UNIDADE 4 Arte, ciência e tecnologia

As propostas desta unidade do seu livro foram desenvolvidas em quatro etapas, que se completam.

Pintura. Na parte superior direita, Deus está de barbas e cabelos longos e grisalhos vestindo um manto branco; ao fundo, há um manto vermelho dobrado, onde ele carrega alguns anjos e uma figura feminina. Na parte inferior esquerda, há um homem nu sentado em um prado verde com a perna direita estendida e a esquerda flexionada. Os dois se olham e estão com os braços esticados na direção do centro da obra, onde seus dedos indicadores quase se tocam. Os dedos do homem mais jovem estão caídos enquanto o indicador de Deus está esticado. Os corpos das figuras retratadas são anatomicamente bem delineados e há uma simetria entre eles.

eu SEI

Criações artísticas e científicas

Conhecer e identificar em uma obra da Capela Sistina as relações da arte e da ciência e pesquisar obras que apresentem propostas semelhantes.

Pintura. Em primeiro plano, retrato de uma mulher de cabelos escuros longos. Ela veste uma roupa escura de manga longa. Seus braços estão apoiados um sobre o outro no encosto de uma cadeira. Além dos tons predominantes de amarelo, marrom e verde-escuro, há  gradações não bruscas de luz e sombra ao redor, especialmente, dos olhos e da boca. Ao fundo, há paisagens montanhosas em tons de marrom e o céu em tons de verde e amarelo.

eu vou APRENDER

Capítulo 1 – Arte e ciência

Identificar as relações históricas entre a arte e a ciência, com foco no renascimento.

Capítulo 2 – Técnicas e tecnologias na arte

Conhecer técnicas e tecnologias e promover experiências nas artes.

Respostas e comentários

Bê êne cê cê NA UNIDADE

HABILIDADES

(ê éfe seis nove á érre zero quatro) (ê éfe seis nove á érre zero cinco) (ê éfe seis nove á érre dois seis) (ê éfe seis nove á érre dois sete) (ê éfe seis nove á érre dois nove) (ê éfe seis nove á érre três um) (ê éfe seis nove á érre três cinco)

COMPETÊNCIAS

Competências gerais: 3, 5 e 10

Competências específicas de Arte: 1, 4, 5 e 8

tê cê tês

  • Diversidade cultural
  • Ciência e tecnologia

Objetivos

  • Reconhecer a inter-relação entre arte e ciência.
  • Analisar aspectos históricos e sociais do desenvolvimento da arte.
  • Reconhecer o período artístico do Renascimento.
  • Identificar elementos de perspectiva.
  • Produzir desenho em perspectiva.
  • Reconhecer a técnica do sfumato.
  • Produzir utilizando a técnica do sfumato.
  • Reconhecer a importância do desenvolvimento da tecnologia para as artes.
  • Analisar a composição dos acontecimentos cênicos nas artes cênicas.
  • Identificar profissionais das artes cênicas.
  • Analisar a importância de elementos e figurinos para a composição cênica.
  • Realizar pesquisa sobre efeitos especiais.
  • Reconhecer a importância da iluminação para a construção de cenas.
  • Identificar elementos essenciais da cenografia.
  • Construir maquete de cenário.

Introdução

A unidade se propõe a trabalhar com os estudantes a relação existente entre arte, técnica e tecnologia e a análise de diferentes elementos presentes nas artes de diversas produções (ê éfe seis nove á érre zero quatro), explorando variados elementos cênicos (ê éfe seis nove á érre dois seis) por meio de atividades que os incentivem a valorizar o patrimônio cultural, material e imaterial de diversas culturas, especificamente a brasileira.

Desenho. Sobre uma folha azulada há traços finos de lápis retratando uma figura humana vista de lado; sobre seu rosto, há linhas que se cruzam formando quadrados e retângulos. Na parte inferior esquerda, há um texto.

eu APRENDI

Desenvolver atividades de verificação, sistematização, reflexão e ampliação da aprendizagem.

Ilustração. Em primeiro plano, uma menina de cabelo encaracolado e comprido, usando uniforme escolar azul e branco está agachada no chão e com as duas mãos ao redor de um objeto circular e amarelo. Em segundo plano, à esquerda, há uma menina de cabelo preto e encaracolado, usando uniforme escolar, sentada no chão e segurando uma pasta azul; à sua frente, há uma folha branca, lápis e tesoura. Em segundo plano, à direita, um menino de cabelo castanho está atrás de uma árvore e segura um pincel amarelo na direção do tronco. Em terceiro plano, em tons de azul, há silhuetas de vegetação.

vamos COMPARTILHAR

Tecnologias cênicas

Elaborar proposta de experimentação de técnicas e tecnologias nas artes.

OBJETIVO GERAL

Possibilitar o reconhecimento e a identificação da ciência e da utilização de técnicas e tecnologias nas artes.
Respostas e comentários

Nas atividades presentes, os estudantes terão a oportunidade de desenvolver habilidades de pesquisa, apreciação e análise dessas diferentes fórmas de artes visuais, com foco nas diversas fórmas de dramaturgia e espaços cênicos (ê éfe seis nove á érre dois sete).

Eles também identificarão e manipularão diferentes tecnologias e recursos digitais (ê éfe seis nove á érre três cinco), de modo a analisar e explorar relações de diversas linguagens artísticas. Por meio dessas atividades, a unidade se propõe a trabalhar a relação da arte com diferentes dimensões da vida – social, cultural, histórica etcétera (ê éfe seis nove á érre três um).

Dessa fórma, os estudantes identificarão e reconhecerão as relações históricas entre a arte e a ciência, focando inicialmente no período do Renascimento. Em seguida, trabalharão técnicas e tecnologias para promover as experiências nas artes cênicas.

ATIVIDADES PREPARATÓRIAS

Leia de maneira compartilhada a estrutura da unidade, explicando cada etapa: Eu sei, Eu vou aprender, Eu aprendi e Vamos compartilhar. Explique que os estudantes percorrerão todo o processo para a construção do conhecimento.

eu SEI

Criações artísticas e científicas

Nesta Unidade vamos conhecer artistas e obras que combinam de fórma notável habilidades técnicas, conhecimentos científicos e uma forte intensidade emocional. Para começar, observe a ilustração que retrata o teto da Capela Sistina, que foi pintado, entre 1508 e 1512, pelo artista Miquelângelo Buonarroti (14751564) a pedido do papa Júlio segundo.

Gravura. Em preto e branco, vista interna de uma capela, composta por paredes altas e ornamentadas e teto com um afresco composto por três arcos. Na parte inferior, perto da porta de entrada, três pessoas em pé conversando.
Vista interna da Capela Sistina, no Vaticano, com os famosos afrescos de Miquelângelo Buonarroti. Gravura em madeira, publicada em 1878.

Miquelângelo fez de tudo para esquivar-se da encomenda da pintura do teto da Capela Sistina. Ele dizia que não era um pintor, mas, sim, um escultor. Quando o papa se manteve firme na escolha, Miquelângelo estudou todos os detalhes e preparou com cuidado cada figura em seus desenhos. O artista passava várias horas por dia deitado de costas em andaimes suspensos, preparando e pintando as cenas.

Respostas e comentários

HABILIDADE

(ê éfe seis nove á érre três cinco) Identificar e manipular diferentes tecnologias e recursos digitais para acessar, apreciar, produzir, registrar e compartilhar práticas e repertórios artísticos, de modo reflexivo, ético e responsável.

COMPETÊNCIAS

Competência geral: 5

Competência específica de Arte: 5

tê cê tê

Diversidade cultural

ATIVIDADES PREPARATÓRIAS

Faça a leitura do texto de maneira compartilhada com os estudantes, conversando sobre o trabalho feito por Miquelângelo na Capela Sistina.

Localizada na Cidade do Vaticano, mais precisamente no Palácio Apostólico, ela foi construída no final do século quinze, tendo sido encomendada pelo papa Sisto quarto. A capela levou oito anos para ficar pronta e tem 40,9 metros de comprimento, 13,4 metros de largura e 20,7 metros de altura. Continue a leitura do texto sobre a Capela Sistina e as pinturas famosas de Miquelângelo e convide os estudantes a analisar os elementos presentes na pintura A criação de Adão. Comente com a turma que Miquelângelo foi um pintor, escultor e arquiteto muito famoso. Ele também tinha conhecimentos anatômicos notáveis que são refletidos visivelmente em suas obras, desde as harmoniosas curvas da escultura de Deivid até o realismo das mais de trezentas figuras que ocupam o teto da Capela Sistina.

É interessante comentar com a turma que o fascínio de Miquelângelo pela anatomia começou nos primeiros anos de sua formação, por meio da observação de dissecções de cadáveres na côrte dos Médici. A partir dos 18 anos, Miquelângelo se aventurou sozinho nas dissecções, mas deixou poucos manuscritos. Afinal, a prática de dissecção humana não era bem-vista pela própria Igreja.

Proponha aos estudantes a observação da imagem de representação do cérebro humano e a reflexão sobre o fato de uma representação artística poder ou não contribuir com a ciência.

 Para ampliar 

Para mais informações sobre as pinturas na Capela Sistina, veja as indicações a seguir:

O que ver no túr virtual pela Capela Sistina. Disponível em: https://oeds.link/olCVOt. Acesso em: 15 junho 2022.

Anatomia Sistina. Disponível em: https://oeds.link/VQBAPn. Acesso em: 15 junho 2022.

A criação de Adão é apenas uma pequena parte da majestosa criação de Miquelângelo. Nessa obra o artista representa o momento em que “Deus cria o primeiro homem”.

Pintura. Na parte superior direita, Deus está de barbas e cabelos longos e grisalhos vestindo um manto branco; ao fundo, há um manto vermelho dobrado, onde ele carrega alguns anjos e uma figura feminina. Na parte inferior esquerda, há um homem nu sentado em um prado verde com a perna direita estendida e a esquerda flexionada. Os dois se olham e estão com os braços esticados na direção do centro da obra, onde seus dedos indicadores quase se tocam. Os dedos do homem mais jovem estão caídos enquanto o indicador de Deus está esticado. Os corpos das figuras retratadas são anatomicamente bem delineados e há uma simetria entre eles. Acima da imagem, estão posicionados boxes cinza com o texto: Adão estende a mão em direção de Deus, esperando que ele lhe transmita vida. Deus é um homem sábio e idoso, de barbas e cabelos brancos, que simbolizam sabedoria. De forma vigorosa, ele estende o braço e o dedo com um gesto de poder. Deus carrega em um manto anjos e abraça uma figura feminina, interpretada como Eva, a primeira mulher, que ainda não foi criada. Alguns estudiosos observaram que as dobras do manto onde está Deus criam o exato formato de um cérebro humano.
Vista do teto da Capela Sistina, em foco a pintura A criação de Adão, de Miquelângelo Buonarroti, 15111512. Afresco, cêrca de 280 centímetros por 570 centímetros.

Além de atuar como pintor, escultor e arquiteto, Miquelângelo tinha vastos conhecimentos de Anatomia, o que tornaria viável a teoria de que a imagem do manto representava partes do cérebro humano. Esses estudos indicam que o artista valorizava os conhecimentos científicos e colocava os seres humanos no centro de tudo, como na imagem do manto.

Ilustração de um cérebro em tons de vermelho, azul, roxo, verde, amarelo.
Vamos investigar outros artistas e suas produções que relacionam arte e ciência. Para a atividade, sigam as orientações.
  1. Organizados em duplas, selecionem uma obra de arte que vocês já viram ou conhecem. Pode ser uma pintura, uma escultura ou outra manifestação artística que esteja associada à ciência.
  2. Após a seleção, pesquisem informações sobre os elementos presentes na obra, como fizemos em A criação de Adão.
  3. Além disso, descrevam os conhecimentos e as habilidades do artista e as possíveis associações da obra com os conhecimentos científicos.
  4. Para finalizar, compartilhem as obras e as informações sobre os artistas com os colegas de sala. Para isso, poderá ser montada uma exposição com cartazes ou uma mostra virtual, utilizando as ferramentas digitais disponíveis.
Respostas e comentários

1. a 4. Ver orientações em Atividades de desenvolvimento.

ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

Depois de analisar os elementos presentes na pintura de Miquelângelo, convide a turma a realizar as atividades propostas. Peça aos estudantes que formem duplas e explique que deverão procurar obras de arte que já tenham visto, como pintura, escultura ou outra manifestação artística, desde que esteja associada à ciência.

Para auxiliá-los, é possível sugerir que busquem as pinturas e as obras no site uíquiárt. Disponível em: https://oeds.link/IhsOQp. Acesso em: 26 junho 2022.

Após a seleção das obras pelas duplas, solicite-lhes que sigam os passos apresentados na atividade. Realize pequenos atendimentos individuais às duplas de modo a sanar possíveis dúvidas em relação à atividade em si ou a fórmas de associar a obra à ciência e à tecnologia.

Ao final, proponha uma pequena exposição com os materiais produzidos pelas duplas. Pode ser interessante conversar com a direção da escola de modo a obter um espaço específico para a apresentação de cartazes contendo esses materiais, ou sugerir aos estudantes que os processos sejam feitos virtualmente, por meio de programas de apresentação de slides, e que, ao final, o material seja divulgado e disponibilizado pela escola em um site, blog da turma ou rede social criada especificamente para isso.

Para observar e avaliar

Durante a leitura, observe se os estudantes compreenderam que a arte, como a de Miquelângelo, pode ser relacionada com a ciência e a tecnologia. Caso algum estudante não alcance os objetivos pretendidos, peça a ele que realize uma pesquisa mais aprofundada sobre a obra A criação de Adão. Como,especificamente, essa pintura de Miquelângelo pode ser relacionada à tecnologia e à ciência? Sugira que o estudante faça uma apresentação de slides para mostrar à turma seus resultados e que disponibilize virtualmente o trabalho em site, blog ou rede social da turma.

eu vou APRENDER Capítulo 1

Arte e ciência

As relações entre arte e ciência são constantes ao longo do tempo. Artistas e cientistas transitam entre a imaginação, a experimentação e os questionamentos sobre fenômenos e sentidos. Eles usam a própria percepção do mundo para guiar seu trabalho.

Neste capítulo, vamos explorar algumas aproximações entre arte e ciência no Renascimento italiano, momento em que ocorreu uma estreita relação entre esses dois campos do conhecimento humano, quando os estudos científicos contribuíram para o aperfeiçoamento da representação artística.

Desenho. Sobre uma folha de papel envelhecido, em linhas finas, há dois crânios humanos um abaixo do outro. Sobre o primeiro, há contornos com linhas retas e circulares no crânio; sobre o segundo, há linhas retas que formam quadrados e retângulos sobrepostos. Na parte inferior esquerda, há textos.
Estudos anatômicos: crânio seccionado, de Leonardo da vinti, 1489. Desenho em tinta e giz preto sobre papel, 18,8 centímetros por 13,4 centímetros.
Ícone de atividade em grupo.
Ícone de atividade oral.
  1. Observem o desenho realizado pelo artista Leonardo da vinti (14521519) reproduzido na página.
    1. Que conhecimentos vocês acreditam que são necessários para fazer um desenho do corpo humano similar a esse?
    2. De que fórma a arte pode contribuir para o desenvolvimento do conhecimento científico e vice-versa?

Diferente do período anterior, a Idade Média, em que a arte estava associada à religiosidade e a Igreja Católica exercia grande influência sobre a vida das pessoas, no Renascimento priorizaram-se o ser humano e a ciência. Os artistas e os mecenasglossário desse período estavam fascinados com a ideia de que a arte poderia não apenas narrar as histórias das sagradas escrituras, mas também espelhar o ser humano e o mundo.

Respostas e comentários

1. Respostas pessoais. Ver orientações em Atividades de desenvolvimento.

HABILIDADES

(ê éfe seis nove á érre zero cinco) Experimentar e analisar diferentes fórmas de expressão artística (desenho, pintura, colagem, quadrinhos, dobradura, escultura, modelagem, instalação, vídeo, fotografia, performance etcétera)

(ê éfe seis nove á érre três um) Relacionar as práticas artísticas às diferentes dimensões da vida social, cultural, política, histórica, econômica, estética e ética.

COMPETÊNCIAS

Competência geral: 3

Competência específica de Arte: 1

tê cê tês

  • Diversidade cultural
  • Ciência e tecnologia

ATIVIDADES PREPARATÓRIAS

Pergunte aos estudantes se sabem ou já estudaram o que foi o Renascimento. Deixe que a turma responda livremente.

Realize a leitura do texto de maneira compartilhada com os estudantes, escrevendo na lousa as palavras desconhecidas e investigando as definições com a turma.

Prossiga com a leitura sobre grandes mestres pintores, como Leonardo da vinti, Miquelângelo e Rafael Sanzio, que utilizaram o conhecimento científico de Anatomia para produzir seus trabalhos artísticos.

Explique que, na Grécia antiga, os artistas lançaram mão da utilização de modelos para criar suas estátuas e pinturas. Já o uso sistemático de modelos no ensino da arte surge com as academias renascentistas. Uma das questões que floresceram com o Renascimento foi o interesse no corpo humano como “máquina viva”.

Para retratar santos, guerreiros e reis de maneira realista e na escala humana, passou a ser necessário o entendimento das fôrças que atuam na estrutura física (óssea, muscular) do corpo em repouso ou em movimento, além dos aspectos da luz ao incidir sobre o corpo, para se poder criar a ilusão de volume na pintura: o uso do chiaroscuro. Leonardo da vinti, por exemplo, um dos mais importantes artistas de todos os tempos, na busca pelo aperfeiçoamento de seus desenhos, pinturas e invenções, roubava cadáveres para realizar estudos anatômicos.

 Para ampliar 

Leia o artigo indicado e saiba mais sobre as práticas artísticas com modelos vivos, que surgiram no século dezesseis. Disponível em: https://oeds.link/kPoplb. Acesso em: 15 junho 2022.

BNCC NO CAPÍTULO

OBJETOS DE CONHECIMENTO

HABILIDADES

Elementos da linguagem

(EF69AR04)

Materialidades

(EF69AR05)

Contextos e práticas

(EF69AR31)

Grandes mestres, como Leonardo da vinti, Miquelângelo Buonarroti e Rafael Sanzio (14831520), buscaram, assim como os gregos e os romanos antigos a quem tanto admiravam, observar o corpo humano, seus movimentos e fórmas, fazendo, em seus ateliês e oficinas, inúmeros estudos e desenhos de pessoas em diferentes poses.

Criando desenho com base nas articulações

Observe a obra de Leonardo da vinti reproduzida na página. Que tal fazer um desenho usando como modelo alguns colegas de turma? A ideia é criar um desenho de partes do corpo humano que investigue as articulações a partir de um modelo vivo.

Material

  • Folha de papel sulfite.
  • Lápis grafite.

