UNIDADE 3 Visões do mundo nas artes
As propostas desta unidade do seu livro foram desenvolvidas em quatro etapas, que se completam.
eu SEI
Como eu vejo o mundo?
Desenvolver experiência sensorial de percepção do entorno.
eu vou APRENDER
Capítulo 1 – Visões do mundo na fotografia
Identificar e reconhecer a importância histórica da linguagem fotográfica.
Capítulo 2 – Visões do mundo no cinema e no teatro
Identificar e reconhecer a importância histórica do cinema.
eu APRENDI
Desenvolver atividades de verificação, sistematização, reflexão e ampliação da aprendizagem.
vamos COMPARTILHAR
Cenas: expressão e sentimento
Elaborar uma proposta para retratar visões do mundo a partir da produção de imagens fotográficas, de um filme ou de uma cena de teatro.
OBJETIVO GERAL
▶ Possibilitar o reconhecimento e a identificação de diferentes fórmas de ver e sentir o mundo a partir de manifestações artísticas.eu SEI
Como eu vejo o mundo?
Nesta Unidade serão exploradas diferentes fórmas de ver, perceber e expressar a realidade, por meio de diferentes manifestações artísticas.
Para iniciar, vamos propor uma experiência que busca treinar o olhar e a percepção do “mundo” ao nosso redor. Para isso, você vai construir uma moldura e observar pessoas, lugares, cenas e objetos através dela. A ideia é compreender como esse olhar pode mudar a fórma de ver e construir histórias. Vamos lá!
Material
- Papel sulfite.
- Cartolina ou papel-cartão branco com cêrca de 20 centímetros por 30 centímetros.
- Régua.
- Lápis grafite.
- Tesoura com pontas arredondadas.
Como fazer
- No centro da cartolina ou do papel-cartão, desenhe um retângulo de aproximadamente 20 centímetros por 15 centímetros.
- Recorte esse retângulo abrindo uma “janela” no centro da cartolina.
Continua
Continuação
- Agora, observe a sala de aula através desta “janela”. Primeiro, coloque a moldura na frente do seu rosto e observe a sala através do retângulo vazado. Depois, afaste a moldura vazada de seu rosto. Faça isso algumas vezes: primeiro, de perto; depois, de longe.
- Em seguida, caminhe pelos espaços da escola, observando cenas, lugares, pessoas e objetos através da moldura. Faça isso usando a moldura em três posições em relação ao seu rosto: bem de perto, a uma certa distância e de longe, em primeiro plano.
- Escolha um local visto através da moldura e faça um registro, em desenho, da cena que você observou dentro desse enquadramento. Para ampliar a experiência, após o desenho, escreva uma frase citando o que você observou na cena selecionada. Descreva os objetos, as pessoas e as ações retratadas.
- Depois, compare seu desenho com o espaço observado sem a moldura e veja a diferença entre uma cena enquadrada e a realidade observada.
- Para finalizar, compartilhe seu desenho com os colegas. Leiam as frases e troquem ideias sobre o que foi observado e as vantagens e as desvantagens de cada posição em relação ao seu rosto.
eu vou APRENDER Capítulo 1
Visões do mundo na fotografia
Ao observarmos pessoas e lugares da escola, na experiência que fizemos anteriormente, podemos perceber que cada pessoa tem uma fórma particular de entender a realidade. Além disso, é importante destacar que a fórma como vemos o mundo e as outras pessoas depende da época e do lugar em que vivemos, da família e da comunidade da qual fazemos parte, com suas crenças, tradições, língua, costumes e modos de viver.
Na fotografia, por exemplo, a imagem é retratada do ponto de vista de quem fotografou. Porém, podem existir diversos pontos de vista sobre a mesma fotografia, a partir de diferentes pessoas que observam a imagem.
1. Vamos investigar? Observem a imagem do fotógrafo Walter Firmo, que nasceu no Rio de Janeiro em 1937 e é conhecido por suas imagens que retratam as festas e a cultura popular brasileiras.
- Descrevam a autoria e o nome da imagem e a época em que ela foi retratada.
- Que elementos se destacam na fotografia?
- Que sensações a imagem provoca em vocês?
2. É possível que vocês tenham sensações diferentes tanto sobre a leitura e interpretação da imagem como sobre o tema dela. Alguns de vocês podem apreciar as manifestações circenses e outros podem ter opiniões diferentes. Para ampliar o tema, investiguem em livros, revistas ou na internet uma imagem que retrate a cena de uma manifestação circense e elaborem uma legenda explicativa para ela. Tragam a imagem e a frase para a sala de aula e a compartilhem com os colegas.
Possivelmente vocês observaram que existem diferentes pontos de vista sobre uma mesma situação. Você pode compreender um fato de uma maneira e seu colega pode ver a mesma coisa de outro jeito. O importante é que haja diálogo e tolerância, compreendendo que cada um de nós tem uma fórma própria de entender o mundo.
FOTOGRAFIA
Atualmente, observamos o domínio da cultura visual e a presença de imagens fotográficas em diversos espaços do cotidiano, como na internet, nas redes sociais, na televisão, nas revistas, nos jornais, nos livros ou em outdoors.
A fotografia, surgida no século dezenove, impactou definitivamente as artes e a sociedade. A partir de sua invenção, registros visuais de pessoas, lugares e objetos tornaram-se acessíveis a todos.
Com a fotografia, a percepção visual do mundo foi marcada pela utilização de dispositivos técnicos para a produção de imagens, abrindo caminho para outras fórmas de expressão, como o cinema, a televisão, a videoarte, a arte realizada por meios digitais etcétera
- Uma imagem fotográfica retrata fielmente a realidade observada? Justifiquem sua resposta.
- Como vocês utilizam os registros fotográficos no cotidiano?
- Qual a importância da fotografia na vida de vocês? Reflitam e troquem ideias com os colegas.
VAMOS FAZER
Cartaz com fotografias
Desde sua origem, a fotografia é utilizada com diferentes finalidades, inclusive para o registro de fatos e momentos históricos, em notícias de jornais, e comercialmente, em publicidade, na moda e em muitas outras situações.
Material
- Cópias de fotografias pessoais, de familiares ou amigos.
- Jornais e revistas velhos.
- Papel-cartão da cor de preferência do grupo.
- Tesoura com pontas arredondadas.
- Cola.
Como fazer
- Reúna-se com mais quatro colegas.
- Vocês vão pesquisar em seu acervo pessoal, em suas casas, e nas revistas e jornais velhos fotografias feitas para diferentes finalidades:
- uma fotografia de paisagem, feita em sua cidade por alguém do grupo ou por um dos integrantes do grupo em uma viagem;
- um retrato, que pode ser de um dos alunos do grupo, de um amigo, familiar ou ídolo em comum;
- uma fotografia jornalística, pesquisada e retirada dos jornais e que acompanhe uma notícia;
- uma fotografia de moda, que apresente um estilo com que vocês se identificam;
- uma fotografia publicitária, com o anúncio de um produto ou serviço.
- Escolham imagens que chamem a sua atenção pelas cores, pelo enquadramento da câmera, pelo conteúdo apresentado etcétera
- Montem, na folha de papel-cartão, um cartaz com as fotografias selecionadas.
