UNIDADE 4 Arte, ciência e tecnologia

As propostas desta unidade do seu livro foram desenvolvidas em quatro etapas, que se completam.

Pintura. Na parte superior direita, Deus está de barbas e cabelos longos e grisalhos vestindo um manto branco; ao fundo, há um manto vermelho dobrado, onde ele carrega alguns anjos e uma figura feminina. Na parte inferior esquerda, há um homem nu sentado em um prado verde com a perna direita estendida e a esquerda flexionada. Os dois se olham e estão com os braços esticados na direção do centro da obra, onde seus dedos indicadores quase se tocam. Os dedos do homem mais jovem estão caídos enquanto o indicador de Deus está esticado. Os corpos das figuras retratadas são anatomicamente bem delineados e há uma simetria entre eles.

eu SEI

Criações artísticas e científicas

Conhecer e identificar em uma obra da Capela Sistina as relações da arte e da ciência e pesquisar obras que apresentem propostas semelhantes.

Pintura. Em primeiro plano, retrato de uma mulher de cabelos escuros longos. Ela veste uma roupa escura de manga longa. Seus braços estão apoiados um sobre o outro no encosto de uma cadeira. Além dos tons predominantes de amarelo, marrom e verde-escuro, há  gradações não bruscas de luz e sombra ao redor, especialmente, dos olhos e da boca. Ao fundo, há paisagens montanhosas em tons de marrom e o céu em tons de verde e amarelo.

eu vou APRENDER

Capítulo 1 – Arte e ciência

Identificar as relações históricas entre a arte e a ciência, com foco no renascimento.

Capítulo 2 – Técnicas e tecnologias na arte

Conhecer técnicas e tecnologias e promover experiências nas artes.

Desenho. Sobre uma folha azulada há traços finos de lápis retratando uma figura humana vista de lado; sobre seu rosto, há linhas que se cruzam formando quadrados e retângulos. Na parte inferior esquerda, há um texto.

eu APRENDI

Desenvolver atividades de verificação, sistematização, reflexão e ampliação da aprendizagem.

Ilustração. Em primeiro plano, uma menina de cabelo encaracolado e comprido, usando uniforme escolar azul e branco está agachada no chão e com as duas mãos ao redor de um objeto circular e amarelo. Em segundo plano, à esquerda, há uma menina de cabelo preto e encaracolado, usando uniforme escolar, sentada no chão e segurando uma pasta azul; à sua frente, há uma folha branca, lápis e tesoura. Em segundo plano, à direita, um menino de cabelo castanho está atrás de uma árvore e segura um pincel amarelo na direção do tronco. Em terceiro plano, em tons de azul, há silhuetas de vegetação.

vamos COMPARTILHAR

Tecnologias cênicas

Elaborar proposta de experimentação de técnicas e tecnologias nas artes.

OBJETIVO GERAL

Possibilitar o reconhecimento e a identificação da ciência e da utilização de técnicas e tecnologias nas artes.

eu SEI

Criações artísticas e científicas

Nesta Unidade vamos conhecer artistas e obras que combinam de fórma notável habilidades técnicas, conhecimentos científicos e uma forte intensidade emocional. Para começar, observe a ilustração que retrata o teto da Capela Sistina, que foi pintado, entre 1508 e 1512, pelo artista Miquelângelo Buonarroti (14751564) a pedido do papa Júlio segundo.

Gravura. Em preto e branco, vista interna de uma capela, composta por paredes altas e ornamentadas e teto com um afresco composto por três arcos. Na parte inferior, perto da porta de entrada, três pessoas em pé conversando.
Vista interna da Capela Sistina, no Vaticano, com os famosos afrescos de Miquelângelo Buonarroti. Gravura em madeira, publicada em 1878.

Miquelângelo fez de tudo para esquivar-se da encomenda da pintura do teto da Capela Sistina. Ele dizia que não era um pintor, mas, sim, um escultor. Quando o papa se manteve firme na escolha, Miquelângelo estudou todos os detalhes e preparou com cuidado cada figura em seus desenhos. O artista passava várias horas por dia deitado de costas em andaimes suspensos, preparando e pintando as cenas.

A criação de Adão é apenas uma pequena parte da majestosa criação de Miquelângelo. Nessa obra o artista representa o momento em que “Deus cria o primeiro homem”.

Pintura. Na parte superior direita, Deus está de barbas e cabelos longos e grisalhos vestindo um manto branco; ao fundo, há um manto vermelho dobrado, onde ele carrega alguns anjos e uma figura feminina. Na parte inferior esquerda, há um homem nu sentado em um prado verde com a perna direita estendida e a esquerda flexionada. Os dois se olham e estão com os braços esticados na direção do centro da obra, onde seus dedos indicadores quase se tocam. Os dedos do homem mais jovem estão caídos enquanto o indicador de Deus está esticado. Os corpos das figuras retratadas são anatomicamente bem delineados e há uma simetria entre eles. Acima da imagem, estão posicionados boxes cinza com o texto: Adão estende a mão em direção de Deus, esperando que ele lhe transmita vida. Deus é um homem sábio e idoso, de barbas e cabelos brancos, que simbolizam sabedoria. De forma vigorosa, ele estende o braço e o dedo com um gesto de poder. Deus carrega em um manto anjos e abraça uma figura feminina, interpretada como Eva, a primeira mulher, que ainda não foi criada. Alguns estudiosos observaram que as dobras do manto onde está Deus criam o exato formato de um cérebro humano.
Vista do teto da Capela Sistina, em foco a pintura A criação de Adão, de Miquelângelo Buonarroti, 15111512. Afresco, cêrca de 280 centímetros por 570 centímetros.

Além de atuar como pintor, escultor e arquiteto, Miquelângelo tinha vastos conhecimentos de Anatomia, o que tornaria viável a teoria de que a imagem do manto representava partes do cérebro humano. Esses estudos indicam que o artista valorizava os conhecimentos científicos e colocava os seres humanos no centro de tudo, como na imagem do manto.

Ilustração de um cérebro em tons de vermelho, azul, roxo, verde, amarelo.
Vamos investigar outros artistas e suas produções que relacionam arte e ciência. Para a atividade, sigam as orientações.
  1. Organizados em duplas, selecionem uma obra de arte que vocês já viram ou conhecem. Pode ser uma pintura, uma escultura ou outra manifestação artística que esteja associada à ciência.
  2. Após a seleção, pesquisem informações sobre os elementos presentes na obra, como fizemos em A criação de Adão.
  3. Além disso, descrevam os conhecimentos e as habilidades do artista e as possíveis associações da obra com os conhecimentos científicos.
  4. Para finalizar, compartilhem as obras e as informações sobre os artistas com os colegas de sala. Para isso, poderá ser montada uma exposição com cartazes ou uma mostra virtual, utilizando as ferramentas digitais disponíveis.

eu vou APRENDER Capítulo 1

Arte e ciência

As relações entre arte e ciência são constantes ao longo do tempo. Artistas e cientistas transitam entre a imaginação, a experimentação e os questionamentos sobre fenômenos e sentidos. Eles usam a própria percepção do mundo para guiar seu trabalho.

Neste capítulo, vamos explorar algumas aproximações entre arte e ciência no Renascimento italiano, momento em que ocorreu uma estreita relação entre esses dois campos do conhecimento humano, quando os estudos científicos contribuíram para o aperfeiçoamento da representação artística.

Desenho. Sobre uma folha de papel envelhecido, em linhas finas, há dois crânios humanos um abaixo do outro. Sobre o primeiro, há contornos com linhas retas e circulares no crânio; sobre o segundo, há linhas retas que formam quadrados e retângulos sobrepostos. Na parte inferior esquerda, há textos.
Estudos anatômicos: crânio seccionado, de Leonardo da vinti, 1489. Desenho em tinta e giz preto sobre papel, 18,8 centímetros por 13,4 centímetros.
Ícone de atividade em grupo.
Ícone de atividade oral.
  1. Observem o desenho realizado pelo artista Leonardo da vinti (14521519) reproduzido na página.
    1. Que conhecimentos vocês acreditam que são necessários para fazer um desenho do corpo humano similar a esse?
    2. De que fórma a arte pode contribuir para o desenvolvimento do conhecimento científico e vice-versa?

Diferente do período anterior, a Idade Média, em que a arte estava associada à religiosidade e a Igreja Católica exercia grande influência sobre a vida das pessoas, no Renascimento priorizaram-se o ser humano e a ciência. Os artistas e os mecenasglossário desse período estavam fascinados com a ideia de que a arte poderia não apenas narrar as histórias das sagradas escrituras, mas também espelhar o ser humano e o mundo.

Grandes mestres, como Leonardo da vinti, Miquelângelo Buonarroti e Rafael Sanzio (14831520), buscaram, assim como os gregos e os romanos antigos a quem tanto admiravam, observar o corpo humano, seus movimentos e fórmas, fazendo, em seus ateliês e oficinas, inúmeros estudos e desenhos de pessoas em diferentes poses.

Criando desenho com base nas articulações

Observe a obra de Leonardo da vinti reproduzida na página. Que tal fazer um desenho usando como modelo alguns colegas de turma? A ideia é criar um desenho de partes do corpo humano que investigue as articulações a partir de um modelo vivo.

Material

  • Folha de papel sulfite.
  • Lápis grafite.

Como fazer

  1. O professor vai organizar alguns colegas em diferentes posições: sentados, em pé com as pernas juntas, sentados com as pernas cruzadas, agachados etcétera
  2. Observe bem a cena e tente desenhá-la aproximando-se o máximo possível do que está observando. Busque destacar em seu desenho as diferentes poses dos colegas, principalmente as suas articulações.
  3. Ao término, exponha seu desenho com os trabalhos dos colegas. Juntos, analisem as possibilidades de movimento registradas nos desenhos, como dobra dos braços, joelhos, articulação do pescoço etcétera
Desenho. Sobre um papel envelhecido, em linhas finas e sombreadas, há um homem retratado gradativamente com as partes do corpo sendo decompostas em figuras anatômicas fragmentadas. Inicialmente, seu corpo aparece da cintura para cima, com uma parte do braço suprimida. Ao final, destacam-se apenas os tecidos musculares do braço e do peitoral direito.
Estudo da cabeça e dos ombros de um homem, de Leonardo da vinti, 1490. Tinta e caneta sobre papel, 28,7 centímetros por 19,6 centímetros.

