UNIDADE 4 Arte, ciência e tecnologia
As propostas desta unidade do seu livro foram desenvolvidas em quatro etapas, que se completam.
eu SEI
Criações artísticas e científicas
Conhecer e identificar em uma obra da Capela Sistina as relações da arte e da ciência e pesquisar obras que apresentem propostas semelhantes.
eu vou APRENDER
Capítulo 1 – Arte e ciência
Identificar as relações históricas entre a arte e a ciência, com foco no renascimento.
Capítulo 2 – Técnicas e tecnologias na arte
Conhecer técnicas e tecnologias e promover experiências nas artes.
eu APRENDI
Desenvolver atividades de verificação, sistematização, reflexão e ampliação da aprendizagem.
vamos COMPARTILHAR
Tecnologias cênicas
Elaborar proposta de experimentação de técnicas e tecnologias nas artes.
OBJETIVO GERAL
▶ Possibilitar o reconhecimento e a identificação da ciência e da utilização de técnicas e tecnologias nas artes.eu SEI
Criações artísticas e científicas
Nesta Unidade vamos conhecer artistas e obras que combinam de fórma notável habilidades técnicas, conhecimentos científicos e uma forte intensidade emocional. Para começar, observe a ilustração que retrata o teto da Capela Sistina, que foi pintado, entre 1508 e 1512, pelo artista Miquelângelo Buonarroti (1475‐1564) a pedido do papa Júlio segundo.
Miquelângelo fez de tudo para esquivar-se da encomenda da pintura do teto da Capela Sistina. Ele dizia que não era um pintor, mas, sim, um escultor. Quando o papa se manteve firme na escolha, Miquelângelo estudou todos os detalhes e preparou com cuidado cada figura em seus desenhos. O artista passava várias horas por dia deitado de costas em andaimes suspensos, preparando e pintando as cenas.
A criação de Adão é apenas uma pequena parte da majestosa criação de Miquelângelo. Nessa obra o artista representa o momento em que “Deus cria o primeiro homem”.
Além de atuar como pintor, escultor e arquiteto, Miquelângelo tinha vastos conhecimentos de Anatomia, o que tornaria viável a teoria de que a imagem do manto representava partes do cérebro humano. Esses estudos indicam que o artista valorizava os conhecimentos científicos e colocava os seres humanos no centro de tudo, como na imagem do manto.
▶ Vamos investigar outros artistas e suas produções que relacionam arte e ciência. Para a atividade, sigam as orientações.- Organizados em duplas, selecionem uma obra de arte que vocês já viram ou conhecem. Pode ser uma pintura, uma escultura ou outra manifestação artística que esteja associada à ciência.
- Após a seleção, pesquisem informações sobre os elementos presentes na obra, como fizemos em A criação de Adão.
- Além disso, descrevam os conhecimentos e as habilidades do artista e as possíveis associações da obra com os conhecimentos científicos.
- Para finalizar, compartilhem as obras e as informações sobre os artistas com os colegas de sala. Para isso, poderá ser montada uma exposição com cartazes ou uma mostra virtual, utilizando as ferramentas digitais disponíveis.
eu vou APRENDER Capítulo 1
Arte e ciência
As relações entre arte e ciência são constantes ao longo do tempo. Artistas e cientistas transitam entre a imaginação, a experimentação e os questionamentos sobre fenômenos e sentidos. Eles usam a própria percepção do mundo para guiar seu trabalho.
Neste capítulo, vamos explorar algumas aproximações entre arte e ciência no Renascimento italiano, momento em que ocorreu uma estreita relação entre esses dois campos do conhecimento humano, quando os estudos científicos contribuíram para o aperfeiçoamento da representação artística.
- Observem o desenho realizado pelo artista Leonardo da vinti (1452‐1519) reproduzido na página.
- Que conhecimentos vocês acreditam que são necessários para fazer um desenho do corpo humano similar a esse?
- De que fórma a arte pode contribuir para o desenvolvimento do conhecimento científico e vice-versa?
Diferente do período anterior, a Idade Média, em que a arte estava associada à religiosidade e a Igreja Católica exercia grande influência sobre a vida das pessoas, no Renascimento priorizaram-se o ser humano e a ciência. Os artistas e os mecenasglossário desse período estavam fascinados com a ideia de que a arte poderia não apenas narrar as histórias das sagradas escrituras, mas também espelhar o ser humano e o mundo.
Grandes mestres, como Leonardo da vinti, Miquelângelo Buonarroti e Rafael Sanzio (1483‐1520), buscaram, assim como os gregos e os romanos antigos a quem tanto admiravam, observar o corpo humano, seus movimentos e fórmas, fazendo, em seus ateliês e oficinas, inúmeros estudos e desenhos de pessoas em diferentes poses.
Criando desenho com base nas articulações
▶ Observe a obra de Leonardo da vinti reproduzida na página. Que tal fazer um desenho usando como modelo alguns colegas de turma? A ideia é criar um desenho de partes do corpo humano que investigue as articulações a partir de um modelo vivo.Material
- Folha de papel sulfite.
- Lápis grafite.
Como fazer
- O professor vai organizar alguns colegas em diferentes posições: sentados, em pé com as pernas juntas, sentados com as pernas cruzadas, agachados etcétera
- Observe bem a cena e tente desenhá-la aproximando-se o máximo possível do que está observando. Busque destacar em seu desenho as diferentes poses dos colegas, principalmente as suas articulações.
- Ao término, exponha seu desenho com os trabalhos dos colegas. Juntos, analisem as possibilidades de movimento registradas nos desenhos, como dobra dos braços, joelhos, articulação do pescoço etcétera
ARTE E HISTÓRIA
O Renascimento
A palavra renascimento significa “nascer de novo”. Nesse período da história, por volta do século quinze, valorizavam-se os conhecimentos e as obras dos mestres da Antiguidade clássica, que ocorreu entre os séculos sete antes de Cristo e seis Depois de Cristo, quando os modelos de equilíbrio, proporção, harmonia, graça e simetria de fórmas eram fundamentais.
Entre os séculos um antes de Cristo e cinco Depois de Cristo, Roma foi a cidade central de um grande império e, por isso, para o historiador da Arte E. H. Gâmbritch (1909‐2001), a ideia de um renascimento estava ligada, na concepção dos italianos do século quinze, a um possível retorno à glória da Roma antiga.
