do Desafio Criativos da Escola e seus projetos: endereço do site do Porvir.

Modelo de pauta baseado no disponível em: https://oeds.link/dyjBEG. Acesso em: 2 agosto 2022.

  1. Para que serve uma pauta como essa, considerando o podcast produzido com base nela?
  2. Quais foram as decisões tomadas a partir dessa pauta, considerando o resultado do podcast que você conheceu?

2. Agora, observe uma possibilidade de roteiro para a edição do material coletado para o podcast em formato de reportagem.

Roteiro para edição do podcast
(Formato reportagem)

Título do podcast:
Juventude, protagonismo e transformação social (episódio 9 da série)

Tempo total: 6'29"

Apresentadora/host/locutora: Marina Lopes

Responsável pela edição: Fabiano

Material gravado a ser considerado:
Entrevistas dos(as) estudantes: Ana Clara Renault, Moisés Breno, Ericson de Oliveira, Lidiane, Pedro Henrique e Nícolas

Vinheta: Fundo musical: 4 segundos (com efeito fadeoutpara entrada das falas)

Orientações/Minutagem do material gravado

Texto/áudio

Abertura
- Entram trechos das entrevistas:
1. Ana Clara: de 0'40" a 0'44''.
2. Moisés: de 0'20'' a 0'26''.
3. Ericson: de 0'33'' a 0'46''.
- Volta fundo musical (com efeito
fade in/fade out) – 6 segundos.

(1) - O jovem transformador.../... a diferença.
(2) - E ele não fica.../... do mundo.
(3) - Eu posso muito bem.../... ir além disso.

- Fundo musical permanece durante a fala da apresentadora.
- Entra apresentadora com texto de introdução do episódio.

Os jovens Ana Clara Renault, Moisés Breno Barbosa e Ericson de Oliveira moram em três municípios brasileiros diferentes: Santana, no interior da Bahia, Iguatu e Mulungu, no Ceará .
Apesar de estudarem em escolas diferentes, eles compartilham a inquietação de quem deseja trabalhar em projetos de transformação social .

- Entram trechos de entrevista de:
1. Ericson: de 1'22'' a 2'01''.
2. Moisés: de 0'49'' a 1'05''.
3. Ana Clara: de 3'33'' a 3'40''.

(1) - Quando você pergunta.../... uma mudança.
(2) - É aquele jovem.../... o problema...
(3) - Que faz diferença.../...no país.

- Entra apresentadora com texto de introdução detalhando o que será tratado no podcast.
[fundo musical baixo]

Neste ano, ao lado de outros colegas, eles foram vencedores do Desafio Criativos da Escola, que premia projetos desenvolvidos por crianças e jovens de todo o país. A iniciativa faz parte do movimento global Design forChange..
Em uma conversa com o Porvir, os(as) estudantes falaram sobre protagonismo e o potencial de transformação dos(as) jovens.
Para os estudantes Nicolas Turella, de Lagoa Vermelha, no Rio Grande do Sul, e Lidiane Ribeiro, da capital do Rio de Janeiro, protagonismo também é compartilhar.

Entram trechos de entrevista de:
1. Nicolas: de 4'33'' a 5'46''.
2. Lidiane: de 2'33'' a 3'46''.

(1) - Quando o jovem é.../... esse protagonista.
(2) - Se eu aprendi.../... devo passar, assim.

- Entra apresentadora destacando o que será enfatizado pelas falas dos entrevistados, na sequência.

E o compartilhamento começa no espaço encontrado pelo jovem, dentro da sua própria escola, como conta Pedro Henrique de Lima, colega de turma de Ericson em Mulungu, no Ceará.

- Entram trechos das entrevistas de:
1. Pedro Henrique: de 0'20'' a 0'46'';
2. Ana Clara: de 5'33'' a 5'46'';
3. Nicolas: de 2'30'' a 2'46'';
4. Pedro Henrique: de 3'03'' a 3'09'';
5. Ana Clara: de 5'53'' a 6'20''.

(1) - Quando o jovem.../... fica mais fácil.
(2) - Tem tanta coisa.../... a gente consegue.
(3) - Primeiramente a mudança tem que vir de dentro.
(4) - O primeiro passo é ter vontade, é acreditar em si.
(5) - Tem todo um processo.../... à nossa volta.

