UNIDADE 3 Visões do mundo nas artes

As propostas desta unidade do seu livro foram desenvolvidas em quatro etapas, que se completam.

Ilustração. Vista da cintura para cima, uma menina de cabelo castanho, ondulado e comprido, com sobrancelhas levantadas, nariz e lábios finos, usando camiseta azul, está com os braços levantados e segura uma moldura retangular branca ao redor do rosto.

eu SEI

Como eu vejo o mundo?

Desenvolver experiência sensorial de percepção do entorno.

Fotografia em preto e branco. Dois homens, um deles sem camisa, estão vestindo calças brancas dobradas até os joelhos; eles estão dentro de um rio; um deles está à direita, caminhando para a margem e carregando cestos e cuias na cabeça; o outro está com os pés no rio e balançando um objeto grande e redondo, com larga abertura acima. Ao fundo há uma cachoeira, árvores, vegetação e algumas casas brancas.

eu vou APRENDER

Capítulo 1 – Visões do mundo na fotografia

Identificar e reconhecer a importância histórica da linguagem fotográfica.

Capítulo 2 – Visões do mundo no cinema e no teatro

Identificar e reconhecer a importância histórica do cinema.

Respostas e comentários

Bê êne cê cê NA UNIDADE

HABILIDADES

(ê éfe seis nove á érre zero um) (ê éfe seis nove á érre zero três) (ê éfe seis nove á érre zero quatro) (ê éfe seis nove á érre zero cinco) (ê éfe seis nove á érre um seis) (ê éfe seis nove á érre dois cinco) (ê éfe seis nove á érre dois seis) (ê éfe seis nove á érre dois sete) (ê éfe seis nove á érre dois oito) (ê éfe seis nove á érre três zero) (ê éfe seis nove á érre três dois)

COMPETÊNCIAS

Competências gerais: 3, 4, 9 e 10

Competências específicas de Arte: 1, 2, 3, 4, 5 e 6

tê cê tês

  • Diversidade cultural
  • Educação para valorização do multiculturalismo nas matrizes históricas e culturais brasileiras
  • Educação em Direitos Humanos

Objetivos

  • Reconhecer a arte como expressão da visão de mundo.
  • Reconhecer diferentes pontos de vista nas expressões artísticas fotográficas.
  • Analisar elementos históricos da fotografia.
  • Reconhecer a importância da fotografia para a imprensa.
  • Refletir sobre padrões de beleza impostos pela sociedade.
  • Reconhecer diferentes pontos de vista no cinema e no teatro.
  • Identificar a relação entre cinema e fotografia.
  • Reconhecer o cinema como linguagem artística.
  • Refletir sobre as etapas de produção de um filme.
  • Compreender noções de enquadramento e fotografia em um filme.
  • Analisar a relação entre imagem e som no cinema.
  • Identificar elementos do teatro como linguagem artística.
  • Realizar reescrita teatral.

Introdução

Nesta unidade, serão exploradas diferentes fórmas de perceber, apreender e expressar a realidade, por meio das linguagens presentes nas manifestações artísticas. Na unidade os estudantes serão estimulados para pesquisar, apreciar e analisar diferentes fórmas de artes visuais produzidas tanto por grupos brasileiros quanto estrangeiros (ê éfe seis nove á érre zero um). As diferentes produções e fórmas de expressão artística serão analisadas e exploradas por meio de atividades dinâmicas de criação e improvisação de composições fotográficas, por exemplo (ê éfe seis nove á érre dois três). Também será dada a oportunidade aos estudantes de criarem fórmas de dramaturgia, de modo a explorarem as artes cênicas e a experimentarem os elementos que constituem tal expressão artística (ê éfe seis nove á érre dois sete).

Fotografia em preto e branco. Composição da imagem de uma atriz e cantora de de hollywood, feita com diamantes. Há um contraste entre claro, no rosto brilhante e na cabeça da mulher retratada, e escuro, na roupa e nas cores de fundo. Destaque para uma mulher de cabelo claro penteado para trás, de sobrancelhas finas, olhos inclinados para baixo, nariz e lábios finos, usando roupa preta; ela está com a cabeça inclinada para o lado, sobre o ombro

eu APRENDI

Desenvolver atividades de verificação, sistematização, reflexão e ampliação da aprendizagem.

Ilustração. Uma menina de cabelo castanho, usando tiara rosa e uniforme escolar branco com azul está de joelhos no chão e segura um celular apontado para a direção de quatro colegas também uniformizados. Um deles está sentado em uma cadeira de rodas ao centro; atrás dele, há outro com os olhos arregalados, as duas mãos estendidas para frente e caminhando; à frente do menino cadeirante, duas crianças correm da esquerda para a direita com os olhos arregalados e as bocas abertas.

vamos COMPARTILHAR

Cenas: expressão e sentimento

Elaborar uma proposta para retratar visões do mundo a partir da produção de imagens fotográficas, de um filme ou de uma cena de teatro.

OBJETIVO GERAL

Possibilitar o reconhecimento e a identificação de diferentes fórmas de ver e sentir o mundo a partir de manifestações artísticas.
Respostas e comentários

As atividades proporcionarão a possibilidade de identificar e manipular diferentes tecnologias e recursos relacionados às artes (ê éfe seis nove á érre três cinco). Por meio desses meios tecnológicos, eles poderão analisar e explorar projetos temáticos de diferentes fórmas artísticas (ê éfe seis nove á érre três dois).

Dessa fórma, durante toda a unidade, o estudante analisará os elementos que constituem a arte e suas diferentes produções (ê éfe seis nove á érre zero quatro), podendo experimentar diferentes fórmas de expressão artística, sendo, nesse caso, a fotografia e a dramaturgia (ê éfe seis nove á érre zero cinco). Por meio das atividades, ele não apenas reconhecerá a importância histórica da linguagem fotográfica e do cinema (ê éfe seis nove á érre três três), como também desenvolverá a experiência sensorial e a percepção do entorno.

ATIVIDADES PREPARATÓRIAS

Leia de fórma compartilhada a estrutura da unidade, explicando cada etapa: Eu sei, Eu vou aprender, Eu aprendi e Vamos compartilhar. Explique que os estudantes percorrerão todo o processo para a construção do conhecimento.

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eu SEI

Como eu vejo o mundo?

Nesta Unidade serão exploradas diferentes fórmas de ver, perceber e expressar a realidade, por meio de diferentes manifestações artísticas.

Para iniciar, vamos propor uma experiência que busca treinar o olhar e a percepção do “mundo” ao nosso redor. Para isso, você vai construir uma moldura e observar pessoas, lugares, cenas e objetos através dela. A ideia é compreender como esse olhar pode mudar a fórma de ver e construir histórias. Vamos lá!

Orientação para acessibilidade

Como eu vejo o mundo?

Caso haja estudantes cegos na turma, após a confecção das molduras, você pode auxiliá-los na observação dos espaços descrevendo-os aos estudantes, oralmente, de acordo com a posição deles e da moldura que estão segurando. Por exemplo, caso um estudante cego esteja segurando a moldura na posição retrato em direção à janela da sala, você pode descrever a ele o que está dentro desse recorte. Essa descrição vai mudar caso ele se afaste, se aproxime, vire a moldura na posição paisagem etc.

Após essa experiência, peça que escolham um dos locais, escrevam uma frase citando o que havia nesse local e criem uma representação sobre ele.  Auxilie-os a perceber que podemos criar enquadramentos do espaço. Ao final, peça que compartilhem suas produções com os colegas.

Material

  • Papel sulfite.
  • Cartolina ou papel-cartão branco com cêrca de 20 centímetros por 30 centímetros.
  • Régua.
  • Lápis grafite.
  • Tesoura com pontas arredondadas.

Como fazer

  1. No centro da cartolina ou do papel-cartão, desenhe um retângulo de aproximadamente 20 centímetros por 15 centímetros.
  2. Recorte esse retângulo abrindo uma “janela” no centro da cartolina.
Ilustração. Vista da cintura para cima, uma menina de cabelo castanho, ondulado e comprido, com sobrancelhas levantadas, nariz e lábios finos, usando camiseta azul, está com os braços levantados e segura uma moldura retangular branca ao redor do rosto.

Continua

Respostas e comentários

HABILIDADES

(ê éfe seis nove á érre zero quatro) Analisar os elementos constitutivos das artes visuais (ponto, linha, fórma, direção, cor, tom, escala, dimensão, espaço, movimento etcétera) na apreciação de diferentes produções artísticas.

(ê éfe seis nove á érre zero cinco) Experimentar e analisar diferentes fórmas de expressão artística (desenho, pintura, colagem, quadrinhos, dobradura, escultura, modelagem, instalação, vídeo, fotografia, performance etcétera).

COMPETÊNCIAS

Competência geral: 4

Competência específica de Arte: 4

ATIVIDADES PREPARATÓRIAS

Inicie a aula convidando os estudantes a olhar e selecionar objetos presentes na sala de aula. Peça para eles que escolham um desses objetos e que escrevam uma frase para registrar o que foi observado. Evidencie a fórma, a cor e as funções do objeto selecionado sem escrever o nome dele. Em um segundo momento, solicite para alguns alunos que leiam as suas frases e peça para ou outros estudantes que citem o nome do objeto descrito. Para finalizar converse com todos evidenciando as diferentes fórmas de ver, perceber e descrever os objetos.

ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

Leia a lista de material com os estudantes e os passos a serem seguidos, de modo que todos tenham entendido o que deverá ser feito na atividade. Nesse caso, reforce a importância do cuidado com os materiais, zelando pela integridade física e pela segurança de todos os envolvidos no processo educacional.

Acompanhe os estudantes durante os primeiros passos, orientando-os a cortar cuidadosamente o papel para fazer a moldura. Oriente os estudantes a terminar de recortar com a tesoura, para não causar acidentes. Faça uma primeira experiência com a moldura em sala de aula. Incentive os estudantes a explorarem-na bastante. Convide-os a caminhar por diferentes espaços da escola, observando-a através da moldura, de perto, a meia distância e de longe, para gerar planos semelhantes àqueles mencionados no texto.

Acompanhe a turma durante o “passeio” pela escola, orientando os estudantes a ficarem em silêncio, a certa distância uns dos outros, de maneira a não atrapalharem outras atividades que estejam acontecendo simultaneamente na escola.

Continuação

  1. Agora, observe a sala de aula através desta “janela”. Primeiro, coloque a moldura na frente do seu rosto e observe a sala através do retângulo vazado. Depois, afaste a moldura vazada de seu rosto. Faça isso algumas vezes: primeiro, de perto; depois, de longe.
  2. Em seguida, caminhe pelos espaços da escola, observando cenas, lugares, pessoas e objetos através da moldura. Faça isso usando a moldura em três posições em relação ao seu rosto: bem de perto, a uma certa distância e de longe, em primeiro plano.
  3. Escolha um local visto através da moldura e faça um registro, em desenho, da cena que você observou dentro desse enquadramento. Para ampliar a experiência, após o desenho, escreva uma frase citando o que você observou na cena selecionada. Descreva os objetos, as pessoas e as ações retratadas.
  4. Depois, compare seu desenho com o espaço observado sem a moldura e veja a diferença entre uma cena enquadrada e a realidade observada.
  5. Para finalizar, compartilhe seu desenho com os colegas. Leiam as frases e troquem ideias sobre o que foi observado e as vantagens e as desvantagens de cada posição em relação ao seu rosto.
Ilustração. Ao fundo, uma professora de cabelo encaracolado penteado para cima, usando óculos redondo, camisa verde e saia vermelha xadrez, está em pé na frente de uma lousa branca com o texto: VER O MUNDO e o desenho de um globo terrestre. À direita, uma menina de cabelo encaracolado penteado para trás usando uniforme escolar branco com azul e segurando uma moldura retangular branca na frente do rosto; no canto esquerdo, um menino sentado de costas, com o rosto inclinado para a direita, sorrindo e observando a cena.
Respostas e comentários

Como fazer. Ver orientações em Atividades de desenvolvimento.

ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

Ao retornarem à sala de aula, pontue os próximos passos que deverão ser seguidos e deixe que o realizem de maneira autônoma.

Ao final, convide a turma a compartilhar entre si o que foi produzido e faça algumas perguntas norteadoras sobre o motivo da cena escolhida e uma possível inspiração artística escolhida pelos estudantes.

Proponha a eles que exponham as ilustrações e organize uma roda de conversa para discutir os resultados e a experiência que os estudantes tiveram observando o “mundo” através da moldura. Solicite que compartilhem com os colegas suas impressões e percepções sobre a atividade.

Para observar e avaliar

Observe se compreenderam a atividade proposta e a questão envolvendo as cenas e a fórma de ver o mundo. Com base na atividade, é possível avaliar também a participação deles e até o que já foi aprendido em unidades anteriores acerca de movimentos e inspirações nas artes visuais. Do contrário, é possível realizar o atendimento individualizado ao estudante que não alcançar os objetivos esperados.

eu vou APRENDER Capítulo 1

Visões do mundo na fotografia

Ao observarmos pessoas e lugares da escola, na experiência que fizemos anteriormente, podemos perceber que cada pessoa tem uma fórma particular de entender a realidade. Além disso, é importante destacar que a fórma como vemos o mundo e as outras pessoas depende da época e do lugar em que vivemos, da família e da comunidade da qual fazemos parte, com suas crenças, tradições, língua, costumes e modos de viver.

Na fotografia, por exemplo, a imagem é retratada do ponto de vista de quem fotografou. Porém, podem existir diversos pontos de vista sobre a mesma fotografia, a partir de diferentes pessoas que observam a imagem.

Ícone de atividade em grupo.
Ícone de atividade oral.

1. Vamos investigar? Observem a imagem do fotógrafo Walter Firmo, que nasceu no Rio de Janeiro em 1937 e é conhecido por suas imagens que retratam as festas e a cultura popular brasileiras.

Fotografia. Vista de fora de uma tenda amarelada. Dentro, a luz clara contrasta com a silhueta de algumas pessoas. Na parte inferior, há uma cerca escura pontuda e, no canto direito, um cartaz com o rosto de um homem.
Circo Mambembe, fotografia de Walter Firmo, em Sabará. Minas Gerais, 1972.
Respostas e comentários

1. Ver orientações em Atividades de desenvolvimento.

HABILIDADE

(ê éfe seis nove á érre zero cinco) Experimentar e analisar diferentes fórmas de expressão artística (desenho, pintura, colagem, quadrinhos, dobradura, escultura, modelagem, instalação, vídeo, fotografia, performance etcétera).

COMPETÊNCIAS

Competência geral: 4

Competência específica de Arte: 1

tê cê tê

Diversidade cultural

ATIVIDADES PREPARATÓRIAS

Retome com a turma a atividade feita anteriormente, sobre as cenas e a fórma como vemos o mundo, e comente que a fotografia é justamente uma fórma de expressão artística que depende exclusivamente do ponto de vista do fotógrafo. Pergunte se os estudantes já tiveram a experiência de fotografar utilizando uma câmera digital ou analógica, ou mesmo as câmeras dos celulares.

Pode ser interessante conversar com a turma e sugerir que compartilhem entre si as últimas fotografias de paisagens que tiraram.

Realize a leitura do texto de fórma breve e compartilhada, complementando com o texto a seguir.

Texto complementar

Walter Firmo

Nascido em 1937 no Rio de Janeiro, Walter Firmo conta que desde garoto sonhava em fotografar. Ingressou na fotojornalismo em 1955, como aprendiz, no jornal Última Hora, e não parou mais. Trabalhou em diversos jornais e revistas e construiu uma carreira longeva, reconhecida por prêmios. Um deles foi o Esso de Reportagem, em 1963, conquistado por “Cem dias na Amazônia de ninguém”, matéria publicada no Jornal do Brasil com fotos e texto seus. Chamado de “mestre da cor”, Firmo é autor de retratos memoráveis de ícones da música brasileira como Pixinguinha, Dona Ivone Lara, Cartola. Outra vertente bastante conhecida de seu trabalho são as imagens de festas populares registradas por todo o Brasil, do carnaval do Rio de Janeiro ao bumba meu boi no Maranhão. Desde 2018 o Instituto Moreira Salles abriga, em regime de comodato, aproximadamente 145 mil fotos feitas por Firmo ao longo de várias décadas. O material estabelece um diálogo direto com outros grandes nomes do acervo do í ême ésse, como José Medeiros, com quem Firmo trabalhou, e Marcel Gútirô.

WALTER Firmo. Instituto Moreira Salles, São Paulo, 2022. Disponível em: https://oeds.link/oDB7tn. Acesso em: 14 de junho 2022.

BNCC NO CAPÍTULO

OBJETOS DE CONHECIMENTO

HABILIDADES

Contextos e práticas

(EF69AR01)

Materialidades

(EF69AR05)

Processos de criação

(EF69AR32)

  1. Descrevam a autoria e o nome da imagem e a época em que ela foi retratada.
  2. Que elementos se destacam na fotografia?
  3. Que sensações a imagem provoca em vocês?

2. É possível que vocês tenham sensações diferentes tanto sobre a leitura e interpretação da imagem como sobre o tema dela. Alguns de vocês podem apreciar as manifestações circenses e outros podem ter opiniões diferentes. Para ampliar o tema, investiguem em livros, revistas ou na internet uma imagem que retrate a cena de uma manifestação circense e elaborem uma legenda explicativa para ela. Tragam a imagem e a frase para a sala de aula e a compartilhem com os colegas.

Possivelmente vocês observaram que existem diferentes pontos de vista sobre uma mesma situação. Você pode compreender um fato de uma maneira e seu colega pode ver a mesma coisa de outro jeito. O importante é que haja diálogo e tolerância, compreendendo que cada um de nós tem uma fórma própria de entender o mundo.

Fotografia. Treze pessoas sentadas em cadeiras dispostas em um círculo; elas vestem camiseta branca e calça azul. Elas estão conversando entre si.
Diálogo coletivo de estudantes, em uma escola pública da cidade de São Paulo, em 2019.
Respostas e comentários

2. Ver orientações em Atividades de desenvolvimento.

ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

Descreva com a turma os elementos visuais presentes na imagem, pontuando a lona do circo, a sombra das pessoas, a imagem do palhaço e a cêrca. Leia com eles a legenda da fotografia e, em seguida, proponha que realizem coletivamente as atividades da página. Questione-os sobre as sensações transmitidas pela fotografia em questão, deixando que se manifestem livremente acerca da imagem.

Na segunda atividade, solicite que compartilhem suas experiências sobre o tema e exponham suas percepções. Para ampliar a percepção dos estudantes acerca do que a imagem transmite, oriente-os durante a pesquisa na internet a fim de que consigam transmitir suas sensações e impressões. Reforce que o diálogo e o respeito são sempre fundamentais nas discussões coletivas.

Para observar e avaliar

Durante a leitura e a atividade, observe se todos conseguiram analisar e expressar seus sentimentos acerca da imagem apresentada. Nesse caso, é interessante notar se conseguem expressar identificação emocional com relação à fotografia em questão. Com base na atividade, avalie também a capacidade de argumentação dos estudantes, assim como a pesquisa. A atividade é interessante para avaliar a percepção deles acerca da fotografia e como essa é uma manifestação artística que passa diferentes sensações para cada pessoa que a observa. Caso algum estudante não atinja os objetivos, é interessante realizar o atendimento individualizado para entender suas necessidades e propor uma breve pesquisa sobre a fotografia e as emoções, bem como a relação entre elas.

FOTOGRAFIA

Atualmente, observamos o domínio da cultura visual e a presença de imagens fotográficas em diversos espaços do cotidiano, como na internet, nas redes sociais, na televisão, nas revistas, nos jornais, nos livros ou em outdoors.

A fotografia, surgida no século dezenove, impactou definitivamente as artes e a sociedade. A partir de sua invenção, registros visuais de pessoas, lugares e objetos tornaram-se acessíveis a todos.

Com a fotografia, a percepção visual do mundo foi marcada pela utilização de dispositivos técnicos para a produção de imagens, abrindo caminho para outras fórmas de expressão, como o cinema, a televisão, a videoarte, a arte realizada por meios digitais etcétera

Fotografia. Destaque para cinco crianças com roupas coloridas. A que está no centro da imagem tira selfie enquanto todas olham para a câmera e sorriem. Ao fundo há um terreno com vegetação verde.
Na atualidade, fotografar tornou-se um hábito comum e muito mais fácil do que no passado.
Ícone de atividade em grupo.
Ícone de atividade oral.
  1. Uma imagem fotográfica retrata fielmente a realidade observada? Justifiquem sua resposta.
  2. Como vocês utilizam os registros fotográficos no cotidiano?
  3. Qual a importância da fotografia na vida de vocês? Reflitam e troquem ideias com os colegas.
Respostas e comentários

3. Espera-se que os estudantes compreendam que a fotografia é o registro “ocular” de uma existência, fato ou acontecimento contido na imagem, comprovando sua realidade. Porém, uma imagem pode ser ressignificada pelo enquadramento, distanciamento, aproximação, jogo de luz e sombra conferidos pelo fotógrafo, revelando diversas possibilidades de leitura e interpretação.

