UNIDADE 1 Arte para ouvir e ver

As propostas desta unidade do seu livro foram desenvolvidas em quatro etapas, que se completam:

Ilustração. Em fundo verde, cena retratando pessoas exercendo diferentes atividades. Na parte superior esquerda, vista lateral de uma mulher está em pé fazendo exercício de balé, segurando com a mão esquerda em uma trave, o pé esquerdo no chão e os braços e as pernas direitos esticados em paralelos, para trás e para cima; a mulher veste blusa preta e saia rosa. Na parte superior direita, uma mulher de cabelos pretos e vestido branco está segurando o encosto de uma cadeira preta à sua frente; diante dela, um homem de cabelos e barbas pretos, blusa vermelha, calça bege e sapatos pretos a fotografa com uma câmera posicionada em um tripé. Na parte inferior esquerda,  um homem de blusa amarela, calça azul e sapatos pretos é visto de costas diante de uma prancheta grande marrom, sobre a qual está uma folha branca; o homem utiliza uma régua preta para fazer algumas linhas no papel; ao lado dele, um caso de flores. Na parte inferior direita, uma mulher de cabelos pretos, blusa azul, calça e sapatos pretos  e boina rosa está diante de uma tela na qual realiza uma pintura; ela estende o braço direito no sentido da pintura, segurando um pincel; na mão esquerda dela, há uma paleta para pintura.

eu SEI

Onde eu faço arte?

Conhecer e identificar locais onde as manifestações artísticas acontecem nas cidades.

Ilustração. Uma seta curvada para baixo.
Reprodução de selo. Ilustração. No centro, uma construção redonda e alta, com telhados vermelhos e janelas pequenas. Dentro, há algumas pessoas realizando apresentações, uma plateia em diferentes pisos e, ao fundo, duas construções triangulares lado a lado, com telhados também vermelhos e, entre elas, uma bandeira hasteada. Ao redor da construção redonda, algumas casas espaçadas, árvores e pessoas. Ao fundo, um rio e, do outro lado dele, várias casas lado a lado. Na parte superior esquerda, o texto THE GLOBE 1614.  Na parte superior direita, silhueta de um busto de mulher

eu vou APRENDER

Capítulo 1 – Sons e artes visuais

Apresentar fontes sonoras e instrumentos musicais e identificar características da escultura e da instalação.

Capítulo 2 – O lugar teatral e o espaço cênico

Apresentar as relações entre o palco, o artista e o espectador.

Ilustração. Destaque para um palco de teatro, com cortinas pretas e vermelhas na parte superior. No palco, diversas pessoas usam trajes pretos e tocam instrumentos musicais variados em uma orquestra sinfônica. Na parte inferior central, diante de todos e visto de costas, há um homem com vestimenta semelhante e com os braços abertos para o lado, segurando uma batuta na mão esquerda.

eu APRENDI

Desenvolver atividades de verificação, sistematização, reflexão e ampliação da aprendizagem.

Ilustração. Uma seta curvada para baixo.
Ilustração. Em fundo lilás, destaque para duas máscaras amarelas de teatro, uma sorrindo e outra com os lábios para baixo. Ao lado, estão duas pessoas frente a frente, saudando-se com as mãos. Elas estão em tamanho menor que as máscaras.

vamos COMPARTILHAR

Espaços culturais ao alcance de todos

Elaborar proposta de planejamento de um espaço para manifestações artísticas na comunidade.

OBJETIVO GERAL

Explorar conceitos e elementos das diversas linguagens artísticas, principalmente relacionadas às fontes sonoras, à escultura e ao uso e à ocupação do espaço das artes cênicas.
Ilustração. Uma seta curvada para a direita.

eu SEI

Onde eu faço arte?

A arte é um meio de criar, por exemplo, escrever um poema, compor uma música, fazer um desenho, interpretar um personagem, elaborar uma coreografia etcétera Essas e outras fórmas de criação exigem do artista conhecimento, sensibilidade e imaginação.

O ser humano tem capacidade de criar e de inovar. Todas as pessoas nascem com essa capacidade, mas, em geral, as ideias surgem da pesquisa, do estudo, da investigação e da reflexão. Na criação artística, o autor transforma uma ideia em realização, por meio de esforço, trabalho e dedicação. Observe as imagens que apresentam pessoas fazendo arte.

Ilustração. Em fundo lilás, cena retratando pessoas exercendo diferentes atividades. Na parte superior esquerda, vista lateral de uma mulher está em pé fazendo exercício de balé, segurando com a mão esquerda em uma trave, o pé esquerdo no chão e os braços e as pernas direitos esticados em paralelos, para trás e para cima; a mulher veste blusa preta e saia rosa. Na parte superior central, uma mulher de vestido e sapatos pretos tocam um violino. Na parte superior direita, uma mulher de cabelos pretos e vestido branco está segurando o encosto de uma cadeira preta à sua frente; diante dela, um homem de cabelos e barbas pretos, blusa vermelha, calça bege e sapatos pretos a fotografa com uma câmera posicionada em um tripé. Na parte inferior esquerda,  um homem de blusa amarela, calça azul e sapatos pretos é visto de costas diante de uma prancheta grande marrom, sobre a qual está uma folha branca; o homem utiliza uma régua preta para fazer algumas linhas no papel; ao lado dele, um caso de flores. Na parte inferior direita, um homem de camisa vermelha, calça amarela e sapatos pretos está sentado em uma mesa marrom diante de um notebook. Ao lado da mesa e acima dela, um vaso de flores.
Ilustração. Em fundo lilás, cena retratando pessoas exercendo diferentes atividades. Na parte superior esquerda, uma mulher de blusa rosa, avental bege, calça azul e sapatos pretos está sentada manipulando argila para a confecção de vasos; ao lado dela, um vaso de casa lado. Na parte superior central, uma mulher de jardineira rosa e sapatos pretos está diante de uma mesa preta grande, na qual imprime um objeto com tinta; ao lado, dois baldes de tintas. Na parte superior direita, uma mulher de roupas pretas está ajoelhada diante de um painel, onde pinta formas geométricas e linhas pretas. Na parte inferior esquerda, uma mulher de cabelos pretos, blusa azul, calça e sapatos pretos e boina rosa está diante de uma tela na qual realiza uma pintura; ela estende o braço direito no sentido da pintura, segurando um pincel; na mão esquerda dela, há uma paleta para pintura. Na parte inferior central, um homem de camisa azul e branca, calça e sapatos pretos está sentado em uma mesa marrom diante de um notebook. Ao lado da mesa e acima dela, um vaso de flores. Na parte inferior direita, uma mulher de blusa amarela, avental bege, calça azul e sapatos pretos está sentada diante de um tear, onde há alguns fios de linha sendo usados para confeccionar algo.
  1. Cite os artistas e as manifestações que foram evidenciadas nas imagens presentes nesta seção.
  2. Você já praticou algumas dessas ou outra atividade artística? Responda às perguntas elaborando uma ilustração que evidencie sua relação com a arte.
Versão adaptada acessível

Atividade 2.

Você já praticou algumas dessas ou outra atividade artística? Responda às perguntas criando uma representação que evidencie sua relação com a arte.

Ícone de atividade oral. Dois balões de fala, um branco e outro rosa.
Ícone de atividade em grupo. Silhueta de três pessoas e dois balões de fala, um branco e outro rosa.
  1. Após a elaboração, compartilhe com seus colegas as ilustrações e, juntos, conversem sobre:
    1. se existe diversidade de atividades elaboradas entre você e seus colegas de sala;
    2. atividades artísticas que vocês gostariam de praticar e experimentar;
    3. atividades que vocês gostariam de conhecer e apreciar.

Nesta unidade, vamos estudar algumas características e propriedades dos sons para conhecer alguns instrumentos musicais. Para isso, vamos exemplificar apresentando uma orquestra e seus instrumentos musicais. Vamos também ter contato com manifestações artísticas relacionadas com esculturas e instalações artísticas e explorar os espaços cênicos dedicados historicamente à arte.

Ilustração. Dispostos na diagonal, três triângulos verdes contornado por outro de fio rosa apontam para a direita

eu vou APRENDER Capítulo 1

Sons e artes visuais

Existem diversos espaços onde podemos, de alguma fórma, ter contato com a arte:

Espaços de criação, como ateliês e estúdios. Espaços de exposição, como museus, galerias de arte e centros culturais. Espaços de apresentação, como edifícios teatrais e salas de espetáculos. Espaços de aprendizagem, discussão, reflexão e criação, como escolas, universidades, cursos, oficinas.

Podemos ver e apreciar monumentos, grafites, intervenções musicais teatrais, de dança, performances e outras manifestações artísticas nas ruas. Sem esquecer o espaço virtual, com sites de museus, galerias, artistas e manifestações artísticas do mundo inteiro acessíveis pela internet.

Fotografia. Em primeiro plano, um homem manipulando botões de uma mesa de som. Ao fundo, em uma pequena sala separada por um vidro, há três músicos, dois homens nas laterais e uma mulher ao centro; todos usam fone de ouvido; a mulher canta em um microfone e os homens tocam instrumentos musicais de cordas.
Gravação de banda em estúdio.
Fotografia. Sobre um tablado, um grupo de cinco pessoas com roupas de cores diferentes em tons de cinza, vermelho e bege, está com as duas mãos no chão e uma das pernas para o alto.
Ensaio de apresentação de dança em palco de teatro.
Fotografia. À esquerda, uma mulher de cabelos encaracolados, vista de lado, está com a boca aberta e as mãos espalmadas diante de um pequeno grupo de crianças que imitam sua expressão; elas estão uniformizadas com blusa azul.
Aula de teatro em escola.
Fotografia. Um grupo de jovens está sentado ao redor de uma mesa retangular grande, observando ou pintando telas. Em pé ao lado deles, uma mulher morena de vestido azul. Ao fundo, quadros encostados na parede e, sobre eles, armários marrons.
Aula de pintura em escola de arte.
Fotografia. Fachada de um prédio de quatro andares com acabamento em grafite colorido. Apresenta janelas envidraçadas com batentes de cores vivas e pequenas sacadas com porta balcão.
Grafite em rua de Berlim. Alemanha, 2018.
Fotografia. Um grupo de quatro  músicos toca instrumentos musicais em uma via pública. Diante deles, há pequenos recipientes com a estampa de um cifrão e algumas pessoas ao redor observando-os.
Músicos de rua na cidade de New Orleans. Estados Unidos, 2019.
Captura de tela. Cabeçalho com a indicação 'LOUVRE' na parte central. Abaixo, há uma fotografia em plano aberto que apresenta a escultura de um homem de pé do lado direito e uma construção piramidal envidraçada ao centro e rodeado por pessoas em um amplo paço público. Ao fundo, está a fachada de um extenso prédio. Sobre a imagem, em letras grandes, o texto ESCAPE WITH THE LOUVRE.
Página inicial do site do Museu do Louvre, localizado em Paris, França, 2022.
Ícone de atividade oral.
Ícone de atividade em grupo.
  1. Citem manifestações, espaços e lugares associados à apreciação, divulgação e aprendizagem das artes, semelhantes aos retratados nas imagens, que vocês conhecem ou já visualizaram na televisão ou em sites.
  2. Citem, se existirem, lugares de apresentação, de ensino e de manifestações artísticas no seu bairro ou cidade. Se houver, compartilhem com os colegas lugares que oferecem aulas ou possibilidades de vivenciar experiências artísticas.
  3. Para finalizar, façam uma lista coletiva dos espaços e dos lugares sugeridos.

SONS E FONTES SONORAS

Pare um instante e preste atenção aos sons que você ouve ao seu redor, como pio de passarinhos, carros passando, pessoas conversando, uma máquina sendo usada no conserto da rua, a TV ligada na sala, o liquidificador na cozinha, uma música sendo reproduzida na casa do vizinho etc. Os sons nos acompanham o tempo todo. Eles não podem ser vistos, mas são percebidos pela nossa audição.

Ilustração. Silhueta em linhas azuis retratando três edifícios de alturas diferentes. Sobre eles, notas musicais. Ilustração. Silhueta em linhas azuis retratando cinco pessoas: três abaixo e duas acima. Sobre as duas últimas, uma balão de fala de cada lado, com contornos em azul. Ilustração. Silhueta em linhas azuis retratando um perfurador de solo em movimento. Ilustração. Silhueta em linhas azuis retratando três carros próximos um do outro. Ilustração. Silhueta em linhas azuis retratando uma sirene.

Alguns são produzidos pela natureza, porém muitos dos sons que escutamos são elaborados pela atividade humana. Mas o que é som e como ele se origina? Leia a resposta no texto a seguir:

Ilustração. Silhueta em laranja de um cachorro com a boca aberta. Dela, partem três linhas retas curtas.

O som nasce do movimento de um objeto que vibra, isto é, que se movimenta. Quando não há movimento, não há som. A vibração do objeto se propaga pelo ar como ondas invisíveis.

Elas são chamadas de ondas sonoras e chegam aos nossos ouvidos e, consequentemente, ao nosso cérebro. Quando isso acontece, descobrimos o tipo de som, a sua localização, a sua origem etcétera

ROSA, Nereide Schilaro Santa. O mundo da música. São Paulo: Callis, 2013. página 10. volume 2.

O mundo está repleto de sons que são produzidos por vibrações que se deslocam no ar em fórma de ondas sonoras, que são captadas por nossos ouvidos. Os dispositivos que produzem ondas sonoras são chamados de fontes sonoras.