- Entra apresentadora anunciando qual será o outro destaque das falas dos entrevistados, na sequência.

O processo de transformação parte sempre da realidade de cada jovem.

Orientações/Minutagem do material gravado

Texto/áudio

- Entra trecho de entrevista de Pedro Henrique: 4' a 4'46''.

- É você analisar.../... de atenção, de apoio.

- Entra apresentadora anunciando qual será o outro destaque das falas dos entrevistados, na sequência.

Os projetos criados pelos jovens podem ser de diversas áreas/ Do meio ambiente aos direitos humanos e ações de participação política.

Trecho de entrevista de Nicolas Turella: de 1'30'' a 1'41".

Eu quero que jovens.../... para gerações futuras.

Entra texto de costura da apresentadora.

Nicolas Turella tem 17 anos e estuda na Escola Estadual Técnica Agrícola Desidério Finamori, em Lagoa Vermelha, no Rio Grande do Sul. Em um momento de descontração, ele e outros colegas perceberam que o papel molhado se degradava com facilidade e que ele poderia ser uma alternativa para a produção de embalagens para mudas, que tradicionalmente eram feitas com plásticos.
Já a jovem de 17 anos, Ana Clara Renault, e sua turma da Escola Estadual Edivaldo Flores, em Santana, Bahia, tiveram a ideia de criar um sitepara reunir informações sobre a Gruta do Padre, que, segundo eles, estava praticamente abandonada.

Entra trecho de entrevista de Ana Clara: 1'33'' a 2'46''.

- Então, é dessa importância.../... ao longo do tempo.

Entra texto de costura da apresentadora.

Aliás, preservação também foi o foco de projeto realizado pelo grupo do estudante Moisés Breno Barbosa, de 17 anos, estudante da Escola Estadual de Ensino Profissional Lucas Emanuel Lima Pinheiro, em Iguatu, no Ceará. Depois de descobrirem que os livros didáticos traziam informações insuficientes sobre a Caatinga, eles começaram uma mobilização no município que deu origem ao Projeto de lei 2.404/16, que determina a produção e o fornecimento de materiais adequados para os professores trabalharem esse bioma na escola.

Entra trecho de entrevista de Moisés: 10'33'' a 10'50''.

- Né, como o nosso projeto, ele defende.../... dentro daquele bioma.

Entra texto de costura da apresentadora.

Presente em outra iniciativa, a ideia de responsabilidade compartilhada também levou o grupo de Ericson de Oliveira, de 16 anos, e os colegas da Escola de Ensino Médio Professor Milton Façanha Abreu, em Mulungu, no Ceará, a desenvolverem o projeto Tenda Móvel, que pensa em soluções para problemas da comunidade.

Entra trecho de entrevista do Ericson: de 6'33'' a 7'02''.

- No nosso projeto, a gente trata.../... e não faço a minha parte.

Entra texto de costura da apresentadora.

Lidiane Ribeiro, de 16 anos, da capital fluminense, fez sua parte com um projeto de empoderamento feminino. Junto com um grupo de meninas, da Escola Municipal Levi Miranda, ela criou o Solta-se Black.

Entra trecho da entrevista de Lidiane: 2'26'' a 2'36''.

- A gente fala.../... a você se amar.

Orientações/Minutagem do material gravado

Texto/áudio

Entra texto de costura da apresentadora.

O projeto incentiva adolescentes a aceitarem o seu cabelo natural e se sentirem empoderadas.

Trecho da entrevista de Lidiane: de 1'05'' a 1'55''.

- Nosso próximo.../... pra começarem a se conhecer.

- Entra fundo musical [fade in/fade out].
- Entra texto da apresentadora.
- Prossegue o fundo musical, depois da fala – 12".

Eu sou Marina Lopes, repórter do Porvir. E você pode conhecer outros vencedores do Desafio Criativos da Escola, no site do Porvir.

  1. Que tipos de informação aparecem no cabeçalho do roteiro? E em cada uma das colunas, na sequência do cabeçalho?
  2. Qual a importância dessas informações para quem vai editar o material coletado?
  3. O que foi necessário fazer para montar esse roteiro?
  4. Qual a importância de preparar um roteiro como esse?
  5. Se o roteiro de edição fosse feito com o material do podcast “Tecnologia e o Futuro da Educação”, que assume um formato de mesa de discussão sobre um tema, gravado como um único material de áudio, o que seria diferente?

