UNIDADE 2 Imagens, textos e sons nas artes
As propostas desta unidade do seu livro foram desenvolvidas em quatro etapas, que se completam:
eu SEI
Músicas que cantam histórias
As narrativas de letras de canções serão inspiração para realizar uma dinâmica de contar e ouvir histórias.
eu vou APRENDER
Capítulo 1 – Imagens que contam histórias
Analisar o caráter narrativo das relações entre texto, imagem e som.
Capítulo 2 – Criação e registro textual
Compreender a importância do registro na criação artística.
eu APRENDI
Desenvolver atividades de verificação, sistematização, reflexão e ampliação da aprendizagem.
vamos COMPARTILHAR
Texto cênico e memória
Criar um texto cênico a partir de memórias pessoais que resultará na base para uma leitura dramática coletiva.
OBJETIVO GERAL
▶ Compreender as relações entre as linguagens da arte, suas práticas integradas e as possibilidades de uso das novas tecnologias de informação e comunicação.eu SEI
Músicas que cantam histórias
Histórias podem ser criadas com base em uma imagem. Um texto cênico pode desencadear imagens e ações. Por meio da leitura de um livro, é possível imaginar os mais diversos lugares e personagens. Relações podem ser estabelecidas entre texto e imagem, imagem e som e também entre as cenas que imaginamos de acordo com o que sentimos ao ouvirmos uma canção.
- Você tem alguma música especial e que, além de fazer parte da trilha de um filme, uma série, uma novela, também considera ser a trilha sonora da sua vida, ou de algum momento específico?
- A letra de uma canção ou apenas uma melodia é capaz de evocar imagens e memórias em nossa mente? Explique.
Ficção ou realidade?
Trechos de canções serão materiais para que a turma realize uma dinâmica de contar histórias, misturando ficção e realidade. Sigam as etapas:
Como fazer
- Todos devem organizar-se em roda com papel e lápis em mãos. Pense em uma canção de que você gosta muito e que tenha, ou não, alguma relação com uma história já vivida por você ou que gostaria que acontecesse na realidade. Escreva alguns versos dessa canção no papel.
- Sem que ninguém perceba, escreva abaixo do texto a palavra FICÇÃO, caso a narrativa contida nele não tenha acontecido com você ou não traduza aquilo que você realmente sente. Caso contrário, escreva a palavra REALIDADE. Dobre o papel e guarde-o com você.
- Agora é hora de interpretar! Alguém da roda inicia uma pequena história a partir dos versos escritos no papel. A ideia é que se conte uma história, uma cena ou a descrição de um sentimento a partir do que foi escrito.
- Seja ficção ou realidade, coloque uma carga dramática na hora de contar a história. Você deve convencer os colegas de que aquilo que está contando é verdade.
- Assim que todos finalizarem suas histórias, a turma poderá tentar descobrir quem criou uma história ficcional e quem se baseou na realidade. Depois dos palpites, todos podem revelar no papel se era ficção ou realidade, além de citar que música serviu de inspiração.
eu vou APRENDER Capítulo 1
Imagens que contam histórias
Assim como uma história pode levar a imaginação a construir lugares e personagens, as imagens podem contar histórias.
Durante o Período Medieval, as catedrais tornaram-se centrais na vida das pessoas. A catedral é um grande templo cristão católico que, em geral, é a séde de um bispo.
No desenvolvimento do estilo gótico, predominante entre meados do século doze e início do século quinze, os vitrais foram amplamente utilizados nas catedrais. Vitral é uma espécie de mosaicoglossário feito com pedaços de vidro coloridos, organizados de maneira a formar uma imagem.
É possível notar nos detalhes que há uma composição de imagens que sugerem cenas sagradas que ilustram e contam histórias bíblicas, como nas imagens a seguir.
Além de permitir a entrada de luz no interior das catedrais, os vitrais cumpriam um papel artístico e decorativo. Também serviam a propósitos educativos, ao retratar passagens das sagradas Escrituras, por meio de imagens, com o intuito de instruir uma grande parcela analfabeta da população que frequentava as catedrais. Vidas de santos e imagens de seus milagres motivavam os fiéis a depositar neles sua confiança e fé.
A arquitetura gótica buscava valorizar o exterior e o interior das construções, com torres alongadas e estrutura mais leve, pelo uso dos delicados vitrais, que deveriam alcançar máxima luminosidade. Para os cristãos, a luz que se difundia nas catedrais e igrejas representava a presença do divino, em oposição à escuridão do mal.
A catedral de Notre Dame, localizada na cidade de Paris, França, é um exemplo de arquitetura gótica. Um dos grandes destaques que compõem a arquitetura dessas construções são os vitrais que, vistos pela parte externa, são opacos e sem brilho; já na parte interna ganham vida pela luz que atravessa o vidro.
1. Observe as fotografias da catedral de Notre Dame e identifique quais aspectos dessa construção a caracterizam como gótica.
2. Os vitrais das catedrais góticas, além de decorativos, têm uma função educativa para os fiéis. Por que podemos afirmar que as imagens educam e nos incitam a determinadas interpretações sobre as coisas?
VITRAIS GÓTICOS E HISTÓRIAS EM QUADRINHOS
Como visto anteriormente, os vitrais góticos eram um meio de comunicação com os fiéis. Alguns desses vitrais formam grandes painéis de modo a ter uma sequência de imagens que apresentam uma narrativa sequencial de alguma história bíblica.
Em formatos geométricos e bastante diversificados, essas narrativas podem ser lidas em diferentes posições (de cima para baixo, da esquerda para a direita ou mesmo de modo circular). Observe com atenção as composições das imagens nos vitrais da catedral de Chártri, na França.
Narrativas e tiras
Note como as tiras a seguir recorrem a diferentes recursos para criar uma narrativa.
Armandinho é o personagem mais famoso de tiras do ilustrador Alexandre Beck, que desde 2009 é publicado em diferentes jornais no Brasil.
Publicada desde 2002 no jornal argentino La Nación, a tira cômica Macanudo começou a ser publicada em 2008.
- Faça uma comparação entre os vitrais da catedral de Chártri e a tira 1. Por que podemos afirmar que ambos comunicam uma ideia de fórma semelhante?
- A tira 2 se assemelha ao vitral 1 da catedral de Chártri. Qual é a semelhança entre eles?
- Experimentem criar uma tira sem o uso de balões e com um formato diferente (diagonal, circular, espiral etcétera).
VAMOS FAZER
Mandala-vitral
Ao iluminarem o interior das igrejas e catedrais, os vitrais góticos simbolizam a entrada da luz divina no espaço. Os fachos de luz atravessam os vidros coloridos criando um efeito luminoso, como observado na imagem.
A proposta desta atividade é a confecção de uma janela com uma estrutura semelhante à dos vitrais góticos. Siga os passos a seguir.
Material
- Folha de papel color set preto com cêrca de 30 centímetros por 30 centímetros.
- Tesoura de pontas arredondadas.
- Cola bastão.
- Papel-celofane de várias cores.
- Lápis de cor branco.
- Caneta permanente preta.