ARTE E HISTÓRIA

O Renascimento

A palavra renascimento significa “nascer de novo”. Nesse período da história, por volta do século quinze, valorizavam-se os conhecimentos e as obras dos mestres da Antiguidade clássica, que ocorreu entre os séculos sete antes de Cristo e seis Depois de Cristo, quando os modelos de equilíbrio, proporção, harmonia, graça e simetria de fórmas eram fundamentais.

Entre os séculos um antes de Cristo e cinco Depois de Cristo, Roma foi a cidade central de um grande império e, por isso, para o historiador da Arte E. H. Gâmbritch (19092001), a ideia de um renascimento estava ligada, na concepção dos italianos do século quinze, a um possível retorno à glória da Roma antiga.

Dessa fórma, o Renascimento foi um movimento intelectual e artístico surgido na região da atual Itália que se desenvolveu entre os séculos catorze e meados do dezesseis, espalhando-se por toda a Europa.

Artistas, pensadores, arquitetos, cientistas, filósofos e governantes acreditavam que o caminho para o esclarecimento e a grandeza estava no resgate dos ideais e dos padrões da Antiguidade clássica e no estudo do ser humano, da natureza e da ciência.

Observe as duas esculturas na página seguinte. A primeira foi concebida por Policleto (470405 antes de Cristo), um dos mais importantes escultores gregos da Antiguidade. Ele esculpiu em bronze várias figuras de jovens atletas, mas nenhuma peça foi preservada; até nossos dias, chegaram apenas cópias.

A segunda foi esculpida por Miquelângelo Buonarroti (14751564), pintor e escultor de Florença que viveu durante o Renascimento.

Gravura. Em preto e branco, vista ampla de uma cidade; às margens de um rio há construções de casarões antigos. No centro, há uma ponte. Na parte superior direita, há duas torres grandes e a cúpula de uma igreja.
Florença foi uma das cidades italianas onde ocorreu um grande desenvolvimento intelectual e artístico no período do Renascimento.
Escultura em mármore. Vista de corpo todo de um homem nu de cabelo curto encaracolado, de tronco largo, peitorais fortes, com a perna direita flexionada para frente e a mão esquerda levantada. O corpo apresenta os músculos de modo bem delineado.
Doríforo (ou Atleta), cópia em mármore da escultura romana original, de Policleto, 450440 antes de Cristo Bronze, 200 centímetros. (altura)
Escultura em mármore. Vista de corpo todo de um homem nu, de cabelo encaracolado, de peitoral firme, com o braço esquerdo levantado na direção do ombro e as pernas entreabertas. O corpo apresenta os músculos de modo bem delineado.
Davi, de Miquelângelo Buonarroti, 15011504. Escultura em mármore, 517 centímetros. (altura)
  1. Quais as semelhanças e as diferenças entre as duas esculturas?
  2. As esculturas foram elaboradas em dois momentos históricos diferentes e mostram a busca por padrões estéticos similares. Cite outros valores evidenciados durante o Renascimento que se relacionam com a Antiguidade.
  3. Investigue em livros ou na internet, outras áreas do conhecimento que passaram por transformações no período do Renascimento.

LEONARDO DA vinti E O CONHECIMENTO

Leonardo da vinti foi pintor, escultor, arquiteto, pensador, estudioso da natureza, do corpo humano e do movimento e inventor. Por meio desses conhecimentos, pôde estabelecer várias relações, entre elas a do fluxo dos rios com a circulação do sangue nas veias.

Ele tinha muita curiosidade em relação à água e vários de seus projetos buscavam explorar a energia potencial dos rios, o que foi concretizado muito tempo após seu falecimento. Chegou a conceber também um submarino, que não foi construído em sua época.

Naquele tempo, já se fantasiava construir engenhocas que permitissem aos seres humanos voar como os pássaros. Da vinti utilizou os materiais usados na confecção de velas de navios e chegou a esboçar um protótipo de helicóptero. Alguns estudiosos consideram que o primeiro paraquedas e a primeira asa-delta da história foram desenhados por ele.

Desenho. Sobre uma folha branca, em linhas pretas curvas e finas, uma hélice arredondada; dela saem algumas linhas retas que se conectam com a base de um objeto triangular com engrenagens.
Hélice, esboço de Leonardo da vinti, cêrca dê 14921516.
Desenho. Ao centro de uma folha envelhecida, há uma máquina voadora composta por duas tábuas retangulares dispostas horizontal e paralelamente; entre elas, há duas barras na diagonal que se encontram acima. A base da máquina é formada por uma escada à direita e uma barra à esquerda; ambas estão na vertical, mas levemente inclinadas. No topo da máquina, há engrenagens. Ao redor, há textos.
Máquina voadora, esboço de Leonardo da vinti, século quinze.

Para ampliar

TUFANO, Douglas. Leonardo da vinti e sua época. São Paulo: Moderna, 2019. O livro retrata a vida e a obra de Leonardo da vinti, o pintor, escultor, cientista e engenheiro considerado um dos gênios da humanidade. A obra descreve aspectos da época do Renascimento e apresenta outros artistas famosos que viveram nesse mesmo período da História.

Da vinti inventou muitos equipamentos que só puderam ser construídos de fato três ou quatro séculos depois, mas também contribuiu com invenções e mecanismos em sua época que ainda são utilizados nos maquinários atuais.

Com base nos estudos sobre a circulação, a distribuição e os movimentos da água, planejou pontes, diques, sistemas de irrigação, canais, bombas hidráulicas e aparelhos de mergulho. Como arquiteto e engenheiro, projetou arcos, portões, torres, muros, fortalezas e até uma cidade inteira, além de inventar instrumentos de medição.

Desenho. Sobre uma folha envelhecida, em linhas curvas e cantos sombreados, há um bebê encolhido dentro de um útero circular; a cor do bebê, em tons de marrom, se destaca do restante dos elementos do desenho. Ao redor, há esboços de estudos anatômicos, destacando algumas membranas do útero. Ao lado há textos.
Estudos anatômicos: o feto no útero apresentando-se pela culatra / Membranas do útero, de Leonardo da vinti, século quinze. Caneta e tinta marrom, aguada e sanguínea.

O desenho reproduzido faz parte da coleção de estudos de Leonardo da vinti sobre o corpo humano, realizados entre 1485 e 1515. Quando esse desenho foi realizado não existia nenhuma tecnologia capaz de proporcionar uma imagem do feto humano e do útero materno. Com base nesse desenho, é possível compreender a posição do bebê e do cordão umbilical, o formato, a textura, a proporção e as camadas que compõem o útero. Além dos desenhos de anatomia humana, Leonardo da vinti realizou projetos e estudos que somam cêrca de 13 mil páginas de anotações e ilustrações.

Ícone de atividade oral.
Ícone de atividade em grupo.

2. Em sua opinião, com base nos desenhos de Leonardo da vinti, um estudo científico pode partir de uma obra de arte ou vice-versa?

OS ESTUDOS DE Miquelângelo

Assim como Leonardo da vinti, Miquelângelo Buonarroti foi um artista muito observador e atento às fórmas e aos movimentos do corpo humano. Escultor, pintor, arquiteto, desenhista e poeta nascido em Florença, na atual Itália, em 1475, Miquelângelo foi um grande artista renascentista.

Entre suas obras mais conhecidas estão a Pietá, termo italiano que designa uma pintura ou escultura da Virgem Maria com o Cristo morto no colo, e Moisés, escultura inspirada no profeta do Velho Testamento carregando as Tábuas da Lei, ou os Dez Mandamentos.

Escultura em mármore. Uma mulher de cabelo penteado para trás, usando um manto grosso sobre o corpo, está sentada de cabeça inclinada para baixo, mão esquerda aberta na altura da cintura e com a palma virada para cima. Ela segura um homem adulto em seu colo, proporcionalmente menor que ela. O homem está sem camisa, com um pano fino na cintura, descalço e com a cabeça caída para trás. O manto da mulher é esculpido com riqueza de detalhes em suas dobras; o corpo do homem é delineado com detalhes anatômicos.
Pietá, de Miquelângelo, 14981499. Escultura em mármore, 174 centímetros por 195 centímetros.
Escultura em mármore. Um homem de cabelo encaracolado, barba comprida, usando camiseta fina e segurando um pedaço de tecido sobre as pernas. Ele está sentado em um banco e com a mão esquerda sobre o colo e a direita segurando a barba longa. A escultura apresenta detalhes anatômicos.
Moisés, de Miquelângelo, 15131516. Escultura em mármore, 235 centímetros. (altura)
Ícone de atividade em grupo.
Ícone de atividade oral.
  1. Observe as esculturas reproduzidas na página, reflita e converse com os colegas sobre suas impressões:
    1. Observe a obra Pietá, escultura em mármore de Miquelângelo. O mármore é um material pesado e resistente e mesmo assim o artista foi capaz de esculpi-lo de fórma a expressar leveza e movimento. Que elementos da obra indicam essas expressões?
    2. Observe a obra Moisés, escultura também em mármore de Miquelângelo. Nessa obra, em sua opinião, qual a expressão do personagem? Quais elementos dela transmitem essa sensação?

Miquelângelo empenhou-se em dominar os movimentos humanos com incrível obstinação. De acordo com o historiador da Arte E. H. Gâmbritch, não havia postura nem movimento que lhe fosse difícil desenhar.

Observe novamente o detalhe da pintura A criação de Adão que retrata a mão de Deus e de Adão.

Pintura. Destaque para duas mãos estendidas horizontalmente e os dedos indicadores quase se tocando. O da direita está esticado e o da esquerda caído.
Vista do teto da Capela Sistina, com detalhe da pintura A criação de Adão, de Miquelângelo Buonarroti, 15111512. Afresco, cêrca de 280 centímetros por 570 centímetros.