Concluindo, assim como acontece na produção de outros gêneros de natureza jornalística e de divulgação científica em outras mídias (tê vê, impressa, digital), produzir podcasts em qualquer formato (entrevistas, notícias, mesas de discussão/debate, reportagens etcétera) significa se apropriar das etapas que envolvem a sua produção, que são as seguintes:

FASES

ATORES E FUNÇÕES

PRÉ-PRODUÇÃO

Pauteiro(a): sugere a pauta.
Podcasters (host e demais participantes fixos): fazem estudos e pesquisas a partir da pauta; elaboram o roteiro de entrevista.

PRODUÇÃO

Em caso de podcast em formato de reportagem: podcasters e equipe de gravação saem a campo para produzir as entrevistas em áudio.

Em caso de podcast gravado como mesa de discussão: podcasters, equipe de gravação e edição e convidados que serão entrevistados durante a conversa.

PÓS-PRODUÇÃO

Podcaster: seleciona trechos das entrevistas, elabora os textos que serão lidos por ele (off) e organiza o roteiro de edição.
Editor(a): ajusta ou aprova o roteiro e o encaminha para a equipe que fará o áudio final e o levará ao ar.
Técnico(a) de edição: realiza a edição de acordo com o roteiro, usando o aplicativo de edição.

Produzindo o texto

Série de podcasts – O que sabemos e queremos do Ensino Médio

Condições de produção

O quê?

Você e sua turma farão uma série com três reportagens audiovisuais, com o tema: “O que sabemos e queremos do Ensino Médio”.

Para quem?

Especialmente para vocês e outros(as) estudantes, a fim de obterem informações e desenvolverem opiniões que permitam refletir, analisar, fazer escolhas, planejar e agir para uma escolarização mais significativa no futuro Ensino Médio.

Como fazer?

Sigam as orientações do professor ou da professora para a organização dos grupos de trabalho e distribuição das pautas.

Será combinado:

  • Que grupo ficará responsável por qual pauta?
  • Quando os grupos apresentarão o material selecionado ou gravado e o roteiro de edição?
  • Quando apresentarão a versão final?
  • Como serão divulgados os podcasts?

Pesquisa em foco

Nesta seção, para a produção da série de podcasts, você realizará um conjunto de procedimentos muito frequentes em vários tipos de pesquisa.

Você buscará textos, vídeos e/ou podcasts; analisará e tomará notas sobre o que leu, assistiu ou ouviu; definirá pessoas a ser entrevistadas, produzirá questionários para entrevistas e enquetes, entre outros procedimentos.

  1. Conhecendo a pauta de seu grupo
    • Discuta em seu grupo de trabalho a pauta que foi confiada a vocês.
    1. Verifiquem se todos entendem a proposta, a intencionalidade que a pauta sugere: que recorte do tema ela traz? Por que ela faz essas escolhas? Que ponto de vista tem ali sobre como se pode tornar o Ensino Médio mais significativo?
    2. Discutam qual vai ser a abordagem, o ponto de vista que vocês querem marcar, dialogando com as sugestões da pauta: o que querem causar em ouvintes? Isso é bem importante, porque será essa intencionalidade do grupo que ajudará a orientar a produção na escolha das falas das fontes, no recorte das falas, durante a edição do áudio, na entonação da voz de sua locução, na elaboração da fala dô ou dá repórter etcétera
    3. Avaliem se há alguma dificuldade para a realização do que está na pauta e discutam as fórmas de contorná-la.

Produzindo o texto

d. Caso seja necessário, façam adaptações e as discutam com ô áprofessor ou professora.

PAUTA 1: RAIO X DO ENSINO MÉDIO EM NOSSA CIDADE

Turma:

Integrantes:

Convidado(s):

Editores(as):

Responsável pela música:

Duração: 10min-20min

Nome do episódio: Raio X do Ensino Médio em nossa cidade

Conteúdo do episódio:
Levantamento, apresentação e discussão de informações, dados e opiniões sobre o Ensino Médio em nossa cidade, a partir da análise de dados do Ideb.

