UNIDADE 3 Corpo e movimento

As propostas desta unidade do seu livro foram desenvolvidas em quatro etapas, que se completam:

Ilustração. Um menino de cabelo curto penteado para baixo, usando camisa azul clara, calça cinza e tênis verde, está com a mão direita na cintura, as pernas abertas e o braço esquerdo estendido com as mãos no calcanhar esquerdo.

eu SEI

Como nos movimentamos pêlo espaço?

Desenvolver uma proposta de experimentação de direção, velocidade, planos e níveis do espaço.

Fotografia. Quatro homens sem camiseta, usando chapéu redondo, grande e bege, bermudas curtas, descalços, estão em pé com os troncos abaixados, cabeças baixas e com os braços abertos, movimentando-se.

eu vou APRENDER

Capítulo 1 – Explorando o corpo humano

Identificar e reconhecer as diferentes fórmas com que o corpo humano é retratado.

Capítulo 2 – Movimento na arte

Reconhecer o movimento em diferentes manifestações artísticas.

Fotografia. Destaque para uma estátua em tons de bronze escuro; uma mulher de nariz largo, usando lenço dobrado na cabeça e um vestido amarrado no ombro; ela está com as duas mãos na cintura.

eu APRENDI

Desenvolver atividades de verificação, sistematização, reflexão e ampliação da aprendizagem.

Ilustração. Um quadrado azul com diversos desenhos de linhas finas com forma humana mexendo os braços, pernas e fazendo poses.

vamos COMPARTILHAR

Que emoções meu corpo expressa?

Desenvolver atividade de desenho dos contornos dos corpos de pessoas para expressar sensações e sentimentos.

OBJETIVO GERAL

Conhecer diferentes fórmas de movimento, representação e usos do corpo humano em variadas manifestações artísticas.

eu SEI

Como nos movimentamos pelo espaço?

As pessoas realizam movimentos naturais de fórma automática o tempo todo. São atividades simples, que fazemos sem pensar, planejar ou perceber que parte do corpo é utilizada nas ações cotidianas. Nesta proposta, vamos conhecer um pouco sôbre um dos nossos movimentos cotidianos mais simples, que é a caminhada.

Para começar, com a orientação do professor, sigam os passos.

Ilustração. Uma menina de cabelo preto longo penteado para trás, usando camisa rosa, tênis vermelho, calça cinza, está com o tronco inclinado para a direita e o braço direito estendido ao lado do pé direito; o braço esquerdo está estendido para cima.

1. Planejem o espaço afastando as carteiras para a lateral e deixando todo o centro da sala de aula livre para o desenvolvimento da proposta. Se acharem adequado, selecionem outro espaço livre na escola para a atividade.

Ilustração. Um menino de cabelo castanho e curto, usando camiseta verde, calça cinza e tênis azuis, está saltando com os joelhos dobrados e os braços estendidos para baixo.

2. Todos os estudantes deverão se concentrar no centro da sala e se mover ao mesmo tempo pêlo espaço.

Ilustração. Uma menina de cabelo longo castanho, penteado para baixo, usando camiseta, saia e tênis em diferentes tons de rosa, está com as pernas afastadas e os dois braços abertos.

3. Cada um deve se concentrar, observar e sentir as partes do próprio corpo e se mover percebendo cada movimento, sem se importar com a opinião dos demais.

Ilustração. Um menino de cabelo curto penteado para baixo, usando camisa azul clara, calça cinza e tênis verde, está com a mão direita na cintura, as pernas abertas e o braço esquerdo estendido com as mãos no calcanhar esquerdo.
Ilustração. Uma menina de cabelo preto penteado com tranças, usando camiseta e calça rosa, saia e tênis laranja, está em pé com o joelho direito levemente flexionado, o tronco virado para a esquerda e o braço direito estendido para frente com o dedo indicador apontando para frente.

4. Comecem caminhando lentamente pêlo espaço, com o objetivo de ocupá-lo da melhor fórma possível e sem se chocar com os colegas.

Ilustração. Um menino de cabelo castanho e curto, usando camiseta azul, calça cinza, tênis verdes, está em pé com as pernas juntas e os dois braços levantados.

5. Aos poucos, durante essa caminhada, o professor deverá orientar vocês para que utilizem diferentes direções e velocidades, como: Para frente e para trás ou para a direita e para a esquerda; lento, moderado ou rápido.

Ilustração. Uma menina de cabelo castanho penteado e amarrado para cima, usando camiseta laranja, calça cinza e tênis verdes, está com as pernas afastadas e as duas mãos na cintura.

6. Procurem sentir como essas variações exigem mais atenção e prontidão, bem como muitas vezes posturas e movimentos aos quais não se está habituado. A partir de um movimento cotidiano de caminhar, combinem os movimentos no espaço e no tempo.

Ilustração. Um menino de cabelo castanho e curto penteado para frente, usando camiseta azul, calça verde e tênis cinza, está com os dois cotovelos flexionados, os braços levemente estendidos para o lado e as mãos inclinadas para baixo.

7. Para finalizar, com a orientação do professor, organizem na lousa uma lista com as possibilidades de direção e de velocidade exploradas por vocês na experiência.

Ilustração. Uma menina de cabelo castanho penteado para trás, usando roupa vermelha, está com a perna esquerda flexionada para frente, o tronco inclinado para frente e as duas mãos na parte de trás da cintura.

eu vou APRENDER Capítulo 1

Explorando o corpo humano

O corpo humano pode fazer inúmeras atividades, mas também tem necessidades e limites. Precisamos nos alimentar bem, descansar, praticar exercícios físicos, ler bons livros, cultivar amigos, cuidar de pessoas, animais ou plantas, entre outras coisas que vão auxiliar o desenvolvimento e o equilíbrio de nosso corpo e nossa mente.

Há diversas maneiras de cuidar do corpo e da mente. Existem pessoas que gostam de cuidar do corpo e mantê-lo saudável, forte ou flexível. Outras preferem ler, escrever poemas ou histórias, fazer desenhos, refletir sôbre questões importantes da vida. Há outras, ainda, que preferem se ocupar ajudando pessoas ou cuidando dos animais e do meio ambiente.

Pintura. Vista ampla de um terreno aberto com chão em tons de bege. Nele, há diversas crianças com roupas coloridas brincando com bolinha de gude, pião, telefone sem fio, bola, peteca, aviãozinho de papel, entre outras brincadeiras. As crianças estão posicionadas ao longo de toda a imagem e brincam em pequenos grupos, em duplas ou individualmente. Ao fundo, há uma árvore, algumas casas e um lago.
Várias brincadeiras um, de Ivan Cruz, 2006. Acrílico sôbre tela, 130 centímetros por 170 centímetros.

Observem a pintura do artista plástico Ivan Cruz, nascido em 1947, no Rio de Janeiro, que retrata crianças utilizando seu corpo para brincar. Além de ser uma fórma de diversão, as brincadeiras ajudam as crianças a conhecer e explorar o corpo e a expressar as emoções.

Ícone de atividade oral.

1. Descrevam as brincadeiras retratadas na pintura.

Ícone de atividade em grupo.
  1. Com a orientação do professor, elaborem uma lista com as atividades que vocês gostam de praticar para cuidar da saúde e do bem-estar. Citem exemplos de brincadeiras e outras atividades que movimentam corpo e mente.
  2. Qual é a importância de conhecermos nosso corpo, nossa mente e nossas emoções?

Movimento, corpo e emoções

Os movimentos do corpo são utilizados pelos artistas para expressar sensações, emoções e pensamentos.

Fotografia. No centro, um homem sem camisa, de cabelo claro e curto, está iluminado e sentado sobre uma estrutura grande cujas grades finas e pretas formam um quadrado. Abaixo dele, há um homem também sem camiseta, de frente para ele, com as mãos na nuca e as pernas apoiadas nas grades. Atrás dele, há uma extensão da estrutura com grades e outros atores sem camisa estão entrelaçados e em pé. Ao fundo, um telão com a projeção da cena em destaque em tons de cinza.
Espetáculo Cão sem plumas, da Companhia Débora Côuquer, no djóice tíater, em Nova Iorque. Estados Unidos, 2020.
Fotografia. Um homem de cabelo preto e curto penteado para o lado, usando jaleco branco, está segurando uma paleta na mão esquerda e um pincel na direção de uma parede cuja pintura apresenta, à esquerda, três rostos com formas arredondadas em tons de rosa com um fundo azul; acima, um corpo em tons de cinza, laranja e preto com a cabeça apontada para baixo e inclinado; à direita,  um ser de cabelos pretos e corpo em tons de vermelho com uma vestimenta cobrindo o rosto.
Candido Portinari pintando o painel Guerra e Paz, na séde da Organização das Nações Unidas (ônu), Nova Iorque. Estados Unidos, 1956.
Ícone de atividade em dupla.
  1. Com a orientação do professor, pesquisem em livros, revistas ou na internet uma fotografia ou trecho de vídeo de um espetáculo de dança, de teatro ou de uma obra de arte – uma pintura ou escultura – que impressione ou provoque em vocês sentimentos ou emoções. Após a seleção, descrevam:
    1. nome da obra e dos artistas envolvidos na elaboração dela;
    2. local e data da elaboração da obra;
    3. tema principal da obra;
    4. sensações, sentimentos e emoções que a obra provoca em vocês.
Titulo do carrossel
Imagem meramente ilustrativa

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LEONARDO DA vinti E O CORPO HUMANO

Leonardo da vinti nasceu em um vilarejo na cidade de vinti, perto de Florença, na Itália, em 1452. Foi artista, cientista, inventor, arquiteto, pensador e é considerado uma das mentes mais brilhantes de todos os tempos.