Veja também outras imagens que buscam retratar a mesma cena utilizando outras linguagens.

Ilustração. Em preto e branco e com linhas pretas curvas, destaque para duas mãos estendidas horizontalmente e os dedos indicadores quase se tocando. O da direita está esticado e o da esquerda caído. No espaço entre eles, há linhas retas verticais e diagonais e, no centro delas, um coração.
Ilustração. Em preto e branco e com linhas pretas curvas, destaque para duas mãos estendidas horizontalmente e os dedos indicadores esticados e quase se tocando. A mão da direita é humana; a da esquerda é robótica.
Ilustrações realizadas com recursos digitais que fazem uma releitura de detalhe do afresco A criação de Adão.
  1. Como observamos anteriormente, uma interpretação da imagem é a de que Deus estende o braço e o dedo em direção a Adão simbolizando poder. Adão, por sua vez, espera que com esse gesto o criador lhe transmita vida. Veja as duas releituras da obra e descreva o que elas representam para você.
  2. Utilizando lápis grafite e folha de papel sulfite, elaborem uma releitura da obra de Miquelângelo destacando a criação entre o toque dos dedos dos personagens. Em seguida, compartilhem as produções e conversem sobre as releituras propostas.
Versão adaptada acessível

Atividade 5.

Utilizando materiais escolhidos por vocês, elaborem uma releitura da obra de Michelangelo destacando a criação entre o toque dos dedos dos personagens. Em seguida, compartilhem as produções e conversem sobre as releituras propostas.

Perspectiva linear

Uma descoberta importante do Renascimento foi a perspectiva linear, técnica de representação de objetos sólidos e espaços tridimensionais em uma superfície bidimensional, como uma folha de papel ou uma tela. A perspectiva linear tem o objetivo de representar, por meio de leis matemáticas, objetos e espaços no plano, de acordo com nossa percepção óptica.

Durante a Idade Média, os artistas utilizavam a perspectiva empíricaglossário , isto é, buscavam um efeito de profundidade nas obras sem utilizar regras específicas.

Observe o Exemplo 1, com o desenho dos dois cubos, e o Exemplo 2, com a pintura do século dezenove, na qual foram aplicados os princípios da perspectiva linear. O tamanho dos objetos, móveis, quadros e pessoas é representado de acordo com a distância a que eles estão do observador.

Ilustração. Duas linhas retas horizontais delimitam a imagem na vertical. Acima da linha inferior, há um cubo rosa grande e, mais ao alto, um cubo amarelo menor. Sobre eles, há cinco linhas retas; a do centro é vertical e as demais diagonais. Todas elas se encontram no alto, na linha reta horizontal, formando uma forma triangular que gera perspectiva.
Pintura. Em perspectiva linear, em primeiro plano há uma mulher de vestido longo verde e blusa branca com o corpo inclinado sobre o encosto de uma cadeira, localizada perto do batente direito de uma porta aberta, a qual é central e em grande proporção. Ainda em primeiro plano, na parte direita da imagem, há uma cômoda com uma escultura e um chapéu marrom. À direita, atrás da mulher e ao lado da porta, um quadro retratando uma mulher morena. Em segundo plano, visto a partir da porta aberta, destaca-se uma cena em outro cômodo da casa, no qual há, à esquerda, um homem vestindo preto e sentado em um banco; ele é visto de lado, mas está com o rosto inclinado; o teto ornamentado aparece parcialmente e há uma porta branca aberta que mostra um terceiro plano. Nesse último plano, há um estúdio com diversos quadros pendurados na parede
Estúdio de íngres em Roma, de Jon Alô, 1818. Óleo sobre tela, 55,5 centímetros por 46 centímetros.
Ícone de atividade oral.

6. Em sua opinião, no Exemplo 1, qual dos dois cubos parece estar mais distante do observador? Por quê?

Observação da perspectiva

A perspectiva com um ponto de fuga central e fixo, matematicamente fundamentada, desenvolveu-se durante o Renascimento, no século quinze, na Itália.

Essa técnica foi aperfeiçoada por um famoso arquiteto e escultor de Florença chamado Fillipo Brunelêsqui (13771446). Brunelêsqui se dedicou aos estudos das leis de representação com o objetivo de demonstrar, por meio do desenho, como suas construções ficariam depois de prontas.

Fotografia. Vista em perspectiva de um corredor com paredes amareladas e portas pretas; conforme o corredor se distancia ao fundo, ele fica menor.
Exemplo de imagem produzida com base na perspectiva.

Fazendo experiência de observação da perspectiva

Para fazer o teste de observar a perspectiva, com base no que vimos sobre a técnica, siga as orientações.

Material

  • Folha de papel sulfite.
  • Lápis grafite.
  • Câmera fotográfica ou smartphone.

Como fazer

  1. Vá até o pátio da escola, feche um olho, aproxime a mão do olho e compare o tamanho da sua mão com o tamanho de objetos, de móveis, dos prédios ou das pessoas que podem ser observados nesse espaço.
  2. Tente fazer com que esses elementos fiquem do tamanho das suas mãos conforme a distância tomada. O tamanho que você “mediu” com a sua mão condiz com a realidade?
  3. Em seguida, vá a um dos corredores da escola e fotografe-o, de acordo com o exemplo da fotografia. Observe e indique na imagem o ponto de fuga central. Caso não seja possível fotografar, recrie o corredor desenhando-o numa folha de sulfite, usando um ponto de fuga com a perspectiva linear.
  4. Para finalizar, compartilhem as imagens produzidas e conversem sobre a perspectiva presente em cada uma delas.
Ilustração. À direita, vista de lado, uma criança de cabelo curto, usando uniforme escolar branco e azul, está de frente para uma parede onde há uma pintura de uma casa e árvore. De seu olho direito saem duas linhas paralelas, uma reta e outra diagonal. Ao fundo, uma placa indicando CANTINA.

Técnica da perspectiva em pinturas

A obra A Santíssima Trindade é considerada uma das primeiras pinturas produzidas de acordo com as regras matemáticas da perspectiva linear. Trata-se de um mural em uma igreja de Florença que foi realizado por um importante artista da época, Masaccio (14011428). Gâmbritch supõe que os moradores da cidade de Florença tenham ficado perplexos diante da obra de Masaccio, chegando a imaginar que havia mesmo um buraco na parede da igreja, tamanha a veracidade alcançada por meio da técnica da perspectiva.

Pintura. Vista em perspectiva linear de um templo com pilares romanos e arco superior arredondado e avermelhado. No centro, há Jesus crucificado com os braços abertos em uma cruz e vestindo um pano branco na cintura. Acima dele, Deus sustenta a cruz. À direita, o apóstolo João vestindo vermelho e, à esquerda, Virgem Maria vestindo vermelho e apontando o filho na cruz. Em um degrau inferior a essa cena, há dois homens, um de cada lado; o da esquerda veste vermelho; o da direita, azul. Na parte inferior, há um esqueleto enterrado.
A Santíssima Trindade, de Masaccio, cêrca dê 1420. Afresco, 667 centímetros por 317 centímetros.

Na tradição católica, a Trindade é representada pelo Pai (Deus), o Filho (Jesus Cristo) e o Espírito Santo. Nessa pintura, Masaccio representou o Pai sustentando a cruz com o Cristo morto, e o Espírito Santo, de acordo com a simbologia cristã, aparece sob a fórma de uma pomba branca acima da cabeça de Cristo. À esquerda, foi representada a figura da Virgem Maria, que aponta para o filho na cruz, olhando diretamente para o observador, e, do lado direito, o apóstolo João. Os mercadores de Veneza, que financiaram a obra, estão representados em um degrau inferior à cena principal. Abaixo dos doadores foi retratado um esqueleto.

Ícone de atividade em grupo.
Ícone de atividade oral.

7. Na obra de Masaccio está escrita a seguinte frase acima do esqueleto: “Fui outrora o que você é, e sou aquilo em que você se transformará”. Em sua opinião, o que o artista quis dizer com essa frase?

Além de Masaccio, outros artistas também utilizaram em suas pinturas a técnica da perspectiva linear, aperfeiçoada por Brunelêsqui. Observe uma obra do artista Rafael Sanzio e outra de Leonardo da vinti. Nas duas pinturas, a técnica da perspectiva com um ponto de fuga foi aplicada. Observe a linha do horizonte, o ponto de fuga e as linhas traçadas a partir do ponto de fuga, que auxiliam a construção do espaço.

Compare as pinturas renascentistas apresentadas com o desenho, no qual foi aplicada a mesma técnica. Nele também foi utilizada uma perspectiva com um ponto de fuga. Observe também que a rua, os prédios, as casas e as árvores são construídos a partir das linhas que saem do ponto de fuga.

Pintura. Vista em perspectiva linear de um amplo salão em diferentes planos. Em primeiro, destaca-se um arco ornamentado, que percorre as laterais e a parte superior da obra. Ainda na parte superior, atrás dos arcos, há duas esculturas em grandes proporções, uma de cada lado da cena. Ao centro da imagem, há dois filósofos, Aristóteles apontando para baixo e Platão apontando para cima. Ao redor deles, em segundo, terceiro e quarto planos, estão alguns dos principais filósofos, matemáticos e pensadores gregos. Sobre a pintura, em linhas retas brancas, há uma linha horizontal que cruza a obra no centro, acima das cabeças de Platão e Aristóteles. Abaixo e acima dessa linha, há duas linhas diagonais que convergem para esses mesmos filósofos.
Escola de Atenas, de Rafael Sanzio, 15091511. Afresco, 700 centímetros por 500 centímetros.
Pintura. Vista em perspectiva linear de um salão. Em primeiro plano, Jesus e seus apóstolos estão sentados em uma mesa longa que perpassa horizontalmente a obra. No centro dela, há Jesus com as mãos abertas sobre a mesa. Ao fundo, há três aberturas para a parte externa. Sobre a pintura, em linhas brancas, há um círculo ao redor da cabeça de Jesus e uma linha horizontal que cruza a pintura, convergindo nele. Na parte superior, há nove linhas retas que também convergem em Jesus. A do centro é reta e as demais são diagonais.
A última ceia, de Leonardo da vinti, 14951497. Afresco, 880 centímetros por 460 centímetros.
Ilustração. Vista em perspectiva linear de uma rua longa; à esquerda há árvores enfileiradas que ficam menores conforme mais distantes. À direita, três prédios enfileirados que ficam menores conforme mais distantes.