Ilustração. Silhueta em linhas azuis retratando uma casa; sobre ela, notas musicais. Ilustração. Silhueta em linhas azuis retratando uma furadeira.
Ilustração. Silhueta em preto de um pássaro visto de lado. Ao fundo, um círculo alaranjado e, sobre ele, na diagonal, há notas musicais, alinhadas ao bico aberto do pássaro.

Identificando diferentes sons

A fonte sonora pode ser definida como o corpo que vibra e produz som como pessoas, automóveis e outras máquinas, ou mesmo elementos da natureza – como vento, trovão –, e animais – como pássaros e cachorros. Com a orientação do professor, vocês deverão escutar os sons do ambiente escolar e identificar as possíveis fontes sonoras; para isto, sigam as orientações.

Ícone de atividade em grupo.

Como fazer

  1. Durante um período de tempo determinado pelo professor, se permitam ficar em silêncio para escutar e identificar os sons e as fontes sonoras.
  2. Anotem os nomes e citem quais delas são fontes sonoras produzidas pela natureza ou pela ação humana.
  3. Indiquem também a proximidade e a intensidade dos sons reconhecidos.
  4. Para finalizar, compartilhem os resultados da experiência com os colegas e observem as semelhanças e as diferenças entre o que foi ouvido.

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Transcrição do áudio

Som em toda parte

Locutora: Som em toda parte.

Feche os olhos. Fique em total silêncio. Concentre-se. Escute os sons que o seu corpo produz. Escute os sons do ambiente onde você está. Após um tempo abra os olhos.

Som de automóveis, seguido pelo som de chuva, seguido de som de uma porta batendo, seguido por sons de pássaros e seguido por som de efeitos sonoros.

Locutora: E esses sons que você ouviu agora? Consegue identificá-los? São iguais ou diferentes dos sons que você ouviu quando estava de olhos fechados?

Além desses sons presentes em nosso cotidiano, podemos também ouvir os sons das manifestações artísticas.

Som de artista de rua se apresentando e em seguida o som de um coral de vozes.

Locutora: Pense no quadro Morro da Favela, pintado em 1924 por Tarsila do Amaral. Nele, a pintora retrata a população pobre que teve que sair dos grandes centros urbanos em direção à periferia.

Agora, imagine que você faz parte dessa paisagem. Não só da paisagem do quadro, mas da paisagem sonora que ele representa.

Som de pássaros.

Locutora: Como você pôde perceber até agora, estamos rodeados de sons.

Sejam os produzidos pela natureza, por objetos e máquinas que nos rodeiam, por nossos corpos ou os sons das manifestações artísticas.

E essa composição de variados sons em um ambiente, em um determinado contexto, essa interação de fatores físicos e humanos forma a paisagem sonora.

Mas como definir o que é o som que origina a paisagem sonora?

Nereide Schilaro Santa Rosa, no livro “O mundo da música” o define

da seguinte maneira:

Vinheta musical.

Narradora: “O som nasce do movimento de um objeto que vibra, isto é, que se movimenta. Quando não há movimento, não há som. A vibração do objeto se propaga pelo ar como ondas invisíveis.

Elas são chamadas de ondas sonoras e chegam aos nossos ouvidos e, consequentemente, ao nosso cérebro. Quando isso acontece, descobrimos o tipo de som, a sua localização, a sua origem.”

Vinheta musical.

Locutora: O som que ouvimos tem três características: intensidade, altura e timbre.

De acordo com a intensidade, dizemos que um som é forte ou fraco, ou seja, um som transportado com mais energia pela onda sonora é forte; ao passo que um som que tem menos amplitude dessa onda é considerado fraco.

Em relação à altura, dependendo da frequência, dizemos que um som é grave ou agudo. Ou seja, quanto menor a frequência, mais grave é o som, como o de contrabaixo e violoncelo, por exemplo.

Se for maior a frequência, mais agudo é o som, como o de clarinetes e flautas.

Já o timbre é o que distingue sons que podem ter altura e intensidade iguais, mas produzidos por instrumentos diferentes.

Você consegue identificar nos sons a intensidade, a altura, o timbre?

Quais você considera graves? E agudos?

Agora, é só sair por aí escutando os sons da natureza, das manifestações artísticas e do seu coração! Boa viagem!

Locutora: Créditos. Todos os áudios inseridos neste conteúdo são da Freesound. O trecho lido do livro O Mundo da música - volume 1: Iniciação musical é de autoria de Nereide Schilaro Santa Rosa e foi publicado pela editora Callis em 2013.

Intensidade, altura e timbre

O som pode ser caracterizado com base na intensidade, na altura e no timbre. A intensidade é a quantidade de energia carregada pelo som; de acordo com a intensidade, o som pode ser muito fraco, fraco, forte ou muito forte. Por exemplo, ao tocar as cordas de um contrabaixo elétrico fortemente, a onda sonora terá maior amplitude; ao tocar as cordas de leve, a onda sonora terá menor amplitude.

Fotografia. Destaque das mãos de uma pessoa que toca um contrabaixo.
Contrabaixo elétrico com vibração intensa em uma das cordas por causa de um toque forte.

A altura se relaciona com a frequência do som. Os sons gravesglossário apresentam menor frequência; e os sons agudosglossário , maior frequência. Portanto, o “som alto” ou o “som baixo” não se referem ao volume, mas, sim, à altura.

O timbre é o conjunto de ondas sonoras que formam um som. Ele diferencia fontes sonoras, como o som de uma guitarra e o som de uma flauta. Também é possível reconhecer a voz humana pelo timbre. Por fim, a velocidade ou a duração do som é a velocidade de propagação de uma onda sonora, ou seja, se esse som é rápido ou lento.

Experimentando a intensidade dos sons

Sobre a intensidade e a altura dos sons, organizem-se em duplas e realizem os passos a seguir.

Como fazer

  1. Imitem e comparem os sons de um trovão e de um sino. Qual deles é mais grave e qual é mais agudo?
  2. O professor deverá pedir que dois estudantes, de fórma alternada, cantem o trecho da cantiga popular a seguir.

Peixe vivo

Como pode o peixe vivo

Viver fóra da água fria

Como pode o peixe vivo

Viver fóra da água fria

Como poderei viver

Como poderei viver

Sem a tua, sem a tua

Sem a tua companhia

[reticências]

Cantiga popular

  1. Após as apresentações, identifiquem qual das vozes é mais grave e qual é mais aguda.
  2. Citem como vocês chegaram a essa conclusão.
Ilustração. Um grupo de quatro crianças com características físicas diversas está lado a lado com os olhos fechados e as bocas bem abertas. Elas vestem roupas em tons de azul, amarelo, verde, marrom e vermelho. Sobre elas, há notas musicais.

Fontes sonoras e instrumentos musicais

Como vimos anteriormente, os dispositivos que produzem ondas sonoras são chamados de fontes sonoras. Os instrumentos musicais são considerados fontes sonoras e podem ser classificados como: idiofones, membranofones, cordofones e aerofones.

Fotografia. Destaque das mãos de uma pessoa que toca um triângulo metálico com uma baqueta de mesmo material.
Triângulo, um exemplo de idiofone.

Os idiofones são os instrumentos de percussão, como os triângulos, os reco-recos, os pratos etcétera Nesses instrumentos, o som é produzido pelo próprio corpo do instrumento, ao ser percutido por uma baqueta ou sacudido, friccionado etcétera

Fotografia. Destaque das mãos de uma pessoa que toca pandeiro com pele de couro, corpo de madeira e platinelas metálicas.
Pandeiro, um exemplo de membranofone.

Os membranofones são instrumentos de percussão que têm uma membrana esticada cuja vibração é dada pelas mãos ou por baquetas. Alguns exemplos são o surdo, o tamborim e o pandeiro, utilizados em certos gêneros musicais brasileiros, como o samba.

Fotografia. Destaque das mãos de uma pessoa que toca um violão de madeira.
Violão, um exemplo de cordofone.

Os cordofones são os instrumentos em que o som é gerado por meio da vibração de uma ou de várias cordas. Alguns exemplos são: violão, baixo, guitarra, ukulele, cavaquinho, violino, viola, violoncelo, piano, harpa etcétera

Clique no play e acompanhe a reprodução do Áudio.

Transcrição do áudio

Sons, instrumentos e inclusão musical

Locutora: Sons, instrumentos e inclusão musical.

Música

Locutora: Você consegue identificar quais instrumentos foram usados na música do grupo Olodum que você acabou de ouvir? E você saberia como classificar esses dispositivos sonoros? Preste atenção no instrumento a seguir:

Som de castanholas

Locutora: Você ouviu o som das castanholas. Assim como triângulo, prato, sino, gongo, reco-reco, maracas e violino de prego, elas são classificadas como idiofones, pois o som é produzido pelo próprio corpo do instrumento.

Entre os idiofones, temos os instrumentos de percussão. Neles, o som é feito a partir de um impacto, um choque no instrumento, como em pratos ou castanholas. Já os instrumentos de agitamento são feitos com grãos dentro do corpo, como chocalhos. E os instrumentos de raspagem, como o reco-reco, têm uma superfície irregular onde, como o nome já diz, é raspado um corpo flexível.

Som de tambor, em seguida de tamborim e em seguida de pandeiro

Locutora: Na sequência que você acabou de ouvir, o primeiro som era o de um tambor, o segundo de um tamborim e o terceiro de um pandeiro, que como atabaque, cuíca, caixa e zabumba são membranofones.

Neles, o som é produzido por uma membrana esticada. Instrumentos assim podem ser percutidos, agitados, friccionados ou soprados.

Som de violino, em seguida de piano e em seguida de berimbau

Locutora: Agora, você ouviu sons de um violino, um piano e um berimbau.

Assim como violão, baixo, guitarra, cavaquinho e viola, eles são classificados como cordofones, pois neles o som é produzido por uma corda tensa.

Som de flauta e em seguida de trombone

Locutora: Já a flauta e o trombone são chamados de aerofones. Do mesmo modo que clarinete, saxofone, oboé, fagote e trompa, esses instrumentos produzem o som pela maneira que uma massa de ar passa por eles e vibra. Esses sons podem ser mais longos ou curtos por causa dos orifícios que são tampados com os dedos ou pelos tubos, válvulas e varas presentes. Além de classificá-los como idiofones, membranofones, cordofones e aerofones, os instrumentos musicais podem ainda ser rotulados

como europeus ou extraeuropeus, populares ou eruditos e atuais ou antigos.

Música

Locutora: Agora, independentemente da classificação que eles recebem, sem os instrumentos musicais que ouvimos não seria possível haver tantas manifestações sociais, projetos culturais e de inclusão musical.

O Olodum é talvez o mais conhecido desses projetos, nacional e internacionalmente. Afinal, quem não se lembra da participação do Olodum na música, They don´t care about us, de Michael Jackson.

E na sua cidade existe algum projeto de inclusão musical? Que tal gravar um áudio sobre ele e postar nas redes sociais da escola?

Locutora: Créditos. Todos os áudios inseridos neste conteúdo são da Freesound. Exceto os pequenos trechos das músicas do Olodum, Um canto para igualdade, composta por De Cesares e Doce mel, de autoria de Gessica Rezende, Narcisinho e Zenilton Ferraz.

Os aerofones são os instrumentos de sopro em que o som é produzido por meio da vibração de uma coluna de ar que passa através de um tubo. Nos aerofones, o som pode ser modificado encurtando ou alongando a coluna de ar por meio da combinação de orifícios que são tapados ou abertos, como na flauta, ou por tubos, válvulas ou varas, como no trombone.

Fotografia. Destaque das mãos e boca de uma pessoa que toca uma flauta metálica.
Flauta, um exemplo de aerofone.

Outros exemplos desses instrumentos são: oboé, clarinete, saxofone, tuba etcétera Instrumentos de sopro são encontrados no naipe de madeiras e no naipe de metais.

Além da classificação apresentada, os instrumentos musicais podem ser categorizados como acústicos ou elétricos.

Instrumentos acústicos são os que não utilizam eletricidade para emitir som, pois o corpo do próprio instrumento realiza a propagação do som, em geral por meio de uma caixa acústica. Alguns exemplos de instrumentos acústicos são: violão, violino, viola, violoncelo, contrabaixo acústico, bandolim, ukulele, cavaquinho, piano, harpa, flauta, saxofone, gaita (de boca), bateria, metalofone, xilofone etcétera

Instrumentos elétricos são os que necessitam de energia elétrica por meio de caixas e amplificadores, que realizam a condução do som para posteriormente ocorrer a emissão dele. Alguns exemplos de instrumentos elétricos são: guitarra, contrabaixo elétrico, teclado, órgão, microfone etcétera

Ícone de atividade oral.

4. Qual dos instrumentos mencionados no texto vocês já conheciam? E qual deles vocês se interessaram em conhecer?

Ícone de atividade em grupo.

5. Dentre os instrumentos não conhecidos, escolham um, façam uma pesquisa e montem uma ficha-resumo sobre ele.

ORQUESTRA E INSTRUMENTOS MUSICAIS

Ao prestar atenção nos sons ao redor, notamos que existem diferentes fontes sonoras, inclusive as que são produzidas por instrumentos musicais.

Os instrumentos musicais são classificados de acordo com o modo que produzem o som: de corda, de sopro, de percussão e elétricos. Uma orquestra, por exemplo, é formada por diferentes instrumentos, organizados de acordo com suas características e com o tipo de som que produzem.

Fotografia. Um grupo de músicos  toca instrumentos musicais de cordas; os músicos estão sentados em semicírculo. Ao centro, em pé sobre um tablado pequeno, há um homem gesticulando com as mãos para o alto. Ao fundo, na parte superior, há uma cortina e feixes de luzes.
Músicos e maestro em ensaio da Orquestra Jovem Municipal de Guarulhos. São Paulo, 2018.