Dessa fórma, o Renascimento foi um movimento intelectual e artístico surgido na região da atual Itália que se desenvolveu entre os séculos catorze e meados do dezesseis, espalhando-se por toda a Europa.
Artistas, pensadores, arquitetos, cientistas, filósofos e governantes acreditavam que o caminho para o esclarecimento e a grandeza estava no resgate dos ideais e dos padrões da Antiguidade clássica e no estudo do ser humano, da natureza e da ciência.
Observe as duas esculturas na página seguinte. A primeira foi concebida por Policleto (470‐405 antes de Cristo), um dos mais importantes escultores gregos da Antiguidade. Ele esculpiu em bronze várias figuras de jovens atletas, mas nenhuma peça foi preservada; até nossos dias, chegaram apenas cópias.
A segunda foi esculpida por Miquelângelo Buonarroti (1475‐1564), pintor e escultor de Florença que viveu durante o Renascimento.
- Quais as semelhanças e as diferenças entre as duas esculturas?
- As esculturas foram elaboradas em dois momentos históricos diferentes e mostram a busca por padrões estéticos similares. Cite outros valores evidenciados durante o Renascimento que se relacionam com a Antiguidade.
- Investigue em livros ou na internet, outras áreas do conhecimento que passaram por transformações no período do Renascimento.
LEONARDO DA vinti E O CONHECIMENTO
Leonardo da vinti foi pintor, escultor, arquiteto, pensador, estudioso da natureza, do corpo humano e do movimento e inventor. Por meio desses conhecimentos, pôde estabelecer várias relações, entre elas a do fluxo dos rios com a circulação do sangue nas veias.
Ele tinha muita curiosidade em relação à água e vários de seus projetos buscavam explorar a energia potencial dos rios, o que foi concretizado muito tempo após seu falecimento. Chegou a conceber também um submarino, que não foi construído em sua época.
Naquele tempo, já se fantasiava construir engenhocas que permitissem aos seres humanos voar como os pássaros. Da vinti utilizou os materiais usados na confecção de velas de navios e chegou a esboçar um protótipo de helicóptero. Alguns estudiosos consideram que o primeiro paraquedas e a primeira asa-delta da história foram desenhados por ele.
Para ampliar
TUFANO, Douglas. Leonardo da vinti e sua época. São Paulo: Moderna, 2019. O livro retrata a vida e a obra de Leonardo da vinti, o pintor, escultor, cientista e engenheiro considerado um dos gênios da humanidade. A obra descreve aspectos da época do Renascimento e apresenta outros artistas famosos que viveram nesse mesmo período da História.
Da vinti inventou muitos equipamentos que só puderam ser construídos de fato três ou quatro séculos depois, mas também contribuiu com invenções e mecanismos em sua época que ainda são utilizados nos maquinários atuais.
Com base nos estudos sobre a circulação, a distribuição e os movimentos da água, planejou pontes, diques, sistemas de irrigação, canais, bombas hidráulicas e aparelhos de mergulho. Como arquiteto e engenheiro, projetou arcos, portões, torres, muros, fortalezas e até uma cidade inteira, além de inventar instrumentos de medição.
O desenho reproduzido faz parte da coleção de estudos de Leonardo da vinti sobre o corpo humano, realizados entre 1485 e 1515. Quando esse desenho foi realizado não existia nenhuma tecnologia capaz de proporcionar uma imagem do feto humano e do útero materno. Com base nesse desenho, é possível compreender a posição do bebê e do cordão umbilical, o formato, a textura, a proporção e as camadas que compõem o útero. Além dos desenhos de anatomia humana, Leonardo da vinti realizou projetos e estudos que somam cêrca de 13 mil páginas de anotações e ilustrações.
2. Em sua opinião, com base nos desenhos de Leonardo da vinti, um estudo científico pode partir de uma obra de arte ou vice-versa?
OS ESTUDOS DE Miquelângelo
Assim como Leonardo da vinti, Miquelângelo Buonarroti foi um artista muito observador e atento às fórmas e aos movimentos do corpo humano. Escultor, pintor, arquiteto, desenhista e poeta nascido em Florença, na atual Itália, em 1475, Miquelângelo foi um grande artista renascentista.
Entre suas obras mais conhecidas estão a Pietá, termo italiano que designa uma pintura ou escultura da Virgem Maria com o Cristo morto no colo, e Moisés, escultura inspirada no profeta do Velho Testamento carregando as Tábuas da Lei, ou os Dez Mandamentos.
- Observe as esculturas reproduzidas na página, reflita e converse com os colegas sobre suas impressões:
- Observe a obra Pietá, escultura em mármore de Miquelângelo. O mármore é um material pesado e resistente e mesmo assim o artista foi capaz de esculpi-lo de fórma a expressar leveza e movimento. Que elementos da obra indicam essas expressões?
- Observe a obra Moisés, escultura também em mármore de Miquelângelo. Nessa obra, em sua opinião, qual a expressão do personagem? Quais elementos dela transmitem essa sensação?
Miquelângelo empenhou-se em dominar os movimentos humanos com incrível obstinação. De acordo com o historiador da Arte E. H. Gâmbritch, não havia postura nem movimento que lhe fosse difícil desenhar.
Observe novamente o detalhe da pintura A criação de Adão que retrata a mão de Deus e de Adão.
Veja também outras imagens que buscam retratar a mesma cena utilizando outras linguagens.
- Como observamos anteriormente, uma interpretação da imagem é a de que Deus estende o braço e o dedo em direção a Adão simbolizando poder. Adão, por sua vez, espera que com esse gesto o criador lhe transmita vida. Veja as duas releituras da obra e descreva o que elas representam para você.
- Utilizando lápis grafite e folha de papel sulfite, elaborem uma releitura da obra de Miquelângelo destacando a criação entre o toque dos dedos dos personagens. Em seguida, compartilhem as produções e conversem sobre as releituras propostas.
Versão adaptada acessível
Atividade 5.