VAMOS FAZER

Desenho em perspectiva

Agora, você vai fazer um desenho em perspectiva da sala de aula. Para isso, siga as instruções.

Material

  • Folha de papel sulfite ou canson no tamanho A três (297 milímetros por 420 milímetros).
  • Régua de 30 centímetros.
  • Lápis grafite 1, 2 e 3.
  • Lápis de cor.

Como fazer

1. Desenhe um retângulo de 10 centímetros por 20 centímetros no centro da folha de papel sulfite ou canson. Use uma régua para medir a folha e traçar o retângulo.

Ilustração. Destaque para uma mão segurando um lápis e desenhando um retângulo.

2. Faça uma linha ligando o vértice superior direito ao vértice inferior esquerdo e outra ligando o vértice inferior direito ao vértice superior esquerdo, formando um “x”, de acordo com o exemplo a seguir. O ponto central do “x” será seu ponto de fuga. Na altura desse ponto, trace uma linha horizontal. Essa será a linha do horizonte.

Ilustração. Um retângulo e, sobre ele, há uma linha horizontal no centro. Do centro da linha horizontal saem duas linhas diagonais e pontilhadas.

Continua

Continuação

  1. Serão representadas três paredes da sala, o chão e o teto. A quarta parede é a visão do observador, ou seja, a sua visão.
  2. Dentro desse retângulo, trace outro menor, que será a parede do fundo da sala, vista de frente, de acordo com o modelo.
Ilustração. Um retângulo e, sobre ele, uma linha horizontal ao centro. Dentro do retângulo, há um outro menor. Duas linhas diagonais cruzando-se no centro dos retângulos.

5. Na parede do fundo, vista de frente, desenhe a lousa e a mesa do professor.

Ilustração. Um retângulo e, sobre ele, uma linha horizontal ao centro. Dentro do retângulo, há dois outros  menores. Duas linhas diagonais cruzando-se no centro dos retângulos. Na parte superior direita, dentro das linhas reta e diagonal, há três quadrados enfileirados que ficam gradativamente menores de fora para dentro.

6. Agora, a partir do ponto de fuga, trace duas linhas em uma das paredes laterais (esquerda ou direita), dependendo de como for a sua sala de aula, para desenhar as janelas ou a porta. Observe o desenho a seguir para entender como essas linhas precisam ser feitas.

Ilustração. Um retângulo e, sobre ele, uma linha horizontal ao centro. Dentro do retângulo, há dois outros  menores. No canto esquerdo dos dois retângulos menores, há um outro retângulo bem pequeno, do qual saem dois pés. Duas linhas diagonais cruzando-se no centro dos retângulos. Na parte superior direita, dentro das linhas reta e diagonal, há três quadrados enfileirados que ficam gradativamente menores de fora para dentro.
  1. Repita o processo na parede do outro lado da folha para fazer as janelas e/ou a porta, de acordo com o exemplo. Você vai obter um resultado muito próximo ao desenho.
  2. Depois, finalize o desenho pintando-o com lápis de cor.
  3. Combine com os colegas um dia para fazer uma exposição dos desenhos, compartilhando os resultados.

Perspectiva aérea

O termo “perspectiva aérea” foi criado por Leonardo da vinti, apesar de a técnica já ter sido utilizada por alguns pintores que viveram antes dele. Nessa técnica, o artista cria um efeito de profundidade por meio da cor. A perspectiva aérea também é conhecida como perspectiva atmosféricaglossário .

Uma análise científica demonstrou o efeito da atmosfera sobre a paisagem. A presença de partículas de poeira e de umidade na atmosfera produz certa difusão sobre os raios luminosos que a atravessam. Dessa fórma, os objetos aparentam ser mais pálidos, mais azulados e com perda de nitidez dos contornos quanto mais distantes do observador.

Observe a fotografia de uma paisagem na qual aparece esse fenômeno. E, na página seguinte, verifique como Leonardo da vinti aplicou a técnica da “perspectiva aérea” no retrato Ginevra de’ Benci. Nas duas imagens, note como os elementos em primeiro plano aparecem mais nítidos do que os ao fundo da imagem.

Fotografia. Vista em perspectiva aérea de uma paisagem rural na Romênia. Em primeiro plano, há uma vegetação verde que aparece mais nítida para o observador. Ao fundo, há uma serra e colinas que estão mais distantes e, por isso, menos nítidas. Sobre a imagem, há dois boxes com o texto: No fundo da imagem, elementos como serras e colinas aparentam ser mais pálidos e os contornos perdem a nitidez quanto mais distantes estão do observador. No primeiro plano, as colinas suaves, a área de cultivo e os elementos da vegetação do local aparecem de maneira mais nítida para o observador.
Paisagem rural na Romênia, 2018.
Pintura. Em perspectiva aérea, destaque para uma mulher de cabelo castanho, encaracolado e penteado para trás, de sobrancelhas finas, olhos longos, nariz e lábios finos, usando um pano escuro sobre a cabeça e um vestido marrom. Ao fundo, há árvores e folhas marrons. Os tons claros da pele da mulher contrastam com os tons de marrom da vestimenta e da paisagem.
Ginevra de’ Benci, de Leonardo da vinti, 14741478. Óleo sobre painel, 38,1 centímetros por 37,0 centímetros.
Pintura. Destaque para uma árvore de tronco fino e folhagens marrons. Ao fundo, há silhuetas de outras árvores e montanhas.
Ginevra de’ Benci, de Leonardo da vinti, 14741478. Óleo sobre painel, 38,1 centímetros por 37,0 centímetros. (detalhe)

Desenhando em perspectiva aérea

Vamos agora elaborar um desenho com base nos princípios da perspectiva aérea. Para isso, siga as orientações.

Como fazer

  1. Para começar, planeje a elaboração de um desenho de uma paisagem utilizando três planos: primeiro plano, plano intermediário e terceiro plano.
  2. Tudo o que está em primeiro plano deverá ficar mais próximo do observador e, por isso, tem de ser representado num tamanho maior em relação aos objetos e espaços dos demais planos.
  3. Se preferir, siga a sugestão para compor uma paisagem em três planos: desenhar árvores ou arbustos no primeiro plano, uma casa no plano intermediário e montanhas no terceiro plano.
  4. Depois que o desenho estiver pronto, pinte a paisagem, aplicando cores mais suaves, pálidas e azuladas à medida que os objetos ou espaços se afastam da vista do observador (plano intermediário e terceiro plano).

A técnica do sfumato

Além da perspectiva linear e da perspectiva aérea, do movimento e da expressão das figuras, os artistas do Renascimento também utilizaram a técnica do sfumato para tornar suas obras mais verossímeis.

O sfumato – termo em italiano que pode ser traduzido como fumaça, em português – é uma técnica criada por Leonardo da vinti que consiste em esfumar para suavizar ou dar volume aos contornos de uma figura, justapondo tons e cores diferentes, de modo que se misturem, criando um efeito natural. O uso da técnica do sfumato é bastante evidente no rosto e no pescoço da Mona Lisa, considerada a obra-prima de Da vinti. Essa técnica também foi utilizada pelo artista em desenhos, como pode ser observado no estudo da Cabeça de garota jovem.

Observe o uso da técnica do sfumato nas têmporas, especialmente do lado direito do rosto, na lateral do nariz, no contorno da boca e na sombra projetada no pescoço.

Pintura. Em primeiro plano, retrato de uma mulher de cabelos escuros longos. Ela veste uma roupa escura de manga longa. Seus braços estão apoiados um sobre o outro no encosto de uma cadeira. Além dos tons predominantes de amarelo, marrom e verde-escuro, há  gradações não bruscas de luz e sombra ao redor, especialmente, dos olhos e da boca. Ao fundo, há paisagens montanhosas em tons de marrom e o céu em tons de verde e amarelo.
Mona Lisa, de Leonardo da vinti, 15031506. Óleo sobre painel, 77 centímetros por 53 centímetros.
Desenho. Destaque para o rosto de uma menina de cabelos encaracolados e compridos, sobrancelhas finas, olhos baixos, nariz e lábios finos; ela está com a cabeça e olhos inclinados para baixo. Ao redor de seu rosto, especialmente dos olhos, do nariz e da boca, variações mínimas de tons foram aplicadas para eliminar os contornos e valorizar a iluminação natural.
Cabeça de garota jovem, de Leonardo da vinti, cêrca dê 1505. Carvão sobre papel, 24 centímetros por 21 centímetros.

VAMOS FAZER

Desenho com sfumato

Agora é hora de produzir um desenho com a técnica do sfumato.

Material

  • Folha de papel sulfite tamanho a quatro.
  • Algodão ou hastes de algodão.
  • Lápis grafite seis bê ou outro disponível.
  • Borracha.