ABERTURA (A ser negociada pela turma)
Como o programa será aberto?
• Vinheta (se houver)
• Apresentação dos(as) integrantes
• Apresentação do tema
• Provocação sobre o tema

DESENVOLVIMENTO
• O que é o Ideb?
• O que dizem os últimos dados do Inep/MEC sobre a última média de Ideb em escolas de Ensino Médio?
• Alguma escola merece destaque pelo seu Ideb?
• Qual é a média do Ideb em nosso município?
• Como é essa média em comparação com a nacional?
• O que predomina em nossa cidade: a oferta de Ensino Médio regular ou a de Ensino Médio profissionalizante? Escolas particulares ou públicas?
• Que escola(s) se destaca(m) em cada uma dessas modalidades? Por quê?
• Quais são os itinerários formativos oferecidos e quais se destacam nessa(s) escola(s)?
• Quais são as formas de acesso a essa(s) escola(s): prova seletiva, atendimento prioritário aos(às) moradores(as) da localidade, inscrição em regional/diretoria de ensino? Outros?
• Em que época do ano é preciso tomar providências para tentar uma vaga?
Relação das fontes (que poderão ser consultadas ou entrevistadas):
a) Reportagens sobre resultados de Ideb no Ensino Médio, por exemplo:
• https://oeds.link/iL9eFi
• https://oeds.link/KySzmZ
• https://oeds.link/KwSpMa
b) Dados do Inep/MEC sobre a média do Ideb em nosso município ou sobre escolas nele situadas:
• https://oeds.link/zobZfI. Acessos em: 26 ago. 2022.
c) Entrevista com diretores(as), professores(as), alunos(as) de escola(s) de destaque em nosso município.
d)
Sites e blogs de escola(s).

FECHAMENTO/FINALIZAÇÃO
Como será encerrado o programa?
• Breve citação do tema que foi debatido
• Vinheta (a ser negociada pela turma)
• Despedida
• (Re)apresentação dos(as) integrantes

PAUTA 2: O QUE A FAMÍLIA TEM A VER COM O ENSINO MÉDIO

Turma:

Integrantes:

Convidado(s):

Editores(as):

Responsável pela música:

Duração: 10min-20min

Nome do episódio: O que a família tem a ver com o Ensino Médio

Conteúdo do episódio:
Opiniões de especialistas sobre o papel da família no sucesso escolar dos(as) estudantes.
Expectativas e opiniões de familiares de estudantes da turma em relação ao Ensino Médio.

ABERTURA (A ser negociada pela turma)
Como o programa será aberto?
• Vinheta (se houver)
• Apresentação dos(as) integrantes
• Apresentação do tema
• Provocação sobre o tema

DESENVOLVIMENTO
Direcionamento da conversa, em caso de o formato ser de mesa de discussão./
Direcionamento para a coleta de informação e edição do material, em caso de formato de reportagem:
• Como a família pode influenciar positivamente na escolarização dos(as) estudantes?
• Que relações a família deve procurar estabelecer com a escola?
• Nossos(as) familiares passaram pelo Ensino Médio?
• Em caso negativo, por quê?
• Em caso afirmativo, como foi a experiência de escolarização?
• O que eles(as) esperam do Ensino Médio para os(as) estudantes dessa turma? O que acreditam que a escola deve oferecer? (Contemplar diferentes opiniões.)
• Que escola(s) de nossa cidade eles(as) recomendam? Por quê?
Relação das fontes (que serão consultadas ou entrevistadas):
a) Reportagens com estudos e opiniões de especialistas sobre a participação da família na escolarização, por exemplo:
• https://oeds.link/bUfCt9
• https://oeds.link/6lfLKe
b) Entrevistas com representantes de familiares da turma (dois ou três).

FECHAMENTO/FINALIZAÇÃO
Como será encerrado o programa?
• Vinheta (a ser negociada pela turma)
• (Re)apresentação dos(as) integrantes
• Breve citação do tema que foi debatido
• Despedida

PAUTA 3: EXPECTATIVAS DA TURMA PARA O ENSINO MÉDIO

Turma:

Integrantes:

Convidado(s):

Editores(as):

Responsável pela música:

Duração: 10min-20min

Nome do episódio: Expectativas da turma para o Ensino Médio

Conteúdo do episódio:
Conhecer a expectativa que os(as) jovens têm para o Ensino Médio, que desafios anteveem e como pretendem superá-los.