Utilizando materiais escolhidos por vocês, elaborem uma releitura da obra de Michelangelo destacando a criação entre o toque dos dedos dos personagens. Em seguida, compartilhem as produções e conversem sobre as releituras propostas.
Perspectiva linear
Uma descoberta importante do Renascimento foi a perspectiva linear, técnica de representação de objetos sólidos e espaços tridimensionais em uma superfície bidimensional, como uma folha de papel ou uma tela. A perspectiva linear tem o objetivo de representar, por meio de leis matemáticas, objetos e espaços no plano, de acordo com nossa percepção óptica.
Durante a Idade Média, os artistas utilizavam a perspectiva empíricaglossário , isto é, buscavam um efeito de profundidade nas obras sem utilizar regras específicas.
Observe o Exemplo 1, com o desenho dos dois cubos, e o Exemplo 2, com a pintura do século dezenove, na qual foram aplicados os princípios da perspectiva linear. O tamanho dos objetos, móveis, quadros e pessoas é representado de acordo com a distância a que eles estão do observador.
6. Em sua opinião, no Exemplo 1, qual dos dois cubos parece estar mais distante do observador? Por quê?
Observação da perspectiva
A perspectiva com um ponto de fuga central e fixo, matematicamente fundamentada, desenvolveu-se durante o Renascimento, no século quinze, na Itália.
Essa técnica foi aperfeiçoada por um famoso arquiteto e escultor de Florença chamado Fillipo Brunelêsqui (1377‐1446). Brunelêsqui se dedicou aos estudos das leis de representação com o objetivo de demonstrar, por meio do desenho, como suas construções ficariam depois de prontas.
Fazendo experiência de observação da perspectiva
Para fazer o teste de observar a perspectiva, com base no que vimos sobre a técnica, siga as orientações.
Material
- Folha de papel sulfite.
- Lápis grafite.
- Câmera fotográfica ou smartphone.
Como fazer
- Vá até o pátio da escola, feche um olho, aproxime a mão do olho e compare o tamanho da sua mão com o tamanho de objetos, de móveis, dos prédios ou das pessoas que podem ser observados nesse espaço.
- Tente fazer com que esses elementos fiquem do tamanho das suas mãos conforme a distância tomada. O tamanho que você “mediu” com a sua mão condiz com a realidade?
- Em seguida, vá a um dos corredores da escola e fotografe-o, de acordo com o exemplo da fotografia. Observe e indique na imagem o ponto de fuga central. Caso não seja possível fotografar, recrie o corredor desenhando-o numa folha de sulfite, usando um ponto de fuga com a perspectiva linear.
- Para finalizar, compartilhem as imagens produzidas e conversem sobre a perspectiva presente em cada uma delas.
Técnica da perspectiva em pinturas
A obra A Santíssima Trindade é considerada uma das primeiras pinturas produzidas de acordo com as regras matemáticas da perspectiva linear. Trata-se de um mural em uma igreja de Florença que foi realizado por um importante artista da época, Masaccio (1401‐1428). Gâmbritch supõe que os moradores da cidade de Florença tenham ficado perplexos diante da obra de Masaccio, chegando a imaginar que havia mesmo um buraco na parede da igreja, tamanha a veracidade alcançada por meio da técnica da perspectiva.
Na tradição católica, a Trindade é representada pelo Pai (Deus), o Filho (Jesus Cristo) e o Espírito Santo. Nessa pintura, Masaccio representou o Pai sustentando a cruz com o Cristo morto, e o Espírito Santo, de acordo com a simbologia cristã, aparece sob a fórma de uma pomba branca acima da cabeça de Cristo. À esquerda, foi representada a figura da Virgem Maria, que aponta para o filho na cruz, olhando diretamente para o observador, e, do lado direito, o apóstolo João. Os mercadores de Veneza, que financiaram a obra, estão representados em um degrau inferior à cena principal. Abaixo dos doadores foi retratado um esqueleto.
7. Na obra de Masaccio está escrita a seguinte frase acima do esqueleto: “Fui outrora o que você é, e sou aquilo em que você se transformará”. Em sua opinião, o que o artista quis dizer com essa frase?
Além de Masaccio, outros artistas também utilizaram em suas pinturas a técnica da perspectiva linear, aperfeiçoada por Brunelêsqui. Observe uma obra do artista Rafael Sanzio e outra de Leonardo da vinti. Nas duas pinturas, a técnica da perspectiva com um ponto de fuga foi aplicada. Observe a linha do horizonte, o ponto de fuga e as linhas traçadas a partir do ponto de fuga, que auxiliam a construção do espaço.
Compare as pinturas renascentistas apresentadas com o desenho, no qual foi aplicada a mesma técnica. Nele também foi utilizada uma perspectiva com um ponto de fuga. Observe também que a rua, os prédios, as casas e as árvores são construídos a partir das linhas que saem do ponto de fuga.
VAMOS FAZER
Desenho em perspectiva
Agora, você vai fazer um desenho em perspectiva da sala de aula. Para isso, siga as instruções.
Material
- Folha de papel sulfite ou canson no tamanho A três (297 milímetros por 420 milímetros).
- Régua de 30 centímetros.
- Lápis grafite 1, 2 e 3.
- Lápis de cor.
Como fazer
1. Desenhe um retângulo de 10 centímetros por 20 centímetros no centro da folha de papel sulfite ou canson. Use uma régua para medir a folha e traçar o retângulo.
2. Faça uma linha ligando o vértice superior direito ao vértice inferior esquerdo e outra ligando o vértice inferior direito ao vértice superior esquerdo, formando um “x”, de acordo com o exemplo a seguir. O ponto central do “x” será seu ponto de fuga. Na altura desse ponto, trace uma linha horizontal. Essa será a linha do horizonte.
Continua
Continuação
- Serão representadas três paredes da sala, o chão e o teto. A quarta parede é a visão do observador, ou seja, a sua visão.
- Dentro desse retângulo, trace outro menor, que será a parede do fundo da sala, vista de frente, de acordo com o modelo.
5. Na parede do fundo, vista de frente, desenhe a lousa e a mesa do professor.
6. Agora, a partir do ponto de fuga, trace duas linhas em uma das paredes laterais (esquerda ou direita), dependendo de como for a sua sala de aula, para desenhar as janelas ou a porta. Observe o desenho a seguir para entender como essas linhas precisam ser feitas.