4. e 5. Espera-se que os estudantes compreendam que a fotografia é uma importante fórma de recordação, registro visual pessoal, histórico, documental e meio de comunicação. A fotografia ajuda a nos aproximar do mundo sob diversas óticas. Também tem papel importante nas artes visuais, no jornalismo e na publicidade.

HABILIDADE

(ê éfe seis nove á érre zero cinco) Experimentar e analisar diferentes fórmas de expressão artística (desenho, pintura, colagem, quadrinhos, dobradura, escultura, modelagem, instalação, vídeo, fotografia, performance etcétera).

COMPETÊNCIAS

Competência geral: 4

Competência específica de Arte: 1

tê cê tê

Diversidade cultural.

ATIVIDADES PREPARATÓRIAS

Relembre com a turma como a fotografia do Circo Mambembe, realizada por Walter Firmo, criou sentimentos e sensações diferentes em cada estudante. Converse novamente sobre a fotografia como manifestação artística e convide-os a ler de maneira compartilhada o texto presente na página.

Descreva os elementos visuais presentes na fotografia, apresentada na página, lendo a legenda com a turma e questionando acerca da realidade impressa na imagem em questão.

ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

Após a leitura, proponha aos estudantes que realizem a atividade coletivamente. Leia com a turma as questões presentes nas atividades e debata sobre a capacidade da fotografia de retratar a realidade. Deixe que a turma expresse livremente suas opiniões, mas reforce a necessidade de argumentação e de justificativas. Solicite que respondam às outras duas questões, deixando que o debate aconteça naturalmente acerca da importância da fotografia. Pode ser interessante convidá-los a mostrar uns aos outros uma fotografia de sua produção visual que gostariam de destacar.

VAMOS FAZER

Ícone de atividade em grupo.

Cartaz com fotografias

Desde sua origem, a fotografia é utilizada com diferentes finalidades, inclusive para o registro de fatos e momentos históricos, em notícias de jornais, e comercialmente, em publicidade, na moda e em muitas outras situações.

Material

  • Cópias de fotografias pessoais, de familiares ou amigos.
  • Jornais e revistas velhos.
  • Papel-cartão da cor de preferência do grupo.
  • Tesoura com pontas arredondadas.
  • Cola.

Como fazer

  1. Reúna-se com mais quatro colegas.
  2. Vocês vão pesquisar em seu acervo pessoal, em suas casas, e nas revistas e jornais velhos fotografias feitas para diferentes finalidades:
    1. uma fotografia de paisagem, feita em sua cidade por alguém do grupo ou por um dos integrantes do grupo em uma viagem;
    2. um retrato, que pode ser de um dos alunos do grupo, de um amigo, familiar ou ídolo em comum;
    3. uma fotografia jornalística, pesquisada e retirada dos jornais e que acompanhe uma notícia;
    4. uma fotografia de moda, que apresente um estilo com que vocês se identificam;
    5. uma fotografia publicitária, com o anúncio de um produto ou serviço.
  3. Escolham imagens que chamem a sua atenção pelas cores, pelo enquadramento da câmera, pelo conteúdo apresentado etcétera
  4. Montem, na folha de papel-cartão, um cartaz com as fotografias selecionadas.
  5. Apresentem os cartazes justificando as escolhas do grupo e como as imagens se encaixam na categoria de fotografia solicitada. Ao final, exponham os cartazes.
Respostas e comentários

Como fazer. Ver orientações em Atividades de desenvolvimento.

HABILIDADES

(ê éfe seis nove á érre zero cinco) Experimentar e analisar diferentes fórmas de expressão artística (desenho, pintura, colagem, quadrinhos, dobradura, escultura, modelagem, instalação, vídeo, fotografia, performance etcétera).

(ê éfe seis nove á érre três dois) Analisar e explorar, em projetos temáticos, as relações processuais entre diversas linguagens artísticas.

COMPETÊNCIAS

Competência geral: 4

Competência específica de Arte: 6

tê cê tê

Diversidade cultural

ATIVIDADES PREPARATÓRIAS

Converse com a turma sobre a importância da fotografia na vida de cada estudante e, então, proponha que realizem a atividade: um cartaz com fotografias. Nesse caso, é possível conversar sobre a possibilidade de essa atividade ser feita on-line – em vez de cartazes físicos, os estudantes fariam um cartaz virtual, com fotografias selecionadas e colocadas em uma página de apresentação de slides em um programa específico para tal.

ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

Divida a turma em grupos e explique que eles deverão trabalhar com as categorias descritas no texto – paisagem, retrato, fotografia jornalística, de moda e publicitária –, pois elas são uma categorização simples e de fácil entendimento. As fotografias jornalísticas devem vir acompanhadas da notícia.

Quando os cartazes (ou apresentações on-line) estiverem prontos, proponha que os grupos mostrem suas apresentações e expliquem o motivo da seleção de cada fotografia; questione-os sobre o tipo de foto, perguntando se é registro pessoal ou de uso comercial.

Após apresentarem as fotografias jornalísticas, peça ao grupo que leia também a notícia relacionada e questione-os acerca dos elementos visuais presentes na imagem: têm relação com o que foi escrito? Auxiliam na compreensão do texto?

Para observar e avaliar

Durante a atividade, observe a interação entre estudantes e integrantes de cada grupo. Note se todos participam e se argumentam ou realizam a pesquisa de maneira responsável. Nesse caso, no momento das apresentações, avalie a capacidade de comunicação e apresentação dos estudantes de cada grupo, bem como a reflexão e o debate acerca das fotografias jornalísticas. Com base na atividade, avalie se todos compreenderam os diferentes usos e fórmas de manifestação da fotografia como fórma de arte. Do contrário, solicite que o estudante que não alcançar os objetivos realize uma breve pesquisa sobre os tipos de fotografia e seus usos. Ele poderá apresentá-la aos colegas e disponibilizar o material na internet.

O surgimento da fotografia

Fotografia pode ser definida como as técnicas ou os processos utilizados para registrar e reproduzir uma imagem através de exposição luminosa em superfície sensível.

O advento da fotografia no século dezenove revolucionou a fórma como o ser humano enxerga a si mesmo e ao mundo. Sua invenção foi resultado de um processo de estudos e aperfeiçoamentos técnicos. A primeira experiência fotográfica conhecida, realizada por Joséf Niépis (17651833), ocorreu no final do século dezoito, por meio de uma chapa sensível à luz e de uma câmera escura.

Fotografia em preto e branco. Uma câmera retangular com a parte frontal composta de um buraco circular pequeno e ferros em espirais ao redor. Nas laterais, há partes menores e retangulares acopladas à caixa.
Câmera do inventor Joséf Niépis, século dezenove.
Fotografia em preto e branco. Vista do alto de uma rua. Nas laterais há prédios. Na parte inferior central, sombra.
Primeira fotografia registrada, tirada por Niépis, por volta de 1826.
Respostas e comentários

HABILIDADE

(ê éfe seis nove á érre zero cinco) Experimentar e analisar diferentes fórmas de expressão artística (desenho, pintura, colagem, quadrinhos, dobradura, escultura, modelagem, instalação, vídeo, fotografia, performance etcétera).

COMPETÊNCIA

Competência específica de Arte: 1

tê cê tê

Diversidade cultural

ATIVIDADES PREPARATÓRIAS

Inicie a aula perguntando aos estudantes que tipos de máquinas fotográficas eles já viram. Deixe que a turma responda livremente e, a partir de então, questione-os sobre a “idade” da fotografia como arte. Realize, então, a leitura do texto de maneira compartilhada, comentando que os gregos, no século quatro antes de Cristoponto, já tinham alguns conhecimentos sobre os princípios da câmara escura, que foram retomados por Leonardo da vinti no Renascimento. Em seus estudos, ele descreveu que a luz, ao penetrar um ambiente totalmente escuro por meio de um pequeno furo, fórma uma imagem invertida na parede em frente a esse furo.

Prossiga a aula solicitando aos estudantes que leiam o texto que descreve aspectos relacionados a história da fotografia e durante a leitura possibilite a observação dos elementos visuais presentes nas imagens.

 Para ampliar 

Para saber mais sobre a trajetória da fotografia veja a indicação: História da fotografia: Niépis imagens. Disponível em: https://oeds.link/UU2GTs. Acesso em: 21 junho 2022.

Nasce a fotografia

Entretanto, considera-se 1839 o ano oficial do surgimento da fotografia, com o lançamento do daguerreótipo. O aparelho, desenvolvido por Luí Daguérre (17851851), era formado por uma câmera escura que continha, em seu interior, uma folha de prata sensibilizadora sobre uma placa de cobre. Esse princípio de fixação proporcionava imagens de melhor qualidade.

Fotografia. Uma câmera preta em formato quadriculado com um círculo dourado na parte frontal.
O daguerreótipo foi inventado por Luí Daguérre e introduzido mundialmente em 1839.

Com o passar do tempo, a fotografia tornou-se muito popular e acessível. O custo de produção ficou mais baixo e os equipamentos foram se tornando mais portáteis, ganhando diversos acessórios, como as lentes especiais para paisagens e retratos. O público que, antes da fotografia, buscava artistas retratistas para realizar uma pintura de sua própria imagem ou de sua família, agora estava fascinado com a ideia de ter seu rosto perpetuado pela nova tecnologia.

Ícone de atividade em grupo.
Ícone de atividade oral.

6. Quais são os diferentes usos da fotografia em nossa sociedade? Para responder, com a orientação do professor, elaborem uma lista coletiva com as diferentes fórmas de utilização das imagens fotográficas na atualidade.

Respostas e comentários

6. Atualmente, a fotografia é utilizada em diferentes áreas, como atividade particular e comercial. Podemos citar como áreas que fazem uso recorrente da fotografia o jornalismo, a publicidade, a moda e as artes visuais. Ela também é utilizada para registros documentais e registros pessoais, como lazer e entretenimento.

ATIVIDADES PREPARATÓRIAS

Continue a conversa sobre a história da fotografia e relembre alguns palpites dados por eles acerca das máquinas fotográficas antigas. Analise com a turma o “daguerreótipo” criado por Luí Jáque Mondê Daguérre (17851851), na França.

Paralelamente, o físico inglês Uíliam Renri Fóx Tálbot (18001877) desenvolvia estudos que buscavam meios de fixar a imagem obtida pela câmera escura em materiais sensíveis à luz. Talbot desenvolveu um processo de fixação de imagens em diferentes materiais e chamou de calótipo o aparelho que possibilitava esse processo.

ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

Leia para a turma o enunciado da questão. Converse com os estudantes sobre os diferentes usos da fotografia em nossa sociedade, relembrando os tipos de fotografias que foram analisados anteriormente.

Deixe que respondam livremente, solicitando que justifiquem suas respostas. Oriente-os na elaboração da lista coletiva dessas diferentes fórmas de utilização da fotografia na atualidade.

Para observar e avaliar

Durante a leitura e o debate, note se os estudantes compreenderam o fato de que a fotografia se relaciona com a física da iluminação. Nesse caso, com base na atividade, é possível perceber também se compreenderam que existem diferentes fórmas nas quais a fotografia está presente na sociedade. Caso algum estudante não atinja os objetivos, proponha que realize uma pesquisa sobre a história da fotografia na África, na Ásia, na Oceania e na América Latina. Solicite que apresente a pesquisa on-line e deixe-a disponibilizada virtualmente para acesso de outras turmas e membros da comunidade local.

Fotografia e imprensa

Pouco tempo depois de seu surgimento, a fotografia passou a ser utilizada em muitos momentos da vida social: para enviar retratos de família aos amigos e parentes, para registrar casamentos, festas, viagens etcétera Também passou a ser usada em estudos históricos, geográficos e científicos. Foram registradas novas paisagens, diferentes tipos humanos, lugares distantes e exóticos, expedições científicas, atividades militares etcétera

Ao se perceber o potencial da fotografia para o registro dos acontecimentos cotidianos, a imagem fotográfica passou a se multiplicar em jornais, tornando-se, com o texto escrito, portadora de informações. Surgia, então, o fotojornalismo, uma nova linguagem e atividade profissional. Com o tempo, as revistas também substituíram as imagens feitas em serigrafiaglossário , xilogravura, litogravuraglossário e gravura em metal por fotografias. A publicidade também iria usar – e, em muitos casos, abusar – dos recursos estéticos possibilitados pela fotografia.

Capa de jornal. No centro, o título: DECLARADA A GUERRA. Abaixo há textos e fotografias em preto e branco.
Capa de revista. Na parte superior esquerda, o título: FON FON. Abaixo, o título: 1907-1955. No centro, fotografia de uma mulher de cabelo curto penteado para o lado, usando vestido laranja, com a mão ao lado da boca e assoprando na direção de um bolo branco com velas.
Fotografia. Em destaque, duas passarelas paralelas e, nas duas laterais, fileiras de pessoas estão sentadas lado a lado segurando celulares e câmeras fotográficas e apontam na direção de um homem de cabelo encaracolado, usando óculos escuros, terno azul estampado e segurando um microfone no centro; ele caminha por uma das passarelas.
1. Exemplo de fotojornalismo: fotografia publicada na capa do jornal O Globo, de 3 de setembro de 1939. 2. Capa da revista Fon Fon, de 23 de abril de 1955, com fotografia. 3. Desfile de moda, no qual os irmãos Emicida e Evandro Fióti lançaram sua marca. Fotografia publicada em notícia de página virtual, em 2016.
Respostas e comentários

HABILIDADE

(ê éfe seis nove á érre zero cinco) Experimentar e analisar diferentes fórmas de expressão artística (desenho, pintura, colagem, quadrinhos, dobradura, escultura, modelagem, instalação, vídeo, fotografia, performance etcétera).

COMPETÊNCIA

Competência específica de Arte: 1

tê cê tê

Diversidade cultural

ATIVIDADES PREPARATÓRIAS

Realize a leitura de maneira compartilhada com os estudantes, pontuando acerca do surgimento da fotografia e os de seus usos. Nesse caso, é interessante escrever na lousa as palavras desconhecidas no texto, de modo a conversar com a turma sobre seus significados e construir um glossário personalizado com as definições criadas pelos próprios estudantes.

ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

Descreva os elementos visuais presentes nas imagens, de modo a debater como a fotografia teve, desde sua criação, seu uso social modificado ao longo das décadas. Analise com os estudantes as três fotografias observadas, desde o fotojornalismo até uma revista e o desfile de moda. É interessante debater com a turma quais seriam as diferenças entre esses usos da fotografia

Para observar e avaliar

Durante a leitura e debate, note se os estudantes compreenderam a relação entre fotografia e imprensa. Caso algum estudante apresente dificuldades, analise jornais do dia debatendo a importância dos registros fotográficos para as matérias noticiadas.

Padrões de beleza na mídia

Revistas, programas de televisão, sites, blogs e vídeos definem e reproduzem, atualmente, fotografias de um padrão de beleza que supervaloriza pessoas jovens, esbeltas e magras. Para manter esse padrão, muitas fotografias de pessoas passam por manipulações em softwares de edição de imagem, levando o público a acreditar que algumas celebridades nunca envelhecem nem têm seu corpo transformado pelos anos vividos.

Fotografia. Destaque para parte da cabeça, nariz, lábios, queixo, pescoço, tronco e mãos de uma mulher de pele lisa.
As manipulações em fotografias, os chamados “filtros” de imagem, na atualidade, inauguraram uma nova fórma de “padrão de beleza” amplamente divulgado em redes sociais.

Essa ilusão de uma “perfeição” estética ligada a um ideal de beleza leva muitas pessoas a consumir produtos para emagrecer, cosméticos para rejuvenescimento, aparelhos de ginástica, entre outras coisas, enfrentando grandes dificuldades para alcançar um padrão que, muitas vezes, é inatingível, por ser irreal.

Ícone de atividade em grupo.
Ícone de atividade oral.
  1. Discuta com os colegas sobre esse tema, a partir dos seguintes questionamentos.
    1. Como as imagens veiculadas na mídia podem afetar a percepção que as pessoas têm de seu próprio corpo?
    2. Qual a melhor maneira de lidar com essa imposição estética e de comportamento?
    3. Descrevam algumas atitudes que podem contribuir para, de alguma fórma, rompermos com esses padrões.
    4. O desejo de alcançar um padrão de beleza apresentado pelas mídias pode levar pessoas a colocarem em risco a própria saúde. Com orientação do professor, investiguem artigos de revistas, jornais ou na internet que evidenciem esses riscos e compartilhem os resultados com a turma.
Respostas e comentários

7. Respostas pessoais. Ver orientações em Atividades de desenvolvimento.

HABILIDADE

(ê éfe seis nove á érre zero cinco) Experimentar e analisar diferentes fórmas de expressão artística (desenho, pintura, colagem, quadrinhos, dobradura, escultura, modelagem, instalação, vídeo, fotografia, performance etcétera).

COMPETÊNCIAS

Competência geral: 9

Competências específicas de Arte: 1 e 6

tê cê tê

Diversidade cultural

ATIVIDADES PREPARATÓRIAS

Convide a turma a fazer uma breve investigação na internet – utilizando os próprios celulares, os estudantes deverão entrar em diferentes sites e realizar pesquisas relacionadas como os padrões estéticos de beleza na atualidade. Peça a eles que comparem entre si as principais imagens do site de busca e debata com a turma sobre os padrões estéticos perpetuados por essas fotografias.

ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

Após a leitura do texto, divida a turma em grupos diversos e solicite que realizem a atividade proposta. Nesse caso, leia com a turma as questões presentes e deixe que discutam suas respostas entre si.

Proponha que as respostas sejam consensuais entre os integrantes do grupo após debate e argumentação. Em seguida, organize uma roda de conversa e discuta as questões levantadas na seção.

Diga aos estudantes que, muitas vezes, o desejo de alcançar um padrão de beleza apresentado pelas mídias pode levar pessoas a colocarem em risco a própria saúde. Debata com a turma como os padrões de beleza podem prejudicar a saúde da população, incentivando regimes ineficazes e muitas vezes sem base científica, ou piorando a saúde mental, ao criar comparações com as próprias modelos nas fotografias.

É interessante deixar que a turma debata livremente, expressando suas opiniões e pontos de vista pessoais de maneira respeitosa, com argumentações e justificativas para as respostas.

Para observar e avaliar

Com base na atividade proposta, observe se os estudantes compreenderam como a fotografia tem um papel social envolvido e se torna, portanto, extremamente importante na questão da propagação e da manutenção dos padrões estéticos prejudiciais à sociedade. É interessante analisar a capacidade de argumentação e interação entre os grupos. Caso o estudante não tenha alcançado os objetivos presentes, proponha que realize uma pesquisa sobre a fotografia e os padrões de beleza na sociedade e como ambos se relacionam com a saúde mental coletiva. Convide o estudante a apresentar seus resultados em uma apresentação virtual que ficará disponível para as outras turmas.

Fotografia e artes visuais

Originalmente, o principal objetivo da fotografia era o registro de imagens estáticas, o que facilitava o registro do que seria retratado, pois o movimento afetava a captação de imagens. Só mais tarde alguns fotógrafos passaram a se preocupar em transmitir, por meio da fotografia, uma interpretação própria do mundo, deixando uma marca pessoal.

A fim de desenvolver os aspectos artísticos da linguagem fotográfica, diversos fotógrafos passaram a usar a criatividade e a técnica, extrapolando a mera reprodução da realidade. A fotografia tornava-se, assim, meio de expressão, criando imagens inspiradas nas artes visuais e na literatura. A esse movimento deu-se o nome de Pictorialismoglossário .

Fotografia em preto e branco. Em formato circular, retrato de uma mulher usando lenço na cabeça e roupa preta, com cabelo penteado para trás, está ao lado e com o tronco inclinado para frente, na direção de um bebê de cabelos loiros e deitado de lado sobre um colchão e com os olhos fechados.
Fotografia de Djúlia Márgaret Câmeron e de Árchi (nascido em 1863). Árchi era filho do filho mais velho de Cameron e ela costumava usá-lo como modelo para o menino Jesus em quadros bíblicos. Muito de seu trabalho refletia o estilo de pintura popular na época.

Uma das mais importantes representantes do movimento pictorialista foi a fotógrafa Djúlia Márgaret Câmeron (18151879). Djúlia ganhou sua primeira câmera fotográfica aos 48 anos de idade e, a partir desse momento, desenvolveu uma carreira como fotógrafa.