Continua
Continuação
Como fazer
- Desenhe o formato de uma janela no papel color set preto com o lápis de cor branca, como na figura 1.
- Recorte as aberturas da janela, como na figura 2.
- Em seguida, passe cola nessa estrutura e fixe o papel-celofane nos espaços vazados, como na figura 3. Se preferir, cole uma cor diferente para cada espaço do “vidro”.
- Com a caneta permanente, desenhe sobre cada um dos espaços com papel-celofane uma sequência de desenhos. Se desejar, crie uma história em quadrinhos sem balões. O importante é ilustrar esses espaços criando uma narrativa, como na figura 4.
- Agora, coloque seu vitral em contato com os raios de luz solar e observe os reflexos produzidos.
MURALISMO MEXICANO
O movimento muralista se desenvolveu no México na primeira metade do século vinte, e estava ligado ao contexto social e político da Revolução Mexicana (1920-1930).
Os artistas do movimento muralista se apoiaram em diferentes referências para a criação de suas pinturas, entre elas, as antigas culturas maia e asteca, a arte popular, o folclore mexicano do período colonial e as contribuições dos movimentos artísticos de vanguarda europeia, em especial o expressionismo alemãoglossário .
Diego Rivera (1886-1957) foi um dos artistas mexicanos de maior destaque do movimento. Muitos de seus murais carregam ideais revolucionários com forte crítica ao capitalismoglossário . Suas pinturas podem ser vistas em edifícios públicos da Cidade do México e combinam temas modernos e motivos tradicionais.
Rivera foi o criador do conjunto de painéis do Palácio Nacional. A obra retrata os episódios da história do México e observa-se o compromisso de Rivera em construir narrativas para aproximar o povo da história do país, como na representação dos povos originários.
1. Analisem as obras de Diego Rivera. Por que podemos afirmar que o artista combina elementos modernos e ancestrais?
2. Os murais têm como característica serem criados em espaços públicos. Qual é a importância de esse tipo de obra ocupar esses espaços?
ARTE ASTECA E MAIA
Os povos originários da América são os povos nativos que viveram no continente americano antes da chegada dos europeus, em 1492. Entre eles estão os incas, os maias e os astecas. Muitos se destacaram por sua fórma de organização política, econômica, militar e social, por sua arquitetura e por sua arte, constituída por construções monumentais e objetos com funções religiosas, utilitárias e decorativas.
A arte desses povos era bastante diversa; vista em templos, esculturas, relevos, pinturas, objetos decorativos e amuletos, manifestava padrões de representação determinados pelas crenças do povo.
Os astecas ocuparam parte do México, sendo Tenochtitlán, atual Cidade do México e capital do país, o centro de seu governo.
A Pedra do Sol, também conhecida como calendário asteca, é um monólitoglossário de pedra com a representação de Tonatiuh, que na mitologia asteca representa o deus Sol. Segundo pesquisadores, a escultura servia como um calendário, além de ter outras funções ritualísticas. Ela pode ter sido feita entre os séculos quinze e dezesseis e pesa cêrca de vinte e uma toneladas.
Glifos maias
O sistema de escrita maia são antigas inscrições formadas por um conjunto de glifos, símbolos que compõem uma elaborada escrita de acordo com uma combinação específica.
A palavra glifo tem origem no termo grego glýfo, que significa esculpir ou gravar. A escrita maia era aplicada em madeira, cerâmica, artefatos de tecido ou esculpida em pedra.
3. Observe as imagens. Podemos afirmar que esses artefatos têm um caráter simbólico e textual? Por quê?
CULTURA
COMUNIDADE
HISTÓRIA
CRENÇA
Como fazer
▶ Com o auxílio de um graveto ou objeto pontiagudo, risquem esses desenhos sobre um pequeno pedaço de massa de modelar de formato quadrado. Exponham os trabalhos com uma legenda contendo as palavras que deram origem a cada glifo.BRINQUEDOS ÓPTICOS
Os brinquedos ópticos foram aparelhos desenvolvidos com mecanismos que possibilitavam que imagens estáticas fossem animadas. São classificados como ópticos devido a um fenômeno em que o olho humano não é capaz de captar as imagens sequenciais isoladamente quando em movimento.
Esses brinquedos foram os precursores no desenvolvimento de técnicas para a criação do cinema e da animação. Conheça alguns deles.
Fenaquistoscópio
Entre 1828 e 1832, o cientista belga djouséf antoãni platô (1801-1883) inventou o fenaquistoscópio, um aparelho formado por dois discos de papel, um fixo e um giratório. Um disco giratório é preso a um disco fixo por uma haste que permite seu movimento. Esse disco giratório possui entre 8 e 16 imagens ligeiramente diferentes entre si e que, no conjunto, formam um movimento específico ao olhar pelas frestas do disco em frente a um espelho.
Quando o disco giratório se move em grande velocidade, tem-se a impressão de que as imagens estão em movimento. Baseado nesse experimento, Plateau concluiu que 16 era o número ideal de imagens a serem reproduzidas por segundo.
- Observem as imagens que retratam o funcionamento do fenaquistoscópio e respondam.
- Como é o funcionamento desse brinquedo óptico e por que as ilustrações precisam ter uma pequena diferença entre si?
- Expliquem como seria a ilusão de movimento dos personagens ilustrados no disco se ele girasse.
Zootrópio
Em 1834, o relojoeiro inglês (1786-1837) inventou o zootrópio ou roda-da-vida. O zootrópio é formado por um tambor circular com diversas fendas com espaçamento regular através das quais, ao girar o tambor, o espectador vê imagens em movimento em seu interior. Essas imagens são desenhos realizados em uma fita de papel e colocados dentro do tambor. Assim como no fenaquistoscópio, esses desenhos são ligeiramente diferentes entre si.
6. Qual processo mecânico precisa ser ativado para criar as animações no fenaquistoscópio e no zootrópio?
Praxinoscópio
Logo depois, em 1877, o francês (1844-1918) foi o criador de um aparelho mais aperfeiçoado chamado de .
O solucionou duas limitações dos dispositivos anteriores: as sequências curtas de imagens e o fato de que a exibição era individual, ou seja, apenas uma pessoa de cada vez podia ver as imagens em movimento.
Émile adaptou um jogo de espelhos no interior do aparelho conferindo maior luminosidade. Também adicionou lentes e luzes, possibilitando a projeção das imagens em uma tela. Além disso, foi adaptado um sistema por onde passava uma longa tira de papel, acabando com a limitação de imagens dos outros dispositivos.
7. Qual acessório usado no é igual ao do zootrópio?
8. Façam uma comparação entre o e as projeções de filmes na atualidade. Apontem suas principais semelhanças e diferenças.
Imagens em movimento: flip book
Em 1868, o impressor inglês Djón Barnes Linnett patenteou o flip book, livro animado composto de um conjunto de imagens organizadas sequencialmente, no formato de um livreto. Os desenhos ou imagens variam gradualmente de uma página para outra, de tal fórma que, quando as páginas são viradas rapidamente, produz-se a sensação de movimento.