Como as ondas sonoras se propagam no ar, é possível ouvir uma orquestra executando uma obra musical em um teatro porque o som produzido pelos instrumentos se propaga e chega aos ouvidos dos espectadores.

  1. Você sabe tocar algum instrumento? Se sim, qual?
  2. Você gostaria de aprender a tocar algum instrumento? Compartilhe com seus colegas.

Para ampliar

LEVINE, Robert. Orquestra: uma introdução para crianças. São Paulo: Panda Books, 2012. O livro apresenta as características de cada instrumento da orquestra, a história da música orquestral, seus grandes compositores e as peças por eles criadas.

A orquestra

Uma orquestra é formada por um grupo de instrumentistas reunidos para executar obras musicais. Há orquestras pequenas e grandes; a orquestra sinfônica apresenta quatro seções de instrumentos: cordas, sopros de madeira, sopros de metal e percussão. Ao longo dos séculos, as orquestras apresentaram diferentes configurações. Atualmente, uma orquestra padrão segue algumas regras:

os instrumentistas são organizados em semicírculo de acordo com as características e o som do instrumento que tocam, com pequenas variações, dependendo da música, do espaço e da acústica; o maestro fica à frente da orquestra, no centro, e indica aos instrumentistas como executar as músicas.

Na organização da orquestra, o naipe de cordas situa-se à frente dos demais instrumentos. Ele é formado por violinos, violas, violoncelos e contrabaixos.

Fotografia número 1. Um instrumento pequeno com corpo em madeira e cordas dispostas verticalmente ao centro. Ao lado, está o arco, um dispositivo comprido e fino.
Fotografia número 2. Um instrumento pequeno com corpo de madeira e cordas dispostas verticalmente ao centro
Fotografia número 3. Um instrumento médio com corpo de madeira e cordas dispostas verticalmente ao centro.
Fotografia número 4. Um instrumento grande com corpo de madeira e cordas dispostas verticalmente ao centro.
Instrumentos do naipe de cordas: [1] violino, [2] viola, [3] violoncelo, [4] contrabaixo.

8. Com a orientação do professor, investiguem em sites textos e imagens sobre orquestras brasileiras, de preferência aquelas que se originaram e se estabeleceram na cidade ou estado onde vocês moram. Compartilhem os resultados da investigação com os colegas de sala.

Orquestra: disposição dos instrumentos

Observe a disposição dos instrumentos em uma grande orquestra moderna:

os instrumentos de cordas estão na frente; atrás dos instrumentos de cordas estão os sopros de madeira; os sopros de metal estão atrás dos de madeira; a percussão fica ao fundo.
Ilustração. Linhas lilás dividem, formando um semicírculo, os espaços ocupados pelos músicos em uma orquestra, destacando os grupos de instrumentos. Na parte inferior central, está o atril do maestro. À direita, à esquerda e à frente dele, estão os instrumentos de corda - violino, viola e violoncelo. Na parte central, depois dos instrumentos de corda, estão os grupos dos instrumentos de sopro - flautas, oboé, clarinetes, saxofone, tuba, trombone, trompete e trompas. Ao fundo, à direita, estão os instrumentos de percussão, como bumbo, caixa e pratos, tímpano e timbale. Ao fundo à esquerda, estão piano,  harpa, xilofone, vibrafone e  triângulo.
Disposição dos instrumentos em uma grande orquestra moderna: os instrumentos de cordas na frente; atrás deles os sopros de madeira; os sopros de metal atrás dos de madeira e a percussão ao fundo.

Na organização da orquestra, o naipe de cordas situa-se à frente dos demais instrumentos. Ele é formado por violinos, violas, violoncelos e contrabaixos. Os violinos são divididos em dois grupos: os “primeiros violinos”, aqueles que ficam na frente e executam os trechos mais agudos da obra musical, e os “segundos violinos”, que ficam atrás dos primeiros e executam os trechos mais graves.

9. Em uma orquestra, os instrumentos são divididos em naipes ou famílias. Observe a imagem e responda: Em sua opinião, por que os instrumentos estão organizados dessa fórma?

Instrumentos de sopro de madeira, como a flauta, o flautim, o oboé, a clarineta, o fagote, entre outros, compõem o naipe de madeiras.

Fotografia número 1. Instrumento de sopro comprido e em formato cilíndrico com muitas chaves ao longo do corpo e um tubo mais grosso em uma das extremidades.
Fotografia número 2. Instrumento de sopro cilíndrico com poucas chaves ao longo do corpo e um tubo grosso em uma da extremidades.
Fotografia número 3. Instrumento de sopro cilíndrico comprido, fino e com chaves ao longo do corpo e um tubo pequeno em uma das extremidades.
Instrumentos do naipe de madeiras: [1] oboé, [2] clarineta, [3] fagote.

Atrás dele, encontra-se o naipe de metais, composto dos instrumentos de sopro de metal, como a trompa, o trompete, o trombone e a tuba. O trombone e a tuba são chamados de metais graves; a trompa e o trompete, de metais agudos, por causa da capacidade de cada um deles para emitir, respectivamente, sons mais baixos ou mais altos. Os instrumentos do naipe de metais têm grande potência.

Fotografia número 4. Instrumento de sopro de corpo metálico comprido e dourado com parte reta com uma estrutura ovalar onde estão as chaves. Uma extremidade apresenta um bocal e a outra é cônica com abertura circular.
Fotografia número 5. Instrumento que apresenta corpo metálico dourado com parte ovalar onde estão as chaves e parte paralela com uma grossa estrutura cônica com abertura circular.
Instrumentos do naipe de metais: [4] trompete, [5] tuba.

No fundo, localizam-se os instrumentos de percussão. Entre os instrumentos tradicionais da percussão, estão o xilofone, o triângulo, as castanholas, o prato e a caixa, o tambor, o pandeiro e os tímpanos.

Fotografia número 6. Instrumento que apresenta teclas de madeira sobre uma estrutura metálica.
Fotografia número 7. Instrumento que apresenta corpo circular de madeira e é conjugada em duas partes amarradas por um cordão preto.
Fotografia número 8. Instrumentos que apresenta forma circular com pele leitosa e corpo metálico. Apoiada no tambor, está uma baqueta de madeira.
Fotografia número 9. Instrumento que apresenta superfície circular com pele leitosa e está sobre um suporte metálico apoiado no chão.
Instrumentos de percussão: [6] xilofone, [7] castanholas, [8] tambor, [9] tímpano.

Em uma orquestra, é comum a utilização de outros instrumentos, como o piano e o cravo, que aparecem separados desses naipes, colocados entre a percussão e as cordas. A harpa aparece com frequência na orquestra. Sendo um instrumento musical de cordas dedilhadas, geralmente fica entre a percussão e os instrumentos de teclado.

Fotografia número 10. Instrumento que apresenta estrutura robusta com três pés compridos, cauda e teclas. Diante do instrumento, está um pequeno banco preto com detalhes brancos.
Fotografia número 11. Instrumento que apresenta estrutura de madeira, contornada na parte superior e reta na diagonal na parte inferior; entre essas duas estruturas, há cordas na vertical.
Outros instrumentos que fazem parte da orquestra: [10] cravo, [11] harpa.

10. Ouça com os colegas uma música executada por uma orquestra. Tentem adivinhar qual naipe está tocando. É preciso ter bastante atenção. Lembrem-se de que existe o naipe de cordas, o naipe de madeiras, o naipe de metais, o naipe de percussão e outros instrumentos, como a harpa, o piano e o cravo.

Música e inclusão social

A seguir, conheça alguns projetos espalhados pelo território nacional que utilizam a música como ferramenta de transformação social.

Projeto Guri

Fotografia. Uma ampla sala onde muitos músicos jovens se apresentam; eles são vistos de costas. Em destaque, estão dois meninos, um deles está ao lado de um tambor e outro está sentado diante de dois tímpanos.
Participantes do Projeto Guri, na cidade de São Paulo. São Paulo, 2019.

O Projeto Guri é um programa brasileiro que já atendeu cêrca de 900 mil jovens no estado de São Paulo. O Guri oferece cursos que vão desde a iniciação musical e ensino de diversos instrumentos, luteriaglossário , canto coral e tecnologia em música para crianças e adolescentes entre 6 e 18 anos. cêrca de 60 mil alunos são atendidos por ano, em quase 400 polos de ensino, distribuídos por todo o estado de São Paulo.

A premissa do “fazer musical coletivo” é a base desse Projeto, que integra em uma mesma turma crianças e adolescentes de diferentes idades, gêneros, condições sociais, econômicas ou físicas, promovendo igualdade de acesso aos que sonham em aprender a tocar um instrumento, seguir uma carreira profissional ou simplesmente fazer da música uma fórma de sentir-se parte de um propósito que tenha sentido em sua vida.

MARQUES, Raquel. Projeto Guri: a música que transforma a vida de jovens. In: Criança livre de trabalho infantil/Notícias, [sem local], 29 dezembro 2016. Disponível em: https://oeds.link/bDhQFC. Acesso em: 15 junho 2022.

Para ampliar

ROSA, Nereide Schilaro Santa. O mundo da música. São Paulo: Callis, 2013. A coleção apresenta as características do som, dos instrumentos musicais e das principais manifestações culturais brasileiras relacionadas à música.

Escola Olodum

Fotografia. Destaque de um grupo de jovens que tocam instrumentos de percussão em uma área aberta. Eles são vistos de costas e vestem mesmo figurino, composto por camiseta vermelha e calça preta com listas laterais e verticais coloridas. A maioria dos tambores tem as faixas pretas, amarela, vermelha e verde no corpo do instrumento. Ao fundo, fachada colorida de algumas casas
Jovens percussionistas da Escola Olodum tocando durante ensaio nas ruas do Pelourinho, em Salvador. Bahia, 2017.

A Escola Olodum, inaugurada em 1984, é um espaço de educação e troca de experiências da comunidade afro-brasileira. A escola é uma referência nacional e internacional que atende crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social na cidade de Salvador.

O Projeto Escola Olodum, quando nasceu, visava atender uma solicitação da comunidade do Maciel/Pelourinho para que fosse formada uma banda de percussão integrada por crianças e adolescentes do bairro, mas foi notada uma potencialidade maior e, atualmente, o projeto atende aos jovens de toda a cidade de Salvador. [reticências]

Dentre os cursos ofertados na Escola Olodum estão o de Dança Afro, Canto/Coral, Empreendedorismo Cultura, Informática Cultural, Formação de Lideranças e Seminários. [reticências]

FATEICHA, Xande. Escola Olodum: mais de três décadas cumprindo atendimento social. In: Sobrado — cultura em pauta, [sem local], 31 outubro 2020. Disponível em: https://oeds.link/KDufjF. Acesso em: 15 junho 2022.

Para ampliar

FATEICHA, Xande. Escola Olodum: mais de três décadas cumprindo atendimento social. In: SOBRADO – cultura em pauta. [sem local], 31 outubro 2020. Disponível em: https://oeds.link/KDufjF. Acesso em: 25 junho 2022. Artigo que retrata a importância de projetos como o Olodum na inclusão e transformação na vida de crianças e jovens.

Ação Social pela Música do Brasil ()

Fotografia. Vista lateral de quatro jovens tocando violino. Eles apoiam o instrumento na região dos ombros e seguram arcos.
Integrantes do projeto , na cidade do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 2019.

Fundada em 1994, a Ação Social pela Música do Brasil () nasceu do sonho do maestro Deivid Machado. A instituição é uma organização não governamental, que busca promover a inclusão social de crianças, adolescentes e jovens de comunidades em situação de vulnerabilidade social, fornecendo a educação social e cultural através do ensino da música clássica.

Em seu histórico, mais de 12 mil alunos já passaram pela instituição, colhendo resultados positivos, principalmente no que se refere à prevenção e ao combate às drogas e à violência intrafamiliar. Atualmente, o projeto atende no total 4.406 alunos em 11 núcleos de aprendizado musical e em 18 polos de musicalização. Dos 11 núcleos, 4 encontram-se na cidade do Rio de Janeiro, entre eles Rio das Pedras, Complexo do Alemão, Vila Isabel e Cidade de Deus, englobando um total de 20 comunidades atendidas. Além disso, 2 núcleos estão na cidade de Petrópolis, 4 núcleos em João Pessoa (Paraíba) e 1 núcleo em Ji-Paraná (Rondônia).

QUEM Somos. Ação Social pela Música do Brasil. Rio de Janeiro, 2021?. Disponível em: https://oeds.link/IwJtuJ. Acesso em: 15 junho 2022.

Ícone de atividade oral.

11. Citem o que os projetos apresentados entre as páginas 26 e 28 têm em comum.

Ícone de atividade em grupo.

12. Existe algum projeto que atue de fórma semelhante na cidade ou estado onde vocês moram? Investiguem informações sobre isso em sites, elaborem um texto sobre as ações da instituição e compartilhem com os colegas de sala.

ESCULTURAS

A escultura se faz presente em diversos espaços artísticos, desde museus, galerias ou mesmo em espaços públicos. Definida como uma fórma de expressão artística tridimensional, que consiste na criação de relevos e volumes, é possível observar uma escultura de vários pontos de vista: de frente, por trás, de lado, andar ao redor dela e assim ter várias imagens diferentes.