Entre 1485 e 1515, Da vinti realizou estudos sôbre o corpo humano. No final do século dezesseis, o artista presenciou mais de trinta dissecaçõesglossário , e, em seus desenhos sôbre a figura humana, é possível notar seus conhecimentos de anatomia.

No texto Da ordem do livro, o próprio Da vinti descreveu diversos aspectos da figura humana, como as medidas e os movimentos. Esses estudos foram direcionados às suas pinturas. Por exemplo, a obra São Jerônimo, datada de aproximadamente 1480, exigiu do artista o conhecimento das estruturas do corpo humano, do movimento, bem como da constituição de ossos, músculos e expressões, como é possível observar na imagem.

Pintura. Trabalhando a oposição claro e escuro, a obra mostra um homem idoso, sem cabelo, usando um pano sobre o corpo, está com a cabeça inclinada para o lado e a boca entreaberta; ele está sentado e com o braço direito aberto segurando uma pedra. À sua frente, há um leão. O espaço predominantemente marrom-escuro contrasta com a imagem do homem e a do leão, representados em tons claros de bege.
São Jerônimo, de Leonardo da vinti, cêrca dê 1480. Óleo sôbre madeira, 103 centímetros por 75 centímetros.
Desenho. Uma folha amarelada com desenhos feitos com linhas finas retratando anatomicamente ossos e músculos do corpo humano, dispostos um abaixo do outro. Entre eles, há palavras manuscritas em letras pequenas.
Ossos e músculos do braço, de Leonardo da vinti, cêrca dê 1510. Tinta e giz preto sôbre papel, 29,3 centímetros por 20,1 centímetros.
O homem vitruviano

Da vinti desenhou e calculou todas as medidas do corpo de um homem jovem e as converteu em O homem vitruviano. O artista escreveu, entre outras coisas, que o comprimento dos braços esticados de uma pessoa é igual à sua altura – dessa fórma, o corpo humano pode ser inscrito em um quadrado – e que o espaço formado entre as pernas separadas em relação ao umbigo, centro geométrico da imagem, apresenta um triângulo equilátero.

Desenho. Mostra um padrão simétrico das proporções do corpo humano, retratado de forma anatomicamente perfeita. Em uma folha amarelada, há uma sobreposição de imagens de um homem nu ao centro com os braços abertos e as pernas ora abertas ora fechadas. Ao redor dele, há um círculo e, ao fundo, um quadrado. Acima, há textos manuscritos.
O homem vitruviano, de Leonardo da vinti, cêrca dê 1492. Grafite e tinta sôbre papel, 34,3 centímetros por 24,5 centímetros. O título O homem vitruviano foi dado por Da vinti em referência ao arquiteto romano do século um antes de Cristo Marcus Vitruvius Pollio.
Ícone de atividade em grupo.
Ícone de atividade oral.

5. Com a orientação do professor, descrevam as sensações e os sentimentos que a obra O homem vitruviano desperta em vocês.

Para ampliar

cóquis, máicou. Leonardo da vinti e seu supercérebro. São Paulo: Companhia das Letras, 2004. O livro é ilustrado com muitas das invenções e pesquisas de Leonardo da vinti: helicópteros e submarinos, além de seus estudos sôbre a anatomia humana e projetos de arquitetura.

Homem como centro do Universo

O Renascimentoglossário é descrito como o “renascer” das manifestações artísticas e cientificas. Muitas obras de arte e avanços científicos e tecnológicos ocorreram nesse período, como a invenção da prensa tipográfica e as descobertas relacionadas às leis da matemática e da astronomia.

Em aproximadamente 1450, a invenção da prensa tipográfica por iorránes guensfláich, conhecido como Gutenberg, possibilitou a impressão em massa de livros, que eram escritos à mão.

Gravura. Imagem em preto e branco, com linhas retas horizontais, verticais e inclinadas. À esquerda, dois homens manuseiam uma prensa tipográfica. À direita, dois homens estão diante de uma mesa com duas folhas grandes abertas. Um deles carimba uma das folhas. No canto inferior direito, há mesas com folhas empilhadas. Ao fundo, cinco homens trabalham; três deles manuseiam objetos dispostos em uma tábula inclinada. Ao redor, há pilares e mesas.
Impressão de livro, de Matiús Mêrrian dê élder Gravura em cobre, 1632.

Tanto para Leonardo da vinti quanto para os outros pensadores e artistas do Renascimento, como o poeta italiano Frantchesco Petrarca (1304-1374) e o pintor, escultor e arquiteto Miquelângelo Buonaróti (1475-1564), o ser humano era o modêlo e o centro do Universo, daí a razão de conhecer tantos aspectos da anatomiaglossário e da estrutura do corpo humano.

ARTE E CIÊNCIAS

Anatomia

A anatomia humana estuda as estruturas que compõem o corpo humano. Assim, uma fórma muito utilizada para classificar o corpo é dividi-lo em cabeça, pescoço, tronco (tórax, abdome e pelve), membros superiores (ombro, braço, antebraço e mão) e membros inferiores (quadril, coxa, perna e pé). Além disso, há muitos sistemas que realizam funções necessárias para a nossa sobrevivência.

O sistema esquelético, por exemplo, é formado pelos 206 ossos que compõem e dão sustentação ao corpo, divididos em diferentes grupos: ossos da cabeça, do pescoço, do ouvido, do tórax, do abdome e dos membros inferiores e superiores. O sistema muscular é composto de 600 músculos que auxiliam as tarefas de nos locomover, movimentar, falar, rir etcétera

Juntos, eles representam quase a metade da massa do corpo humano. Há também outros sistemas presentes no corpo, como o respiratório, o digestório, o circulatório, o nervoso etcétera

A integração e o funcionamento dêsses sistemas nos permitem realizar diferentes atividades. Portanto, entender a constituição do corpo humano e suas possibilidades criativas e expressivas nos ajuda a conhecê-lo melhor.

Ilustração. Um esqueleto em tons de preto com os braços levantados e as pernas dobradas para cima.
Ilustração. Um esqueleto em tons de preto com a cabeça virada para o lado, as mãos na cintura e os joelhos levemente flexionados.
Ilustração. Um esqueleto em tons de preto com a mão direita na cintura, a perna esquerda levantada e a mão esquerda levantada.

Elaborando desenhos de esqueletos

Ícone de atividade em dupla.
Vamos utilizar conhecimentos de anatomia para elaborar desenhos de esqueletos a partir da observação atenta do corpo humano. Para isso, sigam as orientações.

Material

  • Folhas de papel sulfite.
  • Lápis grafite ou caneta hidrocor.

Como fazer

  1. Utilizem folhas de sulfite, lápis grafite ou caneta hidrocor para retratar o esqueleto do colega, de fórma simplificada, como nos modelos.
  2. Primeiro, um colega deverá fazer uma pôsi para ser retratado. Para organizar a tarefa, determinem um tempo curto, que pode ser de até 3 minutos, para a pôsi e a elaboração do desenho. Em seguida, o que desenhou deverá servir como modêlo para o colega.
  3. Elaborem pôses simples e divertidas, e desenhem o esqueleto de fórma simplificada, para facilitar.
Versão adaptada acessível

Reproduzindo esqueletos Vamos utilizar conhecimentos de anatomia para reproduzir esqueletos a partir da observação atenta do corpo humano. Para isso, sigam as orientações. Como fazer 1 Escolham um material que lhes permita retratar o esqueleto do colega, de forma simplificada. Fio de lã, massa de modelar e palitos são opções. 2 Primeiro, um colega deverá fazer uma pose para ser retratado. Ele ficará imóvel enquanto o outro estuda sua postura por meio do tato ou da escuta atenta de uma descrição oral. Para organizar a tarefa, determinem um tempo para a pose e reprodução do esqueleto. Em seguida, quem produziu o esqueleto deverá servir como modelo para o colega. 3 Elaborem poses simples e divertidas, e reproduzam o esqueleto de forma simplificada, para facilitar.

O CORPO HUMANO COMO INSTRUMENTO MUSICAL

Você sabia que o corpo humano pode produzir música de diferentes fórmas? Geralmente, pensamos que somente a voz pode elaborar sons, porém todo o nosso corpo pode servir de instrumento musical.

Fotografia. Destaque para diversos pés usando sapatos pretos e saltando.

Nesse caso, seus pés trabalham como instrumentos de percussão. Na dança flamenca, por exemplo, as castanholas servem de acompanhamento rítmico e são tocadas pêlas mãos dos dançarinos. As castanholas são instrumentos de percussão utilizados em algumas danças folclóricas. No sapateado, os dançarinos produzem sons que acompanham o ritmo da música pêlo contato dos sapatos com o chão.

Beatboxers são artistas que criam sons, batidas, melodias, ritmos e simulam instrumentos musicais usando apenas os recursos da voz. A palavra vem do inglês beatbox e significa caixa de batidas.

O beatbox surgiu no contexto da cultura hip-hopglossário quando os artistas que dominavam esse recurso passaram a compor batidas para os cantores de rap desenvolverem suas rimas, em situações em que não havia músicos ou bases sonoras eletrônicas.

Clique no play e acompanhe a reprodução do Áudio.

Transcrição do áudio

Meu corpo, um instrumento musical

Locutor: Meu corpo, um instrumento musical.

Som de castanholas que aos poucos vai diminuindo e em seguida entra o som de sapateado.

Locutor: Você sabia que o corpo humano pode produzir música de diferentes formas? O que você acabou de ouvir são dois exemplos disso. O primeiro som é o das castanholas, muito conhecidas por estarem presentes na dança flamenca, que tem origem há alguns séculos na região de Andaluzia, na Espanha, e tem influências árabe, judaica e cigana. Esse instrumento de percussão de danças folclóricas serve de acompanhamento rítmico e é tocado pelas mãos dos dançarinos. Já o segundo som é o do sapateado. Essa técnica de dança produz sons quando os bailarinos usam seus pés como instrumentos de percussão, acompanhando o ritmo da música pelo contato das placas de metal das solas dos sapatos com o chão. Tenho certeza de que você vai identificar o som que vamos tocar a seguir.