Também conhecido como folioscópio, o flip book foi visto como um “cinema de bolso”. Em alemão, é chamado de Daumenkino, que significa “cinema polegar”, já que o manuseio do objeto é feito soltando as páginas com o dedo polegar.
O flip book se assemelha aos antigos rolos de películas cinematográficas, que continham as cenas decompostas em sequência. O princípio do flip book é criar uma ilusão de que as imagens estáticas estão em movimento. O que acontece é um fenômeno óptico chamado persistência retiniana, em que o cérebro gera uma ilusão de que imagens estáticas e em uma certa sequência estão, falsamente, em movimento.
9. Vamos testar como funciona a persistência retiniana. Observe a imagem a seguir. Fixe sua visão em um ponto próximo à borda da imagem. Explique qual foi a sensação.
Ao observarmos a sequência das imagens a seguir, da esquerda para a direita, a sensação que nos é transmitida é a de que o animal está correndo e saltando.
Criando imagens sequenciais
Se essas imagens fizessem parte de um flip book, certamente teríamos a impressão de que o animal se movimenta.
Como fazer
- Coloque em prática a organização de imagens sequenciais usadas em um flip book. Comece escolhendo o tema. Pode ser um animal correndo ou um ser humano caminhando, da esquerda para a direita.
- córte uma tira de papel com cêrca de 30 centímetros de comprimento por 10 centímetros de altura. Trace separações na tira formando de 8 a 10 espaços.
- Em cada “espaço” desenhe o movimento da figura escolhida mantendo uma sequência. A ideia é que, ao olhar da esquerda para a direita, os desenhos apresentem fluidez.
VAMOS FAZER
Flip book
Criar um flip book não exige grandes recursos. Basta ter papéis, lápis, uma boa ideia e planejamento para decompor o movimento do tema escolhido.
Material
- Bloco de papel.
- Lápis grafite.
Como fazer
- Comece pensando em algo que gere a ilusão de movimento.
- Escolha o tema desejado. Pode ser um animal se movimentando, uma fruta sendo comida, uma semente brotando, um carro em movimento. O tema é livre, desde que seja fácil para que você desenhe.
Continua
Continuação
3. Esta etapa deve ser feita com cautela e cuidado. Comece desenhando pela última folha do bloco, e não pela primeira. Dessa fórma, você conseguirá controlar o lugar exato onde o próximo desenho deverá ser feito. A dica é fazer a figura bem no centro de cada folha.
4. Decompor o movimento requer atenção e paciência. Cada desenho precisa representar uma mudança suave de movimento. Quanto mais desenhos houver para a sequência, melhor o resultado do movimento ao folhear o bloco. Seu flip book deve ter pelo menos 30 desenhos.
- Agora é hora de ver o resultado da sua animação. Segure o bloco de papel e, com o auxílio do polegar, comece a folhear seu flip book do fim para o começo.
- Compartilhe os resultados com a turma. Se possível, filme o flip book em ação e publique nas redes sociais.
DO CINEMA ÀS ANIMAÇÕES
A infância de muitas pessoas é certamente marcada pelas animações. Essa técnica que conta histórias e dá vida a personagens teve seu início no começo do século vinte e está presente até hoje na TV e no cinema.
Em 1895, os engenheiros e irmãos Oguíste e Luí Limiérr apresentaram em Paris o cinematógrafo, uma versão aperfeiçoada do cinetoscópio, desenvolvido por Thomas Edison (1847-1931) e (1860-1935).
Diferente do aparelho de Thomas Edison, que apenas registrava as imagens em uma película, o cinematógrafo era uma máquina de filmar, de revelar a película e projetar as imagens. Nascia, assim, o cinema.
Clique no play e acompanhe a reprodução do Áudio.
Transcrição do áudio
Animações
Locutor: Animações.
Efeitos sonoros
Locutor: Não é muito difícil reconhecer os sons que você acabou de ouvir. Eles causam até uma certa alegria na gente, não é mesmo? Isso porque são efeitos sonoros de desenhos animados.
E é tanta variedade, são tantos assuntos, personagens e técnicas utilizadas para produzir um desenho animado que todo mundo acaba tendo o seu preferido.
Efeitos sonoros
Locutor: Você sabe qual foi a primeira animação da história do cinema? Se você respondeu um desenho do Mickey Mouse, errou. O pioneiro é Fantasmagorie, um curta-metragem concebido pelo desenhista francês emíl cól em 1908, ou seja, 20 anos antes de a primeira animação do Mickey estrear. Realizado a partir de 700 desenhos, Fantasmagorie é uma produção bastante simples, de
apenas um minuto e 40 segundos, mas que demorou 5 meses para ser finalizada. A animação conta a história de um palhaço feito de palitinhos que contracena com uma série de objetos, pessoas e animais.
E você sabia que temos até um desenhista brasileiro que antecedeu
Walt Disney em animações?
O cartunista Seth, apelido de Álvaro Martins, teve seu curta animado chamado O Kaiser exibido em um cinema da Cinelândia, no Rio de Janeiro, em 1917. O desenho era uma sátira ao imperador alemão e rei da Prússia, Guilherme II. Infelizmente não há uma cópia preservada desse curta.
A animação mais antiga brasileira preservada é de 1929, de João Stamato. Macaco Feio, Macaco Bonito conta a história de um macaco que foge do zoológico e causa muita confusão. Já Sinfonia Amazônica, de 1953, é considerado o primeiro longa-metragem de animação do Brasil e contou com nada menos que 500 mil desenhos feitos por Anélio Latini Filho. Essa animação foi feita em preto e branco, já que o desenho colorido só chegou em 1972 com Piconzé, produzido por Ypê Nakashima.
De lá para cá, a animação brasileira não parou de crescer e ganharnespaço. Tanto que o talento dos animadores brasileiros foi até, digamosnassim, exportado para grandes estúdios. É o caso de Guilherme Jacinto, que trabalhou em desenhos como Wall-E, Up – AltasnAventuras, Valente e Toy Story. E de Carlos Saldanha, que dirigiu asnanimações Rio e Era do Gelo.
Vinheta musical
Locutor: Para criar uma animação, existem várias técnicas disponíveis, tanto as mais tradicionais como as mais tecnológicas. Animação em 2D ou 3D, whiteboard, rotoscopia, tipografia são alguns exemplos dessas técnicas. Mas a animação em stop motion talvez seja uma das mais acessíveis, ou seja, mais fácil para você experimentar fazer em casa.
Usando personagens e objetos feitos de massinha, ou mesmo bonecos que tenham movimento, essa técnica nada mais é do que a união de várias fotos de um mesmo ponto, mas com pequenas modificações na posição dos objetos, para passar uma ideia de movimento. Ou seja, a cada movimento do personagem, tira-se uma foto nova. E a apresentação dessas fotos em sequência é que dá essa impressão de animação. Filmes como A fuga das galinhas, Frankenweenie e ParaNorman, Shaun, o carneiro e A noiva cadáver são alguns dos filmes que usam essa técnica.
Depois dessas dicas todas, você se animou? Que tal tentar fazer um curta de animação na sua casa, com seus amigos?
Locutor: Créditos. Todos os áudios inseridos neste conteúdo são da Freesound.
