UNIDADE 2 Imagens, textos e sons nas artes

As propostas desta unidade do seu livro foram desenvolvidas em quatro etapas, que se completam:

Ilustração. Uma criança vestindo blusa azul listrada está de headphones e com os olhos fechados. Atrás dela, uma forma de nuvem azul escura com alguns elementos dentro, como lua, estrelas e notas musicais.

eu SEI

Músicas que cantam histórias

As narrativas de letras de canções serão inspiração para realizar uma dinâmica de contar e ouvir histórias.

Ilustração. Uma seta curvada para baixo.
Fenaquistoscópio. Ilustração. Um círculo dentro do qual há treze riscos que delimitam a reprodução de um casal que usa trajes formais de gala e dançam juntos. A cada reprodução, eles estão em um movimento do passo.

eu vou APRENDER

Capítulo 1 – Imagens que contam histórias

Analisar o caráter narrativo das relações entre texto, imagem e som.

Capítulo 2 – Criação e registro textual

Compreender a importância do registro na criação artística.

Fotografia. Destaque para um celular sobre um suporte gravando a cena de dois bonecos dispostos sobre uma plataforma com fundo verde.

eu APRENDI

Desenvolver atividades de verificação, sistematização, reflexão e ampliação da aprendizagem.

Ilustração. Uma seta curvada para baixo.
Ilustração. Dentro de uma forma de nuvem, há ma mulher vestindo calças vermelhas, blusa branca listrada em preto e branco e sapatos amarelos e brancos. Ela está sentada e segura uma folha olhando para o alto, onde há uma senhora de cabelos grisalhos ondulados usando óculos de grau e blusa azul. Ao lado da senhora, algumas folhas verdes.

vamos COMPARTILHAR

Texto cênico e memória

Criar um texto cênico a partir de memórias pessoais que resultará na base para uma leitura dramática coletiva.

OBJETIVO GERAL

Compreender as relações entre as linguagens da arte, suas práticas integradas e as possibilidades de uso das novas tecnologias de informação e comunicação.
Ilustração. Uma seta curvada para a direita.

eu SEI

Músicas que cantam histórias

Ilustração. Uma criança vestindo blusa azul listrada está de headphones e com os olhos fechados. Atrás dela, uma forma de nuvem azul escura com alguns elementos dentro, como lua, estrelas e notas musicais.

Histórias podem ser criadas com base em uma imagem. Um texto cênico pode desencadear imagens e ações. Por meio da leitura de um livro, é possível imaginar os mais diversos lugares e personagens. Relações podem ser estabelecidas entre texto e imagem, imagem e som e também entre as cenas que imaginamos de acordo com o que sentimos ao ouvirmos uma canção.

  1. Você tem alguma música especial e que, além de fazer parte da trilha de um filme, uma série, uma novela, também considera ser a trilha sonora da sua vida, ou de algum momento específico?
  2. A letra de uma canção ou apenas uma melodia é capaz de evocar imagens e memórias em nossa mente? Explique.

Ficção ou realidade?

Trechos de canções serão materiais para que a turma realize uma dinâmica de contar histórias, misturando ficção e realidade. Sigam as etapas:

Como fazer

  1. Todos devem organizar-se em roda com papel e lápis em mãos. Pense em uma canção de que você gosta muito e que tenha, ou não, alguma relação com uma história já vivida por você ou que gostaria que acontecesse na realidade. Escreva alguns versos dessa canção no papel.
  2. Sem que ninguém perceba, escreva abaixo do texto a palavra FICÇÃO, caso a narrativa contida nele não tenha acontecido com você ou não traduza aquilo que você realmente sente. Caso contrário, escreva a palavra REALIDADE. Dobre o papel e guarde-o com você.
  3. Agora é hora de interpretar! Alguém da roda inicia uma pequena história a partir dos versos escritos no papel. A ideia é que se conte uma história, uma cena ou a descrição de um sentimento a partir do que foi escrito.
  4. Seja ficção ou realidade, coloque uma carga dramática na hora de contar a história. Você deve convencer os colegas de que aquilo que está contando é verdade.
  5. Assim que todos finalizarem suas histórias, a turma poderá tentar descobrir quem criou uma história ficcional e quem se baseou na realidade. Depois dos palpites, todos podem revelar no papel se era ficção ou realidade, além de citar que música serviu de inspiração.
Ilustração. Silhueta azul-clara de uma cabeça humana de perfil dentro da qual há um balão de fala em fundo branco com diversas notas musicais em preto.
Ilustração. Dispostos na diagonal, três triângulos verdes contornado por outro de fio rosa apontam para a direita

eu vou APRENDER Capítulo 1

Imagens que contam histórias

Assim como uma história pode levar a imaginação a construir lugares e personagens, as imagens podem contar histórias.

Durante o Período Medieval, as catedrais tornaram-se centrais na vida das pessoas. A catedral é um grande templo cristão católico que, em geral, é a séde de um bispo.

No desenvolvimento do estilo gótico, predominante entre meados do século doze e início do século quinze, os vitrais foram amplamente utilizados nas catedrais. Vitral é uma espécie de mosaicoglossário feito com pedaços de vidro coloridos, organizados de maneira a formar uma imagem.

É possível notar nos detalhes que há uma composição de imagens que sugerem cenas sagradas que ilustram e contam histórias bíblicas, como nas imagens a seguir.