Som de beatboxers

Locutor: Esse é o som feito por um beatboxer, artista do hip-hop que cria batidas, melodias, ritmos e simula instrumentos musicais usando apenas os recursos da voz. A palavra vem do inglês beatbox e significa “caixa de batidas”. Esses músicos conseguem, ainda, imitar efeitos eletrônicos usando a voz, a boca e o nariz. O beatbox nasceu em Nova York, no início da década de 1980, e se popularizou no Brasil há cerca de 10 anos. Som de beatboxers

Locutor: De forma semelhante, mas usando agora o corpo todo para simular instrumentos de percussão, os músicos do grupo brasileiro Barbatuques também criam batidas inusitadas desde a década de 1990. Ouça um pouco do trabalho do grupo.

Áudio com o grupo Barbatuques

Locutor: Você conseguiu perceber a presença de palmas, estalos, batidas no peito e recursos vocais produzidos pelos músicos do Barbatuques?

E você? Sabe produzir algum som com seu corpo, como os beatboxers e os Barbatuques? Que tal formar um grupo na escola?

Áudio com o grupo Barbatuques

Locutor: Créditos. Todos os áudios inseridos neste conteúdo são da Freesound, com exceção dos trechos das músicas “Barbapapa’s Groove” e “Baião Destemperado”, ambas do grupo Barbatuques.

Fotografia. Um homem de boné e camisa vermelha, segurando um microfone na frente da boca, está com partes do corpo iluminadas e o rosto no escuro; ao fundo, há uma plateia na escuridão.
Fernandinho biti bóquis, durante desfile em São José dos Campos. São Paulo, 2014.
Música corporal

Fundado em 1995, o Barbatuques é um grupo de percussão corporal, ou seja, que utiliza o corpo como instrumento musical. Fazendo música de maneira inovadora, os integrantes do grupo exploram as diversas possibilidades de extrair sons do corpo – por exemplo, produzindo sons com a boca; batendo palmas de diversas fórmas; batendo os pés no chão; batendo as mãos no peito, nas bochechas; estalando os dedos, e assim por diante.

Fotografia. Vista panorâmica de um palco com diversas pessoas em pé; na frente, mulheres usando roupas em tons de verde, vermelho e cinza; elas estão com as mãos ao lado da boca; ao fundo, homens usando roupa cinza e com as mãos batendo no corpo. Ao fundo, há luzes verdes que atravessam o palco na vertical.
Barbatuques. Belo Horizonte, 2015.

No cinema, podemos destacar a participação do grupo na trilha sonora dos filmes Rio 2, de 2014, com a direção de Carlos Saldanha, e do premiado O menino e o mundo, dirigido por Alê Abreu, no mesmo ano. A percussão corporal foi utilizada na maior parte das músicas compostas para o filme, e, como ele não tem palavras que podem ser reconhecidas, pois os personagens falam português invertido, a trilha sonora e as imagens se encarregam do desenvolvimento da história.

Ícone de atividade em grupo.
Ícone de atividade oral.
Com a orientação do professor, sigam os passos.
  1. Pesquise e ouça trechos de músicas produzidas pêlo grupo Barbatuques.
  2. Converse com os colegas e tentem identificar, nos trechos das músicas, os sons de percussão corporal que vocês identificaram na pesquisa.
  3. Formem grupos com seis colegas e tentem reproduzir alguns dêsses sons utilizando a voz e o corpo.

Para ampliar

Sambalelê. Vídeo de apresentação do grupo musical paulistano Barbatuques, fundado em 1995. Disponível em: https://oeds.link/1vLgnl. Acesso em: 16 junho 2022.

VAMOS FAZER

Voz e corpo como objeto sonoro

Ícone de atividade em grupo.

Somos excelentes produtores de sons musicais. Nossa voz e nosso corpo podem ser utilizados como objetos sonoros que produzem os mais diversos tipos de som. Vamos experimentar!

Voz como objeto sonoro

1. Sons vocais são aqueles que podemos produzir utilizando nossa voz. Nesta atividade, vocês deverão se organizar em duplas para explorar e produzir diferentes sons vocais. Sejam criativos e explorem diferentes possibilidades além da fala e do canto. Pensem em assobio, tosse, ronco ou qualquer outra possibilidade. Selecionem a mais interessante para compartilhar com os colegas de sala.

Corpo como objeto sonoro

2. Nesta proposta, vocês vão criar uma pequena sequência musical utilizando o corpo como instrumento de percussão. Organizem-se formando quatro grupos. Sugestão: Grupo 1: palmas das mãos. Grupo 2: palmas das mãos nas coxas. Grupo 3: palmas das mãos no peito. Grupo 4: estalo dos dedos.

Ilustração. Diversas crianças usando uniforme com blusa amarela e calça azul estão em pé e sorrindo; no canto direito, há uma menina sorrindo e batendo palmas; ao centro, um menino dança. Ao fundo, há árvores, nuvens e o Sol.

Continua

Continuação

  1. O grupo 1 deverá desenvolver uma sequência simples de palmas e repeti-la constantemente. 
  2. O grupo 2 deverá criar uma sequência simples de batidas de mãos nas coxas que dialogue com a sequência de palmas anterior e repeti-la, criando parte da percussão. Os dois grupos deverão executar juntos os sons até que eles sejam sincronizados.
  3. O grupo 3 deverá seguir o mesmo procedimento dos dois grupos anteriores e sincronizar sua sequência de batidas com eles.
  4. O grupo 4 ficará responsável por criar a última sequência musical da atividade. Para isso, deverá estar atento a tudo o que foi criado até o momento e desenvolver uma sequência de estalos de dedos que complemente e enriqueça o trabalho já desenvolvido pelos demais colegas.
  5. Depois de alguns ensaios, façam uma apresentação em sala de aula.
Ilustração. Diversas crianças usando uniforme com blusa amarela e calça azul estão de pé e sorrindo; à direita, três crianças estão dançando com a perna esquerda levantada. Ao redor, há carteiras, uma lousa e uma porta.

eu vou APRENDER Capítulo 2

Movimento na Arte

O movimento está envolvido em praticamente toda experiência importante da vida das pessoas, de fórma individual ou coletiva.

As pessoas se movimentam para estudar, trabalhar, divertir-se ou mesmo para relaxar ou descansar. O movimento é uma experiência básica e elementar dos seres humanos que não envolve apenas a tarefa de manter nosso corpo em atividade; abrange também todas as nossas experiências emocionais.

O movimento possibilita diversas fórmas de nos expressarmos, inclusive na Dança, no Teatro, na Música, no Circo ou em outras manifestações artísticas, sempre envolvendo o corpo, a mente e a emoção.

Fotografia. Quatro homens sem camiseta, usando chapéu redondo, grande e bege, bermudas curtas, descalços, estão em pé com os troncos abaixados, cabeças baixas e com os braços abertos, movimentando-se.
Balé Folclórico, em Manaus. Amazonas, 2020.
Fotografia. Uma mulher usando regata preta e saia colorida está no centro e segura um bambu na horizontal com as duas mãos erguidas. Dos dois lados dela, em pontos menos iluminados da cena, há diversas pessoas em pé segurando  objetos finos e longos que são movimentados na direção do bambu que a mulher ao centro segura.
Espetáculo A comida de inzínga em Salvador. Bahia, 2014.
Fotografia. Vista lateral de cima de um palco iluminado com luzes vermelhas; à direita, há um homem com cabelo penteado com tranças para trás e segurando um microfone na frente da boca. À esquerda, há uma plateia no escuro.
Show do cantor Emicida, em Porto Alegre. Rio Grande do Sul, 2017.
Fotografia. Destaque para uma mulher usando chapéu e roupa roxa com bordados de mesma cor; ela está no chão com as mãos e a perna direita apoiadas no chão; a perna esquerda está levantada por trás e passa acima do ombro esquerdo, o pé está esticado e passa abaixo do queixo.
Circo Imperial da China, na cidade de São Paulo. São Paulo, 2019.
  1. Observe as imagens presentes nas páginas 114 e 115. Elas retratam diferentes espetáculos em palcos pelo Brasil. Cite as manifestações artísticas que cada uma retrata.
  2. Investigue na internet imagens de espetáculos que chamam a atenção pelo movimento e pela expressão dos artistas e compartilhe com os colegas de sala.

MOVIMENTO E DANÇA

A dança é um tipo de manifestação artística praticada desde o período pré-histórico. Nela, o corpo é utilizado como instrumento criativo, a partir de movimentos ritmados, geralmente acompanhados por música ou outros apoios sonoros. Os artistas realizam movimentos elaborados intencionalmente e de fórma planejada, explorando ao máximo as possibilidades do corpo humano.

Todos podem dançar para se divertir, mas a apresentação de uma dança ao público exige muito treinamento, ensaio, dedicação. É preciso conhecer a fundo as possibilidades do corpo, o uso do espaço e as interações entre as pessoas que dançam.

Geralmente, em um espetáculo de dança, utilizam-se figurinos, adereços, cenários, iluminação, música – tudo preparado especialmente para o momento da apresentação.

Uma das fórmas mais imediatas que vem à mente quando se fala em dança é o balé, que surgiu no século quinze, na Itália.

Litografia. A obra explora a oposição entre claro e escuro. Vista de um palco com diversas mulheres usando roupas de bailarina brancas, com saias redondas e grandes. Elas estão com apenas um pé no chão e o outro inclinado para trás. À frente do palco há um homem com roupa escura, asas brancas, segurando uma bandeira. No canto inferior esquerdo há uma bailarina de costas para o palco, apoiada em um cortina preta. Ao fundo, uma plateia na escuridão.
Calendário francês de 1903, de Alexandre lunoá, 1902. Litografia (craiôn e pincel), 243 centímetros por 363 centímetros.