Para a época, suas fotografias eram pouco convencionais e se enquadravam em duas categorias: retratos e encenações de alegoriasglossário , inspiradas em obras religiosas e literárias. Após um período de questionamento sobre o papel da arte diante dos avanços proporcionados pelo surgimento da fotografia, os pintores se apropriaram dos efeitos ópticos da fotografia, que os auxiliava na escolha de novos planos e enquadramentos em ângulos até então nunca explorados.

Respostas e comentários

HABILIDADES

(ê éfe seis nove á érre zero um) Pesquisar, apreciar e analisar fórmas distintas das artes visuais tradicionais e contemporâneas, em obras de artistas brasileiros e estrangeiros de diferentes épocas e em diferentes matrizes estéticas e culturais, de modo a ampliar a experiência com diferentes contextos e práticas artístico-visuais e cultivar a percepção, o imaginário, a capacidade de simbolizar e o repertório imagético.

(ê éfe seis nove á érre zero cinco) Experimentar e analisar diferentes fórmas de expressão artística (desenho, pintura, colagem, quadrinhos, dobradura, escultura, modelagem, instalação, vídeo, fotografia, performance etcétera).

COMPETÊNCIAS

Competência geral: 3

Competência específica de Arte: 6

tê cê tês

  • Diversidade cultural
  • Educação em direitos humanos

ATIVIDADES PREPARATÓRIAS

Converse com a turma sobre a fotografia como fórma de expressão artística de fato. Até o momento, as fotografias que os estudantes avaliaram seriam consideradas “artes visuais” por eles? Questione-os sobre isso e deixe que respondam livremente. Em seguida, realize a leitura do texto de maneira compartilhada, evidenciando o movimento pictorialista que eclodiu na França, na Inglaterra e nos Estados Unidos a partir da década de 1890, congregando os fotógrafos que ambicionavam produzir aquilo que consideravam fotografia artística, capaz de conferir aos praticantes o mesmo prestígio e respeito granjeado pelos praticantes dos processos artísticos convencionais.

Descreva os elementos visuais das fotografias, pontuando que as fotos se parecem com pinturas. Explique que os pictorialistas, com o objetivo de aperfeiçoar e modificar as imagens, desenvolveram diferentes técnicas de manipulação dos negativos, obtendo resultados próximos aos da pintura. Por meio dessas técnicas, era possível controlar tonalidades de cores, modificar os efeitos da luz, disfarçar e remover detalhes. Hoje, essas alterações são possíveis, além de muitas outras, mas os fotógrafos não precisam mais interferir no negativo – elas podem ser feitas com o uso de softwares especializados em edição de imagens.

Ao final da conversa, explique aos estudantes que a ânsia de reconhecimento levou muito dos adeptos do pictorialismo a tentar imitar a aparência e o acabamento de pinturas, gravuras e desenhos em vez de tentar explorar os novos campos estéticos oferecidos pela fotografia. Por essa razão, o movimento, que durou até a década de 1920, aproximadamente, foi estigmatizado durante muito tempo. Atualmente, vemos o movimento ressurgir.

O pintor francês Eugêne Delacroá (17981863), por exemplo, usou a fotografia para registrar poses difíceis, que depois seriam pintadas em uma tela. Assim como delacroá, edigár degá (18341917), entre outros artistas de sua época, também utilizou a fotografia para realizar estudos de composições diferentes e poses incomuns ou difíceis de serem mantidas pelo modelo por muito tempo.

Pintura. Quatro bailarinas de cabelo castanho penteado para trás, usando vestido azul. À esquerda, uma delas está com a cabeça inclinada e com a mão direita no peito e o braço esquerdo esticado para trás. À direita, há duas bailarinas com os braços flexionados na altura dos ombros. Na parte inferior, há uma bailarina com o tronco flexionado no sentido do chão, por isso, seu rosto não aparece na cena. Na obra, predomina o contraste de cores frias, como os tons de azul dos vestidos, e cores quentes, como os tons de laranja e amarelo ao fundo.
Bailarinas de azul, de edigár degá, 1890. Pastel sobre papel, 65 centímetros por 65 centímetros.
Fotografia em preto e branco. Vista de costas de uma mulher de cabelo preto penteado para trás, usando vestido branco, está com os dois braços flexionados para trás das costas e o rosto inclinado para a direita. Ao redor há linhas e manchas escuras.
Bailarina ajustando sua roupa, fotografia de edigár degá, cêrca de 1895.

8. edigár degá utilizou a imagens obtidas em fotografias para pintar algumas das suas telas. Com a orientação do professor investigue em livros, revistas ou na internet uma fotografia que poderia ilustrar um trecho de um livro, um conto ou um poema que você já leu. Após a investigação, elabore uma legenda com informações sobre o trecho do livro, o conto ou o poema, assim como sobre a imagem selecionada e as razões da sua escolha. Para finalizar, compartilhe a fotografia e a legenda com os colegas.

Respostas e comentários

8. Ver orientações em Atividades de desenvolvimento.

ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

Oriente a turma durante a pesquisa em livros, revistas ou na internet, reforçando a importância de utilizarem fontes confiáveis e com boas informações. Nesse caso, solicite que os estudantes montem os resultados das pesquisas em uma apresentação on-line e que a apresentem aos colegas de turma em outro momento.

Durante esse momento, questione os estudantes sobre a legenda elaborada e imagem escolhida. Pergunte também sobre a possível inspiração artística que o autor da fotografia teria utilizado.

Proponha a eles que, coletivamente, juntem todas as apresentações e as disponibilizem na internet, como uma exposição artística virtual. Converse com a direção da escola sobre essa possibilidade.

Para observar e avaliar

Observe se os estudantes compreenderam o papel da fotografia como arte visual, enxergando que uma foto pode ir além de simplesmente mostrar a cena que é vista pelo fotógrafo em questão. Nesse caso, é interessante notar, com base na atividade proposta, essa mesma visão dos estudantes, que deverão colocar em prática o que foi aprendido. Do contrário, divida a turma em duplas, de modo que cada estudante auxilie o outro no processo de aprendizagem.

Fotografia no Brasil

A fotografia chegou ao Brasil em 1840, ano seguinte ao seu surgi­mento “oficial” na França, e seu uso se espalhou pelo país nas décadas de 1850 e 1860. O Imperador dona Pedro II foi considerado o primeiro fotógrafo brasileiro e um grande colecionador de fotografias.

Fotografia. Retrato de corpo inteiro de D. Pedro II, um homem de cabelo branco e curto penteado para trás, de barba branca e grande, usando terno preto, calça e sapatos pretos, está sentado sobre uma poltrona escura com a mão direita sobre a perna. Ao lado há diversas plantas.
dona Pedro II, imperador do Brasil, de Joaquim Insley Pacheco, 1883. Fotografia, 37,5 centímetros por 29,5 centímetros.

Há fontes e documentos que comprovam experimentos fotográficos em terras brasileiras, especificamente na cidade de Campinas, no atual estado de São Paulo, em 1833. Seis anos antes do surgimento oficial da fotografia em Paris, o francês ercúle florênce (18041879), que vivia no Brasil havia alguns anos, já tinha desenvolvido experiências fotoquímicas de sensibilização e fixação de imagens no papel. Ele batizou sua descoberta de fotográfí.

ercúle florênce chegou ao Rio de Janeiro em 1824 e mostrou interesse pelas expedições dos viajantes europeus pelo “Novo Mundo”. Como desenhista e entusiasta das ciências, Ércule integrou a Expedição Langsdorffglossário entre 1825 e 1829, escrevendo grande parte dos relatos e produzindo uma parcela considerável dos desenhos que documentam a passagem dos membros da expedição pelo território brasileiro.

Respostas e comentários

HABILIDADES

(ê éfe seis nove á érre zero um) Pesquisar, apreciar e analisar fórmas distintas das artes visuais tradicionais e contemporâneas, em obras de artistas brasileiros e estrangeiros de diferentes épocas e em diferentes matrizes estéticas e culturais, de modo a ampliar a experiência com diferentes contextos e práticas artístico-visuais e cultivar a percepção, o imaginário, a capacidade de simbolizar e o repertório imagético.

(ê éfe seis nove á érre zero cinco) Experimentar e analisar diferentes fórmas de expressão artística (desenho, pintura, colagem, quadrinhos, dobradura, escultura, modelagem, instalação, vídeo, fotografia, performance etcétera)

COMPETÊNCIAS

Competência geral: 3

Competência específica de Arte: 3

tê cê tês

  • Diversidade cultural
  • Educação em direitos humanos

ATIVIDADES PREPARATÓRIAS

Retome o que foi conversado com os estudantes sobre a fotografia e sua história, perguntando-lhes sobre a introdução dessa expressão artística no Brasil. Convide a turma a realizar a leitura do texto de maneira compartilhada, comentando sobre o fato de que dona Pedro II é considerado o primeiro fotógrafo brasileiro.

Durante a leitura, reforce algumas expressões grifadas no texto, lendo suas definições com a turma posteriormente. Nesse caso, realize também a descrição dos elementos visuais presentes nas fotografias da página.

ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

Após as leituras, divida a turma em duplas e proponha que realizem a atividade sugerida. Nesse caso, leia com os estudantes os enunciados e peça a eles que, ao final da primeira atividade, debatam em voz alta as respostas.

Na segunda atividade, oriente-os durante a pesquisa, reforçando a necessidade de utilizar sites confiáveis para as buscas. Solicite também que as duplas anotem os sites que utilizaram como fonte. Peça-lhes que apresentem as imagens e criem a legenda. É interessante propor que os estudantes não somente compartilhem as imagens entre si, mas também que montem uma pequena apresentação com a imagem utilizada e sua legenda. Proponha que esse material seja divulgado na escola e fique disponibilizado virtualmente.

Durante o século dezenove, atuaram no Brasil talentosos fotógrafos, como João Ferreira Villela, José Christiano Júnior (18321902) e Marc Ferrez (18431923). As imagens produzidas por eles ajudam a melhor compreender a sociedade e a paisagem brasileiras dessa época.

Fotografia em preto e branco. Uma mulher negra de cabelo encaracolado e curto, de sobrancelhas finas, nariz e lábios largos, usando vestido preto, está sentada em uma cadeira com o braço direito sobre a perna; em pé ao seu lado há uma criança branca de cabelo preto penteado para o lado, usando agasalho cinza; ele está  com os braços cruzados com os da mulher e a cabeça apoiada no ombro direito dela.
Artur Gomes Leal e sua ama de leite Mônica, de João Ferreira Villela, Recife. Pernambuco, 1860. Fotografia, 9,1 centímetros por 5,5 centímetros.
Fotografia em preto e branco. Dois homens, um deles sem camisa, estão vestindo calças brancas dobradas até os joelhos; eles estão dentro de um rio; um deles está à direita, caminhando para a margem e carregando cestos e cuias na cabeça; o outro está com os pés no rio e balançando um objeto grande e redondo, com larga abertura acima. Ao fundo há uma cachoeira, árvores, vegetação e algumas casas brancas.
Lavagem de ouro, fotografia, de Marc Ferrez, Minas Gerais, centésima1880.
Ícone de atividade em dupla.
  1. Observem as fotografias e suas respectivas legendas e descrevam as pessoas, a época e o período da história evidenciado. Descrevam também o que as imagens retratam.
  2. As fotografias podem nos ajudar a melhor compreender a história, a sociedade e as paisagens brasileiras. Investiguem na internet uma imagem que melhor represente, na opinião de vocês, o momento atual brasileiro. Elaborem uma legenda com informações sobre a fotografia e as razões da escolha da imagem. Compartilhem as imagens e as legendas com os colegas explicando o motivo das escolhas.
Respostas e comentários

9. e 10. Resposta pessoal. Ver orientações em Atividades de desenvolvimento.

ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

Na atividade 9 evidencie as pessoas escravizadas em diferentes atividades e uma criança, que provavelmente era filho de um senhor de escravizados. As fotografias são de 1860 e 1880 e retratam o período da escravidão no Brasil. Amplie a temática explicando aos estudantes que era comum naquele período impor às mulheres escravizadas a função de amamentar os filhos dos senhores. Na atividade 10 oriente os estudantes na investigação, pesquisa e seleção em livros e sites da internet e na elaboração das descrições das imagens que representam para os alunos o momento atual brasileiro. Possibilite o compartilhamento das imagens.

Para observar e avaliar

Durante a leitura do texto, observe se os estudantes notaram as épocas mencionadas de maneira a compreenderem que a fotografia no Brasil se iniciou também em época parecida à de outros países. É interessante notar se entenderam também o papel da fotografia na época da escravidão brasileira. Com base na atividade, perceba como se expressam acerca da atual situação do Brasil. Caso algum estudante não alcance os objetivos propostos, solicite que realize uma breve pesquisa sobre a Expedição Lânguisdórfi e que apresente on-line seus resultados para o restante da turma.

Fotografia: século vinte e contemporaneidade

A fotografia, assim como a pintura, tornou-se linguagem artística e meio de expressão utilizado por diversos artistas durante o século vinte e na contemporaneidade. Destacam-se, entre outros, a mineira Rosângela Rennó (1962) e o paulista Vik Muniz (1961).

A imagem fotográfica está presente em diversos trabalhos da artista Rosângela Rennó, como na obra Imemorial. Para esse trabalho, ela pesquisou, no Arquivo Público do Distrito Federal, fotografias 3 por 4 de operários (homens, mulheres e crianças) que trabalharam na construção da cidade de Brasília.

Esses operários, ou “candangos”, como eram conhecidos na época, tinham uma pesada carga horária de trabalho, cumprindo aproximadamente 90 horas semanais, trabalhando na construção de Brasília, desde o início do projeto, na segunda metade dos anos 1950, até sua inauguração nos anos 1960.

Na obra de Rosângela Rennó, foram usadas várias dessas fotografias 3 por 4 ampliadas, para compor o que a artista chamou de Imemorial. Ora, se um memorial é um monumento que tem por objetivo preservar a memória de um ou alguns personagens de uma comunidade, o título Imemorial (in = prefixo de negação + memorial) remete ao fato de que foram esquecidos os trabalhadores que construíram uma cidade tão importante quanto Brasília. Na obra de Rennó, eles foram apresentados, nas fotografias, sem seus nomes.

Fotografia em preto e branco. Retrato de um homem de cabelo grisalho e curto penteado para cima, de sobrancelhas grossas, nariz largo, lábios finos, orelhas grandes, usando camisa clara.
Fotografia em preto e branco. Retrato de um homem de cabelo preto penteado para cima, de sobrancelhas grossas, nariz e lábios finos, rosto fino, usando camisa branca.
Rosângela Rennó. 40 retratos em película ortocromática pintada e 10 retratos em fotografia em cor em papel resinado sobre bandejas de ferro e parafusos. Título “Imemorial” na parede em letras de metal pintado. 60 por 40 por 2 centímetros (cada retrato). Vista da exposição Mamã, Recife, 2006.
Ícone de atividade oral.

11. Você já tirou uma fotografia 3 por 4? Se não tirou, converse com pessoas mais velhas, pais, tios, parentes, se eles já tiraram uma fotografia desse tipo e qual era a função das imagens. Troque ideias com os colegas a esse respeito.

Clique no play e acompanhe a reprodução do Áudio.

Transcrição do áudio

Uma mulher: um clique em busca da memória

 

Locutor: Uma mulher: um clique em busca da memória.

Cliques e sons de câmeras fotográficas

Locutor: Esse som que você acabou de ouvir é de uma câmera fotográfica.

Essa caixinha mágica que captura a realidade e, por que não?, os sonhos chegou ao Brasil em 1840, apenas um ano depois de ter

sido criada pelos franceses Louis Daguerre e Joseph Necephoree Niépce e de ter recebido o nome de daguerreótipo. E o grande entusiasta dessa nova forma de arte e de registro histórico por aqui foi o próprio imperador Dom Pedro II, considerado o primeiro fotógrafo brasileiro.

Sons de câmeras fotográficas

Locutor: Agora, vamos dar um grande salto no tempo. 154 anos se passaram: as máquinas já são portáteis e as fotografias são registradas em papel. Estamos no ano de 1994 e a exposição da artista mineira Rosângela Rennó começa a ganhar espaço nos museus brasileiros com a sua obra Imemorial.

Depois de pesquisar no Arquivo Público do Distrito Federal, a artista conseguiu reunir 50 fotografias 3 × 4 de operários que trabalharam na construção de Brasília: tanto homens quanto mulheres... e até crianças.

As fotos foram ampliadas e expostas de uma maneira na qual quarenta desses operários que morreram no trabalho aparecem em imagens bem escuras. Ao passo que as imagens de dez crianças que também participaram da construção da capital federal, mas sobreviveram, estão impressas de forma mais clara e iluminada.

Mas todas as imagens são apresentadas sem o nome dos fotografados, em uma clara alusão ao apagamento que nossa sociedade fez das identidades dos que colaboraram com a construção de Brasília, na segunda metade dos anos de 1950. Um verdadeiro retrato da invisibilidade desses trabalhadores que acabaram relegados não só às periferias da moderna capital nacional, como também ao esquecimento.

Sons de câmeras fotográficas

Locutor: Se no passado ficou a cargo da pintura fazer registros de pessoas, lugares e momentos históricos, a partir do século XX a fotografia tomou para si esse papel. E foi além, tornando-se um meio de expressão.

Essa é a magia da fotografia. Ela consegue fazer registros de coisas até consideradas banais, simples, mas que ao serem organizadas e expostas a partir do olhar de artistas visuais nos levam à reflexão.

E essa reflexão pode conter tanto o aspecto individual – nossa forma de enxergar o mundo e pertencer a ele –, quanto o aspecto coletivo, a maneira como a sociedade encara diversas questões.

Sons de câmeras fotográficas

Locutor: Agora propomos um desafio. Pense nas fotos além da chamada selfie, a autofotografia. De que maneira a câmera do seu celular pode registrar seu mundo? E mais: você já pensou em organizar suas fotos de forma que elas contem uma história, que transmitam

uma mensagem? Pense nisso. Suas fotos nas redes sociais revelam acontecimentos corriqueiros, do dia a dia, ou dizem muito sobre quem você é e a época em que você vive?

Sons de câmeras fotográficas

Locutor: Créditos. Todos os áudios inseridos neste conteúdo são da Freesound

Respostas e comentários

11. Resposta pessoal. Ver orientações em Atividades de desenvolvimento.

HABILIDADES

(ê éfe seis nove á érre zero um) Pesquisar, apreciar e analisar fórmas distintas das artes visuais tradicionais e contemporâneas, em obras de artistas brasileiros e estrangeiros de diferentes épocas e em diferentes matrizes estéticas e culturais, de modo a ampliar a experiência com diferentes contextos e práticas artístico-visuais e cultivar a percepção, o imaginário, a capacidade de simbolizar e o repertório imagético.

(ê éfe seis nove á érre zero cinco) Experimentar e analisar diferentes fórmas de expressão artística (desenho, pintura, colagem,quadrinhos, dobradura, escultura, modelagem, instalação, vídeo, fotografia, performance etcétera).

COMPETÊNCIAS

Competência geral: 3

Competência específica de Arte: 3

tê cê tês

  • Diversidade cultural
  • Educação em direitos humanos

ATIVIDADES PREPARATÓRIAS

Converse com a turma sobre o papel da fotografia e seus diferentes usos na sociedade. Questione-os sobre como a fotografia poderia ser utilizada para a expressão de uma possível revolta ou posicionamento sobre questões sociais e políticas.

Faça a leitura do texto de maneira compartilhada, comentando sobre a exposição Imemorial, de Rosângela Rennó, no Brasil. Analise os elementos visuais presentes nas fotografias, destacando o fato de que há somente uma numeração presente nas imagens. Durante a leitura, destaque também o significado de “imemorial” e pergunte se os estudantes lembram se há alguma questão política envolvida na história da construção de Brasília.

ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

Após a leitura e a análise das fotografias, convide a turma a responder de maneira coletiva às atividades propostas. Leia os enunciados e deixe que respondam livremente.

Na atividade 11, explique que as fotos 3por4 têm a função de registrar e documentar rostos, sendo possível observá-las em documentos importantes como o RG. Caso considere adequado, pergunte à turma quem possui érre gê e, caso se sintam à vontade, peça-lhes que mostrem sua foto para os colegas.

O artista Vik Muniz trabalha com diferentes materiais, como resíduosglossário , brinquedos, revistas, peças de quebra-cabeça, linhas, arame, diamantes, além de diversos tipos de alimento (geleia, pasta de amendoim, chocolate, açúcar, feijão, macarrão etcétera). A fotografia é essencial para registrar as obras criadas por esse artista, especialmente as realizadas com materiais perecíveis.

Fotografia em preto e branco. Destaque para uma criança de cabelo penteado com tranças para o lado, de sobrancelhas grossas, nariz largo, lábios grossos, olhos escuros, usando uma regata branca. Ela está sorrindo e contraindo os lábios.
Dê Châgar Tchildren (Crianças de Açúcar), Valentina, Dê Féstést (Valentina, a mais veloz), de Vik Muniz, 1966. Cópia fotográfica de emulsão de prata, 1996, 35,6 por 27,9 centímetros.

