UNIDADE 2 Manifestações culturais brasileiras

As propostas desta unidade do seu livro foram desenvolvidas em quatro etapas, que se completam:

Ilustração. Um homem de chapéu redondo, usando camiseta branca, calça jeans e chinelo, está sentado em um banco, segurando um violão com as duas mãos e sorrindo. À direita há três pessoas em pé, descalças, com as mãos levantadas e sorrindo. Ao fundo há notas musicais coloridas.

eu SEI

Hoje é dia de festa!

Reconhecer e pesquisar em relatos e outros tipos de texto elementos de uma manifestação ou festa da cultura no Brasil.

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Fotografia. Uma pessoa sentada em uma cadeira de rodas usando chapéu pequeno branco e azul, camiseta e saia branca com listras e círculos azuis, está com o tronco inclinado para frente, os braços flexionados. Ao fundo há uma multidão de pessoas com roupas, vestidos e fantasias em tons de branco e azul.

eu vou APRENDER

Capítulo 1 – Arte popular

Conhecer manifestações culturais relacionadas à arte popular.

Capítulo 2 – Manifestações culturais na música e na dança

Conhecer manifestações culturais relacionadas às celebrações tradicionais brasileiras.

Fotografia. Oito pessoas usando fantasias de camiseta listrada e saias coloridas; elas estão em pé com as pernas contraídas e o braço direito levantado segurando sombrinhas pequenas coloridas. Atrás, há um rio e do outro lado da margem, alguns prédios.

eu APRENDI

Desenvolver atividades de verificação, sistematização, reflexão e ampliação da aprendizagem.

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Fotografia. Vista de uma praça com uma área central, árvores grandes com folhas verdes e prédios ao fundo.

vamos COMPARTILHAR

Guia informativo e de entretenimento

Elaborar um guia das manifestações culturais brasileiras, incluindo uma parte de destaque para o estado e a cidade onde os estudantes moram.

OBJETIVO GERAL

Identificar manifestações artísticas e culturais relacionadas à arte popular, à música e à dança.

eu SEI

Hoje é dia de festa!

As manifestações artísticas, musicais e culturais, como festas, danças, celebrações que são produzidas e transmitidas de geração a geração, permitem conhecer a diversidade e a riqueza do povo brasileiro.

Leia um relato sobre uma dessas manifestações.

reticências Antigamente, os vizinhos se organizavam em mutirões para fazer roça, fazer colheita, puxar rede. Quem precisava de ajuda, chamava os vizinhos, parentes e amigos. Todos trabalhavam o dia inteiro e, no início da noite, o dono da casa oferecia um fandango, uma mistura de muita comida e baile. Parece que o baile precisava durar a noite inteira, pois nem sempre o pessoal tinha como voltar pra casa e não havia lugar pra todo mundo dormir. reticências

BORDAS, marri ange. Manual da criança caiçara. São Paulo: Peirópolis , 2011. página 22.

Ilustração. Em primeiro plano, à direita, um homem e uma mulher com as pernas flexionadas, segurando enxadas na diagonal em direção a uma plantação. Em segundo plano, um homem segurando um carrinho de mão com algo marrom dentro caminha da esquerda para a direita. Em terceiro plano e na parte central, uma mulher segura uma foice com cabo alongado. Todos vestem chapéu em tons de azul e cinza, botas cinza e camisetas coloridas. Na terra marrom há rastros com plantações verdes. Ao fundo, um sol brilhando.

Para ampliar

BORDAS, marri ange. Manual da criança caiçara. São Paulo: Peirópolis, 2011. A obra apresenta crianças caiçaras, descrevendo o modo de vida simples da comunidade como se estivesse observando a partir dos “olhos de marcianos”, ou seja, como se a autora não vivesse neste planeta.

Ilustração. Um homem de chapéu redondo, usando camiseta branca, calça jeans e chinelo, está sentado em um banco, segurando um violão com as duas mãos e sorrindo. À direita há três pessoas em pé, descalças, com as mãos levantadas e sorrindo. Ao fundo há notas musicais coloridas.
Ícone de atividade oral.
Ícone de atividade em grupo.
  1. Qual é o nome da manifestação descrita no relato?
  2. A manifestação citada está associada a uma atividade de trabalho ou de celebração e festa? Expliquem as suas respostas.
Ícone de atividade em dupla.
  1. Inspirados no texto que acabamos de ler, elaborem também relatos de festas ou celebrações característicos do lugar onde vocês moram. Para a atividade sigam as orientações.
    1. Organizem-se em duplas ou trios de trabalho e selecionem uma festa ou celebração que ocorre tradicionalmente no bairro ou na cidade onde vocês moram.
    2. Descrevam as principais características dessa celebração, considerando: quando, onde e como ela ocorre; o que é comemorado; quem e como é a participação das pessoas no evento.
    3. Com essas informações, elaborem um relato escrito da celebração.
    4. Cada estudante deverá elaborar um desenho para ilustrar o relato.
Ícone de atividade oral.

e. Para finalizar, compartilhem e conversem sobre os relatos e as ilustrações com os colegas de sala.

eu vou APRENDER Capítulo 1

Arte popular

A denominação “arte popular” se refere às manifestações artísticas, musicais, teatrais e de dança, realizadas por artistas do povo. Nessas manifestações, os artistas expressam acontecimentos, emoções e ideias, e é por meio delas que uma comunidade ou um grupo social pode reconhecer sua identidade cultural.

Os acontecimentos cotidianos despertam a curiosidade e inspiram os artistas populares que, muitas vezes, criam suas próprias ferramentas de trabalho e exploram nas suas obras os recursos naturais disponíveis no lugar onde vivem, como o barro, a madeira, a lã ou até a sucata.

A artista autodidata Maria Madalena Santos Reinbolt (19191977) retratava em suas pinturas com tinta ou lã, de fórma criativa e poética, cenas do campo da época da infância dela no interior da Bahia. Veja a seguir uma de suas obras.

Tapeçaria. Em tons coloridos, na parte inferior há quatro pessoas usando camisas, agasalhos e calças, eles estão em pé ao lado de cachorros pretos e de estradas estreitas que levam para casas em formato retangulares em tons de marrom e com telhados vermelhos. Na parte superior, diversos bois pretos com manchas brancas estão dispostos em duas linhas horizontalmente paralelas. Eles estão andando da esquerda para a direita sobre uma pastagem verde.
Boiada, de Madalena Santos Reinbolt, cêrca de 1970. Tapeçaria, 87 centímetros por 118 centímetros.

Na arte popular, é comum o artista ensinar o ofício a seus filhos, parentes e a outras pessoas que se interessam por seu trabalho. Essa vivência possibilita o conhecimento na manipulação do material e o domínio da técnica.

TEMAS DA ARTE POPULAR

O cotidiano é um tema muito comum na arte popular. São explorados acontecimentos do dia a dia que envolvem o próprio artista ou as pessoas ao seu redor, como festejos, ritos religiosos e sociais ou cenas de atividades profissionais na lavoura, na criação de gado ou o trabalho doméstico, das lavadeiras e rendeiras, por exemplo.

Fotografia. Escultura de argila. Uma fila composta por cinco pessoas  caminhando na diagonal da parte superior direita para a parte inferior esquerda. Dois homens usando chapéu, camiseta e calça estão no início e no final da fila; e três mulheres usando vestidos coloridos estão posicionadas entre eles. Todos estão em pé, segurando uma vara fina para trás com uma sacola na extremidade. Acima de suas cabeças há cestos e objetos amarrados.
Artesanato em argila, de Ednaldo Vitalino, em Caruaru. Pernambuco, 2012.
Fotografia. Escultura de argila. Em fundo vermelho, uma mulher de cabelo encaracolado, de lábios vermelhos grossos, usando lenço vermelho  com bolinhas brancas na cabeça e na cintura, vestido verde, está em pé, segurando um cesto com milho e jogando para baixo, onde há diversas galinhas e pintinhos.
Artesanato em argila, Casa do Figureiro, em Taubaté. São Paulo, 2007.

Também são comuns as representações de problemas como migrantes em fuga da sêca, que caracterizam a vegetação e o clima seco de parte do Nordeste brasileiro. Os ciclos da existência humana, como o nascimento, a infância, a juventude, a maturidade e a morte, bem como os ritos de passagem relacionados ao batismo, o casamento e os velórios também aparecem com frequência nas obras de arte popular.

Junto aos acontecimentos do dia a dia, temas que fazem parte do imaginário e da fantasia também se materializam em obras nas quais o artista cria um mundo singular, com referências folclóricas ou religiosas.

Ícone de atividade oral.
Ícone de atividade em grupo.
Compartilhe com os colegas os trabalhos de arte popular que você já viu ou o que você conhece de algum artista.

VAMOS FAZER

Peça de argila

Muitas obras de arte popular são confeccionadas em barro, um material de fácil modelagem, que possibilita a criação de diferentes figuras. Agora é sua vez de modelar uma peça em argila.

Para começar, escolha e investigue imagens relacionadas a um tema do seu cotidiano ou de uma pessoa do seu convívio para servir de inspiração para a sua produção.

Material

  • Argila.
  • Plástico para forrar a mesa.
  • Fita adesiva.
  • Pente de plástico.
  • Palito de churrasco.
  • Tampa de caneta esferográfica.
  • Tinta guache de cores variadas.
  • Pincéis de tamanhos variados.
  • Copo com água.
  • Pano velho para limpeza dos pincéis.
Fotografia. Destaque para duas mãos segurando uma massa de argila marrom, arredondada e grossa.