Foi do termo italiano balletto, que significa “dancinha” ou “bailinho”, que se originou a palavra francesa ballet. Era uma diversão muito apreciada pela nobreza local, inicialmente composta de enormes espetáculos com homens ricamente trajados, que duravam horas ou mesmo dias e utilizavam dança, poemas recitados, canções e efeitos cênicos, todos organizados em tôrno de um enrêdo principal.

Clique no play e acompanhe as informações do vídeo.

Gravura. Apresentação de balé em espaço luxuoso. No centro vertical, há um corredor. Nas extremidades esquerda e direita, há plateia em vários andares. Ao centro do corredor, há um homem usando roupas escuras, chapéu e calças, ele está em pé e com o braço direito aberto; à sua frente e no canto inferior, há diversas pessoas usando roupas volumosas e pomposas; entre elas, alguns homens seguram lanças; atrás dele, há um cenário composto por árvores de troncos finos e alongados, alguns objetos brancos arredondados e, ao fundo, um gazebo em forma de arcos florido. O teto é ornamentado com diversas imagens esculpidas.
Representação de um balé perante Henrique terceiro e sua côrte. foliô, Paris, mamér patissôn, 1582.

Para ampliar

BOGEA, Ines. O livro da dança. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2013. O livro conta a história de balés clássicos, traz informações sôbre os passos do balé, coreógrafos, companhias de dança e os maiores bailarinos do Brasil e do mundo, com muitas fotos e desenhos bem-humorados.

Origens do balé

Conheça a seguir mais informações sôbre a origem do balé.

Um
O desenvolvimento do balé aumentou no século dezessete na corte francesa do rei Luís Catorze, que foi bailarino por cerca de quinze anos e criador da Academia Real de Dança. Em razão do grande incentivo que o balé recebeu na França, as posturas corporais dessa modalidade de dança recebem até hoje nomes em francês. O compositor italiano Jean-Baptiste de Lully (1632-1687), que servia a corte francesa, ajudou a difundir a dança, ao introduzir bailarinos profissionais em suas companhias de balé.
Pintura. Em pé, um homem de cabelos ruivos usando um chapéu com penas altas e imponentes; ele usa um vestido dourado, com um sol estampado no peito e ornamentado com pedras verdes. Usa também uma bota laranja com o desenho de um sol.
Legenda. Luís Catorze como Apolo (Le ballet de la nuit). Gissey Henri, 1653.


Dois
Pierre Beauchamp (1636-1705), coreógrafo, bailarino e compositor francês, atuou como um dos diretores da Academia Real de Dança. Beauchamp foi um dos principais nomes na elaboração de uma codificação do balé clássico. Responsável pela definição das cinco posições básicas do balé, ele desenvolveu passos que são usados até hoje.
Gravura. Imagem em preto e branco do busto de um homem de cabelo encaracolado preto e comprido, de sobrancelhas grossas, nariz e lábios finos, usando camisa clara, com o rosto inclinado para o lado.
Legenda. Gravura que retrata Pierre Beauchamp. Cerca de 1670.
Três
De início, apenas homens tinham permissão para dançar, e até o fim do século dezessete apenas eles podiam se profissionalizar no balé. Assim, todos os papéis femininos eram feitos por bailarinos vestidos de mulher. Somente a partir de 1681 é que as mulheres começaram a fazer parte do mundo do balé, com a estreia da bailarina francesa Mademoiselle Lafontaine (1655-1738) nos palcos. 

Quatro
Com os passar dos anos, a leveza na execução dos movimentos e a forte expressão corporal necessárias ao balé e a outras formas de dança passaram a ser associados exclusivamente à figura da mulher e criaram estereótipos, que em grande parte persistem até os dias atuais, de que homem não dança, o que contribui para os afastamento dos homens desse universo.
Pintura. Nas extremidades laterais do quadro e ao fundo na parte central, há uma paisagem bucólica com vegetação em tons escuros de verde que contrastam com os tons claros de azuis e branco no céu que aparece ao fundo e no centro da imagem. Entre as árvores, há uma estrada estreita de terra, onde um casal dança com os braços abertos para o lado e um dos pés levemente inclinados para cima. A mulher usa vestido azul volumoso na parte inferior, o homem usa roupa vermelha. Nos cantos das estradas, há pessoas sentadas e em pé assistindo à performance do casal.
Legenda. A Dança Camargo, de Nicolas Lancret, cerca de 1730. Óleo sobre tela, setenta e seis vírgula 2 centímetros por cento e seis vírgula sete centímetros.

Infelizmente, ainda existe muito preconceito relacionado à ideia de o balé representar uma prática ligada ao universo feminino. Porém, como vimos nesse infográfico, foram homens os responsáveis pela criação e pêlo desenvolvimento dessa arte na Europa. As mulheres só foram inseridas nessa manifestação em 1682, aproximadamente 200 anos depois da criação do balé na Itália.

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3. Para conhecer mais sôbre o tema, com orientação do professor, pesquisem em livros ou na internet textos e imagens que apresentem homens e mulheres que se destacaram no desenvolvimento do balé. Citem seus nomes, origens e período que atuaram e compartilhem o resultado das investigações.

Estilos de balé

O balé surgiu inicialmente na Itália, expandindo-se para a França e outros países da Europa, como Inglaterra e Rússia, evoluindo em estilos diferentes ao longo do tempo. Conheça alguns deles.

Balé clássico

A partir das competições entre os países para saber quem dançava com maior virtuosismoglossário e técnica, foi surgindo o que é chamado de balé clássico. Com séculos de tradição, ele sofreu influências italianas, francesas e russas. É uma modalidade de dança que apresenta técnicas e regras corporais rígidas e vocabulário próprio.

Fotografia. No centro, uma mulher usando vestido de bailarina branco e um homem de roupas vermelhas dançam. Eles estão com o rosto virado para sentidos opostos, mas fazem o mesmo movimento: a ponta de um dos pés toca o chão, a outra perna é inclinada diagonalmente para o lado, os troncos são inclinados para a frente, para onde parecem se movimentar. Ao fundo, em tons escuros, uma escada de madeira, uma árvore de Natal e alguns móveis.
Balé clássico do Teatro Bolshói de Moscou no palco do teatro. Rússia, 2017.

Balé romântico

No século dezenove, surge o balé romântico, que traz à tona um modêlo-padrão de corpo, quando ocorre a apresentação do balé La Sylphide em Paris, encenado pela bailarina marrí talhôni (1804-1884), vista como a própria imagem da sílfide: magra e capaz de personificar a fragilidade e a leveza da personagem-título. A idealização da mulher no período romântico era a de uma figura pálida e frágil, pois os românticos achavam a palidez uma fórma de exibir a pureza da alma.

Pintura. Uma mulher de cabelo curto com arco de flores, usando vestido branco com bolinhas pretas e azuis e duas asas pequenas e brancas nas costas. Ela está com a ponta do pé esquerdo apoiada no chão, o outro pé inclinado para o lado, o braço esquerdo estendido para baixo e o direito flexionado para o lado, com as mãos na altura do tronco.
marrí talhôni como silfíde. Autoria desconhecida. Desenho a giz aquarelado, década de 1840.

Balé dramático ou de ação

jan jórgi novérri (1727-1810) foi um bailarino francês e professor de balé muito importante no século dezoito. Para novérri, o balé deveria narrar uma ação dramática e ser natural e expressivo. Ele diminuiu as enormes perucas e mudou o comprimento do vestuário feminino para dar mais leveza e graciosidade aos movimentos. Alguns dos balés dramáticos mais conhecidos, e que continuam a ser montados por companhias de balé, são: Giselle, de 1840, e os balés clássicos O lago dos cisnes, de 1877, e O quebra-nozes, de 1892.

Fotografia. Uma mulher usando vestido branco está acima de um túmulo com lápide em forma de cruz, ela está com os braços levantados e segura um buquê de flores brancas. À sua frente há um homem usando roupa preta, ele está ajoelhado no chão, segurando um buquê de flores brancas e com a mão direita estendida na direção das flores da mulher. Ao fundo, um cenário sombrio em tons de preto e cinza que, assim como a roupa escura do homem, contrasta com a imagem da mulher.
Cena do balé Giselle no Teatro de Ópera e . Ucrânia, 2017.

Balé moderno

No final do século dezenove, as posturas do balé clássico foram questionadas e passou a ocorrer a busca pela liberação das fórmas rígidas dos clássicos e a motivação de dar à dança o calor e a vitalidade da emoção humana. O Ballets Russes foi uma companhia de balé russa que firmou séde em Paris entre 1909 e 1929. Sob o comando do russo sergêi diágui rílev (1872-1929), a companhia conseguiu reunir grandes artistas da época.

Fotografia em preto e branco. Em primeiro plano, diversas pessoas usando roupas brancas com linhas finas e pretas. Na parte inferior, há mulheres ajoelhadas e com as pernas e os braços esquerdos inclinados para o mesmo lado; ao centro, uma pessoa em pé com os braços levantados para o alto; atrás, diversas pessoas em pé com os braços estendidos para o lado. Ao fundo, um pano preto grande na vertical.
A companhia Ballets Russes buscava expressar as emoções humanas valorizando as expressões dos olhos, das mãos, e as pequenas e intensas movimentações de cada parte do corpo.

Para ampliar

Escola do Teatro Bolshói no Brasil. Disponível em: https://oeds.link/TZ8q81. Acesso em: 11 junho 2022. Na página virtual há informações sôbre essa escola de dança que se localiza em Joinville (Santa Catarina) e realiza audições em várias cidades brasileiras ao longo do ano.