Criada por Vik em 1996, a série Crianças de açúcar foi um trabalho que possibilitou ao artista ser reconhecido internacionalmente. As imagens retratam crianças pobres caribenhas que são filhos de trabalhadores que cortam cana-de-açúcar nas plantações. A obra reproduzida nesta página é um exemplo da série. As obras foram feitas com vários tipos de açúcar e, depois de fotografadas, o açúcar foi colocado em potes, expostos em museus pelo mundo.

Ícone de atividade em grupo.
Ícone de atividade oral.
  1. Discutam sobre os questionamentos a seguir.
    1. Quem eram as crianças retratadas por Vik Muniz na série Crianças de açúcar?
    2. Que material foi utilizado pelo artista para retratar as crianças caribenhas?
    3. Em sua opinião, qual é a relação entre o material usado e as pessoas retratadas na obra?
Respostas e comentários

12. Ver orientações em Atividades de desenvolvimento.

ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

Na atividade 12, divida a turma em grupos e faça as perguntas presentes no enunciado. Permita que os grupos pesquisem rapidamente algumas das respostas. Após o debate sobre as respostas, amplie o tema falando sobre o paradoxo da doçura do açúcar e a dureza da vida dos pais cortadores de cana e de seus filhos.

Para observar e avaliar

Com base nas atividades e na leitura do texto, é possível observar se os estudantes compreenderam o papel social presente na fotografia como fórma de expressão artística. É interessante analisar se eles se lembram, por exemplo, das questões históricas envolvidas na construção de Brasília e como o papel da fotógrafa Rosângela Rennó, por exemplo, evidenciou uma revolta popular presente na época e posteriormente. Observe se alcançaram os objetivos propostos; do contrário, é possível solicitar que realizem uma breve pesquisa sobre os impactos sociais que as exposições Imemorial e Crianças de Açúcar tiveram na nossa sociedade. Solicite que o estudante em questão apresente seus resultados de maneira breve para os colegas e que disponibilize tudo em uma apresentação on-line.

VAMOS CONHECER MAIS

Fotografia em preto e branco. Retrato do busto de uma mulher de cabelo preto curto penteado para o lado, de sobrancelhas, nariz e lábios finos, usando camisa florida, está com o rosto levemente inclinado para a direita.
Iolanda Uzáqui. São Paulo, cerca de 1990.

Iolanda Uzáqui

A fotógrafa Iolanda Uzáqui (19472013) nasceu em São Paulo (ésse pê) e atuou no fotojornalismo durante mais de quarenta anos. Desenvolveu projetos relacionados principalmente com questões sociais que envolvem o trabalho, a mulher, a infância e a memória cultural brasileiras. Leia um texto e observe algumas imagens que retratam o trabalho da fotógrafa.

Quando Iolanda Uzáqui era pequena não sonhava em ser fotógrafa. Em verdade, sua maior vontade era terminar logo de arrumar a casa, lavar a louça, tirar água do poço e fazer a barra dos vestidos que a mãe vendia nos fins de semana, para então, se sobrasse um tempinho, poder brincar com as colegas de sua idade, também sobrecarregadas de tarefas. Começou a fotografar aos 22 anos, registrando a memória e história da ême pê bê, mas, a partir da década de 1980, descobriu a importância de registrar a dignidade do ser humano e preferiu narrar histórias de pessoas por meio das imagens, retratando temas como trabalho, mulher e, certamente influenciada pela própria história, exploração infantil. Nos meus trabalhos pessoais, aprofundo temas que envolvem a relação do homem com a sua história, com sua cultura, define-se. Iolanda sabe muito bem que uma fotografia não muda o mundo, mas contribui para que isso ocorra, e a partir da reflexão dos que admiram seu trabalho, espera atingir a consciência social a respeito de temas da maior importância.

Pêrsiquêti, Simonetta. Iolanda Uzáqui. Iolanda Uzáqui, [sem local, 2010 década certa]. Disponível em: https://oeds.link/13HwIs. Acesso em: 29 maio 2022.

Respostas e comentários

HABILIDADES

(ê éfe seis nove á érre zero um) Pesquisar, apreciar e analisar fórmas distintas das artes visuais tradicionais e contemporâneas, em obras de artistas brasileiros e estrangeiros de diferentes épocas e em diferentes matrizes estéticas e culturais, de modo a ampliar a experiência com diferentes contextos e práticas artístico-visuais e cultivar a percepção, o imaginário, a capacidade de simbolizar e o repertório imagético.

(ê éfe seis nove á érre zero cinco) Experimentar e analisar diferentes fórmas de expressão artística (desenho, pintura, colagem, quadrinhos, dobradura, escultura, modelagem, instalação, vídeo, fotografia, performance etcétera).

COMPETÊNCIAS

Competência geral: 3

Competência específica de Arte: 3

tê cê tês

  • Diversidade cultural
  • Educação em direitos humanos

ATIVIDADES PREPARATÓRIAS

Leia o texto de maneira compartilhada com os estudantes, destacando o trecho presente. Durante a leitura, retome o que foi debatido anteriormente sobre o papel social da fotografia como expressão artística e relembre também a exposição Imemorial, de Rosângela Rennó.

Analise e descreva os elementos visuais presentes nas fotografias e pergunte aos estudantes se veem semelhanças entre os trabalhos de Iolanda Uzáqui e Rosângela Rennó.

ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

Após a leitura do texto e a análise das imagens, convide os estudantes a realizarem as atividades propostas. Nesse caso, faça as perguntas em voz alta e deixe que a turma responda livremente. Possibilite a conversa e a troca de informações e destaque que a obra de Iolanda Uzáqui evidencia a relação dos seres humanos com a história e a cultura, retratando temas relevantes associados ao trabalho, a exploração infantil e a condição das mulheres na sociedade.

Leia a frase reflexiva presente na terceira atividade e solicite que pesquisem, utilizando o próprio celular, se for o caso, imagens que representem questões sociais importantes para eles. Peça-lhes que mostrem a fotografia aos colegas e expliquem o motivo para a escolha e a questão social que a foto representa.

Fotografia em preto e branco. Um menino vestindo camiseta branca usa outra de mesma cor para cobrir a cabeça, o nariz e a boca. Apenas seus olhos podem ser vistos. Ele está manipulando diversos fios finos e brancos.
Menino desfiando sisal. Fotografia de Iolanda Uzáqui, em Valente. Bahia, 1993.
Fotografia. No centro, um homem de costas usando chapéu azul, tecido branco na nuca e camiseta vermelha, está sentado com o tronco inclinado para frente ao redor de diversos galhos de cana-de-açúcar. Ao fundo há terra avermelhada.
Cortador de cana. Fotografia de Iolanda Uzáqui, em Sertãozinho. São Paulo, 1982.
Fotografia em preto e branco. Vista de lado de uma pessoa deitada sobre diversos troncos de árvores na horizontal, com um chapéu preto e redondo sobre o rosto, vestindo uma camisa estampada com formas circulares e um shorts branco. Ao fundo há uma estrutura de madeira e o mar.
Praia do Pina. Fotografia de Iolanda Uzáqui, em Recife. Pernambuco, 1973.
Fotografia. Um menino de cabelo curto, usando camiseta vermelha e branca e calça branca, está em pé e se movimentando da direita para a esquerda, com as pernas e braços flexionados; ao fundo, há um muro branco com grafites coloridos e formas geométricas em tons de marrom, vermelho, verde e azul.
Menino participa de projeto socioeducativo no Bairro do Glicério. Fotografia de Iolanda Uzáqui, na cidade de São Paulo. São Paulo, 1990.
  1. Qual das imagens retratadas chamou mais a sua atenção? Justifique sua resposta.
  2. Cite os temas que se destacaram na obra de Iolanda Uzáqui.
  3. Releia a frase: “uma fotografia não muda o mundo, mas contribui para que isso ocorra”. A partir da reflexão proposta pela fotógrafa, investigue uma imagem em revista, jornal ou na internet que represente uma questão social que para você é muito importante e compartilhe-a com os colegas.
Respostas e comentários

1. a 3. Ver orientações em Atividades de desenvolvimento.

ATIVIDADE COMPLEMENTAR

Proponha à turma que realize uma exposição virtual com as fotografias escolhidas. Nesse caso, os estudantes deverão disponibilizar as fotos e colocá-las em uma apresentação on-line – a fotografia deverá ter os créditos de autoria, o ano e uma legenda criada pelo estudante. Também deverá estar acompanhada de uma breve explicação sobre a questão social e o motivo por que foi escolhida. Converse com a direção sobre a possibilidade da divulgação do material produzido pelos estudantes e a disponibilização virtual dessa “exposição” para turmas e outros membros da comunidade local.

Para observar e avaliar

Durante a discussão com os estudantes, reforce e observe se compreendem o papel social envolvido na fotografia e nas artes visuais como um todo. Nesse caso, observe se a turma também compreendeu a importância das fotógrafas mencionadas no estudo do tema, evidenciando a importância da mulher na fotografia. Com base na atividade, avalie a participação dos estudantes e suas diferentes fórmas de expressão social e de sentimentos sociais por meio da fotografia. Do contrário, é possível propor que façam uma pesquisa sobre a importância da fotografia nos movimentos sociais atuais.

eu vou APRENDER Capítulo 2

Visões do mundo no cinema e no teatro

Neste capítulo vamos identificar como as construções e produções de filmes ou espetáculos teatrais são resultados de processos de pesquisas e experimentações que envolvem o olhar e o trabalho de muitos profissionais. Iniciaremos nossos estudos apresentando alguns momentos que se destacam na história do cinema.

Montagem de texto, gravura e fotografia em preto e branco em uma folha de papel. Gravura. Em preto e branco, à esquerda, há um homem usando roupa social preta e atrás de uma máquina quadrada com a ponta circular que emite um feixe de luz e produz sobre um tecido a imagem de uma mulher de cabelos e roupas compridas. À direita, diversas pessoas estão com os olhos arregalados, o tronco inclinado para trás e observando a imagem produzida.  Ao lado da gravura, o texto: Desde o século XVII, imagens coloridas pintadas em uma placa de vidro podiam ser projetadas em um tecido branco, como uma tela, por meio de um jogo de lentes e um foco de luz. Essa projeção era acompanhada de efeitos sonoros, vozes e música. As imagens projetadas podiam criar a sensação de movimento. Esse aparelho ficou conhecido como lanterna mágica. Fotografias em preto e branco. Sequência formada por 24 fotografias dispostas em quatro linhas. Em cada uma, há seis fotos em tamanho reduzido retratando a mesma mulher de cabelo preto penteado para trás, usando vestido claro e segurando uma sombrinha branca. Na primeira foto, ela está com a sombrinha fechada. Ao longo da sequência, ela a abre gradativamente para a frente e a levanta sobre sua cabeça. Na última foto, ela está com a sombrinha totalmente aberta e cobrindo seu corpo.  Ao lado da fotografia, o texto: Houve várias tentativas de registrar imagens em movimento, como as do fotógrafo britânico Eadweard Muybrigde (1830-1904), que fez alguns experimentos que contribuíram para a invenção do cinema. Ele registrou diversas imagens da mesma pessoa com dezenas de câmeras a partir de diferentes ângulos. Observe o resultado.

Clique no play e acompanhe as informações do vídeo.

Respostas e comentários

HABILIDADES

(ê éfe seis nove á érre zero um) Pesquisar, apreciar e analisar fórmas distintas das artes visuais tradicionais e contemporâneas, em obras de artistas brasileiros e estrangeiros de diferentes épocas e em diferentes matrizes estéticas e culturais, de modo a ampliar a experiência com diferentes contextos e práticas artístico-visuais e cultivar a percepção, o imaginário, a capacidade de simbolizar e o repertório imagético.

(ê éfe seis nove á érre zero três) Analisar situações nas quais as linguagens das artes visuais se integram às linguagens audiovisuais (cinema, animações, vídeos etcétera), gráficas (capas de livros, ilustrações de textos diversos etcétera), cenográficas, coreográficas, musicais etcétera

(ê éfe seis nove á érre zero cinco) Experimentar e analisar diferentes fórmas de expressão artística (desenho, pintura, colagem, quadrinhos, dobradura, escultura, modelagem, instalação, vídeo, fotografia, performance etcétera).

COMPETÊNCIAS

Competência geral: 3

Competência específica de Arte: 2

tê cê tê

Diversidade cultural

ATIVIDADES PREPARATÓRIAS

Comece o capítulo conversando com os estudantes sobre o que aprenderam acerca da fotografia como arte. Oriente o debate questionando-os se haveria alguma relação entre a fotografia e o desenvolvimento do cinema como fórma de expressão artística.

Amplie o tema citando que Éduard Maibrédji foi pioneiro no estudo do movimento, fotografou diversos movimentos realizados por um cavalo trotando, provando que por alguns instantes suas quatro patas não tocam o chão, por pessoas dançando, correndo, pulando etcétera

O processo de captura dessas imagens consistia em utilizar diversas câmeras fotográficas, em diferentes posições, realizando, dessa fórma, várias fotografias que pudessem registrar o movimento de algo. Muibrídge utilizou esse mesmo processo na imagem desta página.

Muibrídge inventou um aparelho chamado zôopracsiscópio, uma espécie de lanterna que projeta em uma tela fotografias impressas em um disco de vidro rotativo. Em rápida sucessão, essas imagens criam a ilusão de movimento. Pela primeira vez na história, o zôopracsiscópio proporcionou aos espectadores a ilusão de imagens em movimento, o que influenciou, mais tarde, em 1895, a invenção do cinema.

Leia com os estudantes o texto de maneira compartilhada, analisando e descrevendo os elementos visuais presentes nas imagens das páginas. Explique que a lanterna mágica desenvolve princípios semelhantes aos do teatro de sombras, uma arte muito antiga, que teve origem na Ásia. No Ocidente, o teatro de sombras se desenvolveu inicialmente na França, nos séculos dezoito e dezenove.

É possível comparar os fotogramas aos arquivos individuais de imagem que observamos cada vez que clicamos no botão de pausar nas câmeras de vídeo digitais.

BNCC NO CAPÍTULO

OBJETOS DE CONHECIMENTO

HABILIDADES

Contextos e práticas

(EF69AR01)

Contextos e práticas

(EF69AR03)

Materialidades

(EF69AR05)

Contextos e práticas

(EF69AR16)

Contextos e práticas

(EF69AR25)

Processos de criação

(EF69AR27)

Processos de criação

(EF69AR28)

Processos de criação

(EF69AR30)

Arte e tecnologia

(EF69AR35)

Continuação da montagem, com texto, cartaz e fotografias em preto e branco em uma folha de papel. Fotografia em preto e branco. Uma máquina composta de quatro peças quadradas; três acopladas uma ao lado da outra e uma acima da caixa central, onde também se encontram uma manivela e algumas engrenagens. Ao lado, o texto: O final do século XIX foi um período de grandes transformações na Europa, até que em 1895, na França, os irmãos Auguste (1862-1954) e Louis Lumière (1864-1948) apresentaram um aparelho chamado cinematógrafo. O cinematógrafo permitia registrar uma série de instantâneos fixos, que eram projetados sobre uma tela ou parede branca que em certa velocidade criavam a ilusão de movimento. Cartaz. No topo, o título: CINÉMATOGRAPHE LUMIÈRE. Abaixo há ilustração de uma multidão de pessoas conversando e andando na direção de uma porta.Cartaz. No topo, o título: CINÉMATOGRAPHE LUMIÈRE. Abaixo há ilustração de uma multidão de pessoas conversando e andando na direção de uma porta. Cartaz. Ao lado, o texto: A primeira exibição do cinematógrafo dos irmãos Lumière aconteceu em 28 de dezembro de 1895, no Grand Café, em Paris, para cerca de trinta pessoas, e provocou grande alvoroço na plateia. Foram apresentados dois pequenos filmes, registros da vida cotidiana parisiense: A saída dos operários da fábrica Lumière e A chegada do trem na estação. Fotografia em preto e branco. Uma estação com um trem escuro e grande no centro e, à direita, pessoas em pé.
Ícone de atividade em grupo.
Ícone de atividade oral.
No filme dos irmãos Limiér, a plateia se assustou porque realmente acreditou que um trem estava entrando no grân Café, onde ocorria a exibição do filme, em Paris. Era a primeira vez que as pessoas viam imagens reais projetadas em uma tela. Vocês já foram ao cinema e se surpreenderam com alguma cena? Compartilhe com seus colegas a cena do filme que mais impactou você de alguma maneira e cite as razões da sua escolha.
Respostas e comentários

• Resposta pessoal. Ver orientações em Atividades de desenvolvimento.

ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

Após a leitura e a análise das imagens, divida a turma em grupos para a realização da atividade proposta. Leia o enunciado e debata com a turma sobre a reação da plateia no filme dos irmãos Limiér. Nesse caso, pergunte sobre a sensação de ver uma imagem aparentemente real projetada em uma tela e indague-os sobre essa sensação de surpresa ou medo. Deixe que a turma responda livremente.

Para observar e avaliar

Observe se os estudantes entenderam o cinema como fórma de expressão artística muito relacionada com a fotografia e seu desenvolvimento tecnológico. Nesse caso, com base na atividade, será possível reforçar e avaliar se eles compreenderam que o cinema também é capaz de causar sensações e emoções nas pessoas. Do contrário, realize o atendimento individualizado e proponha que o estudante em questão pesquise brevemente sobre o cinema como fórma de arte visual. É interessante que os resultados sejam apresentados à turma e disponibilizados virtualmente.

VAMOS FAZER

Fotografias em sequência

Para fazer um filme, é necessário partir de uma ideia ou de uma história. Assim como Éduard Maibrédji, você vai criar uma sequência de fotografias, compondo uma breve narrativa.

Orientação para acessibilidade

Caso haja estudantes cegos na turma, proponha que elaborem uma história curta, composta apenas de diálogos. Depois peça que separem cada fala em um pedaço de papel diferente, embaralhem os papéis e desafiem os colegas a colocá-los na ordem correta da sequência da história.   

Material

  • Câmera fotográfica ou smartphone.
  • Cartolina ou placa de madeira (cêrca de 50 centímetros por 60 centímetros).
Fotografias em preto e branco. Sequência formada por 24 fotografias dispostas em quatro linhas. Em cada uma, há seis fotos retratando o mesmo homem realizando diferentes ações. Ele usa terno e calça escuros, chapéu arredondado, sapato preto e segura uma bengala com a mão direita e uma maleta na mão esquerda. Inicialmente, há uma sequência em que ele caminha da esquerda para a direita; mas, depois, para e retorna. Na sequência seguinte, ele é visto de costas caminhando. Depois, caminha da direita para a esquerda e, ao final, é visto de frente andando.
Homem com bengala e maleta, sequência de fotografias de Éduard Maibrédji, cerca de 1885. Exemplo de montagem com fotografias que, colocadas lado a lado, dão a sensação de movimento.

Continua

Respostas e comentários

HABILIDADES

(ê éfe seis nove á érre zero cinco) Experimentar e analisar diferentes fórmas de expressão artística (desenho, pintura, colagem, quadrinhos, dobradura, escultura, modelagem, instalação, vídeo, fotografia, performance etcétera).

(ê éfe seis nove á érre três cinco) Identificar e manipular diferentes tecnologias e recursos digitais para acessar, apreciar, produzir, registrar e compartilhar práticas e repertórios artísticos, de modo reflexivo, ético e responsável.

COMPETÊNCIAS

Competência geral: 3

Competências específicas de Arte: 2 e 5

tê cê tê

Diversidade cultural

ATIVIDADES PREPARATÓRIAS

Para a atividade, ajude os estudantes a se organizar em grupos e informe que eles deverão desenvolver uma breve narrativa ou uma cena, um acontecimento que possa ser narrado por meio de uma sequência de imagens.

ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

Leia com os estudantes a lista de materiais necessários para a atividade e, em seguida, os passos que deverão ser seguidos na atividade proposta. Depois, divida a turma em grupos de até cinco integrantes. Ajude os estudantes a se organizar, a ensaiar as cenas antes de realizar as fotografias e decidir de que fórma serão realizadas.

Cada grupo deverá desenvolver a própria história. Quando todas as sequências fotográficas estiverem prontas, solicite aos estudantes que as imprimam e colem na ordem em que as fotografias foram realizadas, sobre uma base mais rígida. Exponha os trabalhos em sala de aula e discuta com os estudantes as sequências construídas e se elas alcançaram ou não a sensação de movimento ou de uma narrativa e o porquê.

Proponha-lhes que se apresentem também para outras turmas da escola e disponibilizem o material virtualmente, compartilhando com familiares e outros colegas da comunidade local.