Como fazer

  1. Na folha de papel sulfite, faça um desenho qualquer: uma fórma simples, como um círculo.
  2. Reforce com o lápis as partes do desenho que você quer que fiquem mais escuras ou com sombra. Você pode fazer isso em volta do círculo, criando a sensação de uma área sombreada e com volume.
  3. Esfregue delicadamente um pedaço de algodão ou uma haste de algodão na parte do desenho que você reforçou com o lápis, suavizando os contornos e criando um efeito esfumado.
  4. Após esfumar todas as partes do desenho reforçadas com o lápis, passe a borracha nas partes brancas que eventualmente tenham ficado borradas pelo pó do lápis.
  5. Com os colegas, organizem os trabalhos no mural da sala de aula, para que possam compartilhar os resultados.
Ilustração. Um menino de cabelo castanho penteado para o lado, usando uniforme escolar azul, está sentado à mesa, segura um lápis na direção de uma folha branca com o desenho de um círculo. Ao lado, uma menina de cabelo encaracolado penteado em tranças para trás, usando uniforme escolar azul, está sentada à mesa e segura um lápis verde na direção de uma folha branca com desenho de um círculo.

eu vou APRENDER Capítulo 2

Técnicas e tecnologias nas artes

Neste capítulo veremos como arte, técnica, tecnologia e ciência se integram. Para começar, vamos definir os termos técnica e tecnologia. A palavra técnica vem do grego tecnê, que em português designa uma “produção” ou “fabricação material”. Técnica é, portanto, um “saber fazer”, ou qualquer atividade humana empregada para satisfazer necessidades e desejos. Toda ação produtiva usa algum tipo de técnica. Nos primórdios da humanidade, os seres humanos desenvolveram uma técnica para modelar vasilhas de barro e outra para decorar com desenhos essas vasilhas, tornando-as belas, além de úteis.

Já o termo tecnologia é formado, em grego, por tecnê + logos, que em português designa o discurso ou o estudo das técnicas, incluindo as artes e os modos de produzir. Assim, o termo “tecnologia” corresponde, de fórma mais ampla, ao conjunto das técnicas disponíveis em uma sociedade, em determinado momento histórico.

1. Observem as imagens e citem que recurso técnico foi utilizado para evidenciar os artistas nos diferentes espetáculos retratados.

Fotografia. Vista de um palco escuro com três homens sem camiseta à direita; eles usam shorts e um chapéu grande e redondo. À esquerda, há uma mulher de cabelo curto, usando vestido verde e marrom. Ao fundo, a sombra dos homens é projetada nas cortinas.
Balé Folclórico do Amazonas em Manaus. Amazonas, 2020.
Fotografia. Vista de baixo para cima de um homem usando chapéu branco, roupa preta e capa vermelha; ele está descendo um prédio usando uma corda. À esquerda, há uma janela aberta onde uma mulher olha para o homem descendo. A cena é noturna; o homem e a mulher estão iluminados por uma luz que vem de baixo para cima.
Espetáculo pârtchi: Uma Celebração de Voos e Quedas, Campinas. São Paulo, 2014.
Fotografia. Vista panorâmica de uma multidão de pessoas em pé com os braços levantados; na frente há um palco com diversas luzes e fumaças coloridas em tons de laranja, roxo, rosa e azul.
Cena de iluminação de palco em show musical.
Ícone de atividade em grupo.
Ícone de atividade oral.
  1. Que importância vocês acreditam que esse recurso tem nas artes?
  2. Qual sensação esse recurso provoca em vocês?

Certamente vocês observaram que o recurso técnico utilizado nos espetáculos retratados é a iluminação, ou seja, foram usados modos e instrumentos de iluminar. Para isso os técnicos de iluminação tiveram de se valer da tecnologia, ou seja, de um conjunto de técnicas, reunidas e integradas, existentes no local onde eles trabalham.

Ao longo do tempo, diferentes técnicas foram criadas para as necessidades das artes cênicas e dos artistas. Outras foram adaptadas ou então elaboradas especificamente para determinadas montagens ou encenações, de acordo com o desejo e a criatividade dos artistas envolvidos.

 ENCANTAR O PÚBLICO NAS ARTES CÊNICAS

Leiam o texto a seguir sobre profissionais que trabalham nas artes cênicas.

Os profissionais de teatro trabalham cuidadosamente cada detalhe de uma peça. Para isso, existem pessoas que se especializaram em fazer iluminação, outras que só se preocupam com o cenário, outras com o figurino, outras ajudam a preparar os atores, com exercícios para a voz, para o corpo e para a interpretação.

As grandes montagens envolvem uma equipe de iluminadores, cenógrafos, figurinistas, músicos, diretores e outros profissionais, todos trabalhando juntos para chegar a um só resultado: encantar o público com a magia do teatro.

COELHO, Raquel. Teatro. São Paulo: Formato Editorial, 1999. página 25.

Ilustração. Diversas pessoas segurando potes de pipocas e sentadas em poltronas vermelhas dispostas lado a lado em três fileiras.
Encantar o público é o resultado almejado em qualquer produção.
Ícone de atividade em grupo.
Ícone de atividade oral.
  1. Citem a frase do texto que descreve o que buscam os diversos profissionais que trabalham no teatro.
  2. Vocês já se encantaram ou se emocionaram em um espetáculo de teatro, de dança ou de circo? Compartilhem as suas experiências com os colegas de sala.

Para ampliar

Marchan Piérre. O teatro no mundo. São Paulo: Melhoramentos, 1995. O livro conta a história do teatro ao longo do tempo e propõe algumas atividades. Por exemplo, montar arabescos coloridos nas maquiagens da ópera chinesa com a ajuda de adesivos.

Titulo do Infografico

Texto do Infografico

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    Profissionais das artes cênicas

    Além das funções de ator, de bailarino, de autor de textos, de diretor, de encenador, de coreógrafo, muitas outras profissões são exercidas na preparação ou apresentação da obra cênica, como exemplo, os figurinistas, que confeccionam os figurinos, que são roupas usadas nas cenas.

    Além disso, existem os adereços, que são os objetos ou máscaras – os cenários, a iluminação, entre outros elementos que compõem os espetáculos. Profissionais especializados trabalham durante semanas, meses e até anos antes de uma obra cênica ser apresentada, e seus saberes são frutos da prática, de estudos e de muita experimentação.

    Fotografia. Uma mulher de cabelo preto, usando blusa azul, calça jeans, botas e luvas brancas, está na ponta dos pés, com os braços erguidos e com as mãos segura um projetor de luz de um palco. Ao lado, um homem de touca preta, camisa marrom e calça jeans está segurando uma ferramenta e olhando para o projetor.
    Fotografia. Um homem de pouco cabelo, barba grisalha, usando blusa e calça em tons de bege, está em pé e segura com as duas mãos um vestido rosa e roxo. Ao fundo há um cabide com diversos vestidos e prateleiras com diversos chapéus coloridos.
    Nas fotografias vemos dois exemplos de profissionais relacionados às artes cênicas. Os primeiros são responsáveis pela iluminação, o segundo, pelos figurinos.

    Como em outras técnicas e tecnologias, também nas artes cênicas essas funções e elementos contam com um vocabulário próprio. Nas próximas páginas, por meio de textos e imagens, vamos conhecer um pouco dos muitos mistérios que os profissionais das técnicas e tecnologias de palco acumulam.

    1. No texto, estão mencionadas algumas atividades e profissões ligadas às artes cênicas. De quais delas você já ouviu falar ou conhece?
    2. Você conhece alguém que exerce uma profissão relacionada às artes cênicas? Qual é o trabalho dessa pessoa? Compartilhe suas experiências com os colegas.

    Adereços e figurinos

    As funções relativas às técnicas e às tecnologias das artes cênicas envolvem vários profissionais, muitos deles com experiência adquirida na prática e que se destacam por sua engenhosidade e criatividade. Há uma equipe nos bastidores do palco envolvida tanto na preparação fóra de cena quanto na apresentação do espetáculo. Algumas dessas técnicas e tecnologias das artes envolvem adereços, caracterização e figurinos, maquinarias, cenário e iluminação.

    Os adereços são os objetos que compõem os figurinos, com função definida no espetáculo, muitas vezes são acessórios comuns reformulados ou transformados. Por exemplo, se um personagem usa um chapéu em cena, esse adereço pode dizer muito sobre a classe social dele e sobre a época e o lugar em que se passa a história.

    Fotografia. Um homem de barba escura, usando chapéu redondo e branco, regata e saia comprida branca, segura com as duas mãos asas finas e pontudas. Ele está sendo iluminado por um feixe de luz branco e sorri.
    Fotografia. Um homem de maquiagem branca no rosto, usando touca e roupa grossa e preta, está em pé com as duas mãos levantadas e segura um plástico azul estendido abaixo de uma embarcação de madeira. Acima há feixes de luz branca. Ao fundo de toda a cena, feixes verticais de luz azulada, intercalados por fundo preto.
    Adereços como asas e tecidos para representar o mar utilizados em cenas do espetáculo A tempestade, de Xêiquispíer, com direção de Gabriel Villela, em São Paulo. São Paulo, 2015.

    O aderecista recria os objetos artesanalmente, em geral seguindo a orientação do cenógrafo e do figurinista. O contrarregra, por sua vez, coloca esses objetos em cena e os retira nos momentos adequados, durante o espetáculo.

    A caracterização dos personagens é feita pelo cabeleireiro e maquiador de cena que preparam o personagem de acordo com sua idade, classe social, época em que vive, entre outras particularidades.

    Para ampliar

    ésse pê Escola de Teatro. Disponível em: https://oeds.link/B9CFEe. Acesso em: 23 junho 2022. Site da escola cuja estrutura agrupa conceitos de alguns dos principais pensadores da formação da arte do teatro. Fornece também informações sobre os cursos regulares nas áreas de cenografia e figurino, iluminação, sonoplastia e técnicas de palco, entre outras.

    A mesma ideia se aplica aos figurinos, que são as roupas usadas pelos intérpretes em cena, seguindo a concepção geral do espetáculo. Algumas vezes no teatro e na dança, e muitas vezes no cinema, na ópera e nos musicais, um personagem apresenta diferentes caracterizações ao longo da obra e é necessário modificar seu penteado, maquiagem e figurinos. Em outros casos, os adereços e figurinos caracterizam diferentes personagens interpretados pelo mesmo ator ou bailarino.

    Fotografia. Uma pessoa usando maquiagem branca com sobrancelhas pretas e arqueadas, olhos com sombras, lábios pintados de preto, cabelos ondulados penteados para cima em tons de verde e rosa; ela usa uma roupa de gola alta verde e um casaco preto. Está com os olhos abertos e a mão esquerda ao lado do ouvido.
    Penteado, maquiagem e figurino utilizados pela atriz Heloisa Périsse no músical O Mágico de Oz, em teatro da cidade de São Paulo. São Paulo, 2013.
    Fotografia em preto e branco. Nove pessoas com maquiagem no rosto usando fantasias avantajadas com formas redondas, retangulares, espirais e listradas. Algumas usam capacete. Cada uma está realizando um movimento com o corpo: em pé, ajoelhadas, com o tronco inclinado e gesticulando com as mãos.
    Cena do espetáculo Ballet Triadic, de Óscar Chilêmer. Alemanha, 1922. Considerado um marco na história do figurino.