Como fazer

  1. O professor vai organizar alguns colegas em diferentes posições: sentados, em pé com as pernas juntas, sentados com as pernas cruzadas, agachados etcétera
  2. Observe bem a cena e tente desenhá-la aproximando-se o máximo possível do que está observando. Busque destacar em seu desenho as diferentes poses dos colegas, principalmente as suas articulações.
  3. Ao término, exponha seu desenho com os trabalhos dos colegas. Juntos, analisem as possibilidades de movimento registradas nos desenhos, como dobra dos braços, joelhos, articulação do pescoço etcétera
Desenho. Sobre um papel envelhecido, em linhas finas e sombreadas, há um homem retratado gradativamente com as partes do corpo sendo decompostas em figuras anatômicas fragmentadas. Inicialmente, seu corpo aparece da cintura para cima, com uma parte do braço suprimida. Ao final, destacam-se apenas os tecidos musculares do braço e do peitoral direito.
Estudo da cabeça e dos ombros de um homem, de Leonardo da vinti, 1490. Tinta e caneta sobre papel, 28,7 centímetros por 19,6 centímetros.
Orientação para acessibilidade

Criando desenho com base nas articulações.

 Caso haja estudantes cegos na turma, peça a um dos estudantes que faça algumas posições com a mão e o braço que possam ser tocadas para investigação das articulações e de movimentos. Verifique a possibilidade de uso de ferramentas digitais acessíveis para que o estudante cego consiga fazer tal representação. 

Respostas e comentários

• Ver orientações em Atividades de desenvolvimento.

ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

Na atividade 1, no item a, espera-se que os estudantes identifiquem que são necessários conhecimentos do campo das artes, especificamente da linguagem do desenho, de suas diferentes técnicas e dos diversos materiais artísticos, para alcançar uma representação clara das fórmas e da sensação de volume. Também são necessários conhecimentos do campo científico, especificamente da anatomia humana. Já no item b, espera-se que citem que, por meio da arte, o cientista torna visível e inteligível ideias, fórmas, sistemas, mecanismos, estruturas, volumes, texturas etcétera O conhecimento científico, entre outras coisas, pode ajudar o artista a aproximar suas obras da realidade observada e a retratar fórmas, movimentos, expressões e poses. Explique aos alunos que esse e muitos outros trabalhos realizados por Da vinti mostram que o artista trabalhava com base na investigação científica da anatomia humana.

Em seguida, proponha que realizem a atividade prática. Leia o enunciado, a lista de materiais que serão utilizados e os passos da atividade de modo que todos compreendam o que acontecerá.

Nesse caso, divida a turma entre aqueles que serão os modelos, inicialmente, e os que deverão desenhar. Proponha que os modelos façam poses diferentes. Afaste mesas e cadeiras para que os desenhistas tenham espaço de observação.

Proponha que, após a primeira rodada de desenhos, modelos e ilustradores troquem de lugar. Ao final, sugira que todos os estudantes apresentem seus trabalhos uns aos outros e analisem tantas possibilidades de movimentos presentes nessas imagens.

Para observar e avaliar

Observe se os estudantes compreenderam que, para ilustrar os modelos de Da vinti e Miquelângelo, foi preciso muito estudo anatômico e dissecções, mas principalmente modelos humanos. Com base na atividade proposta, note o envolvimento dos estudantes na fórma como eram desenhados – e ainda são –, isto é, utilizando-se modelos humanos. Caso algum não alcance os objetivos pretendidos, proponha que realize uma breve pesquisa sobre os estudos anatômicos de Da vinti, montando uma apresentação de slides com os resultados para serem mostrados à turma.

ARTE E HISTÓRIA

O Renascimento

A palavra renascimento significa “nascer de novo”. Nesse período da história, por volta do século quinze, valorizavam-se os conhecimentos e as obras dos mestres da Antiguidade clássica, que ocorreu entre os séculos sete antes de Cristo e seis Depois de Cristo, quando os modelos de equilíbrio, proporção, harmonia, graça e simetria de fórmas eram fundamentais.

Entre os séculos um antes de Cristo e cinco Depois de Cristo, Roma foi a cidade central de um grande império e, por isso, para o historiador da Arte E. H. Gâmbritch (19092001), a ideia de um renascimento estava ligada, na concepção dos italianos do século quinze, a um possível retorno à glória da Roma antiga.

Dessa fórma, o Renascimento foi um movimento intelectual e artístico surgido na região da atual Itália que se desenvolveu entre os séculos catorze e meados do dezesseis, espalhando-se por toda a Europa.

Artistas, pensadores, arquitetos, cientistas, filósofos e governantes acreditavam que o caminho para o esclarecimento e a grandeza estava no resgate dos ideais e dos padrões da Antiguidade clássica e no estudo do ser humano, da natureza e da ciência.

Observe as duas esculturas na página seguinte. A primeira foi concebida por Policleto (470405 antes de Cristo), um dos mais importantes escultores gregos da Antiguidade. Ele esculpiu em bronze várias figuras de jovens atletas, mas nenhuma peça foi preservada; até nossos dias, chegaram apenas cópias.

A segunda foi esculpida por Miquelângelo Buonarroti (14751564), pintor e escultor de Florença que viveu durante o Renascimento.

Gravura. Em preto e branco, vista ampla de uma cidade; às margens de um rio há construções de casarões antigos. No centro, há uma ponte. Na parte superior direita, há duas torres grandes e a cúpula de uma igreja.
Florença foi uma das cidades italianas onde ocorreu um grande desenvolvimento intelectual e artístico no período do Renascimento.
Respostas e comentários

HABILIDADE

(ê éfe seis nove á érre três um) Relacionar as práticas artísticas às diferentes dimensões da vida social, cultural, política, histórica, econômica, estética e ética.

COMPETÊNCIAS

Competência geral: 3

Competência específica de Arte: 1

tê cê tê

Diversidade cultural

ATIVIDADES PREPARATÓRIAS

O tema e a proposta de trabalho desenvolvidos na seção são pertinentes tanto para o componente curricular Arte como para História. Inicie a aula solicitando aos alunos que comentem sobre as inspirações artísticas e o desenvolvimento da arte na época do Renascimento. Eles poderão comentar o que acabaram de aprender sobre Da vinti e Miquelângelo, por exemplo.

ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

Analise as esculturas com a turma, realizando a atividade proposta enquanto isso. Pergunte sobre semelhanças e diferenças em relação às estátuas, que poderão ser:

  • Semelhanças: ambas as esculturas demonstram fôrça, elegância, vitalidade, proporção, harmonia, beleza, simetria e são representações idealizadas do corpo masculino. As duas figuras estão apoiadas sobre a perna direita, com a cabeça voltada para o lado (Doríforo para o lado direito e Davi, para o esquerdo).
  • Diferenças: a escultura de Davi aparenta ser mais jovem que a figura de Doríforo. Para ampliar conhecimentos, pergunte aos estudantes se eles conhecem a história de Davi, que se encontra no texto bíblico. Deixe que respondam livremente e, caso a maioria não conheça, convide-os a fazer uma breve pesquisa utilizando os aparelhos celulares. Em seguida, solicite a eles que compartilhem seus resultados com o restante da turma.
Escultura em mármore. Vista de corpo todo de um homem nu de cabelo curto encaracolado, de tronco largo, peitorais fortes, com a perna direita flexionada para frente e a mão esquerda levantada. O corpo apresenta os músculos de modo bem delineado.
Doríforo (ou Atleta), cópia em mármore da escultura romana original, de Policleto, 450440 antes de Cristo Bronze, 200 centímetros. (altura)
Escultura em mármore. Vista de corpo todo de um homem nu, de cabelo encaracolado, de peitoral firme, com o braço esquerdo levantado na direção do ombro e as pernas entreabertas. O corpo apresenta os músculos de modo bem delineado.
Davi, de Miquelângelo Buonarroti, 15011504. Escultura em mármore, 517 centímetros. (altura)
  1. Quais as semelhanças e as diferenças entre as duas esculturas?
  2. As esculturas foram elaboradas em dois momentos históricos diferentes e mostram a busca por padrões estéticos similares. Cite outros valores evidenciados durante o Renascimento que se relacionam com a Antiguidade.
  3. Investigue em livros ou na internet, outras áreas do conhecimento que passaram por transformações no período do Renascimento.
Respostas e comentários

1. a 3. Ver orientações em Atividades de desenvolvimento.

ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

Continue a atividade com a turma, respondendo coletivamente à segunda pergunta, em relação aos valores evidenciados pelo Renascimento. Entre outros valores, é possível citar, por exemplo, o caminho para o esclarecimento por meio do resgate de ideais clássicos e a valorização dos estudos do ser humano, da natureza e da ciência.

Na terceira questão, oriente a turma durante a pesquisa a ser feita, solicitando que utilizem fontes confiáveis e que anotem os sites em que se basearam para fazer a pesquisa. Algumas áreas que poderão ser citadas são: Filosofia, Política, Economia, Cultura e Ciência.

Para observar e avaliar

Observe se os estudantes compreenderam a importância da época do Renascimento para áreas que vão além da Arte, por exemplo. É interessante notar, com base na atividade complementar e de desenvolvimento, se compreenderam que o Renascimento também ultrapassou o país de origem, a Itália, e transformou a sociedade como um todo. Do contrário, proponha à turma que se divida em grupos de modo que os estudantes se auxiliem no processo de aprendizagem.

LEONARDO DA vinti E O CONHECIMENTO

Leonardo da vinti foi pintor, escultor, arquiteto, pensador, estudioso da natureza, do corpo humano e do movimento e inventor. Por meio desses conhecimentos, pôde estabelecer várias relações, entre elas a do fluxo dos rios com a circulação do sangue nas veias.

Ele tinha muita curiosidade em relação à água e vários de seus projetos buscavam explorar a energia potencial dos rios, o que foi concretizado muito tempo após seu falecimento. Chegou a conceber também um submarino, que não foi construído em sua época.

Naquele tempo, já se fantasiava construir engenhocas que permitissem aos seres humanos voar como os pássaros. Da vinti utilizou os materiais usados na confecção de velas de navios e chegou a esboçar um protótipo de helicóptero. Alguns estudiosos consideram que o primeiro paraquedas e a primeira asa-delta da história foram desenhados por ele.

Desenho. Sobre uma folha branca, em linhas pretas curvas e finas, uma hélice arredondada; dela saem algumas linhas retas que se conectam com a base de um objeto triangular com engrenagens.
Hélice, esboço de Leonardo da vinti, cêrca dê 14921516.
Desenho. Ao centro de uma folha envelhecida, há uma máquina voadora composta por duas tábuas retangulares dispostas horizontal e paralelamente; entre elas, há duas barras na diagonal que se encontram acima. A base da máquina é formada por uma escada à direita e uma barra à esquerda; ambas estão na vertical, mas levemente inclinadas. No topo da máquina, há engrenagens. Ao redor, há textos.
Máquina voadora, esboço de Leonardo da vinti, século quinze.

Para ampliar

TUFANO, Douglas. Leonardo da vinti e sua época. São Paulo: Moderna, 2019. O livro retrata a vida e a obra de Leonardo da vinti, o pintor, escultor, cientista e engenheiro considerado um dos gênios da humanidade. A obra descreve aspectos da época do Renascimento e apresenta outros artistas famosos que viveram nesse mesmo período da História.

Respostas e comentários

HABILIDADE

(ê éfe seis nove á érre três um) Relacionar as práticas artísticas às diferentes dimensões da vida social, cultural, política, histórica, econômica, estética e ética.

COMPETÊNCIAS

Competência geral: 3

Competência específica de Arte: 1

tê cê tês

  • Diversidade cultural
  • Ciência e tecnologia

ATIVIDADES PREPARATÓRIAS

Pergunte aos estudantes quem foi Leonardo da vinti e quais são suas principais obras. Deixe que a turma liste livremente e corrija se houver necessidade, citando que a Mona Lisa é uma obra muito famosa do artista.

Em seguida, faça a leitura do texto de maneira compartilhada, comentando que Da vinti dominava vários tipos de conhecimento, dedicando-se ao estudo da paisagem, dos minerais, dos animais, dos vegetais, dos astros celestes, da anatomia humana e animal, da matemática, da geometria, da arquitetura e do urbanismo, da perspectiva, da óptica, da mecânica (estudo do movimento), da química, da metalurgia, da filosofia, da poesia e da música.

Prossiga com a leitura, convidando os estudantes a analisarem os elementos das imagens.

ATIVIDADE COMPLEMENTAR

É interessante voltar à página anterior para comparar os desenhos anatômicos aos esboços de construções e invenções de Da vinti. Em seguida, pergunte se já viram helicópteros e se a hélice desenhada pelo pintor renascentista é parecida com as reais.

Proponha que pesquisem como foram as primeiras hélices de helicópteros e aviões, de modo geral. Retome o questionamento: elas se parecem com as de Da vinti?

Da vinti inventou muitos equipamentos que só puderam ser construídos de fato três ou quatro séculos depois, mas também contribuiu com invenções e mecanismos em sua época que ainda são utilizados nos maquinários atuais.

Com base nos estudos sobre a circulação, a distribuição e os movimentos da água, planejou pontes, diques, sistemas de irrigação, canais, bombas hidráulicas e aparelhos de mergulho. Como arquiteto e engenheiro, projetou arcos, portões, torres, muros, fortalezas e até uma cidade inteira, além de inventar instrumentos de medição.

Desenho. Sobre uma folha envelhecida, em linhas curvas e cantos sombreados, há um bebê encolhido dentro de um útero circular; a cor do bebê, em tons de marrom, se destaca do restante dos elementos do desenho. Ao redor, há esboços de estudos anatômicos, destacando algumas membranas do útero. Ao lado há textos.
Estudos anatômicos: o feto no útero apresentando-se pela culatra / Membranas do útero, de Leonardo da vinti, século quinze. Caneta e tinta marrom, aguada e sanguínea.

O desenho reproduzido faz parte da coleção de estudos de Leonardo da vinti sobre o corpo humano, realizados entre 1485 e 1515. Quando esse desenho foi realizado não existia nenhuma tecnologia capaz de proporcionar uma imagem do feto humano e do útero materno. Com base nesse desenho, é possível compreender a posição do bebê e do cordão umbilical, o formato, a textura, a proporção e as camadas que compõem o útero. Além dos desenhos de anatomia humana, Leonardo da vinti realizou projetos e estudos que somam cêrca de 13 mil páginas de anotações e ilustrações.

Ícone de atividade oral.
Ícone de atividade em grupo.

2. Em sua opinião, com base nos desenhos de Leonardo da vinti, um estudo científico pode partir de uma obra de arte ou vice-versa?

Respostas e comentários

2. Resposta pessoal. Ver orientações em Atividades de desenvolvimento.

ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

Após os questionamentos, proponha aos estudantes que realizem a atividade. Nesse caso, é interessante problematizar a questão de um estudo científico ser totalmente baseado em uma obra de arte. Deixe que expressem suas opiniões livremente.

Em seguida, esclareça que Da vinti utilizou procedimentos artísticos para elaborar e transmitir um conhecimento científico. Explique que Arte e Ciência são campos distintos do conhecimento, mas que podem existir muitas relações entre eles.

Para observar e avaliar

Observe se os estudantes compreenderam os fatores históricos que levaram à distinção entre arte e ciência, por exemplo. Nesse caso, é interessante observar, com base na atividade proposta, se compreenderam que os movimentos artísticos, em especial os renascentistas, foram extremamente importantes e impactantes para o desenvolvimento artístico e social, atrelados à ciência. Entretanto, ambas as áreas são distintas, e – assim como a Arte – outras também não devem influenciar a Ciência. Do contrário, proponha que se dividam em grupos nos quais uns auxiliarão os outros no processo de aprendizagem.

OS ESTUDOS DE Miquelângelo

Assim como Leonardo da vinti, Miquelângelo Buonarroti foi um artista muito observador e atento às fórmas e aos movimentos do corpo humano. Escultor, pintor, arquiteto, desenhista e poeta nascido em Florença, na atual Itália, em 1475, Miquelângelo foi um grande artista renascentista.

Entre suas obras mais conhecidas estão a Pietá, termo italiano que designa uma pintura ou escultura da Virgem Maria com o Cristo morto no colo, e Moisés, escultura inspirada no profeta do Velho Testamento carregando as Tábuas da Lei, ou os Dez Mandamentos.

Escultura em mármore. Uma mulher de cabelo penteado para trás, usando um manto grosso sobre o corpo, está sentada de cabeça inclinada para baixo, mão esquerda aberta na altura da cintura e com a palma virada para cima. Ela segura um homem adulto em seu colo, proporcionalmente menor que ela. O homem está sem camisa, com um pano fino na cintura, descalço e com a cabeça caída para trás. O manto da mulher é esculpido com riqueza de detalhes em suas dobras; o corpo do homem é delineado com detalhes anatômicos.
Pietá, de Miquelângelo, 14981499. Escultura em mármore, 174 centímetros por 195 centímetros.
Escultura em mármore. Um homem de cabelo encaracolado, barba comprida, usando camiseta fina e segurando um pedaço de tecido sobre as pernas. Ele está sentado em um banco e com a mão esquerda sobre o colo e a direita segurando a barba longa. A escultura apresenta detalhes anatômicos.
Moisés, de Miquelângelo, 15131516. Escultura em mármore, 235 centímetros. (altura)
Ícone de atividade em grupo.
Ícone de atividade oral.
  1. Observe as esculturas reproduzidas na página, reflita e converse com os colegas sobre suas impressões:
    1. Observe a obra Pietá, escultura em mármore de Miquelângelo. O mármore é um material pesado e resistente e mesmo assim o artista foi capaz de esculpi-lo de fórma a expressar leveza e movimento. Que elementos da obra indicam essas expressões?
    2. Observe a obra Moisés, escultura também em mármore de Miquelângelo. Nessa obra, em sua opinião, qual a expressão do personagem? Quais elementos dela transmitem essa sensação?
Respostas e comentários

3. Respostas pessoais. Ver orientações em Atividades de desenvolvimento.

HABILIDADES

(ê éfe seis nove á érre zero cinco) Experimentar e analisar diferentes fórmas de expressão artística (desenho, pintura, colagem, quadrinhos, dobradura, escultura, modelagem, instalação, vídeo, fotografia, performance etcétera)

(ê éfe seis nove á érre três um) Relacionar as práticas artísticas às diferentes dimensões da vida social, cultural, política, histórica, econômica, estética e ética.

COMPETÊNCIAS

Competência geral: 3

Competência específica de Arte: 1

tê cê tê

Diversidade cultural

ATIVIDADES PREPARATÓRIAS

Relembre com os estudantes quem foi Miquelângelo, citando a pintura da Capela Sistina e A criação de Adão, já estudados anteriormente neste capítulo. Faça a leitura do texto de maneira compartilhada com a turma, lendo também os textos que se encontram posteriormente às atividades.

ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

Após a leitura, converse com a turma sobre as pinturas e as esculturas. Analise seus elementos visuais, comentando características artísticas presentes nas obras de Miquelângelo.

Na atividade 3, espera-se que os estudantes comentem como o movimento dos tecidos dos trajes, esculpidos com delicadeza e equilíbrio, com riqueza de detalhes nas dobras, passa a sensação de leveza e delicadeza. É possível observar a verossimilhança com o corpo humano não somente pelos detalhes anatômicos do corpo de Cristo, mas também na expressão de Maria, retratada não de maneira desesperada, e sim resignada.

Espera-se que, no item b, os estudantes observem que Moisés transmite uma ideia de fôrça e solidez em razão da posição de seu corpo, com os pés colados no chão, o braço apoiado nas Tábuas da Lei e os detalhe de seus músculos e tronco.

Miquelângelo empenhou-se em dominar os movimentos humanos com incrível obstinação. De acordo com o historiador da Arte E. H. Gâmbritch, não havia postura nem movimento que lhe fosse difícil desenhar.