Vitral. No interior de um espaço escuro, há o destaque de um grande vitral de mandala circular e em cores. Na parte inferior, há uma sequência de vitral de janelas compridas, verticais e retangulares lado a lado
Vitral. Fotografia com um fundo escuro, onde há em  destaque um vitral colorido composto por um grande círculo central. Ao redor dele, outros oito círculos dispostos nas laterais, formando uma composição que se assemelha ao contorno de uma flor. No interior do círculo, há uma imagem sacra de uma mulher com uma criança no colo e rodeada por outras figuras.
Conjunto de vitrais e detalhe retratando figuras cristãs. No detalhe, Maria, mãe de Jesus Cristo, e os discípulos. Catedral de Notre Dame, em Paris. França, 2019.

Além de permitir a entrada de luz no interior das catedrais, os vitrais cumpriam um papel artístico e decorativo. Também serviam a propósitos educativos, ao retratar passagens das sagradas Escrituras, por meio de imagens, com o intuito de instruir uma grande parcela analfabeta da população que frequentava as catedrais. Vidas de santos e imagens de seus milagres motivavam os fiéis a depositar neles sua confiança e fé.

A arquitetura gótica buscava valorizar o exterior e o interior das construções, com torres alongadas e estrutura mais leve, pelo uso dos delicados vitrais, que deveriam alcançar máxima luminosidade. Para os cristãos, a luz que se difundia nas catedrais e igrejas representava a presença do divino, em oposição à escuridão do mal.

A catedral de Notre Dame, localizada na cidade de Paris, França, é um exemplo de arquitetura gótica. Um dos grandes destaques que compõem a arquitetura dessas construções são os vitrais que, vistos pela parte externa, são opacos e sem brilho; já na parte interna ganham vida pela luz que atravessa o vidro.

Fotografia. Fachada de uma catedral em tons de bege que apresenta duas robustas colunas laterais, simétricas e paralelas, e um grande vitral circular ao centro. Na base, a entrada é composta por três formas arqueadas e ornamentadas com arabescos, há duas portas de madeira em cada uma das três entradas.
Fotografia. Interior da catedral que apresenta pé-direito alto, muitas janelas, robustas colunas com detalhes em dourado e a luz transpassando os inúmeros vitrais. O piso principal é liso, xadrez e tem aspecto brilhante. Na parte inferior direita, há uma fileira de cadeiras marrons vazias.
Vista externa e interna da Catedral de Notre Dame, construída entre 1163 e 1345, em Paris. França, 2016.
Ícone de atividade oral.

1. Observe as fotografias da catedral de Notre Dame e identifique quais aspectos dessa construção a caracterizam como gótica.

Ícone de atividade em grupo.

2. Os vitrais das catedrais góticas, além de decorativos, têm uma função educativa para os fiéis. Por que podemos afirmar que as imagens educam e nos incitam a determinadas interpretações sobre as coisas?

VITRAIS GÓTICOS E HISTÓRIAS EM QUADRINHOS

Como visto anteriormente, os vitrais góticos eram um meio de comunicação com os fiéis. Alguns desses vitrais formam grandes painéis de modo a ter uma sequência de imagens que apresentam uma narrativa sequencial de alguma história bíblica.

Em formatos geométricos e bastante diversificados, essas narrativas podem ser lidas em diferentes posições (de cima para baixo, da esquerda para a direita ou mesmo de modo circular). Observe com atenção as composições das imagens nos vitrais da catedral de Chártri, na França.

Vitral número 1. Destaque de um vitral que apresenta ao centro uma forma de cruz dentro de um círculo. Na cruz, há cinco cenas retratando  figuras sacras. Essas cenas são delimitadas por uma moldura preta grossa e divididas entre as partes superior, inferior, laterais esquerda e direita e central da cruz. Predominam no vitral as cores vermelho, azul e verde
Detalhe de vitral da Catedral de Chartres, também conhecida como Notre Dame de Chartres, em Tours. No vitral é ilustrada a passagem em que Jesus segue pela via-crúcis, momentos antes de ser crucificado. França, 2014.
Vitral número 2. Destaque para uma composição de vitrais bem coloridos e em formato quadriculado que apresenta diferentes cenas com figuras sacras. Entre as cenas do vitral, uma moldura grossa e preta delimitando-as. Predominam no vitral as cores vermelho e azul.
Detalhe de vitral da Catedral de Chartres, também conhecida como Notre Dame de Chartres, em Tours. No centro, Jesus é retratado com seus discípulos. França, 2014.

Narrativas e tiras

Note como as tiras a seguir recorrem a diferentes recursos para criar uma narrativa.

Tira número 1. Tira composta por quatro quadros organizados na horizontal. Apresenta Armandinho, um garoto de cabelo azul, vestindo blusa laranja e calça vermelha. Ao lado dele, em todos os quadros, há um sapo verde e uma flor de pétalas alaranjadas. Quadro 1: Visto de corpo todo, Armandinho está em pé ao lado do sapo; ambos sorriem e o menino olha na direção da flor de pétalas alaranjadas. Quadro 2: Visto da cintura para cima, Armandinho sorri diante da flor. Sobre ele, dentro de uma balão de pensamento, a imagem dele mesmo entregando a flor a uma mulher adulta, vista da cintura para baixo. Quadro 3: Armandinho continua diante da flor e ao lado do sapo. Agora, os dois pararam de sorrir. Sobre o menino, um balão de pensamento com a imagem da flor cortada e o sapo ao lado, com os lábios inclinados para baixo. Quadro 4: Armandinho, ainda ao lado do sapo e diante da flor, olha para uma mulher adulta representada da cintura para baixo, e abre os braços na direção da planta, sorrindo.
Tira Armandinho, de Alexandre Beck.