ABERTURA (A ser negociado pela turma)
Como o programa será aberto?
• Vinheta (se houver)
• Apresentação dos(as) integrantes
• Apresentação do tema
• Provocação sobre o tema

DESENVOLVIMENTO
Direcionamento da conversa, em caso de o formato ser de mesa de discussão./
Direcionamento para a coleta de informação e edição do material, em caso de formato de reportagem:
• Quantos(as) estudantes pretendem cursar no Ensino Médio o ensino regular e quantos pretendem o ensino profissionalizante?
• O que se pretende alcançar com isso?
• Quais as escolas mais desejadas pela turma? Por quê?
• Que desafios há para estudar nelas? Como é possível superá-los?
• Tendo tido a oportunidade de conhecer os principais desafios do Ensino Médio quanto à quantidade de componentes curriculares, atividades, leituras, que mudanças os(as) estudantes pretendem pôr em prática na última etapa do Ensino Fundamental para se preparar melhor para a transição ao Ensino Médio? Que apoio esperam encontrar dos familiares e da escola para isso?
Relação das fontes (que serão consultadas ou entrevistadas):
a) Reportagens que apresentem opiniões de estudantes sobre a escolarização de Ensino Médio, por exemplo:
• https://oeds.link/tMplQ9
• https://oeds.link/y1HTXb
• https://oeds.link/7Wq1Pl (ou https://oeds.link/5OXgr5)
• https://oeds.link/x1vDZV
• https://oeds.link/G9Q4YE. Acessos em: 26 ago. 2022.
b) Enquetes com a turma (combinar, com o apoio do(a) professor(a), a realização de enquetes
on-line, usando ferramentas disponíveis na internet, como https://oeds.link/LhbY5L; https://oeds.link/JAHmnu.

FECHAMENTO/FINALIZAÇÃO
Como será encerrado o programa?
• Vinheta (a ser negociada pela turma)
• (Re)apresentação dos(as) integrantes
• Breve citação do tema que foi debatido
• Despedida

  1. Organizando as atividades do grupo
    • Dividam as atribuições no grupo, discutindo quem ficará à frente de cada uma das tarefas indicadas a seguir. Lembrem-se de que, embora seja importante cada um ou uma ser responsável por uma função, vocês precisarão discutir juntos todas as etapas, para que elas tenham coerência com as intencionalidades do grupo.
    1. Levantamento dos aparelhos necessários para a produção do podcast: telefone celular com gravador, ou gravador de voz ou um microfone ligado ao computador.
    2. Escolha do programa de edição. O mais usado, por ser um programa gratuito e fácil de usar, é o Audacity, disponível em português. Vocês encontrarão muitos tutoriais disponíveis na internet para utilizá-lo.
    3. Levantamento de mais fontes, se acharem necessário: outras reportagens, entrevistas e dados disponíveis na internet. Não se esqueçam de indicar os créditos das fontes, que deverão aparecer na fala do host/locutor.
    4. Realização de tomada de notas ou esquemas, com a indicação das principais ideias e citações que vocês querem garantir nopodcast
    5. Elaboração das questões para os roteiros de entrevistas que farão. As entrevistas poderão ser realizadas previamente, em áudio, ou feitas pessoalmente no dia marcado para a gravação. Cuidado com a quantidade de questões em relação ao tempo previsto para o podcast Sugerimos duas questões por fonte.
      • Em caso de realização prévia das entrevistas, alguém deverá ser responsável por elaborar o planejamento: quem vai entrevistar quem e quando. Lembrem-se de usar os recursos próprios da oralidade, entonação, pausas, alongamento de sílabas etcétera e de adequar a linguagem à situação de interação, com mais ou menos formalidade, de acordo com os entrevistados ou as entrevistadas e as relações que vocês querem alcançar com o público.
      • Em caso de decidirem gravar o programa como uma mesa de discussão, com os entrevistados ou as entrevistadas presentes, um ou uma estudante deverá marcar data, hora e local e providenciar o equipamento necessário para a gravação. Lembrem-se de que, quanto menos ruído externo, melhor a qualidade do áudio e menor a necessidade de eliminar ruídos durante a edição.
    1. Organização do roteiro de edição, com seleção do material e das falas que entrarão no podcast. Atenção para o tempo total do podcast.
    2. Discussão do roteiro com que atuará como Observem se o tempo total está de acordo com o previsto.
    3. Ajustes do roteiro, se houver indicações do editor ou da editora

Produzindo o texto

i. Edição do podcast, usando aplicativos/softwares de edição. Decidam entre vocês quem tem mais conhecimentos sobre esses recursos para estar à frente dessa etapa, compartilhando conhecimentos com o grupo todo.