Observe novamente o detalhe da pintura A criação de Adão que retrata a mão de Deus e de Adão.

Pintura. Destaque para duas mãos estendidas horizontalmente e os dedos indicadores quase se tocando. O da direita está esticado e o da esquerda caído.
Vista do teto da Capela Sistina, com detalhe da pintura A criação de Adão, de Miquelângelo Buonarroti, 15111512. Afresco, cêrca de 280 centímetros por 570 centímetros.

Veja também outras imagens que buscam retratar a mesma cena utilizando outras linguagens.

Ilustração. Em preto e branco e com linhas pretas curvas, destaque para duas mãos estendidas horizontalmente e os dedos indicadores quase se tocando. O da direita está esticado e o da esquerda caído. No espaço entre eles, há linhas retas verticais e diagonais e, no centro delas, um coração.
Ilustração. Em preto e branco e com linhas pretas curvas, destaque para duas mãos estendidas horizontalmente e os dedos indicadores esticados e quase se tocando. A mão da direita é humana; a da esquerda é robótica.
Ilustrações realizadas com recursos digitais que fazem uma releitura de detalhe do afresco A criação de Adão.
  1. Como observamos anteriormente, uma interpretação da imagem é a de que Deus estende o braço e o dedo em direção a Adão simbolizando poder. Adão, por sua vez, espera que com esse gesto o criador lhe transmita vida. Veja as duas releituras da obra e descreva o que elas representam para você.
  2. Utilizando lápis grafite e folha de papel sulfite, elaborem uma releitura da obra de Miquelângelo destacando a criação entre o toque dos dedos dos personagens. Em seguida, compartilhem as produções e conversem sobre as releituras propostas.
Versão adaptada acessível

Atividade 5.

Utilizando materiais escolhidos por vocês, elaborem uma releitura da obra de Michelangelo destacando a criação entre o toque dos dedos dos personagens. Em seguida, compartilhem as produções e conversem sobre as releituras propostas.

Respostas e comentários

4. Resposta pessoal. Ver orientações em Atividades de desenvolvimento.

5. Ver orientações em Atividades de desenvolvimento.

ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

Na atividade 4, convide os estudantes a interpretarem livremente as imagens, promovendo em seguida o compartilhamento dessas interpretações. Durante o debate, evidencie que a primeira imagem simboliza uma ligação de amor e afetividade e que a segunda retrata uma relação entre um homem robotizado e o criador.

Por fim, na atividade 5, distribua folhas de papel sulfite e proponha que façam suas releituras da obra de Miquelângelo. É interessante que, durante o compartilhamento do resultado, eles expliquem suas inspirações e conceitos envolvidos nas releituras. Proponha que seja feita uma exposição no mural da escola com o que foi produzido.

Para observar e avaliar

Note se os estudantes compreenderam a importância de Miquelângelo para o Renascimento. É interessante que tenham entendido e explorando como um mesmo artista possui várias fórmas de expressar suas diversas linguagens artísticas, seja na escultura, seja na pintura. Com base na atividade de desenvolvimento, avalie e incentive a habilidade de análise e reflexão em relação à arte, observando a interação e a argumentação dos estudantes. Do contrário, é interessante propor, àquele que não alcançou os objetivos, que pesquise na internet outras releituras da A criação de Adão, apresentando os resultados para a turma em uma apresentação de slides. Peça-lhe que explique o que significam essas releituras, contendo informações dos autores, data de produção e fonte da imagem.

Perspectiva linear

Uma descoberta importante do Renascimento foi a perspectiva linear, técnica de representação de objetos sólidos e espaços tridimensionais em uma superfície bidimensional, como uma folha de papel ou uma tela. A perspectiva linear tem o objetivo de representar, por meio de leis matemáticas, objetos e espaços no plano, de acordo com nossa percepção óptica.

Durante a Idade Média, os artistas utilizavam a perspectiva empíricaglossário , isto é, buscavam um efeito de profundidade nas obras sem utilizar regras específicas.

Observe o Exemplo 1, com o desenho dos dois cubos, e o Exemplo 2, com a pintura do século dezenove, na qual foram aplicados os princípios da perspectiva linear. O tamanho dos objetos, móveis, quadros e pessoas é representado de acordo com a distância a que eles estão do observador.

Ilustração. Duas linhas retas horizontais delimitam a imagem na vertical. Acima da linha inferior, há um cubo rosa grande e, mais ao alto, um cubo amarelo menor. Sobre eles, há cinco linhas retas; a do centro é vertical e as demais diagonais. Todas elas se encontram no alto, na linha reta horizontal, formando uma forma triangular que gera perspectiva.
Pintura. Em perspectiva linear, em primeiro plano há uma mulher de vestido longo verde e blusa branca com o corpo inclinado sobre o encosto de uma cadeira, localizada perto do batente direito de uma porta aberta, a qual é central e em grande proporção. Ainda em primeiro plano, na parte direita da imagem, há uma cômoda com uma escultura e um chapéu marrom. À direita, atrás da mulher e ao lado da porta, um quadro retratando uma mulher morena. Em segundo plano, visto a partir da porta aberta, destaca-se uma cena em outro cômodo da casa, no qual há, à esquerda, um homem vestindo preto e sentado em um banco; ele é visto de lado, mas está com o rosto inclinado; o teto ornamentado aparece parcialmente e há uma porta branca aberta que mostra um terceiro plano. Nesse último plano, há um estúdio com diversos quadros pendurados na parede
Estúdio de íngres em Roma, de Jon Alô, 1818. Óleo sobre tela, 55,5 centímetros por 46 centímetros.
Ícone de atividade oral.

6. Em sua opinião, no Exemplo 1, qual dos dois cubos parece estar mais distante do observador? Por quê?

Respostas e comentários

6. O cubo que parece estar mais distante do observador é o menor. Explique aos estudantes que a perspectiva proporciona a ilusão de distância, mas que ambos os cubos estão representados no mesmo espaço bidimensional da folha.

HABILIDADE

(ê éfe seis nove á érre zero quatro) Analisar os elementos constitutivos das artes visuais (ponto, linha, fórma, direção, cor, tom, escala, dimensão, espaço, movimento etcétera) na apreciação de diferentes produções artísticas.

COMPETÊNCIAS

Competência geral: 3

Competência específica de Arte: 1

ATIVIDADES PREPARATÓRIAS

Explique aos estudantes que jãn ógust dominíque ângr (17801867) foi um importante pintor nascido na França. Ele morou por alguns anos em Roma e, em 1820, mudou-se para Florença, onde viveu por quatro anos. Em Roma, íngres tinha uma bolsa de estudos e, após seu término, viveu como retratista da côrte, recebendo algumas encomendas de pintura. Em seguida, faça a leitura do texto de maneira compartilhada com a turma, identificando e definindo as palavras ou os termos desconhecidos. Convide também os estudantes a analisar os elementos das imagens presentes.

Aponte as cores vistas na pintura, bem como a quantidade de pessoas envolvidas e de cubos inseridos na imagem 1. Analise o jogo de iluminação da pintura, sombras e perspectiva: o que se encontra mais distante na pintura de Jon Alô?

ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

Após a análise da imagem, faça a atividade oralmente com a turma, perguntando qual dos dois cubos estaria mais distante do observador. Deixe que os estudantes respondam livremente, a princípio, e em seguida aponte que o cubo amarelo é o que parece mais distante. Explique que a perspectiva proporciona a ilusão de distância, mas que ambos os cubos estão representados no mesmo espaço bidimensional da folha.

 Para ampliar 

NETO, Onofre Penteado. Desenho estrutural. segunda edição São Paulo: Perspectiva, 1981. A obra apresenta ideias sobre desenho e perspectiva.

Observação da perspectiva

A perspectiva com um ponto de fuga central e fixo, matematicamente fundamentada, desenvolveu-se durante o Renascimento, no século quinze, na Itália.

Essa técnica foi aperfeiçoada por um famoso arquiteto e escultor de Florença chamado Fillipo Brunelêsqui (13771446). Brunelêsqui se dedicou aos estudos das leis de representação com o objetivo de demonstrar, por meio do desenho, como suas construções ficariam depois de prontas.

Fotografia. Vista em perspectiva de um corredor com paredes amareladas e portas pretas; conforme o corredor se distancia ao fundo, ele fica menor.
Exemplo de imagem produzida com base na perspectiva.

Fazendo experiência de observação da perspectiva

Para fazer o teste de observar a perspectiva, com base no que vimos sobre a técnica, siga as orientações.

Material

  • Folha de papel sulfite.
  • Lápis grafite.
  • Câmera fotográfica ou smartphone.

Como fazer

  1. Vá até o pátio da escola, feche um olho, aproxime a mão do olho e compare o tamanho da sua mão com o tamanho de objetos, de móveis, dos prédios ou das pessoas que podem ser observados nesse espaço.
  2. Tente fazer com que esses elementos fiquem do tamanho das suas mãos conforme a distância tomada. O tamanho que você “mediu” com a sua mão condiz com a realidade?
  3. Em seguida, vá a um dos corredores da escola e fotografe-o, de acordo com o exemplo da fotografia. Observe e indique na imagem o ponto de fuga central. Caso não seja possível fotografar, recrie o corredor desenhando-o numa folha de sulfite, usando um ponto de fuga com a perspectiva linear.
  4. Para finalizar, compartilhem as imagens produzidas e conversem sobre a perspectiva presente em cada uma delas.
Ilustração. À direita, vista de lado, uma criança de cabelo curto, usando uniforme escolar branco e azul, está de frente para uma parede onde há uma pintura de uma casa e árvore. De seu olho direito saem duas linhas paralelas, uma reta e outra diagonal. Ao fundo, uma placa indicando CANTINA.
Orientação para acessibilidade

Caso haja estudantes cegos na turma, solicite que registrem as percepções dos colegas videntes a cada etapa da experiência de observação da perspectiva. Então pergunte se há diferenças na cena descrita, quando a posição de observação muda, ou no tamanho dos objetos, conforme a distância do observador.   

Respostas e comentários

Como fazer. Ver orientações em Atividades de desenvolvimento.

HABILIDADES

(ê éfe seis nove á érre zero quatro) Analisar os elementos constitutivos das artes visuais (ponto, linha, fórma, direção, cor, tom, escala, dimensão, espaço, movimento etcétera) na apreciação de diferentes produções artísticas.

(ê éfe seis nove á érre zero cinco) Experimentar e analisar diferentes fórmas de expressão artística (desenho, pintura, colagem, quadrinhos, dobradura, escultura, modelagem, instalação, vídeo, fotografia, performance etcétera).

COMPETÊNCIAS

Competência geral: 3

Competência específica de Arte: 1

ATIVIDADES PREPARATÓRIAS

Converse com a turma sobre como as diferentes perspectivas podem alterar nossa percepção das pinturas. Será que, alterando a perspectiva na hora de pintar uma mesma cena, a diferença seria muito grande?

Realize a leitura do texto de maneira compartilhada com a turma, aprofundando-se na criação da técnica de perspectiva por Brunelêsqui. Esse método de representação desenvolvido por ele foi registrado por Leon Battista Alberti (14041472), pintor, arquiteto, escritor e escultor de Gênova, em seu tratado sobre a pintura.

ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

Após a leitura do texto e a análise das imagens, convide a turma a fazer a atividade. Leia com os estudantes a lista de materiais necessários, bem como os passos do projeto, de modo que todos compreendam o que deverá ser feito.

Guie a turma até o pátio da escola ou outro espaço amplo e siga os passos da atividade. O objetivo desse simples exercício é que percebam que, a distância, os objetos observados ganham outra proporção. Incentive-os a fazer o exercício até compreenderem o conceito. Caso considere adequado, proponha também outro exercício: sempre que um estudante medir algo com a mão, peça a ele que se aproxime um pouco mais do objeto e faça a comparação novamente. Ele vai perceber que, aparentemente, o objeto ficou maior.

Estimule-os a fotografar o corredor da escola, de modo que ele apareça por inteiro na imagem. Em seguida, reúna-os em uma roda de conversa e peça que compartilhem com o grupo suas fotografias. Chame a atenção para as possíveis semelhanças com o exemplo e com as obras apresentadas.

Para observar e avaliar

Observe se os estudantes compreenderam como a perspectiva funciona e a relação desta com os planos de fotografia, por exemplo. É interessante notar, com base na atividade proposta, a habilidade deles em trabalhar a observação e o olhar artístico. Avalie a interação entre eles e a participação na atividade. Do contrário, é possível realizar o atendimento individualizado.

Técnica da perspectiva em pinturas

A obra A Santíssima Trindade é considerada uma das primeiras pinturas produzidas de acordo com as regras matemáticas da perspectiva linear. Trata-se de um mural em uma igreja de Florença que foi realizado por um importante artista da época, Masaccio (14011428). Gâmbritch supõe que os moradores da cidade de Florença tenham ficado perplexos diante da obra de Masaccio, chegando a imaginar que havia mesmo um buraco na parede da igreja, tamanha a veracidade alcançada por meio da técnica da perspectiva.

Pintura. Vista em perspectiva linear de um templo com pilares romanos e arco superior arredondado e avermelhado. No centro, há Jesus crucificado com os braços abertos em uma cruz e vestindo um pano branco na cintura. Acima dele, Deus sustenta a cruz. À direita, o apóstolo João vestindo vermelho e, à esquerda, Virgem Maria vestindo vermelho e apontando o filho na cruz. Em um degrau inferior a essa cena, há dois homens, um de cada lado; o da esquerda veste vermelho; o da direita, azul. Na parte inferior, há um esqueleto enterrado.
A Santíssima Trindade, de Masaccio, cêrca dê 1420. Afresco, 667 centímetros por 317 centímetros.

Na tradição católica, a Trindade é representada pelo Pai (Deus), o Filho (Jesus Cristo) e o Espírito Santo. Nessa pintura, Masaccio representou o Pai sustentando a cruz com o Cristo morto, e o Espírito Santo, de acordo com a simbologia cristã, aparece sob a fórma de uma pomba branca acima da cabeça de Cristo. À esquerda, foi representada a figura da Virgem Maria, que aponta para o filho na cruz, olhando diretamente para o observador, e, do lado direito, o apóstolo João. Os mercadores de Veneza, que financiaram a obra, estão representados em um degrau inferior à cena principal. Abaixo dos doadores foi retratado um esqueleto.

Ícone de atividade em grupo.
Ícone de atividade oral.

7. Na obra de Masaccio está escrita a seguinte frase acima do esqueleto: “Fui outrora o que você é, e sou aquilo em que você se transformará”. Em sua opinião, o que o artista quis dizer com essa frase?

Respostas e comentários

7. O artista apontou para o destino involuntário de todos os seres humanos, que é a morte. A obra é um simbolismo da relação entre a morte, expressa na imagem da caveira e na frase do artista, e a salvação, expressa na imagem de Cristo e do Pai.

HABILIDADE

(ê éfe seis nove á érre zero quatro) Analisar os elementos constitutivos das artes visuais (ponto, linha, fórma, direção, cor, tom, escala, dimensão, espaço, movimento etcétera) na apreciação de diferentes produções artísticas.

ATIVIDADES PREPARATÓRIAS

Retome com a turma o que foi conversado sobre as perspectivas na atividade anterior e questione-os sobre o uso das técnicas que estudaram: afinal, para que serve aprender perspectiva e ponto de fuga?

Realize a leitura do texto de maneira compartilhada com a turma, analisando os elementos da pintura A Santíssima Trindade, de Masaccio. Destaque os elementos da pintura que são mais marcantes, como as figuras envolvidas, as colunas, a perspectiva e os diferentes planos da cena – e, nesse caso, o esqueleto logo no primeiro plano com a frase escrita acima.

ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

Na atividade 7, leia a frase que se encontra acima do esqueleto, na pintura, e abra uma roda de debate com os estudantes sobre o que pensam que o artista Masaccio quis dizer. Nesse caso, deixe que deem suas opiniões livremente e depois evidencie que o artista apontou para o destino involuntário de todos os seres humanos, que é a morte. A obra é um simbolismo da relação entre a morte, expressa na imagem da caveira e na frase do artista, e a salvação, expressa na imagem de Cristo e do Pai.

Além de Masaccio, outros artistas também utilizaram em suas pinturas a técnica da perspectiva linear, aperfeiçoada por Brunelêsqui. Observe uma obra do artista Rafael Sanzio e outra de Leonardo da vinti. Nas duas pinturas, a técnica da perspectiva com um ponto de fuga foi aplicada. Observe a linha do horizonte, o ponto de fuga e as linhas traçadas a partir do ponto de fuga, que auxiliam a construção do espaço.

Compare as pinturas renascentistas apresentadas com o desenho, no qual foi aplicada a mesma técnica. Nele também foi utilizada uma perspectiva com um ponto de fuga. Observe também que a rua, os prédios, as casas e as árvores são construídos a partir das linhas que saem do ponto de fuga.

Pintura. Vista em perspectiva linear de um amplo salão em diferentes planos. Em primeiro, destaca-se um arco ornamentado, que percorre as laterais e a parte superior da obra. Ainda na parte superior, atrás dos arcos, há duas esculturas em grandes proporções, uma de cada lado da cena. Ao centro da imagem, há dois filósofos, Aristóteles apontando para baixo e Platão apontando para cima. Ao redor deles, em segundo, terceiro e quarto planos, estão alguns dos principais filósofos, matemáticos e pensadores gregos. Sobre a pintura, em linhas retas brancas, há uma linha horizontal que cruza a obra no centro, acima das cabeças de Platão e Aristóteles. Abaixo e acima dessa linha, há duas linhas diagonais que convergem para esses mesmos filósofos.
Escola de Atenas, de Rafael Sanzio, 15091511. Afresco, 700 centímetros por 500 centímetros.
Pintura. Vista em perspectiva linear de um salão. Em primeiro plano, Jesus e seus apóstolos estão sentados em uma mesa longa que perpassa horizontalmente a obra. No centro dela, há Jesus com as mãos abertas sobre a mesa. Ao fundo, há três aberturas para a parte externa. Sobre a pintura, em linhas brancas, há um círculo ao redor da cabeça de Jesus e uma linha horizontal que cruza a pintura, convergindo nele. Na parte superior, há nove linhas retas que também convergem em Jesus. A do centro é reta e as demais são diagonais.
A última ceia, de Leonardo da vinti, 14951497. Afresco, 880 centímetros por 460 centímetros.
Ilustração. Vista em perspectiva linear de uma rua longa; à esquerda há árvores enfileiradas que ficam menores conforme mais distantes. À direita, três prédios enfileirados que ficam menores conforme mais distantes.
Respostas e comentários

HABILIDADE

(ê éfe seis nove á érre zero um) Pesquisar, apreciar e analisar fórmas distintas das artes visuais tradicionais e contemporâneas, em obras de artistas brasileiros e estrangeiros de diferentes épocas e em diferentes matrizes estéticas e culturais, de modo a ampliar a experiência com diferentes contextos e práticas artístico-visuais e cultivar a percepção, o imaginário, a capacidade de simbolizar e o repertório imagético.