Há milhares de anos os grupos humanos fazem esculturas de várias fórmas e tamanhos usando diferentes materiais e técnicas. Por exemplo, por meio da modelagem de argila, do desbaste da pedra, da fundição do metal, da reunião de materiais ou objetos e de muitas outras técnicas contemporâneas. No passado, as esculturas tinham o objetivo de moldar animais e imagens humanas, muitas vezes associadas aos rituais de magia e religião. Conheça uma delas:

Escultura. Escultura marrom que apresenta a vista lateral de mulher nua com corpo robusto e superfície áspera. A região da cabeça tem aspecto granular.
Escultura. Escultura marrom que apresenta a vista frontal de uma mulher nua com corpo robusto e superfície áspera. A região da cabeça apresenta aspecto granular.
Escultura. Escultura apresenta a vista de uma mulher nua de costas com corpo robusto e superfície áspera. A região da cabeça apresenta aspecto granular.
A Vênus de Willendorf vista de diferentes ângulos. A estatueta, de aproximadamente 30 mil anos atrás, é um dos mais importantes artefatos arqueológicos já encontrados na Europa.

Algumas das representações artísticas mais antigas já encontradas, o conjunto de esculturas conhecidas como Vênus, em referência à deusa grega, há tempos intriga os acadêmicos. Elas foram esculpidas há cêrca de 30 mil anos e, até hoje, descobriram-se duzentas peças no continente europeu. Com tamanhos variando entre 6 centímetros e 16 centímetros, as voluptuosas imagens talhadas em pedra, marfim ou argila eram usadas como amuletos e, devido às fórmas generosas, uma das teorias é a de que representassem a fertilidade.

OLIVETO, Paloma. Sobrevivência ou fertilidade: cientistas tentam explicar as Vênus do Paleolítico. In: Correio Braziliense, Brasília/Distrito Federal, 6 dezembro 2020. Disponível em: https://oeds.link/iFOWUI. Acesso em: 15 junho 2022.

Ícone de atividade oral.

13. Citem os materiais que foram utilizados na elaboração das esculturas da Vênus.

Ícone de atividade em grupo.
  1. Segundo a teoria científica descrita no texto, citem como as estatuetas eram utilizadas e o que elas representavam.
  2. Com a ajuda de um colega e a orientação do professor, elaborem uma escultura que poderia ser utilizada, por vocês, como um amuleto.

Esculturas e temas

O corpo humano sempre foi um dos principais temas utilizados pelos artistas, porém com o decorrer do tempo a arte da escultura passou por muitas transformações, inclusive com a inserção de temas pouco convencionais.

Observe imagens de esculturas monumentais do italiano Lorenzo Quinn (1966-). O escultor acredita que especialmente uma parte do corpo humano representa valores essenciais e universais da humanidade, por essa razão ele a utilizou como tema em muitas de suas obras.

Escultura. Em um espaço aberto, próximo a um rio, com destaque para uma escultura de diversos antebraços estendidos para o alto e, um de cada lado, eles entrelaçam as mãos ao alto, formando um corredor sobre eles.
Construindo pontes, de Lorenzo Quinn. Escultura em Veneza. Itália, 2019.
Escultura. Escultura de duas mãos  grandes segurando a parede de um prédio com fachada rosa.
Apoio, de Lorenzo Quinn. Escultura em Veneza. Itália, 2017.
Escultura. Escultura de duas mãos dadas para baixo dentro de uma estrutura anelar prateada. Ao fundo, vista de um rio, uma ponte e alguns prédios.
Amor, de Lorenzo Quinn. Escultura em Londres. Inglaterra, 2018.
Ícone de atividade oral.

16. Que parte do corpo humano é um tema recorrente do artista Lorenzo Quinn?

Ícone de atividade em grupo.

17. Em 2019, durante a 58ª Exposição Internacional de Arte da Bienal de Veneza, a escultura monumental Construindo pontes foi instalada na cidade. A obra era composta de seis pares de mãos monumentais, que representaram a Amizade, a Fé, a Ajuda, o Amor, a Esperança e a Sabedoria. Organizados em duplas, com a orientação do professor, planejem uma escultura representando um dos valores universais inspiradores de Quinn. Para a tarefa, planejem o tema, a estrutura e o formato da obra e onde vocês a instalariam.

Esculturas e emoções

O artista australiano rãn mâc (1958-) é conhecido pelas suas obras que exploram o realismo. O objetivo é referir-se à vida social, de fórma detalhada e com muita realidade. Para isso, o artista trabalha com um notável domínio técnico e utiliza diferentes materiais como resina, fibra de vidro, silicone e acrílico.

Escultura. Foto do interior de uma ampla sala onde há uma grande escultura de um casal de idosos com trajes de banho, descalços e sob um guarda-sol com listras amarelas, azuis e vermelhas. A mulher veste maiô azul e está sentada com as pernas esticadas para frente e o tronco inclinando para baixo, olhando o homem. Ele veste shorts xadrez cinza e vermelho e está deitado com a cabeça sobre as pernas da mulher e os joelhos flexionados.
Casal debaixo do guarda-sol, de rãn mâc, 2014. Técnica mista: materiais diversos, 300 centímetros por 400 centímetros por 500 centímetros.

Observe a escultura a seguir do artista romeno Constantin Brancusi (1876-1957). O beijo representa duas pessoas tão entrelaçadas que sugerem formar um ser único. Apenas o cabelo e a curvatura de um seio permitem distinguir o homem da mulher.

Escultura. Escultura de duas pessoas se beijando e entrelaçadas. Na estrutura, predomina um aspecto liso na parte frontal e áspero na parte lateral. Apresenta formato retangular e é acinzentada. A escultura está sobre uma base de madeira quadriculada e escura.
O beijo, de Constantin Brancusi, 1907-1908. Escultura em pedra, 28 centímetros por 26 centímetros por 21,5 centímetros.
Ícone de atividade oral.
Ícone de atividade em grupo.

18. Observando as obras de rãn mâc e de Constantin Brancusi, em sua opinião, quais emoções são expressas pelos personagens?

Esculturas de diferentes materiais

A artista brasileira Maria Martins (1894-1973) produziu diversas esculturas em metal, com fórmas expressivas inspiradas em lendas do folclore amazônico, como a Boiuna, a Iara, o Boto, entre outras.

Para realizar uma escultura em metal, é necessário primeiro confeccionar um modelo em argila, no formato desejado. A partir dessa peça, é feito um molde de cera, resistente o suficiente para suportar o calor do metal derretido. Veja alguns exemplos.

Fotografia. Escultura escura que apresenta uma mulher em pé sobre uma estrutura alta com muitos ramos entrelaçados. Ela está com os braços abertos para o lado e com os pulsos presos pelos ramos.
Iacy, de Maria Martins, 1943. Escultura, bronze, 75 centímetros por 32,5 centímetros por 20 centímetros.

A artista popular mineira Noemisa (1947-) aprendeu a modelar o barro com sua mãe. Na obra a seguir, utilizou como matéria-prima o barro e a técnica de modelagem, que consiste em moldar barro, argila ou outro material maleável com as mãos, até chegar à fórma desejada.

Escultura. Conjunto de esculturas em cor cinza-clara que apresenta, da esquerda para direita: uma mulher de vestido sentada em uma cadeira e segurando um buquê de flores; duas mulheres de vestido e em pé, uma delas segurando um buquê de flores; e, por último, dois animais, um deles em cima de um arbusto.
Sem título, de Noemisa Batista dos Santos, década de 1980. Cerâmica pintada, 23 centímetros por 20 centímetros por 8 centímetros.

A obra a seguir foi esculpida em madeira pelo artista cearense Efrain Almeida (1964-), considerado um dos mais importantes escultores brasileiros da atualidade. Assim como nos trabalhos em pedra, para realizar uma escultura em madeira, são necessárias ferramentas que permitam desbastar o material original para chegar à fórma desejada.

Escultura. Esculturas de dois beija-flores com asas abertas e penugem colorida. Eles possuem o bico longo, preto e com parte cravada em uma parede branca.
Beija-flor, de Efrain Almeida, 2014. Bronze policromado, 2 peças, 19 centímetros por 10 centímetros por 5,5 centímetros / 20,5 centímetros por 11,5 centímetros por 4,5 centímetros.
  1. Cite o material utilizado nas esculturas representadas que chamou mais a sua atenção. Justifique a sua resposta.
  2. Investigue e selecione na sua moradia ou em outro lugar da sua convivência uma escultura. Se possível, traga a peça para a escola ou faça uma fotografia dela em uma aula agendada com o professor. Na aula, com a orientação do professor, compartilhem as esculturas e conversem sobre os temas, as emoções que elas expressam e os materiais utilizados nas obras.

VAMOS FAZER

Arte com materiais reutilizados

A arte reciclada busca transformar materiais reaproveitáveis, como papel, papelão, madeira, vidro, plásticos, metais ou borracha, em obras de arte e objetos com valor cultural, social e artístico. Veja na imagem um exemplo de uma escultura em taiuã.

Escultura. Vista noturna de algumas pessoas em uma praça próximas a uma escultura gigante de um robusto animal marinho com corpo azul brilhante e nadadeiras longas.
Instalação feita de resíduos plásticos reutilizados. taiuã, 2020.

Agora é hora de você criar uma escultura com reaproveitamento de materiais. Observe os materiais disponíveis em sua moradia ou na escola. Colete e organize o material e, com a orientação do professor, em sala de aula, construa um trabalho tridimensional. Para a atividade, observe as orientações.

Material

  • Objetos que possam ser reutilizados: caixinhas de papelão, caixinhas de fósforo vazias, caixas de ovos, caixas de leite e embalagens de iogurte limpas e secas, colheres descartáveis, palitos de sorvete de madeira, tampinhas de garrafa péti, garrafas péti, restos de papéis coloridos etcétera
  • Cola.
  • Tesoura de pontas arredondadas.
  • Tinta guache de várias cores.
  • Pincel chato.
  • Copo com água e pano para limpeza do pincel.

Continua

Versão adaptada acessível

Material

  • Objetos que possam ser reutilizados: caixinhas de papelão, caixinhas de fósforo vazias, caixas de ovos, caixas de leite e embalagens de iogurte limpas e secas, colheres descartáveis, palitos de sorvete de madeira, tampinhas de garrafa PET, garrafas PET, restos de papéis coloridos etc.
  • Cola.
  • Tesoura adaptada.
  • Itens para decoração com diferentes texturas, como linhas e botões.

Como fazer

  1. Reúna o maior número possível de material a ser descartado (sucata), que possa ser reutilizado, e traga para a sala de aula.
  2. Observe com atenção todos os materiais disponíveis. Pense que eles podem ser recortados, amassados, dobrados etc.
  3. Separe aqueles que você considera adequados.
  4. Planeje a sua escultura a partir do material que você selecionou.
  5. Depois da seleção do material e do seu planejamento, combine os reciclados de maneira que formem uma composição interessante.
  6. Após experimentar algumas possibilidades e quando estiver satisfeito com o resultado, peça ajuda ao professor para colar seu trabalho.
  7. Se achar que o trabalho ficará mais interessante enfeitado, aplique os materiais que você escolheu.
  8. Deixe sua escultura secar em local seco e arejado.
  9. Não se esqueça de elaborar uma ficha técnica para a sua escultura. Para isso, utilize as seguintes informações: nome do artista; título da obra; técnica e material utilizados; dimensões da obra e data em que ela foi concluída.
  10. Com a orientação do professor e a ajuda dos estudantes, elaborem uma exposição com os trabalhos produzidos.

Continuação

Como fazer

1. Reúna o maior número possível de material a ser descartado (sucata), que possa ser reutilizado, e traga para a sala de aula.

Escultura. Escultura de uma cabeça humana com o cenho franzido e os lábios vermelhos abertos e contraídos para os lados; ela está imersa em uma superfície verde sobre a qual há diversos itens de plásticos e papéis.
Exemplo de escultura feita com material reutilizável.
  1. Observe com atenção todos os materiais disponíveis. Pense que eles podem ser recortados, amassados, dobrados etcétera
  2. Separe aqueles que você considera adequados.
  3. Planeje a sua escultura a partir do material que você selecionou. Se achar adequado, elabore um desenho para organizar a sua produção.
  4. Depois da seleção do material e do seu planejamento, combine os reciclados de maneira que formem uma composição interessante.
  5. Após experimentar algumas possibilidades e quando estiver satisfeito com o resultado, peça ajuda ao professor para colar seu trabalho.
  6. Se achar que o trabalho ficará mais interessante colorido com uma ou mais cores, pinte-o utilizando pincel e tinta guache da cor ou das cores que desejar.
  7. Deixe sua escultura secar em local seco e arejado.
  8. Não se esqueça de elaborar uma ficha técnica para a sua escultura. Para isso, utilize as seguintes informações: nome do artista; título da obra; técnica e material utilizados; dimensões da obra e data em que ela foi concluída.
  9. Com a orientação do professor e a ajuda dos estudantes, elaborem uma exposição com os trabalhos produzidos.

INSTALAÇÃO

A partir do século vinte, ampliaram-se as possibilidades técnicas, expressivas e de materiais no campo das Artes Visuais. Isso não significou o fim da pintura, do desenho, da escultura ou da gravura como linguagens artísticas, mas, sim, a incorporação de novas fórmas de expressão nas manifestações artísticas.

Surgido nos anos 1960, o termo instalação refere-se a um ambiente ou cena especialmente construído em um museu, galeria ou outro espaço. Na instalação, a obra de arte não se limita a um objeto, como uma escultura ou pintura, mas ocupa determinado espaço com finalidade artística. Para apreciar uma instalação, o público precisa caminhar por dentro dela, interagindo com seus espaços, seus objetos, suas cores e suas propostas.

Na instalação Eu desejo o seu desejo, a artista mineira Rivane Nainchivander (1967-) coletou e registrou em fitinhas coloridas, semelhantes às do Senhor do Bonfim, os desejos de centenas de pessoas. Cada fitinha foi colocada em um furo na parede, de acordo com a imagem a seguir.