Considerado o primeiro desenho animado da história do cinema, Fantasmagorie é um curta-metragem concebido pelo desenhista francês emíl cól (1857-1938), em 1908. Realizado a partir de 700 desenhos, Fantasmagorie é uma produção bastante simples de apenas 1 minutos 40 Sul, cuja realização levou cêrca de 5 meses. Conta a história de um palhaço feito de palitinhos que contracena com uma série de objetos, pessoas e animais.
- O que explica a quantidade de 700 desenhos para produzir uma animação curta com menos de 2 minutos?
- Para ampliar a discussão sobre desenho animado, siga as orientações. ▶ Relembre qual desenho animado mais marcou sua infância e qual a história central dessa animação. ▶ Pergunte a um familiar ou a alguém que tenha 40 anos ou mais qual era o desenho animado a que essa pessoa gostava de assistir na infância e como era a história. ▶ Façam dois cartazes coletivos com uma lista das animações favoritas dos entrevistados e uma lista das animações favoritas da turma. ▶ Se possível, pesquisem e anexem imagens dessas animações. ▶ Discutam as mudanças técnicas das animações, o estilo dos desenhos e se as histórias têm algo em comum.
Para ampliar
Globo livros. O livro do cinema. São Paulo: Editora Globo, 2017. A obra explora de fórma ampla e diversificada personagens, diretores, roteiros e temas de mais de cem filmes produzidos.
Stop motion
Semelhante aos brinquedos ópticos, a técnica de animação em stop motion parte do princípio de registrar, quadro a quadro, os movimentos de um objeto discretamente manipulado. Na edição, a transição dessas imagens é acelerada para criar um efeito animado que, normalmente, necessita de cêrca de 24 quadros fixos por segundo. Bonecos articulados ou de massa de modelar são alguns dos recursos comumente utilizados nesse tipo de animação, pela facilidade no processo de manipulação.
O filme O mundo perdido estreava nos cinemas em 1925, causando grande impacto no público em razão dos efeitos visuais bastante avançados para a época. A produção de Hollywood conta a história de um mundo perdido localizado no Brasil onde, de acordo com o roteiro, ainda viviam dinossauros. Além da exuberância da natureza da selva amazônica, o que chamou a atenção foram as cenas de dinossauros, que ganhavam vida por meio da técnica em stop motion.
Para ampliar
COELHO, Raquel. Arte da animação. São Paulo: Formato, 2004. A autora oferece informações sobre a origem e a evolução da manifestação artística, além de apresentar várias técnicas de filmes que utilizaram a animação como recurso de enriquecimento gráfico.
Com o passar dos anos, outras tecnologias foram aperfeiçoando a produção de animações em stop motion, como os recursos digitais.
Frankenweenie é um filme de 2012, do diretor estadunidense Tim Bãrton (1958-), em que os personagens eram bonecos articuláveis. Além do trabalho minucioso da animação, destacam-se os figurinos e os cenários bastante elaborados que enriquecem o resultado final. Na história, o garoto Vítor faz uma experiência científica para trazer seu cãozinho Sparky de volta.
Criando uma animação em stop motion
▶ Agora, a proposta é que seja feita uma experimentação, em grupo, da técnica em stop motion.Como fazer
- Cada grupo utilizará um boneco que possa parar em pé, ou mesmo um personagem criado com massa de modelar.
- Usando um smartphone, fotografem os movimentos do boneco por, no mínimo 100 vezes, fazendo com que ele caminhe lentamente em cada imagem.
- Unam essas imagens com o auxílio de um aplicativo de criação de vídeos a partir de fotografias.
- Compartilhem as produções com os colegas e, se possível, exibam para que todos possam assistir juntos.
VAMOS CONHECER MAIS
O menino e o mundo
O filme de animação O menino e o mundo (2013), dirigido por Alê Abreu (1971-), é uma das mais celebradas produções brasileiras em animação.
Para criar o roteiro do filme, o diretor Alê Abreu realizou um projeto de pesquisa sobre a história da América Latina. Ele percorreu diversos países pesquisando e estudando a história, a cultura e a música. Durante esse processo, fez muitas anotações, rascunhos e desenhos. Nesse período, surgiu a ideia de fazer uma animação sobre um menino, que se concretizou nos anos seguintes, inspirada nas viagens de Alê e na música latino-americana.
A animação O menino e o mundo conta a história de um menino que faz uma incrível viagem pelo mundo, motivado pelas saudades do pai, que um dia saiu de casa e partiu de trem em busca de trabalho, pois sua pequena plantação não era mais suficiente para sustentar a família. O filme tem poucos diálogos, que são falados em português, mas com palavras invertidas. Por exemplo, a palavra “menino” aparece como “oninem” e a palavra “adeus” é dita como “sueda”.
Para ampliar
O menino e o mundo. Direção: Alê Abreu. Brasil, 2014. Obra de animação, que emociona e envolve crianças, jovens e adultos na trama fantástica de um menino que sofre pela saudade e pela falta do pai, resolvendo, portanto, deixar a aldeia.
Os desenhos apresentam traços fortes, coloridos e diferentes texturas, com o uso de técnicas mais manuais, como pintura com lápis de cera, canetas hidrográficas e tintas. Além do cuidado com a imagem, a trilha sonora da animação traz o grupo brasileiro Barbatuques, que explora sons produzidos com o corpo.
Criando um storyboard
Um dos recursos técnicos utilizados no cinema e também em animações é o storyboard, que é basicamente um planejamento de como serão as cenas gravadas ou animadas, experimentando com rascunhos os enquadramentos, como os personagens e os cenários aparecerão nas cenas etcétera Observe o exemplo a seguir:
Como fazer
- O personagem principal da animação O menino e o mundo possui traços bastante simples. Usando o desenho desse menino, crie um storyboard de 6 enquadramentos que mostre uma cena em que ele passe por alguma aventura em uma viagem pelo mundo.
- Planeje os enquadramentos da cena e recorra aos materiais usados nas ilustrações do filme, como lápis de cor, canetas hidrográficas e tintas para os cenários.
- Lembre-se de que não se trata de uma história em quadrinhos, portanto, não haverá balões de fala. Apesar disso, as imagens precisam contar uma história.
Versão adaptada acessível
Como fazer
- O personagem principal da animação O menino e o mundo possui traços bastante simples. Usando uma representação desse menino, crie um storyboard de 6 enquadramentos que mostre uma cena em que ele passe por alguma aventura em uma viagem pelo mundo.
- Planeje os enquadramentos da cena e recorra a materiais convenientes a você para a criação dos cenários.
- Lembre-se de que não se trata de uma história em quadrinhos, portanto, não haverá balões de fala. Apesar disso, as representações precisam contar uma história.
eu vou APRENDER Capítulo 2
Criação e registro textual
A música pode ser ouvida e apreciada ao mesmo tempo que é tocada.
O registro escrito é um recurso possível para se transmitir ou ensinar uma música. A partitura é uma forma de registro “físico” que busca representar, por meio de símbolos, o que se deve tocar em determinado instrumento.
1. Com base na partitura reproduzida anteriormente, explique por que podemos concluir que a música possui uma linguagem própria.
