UNIDADE 1 Costumes, culturas e história
As propostas desta unidade do seu livro de Arte foram desenvolvidas em quatro etapas, que se completam:
eu SEI
Manifestações culturais
Observar fotografias que retratam as manifestações culturais que se evidenciam nos nossos lugares de vivência.
eu vou APRENDER
Capítulo 1 – Povos e culturas
Explorar a diversidade cultural de diferentes povos e as tradições de comunidades indígenas.
Capítulo 2 – Histórias e rituais
Conhecer a arte rupestre e rituais e mitos de diferentes povos.
Respostas e comentários
Bê êne cê cê NA UNIDADE
HABILIDADES
(ê éfe seis nove á érre zero um), (ê éfe seis nove á érre zero quatro), (ê éfe seis nove á érre dois cinco) (ê éfe seis nove á érre três um), (ê éfe seis nove á érre três dois), (ê éfe seis nove á érre três três), (ê éfe seis nove á érre três quatro), (ê éfe seis nove á érre três cinco)
COMPETÊNCIAS
Competências gerais: 1, 2, 3, 5, 6, 7, 8, 9 e 10
Competências específicas de Arte: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9
tê cê tês
- Diversidade cultural
- Educação para valorização do multiculturalismo nas matrizes históricas e culturais brasileiras
- Vida familiar e social
Objetivos
- Compreender que a Arte compartilha conhecimentos, sentimentos e impressões.
- Analisar o conceito de cultura.
- Valorizar as diferentes culturas no país.
- Reconhecer a importância da língua para a construção da cultura de um povo.
- Valorizar elementos da cultura indígena.
Introdução
Nesta unidade, serão apresentadas algumas relações entre cultura, mito, arte e beleza. Para tanto, serão explorados artistas e obras em diferentes contextos, possibilitando ao estudante analisar e valorizar o patrimônio cultural, material e imaterial de diversas culturas, especialmente a brasileira, com suas matrizes indígenas, africanas e europeias, de diversas épocas. Assim, serão trabalhadas as habilidades ê éfe seis nove á érre zero um, ê éfe seis nove á érre três um, ê éfe seis nove á érre três dois, ê éfe seis nove á érre três três, ê éfe seis nove á érre três quatro e ê éfe seis nove á érre três cinco. É exigida a habilidade de relacionar as práticas artísticas às diferentes dimensões da vida, experimentando diferentes fórmas de expressão artística e desenvolvendo processos de criação em artes visuais, trabalhando conjuntamente com a habilidade ê éfe seis nove á érre zero quatro. Dessa fórma, a unidade possibilita a compreensão de tradições, rituais, costumes e manifestações históricas e artísticas de diferentes povos, além de permitir a identificação das que ocorrem na comunidade escolar para a familiarização com a complexidade do mundo e o respeito à diversidade.
eu APRENDI
Desenvolver atividades de verificação, sistematização, reflexão e ampliação da aprendizagem.
vamos COMPARTILHAR
Dramatização dos mitos
Elaborar pesquisa e dramatização sôbre mitos que tenham relação com a comunidade em que você vive.
OBJETIVOS GERAIS
▶ Possibilitar a compreensão das tradições, dos rituais, dos costumes e das manifestações históricas e artísticas de diferentes povos. ▶ Identificar as manifestações culturais que ocorrem na comunidade escolar para familiarização com a complexidade do mundo e o respeito às diversidades.Respostas e comentários
A unidade propõe constituir relações entre os conteúdos apresentados e a realidade dos estudantes por meio da análise e da exploração da definição de arte e cultura. Assim, os estudantes serão levados a compreender que a arte é um fenômeno cultural social e histórico. A partir da análise de diferentes culturas e do estudo de seus mitos e ritos, eles serão levados a estabelecer ligações com manifestações da atualidade.
• ATIVIDADES PREPARATÓRIAS
Leia a estrutura da unidade de maneira compartilhada, explicando cada etapa: Eu sei, Eu vou aprender, Eu aprendi e Vamos compartilhar. Explique aos estudantes que eles percorrerão todo o processo para a construção do conhecimento.
eu SEI
Manifestações culturais
Observe as imagens a seguir que retratam manifestações culturaisglossário de diferentes lugares do Brasil.
Respostas e comentários
HABILIDADE
(ê éfe seis nove á érre três quatro) Analisar e valorizar o patrimônio cultural, material e imaterial, de culturas diversas, em especial a brasileira, incluindo suas matrizes indígenas, africanas e europeias, de diferentes épocas, e favorecendo a construção de vocabulário e repertório relativos às diferentes linguagens artísticas.
COMPETÊNCIAS
Competências gerais: 1, 3, 6
Competências específicas de Arte: 1, 8 e 9
tê cê tês
- Diversidade cultural
- Educação para valorização do multiculturalismo nas matrizes históricas e culturais brasileiras
• ATIVIDADES PREPARATÓRIAS
Para dar início à unidade, leia de maneira compartilhada a seção Eu sei, que privilegia os conhecimentos prévios dos estudantes. Realize uma roda de conversa sôbre as manifestações artísticas de sua região antes do início da pesquisa. Estimule o debate evidenciando elementos como o artesanato e a culinária, que são elementos importantes nas manifestações populares.
Durante o debate, analise as imagens. Peça aos estudantes que descrevam os elementos observados na imagem do Festival de Parintins. Em seguida, apresente para a turma a imagem que mostra a produção do queijo da canastra. Explique o que é o queijo da canastra, de acôrdo com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (ifãn):
reticências …Esse bem imaterial constitui um conhecimento tradicional e um traço marcante da identidade cultural dessas regiões. A produção artesanal do queijo de leite cru representa uma alternativa bem-sucedida de conservação e aproveitamento da produção leiteira regional, em áreas cuja geografia limita o escoamento dessa produção.
reticências
BRASIL. Modo Artesanal de Fazer Queijo de Minas. Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, Brasília, Distrito Federal, [2014 data provável]. Disponível em: https://oeds.link/1CK5r9. Acesso em: 20 maio 2022.
Analise a imagem que mostra o artesanato Kalapalo, com as cores das pinturas indígenas, e debata a imagem da bibliotecária contando histórias, enfatizando que elas também fazem parte da cultura de um povo.
- Organizados em grupos, investiguem em livros, revistas ou na internet uma imagem que melhor retrate uma manifestação cultural característica do lugar onde vocês moram. Evidenciem festas, danças, músicas ou peças de artesanato como exemplo.
- Usando a imagem selecionada, elaborem no caderno uma legenda explicativa para a manifestação retratada.
- Com a orientação do professor, confeccionem um painel com as imagens e as legendas das manifestações artísticas selecionadas e compartilhem com os colegas.
Respostas e comentários
1 a 3. Respostas pessoais. Ver orientações em Atividades de desenvolvimento.
• ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
- Divida a turma em grupos com 3 a 4 estudantes para, juntos, pesquisarem as manifestações culturais que se destacam no lugar onde eles moram. Cada grupo deverá selecionar uma imagem, evitando que haja repetição de imagens escolhidas por dois ou mais grupos. Instrua os grupos a analisarem os elementos que se destacam na imagem selecionada.
- Estimule os estudantes a ler as legendas de outras imagens do livro para analisar as informações que elas devem conter.
- Organize um espaço para a exposição das imagens. Se possível, convide outras turmas a analisar e conhecer o trabalho.
Para observar e avaliar
Avalie se os estudantes atingiram os objetivos esperados de acôrdo com as habilidades e as competências gerais e específicas da seção. Converse com a turma e, caso contrário, realize o atendimento individualizado dos estudantes, de modo a sanar qualquer dúvida acêrca do tema abordado nas páginas.
eu vou APRENDER Capítulo 1
Povos e culturas
No decorrer do tempo, os seres humanos utilizaram inúmeras ferramentas para se expressar e transmitir conhecimentos. Em muitos casos, fomos capazes de encontrar meios para manter viva a nossa história e a de nosso povo.
Com o passar do tempo e o desenvolvimento humano, ampliaram-se as possibilidades de criação e de transmissão de conhecimentos. Ao ler livros, acessar redes sociais, jogar vídeogueimes e assistir a filmes, séries ou telenovelas, entre outras possibilidades, as pessoas buscam adquirir informações, lazer ou entretenimento.
1. Observem as imagens e, com base nelas, elaborem uma lista com as fórmas que vocês utilizam no cotidiano para adquirir informações ou se divertir.
Respostas e comentários
1. Resposta pessoal. Ver orientações em Atividades de desenvolvimento.
HABILIDADE
(ê éfe seis nove á érre três quatro) Analisar e valorizar o patrimônio cultural, material e imaterial, de culturas diversas, em especial a brasileira, incluindo suas matrizes indígenas, africanas e europeias, de diferentes épocas, e favorecendo a construção de vocabulário e repertório relativos às diferentes linguagens artísticas.
COMPETÊNCIAS
Competências gerais: 1, 3, 6
Competências específicas de Arte: 1, 2, 8 e 9
tê cê tês
- Diversidade cultural
- Educação para valorização do multiculturalismo nas matrizes históricas e culturais brasileiras
- Vida familiar e social
• ATIVIDADES PREPARATÓRIAS
Oriente os estudantes a se organizarem em grupos e a debaterem sôbre as fórmas que os seres humanos utilizam no cotidiano para a transmissão de conhecimentos. Para que a atividade fique mais interessante, oriente a formação dos grupos de modo que os estudantes que geralmente não têm muito contato se reúnam. É possível que, por meio da discussão, eles descubram pontos em comum e se aproximem.
• ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
1. A proposta, além de estimular a socialização entre os estudantes, visa identificar quais atividades eles gostam de realizar. Se julgar interessante, escolha a atividade mais mencionada pelos estudantes e reserve um momento da aula para realizá-la na sala ou na escola. Tal dinâmica auxiliará o entrosamento dos estudantes e reforçará seus laços de amizade.
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OBJETOS DE CONHECIMENTO |
HABILIDADES |
|---|---|
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Contextos e práticas |
(EF69AR01) |
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Contextos e práticas |
(EF69AR31) |
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Processos de criação |
(EF69AR32) |
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Patrimônio cultural |
(EF69AR34) |
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Arte e tecnologia |
(EF69AR35) |
ARTE CONECTANDO POVOS
Por meio de expressões, sons, palavras e imagens podemos compartilhar conhecimentos, sentimentos e impressões sôbre nós mesmos e o mundo à nossa volta.
Nas imagens, observamos diferentes manifestações artísticas e culturais no Brasil e no mundo. A arte como fórma de comunicação e expressão possibilita nossa conexão com diferentes pessoas e culturas. Muitos elementos compõem a cultura de um povo ou de uma comunidade. Vamos conhecer algumas dessas culturas nesta unidade.
Respostas e comentários
• Resposta pessoal. Ver orientações em Atividades de desenvolvimento.
• ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
Converse com os estudantes sôbre as diferentes culturas presentes em seu contexto. Deixe-os expressar suas impressões sôbre o tema. Explique que podemos encontrar modos de ser e estar no mundo diferentes do nosso, mas que todos devem ser respeitados. Dê atenção ao fato de que não devemos partir do princípio de que estamos sempre com a razão, dando abertura para conhecer os pontos de vista do “outro”.
Para observar e avaliar
Avalie se os estudantes atingiram os objetivos esperados de acôrdo com as habilidades e as competências gerais e específicas da seção. Converse com a turma e, caso contrário, proponha que os estudantes se dividam em duplas, de modo que o estudante que melhor entendeu a proposta da seção auxilie aquele que não atingiu o objetivo esperado.
O QUE É CULTURA?
Originalmente, a palavra cultura foi associada ao ato de tratar ou de cultivar plantas. Com o decorrer do tempo, a palavra começou a ser utilizada para a ação de desenvolver conhecimentos, no sentido de “cultivar” o pensamento.
A cultura, na atualidade, retrata o conjunto de práticas, comportamentos e tradições que caracterizam um povo, uma comunidade ou um grupo. As diversas culturas presentes em um país podem ser expressas por meio de suas línguas, comidas, roupas, festas populares, danças, músicas, histórias e costumes.
2. Observem a imagem e descrevam os adornos e adereços utilizados pelos Kamaiurá que se destacam na vestimenta da festa.
3. A fórma como vocês se vestem ou se penteiam diz algo sôbre vocês ou sôbre o lugar onde vocês vivem? Expliquem a resposta.
Para algumas comunidades indígenas, por exemplo, enfeitar o corpo com pinturas e ornamentosglossário é uma prática que pode ocorrer no dia a dia ou em festas e outros eventos, como observamos na fotografia dos Kamaiurá.
Esses aspectos culturais geralmente são transmitidos de geração a geração e variam em cada povo. Dessa fórma, pode-se dizer que não existe uma única cultura, mas várias culturas.
Respostas e comentários
2. e 3. Respostas pessoais. Ver orientações em Atividades de desenvolvimento.
HABILIDADE
(ê éfe seis nove á érre três quatro) Analisar e valorizar o patrimônio cultural, material e imaterial, de culturas diversas, em especial a brasileira, incluindo suas matrizes indígenas, africanas e europeias, de diferentes épocas, e favorecendo a construção de vocabulário e repertório relativos às diferentes linguagens artísticas.
COMPETÊNCIAS
Competências gerais: 9 e 10
Competências específicas de Arte: 1, 2, 3, 6 e 7
tê cê tês
- Diversidade cultural
- Educação para valorização do multiculturalismo nas matrizes históricas e culturais brasileiras
• ATIVIDADES PREPARATÓRIAS
Leia o texto de maneira compartilhada com os estudantes e, para estimular o diálogo, pergunte a eles quais são suas comidas favoritas. A partir das respostas, pergunte quem as faz e onde a pessoa que faz a comida aprendeu tal receita. Esse pode ser um ponto de partida para estimulá-los a perceber como as manifestações culturais fazem parte de suas vidas.
• ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
2. Oriente os estudantes na leitura das imagens, solicitando que descrevam seus elementos.
3. O objetivo desta atividade é levar os estudantes a refletirem e relacionarem suas próprias vivências ao que foi apresentado no texto e nas imagens. Ajude-os a perceber aspectos pessoais que os conectam às suas famílias ou comunidades e a pensar em outros exemplos de pessoas que pintam o corpo ou utilizam determinado tipo de roupa, como a caracterização de atores quando estão em cena e de participantes de festas populares como o Carnaval.
Explique que, também nesses casos, o ato de enfeitar o corpo e usar roupas e acessórios tem um significado. O tratamento dado ao corpo possui um significado simbólico que vai além do embelezamento, e a pintura corporal e os adornos utilizados são linguagens que podem ser marcas de identificação étnica e informar a respeito de sexo, idade e condição social. Questione-os sôbre qual seria tal significado, deixando que expressem suas percepções e opiniões.
Várias culturas
A cultura abrange muitos aspectos da vida das pessoas e de um povo, entre eles está a alimentação. O preparo de alimentos, por exemplo, pode seguir alguns costumes, dependendo de onde será consumido. Nas culturas japonesa e peruana, entre outras, o peixe geralmente é ingerido cru. Já em alguns lugares do Brasil é comum consumir o peixe cozido.
- Que tal conhecer pratos típicos brasileiros? Para esta atividade, sigam as orientações.
- Organizados em grupos, pesquisem em livros ou na internet textos e imagens de pratos típicos de diferentes lugares do Brasil.
- Investiguem e descrevam os pratos escolhidos pêlo grupo, indicando a origem e a história, os principais ingredientes e o modo de preparo.
- Compartilhem os resultados das investigações com os colegas da turma.
Além da alimentação, a língua é outro aspecto da cultura de um povo. Utilizadas para a comunicação, as línguas ou os idiomas falados expressam as diferentes fórmas que os povos compreendem o mundo. No Brasil, apesar de a maioria das pessoas falar a mesma língua, cada lugar pode apresentar palavras diferentes para nomear o mesmo objeto ou produto, como aipim, mandioca e macaxeira, que são palavras que designam o mesmo alimento, muito utilizado em diferentes partes do país.