Instalação número 1. Interior de uma sala onde uma mulher adulta está agachada com uma criança no colo e ao lado de outras duas crianças maiores observando uma instalação composta de inúmeras fitinhas de tecido impressas e coloridas, penduradas e dispostas na vertical.
Instalação número 2. Detalhe da instalação número 1, com destaque para fitas coloridas penduradas verticalmente na parede. Elas apresentam diferentes frases que expressam termos em inglês como: 'I WISH I COULD SAY…', 'I WISH  THAT I WILL…' e ' I WISH THE WORLD…'.
[1] Mulher e crianças observam a instalação Eu desejo o seu desejo, com fitinhas de tecido impressas, de Rivane Nainchivander, em san luí, Estados Unidos, 2004. [2] Detalhe da instalação Eu desejo o seu desejo, de Rivane Nainchivander, em san luí. Estados Unidos, 2004.

Para descobri-los, o público precisa se aproximar e ler os desejos impressos. Cada visitante da instalação é convidado a escolher uma fitinha e amarrá-la ao braço ou tornozelo, incorporando, dessa fórma, parte da obra.

Em troca, cada visitante deve registrar um desejo pessoal em um caderno, que posteriormente será impresso em uma fitinha colorida e adicionado à instalação. Essa obra percorreu várias cidades do mundo, entre elas Nova iórque e Paris. A partir de 2003, a instalação foi apresentada em cidades brasileiras, como Recife e São Paulo.

Criando uma instalação

Inspirados na obra de Rivane Nainchivander, vocês vão construir um painel para que toda a turma possa registrar seus desejos.

Material

  • Papel Kraft ou cartolina.
  • Papel sulfite.
  • Tesoura de pontas arredondadas.
  • Cola.
  • Caneta hidrocor ou lápis coloridos.

Como fazer

  1. Montem um painel de papel Kraft ou cartolinas e fixem na sala de aula.
  2. Recortem tiras de papel em tamanho suficiente para escrever.
  3. Cada um deverá registrar em uma tira um desejo. Esses desejos podem visar ao bem comum, a questões ambientais, a questões relativas à escola ou à cidade, ao respeito, à resolução de conflitos, à amizade entre os estudantes etcétera
  4. Depois que todos tiverem registrado seus desejos, colem no painel.
  5. Com a orientação do professor, leiam alguns dos desejos inseridos no painel.
  6. Treinem a empatia conversando, de fórma afetuosa e respeitosa, sobre os desejos evidenciados.
  7. Para finalizar, elaborem um desenho do desejo que mais sensibilizou vocês, evidenciando uma fórma ou meio de torná-lo realidade.

ARTE E LÍNGUA PORTUGUESA

Animais em instalação?

Em 2010, o artista paulistano Nuno Ramos (1960-) utilizou animais vivos em uma instalação na 29ª Bienal Internacional de Arte de São Paulo. A obra causou polêmica entre ativistas ambientais, que protestaram pedindo a libertação dos animais. A Fundação Bienal alegou, em nota à imprensa, que a obra atendia a todos os requisitos legais no que se referia ao trato e manejo dos animais.

Instalação. Fotografia apresenta parcialmente, de cima para baixo, no interior de uma ampla sala, uma instalação. Há dois pássaros grandes e pretos pousados sobre um totem ao centro. Ao redor, há uma rede de proteção preta.
Bandeira branca, instalação com urubus e materiais diversos, de Nuno Ramos, 2010. A instalação era formada por três esculturas, três postes, três urubus vivos, três caixas de som de vidro e grade de isolamento para os animais. As caixas de som reproduziam constantemente uma música.

Leiam trechos de dois artigos, que citam outra polêmica envolvendo o artista e a utilização de animais em uma instalação em uma biblioteca na cidade de São Paulo:

Criada pelo artista Nuno Ramos, a performance Perdido, que aconteceu entre o fim de janeiro e início deste mês, na Biblioteca Mário de Andrade, é mais um desses casos polêmicos em que bichos reais se transformam em obra de arte e atraem olhares curiosos, entusiastas e de reprovação.

[reticências] Segundo o artista, todas as vezes em que usou animais em suas obras foi uma maneira de dignificar os bichos, não de prejudicar. Mas, claro, há quem discorde.

LOURENÇO, Marina. De urubus a bodes e peixes, animais em obras de arte voltam a detonar protestos. In: Folha de São Paulo/UOL, São Paulo, 7 fevereiro 2022. Disponível em: https://oeds.link/XuBIzj. Acesso em: 15 junho 2022.

A instalação propõe, em um primeiro momento, a leitura do livro Em Busca do Tempo Perdido, um clássico de Marcel Proust para peixes conectados a alto-falantes submersos nos aquários.

A palavra “tempo”, parte do título da obra de Proust, serve de gatilho para a segunda metade da performance. Cada vez que ela surge no texto, o leitor se direciona a um segundo microfone e repete em volume mais alto “tempo!”. A sua voz é então ampliada no lado de fóra da biblioteca, na rua da Consolação, através de um grande alto-falante.

Ao mesmo tempo, um motociclista circula pelas ruas da área central de São Paulo, e recebe um alerta, em sincronia com a leitura, para gritar “tempo” em um megafone. [reticências]

TEMPO de peixe: Nuno Ramos lê integralmente clássico de Marcel Proust na performance Perdido. In: Carta Campinas/Cultura São Paulo, Campinas, 12 janeiro 2022. Disponível em: https://oeds.link/0mmKs4. Acesso em: 15 junho 2022.

Cartaz. Em destaque, um peixe com corpo escamoso verde e nadadeiras volumosas de mesma cor. Abaixo, texto: PERDIDO - NUNO RAMOS - 14.01 A 03.02 - 10H ÀS 18 H. Acima, à esquerda, dentro de uma gota branca, texto: PERFORMANCE. Ao lado, logo e nome de patrocinadores.
Cartaz da performance Perdido, de Nuno Ramos, na Biblioteca Mário de Andrade, cidade de São Paulo. São Paulo, 2022.

Foram publicadas diversas críticas nas redes sociais acusando o artista e a Biblioteca Mário de Andrade de se aproveitarem dos animais para uma tarefa desnecessária. A instituição respondeu que foram tomados todos os cuidados necessários relacionados à qualidade de vida dos animais participantes.

Com a orientação do professor, organizados em roda, façam o que é solicitado.
  1. Após a leitura, identifiquem nos textos:
    1. o fato central que envolve a matéria.
    2. os personagens e os pontos de vista dos envolvidos na polêmica.
  1. Qual é a opinião de vocês sobre:
    1. o que a vibração da leitura do texto e da palavra “tempo” pode provocar nos animais e nas pessoas.
    2. o uso de animais em obras de arte.
Ilustração. Dispostos na diagonal, três triângulos verdes contornado por outro de fio rosa apontam para a direita

eu vou APRENDER Capítulo 2

O lugar teatral e o espaço cênico

Um dos fatores fundamentais para compreender um espetáculo de teatro, de dança ou de outra manifestação cênica é o lugar teatral, entendido como o edifício e as construções onde estão abrigados o palco, a plateia, os bastidores da cena, os camarins, o guarda-roupa dos figurinos, os depósitos de cenários, a maquinaria, os equipamentos de som e a iluminação. Outro lugar fundamental é o espaço cênico, que é o local onde se desenvolve a ação cênica.

Fotografia. Vista do fundo para a frente do interior de um teatro amplo com muitas cadeiras com estofado vermelho vazias dispostas diante de um palco com tablado preto e dispositivos de iluminação no teto e na parede ao fundo, onde há três portas grandes.
O palco é um dos locais onde as manifestações cênicas ocorrem.

O local de atuação pode ser um palco, mas pode ser também outro tipo de espaço, podendo ou não coincidir com o edifício teatral. Atualmente se discute que qualquer espaço pode vir a ser usado como espaço cênico, desde que exista um processo de comunicação entre artista, obra e público. Ao longo da história das artes cênicas, os vários tipos de edifício teatral, de formatos de palco e de fórmas de localização da plateia revelam diversas visões dos processos de criação e de recepção da obra cênica.

Ícone de atividade oral.

1. Vocês já visitaram algum edifício teatral? Se sim, qual? Onde? Como era a visão desde o ponto de vista da plateia?

Ícone de atividade em grupo.

2. Vocês já estiveram em uma área de atuação ou palco alguma vez? O que puderam ver desde esse ponto de vista?

Para ampliar

Marchan Piérre. O teatro no mundo. Trad. Célia Regina de Lima. São Paulo: Melhoramentos, 1995. Nesse livro, o leitor pode conhecer as diversas possibilidades de teatro, desde seu início até os dias atuais, e sentir como é estar nas arquibancadas de um teatro romano ou nos bastidores, junto aos maquinistas.

ARQUITETURA TEATRAL

Ao longo da História do Teatro e da Dança ocorreram muitas modificações nas fórmas como eram contadas as histórias, na relação entre as obras e a plateia e entre a ação cênica e a arquitetura teatral.

O principal objetivo dos espaços de teatro é servir para o desenvolvimento da ação cênica, e no planejamento desse tipo de edifício devem-se considerar aspectos relacionados à arquitetura e à funcionalidade, como:

conforto térmico, tátil, visual e acústico para os espectadores e para quem trabalha nesses espaços; capacidade de abrigar plateia e recursos técnicos, como maquinarias, cenários e aparelhagem de som e iluminação; questões de segurança, como prevenção a incêndios; circulação dos artistas e dos espectadores; custo e facilidade de manutenção e uso do espaço.

Neste capítulo, vocês são convidados a explorar modelos de espaços cênicos que, ao longo do tempo, possibilitaram o desenvolvimento de espaços de relações de reflexão e diversão e de acolhimento e aconchego tanto para os artistas como para os espectadores.

Com a orientação do professor, vocês deverão se organizar em grupos de trabalho para conhecer alguns momentos da história dos espaços teatrais no mundo e no Brasil. Em cada espaço apresentado, vamos elaborar fichas-resumo de descrição sobre cada espaço cênico, e, no final do capítulo, cada grupo deverá elaborar uma maquete para representar um desses espaços.

Fotografia. Vista do fundo para a frente de uma plateia no escuro que observa uma peça no palco ao fundo, emoldurado por uma cortina vermelha.
Fotografia. Vista do fundo para a frente do interior de uma ampla sala com muitas cadeiras vazias e dispostas enfileiradas diante de um palco.
Fotografia. Vista geral de uma ampla arquibancada a céu aberto e em formato semicircular em que os assentos estão voltados para um palco circular ao centro e na parte mais baixa. Ao fundo, estão construções em ruínas e árvores.
Fotografia. Destaque de um pequeno grupo de pessoas que estão de pé em um palco. Ao centro, uma mulher está com os braços para o alto e os demais aplaudem.
Montagem com fotos de vários edifícios teatrais, incluindo as ruínas do antigo teatro abaixo da Acrópole, em Atenas. Grécia, 2018.

Teatro grego

Originado na Grécia Antiga, por volta do século cinco antes de Cristo, as manifestações teatrais na Grécia estavam associadas às festividades religiosas e às celebrações sagradas aos deuses gregos.

Em meados do século um antes de Cristo, o arquiteto romano Marcus Vitruvius Pollio (80-15 antes de Cristo) observou os teatros gregos, levantou informações e organizou um tratado de arquitetura. Segundo o tratado de Vitruvius, as cerimônias religiosas que antes se realizavam fóra da cidade passaram a acontecer nesse espaço.

Ilustração em preto e branco. Com linhas pretas, curvas e retas, a representação a planta do Theatron que apresenta o formato da arquibancada semicircular com muitos assentos voltados para o Orchestra, local circular central onde o coro cantava e dançava. No centro, erguia-se um altar em honra ao deus Dionísio. À esquerda e à direita da Orchestra, há Parodos, ou seja, acessos laterais para o coro entrar e sair de cena; são corredores livres. Ao centro, na parte inferior à Orchestra, está Proskénion (proscênio): local onde atuavam os atores; estende-se como passarela elevada ao longo da skené, a qual apresenta superfície comprida e reta. Abaixo do Proskénio, há o skené: construção de formato retangular que se destinava inicialmente à guarda de material e à mudança de roupa dos atores. Com o tempo, incorporou uma parede que representava a fachada exterior da habitação em que transcorria a ação

O teatro grego clássico era construído em formato semicircular, como pode ser observado no esquema, e tinha uma arena com a (espaço entre a plateia e o cenário), onde se apresentavam o coro, os cantos e as danças, consideradas o centro da representação. O espaço destinado ao público era conhecido como lugar “de onde se vê”, que em grego se diz têatrôn. Esse termo deu origem à palavra teatro. Os edifícios teatrais eram construídos ao ar livre e o público ficava em escadarias ou arquibancadas de pedra, cujas fileiras podiam receber quinze ou mesmo vinte mil espectadores. Uma grande parcela da população frequentava os festivais de teatro que aconteciam anualmente.

Para guardar figurinos e adereços havia uma tenda com uma espécie de camarim. As longas canções do coro permitiam aos atores sair de cena, ir até as tendas e retornar à cena. Com o passar do tempo, em lugar das tendas construiu-se uma parede fixa, impedindo que o público visse a parte posterior do palco e possibilitando a movimentação de atores e “cenários”. Posteriormente, surgiu o proscênio, uma espécie de extensão da cena, na qual ficavam o coro e os atores, aumentando o espaço de representação.