Como fazer

  1. Forre a mesa com o plástico e prenda-o com fita adesiva.
  2. Amasse e bata bem a argila para amolecer e tirar as possíveis bolhas de ar do barro.
  3. Depois, modele-a como quiser, de acordo com o tema escolhido.
  4. Com o pente, o palito ou a tampa de caneta, faça riscos e detalhes para dar acabamento à peça.
  5. Deixe a peça secar bem, em lugar arejado, por no mínimo 48 horas.
  6. Depois de bem sêca, pinte a peça com tinta guache.
  7. Após a pintura, deixe secar por mais 24 horas.
  8. Juntos, reúnam todas as peças produzidas pela turma e elaborem legendas com o nome da obra e do artista.
  9. Organizem uma exposição dos trabalhos na sala de aula.
  10. Troquem ideias a respeito de suas impressões sobre o manejo com a argila e as dificuldades e facilidades do material durante o processo.
Fotografia. Vista lateral de diversas crianças usando uniforme escolar vermelho, sentadas à mesa, com as mãos apoiadas e segurando massa de argila marrom. A menina em primeiro plano está nítida; as demais crianças aparecem embaçadas.
Jovens beneficiadas pelo projeto Espaço Amigo, da ésse ó ésse Serviços de Obras Sociais, participam de oficina de artesanato em argila, Presidente Prudente. São Paulo, 2019.

XILOGRAVURA E LITERATURA DE CORDEL

A xilogravura é uma técnica de impressão que se realiza em várias etapas. Primeiro, se faz um desenho na superfície lisa de um bloco de madeira (pode ser de metal ou outro material também). Depois, com o auxílio de goivasglossário , as partes do desenho que não vão receber tinta são entalhadas no material, formando a matriz de impressão. Em seguida, aplica-se tinta sobre a matriz: as partes que ficaram em relevo recebem tinta e serão impressas em uma folha de papel, com a ajuda de uma prensa ou mesmo colhêr de madeira. A xilogravura também pode ser colorida. Nesse caso, é preciso fazer uma matriz para cada cor a ser impressa.

Fotografia. Destaque para engrenagens e objetos de ferro dispostos ao redor de uma fôrma quadriculada vista na diagonal no centro da imagem. Nela, há um desenho de uma máquina esculpida.
Matriz de impressão de xilogravura de artista da cidade de São Paulo. São Paulo, 2012.
Fotografia. Destaque para uma mão direita segurando um rolo de tinta preto sobre uma folha branca onde há um quadrado com desenho de uma máquina. Ao fundo, uma mão esquerda segura a folha branca.
Preparo de matriz de impressão de artista da cidade de São Paulo. São Paulo, 2012.

A técnica da xilogravura é muito utilizada para ilustrar folhetos de literatura de cordel, um tipo de literatura popular que se desenvolveu fortemente no Nordeste e depois se espalhou pelo Brasil. Em alguns estados, como Pernambuco, Ceará, Alagoas, Paraíba e Bahia, o cordel é mais difundido.

A literatura de cordel costuma registrar narrativas orais transmitidas pelo povo. Por isso, são comuns personagens regionalmente conhecidos, como o Padre Cícero, da cidade de Juazeiro do Norte, no estado do Ceará, e Lampião, famoso cangaceiroglossário nordestino. Além dos temas relacionados à vida do sertanejo, aos contos populares e ao cenário rural, a literatura de cordel aborda temas ligados a notícias regionais ou nacionais de interesse geral; sátiras de cunho social e político; áreas da saúde, como doenças e prevenção às drogas; terceira idade; educação, entre outros.

Patativa do Assaré (19092002) foi um poeta e repentista brasileiro que nasceu no Ceará. Leia um de seus poemas.

Fotografia. Vista de cima de diversos folhetos de cordel sobrepostos. Neles, destacam-se os títulos e as ilustrações da capa, feitas em preto e branco e estilo xilogravura. As cores de fundo dos folhetos são branco, amarelo, bege e azul.
Folhetos de cordel em Feira de Santana. Bahia, 2019.

Sertão, argúem te cantô,

Eu sempre tenho cantado

E ainda cantando tô,

Pruquê, meu torrão amado,

Munto te prezo, te quero

E vejo qui os teus mistéro

Ninguém sabe decifrá.

A tua beleza é tanta,

Qui o poeta canta, canta,

E inda fica o qui cantá.

ASSARÉ, Patativa do. Eu e o sertão. ín: SILVA, Lucicláudia A.; WANDERLEY, Naelza. A. A representação da natureza em poemas de Patativa do Assaré. Revista Leia Escola, Campina Grande, volume 19, número 3, página 3, 2019. Disponível em: https://oeds.link/1vHfUn. Acesso em: 23 maio 2022.

Ícone de atividade oral.
  1. Cite o tema central tratado no poema.
  2. Elabore uma ilustração, em preto e branco, para o poema inspirado na literatura de cordel.
Versão adaptada acessível

Atividade 2.

Elabore uma representação para o poema inspirado na literatura de cordel.

J. Borges: mestre da xilogravura

Fotografia. Um homem idoso de cabelo branco penteado para trás, de sobrancelhas grossas, nariz redondo, lábios finos, usando camisa amarela, está sentado à mesa, sorrindo e segurando uma caneta cinza com a mão direita na direção de uma folha de madeira.
J. Borges na cidade de Bezerros. Pernambuco, 2012.

Um exemplo de cordelista brasileiro que usa a xilogravura em suas produções é José Francisco Borges, mais conhecido como J. Borges, nascido em Bezerros (Pernambuco), em 1935. Filho de agricultores, foi marceneiro, mascate, pintor de parede, oleiro, entre outras profissões. Em 1964, J. Borges escreveu seu primeiro folheto de cordel. Na segunda publicação, ele criou uma xilogravura para ilustrar a capa e assim iniciou sua carreira como xilogravador. Em suas xilogravuras, J. Borges explora temas do imaginário regional, com personagens como a mula sem cabeça, a cultura nordestina e a vida no sertão, as aventuras de Lampião e as cerimônias do cotidiano.

Em 2006, o artista recebeu o título de Patrimônio Vivo de Pernambuco, concedido a alguns mestres da cultura popular. Reconhecido no Brasil e em vários outros países, J. Borges tem obras no acervo da Biblioteca Nacional de uóshinton (Estados Unidos) e no Museu de Arte Popular do Novo México (Santa Fé, Estados Unidos).

Ícone de atividade oral.
Ícone de atividade em grupo.

3. Observe as obras de J. Borges apresentadas a seguir. Elas mostram atividades ligadas ao contexto regional dos personagens.

Xilogravura. Em preto e branco, quatro mulheres de cabelos compridos, usando roupas pretas com desenhos brancos. Três delas usam a cabeça para sustentar baldes, cestos e lenhas. Uma delas, à direita da imagem, segura uma criança pequena nos braços. Entre elas, há algumas crianças. Todas estão em pé e caminham da esquerda para a direita. Ao fundo, árvores baixas e cactos e um céu estrelado com uma lua.
Mulheres do sertão, de J. Borges. Xilogravura, 48 centímetros por 66 centímetros.
Xilogravura. Em preto e branco, em primeiro plano, há uma banda com  cinco pessoas usando chapéu redondo e tocando instrumentos musicais, como tambor, pandeiro e pífano. Na lateral direita, um mulher com vestido preto e bolinhas brancas. Em segundo plano, ao centro da imagem, há duas mulheres com vestido preto de bolinhas brancas em pé. Em terceiro plano, atrás das mulheres, vista fragmentada de rostos humanos, mostrando apenas os olhos observando a banda.
Banda de pífano rural, de J. Borges. Xilogravura, 36 centímetros por 68 centímetros.
Leia as perguntas silenciosamente. Depois, forme uma roda com os colegas para conversar e refletir sobre as questões propostas.
  1. O que as mulheres da imagem 1 estão fazendo? Em sua opinião, por que elas realizam essa atividade?
  2. Que elementos da gravura Mulheres do sertão, de J. Borges, evocam o sertão nordestino?
  3. Que instrumentos musicais o artista representou na imagem 2?
  4. Na internet, procure por “banda de pífano”. Acesse alguns conteúdos e registre no caderno o que você descobriu. Depois, compartilhe os resultados com a turma.

VAMOS FAZER

Gravura em ê vê á

Vamos experimentar uma técnica de impressão similar à xilogravura. Para facilitar o trabalho, a matriz será feita em ê vê á, um material mais maleável do que a madeira, usada na matriz da xilogravura.

Material

  • Lápis grafite.
  • Caneta hidrográfica ou esferográfica.
  • Tinta guache.
  • Pincel chato.
  • Cola branca.
  • Tesoura com pontas arredondadas.
  • Papel sulfite a quatro.
  • Papel canson ou vergê a quatro, de maior gramatura.
  • Dois pedaços de ê vê á (um para recorte, outro para a base de 20 centímetros por 30 centímetros).
  • colhér de pau ou de metal.
Ilustração. Uma menina de cabelo encaracolado e curto, de sobrancelhas finas, nariz e lábios largos, usando camiseta azul, está sentada à mesa e segura um lápis na direção de uma folha branca com um sol desenhado. Em outro momento, ela segura um lápis na direção de uma folha rosa que está sendo levemente erguida e, abaixo dela, há a folha branca com o mesmo desenho.
Ilustração. Uma menina de cabelo encaracolado e curto, de sobrancelhas finas, nariz e lábios largos, usando camiseta azul, está sentada à mesa e segura um lápis na direção de uma folha branca com um sol desenhado. Em outro momento, ela segura um lápis na direção de uma folha rosa que está sendo levemente erguida e, abaixo dela, há a folha branca com o mesmo desenho.