COMPETÊNCIAS

Competência geral: 3

Competência específica de Arte: 1

tê cê tê

Diversidade cultural

ATIVIDADES PREPARATÓRIAS

Prossiga a leitura sobre o tema da perspectiva e seus usos nas artes visuais em pinturas renascentistas. Leia o texto de maneira compartilhada com os estudantes, convidando a turma a analisar as mais diversas pinturas presentes na página.

Incentive-os a apontar, em cada pintura, as figuras que estão em primeiro plano, observando gestos e diferentes expressões corporais, relembrando o que já foi aprendido sobre os estudos anatômicos e como estes são importantes para a pintura. Chame a atenção dos estudantes para o ponto de fuga da obra, que se encontra entre Platão e Aristóteles, e para a linha do horizonte, que é traçada na altura da cabeça dos demais personagens que se encontram junto aos dois filósofos. Nessa obra, estão representados, além de Platão e Aristóteles, outros filósofos, matemáticos e pensadores gregos.

Para a obra de Da vinti, chame a atenção dos estudantes para o ponto de fuga da obra, que foi representado na cabeça de Cristo, o ponto central da obra. Da vinti retratou nessa obra a última ceia de Jesus Cristo com os apóstolos. A cena remete ao momento em que Cristo anuncia que um dos homens presentes vai traí-lo. Essa informação causa agitação em todos os apóstolos na mesa, em contraposição ao aspecto sereno e manso de Cristo. Em seguida, compare a construção desse desenho com as linhas destacadas nas pinturas renascentistas. Estabeleça a relação entre o desenho e as pinturas.

Para observar e avaliar

Durante a leitura e a análise das pinturas, observe se os estudantes entenderam não somente o conceito de perspectiva, mas também sua importância para a construção de pinturas consideradas clássicas. Nesse caso, é interessante observar e avaliar, durante essa análise, se conseguem colocar em prática o que já aprenderam. Do contrário, proponha que a turma se divida em grupos, de modo que se auxiliem e realizem uma breve pesquisa sobre o uso da perspectiva nas pinturas renascentistas. Cada grupo poderá escolher uma pintura específica e deverá pesquisar sobre as técnicas envolvidas nessa obra.

VAMOS FAZER

Desenho em perspectiva

Agora, você vai fazer um desenho em perspectiva da sala de aula. Para isso, siga as instruções.

Orientação para acessibilidade

Se houver estudantes cegos na turma, peça que representem a sala de aula com foco na posição dos objetos, utilizando materiais com diferentes texturas e tamanhos. Pode-se sugerir que o tamanho dos elementos varie conforme a distância dos objetos, de tal maneira que os mais próximos sejam representados como maiores que os mais distantes.

Material

  • Folha de papel sulfite ou canson no tamanho A três (297 milímetros por 420 milímetros).
  • Régua de 30 centímetros.
  • Lápis grafite 1, 2 e 3.
  • Lápis de cor.

Como fazer

1. Desenhe um retângulo de 10 centímetros por 20 centímetros no centro da folha de papel sulfite ou canson. Use uma régua para medir a folha e traçar o retângulo.

Ilustração. Destaque para uma mão segurando um lápis e desenhando um retângulo.

2. Faça uma linha ligando o vértice superior direito ao vértice inferior esquerdo e outra ligando o vértice inferior direito ao vértice superior esquerdo, formando um “x”, de acordo com o exemplo a seguir. O ponto central do “x” será seu ponto de fuga. Na altura desse ponto, trace uma linha horizontal. Essa será a linha do horizonte.

Ilustração. Um retângulo e, sobre ele, há uma linha horizontal no centro. Do centro da linha horizontal saem duas linhas diagonais e pontilhadas.

Continua

Orientação para acessibilidade

Desenho em perspectiva.

Verifique a possibilidade de uso de ferramentas digitais acessíveis para a realização da atividade, caso haja estudantes cegos na turma. 

Respostas e comentários

Como fazer. Ver orientações em Atividades de desenvolvimento.

HABILIDADES

(ê éfe seis nove á érre zero quatro) Analisar os elementos constitutivos das artes visuais (ponto, linha, fórma, direção, cor, tom, escala, dimensão, espaço, movimento etcétera) na apreciação de diferentes produções artísticas.

(ê éfe seis nove á érre zero cinco) Experimentar e analisar diferentes fórmas de expressão artística (desenho, pintura, colagem, quadrinhos, dobradura, escultura, modelagem, instalação, vídeo, fotografia, performance etcétera).

COMPETÊNCIA

Competência específica de Arte: 4

ATIVIDADES PREPARATÓRIAS

Pergunte se os estudantes compreenderam o que é a perspectiva e sua importância. Em seguida, proponha-lhes que realizem uma atividade na qual deverão fazer uma pintura utilizando a técnica da perspectiva.

ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

Como a perspectiva não é algo muito simples de se compreender em um primeiro momento, optou-se por colocar o passo a passo da atividade e ilustrações que exemplifiquem cada etapa. Caso os estudantes tenham compreendido bem a técnica e se sintam à vontade em continuar utilizando-a neste trabalho, oriente-os a incluir outros elementos no desenho, como carteiras, cadeiras, quadros, pessoas etcétera Explique-lhes que esse é apenas um tipo de perspectiva e que existem outros, como a perspectiva com dois pontos de fuga, três pontos de fuga e a perspectiva isométrica.

Em seguida, leia a lista de materiais com os estudantes e os passos que deverão ser realizados. Nesse momento, é interessante descrever os elementos visuais presentes nas imagens.

Oriente-os durante o processo inicial para a pintura da sala de aula em perspectiva. Peça a eles que definam de qual parede verão a sala, pois isso será importante no momento de acrescentar detalhes – como possíveis janelas, quadros ou outros itens que decorem as outras três paredes representadas na pintura.

Guie-os durante o processo do desenho do ponto de fuga, andando por entre mesas e carteiras de modo a auxiliar aqueles que tiverem dúvidas quanto ao processo. Caso algum estudante já tenha realizado essa parte da atividade, convide-o a auxiliar os colegas.

Após as etapas iniciais de criação do ponto de fuga e das paredes, eles poderão finalizar o desenho com detalhes e outros itens que desejarem colocar na pintura.

Ao final, convide-os a expor as pinturas uns aos outros, explicando suas possíveis inspirações artísticas; proponha a eles que coloquem as obras em um mural da escola.

Continuação

  1. Serão representadas três paredes da sala, o chão e o teto. A quarta parede é a visão do observador, ou seja, a sua visão.
  2. Dentro desse retângulo, trace outro menor, que será a parede do fundo da sala, vista de frente, de acordo com o modelo.
Ilustração. Um retângulo e, sobre ele, uma linha horizontal ao centro. Dentro do retângulo, há um outro menor. Duas linhas diagonais cruzando-se no centro dos retângulos.

5. Na parede do fundo, vista de frente, desenhe a lousa e a mesa do professor.

Ilustração. Um retângulo e, sobre ele, uma linha horizontal ao centro. Dentro do retângulo, há dois outros  menores. Duas linhas diagonais cruzando-se no centro dos retângulos. Na parte superior direita, dentro das linhas reta e diagonal, há três quadrados enfileirados que ficam gradativamente menores de fora para dentro.

6. Agora, a partir do ponto de fuga, trace duas linhas em uma das paredes laterais (esquerda ou direita), dependendo de como for a sua sala de aula, para desenhar as janelas ou a porta. Observe o desenho a seguir para entender como essas linhas precisam ser feitas.

Ilustração. Um retângulo e, sobre ele, uma linha horizontal ao centro. Dentro do retângulo, há dois outros  menores. No canto esquerdo dos dois retângulos menores, há um outro retângulo bem pequeno, do qual saem dois pés. Duas linhas diagonais cruzando-se no centro dos retângulos. Na parte superior direita, dentro das linhas reta e diagonal, há três quadrados enfileirados que ficam gradativamente menores de fora para dentro.
  1. Repita o processo na parede do outro lado da folha para fazer as janelas e/ou a porta, de acordo com o exemplo. Você vai obter um resultado muito próximo ao desenho.
  2. Depois, finalize o desenho pintando-o com lápis de cor.
  3. Combine com os colegas um dia para fazer uma exposição dos desenhos, compartilhando os resultados.
Respostas e comentários

Para observar e avaliar

A atividade servirá para a observação e melhor avaliação dos estudantes quanto à perspectiva e aos diferentes planos de pintura. Com base na atividade, é possível notar se compreenderam como é realizado o processo de pintura utilizando pontos de fuga. Dessa fórma, é esperado que compreendam como eram feitas as pinturas renascentistas que observaram durante toda a unidade. Do contrário, realize o atendimento individualizado.

Perspectiva aérea

O termo “perspectiva aérea” foi criado por Leonardo da vinti, apesar de a técnica já ter sido utilizada por alguns pintores que viveram antes dele. Nessa técnica, o artista cria um efeito de profundidade por meio da cor. A perspectiva aérea também é conhecida como perspectiva atmosféricaglossário .

Uma análise científica demonstrou o efeito da atmosfera sobre a paisagem. A presença de partículas de poeira e de umidade na atmosfera produz certa difusão sobre os raios luminosos que a atravessam. Dessa fórma, os objetos aparentam ser mais pálidos, mais azulados e com perda de nitidez dos contornos quanto mais distantes do observador.

Observe a fotografia de uma paisagem na qual aparece esse fenômeno. E, na página seguinte, verifique como Leonardo da vinti aplicou a técnica da “perspectiva aérea” no retrato Ginevra de’ Benci. Nas duas imagens, note como os elementos em primeiro plano aparecem mais nítidos do que os ao fundo da imagem.

Fotografia. Vista em perspectiva aérea de uma paisagem rural na Romênia. Em primeiro plano, há uma vegetação verde que aparece mais nítida para o observador. Ao fundo, há uma serra e colinas que estão mais distantes e, por isso, menos nítidas. Sobre a imagem, há dois boxes com o texto: No fundo da imagem, elementos como serras e colinas aparentam ser mais pálidos e os contornos perdem a nitidez quanto mais distantes estão do observador. No primeiro plano, as colinas suaves, a área de cultivo e os elementos da vegetação do local aparecem de maneira mais nítida para o observador.
Paisagem rural na Romênia, 2018.
Respostas e comentários

HABILIDADES

(ê éfe seis nove á érre zero quatro) Analisar os elementos constitutivos das artes visuais (ponto, linha, fórma, direção, cor, tom, escala, dimensão, espaço, movimento etcétera) na apreciação de diferentes produções artísticas.

(ê éfe seis nove á érre zero cinco) Experimentar e analisar diferentes fórmas de expressão artística (desenho, pintura, colagem, quadrinhos, dobradura, escultura, modelagem, instalação, vídeo, fotografia, performance etcétera).

COMPETÊNCIAS

Competência geral: 3

Competência específica de Arte: 1

tê cê tês

  • Diversidade cultural
  • Ciência e tecnologia

ATIVIDADES PREPARATÓRIAS

Realize a leitura de maneira compartilhada com a turma, escrevendo na lousa a palavra grifada no texto. Leia e interprete a descrição da palavra em questão, debatendo com os estudantes seu significado.

Durante a leitura, relembre o que já foi aprendido sobre as perspectivas e como a turma colocou em prática esse aprendizado por meio de uma atividade de pintura de diferentes perspectivas da sala de aula. É interessante analisar as diferentes imagens e seus planos de perspectiva. Pontue os elementos observados nas pinturas e proponha que a turma debata semelhanças e diferenças entre as pinturas vistas anteriormente.

ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

Diga aos estudantes que, na atividade prática, eles também farão, da mesma fórma como nas pinturas observadas, um desenho de perspectiva aérea. Oriente-os lendo, inicialmente, os materiais necessários e os passos a serem seguidos.

Pintura. Em perspectiva aérea, destaque para uma mulher de cabelo castanho, encaracolado e penteado para trás, de sobrancelhas finas, olhos longos, nariz e lábios finos, usando um pano escuro sobre a cabeça e um vestido marrom. Ao fundo, há árvores e folhas marrons. Os tons claros da pele da mulher contrastam com os tons de marrom da vestimenta e da paisagem.
Ginevra de’ Benci, de Leonardo da vinti, 14741478. Óleo sobre painel, 38,1 centímetros por 37,0 centímetros.
Pintura. Destaque para uma árvore de tronco fino e folhagens marrons. Ao fundo, há silhuetas de outras árvores e montanhas.
Ginevra de’ Benci, de Leonardo da vinti, 14741478. Óleo sobre painel, 38,1 centímetros por 37,0 centímetros. (detalhe)

Desenhando em perspectiva aérea

Vamos agora elaborar um desenho com base nos princípios da perspectiva aérea. Para isso, siga as orientações.

Orientação para acessibilidade

Caso haja estudantes cegos na turma, proponha a representação de um lugar que conheçam bem, de tal maneira que consigam se imaginar nele e representar a posição de seus elementos. Para isso, podem utilizar materiais com diferentes texturas e tamanhos.

Como fazer

  1. Para começar, planeje a elaboração de um desenho de uma paisagem utilizando três planos: primeiro plano, plano intermediário e terceiro plano.
  2. Tudo o que está em primeiro plano deverá ficar mais próximo do observador e, por isso, tem de ser representado num tamanho maior em relação aos objetos e espaços dos demais planos.
  3. Se preferir, siga a sugestão para compor uma paisagem em três planos: desenhar árvores ou arbustos no primeiro plano, uma casa no plano intermediário e montanhas no terceiro plano.
  4. Depois que o desenho estiver pronto, pinte a paisagem, aplicando cores mais suaves, pálidas e azuladas à medida que os objetos ou espaços se afastam da vista do observador (plano intermediário e terceiro plano).
Orientação para acessibilidade

Desenhando em perspectiva.

Verifique a possibilidade de uso de ferramentas digitais acessíveis para a realização da atividade, caso haja estudantes cegos na turma.

Respostas e comentários

Como fazer. Ver orientações em Atividades de desenvolvimento.

ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

Depois de abordar os conteúdos relativos à perspectiva aérea ou atmosférica, solicite aos estudantes que construam um desenho com base nesses princípios.

Oriente-os a desenharem uma paisagem com três planos: primeiro plano, plano intermediário e terceiro plano. Tudo o que está em primeiro plano está mais próximo do observador e, por isso, tem de ser representado em tamanho maior em relação aos objetos e espaços dos demais planos.

Ao final da atividade, sugira aos estudantes que apresentem suas pinturas e comentem a escolha da paisagem, além das inspirações artísticas para as obras. Converse sobre a possibilidade de expor as obras em um mural da escola. Auxilie-os nesse processo para que consigam alcançar a noção de perspectiva aérea em outros trabalhos.

Para observar e avaliar

Com base na atividade prática, é interessante observar e avaliar a capacidade do estudante de colocar em prática o que foi aprendido e analisado de maneira teórica. Observe também a capacidade de colocar em prática o que imagina, usando a criatividade. Do contrário, proponha que o estudante que não alcançar os objetivos esperados realize uma pesquisa breve sobre a perspectiva aérea, selecionando pinturas que exibam essa técnica. Ele deverá apresentar seus resultados para o restante da turma usando recursos digitais.

A técnica do sfumato

Além da perspectiva linear e da perspectiva aérea, do movimento e da expressão das figuras, os artistas do Renascimento também utilizaram a técnica do sfumato para tornar suas obras mais verossímeis.

O sfumato – termo em italiano que pode ser traduzido como fumaça, em português – é uma técnica criada por Leonardo da vinti que consiste em esfumar para suavizar ou dar volume aos contornos de uma figura, justapondo tons e cores diferentes, de modo que se misturem, criando um efeito natural. O uso da técnica do sfumato é bastante evidente no rosto e no pescoço da Mona Lisa, considerada a obra-prima de Da vinti. Essa técnica também foi utilizada pelo artista em desenhos, como pode ser observado no estudo da Cabeça de garota jovem.

Observe o uso da técnica do sfumato nas têmporas, especialmente do lado direito do rosto, na lateral do nariz, no contorno da boca e na sombra projetada no pescoço.

Pintura. Em primeiro plano, retrato de uma mulher de cabelos escuros longos. Ela veste uma roupa escura de manga longa. Seus braços estão apoiados um sobre o outro no encosto de uma cadeira. Além dos tons predominantes de amarelo, marrom e verde-escuro, há  gradações não bruscas de luz e sombra ao redor, especialmente, dos olhos e da boca. Ao fundo, há paisagens montanhosas em tons de marrom e o céu em tons de verde e amarelo.
Mona Lisa, de Leonardo da vinti, 15031506. Óleo sobre painel, 77 centímetros por 53 centímetros.
Desenho. Destaque para o rosto de uma menina de cabelos encaracolados e compridos, sobrancelhas finas, olhos baixos, nariz e lábios finos; ela está com a cabeça e olhos inclinados para baixo. Ao redor de seu rosto, especialmente dos olhos, do nariz e da boca, variações mínimas de tons foram aplicadas para eliminar os contornos e valorizar a iluminação natural.
Cabeça de garota jovem, de Leonardo da vinti, cêrca dê 1505. Carvão sobre papel, 24 centímetros por 21 centímetros.
Respostas e comentários

HABILIDADES

(ê éfe seis nove á érre zero quatro) Analisar os elementos constitutivos das artes visuais (ponto, linha, fórma, direção, cor, tom, escala, dimensão, espaço, movimento etcétera) na apreciação de diferentes produções artísticas.

(ê éfe seis nove á érre zero cinco) Experimentar e analisar diferentes fórmas de expressão artística (desenho, pintura, colagem, quadrinhos, dobradura, escultura, modelagem, instalação, vídeo, fotografia, performance etcétera).

COMPETÊNCIAS

Competência geral: 3

Competência específica de Arte: 1

tê cê tê

Diversidade cultural

ATIVIDADES PREPARATÓRIAS

Comente que existem diversas outras técnicas envolvidas na pintura e que uma delas é o sfumato, criada por Leonardo da vinti.

Realize a leitura do texto de maneira compartilhada com a turma e, em seguida, analise os elementos visuais das pinturas. Mostre como o pescoço da Mona Lisa parece mais esfumaçado do que outras partes da obra, assim como o pescoço e a têmpora na outra ilustração de Da vinti. Explique que o sfumato é uma técnica amplamente utilizada na pintura.

Texto complementar

De acordo com a pesquisadora Érika de Moraes, havia razões pelas quais Da vinti empregava a técnica do sfumato:

reticências Vê-se, portanto, que a fisionomia e a expressão são aspectos considerados dos mais relevantes por Da vinti. Conforme anota Vu (1943: 26-27), Da vinti “recomenda escolher sempre para as figuras que se quer desenhar o movimento mais natural, aquele que nasce espontaneamente sob o efeito de cada impressão”. Considera ainda que “a expressão e o caráter dos rostos interessava nosso artista quase no mesmo grau que a beleza” (Vu 1943: 34). A técnica batizada por Leonardo como sfumato contribuía para aumentar a expressividade de suas representações. Consistia em usar sucessivas camadas de cor, com variações mínimas de tom, eliminando linhas de contorno, para dar maior naturalidade à iluminação natural e, ao mesmo tempo, conferir maior volume e profundidade. reticências

MORAES, Érika de. Mona Lisa: sentidos múltiplos de um sorriso enigmático. delta, 29, Especial, 2013. Disponível em: https://oeds.link/kE1yPd. Acesso em: 16 agosto 2022.