- Apresentem os cartazes justificando as escolhas do grupo e como as imagens se encaixam na categoria de fotografia solicitada. Ao final, exponham os cartazes.
O surgimento da fotografia
Fotografia pode ser definida como as técnicas ou os processos utilizados para registrar e reproduzir uma imagem através de exposição luminosa em superfície sensível.
O advento da fotografia no século dezenove revolucionou a fórma como o ser humano enxerga a si mesmo e ao mundo. Sua invenção foi resultado de um processo de estudos e aperfeiçoamentos técnicos. A primeira experiência fotográfica conhecida, realizada por Joséf Niépis (1765‐1833), ocorreu no final do século dezoito, por meio de uma chapa sensível à luz e de uma câmera escura.
Nasce a fotografia
Entretanto, considera-se 1839 o ano oficial do surgimento da fotografia, com o lançamento do daguerreótipo. O aparelho, desenvolvido por Luí Daguérre (1785‐1851), era formado por uma câmera escura que continha, em seu interior, uma folha de prata sensibilizadora sobre uma placa de cobre. Esse princípio de fixação proporcionava imagens de melhor qualidade.
Com o passar do tempo, a fotografia tornou-se muito popular e acessível. O custo de produção ficou mais baixo e os equipamentos foram se tornando mais portáteis, ganhando diversos acessórios, como as lentes especiais para paisagens e retratos. O público que, antes da fotografia, buscava artistas retratistas para realizar uma pintura de sua própria imagem ou de sua família, agora estava fascinado com a ideia de ter seu rosto perpetuado pela nova tecnologia.
6. Quais são os diferentes usos da fotografia em nossa sociedade? Para responder, com a orientação do professor, elaborem uma lista coletiva com as diferentes fórmas de utilização das imagens fotográficas na atualidade.
Fotografia e imprensa
Pouco tempo depois de seu surgimento, a fotografia passou a ser utilizada em muitos momentos da vida social: para enviar retratos de família aos amigos e parentes, para registrar casamentos, festas, viagens etcétera Também passou a ser usada em estudos históricos, geográficos e científicos. Foram registradas novas paisagens, diferentes tipos humanos, lugares distantes e exóticos, expedições científicas, atividades militares etcétera
Ao se perceber o potencial da fotografia para o registro dos acontecimentos cotidianos, a imagem fotográfica passou a se multiplicar em jornais, tornando-se, com o texto escrito, portadora de informações. Surgia, então, o fotojornalismo, uma nova linguagem e atividade profissional. Com o tempo, as revistas também substituíram as imagens feitas em serigrafiaglossário , xilogravura, litogravuraglossário e gravura em metal por fotografias. A publicidade também iria usar – e, em muitos casos, abusar – dos recursos estéticos possibilitados pela fotografia.
Padrões de beleza na mídia
Revistas, programas de televisão, sites, blogs e vídeos definem e reproduzem, atualmente, fotografias de um padrão de beleza que supervaloriza pessoas jovens, esbeltas e magras. Para manter esse padrão, muitas fotografias de pessoas passam por manipulações em softwares de edição de imagem, levando o público a acreditar que algumas celebridades nunca envelhecem nem têm seu corpo transformado pelos anos vividos.
Essa ilusão de uma “perfeição” estética ligada a um ideal de beleza leva muitas pessoas a consumir produtos para emagrecer, cosméticos para rejuvenescimento, aparelhos de ginástica, entre outras coisas, enfrentando grandes dificuldades para alcançar um padrão que, muitas vezes, é inatingível, por ser irreal.
- Discuta com os colegas sobre esse tema, a partir dos seguintes questionamentos.
- Como as imagens veiculadas na mídia podem afetar a percepção que as pessoas têm de seu próprio corpo?
- Qual a melhor maneira de lidar com essa imposição estética e de comportamento?
- Descrevam algumas atitudes que podem contribuir para, de alguma fórma, rompermos com esses padrões.
- O desejo de alcançar um padrão de beleza apresentado pelas mídias pode levar pessoas a colocarem em risco a própria saúde. Com orientação do professor, investiguem artigos de revistas, jornais ou na internet que evidenciem esses riscos e compartilhem os resultados com a turma.
Fotografia e artes visuais
Originalmente, o principal objetivo da fotografia era o registro de imagens estáticas, o que facilitava o registro do que seria retratado, pois o movimento afetava a captação de imagens. Só mais tarde alguns fotógrafos passaram a se preocupar em transmitir, por meio da fotografia, uma interpretação própria do mundo, deixando uma marca pessoal.
A fim de desenvolver os aspectos artísticos da linguagem fotográfica, diversos fotógrafos passaram a usar a criatividade e a técnica, extrapolando a mera reprodução da realidade. A fotografia tornava-se, assim, meio de expressão, criando imagens inspiradas nas artes visuais e na literatura. A esse movimento deu-se o nome de Pictorialismoglossário .
Uma das mais importantes representantes do movimento pictorialista foi a fotógrafa Djúlia Márgaret Câmeron (1815‐1879). Djúlia ganhou sua primeira câmera fotográfica aos 48 anos de idade e, a partir desse momento, desenvolveu uma carreira como fotógrafa.
Para a época, suas fotografias eram pouco convencionais e se enquadravam em duas categorias: retratos e encenações de alegoriasglossário , inspiradas em obras religiosas e literárias. Após um período de questionamento sobre o papel da arte diante dos avanços proporcionados pelo surgimento da fotografia, os pintores se apropriaram dos efeitos ópticos da fotografia, que os auxiliava na escolha de novos planos e enquadramentos em ângulos até então nunca explorados.
O pintor francês Eugêne Delacroá (1798‐1863), por exemplo, usou a fotografia para registrar poses difíceis, que depois seriam pintadas em uma tela. Assim como delacroá, edigár degá (1834‐1917), entre outros artistas de sua época, também utilizou a fotografia para realizar estudos de composições diferentes e poses incomuns ou difíceis de serem mantidas pelo modelo por muito tempo.
8. edigár degá utilizou a imagens obtidas em fotografias para pintar algumas das suas telas. Com a orientação do professor investigue em livros, revistas ou na internet uma fotografia que poderia ilustrar um trecho de um livro, um conto ou um poema que você já leu. Após a investigação, elabore uma legenda com informações sobre o trecho do livro, o conto ou o poema, assim como sobre a imagem selecionada e as razões da sua escolha. Para finalizar, compartilhe a fotografia e a legenda com os colegas.
Fotografia no Brasil
A fotografia chegou ao Brasil em 1840, ano seguinte ao seu surgimento “oficial” na França, e seu uso se espalhou pelo país nas décadas de 1850 e 1860. O Imperador dona Pedro II foi considerado o primeiro fotógrafo brasileiro e um grande colecionador de fotografias.