Armandinho é o personagem mais famoso de tiras do ilustrador Alexandre Beck, que desde 2009 é publicado em diferentes jornais no Brasil.

Tira número 2. Tira composta de oito quadros organizados em disposição  ovalada na horizontal em sentido horário. Os quadros da parte inferior são vistos invertidos e os da lateral estão inclinados para o lado. A tirinha apresenta um rapaz de chapéu e gravata vermelha listrada em preto que se transforma em herói. Quadro 1: O homem está arrumando a gravata e diz: 'MAS… OH, O QUE VEJO!'. Quadro 2: Ele observa um homem de máscara preta e blusa laranja listrada de preto assaltando uma senhora de cabelos brancos, blusa lilás e saia azul; o homem afirma: 'UM MELIANTE.'. Quadro 3. O homem tira o chapéu e mexe na gravata enquanto diz: 'ESTE É UM TRABALHO PARA…' Quadro 4: Cena vista inclinada para o lado direito. O mesmo homem agora usa uma máscara azul na horizontal, cobrindo os olhos, roupa amarela com a sigla DV no peito e capa vermelha; ele exclama: 'O CAPITÃO DEJÁ VU!!'. Quadro 5: Cena vista de ponta-cabeça. O rapaz bate com uma das mãos na cabeça do assaltante e exclama: 'TOMA ISSO!'  A senhora observa a cena com a boca aberta. Quadro 6: Cena vista de ponta-cabeça. O herói voa em meio às nuvens. Quadro 7: O herói está tirando a máscara e colocando novamente o chapéu, enquanto diz: 'AGORA DEVO VOLTAR A ASSUMIR…' Quadro 8: Cena vista inclinada para à esquerda. Agora, o homem está usando chapéu, camisa branca e colocando a gravata; ele diz: 'MINHA IDENTIDADE SECRETA…
Macanudo, volume 9.

Publicada desde 2002 no jornal argentino La Nación, a tira cômica Macanudo começou a ser publicada em 2008.

Ícone de atividade oral.
Ícone de atividade em grupo.
  1. Faça uma comparação entre os vitrais da catedral de Chártri e a tira 1. Por que podemos afirmar que ambos comunicam uma ideia de fórma semelhante?
  2. A tira 2 se assemelha ao vitral 1 da catedral de Chártri. Qual é a semelhança entre eles?
  3. Experimentem criar uma tira sem o uso de balões e com um formato diferente (diagonal, circular, espiral etcétera).

VAMOS FAZER

Mandala-vitral

Ao iluminarem o interior das igrejas e catedrais, os vitrais góticos simbolizam a entrada da luz divina no espaço. Os fachos de luz atravessam os vidros coloridos criando um efeito luminoso, como observado na imagem.

Fotografia.  Vista de baixo para cima de um grande vitral colorido verticalizado com composição de quadros diversos que apresentam diferentes cenas com figuras sacras. A luz que transpassa o vitral reflete as cores na parede lisa ao lado da janela. No canto inferior esquerdo, há um quadro marrom com moldura ornamentada
Padrões de luz coloridos refletidos nas paredes da Catedral de São Vito, em Praga. República Checa, 2011.

A proposta desta atividade é a confecção de uma janela com uma estrutura semelhante à dos vitrais góticos. Siga os passos a seguir.

Material

  • Folha de papel color set preto com cêrca de 30 centímetros por 30 centímetros.
  • Tesoura de pontas arredondadas.
  • Cola bastão.
  • Papel-celofane de várias cores.
  • Lápis de cor branco.
  • Caneta permanente preta.

Continua

Continuação

Como fazer

  1. Desenhe o formato de uma janela no papel color set preto com o lápis de cor branca, como na figura 1.
  2. Recorte as aberturas da janela, como na figura 2.
  3. Em seguida, passe cola nessa estrutura e fixe o papel-celofane nos espaços vazados, como na figura 3. Se preferir, cole uma cor diferente para cada espaço do “vidro”.
  4. Com a caneta permanente, desenhe sobre cada um dos espaços com papel-celofane uma sequência de desenhos. Se desejar, crie uma história em quadrinhos sem balões. O importante é ilustrar esses espaços criando uma narrativa, como na figura 4.
  5. Agora, coloque seu vitral em contato com os raios de luz solar e observe os reflexos produzidos.
Ilustração número 1. Destaque das mãos de uma pessoa que desenha uma janela arqueada em linhas brancas sobre uma cartolina preta. A janela apresenta quadro vitrais, dois acima e dois abaixo.
Ilustração número 2. Destaque para uma janela arqueada e com quatro vitrais desenhada em linhas brancas sobre uma cartolina preta. Uma tesoura vermelha aparece recortando o espaço do vitral que fica na parte superior direita da janela.
Ilustração número 3. Destaque para uma janela recortada de uma cartolina preta. Na parte superior esquerda, um dos vitrais é composto de papel rosa. O espaço dos outros três vitrais está vazio. Sobre a janela, há um tubo de cola.
Ilustração número 4. Destaque para uma janela recortada de uma cartolina preta. Para a composição dos vitrais foram usados quatro cores de papel: na parte superior esquerda, rosa; na parte superior direita, verde; na parte inferior esquerda, azul; na parte inferior direita, amarelo. Sobre os vitrais, há uma mão fazendo desenhos em linhas finas pretas.