Continuação

Como fazer

  1. Reúna-se com mais quatro colegas e escolham ou recriem uma cena cotidiana com algumas poucas cenas, que possa ser interpretada por vocês.
  2. Decidam juntos qual integrante do grupo será responsável pelos registros fotográficos.
  3. Os demais integrantes devem interpretar a cena bem devagar, quase gesto a gesto, enquanto um colega será o responsável pelas fotografias. A cena deve durar no máximo 2 minutos, e serão necessárias no mínimo 20 imagens feitas do mesmo ângulo, isto é, com a câmera exatamente na mesma posição. Lembrem-se de que quem se move são os “atores”.
  4. Observem as imagens “passando-as” na sequência, o mais rapidamente possível, para verificar se, dessa fórma, ocorre a sensação de movimento. Se for preciso, façam novas imagens da sequência, para corrigir ou melhorar a qualidade da produção.
  5. Imprimam as imagens em preto e branco e colem-nas em sequência, como as imagens criadas por Muibrídge, em uma cartolina ou, ainda, no mural da sala de aula.
  6. Para finalizar, apresentem as produções aos colegas e conversem sobre as propostas elaboradas.
Ilustração. Uma menina de cabelo castanho penteado para trás, usando uniforme escolar, segura um celular com as duas mãos em horizontal, aproxima-o dos olhos e aponta para frente, onde há quatro crianças usando o mesmo uniforme e paradas realizando diferentes poses e movimentos.
Respostas e comentários

Como fazer. Ver orientações em Atividades de desenvolvimento.

Para observar e avaliar

Durante a atividade, observe se os estudantes compreenderam a importância da fotografia para o desenvolvimento do cinema a partir das fotos montadas no painel de Muibrídge. É interessante avaliar também a interação entre os integrantes do grupo, a capacidade de organização e a criatividade envolvidas no processo de criação e idealização da cena a ser fotografada. Além disso, avalie a apresentação deles. Caso alguém não alcance os objetivos propostos, solicite que realize uma pesquisa sobre as obras de Muibrídge e como se relacionam com o cinema. Peça-lhe que o material seja apresentado de maneira breve para os colegas e disponibilizado virtualmente.

CINEMA: UMA NOVA LINGUAGEM

A invenção do cinema trouxe o desenvolvimento de uma linguagem absolutamente nova, e os primeiros filmes eram exibidos com a participação de um narrador, que explicava os acontecimentos à plateia.

Nos primeiros dez anos, um filme era apenas uma sequência de tomadas e imagens estáticas, sem interrupções ou córte. As pessoas achavam que o cinema era uma ilusão ou um tipo de truque, pois comparavam a linguagem cinematográfica ao teatro, acreditando que, quando os personagens saíam de quadro, da visão da câmera, era como se tivessem ido para os bastidores, como ocorria no teatro.

Para alguns pesquisadores, nos primeiros dez anos de existência, o cinema teve uma maneira particular de se dirigir ao espectador. O objetivo não era propriamente contar uma história, mas, sim, surpreender e maravilhar o público. O foco principal era registrar o movimento, como trabalhadores saindo de uma fábrica ou uma bailarina dançando.

Fotografia em preto e branco. Vista de uma multidão de pessoas saindo por portas e galpões. Os homens usam chapéus redondos, camisa e calça; as mulheres usam chapéus finos, vestidos e saias. Ao fundo há uma grande construção de madeira.
Cena do filme A saída dos operários da fábrica, dos irmãos Limiér. França, 1895.

Em lugar de contar uma história, o cinema dos primeiros tempos mostrava imagens de terras distantes, acontecimentos recentes, paisagens, guerras e catástrofes naturais ou pequenas apresentações de mágica, dança ou acrobacia.

Respostas e comentários

HABILIDADES

(ê éfe seis nove á érre zero um) Pesquisar, apreciar e analisar fórmas distintas das artes visuais tradicionais e contemporâneas, em obras de artistas brasileiros e estrangeiros de diferentes épocas e em diferentes matrizes estéticas e culturais, de modo a ampliar a experiência com diferentes contextos e práticas artístico-visuais e cultivar a percepção, o imaginário, a capacidade de simbolizar e o repertório imagético.

(ê éfe seis nove á érre zero cinco) Experimentar e analisar diferentes fórmas de expressão artística (desenho, pintura, colagem, quadrinhos, dobradura, escultura, modelagem, instalação, vídeo, fotografia, performance etcétera)

COMPETÊNCIAS

Competência geral: 3

Competência específica de Arte: 2

tê cê tê

Diversidade cultural.

ATIVIDADES PREPARATÓRIAS

Leia o texto de maneira compartilhada com os estudantes, que versa sobre o início do cinema como uma nova linguagem artística. Nesse caso, comente que os irmãos Limiér transformaram suas pesquisas em experiências sociais coletivas, semelhantes aos espetáculos de teatro, mas com preços muito mais acessíveis, contribuindo para a revolução cultural que ocorreria nas próximas décadas.

Analise e descreva os elementos visuais presentes na imagem da página, destacando a cena do filme A saída dos operários da fábrica. Pode ser interessante deixar que os estudantes pesquisem em seus celulares mais imagens sobre o filme dos irmãos Limiér e compartilhem entre si seus resultados.

 Para ampliar 

A saída dos operários da Fábrica Limiér. Disponível em: https://oeds.link/iNob7g. Acesso em: 21 junho 2022.

Elaborado pelos irmãos Limiér, a obra é um dos filmes da primeira sessão do cinematógrafo, em 1895, na França, em Paris.

VAMOS CONHECER MAIS

O cinema de Georges Mèlies

Georges Mèlies (18611938) foi um dos primeiros a fazer do cinema uma criação artística, e não apenas um registro de imagens em movimento. Ele realizou diversos filmes com cenários e efeitos especiais, contratou atores profissionais para suas filmagens e teve a intenção de contar histórias em filmes como Viagem à Lua, de 1902, que entrou para a história do cinema como uma de suas mais célebres realizações.

Sequência de 20 cenas do filme "Viagem à Lua", que mostra um grupo de cientistas que viaja ao satélite em uma cápsula lançada da Terra por um canhão. Lá, o grupo encontra extraterrestres. A cena mais famosa do filme, e também retratada aqui, mostra a cápsula pousada em um dos olhos da Lua, que tem rosto humano.
Cenas do filme Viagem à Lua, de Georges Mèlies, 1902. Baseado na história de Júlio Verne, publicada em 1865.
Ícone de atividade oral.
Ícone de atividade em dupla.

1. O filme Viagem à Lua, de 1902, foi considerado um filme de ficção científica e o primeiro a tratar de seres alienígenas, usando recursos inovadores de efeitos especiais. Com a orientação do professor, elaborem um diálogo fictício para o filme com base em algumas imagens selecionadas. Compartilhem os resultados com os colegas.

Respostas e comentários

1. Resposta pessoal. Ver orientações em Atividades de desenvolvimento.

HABILIDADES

(ê éfe seis nove á érre zero um) Pesquisar, apreciar e analisar fórmas distintas das artes visuais tradicionais e contemporâneas, em obras de artistas brasileiros e estrangeiros de diferentes épocas e em diferentes matrizes estéticas e culturais, de modo a ampliar a experiência com diferentes contextos e práticas artístico-visuais e cultivar a percepção, o imaginário, a capacidade de simbolizar e o repertório imagético.

(ê éfe seis nove á érre zero três) Analisar situações nas quais as linguagens das artes visuais se integram às linguagens audiovisuais (cinema, animações, vídeos etcétera), gráficas (capas de livros, ilustrações de textos diversos etcétera), cenográficas, coreográficas, musicais etcétera

(ê éfe seis nove á érre zero cinco) Experimentar e analisar diferentes fórmas de expressão artística (desenho, pintura, colagem, quadrinhos, dobradura, escultura, modelagem, instalação, vídeo, fotografia, performance etcétera).

COMPETÊNCIAS

Competência geral: 3

Competência específica de Arte: 2

tê cê tê

Diversidade cultural

ATIVIDADES PREPARATÓRIAS

Leia para turma o texto sobre um dos primeiros cineastas a utilizarem o cinema como uma criação artística: Georges Mèlies.

Analise os elementos visuais presentes na imagem sobre o filme Viagem à Lua e pergunte se algum estudante já assistiu ou ouviu falar dessa que foi a primeira produção de cinema feita de maneira artística.

Do contrário, convide a turma a pesquisar e assistir posteriormente ao filme As invenções de Hugo Cabrê, que aborda a história do cinema por meio de uma história de ficção.

ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

Após a leitura do texto e a análise das imagens, oriente os estudantes a realizarem a atividade proposta. Divida a turma em duplas e proponha que utilizem as imagens e tentem assistir ao filme Viagem à Lua, criando diálogos para a produção.

Proponha às duplas que apresentem os diálogos criados para o restante da turma, explicando uma possível inspiração ou ideia por trás do que foi pensado. É interessante sugerir que essa produção seja disponibilizada e compartilhada virtualmente.

Para observar e avaliar

Com base na leitura do texto, observe se os estudantes compreenderam a construção histórica do cinema como fórma de expressão artística de fato, a partir da análise dos elementos visuais presentes nas imagens. Na atividade, será possível observar e avaliar se também entenderam o papel do filme Viagem à Lua para a construção do cinema como expressão artística. Caso algum estudante não tenha alcançado os objetivos, proponha que faça uma pesquisa sobre este e outros filmes, podendo ser um resumo de As invenções de Hugo Cabrê, por exemplo. O material poderá ser apresentado e disponibilizado virtualmente.

Cinema no Brasil

No Brasil, o cinema nos primeiros anos praticamente se limitou à exibição de filmes estrangeiros, com a instalação de várias distribuidoras de filmes estadunidenses. Na sequência, vamos conhecer alguns momentos que se destacam na história do cinema no país.

1. Durante a primeira exibição de cinema no Brasil em 1896, foram projetados oito filmes de cerca de um minuto retratando apenas cenas pitorescas de cidades da Europa.

Fotografia em preto e branco. Vista de cima de uma multidão de pessoas sentadas; à esquerda, há um projetor quadrado com duas engrenagens redondas que produzem um feixe de luz em uma parede e projeta um filme.
Exibição de cinema no Brasil, em uma sala do Jornal do comércio, na rua do Ouvidor, na cidade do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 1896.

2. Com a criação do primeiro estúdio, a Cinédia, entre 1930 e 1960, o Brasil produziu filmes que ficaram conhecidos como Limite (1931), de Mario Peixoto; A voz do Carnaval (1933), de Ademar Gonzaga e Humberto Mauro; e Ganga Bruta (1933), de Humberto Mauro.

3. Na década de 1940, consolidou-se a chanchada, gênero que teve como características o apelo popular, a comicidadeglossário , a paródiaglossário e a presença de música, principalmente de ritmos ligados ao Carnaval. Nesse gênero se destacam a dupla de atores Oscarito (19061970) e Grande Otelo (19151993), que divertiu o público do cinema ao som de canções de Ataulfo Alves (19091969) e Sílvio Caldas (19081998), entre outros ídolos da música popular da época.

Cena de filme em preto e branco.  Dois homens sentados lado a lado. Um deles de cabelo curto, nariz e lábios grossos, usando chapéu redondo, camisa branca, gravata listrada, calça escura. Ele segura um pote redondo no colo e está com a boca entreaberta na direção de uma bolacha que é oferecida pelo outro homem de cabelo escuro, sobrancelhas grossas, nariz comprido, lábios finos, usando chapéu redondo, camisa branca, gravata e calça escura
Grande Otelo e Oscarito em cena do filme A dupla do barulho, dirigido por Carlos Manga, 1953.
Respostas e comentários

HABILIDADES

(ê éfe seis nove á érre zero um) Pesquisar, apreciar e analisar fórmas distintas das artes visuais tradicionais e contemporâneas, em obras de artistas brasileiros e estrangeiros de diferentes épocas e em diferentes matrizes estéticas e culturais, de modo a ampliar a experiência com diferentes contextos e práticas artístico-visuais e cultivar a percepção, o imaginário, a capacidade de simbolizar e o repertório imagético.

(ê éfe seis nove á érre zero cinco) Experimentar e analisar diferentes fórmas de expressão artística (desenho, pintura, colagem, quadrinhos, dobradura, escultura, modelagem, instalação, vídeo, fotografia, performance etcétera).

COMPETÊNCIAS

Competência geral: 3

Competência específica de Arte: 2

tê cê tê

Diversidade cultural

ATIVIDADES PREPARATÓRIAS

Inicie o tema evidenciando para os estudantes que a primeira exibição de cinema no Brasil ocorreu em 1896, no Rio de Janeiro, exibindo uma série de filmes curtos retratando o cotidiano nas cidades europeias. Prossiga lendo o texto com a turma, enfatizando os termos grifados ao longo do texto e informando seus significados. Descreva os elementos visuais das imagens presentes, comentando sobre o fato de os filmes de Walter Salles terem forte conteúdo humanista. Os ritos de passagem, a infância, a busca pela identidade, a procura do desconhecido, o exílio e a perda são temas recorrentes tanto em seus filmes de ficção quanto nos documentários. Outros filmes dirigidos por Walter Salles são: Terra estrangeira (1996), Abril despedaçado (2001), Diários de motocicleta (2004) e Linha de passe (2008).

4. O estúdio Vera Cruz foi criado em 1949, influenciado pelos modelos do cinema dos Estados Unidos, que buscavam realizar produções mais sofisticadas. Mazzaropi foi o artista de maior sucesso do estúdio; produziu em 1953 O Cangaceiro, que foi o primeiro filme brasileiro a ganhar o festival de Cannes.

5. A Atlântida Filmes produziu chanchadas até 1954, quando teve início a queda do interesse do público por esse gênero. A chegada dos programas de televisão e o movimento conhecido como Cinema Novo contribuíram para o desgaste da chanchada.

6. O movimento Cinema Novo nasceu no final da década de 1950 e esteve presente no Brasil até os anos 1980. Defendia uma visão autoral dos cineastas sobre a realidade brasileira e se consolidava como expressão crítica contra a dominação cultural exercida pelos países ricos, especialmente Estados Unidos. Diretores como Nelson Pereira dos Santos (19282018) e o baiano Glauber Rocha (19391981) se destacam nesse período.

7. Para Glauber, os filmes deveriam ser o motor de uma revolução cultural e a inspiração dele era a literatura brasileira. Seus filmes mais conhecidos foram Deus e o diabo na terra do Sol (1964) e Terra em transe (1967).

Cartaz de filme. Em um fundo vermelho, na parte superior, o título: DEUS E O DIABO NA TERRA DO SOL. No centro, um homem visto da cintura para cima; ele tem cabelo encaracolado e comprido, usa chapéu escuro de couro, agasalho e segura uma arma de bico fino na frente do corpo, posicionando-a na vertical. Ao redor do rosto dele, há um círculo de onde saem riscos amarelos que simulam um sol.
Cartaz do filme Deus e o diabo na terra do Sol, de Glauber Rocha.

8. A partir dos anos 1990, o cinema brasileiro entrou em nova fase, denominada Cinema da Retomada. O movimento se caracterizou pela diversidade de estilos e pelo desenvolvimento temático e artístico.

9. O filme Central do Brasil (1998), do produtor e diretor Walter Salles (1956), é considerado um marco dessa nova fase do cinema brasileiro. Esse modo de fazer cinema contribuiu para a melhor compreensão da cultura brasileira e para expressão da realidade do povo.

Cena de filme. Em primeiro plano e no centro, um menino de cabelo escuro, usando camisa branca, shorts preto e tênis; ele está em pé e de mão dada com uma mulher de cabelo castanho e comprido, usando camisa branca, calça marrom e sapato. Eles estão caminhando em um chão de terra batida e, ao fundo, há uma casa com a fachada branca com partes descascadas, expondo o concreto.
Cena do filme Central do Brasil, produzido e dirigido por Walter Salles, 1998.

10. No início do século vinte e um, o cinema nacional adquire reconhecimento no cenário mundial, com filmes indicados para festivais, como: Cidade de Deus (2002), de Fernando Meirelles; Carandiru (2003), de Hector Babenco; e Tropa de Elite (2007), de José Padilha.

1. Agora que observamos alguns aspectos da história do cinema nacional, vamos investigar a manifestação artística na atualidade. Para começar, com a orientação do professor, façam uma pesquisa na internet, descubram os filmes nacionais que se destacaram nos últimos anos e compartilhem com os colegas de sala.

Respostas e comentários

1. Resposta pessoal. Ver orientações em Atividades de desenvolvimento.

ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

Após o final da leitura e da análise das imagens, oriente os estudantes a realizarem a atividade proposta. Nesse caso, é possível conversar com a turma sobre a pesquisa ser feita em grupo ou duplas, em vez de individualmente. Entretanto, para isso, o conteúdo a ser pesquisado será aumentado.

Oriente-os a usar fontes de pesquisa confiáveis, sempre anotando sites, revistas ou livros utilizados. Peça aos grupos que apresentem virtualmente seus resultados para o restante da turma.

Ao final, proponha que os materiais produzidos sejam disponibilizados virtualmente e divulgados pela escola. Para tal, converse com a direção sobre essa possibilidade.

Para observar e avaliar

Observe se os estudantes compreenderam o papel do cinema no Brasil, que, muitas vezes, é diminuído ou desvalorizado pelo próprio público brasileiro. Nesse caso, é interessante avaliar, com base na atividade, o próprio posicionamento dos estudantes acerca do cinema nacional e como aprofundaram a pesquisa dos títulos produzidos no país e seus grandes nomes de cineastas. Caso algum não tenha alcançado os objetivos presentes nas páginas, solicite que realize uma pesquisa mais aprofundada sobre os filmes de Walter Sales, escolhendo um deles para analisar e resumir para o resto da turma. Peça a ele que apresente cenas do filme escolhido que tenha achado interessantes.

Como se faz um filme

O processo de construção de um filme envolve centenas de profissionais e técnicos especializados de diferentes áreas. Seja uma grande produção, seja um curta-metragem, trata-se de um trabalho coletivo, que exige integração de toda a equipe.

Veja alguns dos profissionais considerados muito importantes na realização de um filme:

o roteirista escreve o texto da história e os diálogos dos personagens; o diretor coordena o trabalho de todos os envolvidos na produção do filme; os atores e as atrizes representam e interpretam os personagens da história; o diretor de fotografia é responsável pelas imagens e supervisiona tudo o que possa interferir no resultado da imagem; operadores de câmera são responsáveis pelo enquadramento e o movimento que compõem as cenas; compositores e músicos se encarregam da trilha sonora e dos arranjos sonoros; técnicos de som gravam os diálogos dos personagens, músicas e ruídos ambientais das cenas; figurinistas criam figurinos e definem os acessórios, roupas e calçados que atores e atrizes vão usar para compor os personagens; cenógrafos elaboram os cenários ou adaptam as locações para as filmagens; eletricistas montam refletores, distribuem linhas de alimentação de energia dos refletores, entre muitas outras funções; maquiadores e cabeleireiros são responsáveis por preparar atores e atrizes, embelezá-los ou transformá-los, de acordo com o personagem.
Ilustração. Uma mulher de cabelo preto, usando camiseta amarela, calça cinza, está em pé segurando uma claquete de cinema e um megafone próximo à boca. Ao lado há um homem sentado com uma folha na mão. Atrás, um homem mexendo na câmera de filmagem e outro segurando uma barra com um microfone na ponta. À direita, há um projetor de luz para iluminação.
Respostas e comentários

HABILIDADE

(ê éfe seis nove á érre zero cinco) Experimentar e analisar diferentes fórmas de expressão artística (desenho, pintura, colagem, quadrinhos, dobradura, escultura, modelagem, instalação, vídeo, fotografia, performance etcétera).

COMPETÊNCIAS

Competência geral: 3

Competência específica de Arte: 2

tê cê tê

Diversidade cultural

ATIVIDADES PREPARATÓRIAS

Pergunte aos estudantes como imaginam que foram as produções de filmes no passado, como a Viagem à Lua e deixe que respondam livremente. Questione-os sobre a fórma como o avanço da tecnologia pode ter auxiliado na produção cinematográfica.

Na sequência, faça a leitura do texto de fórma compartilhada com a turma, destacando os processos importantes para a realização de um filme. Durante a leitura dos passos, pergunte sobre como imaginam que cada profissional atue e destaque os pontos a seguir.

Em geral, o processo começa com a ideia de contar um fato ou uma história. Com base nisso, é criado um argumento, que depois é transformado em um roteiro detalhado, com cenas e diálogos que indicarão precisamente onde e quando se passa cada cena, os atores envolvidos etcétera

Na criação e na produção de um filme, o diretor transforma o roteiro em imagens, com a ajuda de muitos profissionais. São múltiplas as etapas de trabalho: escolha do elenco de atores, de cenários ou locações das filmagens, da trilha sonora e dos efeitos especiais, entre outras. O diretor precisa conhecer a história e os recursos do cinema, ter capacidade de criação na linguagem audiovisual, saber organizar e distribuir as tarefas entre os membros da equipe e acompanhar o trabalho como um todo.