- Repita o processo na parede do outro lado da folha para fazer as janelas e/ou a porta, de acordo com o exemplo. Você vai obter um resultado muito próximo ao desenho.
- Depois, finalize o desenho pintando-o com lápis de cor.
- Combine com os colegas um dia para fazer uma exposição dos desenhos, compartilhando os resultados.
Perspectiva aérea
O termo “perspectiva aérea” foi criado por Leonardo da vinti, apesar de a técnica já ter sido utilizada por alguns pintores que viveram antes dele. Nessa técnica, o artista cria um efeito de profundidade por meio da cor. A perspectiva aérea também é conhecida como perspectiva atmosféricaglossário .
Uma análise científica demonstrou o efeito da atmosfera sobre a paisagem. A presença de partículas de poeira e de umidade na atmosfera produz certa difusão sobre os raios luminosos que a atravessam. Dessa fórma, os objetos aparentam ser mais pálidos, mais azulados e com perda de nitidez dos contornos quanto mais distantes do observador.
Observe a fotografia de uma paisagem na qual aparece esse fenômeno. E, na página seguinte, verifique como Leonardo da vinti aplicou a técnica da “perspectiva aérea” no retrato Ginevra de’ Benci. Nas duas imagens, note como os elementos em primeiro plano aparecem mais nítidos do que os ao fundo da imagem.
Desenhando em perspectiva aérea
Vamos agora elaborar um desenho com base nos princípios da perspectiva aérea. Para isso, siga as orientações.
Como fazer
- Para começar, planeje a elaboração de um desenho de uma paisagem utilizando três planos: primeiro plano, plano intermediário e terceiro plano.
- Tudo o que está em primeiro plano deverá ficar mais próximo do observador e, por isso, tem de ser representado num tamanho maior em relação aos objetos e espaços dos demais planos.
- Se preferir, siga a sugestão para compor uma paisagem em três planos: desenhar árvores ou arbustos no primeiro plano, uma casa no plano intermediário e montanhas no terceiro plano.
- Depois que o desenho estiver pronto, pinte a paisagem, aplicando cores mais suaves, pálidas e azuladas à medida que os objetos ou espaços se afastam da vista do observador (plano intermediário e terceiro plano).
A técnica do sfumato
Além da perspectiva linear e da perspectiva aérea, do movimento e da expressão das figuras, os artistas do Renascimento também utilizaram a técnica do sfumato para tornar suas obras mais verossímeis.
O sfumato – termo em italiano que pode ser traduzido como fumaça, em português – é uma técnica criada por Leonardo da vinti que consiste em esfumar para suavizar ou dar volume aos contornos de uma figura, justapondo tons e cores diferentes, de modo que se misturem, criando um efeito natural. O uso da técnica do sfumato é bastante evidente no rosto e no pescoço da Mona Lisa, considerada a obra-prima de Da vinti. Essa técnica também foi utilizada pelo artista em desenhos, como pode ser observado no estudo da Cabeça de garota jovem.
Observe o uso da técnica do sfumato nas têmporas, especialmente do lado direito do rosto, na lateral do nariz, no contorno da boca e na sombra projetada no pescoço.
VAMOS FAZER
Desenho com sfumato
Agora é hora de produzir um desenho com a técnica do sfumato.
Material
- Folha de papel sulfite tamanho a quatro.
- Algodão ou hastes de algodão.
- Lápis grafite seis bê ou outro disponível.
- Borracha.
Como fazer
- Na folha de papel sulfite, faça um desenho qualquer: uma fórma simples, como um círculo.
- Reforce com o lápis as partes do desenho que você quer que fiquem mais escuras ou com sombra. Você pode fazer isso em volta do círculo, criando a sensação de uma área sombreada e com volume.
- Esfregue delicadamente um pedaço de algodão ou uma haste de algodão na parte do desenho que você reforçou com o lápis, suavizando os contornos e criando um efeito esfumado.
- Após esfumar todas as partes do desenho reforçadas com o lápis, passe a borracha nas partes brancas que eventualmente tenham ficado borradas pelo pó do lápis.
- Com os colegas, organizem os trabalhos no mural da sala de aula, para que possam compartilhar os resultados.
eu vou APRENDER Capítulo 2
Técnicas e tecnologias nas artes
Neste capítulo veremos como arte, técnica, tecnologia e ciência se integram. Para começar, vamos definir os termos técnica e tecnologia. A palavra técnica vem do grego tecnê, que em português designa uma “produção” ou “fabricação material”. Técnica é, portanto, um “saber fazer”, ou qualquer atividade humana empregada para satisfazer necessidades e desejos. Toda ação produtiva usa algum tipo de técnica. Nos primórdios da humanidade, os seres humanos desenvolveram uma técnica para modelar vasilhas de barro e outra para decorar com desenhos essas vasilhas, tornando-as belas, além de úteis.
Já o termo tecnologia é formado, em grego, por tecnê + logos, que em português designa o discurso ou o estudo das técnicas, incluindo as artes e os modos de produzir. Assim, o termo “tecnologia” corresponde, de fórma mais ampla, ao conjunto das técnicas disponíveis em uma sociedade, em determinado momento histórico.
1. Observem as imagens e citem que recurso técnico foi utilizado para evidenciar os artistas nos diferentes espetáculos retratados.
- Que importância vocês acreditam que esse recurso tem nas artes?
- Qual sensação esse recurso provoca em vocês?
Certamente vocês observaram que o recurso técnico utilizado nos espetáculos retratados é a iluminação, ou seja, foram usados modos e instrumentos de iluminar. Para isso os técnicos de iluminação tiveram de se valer da tecnologia, ou seja, de um conjunto de técnicas, reunidas e integradas, existentes no local onde eles trabalham.
Ao longo do tempo, diferentes técnicas foram criadas para as necessidades das artes cênicas e dos artistas. Outras foram adaptadas ou então elaboradas especificamente para determinadas montagens ou encenações, de acordo com o desejo e a criatividade dos artistas envolvidos.
ENCANTAR O PÚBLICO NAS ARTES CÊNICAS
Leiam o texto a seguir sobre profissionais que trabalham nas artes cênicas.