MURALISMO MEXICANO

O movimento muralista se desenvolveu no México na primeira metade do século vinte, e estava ligado ao contexto social e político da Revolução Mexicana (1920-1930).

Os artistas do movimento muralista se apoiaram em diferentes referências para a criação de suas pinturas, entre elas, as antigas culturas maia e asteca, a arte popular, o folclore mexicano do período colonial e as contribuições dos movimentos artísticos de vanguarda europeia, em especial o expressionismo alemãoglossário .

Afresco. Destaque de uma parede com colunas e arabescos e que apresenta diferentes desenhos em afrescos. Na parte superior central, nas extremidades direita e esquerda, há pessoas nuas retratadas da cintura para cima em tons claros e, na parte central, mãos retratadas em tons escuros. Nas laterais superiores, há pequenos enquadramentos com grupos de pessoas. Na parte inferior central, há um extenso painel que apresenta pessoas e máquinas industriais compostas de diversos tipos de engrenagens em tons de cinza. Na parte inferior direita, uma porta de entrada para o prédio. Na parte inferior esquerda, um banquinho e sobre ele, um nicho em uma estrutura arqueada, onde se encontra um vaso pequeno.
Indústria de Detroit, de Diego Rivera, 1932-1933, parede sul. Afresco, 257,8 centímetros por 213,4 centímetros.

Diego Rivera (1886-1957) foi um dos artistas mexicanos de maior destaque do movimento. Muitos de seus murais carregam ideais revolucionários com forte crítica ao capitalismoglossário . Suas pinturas podem ser vistas em edifícios públicos da Cidade do México e combinam temas modernos e motivos tradicionais.

Rivera foi o criador do conjunto de painéis do Palácio Nacional. A obra retrata os episódios da história do México e observa-se o compromisso de Rivera em construir narrativas para aproximar o povo da história do país, como na representação dos povos originários.

Afresco. Com predominância de cores vivas, destaque de uma parede com arcos ao fundo que apresenta uma pintura em afresco que mostra diversas cenas. No centro da imagem, a figura de uma ave grande com plumagem alaranjada. Na parte inferior central, é possível ver alguns homens vestindo armadura e montados em cavalos; alguns deles seguram lanças. Na parte superior central, diversos homens vistos de costas vestem roupas brancas, chapéu redondo amarelo. Ao lado deles, algumas mulheres carregando crianças nas costas. Ao longo da imagem, há ainda soldados, padres, pessoas indígenas, animais, fogo, canhões e muitas cenas de violências.
A lenda de Ket zol kooah tol e a história do México, de Diego Rivera, 1929. Afresco, 276 m2 (área total); 749 centímetros por 885 centímetros (mural). Palácio Nacional, na Cidade do México. México, 2017.
Afresco. Com predominância de cores vivas, destaque de uma parte do painel que apresenta dois grupos de pessoas, cada um de um lado da obra e em frente um ao outro. As pessoas têm pele escura e cabelo liso, vestem adereços como penas e adornos na cabeça, pernas e braços; um deles que aparece ao centro, usa uma máscara azulada. Algumas das pessoas seguram lanças e cajados. Na parte inferior, ao centro um cachorro azulado em pé e, à direita, outro animal, semelhante a um alce marrom, dentro de uma cesta de frutas e cheirando o chão.
Detalhe do afresco de Diego Rivera com a representação dos povos maia e asteca. Palácio Nacional, na Cidade do México. México, 2017.
Ícone de atividade oral.

1. Analisem as obras de Diego Rivera. Por que podemos afirmar que o artista combina elementos modernos e ancestrais?

Ícone de atividade em grupo.

2. Os murais têm como característica serem criados em espaços públicos. Qual é a importância de esse tipo de obra ocupar esses espaços?

ARTE ASTECA E MAIA

Os povos originários da América são os povos nativos que viveram no continente americano antes da chegada dos europeus, em 1492. Entre eles estão os incas, os maias e os astecas. Muitos se destacaram por sua fórma de organização política, econômica, militar e social, por sua arquitetura e por sua arte, constituída por construções monumentais e objetos com funções religiosas, utilitárias e decorativas.

A arte desses povos era bastante diversa; vista em templos, esculturas, relevos, pinturas, objetos decorativos e amuletos, manifestava padrões de representação determinados pelas crenças do povo.

Os astecas ocuparam parte do México, sendo Tenochtitlán, atual Cidade do México e capital do país, o centro de seu governo.

Fotografia. Rocha de aspecto áspero e cor marrom que apresenta um entalhe circular retratando ao centro um rosto envolto por formas quadriculadas e, na parte externa,  outros círculos concêntricos com diversos detalhes a cada trecho.
Pedra do Sol no Museu Nacional de Antropologia (ême êne á), na Cidade do México. México, 2019.

A Pedra do Sol, também conhecida como calendário asteca, é um monólitoglossário de pedra com a representação de Tonatiuh, que na mitologia asteca representa o deus Sol. Segundo pesquisadores, a escultura servia como um calendário, além de ter outras funções ritualísticas. Ela pode ter sido feita entre os séculos quinze e dezesseis e pesa cêrca de vinte e uma toneladas.

Glifos maias

O sistema de escrita maia são antigas inscrições formadas por um conjunto de glifos, símbolos que compõem uma elaborada escrita de acordo com uma combinação específica.

A palavra glifo tem origem no termo grego glýfo, que significa esculpir ou gravar. A escrita maia era aplicada em madeira, cerâmica, artefatos de tecido ou esculpida em pedra.