Respostas e comentários
4. Ver orientações em Atividades de desenvolvimento.
• ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
- Para o encaminhamento da atividade, siga os passos a seguir:
- Organize os estudantes em cinco grupos e oriente a pesquisa, dividindo-os pêlas regiões político administrativas do Brasil. Caso a turma seja grande, pode-se repetir a região do Brasil, porém solicitando que os grupos pesquisem comidas diferentes.
- Oriente os grupos a pesquisar os pratos típicos de cada região e a registrar os resultados. Ofereça um roteiro de pesquisa com os seguintes itens: nome da receita, sua origem, história e modo de preparo.
- Por fim, organize a turma em círculo para que cada grupo compartilhe o resultado da pesquisa.
Para observar e avaliar
Avalie se os estudantes atingiram os objetivos esperados de acôrdo com as habilidades e as competências gerais e específicas da seção. Converse com a turma e, caso algum estudante não tenha atingido o objetivo esperado, proponha que realize uma pesquisa em dupla. O estudante ficará livre para escolher o tema de sua pesquisa, desde que relacionado ao objeto de estudo da seção. Peça a ele que compartilhe o que foi pesquisado com o restante da turma.
Para ampliar
Veja informações sôbre as comidas típicas regionais em: MINISTÉRIO DO TURISMO. Brasil: um prato cheio para o turismo. Publicado em: 13 março 2015. Disponível em: https://oeds.link/ugSNoY. Acesso em: 20 maio 2022. O texto apresenta pratos típicos de regiões brasileiras, como o acarajé na região Nordeste, a moqueca capixaba na região Sudeste, entre outros.
Línguas e culturas
As palavras trazem significados e revelam muito da fórma como as pessoas entendem o mundo. Ao descrever paisagens, acontecimentos ou objetos, a língua ou o idioma expressa o modo de pensar e os saberes construídos no decorrer da história de um povo.
Estudiosos do assunto dizem que no mundo são faladas mais de 6 mil línguas e aproximadamente 150 delas são faladas pelos povos originários no Brasil.
No passado, antes da chegada dos portugueses ao Brasil, eram faladas cêrca de uma duzentas línguas diferentes. Isso quer dizer que mais de mil delas deixaram de existir ao longo do processo de colonização.
Clique no play e acompanhe a reprodução do Áudio.
Transcrição do áudio
Minha pátria, minha língua
Locutora: Minha pátria, minha língua.
Áudio com música de mulheres da tribo Kayapó
Locutora: Nada é mais marcante para um povo, para uma comunidade, do que sua cultura. O conjunto de tradições, de condutas e de expressões artísticas ajuda a determinar a identidade das pessoas.
Comidas e trajes típicos, danças e estilos de música próprios, a história e os costumes são os elementos que, juntos, formam a cultura de uma nação.
Áudio com música de mulheres da tribo Kayapó
Locutora: Entre todos esses elementos, vale destacar a língua, um dos grandes pilares da cultura de um povo. A língua que falamos não é apenas um conjunto de regras gramaticais e palavras que se unem para que possamos nos comunicar. Tem a ver com quem somos, como vivemos e quais nossas tradições. Quando falamos ou escrevemos, a escolha de palavras traduz nossa origem, a forma como vemos o mundo e como queremos que as pessoas nos entendam.
Áudio com música de mulheres da tribo Kayapó
Locutora: O português que falamos no Brasil, apesar de ser um pouco diferente de região para região, é uma união da língua falada em Portugal, que vem do latim, com as línguas dos nossos povos originários. Nomes de locais, alimentos, animais e plantas comumente têm origem nos idiomas indígenas. Quer alguns exemplos?
Pipoca, tamanduá, Jaboatão dos Guararapes e samambaia.
Áudio com música de mulheres da tribo Kayapó
Locutora: Segundo dados do censo 2010 do IBGE, 274 línguas indígenas são faladas no Brasil por 305 etnias diferentes, sendo que 17,5% da população indígena não fala o português. Mas mesmo esses números parecendo tão altos, 190 dessas línguas indígenas estão correndo risco de desaparecer. Esse é o mapeamento que aparece no Atlas das Línguas em Perigo, da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, a Unesco, publicado em 2009. O êxodo rural e a ocupação indiscriminada da Amazônia são alguns dos fatores que estão levando ao desaparecimento dessas línguas.
Áudio com música de mulheres da tribo Kayapó
Locutora: E qual é o motivo de a preservação das línguas nativas ser tão importante? Um pequeno trecho do texto “Povos indígenas no Brasil mirim”, publicado pelo Instituto Socioambiental dá a resposta:
Vinheta musical
Narradora: “A diversidade das línguas é importante porque cada língua reúne um conjunto de conhecimentos únicos, saberes de um povo. Assim a perda de qualquer língua é, antes de tudo, uma perda para toda a humanidade.”
Vinheta musical
Locutora: Para manter viva não só a língua originária, mas preservar também a cultura de uma população, muitos povos indígenas ensinam tanto o português quanto a língua local às crianças. Ouça agora o depoimento de Adão Francisco Henrique, falante de Nheengatu, da etnia Baré.
Depoimento de Adão Francisco Henrique: “A língua para a gente é uma identidade. Onde vamos andar, seja na cidade, em outras comunidades, em outros povos, nós vamos falar a nossa língua.
Preservar nossa imagem, nossa cultura através da língua. Para isso, as crianças são ensinadas, alfabetizadas primeiramente com Nheengatu. Logo em seguida, aprendem português.”
Áudio com música de mulheres da tribo Kayapó
Locutora: Créditos. Todos os áudios inseridos neste conteúdo são da Freesound. A entrevista com Adão Francisco foi veiculada no “Minuto IBGE”, programa da Rede Nacional de Rádio. O texto “Povos indígenas no Brasil mirim”, publicado pelo Instituto Socioambiental, pode ser encontrado no site mirim.org.
Como uma língua deixa de existir?
Uma língua está em risco de extinção quando ela deixa de ser transmitida de uma geração para outra; quando os falantes param de usá-la ou só a usam em um número pequeno de situações de comunicação.
Na maioria das vezes, a quebra da transmissão da língua se dá quando os pais ainda falam com seus próprios pais na língua materna, mas não fazem o mesmo com seus filhos.
A diversidade das línguas é importante porque cada língua reúne um conjunto de conhecimentos únicos, saberes de um povo. Assim, a perda de qualquer língua é, antes de tudo, uma perda para toda a humanidade.
reticências
POVOS indígenas no Brasil mirim. São Paulo: Instituto Socioambiental, 2015. página 15.
5. Releiam a frase:
“reticências Assim, a perda de qualquer língua é, antes de tudo, uma perda para toda a humanidade. reticências”
Respostas e comentários
5. Resposta pessoal. Ver orientações em Atividades de desenvolvimento.
HABILIDADES
(ê éfe seis nove á érre três quatro) Analisar e valorizar o patrimônio cultural, material e imaterial, de culturas diversas, em especial a brasileira, incluindo suas matrizes indígenas, africanas e europeias, de diferentes épocas, e favorecendo a construção de vocabulário e repertório relativos às diferentes linguagens artísticas.
(ê éfe seis nove á érre três cinco) Identificar e manipular diferentes tecnologias e recursos digitais para acessar, apreciar, produzir, registrar e compartilhar práticas e repertórios artísticos, de modo reflexivo, ético e responsável.
COMPETÊNCIAS
Competências gerais: 9 e 10
Competências específicas de Arte: 1 e 9
tê cê tês
- Diversidade cultural
- Educação para valorização do multiculturalismo nas matrizes históricas e culturais brasileiras
- Vida familiar e social
• ATIVIDADES PREPARATÓRIAS
Realize a leitura compartilhada do texto com os estudantes e identifiquem e pesquisem as possíveis palavras ou termos desconhecidos. Em seguida, converse com eles sôbre a necessidade que temos de nos comunicar no nosso cotidiano.
• ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
5. Analise a frase “Como uma língua deixa de existir?” e, durante o debate, explique que o desaparecimento de qualquer língua representa uma perda para toda a humanidade, pois as línguas expressam o modo de pensar e os saberes constituídos dos povos no decorrer da história.
Línguas se mesclam
No Brasil, a língua portuguesa possui muitas palavras que têm origem em idiomas dos povos originários e dão nome a alimentos, plantas, animais, lugares etcétera Descubra algumas palavras derivadas das línguas indígenas que foram incorporadas ao nosso vocabulário.
Mingau – mi-caú = feito de papas. Papa de farinha de trigo ou de mandioca.
Pamonha – apá-mimõia = envolvido e cozido. bôlo de milho verde, leite de coco, manteiga, canela, erva-doce, açúcar e cozido nas folhas do próprio milho.
Pipoca – pi(ra) = pele; poca = rebentar; a pele rebentada. É o produto dos grãos de milho estourados/arrebentados em panela, no calor do fogo (eles explodem quando aquecidos).
Tamanduá – ta-monduá = o caçador de formiga. Habita regiões da América Central e América do Sul. No Brasil, é encontrado principalmente na região Centro-Oeste. Alimenta-se de formigas e de cupins que apanha com sua longa língua.
Tucano – tu-can = que bate forte. Seu bico é muito grande, quase com o tamanho do resto do corpo e é oco. Alimenta-se principalmente de larvas, ovos e frutas.
Fonte: DICIONÁRIO Ilustrado Tupi Guarani. Disponível em: https://oeds.link/zhjP5h. Acesso em: 9 abril 2022.
Imagens fora de proporção real.
- Que tal descobrir palavras de origem indígena? Para a atividade, sigam as orientações.
- Pesquisem em livros ou na internet três palavras de origem indígena que utilizamos no dia a dia.
- Investiguem e descrevam a que língua essas palavras pertencem e o significado delas. Façam desenhos para ilustrar cada palavra.
- Compartilhem os resultados das investigações com os colegas da turma.
Respostas e comentários
6. Ver orientações em Atividades de desenvolvimento.
• ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
- Para o encaminhamento da atividade, siga os passos a seguir:
- Organize os estudantes em grupos e oriente a pesquisa de palavras de origem indígena. Peça a eles que iniciem listando algumas palavras e depois solicite que busquem novas palavras. Forneça-lhes a lista de palavras elencadas.
- Oriente os grupos a pesquisar sôbre as palavras, dividindo-as entre eles.
- Por fim, organize uma exposição na sala de aula em que apresentarão seus resultados.
Texto complementar
Algumas línguas indígenas são mais semelhantes entre si do que outras, mostrando que elas têm origens comuns, apesar de terem sofrido mudanças ao longo do tempo.
Os especialistas em línguas, os linguistas, estudam as semelhanças e as diferenças entre elas e as organizam em troncos e famílias linguísticas.
O tronco linguístico é um conjunto de línguas que têm a mesma origem: uma língua mais antiga, que não é mais falada. reticências
Já uma família linguística é um conjunto de línguas que também possuem uma origem comum, mas que apresentam mais semelhanças entre si.
No Brasil, existem dois troncos: o Macro-Jê, com 9 famílias, e o Tupi, 10 famílias. Há também 20 famílias que por quase não apresentarem semelhança não podem ser agrupadas em troncos linguísticos.
reticências
INSTITUTO SOCIOAMBIENTAL (Ísa). Troncos e famílias linguísticas. Povos indígenas no Brasil Mirim, [sem local], [anos 2000]. Disponível em: https://oeds.link/bsIQ32. Acesso em: 20 maio 2022.
Para observar e avaliar
Avalie se os estudantes atingiram os objetivos esperados de acôrdo com as habilidades e as competências gerais e específicas da seção. Caso algum estudante não tenha atingido o objetivo esperado, proponha que a turma se divida em duplas, nas quais um estudante que entendeu a seção auxiliará aquele que ainda apresenta dificuldade. Solicite-lhes que releiam, juntos, as páginas e refaçam também as atividades. Ao final, atenda individualmente o estudante com mais dificuldade e verifique se ele alcançou os objetivos esperados.
COSTUMES E TRADIÇÕES INDÍGENAS
Os uaiãpí são um povo originário de aproximadamente uma duzentas pessoas distribuídas em 48 aldeias no Brasil (nos estados do Pará e do Amapá) e na Guiana Francesa, país que faz fronteira com o Brasil.
Para os uaiãpí, dar o nome a um bebê recém-nascido é algo de grande importância, pois eles acreditam que, se o nome não for dado lógo que a criança nasce, ela pode adoecer e até mesmo morrer. Na maior parte das vezes, são os avós ou os pais que escolhem os nomes dos recém-nascidos e, geralmente, são os mesmos nomes de seus antepassados.
Respostas e comentários
HABILIDADE
(ê éfe seis nove á érre três quatro) Analisar e valorizar o patrimônio cultural, material e imaterial, de culturas diversas, em especial a brasileira, incluindo suas matrizes indígenas, africanas e europeias, de diferentes épocas, e favorecendo a construção de vocabulário e repertório relativos às diferentes linguagens artísticas.
COMPETÊNCIAS
Competências gerais: 1, 3 e 8
Competências específicas de Arte: 7 e 9
tê cê tês
- Diversidade cultural
- Educação para valorização do multiculturalismo nas matrizes históricas e culturais brasileiras
- Vida familiar e social
• ATIVIDADES PREPARATÓRIAS
Realize a leitura compartilhada do texto com os estudantes e converse sôbre a a importância do nome na tradição dos uaiãpí. Avalie as impressões e os comentários dos estudantes, estimulando visões empáticas.
• ATIVIDADES COMPLEMENTARES
Para iniciar, informe aos estudantes que a palavra “nome” é utilizada para designar pessoas e também lugares, objetos, animais etcétera Cite que é um dos Direitos Fundamentais dos seres humanos e que o nome civil é aquele que consta no registro de nascimento de uma pessoa. Peça que cada estudante escreva em uma folha o nome civil e que elabore um desenho ou uma colagem para representar a origem dele.
Este texto descreve como o nome é algo pessoal para os uaiãpí e não pode ser pronunciado sem cuidado.
reticências
Quando ainda é criança, a gente pode chamar a pessoa pelo nome.
Quando é jovem ou já está começando a ficar adulta, é impossível chamar a pessoa pelo nome próprio, senão ela fica brava.
Quando a pessoa está longe, daí pode chamar pelo nome.
Quando ela está perto, não pode chamar pelo nome.
Existe outro jeito de chamar a pessoa sem ser pelo nome.
Chamamos as pessoas pela relação de parentesco.
Existem palavras certas para diferenciar qualquer pessoa da comunidade.
Tem palavras usadas só pelas mulheres e outras usadas só pelos homens. Para nós, existem mais de 60 palavras diferentes para tratar e respeitar cada pessoa do jeito certo.
reticências
apina – Conselho de Aldeias uaiãpí. Jane Reko Mokasia: Organização Social uaiãpí. Disponível em: https://oeds.link/zay1Dr. Acesso em: 9 abril 2022.
- sôbre a escolha do seu nome, responda às perguntas no caderno.
- Quem escolheu o seu nome? Você sabe quais foram as razões para escolhê-lo?
- Tem alguém que você chame por um nome especial e carinhoso? Quem? Por que você chama essa pessoa assim?
c. Com a orientação do professor, conversem e compartilhem as respostas elaboradas.
Respostas e comentários
7. Respostas pessoais. Ver orientações em Atividades de desenvolvimento.
• ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
7. Debata as perguntas a) e b) com os estudantes e, na questão c), oriente o compartilhamento das respostas. Deixe-os compartilhar histórias e curiosidades sôbre seus nomes, apelidos ou nomes carinhosos dados a familiares, responsáveis, vizinhos e amigos. Caso alguém pareça se envergonhar do próprio nome ou não queira problematizar as questões, respeite sua posição e não permita que os demais estudantes exponham o colega. Se possível, peça a eles que estabeleçam comparações entre a própria cultura e o povo uaiãpí, em relação à importância e ao tratamento dados ao nome pessoal.