Finalizado o roteiro, é necessário definir a linha narrativa, ou seja, de que fórma a história será contada na linguagem audiovisual. Conhecimentos, experiências e vivências do diretor são fatores determinantes no caminho que o filme vai seguir. Além da construção narrativa baseada no enredo – o filme é construído pelas imagens: o enquadramento das cenas, os movimentos de câmera e a qualidade da iluminação criam a atmosfera e o clima para o desenrolar da história.

Fotografia. Making off da gravação de um filme. Vista de costas de uma atriz de cabelo castanho na altura do ombro, usando camisa bege e calça vinho; ao lado dela, um ator mirim de cabelo preto, usando camisa bege e bermuda. Ambos estão sentados em um banco verde. Ao fundo, de frente para eles, há três pessoas ao redor de uma filmadora, realizando a gravação de uma cena de filme.
Fotografia. Making off da gravação de um filme. Um homem de cabelo grisalho, usando casaco verde, está com uma câmera pequena na mão e na frente dos olhos e apontada na direção de um ator mirim de cabelo preto e camisa bege, visto de lado e enquadrado do tronco para cima.
Fotografia. Making off da gravação de um filme. Um homem de cabelo grisalho, usando camiseta verde, está com a cabeça inclinada na direção de uma filmadora grande; filmando uma atriz de cabelo castanho e sentada em uma poltrona de um ônibus.
Fotografia. Making off da gravação de um filme. Visto de frente e da cintura para cima, um homem de cabelo castanho e curto, usando camiseta jeans, está ao lado e com a cabeça inclinada na direção de um ator mirim de cabelo preto e camisa bege.
Profissionais durante a produção do filme Central do Brasil.

Outro profissional importante na criação de um filme é o produtor, que se encarrega de viabilizar recursos e processos que transformarão o roteiro em um filme propriamente dito. Os produtores são responsáveis pela captação do dinheiro necessário para atender aos requisitos do roteiro, pela formação do elenco e da equipe, pela aquisição de equipamentos, figurinos, cenários etcétera e, após a finalização do filme, pela divulgação e comercialização.

Geralmente são feitos altos investimentos para a produção de um filme. Esse investimento deve retornar por meio da bilheteria, ou seja, da venda de ingressos nos cinemas ou em outros pontos de exibição, incluindo canais de tê vê abertos e por assinatura. Alguns filmes, de grande apelo comercial e divulgação massiva, são assistidos por milhares de espectadores e tornam-se extremamente lucrativos.

Ícone de atividade oral.

2. Agora que você conheceu um pouco do trabalho no cinema, responda: se você decidisse trabalhar nessa área, o que gostaria de fazer? Por quê? Comente sua opinião com os colegas.

Respostas e comentários

2. Permita que os estudantes compartilhem suas ideias e opiniões com os colegas. Retome quais são os diferentes profissionais envolvidos na construção de um filme a partir dos conteúdos apresentados ou de outras informações pesquisadas pelos estudantes. Reforce que todos os profissionais são importantes e necessários nesse processo.

ATIVIDADES PREPARATÓRIAS

Muitos diretores de fotografia sugerem enquadramentos, alternativas de planos, lentes a serem usadas, movimentos de câmera e os equipamentos mais indicados, com o objetivo de obter coerência narrativa do filme e melhor compreensão por parte do público.

Durante a leitura e a explicação, analise as imagens presentes nas páginas.

ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

Após a leitura e as análise das imagens, convide os estudantes a realizarem a atividade coletivamente. Deixe que respondam livremente a atividade pela qual gostariam de se responsabilizar durante a produção de um filme.

Para observar e avaliar

Observe se os estudantes compreenderam que a produção cinematográfica é complexa e exige várias etapas, bem como profissionais capacitados e especializados. Com base na atividade, avalie como se posicionam em relação à arte do cinema: gostariam de exercer um papel mais criativo ou técnico? Caso algum estudante não alcance os objetivos propostos, convide-o a pesquisar brevemente sobre os profissionais envolvidos na produção de um filme e como estes são premiados e valorizados no Oscar.

Enquadramentos e planos

O enquadramento é um dos elementos do cinema que ajudam a construir a história a ser contada. Enquadrar é determinar o modo como o espectador perceberá o “mundo” retratado no filme.

Determinar o enquadramento significa selecionar o ponto de vista mais indicado para que a cena seja registrada. O plano determina a proporção dos personagens e dos objetos na cena. O tipo de plano escolhido pode ressaltar características da história ou dos personagens. Existem três tipos principais de plano:

Cena de  filme em plano geral. Vista de um ator de barba branca, usando chapéu cinza e redondo, terno marrom, calça cinza e sapato preto; ele está em pé e ao lado de um ator mirim de cabelo preto, usando casaco bege, camiseta amarela e calça jeans; ao fundo há um comércio de parede verde e laranja; na parte inferior direita, há dois bancos de madeira e, na parte inferior esquerda, há um fusca preto visto parcialmente.
Cena em plano geral do filme O ano em que meus pais saíram de férias, dirigido por Cao Hamburger, 2006.

1. Plano geral ou aberto: em que são apresentados todos os elementos da cena, sem detalhes em destaque. Em plano aberto, é possível observar o ambiente mais amplo.

Cena de filme em plano médio. Vista do ator de chapéu cinza e terno marrom; ao lado há o ator mirim de cabelo preto e casaco bege. O menino está com a cabeça inclinada para cima, olhando para o homem, que apoia a mão direita sobre o ombro direito do menino. Os dois estão em pé e parados lado a lado.
Cena em plano médio do filme O ano em que meus pais saíram de férias, dirigido por Cao Hamburger, 2006.

2. Plano médio ou americano: no qual a câmera está a uma distância média do(s) objeto(s) ou personagem ou personagens. Em plano médio, já se observam alguns detalhes do ambiente e dos personagens.

Cena de filme em primeiro plano. Destaque para o rosto de um ator mirim de cabelo preto e curto, de sobrancelhas, nariz e lábios finos, com os olhos inclinado para baixo. O fundo está desfocado.
Cena em primeiro plano do filme O ano em que meus pais saíram de férias, dirigido por Cao Hamburger, 2006.

3. Primeiro plano, plano fechado ou close up: quando a câmera se situa próxima ao objeto ou personagem. É o plano ideal para enfatizar a expressão e a emoção dos personagens. Em primeiro plano, é possível ver detalhes da expressão e as emoções dos atores.

Respostas e comentários

HABILIDADE

(ê éfe seis nove á érre zero cinco) Experimentar e analisar diferentes fórmas de expressão artística (desenho, pintura, colagem,quadrinhos, dobradura, escultura, modelagem, instalação, vídeo, fotografia, performance etcétera).

COMPETÊNCIAS

Competência geral: 3

Competência específica de Arte: 2

tê cê tê

Diversidade cultural

ATIVIDADES PREPARATÓRIAS

Inicie o tema informando para os estudantes que o enquadramento dos planos no cinema é um fator de destaque para determinar o modo de ver e olhar dos espectadores. Amplie o conhecimento informando que no passado a fórma mais utilizada para enquadrar uma cena era mostrar o corpo inteiro dos atores e que a partir de 1909 os cineastas começaram a colocar a câmera mais próxima do rosto dos atores para evidenciar as expressões faciais.

Realize para os estudantes a leitura sobre os diferentes planos de filmagem, identificando os elementos visuais das imagens presentes. Pergunte aos estudantes as diferenças e as semelhanças entre elas.

Para observar e avaliar

Analise se os estudantes compreenderam os três planos de enquadramento. Nas atividades subsequentes eles reproduzirão os planos de fórma prática.

VAMOS FAZER

Enquadramento em cena

Agora é hora de criar uma cena usando diferentes tipos de enquadramento de acordo com o que dará ênfase à narrativa. Dividida em grupos, a turma vai organizar e dirigir uma cena curta a fim de compreender como o enquadramento é um recurso importante para expressar uma ideia ou emoção nas telas.

Como fazer

  1. Cada grupo vai criar uma cena curta, de até um minuto, em que alguns integrantes serão os personagens. A cena pode ser totalmente inventada, fóra de um contexto, ou até ser a reprodução da cena de um filme marcante para o grupo.
  2. Definam, coletivamente, quem será responsável por dirigir a cena, ou seja, quem guiará e organizará as ações daqueles que interpretarão os personagens e vão atuar.
  3. Uma câmera filmadora ou smartphone será necessário para quem filmará a cena. O recurso de “zoom” do aparelho será bastante útil, ou mesmo registrar os planos se aproximando ou se afastando do que está sendo captado.
  4. O importante é que, nessa cena, sejam utilizados os três planos vistos anteriormente: plano geral ou aberto; plano médio ou americano; primeiro plano ou plano fechado. Cada um deles pode ter uma função específica, como dar destaque ao cenário ou às emoções de quem está atuando.
  5. Ao final das gravações, compartilhem os resultados com toda a turma. Se não for possível a gravação, experimentem fazer o enquadramento com uma moldura de papelão e observem como determinado plano da cena muda a percepção de quem a observa.
Ilustração. Destaque para duas mãos segurando um tablet retangular; a mão direita está com o dedo indicador apontado no centro da tela, onde ocorre a gravação de uma cena.
Respostas e comentários

Como fazer. Ver orientações em Atividades de desenvolvimento.

HABILIDADE

(ê éfe seis nove á érre zero cinco) Experimentar e analisar diferentes fórmas de expressão artística (desenho, pintura, colagem, quadrinhos, dobradura, escultura, modelagem, instalação, vídeo, fotografia, performance etcétera).

COMPETÊNCIAS

Competência geral: 3

Competência específica de Arte: 5

tê cê tê

Diversidade cultural

ATIVIDADES PREPARATÓRIAS

Relembre com os estudantes a atividade inicial desta unidade, “ver o mundo”, na qual verão o mundo da escola de modo diferente.

ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

Leia a lista de materiais necessários com a turma e, em seguida, os passos para a atividade proposta. Lembre aos estudantes que essa atividade é bem parecida com a feita no começo da unidade, na qual deveriam observar uma cena da escola e ilustrá-la.

Realize exatamente os mesmos passos com os estudantes e, após todos observarem suas cenas, questione-os sobre os enquadramentos que utilizaram. Deixe que apresentem suas ilustrações e pergunte quais foram os planos escolhidos e o motivo para tal.

 Para ampliar 

Veja a seguir uma indicação sobre: O que é montagem ou edição de vídeos – Fundamentos da edição ê pê zero quatro. Disponível em: https://oeds.link/1CP0Kt. Acesso em: 21 junho 2022.

Ícone. Símbolo de internet.

Para observar e avaliar

Observe se os estudantes compreenderam a existência de vários planos de enquadramento em uma filmagem e o papel do diretor de fotografia na tarefa de escolher enquadramentos e planos diferentes para a produção cinematográfica em questão. Com base na atividade, observe o engajamento deles em relação à produção artística do cinema. Do contrário, é possível realizar o atendimento individualizado.

Cinema e som

No início da história do cinema, os filmes não tinham som sincronizado com as imagens e eram em preto e branco. As imagens podiam ser acompanhadas por músicos e orquestras nas salas de exibição, contar com a dublagem de cantores e atores, que ficavam atrás da tela, ou ainda com a presença de um narrador ou “explicador”, que detalhava partes da história para os espectadores.

Fotografia em preto e branco. Na parte inferior, destaque para uma orquestra de pessoas sentadas tocando instrumentos musicais. Acima há uma tela grande e retangular transmitindo um filme que mostra o primeiro plano do rosto de um ator.
Sessão de cinema com orquestra ao vivo. Estados Unidos, 1964.

Atualmente, os filmes são coloridos e têm grande qualidade sonora. Podem apresentar diferentes tipos de som, que ajudam a contar a história, a transmitir emoções e a criar o “clima” do filme nas cenas: romance, tensão, medo ou suspense.

A chamada trilha sonora é composta de elementos sonoros, como vozes, ruídos e silêncio. Além destes, existe outro importante elemento da trilha sonora que é a música, um dos recursos mais dramáticos e expressivos de um filme. Ela pode sugerir emoções e conferir ritmo à cena. Algumas marcam tanto determinados filmes que sempre que as ouvimos imediatamente as associamos às imagens vistas na tela.

Ícone de atividade em grupo.
Ícone de atividade oral.
  1. Você se lembra de alguma cena em que os personagens ficaram em silêncio total porque algo importante ou assustador estava prestes a acontecer? Ou uma cena em que o som ambiente foi muito importante para a narrativa? Compartilhe com os colegas.
  2. Você se lembra de alguma trilha sonora, em algum filme, que tenha despertado emoções como alegria, medo, tristeza ou ansiedade? Em sua opinião, a música pode influenciar a maneira como uma cena atinge o espectador? Compartilhe suas ideias com os colegas.
Respostas e comentários

3. Caso os estudantes não se lembrem de nenhuma cena específica, peça a eles que pesquisem na internet ou que perguntem a parentes, vizinhos e amigos.

4. Se achar pertinente, organize uma roda de conversa e incentive os estudantes a compartilhar suas percepções sobre seus filmes favoritos e, em especial, sobre o impacto da música nas cenas apresentadas.

HABILIDADE

(ê éfe seis nove á érre um seis) Analisar criticamente, por meio da apreciação musical, usos e funções da música em seus contextos de produção e circulação, relacionando as práticas musicais às diferentes dimensões da vida social, cultural, política, histórica, econômica, estética e ética.

COMPETÊNCIAS

Competência geral: 3

Competência específica de Arte: 2

tê cê tê

Diversidade cultural

ATIVIDADES PREPARATÓRIAS

Retome com os estudantes o que foi conversado anteriormente sobre a edição da imagem de um filme. Em seguida, questione-os: a edição de som é tão importante assim?

Realize a leitura do texto de fórma compartilhada com a turma, destacando o começo da história do cinema mundial, que se deu com os filmes mudos. Relembre a atividade que realizaram anteriormente, de criar diálogos para o filme Viagem à Lua, por exemplo, e destaque os filmes de Charlie Tcháplin durante a leitura.

Analise os elementos visuais da imagem presente no texto.

ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

Após a leitura, divida a turma em grupos para a realização da atividade presente. Nesse caso, leia os enunciados e deixe que respondam à primeira questão livremente. Sugere-se anotar na lousa os filmes citados.

Na segunda questão, converse com os grupos sobre a importância da trilha sonora. Peça-lhes que comentem sobre as trilhas dos filmes citados anteriormente e questione: sem a trilha sonora, eles ainda teriam as mesmas sensações ao assistir aos filmes?

Você pode propor um desafio. Após a aula, os estudantes deverão ver seus filmes favoritos sem o áudio. Na aula seguinte, deverão compartilhar as sensações que tiveram.

A palavra e os ruídos

Os diálogos são a principal fórma de desenvolver a história e têm papel fundamental na narrativa de um filme. As falas dos personagens se destacam no conjunto dos elementos sonoros de um filme. Elas precisam ser claras e limpas para serem ouvidas e compreendidas pelo espectador. Além de encaminhar o desenvolvimento da história, elas ajudam a caracterizar os personagens e a transmitir emoções como medo, amor, alegria, tristeza etcétera

Os ruídos presentes nos filmes podem ser organizados basicamente em três categorias:

1. Ruídos do ambiente: são os sons relativos à geografia ou ao clima da paisagem apresentada no filme.

Cena de filme. À esquerda, em primeiro plano, um ator de cabelo preto, usando camisa bege, calça cinza, está sentado em um banco de madeira e com as duas mãos segura um livro aberto e mantém o corpo inclinado para frente. À direita, em segundo plano, um gramado verde alto e um casal de atores andando. Em terceiro plano, uma casa de madeira e uma vegetação com árvores altas e verdes.
Fotograma do filme Diários de motocicleta (2004), direção de Walter Salles. Na cena, o personagem lê um livro em meio aos sons do ambiente em que está.

2. Ruídos de efeitos ou sound effects: são os sons provenientes de algum objeto ou fonte sonora específica, como o som de carros, aviões, explosões, tiros etcétera

Cena de filme. Vista de cima para baixo de uma ponte sobre o mar congelado e com uma multidão de pessoas acima.  A ponte corta a foto da parte inferior central para a parte superior. Ao fundo, alguns pontos com emissão de fumaça escura.
Fotograma do filme Dânquirk (2017), direção de crístofer noulan. Na cena, o ruído da explosão das bombas é importante para caracterizar a cena de guerra.

3. Ruídos de sala: é a recriação em estúdio de sons relacionados aos movimentos e às ações dos personagens, como passos, socos, tapas, arrastar uma cadeira, utilizar pratos, copos e talheres, sentar-se ou levantar-se etcétera

Cena de filme. No centro, uma mesa de jantar retangular com diversos pratos, copos, comidas e velas acesas. Ao redor da mesa, há três mulheres e dois homens sorrindo.
Fotograma do filme Acertando o passo (2017), direção de Richár Lôncreine. Na cena, o ruído de bater de talheres e copos, a conversa e o riso dos personagens são importantes para compor a cena da refeição.
Ícone de atividade em grupo.
Ícone de atividade oral.

5. Pesquisem, discutam, selecionem e tragam para a sala de aula uma cena de filme em que os efeitos sonoros, de preferência os ruídos, despertaram seu interesse. Pode ser uma cena de luta, de guerra, de perseguição etcétera Pode ser uma cena romântica ou dramática. Compartilhem a cena com os demais grupos e expliquem aos colegas por que vocês a selecionaram e qual é sua importância ou significação no filme.

Respostas e comentários

5. Resposta pessoal. Ver orientações em Atividades de desenvolvimento.

ATIVIDADES PREPARATÓRIAS

Leia o texto de fórma compartilhada com os estudantes, relembrando, durante o começo da leitura, a importância da trilha sonora e comentando como muitas vezes os filmes utilizam somente diálogos e ruídos de ambiente para compor a “trilha” da produção.

Durante a leitura, analise os elementos das imagens apresentadas, perguntando à turma se as fotografias têm relação com o que é dito no texto, por exemplo, e se é possível imaginar os sons a partir da observação das imagens.

ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

Divida a turma em grupos e proponha a eles que pesquisem, em seus filmes favoritos, cenas em que os efeitos sonoros sejam interessantes.

É importante destacar que o filme deverá ser escolhido por todos os integrantes do grupo.

Após a apresentação, converse com os grupos sobre a importância desses efeitos sonoros na produção cinematográfica. Sem os efeitos e as trilhas, o filme passaria a mesma impressão?

Ao final, convide os estudantes a mais um desafio: assistirem ao filme O artista, de 2011, produzido por Tômá Lôngmân. Na aula seguinte, pergunte aos grupos a impressão que tiveram sobre o filme. E novamente questione: afinal, um filme só passa emoções se tiver sons, ou é possível criar uma produção cinematográfica muda que igualmente conquiste o público?

Para observar e avaliar

Observe se os estudantes compreendem não só o papel da trilha e dos efeitos sonoros e seus diferentes tipos, mas também a falta deles. É interessante notar, com base nas discussões proporcionadas pelas atividades e o desafio, se valorizam o trabalho envolvido na edição de som e compreendem que há tipos de produções cinematográficas que não requerem sons – como o cinema mudo. Com base na atividade, avalie a participação deles e, caso algum estudante não tenha alcançado os objetivos, solicite que realize uma breve pesquisa sobre o cinema mudo. Peça-lhe que apresente seus resultados para o restante da turma de fórma breve e que disponibilize sua apresentação virtualmente.

TEATRO: SOMOS TODOS ATORES

“O mundo é um palco e todos os homens e mulheres são meros atores. Eles têm suas entradas e saídas de cena e cada homem, a seu tempo, representa muitos papéis.” A frase é da peça Como gostais, escrita em 1599 pelo dramaturgo, poeta e ator inglês Uíliam Xêiquispíer (15641616).

Em outro tempo e em outra parte do mundo, o dramaturgo, poeta e escritor brasileiro Ariano Suassuna (19272014) também nos ensina a enxergar, por meio das lentes do teatro, a totalidade da vida. Suassuna, assim como Xêiquispíer, mescla o moderno e o antigo e a tradição e a inovação. Com suas histórias e personagens, ambos nos ajudam a enxergar nossa vida e o mundo em que vivemos.