Como fazer

  1. Em uma folha de papel sulfite, faça um desenho com várias partes e detalhes a serem impressos.
  2. Copie esse desenho em um dos pedaços do ê vê á usando uma caneta hidrográfica ou esferográfica.
  3. Recorte as partes desse desenho.
  4. Cole as partes recortadas sobre a base de ê vê á de 20 centímetros por 30 centímetros.
  5. Usando pincel, passe tinta sobre as partes de ê vê á recortadas que foram coladas à base.
  6. Posicione delicadamente a folha de papel canson ou vergê sobre a base entintada.
  7. Usando a colhér, pressione levemente o papel sobre a base, até que a tinta seja totalmente transferida para o papel.
  8. Retire delicadamente o papel de cima da base entintada e deixe o trabalho secar.
Ilustração. A menina de cabelo encaracolado está segurando uma tesoura e recorta o Sol da folha rosa; abaixo há uma folha verde e ao lado, um pote de cola. Em outro momento, na folha verde está colado o Sol laranja e abaixo, na folha amarela, há um sol laranja.
Ilustração. A menina de cabelo encaracolado está segurando uma tesoura e recorta o Sol da folha rosa; abaixo há uma folha verde e ao lado, um pote de cola. Em outro momento, na folha verde está colado o Sol laranja e abaixo, na folha amarela, há um sol laranja.

ARTESANATO

Chamamos de artesanato a arte e a técnica de transformação da matéria-prima para elaborar objetos com ou sem fim comercial. Consiste no trabalho manual do artesão, que com pouca ou nenhuma intervenção de máquinas, utiliza geralmente as matérias-primas da localidade onde mora. Observe a imagem de uma artesã Guajajara.

Presente em muitos lugares do Brasil, o trabalho artesanal é muito importante para a preservação dos conhecimentos, dos materiais e das técnicas de produção. Para saber mais sobre o assunto, leia o texto a seguir.

Fotografia. Vista de cima para baixo de uma mulher de cabelo penteado para trás, usando camiseta rosa, com os braços flexionados na direção de um tecido com listras azuis e verdes estendido em um suporte de madeira. Sobre o tecido há linhas vermelhas e, entre suas camadas, a mulher posiciona um pedaço de madeira.
Artesã Guajajara, tecendo uma bolsa, no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 2022.

reticências a diferença que existe entre “arte popular” e “artesanato” ou, para ser mais preciso, entre as peças produzidas dentro dessas duas categorias, seria a seguinte: o objeto da arte popular, uma vez acabado, já exerceu sua função. Ele é fruto de uma expressão artística, existe para ser visto, enquanto o produto de artesanato começa a cumprir seu papel depois de pronto. Esse é um objeto de uso. Só existe para ser utilizado. Há milhares de anos, quando os primeiros seres humanos se abrigavam nas cavernas, a necessidade básica e primordial era a sobrevivência. E, para a sobrevivência, alguns tentavam transformar pedra, osso ou madeira, em armas e utensílios, ou seja, em objetos de uso. Outros, movidos por uma fôrça interior e possuindo o dom de observar e criar, registravam nas paredes rupestres cenas reais e imaginárias, figuras geométricas e símbolos que ainda hoje para nós permanecem misteriosos. Esses registros são um bom exemplo da diferença entre arte popular e produção artesanal.

Béque Jaque van di . Arte popular brasileira. ín: AGUILAR, Nelson êti áli. Mostra do redescobrimento: arte popular. São Paulo: Fundação Bienal de São Paulo; Associação Brasil 500 Anos Artes Visuais, 2000. página 64.

  1. Com base no texto, elabore definições para o que se pede:
    1. arte popular;
    2. produção artesanal.
  2. Quais objetos ou produtos feitos de fórma artesanal há em sua moradia?

Cestaria arumã

Os bãníua são um povo de língua aruak que vive na fronteira do Brasil com a Colômbia e a Venezuela, em aldeias às margens do rio Içana e seus afluentes, em comunidades no Alto Rio Negro/Guainía e nas cidades de São Gabriel da Cachoeira, Santa Isabel e Barcelos (Amazonas).

Na tradição dos bãníua, são considerados trabalhos masculinos a confecção da cestaria, assim como a maior parte das tarefas artesanais; por exemplo, a produção de canoas e remos, a pesca, a caça e a construção das casas. A cestaria de arumãglossário confeccionada pelos bãníua é indispensável para o processamento da mandioca brava, base de sua alimentação, além da pesca.

Fotografia. Destaque para duas mãos segurando um cesto marrom com linhas pretas horizontais e verticais em formato quadriculado; na parte superior, há fios que ainda não foram trançados.
Fotografia. Destaque para um cesto redondo formado por linhas horizontais pretas e marrons que se alternam e se repetem. A cada grupo de linhas horizontais, há uma linha horizontal preta e grossa com losangos marrons que se repetem formando um padrão. Ao fundo, há diversos cestos empilhados.
Cestos bãníua, em Embu das Artes. São Paulo, 2009.

Para os bãníua, a aprendizagem de cestaria está relacionada a um ritual de passagem para a vida adulta, quando os meninos ficam separados do restante da aldeia e aprendem a fazer cestos e outros objetos de arumã.

Há décadas os bãníua produzem cestaria para venda ou troca por outros produtos. Os produtores-comerciantes bãníua encontram muita dificuldade para vender seus produtos, pois, dependendo da posição da comunidade em relação ao rio Içana, onde há muitas cachoeiras, a navegação torna-se difícil. Alguns deles se aventuram a navegar até Manaus para vender seu artesanato.

3. Para ampliar os conhecimentos, pesquise em suas casas ou com familiares e amigos se há peças produzidas de fórma artesanal. Podem ser objetos, cestaria, roupas etcétera Com a orientação do professor, tragam esses objetos para compartilhar e conversar sobre o modo de produção e a utilização dessas peças no cotidiano.

ARTE E HISTÓRIA

Herança das paneleiras de Goiabeiras

Desde a infância, as mulheres do bairro de Goiabeiras, na cidade de Vitória, no Espírito Santo, aprendem a modelar a argila e a preparar panelas de barro, que servem para o cozimento de alguns dos mais conhecidos pratos capixabasglossário , como a moqueca e a torta feita de peixes ou frutos do mar.

Enquanto as mulheres da comunidade se dedicam à modelagem das panelas, os homens cuidam da coleta e do transporte da argila, que é retirada de uma jazida localizada no Vale do Mulembá.

As panelas, de diferentes formatos e tamanhos, são tingidas de preto com o taninoglossário , existente no manguezal próximo ao bairro de Goiabeiras. O tanino é aplicado nas panelas em brasa, em um processo chamado “açoite”, e é absorvido pela cerâmica, tornando-a impermeável e impedindo a proliferação de fungos.

Fotografia. Uma mulher de cabelo curto, usando vestido colorido, está em pé e com as duas mãos ao redor de uma panela de barro marrom sendo produzida. Ao fundo há uma mesa com diversas panelas e cestos de barro.
Artesã produzindo panela de barro na séde da Associação Paneleiras de Goiabeiras, em Vitória. Espírito Santo, 2018.

A técnica empregada pelas paneleiras tem origem indígena, e o saber ligado a todo o processo de fabricação das panelas é considerado Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil desde 2002. Na sequência, conheça um pouco mais dessa história.

Fotografia. Destaque para uma mão segurando uma pedra arredondada e escura que está sendo usada para polir um cesto marrom de barro.
Fotografia. Uma mulher usando lenço rosa na cabeça, camiseta azul e saia marrom, está segurando uma panela de barro sobre uma madeira escura; em sua mão e seu colo há um ramo de folhas secas.
Polimento e pintura das panelas com o tanino extraído do mangue vermelho em Vitória. Espírito Santo, 2014.

Para ampliar

Saberes do barro: ofício das paneleiras em Goiabeiras. Disponível em: https://oeds.link/FQnSbQ. Acesso em: 16 junho 2022. Documentário sobre o trabalho das paneleiras de Goiabeiras.

O processo de produção das panelas de Goiabeiras conserva todas as características essenciais que a identificam com a prática dos grupos nativos das Américas, antes da chegada de europeus e africanos. As panelas continuam sendo modeladas manualmente, com argila sempre da mesma procedência e com o auxílio de ferramentas rudimentares. Depois de secas ao sol, são polidas, queimadas a céu aberto e impermeabilizadas com tintura de tanino, quando ainda quentes. Sua simetria, a qualidade de seu acabamento e sua eficiência como artefato devem-se às peculiaridades do barro utilizado e ao conhecimento técnico e habilidade das paneleiras, praticantes desse saber há várias gerações.

A técnica cerâmica utilizada é reconhecida por estudos arqueológicos como legado cultural Tupi-guarani e Una reticências. Goiabeiras é, portanto, o lugar onde esse ofício de fabricar panelas ocorre por tradição. Ali, foram encontrados sítios cerâmicos, remanescentes da ocupação indígena, no alto da pequena elevação conhecida como Morro Boa Vista e nas proximidades do aeroporto de Goiabeiras. reticências

A cidade cresceu e alcançou Goiabeiras, que se transformou em um bairro urbanizado de Vitória. Mas ali continuam sendo feitas, como sempre, as panelas pretas. Enquanto a cidade crescia, as paneleiras iam progressivamente se profissionalizando e fazendo do seu ofício a mais visível atividade cultural e econômica do lugar.

ALVES, Ana Claudia L.; ABREU, Carol (edição). Ofício das Paneleiras de Goiabeiras. Brasília, Distrito Federal: ifãn, 2006. páginas quinze a dezessete. Disponível em: https://oeds.link/nznawI. Acesso em: 23 maio 2022.

Ícone de atividade oral.
Ícone de atividade em grupo.
  1. Identifiquem e releiam as frases do texto que evidencia:
    1. o processo de produção das panelas de Goiabeiras como uma prática antiga dos grupos originários das Américas, antes da chegada de europeus e africanos;
    2. o processo de profissionalização do ofício das paneleiras.
  2. Para ampliar seus conhecimentos, investiguem outro ofício ou saber envolvidos na confecção de um objeto artesanal considerado Patrimônio Cultural Imaterial e descrevam: como é esse ofício, que objetos são confeccionados, as matérias-primas utilizadas e a importância histórica e econômica do objeto.