Os profissionais de teatro trabalham cuidadosamente cada detalhe de uma peça. Para isso, existem pessoas que se especializaram em fazer iluminação, outras que só se preocupam com o cenário, outras com o figurino, outras ajudam a preparar os atores, com exercícios para a voz, para o corpo e para a interpretação.
As grandes montagens envolvem uma equipe de iluminadores, cenógrafos, figurinistas, músicos, diretores e outros profissionais, todos trabalhando juntos para chegar a um só resultado: encantar o público com a magia do teatro.
COELHO, Raquel. Teatro. São Paulo: Formato Editorial, 1999. página 25.
- Citem a frase do texto que descreve o que buscam os diversos profissionais que trabalham no teatro.
- Vocês já se encantaram ou se emocionaram em um espetáculo de teatro, de dança ou de circo? Compartilhem as suas experiências com os colegas de sala.
Para ampliar
Marchan Piérre. O teatro no mundo. São Paulo: Melhoramentos, 1995. O livro conta a história do teatro ao longo do tempo e propõe algumas atividades. Por exemplo, montar arabescos coloridos nas maquiagens da ópera chinesa com a ajuda de adesivos.
Texto do Infografico
Gire o seu dispositivo para a posição vertical
Profissionais das artes cênicas
Além das funções de ator, de bailarino, de autor de textos, de diretor, de encenador, de coreógrafo, muitas outras profissões são exercidas na preparação ou apresentação da obra cênica, como exemplo, os figurinistas, que confeccionam os figurinos, que são roupas usadas nas cenas.
Além disso, existem os adereços, que são os objetos ou máscaras – os cenários, a iluminação, entre outros elementos que compõem os espetáculos. Profissionais especializados trabalham durante semanas, meses e até anos antes de uma obra cênica ser apresentada, e seus saberes são frutos da prática, de estudos e de muita experimentação.
Como em outras técnicas e tecnologias, também nas artes cênicas essas funções e elementos contam com um vocabulário próprio. Nas próximas páginas, por meio de textos e imagens, vamos conhecer um pouco dos muitos mistérios que os profissionais das técnicas e tecnologias de palco acumulam.
- No texto, estão mencionadas algumas atividades e profissões ligadas às artes cênicas. De quais delas você já ouviu falar ou conhece?
- Você conhece alguém que exerce uma profissão relacionada às artes cênicas? Qual é o trabalho dessa pessoa? Compartilhe suas experiências com os colegas.
Adereços e figurinos
As funções relativas às técnicas e às tecnologias das artes cênicas envolvem vários profissionais, muitos deles com experiência adquirida na prática e que se destacam por sua engenhosidade e criatividade. Há uma equipe nos bastidores do palco envolvida tanto na preparação fóra de cena quanto na apresentação do espetáculo. Algumas dessas técnicas e tecnologias das artes envolvem adereços, caracterização e figurinos, maquinarias, cenário e iluminação.
Os adereços são os objetos que compõem os figurinos, com função definida no espetáculo, muitas vezes são acessórios comuns reformulados ou transformados. Por exemplo, se um personagem usa um chapéu em cena, esse adereço pode dizer muito sobre a classe social dele e sobre a época e o lugar em que se passa a história.
O aderecista recria os objetos artesanalmente, em geral seguindo a orientação do cenógrafo e do figurinista. O contrarregra, por sua vez, coloca esses objetos em cena e os retira nos momentos adequados, durante o espetáculo.
A caracterização dos personagens é feita pelo cabeleireiro e maquiador de cena que preparam o personagem de acordo com sua idade, classe social, época em que vive, entre outras particularidades.
Para ampliar
ésse pê Escola de Teatro. Disponível em: https://oeds.link/B9CFEe. Acesso em: 23 junho 2022. Site da escola cuja estrutura agrupa conceitos de alguns dos principais pensadores da formação da arte do teatro. Fornece também informações sobre os cursos regulares nas áreas de cenografia e figurino, iluminação, sonoplastia e técnicas de palco, entre outras.
A mesma ideia se aplica aos figurinos, que são as roupas usadas pelos intérpretes em cena, seguindo a concepção geral do espetáculo. Algumas vezes no teatro e na dança, e muitas vezes no cinema, na ópera e nos musicais, um personagem apresenta diferentes caracterizações ao longo da obra e é necessário modificar seu penteado, maquiagem e figurinos. Em outros casos, os adereços e figurinos caracterizam diferentes personagens interpretados pelo mesmo ator ou bailarino.
Além do figurinista, que concebe e desenha os figurinos, outros profissionais se envolvem também na função: o costureiro de cena, o mestre de guarda-roupa (no caso de muitas trocas de figurinos em teatro musical, óperas etcétera), o zelador de guarda-roupa ou camareiro (que lava, passa, armazena, embala etcétera).
8. Com a orientação do professor, investiguem outras imagens de artistas caracterizados com figurinos, maquiagem e adereços. Na pesquisa priorizem personagens originais e incomuns e caracterizações mais complexas, como monstros, seres exóticos ou pessoas de épocas passadas ou futuras. Elaborem textos que expliquem: quem é, nome do espetáculo e data da produção e as principais características dos personagens selecionados e compartilhem os resultados com os colegas.
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Atividade 8.
Com a orientação do professor, investiguem materiais usados no figurinos dos artistas. Na pesquisa priorizem personagens originais e incomuns e caracterizações mais complexas, como monstros, seres exóticos ou pessoas de épocas passadas ou futuras. Elaborem textos que expliquem: as principais características dos personagens selecionados e os materiais utilizados, e compartilhem os resultados com os colegas.
Maquinarias
Desde os primórdios, os espetáculos utilizaram efeitos como sons, luz, estratégias para surpreender a plateia. Antes da alta tecnologia atual, nas apresentações de teatro, dança, circo, música e cinema, havia dispositivos para dar a ilusão de fenômenos da natureza, como os movimentos de água, fogo, ar, nuvens etcétera Também eram encontrados meios de mostrar a grandiosidade de personagens monstruosos, de divindades e de criaturas malignas. Muitos efeitos surpreendentes foram desenvolvidos séculos atrás. Conheça alguns deles.