Há fontes e documentos que comprovam experimentos fotográficos em terras brasileiras, especificamente na cidade de Campinas, no atual estado de São Paulo, em 1833. Seis anos antes do surgimento oficial da fotografia em Paris, o francês ercúle florênce (1804‐1879), que vivia no Brasil havia alguns anos, já tinha desenvolvido experiências fotoquímicas de sensibilização e fixação de imagens no papel. Ele batizou sua descoberta de fotográfí.
ercúle florênce chegou ao Rio de Janeiro em 1824 e mostrou interesse pelas expedições dos viajantes europeus pelo “Novo Mundo”. Como desenhista e entusiasta das ciências, Ércule integrou a Expedição Langsdorffglossário entre 1825 e 1829, escrevendo grande parte dos relatos e produzindo uma parcela considerável dos desenhos que documentam a passagem dos membros da expedição pelo território brasileiro.
Durante o século dezenove, atuaram no Brasil talentosos fotógrafos, como João Ferreira Villela, José Christiano Júnior (1832‐1902) e Marc Ferrez (1843‐1923). As imagens produzidas por eles ajudam a melhor compreender a sociedade e a paisagem brasileiras dessa época.
- Observem as fotografias e suas respectivas legendas e descrevam as pessoas, a época e o período da história evidenciado. Descrevam também o que as imagens retratam.
- As fotografias podem nos ajudar a melhor compreender a história, a sociedade e as paisagens brasileiras. Investiguem na internet uma imagem que melhor represente, na opinião de vocês, o momento atual brasileiro. Elaborem uma legenda com informações sobre a fotografia e as razões da escolha da imagem. Compartilhem as imagens e as legendas com os colegas explicando o motivo das escolhas.
Fotografia: século vinte e contemporaneidade
A fotografia, assim como a pintura, tornou-se linguagem artística e meio de expressão utilizado por diversos artistas durante o século vinte e na contemporaneidade. Destacam-se, entre outros, a mineira Rosângela Rennó (1962‐) e o paulista Vik Muniz (1961‐).
A imagem fotográfica está presente em diversos trabalhos da artista Rosângela Rennó, como na obra Imemorial. Para esse trabalho, ela pesquisou, no Arquivo Público do Distrito Federal, fotografias 3 por 4 de operários (homens, mulheres e crianças) que trabalharam na construção da cidade de Brasília.
Esses operários, ou “candangos”, como eram conhecidos na época, tinham uma pesada carga horária de trabalho, cumprindo aproximadamente 90 horas semanais, trabalhando na construção de Brasília, desde o início do projeto, na segunda metade dos anos 1950, até sua inauguração nos anos 1960.
Na obra de Rosângela Rennó, foram usadas várias dessas fotografias 3 por 4 ampliadas, para compor o que a artista chamou de Imemorial. Ora, se um memorial é um monumento que tem por objetivo preservar a memória de um ou alguns personagens de uma comunidade, o título Imemorial (in = prefixo de negação + memorial) remete ao fato de que foram esquecidos os trabalhadores que construíram uma cidade tão importante quanto Brasília. Na obra de Rennó, eles foram apresentados, nas fotografias, sem seus nomes.
11. Você já tirou uma fotografia 3 por 4? Se não tirou, converse com pessoas mais velhas, pais, tios, parentes, se eles já tiraram uma fotografia desse tipo e qual era a função das imagens. Troque ideias com os colegas a esse respeito.
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Transcrição do áudio
Uma mulher: um clique em busca da memória
Locutor: Uma mulher: um clique em busca da memória.
Cliques e sons de câmeras fotográficas
Locutor: Esse som que você acabou de ouvir é de uma câmera fotográfica.
Essa caixinha mágica que captura a realidade e, por que não?, os sonhos chegou ao Brasil em 1840, apenas um ano depois de ter
sido criada pelos franceses Louis Daguerre e Joseph Necephoree Niépce e de ter recebido o nome de daguerreótipo. E o grande entusiasta dessa nova forma de arte e de registro histórico por aqui foi o próprio imperador Dom Pedro II, considerado o primeiro fotógrafo brasileiro.
Sons de câmeras fotográficas
Locutor: Agora, vamos dar um grande salto no tempo. 154 anos se passaram: as máquinas já são portáteis e as fotografias são registradas em papel. Estamos no ano de 1994 e a exposição da artista mineira Rosângela Rennó começa a ganhar espaço nos museus brasileiros com a sua obra Imemorial.
Depois de pesquisar no Arquivo Público do Distrito Federal, a artista conseguiu reunir 50 fotografias 3 × 4 de operários que trabalharam na construção de Brasília: tanto homens quanto mulheres... e até crianças.
As fotos foram ampliadas e expostas de uma maneira na qual quarenta desses operários que morreram no trabalho aparecem em imagens bem escuras. Ao passo que as imagens de dez crianças que também participaram da construção da capital federal, mas sobreviveram, estão impressas de forma mais clara e iluminada.
Mas todas as imagens são apresentadas sem o nome dos fotografados, em uma clara alusão ao apagamento que nossa sociedade fez das identidades dos que colaboraram com a construção de Brasília, na segunda metade dos anos de 1950. Um verdadeiro retrato da invisibilidade desses trabalhadores que acabaram relegados não só às periferias da moderna capital nacional, como também ao esquecimento.
Sons de câmeras fotográficas
Locutor: Se no passado ficou a cargo da pintura fazer registros de pessoas, lugares e momentos históricos, a partir do século XX a fotografia tomou para si esse papel. E foi além, tornando-se um meio de expressão.
Essa é a magia da fotografia. Ela consegue fazer registros de coisas até consideradas banais, simples, mas que ao serem organizadas e expostas a partir do olhar de artistas visuais nos levam à reflexão.
E essa reflexão pode conter tanto o aspecto individual – nossa forma de enxergar o mundo e pertencer a ele –, quanto o aspecto coletivo, a maneira como a sociedade encara diversas questões.
Sons de câmeras fotográficas
Locutor: Agora propomos um desafio. Pense nas fotos além da chamada selfie, a autofotografia. De que maneira a câmera do seu celular pode registrar seu mundo? E mais: você já pensou em organizar suas fotos de forma que elas contem uma história, que transmitam
uma mensagem? Pense nisso. Suas fotos nas redes sociais revelam acontecimentos corriqueiros, do dia a dia, ou dizem muito sobre quem você é e a época em que você vive?
Sons de câmeras fotográficas
Locutor: Créditos. Todos os áudios inseridos neste conteúdo são da Freesound
O artista Vik Muniz trabalha com diferentes materiais, como resíduosglossário , brinquedos, revistas, peças de quebra-cabeça, linhas, arame, diamantes, além de diversos tipos de alimento (geleia, pasta de amendoim, chocolate, açúcar, feijão, macarrão etcétera). A fotografia é essencial para registrar as obras criadas por esse artista, especialmente as realizadas com materiais perecíveis.
Criada por Vik em 1996, a série Crianças de açúcar foi um trabalho que possibilitou ao artista ser reconhecido internacionalmente. As imagens retratam crianças pobres caribenhas que são filhos de trabalhadores que cortam cana-de-açúcar nas plantações. A obra reproduzida nesta página é um exemplo da série. As obras foram feitas com vários tipos de açúcar e, depois de fotografadas, o açúcar foi colocado em potes, expostos em museus pelo mundo.
- Discutam sobre os questionamentos a seguir.