Rendeiras de Divina Pastora

A renda irlandesa surgiu na Europa entre os séculos dezesseis e dezessete. Dos conventos da Irlanda, onde a tradição ainda é mantida, a renda irlandesa foi levada para várias partes do mundo, inclusive para o Brasil. Em nosso país, inicialmente, a produção da renda irlandesa era restrita à aristocraciaglossário . Aos poucos, no entanto, houve uma apropriação popular do ofício de rendeira.

Desde o período colonial, a produção da renda irlandesa é um saber das artesãs de Divina Pastora, município do estado de Sergipe. Atualmente, é uma referência cultural da região e a fórma de sustento de muitas famílias. A renda irlandesa pode ser aplicada em enxovais, vestidos, toalhas e caminhos de mesa e almofadas. Os pontos formam diferentes motivos, que são criados e recriados pelas rendeiras.

Fotografia. Uma mulher de sobrancelhas finas, nariz e lábios largos, usando touca azul com uma faixa horizontal preta, óculos com armação retangular e vestido azul claro com manchas coloridas, está com os braços abertos sobre um tecido branco de renda.
Artesã rendeira mostrando bordado de renda irlandesa, em Divina Pastora. Sergipe, 2018.
Fotografia. Destaque para duas mãos com os dedos segurando uma agulha e flexionados sobre um tecido branco bordado de renda.
Detalhe de mãos de artesã rendeira fazendo bordado de renda irlandesa, em Divina Pastora. Sergipe, 2018.

VAMOS FAZER

Entrevista

Vocês conhecem artesãos do bairro ou da cidade em que moram? Se sim, entrevistem um artesão ou artesã local. Na sequência, vejam um exemplo de roteiro para essa entrevista, que pode ser ampliado ou modificado.

Roteiro de entrevista

  1. Qual é o seu nome e quantos anos você tem?
  2. Há quanto tempo você trabalha como artesã (ou artesão)?
  3. Com quem você aprendeu esse ofício?
  4. Que tipo de artesanato você faz?
  5. Onde e como as peças são usadas?
  6. Quais materiais são utilizados nesse artesanato?
  7. Você costuma vender os trabalhos? Onde?
  8. Quais são as dificuldades enfrentadas nessa profissão?
  9. Em que você se inspira para produzir as peças? Se achar adequado, elabore outra pergunta sobre o trabalho do artesão. Se possível, fotografe os trabalhos realizados pelo entrevistado. Por fim, leve o resultado da entrevista e as imagens para a sala de aula e faça uma apresentação para os demais colegas.
Ilustração. Uma pessoa jovem de cabelo preto e comprido, de sobrancelhas finas, nariz e lábios largos, usando camiseta verde, está segurando uma folha rosa com uma mão e com a outra segura um celular com o modo gravação de áudio ativado. Ao seu lado, há um homem de cabelo curto e grisalho, sobrancelhas grossas, barba branca, usando camisa amarela. Ele está sorrindo e segurando a escultura de uma carranca feita de madeira.

eu vou APRENDER Capítulo 2

Manifestações culturais na música e na dança

A vasta extensão territorial e o processo de povoamento com a presença de diferentes povos caracterizaram a grande diversidade e variedade de manifestações da cultura popular brasileira. Festas populares, músicas e danças regionais, lendas, mitos, brincadeiras, artesanato, culinária, entre outros saberes e tradições estão distribuídos por todo o Brasil.

Ícone de atividade oral.
Ícone de atividade em grupo.

1. Com a orientação do professor, elaborem uma lista citando em que lugares ou situações a música se faz presente em nossas vidas.

Pintura. Vista de cima de uma festa. No centro, sobre um palco marrom-avermelhado, dois músicos usando chapéu redondo e grande, camisa azul e calça amarela, estão em pé, segurando violão e no meio deles há microfone. Nas laterais do palco, há duas filas grandes de homens usando chapéu branco, camisa vermelha e calça amarela. Ao redor, há diversas pessoas observando. Na parte superior e na lateral da obra, há diversas barracas de madeira com tecidos coloridos, bancadas com produtos expostos, pessoas ao redor e bandeirinhas coloridas ornamentando o teto das barracas.
Catira, de Helena Coelho, 2003. Acrílica sobre tela, 50 centímetros por 70 centímetros.

Certamente vocês observaram que a música se faz presente em muitos momentos da nossa vida. Como trilhas sonoras da nossa vida e em enredos e filmes, nas danças e brincadeiras existe a intensa presença do acompanhamento musical.

Neste capítulo, somos convidados a conhecer e apreciar algumas dessas manifestações regionais relacionadas com a música, a dança, as festas e celebrações populares. No final da apresentação de cada manifestação, você deve preencher uma ficha para a elaboração do Guia de Manifestações Culturais proposto em Vamos compartilhar.

O CURURU E A VIOLA DE COCHO

Fotografia. Destaque para os braços de um homem de camisa branca segurando uma viola marrom com as duas mãos. Nela, está amarrada uma fita em tons de verde e rosa.
Fotografia. Vista de cima para baixo de diversos homens usando chapéu redondo, camisa; eles estão em pé, próximos uns aos outros e segurando violas.
Cururueiros tocando viola de cocho durante a Festa de Santa Clara na Comunidade do Limpo Grande, em Várzea Grande. Mato Grosso, 2019.

Manifestação popular característica das áreas rurais dos estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e São Paulo, o cururu teria passado por muitas transformações desde sua origem e, segundo alguns estudiosos, foi trazido ao Brasil pelos colonizadores portugueses, com o objetivo de atrair e catequizar os povos indígenas.

As rodas de cururu geralmente acontecem em festas religiosas e comemorações como aniversários e casamentos. Tradicionalmente, o cururu se configura como cantoria e dança de roda, em que apenas os homens cantam e dançam. Inicialmente é feita a saudação aos presentes, a louvação aos santos e, ao final, cantos de improviso.

A viola de cocho é um dos instrumentos musicais feitos de fórma artesanal e característicos do cururu e o modo de fazer é considerado como um Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil reconhecido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (ifãn).

  1. No caderno, crie um quadro-resumo com informações sobre o cururu. Caso seja preciso obter mais informações sobre o tema, com a orientação do professor, elabore uma pesquisa em livros ou na internet. Informe:
    1. local onde geralmente ocorre;
    2. principais características;
    3. outras informações que você considerou importantes ou interessantes.

CARIMBÓ

O carimbó é uma das mais antigas e significativas manifestações culturais da região amazônica e um importante elemento de identidade do povo do estado do Pará.

Manifestação que envolve música e dança, é uma celebração tradicional associada à religiosidade popular, especificamente aos festejos de santos, mas também é praticada em outras ocasiões, como aniversários e confraternizações.

Fotografia. Uma mulher usando coroa de flores, camisa branca, saia colorida e descalça, está com as duas mãos abertas e segurando a barra da saia, fazendo um movimento giratório da direita para a esquerda; ao seu lado, um homem de cabelo curto, usando camisa florida, calça branca e descalço, ele está com os braços abertos e é visto de costas. À direita, uma banda com um guitarrista e um baterista. Ao fundo, um rio e alguns prédios.
Apresentação de carimbó em barco de passeio, em Belém. Pará, 2019.

Influenciado por diferentes culturas de povos africanos, de povos originários e de povos europeus, o carimbó reflete a diversidade brasileira. Os africanos trazidos ao Brasil contribuíram com as danças e o ritmo da batida dos tambores, chamados de carimbó ou curimbó, daí a origem do nome. Alguns estudos apontam que os povos originários teriam contribuído com o uso de alguns instrumentos de percussão, como o maracáglossário , e o formato de roda na dança. Já os colonizadores europeus acrescentaram elementos de danças portuguesas, como palmas e a formação de pares ou dança individual.

As letras das canções do carimbó apresentam temas como a fauna, a flora, fatos políticos e o universo do trabalho, principalmente a pesca artesanal e a agricultura praticadas na região.

O tambor de carimbó é acompanhado por banjo, flauta, maracás, reco-reco, milheiro, tambor-onça, instrumentos de sopro, entre outros. Em geral, esses instrumentos são confeccionados por artesãos, que em muitos casos são os próprios músicos.

Fotografia. Vista de uma praça com diversos dançarinos. Em primeiro plano, mulheres descalças usando blusas e saias coloridas; algumas seguram com as duas mãos as barras dos vestidos e fazem um movimento giratório. Há alguns homens descalços usando camisetas ou regatas e shorts; alguns estão com os troncos inclinados para frente. Ao fundo, uma multidão ou dançando ou em pé conversando.
Os dançarinos apresentam-se geralmente descalços e as mulheres usam longas saias rodadas nas apresentações de carimbó. Vila de Alter do Chão, em Santarém. Pará, 2019.
  1. No caderno, crie um quadro-resumo com informações sobre o carimbó. Caso seja preciso obter mais informações sobre o tema, com a orientação do professor, pesquise em livros ou na internet. Informe:
    1. local onde geralmente ocorre;
    2. principais características;
    3. outras informações que você considerou importantes ou interessantes.

FREVO: UMA MANIFESTAÇÃO ARTÍSTICA DO CARNAVAL

Manifestação carnavalesca reconhecida pela Unesco como Patrimônio Cultural da Humanidade, o frevo envolve música, dança e poesia. A manifestação surgiu nas cidades de Recife e de Olinda, no estado de Pernambuco, e se originou no fim do século dezenove, nos primeiros clubes de carnaval de Pernambuco, formados por trabalhadores, entre eles o Clube Carnavalesco Misto Vassourinhas (1889) e o cê cê ême Lenhadores (1897).

Clique no play e acompanhe a reprodução do Áudio.