    Além do figurinista, que concebe e desenha os figurinos, outros profissionais se envolvem também na função: o costureiro de cena, o mestre de guarda-roupa (no caso de muitas trocas de figurinos em teatro musical, óperas etcétera), o zelador de guarda-roupa ou camareiro (que lava, passa, armazena, embala etcétera).

    8. Com a orientação do professor, investiguem outras imagens de artistas caracterizados com figurinos, maquiagem e adereços. Na pesquisa priorizem personagens originais e incomuns e caracterizações mais complexas, como monstros, seres exóticos ou pessoas de épocas passadas ou futuras. Elaborem textos que expliquem: quem é, nome do espetáculo e data da produção e as principais características dos personagens selecionados e compartilhem os resultados com os colegas.

    Versão adaptada acessível

    Atividade 8.

    Com a orientação do professor, investiguem materiais usados no figurinos dos artistas. Na pesquisa priorizem personagens originais e incomuns e caracterizações mais complexas, como monstros, seres exóticos ou pessoas de épocas passadas ou futuras. Elaborem textos que expliquem: as principais características dos personagens selecionados e os materiais utilizados, e compartilhem os resultados com os colegas.

    Maquinarias

    Desde os primórdios, os espetáculos utilizaram efeitos como sons, luz, estratégias para surpreender a plateia. Antes da alta tecnologia atual, nas apresentações de teatro, dança, circo, música e cinema, havia dispositivos para dar a ilusão de fenômenos da natureza, como os movimentos de água, fogo, ar, nuvens etcétera Também eram encontrados meios de mostrar a grandiosidade de personagens monstruosos, de divindades e de criaturas malignas. Muitos efeitos surpreendentes foram desenvolvidos séculos atrás. Conheça alguns deles.

    Alçapões: aberturas no assoalho do palco utilizadas como passagens de aparição e desaparição de personagens e outros elementos cênicos em espetáculos.

    Caixa de explosão, de fumaça, de relâmpago: equipamentos cênicos que permitem reproduzir os sons de uma explosão, liberar fumaça ou fornecer clarões que reproduzam relâmpagos em cena.

    Ciclorama: cenário que consiste em um telão ao fundo do palco, de cor azul-celeste, para representar o horizonte ao ar livre.

    Fotografia. Duas pessoas usando roupas cinzas estão agachadas com o tronco inclinado para frente e erguem um pallet de madeira que desgruda do chão de um palco. Abaixo do nível do palco, há duas pessoas empurrando o pallet.  Ao fundo, há um cenário com pilares redondos e uma porta.
    Fotografia. Destaque para um objeto cilíndrico e liso em tons de marrom. Ao lado há uma manivela e abaixo, uma estrutura de apoio.
    Fotografia. Vista parcial de um teatro. Em destaque, as cadeiras marrons de uma plateia e, ao fundo, um palco grande com cortinas vermelhas abertas nas laterais e um ciclorama ao fundo.
    [1] Os alçapões são passagens utilizadas no teatro durante os efeitos de aparição e desaparição de personagens. Alçapão no Globe Theatre, onde eram montadas e apresentadas as peças de Xêiquispíer. Londres, 2018. [2] Máquina de vento. [3] Ciclorama preparado para apresentação no palco do Viena Âpera Ráus, Viena. Áustria, 2016.

    Cortina d’água: fonte de água, parecida com uma cascata escorrendo na face exterior de portas ou janelas cenográficas, para dar a impressão de chuva no exterior de um aposento do cenário.

    Coluna de mar: dispositivo cênico que dá a impressão de movimentos das ondas.

    Efeito de fogo: efeito luminoso que se produz no palco para dar à plateia a impressão de fogo.

    Máquina de nuvem: mecanismos especiais que produzem para a plateia o efeito de nuvens que se acumulam ou se deslocam.

    Máquina de vento: ventiladores potentes e tubos grossos por onde saem ventos para dar impacto à cena.

    Máquina de fumaça: máquina que produz o efeito de névoa ou neblina em cena.

    Fotografia. Em um fundo preto, destaque para uma máquina na parte inferior soltando fumaça branca para cima
    Máquina de fumaça em detalhe de palco.
    Fotografia. Em fileiras de MDF, dispostas uma atrás da outra, há desenhos em tons de preto e branco, na primeira, e azul e branco nas demais, formando ondas do mar em movimento.
    Onda vai onda vem, de Sandra Cinto, 2018. Acrílica, caneta permanente sobre ême dê éfe e manivela, dimensões variadas.

    O chefe maquinista e sua equipe criam esses dispositivos e os utilizam nas apresentações de espetáculos. Os maquinistas também atuam na abertura e no fechamento das cortinas e na colocação de painéis e telões e outros tecidos cuja função é delimitar os espaços da ação nos palcos.

    9. Para ampliar seus conhecimentos, procure vídeos em que apareçam elementos de maquinaria cênica. Caso tenha dificuldade de encontrar vídeos de espetáculos teatrais ou de dança, observe esses recursos em carros alegóricos do carnaval das escolas de samba e compartilhe-os com os colegas.

    Versão adaptada acessível

    Atividade 9.

    Para ampliar seus conhecimentos, pesquise maquinarias cênicas responsáveis pelos efeitos sonoros, como a caixa de explosão. Procure descobrir como funcionam e compartilhe seus achados com os colegas.

    O maquinista Nicola Sabbatini

    O arquiteto italiano Nicola Sabbatini (15741654) foi um dos primeiros a projetar maquinarias diversas para teatro, incluindo dispositivos de iluminação, a fim de criar efeitos visuais e de som, por exemplo, nuvens, tempestades, trovões, raios.

    Sabbatini retratou, em desenhos, vários possíveis efeitos de palco que eram muito populares na Renascença, como a ilusão de o ator estar voando em cena. O mecanismo mais popular era um cesto ou plataforma com cordas e roldanas, na qual o ator ficava em pé e era erguido ou abaixado por um tipo de guindaste, criando a ilusão de voar, subir ou descer do céu. Na maioria deles, era feita a silhueta de uma nuvem recortada em madeira que escondia o mecanismo.

    Desenho. Um mecanismo com engrenagens redondas no topo, à esquerda um homem segura a corda principal, ao lado há mais cordas esticadas para baixo e sustentando bases retangulares com pessoas em pé sobre elas.
    Maquinaria usada no teatro europeu do Renascimento, possivelmente criada por Nicola Sabbatini, permitia que os intérpretes descessem e subissem de um nível mais alto daquele ocupado pela plateia, dando a impressão de que “vinham do céu” ou “voavam”.
    Desenho. Duas barras paralelas verticais altas; no centro há uma ondulação e linhas pontilhadas. Abaixo, uma barra horizontal.
    Desenho da máquina de nuvem projetada por Sabbatini, publicada em Pratica di fabricar scene e machine ne' teatri, de 1638.

    Sabbatini também descreveu uma técnica para elevar as cortinas que separam o palco da plateia, semelhante à de uma persiana rolante. A cortina era levantada pelos contrapesos e enrolada, revelando o palco. O contrapeso tinha a mesma função que a mola em uma moderna persiana rolante. Essa técnica continuou sendo usada até o século dezenove. Outra ilusão engenhosa criada por Sabbatini é a coluna de mar, projetada para simular o movimento das ondas no palco.

    Desenho. No centro, diversas colunas onduladas dispostas em paralelo na horizontal; nas laterais há uma linha paralela de cada lado, com letras sinalizando cada formato ondulado.
    Desenho. Uma embarcação à vela com casco grande. Abaixo, linhas onduladas do mar. Em alguns pontos das linhas pretas, há letras.
    Coluna de mar criada por Sabbatini, junto do esquema explicativo para seu uso, publicada em Pratica di fabricar scene e machine ne' teatri, de 1638.

    Até o final do século dezenove, na Europa e nos Estados Unidos, muitas outras maquinarias foram usadas em cena, simulando tempestades, erupções de vulcões, incêndios. Em produções cênicas daquela época, os maquinistas e cenógrafos eram muito importantes e o espetáculo era concebido por meio de maquetes e projetos dos efeitos especiais antes mesmo de haver uma narrativa a ser contada ou um elenco de atores ensaiando.

    Atualmente, no Brasil, é raro o uso de efeitos especiais desse tipo e poucos profissionais estão aptos a executar essas criações. No cinema do início do século vinte, eles foram muito empregados, mas hoje estão sendo substituídos por efeitos de computação gráfica.

    Ícone de atividade em dupla.
    1. O arquiteto Sabbatini foi um dos primeiros profissionais a projetar maquinarias diversas para espaços cênicos. Qual das máquinas criadas por ele chamou mais a atenção de vocês?
    2. Em dupla, inspirados nas ideias de Sabbatini, elaborem um croqui de uma máquina que poderia ser utilizada em um espetáculo de teatro na sua escola. Pensem em uma solução simples que poderia ser usada para produzir som, luz ou efeito visual. Após a elaboração do croqui, compartilhem os trabalhos entre os colegas.

    Iluminação: história repleta de efeitos

    Até o século quinze, a maior parte das apresentações teatrais ocorria ao ar livre, aproveitando-se das diferentes nuances da luz do dia ou da noite. Nesse longo período, a questão da iluminação estava resolvida com a luz do sol e a utilização da luz artificial, por meio do fogo, que tinha por função produzir efeitos especiais.

    Durante o século dezesseis, quando o espetáculo teatral passa a ocupar espaços fechados, primeiro, em locais improvisados e, depois, em edifícios teatrais, a iluminação cênica tomou outra proporção, pois não se podia mais contar apenas com a luz do sol. Ainda que as técnicas de iluminação tenham se desenvolvido bastante do século dezesseis até o fim do século dezenove, prosseguiu, de fórmas variadas, a utilização do fogo: velas, lamparinas, lampiões a gás.