Balé no Brasil

No Brasil, acredita-se que a primeira apresentação de balé tenha acontecido em 1813, no Rio de Janeiro. Porém, somente em 1927 é que Maria Oleneuá (1896-1965), bailarina russa, após excursão pela América do Sul, decide fundar a Escola de Danças Clássicas do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, que hoje é a Escola Estadual de Dança Maria Oleneuá.

Fotografia em preto e branco. Busto de uma mulher de cabelo penteado para o lado, sobrancelhas, nariz e lábios finos, sorrindo.
A bailarina russa Maria Oleneuá, fundadora da Escola de Dança Maria Oleneuá, criada em 1927, no Rio de Janeiro. Fotografia de 1958.

Uma grande geração de artistas foi formada pela instituição, e, com a chegada de outros mestres europeus, o balé pôde ser desenvolvido melhor ao longo do século vinte no país.

Finalmente, nos anos 2000, a famosa Escola de Teatro Bolshói, da Rússia, institui filial no Brasil. As atividades de formação em balé e dança contemporânea acontecem na cidade de Joinville, em Santa Catarina, e são oferecidas gratuitamente a todos os alunos. As provas de pré-seleção acontecem em várias cidades do Brasil ao longo do ano.

Fotografia. Em um palco, ao centro, há um menino usando roupa branca com detalhes pretos e dourados. Ele está com as pernas cruzadas e os dois braços abertos. Segurando suas mãos, há duas bailarinas, uma de cada lado. Elas usam vestidos rosa com a base arredondada e estão com a ponta de um dos pés tocando o chão e uma das pernas estendida para o alto.
Bailarinos na escola Companhia Jovem do Bolshói, em Joinville. Santa Catarina, 2017.
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4. Existem companhias de balé e dança que atuam na geração de artistas na cidade ou no estado onde vocês moram? Com a orientação do professor, investiguem e compartilhem os resultados.

VAMOS CONHECER MAIS

Mercedes Batista

Mercedes nasceu em Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro, em 1921. Trabalhou como empregada doméstica, operária, mas foi como bilheteira de cinema que teve vontade de se tornar artista e se dedicar à dança. Em 1945, começou a frequentar as aulas de Eros Volússia, conhecida pêlo método que investigava as danças populares brasileiras, e continuou os estudos, tornando-se a primeira mulher negra a integrar o corpo de dança do Teatro Municipal.

Fotografia em preto e branco. Uma mulher vista da cintura para cima usa chapéu preto arredondado com detalhes em branco, bustiê com estampa de pele de onça e uma faixa na barriga com pinturas em forma de losango. Ela está com os braços cruzados para trás.
A bailarina Mercedes Batista consolidou a identidade da dança afro-brasileira e foi fundamental na revolução do Carnaval carioca. Rio de Janeiro, década de 1950.

Embora Mercedes tenha feito história ao se tornar a primeira bailarina negra a integrar o corpo de baile do Teatro Municipal do Rio de Janeiro em 1948, suas maiores contribuições para a cultura brasileira se concretizaram fóra dele. Ela foi responsável por consolidar a identidade da dança afro-brasileira e divulgá-la mundo afora; abriu portas e ofereceu oportunidades para inúmeros artistas negros, incluindo Elza Soares, no seu próprio Balé Folclórico; foi uma das mentes por trás da revolução estética que transformou o carnaval carioca nos anos 60; e foi uma personagem fundamental na luta antirracista empreendida no país, através da valorização da arte e da cultura negra brasileiras.

Mercedes morreu poucos anos antes de celebrar seu centenário, em 19 de agosto de 2014, aos 93 anos. Em 2016, dois anos após sua morte, uma estátua em sua homenagem foi erguida no Largo São Francisco da Prainha, na zona portuária do Rio de Janeiro.

ANTUNES, Leda. Mercedes Baptista: os 100 anos da primeira bailarina negra do Municipal e nome fundamental da dança no Brasil. Portal Geledés, 20 maio 2021. Disponível em: https://oeds.link/v5drfK. Acesso em: 20 abril. 2023.

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  1. Localizem no texto e citem palavras ou frases que destacam:
    1. a história de vida da bailarina;
    2. as contribuições de Mercedes Batista para a cultura brasileira.
Fotografia em preto e branco. Em um ambiente urbano, há um corredor humano formado por dois grupos de pessoas. À direita, há pessoas fantasiadas com vestidos e chapéus brancos; à esquerda, pessoas fantasiadas com perucas brancas e roupas claras. O grupo da direita faz uma saudação ao da esquerda, inclinando o tronco para frente e posicionando uma das pernas para trás. Ao redor, há edifícios.
Ala coreografada do minueto por Mercedes Batista no desfile campeão do Salgueiro com "Xica da Silva", em 1963.

O GESTO NA MÚSICA

Movimentos e gestos também podem expressar e comunicar outras informações e ideias. Em um concerto, os gestos do maestro orientam os músicos da orquestra quanto à velocidade da execução da música, por exemplo.

Em uma apresentação de orquestra, geralmente o maestro se posiciona de frente para os músicos e de costas para o público.

Durante a apresentação de uma orquestra, a plateia se concentra em ouvir os músicos que estão tocando e em observar os movimentos do maestro. A função do maestro é interpretar uma partituraglossário , indicando o que deve e como deve ser executada determinada música.

Ele guia os músicos, mostrando como a música deverá ser tocada, por meio de indicações corporais, ou seja, com movimentos e gestos. Cada sinal indica uma ação a ser tocada e interpretada pelos músicos da orquestra. É como se o maestro tivesse de transmitir uma mensagem somente utilizando gestos.

Ilustração. Destaque para uma mão segurando uma batuta. Abaixo, há uma  partitura. Ao fundo, silhuetas em tons claros e escuros de cinza de diversas pessoas tocando instrumentos musicais.

Para ampliar

rêntiqui, L. êti áli A orquestra tintim por tintim. São Paulo: Moderna, 2005. Com esse livro você conhecerá um pouco mais sôbre a orquestra, seus instrumentos, o papel do maestro, dos instrumentistas, da partitura, da batuta etcétera

Tradicionalmente, o maestro rege a orquestra segurando uma batutaglossário na mão direita, com a qual marca o andamento – lento, moderado, rápido – com que os músicos devem tocar seus instrumentos em cada música.

Com a batuta na mão, o maestro pode orientar a orquestra para tocar sons mais suaves com movimentos mais suaves e sons mais fortes com movimentos mais fortes, por exemplo.

A mão esquerda auxilia sua comunicação com os naipesglossário dos instrumentos ou com alguns músicos individualmente para que eles possam se preparar para um solo ou para uma parte específica da música.

Comparando o maestro a um pintor, por exemplo, a mão direita seria aquela que faz o contôrno da pintura e a esquerda, a que preenche com cores e texturas.

Durante a regência, não são apenas os braços e as mãos do maestro que emitem uma mensagem; todo o seu corpo está trabalhando – o olhar, a respiração, a postura e a expressão facial ajudam e sugerem intenções musicais a serem transmitidas à orquestra toda.

Fotografia. Destaque para sobreposição de três imagens retratando o mesmo homem: um senhor de cabelos grisalhos compridos e penteados para trás, usando camisa branca, terno preto. A cada imagem, ele varia a expressão corporal e facial. Na primeira, está inclinado para baixo com os punhos cerrados; na segunda, está olhando para frente e ereto; na última ele está com o cenho franzido e a boca levemente aberta.
Maestro João Carlos Martins se apresentando na cidade de São Paulo. São Paulo, 2016.
Orquestra e música de concerto

Orquestra é a designação dada a um conjunto de músicos reunidos para execução de obras musicais. Uma orquestra é formada por vários instrumentos, divididos em naipes ou famílias. O naipe de cordas posiciona-se à frente e é formado por violinos, violas, violoncelos e contrabaixos.

Os violinos são divididos em dois grupos: os primeiros, aqueles que ficam na frente, executam os trechos mais agudos da obra; os segundos, que ficam lógo atrás dos primeiros, executam os trechos mais graves.

Na fileira seguinte, há o naipe de madeiras, formado por instrumentos de sôpro de madeira, como a flauta, o flautim, o oboé, a clarineta e o fagote. Atrás do naipe de madeiras fica o de metais, composto de instrumentos de sôpro de metal, como a trompa, o trompete, o trombone e a tuba.

No fundo da orquestra, observamos os instrumentos de percussão. Essa é a família mais heterogêneaglossário . Além dos instrumentos tradicionais de percussão, como o xilofone, o triângulo, as castanholas, os pratos, a caixa, o tambor, o pandeiro e os tímpanos, pode ser incorporado a esse naipe qualquer outro objeto/instrumento que possa emitir som.

A orquestra também pode apresentar outros instrumentos, como a harpa, a celesta, o piano e o cravo.

Fotografia. Vista de cima de uma orquestra iluminada e com diversos músicos sentados e tocando diferentes instrumentos musicais. No canto inferior direito, há um piano preto. Ao fundo, uma plateia assiste ao concerto.
Orquestra Filarmônica de Munique. Alemanha, 2021.
Orquestra de percussão
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Um dos estudantes da turma será o maestro e os demais serão os músicos. Vocês deverão produzir sons com materiais disponíveis em sala de aula. Antes de iniciar a atividade, explorem os sons que podem ser produzidos percutindo em objetos da sala de aula (mesa, cadeira, lápis na mesa, livro, lápis no lápis, lápis na espiral do caderno etcétera). Também é possível produzir sons com o próprio corpo como instrumento de percussão e a voz.

Ilustração. Uma mulher de cabelos ondulados compridos está com os braços abertos e segura uma batuta com a mão esquerda levantada.