Atualmente, gravações de áudio e vídeo são importantes meios de registro musical. O resultado de produções sonoras gravadas traz mais clareza e melhor percepção dos sons representados no pentagrama musicalglossário , pois, além do registro musical escrito na partitura, temos as gravações que ajudam no conhecimento e na divulgação da música.
2. Por que podemos afirmar que, atualmente, o acesso à música é mais fácil do que antigamente?
Esse processo está em transformação porque a tecnologia se atualiza constantemente. Com o surgimento de novos instrumentos, novas tecnologias, novas sonoridades, tornou-se necessário pensar e criar outras possibilidades de notação, ou seja, novas escritas musicais.
3. Além de ser percebida pela audição, de que maneiras podemos registrar e perceber a música pela visão?
NOTAÇÃO MUSICAL
Notação musical é o nome dado a um sistema de escrita por meio do qual os sons e silêncios, com suas durações e dinâmicas, são representados por símbolos gráficos. Ou seja, a notação musical representa, por escrito, todos os fenômenos sonoros que um compositor ou arranjador deseja transmitir a um intérprete. Trata-se, portanto, de uma maneira de instruir o executante sobre o que e como ele deve tocar ou entoar.
A seguir, conheça a função de cada um dos profissionais que fazem parte da criação de uma música.
Arranjador: profissional que, a partir de uma música, propõe modificações de elementos relacionados à instrumentação, ao estilo ou ao gênero, que constituem um novo arranjo musical.
Compositor: aquele que compõe, que é autor de uma música.
Intérprete: aquele que executa uma música, cantando ou tocando um instrumento musical.
Uma busca constante na história da música tem sido como descrever e registrar o acontecimento musical. Hoje, na música ocidental, além da partitura convencional, existem popularmente outros tipos de notação musical, como a cifra e a tablatura. Observe a seguir exemplos de tipos de notação.
Note que, quanto mais grave for o som, mais baixo a nota é representada nas linhas do pentagrama.
4. Em sua opinião, por que no pentagrama musical é atribuída a posição mais baixa para as notas mais graves e a posição mais alta para as mais agudas?
As cifras são um sistema de representação musical baseado em letras, acrescidas de números e símbolos gráficos, que indicam os acordes utilizados em uma música. Cada uma das 7 letras representa uma nota musical, ou seja, um acorde. Veja a seguir.
A = Lá
B = Si
C = Dó
D = Ré
E = Mi
F = Fá
G = Sol
5. Escolham um trecho da cifra de “Três apitos” e identifiquem as notas musicais usadas nele.
Propriedades do som
Na partitura convencional, são utilizados pautas, claves, notas e espaços como fórma de representar graficamente valores e duração das notas musicais. Essa escrita musical está orientada de acordo com certas propriedades do som, mais especificamente a altura e a duração das notas, que são registradas no pentagrama ou pauta, um conjunto de cinco linhas e quatro espaços. Vamos relembrar alguns elementos formais na música. Cada nota tem duas características básicas: a duração e a altura.
Altura: refere-se a um som grave ou a um som agudo.
Duração: refere-se à fração de tempo em que um som ou um silêncio se sustentam, podendo ser mais longa ou mais breve.
Experimentando altura e duração de notas
▶ Que tal experimentar, na prática, a altura e a duração ao cantar uma música?Como fazer
- Dividam-se em grupos e escolham um pequeno trecho de uma canção para cantar.
- Em um primeiro momento, cantem com uma entonação mais grave e, em um segundo momento, cantem o mesmo trecho com um tom mais agudo.
- Agora, experimentem alterar a duração, em comparação a como a música é cantada originalmente pelo intérprete. Cantem as mesmas frases musicais demorando o dobro do tempo em cada nota. A seguir, cantem cada frase musical sustentando as mesmas notas durante a metade do tempo.
- Conversem a respeito desses exercícios, tendo em vista algumas questões, como qual foi mais confortável e como foram os resultados em comparação à canção original.
VAMOS CONHECER MAIS
Canto gregoriano
Antes de ser escrita por meio da notação musical, a música já era transmitida oralmente. Essa prática permanece na atualidade. A escrita musical se desenvolveu ao longo da história da própria música. Foram muitas tentativas de representar a música no papel até a criação da partitura convencional. Uma dessas antigas fórmas de escrita musical foram os registros do canto gregorianoglossário , do âmbito religioso.
- Existem diferenças e semelhanças entre esse registro de canto gregoriano e uma partitura convencional, como as que vimos anteriormente?
- Se possível, façam uma pesquisa em sites de busca de áudio e vídeo para conhecer algum canto gregoriano.
Outras fórmas de registro musical
Existem também outros registros musicais, como o uso de cores para representar as notas musicais e figuras para indicar a duração de cada nota. As cores podem significar uma determinada nota musical, facilitando, assim, a visualização e a leitura das notas e de sua duração no pentagrama.
Veja a seguir um exemplo de partitura da música “Marcha soldado”, em que são adotados cores e símbolos para transmitir o conteúdo musical escrito.
Nesse sistema de notação musical, cada cor está relacionada a uma nota musical presente na partitura. Na partitura da música “Marcha Soldado”, a cor rosa representa a nota Sol; o roxo, a nota Mi; o azul, a nota Dó; o laranja, a nota Ré; o amarelo, a nota Fá; e o verde, a nota Lá. Nesse mesmo sistema, a duração das notas é representada por símbolos de gota. No exemplo, há quatro tipos de gota, portanto, quatro durações diferentes para as notas musicais. Quanto maior o comprimento da gota, por mais tempo a nota deverá ser tocada.
A seguir, é apresentada a partitura convencional da mesma música, ou seja, com as figuras rítmicas tradicionais. Cada figura rítmica representa um valor de duração específica expressa em fração de tempo, de acordo com a imagem.
Observe a tabela. Na primeira coluna, vemos a grafia (desenho ou símbolo) de cada figura rítmica; na coluna do meio, o nome de cada figura, e na coluna da direita, o valor ou tempo de cada figura/nota musical.
Para entendermos na prática essa tabela, tomemos como exemplo a mínima, que dura o dobro da semínima. Isso significa que ela soa o dobro do tempo de uma semínima.
1. quando uma semínima aparecer, batam as mãos uma vez nas coxas.
2. quando as colcheias aparecerem, batam palmas duas vezes seguidas.
Mas atenção: as duas palmas devem ter a mesma duração e, juntas, demorar o mesmo que uma única batida de palma da mão na coxa.
VAMOS FAZER
Partitura não convencional
Aprendemos que, além de uma partitura convencional, os sons podem ser representados graficamente de diferentes maneiras. As figuras musicais podem ser de variados formatos, tamanhos e cores.
Vocês vão realizar duas atividades que se complementam: a criação de uma partitura não convencional e a execução dos sons representados com o uso de diferentes objetos que possam produzir uma sonoridade interessante.