VAMOS FAZER

Desenho com sfumato

Agora é hora de produzir um desenho com a técnica do sfumato.

Orientações para acessibilidade

Se houver estudantes cegos na turma, proponha a elaboração de uma colagem com materiais de diferentes texturas, que correspondam aos elementos representados.

Material

  • Folha de papel sulfite tamanho a quatro.
  • Algodão ou hastes de algodão.
  • Lápis grafite seis bê ou outro disponível.
  • Borracha.

Como fazer

  1. Na folha de papel sulfite, faça um desenho qualquer: uma fórma simples, como um círculo.
  2. Reforce com o lápis as partes do desenho que você quer que fiquem mais escuras ou com sombra. Você pode fazer isso em volta do círculo, criando a sensação de uma área sombreada e com volume.
  3. Esfregue delicadamente um pedaço de algodão ou uma haste de algodão na parte do desenho que você reforçou com o lápis, suavizando os contornos e criando um efeito esfumado.
  4. Após esfumar todas as partes do desenho reforçadas com o lápis, passe a borracha nas partes brancas que eventualmente tenham ficado borradas pelo pó do lápis.
  5. Com os colegas, organizem os trabalhos no mural da sala de aula, para que possam compartilhar os resultados.
Ilustração. Um menino de cabelo castanho penteado para o lado, usando uniforme escolar azul, está sentado à mesa, segura um lápis na direção de uma folha branca com o desenho de um círculo. Ao lado, uma menina de cabelo encaracolado penteado em tranças para trás, usando uniforme escolar azul, está sentada à mesa e segura um lápis verde na direção de uma folha branca com desenho de um círculo.
Orientação para acessibilidade

Desenho com sfumato.

Caso haja estudantes cegos na turma, avalie a possibilidade de realização da atividade desenvolvendo a percepção deles para diferenciar as áreas do papel mais preenchidas com grafite e menos preenchidas ou em branco. Em seguida, oriente-os a perceber o contorno da imagem e criar o efeito esfumado com algodão. 

Respostas e comentários

HABILIDADES

(ê éfe seis nove á érre zero quatro) Analisar os elementos constitutivos das artes visuais (ponto, linha, fórma, direção, cor, tom, escala, dimensão, espaço, movimento etcétera) na apreciação de diferentes produções artísticas.

(ê éfe seis nove á érre zero cinco) Experimentar e analisar diferentes fórmas de expressão artística (desenho, pintura, colagem, quadrinhos, dobradura, escultura, modelagem, instalação, vídeo, fotografia, performance etcétera).

COMPETÊNCIA

Competência específica de Arte: 4

ATIVIDADES PREPARATÓRIAS

Antes da realização da atividade, certifique-se de que todos os estudantes compreenderam a técnica do sfumato. É preferível que a atividade seja realizada com lápis grafite seis bê, que é mais escuro e macio, portanto próprio para essa técnica. Também é possível trabalhar com lápis quatro bê ou dois bê, mas o efeito alcançado não é o mesmo. Evite trabalhar com lápis grafite agá bê ou outros da linha agá (dois agá, quatro agá, seis agá), pois são muito duros, o que dificulta o processo de esfumar o desenho. Proponha à turma que realize a atividade: fazer uma pintura usando a técnica aprendida.

ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

Leia com a turma a lista de materiais necessários para a atividade, assim como os passos que deverão ser seguidos, de modo que todos compreendam o que deverá ser feito na atividade.

Em seguida, distribua as folhas de papel sulfite para a turma e oriente os estudantes de acordo com as etapas da atividade. Proponha um desafio mais difícil e solicite que testem o mesmo procedimento para criar uma fruta arredondada qualquer, por exemplo, em outra folha de papel.

Ao final, peça à turma que mostre os desenhos. Convide os estudantes a expor as pinturas no mural da escola. Pode ser interessante registrar as obras para divulgar em um site, blog ou rede social da turma criada com essa finalidade.

Para observar e avaliar

Durante a atividade, observe se os estudantes compreenderam de fato como é feita a técnica do sfumato e como ela se aplica a qualquer pintura com mais realismo. Observe se analisaram e compreenderam os elementos que constituem as diferentes fórmas artísticas – nesse caso, as pinturas. Do contrário, realize o atendimento individualizado.

eu vou APRENDER Capítulo 2

Técnicas e tecnologias nas artes

Neste capítulo veremos como arte, técnica, tecnologia e ciência se integram. Para começar, vamos definir os termos técnica e tecnologia. A palavra técnica vem do grego tecnê, que em português designa uma “produção” ou “fabricação material”. Técnica é, portanto, um “saber fazer”, ou qualquer atividade humana empregada para satisfazer necessidades e desejos. Toda ação produtiva usa algum tipo de técnica. Nos primórdios da humanidade, os seres humanos desenvolveram uma técnica para modelar vasilhas de barro e outra para decorar com desenhos essas vasilhas, tornando-as belas, além de úteis.

Já o termo tecnologia é formado, em grego, por tecnê + logos, que em português designa o discurso ou o estudo das técnicas, incluindo as artes e os modos de produzir. Assim, o termo “tecnologia” corresponde, de fórma mais ampla, ao conjunto das técnicas disponíveis em uma sociedade, em determinado momento histórico.

1. Observem as imagens e citem que recurso técnico foi utilizado para evidenciar os artistas nos diferentes espetáculos retratados.

Fotografia. Vista de um palco escuro com três homens sem camiseta à direita; eles usam shorts e um chapéu grande e redondo. À esquerda, há uma mulher de cabelo curto, usando vestido verde e marrom. Ao fundo, a sombra dos homens é projetada nas cortinas.
Balé Folclórico do Amazonas em Manaus. Amazonas, 2020.
Respostas e comentários

HABILIDADE

(ê éfe seis nove á érre três cinco) Identificar e manipular diferentes tecnologias e recursos digitais para acessar, apreciar, produzir, registrar e compartilhar práticas e repertórios artísticos, de modo reflexivo, ético e responsável.

COMPETÊNCIAS

Competência geral: 3

Competência específica de Arte: 1

tê cê tês

  • Diversidade cultural
  • Ciência e tecnologia

ATIVIDADES PREPARATÓRIAS

Converse com a turma sobre o que foi discutido no capítulo anterior em relação ao uso de diferentes técnicas para compor pinturas do Renascimento. Relembre as técnicas aprendidas anteriormente e peça-lhes que expliquem como elas funcionam e são utilizadas.

Em seguida, leia o texto do capítulo de maneira compartilhada com a turma, debatendo o uso dos termos “técnica” e “tecnologia”. Pergunte se percebem semelhanças entre as duas palavras e seus significados.

Descreva os elementos visuais presentes nas imagens.

BNCC NO CAPÍTULO

OBJETOS DE CONHECIMENTO

HABILIDADES

Elementos da linguagem

(EF69AR04)

Materialidades

(EF69AR05)

Processos de criação

(EF69AR06)

Elementos da linguagem

(EF69AR26)

Processos de criação

(EF69AR27)

Processos de criação

(EF69AR29)

Arte e tecnologia

(EF69AR35)

Fotografia. Vista de baixo para cima de um homem usando chapéu branco, roupa preta e capa vermelha; ele está descendo um prédio usando uma corda. À esquerda, há uma janela aberta onde uma mulher olha para o homem descendo. A cena é noturna; o homem e a mulher estão iluminados por uma luz que vem de baixo para cima.
Espetáculo pârtchi: Uma Celebração de Voos e Quedas, Campinas. São Paulo, 2014.
Fotografia. Vista panorâmica de uma multidão de pessoas em pé com os braços levantados; na frente há um palco com diversas luzes e fumaças coloridas em tons de laranja, roxo, rosa e azul.
Cena de iluminação de palco em show musical.
Ícone de atividade em grupo.
Ícone de atividade oral.
  1. Que importância vocês acreditam que esse recurso tem nas artes?
  2. Qual sensação esse recurso provoca em vocês?

Certamente vocês observaram que o recurso técnico utilizado nos espetáculos retratados é a iluminação, ou seja, foram usados modos e instrumentos de iluminar. Para isso os técnicos de iluminação tiveram de se valer da tecnologia, ou seja, de um conjunto de técnicas, reunidas e integradas, existentes no local onde eles trabalham.

Ao longo do tempo, diferentes técnicas foram criadas para as necessidades das artes cênicas e dos artistas. Outras foram adaptadas ou então elaboradas especificamente para determinadas montagens ou encenações, de acordo com o desejo e a criatividade dos artistas envolvidos.

Respostas e comentários

1. a 3. Respostas pessoais. Ver orientações em Atividades de desenvolvimento.

ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

Durante a análise das imagens, destaque os elementos interessantes relacionados à iluminação. Em seguida, proponha que realizem a atividade.

Amplie a discussão informando aos estudantes que a iluminação cênica possibilita a integração entre os elementos visuais (espaço, cenografia, figurino, ator, maquiagem), conferindo-lhes uma unidade de sentido.

Para observar e avaliar

Avalie o aprendizado do estudante em relação aos termos técnica e tecnologia, e se a partir da leitura foi compreendido o uso da tecnologia nas técnicas artísticas, por exemplo. É interessante observar, com base na atividade proposta, se o estudante compreende que existem diferentes técnicas para diferentes linguagens e manifestações artísticas. Do contrário, proponha que o estudante que não alcançar o objetivo realize uma breve pesquisa sobre as diferentes técnicas utilizadas na arte cênica. Proponha que mostre seus resultados em uma apresentação de slides para o restante da turma.

 ENCANTAR O PÚBLICO NAS ARTES CÊNICAS

Leiam o texto a seguir sobre profissionais que trabalham nas artes cênicas.

Os profissionais de teatro trabalham cuidadosamente cada detalhe de uma peça. Para isso, existem pessoas que se especializaram em fazer iluminação, outras que só se preocupam com o cenário, outras com o figurino, outras ajudam a preparar os atores, com exercícios para a voz, para o corpo e para a interpretação.

As grandes montagens envolvem uma equipe de iluminadores, cenógrafos, figurinistas, músicos, diretores e outros profissionais, todos trabalhando juntos para chegar a um só resultado: encantar o público com a magia do teatro.

COELHO, Raquel. Teatro. São Paulo: Formato Editorial, 1999. página 25.

Ilustração. Diversas pessoas segurando potes de pipocas e sentadas em poltronas vermelhas dispostas lado a lado em três fileiras.
Encantar o público é o resultado almejado em qualquer produção.
Ícone de atividade em grupo.
Ícone de atividade oral.
  1. Citem a frase do texto que descreve o que buscam os diversos profissionais que trabalham no teatro.
  2. Vocês já se encantaram ou se emocionaram em um espetáculo de teatro, de dança ou de circo? Compartilhem as suas experiências com os colegas de sala.

Para ampliar

Marchan Piérre. O teatro no mundo. São Paulo: Melhoramentos, 1995. O livro conta a história do teatro ao longo do tempo e propõe algumas atividades. Por exemplo, montar arabescos coloridos nas maquiagens da ópera chinesa com a ajuda de adesivos.

Titulo do Infografico

Texto do Infografico

Preenchido dinamicamente
Legenda da imagem
    Imagem meramente ilustrativa

    Gire o seu dispositivo para a posição vertical

    Respostas e comentários

    4. A frase a ser destacada pode ser “todos trabalhando juntos para chegar a um só resultado: encantar o público com a magia do teatro”.

    5. Resposta pessoal. Ver orientações em Atividades de desenvolvimento.

    HABILIDADE

    (ê éfe seis nove á érre dois seis) Explorar diferentes elementos envolvidos na composição dos acontecimentos cênicos (figurinos, adereços, cenário, iluminação e sonoplastia) e reconhecer seus vocabulários.

    COMPETÊNCIAS

    Competência geral: 3

    Competência específica de Arte: 1

    tê cê tê

    Diversidade cultural

    ATIVIDADES PREPARATÓRIAS

    Para iniciar o tema, solicite aos estudantes que descrevam em uma lista os profissionais envolvidos na cena teatral e as atividades que eles realizam.

    Em seguida, leia o trecho destacado com a turma, pontuando o que é dito no texto acerca da importância do trabalho em conjunto.

    ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

    Depois da leitura, faça as atividades de maneira coletiva com a turma. Em seguida, peça aos estudantes que compartilhem seus relatos em relação às artes cênicas. Deixe que respondam livremente, sempre respeitando a opinião dos colegas.

    Profissionais das artes cênicas

    Além das funções de ator, de bailarino, de autor de textos, de diretor, de encenador, de coreógrafo, muitas outras profissões são exercidas na preparação ou apresentação da obra cênica, como exemplo, os figurinistas, que confeccionam os figurinos, que são roupas usadas nas cenas.

    Além disso, existem os adereços, que são os objetos ou máscaras – os cenários, a iluminação, entre outros elementos que compõem os espetáculos. Profissionais especializados trabalham durante semanas, meses e até anos antes de uma obra cênica ser apresentada, e seus saberes são frutos da prática, de estudos e de muita experimentação.

    Fotografia. Uma mulher de cabelo preto, usando blusa azul, calça jeans, botas e luvas brancas, está na ponta dos pés, com os braços erguidos e com as mãos segura um projetor de luz de um palco. Ao lado, um homem de touca preta, camisa marrom e calça jeans está segurando uma ferramenta e olhando para o projetor.
    Fotografia. Um homem de pouco cabelo, barba grisalha, usando blusa e calça em tons de bege, está em pé e segura com as duas mãos um vestido rosa e roxo. Ao fundo há um cabide com diversos vestidos e prateleiras com diversos chapéus coloridos.
    Nas fotografias vemos dois exemplos de profissionais relacionados às artes cênicas. Os primeiros são responsáveis pela iluminação, o segundo, pelos figurinos.

    Como em outras técnicas e tecnologias, também nas artes cênicas essas funções e elementos contam com um vocabulário próprio. Nas próximas páginas, por meio de textos e imagens, vamos conhecer um pouco dos muitos mistérios que os profissionais das técnicas e tecnologias de palco acumulam.

    1. No texto, estão mencionadas algumas atividades e profissões ligadas às artes cênicas. De quais delas você já ouviu falar ou conhece?
    2. Você conhece alguém que exerce uma profissão relacionada às artes cênicas? Qual é o trabalho dessa pessoa? Compartilhe suas experiências com os colegas.
    Respostas e comentários

    6. e 7. Respostas pessoais. Ver orientações em Atividades de desenvolvimento.

    HABILIDADE

    (ê éfe seis nove á érre dois seis) Explorar diferentes elementos envolvidos na composição dos acontecimentos cênicos (figurinos, adereços, cenário, iluminação e sonoplastia) e reconhecer seus vocabulários.

    COMPETÊNCIAS

    Competência geral: 3

    Competência específica de Arte: 1

    tê cê tê

    Diversidade cultural

    ATIVIDADES PREPARATÓRIAS

    Comente com os estudantes que os profissionais citados já foram abordados anteriormente e são referentes às artes cênicas. Diga-lhes que no teatro, no cinema, na dança e no circo existem profissionais especializados e, em seguida, comece a leitura do texto de maneira compartilhada.

    Analise com a turma os elementos visuais presentes nas imagens. Peça aos estudantes que destaquem os elementos que mais lhes chamam atenção, como a iluminação.

    ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

    Após a análise das imagens, peça a eles que respondam às perguntas. Solicite-lhes que compartilhem as respostas oralmente, listando na lousa cada profissão citada pela turma.

    Se possível, amplie o repertório da turma, elencando também os profissionais ligados aos aspectos mais artesanais (marceneiros, costureiros, eletricistas), que podem se relacionar aos elementos cênicos.

    Ícone. Símbolo de internet.

    Para observar e avaliar

    Observe se os estudantes entenderam que as artes cênicas não são exclusividade do teatro, compreendendo também outras linguagens artísticas, como o circo. É interessante observar, com base na atividade proposta, se já tiveram contato com outras linguagens artísticas cênicas e se reconhecem e já ouviram falar dos elementos que compõem a arte cênica. Do contrário, é interessante solicitar ao estudante que não alcançar os objetivos pretendidos que realize uma breve pesquisa sobre esses elementos, apresentando seus resultados em slides para o restante da turma.

    Adereços e figurinos

    As funções relativas às técnicas e às tecnologias das artes cênicas envolvem vários profissionais, muitos deles com experiência adquirida na prática e que se destacam por sua engenhosidade e criatividade. Há uma equipe nos bastidores do palco envolvida tanto na preparação fóra de cena quanto na apresentação do espetáculo. Algumas dessas técnicas e tecnologias das artes envolvem adereços, caracterização e figurinos, maquinarias, cenário e iluminação.

    Os adereços são os objetos que compõem os figurinos, com função definida no espetáculo, muitas vezes são acessórios comuns reformulados ou transformados. Por exemplo, se um personagem usa um chapéu em cena, esse adereço pode dizer muito sobre a classe social dele e sobre a época e o lugar em que se passa a história.

    Fotografia. Um homem de barba escura, usando chapéu redondo e branco, regata e saia comprida branca, segura com as duas mãos asas finas e pontudas. Ele está sendo iluminado por um feixe de luz branco e sorri.
    Fotografia. Um homem de maquiagem branca no rosto, usando touca e roupa grossa e preta, está em pé com as duas mãos levantadas e segura um plástico azul estendido abaixo de uma embarcação de madeira. Acima há feixes de luz branca. Ao fundo de toda a cena, feixes verticais de luz azulada, intercalados por fundo preto.
    Adereços como asas e tecidos para representar o mar utilizados em cenas do espetáculo A tempestade, de Xêiquispíer, com direção de Gabriel Villela, em São Paulo. São Paulo, 2015.

    O aderecista recria os objetos artesanalmente, em geral seguindo a orientação do cenógrafo e do figurinista. O contrarregra, por sua vez, coloca esses objetos em cena e os retira nos momentos adequados, durante o espetáculo.

    A caracterização dos personagens é feita pelo cabeleireiro e maquiador de cena que preparam o personagem de acordo com sua idade, classe social, época em que vive, entre outras particularidades.

    Para ampliar

    ésse pê Escola de Teatro. Disponível em: https://oeds.link/B9CFEe. Acesso em: 23 junho 2022. Site da escola cuja estrutura agrupa conceitos de alguns dos principais pensadores da formação da arte do teatro. Fornece também informações sobre os cursos regulares nas áreas de cenografia e figurino, iluminação, sonoplastia e técnicas de palco, entre outras.

    Respostas e comentários

    HABILIDADE

    (ê éfe seis nove á érre dois seis) Explorar diferentes elementos envolvidos na composição dos acontecimentos cênicos (figurinos, adereços, cenário, iluminação e sonoplastia) e reconhecer seus vocabulários.

    COMPETÊNCIAS

    Competência geral: 3

    Competência específica de Arte: 1

    tê cê tês

    • Diversidade cultural
    • Ciência e tecnologia

    ATIVIDADES PREPARATÓRIAS

    Peça aos estudantes que vejam as imagens das páginas 170 e 171. Então, solicite-lhes que ignorem as legendas e conduza a leitura das imagens da seguinte maneira:

    • Peça a eles que observem todos os elementos presentes na cena, apreciem os adereços presentes, tentem imaginar qual é o contexto da peça e justifiquem a escolha desses elementos em cena.
    • Após essa etapa, leia a legenda e “explique” cada imagem, ampliando o conhecimento dos estudantes sobre o vocabulário específico.

    ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

    Após a leitura do texto, analise as imagens, convidando os estudantes a pontuarem os elementos mais marcantes. Peça a eles que relacionem esses elementos com o que já foi aprendido sobre a arte cênica e seus elementos visuais.

    Em seguida, peça-lhes que respondam à atividade. Oriente-os durante a pesquisa de imagens de artistas caracterizados, solicitando que anotem as fontes utilizadas no processo. Enfatize, nesse caso, a importância de fontes confiáveis e seguras.

    Ao final da atividade, peça a eles que compartilhem seus resultados, conforme solicitado no enunciado. É interessante propor que compartilhem essas apresentações de slides e os disponibilizem virtualmente.

    A mesma ideia se aplica aos figurinos, que são as roupas usadas pelos intérpretes em cena, seguindo a concepção geral do espetáculo. Algumas vezes no teatro e na dança, e muitas vezes no cinema, na ópera e nos musicais, um personagem apresenta diferentes caracterizações ao longo da obra e é necessário modificar seu penteado, maquiagem e figurinos. Em outros casos, os adereços e figurinos caracterizam diferentes personagens interpretados pelo mesmo ator ou bailarino.

    Fotografia. Uma pessoa usando maquiagem branca com sobrancelhas pretas e arqueadas, olhos com sombras, lábios pintados de preto, cabelos ondulados penteados para cima em tons de verde e rosa; ela usa uma roupa de gola alta verde e um casaco preto. Está com os olhos abertos e a mão esquerda ao lado do ouvido.
    Penteado, maquiagem e figurino utilizados pela atriz Heloisa Périsse no músical O Mágico de Oz, em teatro da cidade de São Paulo. São Paulo, 2013.
    Fotografia em preto e branco. Nove pessoas com maquiagem no rosto usando fantasias avantajadas com formas redondas, retangulares, espirais e listradas. Algumas usam capacete. Cada uma está realizando um movimento com o corpo: em pé, ajoelhadas, com o tronco inclinado e gesticulando com as mãos.
    Cena do espetáculo Ballet Triadic, de Óscar Chilêmer. Alemanha, 1922. Considerado um marco na história do figurino.

    Além do figurinista, que concebe e desenha os figurinos, outros profissionais se envolvem também na função: o costureiro de cena, o mestre de guarda-roupa (no caso de muitas trocas de figurinos em teatro musical, óperas etcétera), o zelador de guarda-roupa ou camareiro (que lava, passa, armazena, embala etcétera).

    8. Com a orientação do professor, investiguem outras imagens de artistas caracterizados com figurinos, maquiagem e adereços. Na pesquisa priorizem personagens originais e incomuns e caracterizações mais complexas, como monstros, seres exóticos ou pessoas de épocas passadas ou futuras. Elaborem textos que expliquem: quem é, nome do espetáculo e data da produção e as principais características dos personagens selecionados e compartilhem os resultados com os colegas.

    Versão adaptada acessível

    Atividade 8.

    Com a orientação do professor, investiguem materiais usados no figurinos dos artistas. Na pesquisa priorizem personagens originais e incomuns e caracterizações mais complexas, como monstros, seres exóticos ou pessoas de épocas passadas ou futuras. Elaborem textos que expliquem: as principais características dos personagens selecionados e os materiais utilizados, e compartilhem os resultados com os colegas.

    Respostas e comentários

    8. Ver orientações em Atividades de desenvolvimento.

    ATIVIDADE COMPLEMENTAR

    Proponha aos estudantes que tentem fazer adereços de figurino. Divida a turma em duas partes, em que uma metade deverá fazer adereços para personagens vindos do futuro e a outra metade deverá se inspirar no passado.

    Diga aos estudantes que eles poderão buscar inspiração em filmes, livros ou outras manifestações artísticas. Peça-lhes que expliquem quais foram suas inspirações para os figurinos.

    Eles deverão fotografar ou fazer outra fórma de manifestação artística, como vídeos curtos em redes sociais, mostrando seus adereços e figurinos. Peça a eles que compartilhem esses registros e os divulguem virtualmente em site, blog ou rede social da turma.

    Para observar e avaliar

    Observe, com base na atividade, se os estudantes compreenderam o papel dos adereços em uma arte cênica. Além disso, note se entenderam que adereços e figurinos são pensados de maneira artística, muitas vezes buscando inspirações em outras manifestações artísticas, como filmes ou livros. Do contrário, solicite que o estudante que não alcançar os objetivos pretendidos realize uma breve pesquisa sobre a arte do figurino. Peça a ele que monte uma apresentação de slides com seus resultados, a ser compartilhada com o restante da turma. Sugira que esse material produzido seja compartilhado em site, blog ou rede social da turma.

    Maquinarias

    Desde os primórdios, os espetáculos utilizaram efeitos como sons, luz, estratégias para surpreender a plateia. Antes da alta tecnologia atual, nas apresentações de teatro, dança, circo, música e cinema, havia dispositivos para dar a ilusão de fenômenos da natureza, como os movimentos de água, fogo, ar, nuvens etcétera Também eram encontrados meios de mostrar a grandiosidade de personagens monstruosos, de divindades e de criaturas malignas. Muitos efeitos surpreendentes foram desenvolvidos séculos atrás. Conheça alguns deles.

    Alçapões: aberturas no assoalho do palco utilizadas como passagens de aparição e desaparição de personagens e outros elementos cênicos em espetáculos.

    Caixa de explosão, de fumaça, de relâmpago: equipamentos cênicos que permitem reproduzir os sons de uma explosão, liberar fumaça ou fornecer clarões que reproduzam relâmpagos em cena.

    Ciclorama: cenário que consiste em um telão ao fundo do palco, de cor azul-celeste, para representar o horizonte ao ar livre.

    Fotografia. Duas pessoas usando roupas cinzas estão agachadas com o tronco inclinado para frente e erguem um pallet de madeira que desgruda do chão de um palco. Abaixo do nível do palco, há duas pessoas empurrando o pallet.  Ao fundo, há um cenário com pilares redondos e uma porta.
    Fotografia. Destaque para um objeto cilíndrico e liso em tons de marrom. Ao lado há uma manivela e abaixo, uma estrutura de apoio.
    Fotografia. Vista parcial de um teatro. Em destaque, as cadeiras marrons de uma plateia e, ao fundo, um palco grande com cortinas vermelhas abertas nas laterais e um ciclorama ao fundo.
    [1] Os alçapões são passagens utilizadas no teatro durante os efeitos de aparição e desaparição de personagens. Alçapão no Globe Theatre, onde eram montadas e apresentadas as peças de Xêiquispíer. Londres, 2018. [2] Máquina de vento. [3] Ciclorama preparado para apresentação no palco do Viena Âpera Ráus, Viena. Áustria, 2016.
    Respostas e comentários

    HABILIDADE

    (ê éfe seis nove á érre dois seis) Explorar diferentes elementos envolvidos na composição dos acontecimentos cênicos (figurinos, adereços, cenário, iluminação e sonoplastia) e reconhecer seus vocabulários.

    COMPETÊNCIAS

    Competência geral: 3

    Competências específicas de Arte: 1 e 5

    tê cê tês

    • Diversidade cultural
    • Ciência e tecnologia

    ATIVIDADES PREPARATÓRIAS

    Peça aos estudantes que vejam as imagens desta página ignorando as legendas e conduza a leitura das imagens de modo que, primeiro, eles possam criar suas próprias hipóteses:

    • Imagem 1. Você já viu um alçapão? Já teve oportunidade de passar por um? Pode lembrar ou imaginar quais usos são feitos dele nas artes cênicas?
    • Imagens 2 e 3. Já viu uma máquina de vento ou um ciclorama? Para que será que servem esses equipamentos?

    Após essa etapa, leia a legenda e explique cada imagem, ampliando o conhecimento dos estudantes sobre o vocabulário específico.

    Em seguida, explique aos estudantes que a tecnologia envolvida na arte cênica não precisa ser obrigatoriamente sofisticada ou cara. No Brasil, em um contexto em que muitas produções teatrais ou de dança cênica contam com orçamentos de baixo ou médio custo, usar elementos técnicos significa, muitas vezes, ser criativo e engenhoso e conseguir excelentes efeitos com recursos simples e acessíveis. Muitas vezes se recorre a elementos artesanais, embora cada vez mais se use não só a tecnologia nos equipamentos de iluminação e sonoplastia, mas também recursos audiovisuais e softwares que permitem novas maneiras de interação entre a obra cênica e a plateia.

    Cortina d’água: fonte de água, parecida com uma cascata escorrendo na face exterior de portas ou janelas cenográficas, para dar a impressão de chuva no exterior de um aposento do cenário.

    Coluna de mar: dispositivo cênico que dá a impressão de movimentos das ondas.

    Efeito de fogo: efeito luminoso que se produz no palco para dar à plateia a impressão de fogo.

    Máquina de nuvem: mecanismos especiais que produzem para a plateia o efeito de nuvens que se acumulam ou se deslocam.

    Máquina de vento: ventiladores potentes e tubos grossos por onde saem ventos para dar impacto à cena.

    Máquina de fumaça: máquina que produz o efeito de névoa ou neblina em cena.

    Fotografia. Em um fundo preto, destaque para uma máquina na parte inferior soltando fumaça branca para cima
    Máquina de fumaça em detalhe de palco.
    Fotografia. Em fileiras de MDF, dispostas uma atrás da outra, há desenhos em tons de preto e branco, na primeira, e azul e branco nas demais, formando ondas do mar em movimento.
    Onda vai onda vem, de Sandra Cinto, 2018. Acrílica, caneta permanente sobre ême dê éfe e manivela, dimensões variadas.

    O chefe maquinista e sua equipe criam esses dispositivos e os utilizam nas apresentações de espetáculos. Os maquinistas também atuam na abertura e no fechamento das cortinas e na colocação de painéis e telões e outros tecidos cuja função é delimitar os espaços da ação nos palcos.

    9. Para ampliar seus conhecimentos, procure vídeos em que apareçam elementos de maquinaria cênica. Caso tenha dificuldade de encontrar vídeos de espetáculos teatrais ou de dança, observe esses recursos em carros alegóricos do carnaval das escolas de samba e compartilhe-os com os colegas.

    Versão adaptada acessível

    Atividade 9.

    Para ampliar seus conhecimentos, pesquise maquinarias cênicas responsáveis pelos efeitos sonoros, como a caixa de explosão. Procure descobrir como funcionam e compartilhe seus achados com os colegas.

    Respostas e comentários

    9. Ver orientações em Atividades de desenvolvimento.

    ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

    Após a leitura do texto, convide os estudantes a responderem à atividade. Nesse caso, oriente a turma a utilizar fontes confiáveis para a pesquisa e solicite que separem um slide de suas apresentações para colocar os sites que utilizaram nas buscas.

    Ao final, convide-os a compartilhar seus resultados, perguntando o motivo das cenas e das artes cênicas escolhidas.

    Para observar e avaliar

    Observe se os estudantes compreenderam a utilidade das maquinarias. É interessante avaliar, com base na atividade proposta, se a turma trabalhou as habilidades de pesquisa, apresentação e argumentação, além da reflexão acerca dos efeitos especiais presentes na arte cênica. Caso algum estudante não tenha alcançado os objetivos pretendidos, divida a turma em grupos de modo que os estudantes se auxiliem no processo de aprendizado, revisando o que foi aprendido.

    O maquinista Nicola Sabbatini

    O arquiteto italiano Nicola Sabbatini (15741654) foi um dos primeiros a projetar maquinarias diversas para teatro, incluindo dispositivos de iluminação, a fim de criar efeitos visuais e de som, por exemplo, nuvens, tempestades, trovões, raios.

    Sabbatini retratou, em desenhos, vários possíveis efeitos de palco que eram muito populares na Renascença, como a ilusão de o ator estar voando em cena. O mecanismo mais popular era um cesto ou plataforma com cordas e roldanas, na qual o ator ficava em pé e era erguido ou abaixado por um tipo de guindaste, criando a ilusão de voar, subir ou descer do céu. Na maioria deles, era feita a silhueta de uma nuvem recortada em madeira que escondia o mecanismo.

    Desenho. Um mecanismo com engrenagens redondas no topo, à esquerda um homem segura a corda principal, ao lado há mais cordas esticadas para baixo e sustentando bases retangulares com pessoas em pé sobre elas.
    Maquinaria usada no teatro europeu do Renascimento, possivelmente criada por Nicola Sabbatini, permitia que os intérpretes descessem e subissem de um nível mais alto daquele ocupado pela plateia, dando a impressão de que “vinham do céu” ou “voavam”.
    Desenho. Duas barras paralelas verticais altas; no centro há uma ondulação e linhas pontilhadas. Abaixo, uma barra horizontal.
    Desenho da máquina de nuvem projetada por Sabbatini, publicada em Pratica di fabricar scene e machine ne' teatri, de 1638.
    Respostas e comentários

    HABILIDADES

    (ê éfe seis nove á érre zero cinco) Experimentar e analisar diferentes fórmas de expressão artística (desenho, pintura, colagem, quadrinhos, dobradura, escultura, modelagem, instalação, vídeo, fotografia, performance etcétera).

    (ê éfe seis nove á érre dois seis) Explorar diferentes elementos envolvidos na composição dos acontecimentos cênicos (figurinos, adereços, cenário, iluminação e sonoplastia) e reconhecer seus vocabulários.

    COMPETÊNCIAS

    Competência geral: 3

    Competências específicas de Arte: 1 e 4

    tê cê tês

    • Diversidade cultural
    • Ciência e tecnologia

    ATIVIDADES PREPARATÓRIAS

    O palco à italiana é uma das fórmas para se referir aos palcos ou espaços cênicos. Grande parte do que se refere a iluminação, cenários e maquinarias foi desenvolvida ou já adaptada para esse tipo de espaço cênico. Contudo, é importante ressaltar que isso não significa que ele seja mais evoluído, melhor ou mais importante do que os demais existentes.

    Para ampliar os conhecimentos dos estudantes sobre as maquinarias utilizadas nos espaços cênicos, leia o texto da página de maneira compartilhada com a turma, analisando os elementos visuais presentes nas imagens. Durante a leitura, pergunte à turma se os esquemas feitos por Nicola Sabbatini se assemelham aos croquis de Leonardo da vinti e suas invenções.

    Debata com a turma os desenhos feitos em relação às maquinarias. Resgate as maquinarias pesquisadas na atividade anterior e questione se esses desenhos se assemelham a algo que eles já tenham visto anteriormente. Deixe que respondam livremente.

    Sabbatini também descreveu uma técnica para elevar as cortinas que separam o palco da plateia, semelhante à de uma persiana rolante. A cortina era levantada pelos contrapesos e enrolada, revelando o palco. O contrapeso tinha a mesma função que a mola em uma moderna persiana rolante. Essa técnica continuou sendo usada até o século dezenove. Outra ilusão engenhosa criada por Sabbatini é a coluna de mar, projetada para simular o movimento das ondas no palco.

    Desenho. No centro, diversas colunas onduladas dispostas em paralelo na horizontal; nas laterais há uma linha paralela de cada lado, com letras sinalizando cada formato ondulado.
    Desenho. Uma embarcação à vela com casco grande. Abaixo, linhas onduladas do mar. Em alguns pontos das linhas pretas, há letras.
    Coluna de mar criada por Sabbatini, junto do esquema explicativo para seu uso, publicada em Pratica di fabricar scene e machine ne' teatri, de 1638.

    Até o final do século dezenove, na Europa e nos Estados Unidos, muitas outras maquinarias foram usadas em cena, simulando tempestades, erupções de vulcões, incêndios. Em produções cênicas daquela época, os maquinistas e cenógrafos eram muito importantes e o espetáculo era concebido por meio de maquetes e projetos dos efeitos especiais antes mesmo de haver uma narrativa a ser contada ou um elenco de atores ensaiando.

    Atualmente, no Brasil, é raro o uso de efeitos especiais desse tipo e poucos profissionais estão aptos a executar essas criações. No cinema do início do século vinte, eles foram muito empregados, mas hoje estão sendo substituídos por efeitos de computação gráfica.

    Ícone de atividade em dupla.
    1. O arquiteto Sabbatini foi um dos primeiros profissionais a projetar maquinarias diversas para espaços cênicos. Qual das máquinas criadas por ele chamou mais a atenção de vocês?
    2. Em dupla, inspirados nas ideias de Sabbatini, elaborem um croqui de uma máquina que poderia ser utilizada em um espetáculo de teatro na sua escola. Pensem em uma solução simples que poderia ser usada para produzir som, luz ou efeito visual. Após a elaboração do croqui, compartilhem os trabalhos entre os colegas.
    Respostas e comentários

    10. e 11. Respostas pessoais. Ver orientações em Atividades de desenvolvimento.

    ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

    Leia os enunciados com a turma e proponha que, antes de começarem a responder às questões, os estudantes pesquisem rapidamente na internet o significado e a definição da palavra “croqui”. Peça-lhes que compartilhem os resultados e escreva na lousa uma definição para a palavra com vocabulário próprio dos estudantes.

    Em seguida, realize as atividades com a turma. Na primeira atividade, deixe que respondam livremente sobre as máquinas que mais lhes chamaram a atenção. Já na segunda atividade, dê um tempo para que avaliem que tipo de soluções gostariam de ver no espaço teatral da escola.

    Peça-lhes que desenhem o croqui, revisitando a definição do termo que os próprios estudantes pesquisaram, e convide a turma a apresentar seus rascunhos, comentando para que servem as máquinas e no que pensaram ou se inspiraram para a criação.

    Pode ser interessante conversar com a direção da escola para que seja registrado o material produzido pelos estudantes em site, blog ou rede social da turma criada com a finalidade de compartilhamento de material artístico.

    Para observar e avaliar

    Observe se, durante a atividade, os estudantes se envolveram no processo de criação do projeto temático proposto. Nesse projeto, será possível avaliar a criatividade deles e o uso dela para a solução de problemas de maneira estratégica, utilizando a tecnologia como recurso em conjunto com a arte. Caso algum estudante não tenha alcançado os objetivos pretendidos, é interessante dividir a turma em duplas, de modo que um estudante explique ao outro a importância da maquinaria e como a associação tecnologia-arte pode fazer diferença na arte cênica.

    Iluminação: história repleta de efeitos

    Até o século quinze, a maior parte das apresentações teatrais ocorria ao ar livre, aproveitando-se das diferentes nuances da luz do dia ou da noite. Nesse longo período, a questão da iluminação estava resolvida com a luz do sol e a utilização da luz artificial, por meio do fogo, que tinha por função produzir efeitos especiais.

    Durante o século dezesseis, quando o espetáculo teatral passa a ocupar espaços fechados, primeiro, em locais improvisados e, depois, em edifícios teatrais, a iluminação cênica tomou outra proporção, pois não se podia mais contar apenas com a luz do sol. Ainda que as técnicas de iluminação tenham se desenvolvido bastante do século dezesseis até o fim do século dezenove, prosseguiu, de fórmas variadas, a utilização do fogo: velas, lamparinas, lampiões a gás.

    A iluminação tinha por função principal a visibilidade, ainda que algumas experiências tenham sido feitas para ir além da questão de iluminar os artistas. No século dezesseis, durante o Renascimento, desenvolveu-se amplo estudo na área de cenografia teatral, que incluía a iluminação cênica. Por exemplo, Nicola Sabbatini idealizou a máquina de escurecimento da luz.