    A iluminação tinha por função principal a visibilidade, ainda que algumas experiências tenham sido feitas para ir além da questão de iluminar os artistas. No século dezesseis, durante o Renascimento, desenvolveu-se amplo estudo na área de cenografia teatral, que incluía a iluminação cênica. Por exemplo, Nicola Sabbatini idealizou a máquina de escurecimento da luz.

    Na década de 1790 e durante grande parte do século dezenove, a chegada da tecnologia da iluminação a gás transformou também a iluminação cênica. Essa tecnologia tornou possível movimentar o efeito luminoso do sombrio ao brilhante e representar atmosferas emocionais, como felicidade ou tristeza. Em 1879, a invenção da lâmpada incandescente permitiu o uso da eletricidade na iluminação cênica, proporcionando grande intensidade luminosa, com custo viável e maior segurança em relação à luz do fogo.

    Desenho. Lado a lado, na parte inferior, há duas velas acesas; acima delas, há dois recipientes cilíndricos suspensos por um fio amarrado a duas engrenagens redondas no topo. Em alguns pontos das linhas, há letras.
    Imagem do primeiro dimmer de luz para teatro, projetado pelo italiano Nicola Sabbatini, no Renascimento, cêrca de 1640. Nesse dispositivo, a luz das velas fica pouco a pouco escondida pelos cilindros, permitindo que progressivamente o palco fique com maior ou menor claridade. Seu funcionamento é simples: uma cordinha está ligada às roldanas, a dois cilindros e às velas. Ao puxar a cordinha para baixo, os cilindros sobem, aumentando a claridade. Ao soltar a mesma cordinha, os cilindros descem sobre as velas, diminuindo a claridade.

    Na década de 1880 e nas décadas seguintes, na Europa e nos Estados Unidos, os teatros começaram a trocar seus sistemas de iluminação a gás por sistemas elétricos. Essa mudança foi considerada a grande revolução da iluminação cênica, pois a eletricidade permitiu o contrôle central de todas as fontes luminosas do teatro e possibilitou o blecaute de fórma mais rápida: em um piscar de olhos, a iluminação elétrica faz aparecer e desaparecer a cena ou parte dela.

    Alguns estudos citam que as primeiras manifestações teatrais ocorrem por meio das sombras que teriam sido projetadas pelo movimento dos corpos das pessoas que, iluminados pela luz do fogo, contavam histórias nas cavernas.

    Ilustração. Uma mulher de cabelo castanho e comprido, usando vestido amarelo com formas marrons, está na ponta dos pés, com os braços levantados e de frente para uma fogueira. À direita, um homem de cabelo escuro e grande, barba comprida, usando roupa marrom, está sentado com as pernas cruzadas. Ao fundo, na parede da caverna, há sombras e pinturas rupestres.
    Ilustração que representa os primeiros humanos se utilizando das sombras projetadas nas cavernas.

    Fazendo experiência com luz e sombra

    Vamos elaborar uma experiência de luz e sombra com base nas histórias contadas.

    Material

    Lanternas.

    Como fazer

    1. Com a orientação do professor, organizem-se em círculo e selecionem algumas histórias para contar que permitam a movimentação do corpo. Podem ser histórias de acontecimentos vividos por vocês ou lidas em livros.
    2. Desliguem todas as luzes do ambiente e liguem a lanterna apontando-a para a parede ou o teto.
    3. Nesse momento, alguns estudantes deverão contar as suas histórias, utilizando seus corpos para criar efeitos de luz e sombra. Pode ser usada a mímica ou a sombra projetada na parede.
    4. Se desejarem fazer o registro, filmem a experiência para compartilhar e convidar parentes e colegas para reproduzir a brincadeira.

     CENOGRAFIA E CENÁRIOS

    Os cenários são parte importante da tecnologia para as artes cênicas. Eles caracterizam o local e o tempo histórico onde se passa o enredo ou fornecem, com os demais elementos em cena, informações do contexto do espetáculo.

    No passado, os cenários geralmente eram telões de lona pintados à mão, onde eram representadas paisagens, edificações ou outros “fundos” de cena. Desde o início do século vinte, tendo como precursores o suíço Ádolf Ápia (18621928) e o inglês Êduard Górdon Crég (18721966), a concepção de cenário se diferenciou dos séculos precedentes, ao buscar espaços não figurativos.

    Fotografia em preto e branco. Vista de um palco. Na parte superior há uma pessoa de roupa branca segurando um cajado ao lado do corpo. À direita, algumas pessoas com espadas e segurando bandeiras com hastes longas. Abaixo, diversas pessoas vestindo manto longo. Algumas estão ajoelhadas e olhando  o homem de branco à esquerda.
    Fotografia em preto e branco. Vista panorâmica de um palco onde há diversos vitrais alongados ao fundo e três escadas de madeira posicionada na direção deles. O ambiente é marcado pelo contraste entre luz e sombras.
    [1] Ápia projetou cenários para peças de teatro, dança e óperas “pintados” de luz por equipamentos de iluminação cênica que na época revolucionaram a concepção de cenografia. Cena do espetáculo teatral Rãmlet, com cenário de Górdon Crég e direção de Constantin Istãnislávisqui, realizado no Teatro de Moscou. Rússia, 1912. [2] Crég propôs a substituição dos telões pintados por cenas arquitetônicas, representadas por grandes painéis com destaque para a iluminação e a cor. Palco de O canto da cotovia, em São Paulo, do cenógrafo Djáni Ráto, italiano radicado no Brasil. Para esse cenário, foram produzidos grandes vitrais. São Paulo, 1954.

    A concepção do cenário é elaborado pelo cenógrafo e por uma equipe de cenotécnicos que ajuda o profissional a concretizar suas ideias. A colaboração entre esses profissionais é essencial para a realização e a montagem adequada dos cenários.

    Dependendo dos cenários elaborados e do local da peça, pode ser necessária uma equipe de transporte e montagem da estrutura de palco a cada apresentação, entrando em cena o chefe de montagem e sua equipe. Em espetáculos musicais, a figura do roudi é muito importante, pois é ele quem se encarrega do transporte, guarda, montagem e teste dos instrumentos musicais que serão utilizados.

    Ícone de atividade em grupo.
    Ícone de atividade oral.
    1. Citem a importância dos cenários para as artes cênicas.
    2. Observem os cenários de algumas peças teatrais e destaquem o que vocês consideram interessante nas imagens.
    Fotografia. Em um palco, duas pessoas usando roupas em tons de cinza e branco estão sentadas com os braços sobre os joelhos. À direita há uma pessoa usando casaco cinza e andando para fora do palco. Ao fundo, um cenário composto de um cercado de madeira marrom; nele, há candelabros com velas com iluminação amarelada. Na parte superior do palco, há feixes de luz azulada.
    Cenário da peça Culpado sem culpa, em Barnál. Rússia, 2020.
    Fotografia. Um homem de macacão cinza está acima de diversos blocos grandes e brancos caídos no chão; ao lado, uma mulher de vestido branco está acima de um bloco e de frente para ele. No centro entre eles, destaca-se uma iluminação clara.
    Cenário da peça A Tragédia Latino-Americana, em teatro de São Paulo. São Paulo, 2016.
    Com a orientação do professor, investigue uma imagem de livro, revista ou internet que retrate um cenário de teatro, dança, circo ou espetáculos musicais que você considere interessante. Compartilhe com os colegas a imagem pesquisada.

    VAMOS CONHECER MAIS

    José Carlos Serroni

    O cenógrafo é o profissional que planeja cenários para espetáculos teatrais, de dança, óperas, shows, filmes e programas de televisão. Leiam trechos da entrevista de José Carlos Serroni, que nasceu em 1950, na cidade de São José do Rio Preto, em São Paulo, e é considerado um dos maiores cenógrafos do Brasil.

    Fotografia. Destaque para o rosto de um homem de cabelo curto penteado para trás, de sobrancelhas finas, nariz comprido, lábios finos e sorrindo. Ele está com o rosto ao fundo de uma maquete retratando um cenário urbano, com casas, edifícios e uma praça.
    O arquiteto, cenógrafo e figurinista José Carlos Serroni, em São Paulo. São Paulo, 2003.

    O teatro surgiu na minha vida um pouco inesperadamente. Eu nunca imaginava, na minha infância e adolescência, que fosse me envolver com teatro, um dia, porque eu nunca tive ninguém na família que trabalhasse com teatro e nunca tinha visto, até a minha adolescência, um espetáculo de teatro.

    Eu não tinha contato com o teatro, mas me iniciei, um pouco, nas artes plásticas, muito amadoristicamente, no colégio. Comecei a pintar e, pintando e expondo na praça, em São José do Rio Preto, que é uma cidade que sempre teve um movimento teatral amador muito intenso, em um destes momentos, o Vendramini, que era diretor teatral, na época, estava fazendo um espetáculo e precisava que alguém pintasse alguns telões para ele. Isto eu já tinha 19 anos e acabei aceitando esta empreitada. reticências

    Passado um tempo, eu me dei conta de que alguma coisa deveria ter mexido comigo e acabei percebendo que o circo foi muito importante, inconscientemente, porque, quando eu tinha dez ou doze anos, na frente da minha casa havia um grande terreno, onde montavam-se circos já bem decadentes reticências , e eu estava sempre lá, sempre vendo.

    Continua

    Continuação

    Era o circo-teatro. reticências Ajudei a costurar lona de circo, assistia a todas as apresentações e emprestava móveis da minha mãe, meio escondido, para poder ganhar ingresso, e isto me tocou muito, com relação ao teatro.

    reticências

    Nesse período, eu já estava fazendo teatro e gostando muito da ideia e acabei, depois de uns dois anos, querendo fazer cenografia. reticências

    SERRONI, José Carlos. BORGES, Gilson P.; NUNES, Alexandre. Entrevista cedida a Gilson P. Borges e Alexandre Nunes. aien: Revista Arte da Cena, Goiânia, volume 1, número 1, página 7, abril/setembro 2014. Disponível em: https://oeds.link/BjbipT. Acesso em: 2 junho 2022.