O teatro de Epidauro, projetado em 340 antes de Cristo, é famoso pela excelente acústica atribuída ao formato semicircular, ao acentuado declive em que as fileiras de assentos são dispostas e à qualidade do mármore, que facilita a propagação do som.

No decorrer do tempo, o teatro foi coberto pela vegetação e soterrado, o que favoreceu a conservação. Em 1881, foi redescoberto por um arquiteto grego. Após essa data, seguiram-se seis anos de escavações, até que ressurgisse o teatro, quase intacto. Entre todos os teatros antigos, o de Epidauro é o mais bem preservado e ainda é utilizado para representações teatrais, conforme pode ser observado na fotografia.

Fotografia. Destaque de pessoas sentadas em uma ampla arquibancada semicircular a céu aberto e com assentos voltados para área central, onde ocorre uma apresentação. No horizonte, há árvores e ampla vegetação
Apresentação de peça no teatro de Epidauro, Grécia, em 2016. O teatro foi construído por volta do século quatro antes de Cristoponto e ainda está em funcionamento.
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Teatro na Grécia

Época e tipos de manifestação teatral

Principais características dos teatros

Teatro romano

Segundo historiadores, as primeiras experiências teatrais romanas aconteceram no século quatro antes de Cristo No início, o teatro romano imitou da cultura grega antiga os temas e o desenho dos edifícios teatrais. Aos poucos, os espaços foram se modificando e desenvolvendo seu próprio estilo. O Teatro de Pompeu, que surgiu em 55 antes de Cristo, foi o primeiro teatro romano permanente, financiado pelo próprio imperador. Veja a seguir algumas das características dos edifícios teatrais romanos.

Fotografia. Ampla fachada de uma construção que apresenta muitas janelas, algumas retangulares e outras arqueadas. Na parte superior central dessa construção, há o scenae frons ou frente do palco: composto de uma dupla linha de colunas. Na parte esquerda, abaixo, está o pórtico atrás do cenário: espécie de pátio com colunas, atrás do cenário ou do palco. Diante das estruturas em coluna, forma-se uma passarela longa. Na parte central diante da porta principal, há o proscaenium ou proscênio, espaço diante do palco em que se desenrolava a ação dramática. Na sequência, uma pequena área semicircular diante do proscênio, a orchestra ou orquestra, onde se sentavam as autoridades. Essa área é cercada pela cavea ou cávea, estrutura semicircular onde, segundo a escala social, sentavam-se os espectadores. Era subdividida em ima cavea, media cavea e summa cavea. Nas extremidades da cávea está o aditus ou ádito: corredores laterais para acesso à orquestra. Acima do ádito, há vomitoria ou vomitório: entradas abobadadas por onde se acessava a cávea.
Vista geral de teatro romano de Bosra. Síria, 2017.

No início, as peças do teatro romano eram adaptações de textos de dramaturgos gregos, e as apresentações aconteciam em edifícios teatrais cujos cenários imitavam Atenas ou Roma. No decorrer do tempo, o caráter sagrado e o gênero tragédia do teatro romano foram substituídos pelo público, que, em geral, preferia a comédia e as lutas de gladiadores.

Gravura em preto e branco. Destaque de uma construção com formato circular e com três andares. A fachada apresenta colunas e janelas. Algumas pessoas caminham na via em frente ao teatro.
Teatro Marcellus em Roma, gravura de etién diuperrác, 1575.
Fotografia. Destaque da fachada de uma construção com formato circular e com três andares. Apresenta muitas colunas e detalhes arqueados. Algumas pessoas caminham na via em frente ao teatro.
Vista do antigo teatro romano Marcellus. Itália, 2018.

Observe imagens do Teatro Marcellus, em Roma. Iniciado por Júlio César e concluído pelo seu sucessor Augusto, foi utilizado pela primeira vez no ano 17 antes de Cristo para os Jogos Seculares. O teatro tinha a capacidade de receber mais de 15 mil pessoas e, apesar da passagem do tempo e das restaurações realizadas, permanece até a atualidade.

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Teatro Romano

Época e tipos de manifestação teatral

Principais características dos teatros

VAMOS CONHECER MAIS

Manifestações religiosas teatrais

Durante o Período Medieval, entre cinco Depois de Cristo e quinze Depois de Cristo, grande parte das manifestações teatrais ficou a serviço da Igreja, como peças sobre a vida dos santos católicos, mistérios sobre passagens da Bíblia e especialmente sobre a morte e a ressurreição de Jesus. Era recorrente na dramaturgia o aparecimento de demônios e anjos, e muitas apresentações estavam ligadas às festas religiosas, sendo encenadas dentro ou diante das igrejas.

Algumas manifestações cênicas ocorriam em procissões, e tinham como característica o fato de cada trecho da narrativa ser encenado em local diferente, o que obrigava os espectadores a acompanhar a procissão para assistir à apresentação da narrativa completa.

Outras apresentações eram encenadas em palcos temporários construídos ao ar livre. Geralmente, o cenário consistia em uma grande mansão, que podia ser usada como diferentes locais: Céu e Inferno eram os dois reinos opostos, situados nos dois extremos do palco. Os atores podiam ser levantados e baixados por maquinarias, como portas com armadilhas, fogo e técnicas de voo.

Gravura em preto e branco. Ao centro, está um pequeno palco onde há um homem de longa bata e mãos amarradas cercado por outros homens, um deles segura uma lança. Na parte inferior do palco, há a inscrição de uma cruz com sobreposição de duas lanças. Ao redor, muitas pessoas observam a cena. No horizonte, há construções com telhados e formato triangular.
Julgamento e crucificação de Cristo, de , 1825. Gravura, 32 centímetros por 32 centímetros. Um dos formatos de palco usados durante a Idade Média, o carrinho de madeira com rodas permitia que artistas itinerantes se apresentassem em qualquer lugar, para espectadores interessados em seu trabalho.

Existem poucas informações disponíveis sobre o drama religioso medieval, pois muito pouco foi registrado. Esse teatro era feito na rua, em pequenos palcos montados sobre carroças, que se deslocavam para vilas, aldeias e cidades.

Um dos principais temas dos mistérios religiosos era a morte e a ressurreição de Jesus, em encenações que até hoje são conhecidas no Brasil como Paixão de Cristo, que contavam (e ainda contam), em cada apresentação anual, com a participação de muitos figurantes.

Encenação. Cena em local escuro com paredes arqueadas, há uma ampla mesa posta e iluminada onde estão onze homens sentados observando um rapaz que está entre eles ao centro de pé e ergue um recipiente acima de sua cabeça. À frente da mesa, um homem de bata está sentado isolado com a cabeça baixa. À esquerda, à frente da mesa, há dois jarros de cerâmica.
Desde 2009, a Paixão de Cristo de Nova Jerusalém, cidade cenográfica do município de Brejo da Madre de Deus, é considerada Patrimônio Cultural, Material e Imaterial do estado de Pernambuco, conforme o Instituto do Património Histórico e Artístico Nacional.
Ícone de atividade em dupla. Silhueta de duas pessoas e um balão de fala rosa.
  1. Procurem informações em livros, revistas, jornais e na internet sobre as manifestações cênicas brasileiras da Paixão de Cristo, que recriam como teriam sido os últimos dias de Jesus e sua crucificação.
  2. Façam um levantamento para ver se existem manifestações cênicas similares em sua cidade, estado ou região. Elejam como foco pesquisar como se dá o uso do espaço cênico nesse tipo de manifestação e a relação entre o espaço, o artista e o espectador. Terminada a pesquisa, compartilhem as informações em uma roda de conversa.

Commedia dell’arte

Observem as pinturas que retratam uma fórma de teatro popular que aparece no século quinze na Itália, e se desenvolveu posteriormente na França.
Pintura. Em uma área aberta, um público de características diversas observa uma apresentação teatral que ocorre sobre um pequeno palco. Atrás dos atores, há uma estrutura com cortina verde e detalhes dourados. Ao redor do público, há pessoas a cavalo e vendedores de hortaliças. Ao fundo, diversas construções com telhados em formato triangular. Na imagem, predominam cores em tons escuros.
A commedia dell'arte, de báltazar béschi, século 18. Óleo sobre tela, 33 centímetros por 43 centímetros.
Gravura. Em uma área aberta, um grupo de pessoas observa uma apresentação que ocorre sobre um pequeno palco onde há três atores diante de uma estrutura com uma cortina bege. Ao redor, há  um pequeno morro com árvores à direita e, ao fundo, está cidade.  Na imagem, predominam cores em tons claros.
Gravura representando uma apresentação de Commedia dell’arte, presente no cancioneiro Chansonnier de Zeghere van Male, da região de , atual Bélgica, 1542.

Na commedia dell’arte, não eram utilizados cenários, apenas uma cortina de fundo e uma plataforma para que os atores ficassem em plano mais elevado, facilitando a visualização do público e estabelecendo interações espontâneas entre palco e plateia.

Na commedia dell’arte, a maior parte das apresentações era feita nas ruas, em pequenos palcos montados sobre um carrinho de madeira com rodas. Por um lado, esse tipo de palco era inconveniente para os atores, muito pequeno para movimentos amplos, além de dificultar que se mantivessem escondidos do público nas cenas em que não atuavam. Por outro lado, era conveniente para guardar os figurinos, adereços e cenários em carroças e deslocar-se a qualquer momento para vilas, aldeias e cidades.

Embora não exigisse um edifício teatral específico, a commedia dell’arte influenciou as interações humanas com a arquitetura ao apropriar-se de praças e ruas como espaços a serem ocupados. Essa maneira de pensar ecoou em muitas produções cênicas no século vinte e ainda permanece em experimentos cênicos, como o teatro de rua, as intervenções urbanas, entre outras.

Pintura. Em cores com tons escuros, um pequeno grupo de pessoas está diante de uma carruagem que atravessa uma rua da cidade. Ao redor, há pessoas que observam sentadas, de pé ou de passagem. Ao fundo, estão pequenos prédios.
Atores da Commedia dell'arte em uma carroça na praça da cidade, de Jan Miel, 1640. Óleo sobre tela, 55,1 centímetros por 80 centímetros.
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Teatro na commedia dell’arte

Época e tipos de manifestação teatral

Principais características dos teatros

Século de Ouro Espanhol (1492-1681)

Na Espanha, a formação teatral sofreu muita influência italiana. Textos e cenas de comédias italianas foram bastante encenados. E o espaço de apresentação das peças do teatro espanhol também se modificou com o passar do tempo, do interior das igrejas para palácios de nobres, mais tarde para praças públicas, pátios das casas ou hospedarias.

No início do século dezesseis, surgiram espaços cênicos denominados corrales, que eram espaços fechados na lateral, com um toldo cobrindo o pátio interno, um tablado que servia de palco e no qual eram instalados os camarins. Se o público estivesse sentado, as cadeiras móveis da plateia eram instaladas de frente para o palco e nas laterais do edifício, como balcões de dois ou três andares em formato quadrado. No quarto lado do quadrado, havia uma abertura para a entrada do público, que podia chegar a pé ou instalar-se sobre sua carroça ou outro tipo de montaria.

Os corrales foram os primeiros teatros permanentes da Espanha, após o fim do Império Romano. Grandes autores, como Lope de Vega (1562-1635), Tirso de Molina (1579-1648) e Calderón de la Barca (1600-1681), escreveram peças representadas nos corrales, que se tornaram famosas e são encenadas até hoje.

Pintura. Ao centro da imagem, um corredor cercado por prédios de três andares. Ao final dele, diversas pessoas com roupas coloridas assistem a uma apresentação teatral em um palco ao fundo.
Representação de corral entre os séculos quinze e dezesseis.
Fotografia.  Ao centro da imagem, um corredor cercado por três andares de espaço reservado à plateia, onde há diversas cadeiras marrons vazias. Ao final do corredor, um palco duplo com pequenas sacadas no andar superior. Tanto o palco quanto a plateia apresentam fachada branca com colunas em marrom-escuro.
Corral, monumento nacional do século dezessete. Espanha, 2018.
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Teatro no Século de Ouro Espanhol

Época e tipos de manifestação teatral

Principais características dos teatros

Teatro elisabetano

No reinado da rainha Elizabeth primeira (1583-1603), floresceram a literatura, a poesia e o teatro, que atendiam ao gosto das várias classes sociais, que assistiam às mesmas peças. Nessa época, foram construídos, fóra do centro de Londres, edifícios teatrais como o Teatro da Rosa (The Rose) e o do Cisne (The Swan), e pelo menos duas versões de O Globo (The Globe).

Nos palcos elisabetanos, não havia cenários fixos, contava-se com pequenos elementos alegóricos para compor as cenas sobre o palco. Os elementos cênicos em geral limitavam-se a portas e janelas; alçapões e elevadores eram muito utilizados para efeitos de aparecimento e desaparecimento. A área da cena deixava à mostra esses recursos técnicos e operacionais.

A plateia era disposta em três lados, à frente e nas laterais do palco, e se sentava no chão, ficava em pé ou trazia bancos de casa. Em alguns teatros da tipologia elisabetana, havia o avanço no palco, no mesmo nível que é o tablado, de modo que os atores podiam ficar bem próximos da plateia. Havia também três galerias, em níveis mais altos que o do palco, nas quais se sentavam confortavelmente burguesesglossário e intelectuais.