Criando uma partitura não convencional
▶ Antes de darem início à criação da partitura, comecem a selecionar e coletar objetos para extrair alguma sonoridade. Podem ser colheres de metal ou de madeira, cadernos de capa dura ou tábuas de madeira, garrafas de vidro com água em diferentes quantidades, chocalhos improvisados com latas e sementes, apitos, entre outros materiais que forem mais acessíveis. ▶ Alguns elementos serão essenciais para a criação da partitura:- Cada objeto será representado por uma figura musical inventada.
- As cores das figuras podem indicar a intensidade para “tocar” os objetos.
- O uso de símbolos específicos pode indicar a duração que um determinado objeto será tocado.
Continua
Continuação
4. Observem o exemplo da legenda e da partitura a seguir:
- Cada símbolo indica o som de um objeto específico, de acordo com a legenda anterior.
- O vermelho indica a intensidade mais forte, enquanto o azul, a mais fraca.
- O sinal de mais que une os objetos indica que ele será tocado por mais tempo. Aqui, cêrca de 3 segundos.
- O sinal de reticências indica o silêncio entre o som de um objeto e outro. ▶ Agora, é a vez de criarem sua própria partitura. Usem cartolina, lápis de cor e canetas hidrográficas para a criação da partitura, bem como da legenda. Planejem com cuidado a sequência sonora e criem uma proposta clara e que o grupo realmente consiga executar.
Execução
▶ Após os ensaios, cada grupo vai apresentar a execução das partituras para toda a turma. Nesse momento é importante que não seja seguida a legenda, somente a partitura.NARRADORES E OUVINTES DE HISTÓRIAS
Ao ouvir histórias e ver histórias narradas por imagens, somos ouvintes e espectadores delas. Além disso, no cotidiano, conversar com outras pessoas é uma fórma de contar e ouvir histórias. São muitas as narrativas que escutamos dos outros e que elaboramos sobre nós mesmos, desde “como foi o dia hoje” até experiências de estudo e emprego; memórias de infância; até o relato de um fato presenciado ou que ouvimos por outras pessoas.
Alguns estudiosos consideram que até mesmo os jornalistas, os historiadores e os políticos narram histórias, embora sejam inspiradas em fatos, e não ficcionais. Ainda assim, uma narrativa é sempre uma visão parcial, ou seja, uma interpretação dos fatos a partir de um ponto de vista.
- Em sua opinião, em uma história contada por alguém sempre haverá uma interpretação parcial dos fatos?
- Contar, ouvir e partilhar histórias pode ser uma ação feita de várias fórmas. Dê exemplos de como o contato com histórias acontece no seu dia a dia.
- Para você, é importante contar sua própria história?
Contar histórias em cena
Desde que começaram a contar histórias por meio do teatro, os dramaturgos perceberam a diferença entre contar uma história por meio de um texto escrito e por meio da encenação de situações. Um texto dramático literário se enquadra num gênero da literatura, porém, só passa a ser texto cênico à medida que é encenado.
Na literatura em geral, a narrativa se refere à leitura do texto escrito; no teatro, a narrativa se refere ao universo criado por meio da materialização, da concretização de ações e/ou imagens. Um ator não só se imagina no meio das paisagens, dos tempos históricos ou das situações apresentadas sem uma história, mas também mostra como seria mesmo estar lá, vivendo aquelas situações. As ações e imagens são traduzidas pelo corpo do intérprete em cena para a construção da narrativa teatral, e essa presença corporal, ao vivo, afeta também a presença do espectador.
Essas imagens em movimento materializadas em cena no teatro, na dança, na ópera ou no circo permitem ao espectador receber impressões, estímulos, sensações, emoções, sentimentos e pensamentos.
4. Além de seguir o texto cênico, de que outras fórmas os artistas contam histórias e comunicam algo para o público?
TEXTO LITERÁRIO DRAMÁTICO
O autor de textos do gênero dramático é o dramaturgo. O dramaturgo pode compor textos de diferentes estilos, como tragédia, comédia, drama histórico, melodrama, farsa etcétera O gênero dramático envolve textos escritos para serem encenados em fórma de peça de teatro ou como roteiro de um filme, telenovela ou seriado.
Na Antiguidade Grega, Aristóteles elaborou uma definição de gênero dramático segundo dois aspectos: o texto escrito e a fórma de representá-lo. A representação era vista como uma fórma de ilustrar o texto dramático literário, que só podia ganhar vida pela ação teatral. Mas dessa ação teatral esperava-se do espectador, obrigatoriamente, um processo de entendimento preciso do texto literário dramático.
No teatro, até o século dezenove, o processo de entendimento do espetáculo passava pela compreensão máxima do texto pelo espectador, em que era desejável que ele entendesse a peça de acordo com as intenções do autor. Era esperado que a plateia reconhecesse os mesmos elementos e saísse do espetáculo com as mesmas percepções. Ainda hoje ocorre em alguns tipos de relação obra-plateia que traz uma percepção menos aberta do que é dramaturgia, tornando o texto dramático literário o foco da manifestação teatral.
Uma exceção dessa visão do texto dramático literário como fonte principal para a encenação foi a Commedia dell’arte, cujos roteiros serviam de base para o improviso dos atores e cuja fonte principal da encenação era o jogo entre os atores e destes com a plateia.
- É possível garantir que o espectador tenha um processo de entendimento preciso do texto literário dramático em uma encenação? Por quê?
- Em sua opinião, é mais fácil seguir exclusivamente um texto dramático literário em cena ou improvisar?
VAMOS FAZER
Texto e encenação
Sabemos que, até o século dezenove, a compreensão do espetáculo cênico pelo espectador dependia do entendimento do texto dramático literário. No que alguns estudiosos chamam de “textocentrismo”, o texto dramático literário foi encarado durante muitos séculos no Ocidente como a fonte inicial e principal para a composição do espetáculo cênico. A encenação e a representação eram vistas como uma fórma de ilustrar esse texto, que deveria ser trabalhado com fidelidade pelos atores.
▶ Com a orientação do professor, realize práticas de dramatização de duas maneiras distintas:- Encenar com um texto decorado, dependendo exclusivamente do texto para a construção cênica.
- Encenar com base em um texto, mas deixando que o improviso possa surgir em cena, sem a dependência exclusiva do texto e dos diálogos.
Como fazer
Etapa 1 – Escrita de texto
- Cada grupo deverá escrever um texto literário curto, de uma a duas páginas, contendo a presença de diálogos, um conflito central para a trama com um tema livre (traição, morte, amor, esperança etcétera).
- Partindo dessa escolha, cada grupo elaborará, coletivamente, um texto para uma encenação curta. Lembrem-se de que os diálogos são de extrema importância. Se preferirem, pesquisem peças de alguns dramaturgos e façam adaptações.
Etapa 2 – Divisão de grupos
- Com a orientação do professor, alguns grupos vão estudar e tentar decorar as falas do texto para uma encenação. Por se tratar de apenas uma prática, não haverá necessidade de figurino ou cenário. O foco para esses grupos é estritamente a valorização e a compreensão do texto dramático literário pelo público.
- Os outros vão estudar os textos apenas para compreender sua essência, ou seja, a ideia central da narrativa da cena, bem como devem ser os diálogos. O objetivo é que haja espaço para o improviso e para a criação enquanto a encenação acontece.