    Ilustração. Em um fundo preto, um croqui em linhas finas e brancas com o esboço de uma visão panorâmica de um teatro, realçando verbalmente o piso e o ciclorama, indicados por setas. Acima, há destaque para o esboço de algumas estruturas que descem nas cenas. Abaixo, anotações.
    Croqui de José Carlos Serroni para cenário de espetáculo.

    Projetando um cenário

    Releiam as frases que destacam a importância do circo na vida e no trabalho de Serroni. Com base no croqui do espetáculo de Serroni, elaborem o desenho de um cenário, que nas próximas etapas deverá ser desenvolvido em miniatura.

    Material

    • Folha de papel sulfite.
    • Lápis, borracha, régua.

    Como fazer

    Ícone de atividade em dupla.
    1. Para começar, planejem o cenário. Para isso, pensem em um tema para a montagem de uma ação cênica que pode ser uma praia ou uma sala em uma casa mal-assombrada e elaborem desenhos em folhas de sulfite.
    2. Planejem a ação e a movimentação dos atores na cena. Depois disso, organizem o centro, o fundo e as laterais do palco e os adereços e outros objetos de cena, como mesa, cadeiras, entre outras possibilidades.
    3. Façam quantos desenhos for preciso para a obtenção do modelo adequado à miniatura da ação cênica.

    VAMOS FAZER

    Maquete de cenário

    Os cenógrafos planejam o cenário inserindo os elementos físicos ou virtuais necessários para definir o espaço onde a cena deverá acontecer. Vamos planejar e elaborar uma miniatura de um cenário, utilizando uma caixa.

    Nas páginas anteriores planejamos o desenho que tinha uma praia ou uma sala em uma casa mal-assombrada como tema. Nesta atividade vamos orientar a montagem do cenário em uma maquete.

    Sugerimos a seguir alguns materiais simples para ser utilizados na proposta, porém vocês poderão escolher qualquer outro material para a tarefa.

    Material

    • uma caixa de sapato ou de outro tamanho.
    • Papéis ou tecidos coloridos.
    • Cola branca.
    • Fita adesiva.
    • Régua.
    • Lápis, canetas coloridas ou qualquer tipo de tinta para papel.
    • Tesoura com pontas arredondadas.
    • Objetos em miniatura como árvore, ou mesa, ou materiais para a construção deles.
    Ilustração. Dois paralelepípedos fechados. Dois paralelepípedos com a aresta superior faltando.

    Continua

    Continuação

    Como fazer

    1. Façam uma abertura em um dos lados da caixa, que deverá retratar o teto do teatro, conforme o modelo.
    2. Desenhem o cenário na caixa, conforme o desenho que vocês fizeram em momentos anteriores da unidade.
    3. Encapem a caixa do lado externo e interno utilizando papel ou tecido conforme o projeto. Fixem o papel com fita adesiva ou cola.
    4. Se preferirem, substituam os papéis e os tecidos pela pintura.
    5. Construam ou insiram objetos em miniatura, como minimesa e cadeiras.
    6. Para finalizar, compartilhem a maquete com os colegas e conversem sobre a produção e os elementos que vocês utilizaram para a construção do cenário.
    Ilustração. Maquete de cenário construída em uma caixa com formato retangular vertical, com a aresta superior suprimida. No cenário, as paredes são cinza e há duas janelas pretas abertas, uma mesa vermelha e uma cadeira azul.
    Ilustração. Maquete de cenário construída em uma caixa com formato retangular horizontal com a aresta superior suprimida. Em destaque um barco vermelho velejando no mar. Ao fundo, areia de praia, vegetação verde e uma sol radiante.

    eu APRENDI

    1. Cite os principais valores do Renascimento.
    2. Que técnicas características do Renascimento são descritas a seguir:
      1. Consiste em suavizar os contornos de uma figura, justapondo tons e cores diferentes, de modo que se misturem, criando um efeito natural.
      2. Representa, por meio de leis matemáticas, objetos e espaços no plano de acordo com nossa percepção óptica.
    3. Cite o nome do artista que elaborou o desenho a seguir. Em sua opinião, a imagem é uma obra de arte ou um estudo científico?
    Desenho. Sobre uma folha azulada há traços finos de lápis retratando uma figura humana vista de lado; sobre seu rosto, há linhas que se cruzam formando quadrados e retângulos. Na parte inferior esquerda, há um texto.
    Atlas de estudos anatômicos, século quinze. Caneta e tinta marrom-escura sobre papel preparado azul. 23,1 centímetros por 15,3 centímetros.
    1. Leia as frases e descreva a alternativa correta que indica o nome dos recursos cênicos.
      1. Caracteriza o local e o tempo histórico onde se passa o espetáculo ou fornece, com os demais elementos em cena, informações do contexto do espetáculo.
      2. Caracteriza os efeitos como sons, luz, estratégias para entradas e saídas surpreendentes dos personagens, entre outros recursos.
      3. Caracteriza e evidencia a ação e os atores e possibilita a integração entre os elementos visuais, como o espaço ou o figurino.
        1. um – cenário, dois – iluminação e três – maquinaria.
        2. um – maquinaria, dois – cenário e três – iluminação.
        3. um – cenário, dois – maquinaria e três – iluminação.
        4. um - iluminação, dois – cenário e três – maquinaria.
    2. Para a realização de uma apresentação teatral, é necessário envolver diversos profissionais. Além dos atores e atrizes, cite o nome de algum desses profissionais.
    Fotografia. Um homem usando roupa preta está em pé e com a mão estendida na direção de um projetor de luz apontando-o para o chão. O projetor faz parte de uma estrutura com diversos projetores dispostos lado a lado. Paralelamente a essa estrutura, há outra semelhante. No chão, há diversos focos de luz dos projetores.
    Profissional das artes cênicas em exercício de sua função.
    1. Com base na imagem, citem:
      1. Que profissional das artes cênicas foi retratado na imagem?
      2. Como você pensa que é o trabalho desse profissional nas artes? Qual é a importância que a iluminação tem nas artes?
    2. Releia a frase:

    “A atitude do artista muitas vezes se aproxima da abordagem do cientista.”

    Cite as semelhanças que existem entre o trabalho de um artista e o de um cientista.

    vamos COMPARTILHAR

    Tecnologias cênicas

    Nesta unidade estudamos as associações existentes entre a arte e a ciência e investigamos algumas das soluções técnicas usadas nas manifestações artísticas. Para finalizar, vamos elaborar e experimentar propostas de utilização de recursos técnicos cênicos. Para isso, com a orientação do professor, selecionem um tema que possibilite a elaboração de cenários, adereços, efeitos sonoros ou de iluminação possíveis de ser produzidos no espaço escolar. O tema pode estar relacionado:

    a alguma paisagem da sua cidade ou bairro; a algum tipo de vegetação como uma floresta; a qualquer outro ambiente que vocês gostariam de retratar.

    Após a seleção do tema, organizem-se em grupos, que deverão escolher entre cenário, adereços ou figurinos, efeitos sonoros ou iluminação.

    Material

    • Como cenário: caixas de papelão de tamanhos variados, diferentes tipos de papel, tecidos, entre outros recursos.
    • Como adereços ou base para figurinos: balões e bexigas de ar, pedaços grandes de tecidos de texturas e cores variadas, incluindo lençóis, cangas etcétera
    • Para efeitos sonoros: chapas de raios xis recicladas, sacos plásticos, cascas de coco maduro cortadas ao meio, pedras sobre chapa de aço, conduítes, apitos que reproduzem pios de pássaros, pequenos instrumentos de percussão, garrafas péti etcétera
    • Para iluminação: lanternas, cordões de lâmpadas léd, lâmpadas tubulares “frias” envolvidas por tule colorido, papel-celofane ou papel-alumínio, lâmpadas pisca-pisca, canetas de raio leiser, “olhos cirúrgicos”, abajures e luminárias etcétera
    • Vocês podem trazer objetos de casa, coletá-los no almoxarifado da escola ou pedir emprestado a algum profissional que conheça. Todos os materiais devem ser usados com autorização. Leia a seguir algumas sugestões de possíveis materiais.

    Continua

    Continuação

    Como fazer

    1. Com a orientação do professor, selecionem o lugar onde serão elaboradas as apresentações.
    2. A partir do lugar selecionado, conversem e planejem como o tema será retratado em cenário, adereços, efeitos sonoros ou iluminação. Façam anotações e dividam as tarefas de produção no grupo.
    3. Selecionem os materiais possíveis e adequados à produção.
    4. Com a orientação do professor, selecionem um dia para a montagem e a apresentação das propostas.
    5. Com muita organização e planejamento, no dia combinado organizem a “montagem” do cenário e insiram nele todos os recursos produzidos.
    6. Combinem momentos específicos para a observação detalhada do cenário e de cada recurso produzido.
    7. Para ampliar, agora produzam todos os efeitos ao mesmo tempo no palco.
    8. Para finalizar, conversem sobre a experiência.
    Ilustração. Em primeiro plano, uma menina de cabelo encaracolado e comprido, usando uniforme escolar azul e branco está agachada no chão e com as duas mãos ao redor de um objeto circular e amarelo. Em segundo plano, à esquerda, há uma menina de cabelo preto e encaracolado, usando uniforme escolar, sentada no chão e segurando uma pasta azul; à sua frente, há uma folha branca, lápis e tesoura. Em segundo plano, à direita, um menino de cabelo castanho está atrás de uma árvore e segura um pincel amarelo na direção do tronco. Em terceiro plano, em tons de azul, há silhuetas de vegetação.

    Glossário

    mecenas
    : pessoas ou entidades enriquecidas com o comércio ou com atividades bancárias que protegiam e financiavam o trabalho de artistas, instituições ou eventos culturais.
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    empírico
    : que se baseia na experiência e na observação.
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    atmosfera
    : camada de ar que envolve a Terra.
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