Para observar e avaliar
Avalie se os estudantes atingiram os objetivos esperados de acôrdo com as habilidades e as competências gerais e específicas da seção. Caso algum não tenha alcançado os objetivos, realize um atendimento individualizado de modo a sanar dúvidas e questionamentos restantes.
Arte cussíua
Os uaiãpí decoram o corpo e os seus objetos com muita criatividade, como se pode ver nas imagens a seguir. A pintura corporal e a arte gráfica deles são chamadas de arte cussíua. Por meio dela, eles expressam suas tradições e lendas, que ressaltam a diversidade de seres que habitam o Universo.
A pintura corporal é uma atividade do cotidiano dos uaiãpí. Geralmente, os homens são pintados pêlas esposas e as esposas, pelos maridos. Os rapazes e as moças pintam o próprio corpo com o auxílio de espelhos e as mães enfeitam o corpo dos filhos pequenos.
Respostas e comentários
HABILIDADE
(ê éfe seis nove á érre três quatro) Analisar e valorizar o patrimônio cultural, material e imaterial, de culturas diversas, em especial a brasileira, incluindo suas matrizes indígenas, africanas e europeias, de diferentes épocas, e favorecendo a construção de vocabulário e repertório relativos às diferentes linguagens artísticas.
COMPETÊNCIAS
Competências gerais: 1 e 3
Competências específicas de Arte: 7 e 9
tê cê tês
- Diversidade cultural
- Educação para valorização do multiculturalismo nas matrizes históricas e culturais brasileiras
- Vida familiar e social
• ATIVIDADES PREPARATÓRIAS
Após a leitura do texto, explique aos estudantes que a pintura corporal não é uma prática exclusiva dos indígenas do Brasil; também está presente em outras culturas, como a indiana e a maori, da Nova Zelândia. No filme Moana – Um Mar de Aventuras (2016), o personagem Maui é inspirado na cultura maori.
Diga-lhes que esse personagem apresenta desenhos no corpo, de acôrdo com a tradição maori. Para o povo Maori, a tatuagem é um rito de passagem altamente reverenciado. As tatuagens começam a ser realizadas durante a adolescência. Os desenhos são muito detalhados e mostram não só a habilidade do tatuador, mas também a cultura do povo.
Em ocasiões de festas, como na Festa do Pacu Açu, além das pinturas corporais, os uaiãpí enfeitam-se com colares, bandoleirasglossário glossário e outros adornos de arte plumária.
A arte cussíua, que recebeu o título de Patrimônio Cultural Imaterialglossário da Humanidade em 2003, é utilizada para decorar peças de cerâmica e de tecelagem, como bolsas, tipoiasglossário e cestos, como representado nas fotografias.
8. Com a orientação do professor, descrevam as ocasiões em que vocês enfeitam seu corpo.
- Citem o tipo de adornos ou enfeites que vocês utilizam e o tipo de material com os quais eles são produzidos.
- Citem alguns costumes e tradições de suas famílias ou de suas comunidades em que esses adornos ou enfeites são utilizados.
Respostas e comentários
8. a 10. Respostas pessoais. Ver orientações em Atividades de desenvolvimento.
• ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
- A pergunta leva os estudantes a perceberem semelhanças entre seus costumes e os dos indígenas. É provável que eles citem como resposta o uso de maquiagem para passeios, festas sociais e datas comemorativas, além de roupas e acessórios especiais para determinadas ocasiões.
- Caso o debate se restrinja às meninas, interfira apontando outros exemplos, como a caracterização feita no Carnaval, ressaltando que maquiagem não é uma prática exclusivamente feminina.
- Auxilie os estudantes a listarem costumes e tradições de suas famílias ou comunidades. Caso estejam envolvidos em contextos culturais específicos, saliente esse aspecto. Algumas possíveis respostas são: tradições de origem religiosa, como Natal, ránuca ou Ramadã; comidas típicas em certos locais e épocas, como churrasco e arroz de carreteiro da região Sul; ou ainda festas populares, como o Bumba meu boi, no Maranhão. É importante orientá-los a compreender e respeitar a coexistência de todos esses costumes na sociedade.
Para observar e avaliar
Avalie se os estudantes atingiram os objetivos esperados de acôrdo com as habilidades e as competências gerais e específicas da seção. Caso contrário, solicite que os estudantes em questão realizem uma pesquisa acêrca dos costumes de pintura corporal e dos outros temas abordados durante a seção. Em seguida, peça-lhes que apresentem esses resultados para o restante da turma e refaça as perguntas anteriores, de modo que possam alcançar os objetivos idealizados para a seção.
Para ampliar
Para mais informações sôbre os uaiãpí e a arte cussíua, acesse o dossiê do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (ifãn). Disponível em: https://oeds.link/GJAXdf. Acesso em: 29 abril 2022. Os temas passam pêlo modo de vida e tradições dos uaiãpí, a tradição cultural, as questões a respeito da proteção contra a exploração das manifestações culturais, entre outros.
Pintura corporal entre os uaiãpí
Para decorar o corpo, os uaiãpí produzem três cores de tinta: o vermelho-claro, o vermelho-escuro e o preto-azulado.
Respostas e comentários
HABILIDADES
(ê éfe seis nove á érre zero um) Pesquisar, apreciar e analisar fórmas distintas das artes visuais tradicionais e contemporâneas, em obras de artistas brasileiros e estrangeiros de diferentes épocas e em diferentes matrizes estéticas e culturais, de modo a ampliar a experiência com diferentes contextos e práticas artístico-visuais e cultivar a percepção, o imaginário, a capacidade de simbolizar e o repertório imagético.
(ê éfe seis nove á érre três quatro) Analisar e valorizar o patrimônio cultural, material e imaterial, de culturas diversas, em especial a brasileira, incluindo suas matrizes indígenas, africanas e europeias, de diferentes épocas, e favorecendo a construção de vocabulário e repertório relativos às diferentes linguagens artísticas.
COMPETÊNCIAS
Competências gerais: 2 e 3
Competências específicas de Arte: 3 e 4
tê cê tês
- Diversidade cultural
- Educação para valorização do multiculturalismo nas matrizes históricas e culturais brasileiras
- Vida familiar e social
• ATIVIDADES PREPARATÓRIAS
Leia o texto com os estudantes e pergunte se já conhecem algum dos pigmentos. Explique que o urucum produz um corante chamado colorau, muito usado em diferentes culinárias. Assim, retome o debate sôbre a culinária das regiões, evidenciando a influência indígena na culinária brasileira.
O texto complementar apresenta a relação do grafismo uaiãpí com os mitos de criação do povo.
Se julgar pertinente, faça a leitura em sala de aula com os estudantes ou apenas compartilhe com eles alguns pontos fundamentais do texto.
Texto complementar
reticências Pela tradição oral dos uaiãpí, a origem das cores e dos padrões gráficos remonta aos tempos primevos, quando surgiram os ancestrais da humanidade atual. Antes disso, não existiam cores nem fórmas distintas entre os habitantes do mundo: todos eram iguais, sem diferenças marcadas em seus corpos, em suas línguas ou em seus conhecimentos e práticas de vida. A aparência era a mesma para todos, mas não os repertórios musicais, nem os conhecimentos. Foi durante uma grande festa que coube ao demiurgo Janejar promover a separação entre homens e animais, destinando a cada um seu espaço diferenciado e organizando, assim, a vida em sociedade. Os futuros homens e animais exibiam seus cantos e suas danças. Uma parte dêsses primeiros seres, que dançavam à beira do primeiro rio, caíram n’água e se transformaram em peixes. A partir de então, passaram a servir de alimento para os humanos. No fundo das águas, entretanto, peixes e cobras aquáticas continuam vivendo e festejando. Somente os xamãs podem acessar sem perigo esse domínio, percebendo esses seres como realmente são: “como a gente”. De acôrdo com a tradição oral, no centro da pequena terra originária havia um grande lajedo de pedra onde vivia um ser poderoso e muito temido que foi morto pelos humanos. Ao morrer, entretanto, transformou-se numa imensa cobra, a anaconda – ou moju, na língua uaiãpí. reticências.
reticências Existem muitas narrativas, na tradição oral dos uaiãpí, que explicam como se repartiu o contrôle dos espaços que se constituem até hoje como abitá das espécies que povoam as águas, a floresta, as montanhas, os céus e as bordas da terra. Nessa distribuição, a humanidade tem um lugar específico, mas sempre instável, já que os homens não encontraram pronto seu domínio, tendo que forjá-lo, alterando o ambiente para criar roças, aldeias e caminhos. Precisaram ainda do apôio dos animais que, de acôrdo com a tradição, lhes ensinaram diversas técnicas necessárias à vida na floresta, além de lhes transmitirem seus repertórios musicais e de padrões decorativos. reticências.
reticências Para os uaiãpí, os humanos não são donos da diversidade existente na terra. Por esta razão, a ruptura no padrão comedido e respeitoso de relações entre esses múltiplos domínios e ambientes, representa uma ameaça para a atual humanidade.
EXPRESSÃO gráfica e oralidade entre os uaiãpí do Amapá. Rio de Janeiro: ifãn, 2006. Disponível em: https://oeds.link/GJAXdf. Acesso em: 13 junho 2022.
O vermelho-claro é feito de uma mistura de sementes de urucum amassadas e gordura animal ou óleo de semente de andiroba, e o vermelho-escuro é preparado com diversas resinasglossário e sementes de urucum. O preto-azulado é elaborado com suco de jenipapo verde misturado com carvão.
Os símbolos desenhados no corpo dos uaiãpí são feitos com pincéis, finas lascas de bambu ou talos de folhas de palmeira com fios de algodão enrolados nas pontas.
O conjunto de símbolos que se repetem constantemente nos desenhos são denominados padrões gráficos. Na arte cussíua muitos dêsses padrões são inspirados em animais. Veja alguns.
11. Escolha um padrão identificado na pele de um animal e elabore um desenho tendo como inspiração padrões gráficos da arte cussíua.
Versão adaptada acessível
Atividade 11. Escolha um padrão identificado na pele de um animal e represente-o tendo como inspiração padrões gráficos da arte cussíua.
Respostas e comentários
11. Ver orientações em Atividades de desenvolvimento.
• ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
11. A partir da observação atenta dos padrões gráficos apresentados na página, os estudantes deverão criar uma composição colorida usando canetas hidrográficas. Lembre-os de que aquelas imagens são apenas exemplos e não devem ser copiadas. O objetivo é que criem os próprios padrões utilizando alguma fonte, assim como os uaiãpí inspiram-se em animais e na natureza. Se possível, além da composição colorida, oriente-os a realizar uma composição monocromática utilizando os mesmos padrões anteriores e, depois, peça a eles que comparem os dois trabalhos finalizados.
Oriente os estudantes a desenhar os animais que inspiraram os padrões gráficos apresentados na página: pacu, jabuti, onça e borboleta.
Depois, peça a eles que comparem seus desenhos com os padrões uaiãpí, esclarecendo que a intenção dêsse povo não é retratar os animais, e sim criar padrões inspirados no formato e no desenho de seus corpos.
Para observar e avaliar
Avalie se os estudantes atingiram os objetivos esperados de acôrdo com as habilidades e as competências gerais e específicas da seção. Caso contrário, proponha que a turma se divida em duplas, de modo que os estudantes com mais dificuldade recebam auxílio daqueles que alcançaram os objetivos. Juntos, os integrantes da dupla podem refazer as atividades e debater suas respostas. Durante a atividade, você poderá passear pela sala de aula, verificando o desenvolvimento do trabalho e auxiliando em caso de necessidade.
Pintura corporal em diferentes povos
Para os povos originários do Brasil, as pinturas corporais apresentam muitos sentidos. Elas podem estar associadas a rituaisglossário de proteção dos indivíduos ou da comunidade, cerimônias relacionadas com casamento, cura de doenças ou luto, ou às funções de guerra e religião.
Conheça agora um texto que apresenta rituais de pintura corporal de diferentes povos no Brasil.
reticências Entre os Kayapó, reticências do Pará, a aprendizagem tem início com o nascimento do primeiro filho. Pintar o corpo da criança é parte do processo de socialização.
As mães passam horas pintando, aprendendo, explorando e inventando diferentes padrões visuais. reticências
Se entre os Kayapó-Xikrin a pintura facial é feita com uma delicadeza especial, para os cachináua, habitantes do Acre reticências, a pintura facial de meninos e meninas no ritual de passagem para a puberdade deve ser feita com linhas grossas e imprecisas, por considerarem que elas protegem com mais eficácia o corpo em transformação.
Entre os cadiuéu, grupo reticências que vive no Mato Grosso, na fronteira com o Paraguai, a pintura corporal facial é bastante sofisticada. reticências
Cada grupo possui um repertório próprio de técnicas e padrões que se encontram estreitamente associados à sua organização social, à sua cosmologiaglossário e às relações que o grupo mantém com elementos da natureza, com o mundo sobrenatural e também seus inimigos. Mais do que um simples ato de decorar ou enfeitar o corpo, a pintura corporal reflete um modo específico de pensar e estar no mundo.
reticências
MARTINS, Alberto; KOK, Gloria. Roteiros visuais do Brasil: artes indígenas. São Paulo: Claro Enigma, 2014. página 65-67.
Para ampliar
POVOS indígenas no Brasil mirim. São Paulo: Instituto Socioambiental, 2015. A obra apresenta informações sôbre alguns dos 246 povos indígenas que vivem atualmente no Brasil.
Respostas e comentários
HABILIDADE
(ê éfe seis nove á érre três um) Relacionar as práticas artísticas às diferentes dimensões da vida social, cultural, política, histórica, econômica, estética e ética.
COMPETÊNCIAS
Competências gerais: 2 e 3
Competências específicas de Arte: 3 e 4
tê cê tês
- Diversidade cultural
- Educação para valorização do multiculturalismo nas matrizes históricas e culturais brasileiras
- Vida familiar e social
• ATIVIDADES PREPARATÓRIAS
Leia o texto com a turma de maneira compartilhada e, se julgar necessário, leia também o texto complementar para ampliar o conhecimento dos estudantes.
Texto complementar
A pintura corporal é, provavelmente, uma das primeiras fórmas de arte e comunicação do homem, registrada junto com as pinturas rupestres e antes da criação das linguagens. Ela já foi expressão de coragem, habilidade para caça ou para guerra, proteção espiritual, entre outras representações. Os bretões e outros povos bárbaros pintavam seus corpos para assustar o inimigo. Já em rituais da cultura árabe, esta era a fórma de conseguir proteção e trazer prosperidade. Os hindus pintam as noivas com desenhos que simbolizam sorte: o vermelho marcado na testa é o símbolo do casamento, mostrando o novo grupo social a qual pertence.
Também em vários países da América, os povos indígenas pintavam seus corpos, simbolizando a expressão da beleza, preparação para a puberdade, hierarquia dentro da comunidade, celebração, funeral e, assim, em quase todos os tipos de ritos, as pinturas têm papel fundamental, como o som e a dança. No Brasil, os índios usavam tinturas extraídas, principalmente de plantas como o Jenipapo, Urucum, Babaçu.
O rito faz parte da tradição e, como seres tradicionais, carregamos os símbolos culturais, reproduzindo-os, às vezes, sem perceber, não dando atenção aos seus significados. reticências
PINTURA corporal e ressignificação de tradições milenares. Observatório da Diversidade Cultural, Belo Horizonte, 15 novembro 2014. Disponível em: https://oeds.link/mTaDgd. Acesso em: 20 maio 2022.
- sôbre as pinturas corporais dos povos originários, descrevam:
- o que elas refletem;
- a que elas estão associadas.
Respostas e comentários
12. a) Espera-se que os estudantes citem o ato de decorar ou enfeitar o corpo e de refletir o modo específico de pensar e estar no mundo.
12. b) Espera-se que os estudantes citem que as pinturas corporais estão associadas aos rituais de proteção dos indivíduos ou da comunidade, cerimônias relacionadas com casamento, cura de doenças ou luto ou às funções de guerra e religião.
• ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
- Durante o debate, explore a questão das tatuagens, se possível retomando a discussão sôbre os Maoris e a importância das tatuagens para essa cultura. Então, amplie o debate sôbre tatuagens na sociedade ocidental e como alguns grupos se identificam por meio delas.
b. Pergunte aos estudantes quais rituais fazem parte de suas crenças ou de seu cotidiano. Se possível, leia o Texto complementar, de modo a embasar o debate.
Para observar e avaliar
Avalie se os estudantes atingiram os objetivos esperados de acôrdo com as habilidades e as competências gerais e específicas da seção. Caso contrário, solicite que o estudante com dificuldades realize uma pesquisa um pouco mais aprofundada acêrca do tema apresentado na questão e apresente seus resultados para o restante da turma. Você poderá auxiliá-lo durante a pesquisa e realizar o atendimento individualizado caso a dúvida permaneça e o estudante ainda não tenha conseguido alcançar os objetivos idealizados.
VAMOS FAZER
Padrões gráficos indígenas
Para realizar as composições artísticas das pinturas corporais que foram apresentadas anteriormente, os diferentes povos que estudamos combinam alguns padrões gráficos. Agora é a sua vez de compor alguns padrões gráficos.
Respostas e comentários
HABILIDADE
(ê éfe seis nove á érre três dois) Analisar e explorar, em projetos temáticos, as relações processuais entre diversas linguagens artísticas.
COMPETÊNCIAS
Competências gerais: 1, 3 e 5
Competências específicas de Arte: 1, 2 e 3
tê cê tês
- Diversidade cultural
- Educação para valorização do multiculturalismo nas matrizes históricas e culturais brasileiras
• ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
Distribua folhas de papel sulfite, canetas hidrográficas de cores variadas e lápis grafite. Realize uma leitura dos itens do Como fazer para que não tenham dúvidas do que realizar. No final, oriente-os para uma exposição dos trabalhos e conversem sôbre os resultados apresentados.
• ATIVIDADE COMPLEMENTAR
- Em uma parede, fixe algumas folhas de papel Kraft em tamanho grande, formando um painel.
- Solicite aos estudantes que criem coletivamente uma composição colorida utilizando os padrões da arte cussíua ou de outra analisada durante o estudo. Para isso, auxilie-os a fazer um planejamento do trabalho antes de iniciar, conversando e decidindo entre si quais padrões serão desenhados nesse painel – podem ser aqueles apresentados no livro ou os criados na atividade.
Os estudantes precisarão se organizar em grupos e definir em quais áreas do painel cada grupo trabalhará e o que será desenhado em cada parte, a fim de que o conjunto possa expressar uma ideia unificada.
Material
- Lápis grafite.
- Folha de papel sulfite a quatro.
- Canetas hidrográficas (cores variadas).
Como fazer
- Observe novamente os padrões gráficos dos povos apresentados nas páginas deste capítulo e identifique o que eles retratam e representam. Relembre que esses padrões são associados à organização social, aos rituais, às cerimônias ou às relações que o grupo mantém com elementos da natureza.
- Planeje a composição de padrões gráficos. Para isso, pense nas fórmas, nas cores e nos padrões que se relacionam com o seu modo de pensar e estar no mundo. Considere festas, rituais ou mesmo a fauna e a flora do lugar onde você reside.
- Reflita sôbre em quais situações, rituais ou cerimônias você utilizaria os padrões gráficos que planejou.
- Após a reflexão, utilize o lápis grafite e a folha de papel sulfite para desenhar os padrões gráficos planejados.
- Finalize o desenho cobrindo as linhas com caneta hidrográfica colorida ou pinte os espaços entre elas.
- Com a orientação do professor, exponha seu trabalho na sala de aula para que os colegas possam apreciá-lo.
- Para finalizar, após a exposição, converse com o professor e os colegas sôbre os diferentes resultados obtidos.
Orientação para acessibilidade
Caso haja estudantes cegos na turma, proponha que a atividade seja feita com outros materiais. Para a representação dos padrões, podem ser utilizados materiais com diferentes texturas, por exemplo.
Respostas e comentários
Como fazer. Ver orientações em Atividades de desenvolvimento.
• ATIVIDADE COMPLEMENTAR
Auxilie os estudantes em todas as etapas de desenvolvimento e na finalização da atividade, principalmente na elaboração da exposição. Peça a eles que escrevam textos explicativos para identificar o processo de criação dos padrões gráficos. Possibilite também uma conversa sôbre os diferentes resultados obtidos nos trabalhos elaborados.
Para observar e avaliar
Avalie se os estudantes atingiram os objetivos esperados de acôrdo com as habilidades e as competências gerais e específicas da seção. Realize o atendimento individualizado caso algum não tenha atingido os objetivos esperados para a seção.
Para ampliar
Para mais imagens de grafismos, acesse o trabalho de Maristela Maria Ribeiro (UnB). Disponível em: https://oeds.link/rzGECC. Acesso em: 26 abril. 2023. O texto apresenta referências sôbre a pintura corporal dos povos Xerente, Yanomami, cadivéus, Kayapós-Xikrin e Assurini.
VAMOS CONHECER MAIS
Arte indígena anônima
Elaborada ao longo dos séculos por muitos grupos indígenas, as obras de arte tradicionais apresentam algo em comum: todas estão associadas à natureza e aos costumes dêsses grupos. Além disso, grande parte das produções artísticas indígenas é feita por artistas anônimos, ou seja, que não são conhecidos, e a obra não leva a assinatura do autor. Para saber mais sôbre o tema, leia o texto e veja as imagens que destacam o trabalho de mulheres indígenas ceramistas.
reticências Utilizando o barro como principal matéria-prima, nossos índiosglossário – ou melhor: nossas índias, porque esse é um trabalho quase exclusivo das mulheres – produziram (e ainda produzem) uma variedade enorme de objetos, desde cumbuca para usar no dia a dia, até urna para enterrar os mortos.
A primeira coisa que a índia ceramista faz é pegar uma boa quantidade de barro na beira do rio, na margem do lago, na fonte de água mais próxima. Depois de limpar bem esse material, retirando pedrinhas, folhas mortas e outros detritos, ela o deixa de lado por alguns dias, para escorrer o resto da sujeira. Então começa a modelar a peça que tem em mente.
Continua
Respostas e comentários
HABILIDADE
(ê éfe seis nove á érre três quatro) Analisar e valorizar o patrimônio cultural, material e imaterial, de culturas diversas, em especial a brasileira, incluindo suas matrizes indígenas, africanas e europeias, de diferentes épocas, e favorecendo a construção de vocabulário e repertório relativos às diferentes linguagens artísticas.
COMPETÊNCIAS
Competências gerais: 1, 3 e 5
Competências específicas de Arte: 1, 2, 3, 4 e 9
tê cê tês
- Diversidade cultural
- Educação para valorização do multiculturalismo nas matrizes históricas e culturais brasileiras
- Vida familiar e social
• ATIVIDADES PREPARATÓRIAS
Inicie a seção perguntando aos estudantes sôbre os conhecimentos prévios relacionados à arte ceramista indígena. Pergunte se na moradia deles existe alguma peça de cerâmica. Caso exista, dialoguem sôbre a origem dos objetos, quem as fez e onde elas foram adquiridas.
Para ampliar
Analise a reportagem a seguir, debatendo como a arte cerâmica está presente em diferentes culturas.
Em alta, cerâmica artesanal congrega tradição e contemporaneidade
Daniel Medeiros. Disponível em: https://oeds.link/ezKz12. Acesso em: 29 abril 2022. A reportagem aborda como a arte cerâmica tem sido valorizada no estado de Pernambuco.
Continuação
Para fazer um vaso, por exemplo, ela geralmente molda uma base redonda e chata, como um disco. Depois, com as mãos, fórma um cordão de barro e o prende em toda a volta dessa base redonda. A partir daí vai enrolando mais cordões e dispondo-os em círculos, um sôbre o outro, até obter o tamanho desejado. Ao mesmo tempo, vai alisando a peça com uma pedra, um osso, um caco de cabaça, uma concha. Também pode ir criando desenhos, com reentrâncias e saliências. Para isso se vale dos dedos, de um pauzinho, de uma corda – enfim, do que tiver a mão e do jeito que a imaginação sugerir.
No fim dessa etapa, cava um buraco no chão, amontoa nele uma porção de galhos secos e põe fogo. Quando restam apenas brasas, coloca a peça de barro cru diretamente sôbre elas, cobre-a com mais galhos secos e torna a acender a fogueira. A peça cozida pode ser usada tal como sai do fogo, mas também pode ser pintada. Nesse caso, a ceramista geralmente usa suco de urucum, suco de jenipapo e carvão vegetal. reticências
feist, ríldegár. Arte indígena. São Paulo: Moderna, 2010. página 6-7.
1. O que são artistas anônimos?
- As peças de cerâmica apresentadas no texto são elaboradas em um processo artesanal. Com a orientação do professor, relatem e organizem as etapas de produção dessas peças.
- Para ampliar as informações sôbre a arte indígena, com a orientação do professor, investiguem em livros, revistas ou na internet outros exemplos de peças e objetos artísticos e construam um relato sôbre eles.
Respostas e comentários
1. a 3. Ver orientações em Atividades de desenvolvimento.
• ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
- Anônimos são os artistas que não são conhecidos e produzem peças de arte que não levam a assinatura deles, ou seja, do autor.
- Espera-se que os estudantes citem as seguintes etapas: Pegar ou extrair uma boa quantidade de barro na beira do rio, na margem do lago, na fonte de água mais próxima. Limpar bem o material. Moldar a peça partindo de uma base redonda e chata, como um disco, e, com as mãos, formar um cordão de barro e prender em volta dessa base redonda. A partir daí, enrolar mais cordões dispondo-os em círculos, um sôbre o outro, até obter o tamanho desejado. Alisar a peça com uma pedra, um osso, um caco de cabaça ou uma concha. Nessa etapa, a ceramista pode criar desenhos com reentrâncias e saliências. Cavar um buraco no chão, amontoando nele uma porção de galhos secos, e pôr fogo. Quando restarem apenas brasas, colocar a peça de barro cru diretamente sôbre elas e cobrir com mais galhos secos, tornando a acender a fogueira. Utilizar a peça ou pintá-la com suco de urucum, suco de jenipapo ou carvão vegetal.
- Leia o texto e as questões com os estudantes. Oriente a realização da pesquisa. Há muito material na internet sôbre indústrias cerâmicas. Informe-lhes que a análise deve buscar processos artesanais de produção cerâmica.
Para observar e avaliar
Ao final, avalie se os estudantes atingiram os objetivos esperados de acôrdo com as habilidades e as competências gerais e específicas da seção. Converse com a turma e, caso contrário, proponha que se realize uma pesquisa acêrca do tema para ser apresentada para o restante da turma. Nesse caso, você poderá auxiliá-los durante essa atividade, fazendo atendimento individualizado, se for o caso.
eu vou APRENDER Capítulo 2
Histórias e rituais
Considerada uma importante fórma de expressão e comunicação, a arte reflete e retrata as necessidades, as crenças e os desejos das pessoas. Além disso, as manifestações artísticas oferecem recursos para entendermos a história de povos e grupos em diferentes épocas e lugares. A arte rupestreglossário é um exemplo de que o ser humano apresentou necessidade de se expressar e de se comunicar há muito tempo.
Respostas e comentários
HABILIDADES
(ê éfe seis nove á érre zero um) Pesquisar, apreciar e analisar fórmas distintas das artes visuais tradicionais e contemporâneas, em obras de artistas brasileiros e estrangeiros de diferentes épocas e em diferentes matrizes estéticas e culturais, de modo a ampliar a experiência com diferentes contextos e práticas artístico-visuais e cultivar a percepção, o imaginário, a capacidade de simbolizar e o repertório imagético.
(ê éfe seis nove á érre zero quatro) Analisar os elementos constitutivos das artes visuais (ponto, linha, fórma, direção, côr, tom, escala, dimensão, espaço, movimento etcétera) na apreciação de diferentes produções artísticas.
(ê éfe seis nove á érre três um) Relacionar as práticas artísticas às diferentes dimensões da vida social, cultural, política, histórica, econômica, estética e ética.
(ê éfe seis nove á érre três quatro) Analisar e valorizar o patrimônio cultural, material e imaterial, de culturas diversas, em especial a brasileira, incluindo suas matrizes indígenas, africanas e europeias, de diferentes épocas, e favorecendo a construção de vocabulário e repertório relativos às diferentes linguagens artísticas.
COMPETÊNCIAS
Competências gerais: 2 e 7
Competência específica de Arte: 9
tê cê tês
- Diversidade cultural
- Educação para valorização do multiculturalismo nas matrizes históricas e culturais brasileiras
- Vida familiar e social
• ATIVIDADES PREPARATÓRIAS
Oriente os estudantes a se organizarem em grupos e solicite que algum deles realize a leitura do texto em voz alta para o restante da turma. Para que a atividade fique mais interessante, proponha que se dividam em grupos com colegas com os quais não tenham muito contato, de modo que interajam e descubram pontos em comum.
Além de estimular a socialização entre os estudantes, a atividade visa trabalhar a criatividade da turma ao atribuir interpretações e contextos para as imagens presentes. Se julgar interessante, escolha uma das interpretações e solicite que o grupo crie a própria pintura rupestre com base no que foi dito. Tal dinâmica auxiliará o entrosamento dos estudantes e reforçará a habilidade de criatividade.
|
OBJETOS DE CONHECIMENTO |
HABILIDADES |
|---|---|
|
Contextos e práticas |
(EF69AR01) |
|
Elementos da linguagem |
(EF69AR04) |
|
Contextos e práticas |
(EF69AR25) |
|
Contextos e práticas |
(EF69AR31) |
|
Processos de criação |
(EF69AR32) |
|
Patrimônio cultural |
(EF69AR34) |
ARTE RUPESTRE
As pinturas rupestres foram realizadas em diferentes tempos, por pessoas diferentes e com histórias diferentes, e não é possível afirmar com exatidão o que seus autores queriam expressar, porém, estudos e pesquisas recentes apontam algumas hipótesesglossário a respeito dos seus significados.
De acôrdo com estudos da Arqueologiaglossário , o domínio do fogo pelos seres humanos durante o período da Pré-História foi decisivo, pois possibilitou a conquista de territórios que apresentavam baixas temperaturas e climas frios, o afastamento de animais predadores e a preparação de alimentos, entre outras atividades que melhoraram as condições de sobrevivência. O ser humano passou, então, a registrar, em fórma de gravura ou pintura, pensamentos, limites, conquistas, medos, entre outras ações e sentimentos.
Não é possível afirmar se essas imagens tinham intenção artística, porém existem indícios de que as pinturas rupestres foram a fórma encontrada por aquelas pessoas para preservar tradições e representar alguns dos seus rituais.
Respostas e comentários
• ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
Converse com a turma sôbre a arte rupestre. Pergunte aos estudantes se eles conhecem o tema e, caso não conheçam, o que imaginam que seja. Convide alguém da turma a ler em voz alta o texto e faça a descrição dos elementos presentes nas imagens. Após a leitura, retome brevemente o que foi levantado na conversa sôbre contextos e interpretações próprias dos estudantes sôbre as artes rupestres. No texto, eles aprenderão as definições de arte rupestre e Arqueologia, assim como a importância dêsse tipo de arte na evolução humana.
Para observar e avaliar
Avalie se os estudantes atingiram os objetivos esperados de acôrdo com as habilidades e as competências gerais e específicas da seção. Caso contrário, você pode solicitar que o estudante com dificuldade realize uma pesquisa mais aprofundada acêrca do tema e apresente seus resultados para o restante da turma. Você poderá auxiliá-lo durante a pesquisa, caso haja necessidade, realizando um acompanhamento mais individualizado.
Arte rupestre no Brasil
Os sítios arqueológicos são os locais onde existem vestígios da ocupação humana no passado distante. Esses lugares apresentam importância para a compreensão da história do ser humano. De acôrdo com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional Ifã, existem cêrca de 24 mil sítios arqueológicos cadastrados no Brasil.