Alçapões: aberturas no assoalho do palco utilizadas como passagens de aparição e desaparição de personagens e outros elementos cênicos em espetáculos.
Caixa de explosão, de fumaça, de relâmpago: equipamentos cênicos que permitem reproduzir os sons de uma explosão, liberar fumaça ou fornecer clarões que reproduzam relâmpagos em cena.
Ciclorama: cenário que consiste em um telão ao fundo do palco, de cor azul-celeste, para representar o horizonte ao ar livre.
Cortina d’água: fonte de água, parecida com uma cascata escorrendo na face exterior de portas ou janelas cenográficas, para dar a impressão de chuva no exterior de um aposento do cenário.
Coluna de mar: dispositivo cênico que dá a impressão de movimentos das ondas.
Efeito de fogo: efeito luminoso que se produz no palco para dar à plateia a impressão de fogo.
Máquina de nuvem: mecanismos especiais que produzem para a plateia o efeito de nuvens que se acumulam ou se deslocam.
Máquina de vento: ventiladores potentes e tubos grossos por onde saem ventos para dar impacto à cena.
Máquina de fumaça: máquina que produz o efeito de névoa ou neblina em cena.
O chefe maquinista e sua equipe criam esses dispositivos e os utilizam nas apresentações de espetáculos. Os maquinistas também atuam na abertura e no fechamento das cortinas e na colocação de painéis e telões e outros tecidos cuja função é delimitar os espaços da ação nos palcos.
9. Para ampliar seus conhecimentos, procure vídeos em que apareçam elementos de maquinaria cênica. Caso tenha dificuldade de encontrar vídeos de espetáculos teatrais ou de dança, observe esses recursos em carros alegóricos do carnaval das escolas de samba e compartilhe-os com os colegas.
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Atividade 9.
Para ampliar seus conhecimentos, pesquise maquinarias cênicas responsáveis pelos efeitos sonoros, como a caixa de explosão. Procure descobrir como funcionam e compartilhe seus achados com os colegas.
O maquinista Nicola Sabbatini
O arquiteto italiano Nicola Sabbatini (1574‐1654) foi um dos primeiros a projetar maquinarias diversas para teatro, incluindo dispositivos de iluminação, a fim de criar efeitos visuais e de som, por exemplo, nuvens, tempestades, trovões, raios.
Sabbatini retratou, em desenhos, vários possíveis efeitos de palco que eram muito populares na Renascença, como a ilusão de o ator estar voando em cena. O mecanismo mais popular era um cesto ou plataforma com cordas e roldanas, na qual o ator ficava em pé e era erguido ou abaixado por um tipo de guindaste, criando a ilusão de voar, subir ou descer do céu. Na maioria deles, era feita a silhueta de uma nuvem recortada em madeira que escondia o mecanismo.
Sabbatini também descreveu uma técnica para elevar as cortinas que separam o palco da plateia, semelhante à de uma persiana rolante. A cortina era levantada pelos contrapesos e enrolada, revelando o palco. O contrapeso tinha a mesma função que a mola em uma moderna persiana rolante. Essa técnica continuou sendo usada até o século dezenove. Outra ilusão engenhosa criada por Sabbatini é a coluna de mar, projetada para simular o movimento das ondas no palco.
Até o final do século dezenove, na Europa e nos Estados Unidos, muitas outras maquinarias foram usadas em cena, simulando tempestades, erupções de vulcões, incêndios. Em produções cênicas daquela época, os maquinistas e cenógrafos eram muito importantes e o espetáculo era concebido por meio de maquetes e projetos dos efeitos especiais antes mesmo de haver uma narrativa a ser contada ou um elenco de atores ensaiando.
Atualmente, no Brasil, é raro o uso de efeitos especiais desse tipo e poucos profissionais estão aptos a executar essas criações. No cinema do início do século vinte, eles foram muito empregados, mas hoje estão sendo substituídos por efeitos de computação gráfica.
- O arquiteto Sabbatini foi um dos primeiros profissionais a projetar maquinarias diversas para espaços cênicos. Qual das máquinas criadas por ele chamou mais a atenção de vocês?
- Em dupla, inspirados nas ideias de Sabbatini, elaborem um croqui de uma máquina que poderia ser utilizada em um espetáculo de teatro na sua escola. Pensem em uma solução simples que poderia ser usada para produzir som, luz ou efeito visual. Após a elaboração do croqui, compartilhem os trabalhos entre os colegas.
Iluminação: história repleta de efeitos
Até o século quinze, a maior parte das apresentações teatrais ocorria ao ar livre, aproveitando-se das diferentes nuances da luz do dia ou da noite. Nesse longo período, a questão da iluminação estava resolvida com a luz do sol e a utilização da luz artificial, por meio do fogo, que tinha por função produzir efeitos especiais.
Durante o século dezesseis, quando o espetáculo teatral passa a ocupar espaços fechados, primeiro, em locais improvisados e, depois, em edifícios teatrais, a iluminação cênica tomou outra proporção, pois não se podia mais contar apenas com a luz do sol. Ainda que as técnicas de iluminação tenham se desenvolvido bastante do século dezesseis até o fim do século dezenove, prosseguiu, de fórmas variadas, a utilização do fogo: velas, lamparinas, lampiões a gás.
A iluminação tinha por função principal a visibilidade, ainda que algumas experiências tenham sido feitas para ir além da questão de iluminar os artistas. No século dezesseis, durante o Renascimento, desenvolveu-se amplo estudo na área de cenografia teatral, que incluía a iluminação cênica. Por exemplo, Nicola Sabbatini idealizou a máquina de escurecimento da luz.
Na década de 1790 e durante grande parte do século dezenove, a chegada da tecnologia da iluminação a gás transformou também a iluminação cênica. Essa tecnologia tornou possível movimentar o efeito luminoso do sombrio ao brilhante e representar atmosferas emocionais, como felicidade ou tristeza. Em 1879, a invenção da lâmpada incandescente permitiu o uso da eletricidade na iluminação cênica, proporcionando grande intensidade luminosa, com custo viável e maior segurança em relação à luz do fogo.