    Na década de 1790 e durante grande parte do século dezenove, a chegada da tecnologia da iluminação a gás transformou também a iluminação cênica. Essa tecnologia tornou possível movimentar o efeito luminoso do sombrio ao brilhante e representar atmosferas emocionais, como felicidade ou tristeza. Em 1879, a invenção da lâmpada incandescente permitiu o uso da eletricidade na iluminação cênica, proporcionando grande intensidade luminosa, com custo viável e maior segurança em relação à luz do fogo.

    Desenho. Lado a lado, na parte inferior, há duas velas acesas; acima delas, há dois recipientes cilíndricos suspensos por um fio amarrado a duas engrenagens redondas no topo. Em alguns pontos das linhas, há letras.
    Imagem do primeiro dimmer de luz para teatro, projetado pelo italiano Nicola Sabbatini, no Renascimento, cêrca de 1640. Nesse dispositivo, a luz das velas fica pouco a pouco escondida pelos cilindros, permitindo que progressivamente o palco fique com maior ou menor claridade. Seu funcionamento é simples: uma cordinha está ligada às roldanas, a dois cilindros e às velas. Ao puxar a cordinha para baixo, os cilindros sobem, aumentando a claridade. Ao soltar a mesma cordinha, os cilindros descem sobre as velas, diminuindo a claridade.
    Respostas e comentários

    HABILIDADES

    (ê éfe seis nove á érre dois seis) Explorar diferentes elementos envolvidos na composição dos acontecimentos cênicos (figurinos, adereços, cenário, iluminação e sonoplastia) e reconhecer seus vocabulários.

    (ê éfe seis nove á érre dois sete) Pesquisar e criar fórmas de dramaturgias e espaços cênicos para o acontecimento teatral, em diálogo com o teatro contemporâneo.

    (ê éfe seis nove á érre dois nove) Experimentar a gestualidade e as construções corporais e vocais de maneira imaginativa na improvisação teatral e no jogo cênico.

    COMPETÊNCIAS

    Competência geral: 3

    Competências específicas de Arte: 1, 4 e 5

    tê cê tê

    Diversidade cultural

    ATIVIDADES PREPARATÓRIAS

    Retome o que foi conversado sobre a maquinaria e peça a alguns dos estudantes que citem as máquinas criadas durante a atividade anterior. A iluminação é fundamental para qualquer peça de teatro, e, dessa fórma, as máquinas de palco relacionadas à iluminação são extremamente importantes.

    Leia o texto de maneira compartilhada com a turma, comentando que, de todas as técnicas de palco, a iluminação é uma das que mais se beneficiaram da tecnologia, assim como os profissionais ligados a ela: o iluminador ou light designer, o chefe eletricista e o técnico de luz.

    No tratado de cenotécnica de Nicola Sabbatini, está o primeiro sistema de luz em resistência, que tornou possível obter variação de intensidade da iluminação no palco, algo até então nunca utilizado. Nas mesas de iluminação atuais, um pequeno circuito eletrônico, denominado dímer (ou dímãr), é responsável por regular a intensidade da luz, exercendo a mesma função de aumentar e diminuir progressivamente a claridade até que se possa chegar ao blecaute (escuro total) em uma sala de espetáculos.

    Na década de 1880 e nas décadas seguintes, na Europa e nos Estados Unidos, os teatros começaram a trocar seus sistemas de iluminação a gás por sistemas elétricos. Essa mudança foi considerada a grande revolução da iluminação cênica, pois a eletricidade permitiu o contrôle central de todas as fontes luminosas do teatro e possibilitou o blecaute de fórma mais rápida: em um piscar de olhos, a iluminação elétrica faz aparecer e desaparecer a cena ou parte dela.

    Alguns estudos citam que as primeiras manifestações teatrais ocorrem por meio das sombras que teriam sido projetadas pelo movimento dos corpos das pessoas que, iluminados pela luz do fogo, contavam histórias nas cavernas.

    Ilustração. Uma mulher de cabelo castanho e comprido, usando vestido amarelo com formas marrons, está na ponta dos pés, com os braços levantados e de frente para uma fogueira. À direita, um homem de cabelo escuro e grande, barba comprida, usando roupa marrom, está sentado com as pernas cruzadas. Ao fundo, na parede da caverna, há sombras e pinturas rupestres.
    Ilustração que representa os primeiros humanos se utilizando das sombras projetadas nas cavernas.

    Fazendo experiência com luz e sombra

    Vamos elaborar uma experiência de luz e sombra com base nas histórias contadas.

    Orientações para acessibilidade

    Se houver estudantes cegos na turma, estes podem ser responsáveis por contar as histórias, enquanto os demais se encarregam de criar os efeitos de luz e sombra. Sugira o emprego de ênfases diferentes na narração para assinalar momentos de tensão, medo ou alegria. Além disso, efeitos sonoros (que não vazem para fora da sala de aula) podem ser criados para acrescentar dramaticidade à história.

    Material

    Lanternas.

    Como fazer

    1. Com a orientação do professor, organizem-se em círculo e selecionem algumas histórias para contar que permitam a movimentação do corpo. Podem ser histórias de acontecimentos vividos por vocês ou lidas em livros.
    2. Desliguem todas as luzes do ambiente e liguem a lanterna apontando-a para a parede ou o teto.
    3. Nesse momento, alguns estudantes deverão contar as suas histórias, utilizando seus corpos para criar efeitos de luz e sombra. Pode ser usada a mímica ou a sombra projetada na parede.
    4. Se desejarem fazer o registro, filmem a experiência para compartilhar e convidar parentes e colegas para reproduzir a brincadeira.
    Respostas e comentários

    ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

    Proponha aos estudantes que realizem a atividade. Leia as etapas com a turma, de modo que todos compreendam o que deverá ser feito.

    Oriente a turma a desligar as luzes. Com as lanternas de celulares, os estudantes deverão realizar a atividade. É interessante registrar a atividade, em vídeos curtos ou fotografias, e compartilhá-la em site, blog ou rede social da turma.

    Para observar e avaliar

    Com base na atividade, observe a interação entre os estudantes e a integração com o tema estudado. É possível avaliar também a compreensão da turma sobre a iluminação como um dos elementos fundamentais para a arte cênica de modo geral. Do contrário, proponha uma pesquisa sobre a relação entre iluminação e cinema. O estudante deverá apresentar seus resultados para a turma em uma apresentação de slides.

     CENOGRAFIA E CENÁRIOS

    Os cenários são parte importante da tecnologia para as artes cênicas. Eles caracterizam o local e o tempo histórico onde se passa o enredo ou fornecem, com os demais elementos em cena, informações do contexto do espetáculo.

    No passado, os cenários geralmente eram telões de lona pintados à mão, onde eram representadas paisagens, edificações ou outros “fundos” de cena. Desde o início do século vinte, tendo como precursores o suíço Ádolf Ápia (18621928) e o inglês Êduard Górdon Crég (18721966), a concepção de cenário se diferenciou dos séculos precedentes, ao buscar espaços não figurativos.

    Fotografia em preto e branco. Vista de um palco. Na parte superior há uma pessoa de roupa branca segurando um cajado ao lado do corpo. À direita, algumas pessoas com espadas e segurando bandeiras com hastes longas. Abaixo, diversas pessoas vestindo manto longo. Algumas estão ajoelhadas e olhando  o homem de branco à esquerda.
    Fotografia em preto e branco. Vista panorâmica de um palco onde há diversos vitrais alongados ao fundo e três escadas de madeira posicionada na direção deles. O ambiente é marcado pelo contraste entre luz e sombras.
    [1] Ápia projetou cenários para peças de teatro, dança e óperas “pintados” de luz por equipamentos de iluminação cênica que na época revolucionaram a concepção de cenografia. Cena do espetáculo teatral Rãmlet, com cenário de Górdon Crég e direção de Constantin Istãnislávisqui, realizado no Teatro de Moscou. Rússia, 1912. [2] Crég propôs a substituição dos telões pintados por cenas arquitetônicas, representadas por grandes painéis com destaque para a iluminação e a cor. Palco de O canto da cotovia, em São Paulo, do cenógrafo Djáni Ráto, italiano radicado no Brasil. Para esse cenário, foram produzidos grandes vitrais. São Paulo, 1954.
    Respostas e comentários

    HABILIDADE

    (ê éfe seis nove á érre dois seis) Explorar diferentes elementos envolvidos na composição dos acontecimentos cênicos (figurinos, adereços, cenário, iluminação e sonoplastia) e reconhecer seus vocabulários.

    COMPETÊNCIAS

    Competência geral: 3

    Competência específica de Arte: 1

    tê cê tê

    Diversidade cultural

    ATIVIDADES PREPARATÓRIAS

    Peça aos estudantes que listem, até então, os elementos envolvidos na composição da arte cênica: figurinos, adereços e iluminação. Em seguida, proponha que leiam o texto de maneira compartilhada para aprenderem mais sobre outro elemento: a cenografia.

    Durante a leitura, analise os elementos visuais das imagens. Destaque alguns pontos observados nos cenários das cenas e peça aos estudantes que analisem e apontem também quais objetos e detalhes da cenografia mais lhes chamaram a atenção.

    Texto complementar

    reticências o teórico e cenógrafo suíço, Ádolf Ápia (18621928), iniciou um trabalho de grande revolução no desenho da cena, que até então só tinha acontecido com a descoberta da perspectiva no século dezesseis.

    Ádolf Ápia propôs uma nova cenografia para a ópera de Wagner, o Parsifal, em 1896, e foi a partir dessa cenografia que ficou conhecido por revolucionar conceitualmente e fisicamente o espaço do palco e da cena no teatro.

    reticências

    Ápia fazia parte do movimento simbolista, que preconizava um abandono total do naturalismo. reticências

    Para livrar-se da caixa italiana, ele propõe uma nova hierarquia dos elementos teatrais, situando em primeiro lugar o ator, depois vindo a cenografia e, só então, a iluminação.

    Em 1906, Ápia entrou em contato com o também suíço Emíle Jáqui Dalcrôze(18651950), criador da eurritmia, um método de ensinar um ritmo musical por meio dos movimentos corporais da dança.

    Atendendo ao pedido de dalcrôze, Ápia criou uma série de cenários que valorizavam o corpo humano e sua relação com a música reticências. Essa relação com dalcrôze foi fundamental para sua criatividade, influenciando-o a desenvolver, a partir de 1909 e empregando a dança e o ritmo, uma série de desenhos denominados “espaços rítmicos”. Trabalhava o conceito musical e o corpo do ator, demonstrando uma ideia de “espaço vivo”, baseado em plataformas, rampas, esteiras, cortinas e pilares de diferentes alturas, que possibilitavam ao ator maior variabilidade nos movimentos. Os dois estabeleceram uma parceria que durou até 1926, dois anos antes da morte do cenógrafo.

    RAMOS, Talitha. Desenhos que revolucionaram a cena teatral. Arquitextos, São Paulo, ano 15, número 180, maio 2015. Disponível em: https://oeds.link/QND5FX. Acesso em: 16 agosto 2022.

    A concepção do cenário é elaborado pelo cenógrafo e por uma equipe de cenotécnicos que ajuda o profissional a concretizar suas ideias. A colaboração entre esses profissionais é essencial para a realização e a montagem adequada dos cenários.

    Dependendo dos cenários elaborados e do local da peça, pode ser necessária uma equipe de transporte e montagem da estrutura de palco a cada apresentação, entrando em cena o chefe de montagem e sua equipe. Em espetáculos musicais, a figura do roudi é muito importante, pois é ele quem se encarrega do transporte, guarda, montagem e teste dos instrumentos musicais que serão utilizados.

    Ícone de atividade em grupo.
    Ícone de atividade oral.
    1. Citem a importância dos cenários para as artes cênicas.
    2. Observem os cenários de algumas peças teatrais e destaquem o que vocês consideram interessante nas imagens.
    Fotografia. Em um palco, duas pessoas usando roupas em tons de cinza e branco estão sentadas com os braços sobre os joelhos. À direita há uma pessoa usando casaco cinza e andando para fora do palco. Ao fundo, um cenário composto de um cercado de madeira marrom; nele, há candelabros com velas com iluminação amarelada. Na parte superior do palco, há feixes de luz azulada.
    Cenário da peça Culpado sem culpa, em Barnál. Rússia, 2020.
    Fotografia. Um homem de macacão cinza está acima de diversos blocos grandes e brancos caídos no chão; ao lado, uma mulher de vestido branco está acima de um bloco e de frente para ele. No centro entre eles, destaca-se uma iluminação clara.
    Cenário da peça A Tragédia Latino-Americana, em teatro de São Paulo. São Paulo, 2016.
    Com a orientação do professor, investigue uma imagem de livro, revista ou internet que retrate um cenário de teatro, dança, circo ou espetáculos musicais que você considere interessante. Compartilhe com os colegas a imagem pesquisada.
    Respostas e comentários

    12. Espera-se que os estudantes citem que os cenários caracterizam o local e o tempo histórico onde se passa o espetáculo ou fornecem, com os demais elementos em cena, informações do contexto da apresentação.

    13. Ver orientações em Atividades de desenvolvimento.

    ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

    Divida a turma em grupos e peça-lhes que respondam às questões. A primeira pergunta é teórica e demanda do estudante o conhecimento obtido durante o debate e a leitura do texto na página.

    Na segunda parte da atividade, oriente-os durante a pesquisa, enfatizando a importância de fontes confiáveis e seguras, bem como solicitando-lhes que anotem os sites que utilizaram para as buscas. Após um tempo para as buscas, convide os grupos a compartilharem as imagens que foram selecionadas. Pergunte o motivo das escolhas feitas, deixando que a turma debata livremente sobre isso.

    Para observar e avaliar

    Observe se os estudantes entenderam a cenografia e o cenário como elementos fundamentais para a composição da arte cênica. Nesse caso, com base na pesquisa e na análise das imagens relacionadas à cenografia, avalie a capacidade dos estudantes de refletirem sobre os elementos que compõem a cena teatral. Caso algum não atinja os objetivos pretendidos, é interessante solicitar que realize uma breve pesquisa sobre a importância da cenografia para a composição teatral. Peça-lhe que exponha seus resultados para o restante da turma em uma apresentação de slides.

    VAMOS CONHECER MAIS

    José Carlos Serroni

    O cenógrafo é o profissional que planeja cenários para espetáculos teatrais, de dança, óperas, shows, filmes e programas de televisão. Leiam trechos da entrevista de José Carlos Serroni, que nasceu em 1950, na cidade de São José do Rio Preto, em São Paulo, e é considerado um dos maiores cenógrafos do Brasil.

    Fotografia. Destaque para o rosto de um homem de cabelo curto penteado para trás, de sobrancelhas finas, nariz comprido, lábios finos e sorrindo. Ele está com o rosto ao fundo de uma maquete retratando um cenário urbano, com casas, edifícios e uma praça.
    O arquiteto, cenógrafo e figurinista José Carlos Serroni, em São Paulo. São Paulo, 2003.

    O teatro surgiu na minha vida um pouco inesperadamente. Eu nunca imaginava, na minha infância e adolescência, que fosse me envolver com teatro, um dia, porque eu nunca tive ninguém na família que trabalhasse com teatro e nunca tinha visto, até a minha adolescência, um espetáculo de teatro.

    Eu não tinha contato com o teatro, mas me iniciei, um pouco, nas artes plásticas, muito amadoristicamente, no colégio. Comecei a pintar e, pintando e expondo na praça, em São José do Rio Preto, que é uma cidade que sempre teve um movimento teatral amador muito intenso, em um destes momentos, o Vendramini, que era diretor teatral, na época, estava fazendo um espetáculo e precisava que alguém pintasse alguns telões para ele. Isto eu já tinha 19 anos e acabei aceitando esta empreitada. reticências

    Passado um tempo, eu me dei conta de que alguma coisa deveria ter mexido comigo e acabei percebendo que o circo foi muito importante, inconscientemente, porque, quando eu tinha dez ou doze anos, na frente da minha casa havia um grande terreno, onde montavam-se circos já bem decadentes reticências , e eu estava sempre lá, sempre vendo.

    Continua

    Respostas e comentários

    HABILIDADES

    (ê éfe seis nove á érre zero quatro) Analisar os elementos constitutivos das artes visuais (ponto, linha, fórma, direção, cor, tom, escala, dimensão, espaço, movimento etcétera) na apreciação de diferentes produções artísticas.

    (ê éfe seis nove á érre zero cinco) Experimentar e analisar diferentes fórmas de expressão artística (desenho, pintura, colagem, quadrinhos, dobradura, escultura, modelagem, instalação, vídeo, fotografia, performance etcétera).

    (ê éfe seis nove á érre dois seis) Explorar diferentes elementos envolvidos na composição dos acontecimentos cênicos (figurinos, adereços, cenário, iluminação e sonoplastia) e reconhecer seus vocabulários.

    COMPETÊNCIAS

    Competência geral: 3

    Competências específicas de Arte: 1 e 5

    ATIVIDADES PREPARATÓRIAS

    Leia o texto de maneira compartilhada com a turma, conversando sobre o trabalho do cenógrafo José Carlos Serroni. É interessante perguntar se algum estudante já conhecia o nome desse profissional.

    Peça a um deles que leia o trecho destacado da reportagem e analise com a turma os elementos presentes nas imagens. Converse sobre o trabalho de Serroni. É interessante propor a eles que realizem uma breve pesquisa na internet sobre outros profissionais da cenografia que também tenham destaque.

    Continuação

    Era o circo-teatro. reticências Ajudei a costurar lona de circo, assistia a todas as apresentações e emprestava móveis da minha mãe, meio escondido, para poder ganhar ingresso, e isto me tocou muito, com relação ao teatro.

    reticências

    Nesse período, eu já estava fazendo teatro e gostando muito da ideia e acabei, depois de uns dois anos, querendo fazer cenografia. reticências

    SERRONI, José Carlos. BORGES, Gilson P.; NUNES, Alexandre. Entrevista cedida a Gilson P. Borges e Alexandre Nunes. aien: Revista Arte da Cena, Goiânia, volume 1, número 1, página 7, abril/setembro 2014. Disponível em: https://oeds.link/BjbipT. Acesso em: 2 junho 2022.

    Ilustração. Em um fundo preto, um croqui em linhas finas e brancas com o esboço de uma visão panorâmica de um teatro, realçando verbalmente o piso e o ciclorama, indicados por setas. Acima, há destaque para o esboço de algumas estruturas que descem nas cenas. Abaixo, anotações.
    Croqui de José Carlos Serroni para cenário de espetáculo.

    Projetando um cenário

    Releiam as frases que destacam a importância do circo na vida e no trabalho de Serroni. Com base no croqui do espetáculo de Serroni, elaborem o desenho de um cenário, que nas próximas etapas deverá ser desenvolvido em miniatura.

    Material

    • Folha de papel sulfite.
    • Lápis, borracha, régua.