O Parque Nacional da Serra da Capivara, por exemplo, nos municípios de São Raimundo Nonato, João Costa, Brejo do Piauí e Coronel José Dias, no estado do Piauí, abriga cêrca de 900 sítios arqueológicos, sendo mais de 500 deles de arte rupestre. Em 1991, o Parque Nacional foi declarado Patrimônio Cultural pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
Foi por iniciativa da arqueóloga niêd guidôn que, em 1978, o governo brasileiro criou o Parque Nacional da Serra da Capivara. Seus estudos provaram a presença humana nas Américas muito antes do que se havia pensado anteriormente e suas descobertas ganharam destaque internacional em 1986.
Respostas e comentários
HABILIDADE
(ê éfe seis nove á érre três um) Relacionar as práticas artísticas às diferentes dimensões da vida social, cultural, política, histórica, econômica, estética e ética.
COMPETÊNCIAS
Competências gerais: 2 e 7
Competências específicas de Arte: 4 e 9
tê cê tês
- Diversidade cultural
- Educação para valorização do multiculturalismo nas matrizes históricas e culturais brasileiras
• ATIVIDADES PREPARATÓRIAS
Pergunte se algum estudante já visitou ou viu imagens na internet de um sítio arqueológico ou fotografias de escavação, vestígios de animais ou plantas ou da ocupação humana em épocas passadas. Em resposta, leia o texto de maneira compartilhada com eles, para estimular o debate, e ressalte a informação de que, no Brasil, existem cêrca de 24 mil sítios arqueológicos cadastrados. Finalize a leitura e debata com a turma a importância de preservar essas pinturas rupestres e, nesse caso, os sítios arqueológicos. Deixe que debatam e apresentem seus argumentos, fazendo a leitura do texto complementar.
Texto complementar
niêd guidôn fez história ao reescrever a pré-história. Sua pesquisa iniciada nos anos 70 deu nova direção a tudo que se sabia sôbre a ocupação da América do Sul. niêde, no entanto, está muito cansada. Aos 85 anos, ela fala com a voz e os suspiros de quem já não suporta responder sôbre as inevitáveis e recorrentes questões políticas ligadas ao Parque Nacional da Serra da Capivara, declarado Patrimônio da Humanidade pela Unesco, em 1991. “Tem que perguntar ao í cê êmeBio”, diz, endereçando ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, órgão vinculado ao Ministério do Meio Ambiente, qualquer questão burocrática associada ao sítio arqueológico localizado no Piauí. reticências
Através da Fundação do Museu do Homem Americano (fundãn), uma entidade civil sem fins lucrativos criada por ela e outros pesquisadores em 1986, niêde atua em muito mais frentes do que deveria e precisa lembrar com frequência, inclusive o próprio Estado, de que não é ela a responsável pela manutenção e administração do Parque Nacional da Serra da Capivara. Não que não faça isso de alguma fórma. reticências
Niède descobriu em 1963 a existência das pinturas que mudariam sua vida e a fariam trocar os arredores de Paris por São Raimundo Nonato, uma cidade de 32 mil habitantes. reticências
Seu trabalho deslocou em alguns milhares de anos o que se sabia sôbre a presença humana no continente. “Somente agora nos Estados Unidos encontraram registros mais antigos do que os nossos. Aqui, estamos na base dos 160 mil anos, lá, eles já têm um sítio com mais de 240 mil”, conta. E seu trabalho desafia a história de abandono patrimonial escrita continuamente no Brasil. Quando desembarcou na região, não havia nenhuma estrutura onde hoje, pêlo trabalho da fundãn, existe um rico ambiente científico, com arqueólogos do mundo todo. “Em São Raimundo Nonato nós temos laboratórios de nível internacional, profissionais que foram formados por nós – inclusive agora tem a Universidade Federal do Vale do São Francisco, que tem um curso de arqueologia e outro de ciências da natureza – e pesquisadores de alta qualidade que trabalham aqui frequentemente, da França, Alemanha, Inglaterra...”, se orgulha niêde.
reticências
Com todo o legado construído no município, era justo imaginar uma rotina dedicada exclusivamente à ciência. Mas não é assim. “Estou neste momento assinando os avisos prévios de todos os funcionários, porque Brasília não mandou até hoje os recursos para 2018”, conta, exaurida.
Sem equipe, o parque permaneceria fechado – ou melhor, exposto: “Ficaria totalmente aberto, já que esses funcionários cuidam das entradas”, reflete niêde, que lembra o episódio recente em que um guarda foi morto por caçadores – “Que ainda estão soltos por aí.”
VIEIRA, Douglas. Eu não aguento mais. Trip, [sem local], 25 maio 2018. Disponível em: https://oeds.link/tYHRDU. Acesso em: 20 maio 2022.
No Parque Nacional, há mais de 30 mil pinturas que mostram um pouco do cotidiano de homens e mulheres que podem ter sido os primeiros brasileiros, com cenas de caça, de dança e de diferentes animais. Na localidade, foram encontrados esqueletos humanos datados de 10 mil anos e fósseis de animais extintos há muito tempo, como tigres-dentes-de-sabre e preguiças-gigantes, além de cerâmicas e artefatos de uso cotidiano.
1. Citem o que as hipóteses e os estudos sôbre as pinturas rupestres registram.
2. Se vocês tivessem que elaborar pinturas sôbre o momento em que vivemos, que imagens deixariam para as futuras gerações?
Respostas e comentários
1. As hipóteses indicam que as pinturas rupestres descrevem registros, rituais, pensamentos, conquistas, entre outras ações e sentimentos dos seres humanos que as produziram.
2. Resposta pessoal. Ver orientações em Atividades de desenvolvimento.
• ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
Faça a leitura compartilhada do texto com os estudantes e realize a descrição dos elementos visuais presentes nas imagens. Pergunte sôbre os fósseis encontrados na região e se eles imaginavam que os animais mencionados seriam tão antigos. Converse sôbre a possibilidade de encontrar organismos ainda mais antigos.
Além de estimular a socialização entre os integrantes da turma, a atividade visa trabalhar a criatividade dos estudantes e a capacidade de idealizar e pensar em hipóteses. Peça a eles que falem em voz alta sôbre as imagens que deixariam para as próximas gerações. Se julgar interessante, convide a turma a pintar, em conjunto, esse painel de pintura rupestre com uma cena escolhida por todos.
Para observar e avaliar
Avalie se os estudantes atingiram os objetivos esperados de acôrdo com as habilidades e as competências gerais e específicas da seção. Caso contrário, proponha que a turma se divida em duplas nas quais um estudante que tenha compreendido a seção auxilie algum que não atingiu os objetivos esperados.
Para ampliar
GUIDON, Niède, DÉLIBRIAS, Georgette. Carbon-14 dates point to man in the Americas 32,000 years ago. Nature, Califórnia, n. 321, página. 769–771, 19 junho. 1986.
Estudo de Niède Guidon, de 1986, provando a presença humana nas Américas. Descobertas apontam que seres humanos do período da Pré-História já viviam na América do Sul há cerca de 32 000 anos.
ARTE E LÍNGUA PORTUGUESA
Pintores pré-históricos
▶ Leiam juntos uma aventura imaginária que busca retratar a história e as emoções de seres humanos no período pré-histórico em suas empreitadas pela sobrevivência.
reticências
Quando o fogo de suas tochas clareou as paredes de pedras afundadas na cavidade sombria, no meio do nada de tudo o que ainda estava para ser feito, a caverna escura transformou-se em Arte.
Diante deles, no teto e nas paredes rochosas, as pinturas rupestres enchiam-lhes os olhos com sua surpreendente beleza.
Provavelmente, elas vieram se acumulando durante séculos. Pinturas em tons negros, vermelhos, azuis, marrons e amarelos muito vivos. Figuras humanas, bisontes, cavalos e cervos.
Eram imensas. Alguns animais chegavam a ter até cinco metros de largura.
Também havia marcas de mãos assinalando seu domínio e vários sinais, registros simbólicos, que com certeza eram repletos de significados.
Em um canto abaixo das pinturas estavam os instrumentos e os pigmentos utilizados pelos pintores primitivos.
Cada um deles pegou uma pequena pedra lascada na ponta e, em atrito com a rocha, pedra contra pedra, foi fazendo incisões que formavam o contôrno de um animal.
Aquele trabalho rude, mas ao mesmo tempo paciente e delicado, ganhava um movimento encantado em suas mãos rústicas.
sôbre os sulcos do desenho, eles iam colocando o carvão dos galhos queimados, que, dissolvido na gordura animal, adquiria um tom preto-escuro, de um brilho intenso.
Imagens fora de proporção real.
Continua
Respostas e comentários
HABILIDADE
(ê éfe seis nove á érre três dois) Analisar e explorar, em projetos temáticos, as relações processuais entre diversas linguagens artísticas.
COMPETÊNCIAS
Competências gerais: 1 e 3
Competências específicas de Arte: 1, 3 e 9
tê cê tês
- Diversidade cultural
- Educação para valorização do multiculturalismo nas matrizes históricas e culturais brasileiras
- Vida familiar e social
• ATIVIDADES PREPARATÓRIAS
Para começar a leitura, prepare o ambiente da sala de aula, apagando as luzes e tornando o local mais aconchegante. Peça aos estudantes que fechem os olhos e relaxem nas carteiras, tornando o ambiente mais imersivo para a história a ser lida.
Em seguida, leia o texto presente nas duas páginas. Você pode realizar a descrição dos elementos visuais da imagem antes de pedir a eles que fechem os olhos.
Para ampliar
Visita virtual à caverna de lascô, na França. Disponível em: https://oeds.link/8nbb4O. Acesso em: 14 julho 2022. Por meio de uma visita virtual é possível conhecer o complexo de cavernas de lascô e seu rico conjunto de pinturas rupestres.
Continuação
Suas tintas eram pigmentos naturais extraídos da própria terra, como o pó do óxido de ferro avermelhado que encontravam nas cavernas, ou os amarelos, ocres e marrons da lama sêca.
Apropriados do poder que lhes trazia o ato de pintar, mergulhavam seus dedos nos pigmentos e espalhavam a tinta com as mãos, cobrindo as rochas com as cores encharcadas pêlo óleo dos animais. Depois, com os seus pincéis rudimentares, feitos de penas e pelos de animais, finalizavam os detalhes mais delicados.
Dominavam o trabalho com uma habilidade surpreendente e revelaram, nas pinturas, um conhecimento extraordinário sôbre sua técnica precisa.
Por certo, esse era um ritual de grande importância e respeito.
Suas pinturas, extraordinariamente naturalistas, nos falam com clareza do que pretendiam na representação fiel daqueles animais. Certamente os homens acreditavam que, ao representá-los de fórma tão realista, podiam possuí-los e dominá-los. Era como se, a partir das imagens, pudessem antecipar o resultado desejado, a caça indispensável à sobrevivência.
Suas pinturas e suas vidas eram uma coisa só, às quais tinham que prestar conta de sua luta contínua e incansável na construção do mundo.
reticências
rochaél, Denise. Testemunha calada. São Paulo: Cortez, 2014. página 29-30.
Imagens fora de proporção real.
- as imagens que se evidenciam nas pinturas rupestres;
- os materiais e os pigmentos utilizados como tintas para as pinturas;
- as técnicas utilizadas para pintar;
- em que os seres humanos acreditavam ao representar os animais nas pinturas.
Respostas e comentários
a) Figuras humanas, bisontes, cavalos, cervos e marcas de mãos assinalando seu domínio e vários sinais, registros simbólicos, que, com certeza, eram repletos de significados.
b) Carvão dos galhos queimados dissolvidos na gordura animal e pigmentos naturais extraídos da própria terra, como o pó do óxido de ferro avermelhado que encontravam nas cavernas, ou os amarelos, ocres e marrons da lama sêca.
c) Mergulham seus dedos nos pigmentos e espalham a tinta com as mãos, cobrindo as rochas com as cores encharcadas pêlo óleo dos animais. Depois, com pincéis rudimentares, feitos de penas e pelos de animais, finalizavam os detalhes mais delicados.
d) Certamente os seres humanos acreditavam que, ao representá-los de fórma realista, podiam possuí-los e dominá-los. Era como se, a partir das imagens, pudessem antecipar o resultado desejado da caça.
• ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
Após a leitura do texto, debata com os estudantes o que foi compreendido. Divida a turma em duplas para que sejam realizadas as atividades propostas na seção. É interessante dividir as duplas com estudantes que não interajam tanto na turma, de modo a aumentar o entrosamento entre eles. Solicite que as duplas realizem a atividade. É possível corrigi-la de fórma coletiva ao final.
Os estudantes deverão encontrar as respostas para as questões ao longo do texto. Dessa fórma, é importante que haja um tempo para a releitura do texto apresentado.
Você pode orientá-los durante a releitura e até fazer uma segunda passagem do texto com a turma.
Para observar e avaliar
Avalie se os estudantes atingiram os objetivos esperados de acôrdo com as habilidades e as competências gerais e específicas da seção. Caso algum deles não tenha alcançado os objetivos, realize um atendimento individualizado para sanar quaisquer dúvidas ou questionamentos acêrca do tema abordado na seção.
O MÁGICO E O SAGRADO NA ARTE
A arte sempre esteve presente na história do ser humano. No passado, muitas das manifestações artísticas estavam relacionadas com a vida das pessoas. Havia uma ligação entre elas e o reconhecimento dos ritos presentes no cotidiano.
Como vimos anteriormente, os primeiros humanos acreditavam que as pinturas rupestres tinham a função de facilitar a caçada ou até de afastar animais ferozes. Desde as épocas mais remotas, uma das funções da arte era reconhecer algo sagrado ou mágico no dia a dia, como caçar, plantar e colhêr, ou o nascimento e a morte, entre outros aspectos da vida. Tal magia, para esses grupos, baseava-se em ritos ou cerimônias que evidenciam, por exemplo, a relação entre divindadesglossário e seres humanos ou a passagem entre o mundo dos vivos e dos mortos.
Conheça alguns aspectos da arte dos egípcios, que nasceu antes de 3000 antes de Cristo, e se relacionava a temas essenciais para eles, como a vida após a morte. A maior parte das estátuas, pinturas, monumentos e obras arquitetônicas manifesta temas sagrados voltados para a perpetuação do espírito humano.
Respostas e comentários
HABILIDADE
(ê éfe seis nove á érre três um) Relacionar as práticas artísticas às diferentes dimensões da vida social, cultural, política, histórica, econômica, estética e ética.
COMPETÊNCIAS
Competências gerais: 1, 2 e 6
Competências específicas de Arte: 2 e 4
tê cê tês
- Diversidade cultural
- Educação para valorização do multiculturalismo nas matrizes históricas e culturais brasileiras
• ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
Realize a leitura compartilhada com os estudantes, enfatizando as palavras desconhecidas no texto. Ao final, é possível anotar essas palavras na lousa e chegar a uma definição com toda a turma, utilizando um vocabulário acessível e produzido pelos próprios estudantes.
Realize também a descrição dos elementos visuais das imagens. No texto, eles aprenderão sôbre a presença da figura divina na arte por meio de estátuas, pinturas, monumentos e obras arquitetônicas.
Converse sôbre as cores e o que elas representam para as pinturas egípcias.
O intuito da atividade é realizar a interação entre os grupos de estudantes. Dessa fórma, monte os grupos com estudantes que não costumam interagir tanto. Espera-se que o compartilhamento de informações e a interação durante a atividade promovam um entrosamento entre eles.
Solicite que os grupos leiam as atividades 1 e 2 e respondam juntos, compartilhando posteriormente com os outros estudantes os aspectos culturais, os elementos da natureza e a magia presente na arte.
Em muitas das pinturas egípcias, as cores tinham importância simbólica. Observe o que elas representavam nas pinturas que destacamos.
• Preto: a morte e a vida após a morte.