Fotografia. Destaque de uma rocha marrom-clara que apresenta seis quadros de entalhes que formam desenhos diversos em relevo. Os quadros estão dispostos dois a dois a cada linha e na vertical.
Glifos maias em baixo-relevo. Museu de Antropologia. México, 2008.
Ilustração. Em fios pretos, diversas imagens de glitos maias. Da esquerda para a direita e de cima para baixo, a primeira apresenta uma cabeça humana de perfil com a reprodução da cabeça de um animal ao lado. A segunda apresenta a cabeça de um animal com língua de fora e olhos ocultos. A terceira apresenta um desenho semelhante a um vaso redondo. A quarta e a quinta também apresentam contornos que se assemelham a recipientes. A sexta apresenta uma cabeça humana de perfil. A sétima apresenta um rosto caricato de perfil. A oitava apresenta um animal de perfil com dentes expostos. A nona apresenta duas estruturas ovais semelhantes a duas pedras sobrepostas
Exemplos de glifos maias em ilustração vetorial.
Ícone de atividade oral.
Ícone de atividade em grupo.

3. Observe as imagens. Podemos afirmar que esses artefatos têm um caráter simbólico e textual? Por quê?

Ícone de atividade em dupla.
Observem atentamente os exemplos de glifos maias. Criem rascunhos dos seus próprios glifos dando uma fórma gráfica para cada uma das seguintes palavras:

CULTURA

COMUNIDADE

HISTÓRIA

CRENÇA

Como fazer

Com o auxílio de um graveto ou objeto pontiagudo, risquem esses desenhos sobre um pequeno pedaço de massa de modelar de formato quadrado. Exponham os trabalhos com uma legenda contendo as palavras que deram origem a cada glifo.

BRINQUEDOS ÓPTICOS

Os brinquedos ópticos foram aparelhos desenvolvidos com mecanismos que possibilitavam que imagens estáticas fossem animadas. São classificados como ópticos devido a um fenômeno em que o olho humano não é capaz de captar as imagens sequenciais isoladamente quando em movimento.

Esses brinquedos foram os precursores no desenvolvimento de técnicas para a criação do cinema e da animação. Conheça alguns deles.

Fenaquistoscópio

Ilustração em preto e branco. Um homem em pé diante de um espelho enquanto segura uma haste fixa com um objeto circular com disco giratório e desenhos semelhantes em sua superfície.
Fotografia. Destaque de um espelho mostrando a imagem de uma menina segurando um objeto circular com desenhos semelhantes em sua superfície, o qual está em movimento.
O fenaquistoscópio cria a ilusão de movimento das imagens que podem ser vistas em frente a um espelho.

Entre 1828 e 1832, o cientista belga djouséf antoãni platô (1801-1883) inventou o fenaquistoscópio, um aparelho formado por dois discos de papel, um fixo e um giratório. Um disco giratório é preso a um disco fixo por uma haste que permite seu movimento. Esse disco giratório possui entre 8 e 16 imagens ligeiramente diferentes entre si e que, no conjunto, formam um movimento específico ao olhar pelas frestas do disco em frente a um espelho.

Quando o disco giratório se move em grande velocidade, tem-se a impressão de que as imagens estão em movimento. Baseado nesse experimento, Plateau concluiu que 16 era o número ideal de imagens a serem reproduzidas por segundo.

Fenaquistoscópio. Ilustração. Um círculo dentro do qual há treze riscos que delimitam a reprodução de um casal que usa trajes formais de gala e dançam juntos. A cada reprodução, eles estão em um movimento do passo.
Fenaquistoscópio do século dezenove.
Ícone de atividade oral.
Ícone de atividade em grupo.
  1. Observem as imagens que retratam o funcionamento do fenaquistoscópio e respondam.
    1. Como é o funcionamento desse brinquedo óptico e por que as ilustrações precisam ter uma pequena diferença entre si?
    2. Expliquem como seria a ilusão de movimento dos personagens ilustrados no disco se ele girasse.

Zootrópio

Em 1834, o relojoeiro inglês (1786-1837) inventou o zootrópio ou roda-da-vida. O zootrópio é formado por um tambor circular com diversas fendas com espaçamento regular através das quais, ao girar o tambor, o espectador vê imagens em movimento em seu interior. Essas imagens são desenhos realizados em uma fita de papel e colocados dentro do tambor. Assim como no fenaquistoscópio, esses desenhos são ligeiramente diferentes entre si.

Fotografia. Fita circular com desenhos, na parte externa, de uma pessoa cavalgando. Sobre uma base redonda de madeira, há um tambor circular com fendas verticais. Na parte interna, há uma fita marrom com desenhos de círculos pretos com faixa diagonal vermelha. Esses desenhos se repetem lado a lado. Duas fitas extensas, uma abaixo da outra, que apresentam sequência de desenhos semelhantes. Na primeira, há uma pessoa que dança. Na segunda, uma pessoa com guarda-chuva caminha.
Zootrópio, com as fitas desenhadas que, ao girarem no aparelho, também davam a sensação de movimento.
Fotografia. Vista de uma estrutura arredondada preta com fendas verticais na lateral. Dentro dela, há uma fita circular branca que apresenta uma sequência de desenhos de uma pessoa com vestimenta vermelha se movimentando.
Tambor e fita com ilustrações.
Ícone de atividade oral.
Ícone de atividade em grupo.

6. Qual processo mecânico precisa ser ativado para criar as animações no fenaquistoscópio e no zootrópio?

Praxinoscópio

Logo depois, em 1877, o francês (1844-1918) foi o criador de um aparelho mais aperfeiçoado chamado de .