Como fazer

  1. Para a atividade, escolham uma música instrumental que será acompanhada pela orquestra de percussão para batucar no ritmo. Para reger essa orquestra, o professor vai organizar a turma em “naipes”. Grupo 1 – batuca o lápis na mesa. Grupo 2 – batuca o lápis no lápis. Grupo 3 – batuca o lápis na espiral do caderno. Grupo 4 – batuca o lápis no livro. Grupo 5 – batuca o lápis na lousa.
  2. O professor, enquanto maestro, irá definir um sinal específico para cada naipe iniciar o batuque. Por exemplo: um movimento circular para o naipe 1, um movimento de cima para baixo para o naipe 2. Isso será definido antes da prática e coletivamente. Assim que a música tocar, todos devem ficar atentos aos movimentos do maestro.
  3. Depois, a turma poderá eleger colegas para ser o maestro. O ideal é que todos ocupem essa posição em algum momento da atividade.
Ilustração. Destaque para duas mãos vistas de cima; a mão esquerda está fechada e a mão direita segura um objeto fino e pontiagudo.

ARTES VISUAIS E O MOVIMENTO

Em diferentes épocas, fotógrafos e artistas buscaram registrar o movimento do corpo humano.

A pintura, a gravura, a fotografia, a escultura e o desenho podem possibilitar registros estáticos do movimento.

A percepção do movimento em uma pintura, por exemplo, depende da maneira como o artista a pintou – a imagem deve sugerir a trajetória dos objetos ou dos personagens e o reconhecimento de que eles estão em movimento.

Pintura. Em um fundo azul escuro na parte superior e verde escuro na parte inferior, há cinco mulheres de cabelos pretos e pele marrom-avermelhada. Elas estão em posição de roda e com os braços esticados para o lado. Quase todas estão de mãos dadas, exceto as que aparecem na lateral esquerda e na parte inferior. Cada uma delas realiza um movimento com o corpo, evidenciado pelos contornos sinuosos, especialmente das pernas e dos pés.
A dança, de Ãnri Matisse, 1910. Óleo sôbre tela, 260 centímetros por 391 centímetros.
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  1. Observem a pintura e citem:
    1. o nome da pintura, do artista que a realizou e em que data.
    2. as personagens desta pintura estão em movimento?
    3. os movimentos que as personagens fazem?
    4. o que chama sua atenção na pintura?
    5. como vocês chegaram a essa conclusão?
Degas, Muibrídge e o movimento

O artista francês edigár degá (1834-1917) e o fotógrafo inglês Éduard Maibrédji (1830-1904) foram estudiosos do movimento, cada um a seu modo.

Degá realizou diversas esculturas que retratam movimentos da dança, como é possível perceber na imagem. Para realizar obras com tanta precisão, o artista observou atentamente os movimentos realizados por diversas dançarinas.

O artista dedicou-se a pintar cenas de bailarinas em momentos de ensaio, apresentações, nos bastidoresglossário dos espetáculos de dança, e também passadeiras, lavadeiras, costureiras etcétera

Escultura. Em tons de cinza, um corpo  de mulher nu e sem cabelo com o braço direito levantado e inclinado sobre a cabeça, o braço esquerdo curvado na frente do peito e a perna direita flexionada para frente com a ponta do pé tocando o chão.
Dança espanhola, de edigár degá, 1896-1911 (lançada postumamente 1919-1926). Escultura em bronze, 40,3 centímetros por 16,5 centímetros por 17,8 centímetros
Escultura. Em tom escuro de cinza, uma jovem mulher com vestido de tecido em tom dourado e com pregas na parte inferior. Ela está com os dois braços para trás do corpo.
Pequena Bailarina de 14 anos, de edigár degá, c. 1880. Bronze policromado e tecido, 99 centímetros por 40 centímetros por 40 centímetros.
Fotografia em preto e branco. Destaque para um homem em plano médio curto e de cabelo e barba comprida e branca; usando casaco preto.
Éduard Maibrédji, Nova Iorque, 1914.

EadweardMuibrídge foi pioneiroglossário no estudo do movimento. Ao fotografar os diversos movimentos que um cavalo faz ao trotarglossário , ele provou que, por alguns instantes, as quatro patas do animal não tocam o chão.

O processo de captura dessas imagens consistia em utilizar diversas câmeras fotográficas, em diferentes posições, para conseguir realizar várias fotografias e registrar o movimento de algo. As câmeras eram acionadas por um tipo de cordão na raia. Quando os cavalos passavam, esse cordão acionava os disparos das câmeras. Muibrídge utilizou o mesmo processo na imagem a seguir.

Ilustração. Com moldura em estilo rolo de filme, há três linhas com quatro colunas totalizando doze quadros com fundo amarelado. Em todos os quadros, há a silhueta de um cavalo correndo e um garoto montado nele. A cada quadro, o cavalo altera o movimento de suas patas, ora no chão, ora no alto, ora estendida, ora flexionada. No último quadro da sequência, o cavalo está parado e o menino ereto sobre ele.
séli gárdiner, de Éduard Maibrédji, em uma de suas séries Horse in Motion, mostra um cavalo de corrida na pista de Palo Alto, em 19 de junho de 1878.

Muibrídge inventou um aparelho chamado zôopracsiscópio, uma espécie de lanterna que projeta em uma tela fotografias impressas em um disco de vidro rotativo, em rápida sucessão, criando a ilusão de movimento. O zôopracsiscópio proporcionou, pela primeira vez na história, a ilusão de imagens em movimento, o que influenciou a invenção do cinema, em 1895.

Fotografia. Uma máquina com um quadrado dourado e um buraco circular no centro, acima há um tubo preto de forma arredondada; à direita, há um retângulo de madeira com uma manivela prateada e um círculo grande acoplado na lateral.
Réplica do zôopracsiscópio desenvolvido por Éduard Maibrédji em 1880, reproduzido em Brédford. Inglaterra, século dezenove.

Produzindo guífe

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Que tal se inspirar nas ideias de Muibrídge e produzir vídeos em formato GIFglossário usando imagens da internet ou produzidas com o auxílio de uma câmera fotográfica digital ou celular? Para a atividade, siga as orientações.

Como fazer

  1. Formem um grupo com quatro colegas e pesquisem na internet alguns vídeos em formato guífe.
  2. Depois, busquem imagens sequenciais na internet ou produzam fotos com uma câmera fotográfica digital ou com os celulares.
  3. Com a orientação do professor, produzam um guífe, a partir de uma sequência de imagens ou fotografias, utilizando plataformas, aplicativos ou sites gratuitos de criação de guífe. Escolham as ferramentas em que houver tutorial ou passo a passo. Anotem no caderno suas descobertas.
  4. Por último, produzam um guífe com as imagens selecionadas e compartilhem com a turma pêlo computador, nas redes sociais ou usando o projetor de imagem em sala de aula.
O movimento futurista

Além da escultura e da fotografia, a pintura, o desenho e a gravura também podem expressar a ideia de movimento. O Futurismo foi um movimento artístico e literário iniciado em 1909 pêlo poeta ítalo-egípcio Filippo Tommaso Marinetti (1876-1944).

No Futurismo, os artistas glorificavam o mundo moderno e a cidade industrial, exaltando em suas obras a beleza presente na velocidade e nas máquinas. Especificamente na pintura, os artistas optaram por trabalhar com cores vivas e fórmas que expressassem velocidade e dinamismo.

Pintura. Em tons predominantemente azuis, há pontos circulares pontilhados que, pulverizados na obra, formam a sequência de uma menina correndo. Na parte superior da obra, há pontos avermelhados que sinalizam a cabeça da menina. Na parte inferior, há gradativamente pontos em tons de laranja, verde e vermelho e, depois, pontos em tons predominantemente pretos, que formam os sapatos em movimento contínuo.
Menina correndo na varanda, de diácomo Balla, 1912. Óleo sôbre tela, 125 centímetros por 125 centímetros.

Uma das esculturas mais emblemáticas do Futurismo italiano é a obra fórmas únicas da continuidade no espaço, realizada em 1913 pêlo artista Umberto Bochioni (1882-1916). A obra traz a imagem de um corpo humano em movimento, e, mesmo sem braços, é possível reconhecer a fórma humana. Embaixo de cada pé, há um bloco “imóvel” que contrasta com o dinamismo e a aparente velocidade das pernas.

Escultura. Em tons escuros,   representação de uma figura abstrata com saliências e formas arredondadas e distorcidas que se parecem tanto com formas humanas quanto com formas de máquinas. Na parte inferior, dois blocos retangulares conferem sustentação.
fórmas únicas da continuidade no espaço, de Umberto Bochioni, 1913. Escultura de bronze, 111,3 centímetros por 88,5 centímetros por 40 centímetros.
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2. Converse com os colegas sôbre como uma escultura imóvel como a de Umberto Bochioni pode transmitir a noção de movimento.

Movimento e gesto na pintura

Movimentos e gestos podem aparecer de muitas maneiras nas Artes Visuais. Vejamos, por exemplo, como se evidenciam na obra de víncent van gógui.

Algumas pinturas realizadas pêlo artista holandês víncent van gógui (1853-1890) expressam movimento, como na obra reproduzida a seguir.

Van Gogh trabalhava com grossas camadas de tinta sôbre a tela que eram modeladas pêlo pincel.

Ao observar algumas de suas obras, pode-se ter uma noção dos caminhos percorridos pêlo pincel e dos gestos executados pêlo artista.

Nesse sentido, a gestualidade de Van Gogh expressa uma ideia de movimento.