Gravura. Em preto e branco, busto de um homem de cabelo comprido penteado para trás, de sobrancelhas grossas, olhos redondos, nariz comprido e fino, bigode grosso, usando casaco preto com gola branca.
O grande expoente do teatro inglês do Renascimento foi Uíliam Xêiquispíer, que se consagrou como um dos maiores dramaturgos da história.
Fotografia. Um homem sem cabelos, de sobrancelha grossa e branca, nariz comprido, lábios finos, usando camisa branca, está com o cenho contraído e a cabeça inclinada para o lado.
Ariano Suassuna foi escritor, poeta, dramaturgo, professor e advogado e sua obra reúne, além da capacidade imaginativa, seus conhecimentos sobre o folclore nordestino.
Ícone de atividade em grupo.
Ícone de atividade oral.
  1. Cotidianamente, todos interpretamos papéis como filho, neto, irmão, estudante, colega, namorado, cidadão. E você, quais desses papéis fazem parte do seu dia a dia?
  2. Quando os personagens que você interpreta se encontram com outros personagens (mãe, pai, professor, amigo, autoridades em geral, por exemplo) da sua vida, quais enredos surgem?
  3. Procure se lembrar de um encontro em que você e outros personagens tiveram visões diferentes sobre uma mesma situação. Conte aos colegas como foi.

Para ampliar

GARCEZ, Lucília. Ariano Suassuna. Fortaleza: IMÉP, 2019. A obra é uma biografia que apresenta o mágico universo da cultura brasileira com o qual o menino Ariano conviveu na infância.

Respostas e comentários

6. a 8. Ver orientações em Atividades de desenvolvimento.

HABILIDADE

(ê éfe seis nove á érre dois oito) Investigar e experimentar diferentes funções teatrais e discutir os limites e desafios do trabalho artístico coletivo e colaborativo.

COMPETÊNCIAS

Competência geral: 4

Competência específica de Arte: 4

tê cê tê

Diversidade cultural

ATIVIDADES PREPARATÓRIAS

Novamente, retome com os estudantes todos os profissionais envolvidos na produção cinematográfica. Em seguida, destaque o papel dos atores na construção dos filmes. Pergunte à turma em que outras produções artísticas os atores podem estar envolvidos, destacando, por exemplo, a dublagem, as séries de televisão, as telenovelas, as radionovelas, as propagandas e peças publicitárias e, claro, as peças de teatro. Realize a leitura do texto de fórma compartilhada com os estudantes, descrevendo os elementos visuais da imagem.

Destaque o comentário feito por Uíliam Xêiquispíer e explique que, ao comparar o mundo com um palco e todos nós com atores, ele considera que a arte pode nos dar uma visão mais abrangente do todo da vida, por levar em conta diferentes pontos de vista, a fim de compor um quadro mais completo desse palco que é o mundo. Continue a conversa com os estudantes sobre Uíliam Xêiquispíer e pergunte se já ouviram falar sobre suas famosas obras literárias, como Romeu e Julieta, Macbéf ou Rãmlet. Para tal, leia o texto de fórma compartilhada com a turma, apontando que, assim como outros autores, Xêiquispíer também contou com o apoio financeiro de nobres e até da rainha Elizabeth primeira (15331603), o que permitiu que pudesse produzir regularmente e se dedicar exclusivamente à profissão teatral. Muitos consideram que o caráter universal da obra de Xêiquispíer também se deve ao fato de as peças serem ambientadas fóra de seu país de origem, a Inglaterra. As tramas se passam em outros lugares e em épocas diferentes daquela em que foram escritas.

ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

No item 6, espera-se que o estudante perceba que interpreta “papéis” de acordo com suas relações de filho, de neto, de estudante, de colega de sala etcétera Nos itens 7 e 8, de acordo com essas relações com outras pessoas, podem surgir descrições de conflitos devido a diferentes pontos de vista. Se possível, aproveite a fala de algum estudante para destacar que diferentes pontos de vista, no dia a dia, podem ser complementares. Destaque também a importância de exercitar um olhar mais abrangente, onde cada pessoa contribui com seu ponto de vista e sua colaboração.

Uíliam Xêiquispíer

Uíliam Xêiquispíer escreveu por volta de 35 peças em aproximadamente vinte anos. Sua escrita sofreu diversas influências, como da comédia grega clássica, do teatro erudito, destinado a agradar às côrtes e aos intelectuais, e do teatro popular ambulante, feito em praças e feiras.

O sucesso das peças de Xêiquispíer na época também se devia ao trabalho de encenação. Em cenários simples ou inexistentes, os diálogos dos atores e as palavras do texto exigiam muita imaginação da plateia para se transportar a lugares, tempos e situações bem diferentes da realidade.

O teatro de Xêiquispíer permanece atual porque o dramaturgo fala de temas que podem ser considerados universais. Os personagens de suas peças personificam sentimentos humanos e revelam diferentes visões de mundo. Rãmlet é uma peça sobre a vingança; Macbéf, sobre a ganância; Otelo, sobre o ciúme; e Romeu e Julieta, sobre a paixão.

Embora muitos séculos tenham se passado, a encenação de seus textos ainda faz sentido e emociona plateias do mundo inteiro. Suas obras inspiraram muitas versões e adaptações para histórias em quadrinhos, mangás, livros infantis, canções, balés, musicais, além de teatro e cinema.

Pintura. Há valorização do preto para retratar a figura humana e de tons pastel para compor o fundo da cena. Um homem de cabelo castanho, lábios vermelhos, usando  camisa branca, chapéu, casaco, calça e sapatos pretos. Ele está em pé; com a mão direita, segura uma espada virada para o lado e o braço esquerdo está levemente aberto.
Retrato do cantor de opera Jon-Batiste Fóur, interpretando Rãmlet, de eduár manê, 18771878. Óleo sobre tela, 196 centímetros por 129 centímetros.
Fotografia. Em um cenário com fundo escuro, um ator de cabelo preto ondulado, de sobrancelhas finas, usando casaco e calça cinza, está em pé e segura com as duas mãos um crânio humano, para o qual seu rosto está inclinado.
O ator Wagner Moura personifica Rãmlet na montagem dirigida por Aderbal Freire Filho, em 2008.
Ícone de atividade em dupla.

9. Os personagens de Xêiquispíer exibem as mais diversas facetas humanas: o vulgar, o grosseiro, o repugnante, o belo, o puro, o sublime. Investiguem em livros ou na internet textos e imagens de alguns desses personagens e elaborem frases descrevendo as suas principais características. Para finalizar, compartilhem com os colegas.

Para ampliar

O mercador de Veneza, direção de Maicou Rédford. Estados Unidos da América/Itália/Luxemburgo/Reino Unido, 2004. (138 minutos). Adaptação para o cinema da obra de Xêiquispíer.

Respostas e comentários

9. Ver orientações em Atividades de desenvolvimento.

HABILIDADE

(ê éfe seis nove á érre dois cinco) Identificar e analisar diferentes estilos cênicos, contextualizando-os no tempo e no espaço de modo a aprimorar a capacidade de apreciação da estética teatral.

COMPETÊNCIAS

Competência geral: 3

Competência específica de Arte: 5

tê cê tê

Diversidade cultural

ATIVIDADES PREPARATÓRIAS

Analise os elementos das imagens presentes no texto e comente que Xêiquispíer usou em sua dramaturgia muitos recursos para representar personagens e a multiplicidade de pontos de vista sobre uma mesma situação. Por exemplo, os personagens podiam “pensar alto”, falando com si mesmos – e diretamente com a plateia – sobre o que sentiam e planejavam. Outro recurso era fazer a plateia presenciar determinadas ações e, logo em seguida, ver outro personagem inventando mentiras ou deturpando aquela realidade para enganar alguém.

ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

Divida a turma em duplas e peça-lhes que realizem a atividade proposta. Leia o enunciado e explique que as obras dramáticas de Xêiquispíer estão classificadas como:

  • Tragédias: Rãmlet; Macbéf; Romeu e Julieta; Rei Líer; Otelo; entre outras;
  • Comédias: Comédia dos erros; Sonho de uma noite de verão; A megera domada; Muito barulho por nada; entre outras;
  • Peças históricas: Tito Andrônico; Júlio César; Antônio e Cleópatra.

Em seguida, oriente os estudantes quanto à pesquisa a ser produzida, de modo que anotem os sites que utilizaram como fonte, enfatizando a importância do uso de fontes confiáveis. Peça a eles que montem uma apresentação on-line com esses personagens e frases, descrevendo-os. Cada dupla deverá apresentar os personagens para os colegas.

É interessante propor que esses materiais fiquem disponibilizados virtualmente e sejam compartilhados, de modo a divulgar a informação sobre Uíliam Xêiquispíer e seus personagens.

Para observar e avaliar

Com base na atividade, observe se os estudantes compreenderam que os atores podem realizar diferentes tipos de atuação em palco, de acordo com seus tipos de personagens – que também variam de acordo com as diferentes peças teatrais produzidas. Nesse caso, é interessante observar se compreenderam a importância de Uíliam Xêiquispíer para a história do teatro e da dramaturgia. Do contrário, realize o atendimento individualizado.

Ariano Suassuna

Suassuna se inspirou nas obras de Xêiquispíer, entre outras referências, para falar de um Brasil nordestino, sertanejo, buscando relacionar o antigo e o moderno, o universal e o regional. Tanto as peças de Xêiquispíer como as de Suassuna dialogam com a comédia grega antiga por apresentar duas partes bem distintas: uma com a ação dos personagens e outra com a reflexão sobre essa ação.

Fotografia. Em primeiro plano, dois homens com maquiagem branca no rosto, lábios vermelhos, usando chapéu marrom com flores, casaco marrom com gola redonda, calça marrom com remendos e sapatos pretos, estão sentados em uma cadeira e seguram um violão no colo. Um deles está sorrindo e o outro com as mãos abertas sobre o peito. Em segundo plano, entre os dois homens, há um um vaso azul com folhas secas sobre um suporte circular em tons predominantes de azul e rosa. Ao fundo, uma sala com bancos e cortinas estampados e ornamentados
Grupo Maria Cutia de Teatro em Auto da Compadecida, em Belo Horizonte. Minas Gerais, 2019.
Cena de filme. Enquadrados da cintura para cima, dois homens com cabelo escuro curto e barba rala estão sentados um ao lado do outro. Eles usam chapéus pendurados nas costas; um deles veste uma blusa cinza e o outro, uma marrom. Ao fundo há uma paisagem com vegetação seca em tons de cinza e marrom.
Cena do filme O Auto da Compadecida (2000), direção de Guel Arraes.

Nos textos literários dramáticos de Suassuna, bem como nos de Xêiquispíer, a segunda parte parece um julgamento. Na cena final da peça Auto da Compadecida, o personagem principal precisa reavaliar suas ações pregressas e, como em um julgamento, recebe como veredito voltar à vida.

Além das comédias da Antiguidade, o teatro popular e os folguedos nordestinos inspiraram Suassuna na criação de seus textos. Na década de 1960, ele já percebia e reconhecia o valor das manifestações populares nordestinas, que posteriormente seriam catalogadas como Patrimônio Cultural Imaterial em Pernambuco e outros estados do Nordeste, como o teatro de bonecos ou mamulengo, a literatura de cordel e o repente.

Suassuna continuou escrevendo até seu falecimento, em 2014, e seus textos são encenados em companhias profissionais em todo o país. Algumas de suas peças chegaram às telas de cinema e televisão, e seus romances foram adaptados para o teatro.

10. Para ampliar seus conhecimentos sobre a vida desse importante escritor brasileiro, com a orientação do professor, investigue em livros ou na internet trechos e imagens da obra de Ariano Suassuna e compartilhe-os com os colegas.

Para ampliar

Auto da Compadecida, direção de Guel Arraes. Brasil, 2000 (95 minutos). O filme é uma divertida adaptação do texto teatral de Ariano Suassuna.

Respostas e comentários

10. Ver orientações em Atividades de desenvolvimento.

HABILIDADES

(ê éfe seis nove á érre zero três) Analisar situações nas quais as linguagens das artes visuais se integram às linguagens audiovisuais (cinema, animações, vídeos etcétera), gráficas (capas de livros, ilustrações de textos diversos etcétera), cenográficas, coreográficas, musicais etcétera

(ê éfe seis nove á érre dois cinco) Identificar e analisar diferentes estilos cênicos, contextualizando-os no tempo e no espaço de modo a aprimorar a capacidade de apreciação da estética teatral.

(ê éfe seis nove á érre dois sete) Pesquisar e criar fórmas de dramaturgias e espaços cênicos para o acontecimento teatral, em diálogo com o teatro contemporâneo.

COMPETÊNCIAS

Competência geral: 3

Competências específicas de Arte: 2 e 3

tê cê tês

  • Diversidade cultural
  • Educação para valorização do multiculturalismo nas matrizes históricas e culturais brasileiras

ATIVIDADES PREPARATÓRIAS

Relembre com os estudantes que, junto a Uíliam Xêiquispíer, outro autor importante para a dramaturgia também foi citado: Ariano Suassuna. Pergunte se eles já ouviram falar sobre alguma de suas obras ou frases marcantes de seus personagens e, após o debate livre da turma, cite a obra O Auto da Compadecida.

Leia o texto de fórma compartilhada, convidando os estudantes a conhecerem mais sobre Ariano Suassuna. Realize a descrição dos elementos visuais das imagens, destacando a imagem da obra O Auto da Compadecida, de 1955, que trouxe ao autor reconhecimento nacional e, segundo estudiosos, trata-se do texto mais popular do teatro brasileiro moderno. Entretanto, anteriormente à obra, Ariano Suassuna teve outros trabalhos.

ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

Após a leitura do texto, convide os estudantes a realizarem a atividade proposta. Nesse caso, é interessante propor que a turma se divida em grupos e que cada grupo fique responsável por pesquisar sobre uma obra de Ariano Suassuna, destacando imagens e trechos dessa obra. Peça aos grupos que criem uma apresentação virtual para compartilhar seus resultados e converse com a direção da escola sobre a possibilidade de divulgação e disponibilização do material produzido virtualmente.

Romeu e Julieta de Xêiquispíer e Suassuna

Romeu e Julieta foi escrita entre 1591 e 1595, nos primórdios da carreira literária de UilianXêiquispíer. A obra é conhecida e recontada até hoje em livros, filmes, séries, histórias em quadrinhos etcétera Para escrevê-la, Xêiquispíer se inspirou em um poema de ártur Brúque (centésima1563). A versão de Brúque proporcionou a Xêiquispíer não só o enredo da peça, como informações sobre a cidade italiana de Verona, os hábitos sociais e outros detalhes. Na trama escrita por Xêiquispíer o foco é o conflito em que jovens apaixonados são vítimas da luta entre duas famílias.

Cena de filme em preto e branco. Uma atriz de cabelo escuro penteado para trás, usando  lenço ornamentado no cabelo, colar com crucifixo e vestido com mangas longas, está com a cabeça levemente inclinada para o lado e a mão direita aberta e unida com a mão de um homem de cabelo escuro penteado para o lado, usando roupas escuras. O casal se olha profundamente.
Cena de filme. Uma jovem atriz de cabelo castanho penteado para trás, usando vestido branco com asas atrás, está com as sobrancelhas levantadas e a mão esquerda estendida para frente; um homem de armadura prateada, cabelo loiro, segura a mão dela e inclina seu rosto para beijá-la.
Cenas de filmes inspirados na versão de Xêiquispíer para Romeu e Julieta, de 1967 e 1996.

Ariano Suassuna também escreveu um texto literário dramático com enredo inspirado em Romeu e Julieta que foi chamado A história do amor de Romeu e Julieta. A versão de Suassuna parte das raízes das manifestações artísticas e culturais brasileiras.

  1. Responda no caderno às questões sobre Romeu e Julieta.
    1. Você conhece a história de Romeu e Julieta?
    2. Como você conheceu? Foi por meio de livros ou de filmes?
    3. O que acontece no auge da história? Como ela termina nas versões que você conhece?
    4. Você se lembra de alguma cena marcante? Qual? Conte aos colegas o que sabe.

Para ampliar

obeid, Cesar. Romeu Guarani e Julieta Capuleto. São Paulo: Brasil, 2015. O clássico Romeu e Julieta, de Xêiquispíer, adaptado para o contexto nacional, em que filhos de famílias rivais se apaixonam.

Respostas e comentários

11. Respostas pessoais. Ver orientações em Atividades de desenvolvimento.

ATIVIDADES PREPARATÓRIAS

Agora que os estudantes conhecem um pouco sobre as obras de Xêiquispíer e Suassuna, pergunte o que ambos os autores apresentam em comum.

Leia o texto com a turma, comentando que o poema de ártur Brúque (cêrca de 1563), inspiração para Romeu e Julieta, teria sido uma tradução de um original italiano feito por Matêo Bandélo (14851561) – o que deu a inspiração para o enredo da peça e informações sobre a cidade de Verona, bem como hábitos sociais e outros detalhes. Entretanto, as diferenças entre as duas obras estão ligadas às visões dos dois autores e aos objetivos pretendidos. Na versão de Brúque, o jovem casal permanece casado e se esconde por um período, antes de ser descoberto e punido por desobedecer a seus pais. Na obra de Xêiquispíer, o tempo de ação é reduzido a quatro dias, o que justifica as ações tão precipitadas dos protagonistas e a falta de tempo para esclarecimentos que poderiam ter poupado suas vidas.

ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

Comente o fato de Ariano Suassuna também ter feito sua versão de Romeu e Julieta com elementos e manifestações artísticas da cultura brasileira. Realize com os estudantes a atividade sobre a famosa obra de Xêiquispíer, permitindo que a turma responda livremente sobre as cenas que consideraram mais marcantes.

Para observar e avaliar

Ao final, observe se os estudantes compreenderam a importância de Xêiquispíer para a cultura mundial e como o autor impactou – e continua impactando – a criação de roteiros de filmes, peças, séries e até animações. É interessante observar também, com base nas atividades propostas, como uma peça clássica pode ser remontada e adaptada para incluir elementos culturais do autor em questão, como o fez Ariano Suassuna, por exemplo. Caso algum estudante não tenha alcançado os objetivos propostos no tema, solicite que elabore um cartaz com textos e imagens para destacar a importância do escritor e da sua obra.

VAMOS FAZER

Ícone de atividade em grupo.

Reescrita de Romeu e Julieta

Como fazer

  1. Cada aluno vai ler individualmente os dois textos que narram a história de Romeu e Julieta disponíveis na página 139. Os textos coincidem parcialmente, pois são duas versões da mesma cena na qual os personagens Romeu e Julieta se encontram pela primeira vez.
  2. Em seguida, conversem e definam qual personagem cada um vai representar.
  3. Cada um vai ler, nas duas versões, as falas do personagem que escolheu. Notem que, às vezes, as falas são parecidas, embora tenham palavras diferentes. Também o encaminhamento da ação é um pouco diverso.
  4. Agora, com os colegas de grupo, escrevam com suas palavras uma nova versão para a fala de cada personagem. Vocês podem usar palavras dos dois dramaturgos, mas o mais importante é que as falas sejam adaptadas à linguagem comum, usada no cotidiano de vocês.
  5. Feita a reescrita, uma dupla de cada grupo fica encarregada de ler as falas reescritas em voz alta para a turma. E a outra dupla do grupo vai criar gestos e movimentos para comunicar, sem palavras, as falas que a primeira dupla lê em voz alta.
  6. Combinem quem vai ler e quem vai atuar como Romeu; quem será a dupla que vai ler e atuar como Julieta; quem vai ler e atuar como narrador/rubrica ou Mercúcio. Por exemplo, a aluna Juliana vai ler a parte de Julieta e o aluno Rogério vai ler a parte de Romeu. Juliana tem um “duplo”, que é a aluna Janaína, que interpreta Julieta. E Rogério tem um “duplo”, que é o aluno Roberto, que faz os gestos de Romeu. Enquanto Juliana e Rogério leem as respectivas falas de Julieta e Romeu, Janaína e Roberto gesticulam, movimentam-se, comunicam-se sem palavras, mas motivados pelas palavras de Julieta-Juliana e Romeu-Rogério.
  7. Cada grupo vai se apresentar para a turma, até que todos tenham compartilhado suas adaptações e encenações. Ao final, façam uma roda de conversa para compartilhar as impressões sobre a vivência.

Continua

Respostas e comentários

Como fazer. Ver orientações em Atividades de desenvolvimento.

HABILIDADES

(ê éfe seis nove á érre dois cinco) Identificar e analisar diferentes estilos cênicos, contextualizando-os no tempo e no espaço de modo a aprimorar a capacidade de apreciação da estética teatral.

(ê éfe seis nove á érre dois sete) Pesquisar e criar fórmas de dramaturgias e espaços cênicos para o acontecimento teatral, em diálogo com o teatro contemporâneo.

(ê éfe seis nove á érre três zero) Compor improvisações e acontecimentos cênicos com base em textos dramáticos ou outros estímulos (música, imagens, objetos etcétera), caracterizando personagens (com figurinos e adereços), cenário, iluminação e sonoplastia e considerando a relação com o espectador.