Fotografia. Plano aberto de um amplo espaço ovalar com assentos nas laterais cobertos e um palco na parte central descoberto. Ao fundo, há uma estrutura com portas e um telhado triangular. Acima, espaço aberto onde se vê o céu azul.
Globe Theatre em Londres. Inglaterra, 2019.
Reprodução de selo. Ilustração. No centro, uma construção redonda e alta, com telhados vermelhos e janelas pequenas. Dentro, há algumas pessoas realizando apresentações, uma plateia em diferentes pisos e, ao fundo, duas construções triangulares lado a lado, com telhados também vermelhos e, entre elas, uma bandeira hasteada. Ao redor da construção redonda, algumas casas espaçadas, árvores e pessoas. Ao fundo, um rio e, do outro lado dele, várias casas lado a lado. Na parte superior esquerda, o texto THE GLOBE 1614.  Na parte superior direita, silhueta de um busto de mulher
Selo impresso na Inglaterra, em 1995, que retrata o Globe Theatre em 1614.
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Teatro no reinado da rainha Elizabeth I

Época e tipos de manifestação teatral

Principais características dos teatros

Teatro no Renascimento

Durante o Renascimento, que ocorreu na Europa entre os séculos quinze e dezesseis, os artistas passaram a se apresentar em edifícios fechados, sob a proteção de um mecenas, um patrocinador, de preferência um nobre. Novos edifícios teatrais foram erguidos e as possibilidades do espaço cênico se ampliaram.

Os estudos sobre representação de imagens em perspectiva e efeito de profundidade modificaram a concepção dos cenários. O Teatro Olímpico, em Vicenza, Itália, construído entre 1580 e 1585, foi o último projeto do arquiteto renascentista Andrea Palladio (1509-1580), terminado depois de sua morte.

O cenário criado por Vincenzo Scamozzi (1548-1616), com o efeito de perspectiva das ruas, foi instalado em 1585, por ocasião da inauguração do teatro. Essa pintura ilusionista, que reproduz as ruas estreitas de uma cidade, dá ao espectador a ilusão de que os personagens chegam pelas ruas e entram “na praça” onde se passa a ação, que na realidade é o telão de fundo do palco. A ilusão é reforçada pelos efeitos de luz, ao iluminar por trás as casas pintadas no cenário.

Fotografia. Plano aberto do interior de uma ampla sala com pé-direito alto e que apresenta parede robusta com adorno de esculturas e arabescos entre as colunas. Ao centro, há um piso inferior em um espaço semicircular onde estão expostas cadeiras vermelhas vazias e um piano verde. Na parte superior, há um palco onde estão dois sofás e tapetes e, ao centro, está o destaque de um corredor longo a partir de uma entrada arqueada.
Teatro Olímpico em Vicenza. Itália, 2014. O teatro foi projetado em 1580 pelo arquiteto renascentista Andrea Palladio. Na fotografia, observa-se a parede do palco (scaenae frons), o palco e o fosso da orquestra.

O palco italiano e a caixa cênica

Outras mudanças foram instaladas progressivamente: aumentou-se a profundidade do palco renascentista; aperfeiçoaram-se a maquinaria de palco e a cenotécnica; a iluminação cênica ganhou os primeiros refletores à luz de velas. Tudo isso culminou na invenção do palco italiano, no início do século dezessete, e é usado até os dias de hoje.

Nessa concepção, os espectadores assistem à representação pela frente. Em geral, há uma cortina, que é fechada para mudança de cenários, intervalo ou final da apresentação. Esse espaço cênico, por sua vez, moldou uma fórma de edifício teatral e se multiplicou internacionalmente.

Durante o século dezoito, surgem na França as primeiras Casas de Ópera, inspiradas no Teatro Farnese. Também usavam a tipologia frontal de palco, na qual a “quarta parede”, que separava o palco da plateia, possuía uma abertura (boca de cena), que se abria ao espectador por meio de cortinas. Entre o palco e a plateia, o fosso da orquestra fazia a separação.

Fotografia. Destaque do interior de uma sala com pé-direito alto e parede com adornos dourados e afresco no teto. Nas laterais, há quatro pisos com assentos e camarotes separados por colunas. No chão, há dois grandes blocos de cadeiras pretas enfileiradas. Ao fundo, há um espaço com assentos e instrumentos musicais diante do palco, que está no piso superior e onde há um piano.
Vista da plateia e do palco do Teatro Amazonas, em Manaus. Amazonas, 2020. Esse teatro foi construído nos moldes da “Casa de Ópera”, na década de 1890, nos tempos áureos do Ciclo da Borracha.
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Teatro no Renascimento

Época e tipos de manifestação teatral

Principais características dos teatros

O Teatro de Bayreuth

No século dezenove, Ríchard Wagner (1813-1883), diretor e compositor alemão de óperas, inaugurou a prática de ser autor e diretor cenográfico das próprias obras, da concepção à realização no palco. Apesar de a música sempre representar um papel importante em sua obra, Wagner entendia o drama como resultado da fusão de música, poesia, dança, cenografia, pintura, iluminação e arquitetura, reunidos sob um conceito único, que ele denominou “obra de arte total”.

Em uma época em que a burguesia ia ao teatro para “ver e ser vista”, com pouco ou nenhum interesse pela encenação em si, o palco e a plateia eram igualmente iluminados. Wagner inovou na concepção da arquitetura teatral e do espaço cênico no Teatro de Bayreuth, projetado em 1876 pelo arquiteto alemão Otto (1841-1917).

Nesse projeto, renunciou-se ao espaço cênico italiano, predominante desde sua criação no século dezessete, rejeitando até mesmo galerias e camarotes, a fim de quebrar as barreiras com o espectador. A estrutura do teatro foi feita de madeira, com base em critérios estéticos, visuais e acústicos. Por fóra, o teatro foi revestido de tijolo aparente, lembrando uma fábrica ou galpão, valorizando a funcionalidade do edifício em detrimento da ornamentação.

Gravura em preto e branco. Vista lateral do interior de um amplo teatro onde há um palco à esquerda com algumas pessoas se apresentando e uma plateia cheia diante dele à direita. Ao redor, as paredes são compostas por camarotes onde também está parte da plateia.
Ilustração que retrata o interior do Teatro de Bayreuth, na Alemanha.

Para Wagner, o mais importante era concentrar o espectador no espetáculo, eliminando tudo o que pudesse distrair o público. Da plateia semicircular foi retirada a luz direta, escurecendo o ambiente de modo a reduzir o contato do espectador com o cotidiano e dirigir todo o seu interesse para o palco.

Essas ideias ampliaram as possibilidades de criação dos atores e dos músicos. Foram adotadas as luzes da ribalta, uma fileira de luzes na boca da cena, criando uma fronteira física e luminosa entre dois mundos: o palco e a plateia. A orquestra foi escondida do público, em nível mais baixo do que o palco e a plateia. No fosso da orquestra, os músicos ficam na penumbra, enquanto o palco é o único local intensamente iluminado.

Wagner inovou ao controlar a intensidade e a cor da luz para dar fórma ao espetáculo, indicar a passagem das cenas, focalizar os atores e alterar o clima do ambiente, dirigindo toda a atenção do espectador para o que acontecia no palco. Todas essas inovações técnicas trazidas por Wagner modificaram a relação do espectador com o espaço cênico, criando efeitos de ilusão para a plateia e diferenciando o espaço teatral da realidade cotidiana.

Fotografia. Plano aberto que apresenta o interior de uma ampla sala com pé-direito alto, afresco no teto, paredes adornadas em dourado e com luzes amarelas onde estão os camarotes laterais separados por colunas. Na parte inferior, um grande bloco de cadeiras ocupam o espaço, onde há algumas pessoas. Na parte frontal, está o palco iluminado.
Teatro de Bayreuth. Alemanha, 2018.
Fotografia. Destaque do interior de um teatro que apresenta uma extensa estrutura abaixo da qual há um grupo e pessoas próximas trocando instrumentos musicais e um palco com cortinas marrons fechadas. Do lado esquerdo, está o público: algumas pessoas sentadas, outras em pé e alguns entrando no teatro.
Teatro de Bayreuth. Alemanha, 2011.
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O Teatro de Bayreuth

Época e tipos de manifestação teatral

Principais características dos teatros

O Teatro moderno e contemporâneo

Ao longo do século vinte, vários encenadores e cenógrafos já não acreditavam que o espaço físico de um teatro à italiana fosse capaz de abrigar a cena moderna. Para eles, a caixa cênica e o palco frontal eram inadequados para a nova ação teatral. Diversos artistas buscaram um novo fazer teatral e não bastava eliminar o fosso da orquestra ou os telões pintados para aproximar o espectador do espetáculo.

De fórmas variadas, desde o início do século vinte, têm sido questionados no teatro o uso único e exclusivo do edifício teatral como local de apresentação e a relação da obra caracterizada pela contemplação passiva e estática do espectador. No teatro moderno e contemporâneo, as transformações dramatúrgicas, o trabalho do ator e do diretor e os novos recursos tecnológicos disponíveis interferiram na constituição do espaço cênico e na arquitetura teatral.

A estrutura tradicional do teatro foi abolida e colocada à vista do público. Assim, as montagens teatrais e os artistas foram se libertando da obrigatoriedade de um edifício teatral utilizado de fórma convencional. Por exemplo, na Rússia, em meados do século vinte, revelaram-se as estruturas cênicas sem cortinas e coxias. Com maquinarias à mostra, foram introduzidos estruturas móveis, andaimes, escadas, entre outros elementos, a fim de dar ao ator um espaço para a ação e deixar claro para o público que o que acontece em cena é uma representação, sem pretender nenhuma ilusão de realidade.

Fotografia em preto e branco. Destaque de um amplo espaço onde há uma escada alta por onde transitam algumas pessoas usando figurino preto e branco.
Cenário do espetáculo teatral Casa de Banhos, dirigido por . Rússia, 1930.
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Teatro moderno e contemporâneo

Época e tipos de manifestação teatral

Principais características dos teatros

Espaços de teatros alternativos

Tanto no Brasil como no exterior, muitos artistas e grupos teatrais trabalham em lugares que não foram originalmente construídos para ser “lugares teatrais”. Esse uso alternativo pode até se tornar permanente, adaptando-se às necessidades de cada evento.

Fotografia. Em destaque, um portão azul e um arco de mesma cor com a seguinte inscrição: CARTOUCHERIE”. Nas laterais internas do portão, duas casas com a fachada uma de frente para outra.
Fotografia. Interior de um teatro com pouca iluminação e que apresenta um extenso palco onde estão alguns objetos da ambientação, como mesas e cadeiras, e uma plateia vazia com muitos assentos. No teto e no canto inferior esquerdo, há feixes de luz.
, local onde antigamente se fabricavam armamentos, transformou-se há várias décadas na séde do grupo parisiense Théatre du Soleil, Paris, 2014, da mesma fórma que um antigo cinema de Belo Horizonte se transformou no Teatro Wanda Fernandes, que fica no centro cultural Galpão Cine Horto, do Grupo Galpão, de Minas Gerais, 2020.

No Brasil, vários coletivos ocupam espaços não convencionais, como os grupos paulistanos Grupo dezenove de Teatro, que ocupa uma vila de casas, e A Trupe Sinhá Zózima, que ocupa um ônibus urbano. Destaca-se também o Teatro da Vertigem, grupo paulistano dirigido por Antônio Araújo, que desde 1992 se apresenta em espaços não convencionais, e nos quais o próprio local de encenação traz impressões e desperta memórias e sensações no público.

Encenação. A cena é apresentada durante a noite em um rio, onde há três embarcações de tamanhos diferentes e com pouca tripulação. O local perto dos barcos está iluminado. Ao fundo, está uma parede de concreto..
Apresentação da peça , do grupo Teatro da Vertigem. Parte da encenação acontecia dentro de embarcação no rio Tietê, na cidade de São Paulo. São Paulo, 2005.
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  1. Vocês já assistiram a um espetáculo em um espaço não convencional, diferente de um teatro tradicional? Se a resposta for positiva, descrevam:
    1. o nome e as principais características do espetáculo;
    2. como era o espaço cênico não convencional;
    3. como foi a experiência de assistir ao espetáculo em um lugar não convencional.

Teatro Oficina: arrojado e moderno

No Brasil, existem edifícios teatrais reconhecidos pela arquitetura, que promovem uma relação diferenciada entre palco e plateia. Um deles é o Teatro Oficina, em São Paulo, fundado por José Celso Martinez Corrêa (1937-) em 1958, marcado como espaço de manifesto, com apresentações de espetáculos teatrais, musicais, de dança e performances até os dias atuais.

Pintura. Desenho aquarelado que apresenta uma ampla casa com área coberta e um casebre ao fundo com jardim e árvores. Ao longo do quadro, há diversas anotações escritas com apontamentos a partir de partes do desenho.
Perspectiva Teatro Oficina, de Lina Bo Bardi, 1984. Aquarela, esferográfica, hidrográfica, grafite sobre papel, 33,2 centímetros por 48,0 centímetros.

Entre 1984 e 1994, o teatro passou por um processo de reforma comandado pela dupla de arquitetos Lina Bo Bardi e Edson Elito, e recentemente o famoso projeto arquitetônico do Oficina foi eleito pelo jornal britânico The Guardian como melhor teatro do mundo. Veja um desenho da época em que Lina planejava o projeto.

Pintura. Desenho que apresenta contorno de uma construção ampla. Há um rascunho a lápis e outro contornado a caneta. Do lado direito, está um detalhe do desenho. Ao longo da folha, há inscrições anotadas por extenso.
Estudos para o Teatro Oficina, por Lina Bo Bardi, 1985. Esferográfica, hidrográfica, grafite sobre papel.