• Amarelo ou dourado: o Sol e seu poder de revitalização.
• Azul: a água e o céu.
• Verde: elementos da natureza e a vegetação.
• Vermelho: o sangue e a fôrça da vida.
- Pensando no lugar onde vocês moram e nos aspectos culturais e nas cerimônias das suas famílias e da comunidade onde vocês estão inseridos, que cores vocês utilizariam para representar em uma pintura:
- a fôrça da vida;
- os aspectos relacionados aos rituais de nascimento e de morte.
- A função mágica da arte não estava presente apenas na cultura dos povos antigos, mas também está contida nas manifestações artísticas e na indústria do entretenimento na atualidade. Com a orientação do professor, conversem sôbre filmes, histórias em quadrinhos ou videogames que vocês conhecem, nos quais a magia é retratada nos enredos que apresentam seres fantásticos ou divindades com poderes sobrenaturais.
Respostas e comentários
1 e 2. Resposta pessoal. Ver orientações em Atividades de desenvolvimento.
• ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
2. Converse com os estudantes sôbre filmes, histórias em quadrinhos, videogames e até jogos de érre pê ge nos quais a magia é algo presente. Se achar adequado, para ampliar e registrar as informações sôbre o tema, elabore com o auxílio dos estudantes uma lista de indicações de manifestações artísticas que retratam seres fantásticos ou divindades com poderes sobrenaturais.
Para observar e avaliar
Avalie se os estudantes atingiram os objetivos esperados de acôrdo com as habilidades e as competências gerais e específicas da seção. Caso algum deles não tenha alcançado os objetivos, solicite que outro estudante que tenha compreendido o tema da seção o auxilie.
Para ampliar
Visita virtual à Tumba de Menna, na necrópole de Tebas. Nela é possível ver as imagens coloridas na parede. Disponível em: https://oeds.link/NDGVat. Acesso em: 14 julho 2022.
RITOS E RITUAIS
Rito é uma palavra utilizada para se referir ao conjunto de crenças estabelecidas para um evento ou cerimônia. Realizados de maneira individual ou coletiva, os ritos são práticas repletas de significados baseados nas ideias e costumes das pessoas que o realizam. Para colocar em prática o rito, são utilizados rituais. Em muitas sociedades, são comuns os rituais de nascimento, casamento ou morte das pessoas. Veja um exemplo de ritual fúnebre, o Kuarup.
Clique no play e acompanhe a reprodução do Áudio.
Transcrição do áudio
Os ritos e os mitos na cultura
Locutora: Os ritos e os mitos na cultura.
Vinheta musical
Locutora: Você já parou para pensar na diferença entre ritos e mitos?
Os ritos são práticas individuais ou coletivas cheias de significados para um povo. Normalmente, são eventos ou cerimônias que mobilizam a comunidade e envolvem trajes especiais, pinturas corporais e músicas específicas para aquele momento.
Para que os ritos sejam colocados em prática, são utilizados rituais, que são comuns em momentos marcantes da vida de uma pessoa, como o nascimento, casamento ou a morte de alguém.
Entre os Karajá, existe um rito para marcar e celebrar a passagem da infância para a adolescência, chamado Hetohoky. Segundo uma reportagem publicada pelo portal G1 em 17 de março de 2018:
Vinheta musical
Narradora: “As crianças indígenas são preparadas para o ritual por cerca de um mês. A preparação inclui ida para a floresta, onde, como parte do ritual, os meninos aprendem a caçar, pescar e valorizar os bens da natureza de onde a aldeia tira o sustento para a família.”
Vinheta musical
Locutora: Ficou curioso para ver alguns desses rituais? Hoje, graças à internet, podemos ter acesso a vários registros de diferentes povos ao redor do mundo.
Locutora: Os mitos são histórias usadas para transmitir conhecimentos, explicar fatos sobre a vida e a morte, a origem de um povo e até mesmo para entender fenômenos da natureza.
Esse recurso, muito utilizado pelos povos antigos e pelos povos originários, faz parte da tradição oral e garante que a cultura de um grupo não se perca no tempo.
Vinheta musical
Locutora: Em países da África Ocidental, por exemplo, o griot é uma pessoa que atua em cerimônias sociais ou festivais narrando mitos e histórias para o restante da comunidade.
Aqui no Brasil, os mitos contados pelos povos originários nos explicam a gênese de diversos elementos da natureza. Como a história da guerreira Naiá, que se apaixonou pela Lua e, ao ver o reflexo de sua paixão em um rio, por lá ficou, transformando-se no que conhecemos como vitória-régia, a grande flor amazônica.
Outro mito mostra o porquê de a fruta do guaraná se parecer com pequenos olhos. Tudo começou quando Jurupari, uma entidade do mal, se transformou em serpente e picou um menino que colhia frutas para sua tribo. Tupã, então, mandou que os pais da criança enterrassem os olhos do filho no chão da tribo e de lá nasceu um pé de guaraná.
Você conhecia alguma dessas histórias?
Vinheta musical
Locutora: Agora que você já sabe um pouquinho sobre o significado de ritos, mitos e rituais, consegue lembrar se conhece algum deles?
Vinheta musical
Locutora: Créditos. Todos os áudios inseridos neste conteúdo são da Freesound. A reportagem sobre o Hetohoky do G1 de Tocantins, publicada em 17 de março de 2018, pode ser conferida na íntegra no site g1.globo.com.
reticências
O Kuarup ocorre sempre um ano após a morte dos parentes indígenas. Os troncos de madeira representam cada homenageado. Eles são colocados no centro do pátio da aldeia, ornamentados, como ponto principal de todo o ritual. Em tôrno deles, a família faz uma homenagem aos mortos. reticências
ECOAMAZÔNIA. Kuarup – o ritual fúnebre que expressa a riqueza cultural do Xingu. órgui ponto bê érre. [sem local], 6 agosto 2018. Disponível em: https://oeds.link/7s1NUQ. Acesso em: 8 agosto 2022.
Respostas e comentários
HABILIDADE
(ê éfe seis nove á érre três um) Relacionar as práticas artísticas às diferentes dimensões da vida social, cultural, política, histórica, econômica, estética e ética.
COMPETÊNCIAS
Competências gerais: 1, 6 e 9
Competências específicas de Arte: 1, 3 e 9
tê cê tês
- Diversidade cultural
- Educação para valorização do multiculturalismo nas matrizes históricas e culturais brasileiras
- Vida familiar e social
• ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
Realize a leitura compartilhada do texto presente na página e faça a descrição dos elementos visuais nas imagens. Pergunte aos estudantes se conhecem rituais que são praticados por suas famílias ou grupos com os quais interagem, sempre reforçando o respeito às práticas religiosas de cada um. Em caso positivo, é possível convidar o estudante em questão a compartilhar com o restante da turma o que é feito no ritual comentado, sempre se certificando do bem-estar dos estudantes e do respeito da diversidade cultural.
Para observar e avaliar
Avalie se os estudantes atingiram os objetivos esperados de acôrdo com as habilidades e as competências gerais e específicas da seção. Caso algum estudante não tenha alcançado os objetivos, realize um atendimento individualizado de modo a sanar dúvidas e questionamentos presentes.
Ritos de passagem ou de iniciação
Os ritos de passagem ou de iniciação são procedimentos que simbolizam ou dramatizam orientações para as pessoas sôbre as etapas de sua vida. Muitos deles revelam aos participantes quais são os seus papéis, que trabalhos devem realizar e quais são as regras que precisam seguir para que se sintam integrados na comunidade.
Em determinadas comunidades indígenas, alguns ritos submetem os participantes a situações de dores físicas, em geral, com o objetivo de ganharem fôrça e resistência. Além disso, os ritos servem para torná-los transmissores da cultura e dos conhecimentos que devem ser propagados às futuras gerações.
reticências é o maior ritual indígena entre os povos do Tocantins. As crianças indígenas são preparadas para o ritual por cêrca de um mês. A preparação inclui ida para a floresta, onde, como parte do ritual, os meninos aprendem a caçar, pescar e valorizar os bens da natureza de onde a aldeia tira o sustento para a família. reticências
INDÍGENAS fazem ritual para celebrar passagem da infância para a vida adulta. gê um-Tocantins, 17 março 2018. Disponível em: https://oeds.link/gOYFvQ. Acesso em: 6 abril 2022.
- Explique a importância dos ritos e dos rituais para os povos que observamos neste capítulo.
- Você já participou de algum ritual? Se sim, descreva-o e, se possível, compartilhe sua experiência com os demais colegas.
- Qual é a importância dêsses rituais para você e para a sua comunidade?
Respostas e comentários
3. Espera-se que os estudantes citem que os ritos são práticas que retratam as ideias e os costumes das pessoas que os realizam. Eles são importantes para a transmissão da cultura e dos conhecimentos que devem ser propagados às futuras gerações.
4. Como exemplos de rituais, os estudantes poderão citar batizados, cerimônias religiosas de casamento, velórios e enterros, comemorações de aniversários e festas de debutantes, entre outras fórmas contemporâneas de ritos de passagem.
5. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes citem rituais relacionados com a comemoração de marcos, datas de eventos importantes ou transmissão de cultura e conhecimentos, além de rituais para resguardar a memória e a história da comunidade em que vivem.
• ATIVIDADES PREPARATÓRIAS
Converse com os estudantes sôbre os ritos e retome o que foi debatido anteriormente sôbre rituais presentes nas famílias. Debata sôbre ritos fúnebres e pergunte se conhecem outros tipos de rituais – como os mencionados no título da página.
• ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
Faça a leitura compartilhada do texto com os estudantes, podendo solicitar que um deles leia em voz alta. Faça também a descrição dos elementos visuais presentes nas imagens. No texto, eles aprenderão sôbre os rituais de passagem, em especial os vistos em comunidades indígenas – como o retorrôqui mencionado no texto. Após a leitura do texto, convide a turma a responder às perguntas da atividade. É possível dividir os estudantes em duplas ou grupos, solicitando que compartilhem suas respostas ao final da atividade.
Para observar e avaliar
Avalie se os estudantes atingiram os objetivos esperados de acôrdo com as habilidades e as competências gerais e específicas da seção. Se algum não atingir os objetivos esperados, você pode realizar o atendimento individualizado para sanar qualquer dúvida ainda existente.
Para ampliar
Ritual para celebrar a passagem da infância em gê um. Disponível em: https://oeds.link/gOYFvQ. Acesso em: 5 maio 2022. No ritual, meninos da etnia Karajá permanecem um período dentro de uma casa para que seres místicos os ajudem nessa passagem de ciclo.
Ritos e máscaras
Os rituais são compostos de gestos, ações, palavras, entre outras fórmas de transmitir o rito. Muitos rituais são feitos em lugares considerados sagrados e utilizam ferramentas e objetos que apresentam valor simbólico, como roupas ou máscaras.
A máscara é considerada um elemento de ligação e de transformação utilizado em diversos ritos. Em algumas culturas, as máscaras são um veículo de experiências místicas e uma fórma de os ancestrais se comunicarem com os indivíduos de um povo ou um grupo.
Nos rituais, a máscara não é apenas um objeto de decoração ou enfeite. Ela simboliza a transformação momentânea do participante do rito em um ser mítico ou divindade simbolizada pela máscara. Nesse contexto, usar uma máscara significa tornar-se “outro”, estar a serviço de outra existência diferente daquela vivida no cotidiano.
Máscaras no teatro grego
O teatro da Grécia antiga surgiu por volta do século cinco antes de Cristo e teve suas origens ligadas a Dionísio, deus da vegetação, da fertilidade e do vinho, e seus rituais tinham um caráter festivo.
Nas festas dionisíacas, as máscaras, além de outros adereços, faziam com que os atores adquirissem um porte sobre-humano e fossem vistos de longe por todos os espectadores. Para os gregos, seria um desrespeito com os deuses se algum ator mostrasse o seu rosto ao representar uma divindade.
Como os teatros gregos eram espaços enormes e ao ar livre, alguns estudiosos afirmam que a máscara que os atores da Grécia antiga portavam permitia que a voz ressoasse melhor, atingindo todos os milhares de espectadores que frequentavam as festividades.
Nas manifestações teatrais mais antigas, as máscaras eram utilizadas para representar personagens femininos, como na Grécia antiga, já que as mulheres, por não serem consideradas cidadãs, não participavam das atuações.
Respostas e comentários
HABILIDADES
(ê éfe seis nove á érre dois cinco) Identificar e analisar diferentes estilos cênicos, contextualizando-os no tempo e no espaço de modo a aprimorar a capacidade de apreciação da estética teatral.
(ê éfe seis nove á érre três um) Relacionar as práticas artísticas às diferentes dimensões da vida social, cultural, política, histórica, econômica, estética e ética.
COMPETÊNCIAS
Competências gerais: 1 e 6
Competências específicas de Arte: 1 e 2
tê cê tês
- Diversidade cultural
- Educação para valorização do multiculturalismo nas matrizes históricas e culturais brasileiras
• ATIVIDADES PREPARATÓRIAS
Leia os textos de maneira compartilhada com a turma, ressaltando os termos e palavras desconhecidas e debatendo com os estudantes seus significados. Além disso, realize também a descrição visual das imagens presentes ao longo do texto. Converse com a turma sôbre rituais e festivais apresentados no texto e se já ouviram falar sôbre algumas das festas. Pergunte se participaram de alguma festa usando máscaras ou outro ritual festivo do tipo e convide-os a falar para o restante da turma sôbre essas festas.
Na seção Vamos conhecer mais, comece explorando as festas à fantasia e pergunte aos estudantes se conhecem alguma dêsse tipo no Brasil. Peça-lhes que falem sôbre as manifestações culturais festivas e, em seguida, explore o texto da seção, sôbre o Teatro Nô e as máscaras presentes nesse teatro clássico japonês, no qual os personagens são caracterizados somente por máscaras, as quais mostram seus sentimentos.
VAMOS CONHECER MAIS
Teatro Nô
O teatro clássico japonês, chamado de Teatro Nô, é uma fórma que combina poesia, canto, música e mímica. Surgido no século catorze, é caracterizado pelos seus movimentos lentos e sutis e, na maioria das vezes, apenas o personagem principal atua com máscara e desempenha vários papéis, como guerreiros, mulheres, deuses ou demônios. Atualmente, existem dezenas de tipos de máscaras categorizadas de acôrdo com a função, o gênero e a idade dos personagens.
Respostas e comentários
• Nos rituais, as máscaras simbolizam a transformação momentânea do participante do rito no ser mítico ou divindade que a máscara simboliza.
Os gregos acreditavam que, com as máscaras, as vozes dos atores ressoavam melhor e eles ainda adquiriam um porte sobre-humano e poderiam ser vistos de longe por todos os espectadores. Além disso, seria um desrespeito com os deuses se algum ator mostrasse o rosto ao representar uma divindade.
• No Teatro Nô, as máscaras são utilizadas pêlo ator principal, que desempenha vários papéis, e são categorizadas de acôrdo com a função, o sexo e a idade dos personagens.
• ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
O objetivo da atividade é fazer os estudantes interagirem entre si. Dessa fórma, divida a turma em grupos e solicite que realizem a atividade. Peça-lhes que compartilhem suas respostas ao final do tempo determinado e converse sôbre as manifestações artísticas vistas durante a seção, bem como as máscaras e suas funções.
Para observar e avaliar
Avalie se os estudantes atingiram os objetivos esperados de acôrdo com as habilidades e as competências gerais e específicas da seção. Caso contrário, solicite que o estudante em questão aprofunde seu conhecimento realizando uma pesquisa sôbre o Teatro Nô e apresente-a para o restante da turma. Durante a atividade, faça perguntas exploratórias para aprofundar o conhecimento do estudante e, eventualmente, sanar as dúvidas.
Para ampliar
Reportagem sôbre o Teatro Nô por djapên vídeo tópics. Disponível em: https://oeds.link/fNArRV. Acesso em: 14 julho 2022. No vídeo são apresentados os bastidores das cenas do Teatro Nô.