Dicas importantes

  • os ou as participantes dos grupos, como em uma equipe de podcasters, devem estar bem afinados, discutir bastante, para que as decisões sejam bem compreendidas por todos ou todas. Assim, vocês precisam prever momentos de discussão coletiva para cada uma dessas etapas.
  • Não se esqueçam de retomar tudo o que aprenderam para cada uma das fases de produção de podcast: discussão da pauta, pesquisa, leitura e discussão de fontes, produção de roteiros de questões para apoiar as entrevistas, salvar as gravações, discutir e selecionar que trechos entrarão no podcast, compor o roteiro de edição, editar e produzir o podcast.
  • Para a produção do roteiro de edição, criem um arquivo em um editor de texto, como o que usamos aqui, indicando recursos sonoros de um lado e planejamento de entrada dô ou dá host/locutor ou locutora e das falas e o áudio de outro lado. Apoiem-se também na ficha de apoio à produção e avaliação do podcast.
  • Lembrem-se de produzir a vinheta do podcast, que deverá ser coletiva, considerando que se trata de uma série de podcasts.
  1. Avaliando a produção
    • Relembrem como desenvolveram a atividade, ouçam o podcast e avaliem-no de acordo com a ficha de apoio à produção e avaliação.
Ficha de apoio à produção e avaliação do podcast

Quanto à etapa de pré-produção

1. Adequação à proposta

a ) Definiram bem a abordagem, o ponto de vista de vocês, suas intencionalidades em relação à pauta?
b) Fizeram estudos e pesquisas de acordo com a pauta e a intencionalidade de vocês?
c) Usaram bem esquemas para registrar essas ideias e intencionalidades?

2. Adequação às características estudadas do gênero

a) Selecionaram as fontes, de acordo com a pauta e as intencionalidades de vocês?

b) Elaboraram roteiro de entrevista, com perguntas claras, objetivas e coerentes com o que queriam ouvir das fontes?

c)

c) Durante as entrevistas, o(a) repórter explorou bem recursos da oralidade, trabalhando a entonação da voz com intencionalidade?

d) O(A) repórter valeu-se de variedades da língua e nível de formalidade adequados à situação de interação, considerando os(as) entrevistados(as) e/ou o público final do podcast?

e) As perguntas alcançaram o objetivo de trazer informações relevantes, atendendo às intencionalidades do grupo em relação à pauta?

f) Foram usados recursos sonoros de modo adequado, possibilitando boa escuta das falas participantes do podcast?

3. Construção da coesão/coerência do texto (textualidade)

a) O roteiro de edição estabelece sequência coerente entre as falas do(a) host/ locutor(a) e dos(as) de mais participantes, de modo que as falas do(a) host/ locutor(a) ajudem a relacionar as partes?

b) As deixas iniciais e finais do(a) host/locutor(a) garantem a coerência das falas dos(as) entrevistados(as)?

c) Nas locuções há uso adequado de verbos dicendi para citar fontes ou de outros termos com a função de introduzir informações dadas pelas fontes?

d) Na composição de áudio, o material foi bem editado, com cortes bem feitos que não comprometem a compreensão da fala dos(as) participantes?

4. Uso das normas e convenções da variedade da língua culta

As escolhas de variedade e de formalidade da língua estão adequadas ao público, aos objetivos que se pretende atender e ao meio de circulação do podcast?

O que levo de aprendizagens deste capítulo

  1. Quais os principais desafios do Ensino Médio brasileiro contemporâneo?
  2. Há experiências interessantes de escolarização nessa etapa?
  3. Como é o Ensino Médio em nossa cidade?
  4. O que esperamos do Ensino Médio?
  5. O que já sabemos sobre isso? Como podemos ampliar esses conhecimentos por meio da leitura de textos de diferentes gêneros e da produção de reportagens audiovisuais?