O solucionou duas limitações dos dispositivos anteriores: as sequências curtas de imagens e o fato de que a exibição era individual, ou seja, apenas uma pessoa de cada vez podia ver as imagens em movimento.

Émile adaptou um jogo de espelhos no interior do aparelho conferindo maior luminosidade. Também adicionou lentes e luzes, possibilitando a projeção das imagens em uma tela. Além disso, foi adaptado um sistema por onde passava uma longa tira de papel, acabando com a limitação de imagens dos outros dispositivos.

Ilustração em preto e branco. Vista lateral de uma mão impulsionando o funcionamento de um objeto com duas formas circulares compostas de fitas com desenhos e sustentadas por uma base arredondada com uma haste vertical. À frente desse objeto, há outro de uma base arredondada alta e algumas lentes acima, as quais projetam luzes e formam a imagem de uma mulher erguendo um bebê para o alto.
Ilustração demonstrando o funcionamento da projeção de imagens do .
Ícone de atividade oral.

7. Qual acessório usado no é igual ao do zootrópio?

Ícone de atividade em grupo.

8. Façam uma comparação entre o e as projeções de filmes na atualidade. Apontem suas principais semelhanças e diferenças.

Imagens em movimento: flip book

Fotografia. Destaque das mãos de uma pessoa manipulando um pequeno conjunto de três folhas que apresenta o desenho em linhas pretas de uma pessoa andando de skate.
Representação de um flip book.

Em 1868, o impressor inglês Djón Barnes Linnett patenteou o flip book, livro animado composto de um conjunto de imagens organizadas sequencialmente, no formato de um livreto. Os desenhos ou imagens variam gradualmente de uma página para outra, de tal fórma que, quando as páginas são viradas rapidamente, produz-se a sensação de movimento.

Também conhecido como folioscópio, o flip book foi visto como um “cinema de bolso”. Em alemão, é chamado de Daumenkino, que significa “cinema polegar”, já que o manuseio do objeto é feito soltando as páginas com o dedo polegar.

Fotografia. Destaque da mão de uma pessoa que manipula um conjunto de folhas com retratos em preto e branco.
Exemplo de flip book feito com fotografias sequenciais de uma cena de filme de Charles Chaplin, interpretando Carlitos. Foto de 2006.

O flip book se assemelha aos antigos rolos de películas cinematográficas, que continham as cenas decompostas em sequência. O princípio do flip book é criar uma ilusão de que as imagens estáticas estão em movimento. O que acontece é um fenômeno óptico chamado persistência retiniana, em que o cérebro gera uma ilusão de que imagens estáticas e em uma certa sequência estão, falsamente, em movimento.

Ícone de atividade oral.
Ícone de atividade em grupo.

9. Vamos testar como funciona a persistência retiniana. Observe a imagem a seguir. Fixe sua visão em um ponto próximo à borda da imagem. Explique qual foi a sensação.

Ilustração. Sobre um fundo azul, há vários círculos concêntricos com conjunto de faixas compostas por pontas de setas vermelhas, brancas e pretas, as quais se repetem em sequência. As faixas circulares se alternam com setas voltadas para direita ou para esquerda, criando a sensação de movimento.
Ilustração com efeito de ilusão de ótica.

Ao observarmos a sequência das imagens a seguir, da esquerda para a direita, a sensação que nos é transmitida é a de que o animal está correndo e saltando.

Ilustração. Sequência horizontal de um veado que se movimenta com um salto durante uma corrida.

Criando imagens sequenciais

Se essas imagens fizessem parte de um flip book, certamente teríamos a impressão de que o animal se movimenta.

Como fazer

  1. Coloque em prática a organização de imagens sequenciais usadas em um flip book. Comece escolhendo o tema. Pode ser um animal correndo ou um ser humano caminhando, da esquerda para a direita.
  2. córte uma tira de papel com cêrca de 30 centímetros de comprimento por 10 centímetros de altura. Trace separações na tira formando de 8 a 10 espaços.
  3. Em cada “espaço” desenhe o movimento da figura escolhida mantendo uma sequência. A ideia é que, ao olhar da esquerda para a direita, os desenhos apresentem fluidez.

VAMOS FAZER

Flip book

Criar um flip book não exige grandes recursos. Basta ter papéis, lápis, uma boa ideia e planejamento para decompor o movimento do tema escolhido.

Fotografia. Destaque da mão de uma pessoa que segura um conjunto de folhas abertas e apresenta um desenho em linhas pretas de uma pessoa caminhando.

Material

  • Bloco de papel.
  • Lápis grafite.

Como fazer

  1. Comece pensando em algo que gere a ilusão de movimento.
  2. Escolha o tema desejado. Pode ser um animal se movimentando, uma fruta sendo comida, uma semente brotando, um carro em movimento. O tema é livre, desde que seja fácil para que você desenhe.

Continua

Continuação

3. Esta etapa deve ser feita com cautela e cuidado. Comece desenhando pela última folha do bloco, e não pela primeira. Dessa fórma, você conseguirá controlar o lugar exato onde o próximo desenho deverá ser feito. A dica é fazer a figura bem no centro de cada folha.

Ilustração. Destaque das mãos de uma pessoa que faz um desenho a lápis no interior de um conjunto de folhas amarelas. O desenho é a silhueta da cabeça e do pescoço de uma pessoa

4. Decompor o movimento requer atenção e paciência. Cada desenho precisa representar uma mudança suave de movimento. Quanto mais desenhos houver para a sequência, melhor o resultado do movimento ao folhear o bloco. Seu flip book deve ter pelo menos 30 desenhos.