Etapa 3 – Encenação
- Este é o momento das apresentações. Os grupos que se comprometeram com o texto dramático literário iniciam as encenações, enquanto os demais assistem.
- O grupo que recorrerá ao improviso com base no texto estudado se apresentará em seguida para que os primeiros grupos assistam.
Etapa 4 – Compartilhamento de impressões
▶ A discussão sobre essas práticas é fundamental para que pensemos como cada grupo desenvolveu as propostas. Conversem a respeito das facilidades e dificuldades envolvidas e como cada integrante do grupo se sentiu ao depender do texto ou do improviso para que a história fosse contada.Mudanças na concepção de dramaturgia
Em sua Poética, Aristóteles definiu a dramaturgia como a organização de ações humanas de fórma coerente, de modo a provocar fortes emoções ou um estado difícil de conter, de prazer “ou maravilhamento”. Seu legado configurou os princípios da dramaturgia grega.
Os dois principais gêneros teatrais para a Grécia Antiga eram vistos por Aristóteles de diferentes maneiras: enquanto a comédia seria “inferior” por trazer fatos corriqueiros do cotidiano e ser apresentada por pessoas comuns, a tragédia seria um gênero de maior valor, já que havia a representação das virtudes de deuses, reis e sagas de heróis, que serviam de exemplo para a pólisglossário .
Para Aristóteles, a “identificação” do espectador se daria diante dos atos nobres, exemplares e virtuosos dos personagens, de modo que o espectador desejaria ser como o “herói” da peça. A encenação buscava que o espectador se identificasse com o personagem, seu discurso, sua visão de mundo e suas ações. Como exemplo de herói no passado, podemos citar Aquiles, personagem mitológico grego conhecido por ser um guerreiro de grande honra e bravura e que foi morto com uma flecha envenenada em seu calcanhar, único ponto vulnerável em seu corpo.
Identificação do espectador com o personagem
A definição de dramaturgia de Aristóteles é questionada no teatro moderno e contemporâneo por reduzir a dimensão do diálogo às falas entre os personagens, como se fossem representantes de uma visão cultural e social específica.
No teatro moderno e contemporâneo, isso é questionado, assim como se questiona a existência de pessoas “exemplares”, perfeitas, que possam servir de modelo às demais, em que a identificação do espectador com o personagem é posta em xeque.
- Ao assistir a uma peça de teatro, cinema ou novela, vocês costumam se identificar com os “heróis” e “mocinhos”? Explique.
- Vocês acreditam que os dramaturgos e autores têm a intenção de que o público se identifique com determinado personagem? Por quê?
- Citem exemplos de personagens considerados anti-heróis e que, mesmo assim, podem causar uma identificação com o público.
Dramaturgia moderna
Mudanças no contexto de um país ou grupo social pedem soluções artísticas que correspondam às alterações de percepção do espectador. No fim do século dezenove, as fórmas convencionais do teatro europeu pareciam ter se esgotado, e os artistas buscavam fórmas novas, que correspondessem a novos conteúdos.
Destacam-se as peças do médico, escritor e dramaturgo russo Anton Tchekhov (1860-1904), que continham poucas ações explícitas, conflitos vagos e personagens cujas falas eram construídas de memórias, devaneios e subjetividade dos personagens.
Nos textos de Tchekhov, como O jardim das cerejeiras e As três irmãs, não há muita ação aparente, parece que não “acontece” nada, quase tudo se passa dentro dos personagens, que falam consigo mesmos, pensando alto. Cada um só fala de si e não escuta o outro, mostrando ao espectador a impossibilidade do diálogo real entre dois seres humanos, numa vida vazia de esperança e de sentido.
10. Um texto literário dramático buscava um entendimento preciso do espectador. Em que medida os diálogos das peças de Tchekhov se distanciam dessa ideia?
Já as obras de dramaturgos estadunidenses como (1888-1953) buscaram fórmas novas para conteúdos novos, como o universo interior dos personagens e temas sociais da vida coletiva. Em sua obra, personagens marginalizados pela sociedade, que não se encaixam na realização de um ideal, não alcançam sucesso nem prosperidade e apresentam comportamentos desregrados. São “fracassados” que não correspondem ao comportamento empreendedor e confiante.
As peças de retratam o avesso do “sonho americano”, com personagens em situações de exclusão, marginalizados de uma sociedade que sonha em ser igualitária, inclusiva e libertadora. O ideal do sonho americano (American dream) é uma ideologia que reúne uma variedade de ideais de liberdade para os cidadãos estadunidenses, como a chance para o sucesso e a prosperidade de todos, alcançados por meio do trabalho.
11. Em sua opinião, o dramaturgo trazia alguma crítica à sociedade estadunidense em suas peças? Por quê?
A concepção da dramaturgia contemporânea
A partir do século vinte, considera-se que o texto dramático literário poderia ser uma base para a cena, mas não a única e principal fonte de texto. Na concepção contemporânea de dramaturgia, muitos outros elementos do texto dramático literário compõem uma encenação. fórmas espetaculares do Oriente, a dança, o circo, a ópera, projeções e outros dispositivos tecnológicos são usados para compor a cena e auxiliam na composição do texto cênico. Uma das tendências da dramaturgia contemporânea é o hibridismoglossário de linguagens, uma mescla entre teatro e dança, teatro e artes visuais, teatro/dança e vídeo etcétera
Para alguns estudiosos, o texto cênico do teatro contemporâneo prevê múltiplas interpretações de cada espectador. Assim, o espectador é considerado uma espécie de coautor do texto cênico, que compreende um texto com base em suas próprias experiências de vida. Desse modo, o texto cênico não traz uma “resposta certa”, uma leitura única, mas busca despertar nos espectadores uma leitura e uma compreensão próprias.
Texto literário dramático e texto cênico
O texto literário dramático (ou texto dramático) é escrito pelo dramaturgo e pode ou não vir a ser encenado.
Já o texto cênico diz respeito à encenação em si e envolve outros elementos de um espetáculo, como figurino, cenário, luz, som etcétera, que se materializam na encenação.
O esquema a seguir propõe uma síntese da definição do texto literário dramático na Grécia Antiga até a concepção de texto cênico na contemporaneidade.
12. Em grupos, façam uma pesquisa sobre peças teatrais mais atuais que tragam características de hibridismo. Apresentem para a turma uma breve sinopse sobre as peças e descrevam como as linguagens se misturam.
VAMOS FAZER
Escrita e leitura dramática
No teatro contemporâneo, o texto é compreendido como um tecido, como uma trama de fios que podem ou não contar uma história linear. Muitos elementos compõem o texto cênico: gestos, sons, palavras, relações entre intérprete e personagem, entre intérprete e espectador, relações da obra com o espaço cênico etcétera
▶ Com base em fragmentos de textos distintos, a proposta é que seja redigido um novo texto que resultará na base para uma leitura dramática. A encenação poderá ou não acontecer, mas a elaboração do texto ou roteiro sempre visa à encenação. Sigam as etapas a seguir.Como fazer
Etapa 1 – Escrita de texto cênico
- Para esta atividade, a turma se dividirá em grupos para pesquisar e selecionar dois fragmentos de diferentes gêneros e estilos: textos dramáticos literários, trechos de romances, crônicas ou contos, trechos de uma notícia de jornal, de uma carta etcétera
- Os grupos devem “preencher os espaços vazios” entre os fragmentos, fazendo conexões entre eles, unindo elementos inusitados e aparentemente ilógicos, não habituais, sob a fórma de um texto cênico.