Transcrição do áudio

Manifestações culturais:

música, dança, festas ecelebrações populares

Locutora: Manifestações culturais: música, dança, festas e celebrações

populares.

Música

Locutora: Eita Brasil tão extenso.

De norte a sul do Brasil

Diverso e variado

De tantas manifestações

Tem roda de cururu e

viola de cocho

Tem carimbó

Samba de roda

E afoxé

Abre alas que

Os Filhos de Gandhi

Vão passar

Lá vem a ciranda de Pernambuco

Com movimentos da onda do mar

Tem jongo que veio da África

Tem catira com influência indígena

Tem até cavalo-marinho

E tem muito mais.

Congada

Cavalhada

E Bumba meu boi

Que já chegou em Parintins

Um é Garantido

O outro é Caprichoso

E tem muito frevo no pé

E é sobre ele

Que nós vamos falar!

Música

Locutora: E depois desse trecho de Salvador Barletta Nery, comecemos lembrando das sombrinhas para cima e para baixo, dos passistas girando, dançando na ponta dos pés, descendo e pulando.

Sem falar nas orquestras enchendo as ruas de Pernambuco com o som de metais e percussão durante o Carnaval.

Quem nunca ouviu falar do frevo de rua de Olinda e Recife? Foi nessas cidades que essa manifestação cultural surgiu lá no fim do século XIX.

E a música chamada “Vassourinhas”, de Joana Batista e Matias da Rocha. Você conhece?

O frevo é um verdadeiro símbolo de resistência da cultura pernambucana. Ele foi reconhecido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, a Unesco, como patrimônio cultural imaterial da humanidade.

E só para você não esquecer, manifestação cultural engloba a maneira com que um povo expressa sua arte. Seja por meio de celebrações, rituais ou festas tradicionais que normalmente reúnem música, dança e poesia.

Música

Locutora: Paralelamente à música, a dança nasceu do improviso nas ruas e é atribuída aos capoeiristas de bandas e blocos carnavalescos.

Mas o frevo é mais do que o frevo de rua. Há também o frevo de bloco, como vamos ouvir agora.

Música

Locutora: Se a palavra “frevo” deriva de “ferver, agitar, pulsar”, o frevo de bloco parece ir na contramão dessa agitação. Mais semelhante a uma serenata, em uma seresta, no lugar dos metais e da percussão, são usados instrumentos como cavaquinho, bandolim, violão e violino, além de instrumentos de sopro.

Nesse estilo há também a presença de letra nas músicas e geralmente conta com mulheres como intérpretes. Já o frevo canção é mais contemporâneo. Preste atenção nesta música.

Música

Locutora: Também mais melodioso e mais lento que o frevo de rua, o frevo canção que você acabou de ouvir apresenta letras nas músicas, como o frevo de bloco.

Lembra até mesmo as marchinhas de Carnaval tradicionais do Rio de Janeiro. Alceu Valença não nos deixa mentir.

Música

Locutora: Créditos: Neste podcast você ouviu pequenos trechos das seguintes músicas: Galo de Ouro, de autoria do Maestro José Menezes; Cocada, de autoria de Lourival Oliveira;

Vassourinhas, de Joana Batista e Matias da Rocha; Baba de moça, de José Menezes; Alegre Bando, de Edgard Moraes; Frevo no 1 do Recife, de Antônio

Maria, com interpretação de Almir Rouche, e Bom demais, de Alceu Valença.

Ouviu também Eita Brasil tão extenso, de Salvador Barletta Nery.

A palavra frevo vem de fórmas de expressão popular querendo dizer, por exemplo, “Quando escuto essa música, eu fervo todo”, o que se transformou em “eu frevo todo”, dando origem à palavra frevo. Agitação, confusão e rebuliço continuam presentes durante o carnaval, na massa de gente que pula no ritmo de frevo, num vaivém em direções opostas em que cada passista improvisa sua dança de maneira singular.

Fotografia em preto e branco. Destaque para três homens usando camisa aberta, calça justa e tênis, eles estão com os braços abertos e as pernas flexionadas; ao fundo há uma mulher usando vestido branco com os braços levantados e segurando um guarda-sol colorido. Ao fundo, algumas pessoas.
Grupos se apresentam dançando frevo, em Recife, durante evento de carnaval. Pernambuco, 1980.

Do repertório eclético das bandas de música, composto de variados estilos musicais, resultaram suas três modalidades, ainda vigentes: frevo de rua, frevo de bloco e frevo-canção. Simultaneamente à música, foi-se inventando o passo, isto é, a dança frenética característica do frevo. Improvisada na rua, liberta e vigorosa, criada e recriada por passistas, a dança de jogo de braços e de pernas é atribuída à ginga dos capoeiristas, que assumiam a defesa de bandas e blocos, ao mesmo tempo em que criavam a coreografia. Produto desse contexto sócio-histórico singular, desde suas origens, o Frevo expressa um protesto político e uma crítica social em fórma de música, de dança e de poesia, constituindo-se em símbolo de resistência da cultura pernambucana e em expressão significativa da diversidade cultural brasileira.

BRASIL. ifãn. Frevo. Brasília, Distrito Federal, [cerca de2014]. Disponível em: https://oeds.link/ulNnu9. Acesso em: 24 maio 2022.

  1. No caderno, crie um quadro-resumo sobre o frevo. Caso seja preciso obter mais informações sobre o tema, com a orientação do professor, elabore pesquisa em livros ou na internet. Informe:
    1. local onde geralmente ocorre;
    2. principais características;
    3. outras informações que você considerou importantes ou interessantes.

Praticando passos de frevo

A coreografia do frevo conta com muitos passos, que são criados e recriados pelos passistas. Existem 120 passos de frevo já catalogados, como dobradiça, tesoura, locomotiva, ferrolho e parafuso. Para ampliar seus conhecimentos e praticar o frevo, vamos aprender o passo básico de frevo. Para a atividade, siga as orientações e, se for possível, para entender melhor o movimento, inicie a prática assistindo a vídeos. 

Como fazer

  1. O passo é realizado alternando o apoio ora da ponta do pé, ora do calcanhar no chão.
  2. Inicialmente as pernas ficam afastadas e o peso do seu corpo em uma delas, para começar com a direita.
  3. A perna esquerda deve estar apoiada no calcanhar, com a ponta do pé apoiada para fóra e, ao realizar uma rotação interna da coxa, você deverá se apoiar na ponta do mesmo pé.
  4. Agora, utilizando o movimento de rotação inverso, ou seja, no externo, você voltará e se apoiará novamente no calcanhar, e assim sucessivamente.
Ilustração. Um menino de cabelo curto e encaracolado, de sobrancelhas finas, usando camiseta amarela, calça laranja e meias, está na ponta dos pés, com as pernas flexionadas e os braços estendidos para a direita dele; em um segundo momento, ele fica sobre o pé esquerdo, estica o pé direito para o lado e os dois braços para a esquerda.

Para ampliar

Paço do Frevo. Disponível em: https://oeds.link/oEHyD6. Acesso em: 23 junho 2022. Trata-se do site do Paço, localizado no Recife (Pernambuco), que divulga a música e a dança do frevo e promove vários eventos dessa manifestação cultural.

SAMBA DE RODA

O samba de roda é uma manifestação cultural que ocorre em todo o estado da Bahia, sua presença mais marcante é no Recôncavo Baiano, região onde surgiu, por volta de 1860. A base do samba de roda combina tradições culturais de povos africanos trazidos para o Brasil, que contribuíram com o culto aos orixás e caboclos e o jogo da capoeira, e dos portugueses, que contribuíram com o uso da viola e do pandeiro no samba e com as fórmas poéticas da língua portuguesa.

Fotografia. Vista aérea de uma multidão de pessoas reunidas em uma rua. Na parte inferior, há um grupo de pessoas visto de costas. No centro há destaque para duas mulheres se olhando e com o tronco inclinado para frente e segurando as barras do vestido. Ao fundo, algumas pessoas com o rosto desfocado.
Pessoas de todas as idades podem participar e mesmo quem vem de fóra da comunidade é convidado a participar batendo palmas e dançando. Samba de roda, em Cachoeira. Bahia, 2019.

O samba de roda acontece durante ou depois de festas populares católicas ou logo após os cultos de religiões afro-brasileiras. Também pode acontecer só para diversão coletiva, sem local determinado: a roda de samba pode se formar em uma praça, na rua ou até mesmo dentro de casa.

A roda é a estrutura para a dança, e os tocadores de instrumentos e demais integrantes da manifestação que acompanham com palmas e canto circundam os participantes que dançam. Tradicionalmente, no samba de roda as mulheres dançam e os homens tocam os instrumentos musicais. No passado, o único instrumento tocado pelas mulheres era o “prato-e-faca”: um prato e uma faca, utensílios comuns de cozinha, usados para marcar o ritmo da dança.

O passo principal do samba de roda é o miudinho, que é um sapatear para a frente e para trás, como se os pés estivessem “amassando barro no chão”. As dançarinas se revezam no centro da roda; para sair do centro, convida-se uma pessoa a entrar na roda dando uma “umbigada”. Quem se habilita a dançar tem que “correr a roda”, isto é, ocupar todo o interior da roda sambando, cumprimentando os músicos e mostrando sua dança para empolgar os demais participantes.

  1. No caderno, crie um quadro-resumo com informações sobre o samba de roda. Caso seja preciso obter mais informações sobre o tema, com a orientação do professor, pesquise em livros ou na internet. Informe:
    1. local onde geralmente ocorre;
    2. principais características;
    3. outras informações que você considerou importantes ou interessantes.

O samba de roda exerceu forte influência no samba carioca, que também atravessou o século vinte como alvo de discriminação e perseguição. Embora a diversidade cultural brasileira seja muito mais ampla, o samba é um forte componente da identidade nacional.