Ilustração. Conjunto de seis quadros horizontais emoldurado em linhas pretas grossas. Neles, há uma sequência do desenho de uma personagem que levanta uma das pernas e os braços até formar, no último quadro, um ângulo de noventa graus com o chão.
  1. Agora é hora de ver o resultado da sua animação. Segure o bloco de papel e, com o auxílio do polegar, comece a folhear seu flip book do fim para o começo.
  2. Compartilhe os resultados com a turma. Se possível, filme o flip book em ação e publique nas redes sociais.

DO CINEMA ÀS ANIMAÇÕES

A infância de muitas pessoas é certamente marcada pelas animações. Essa técnica que conta histórias e dá vida a personagens teve seu início no começo do século vinte e está presente até hoje na TV e no cinema.

Fotografia em preto e branco número 1. Um homem de paletó e chapéu escuros está parado com o tronco curvado para a frente e diante de um móvel alto de madeira e observa por uma pequena estrutura na parte superior da peça. Ele segura um objeto com fios claros cujas extremidades estão colocadas em seus ouvidos.
Ilustração em preto e branco número 2. Um homem de veste preta e bigodes longos para baixo está parado diante de uma estrutura semelhante a um cavalete que apresenta maquinário na parte superior e na qual ele aciona uma pequena manivela
[1] O cinetoscópio era um dispositivo que permitia que uma pessoa por vez visse uma pequena cena através de um visor ao girar uma manivela. [2] Ilustração de um cinematógrafo, inventado pelos franceses luí e Oguíst Limiérr, em 1895.

Em 1895, os engenheiros e irmãos Oguíste e Luí Limiérr apresentaram em Paris o cinematógrafo, uma versão aperfeiçoada do cinetoscópio, desenvolvido por Thomas Edison (1847-1931) e (1860-1935).

Diferente do aparelho de Thomas Edison, que apenas registrava as imagens em uma película, o cinematógrafo era uma máquina de filmar, de revelar a película e projetar as imagens. Nascia, assim, o cinema.

Cartaz. Em destaque, muitas pessoas estão paradas e conversando próximas de uma porta com batente marrom. Na parte superior, texto escrito: “CINÉMATOGRAPHE LUMIÈRE”.
Cartaz divulgando a exibição de cinema com o cinematógrafo de Limiér. grân Café, em Paris. França, 1896.

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Transcrição do áudio

Animações

Locutor: Animações.

Efeitos sonoros

Locutor: Não é muito difícil reconhecer os sons que você acabou de ouvir. Eles causam até uma certa alegria na gente, não é mesmo? Isso porque são efeitos sonoros de desenhos animados.

E é tanta variedade, são tantos assuntos, personagens e técnicas utilizadas para produzir um desenho animado que todo mundo acaba tendo o seu preferido.

Efeitos sonoros

Locutor: Você sabe qual foi a primeira animação da história do cinema? Se você respondeu um desenho do Mickey Mouse, errou. O pioneiro é Fantasmagorie, um curta-metragem concebido pelo desenhista francês emíl cól em 1908, ou seja, 20 anos antes de a primeira animação do Mickey estrear. Realizado a partir de 700 desenhos, Fantasmagorie é uma produção bastante simples, de

apenas um minuto e 40 segundos, mas que demorou 5 meses para ser finalizada. A animação conta a história de um palhaço feito de palitinhos que contracena com uma série de objetos, pessoas e animais.

E você sabia que temos até um desenhista brasileiro que antecedeu

Walt Disney em animações?

O cartunista Seth, apelido de Álvaro Martins, teve seu curta animado chamado O Kaiser exibido em um cinema da Cinelândia, no Rio de Janeiro, em 1917. O desenho era uma sátira ao imperador alemão e rei da Prússia, Guilherme II. Infelizmente não há uma cópia preservada desse curta.

A animação mais antiga brasileira preservada é de 1929, de João Stamato. Macaco Feio, Macaco Bonito conta a história de um macaco que foge do zoológico e causa muita confusão. Já Sinfonia Amazônica, de 1953, é considerado o primeiro longa-metragem de animação do Brasil e contou com nada menos que 500 mil desenhos feitos por Anélio Latini Filho. Essa animação foi feita em preto e branco, já que o desenho colorido só chegou em 1972 com Piconzé, produzido por Ypê Nakashima.

De lá para cá, a animação brasileira não parou de crescer e ganharnespaço. Tanto que o talento dos animadores brasileiros foi até, digamosnassim, exportado para grandes estúdios. É o caso de Guilherme Jacinto, que trabalhou em desenhos como Wall-E, Up – AltasnAventuras, Valente e Toy Story. E de Carlos Saldanha, que dirigiu asnanimações Rio e Era do Gelo.

Vinheta musical

Locutor: Para criar uma animação, existem várias técnicas disponíveis, tanto as mais tradicionais como as mais tecnológicas. Animação em 2D ou 3D, whiteboard, rotoscopia, tipografia são alguns exemplos dessas técnicas. Mas a animação em stop motion talvez seja uma das mais acessíveis, ou seja, mais fácil para você experimentar fazer em casa.