MITOS
Os mitos são narrativas tradicionais utilizadas pelos povos antigos e pelos povos originários de diversos lugares para transmitir conhecimentos e explicar fatos sôbre as origens e mistérios da vida e da morte. Eles narram grandes acontecimentos sôbre as origens de animais, pessoas, costumes e culturas, que frequentemente incluem elementos religiosos e fantásticos.
Na tradição africana, o griô ou Dieli (que é como se autodenominam) atua em cerimônias sociais ou festivas narrando mitos e histórias para a comunidade. Eles são músicos, cantores e contadores de histórias que transmitem conhecimentos por meio da palavra e da oralidade.
Por meio dos mitos, diversos povos contam suas crenças sôbre a origem do mundo e das coisas. Essas narrativas são chamadas de mitos de origem ou mitos de criação de elementos, materiais ou objetos da natureza. Existem diversos mitos que relatam o surgimento da noite, da mandioca, de animais, do arco-íris, dos rios e das matas, do vento e do fogo, entre outros.
Para a memória não se perder, os mitos são contados de geração a geração, muitas vezes no escuro da noite ao redor de uma fogueira. O ato de obter e dominar o fogo é algo muito valorizado, e existem vários mitos que retratam como foi realizada essa tarefa pelos seres humanos. Conheça alguns deles a seguir.
Para ampliar
OBEID, César. Quando tudo começou: mitos da criação universal. São Paulo: Panda búks 2015. Mitos da criação contados por diferentes povos, cada qual com suas crenças e tradições, mas com algo em comum: a busca de respostas para o grande mistério da origem do mundo e da vida.
Respostas e comentários
HABILIDADE
(ê éfe seis nove á érre três quatro) Analisar e valorizar o patrimônio cultural, material e imaterial, de culturas diversas, em especial a brasileira, incluindo suas matrizes indígenas, africanas e europeias, de diferentes épocas, e favorecendo a construção de vocabulário e repertório relativos às diferentes linguagens artísticas.
COMPETÊNCIAS
Competências gerais: 1 e 6
Competências específicas de Arte: 1 e 9
tê cê tês
- Diversidade cultural
- Educação para valorização do multiculturalismo nas matrizes históricas e culturais brasileiras
• ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
Leia o texto de fórma compartilhada com a turma, realizando a descrição dos elementos visuais na imagem. Em seguida, debata com os estudantes os mitos de que já tenham ouvido falar.
Para ampliar e compartilhar os conhecimentos sôbre o tema, você pode perguntar aos estudantes se eles conhecem algum mito ou história sôbre a origem do mundo e das coisas. Se não conhecerem, possibilite a pesquisa e a investigação sôbre o tema. Peça-lhes então que registrem a lenda no caderno.
Para concluir a atividade, convide-os a compartilhar esses mitos entre si, talvez apagando a luz e transformando a sala de aula em um ambiente mais imersivo para a história a ser contada.
A origem do fogo na mitologia grega
Mitologia é o estudo das origens e dos significados dos mitos. Muitos dos mitos que conhecemos são da mitologia grega, que reúne o conjunto de mitos e lendas da civilização grega do passado. Leia o mito grego sôbre a origem do fogo.
reticências Zeus decide esconder dos homens o fogo, antes disponível para todos, mortais e imortais, na copa de certas árvores – os freixos – porque Prometeu tentara tapeá-lo numa repartição da carne de um touro entre deuses e homens. Prometeu envolvera os ossos do animal em sebo, com a aparência de muita carne, e separara a carne num bucho pouco apetitoso. Zeus escolhera o primeiro embrulho para os deuses. Furioso reticências, esconde o fogo, o que é uma catástrofe para os homens, impedidos de cozinhar. Prometeu sobe ao céu com um galho de uma planta – o funcho –, rouba uma semente do fogo de Zeus e a traz para a terra ardendo no funcho. Prometeu distribui o fogo entre os homens, novamente provocando a ira de Zeus reticências.
O fogo que redescobrem não é o mesmo que Zeus escondeu. O de Zeus é o fogo celeste, que nunca enfraquece, um fogo imortal. O fogo roubado por Prometeu, que vem de uma semente de fogo, é um fogo que morre, deve ser vigiado para ser preservado. Tem um apetite semelhante ao dos mortais, faminto. reticências Agora o fogo tem que ser alimentado com lenha.
reticências
Míndlin, Betty. Queimadas: o fogo e as chamas dos mitos. Estudos avançados, São Paulo, volume 16, número 44, abrilponto 2002. Disponível em: https://oeds.link/k0NRuP. Acesso em: 6 abril 2022.
Respostas e comentários
• ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
Comece a atividade retomando os mitos compartilhados pelos estudantes anteriormente. Pergunte se algum deles conhece ou gosta de mitologia grega e a fonte que utiliza para aprender mais sôbre ela. Em seguida, convide a turma a ler o texto sôbre a origem do fogo na mitologia grega e faça perguntas sôbre as deidades mencionadas – como Zeus e Prometeu. Ao final, faça a descrição visual da imagem na página.
Para observar e avaliar
Avalie se os estudantes atingiram os objetivos esperados de acôrdo com as habilidades e as competências gerais e específicas da seção. Caso contrário, proponha que o estudante em questão realize uma pesquisa mais aprofundada, trazendo para a turma exemplos de um mito à sua escolha. Ele poderá apresentar o mito na fórma narrativa.
A origem do fogo na mitologia guarani
Conhecemos anteriormente o mito grego de Prometeu. Leia a seguir o texto que retrata o mito guarani da origem do fogo.
O roubo do fogo
Povo Guarani (Mito Guarani)
Em tempos antigos os Guarani não sabiam acender fogo. Na verdade, eles apenas sabiam que existia o fogo, mas comiam alimentos crus, pois o fogo estava em poder dos urubus.
reticências
Todos queriam roubar o fogo dos urubus, mas ninguém se atrevia a desafiá-los.
Um dia, o grande herói reticências Nhanderequeí reticências decidiu que iria roubar o fogo dos urubus. Reuniu todos os animais, aves e homens da floresta e contou o plano que tinha para enfrentar os temidos urubus, guardiões do fogo. reticências
Todos já reunidos, Nhanderequeí expôs seu plano:
— Todos vocês sabem que os urubus usam fogo para cozinhar. Eles não sabem comer alimento cru. Por isso vou me fingir de morto bem debaixo do ninho deles. Todos vocês devem ficar escondidos e quando eu der uma ordem, avancem para cima deles e os espantem daqui. Dessa fórma, poderemos pegar o fogo para nós.
Todos concordaram e procuraram um lugar para se esconder. reticências Nhanderequeí deitou-se. Permaneceu imóvel por um dia inteiro.
Os urubus, lá do alto das árvores, observaram com desconfiança. Será que aquele homem estava morto mesmo ou estava apenas querendo enganá-los? Por via das dúvidas preferiram aguardar mais um pouco.
reticências
Continua
Respostas e comentários
HABILIDADE
(ê éfe seis nove á érre três quatro) Analisar e valorizar o patrimônio cultural, material e imaterial, de culturas diversas, em especial a brasileira, incluindo suas matrizes indígenas, africanas e europeias, de diferentes épocas, e favorecendo a construção de vocabulário e repertório relativos às diferentes linguagens artísticas.
COMPETÊNCIAS
Competência geral: 1
Competências específicas de Arte: 1 e 9
tê cê tês
- Diversidade cultural
- Educação para valorização do multiculturalismo nas matrizes históricas e culturais brasileiras
• ATIVIDADES PREPARATÓRIAS
Leia o texto com os estudantes de maneira compartilhada e, se julgar necessário, crie um ambiente favorável à leitura, instigando-os a imaginar-se em uma aldeia indígena. Ao final da leitura, pergunte sôbre que partes da história aparecem ilustradas no texto e promova uma leitura de imagens.
• ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
Durante a leitura do texto, apague a luz da sala de aula e convide os estudantes a ficarem relaxados nas carteiras, de modo a tornar o ambiente mais imersivo para a leitura. Ao final, debata com eles o texto lido e compartilhado e peça que apresentem suas impressões.
Para ampliar
Para ampliar
ília e o fogo. Animação baseada em mitos indígenas sôbre a origem do fogo. Disponível em: https://oeds.link/IOyUZx. Acesso em: 14 julho 2022. A história se baseia em um mito indígena sôbre a descoberta do fogo.
Continuação
— Olhem, meus parentes urubus – dizia o chefe urubu — nenhum homem pode fingir-se de morto assim. Já decidi: vamos comê-lo. Podem trazer as brasas para fazermos a fogueira.
reticências
Eles colocaram Nhanderequeí sôbre o fogo, mas graças a uma resina que ele passara pêlo corpo, o fogo não o queimava. Num certo momento, o herói se levantou do meio das brasas dando um grande susto nos urubus que, atônitos, voaram todos. Nhanderequeí aproveitou-se da surpresa e gritou a todos os amigos que estavam escondidos para que atacassem os urubus e salvassem alguma daquelas brasas ardentes.
Quando tudo se acalmou, Nhanderequeí chamou a todos e perguntou quantas brasas haviam conseguido. reticências
— Só temos carvão e cinzas – disse alguém no meio da multidão.
— E para que nos há de servir isso? – falou Nhanderequeí. — Nossa batalha contra os urubus de nada valeu!
Acontece que, por trás de todos, saiu o pequeno cururu, dizendo:
— Durante a luta os urubus se preocuparam apenas com os animais grandes e não notaram que eu peguei uma brasinha e coloquei na minha boca. Espero que ainda esteja acesa. Mas pode ser que…
— Depressa. Pare de falar, meu caro cururu. Não podemos perder tempo. Dê-me esta brasa imediatamente – disse Nhanderequeí, tomando a brasa em suas mãos e assoprando levemente.
reticências Com isso ele conseguiu um pequeno riozinho de fumaça. reticências
reticências Nhanderequeí soprou ainda mais forte e, finalmente, as chamas apareceram no meio da palha e do carvão que sustentaram o fogo aceso para sempre. reticências
MUNDURUKU, Daniel. Contos indígenas brasileiros. segunda edição São Paulo: Global, 2005. página 13-19.
1. Cite as semelhanças e as diferenças que existem entre as narrativas grega e guarani. Responda no caderno.
2. Compartilhe com os colegas o que mais chamou a sua atenção nos mitos apresentados.
Respostas e comentários
1. e 2. Ver orientações em Atividades de desenvolvimento.
• ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
1. Respostas possíveis: Semelhanças: madeiras de árvores “armazenam” fogo; fogo é privilégio de seres que vivem nos céus; o fogo é conquistado por um ser humano e compartilhado com outros. Diferenças: no mito grego, o fogo celestial é um “fogo imortal”, diferente daquele que é usado até hoje, que deve ser alimentado constantemente; já no mito guarani, o herói ensina os humanos a conservar o fogo para sempre.
2. Um ponto interessante no mito guarani é que ele fornece uma possível explicação para o fato de os urubus se alimentarem de carne apodrecida, já que originalmente eram eles os guardiões do fogo e, quando este é roubado pelos humanos, são obrigados a deixar de consumir alimentos cozidos. No mito grego, é interessante a explicação do motivo por que o fogo se alimentou com lenha.
Para observar e avaliar
Avalie se os estudantes atingiram os objetivos esperados de acôrdo com as habilidades e as competências gerais e específicas da seção. Caso contrário, realize um atendimento individualizado ao estudante que não atingir os objetivos idealizados.
VAMOS FAZER
Pesquisa sôbre mitos
Muitos povos possuem mitos de origem que narram como surgiram o Universo, os seres humanos, os animais, as plantas e outros elementos da natureza. Eles são contados e recontados pêlas pessoas mais velhas para as mais novas. É assim que importantes fatos, momentos ou conhecimentos são transmitidos oralmente de uma geração para outra. Que tal pesquisar um mito importante para vocês, para o lugar e a comunidade onde vivem?
Material
- Livros, revistas, jornais ou dispositivo com acesso à internet para pesquisa.
- Material para escrita, como caderno, lápis, borracha etcétera
Respostas e comentários
HABILIDADE
(ê éfe seis nove á érre três dois) Analisar e explorar, em projetos temáticos, as relações processuais entre diversas linguagens artísticas.
COMPETÊNCIAS
Competências gerais: 2 e 7
Competências específicas de Arte: 3 e 5
tê cê tês
- Diversidade cultural
- Educação para valorização do multiculturalismo nas matrizes históricas e culturais brasileiras
- Vida familiar e social
• ATIVIDADE PREPARATÓRIA
Divida a turma em grupos e distribua livros, revistas, jornais ou auxilie a pesquisa na internet. Solicite que estejam com material para escrita. Leia o texto introdutório da seção com a turma e inicie a atividade complementar.
• ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
Divida os estudantes em grupos e, em conjunto, pensem em um mito que tenha um tema de destaque para a turma, podendo conter elementos da natureza ou até mitos com diálogos entre seres humanos.
Solicite que os grupos realizem a pesquisa no material fornecido – ou na internet, identificando a origem e a localização do povo que se destaca nesse mito. É importante que os estudantes leiam com atenção o mito para conhecer os detalhes da narrativa.
Peça aos grupos que leiam em voz alta e expressem o que o mito apresenta em comum com a vida cotidiana.
Os estudantes precisarão se organizar em grupos e definir a escolha dos mitos, assim como pontuar as relações entre o mito e a vida cotidiana.
Como fazer
- Com a orientação do professor, organizados em grupos de quatro ou cinco integrantes, pensem e selecionem um mito que apresente um tema de destaque e importância para o lugar ou para as pessoas que vivem ao seu redor. Pode ser um mito sôbre os elementos da natureza ou sôbre o diálogo entre seres humanos, muito presentes nos enredos dos mitos indígenas ou africanos. Para pesquisar e selecionar o mito, busquem por aqueles que apresentem situações ou problemas relacionados com questões:
- ambientais, como poluição das águas e do ar, a destruição da flora e da fauna, destino do lixo ou qualquer outro problema que envolva o meio ambiente do local onde vocês vivem;
- de conflito, desrespeito às regras sociais, violência ou qualquer outra situação que envolva a busca pela empatia, o diálogo e a boa convivência entre as pessoas.
- Pesquisem em livros ou revistas na biblioteca ou na internet mitos sôbre o tema selecionado pêlo grupo.
- Ao selecionar o mito, identifiquem a origem e a localização do povo que se destaca nele.
- Leiam o mito com atenção para conhecerem bem a narrativa.
- Com a orientação do professor, organizem a leitura dos mitos selecionados pelos grupos.
- Para finalizar, conversem e expliquem para o restante da turma como o mito selecionado se relaciona com o cotidiano ou com os problemas da sua comunidade.
Respostas e comentários
Como fazer. Ver orientações em Atividades de desenvolvimento.
• ATIVIDADE DE DESENVOLVIMENTO
Oriente a leitura do mito para que os estudantes conheçam a narrativa. Para finalizar, se achar adequado, conversem e elaborem uma lista coletiva sôbre as relações do mito selecionado com o cotidiano ou com os problemas da comunidade dos estudantes.
Para observar e avaliar
Avalie se os estudantes atingiram os objetivos esperados de acôrdo com as habilidades e as competências gerais e específicas da seção. Realize o atendimento individualizado se houver necessidade ou se algum estudante não tiver atingido os objetivos esperados para a seção.
eu APRENDI
1. Observe as imagens, leia as legendas e descreva o que elas representam.
- Cultura representa o conjunto de tradições, práticas e comportamentos de um povo, de uma comunidade ou de um grupo. Ela está presente em muitos aspectos do nosso cotidiano. Cite um exemplo de uma manifestação cultural presente na sua vida.
- O texto a seguir é a definição de um tipo de manifestação artística do passado.
Manifesta a necessidade de comunicação e expressão de alguns ritos presentes no cotidiano de seres humanos que viviam na Pré-História.
- Que tipo de manifestação foi descrita?