Ícone de atividade em grupo.

6. Para obter mais informações sobre essa importante manifestação cultural brasileira, com a orientação do professor, investiguem em livros e na internet as razões da perseguição e discriminação do samba no início do século vinte, principalmente no Rio de Janeiro.

DANÇA REGIONAL COMO EXPRESSÃO DA COMUNIDADE

Muitas das danças tradicionais foram criadas para revelar ou manifestar as fórmas de expressão das comunidades. São padrões de movimentos característicos que buscam retratar as percepções do mundo ou ainda aspectos do modo de vida e do sagrado das comunidades.

Grande parte das danças tradicionais brasileiras tem origem na rica convivência entre diferentes povos e culturas. Elas são praticadas em festividades, em datas religiosas ou em outros momentos marcantes para a comunidade e ocorrem em diferentes espaços como na beira do mar, nas ruas, nas praças, em espaços religiosos e até mesmo adaptadas aos palcos de teatro das cidades.

Essas práticas estão em constante renovação e são transmitidas de geração a geração pelos mais velhos. Ao longo da história brasileira, as danças tradicionais regionais populares têm exercido um papel de manutenção, recriação e resistência da sabedoria popular de diferentes grupos sociais. Conheça algumas delas.

Originado na Bahia, o afoxé é um legado dos povos africanos escravizados no Brasil. Característicos do carnaval, os desfiles ou cortejos de afoxés apresentam suas raízes relacionadas às manifestações religiosas africanas.

A ciranda é uma dança tradicional popular em Pernambuco. Segundo alguns historiadores, foi inspirada nos movimentos das ondas do mar, outros acreditam que é de origem portuguesa. Não há limite de participantes, qualquer pessoa que queira participar da dança de roda pode entrar.

Fotografia. Uma pessoa sentada em uma cadeira de rodas usando chapéu pequeno branco e azul, camiseta e saia branca com listras e círculos azuis, está com o tronco inclinado para frente, os braços flexionados. Ao fundo há uma multidão de pessoas com roupas, vestidos e fantasias em tons de branco e azul.
Bloco Filhos de Gândi desfilando no Circuito Osmar, Campo Grande, durante Carnaval, em Salvador. Bahia, 2018.
Fotografia. Vista aérea de uma praça com diversas pessoas usando roupas coloridas; elas estão de mãos dadas e dispostas em diversas rodas, uma dentro da outra. Ao fundo há uma igreja com fachada branca, uma cruz no centro e adornos dourados nas laterais das portas e janelas.
Ciranda no Pátio de São Pedro, em Recife. Pernambuco, 2019.

O jongo se originou na África e chegou ao Brasil com os grupos africanos escravizados, provavelmente de origem banto, que foram forçados a trabalhar nas fazendas entre São Paulo e Minas Gerais. Os proprietários permitiam que eles dançassem o jongo nos dias santos para que se distraíssem e, ao mesmo tempo, com a intenção de abafar qualquer tipo de resistência ao sistema escravista.

Fotografia. Quatro mulheres usando blusas e saias coloridas estão em pé e com as mãos segurando a barra da saia. Entre elas, uma criança usando saia colorida está com as mãos na barra da saia e sorrindo. Ao fundo há dois homens sentados sobre um instrumento musical de batuque marrom. No centro, um homem dançando. Ao fundo uma vegetação verde e uma casa branca.
Jongo na comunidade remanescente de quilombo Boa Esperança. Espírito Santo, 2019.

Influenciada por povos indígenas, africanos e europeus, a catira é uma manifestação característica do interior de Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Tocantins. Dançada originalmente por homens, boiadeiros e agricultores, seu ritmo é marcado pelas batidas dos pés e das mãos dos dançarinos.

Fotografia. Em primeiro plano, duas filas de quatro homens usando chapéu preto, camisa azul, calça jeans com cinto e sapato preto; eles estão com os joelhos flexionados e as palmas das mãos abertas e juntas. Ao fundo, diversas pessoas sentadas observando.
Primeiro Encontro de Catira e Viola, em Anápolis. Goiás, 2010.
  1. Depois de ler o texto e explorar as imagens, converse com os colegas sobre as danças tradicionais e destaque:
    1. os nomes e os lugares de origem de cada dança;
    2. as sensações que você teve sobre os movimentos corporais representados nas imagens.

DANÇAS DRAMÁTICAS DO BRASIL

As danças dramáticas são grandes bailados populares que se baseiam em temas tradicionais e combinam música, dança e teatro. Essas manifestações resultam dos povos que compõem a diversidade cultural brasileira, que são os portugueses, os africanos e os indígenas e foram se transformando e se revitalizando ao longo do tempo.

Muitas delas apresentam partes faladas e representadas, contando uma ou várias histórias, assim como peças de teatro ou óperas. É comum a presença de um enredo, personagens e diálogos.

A festividade que envolve uma dança dramática celebra fatos históricos ou religiosos que aconteceram em um passado remoto e acontecem geralmente em igrejas, moradias ou nas ruas, em cortejos formados para chegar ao local onde as “peças” são encenadas, transformando a cidade em um grande palco e as pessoas espalhadas nas calçadas, em plateia.

As danças dramáticas se diferenciam da dança e do espetáculo teatral por sua espontaneidade e caráter festivo. Essas manifestações resultam dos povos que compõem a diversidade cultural brasileira, europeus, africanos e indígenas, e foram se transformando e se revitalizando ao longo do tempo.

Fotografia. Destaque para um homem usando máscara marrom de madeira com traços e linhas pretas, chapéu branco, camisa colorida azul, terno, calça e sapato branco; ele está saltando com as pernas flexionadas e os braços abertos. À esquerda, algumas pessoas tocam instrumentos musicais; à direita, uma pessoa com fantasia de cabelo rosa, terno verde e barba grande. Ao fundo, diversas pessoas e crianças observam sorrindo.
Apresentação de cavalo-marinho da Companhia Mundu, em São Luiz do Paraitinga. São Paulo, 2013. O cavalo-marinho recebeu, em 2014, o título de Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil e é um exemplo de dança dramática.

Congadas

As congadas são manifestações culturais e religiosas influenciadas por tradições de países africanos, como Angola e Congo, e por tradições religiosas cristãs, vindas com os colonizadores portugueses. Elas exploram temas diversos, geralmente religiosos ou que envolvem a história da escravidão. A congada é um bailado dramático que representa a coroação simbólica de um rei ou ­rainha, acompanhado de um cortejo compassado, cavalgadas, encenações e levantamento de mastros.

Essas celebrações ocorrem principalmente nos estados do Espírito Santo, de Goiás, Minas Gerais e São Paulo. A maior concentração do congado é em Minas Gerais, onde ocorrem as festas do Reinado de Chico Rei e de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, com muita dança e música.

Fotografia. Vista de uma praça com diversas pessoas enfileiradas usando uniforme branco com saia azul e bota; eles seguram baterias, pandeiros e uma faixa branca com um brasão. Ao fundo, uma igreja com fachada branca e adornos dourados e dois pilares grandes; no centro, há uma cruz.
Desfile de rua do Congado de Santa Efigênia, em Ouro Preto. Minas Gerais, 2015.
  1. No caderno, crie um quadro-resumo com informações sobre a congada. Caso seja preciso obter mais informações sobre o tema, com a orientação do professor, elabore uma pesquisa em livros ou na internet. Informe:
    1. local onde geralmente ocorre;
    2. principais características;
    3. outras informações que você considerou importantes ou interessantes.

Cavalhada

Cavalhada é uma festa ou celebração de tradição europeia medieval. No Brasil, um dos mais antigos registros é a realização de uma cavalhada nas festas públicas do Conde João Maurício de Nassau em 1641, no Recife (Pernambuco), comemorando a restauração da independência de Portugal e a aclamação de dona João IV como regente. Essas manifestações realizam-se em todo o Brasil, principalmente nos estados de Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Rio Grande do Sul e Paraná.

As cavalhadas são uma demonstração de religiosidade e cultura e consiste em representações das batalhas entre cristãos e mouros que ocorreram do século nove ao século quinze. Junto a essa manifestação, há a presença dos mascarados, personagens incontáveis que se vestem com máscaras e saem às ruas, a cavalo ou a pé, fazendo algazarras.

Fotografia. Vista de uma rua de chão em paralelepípedo com um desfile de pessoas fantasiadas com roupas vermelhas, pretas e usando máscaras coloridas; elas estão montadas em cavalos que também usam fantasias de tecidos preto ou vermelho. Ao fundo há casas com fachadas brancas, janelas brancas e azuis e telhados avermelhados.
Reconhecida como uma das mais significativas do Brasil, a Cavalhada de Pirenópolis é uma manifestação cultural que envolve toda a população e atrai um grande número de turistas para a cidade. Goiás, 2015.

Em Pirenópolis, cidade localizada no estado de Goiás, por exemplo, as cavalhadas fazem parte da comemoração da festa do Divino Espírito Santo e reúne cavaleiros mascarados encenando uma batalha entre mouros e cristãos ricamente ornada e com belíssimas coreografias. As encenações duram três dias, sendo que em cada um deles, há uma nova batalha e, no final, os cristãos vencem os mouros, que se convertem ao cristianismo.