- Quem eram as crianças retratadas por Vik Muniz na série Crianças de açúcar?
- Que material foi utilizado pelo artista para retratar as crianças caribenhas?
- Em sua opinião, qual é a relação entre o material usado e as pessoas retratadas na obra?
VAMOS CONHECER MAIS
Iolanda Uzáqui
A fotógrafa Iolanda Uzáqui (1947‐2013) nasceu em São Paulo ( ésse pê) e atuou no fotojornalismo durante mais de quarenta anos. Desenvolveu projetos relacionados principalmente com questões sociais que envolvem o trabalho, a mulher, a infância e a memória cultural brasileiras. Leia um texto e observe algumas imagens que retratam o trabalho da fotógrafa.
Quando Iolanda Uzáqui era pequena não sonhava em ser fotógrafa. Em verdade, sua maior vontade era terminar logo de arrumar a casa, lavar a louça, tirar água do poço e fazer a barra dos vestidos que a mãe vendia nos fins de semana, para então, se sobrasse um tempinho, poder brincar com as colegas de sua idade, também sobrecarregadas de tarefas. Começou a fotografar aos 22 anos, registrando a memória e história da ême pê bê, mas, a partir da década de 1980, descobriu a importância de registrar a dignidade do ser humano e preferiu narrar histórias de pessoas por meio das imagens, retratando temas como trabalho, mulher e, certamente influenciada pela própria história, exploração infantil. “Nos meus trabalhos pessoais, aprofundo temas que envolvem a relação do homem com a sua história, com sua cultura”, define-se. Iolanda sabe muito bem que uma fotografia não muda o mundo, mas contribui para que isso ocorra, e a partir da reflexão dos que admiram seu trabalho, espera atingir a consciência social a respeito de temas da maior importância.
Pêrsiquêti, Simonetta. Iolanda Uzáqui. Iolanda Uzáqui, [ sem local, 2010 década certa]. Disponível em: https://oeds.link/13HwIs. Acesso em: 29 maio 2022.
- Qual das imagens retratadas chamou mais a sua atenção? Justifique sua resposta.
- Cite os temas que se destacaram na obra de Iolanda Uzáqui.
- Releia a frase: “uma fotografia não muda o mundo, mas contribui para que isso ocorra”. ▶ A partir da reflexão proposta pela fotógrafa, investigue uma imagem em revista, jornal ou na internet que represente uma questão social que para você é muito importante e compartilhe-a com os colegas.
eu vou APRENDER Capítulo 2
Visões do mundo no cinema e no teatro
Neste capítulo vamos identificar como as construções e produções de filmes ou espetáculos teatrais são resultados de processos de pesquisas e experimentações que envolvem o olhar e o trabalho de muitos profissionais. Iniciaremos nossos estudos apresentando alguns momentos que se destacam na história do cinema.
Clique no play e acompanhe as informações do vídeo.
VAMOS FAZER
Fotografias em sequência
Para fazer um filme, é necessário partir de uma ideia ou de uma história. Assim como Éduard Maibrédji, você vai criar uma sequência de fotografias, compondo uma breve narrativa.
Material
- Câmera fotográfica ou smartphone.
- Cartolina ou placa de madeira ( cêrca de 50 centímetros por 60 centímetros).
Continua
Continuação
Como fazer
- Reúna-se com mais quatro colegas e escolham ou recriem uma cena cotidiana com algumas poucas cenas, que possa ser interpretada por vocês.
- Decidam juntos qual integrante do grupo será responsável pelos registros fotográficos.
- Os demais integrantes devem interpretar a cena bem devagar, quase gesto a gesto, enquanto um colega será o responsável pelas fotografias. A cena deve durar no máximo 2 minutos, e serão necessárias no mínimo 20 imagens feitas do mesmo ângulo, isto é, com a câmera exatamente na mesma posição. Lembrem-se de que quem se move são os “atores”.
- Observem as imagens “passando-as” na sequência, o mais rapidamente possível, para verificar se, dessa fórma, ocorre a sensação de movimento. Se for preciso, façam novas imagens da sequência, para corrigir ou melhorar a qualidade da produção.
- Imprimam as imagens em preto e branco e colem-nas em sequência, como as imagens criadas por Muibrídge, em uma cartolina ou, ainda, no mural da sala de aula.
- Para finalizar, apresentem as produções aos colegas e conversem sobre as propostas elaboradas.
CINEMA: UMA NOVA LINGUAGEM
A invenção do cinema trouxe o desenvolvimento de uma linguagem absolutamente nova, e os primeiros filmes eram exibidos com a participação de um narrador, que explicava os acontecimentos à plateia.
Nos primeiros dez anos, um filme era apenas uma sequência de tomadas e imagens estáticas, sem interrupções ou córte. As pessoas achavam que o cinema era uma ilusão ou um tipo de truque, pois comparavam a linguagem cinematográfica ao teatro, acreditando que, quando os personagens saíam de quadro, da visão da câmera, era como se tivessem ido para os bastidores, como ocorria no teatro.
Para alguns pesquisadores, nos primeiros dez anos de existência, o cinema teve uma maneira particular de se dirigir ao espectador. O objetivo não era propriamente contar uma história, mas, sim, surpreender e maravilhar o público. O foco principal era registrar o movimento, como trabalhadores saindo de uma fábrica ou uma bailarina dançando.
Em lugar de contar uma história, o cinema dos primeiros tempos mostrava imagens de terras distantes, acontecimentos recentes, paisagens, guerras e catástrofes naturais ou pequenas apresentações de mágica, dança ou acrobacia.
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O cinema de Georges Mèlies
Georges Mèlies (1861‐1938) foi um dos primeiros a fazer do cinema uma criação artística, e não apenas um registro de imagens em movimento. Ele realizou diversos filmes com cenários e efeitos especiais, contratou atores profissionais para suas filmagens e teve a intenção de contar histórias em filmes como Viagem à Lua, de 1902, que entrou para a história do cinema como uma de suas mais célebres realizações.
1. O filme Viagem à Lua, de 1902, foi considerado um filme de ficção científica e o primeiro a tratar de seres alienígenas, usando recursos inovadores de efeitos especiais. Com a orientação do professor, elaborem um diálogo fictício para o filme com base em algumas imagens selecionadas. Compartilhem os resultados com os colegas.
Cinema no Brasil
No Brasil, o cinema nos primeiros anos praticamente se limitou à exibição de filmes estrangeiros, com a instalação de várias distribuidoras de filmes estadunidenses. Na sequência, vamos conhecer alguns momentos que se destacam na história do cinema no país.
1. Durante a primeira exibição de cinema no Brasil em 1896, foram projetados oito filmes de cerca de um minuto retratando apenas cenas pitorescas de cidades da Europa.
2. Com a criação do primeiro estúdio, a Cinédia, entre 1930 e 1960, o Brasil produziu filmes que ficaram conhecidos como Limite (1931), de Mario Peixoto; A voz do Carnaval (1933), de Ademar Gonzaga e Humberto Mauro; e Ganga Bruta (1933), de Humberto Mauro.