- Para a escrita, façam escolhas no roteiro do texto levando em consideração alguns dos seguintes elementos que servem como ideias para a escrita: ▶ a presença ou não de personagens e quais são eles, se for o caso; o espaço ou a paisagem onde a ação ocorre ou a inexistência de uma localização exata; ▶ um tempo histórico ou a indefinição proposital do tempo em que ocorre a ação; a presença ou não de um conflito na trama; ▶ a presença ou não de diálogos entre os personagens e como ocorrerá o diálogo (por palavras, por movimentos, por gestos, por outros meios); ▶ a presença ou não de narrador em cena; se o espectador da encenação será considerado presente no espaço cênico, e se os intérpretes/personagens vão se dirigir diretamente ao espectador; ▶ se os intérpretes/personagens fingem que o espectador não está ali e falam em voz alta seus pensamentos em fórma de monólogos.
Etapa 2 – Ensaio
▶ O ensaio na leitura dramática serve para que os participantes se familiarizem com o texto. Procurem dar ênfase aos diálogos, à entonação de voz, às expressões corporais, a como cada um vai, ou não, se movimentar no espaço.Etapa 3 – Leitura
▶ Depois do processo de elaboração, será feita a leitura dramática dos textos para toda a turma. Todos podem comentar, avaliar e refletir sobre a produção realizada.eu APRENDI
1. Complete a frase com a alternativa correta sobre a manifestação artística retratada na imagem.
.Um dos destaques do estilo , predominante na Idade Média, eram os espaço para resposta . Essas estruturas faziam parte da arquitetura das espaço para resposta espaço para resposta e eram uma espécie de espaço para resposta feito com pedaços de vidro coloridos.- Gótico; vitrais; catedrais; mosaico.
- Vitral; mosaicos; igrejas; janela.
- Gótico; frontões; catedrais; janela.
- Vitral; mosaicos; igrejas; frontão.
2. Analise as palavras a seguir. Selecione somente as que tenham relação direta com a arte do muralismo e construa uma frase sobre o tema.
Diego Rivera
Frida Kahlo
México
Locais públicos
Pixação
Medieval
- Identifique qual das alternativas apresenta exemplos de brinquedos ópticos e anote no caderno.
- folioscópio, flip book, .
- fenaquistoscópio, zootrópio, flip book.
- , zootrópio, folioscópio.
- flip book, zootrópio, .
4. Observe a imagem. Ela indica uma técnica bastante usada em animações.
- Que técnica é essa?
- Faça uma descrição sucinta da imagem, em tópicos, explicando quais etapas são necessárias para produzir esse tipo de animação.
- Analise as afirmações a seguir:
- Além da partitura convencional, existem popularmente outros tipos de notação musical, como a cifra e a tablatura.
- Quanto mais grave for o som, mais baixa a nota é representada nas linhas de um pentagrama.
- Antes de ser escrita por meio da notação musical, a música já era transmitida oralmente.
- O preto e o branco são as únicas cores usadas para representar as notas musicais em uma partitura.
- Somente um e quatro estão corretas.
- Somente um, dois e três estão corretas.
- Somente dois e quatro estão corretas.
- Somente dois e três estão corretas.
- No caderno, responda às questões sobre a escrita e o uso de um texto no teatro.
- Um texto literário dramático é sempre encenado?
- O que é um texto cênico?
vamos COMPARTILHAR
Texto cênico e memória
Nesta unidade compreendemos que um texto evoca imagens e que imagens podem trazer narrativas que nos comunicam algo.
Quando ouvimos histórias, nossas mentes funcionam como telas onde são projetadas sequências de cenas. Quando esse filme se inicia, nos tornamos espectadores de nossas próprias memórias.
Para finalizarmos esta unidade que conecta imagens, textos e sons, a proposta é que a turma traga para a construção de um texto cênico as memórias relacionadas com um familiar mais velho, como em uma conversa entre duas gerações distintas.
Como fazer
Etapa 1 – Escrita dos textos
- Para dar início ao processo de criação dos textos, a turma deverá se dividir em grupos. Os integrantes de cada grupo escreverão, em apenas algumas linhas, uma memória que se relacione diretamente com um familiar, preferencialmente idoso. Podem ser bisavós, avós, tios, que estejam presentes ou não nesse momento da vida de cada um.
- A intenção é que esse texto seja afetivo, podendo ser uma espécie de trecho de carta, o compartilhamento de alguma lembrança ou a manifestação de um pensamento positivo a respeito dessa pessoa.
- Após a escrita no papel, esses textos deverão circular pelos integrantes do grupo. Cada um deverá escolher um texto de autoria de outro integrante para ensaiar uma leitura dramática.
Etapa 2 – Ensaio
- Durante os ensaios, cada um deverá pensar em como manifestar as emoções contidas no texto, mesmo não sendo de sua própria autoria. O importante é a carga dramática dedicada a essa leitura e o respeito às memórias dos colegas.
- Cada grupo deve definir como serão feitas as leituras e se haverá uma ordem específica. Definam também como vão se organizar (em formato de roda, sentados, em pé, alinhados etcétera).
Etapa 3 – Apresentação
- Com a orientação do professor, organizem um dia para as apresentações, bem como um espaço adequado na escola.
- Convidem os familiares, os amigos e a comunidade para este momento. E, se possível, o familiar que inspirou a produção do seu texto.
- Ao final, conversem com o público sobre quais memórias e imagens foram trazidas ao entrarem em contato com esses textos.
Glossário
- mosaico
- : técnica em que imagens são criadas pela junção de peças coloridas, geralmente em vidro, pedra, azulejo, entre outros materiais.
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- expressionismo alemão
- : movimento artístico do início do século vinte que buscava a representação subjetiva das angústias da existência humana por meio de imagens bastante expressivas.
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- capitalismo
- : sistema socioeconômico e político que visa ao lucro e à acumulação de riquezas, por meio da exploração de bens naturais e da fôrça de trabalho.
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- monólito
- : estrutura ou monumento constituído por um só bloco de pedra.
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- pentagrama musical
- : também chamado de pauta musical, é o conjunto de linhas e espaços onde ficam as notas musicais.
- Voltar para o texto
- canto gregoriano
- : o nome vem de Gregório Magno, papa do século seis, e designa um canto da Igreja Católica que apresenta uma única melodia. Pode ser acompanhado pelo órgão ou cantado.
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- pólis
- : na Grécia Antiga, eram as cidades-Estado, com destaque para Atenas e Esparta.
- Voltar para o texto
- hibridismo
- : ocorre pela junção de diferentes elementos. No teatro contemporâneo, as linguagens artísticas tornam-se híbridas, ou seja, se misturam.
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