Fotografia. Em primeiro plano, à direita, um homem usando fantasia de chapéu preto, roupa vermelha com calça com listras azuis, uma bainha na cintura; ele está de costas e montado sobre um cavalo marrom com fantasia de tecidos vermelhos com detalhes em azul e dourado. Ao lado há três crianças com trajes vermelhos. Ao fundo, sobre um chão de terra, diversas pessoas usando roupas azuis.
Desfile da Cavalhada, em Poconé. Mato Grosso, 2018.
Fotografia. Uma fila de homens vistos de costas e usando uniforme azul estão montados sobre cavalos e com a mão direita apontada para cima seguram uma arma. Ao lado, uma fila de homens usando uniforme vermelho estão montados em cavalos e com a mão direita seguram uma arma para cima, de onde sai fumaça. As duas fileiras de cavaleiros caminha paralelamente, mas em sentidos contrários. Ao fundo, uma vegetação verde.
Cavalhada, em São Francisco de Paula. Rio Grande do Sul, 2017.
  1. No caderno, crie um quadro-resumo com informações sobre a cavalhada. Caso seja preciso obter mais informações sobre o tema, com a orientação do professor, elabore uma pesquisa em livros ou na internet. Informe:
    1. local onde geralmente ocorre;
    2. principais características;
    3. outras informações que você considerou importantes ou interessantes.

Bumba meu boi

O bumba meu boi é um dos folguedosglossário mais tradicionais do Brasil. A brincadeira está presente em várias localidades do país onde recebe diferentes nomes. A encenação combina dança, música, teatro e circo e se assemelha a um auto que leva brincadeiras de improviso para as ruas.

Para alguns estudiosos, o festejo teve origem no século dezessete, com a expansão da atividade pecuária pelo sertão da atual região Nordeste. Na época, o gado era criado por colonizadores que faziam uso de mão de obra de africanos escravizados. Conheça a narrativa do folguedo.

Trata-se de um casal de escravizados, chamados Pai Francisco e Mãe Catirina. Catirina estava grávida e teve forte desejo de comer língua de boi. Para matar a vontade da esposa, Pai Francisco arranca a língua do boi mais bonito de seu senhor. Sem sua língua, o animal adoece e acaba morrendo. Desolado, o dono da fazenda convoca curandeiros para ressuscitar o boi. Quando o animal volta à vida, toda a comunidade festeja.

Fotografia. Destaque para uma fantasia de um boi preto com chifres grandes e brancos, focinho amarelo, e um pano colorido em tons de azul e rosa sobre ele. Ao fundo há pessoas desfocadas.
Boi de mamão, em São José, como é chamada a brincadeira de bumba meu boi na região Sul do Brasil. Santa Catarina, 2017.
Fotografia. Destaque para uma fantasia de boi branco com chifres pretos, a bandeira do Brasil na testa, o focinho vermelho e um pano colorido, brilhante e preto sobre ele. Ao fundo há pessoas desfocadas.
No Maranhão é uma celebração que associa performances dramáticas, musicais e coreográficas, e artesanatos, como os bordados do boi, confecção de instrumentos musicais artesanais, entre outros. Bumba meu boi, em São Luís. Maranhão, 2013.

No Maranhão, o festejo se divide em quatro etapas, que vão do batismo à morte do boi. Existem muitos grupos de bumba meu boi e cada um tem sua fórma própria de expressão nas vestimentas, na coreografia, nos instrumentos escolhidos e na cadência da música.

Fotografia. Vista de cima de uma passarela onde está sendo realizado um desfile. No centro há um homem usando roupa prateada; ao lado, uma pessoa com fantasia de um boi preto com chifres em branco, dourado e preto e um tecido preto, branco e azul até a altura do joelho. Ao fundo há diversas pessoas com fantasias em tons de dourado, azul, laranja e verde. Nas laterais inferiores da imagem, pessoas tocam diversos instrumentos musicais.
Festival de Folclore de Parintins, em Parintins. Amazonas, 2019.

A cultura do bumba meu boi chegou à Amazônia no século dezenove por meio dos imigrantes vindos do Maranhão para extrair borracha. Forte influência indígena, e até andina, manifesta-se no boi de Parintins, festejo realizado no mês de junho, quando ocorre a competição entre o Boi Garantido (o coração vermelho) e o Boi Caprichoso (a estrela azul). Embaladas pelas toadas, as narrativas de lendas e mitos da floresta são cantadas e dançadas e se renovam anualmente.

  1. Releia a narrativa do folguedo bumba meu boi e elabore em uma folha avulsa uma história em quadrinhos.
  2. No caderno, crie um quadro-resumo com informações sobre o folguedo. Caso seja preciso obter mais informações sobre o tema, com a orientação do professor, elabore uma pesquisa em livros ou na internet. Informe:
    1. local onde geralmente ocorre;
    2. principais características;
    3. outras informações que você considerou importantes ou interessantes.

Para ampliar

BARBIERI, istéla. Bumba-meu-boi. São Paulo: dáblio ême éfe Martins Fontes, 2014. Com ricas ilustrações de Fernando Vilela, o livro conta a história do bumba meu boi e, ao mesmo tempo, mostra um pouco como ocorre essa celebração no Maranhão.

VAMOS FAZER

Pesquisa sobre manifestação cultural

Ícone de atividade em grupo.
Com a ajuda do professor, façam um levantamento de manifestações tradicionais de música e dança que ocorrem no estado ou na região em que moram. Para a atividade, sigam as orientações.
Ilustração. Diversos alunos usando uniforme escolar de camiseta amarela, calça azul, estão sentados em suas carteiras, com cadernos e notebooks abertos, sorrindo e pensando em: fantasias de bois coloridos, indígenas, pandeiros, chimarrão e vasos de cerâmica.
  1. Organizem-se em grupos de até quatro colegas e pesquisem sobre a manifestação seguindo o roteiro.
    1. Onde acontece a manifestação?
    2. Em qual espaço físico essa manifestação ocorre?
    3. Quais pessoas participam?
    4. Qual é a faixa etária dos participantes?
    5. Qual é a origem dessa manifestação?
    6. Quais ferramentas, adereços, figurinos, instrumentos musicais são utilizados?
    7. Há uma época do ano ou ocasiões especiais em que a manifestação acontece?
    8. Vocês presenciaram, participaram ou conhecem alguém que participa dessa manifestação? Em caso afirmativo, compartilhem a experiência com a turma.
  2. Após a realização da pesquisa, é importante avaliar os resultados.
    1. O que mais chamou a atenção de vocês nessa manifestação?
    2. Essa manifestação faz parte do cotidiano dos integrantes do grupo?
    3. Em caso negativo, com base na pesquisa, vocês teriam interesse em participar ou conhecer mais a respeito dela? Expliquem.
  3. Para enriquecer a pesquisa, além de buscar em livros e sites, ouçam músicas e vejam fotos e vídeos.
  4. Caso seja realizado um trabalho em campo, registrem as informações por meio de fotos e vídeos.
  5. Montem cartazes com as informações e as imagens coletadas.
  6. Para as apresentações, poderão ser utilizadas ferramentas digitais. Nesse caso, utilizem um programa para criar slides ou para criar um vídeo com o material de audiovisual recolhido anteriormente.
  7. Avaliem também com o professor a possibilidade de levar um participante desse tipo de manifestação à sala de aula.
  8. Compartilhem os resultados com os colegas da turma e, se possível, com outros colegas da escola.
  9. Caso haja possibilidade, todas as turmas que realizaram o trabalho poderão organizar uma mostra para toda a comunidade escolar, com a orientação do professor.

VAMOS CONHECER MAIS

Mário de Andrade

Mário de Andrade (18931945) foi poeta, cronista, romancista, crítico de literatura e de arte, musicólogo, fotógrafo e pesquisador do folclore brasileiro. Também atuou como um dos idealizadores da Semana de Arte Moderna de 1922. Guiado pelos ideais modernistas de nacionalismo, Mário realizou várias viagens pelo Brasil, buscando entrar em contato com as diversas manifestações da cultura popular.

Em 1914, foi realizada a primeira viagem, para Minas Gerais. Em 1927, em plena fase de criação do famoso livro Macunaíma, foi para a Amazônia. Um ano depois, viajou durante três meses pelo Nordeste, visitando Pernambuco, Alagoas, Paraíba e Rio Grande do Norte.

Durante essa viagem, coletou cêrca de novecentas melodias e conheceu pessoalmente o folclorista Luís da Câmara Cascudo ­(18981986), com quem passou a se corresponder regularmente. Assim, foi possível montar um imenso registro de cantigas populares; fotografias dos artistas populares e suas apresentações; letras e partituras de cheganças, pastoris, congos, maracatus, cabocolinhos e bumba meu boi.

Em 1938, Mário de Andrade idealizou uma expedição para as regiões Nordeste e Norte, a Missão de Pesquisas Folclóricas. Ele considerava que nessas regiões preservava-se o tesouro de nossas culturas populares, pois no Sudeste muito havia se perdido e se transformado devido às influências europeias e ao processo de industrialização.

Fotografia em preto e branco. Vista de um rio com um caminhão sobre uma balsa e diversas pessoas em pé na balsa ou dentro do caminhão; algumas estão dentro do rio e empurram a balsa para a margem. Ao fundo, diversas árvores.
Equipe da Missão, em viagem, em 1938.

Para ampliar

Na pancada do Ganzá. Antônio Nóbrega. São Paulo, Tratore, 1996. Esse álbum do pesquisador, compositor, instrumentista e cantor Antônio Nóbrega reúne canções referenciadas nas pesquisas sobre Mário de Andrade, trabalhos autorais e outros compositores.

O objetivo principal da missão era colhêr material para um grandioso projeto de pesquisa e catalogação de canções e músicas populares. A missão visitou os estados de Pernambuco, Paraíba, Piauí, Ceará, Maranhão e Pará, recolhendo informações sobre manifestações folclóricas como bumba meu boi e Nau Catrineta.

Todo esse material foi sistematizado e organizado no fichário folclórico, que resultou em um acervo precioso, composto de 29 855 documentos, disponível aos pesquisadores e ao público em geral.