3. Na década de 1940, consolidou-se a chanchada, gênero que teve como características o apelo popular, a comicidadeglossário , a paródiaglossário e a presença de música, principalmente de ritmos ligados ao Carnaval. Nesse gênero se destacam a dupla de atores Oscarito (1906‐1970) e Grande Otelo (1915‐1993), que divertiu o público do cinema ao som de canções de Ataulfo Alves (1909‐1969) e Sílvio Caldas (1908‐1998), entre outros ídolos da música popular da época.
4. O estúdio Vera Cruz foi criado em 1949, influenciado pelos modelos do cinema dos Estados Unidos, que buscavam realizar produções mais sofisticadas. Mazzaropi foi o artista de maior sucesso do estúdio; produziu em 1953 O Cangaceiro, que foi o primeiro filme brasileiro a ganhar o festival de Cannes.
5. A Atlântida Filmes produziu chanchadas até 1954, quando teve início a queda do interesse do público por esse gênero. A chegada dos programas de televisão e o movimento conhecido como Cinema Novo contribuíram para o desgaste da chanchada.
6. O movimento Cinema Novo nasceu no final da década de 1950 e esteve presente no Brasil até os anos 1980. Defendia uma visão autoral dos cineastas sobre a realidade brasileira e se consolidava como expressão crítica contra a dominação cultural exercida pelos países ricos, especialmente Estados Unidos. Diretores como Nelson Pereira dos Santos (1928‐2018) e o baiano Glauber Rocha (1939‐1981) se destacam nesse período.
7. Para Glauber, os filmes deveriam ser o motor de uma revolução cultural e a inspiração dele era a literatura brasileira. Seus filmes mais conhecidos foram Deus e o diabo na terra do Sol (1964) e Terra em transe (1967).
8. A partir dos anos 1990, o cinema brasileiro entrou em nova fase, denominada Cinema da Retomada. O movimento se caracterizou pela diversidade de estilos e pelo desenvolvimento temático e artístico.
9. O filme Central do Brasil (1998), do produtor e diretor Walter Salles (1956‐), é considerado um marco dessa nova fase do cinema brasileiro. Esse modo de fazer cinema contribuiu para a melhor compreensão da cultura brasileira e para expressão da realidade do povo.
10. No início do século vinte e um, o cinema nacional adquire reconhecimento no cenário mundial, com filmes indicados para festivais, como: Cidade de Deus (2002), de Fernando Meirelles; Carandiru (2003), de Hector Babenco; e Tropa de Elite (2007), de José Padilha.
1. Agora que observamos alguns aspectos da história do cinema nacional, vamos investigar a manifestação artística na atualidade. Para começar, com a orientação do professor, façam uma pesquisa na internet, descubram os filmes nacionais que se destacaram nos últimos anos e compartilhem com os colegas de sala.
Como se faz um filme
O processo de construção de um filme envolve centenas de profissionais e técnicos especializados de diferentes áreas. Seja uma grande produção, seja um curta-metragem, trata-se de um trabalho coletivo, que exige integração de toda a equipe.
Veja alguns dos profissionais considerados muito importantes na realização de um filme:
▶ o roteirista escreve o texto da história e os diálogos dos personagens; ▶ o diretor coordena o trabalho de todos os envolvidos na produção do filme; ▶ os atores e as atrizes representam e interpretam os personagens da história; ▶ o diretor de fotografia é responsável pelas imagens e supervisiona tudo o que possa interferir no resultado da imagem; ▶ operadores de câmera são responsáveis pelo enquadramento e o movimento que compõem as cenas; ▶ compositores e músicos se encarregam da trilha sonora e dos arranjos sonoros; ▶ técnicos de som gravam os diálogos dos personagens, músicas e ruídos ambientais das cenas; ▶ figurinistas criam figurinos e definem os acessórios, roupas e calçados que atores e atrizes vão usar para compor os personagens; ▶ cenógrafos elaboram os cenários ou adaptam as locações para as filmagens; ▶ eletricistas montam refletores, distribuem linhas de alimentação de energia dos refletores, entre muitas outras funções; ▶ maquiadores e cabeleireiros são responsáveis por preparar atores e atrizes, embelezá-los ou transformá-los, de acordo com o personagem.Outro profissional importante na criação de um filme é o produtor, que se encarrega de viabilizar recursos e processos que transformarão o roteiro em um filme propriamente dito. Os produtores são responsáveis pela captação do dinheiro necessário para atender aos requisitos do roteiro, pela formação do elenco e da equipe, pela aquisição de equipamentos, figurinos, cenários etcétera e, após a finalização do filme, pela divulgação e comercialização.
Geralmente são feitos altos investimentos para a produção de um filme. Esse investimento deve retornar por meio da bilheteria, ou seja, da venda de ingressos nos cinemas ou em outros pontos de exibição, incluindo canais de tê vê abertos e por assinatura. Alguns filmes, de grande apelo comercial e divulgação massiva, são assistidos por milhares de espectadores e tornam-se extremamente lucrativos.
2. Agora que você conheceu um pouco do trabalho no cinema, responda: se você decidisse trabalhar nessa área, o que gostaria de fazer? Por quê? Comente sua opinião com os colegas.
Enquadramentos e planos
O enquadramento é um dos elementos do cinema que ajudam a construir a história a ser contada. Enquadrar é determinar o modo como o espectador perceberá o “mundo” retratado no filme.
Determinar o enquadramento significa selecionar o ponto de vista mais indicado para que a cena seja registrada. O plano determina a proporção dos personagens e dos objetos na cena. O tipo de plano escolhido pode ressaltar características da história ou dos personagens. Existem três tipos principais de plano:
1. Plano geral ou aberto: em que são apresentados todos os elementos da cena, sem detalhes em destaque. Em plano aberto, é possível observar o ambiente mais amplo.
2. Plano médio ou americano: no qual a câmera está a uma distância média do(s) objeto(s) ou personagem ou personagens. Em plano médio, já se observam alguns detalhes do ambiente e dos personagens.
3. Primeiro plano, plano fechado ou close up: quando a câmera se situa próxima ao objeto ou personagem. É o plano ideal para enfatizar a expressão e a emoção dos personagens. Em primeiro plano, é possível ver detalhes da expressão e as emoções dos atores.
VAMOS FAZER
Enquadramento em cena
Agora é hora de criar uma cena usando diferentes tipos de enquadramento de acordo com o que dará ênfase à narrativa. Dividida em grupos, a turma vai organizar e dirigir uma cena curta a fim de compreender como o enquadramento é um recurso importante para expressar uma ideia ou emoção nas telas.
Como fazer
- Cada grupo vai criar uma cena curta, de até um minuto, em que alguns integrantes serão os personagens. A cena pode ser totalmente inventada, fóra de um contexto, ou até ser a reprodução da cena de um filme marcante para o grupo.
- Definam, coletivamente, quem será responsável por dirigir a cena, ou seja, quem guiará e organizará as ações daqueles que interpretarão os personagens e vão atuar.
- Uma câmera filmadora ou smartphone será necessário para quem filmará a cena. O recurso de “zoom” do aparelho será bastante útil, ou mesmo registrar os planos se aproximando ou se afastando do que está sendo captado.