Na década de 1880 e nas décadas seguintes, na Europa e nos Estados Unidos, os teatros começaram a trocar seus sistemas de iluminação a gás por sistemas elétricos. Essa mudança foi considerada a grande revolução da iluminação cênica, pois a eletricidade permitiu o contrôle central de todas as fontes luminosas do teatro e possibilitou o blecaute de fórma mais rápida: em um piscar de olhos, a iluminação elétrica faz aparecer e desaparecer a cena ou parte dela.
Alguns estudos citam que as primeiras manifestações teatrais ocorrem por meio das sombras que teriam sido projetadas pelo movimento dos corpos das pessoas que, iluminados pela luz do fogo, contavam histórias nas cavernas.
Fazendo experiência com luz e sombra
Vamos elaborar uma experiência de luz e sombra com base nas histórias contadas.
Material
• Lanternas.
Como fazer
- Com a orientação do professor, organizem-se em círculo e selecionem algumas histórias para contar que permitam a movimentação do corpo. Podem ser histórias de acontecimentos vividos por vocês ou lidas em livros.
- Desliguem todas as luzes do ambiente e liguem a lanterna apontando-a para a parede ou o teto.
- Nesse momento, alguns estudantes deverão contar as suas histórias, utilizando seus corpos para criar efeitos de luz e sombra. Pode ser usada a mímica ou a sombra projetada na parede.
- Se desejarem fazer o registro, filmem a experiência para compartilhar e convidar parentes e colegas para reproduzir a brincadeira.
CENOGRAFIA E CENÁRIOS
Os cenários são parte importante da tecnologia para as artes cênicas. Eles caracterizam o local e o tempo histórico onde se passa o enredo ou fornecem, com os demais elementos em cena, informações do contexto do espetáculo.
No passado, os cenários geralmente eram telões de lona pintados à mão, onde eram representadas paisagens, edificações ou outros “fundos” de cena. Desde o início do século vinte, tendo como precursores o suíço Ádolf Ápia (1862‐1928) e o inglês Êduard Górdon Crég (1872‐1966), a concepção de cenário se diferenciou dos séculos precedentes, ao buscar espaços não figurativos.
A concepção do cenário é elaborado pelo cenógrafo e por uma equipe de cenotécnicos que ajuda o profissional a concretizar suas ideias. A colaboração entre esses profissionais é essencial para a realização e a montagem adequada dos cenários.
Dependendo dos cenários elaborados e do local da peça, pode ser necessária uma equipe de transporte e montagem da estrutura de palco a cada apresentação, entrando em cena o chefe de montagem e sua equipe. Em espetáculos musicais, a figura do roudi é muito importante, pois é ele quem se encarrega do transporte, guarda, montagem e teste dos instrumentos musicais que serão utilizados.
- Citem a importância dos cenários para as artes cênicas.
- Observem os cenários de algumas peças teatrais e destaquem o que vocês consideram interessante nas imagens.
VAMOS CONHECER MAIS
José Carlos Serroni
O cenógrafo é o profissional que planeja cenários para espetáculos teatrais, de dança, óperas, shows, filmes e programas de televisão. Leiam trechos da entrevista de José Carlos Serroni, que nasceu em 1950, na cidade de São José do Rio Preto, em São Paulo, e é considerado um dos maiores cenógrafos do Brasil.
O teatro surgiu na minha vida um pouco inesperadamente. Eu nunca imaginava, na minha infância e adolescência, que fosse me envolver com teatro, um dia, porque eu nunca tive ninguém na família que trabalhasse com teatro e nunca tinha visto, até a minha adolescência, um espetáculo de teatro.
Eu não tinha contato com o teatro, mas me iniciei, um pouco, nas artes plásticas, muito amadoristicamente, no colégio. Comecei a pintar e, pintando e expondo na praça, em São José do Rio Preto, que é uma cidade que sempre teve um movimento teatral amador muito intenso, em um destes momentos, o Vendramini, que era diretor teatral, na época, estava fazendo um espetáculo e precisava que alguém pintasse alguns telões para ele. Isto eu já tinha 19 anos e acabei aceitando esta empreitada. reticências
Passado um tempo, eu me dei conta de que alguma coisa deveria ter mexido comigo e acabei percebendo que o circo foi muito importante, inconscientemente, porque, quando eu tinha dez ou doze anos, na frente da minha casa havia um grande terreno, onde montavam-se circos já bem decadentes reticências , e eu estava sempre lá, sempre vendo.
Continua
Continuação
Era o circo-teatro. reticências Ajudei a costurar lona de circo, assistia a todas as apresentações e emprestava móveis da minha mãe, meio escondido, para poder ganhar ingresso, e isto me tocou muito, com relação ao teatro.
reticências
Nesse período, eu já estava fazendo teatro e gostando muito da ideia e acabei, depois de uns dois anos, querendo fazer cenografia. reticências
SERRONI, José Carlos. BORGES, Gilson P.; NUNES, Alexandre. Entrevista cedida a Gilson P. Borges e Alexandre Nunes. ai en: Revista Arte da Cena, Goiânia, volume 1, número 1, página 7, abril/ setembro 2014. Disponível em: https://oeds.link/BjbipT. Acesso em: 2 junho 2022.
Projetando um cenário
Releiam as frases que destacam a importância do circo na vida e no trabalho de Serroni. Com base no croqui do espetáculo de Serroni, elaborem o desenho de um cenário, que nas próximas etapas deverá ser desenvolvido em miniatura.
Material
- Folha de papel sulfite.
- Lápis, borracha, régua.
Como fazer
- Para começar, planejem o cenário. Para isso, pensem em um tema para a montagem de uma ação cênica que pode ser uma praia ou uma sala em uma casa mal-assombrada e elaborem desenhos em folhas de sulfite.
- Planejem a ação e a movimentação dos atores na cena. Depois disso, organizem o centro, o fundo e as laterais do palco e os adereços e outros objetos de cena, como mesa, cadeiras, entre outras possibilidades.
- Façam quantos desenhos for preciso para a obtenção do modelo adequado à miniatura da ação cênica.
VAMOS FAZER
Maquete de cenário
Os cenógrafos planejam o cenário inserindo os elementos físicos ou virtuais necessários para definir o espaço onde a cena deverá acontecer. Vamos planejar e elaborar uma miniatura de um cenário, utilizando uma caixa.