Fotografia em preto e branco. Destaque para diversas crianças - a maioria delas usando vestidos claros - e de mãos dadas formando uma roda.
Dança de roda em Patos. Paraíba, 1938.
Fotografia em preto e branco. Sobre um gramado, diversas pessoas usando fantasias de panos com penas, segurando lanças e cajados, mulheres usando saias longas e vestidos; todos estão dispostos em um semicírculo. Dois homens seguram uma corda esticada. No centro, há um boi com uma vestimenta clara.
Bumba meu boi em Belém. Pará, 1938.
Ícone de atividade oral.
Ícone de atividade em grupo.
Com a orientação do professor, descrevam a importância das viagens de Mário de Andrade pelo Brasil.

eu APRENDI

  1. Sobre as manifestações culturais brasileiras, é correto afirmar:
    1. São expressões que correspondem à identidade cultural e social de uma comunidade, um povo ou um país.
    2. Têm origem nos saberes, costumes, práticas e tradições de um povo e são transmitidas de geração a geração.
    3. A extensão do território e a formação da população, determinada historicamente pela miscigenação dos povos indígenas e negros escravizados, são fatores determinantes da grande diversidade e variedade de manifestações da cultura popular.
    4. São expressas em músicas e danças regionais, festas populares, lendas, mitos, brincadeiras, artesanato, culinária, entre outros saberes e tradições.
      1. Todas estão corretas.
      2. Apenas um e dois estão corretas.
      3. Apenas um, dois e três estão corretas.
      4. Apenas um, dois e quatro estão corretas.
  2. Leia as duas definições.
    1. Referem-se à produção poética, musical, plástica, teatral e de dança realizada por artistas do povo. Nessas manifestações, os artistas expressam emoções e ideias, testemunham acontecimentos e conflitos sociais, raciais e religiosos.
    2. Arte e técnica de transformação da matéria-prima para elaborar objetos com ou sem fim comercial, utilizando geralmente as matérias-primas da localidade onde habita. A primeira e a segunda frases definem quais manifestações culturais?
  3. Cite a principal diferença entre essas duas manifestações culturais.
  4. Selecione a manifestação cultural da unidade que se faz presente no estado ou cidade onde você mora e pesquise uma imagem para representá-la. Elabore também uma legenda para explicar a importância dessa manifestação para a sua comunidade.
  1. Observe e cite que manifestações culturais são retratadas nas imagens.
    1. Folguedo tradicional que recebe diferentes nomes e se faz presente em várias regiões do país.
Fotografia. Ao centro, destaque para  uma fantasia de boi branco com chifres claros, focinho vermelho e tecidos coloridos sobre ele; ao lado há diversas pessoas fantasiadas de bois com tecidos coloridos em tons de azul, amarelo, verde, rosa e laranja.
Mato Grosso, 2020.

b. Simula uma batalha ou corrida de cavaleiros que recorda os torneios medievais a cavalo.

Fotografia. À direita, destaque para um homem usando fantasia azul e vermelha sobre cavalo com tecidos em tons de vermelho. À esquerda uma fileira de homens montados em cavalos e vestindo o mesmo traje.
Mato Grosso, 2018.

c. fórma de manifestação carnavalesca que envolve música, coreografia e poesia que surgiu nos primeiros clubes de carnaval de Pernambuco.

Fotografia. Nove pessoas usando fantasias de camiseta listrada e saias coloridas; elas estão em pé com as pernas contraídas e o braço direito levantado segurando sombrinhas pequenas coloridas. Atrás, há um rio e do outro lado da margem, alguns prédios.
Pernambuco, 2018.

d. Manifestação da região amazônica que é um importante elemento de identidade do povo do estado do Pará e envolve música, danças, celebrações e vestimentas típicas.

Fotografia. Uma mulher usando regata amarela e saia colorida em tons de azul está dançando com as mãos segurando a barra da saia na frente de uma fogueira. Ao fundo, há uma cerca de madeira e uma vegetação verde.
Pará, 2022.

e. Manifestação cultural e religiosa influenciada por tradições tribais de Angola e do Congo e por tradições europeias.

Fotografia. Destaque para diversas pessoas enfileiradas e fantasiadas com trajes verdes e brancos, elas estão com o pé direito esticado para frente e seguram uma espada para cima.
São Paulo, 2018.

6. Quais das manifestações retratadas nas imagens da atividade 5 são consideradas danças dramáticas do Brasil.

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Guia informativo e de entretenimento

As manifestações relacionadas à arte popular, à música, à dança, à festa e a celebrações permitem a identificação da riqueza cultural do povo brasileiro. Conhecer, descobrir e valorizar essas manifestações e sentir-se parte delas é compreender o nosso lugar no mundo partindo das nossas histórias e tradições.

Possivelmente, vocês já devem ter pesquisado informações sobre manifestações culturais ou festas e celebrações tradicionais em um guia de entretenimento ou de turismo. Esses materiais são utilizados para divulgar informações sobre locais e eventos.

Veja como dois museus de arte popular em diferentes lugares do Brasil são apresentados.

Fotografia. Vista de uma praça com uma área central, árvores grandes com folhas verdes e prédios ao fundo.
Museu Casa do Pontal. Rio de Janeiro, 2010.

Museu Casa do Pontal

Situado no Rio de Janeiro, o Museu Casa do Pontal é considerado o maior e mais significativo museu de arte popular do país. Seu acervo reticências é composto de cêrca de 8 000 peças de 200 artistas brasileiros, produzidas a partir do século vinte. reticências Mostradas tematicamente, abrangem as atividades cotidianas, festivas, imaginárias e religiosas.

Endereço: Estrada do Pontal, 3 295 - Recreio dos Bandeirantes Rio de Janeiro – érre jóta. Horário de funcionamento: Quinta a domingo e feriados, das 9horas30 às 17horas. Website: https://oeds.link/lLLKKd.

RIO DE JANEIRO. Museu Casa do Pontal. Riotur, Rio de Janeiro, [cerca de2022]. Disponível em: https://oeds.link/ezfHp8. Acesso em: 24 maio 2022.

Museu de Arte Popular

O Museu de Arte Popular, localizado no Pátio de São Pedro, Casa 49, no Recife, desde o dia 21 de novembro de 2008. Possui um acervo representativo de todos os estados do Nordeste brasileiro. Obras em madeira, gesso e cerâmica (barro) compõem a coleção do mép. reticências

Endereço: Pátio de São Pedro, casa 49, Bairro de São José, Recife – Pernambuco, Código de Endereçamento Postal: 50020-220 - Funcionamento: segunda a sexta-feira, 9horas às 13horas reticências

RECIFE. Museu de Arte Popular. Prefeitura de Recife/Serviços para o cidadão, Recife, [cerca de2022]. Disponível em: https://oeds.link/ltIu3V. Acesso em: 24 maio 2022.

Ícone de atividade oral.
Ícone de atividade em grupo.
Conversem e identifiquem que informações se evidenciam e como é o texto utilizado nesses guias. Vamos elaborar um guia informativo de entretenimento e cultura do estado destacando principalmente as manifestações existentes na cidade que vocês moram. Para a proposta, siga as orientações.
  1. Com a orientação do professor, consultem diferentes guias de entretenimento disponíveis em revistas, jornais ou sites e observem como os textos e as imagens foram disponibilizados.
  2. A partir dessa pesquisa, planejem como deverá ser o guia elaborado. Vocês podem desenvolver o guia em formato de panfleto, livro ou até mesmo um site. Importante nesta etapa é definir também como o guia será compartilhado entre os estudantes ou, se preferirem, com a comunidade.
  3. Se acharem necessário, os grupos podem ser divididos por temas relacionados com: Arte popular: apresentando museus, casas de cultura ou atelier de artistas, entre outras propostas. Música e dança: destacando artistas, grupos e lugares de apresentações, como teatros, praças, ruas ou outros espaços onde as manifestações ocorrem. Festas ou celebrações da cultura popular: destacando o que será comemorado, como, quando e onde.
  4. A partir da pesquisa de textos e imagens, vocês deverão escrever os textos, com as informações necessárias de fórma simples e direta, mostrando o que é necessário.
  5. É importante estabelecer uma etapa de correção coletiva dos textos para que todos estejam corretos e no mesmo formato.
  6. Agora, com todos os textos e imagens corrigidos, vocês deverão organizar o guia no formato estabelecido.
  7. Após a montagem do guia, planejem uma etapa de observação coletiva para avaliar o trabalho e, se necessário, fazer pequenas correções.
  8. O guia está pronto, agora é o momento de compartilhar a produção com todos os colegas de sala ou até com a comunidade.

Para ampliar

RIO DE JANEIRO. Museu Casa do Pontal. Riotur, Rio de Janeiro, [dois mil e vinte e dois data provável]. Disponível em: https://oeds.link/ezfHp8. Acesso em: 24 maio 2022. Site do museu que é considerado o mais significativo em arte popular do país, que apresenta quarenta anos de pesquisas e viagens do designer francês Jaque van di Béque.

Glossário

goiva
: instrumento cortante, com várias espessuras e formatos, utilizado para entalhar madeira.
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cangaceiro
: designação dada aos membros de grupos armados que percorriam o sertão do Nordeste brasileiro acampando e fazendo incursões a cidades e fazendas, e que atuaram mais intensamente no início do século vinte.
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arumã
: planta que cresce em terrenos úmidos ou semialagados e brota novamente após o córte. O arumã é colhido ainda verde e transportado até a aldeia, onde é raspado e separado em talas bem finas, para ser posteriormente trançado.
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capixaba
:que tem origem no estado do Espírito Santo.
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tanino
: substância retirada da casca de uma árvore conhecida como mangue vermelho.
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aristocracia
: grupo ou classe social formada por nobres com privilégios sociais.
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maracá
: chocalho de origem indígena utilizado em festas e cerimônias.
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folguedo
: festa lúdica e popular que ocorre em datas determinadas, em diversas regiões do Brasil. Algumas apresentam caráter religioso e outras são folclóricas.
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