    Como fazer

    Ícone de atividade em dupla.
    1. Para começar, planejem o cenário. Para isso, pensem em um tema para a montagem de uma ação cênica que pode ser uma praia ou uma sala em uma casa mal-assombrada e elaborem desenhos em folhas de sulfite.
    2. Planejem a ação e a movimentação dos atores na cena. Depois disso, organizem o centro, o fundo e as laterais do palco e os adereços e outros objetos de cena, como mesa, cadeiras, entre outras possibilidades.
    3. Façam quantos desenhos for preciso para a obtenção do modelo adequado à miniatura da ação cênica.
    Respostas e comentários

    Como fazer. Ver orientações em Atividades de desenvolvimento.

    ATIVIDADE DE DESENVOLVIMENTO

    Após a leitura, peça aos estudantes que realizem as atividades. Nesse caso, eles deverão reler o trecho da entrevista destacado e desenvolver uma maquete de cenário.

    Proponha que a turma realize a atividade em um programa de desenho, de modo a facilitar a obtenção dos materiais necessários. Caso não seja possível, proponha-lhes que desenhem o cenário utilizando o que já foi aprendido no capítulo anterior sobre perspectivas e planos.

    Leia a lista de materiais necessários e as etapas que deverão ser seguidas. Divida a turma em duplas e oriente-as durante a etapa de planejamento do cenário. É importante que não seja um cenário extremamente complexo, de maneira a ser facilmente montado no programa ou no desenho físico.

    Sugira que mantenham os desenhos feitos para que possa ser reutilizado em uma atividade posterior.

    Para observar e avaliar

    Observe se os estudantes compreenderam o papel da cenografia na composição da arte cênica, além de criarem conexão com o profissional envolvido nesse elemento. Com base na atividade proposta, avalie se compreenderam os processos envolvidos na cenografia que, inicialmente, se dá com o planejamento e o desenho da cena a ser montada. Caso algum estudante não alcance os objetivos propostos, solicite que sua dupla o auxilie.

    VAMOS FAZER

    Maquete de cenário

    Os cenógrafos planejam o cenário inserindo os elementos físicos ou virtuais necessários para definir o espaço onde a cena deverá acontecer. Vamos planejar e elaborar uma miniatura de um cenário, utilizando uma caixa.

    Nas páginas anteriores planejamos o desenho que tinha uma praia ou uma sala em uma casa mal-assombrada como tema. Nesta atividade vamos orientar a montagem do cenário em uma maquete.

    Sugerimos a seguir alguns materiais simples para ser utilizados na proposta, porém vocês poderão escolher qualquer outro material para a tarefa.

    Orientações para acessibilidade

    Se houver estudantes cegos na turma, sugira que representem um lugar conhecido, como um cômodo de suas casas. Peça que prestem atenção ao posicionamento dos elementos da representação, para que reflitam sua percepção do ambiente.

    Material

    • uma caixa de sapato ou de outro tamanho.
    • Papéis ou tecidos coloridos.
    • Cola branca.
    • Fita adesiva.
    • Régua.
    • Lápis, canetas coloridas ou qualquer tipo de tinta para papel.
    • Tesoura com pontas arredondadas.
    • Objetos em miniatura como árvore, ou mesa, ou materiais para a construção deles.
    Ilustração. Dois paralelepípedos fechados. Dois paralelepípedos com a aresta superior faltando.

    Continua

    Respostas e comentários

    HABILIDADES

    (ê éfe seis nove á érre zero cinco) Experimentar e analisar diferentes fórmas de expressão artística (desenho, pintura, colagem, quadrinhos, dobradura, escultura, modelagem, instalação, vídeo, fotografia, performance etcétera).

    (ê éfe seis nove á érre zero seis) Desenvolver processos de criação em artes visuais, com base em temas ou interesses artísticos, de modo individual, coletivo e colaborativo, fazendo uso de materiais, instrumentos e recursos convencionais, alternativos e digitais.

    (ê éfe seis nove á érre dois seis) Explorar diferentes elementos envolvidos na composição dos acontecimentos cênicos (figurinos, adereços, cenário, iluminação e sonoplastia) e reconhecer seus vocabulários.

    COMPETÊNCIAS

    Competência geral: 3

    Competências específicas de Arte: 1 e 5

    ATIVIDADES PREPARATÓRIAS

    Proponha aos estudantes que montem o cenário que foi desenhado na atividade anterior. Dessa fórma, as duplas deverão resgatar seus rascunhos, que foram feitos em programa de desenho ou desenhados à mão usando perspectivas e planos.

    ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

    Leia a lista de materiais com os estudantes e as etapas que devem ser realizadas para a montagem da maquete, de modo que todos entendam o que deverá ser feito na atividade proposta.

    Eles deverão buscar caixas de papelão que poderão ser utilizadas na montagem da maquete; pode ser interessante que as caixas sejam pintadas antes da composição do cenário, das cores que os estudantes acharem favorável.

    Oriente as duplas a pintar o cenário na caixa antes de colar os objetos que comporão a cena no papelão. As miniaturas poderão ser feitas de maneiras diferentes, utilizando massinha, blocos de montar, papel, isopor, ê vê á ou outros materiais que acharem interessante e favorável para suas maquetes.

    Ao final, convide-os a apresentar a maquete e as cenas nas quais foram planejadas. Peça às duplas que expliquem no que se inspiraram.

    Proponha que as maquetes fiquem expostas em uma sala específica da escola, desde que tenha sido combinado com a direção.

    Continuação

    Como fazer

    1. Façam uma abertura em um dos lados da caixa, que deverá retratar o teto do teatro, conforme o modelo.
    2. Desenhem o cenário na caixa, conforme o desenho que vocês fizeram em momentos anteriores da unidade.
    3. Encapem a caixa do lado externo e interno utilizando papel ou tecido conforme o projeto. Fixem o papel com fita adesiva ou cola.
    4. Se preferirem, substituam os papéis e os tecidos pela pintura.
    5. Construam ou insiram objetos em miniatura, como minimesa e cadeiras.
    6. Para finalizar, compartilhem a maquete com os colegas e conversem sobre a produção e os elementos que vocês utilizaram para a construção do cenário.
    Ilustração. Maquete de cenário construída em uma caixa com formato retangular vertical, com a aresta superior suprimida. No cenário, as paredes são cinza e há duas janelas pretas abertas, uma mesa vermelha e uma cadeira azul.
    Ilustração. Maquete de cenário construída em uma caixa com formato retangular horizontal com a aresta superior suprimida. Em destaque um barco vermelho velejando no mar. Ao fundo, areia de praia, vegetação verde e uma sol radiante.
    Respostas e comentários

    Como fazer. Ver orientações em Atividades de desenvolvimento.

    Para observar e avaliar

    Durante a montagem da maquete, avalie a compreensão dos estudantes acerca do planejamento envolvendo a montagem do cenário. É interessante avaliar, com base na atividade, a conexão e a profundidade dos estudantes com relação à arte da cenografia. Do contrário, realize o atendimento individualizado.

    eu APRENDI

    1. Cite os principais valores do Renascimento.
    2. Que técnicas características do Renascimento são descritas a seguir:
      1. Consiste em suavizar os contornos de uma figura, justapondo tons e cores diferentes, de modo que se misturem, criando um efeito natural.
      2. Representa, por meio de leis matemáticas, objetos e espaços no plano de acordo com nossa percepção óptica.
    3. Cite o nome do artista que elaborou o desenho a seguir. Em sua opinião, a imagem é uma obra de arte ou um estudo científico?
    Desenho. Sobre uma folha azulada há traços finos de lápis retratando uma figura humana vista de lado; sobre seu rosto, há linhas que se cruzam formando quadrados e retângulos. Na parte inferior esquerda, há um texto.
    Atlas de estudos anatômicos, século quinze. Caneta e tinta marrom-escura sobre papel preparado azul. 23,1 centímetros por 15,3 centímetros.
    Respostas e comentários

    1. Valorização e resgate dos ideais e dos padrões da Antiguidade e dos estudos do ser humano, da natureza e da ciência.

    2. As técnicas citadas são o sfumato e a perspectiva.

    3. Espera-se que os estudantes citem que Da vinti utilizou procedimentos artísticos para elaborar e transmitir um conhecimento científico e que existem relações entre a arte e a ciência.

    HABILIDADES

    (ê éfe seis nove á érre zero quatro) Analisar os elementos constitutivos das artes visuais (ponto, linha, fórma, direção, cor, tom, escala, dimensão, espaço, movimento etcétera) na apreciação de diferentes produções artísticas.

    (ê éfe seis nove á érre dois seis) Explorar diferentes elementos envolvidos na composição dos acontecimentos cênicos (figurinos, adereços, cenário, iluminação e sonoplastia) e reconhecer seus vocabulários.

    (ê éfe seis nove á érre três um) Relacionar as práticas artísticas às diferentes dimensões da vida social, cultural, política, histórica, econômica, estética e ética.

    COMPETÊNCIAS

    Competência geral: 3

    Competência específica de Arte: 1

    tê cê tês

    • Diversidade cultural
    • Ciência e tecnologia

    ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

    1. A primeira atividade cobra do estudante os conhecimentos acerca do Renascimento, não só das aulas de artes, mas também do componente de História.
    2. Na segunda atividade, o estudante deverá relembrar as técnicas utilizadas nas pinturas renascentistas que foram aprendidas anteriormente; ele deverá saber as características das técnicas de modo a identificar, nas frases do enunciado, que técnica é explicada.
    3. A terceira atividade cobra a análise da pintura e o conhecimento acerca de seu artista. Nesse caso, ele deverá lembrar o que foi debatido sobre os estudos científicos de Da vinti.
    1. Leia as frases e descreva a alternativa correta que indica o nome dos recursos cênicos.
      1. Caracteriza o local e o tempo histórico onde se passa o espetáculo ou fornece, com os demais elementos em cena, informações do contexto do espetáculo.
      2. Caracteriza os efeitos como sons, luz, estratégias para entradas e saídas surpreendentes dos personagens, entre outros recursos.
      3. Caracteriza e evidencia a ação e os atores e possibilita a integração entre os elementos visuais, como o espaço ou o figurino.
        1. um – cenário, dois – iluminação e três – maquinaria.
        2. um – maquinaria, dois – cenário e três – iluminação.
        3. um – cenário, dois – maquinaria e três – iluminação.
        4. um - iluminação, dois – cenário e três – maquinaria.
    2. Para a realização de uma apresentação teatral, é necessário envolver diversos profissionais. Além dos atores e atrizes, cite o nome de algum desses profissionais.
    Fotografia. Um homem usando roupa preta está em pé e com a mão estendida na direção de um projetor de luz apontando-o para o chão. O projetor faz parte de uma estrutura com diversos projetores dispostos lado a lado. Paralelamente a essa estrutura, há outra semelhante. No chão, há diversos focos de luz dos projetores.
    Profissional das artes cênicas em exercício de sua função.
    1. Com base na imagem, citem:
      1. Que profissional das artes cênicas foi retratado na imagem?
      2. Como você pensa que é o trabalho desse profissional nas artes? Qual é a importância que a iluminação tem nas artes?
    2. Releia a frase:

    “A atitude do artista muitas vezes se aproxima da abordagem do cientista.”

    Cite as semelhanças que existem entre o trabalho de um artista e o de um cientista.
    Respostas e comentários

    4. Resposta: item c).

    5. Técnico de iluminação e som, cenógrafo, maquinista, figurinista, maquiador, diretor e roteirista, entre outros profissionais, podem ser citados pelos estudantes.

    6. a) O profissional é um técnico iluminador.

    6. b) Respostas pessoais, com ênfase na subjetividade de emoções e sensações provocadas pelas cores, focos e direções da iluminação. Escute as hipóteses dos estudantes, perceba por suas falas se já viram algum profissional de iluminação trabalhar em festas, eventos e shows. Se necessário, faça um comparativo entre o didjêi de festas e o didjêi de casas noturnas. Talvez isso seja algo um pouco menos distante da realidade dos estudantes.

    7. Os estudantes poderão citar que a atitude do artista se assemelha à de um cientista ao observar e investigar o ser humano e o mundo, elaborar hipóteses e criar soluções, da mesma fórma que a ousadia e a criatividade do artista devem se aproximar da engenhosidade científica.

    ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

    1. A atividade demanda do estudante um conhecimento sobre as características de cada elemento que compõe a arte cênica. Dessa fórma, ele será capaz de identificar a ordem correta, por meio da correta caracterização de tais elementos.
    2. Na quinta atividade, o estudante deverá relembrar os profissionais já citados anteriormente que integram a arte cênica, entendendo que ela abrange não somente o teatro.
    3. A sexta atividade exige a capacidade de análise e reflexão da imagem e a relação do que foi observado com o que foi aprendido; nesse caso, ele deverá responder sobre o trabalho dos profissionais de iluminação com base no que já aprendeu na unidade.
    4. A última questão exige do estudante a interpretação de uma frase do enunciado e, então, a identificação da relação entre esse tema e o que já foi debatido anteriormente sobre arte e ciência.

    Para observar e avaliar

    As atividades poderão indicar a capacidade de aprendizado do estudante e da fixação do que foi aprendido, além de trabalharem outros aspectos do aprendizado, como a análise e a reflexão de imagens, bem como a interpretação de frases e contextos. Do contrário, realize o atendimento individualizado.

    vamos COMPARTILHAR

    Tecnologias cênicas

    Nesta unidade estudamos as associações existentes entre a arte e a ciência e investigamos algumas das soluções técnicas usadas nas manifestações artísticas. Para finalizar, vamos elaborar e experimentar propostas de utilização de recursos técnicos cênicos. Para isso, com a orientação do professor, selecionem um tema que possibilite a elaboração de cenários, adereços, efeitos sonoros ou de iluminação possíveis de ser produzidos no espaço escolar. O tema pode estar relacionado:

    a alguma paisagem da sua cidade ou bairro; a algum tipo de vegetação como uma floresta; a qualquer outro ambiente que vocês gostariam de retratar.

    Após a seleção do tema, organizem-se em grupos, que deverão escolher entre cenário, adereços ou figurinos, efeitos sonoros ou iluminação.

    Material

    • Como cenário: caixas de papelão de tamanhos variados, diferentes tipos de papel, tecidos, entre outros recursos.
    • Como adereços ou base para figurinos: balões e bexigas de ar, pedaços grandes de tecidos de texturas e cores variadas, incluindo lençóis, cangas etcétera
    • Para efeitos sonoros: chapas de raios xis recicladas, sacos plásticos, cascas de coco maduro cortadas ao meio, pedras sobre chapa de aço, conduítes, apitos que reproduzem pios de pássaros, pequenos instrumentos de percussão, garrafas péti etcétera
    • Para iluminação: lanternas, cordões de lâmpadas léd, lâmpadas tubulares “frias” envolvidas por tule colorido, papel-celofane ou papel-alumínio, lâmpadas pisca-pisca, canetas de raio leiser, “olhos cirúrgicos”, abajures e luminárias etcétera
    • Vocês podem trazer objetos de casa, coletá-los no almoxarifado da escola ou pedir emprestado a algum profissional que conheça. Todos os materiais devem ser usados com autorização. Leia a seguir algumas sugestões de possíveis materiais.

    Continua

    Respostas e comentários

    HABILIDADES

    (ê éfe seis nove á érre dois seis) Explorar diferentes elementos envolvidos na composição dos acontecimentos cênicos (figurinos, adereços, cenário, iluminação e sonoplastia) e reconhecer seus vocabulários.

    (ê éfe seis nove á érre dois sete) Pesquisar e criar fórmas de dramaturgias e espaços cênicos para o acontecimento teatral, em diálogo com o teatro contemporâneo.

    (ê éfe seis nove á érre três cinco) Identificar e manipular diferentes tecnologias e recursos digitais para acessar, apreciar, produzir, registrar e compartilhar práticas e repertórios artísticos, de modo reflexivo, ético e responsável.

    COMPETÊNCIAS

    Competência geral: 10

    Competências específicas de Arte: 4, 5 e 8

    ATIVIDADES PREPARATÓRIAS

    Leia de maneira compartilhada com a turma o texto e proponha que realizem a atividade final. Nesse caso, oriente-os em relação ao fato de que deverão pensar em um tema específico.

    Lembre aos estudantes que a arte pode ter apelos emocionais ou sociais; dessa fórma, o tema tratado por cada estudante será de livre escolha. Entretanto, solicite que expliquem o motivo do tema que escolheram.

    ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO

    Leia a atividade e os materiais necessários para a realização dela, assim como as etapas envolvidas no processo, de modo que todos entendam o que deverão fazer.

    Oriente a turma na atividade, de maneira a selecionarem um melhor lugar para realizá-la. A atividade deverá ser feita coletivamente, com toda a turma.

    Deixe que os estudantes dividam os grupos e seus temas de trabalho com certa autonomia, de modo que a interação e a organização sejam trabalhadas junto à criatividade.

    Ao final, peça a eles que registrem o que foi feito por meio de filmagens de vídeos curtos ou pequenos takes. É interessante que tirem fotografias do que é feito. Sugira que compartilhem cada etapa do processo por meio de site, blog ou rede social da turma.

    Monte uma roda de conversa com os estudantes para que falem sobre as experiências, a fim de incentivar que tenham certa afinidade com alguns tópicos de trabalho e explorem mais esse interesse futuramente.

    Continuação

    Como fazer

    1. Com a orientação do professor, selecionem o lugar onde serão elaboradas as apresentações.
    2. A partir do lugar selecionado, conversem e planejem como o tema será retratado em cenário, adereços, efeitos sonoros ou iluminação. Façam anotações e dividam as tarefas de produção no grupo.
    3. Selecionem os materiais possíveis e adequados à produção.
    4. Com a orientação do professor, selecionem um dia para a montagem e a apresentação das propostas.
    5. Com muita organização e planejamento, no dia combinado organizem a “montagem” do cenário e insiram nele todos os recursos produzidos.
    6. Combinem momentos específicos para a observação detalhada do cenário e de cada recurso produzido.
    7. Para ampliar, agora produzam todos os efeitos ao mesmo tempo no palco.
    8. Para finalizar, conversem sobre a experiência.
    Ilustração. Em primeiro plano, uma menina de cabelo encaracolado e comprido, usando uniforme escolar azul e branco está agachada no chão e com as duas mãos ao redor de um objeto circular e amarelo. Em segundo plano, à esquerda, há uma menina de cabelo preto e encaracolado, usando uniforme escolar, sentada no chão e segurando uma pasta azul; à sua frente, há uma folha branca, lápis e tesoura. Em segundo plano, à direita, um menino de cabelo castanho está atrás de uma árvore e segura um pincel amarelo na direção do tronco. Em terceiro plano, em tons de azul, há silhuetas de vegetação.
    Respostas e comentários

    Como fazer. Ver orientações em Atividades de desenvolvimento.

    Para observar e avaliar

    Com base na atividade, é possível observar se os estudantes compreenderam a importância de cada elemento presente na composição da arte cênica. Observe a interação e a participação deles, além da comunicação, da autonomia e da organização dos grupos. É interessante avaliar se compreenderam o que é a arte cênica e a complexidade envolvendo seus processos. Do contrário, é possível dividir a turma em grupos, durante a roda de conversa, e solicitar que os estudantes se auxiliem.

    Glossário

    mecenas
    : pessoas ou entidades enriquecidas com o comércio ou com atividades bancárias que protegiam e financiavam o trabalho de artistas, instituições ou eventos culturais.
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    empírico
    : que se baseia na experiência e na observação.
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    atmosfera
    : camada de ar que envolve a Terra.
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