Pintura. Dividindo a obra ao meio na vertical, há um cipreste alto e verde que transcende o limite da pintura. Com cores contrastantes e pinceladas curtas e ondulantes, ao fundo do cipreste, há um céu azul com uma lua fina; ao redor dele, uma vegetação com tons de amarelo. No canto inferior direito, duas pessoas caminham em uma estrada com tons de cinza, verde e amarelo. Pintura. Destaque para o zoom retratando o céu azul e a Lua redonda e fina em tons de amarelo e laranja.
Estrada com ciprestes, de víncent van gógui, 1890. Óleo sôbre tela, 92 centímetros por 73 centímetros. Nessa obra, Van Gogh aplicou pinceladas curtas em diferentes direções, conferindo movimento à pintura.
Jackson Pollock e a pintura de ação

Assim como os gestos do maestro são fundamentais para que os músicos da orquestra possam interpretar uma música da melhor fórma possível, na pintura, o gesto do artista na tela também é significativo em seu processo de criação. Na década de 1950, o artista estadunidense Djéksôn Póloqui (1912- 1956) transformou sua pintura em uma ação realizada com o corpo. Leia a seguir o que Póloqui certa vez afirmou.

Prefiro atacar a tela não esticada, na parede ou no chão reticências no chão fico mais à vontade. Me sinto mais próximo, mais uma parte da pintura, já que dêsse modo posso andar em volta dela, trabalhar os quatro lados, e literalmente estar na pintura reticências Quando estou em minha pintura, não tenho consciência do que estou fazendo reticências quero expressar meus sentimentos.

ácxãn pêntin. ín: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2022. Disponível em: https://oeds.link/euFalK. Acesso em: 5 maio 2022. (Verbete da Enciclopédia)

Fotografia. Vista de baixo para cima de um homem de cabelo castanho penteado para trás, usando camiseta branca, calça preta e botas marrons, está com o tronco inclinado para frente, segura uma lata cinza de tinta branca, um pincel e olha para uma tela que está no chão.
O artista Djéksôn Póloqui aplicando a técnica dripping em uma de suas pinturas, Nova Iorque. Estados Unidos, 1950.

Póloqui desenvolveu uma técnica e um estilo de pintura conhecidos como action painting – em português, “pintura de ação”. Diferentemente dos pintores que, até então, trabalhavam com a tela sôbre um cavalete, Póloqui passou a estender o tecido da tela no chão e sôbre ele atirar a tinta com o auxílio de pedaços de madeira. Outra técnica desenvolvida pêlo artista é o dripping, que significa “gotejamento”.

Póloqui permitia que a tinta gotejasse sôbre a tela, como na imagem. dêsse modo, a pintura é construída com base no ritmo do gesto do artista, da relação entre seu corpo, a tinta e a tela.

Póloqui produziu telas em grandes dimensões. A marca de seu trabalho está no gesto espontâneo, na expressão de sua personalidade e liberdade de improvisação, ou seja, não há um projeto preliminar. Um dos primeiros estilos de pintura estadunidenses a ganhar reconhecimento internacional foi praticado por outros artistas, além de Póloqui, que estavam reunidos em tôrno de um movimento que ficou conhecido como Expressionismo abstratoglossário .

Fotografia. Uma mulher usando roupa preta está em um museu e de frente para um quadro retangular com uma pintura abstrata feita com a técnica do gotejamento de tinta. À sua direita, há outro quadro com o mesmo estilo.
Visitante observa as pinturas de Djéksôn Póloqui intituladas Blue Pole (à esquerda) e Enchanted Forest (à direita) na Royal Academy of Arts, em Londres, Inglaterra, 2016. Na imagem, é possível ter uma ideia do tamanho das pinturas de Póloqui.

Maneiras de trabalhar com a tinta

Técnicas energéticas, a criação espontânea e o improviso são algumas das principais características do Expressionismo abstrato, que tem lugar em Nova Iorque, a partir de 1940. Fazem parte dele artistas como márqui rôtico (1903-1970), uílem dê cúnin ­(1904-1997), entre outros. As pinturas de rôtico e De cúnin se diferem dos emaranhados de linhas e cores que aparecem nas pinturas de Póloqui. rôtico desenvolveu pinturas com faixas coloridas de pouco brilho e sutis passagens de tons. A capacidade de desenvolver diferentes temas com absoluta liberdade de fórmas levou de cúnin a criar pinturas figurativas coloridas e vigorosas que, em certos casos, são quase abstrações.

  1. Observem atentamente as pinturas de Póloqui, márqui rôtico e uílem dê cúnin. Notem alguns aspectos nas obras:
    1. como parece que cada artista aplicou a tinta na tela?
    2. como as cores estão distribuídas em cada quadro?
    3. quais fórmas aparecem nas pinturas?
Pintura abstrata. Destaque para o gotejamento de tintas em tons de vermelho, verde, amarelo, preto e branco.
Número 16, de Djéksôn Póloqui, 1949. Óleo e esmalte sôbre papel montado em masonite, 78,1 centímetros por 56,5 centímetros.
Pintura abstrata. Em um fundo azul escuro, há um quadrado verde na parte superior. Abaixo, bem no canto inferior central, há uma fina camada de verde. Entre ela e o quadrado, há uma mancha em tom mais escuro de azul.
Verde, Azul, Verde sobre Azul, de márqui rôtico, 1968. Tinta acrílica sôbre papel montado em tela, 102,9 centímetros por 66 centímetros.
Pintura abstrata. Sobre um fundo bege, há diferentes tipos de linhas pretas com espessuras variadas; entre alguns espaços vazios que as linhas formam, há tinta laranja, rosa, verde, amarela. Não há padrão  entre as formas.
Sem título, de uílem dê cúnin, 1950. Óleo e esmalte em cartolina montado sôbre papelão, 76,5 centímetros por 101,6 centímetros.
Ícone de atividade oral.

4. Agora, conversem sôbre o modo como as obras apresentam diferentes fórmas de trabalhar a tinta na tela.

As mulheres e o Expressionismo abstrato

Lí Krasner (1908-1984) foi uma talentosa pintora expressionista abstrata, mais conhecida por ser espôsa de Djéksôn Póloqui e grande apoiadora da obra dele. Apesar de suas obras serem bastante sofisticadas, ela teve seu talento ofuscado pelo sucesso do marido.

Fotografia em preto e branco. Uma mulher usando vestido preto está de perfil e com a mão na cintura; ao redor há mesas com potes de tinta. Ao fundo, diversos quadros e pinturas.
Lí Krasner em seu estúdio em Nova Iorque. Estados Unidos, 1962.

Só após a morte de Póloqui é que seu trabalho foi avaliado com seriedade pela crítica. “Isso é tão bom que você nunca diria que foi feito por uma mulher”, afirmou o pintor expressionista abstrato alemão à pintora Lí Krasner, em 1937, tentando fazer um elogio à sua pintura, mas, de fato, reforçando o preconceito recorrente na época às artistas. Ciente do preconceito sofrido por ser mulher, a artista assinava seus quadros como éle cá, assim, o nome abreviado não revelava se quem assinava as obras era um homem ou uma mulher.

Pintura abstrata. Predomínio de pinceladas compondo formas circulares em tons de branco e rosa; ao fundo, há tinta preta e avermelhada.
Gaia, de Lí Krasner, 1966. Óleo sôbre tela, 175,3 centímetros por 318,8 cm.

Joan Mêtcheu

Joan Mêtcheu (1925-1992) nasceu na cidade de Chicago, Estados Unidos.

Ela concluiu seus estudos na Escola de Arte do Instituto de Chicago em 1947.

Em seguida, foi premiada com uma bolsa de estudos e passou um ano na França.

De volta aos Estados Unidos, jon foi convidada a participar de importantes exposições.

lógo ficou conhecida como uma das principais artistas do Expressionismo abstrato americano, apesar do preconceito em relação às mulheres artistas por parte dos pintores expressionistas abstratos daquela época.

Foi uma das poucas pintoras de sua época a ter reconhecimento da crítica e do público.

Suas pinturas e gravuras estão expostas em grandes museus e coleções da Europa e dos Estados Unidos.

Pintura abstrata. Pinceladas curtas com predomínio de tons azuis nas extremidades da obra, especialmente na parte inferior. No centro, destacam-se as pinceladas em tons de amarelo, com menor ocorrência do branco e do azul.
Antes, de novo dois, de Joan Mêtcheu, 1985. Óleo sôbre tela, 282,9 centímetros por 201,6 cm.
Ícone de atividade em grupo.
Ícone de atividade oral.
  1. Que frase citada no texto descreve um olhar preconceituoso a respeito das mulheres na pintura?
  2. Qual foi a fórma encontrada pela pintora Lí Krasner para produzir seu trabalho e se evidenciar no mercado e preservar-se do preconceito masculino?
  3. Vocês conhecem outros exemplos de fórmas de preconceitos relacionados à fôrça do trabalho feminino? Conversem sôbre o tema citando exemplos.

VAMOS FAZER

Artes visuais no ritmo da música

Agora que vocês conheceram algumas obras bem interessantes, farão uma pintura inspirada em duas músicas que a turma escolheu: uma lenta e outra agitada.

Vocês deverão retratar os ritmos de cada música por meio da pintura, podendo também se inspirar no estilo de pintura de DjéksônPóloqui, márqui rôtico, uílem dê cúnin, Joan Mêtcheu e Lí Krasner. Siga o passo a passo a seguir.

Material

  • Bases para pintura (tela, madeira ou papelão).
  • Tinta pê vê cê branca (tinta de parede).
  • Cola branca.
  • Pincéis de vários tamanhos e formatos.
  • Tinta guache ou acrílica de várias cores.
  • Copo com água.
  • Pano velho para limpeza dos pincéis.
  • Jornal velho.
  • Fita adesiva.

Como fazer

  1. Forrem a mesa com o jornal velho, prendendo-o com fita adesiva.
  2. Misturem porções iguais de tinta pê vê cê branca e cola branca.
  3. Passem uma fina camada dessa mistura em duas bases para impermeabilizá-las. Se necessário, após secar, passe outra demão.
Ilustração. Uma menina de cabelo castanho e comprido, usando camiseta verde, está sentada à mesa e segura dois potes brancos escrito: COLA BRANCA – TINTA PVC; ela despeja o líquido dos dois potes em um pote branco na mesa chamado: BASE.