- O importante é que, nessa cena, sejam utilizados os três planos vistos anteriormente: plano geral ou aberto; plano médio ou americano; primeiro plano ou plano fechado. Cada um deles pode ter uma função específica, como dar destaque ao cenário ou às emoções de quem está atuando.
- Ao final das gravações, compartilhem os resultados com toda a turma. Se não for possível a gravação, experimentem fazer o enquadramento com uma moldura de papelão e observem como determinado plano da cena muda a percepção de quem a observa.
Cinema e som
No início da história do cinema, os filmes não tinham som sincronizado com as imagens e eram em preto e branco. As imagens podiam ser acompanhadas por músicos e orquestras nas salas de exibição, contar com a dublagem de cantores e atores, que ficavam atrás da tela, ou ainda com a presença de um narrador ou “explicador”, que detalhava partes da história para os espectadores.
Atualmente, os filmes são coloridos e têm grande qualidade sonora. Podem apresentar diferentes tipos de som, que ajudam a contar a história, a transmitir emoções e a criar o “clima” do filme nas cenas: romance, tensão, medo ou suspense.
A chamada trilha sonora é composta de elementos sonoros, como vozes, ruídos e silêncio. Além destes, existe outro importante elemento da trilha sonora que é a música, um dos recursos mais dramáticos e expressivos de um filme. Ela pode sugerir emoções e conferir ritmo à cena. Algumas marcam tanto determinados filmes que sempre que as ouvimos imediatamente as associamos às imagens vistas na tela.
- Você se lembra de alguma cena em que os personagens ficaram em silêncio total porque algo importante ou assustador estava prestes a acontecer? Ou uma cena em que o som ambiente foi muito importante para a narrativa? Compartilhe com os colegas.
- Você se lembra de alguma trilha sonora, em algum filme, que tenha despertado emoções como alegria, medo, tristeza ou ansiedade? Em sua opinião, a música pode influenciar a maneira como uma cena atinge o espectador? Compartilhe suas ideias com os colegas.
A palavra e os ruídos
Os diálogos são a principal fórma de desenvolver a história e têm papel fundamental na narrativa de um filme. As falas dos personagens se destacam no conjunto dos elementos sonoros de um filme. Elas precisam ser claras e limpas para serem ouvidas e compreendidas pelo espectador. Além de encaminhar o desenvolvimento da história, elas ajudam a caracterizar os personagens e a transmitir emoções como medo, amor, alegria, tristeza etcétera
Os ruídos presentes nos filmes podem ser organizados basicamente em três categorias:
1. Ruídos do ambiente: são os sons relativos à geografia ou ao clima da paisagem apresentada no filme.
2. Ruídos de efeitos ou sound effects: são os sons provenientes de algum objeto ou fonte sonora específica, como o som de carros, aviões, explosões, tiros etcétera
3. Ruídos de sala: é a recriação em estúdio de sons relacionados aos movimentos e às ações dos personagens, como passos, socos, tapas, arrastar uma cadeira, utilizar pratos, copos e talheres, sentar-se ou levantar-se etcétera
5. Pesquisem, discutam, selecionem e tragam para a sala de aula uma cena de filme em que os efeitos sonoros, de preferência os ruídos, despertaram seu interesse. Pode ser uma cena de luta, de guerra, de perseguição etcétera Pode ser uma cena romântica ou dramática. Compartilhem a cena com os demais grupos e expliquem aos colegas por que vocês a selecionaram e qual é sua importância ou significação no filme.
TEATRO: SOMOS TODOS ATORES
“O mundo é um palco e todos os homens e mulheres são meros atores. Eles têm suas entradas e saídas de cena e cada homem, a seu tempo, representa muitos papéis.” A frase é da peça Como gostais, escrita em 1599 pelo dramaturgo, poeta e ator inglês Uíliam Xêiquispíer (1564‐1616).
Em outro tempo e em outra parte do mundo, o dramaturgo, poeta e escritor brasileiro Ariano Suassuna (1927‐2014) também nos ensina a enxergar, por meio das lentes do teatro, a totalidade da vida. Suassuna, assim como Xêiquispíer, mescla o moderno e o antigo e a tradição e a inovação. Com suas histórias e personagens, ambos nos ajudam a enxergar nossa vida e o mundo em que vivemos.
- Cotidianamente, todos interpretamos papéis como filho, neto, irmão, estudante, colega, namorado, cidadão. E você, quais desses papéis fazem parte do seu dia a dia?
- Quando os personagens que você interpreta se encontram com outros personagens (mãe, pai, professor, amigo, autoridades em geral, por exemplo) da sua vida, quais enredos surgem?
- Procure se lembrar de um encontro em que você e outros personagens tiveram visões diferentes sobre uma mesma situação. Conte aos colegas como foi.
Para ampliar
GARCEZ, Lucília. Ariano Suassuna. Fortaleza: IMÉP, 2019. A obra é uma biografia que apresenta o mágico universo da cultura brasileira com o qual o menino Ariano conviveu na infância.
Uíliam Xêiquispíer
Uíliam Xêiquispíer escreveu por volta de 35 peças em aproximadamente vinte anos. Sua escrita sofreu diversas influências, como da comédia grega clássica, do teatro erudito, destinado a agradar às côrtes e aos intelectuais, e do teatro popular ambulante, feito em praças e feiras.
O sucesso das peças de Xêiquispíer na época também se devia ao trabalho de encenação. Em cenários simples ou inexistentes, os diálogos dos atores e as palavras do texto exigiam muita imaginação da plateia para se transportar a lugares, tempos e situações bem diferentes da realidade.
O teatro de Xêiquispíer permanece atual porque o dramaturgo fala de temas que podem ser considerados universais. Os personagens de suas peças personificam sentimentos humanos e revelam diferentes visões de mundo. Rãmlet é uma peça sobre a vingança; Macbéf, sobre a ganância; Otelo, sobre o ciúme; e Romeu e Julieta, sobre a paixão.
Embora muitos séculos tenham se passado, a encenação de seus textos ainda faz sentido e emociona plateias do mundo inteiro. Suas obras inspiraram muitas versões e adaptações para histórias em quadrinhos, mangás, livros infantis, canções, balés, musicais, além de teatro e cinema.
9. Os personagens de Xêiquispíer exibem as mais diversas facetas humanas: o vulgar, o grosseiro, o repugnante, o belo, o puro, o sublime. Investiguem em livros ou na internet textos e imagens de alguns desses personagens e elaborem frases descrevendo as suas principais características. Para finalizar, compartilhem com os colegas.
Para ampliar
O mercador de Veneza, direção de Maicou Rédford. Estados Unidos da América/Itália/Luxemburgo/Reino Unido, 2004. (138 minutos). Adaptação para o cinema da obra de Xêiquispíer.
Ariano Suassuna
Suassuna se inspirou nas obras de Xêiquispíer, entre outras referências, para falar de um Brasil nordestino, sertanejo, buscando relacionar o antigo e o moderno, o universal e o regional. Tanto as peças de Xêiquispíer como as de Suassuna dialogam com a comédia grega antiga por apresentar duas partes bem distintas: uma com a ação dos personagens e outra com a reflexão sobre essa ação.