Entre as diferentes décadas, o teatro revolucionou seus espetáculos cênicos de modo que a arquitetura colaborou para o acontecimento e permitiu que a dramaticidade dos espetáculos tivesse contato mais próximo ao público. [reticências]

Continua

Continuação

Assim, o teatro desenvolve-se por meio de uma faixa de terra, conformando a passarela central com cêrca de 1,50 metro de largura sobre pranchas de madeira e com extensão de 50 metros de comprimento entre o acesso frontal e fundos, aproximando a ideia de Rua, marcando o eixo do espetáculo e desfragmentando os limites entre o palco e a plateia.

PEREIRA, Matheus. Clássicos da Arquitetura: Teatro Oficina / Lina Bo Bardi e Edson Elito. In: ArchDaily. São Paulo, 3 janeiro 2021. Disponível em: https://oeds.link/cBGhcE. Acesso em: 16 junho 2022.

Encenação. Vista de cima para baixo do interior de um amplo espaço onde um grupo vestindo roupas coloridas em tons de amarelo, vermelho, azul e verde, está se apresentando, dispostos um ao lado do outro em um imenso corredor. Dos dois lados do corredor, há plateia, mas, à esquerda, ela se divide em quatro pisos. O ambiente está escuro, mas há pontos de iluminação específicos para o espetáculo.
Espetáculo Roda Viva, encenado no Teatro Oficina. São Paulo, 2018.
Fotografia. Destaque de um amplo espaço vazio que apresenta um extenso corredor com leve inclinação ao final e uma estrutura de ferro com assentos em madeira em diferentes pisos do lado esquerdo. Do lado direito, há um canteiro de plantas e, acima, paredes de vidros.
Interior do Teatro Oficina, da arquiteta italiana Lina Bo Bardi. São Paulo, 2019.

A tropicalidade brasileira se faz presente no projeto de Lina e Elito, com a incorporação poética e harmoniosa de um canteiro com elementos naturais no espaço teatral.

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  1. Com a orientação do professor, com base no texto e nas imagens, descrevam as principais diferenças que existem entre palco e plateia de teatros tradicionais e do Teatro Oficina.
  2. Vocês já estiveram em uma sala de espetáculos arrojada e moderna como a do Teatro Oficina? Se a resposta for positiva, compartilhem as experiências com os colegas de sala.

VAMOS FAZER

Maquete de espaços cênicos

Até agora, foram estudadas várias tipologias de edifícios teatrais e de espaços cênicos. Com a orientação do professor, dividam-se em grupos de trabalho com 4 ou 5 componentes. Cada grupo será responsável por montar, com base em um desenho, uma maquete artesanal de uma das tipologias a seguir:

Teatro grego. Teatro romano. Teatro da commedia dell’arte. Corrales na Espanha. Teatro elisabetano. Teatro no Renascimento. Teatro de Bayreuth. Teatro moderno e contemporâneo.
Ilustração. Rascunho em preto e branco que apresenta o interior de uma igreja com linhas curvas, colunas e teto arqueado.  Na parte central direita, destaque para uma cena da realização de uma missa.

Material

  • Para a elaboração do desenho, uma folha de sulfite.
  • Para a construção da maquete, sugerimos que vocês privilegiem materiais reutilizáveis tanto para a base como para a construção dos elementos que serão representados. Pensem em caixinhas de papelão, caixinhas de fósforo vazias, caixas de ovos, caixas de leite e embalagens de iogurte limpas e secas, colheres descartáveis, palitos de sorvete de madeira, tampinhas de garrafa péti, garrafas péti, papéis coloridos, entre outros.
  • Lápis, régua, borracha, canetas ou tinta guache de várias cores.
  • Cola e tesoura de pontas arredondadas.

Como fazer

  1. Resolvam, por sorteio ou por outro critério, que tipo de edifício teatral ou de espaço cênico cada grupo fará.
  2. Cada grupo deve planejar em um desenho simples a estrutura da maquete.

Continua

Continuação

  1. Reúnam os materiais para a maquete.
  2. Confeccionem a base e o prédio do espaço cênico a partir do desenho estabelecido.
  3. Insiram na maquete uma legenda explicativa com as seguintes informações: nome, época e principais características dos espaços cênicos e edifícios teatrais. Para isso, levem em consideração as fichas elaboradas no final de cada texto, nas páginas anteriores.
  4. O grupo também deve estar preparado para explicar as manifestações cênicas que ocorriam ou ainda ocorrem nesses locais e como era ou é a relação dos espectadores com a manifestação cênica, de acordo com a configuração espacial do espaço.
  5. Em uma roda de conversa, cada grupo deverá apresentar a maquete elaborada.
  6. Para finalizar, troquem ideias sobre o trabalho realizado, avaliando os aspectos positivos do processo da atividade e também as dificuldades encontradas durante sua execução.
Ilustração. Rascunho em preto e branco que apresenta o interior de um anfiteatro com assento em arquibancada com linhas curvas à esquerda e uma construção que possui diferentes pisos e janelas com formas arqueadas à direita.
Ícone. Ponto de exclamação.
Boxe Curiosidades

eu APRENDI

1. Observe a imagem e cite:

Ilustração. Destaque para um palco de teatro, com cortinas pretas e vermelhas na parte superior. No palco, diversas pessoas usam trajes pretos e tocam instrumentos musicais variados em uma orquestra sinfônica. Na parte inferior central, diante de todos e visto de costas, há um homem com vestimenta semelhante e com os braços abertos para o lado, segurando uma batuta na mão esquerda.
Ilustração representando orquestra sinfônica.
  1. o que ela retrata;
  2. como é constituída a manifestação artística retratada na imagem.
  1. Indique as frases corretas e identifique o erro apresentado na incorreta.
    1. O som não pode ser visto, mas é percebido pelo sentido da audição.
    2. Os sons são produzidos por vibrações que se deslocam no ar em fórma de ondas sonoras. As ondas sonoras são captadas por nossos ouvidos.
    3. Os instrumentos musicais são fontes sonoras e podem ser classificados de acordo com o modo que produzem o som.
    4. A fonte sonora pode ser definida como o corpo que vibra e produz apenas sons naturais, como som do vento ou de animais.
  2. Leia a frase e cite que tipo de edifício teatral que se multiplicou em diferentes lugares do mundo ela descreve.

Ocorrem mudanças na profundidade do palco e a maquinaria de palco, a cenotécnica e a iluminação cênica se aperfeiçoam. Nessa concepção, os espectadores assistem à representação pela frente. Em geral, há uma cortina, que é fechada para mudança de cenários, intervalo ou final da apresentação.

  1. Depois de ter conhecido vários edifícios teatrais e espaços cênicos, qual você achou mais interessante? Por quê?
  2. Observe e defina as manifestações artísticas retratadas nas imagens.
Fotografia número 1. Às margens de um rio, destaque para um parapeito onde estão algumas esculturas grandes, como um boi de figurino azul e amarelo com chifres vermelhos; um marinheiro de vestes brancas; uma mulher de blusa verde, saia branca bordada e chapéu branco; uma mulher de vestido colorido.
Manifestação artística em Aracaju. Sergipe, 2020.
Fotografia número 2. Destaque da entrada de um local a céu aberto onde há uma estrutura com diversos bonecos com roupas diversas e coloridas pendurados no alto. Há pessoas transitando na rua e outras dentro do espaço.
Manifestação artística na cidade de São Paulo. São Paulo, 2020.

6. Em muitas salas de espetáculo algumas orientações ou regras devem ser seguidas. Entra-se na sala e encontra-se um lugar, muitas vezes marcado no ingresso. Depois, acontecem três avisos: ao primeiro sinal, todos devem entrar na sala de espetáculos; o segundo avisa que está na hora de se acomodar no assento e o terceiro pede silêncio, pois a apresentação vai começar. Apagam-se então as luzes da plateia e toda a atenção deve se concentrar no palco. Durante o espetáculo não se deve comer, beber ou conversar e muito menos consultar o celular. Após o término do espetáculo, espera-se que a plateia aplauda para demonstrar que apreciou a obra, e a luz de serviço é acesa para que todos saiam tranquilamente da sala de espetáculos. Todas essas convenções estão relacionadas às características do palco italiano e do Teatro de Bayreuth.

Versão adaptada acessível

Elabore uma sequência de representações destacando como os espectadores devem se comportar em uma sala de espetáculos ou auditório.

Com base nas representações, você e seus colegas vão trocar ideias sobre a proposta a seguir. O professor será o redator de vocês. Coletivamente, criem uma vinheta, um texto curto e simples, em que seja explicado como os espectadores devem se comportar em uma sala de espetáculos ou auditório. Essa vinheta poderá ser lida ou, então, gravada previamente e transmitida antes das apresentações na escola.

Elabore uma sequência de desenhos destacando como os espectadores devem se comportar em uma sala de espetáculos ou auditório. Com base nos desenhos, você e seus colegas vão trocar ideias sobre a proposta a seguir. O professor será o redator de vocês. Coletivamente, criem uma vinheta, um texto curto e simples, em que seja explicado como os espectadores devem se comportar em uma sala de espetáculos ou auditório. Essa vinheta poderá ser lida ou, então, gravada previamente e transmitida antes das apresentações na escola.
Ilustração. Duas setas curvadas para a direita; uma aponta para cima, e a outra para o lado.

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Espaços culturais ao alcance de todos

Nesta unidade, conhecemos diversas linguagens artísticas e exploramos o uso e a ocupação do espaço das artes cênicas no decorrer da história. No Brasil, muitas pessoas ainda não têm acesso a teatros, centros de cultura, museus, cinemas, escola de arte, entre outros espaços culturais. Leiam o texto que descreve o acesso à cultura em alguns bairros da cidade de São Paulo.

Ilustração. Conjunto de duas máscaras com rosto humano, uma está sorrindo e a outra com os lábios para baixo.

O acesso à cultura ainda é privilégio de poucos em São Paulo. Enquanto o centro da cidade concentra as mais variadas opções de lazer, a população da periferia tem que enfrentar horas de transporte público para usufruir do direito à cultura. A situação se repete de norte a sul na capital. Quanto mais distante é o bairro da região central, menos opções culturais existem, o que vem fazendo com que os próprios moradores arregassem as mangas e abram os bolsos para mudar essa situação. Não temos cinema, teatro, nada perto, para qualquer atividade temos que nos deslocar muito, desabafa a estudante [reticências] moradora de Ermelino Matarazzo, no extremo leste da cidade.

Na região central, administrada pela subprefeitura da Sé, há 147 salas de teatro, 53 de cinema e 38 museus, na área da subprefeitura de Ermelino Matarazzo, [reticências] não há nenhum desses espaços. Mesmo sem os espaços físicos tradicionais, as manifestações artísticas têm se disseminado nas periferias de São Paulo, de saraus literários a apresentações teatrais, estabelecendo um cenário cultural formado por pessoas engajadas na tentativa de promover transformações sociais por meio da arte. Em Ermelino Matarazzo, diversos artistas, grupos e coletivos de cultura estão mobilizando a população a lutar para que a prefeitura instale uma Casa de Cultura no bairro, projeto municipal de espaço dedicado a entretenimento, oficinas, teatro, salas de literatura, música. [reticências]

Continua

Continuação

Situação semelhante acontece no outro extremo da cidade, no bairro de Perus, zona norte, onde os moradores se reuniram e montaram seu próprio espaço para driblar a falta de espaços culturais. Assim, nasceu a Comunidade Cultural Quilombaque, que existe há sete anos, gerida de fórma autossustentável. O espaço abriga uma série de atividades e oficinas culturais gratuitas. [reticências]

MOREIRA, Jéssica; LIMA, Lívia. Palanque BBC: Moradores da periferia de São Paulo lutam por espaços culturais. In: Terra, [sem local, 2022?]. Disponível em: https://oeds.link/fgyxYP. Acesso em: 16 junho 2022.

Ícone de atividade oral.
Ícone de atividade em grupo.
  1. Com a orientação do professor, utilizando as informações do texto, descrevam como é a disponibilidade de espaços onde ocorrem manifestações culturais em alguns bairros da cidade de São Paulo.
  2. Vocês conhecem alguns desses espaços no bairro e na cidade onde vocês moram? Compartilhem seus conhecimentos.
  3. Inspirados no espaço cultural criado no bairro de São Paulo, planejem um espaço cultural e de lazer no bairro onde vocês moram. Para isso, organizem-se em grupos de trabalho e sigam as orientações: Pesquisem como e onde o espaço cultural será instalado. Vale pensar em imóveis que já existem, ou mesmo planejar um novo lugar. Planejem as atividades culturais disponíveis para a comunidade. Para isso, pensem nas manifestações que vocês acreditam que as pessoas da sua comunidade necessitam.
Depois de selecionar o local e planejar as atividades, elaborem um desenho do espaço. Pensem nas salas e nos cursos oferecidos, bem como nos espaços de apresentação. Sejam criativos e elaborem projetos que ofereçam propostas democráticas, inclusivas e criativas. Após a elaboração do desenho, compartilhem as propostas com os colegas de sala e conversem sobre as semelhanças e as diferenças entre os trabalhos.
Ilustração. Uma plateia em pé com as mãos erguidas e abertas para cima está diante de um palco com cortinas vermelhas fechadas.

Glossário

som grave
: É um som com vibrações lentas e com menor frequência.
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som agudo
: É considerado um som com vibrações rápidas e com maior frequência.
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luteria
: definida como a arte de fabricar ou consertar instrumentos musicais de corda com caixa de ressonância, como a guitarra, o violino etcétera
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burguês
: indivíduo pertencente ao grupo social que se desenvolveu na Idade Média, composto de pequenos comerciantes que ascenderam socialmente, em função do excedente que obtiveram por meio da atividade comercial. O termo apresenta histórica e socialmente vários significados, porém, é frequentemente relacionado a banqueiros e proprietários de indústrias ou de fábricas.
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