Nas páginas anteriores planejamos o desenho que tinha uma praia ou uma sala em uma casa mal-assombrada como tema. Nesta atividade vamos orientar a montagem do cenário em uma maquete.
Sugerimos a seguir alguns materiais simples para ser utilizados na proposta, porém vocês poderão escolher qualquer outro material para a tarefa.
Material
- uma caixa de sapato ou de outro tamanho.
- Papéis ou tecidos coloridos.
- Cola branca.
- Fita adesiva.
- Régua.
- Lápis, canetas coloridas ou qualquer tipo de tinta para papel.
- Tesoura com pontas arredondadas.
- Objetos em miniatura como árvore, ou mesa, ou materiais para a construção deles.
Continua
Continuação
Como fazer
- Façam uma abertura em um dos lados da caixa, que deverá retratar o teto do teatro, conforme o modelo.
- Desenhem o cenário na caixa, conforme o desenho que vocês fizeram em momentos anteriores da unidade.
- Encapem a caixa do lado externo e interno utilizando papel ou tecido conforme o projeto. Fixem o papel com fita adesiva ou cola.
- Se preferirem, substituam os papéis e os tecidos pela pintura.
- Construam ou insiram objetos em miniatura, como minimesa e cadeiras.
- Para finalizar, compartilhem a maquete com os colegas e conversem sobre a produção e os elementos que vocês utilizaram para a construção do cenário.
eu APRENDI
- Cite os principais valores do Renascimento.
- Que técnicas características do Renascimento são descritas a seguir:
- Consiste em suavizar os contornos de uma figura, justapondo tons e cores diferentes, de modo que se misturem, criando um efeito natural.
- Representa, por meio de leis matemáticas, objetos e espaços no plano de acordo com nossa percepção óptica.
- Cite o nome do artista que elaborou o desenho a seguir. Em sua opinião, a imagem é uma obra de arte ou um estudo científico?
- Leia as frases e descreva a alternativa correta que indica o nome dos recursos cênicos.
- Caracteriza o local e o tempo histórico onde se passa o espetáculo ou fornece, com os demais elementos em cena, informações do contexto do espetáculo.
- Caracteriza os efeitos como sons, luz, estratégias para entradas e saídas surpreendentes dos personagens, entre outros recursos.
- Caracteriza e evidencia a ação e os atores e possibilita a integração entre os elementos visuais, como o espaço ou o figurino.
- um – cenário, dois – iluminação e três – maquinaria.
- um – maquinaria, dois – cenário e três – iluminação.
- um – cenário, dois – maquinaria e três – iluminação.
- um - iluminação, dois – cenário e três – maquinaria.
- Para a realização de uma apresentação teatral, é necessário envolver diversos profissionais. Além dos atores e atrizes, cite o nome de algum desses profissionais.
- Com base na imagem, citem:
- Que profissional das artes cênicas foi retratado na imagem?
- Como você pensa que é o trabalho desse profissional nas artes? Qual é a importância que a iluminação tem nas artes?
- Releia a frase:
“A atitude do artista muitas vezes se aproxima da abordagem do cientista.”
▶ Cite as semelhanças que existem entre o trabalho de um artista e o de um cientista.vamos COMPARTILHAR
Tecnologias cênicas
Nesta unidade estudamos as associações existentes entre a arte e a ciência e investigamos algumas das soluções técnicas usadas nas manifestações artísticas. Para finalizar, vamos elaborar e experimentar propostas de utilização de recursos técnicos cênicos. Para isso, com a orientação do professor, selecionem um tema que possibilite a elaboração de cenários, adereços, efeitos sonoros ou de iluminação possíveis de ser produzidos no espaço escolar. O tema pode estar relacionado:
▶ a alguma paisagem da sua cidade ou bairro; ▶ a algum tipo de vegetação como uma floresta; ▶ a qualquer outro ambiente que vocês gostariam de retratar.Após a seleção do tema, organizem-se em grupos, que deverão escolher entre cenário, adereços ou figurinos, efeitos sonoros ou iluminação.
Material
- Como cenário: caixas de papelão de tamanhos variados, diferentes tipos de papel, tecidos, entre outros recursos.
- Como adereços ou base para figurinos: balões e bexigas de ar, pedaços grandes de tecidos de texturas e cores variadas, incluindo lençóis, cangas etcétera
- Para efeitos sonoros: chapas de raios xis recicladas, sacos plásticos, cascas de coco maduro cortadas ao meio, pedras sobre chapa de aço, conduítes, apitos que reproduzem pios de pássaros, pequenos instrumentos de percussão, garrafas péti etcétera
- Para iluminação: lanternas, cordões de lâmpadas léd, lâmpadas tubulares “frias” envolvidas por tule colorido, papel-celofane ou papel-alumínio, lâmpadas pisca-pisca, canetas de raio leiser, “olhos cirúrgicos”, abajures e luminárias etcétera
- Vocês podem trazer objetos de casa, coletá-los no almoxarifado da escola ou pedir emprestado a algum profissional que conheça. Todos os materiais devem ser usados com autorização. Leia a seguir algumas sugestões de possíveis materiais.
Continua
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Como fazer
- Com a orientação do professor, selecionem o lugar onde serão elaboradas as apresentações.
- A partir do lugar selecionado, conversem e planejem como o tema será retratado em cenário, adereços, efeitos sonoros ou iluminação. Façam anotações e dividam as tarefas de produção no grupo.
- Selecionem os materiais possíveis e adequados à produção.
- Com a orientação do professor, selecionem um dia para a montagem e a apresentação das propostas.
- Com muita organização e planejamento, no dia combinado organizem a “montagem” do cenário e insiram nele todos os recursos produzidos.
- Combinem momentos específicos para a observação detalhada do cenário e de cada recurso produzido.
- Para ampliar, agora produzam todos os efeitos ao mesmo tempo no palco.
- Para finalizar, conversem sobre a experiência.
Glossário
- mecenas
- : pessoas ou entidades enriquecidas com o comércio ou com atividades bancárias que protegiam e financiavam o trabalho de artistas, instituições ou eventos culturais.
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- empírico
- : que se baseia na experiência e na observação.
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- atmosfera
- : camada de ar que envolve a Terra.
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