Nos textos literários dramáticos de Suassuna, bem como nos de Xêiquispíer, a segunda parte parece um julgamento. Na cena final da peça Auto da Compadecida, o personagem principal precisa reavaliar suas ações pregressas e, como em um julgamento, recebe como veredito voltar à vida.
Além das comédias da Antiguidade, o teatro popular e os folguedos nordestinos inspiraram Suassuna na criação de seus textos. Na década de 1960, ele já percebia e reconhecia o valor das manifestações populares nordestinas, que posteriormente seriam catalogadas como Patrimônio Cultural Imaterial em Pernambuco e outros estados do Nordeste, como o teatro de bonecos ou mamulengo, a literatura de cordel e o repente.
Suassuna continuou escrevendo até seu falecimento, em 2014, e seus textos são encenados em companhias profissionais em todo o país. Algumas de suas peças chegaram às telas de cinema e televisão, e seus romances foram adaptados para o teatro.
10. Para ampliar seus conhecimentos sobre a vida desse importante escritor brasileiro, com a orientação do professor, investigue em livros ou na internet trechos e imagens da obra de Ariano Suassuna e compartilhe-os com os colegas.
Para ampliar
Auto da Compadecida, direção de Guel Arraes. Brasil, 2000 (95 minutos). O filme é uma divertida adaptação do texto teatral de Ariano Suassuna.
Romeu e Julieta de Xêiquispíer e Suassuna
Romeu e Julieta foi escrita entre 1591 e 1595, nos primórdios da carreira literária de Uilian Xêiquispíer. A obra é conhecida e recontada até hoje em livros, filmes, séries, histórias em quadrinhos etcétera Para escrevê-la, Xêiquispíer se inspirou em um poema de ártur Brúque ( centésima1563). A versão de Brúque proporcionou a Xêiquispíer não só o enredo da peça, como informações sobre a cidade italiana de Verona, os hábitos sociais e outros detalhes. Na trama escrita por Xêiquispíer o foco é o conflito em que jovens apaixonados são vítimas da luta entre duas famílias.
Ariano Suassuna também escreveu um texto literário dramático com enredo inspirado em Romeu e Julieta que foi chamado A história do amor de Romeu e Julieta. A versão de Suassuna parte das raízes das manifestações artísticas e culturais brasileiras.
- Responda no caderno às questões sobre Romeu e Julieta.
- Você conhece a história de Romeu e Julieta?
- Como você conheceu? Foi por meio de livros ou de filmes?
- O que acontece no auge da história? Como ela termina nas versões que você conhece?
- Você se lembra de alguma cena marcante? Qual? Conte aos colegas o que sabe.
Para ampliar
obeid, Cesar. Romeu Guarani e Julieta Capuleto. São Paulo: Brasil, 2015. O clássico Romeu e Julieta, de Xêiquispíer, adaptado para o contexto nacional, em que filhos de famílias rivais se apaixonam.
VAMOS FAZER
Reescrita de Romeu e Julieta
Como fazer
- Cada aluno vai ler individualmente os dois textos que narram a história de Romeu e Julieta disponíveis na página 139. Os textos coincidem parcialmente, pois são duas versões da mesma cena na qual os personagens Romeu e Julieta se encontram pela primeira vez.
- Em seguida, conversem e definam qual personagem cada um vai representar.
- Cada um vai ler, nas duas versões, as falas do personagem que escolheu. Notem que, às vezes, as falas são parecidas, embora tenham palavras diferentes. Também o encaminhamento da ação é um pouco diverso.
- Agora, com os colegas de grupo, escrevam com suas palavras uma nova versão para a fala de cada personagem. Vocês podem usar palavras dos dois dramaturgos, mas o mais importante é que as falas sejam adaptadas à linguagem comum, usada no cotidiano de vocês.
- Feita a reescrita, uma dupla de cada grupo fica encarregada de ler as falas reescritas em voz alta para a turma. E a outra dupla do grupo vai criar gestos e movimentos para comunicar, sem palavras, as falas que a primeira dupla lê em voz alta.
- Combinem quem vai ler e quem vai atuar como Romeu; quem será a dupla que vai ler e atuar como Julieta; quem vai ler e atuar como narrador/rubrica ou Mercúcio. Por exemplo, a aluna Juliana vai ler a parte de Julieta e o aluno Rogério vai ler a parte de Romeu. Juliana tem um “duplo”, que é a aluna Janaína, que interpreta Julieta. E Rogério tem um “duplo”, que é o aluno Roberto, que faz os gestos de Romeu. Enquanto Juliana e Rogério leem as respectivas falas de Julieta e Romeu, Janaína e Roberto gesticulam, movimentam-se, comunicam-se sem palavras, mas motivados pelas palavras de Julieta-Juliana e Romeu-Rogério.
- Cada grupo vai se apresentar para a turma, até que todos tenham compartilhado suas adaptações e encenações. Ao final, façam uma roda de conversa para compartilhar as impressões sobre a vivência.
Continua
Continuação
Trechos dos textos
Romeu e Julieta, de Uíliam Xêiquispíer
reticências ROMEU (a Julieta) – Se minha mão profana o relicário em remissão aceito a penitência: meu lábio, peregrino solitário, demonstrará, com sobra, reverência.
JULIETA – Ofendeis vossa mão, bom peregrino, que se mostrou devota e reverente. Nas mãos dos santos pega o paladino. Esse é o beijo mais santo e conveniente.
ROMEU – Os santos e os devotos não têm boca?
JULIETA – Sim, peregrino, só para orações.
ROMEU – Deixai, então, ó santa! que esta boca mostre o caminho certo aos corações.
JULIETA – Sem se mexer, o santo exalça o voto.
ROMEU – Então fica quietinha: eis o devoto. Em tua boca me limpo dos pecados. (Beija-a.)
JULIETA – Que passaram, assim, para meus lábios.
ROMEU – Pecados meus? Oh! Quero-os retornados. Devolve-mos.
reticências
Xêiquispíer, Uílliam. Romeu e Julieta. [ sem local]: ibúksBrasil.com, [ 2010 década certa]. páginas quarenta e cinco a quarenta e seis. Disponível em: https://oeds.link/AgNTcY. Acesso em: 29 maio 2022.
A história do amor de Romeu e Julieta, de Ariano Suassuna
reticências Romeu:
Meu Deus, estou encantado
com toda aquela beleza!
Aquela Moça parece
uma Fada, uma Princesa!
Mercúcio, quem é aquela?
Quem é aquela lindeza?
Mercúcio:
É filha de Capuleto!
O leque que ela trazia
caiu de sua bela mão,
quando, há pouco, se movia!
Romeu:
Eu vou lá! Vou apanhá-lo!
(Entregando o leque:)
O leque lhe pertencia?
Julieta:
Sim, o leque me pertence!
Muito obrigada, Senhor!
Em paga da gentileza
queira aceitar esta flor:
receba esta Violeta
em troca do seu favor!