COMPETÊNCIAS

Competências gerais: 4 e 10

Competência específica de Arte: 4

tê cê tê

Diversidade cultural

ATIVIDADES PREPARATÓRIAS

Inicie a proposta evidenciando que a reescrita de textos dramáticos literários e a transposição para a cena são um interessante exercício para a compreensão da função teatral e da vivência da atividade da leitura, escrita e reescrita com o fazer artístico.

ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

Para a atividade, acompanhe a formação dos grupos e o trabalho de reescrever e adaptar as cenas. Peça aos estudantes que prestem atenção nos detalhes e nos recursos usados para a construção dos diálogos.

Permita e incentive o jogo de contraponto que poderá surgir das diferenças entre os textos iniciais e as cenas adaptadas pelos estudantes.

Nas versões de Xêiquispíer e Suassuna, há predominância do gênero lírico na cena inicial, mas o trabalho de reescrita e adaptação dos estudantes pode gerar cenas em estilo mais cômico. Não haverá problema algum na mescla de estilos, pois até isso é coerente com as características dramatúrgicas dos autores originais.

Após a reescrita, solicite aos grupos que se organizem em duplas e auxilie os estudantes nas etapas de organização de quem interpretará os personagens. Possibilite um tempo de ensaio para cada dupla.

Em seguida, organize com a turma as apresentações das duplas. Peça para os estudantes que criem um ambiente adequado para apresentar e assistir as apresentações.

Informe os estudantes que apresentar a cena é tão importante quanto exercer o papel de espectador. Ao escutar as falas encenadas, os estudantes conseguirão acompanhar melhor o texto, e vão compreendê-lo mais, e de outra maneira, ao verem as encenações do que foi reescrito e adaptado pelos colegas.

Evidencie que é natural que ocorram pequenos equívocos na leitura. Cite, que aos poucos, os estudantes deverão adquirir ritmo e fluidez, arriscando entonações de voz, gestos e olhares.

Cite que o principal objetivo da atividade é entrar em contato com o gênero literário dramático em verso, com o hábito de ler em voz alta e interpretar.

Para finalizar, organize uma roda de conversa com os estudantes e converse sobre a experiência de trabalhar coletivamente para encenar o texto dramático literário, dando corpo e voz às palavras escritas de um dramaturgo, o que exige uma integração do grupo para a compreensão e comunicação de um texto.

Continuação

Trechos dos textos

Romeu e Julieta, de Uíliam Xêiquispíer

reticências ROMEU (a Julieta) – Se minha mão profana o relicário em remissão aceito a penitência: meu lábio, peregrino solitário, demonstrará, com sobra, reverência.

JULIETA – Ofendeis vossa mão, bom peregrino, que se mostrou devota e reverente. Nas mãos dos santos pega o paladino. Esse é o beijo mais santo e conveniente.

ROMEU – Os santos e os devotos não têm boca?

JULIETA – Sim, peregrino, só para orações.

ROMEU – Deixai, então, ó santa! que esta boca mostre o caminho certo aos corações.

JULIETA – Sem se mexer, o santo exalça o voto.

ROMEU – Então fica quietinha: eis o devoto. Em tua boca me limpo dos pecados. (Beija-a.)

JULIETA – Que passaram, assim, para meus lábios.

ROMEU – Pecados meus? Oh! Quero-os retornados. Devolve-mos.

reticências

Xêiquispíer, Uílliam. Romeu e Julieta. [sem local]: ibúksBrasil.com, [2010 década certa]. páginas quarenta e cinco a quarenta e seis. Disponível em: https://oeds.link/AgNTcY. Acesso em: 29 maio 2022.

A história do amor de Romeu e Julieta, de Ariano Suassuna

reticências Romeu:

Meu Deus, estou encantado

com toda aquela beleza!

Aquela Moça parece

uma Fada, uma Princesa!

Mercúcio, quem é aquela?

Quem é aquela lindeza?

Mercúcio:

É filha de Capuleto!

O leque que ela trazia

caiu de sua bela mão,

quando, há pouco, se movia!

Romeu:

Eu vou lá! Vou apanhá-lo!

(Entregando o leque:)

O leque lhe pertencia?

Julieta:

Sim, o leque me pertence!

Muito obrigada, Senhor!

Em paga da gentileza

queira aceitar esta flor:

receba esta Violeta

em troca do seu favor!

Romeu:

Eu beijo esta doce Flor

Vou guardá-la junto ao peito,

com todo amor e cuidado,

como se fosse uma Joia

que aqui eu tivesse achado. reticências

SUASSUNA, Ariano. A história do amor de Romeu e Julieta. ín: Folha de São Paulo/Folha uól Mais, São Paulo, 19 janeiro 1997. Disponível em: https://oeds.link/8OSVs1. Acesso em: 29 maio 2022.

Respostas e comentários

ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

Inicie a atividade com a leitura das orientações. Divida a turma em duplas e oriente-as quanto à execução das próximas etapas da atividade: quem interpretará qual personagem. Dê alguns minutos de ensaio para cada dupla e convide-as a se apresentar para o restante da turma. Dê liberdade de adaptação na interpretação.

Para observar e avaliar

Durante a atividade, observe o engajamento e a comunicação entre os integrantes das duplas e dos grupos, além das habilidades de comunicação, argumentação e interpretação. Nesse caso, note se os estudantes entenderam o que significa necessariamente adaptar uma obra clássica, a partir do que fizeram na experimentação. Do contrário, é possível sugerir que o estudante que não alcançar os objetivos propostos refaça a atividade, reescrevendo, nesse caso, uma cena de Romeu e Julieta que tenha como inspiração outro filme mais recente. Peça a ele que apresente sua adaptação para o restante da turma.

eu APRENDI

1. Com o passar do tempo, o custo de produção ficou mais baixo e os equipamentos foram se tornando mais portáteis, ganhando diversos acessórios, como as lentes especiais para paisagens e retratos. O público, que antes buscava artistas retratistas para realizar uma pintura de sua própria imagem ou de sua família, agora estava fascinado com a ideia de ter seu rosto perpetuado pela nova tecnologia.

Que manifestação artística é tratada na frase?

  1. Leia as frases sobre o cinema.
    1. A invenção do cinema foi resultado de um processo de pesquisas e experimentações e houve várias tentativas de registrar imagens em movimento no final do século dezenove, até que em 1895, na França, os irmãos Limiér apresentaram um aparelho chamado lanterna mágica.
    2. Nos primeiros anos do cinema um filme era apenas uma sequência de tomadas estáticas. O enquadramento também era estático e os acontecimentos em sequência direta, sem interrupções ou córte.
    3. O enquadramento é um dos elementos do cinema que ajudam a construir a história a ser contada. Existem basicamente três tipos de planos de enquadramento: plano geral ou aberto; plano médio ou americano e o primeiro plano, plano fechado ou close up.
    4. O movimento Cinema Novo nasceu no final da década de 1950 e esteve presente no Brasil até os anos 1980. Os cineastas Nelson Pereira dos Santos e Glauber Rocha foram considerados expoentes nesse gênero, que buscava retratar e expressar a cultura brasileira e os conflitos sociais do país.
    5. O chamado Cinema de Retomada contribuiu para a melhor compreensão da cultura brasileira, para expressão da realidade do povo e para o estabelecimento de novos olhares sobre a identidade nacional.
    1. Quais das frases apresentam afirmações corretas sobre o cinema?
    2. Você já assistiu a algum filme nacional? Descreva como foi a experiência e suas impressões.
Respostas e comentários

1. A fotografia.

2. a) As frases dois, três, quatro e cinco.

2. b) Resposta pessoal. Espera-se que o estudante descreva as sensações ou emoções sentidas ao assistir a filmes brasileiros.

HABILIDADES

(ê éfe seis nove á érre zero um) Pesquisar, apreciar e analisar fórmas distintas das artes visuais tradicionais e contemporâneas, em obras de artistas brasileiros e estrangeiros de diferentes épocas e em diferentes matrizes estéticas e culturais, de modo a ampliar a experiência com diferentes contextos e práticas artístico-visuais e cultivar a percepção, o imaginário, a capacidade de simbolizar e o repertório imagético.

(ê éfe seis nove á érre zero três) Analisar situações nas quais as linguagens das artes visuais se integram às linguagens audiovisuais (cinema, animações, vídeos etcétera), gráficas (capas de livros, ilustrações de textos diversos etcétera), cenográficas, coreográficas, musicais etcétera

(ê éfe seis nove á érre dois cinco) Identificar e analisar diferentes estilos cênicos, contextualizando-os no tempo e no espaço de modo a aprimorar a capacidade de apreciação da estética teatral.

(ê éfe seis nove á érre dois sete) Pesquisar e criar fórmas de dramaturgias e espaços cênicos para o acontecimento teatral,em diálogo com o teatro contemporâneo.

(ê éfe seis nove á érre dois oito) Investigar e experimentar diferentes funções teatrais e discutir os limites e desafios do trabalho artístico coletivo e colaborativo.

COMPETÊNCIAS

Competência geral: 1

Competência específica de Arte: 1

tê cê tê

Diversidade cultural

ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

Na primeira atividade, o estudante deverá ler as características apresentadas no enunciado e relacionar com algum tipo de manifestação artística já aprendido anteriormente na unidade – no caso, a fotografia.

Na segunda atividade, o estudante deverá ler frases sobre o cinema e relembrar o que foi aprendido sobre a manifestação artística. Dessa fórma, terá capacidade de identificar as frases corretas e as erradas; a segunda parte dessa atividade questiona o estudante acerca de filmes nacionais a que tenha assistido e suas impressões, de modo a ser uma resposta pessoal.

3. Para compor as obras da série Imagens de diamante, Vik Muniz tomou emprestadas as caríssimas pedras e organizou-as de modo a compor retratos das divas de Hollywood.

Fotografia em preto e branco. Composição da imagem de uma atriz e cantora de de hollywood, feita com diamantes. Há um contraste entre claro, no rosto brilhante e na cabeça da mulher retratada, e escuro, na roupa e nas cores de fundo. Destaque para uma mulher de cabelo claro penteado para trás, de sobrancelhas finas, olhos inclinados para baixo, nariz e lábios finos, usando roupa preta; ela está com a cabeça inclinada para o lado, sobre o ombro.
Marlene dítric, de Vik Muniz, 2004. Série imagens de diamantes, 99,7 centímetros por 82,6 centímetros.
  1. Na sua opinião, qual é a associação proposta pelo artista ao utilizar pedras preciosas nas imagens compostas?
  2. Se tivesse que escolher uma pessoa da sua convivência para retratar em uma imagem utilizando, como Vik, caríssimas pedras, quem você escolheria? Explique as razões da sua escolha.
  1. Em uma época de significativas transformações urbanas em Londres, Xêiquispíer contou com o apoio financeiro de nobres e isso permitiu que pudesse produzir e se dedicar exclusivamente à profissão teatral. Em suas obras, Xêiquispíer soube representar, descrever e colocar em ação características humanas universais e atemporais. Pesquise um texto de Xêiquispíer e elabore uma síntese, descrevendo:
    1. o nome, a época, o local e os personagens retratados;
    2. o enredo e as principais características humanas e universais retratadas na obra.
  2. O advento das câmeras fotográficas digitais mudou nossa relação com a fotografia. Hoje, com um smartphone, um tablet ou uma câmera digital, é possível fotografar a todo momento, em ocasiões importantes ou cotidianas. Também é possível compartilhar essas imagens com muitas pessoas em redes sociais.
    1. Como você e seus colegas costumam compartilhar suas fotografias digitais?
    2. Com qual frequência vocês acompanham as fotografias publicadas não só por amigos e parentes, mas também por desconhecidos, famosos ou não?
    3. Em sua opinião, por que é preciso ser cuidadoso ao compartilhar fotografias nas redes sociais?
Respostas e comentários

3. a) Ao associar a imagem de uma diva a pedras preciosas como diamantes, Vik as considerou, assim como os diamantes, símbolos eternos de glamúr e exuberância.

3. b) Resposta pessoal. É esperado que o estudante indique alguém muito importante de sua convivência.

4. Ver orientações em Atividades de desenvolvimento.

5. Respostas pessoais. Ver orientações em Atividades de desenvolvimento.

ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

A terceira atividade cobra do estudante associações entre a fotografia e a arte visual, de maneira que ele trabalhe um pouco do pictorismo aprendido anteriormente.

Na quarta atividade, é cobrado do estudante o que foi aprendido sobre Xêiquispíer e suas obras, de modo a elaborar uma síntese sobre elas, seus principais enredos e as características dos personagens.

A quinta atividade cobra do estudante a questão da fotografia em tempos digitais, em que as redes sociais permitem o fácil compartilhamento do que é produzido com o uso de celulares. A partir da reflexão gerada, o estudante deverá opinar acerca da segurança virtual das imagens.

 Para ampliar 

Para mais informações sobre Marlene dítric, veja a indicação: 1901: Nasce a atriz Marlene dítric. Disponível em: https://oeds.link/mXSfzX. Acesso em: 21 junho 2022.

Para observar e avaliar

Observe se os estudantes alcançaram os objetivos determinados, de modo a relembrarem o que foi aprendido sobre fotografia e cinema. Do contrário, é possível realizar o atendimento individualizado.

vamos COMPARTILHAR

Cenas: expressão e sentimento

As imagens e as cenas que observamos no decorrer desta unidade registraram a realidade, as memórias e os sentimentos de diferentes artistas, como os da fotógrafa Iolanda Husak, que dizia que por meio da fotografia encontrava um jeito de dar vazão aos seus sentimentos, pois, na maioria das vezes, ao fotografar, sentia vontade de chorar.

A arte é capaz de encantar e sensibilizar a nossa visão. Ela nos ajuda a trabalhar olhares, sentimentos e emoções. Agora, é sua vez de criar uma cena com base em imagens ou um texto literário ou a cena de um filme que de alguma fórma emocione ou sensibilize você e seus colegas.

Fotografia. Um menino de cabelo curto, usando camiseta vermelha e branca e calça branca, está em pé e se movimentando da direita para a esquerda, com as pernas e braços flexionados; ao fundo, há um muro branco com grafites coloridos e formas geométricas em tons de marrom, vermelho, verde e azul.
Menino participa de projeto socioeducativo no Bairro do Glicério. Fotografia de Iolanda Uzáqui, na cidade de São Paulo. São Paulo, 1990.

Material

  • Câmera fotográfica, tablet ou smartphone.
  • Para o figurino e a caracterização dos personagens: chapéus, lenços, echarpes, roupas diversas, pulseiras, brincos, colares, maquiagem etcétera
  • Para o cenário e o espaço cênico: lençóis, tecidos, folhas de papel coloridas, móveis escolares, objetos diversos etcétera

Como fazer

  1. Reúna-se com mais cinco colegas.
  2. Selecionem uma imagem, um texto literário ou a cena de um filme que provoque em vocês sentimentos e emoções profundas.
  3. Escolham cenas, momentos e personagens principais para encenar, filmar ou fotografar a manifestação selecionada por vocês.
  4. Caracterizem os personagens da melhor fórma possível, com roupas, adereços, acessórios, maquiagem etcétera

Continua

Respostas e comentários

HABILIDADES

(ê éfe seis nove á érre zero cinco) Experimentar e analisar diferentes fórmas de expressão artística (desenho, pintura, colagem, quadrinhos, dobradura, escultura, modelagem, instalação, vídeo, fotografia, performance etcétera).

(ê éfe seis nove á érre dois seis) Explorar diferentes elementos envolvidos na composição dos acontecimentos cênicos (figurinos, adereços, cenário, iluminação e sonoplastia) e reconhecer seus vocabulários.

(ê éfe seis nove á érre três zero) Compor improvisações e acontecimentos cênicos com base em textos dramáticos ou outros estímulos (música, imagens, objetos etcétera), caracterizando personagens (com figurinos e adereços), cenário, iluminação e sonoplastia e considerando a relação com o espectador.

COMPETÊNCIAS

Competências gerais: 4 e 10

Competências específicas de Arte: 2 e 4

tê cê tê

Diversidade cultural

ATIVIDADES PREPARATÓRIAS

Relembre com os estudantes tudo o que já foi discutido sobre as expressões artísticas da fotografia e do cinema. Questione-os sobre as inspirações a partir dos diferentes filmes e obras de dramaturgia estudados, em clássicos como Xêiquispíer e Suassuna, ou adaptações modernas nos filmes pesquisados e em novelas de tê vê.

Converse com os estudantes sobre como todas essas fórmas de arte podem ser utilizadas para expressar não somente emoções, mas também questões sociais – como fizeram Rosângela Rennó e Iolanda Husak. Proponha, então, que a turma realize a atividade.

ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

Leia a lista de materiais com os estudantes e, em seguida, os passos a serem realizados para que possam fazer a atividade proposta. Divida a turma em grupos de até seis estudantes e explique que eles deverão escolher, primeiro, uma cena de filme ou texto literário que seja importante para os integrantes do grupo – apresentando emoções fortes ou questões sociais importantes. Deixe livre a escolha do grupo.

Os grupos deverão interpretar essa mesma cena ou trecho literário usando caracterizações de personagens e cenário; os papéis também serão escolhidos pelos estudantes, assim como a fórma de manifestação artística, seja fotografia, seja filmagem.

Continuação

  1. Se possível, montem um cenário simples para a cena.
  2. Decidam os papéis a serem desempenhados pelos integrantes do grupo: um dos colegas deve ser o diretor ou fotógrafo, enquanto os outros serão os atores da cena e deverão transmitir a noção de ação, como se algo estivesse acontecendo.
  3. Fotografem ou filmem a cena quantas vezes acharem adequado, para obter um bom resultado. Em seguida, escolham os melhores momentos e postem no site da escola, em um blog da turma ou em uma rede social criada pelo professor para esta ou outras atividades.
  4. Para finalizar, em um dia combinado com o professor, tragam as produções, apresentem para os colegas e, se acharem necessário, também para a comunidade escolar. Finalizem a experiência compartilhando os processos de produção com as pessoas convidadas.
Ilustração. Uma menina de cabelo castanho, usando tiara rosa e uniforme escolar branco com azul está de joelhos no chão e segura um celular apontado para a direção de quatro colegas também uniformizados. Um deles está sentado em uma cadeira de rodas ao centro; atrás dele, há outro com os olhos arregalados, as duas mãos estendidas para frente e caminhando; à frente do menino cadeirante, duas crianças correm da esquerda para a direita com os olhos arregalados e as bocas abertas.
Respostas e comentários

Como fazer. Ver orientações em Atividades de desenvolvimento.

ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

Combine com a turma uma exposição virtual do material produzido. Converse com a direção da escola a fim de que os estudantes postem o material no site da escola, no blog da turma ou em uma rede social criada pela turma para essa finalidade. O intuito é que cada grupo explique o motivo da escolha da cena e suas inspirações.

É interessante explicar aos grupos que eles poderão se inspirar em diversas fórmas de artes visuais diferentes, como no pictorismo ou no cinema mudo. Deixe a escolha a critério da criatividade e da expressão artística deles.

A partir das explicações, deixe os grupos livres para realizarem a atividade. Oriente-os acerca da apresentação a ser realizada. É interessante promover um auxílio de fórma geral entre os grupos. Após as apresentações na própria turma, os grupos poderão se ajudar a fim de melhorar o material produzido.

Disponibilize e divulgue os materiais produzidos na fonte combinada com a escola.

Para observar e avaliar

Observe se os estudantes compreenderam como a fotografia e o cinema são fórmas de arte e de expressão de sentimentos e emoções humanas, bem como podem ser utilizados para questões sociais e históricas. Com base na atividade produzida, é possível avaliar se eles compreenderam os diferentes tipos de enquadramentos e planos, os tipos de peças de dramaturgia e até os movimentos e as inspirações dentro da fotografia. Do contrário, é possível solicitar que os grupos se auxiliem, ajudando estudantes que não tenham alcançado os objetivos propostos.

Glossário

serigrafia
: técnica de impressão que utiliza uma tela com partes permeáveis (por onde a tinta passa, imprimindo cor ao papel ou tecido) e partes impermeáveis (que impedem a passagem da tinta), criando assim uma imagem.
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litogravura
: técnica de gravura cuja matriz de impressão é feita em pedra.
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Pictorialismo
: técnica que busca a aproximação da linguagem fotográfica à pintura, manipulando muitas vezes práticas de alteração da cor, da granulação ou modificando elementos de fórma a assemelhar as fotografias a pinturas.
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alegoria
: expressão de ideias e pensamentos de fórma figurada.
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Expedição Langsdorff
: viagem científica, promovida pelo cônsul russo Barão Lânguisdórfi, que percorreu o interior do Brasil recolhendo informações e realizando estudos científicos.
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resíduos
: materiais descartados, mas que ainda podem ser utilizados, seja por reciclagem, seja por reaproveitamento.
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comicidade
: relativo ao cômico, que diverte, engraçado.
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paródia
: obra literária, teatral, cinematográfica ou musical que imita outra obra com objetivo de reler, fazer sátira, de zombar.
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