Continua

Continuação

  1. Quando as bases estiverem sêcas, o professor vai reproduzir a primeira música.
  2. Enquanto ouvem a música, farão as pinturas – utilizando tinta guache ou acrílica – sôbre a base impermeabilizada.
  3. Em seguida, o professor vai reproduzir a segunda música até que todos tenham finalizado a segunda pintura.
  4. Ao final, deixe as pinturas em local sêco e arejado para secagem.
  5. Para finalizar, quando os trabalhos estiverem secos, organizem com os colegas uma exposição em sala de aula ou em outro espaço escolar adequado.
Ilustração. Uma menina de cabelo castanho está sentada à mesa, segurando um caderno branco e apontando para ele com um lápis, acima da mesa, há dois potes brancos, um deles com a etiqueta BASE. Ao lado dela, um menino de cabelo preto e encaracolado, usando camiseta vermelha, está segurando um pincel e aponta para uma tela cinza.
Ilustração. Uma menina e um menino estão sentados à mesa, segurando pincéis com tintas e pintando uma tela branca; ao redor deles há bisnagas e potes com tintas. Ao fundo, uma lousa verde.

eu APRENDI

  1. Nesta unidade tratamos de questões relacionadas ao corpo e ao movimento. Descreva como:
    1. são os movimentos do corpo mais comuns executados por você no cotidiano.
    2. são os movimentos explorados pelos artistas, seja na dança, na música, nas artes visuais etcétera
  2. Além de Leonardo da vinti, no decorrer da história da arte, outros artistas mostraram interêsse pêlo corpo humano, de diferentes fórmas. Em muitas épocas e lugares, homens e mulheres buscaram compreender o funcionamento do corpo e da mente humana. Observe a pintura e responda.
Pintura. Com destaque para a oposição de tons claros e escuros, a obra apresenta tons de cinza e preto nas partes superior, inferior e laterais. Na parte central, há elementos em cor branca e tons claros que contrastam com o ambiente escuro. A obra retrata um grupo de homens concentrados e dispostos ao redor de uma mesa de madeira, onde há o corpo de um cadáver nu com a região da púbis coberta por um tecido branco. A vestimenta dos homens são pretas com golas brancas. Apenas um deles, em destaque à direita da cena, usa um chapéu preto e utiliza um instrumento cirúrgico para manipular os músculos do braço esquerdo do cadáver.
A lição de anatomia do Doutor nicolás túlpi, de Rêmbrânt, 1632. Óleo sobe tela, 169,5 centímetros por 216,5 centímetros.
  1. Qual é o nome da ciência que estuda a fórma e a estrutura física dos seres vivos?
  2. Descreva o que a pintura retrata.

3. A ausência de modelos, a ideia de espontaneidade e o gesto expansivo do pintor são características de qual movimento artístico surgido após 1940?

  1. sôbre o balé, é correto afirmar:
    1. Dança criada para ser apresentada diante dos nobres e de todas as pessoas da sociedade da época.
    2. Geralmente acompanhada de música erudita, ainda hoje ela continua tendo prestígio ao ser apresentada em palcos e telas do mundo todo.
    3. Atualmente, a dança pode ser acompanhada de músicas diversas, adquirindo novas feições.
      1. Todas as alternativas estão corretas.
      2. Apenas as alternativas um e dois estão corretas.
      3. Apenas as alternativas dois e três estão corretas.
  2. A estátua retrata uma figura de destaque para a dança e a cultura brasileira. Cite as razões pelas quais ela se destaca na cultura nacional.
Fotografia. Destaque para uma estátua em tons de bronze escuro; uma mulher de nariz largo, usando lenço dobrado na cabeça e um vestido amarrado no ombro; ela está com as duas mãos na cintura.
Estátua de Mercedes Batista, na chamada Pequena África, no centro do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 2019.
  1. Com a orientação do professor:
    1. investiguem em revistas, jornais ou na internet imagens de espetáculos de balé de diferentes estilos e organizem um painel classificando-os em clássico, romântico, dramático ou moderno;
    2. organizem uma roda de conversa em sala de aula e discutam a seguinte questão: o que é dançar? Há pré-requisitos para dançar? Todo e qualquer corpo poderia dançar?

vamos COMPARTILHAR

Que emoções meu corpo expressa?

Ilustração. Um desenho humano de linhas finas com a mão e pé direito encostados no chão.

Vocês já pararam para pensar em todas as atividades que nossos corpos praticam em um dia? Andar, correr, saltar, dançar, ouvir, ver, falar, pensar, sorrir e até chorar são apenas algumas delas.

Os movimentos do corpo elaboram ações, mas também expressam sensações e pensamentos. Que tal elaborar uma oficina para expressar as emoções do nosso corpo envolvendo os estudantes da sala de aula ou outros da escola, além de pessoas da comunidade convidadas por vocês? Siga os passos.

Ilustração. Um desenho humano de linhas finas com a mão esquerda na cabeça e os joelhos dobrados.

Material

  • Folha de papel cráfiti (uma por pessoa; tamanho mínimo 0,50 métros por 1,80 métros) ou qualquer outro que possa ser utilizado para desenhar o corpo de um estudante.
  • Riscador (lápis grafite, giz de cera, giz de lousa etcétera).
  • Giz de cera, lápis de côr ou canetas hidrocor (cores variadas).
  • Revistas velhas.
  • Tesoura de ponta arredondada.
  • Cola bastão.
Ilustração. Um desenho humano de linhas finas deitado no chão com os braços apoiados atrás.

Etapa 1:

Para começar, com a orientação do professor, afastem as carteiras abrindo espaço no centro da sala de aula, formem duplas de trabalho e sigam as orientações:

  1. Decidam quem será o primeiro a se deitar sôbre o papel cráfiti para ter o corpo contornado.
  2. Estiquem o papel no chão e escrevam o nome de quem vai ser contornado em um dos cantos do papel. Enquanto um de vocês se deita e fecha os olhos, o outro colega contornará seu corpo sem tocá-lo diretamente. Quem for contornar deve escolher o riscador que mais corresponde à postura de quem está deitado. Podem ser usados materiais diversos para o contôrno, levando em conta que cada riscador poderá trazer efeitos variados de intensidade, côr, fórma, textura etcétera
Ilustração. Um desenho humano de linhas finas com a mão direita na cintura, sorrindo e com o braço esquerdo estendido para frente.
  1. Ao se deitar, procure uma postura sôbre o papel que corresponda ao modo como se sente no momento. É necessário que várias partes do corpo encostem no papel. Para isso, experimente se mover até encontrar uma posição que represente aquilo que sente, pensa e deseja no momento.
  2. Quem está deitado sôbre o papel deve tentar relaxar os músculos do corpo, respirar fundo, tentando sentir por onde está passando o contôrno, tentando visualizar qual será o desenho do contôrno que surgirá no papel.
  3. Quando o contôrno estiver concluído, quem está deitado deve abrir os olhos, levantar-se devagar e observar como ficou o contôrno do seu corpo no papel.
  1. Na sequência, troquem de lugar: quem fez o contôrno agora deverá se deitar sôbre o papel para ter o corpo contornado.
  2. Lembre-se de que, ao contornar o corpo do colega, você deve estar bem atento para perceber as impressões que aquele corpo lhe traz e, assim, escolher o riscador que corresponda à postura dele.
Ilustração. Um desenho humano de linhas finas com os braços levantados e os joelhos flexionados para pular.

Etapa 2:

Após a finalização de ambos os contornos, cada estudante deverá preencher o contôrno do próprio corpo com cores, fórmas diversas, palavras, poemas, colagens etcétera pensando nas seguintes questões:

  1. Como é o interior do corpo que foi delineado?
  2. O contôrno inicial revela algo sôbre como me sentia quando fui contornado?
  3. Quais sensações, emoções, pensamentos, memórias, desejos, medos, sonhos habitam o corpo que foi contornado?
  4. Como posso tentar expressar isso que é invisível de maneira visível?

Etapa 3:

Quando todos tiverem terminado de preencher os próprios contornos, organizem, na sala de aula ou em outro espaço da escola, uma exposição dos trabalhos, respondendo à pergunta: que emoções meu corpo expressa?

Ilustração. Um desenho humano de linhas finas com os braços levantados.

Glossário

dissecação
: ato de dissecar, isto é, cortar um organismo morto (vegetal ou animal) e dividi-lo em partes para melhor estudá-lo.
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Renascimento
: movimento artístico, cultural, científico e político que surgiu na Itália no século catorze e se estendeu até o século dezessete por toda a Europa.
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anatomia
: ciência que estuda a fórma e a estrutura física dos seres vivos.
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hip-hop
: movimento cultural popular surgido nos Estados Unidos, na década de 1970, desenvolvido principalmente por afro e latino- -americanos, e que se manifesta sob diversas fórmas.
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virtuosismo
: grande habilidade técnica na execução de atividades geralmente ligadas à Arte.
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partitura
: representação gráfica dos sons de determinada música.
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batuta
: bastão leve e geralmente feito de madeira com que os regentes dirigem e conduzem uma orquestra, banda ou coro.
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naipes
: família e/ou grupos dos instrumentos musicais. Há quatro famílias: cordas, madeiras, metais e percussão.
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Heterogêneo
: adjetivo que caracteriza algo não uniforme.
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bastidores
: espaço fóra do palco que não é visto pêlo público.
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pioneiro
: precursor, aquele que fez algo primeiro.
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trotar
: andar natural dos cavalos.
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GIF
: abreviatura de gréfics intertchengi formét; é um vídeo digital de curta duração, executado continuamente.
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abstrato
: que não é figurativo, que não retrata nada concreto representacional.
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