Romeu:
Eu beijo esta doce Flor
Vou guardá-la junto ao peito,
com todo amor e cuidado,
como se fosse uma Joia
que aqui eu tivesse achado. reticências
SUASSUNA, Ariano. A história do amor de Romeu e Julieta. ín: Folha de São Paulo/Folha uól Mais, São Paulo, 19 janeiro 1997. Disponível em: https://oeds.link/8OSVs1. Acesso em: 29 maio 2022.
eu APRENDI
1. Com o passar do tempo, o custo de produção ficou mais baixo e os equipamentos foram se tornando mais portáteis, ganhando diversos acessórios, como as lentes especiais para paisagens e retratos. O público, que antes buscava artistas retratistas para realizar uma pintura de sua própria imagem ou de sua família, agora estava fascinado com a ideia de ter seu rosto perpetuado pela nova tecnologia.
Que manifestação artística é tratada na frase?
- Leia as frases sobre o cinema.
- A invenção do cinema foi resultado de um processo de pesquisas e experimentações e houve várias tentativas de registrar imagens em movimento no final do século dezenove, até que em 1895, na França, os irmãos Limiér apresentaram um aparelho chamado lanterna mágica.
- Nos primeiros anos do cinema um filme era apenas uma sequência de tomadas estáticas. O enquadramento também era estático e os acontecimentos em sequência direta, sem interrupções ou córte.
- O enquadramento é um dos elementos do cinema que ajudam a construir a história a ser contada. Existem basicamente três tipos de planos de enquadramento: plano geral ou aberto; plano médio ou americano e o primeiro plano, plano fechado ou close up.
- O movimento Cinema Novo nasceu no final da década de 1950 e esteve presente no Brasil até os anos 1980. Os cineastas Nelson Pereira dos Santos e Glauber Rocha foram considerados expoentes nesse gênero, que buscava retratar e expressar a cultura brasileira e os conflitos sociais do país.
- O chamado Cinema de Retomada contribuiu para a melhor compreensão da cultura brasileira, para expressão da realidade do povo e para o estabelecimento de novos olhares sobre a identidade nacional.
- Quais das frases apresentam afirmações corretas sobre o cinema?
- Você já assistiu a algum filme nacional? Descreva como foi a experiência e suas impressões.
3. Para compor as obras da série Imagens de diamante, Vik Muniz tomou emprestadas as caríssimas pedras e organizou-as de modo a compor retratos das divas de Hollywood.
- Na sua opinião, qual é a associação proposta pelo artista ao utilizar pedras preciosas nas imagens compostas?
- Se tivesse que escolher uma pessoa da sua convivência para retratar em uma imagem utilizando, como Vik, caríssimas pedras, quem você escolheria? Explique as razões da sua escolha.
- Em uma época de significativas transformações urbanas em Londres, Xêiquispíer contou com o apoio financeiro de nobres e isso permitiu que pudesse produzir e se dedicar exclusivamente à profissão teatral. Em suas obras, Xêiquispíer soube representar, descrever e colocar em ação características humanas universais e atemporais. Pesquise um texto de Xêiquispíer e elabore uma síntese, descrevendo:
- o nome, a época, o local e os personagens retratados;
- o enredo e as principais características humanas e universais retratadas na obra.
- O advento das câmeras fotográficas digitais mudou nossa relação com a fotografia. Hoje, com um smartphone, um tablet ou uma câmera digital, é possível fotografar a todo momento, em ocasiões importantes ou cotidianas. Também é possível compartilhar essas imagens com muitas pessoas em redes sociais.
- Como você e seus colegas costumam compartilhar suas fotografias digitais?
- Com qual frequência vocês acompanham as fotografias publicadas não só por amigos e parentes, mas também por desconhecidos, famosos ou não?
- Em sua opinião, por que é preciso ser cuidadoso ao compartilhar fotografias nas redes sociais?
vamos COMPARTILHAR
Cenas: expressão e sentimento
As imagens e as cenas que observamos no decorrer desta unidade registraram a realidade, as memórias e os sentimentos de diferentes artistas, como os da fotógrafa Iolanda Husak, que dizia que por meio da fotografia encontrava um jeito de dar vazão aos seus sentimentos, pois, na maioria das vezes, ao fotografar, sentia vontade de chorar.
A arte é capaz de encantar e sensibilizar a nossa visão. Ela nos ajuda a trabalhar olhares, sentimentos e emoções. Agora, é sua vez de criar uma cena com base em imagens ou um texto literário ou a cena de um filme que de alguma fórma emocione ou sensibilize você e seus colegas.
Material
- Câmera fotográfica, tablet ou smartphone.
- Para o figurino e a caracterização dos personagens: chapéus, lenços, echarpes, roupas diversas, pulseiras, brincos, colares, maquiagem etcétera
- Para o cenário e o espaço cênico: lençóis, tecidos, folhas de papel coloridas, móveis escolares, objetos diversos etcétera
Como fazer
- Reúna-se com mais cinco colegas.
- Selecionem uma imagem, um texto literário ou a cena de um filme que provoque em vocês sentimentos e emoções profundas.
- Escolham cenas, momentos e personagens principais para encenar, filmar ou fotografar a manifestação selecionada por vocês.
- Caracterizem os personagens da melhor fórma possível, com roupas, adereços, acessórios, maquiagem etcétera
Continua
Continuação
- Se possível, montem um cenário simples para a cena.
- Decidam os papéis a serem desempenhados pelos integrantes do grupo: um dos colegas deve ser o diretor ou fotógrafo, enquanto os outros serão os atores da cena e deverão transmitir a noção de ação, como se algo estivesse acontecendo.
- Fotografem ou filmem a cena quantas vezes acharem adequado, para obter um bom resultado. Em seguida, escolham os melhores momentos e postem no site da escola, em um blog da turma ou em uma rede social criada pelo professor para esta ou outras atividades.
- Para finalizar, em um dia combinado com o professor, tragam as produções, apresentem para os colegas e, se acharem necessário, também para a comunidade escolar. Finalizem a experiência compartilhando os processos de produção com as pessoas convidadas.
Glossário
- serigrafia
- : técnica de impressão que utiliza uma tela com partes permeáveis (por onde a tinta passa, imprimindo cor ao papel ou tecido) e partes impermeáveis (que impedem a passagem da tinta), criando assim uma imagem.
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- litogravura
- : técnica de gravura cuja matriz de impressão é feita em pedra.
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- Pictorialismo
- : técnica que busca a aproximação da linguagem fotográfica à pintura, manipulando muitas vezes práticas de alteração da cor, da granulação ou modificando elementos de fórma a assemelhar as fotografias a pinturas.
- Voltar para o texto
- alegoria
- : expressão de ideias e pensamentos de fórma figurada.
- Voltar para o texto
- Expedição Langsdorff
- : viagem científica, promovida pelo cônsul russo Barão Lânguisdórfi, que percorreu o interior do Brasil recolhendo informações e realizando estudos científicos.
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- resíduos
- : materiais descartados, mas que ainda podem ser utilizados, seja por reciclagem, seja por reaproveitamento.
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- comicidade
- : relativo ao cômico, que diverte, engraçado.
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- paródia
- : obra literária, teatral, cinematográfica ou musical que imita outra obra com objetivo de reler, fazer sátira, de zombar.
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