- Não é possível afirmar se essas imagens tinham intenção artística, porém existem indícios do que elas representavam para os seres humanos daquela época. Cite o que os cientistas acreditam que elas representam.
Respostas e comentários
1. Os estudantes deverão descrever que representam manifestações artísticas brasileiras, a partir da leitura e observação das imagens que retratam manifestações e lugares distintos do Brasil.
2. Espera-se que os estudantes citem alguma manifestação relacionada com a língua, a alimentação, o vestuário, as festas populares, as danças, as músicas, as histórias e os costumes da comunidade em que vivem.
3. a) e b) A frase descreve a pintura rupestre, que, acredita-se, que possivelmente registra pensamentos, limites, conquistas, medos, entre outras ações e sentimentos dos seres humanos na época.
HABILIDADES
(ê éfe seis nove á érre zero um) Pesquisar, apreciar e analisar fórmas distintas das artes visuais tradicionais e contemporâneas, em obras de artistas brasileiros e estrangeiros de diferentes épocas e em diferentes matrizes estéticas e culturais, de modo a ampliar a experiência com diferentes contextos e práticas artístico-visuais e cultivar a percepção, o imaginário, a capacidade de simbolizar e o repertório imagético.
(ê éfe seis nove á érre zero quatro) Analisar os elementos constitutivos das artes visuais (ponto, linha, fórma, direção, côr, tom, escala, dimensão, espaço, movimento etcétera) na apreciação de diferentes produções artísticas.
(ê éfe seis nove á érre três dois) Analisar e explorar, em projetos temáticos, as relações processuais entre diversas linguagens artísticas.
(ê éfe seis nove á érre três três) Analisar aspectos históricos, sociais e políticos da produção artística, problematizando as narrativas eurocêntricas e as diversas categorizações da arte (arte, artesanato, folclore, design etcétera).
(ê éfe seis nove á érre três quatro) Analisar e valorizar o patrimônio cultural, material e imaterial, de culturas diversas, em especial a brasileira, incluindo suas matrizes indígenas, africanas e europeias, de diferentes épocas, e favorecendo a construção de vocabulário e repertório relativos às diferentes linguagens artísticas.
(ê éfe seis nove á érre três cinco) Identificar e manipular diferentes tecnologias e recursos digitais para acessar, apreciar, produzir, registrar e compartilhar práticas e repertórios artísticos, de modo reflexivo, ético e responsável.
COMPETÊNCIAS
Competências gerais: 1, 3, 6 e 10
Competências específicas de Arte: 1, 2, 3, 4 e 9
tê cê tês
- Diversidade cultural
- Educação para valorização do multiculturalismo nas matrizes históricas e culturais brasileiras
- Vida familiar e social
• ATIVIDADE PREPARATÓRIA
Nesta seção, os estudantes observarão as imagens e realizarão as atividades que desenvolvem os temas abordados durante a unidade.
• ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
- O estudante deverá observar as imagens e entender que se trata de manifestações artísticas brasileiras, como observado durante o capítulo.
- Oriente o estudante a pensar nas manifestações culturais conhecidas, relacionadas com língua, alimentação, festas e afins, dentro de sua comunidade.
- O estudante deverá ter em mente as pinturas rupestres como manifestação artística da pré-história.
- Leia os textos dos itens e indique qual alternativa apresenta a resposta correta.
- Conjunto de crenças estabelecidas para um evento ou cerimônia. Realizados de maneira individual ou coletiva, são práticas repletas de significados baseados nas ideias e costumes das pessoas que o realizam.
- Conjunto de gestos, palavras e ações que apresentam um valor que pode simbolizar nascimento, morte ou união de pessoas.
- Considerada um veículo de comunicação espiritual e uma fórma de os ancestrais se comunicarem com os indivíduos de um povo.
- um Ritual; dois Máscara; três Ritos.
- um Máscara; dois Ritual; três Ritos.
- um Ritual; dois Ritos; três Máscara.
- Releia o trecho e, em seguida, faça o que se pede.
Elaborada ao longo dos séculos por muitos grupos indígenas, as obras de arte tradicionais apresentam algo em comum: todas elas estão associadas à natureza e aos costumes dessas comunidades. Além disso, grande parte das produções artísticas indígenas é feita por artistas anônimos.
- Descreva os temas que são tradicionalmente tratados nas artes indígenas.
- Quem são os artistas anônimos?
- Com a orientação do professor, sigam os passos para ampliar seus conhecimentos sôbre manifestações relacionadas à arte indígena.
- Investiguem em livros, revistas, jornais ou na internet imagens que retratem artes indígenas.
- Elaborem um painel com as imagens e não se esqueçam de produzir legendas que destaquem o local, o nome da comunidade indígena, o tipo de manifestação e a data das imagens investigadas.
- Em uma folha de papel sulfite elabore uma história em quadrinhos para retratar a função mágica da arte na nossa cultura. Planeje a atividade utilizando enredos mágicos com seres ou divindades com poderes sobrenaturais.
Versão adaptada acessível
Atividade 7. Elabore uma história em quadrinhos para retratar a função mágica da arte na nossa cultura. Planeje a atividade utilizando enredos mágicos com seres ou divindades com poderes sobrenaturais.
Respostas e comentários
4. Resposta: alternativa c).
5. a) Os temas tratados nas artes indígenas geralmente são associados à natureza, aos costumes e ao modo de viver dêsses povos.
5. b) Os artistas anônimos não são conhecidos e as suas obras não levam a assinatura do autor.
• ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
- Espera-se que os estudantes tenham compreendido a diferença entre rituais e ritos, além da importância da máscara para diversas culturas.
- Nesta atividade, os estudantes deverão demonstrar conhecimento sôbre as artes indígenas abordadas ao longo do capítulo.
Oriente-os a compartilhar seus conhecimentos e pesquisas, elaborando um painel com imagens contendo local, nome da comunidade indígena, tipo de manifestação e data das imagens investigadas.
6. Oriente os estudantes sôbre a atividade em questão, distribuindo o material necessário. Forneça um tempo para que elaborem as histórias em quadrinhos e apresentem-nas para a turma.
Peça aos estudantes que compartilhem as histórias em quadrinhos produzidas em uma sessão de leitura.
Para observar e avaliar
Avalie se os estudantes atingiram os objetivos esperados de acôrdo com as habilidades e as competências gerais e específicas da seção. Caso contrário, divida a turma em duplas de modo que um estudante que compreendeu o tema auxilie um que não alcançou os objetivos idealizados.
vamos COMPARTILHAR
Dramatização dos mitos
Em atividades anteriores, você e os colegas da turma selecionaram mitos que apresentam forte relação com a sua comunidade. Nesta proposta, vamos elaborar uma leitura ou uma dramatização de um dos mitos selecionados. Para esta atividade, sigam as orientações propostas em etapas.
Etapa 1 – Organização do texto e da dramatização
- Organizados em grupos de trabalho, conversem sôbre o mito selecionado pêlo grupo e, em uma folha avulsa, planejem um roteiro de dramatização que contenha enrêdo, número de personagens, ações principais e o desfecho da história.
- Após o planejamento, escrevam o roteiro da dramatização do mito. Neste momento, reescrevam partes do mito para torná-lo mais agradável ou adequado para a leitura e a identificação das situações relacionadas com a comunidade.
- Compartilhem os roteiros com o professor e com os colegas de sala e conversem com a intenção de aprimorar e tornar os textos agradáveis e interessantes para o grupo e a comunidade escolar.
- Para encenar o mito, na etapa 2, vocês deverão elaborar máscaras que retratem os personagens presentes no enrêdo.
- Pensem e planejem o local e o cenário mais adequado na sala de aula ou na escola para as apresentações.
- Além do roteiro e da elaboração das máscaras, planejem a apresentação e decidam se deve ser compartilhada apenas com os colegas da turma ou também com convidados da comunidade.
Etapa 2 – Confecção das máscaras
Para melhor representar os personagens, sugerimos um modêlo de máscara simples.
Material
- Papel-cartão.
- Lápis de cera.
- Canetas hidrográficas (cores variadas).
- Tesoura com pontas arredondadas.
- Apontador.
- Elástico fino (30 centímetros)
- Papel sulfite a quatro.
- Cola branca.
Para ampliar
- Mitos indígenas em travessia. Disponível em: https://oeds.link/IyPaXz. Acesso em: 26 abril. 2023. Histórias de tradições de povos indígenas de Tocantins, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul fazem parte desse projeto audiovisual.
- LEÃO, Raimundo Matos de. Orum Aye: um mito africano da criação. São Paulo: Scipione, 2014. Reconto de mitos africanos trazidos ao Brasil pelos povos africanos escravizados e contados e ritualizados pelos seguidores do candomblé até hoje.
Respostas e comentários
HABILIDADE
(ê éfe seis nove á érre três quatro) Analisar e valorizar o patrimônio cultural, material e imaterial, de culturas diversas, em especial a brasileira, incluindo suas matrizes indígenas, africanas e europeias, de diferentes épocas, e favorecendo a construção de vocabulário e repertório relativos às diferentes linguagens artísticas.
COMPETÊNCIAS
Competências gerais: 1, 2, 9 e 10
Competências específicas de Arte: 2 e 4
tê cê tês
- Diversidade cultural
- Educação para valorização do multiculturalismo nas matrizes históricas e culturais brasileiras
• ATIVIDADE PREPARATÓRIA
Realize a leitura compartilhada da atividade com os estudantes, debatendo sôbre tudo o que foi aprendido até então sôbre mitos e ritos, relacionados à história da humanidade. Converse sôbre peças de teatro e dramatização, convidando-os a realizar a apresentação de mitos selecionados.
• ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
- Organize a turma em grupos de trabalho e solicite que cada grupo escolha um mito a ser abordado. Dê autonomia aos grupos, de modo que os próprios estudantes pensem em roteiro, enrêdo, número de personagens, ações principais e o desfecho da história. Oriente-os acêrca do planejamento durante a escrita do roteiro, caso haja a necessidade de contornar pequenos acontecimentos no mito que não poderão ser apresentados.
- Os estudantes deverão também elaborar máscaras para a dramatização retratando os personagens presentes no enrêdo. Oriente os grupos sôbre o local da apresentação e sôbre o fato de a apresentação ser feita somente para a comunidade escolar ou para outros convidados. Nesse caso, caberá a você entrar em contato com a direção escolar e outros membros da comunidade.
- Para o modêlo de máscara, providencie o material necessário, sempre alertando para o risco ao utilizar tesouras, mesmo com pontas arredondadas. Oriente os estudantes seguindo as instruções para a elaboração das máscaras. Meias-máscaras são aquelas que deixam livres o nariz e a boca, permitindo a fala; as máscaras inteiriças têm sua acústica prejudicada, pois cobrem o rosto todo, por isso o portador não conseguirá emitir sem prejuízo os sons com a boca.
Se julgar adequado decorar com outros elementos além da pintura, você pode utilizar retalhos de tecido coloridos ou miçangas.
Orientações para a elaboração da máscara
Orientação para acessibilidade
Caso haja estudantes cegos na turma, ajude-os em especial nas etapas de elaboração do esboço e do recorte da máscara. É possível também substituir o papel sulfite por um outro material que permita a criação do molde em relevo.
- Pense nas características do seu personagem e, em uma folha de papel sulfite, faça o esbôço de uma máscara. Para isso, é adequado medir previamente os espaços onde ficarão os olhos, a boca e o nariz na máscara. Coloque a folha sôbre o rosto e peça a um colega que marque levemente e com muito cuidado, para não perfurar o papel nem machucar o seu rosto, com um lápis de cera, do lado de fóra da máscara, cada local a ser furado.
- Definida como será a máscara, transponha o desenho para o papel-cartão.
- Usando a tesoura, recorte a máscara.
- Aponte bem um lápis e faça dois furos bem pequenos nas laterais da máscara, perto das orelhas.
- Passe o elástico pelos furos e amarre-o.
- Faça o acabamento de sua máscara enfeitando-a com pedaços de tecido, papel, miçangas etcétera e deixa-a secar.
Etapa 3 – Ensaio, apresentação e conversa
- Com as máscaras prontas e o roteiro em mãos, é hora de ensaiar o mito, ou seja, cada grupo deverá treinar os gestos, a movimentação corporal, as entradas e saídas de cena.
- Planejem com o professor o cenário e a ordem das apresentações.
- Após as apresentações, organizem uma roda de conversa para compartilhar as experiências sôbre os conhecimentos adquiridos durante a vivência.
Respostas e comentários
Etapa 3. Ver orientações em Atividades de desenvolvimento.
• ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO
- Para o ensaio, cada grupo deverá treinar os gestos, a movimentação corporal, as entradas e saídas de cena, o cenário e, se existir plateia, a recepção dela e o local onde as pessoas deverão ficar.
- Oriente os estudantes sôbre a ordem da apresentação, a movimentação, o local dos personagens no palco e a posição da plateia. Após as apresentações, organize uma roda de conversa para o compartilhamento das experiências.
- Converse sôbre como os mitos estão relacionados aos ritos, às histórias e ao modo de viver e pensar de cada sociedade. Muitas vezes contados próximo de uma fogueira ou em uma roda de conversa, tradicionalmente os mitos são transmitidos oralmente de geração para geração, e, toda vez que são contados, eles podem ser transformados. Muitas vezes, os narradores modificam os mitos, acrescentando experiências ou outros aspectos que consideram importantes destacar nas suas histórias. Por isso existem versões diferentes para o mesmo mito.
- Abra uma discussão com a classe sôbre como, até hoje, os mitos continuam tendo um grande impacto na cultura de diferentes povos, sendo contados ou utilizados como enrêdo de livros e filmes. Oriente-os para que citem nomes de livros e filmes que eles conheçam e retrate o tema mito.
Para observar e avaliar
Ao final, avalie se os estudantes atingiram os objetivos esperados de acôrdo com as habilidades e as competências gerais e específicas da seção. Converse com a turma e, caso contrário, realize o atendimento individualizado ao estudante.
Glossário
- manifestação cultural
- : fórma de expressão de um povo, uma comunidade ou um grupo e da sua cultura representada em costumes, tradições, rituais, celebrações, entre outros.
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- ornamento
- : adôrno ou aderêço usado para enfeitar ou decorar algo ou o corpo de uma pessoa.
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- bandoleira
- : correia de uso transversal utilizada como enfeite corporal, geralmente feita com fibras de palmeira, sementes, miçangas e penas.
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- Patrimônio Cultural Imaterial
- : conjunto de saberes, ofícios, modos de fazer, celebrações, fórmas de expressão e tradições transmitidas e recriadas de geração a geração protegido pêlo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (ifãn).
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- tipoia
- : no contexto apresentado, é uma espécie de rede utilizada para transportar as crianças junto ao corpo das mães.
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- resina
- : substância natural pastosa ou sólida que se obtém de certas plantas e é usada como base para perfumes, vernizes, adesivos etcétera
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- cosmologia
- : estudo da origem e da composição do Universo, da sua organização e origem.
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- ritual
- : conjunto de ações praticadas em cerimônias.
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- índio
- : fórma como as populações originárias foram chamadas pelos colonizadores ao longo do tempo. Atualmente, ainda que seja mencionado em documentos oficiais, o termo está em desuso por ser tida como expressão que não considera as especificidades entre os povos indígenas. Por esta razão, a adoção do termo "indígena", que significa "natural do lugar que se habita", é indicada como correta para se referir aos povos originários.
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- rupestre
- : que foi inscrito, gravado ou desenhado em rochas.
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- Arqueologia
- : ciência que trata de estudar culturas por meio de escavações, pinturas, objetos e monumentos para investigar os ambientes, os costumes e o modo de vida dos nossos antepassados.
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- hipótese
- : conjunto de argumentos que justificam as informações ou os dados que ainda não foram confirmados pelos métodos científicos.
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- divindade
- : nas culturas antigas, era um ser superior com poderes especiais, criado espontaneamente ou por outra divindade. As divindades podiam assumir uma variedade de fórmas, semelhantes aos seres humanos ou aos animais.
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