Usando personagens e objetos feitos de massinha, ou mesmo bonecos que tenham movimento, essa técnica nada mais é do que a união de várias fotos de um mesmo ponto, mas com pequenas modificações na posição dos objetos, para passar uma ideia de movimento. Ou seja, a cada movimento do personagem, tira-se uma foto nova. E a apresentação dessas fotos em sequência é que dá essa impressão de animação. Filmes como A fuga das galinhas, Frankenweenie e ParaNorman, Shaun, o carneiro e A noiva cadáver são alguns dos filmes que usam essa técnica.

Depois dessas dicas todas, você se animou? Que tal tentar fazer um curta de animação na sua casa, com seus amigos?

Locutor: Créditos. Todos os áudios inseridos neste conteúdo são da Freesound.

Cena de animação. Em um fundo escuro, está um desenho com linhas grossas em branco de um personagem sentado sobre um cavalo.
Imagem da animação Fantasmagorie, a primeira animação da história, em 1908.

Considerado o primeiro desenho animado da história do cinema, Fantasmagorie é um curta-metragem concebido pelo desenhista francês emíl cól (1857-1938), em 1908. Realizado a partir de 700 desenhos, Fantasmagorie é uma produção bastante simples de apenas 1 minutos 40 Sul, cuja realização levou cêrca de 5 meses. Conta a história de um palhaço feito de palitinhos que contracena com uma série de objetos, pessoas e animais.

Ícone de atividade oral.
Ícone de atividade em grupo.
  1. O que explica a quantidade de 700 desenhos para produzir uma animação curta com menos de 2 minutos?
  2. Para ampliar a discussão sobre desenho animado, siga as orientações. Relembre qual desenho animado mais marcou sua infância e qual a história central dessa animação. Pergunte a um familiar ou a alguém que tenha 40 anos ou mais qual era o desenho animado a que essa pessoa gostava de assistir na infância e como era a história. Façam dois cartazes coletivos com uma lista das animações favoritas dos entrevistados e uma lista das animações favoritas da turma. Se possível, pesquisem e anexem imagens dessas animações. Discutam as mudanças técnicas das animações, o estilo dos desenhos e se as histórias têm algo em comum.

Para ampliar

Globo livros. O livro do cinema. São Paulo: Editora Globo, 2017. A obra explora de fórma ampla e diversificada personagens, diretores, roteiros e temas de mais de cem filmes produzidos.

Stop motion

Semelhante aos brinquedos ópticos, a técnica de animação em stop motion parte do princípio de registrar, quadro a quadro, os movimentos de um objeto discretamente manipulado. Na edição, a transição dessas imagens é acelerada para criar um efeito animado que, normalmente, necessita de cêrca de 24 quadros fixos por segundo. Bonecos articulados ou de massa de modelar são alguns dos recursos comumente utilizados nesse tipo de animação, pela facilidade no processo de manipulação.

Cena de animação. Sobre um gramado verde, dois carneiros com pele escura e pelagem branca estão parados lado a lado e mostrando os dentes. Encostada em um deles que possui pelagem bem volumosa, há uma personagem em tons de azul, lilás e roxo. Ela está com os olhos fechados e sorrindo. Ao fundo, outro carneiro observa atrás de uma árvore. O céu está azul.
Cena da animação em stop motion de Shaun, O Carneiro: A Fazenda Contra-Ataca, de e . Reino Unido/Estados Unidos da América/França, 2019. (86 minutos).
Cena de filme em preto e branco. À direita, um dinossauro de corpo robusto e longo pescoço se alimenta das folhas de uma árvore. À esquerda, uma pessoa em tamanho bem menor e vestindo roupas claras observa parada ao lado do tronco de uma árvore.
Cena do filme O mundo perdido, do diretor , pioneiro pelo uso de efeitos especiais em stop motion. Estados Unidos, 1925. (66 minutos).

O filme O mundo perdido estreava nos cinemas em 1925, causando grande impacto no público em razão dos efeitos visuais bastante avançados para a época. A produção de Hollywood conta a história de um mundo perdido localizado no Brasil onde, de acordo com o roteiro, ainda viviam dinossauros. Além da exuberância da natureza da selva amazônica, o que chamou a atenção foram as cenas de dinossauros, que ganhavam vida por meio da técnica em stop motion.

Para ampliar

COELHO, Raquel. Arte da animação. São Paulo: Formato, 2004. A autora oferece informações sobre a origem e a evolução da manifestação artística, além de apresentar várias técnicas de filmes que utilizaram a animação como recurso de enriquecimento gráfico.

Com o passar dos anos, outras tecnologias foram aperfeiçoando a produção de animações em stop motion, como os recursos digitais.

Frankenweenie é um filme de 2012, do diretor estadunidense Tim Bãrton (1958-), em que os personagens eram bonecos articuláveis. Além do trabalho minucioso da animação, destacam-se os figurinos e os cenários bastante elaborados que enriquecem o resultado final. Na história, o garoto Vítor faz uma experiência científica para trazer seu cãozinho Sparky de volta.

Fotografia. À direita, vista lateral de um homem usando óculos de grau, camiseta verde-claro sobre uma blusa de mangas compridas pretas. Ele está com o tronco inclinado para frente e diante de uma ampla bancada na qual manipula um boneco delicadamente. Ao seu lado, alguns equipamentos e luzes. À esquerda, um teto cinza, baixo e inclinado na diagonal sobre a mesa.
Animador no set de animação do filme Frankenweenie.
Cartaz. Imagem em preto e branco que apresenta em primeiro plano um cachorro com pele clara arranhada, olhos bem abertos e orelhas pontiagudas pretas. Ele está em cima de um morro com gramado. Em segundo plano, à direita, há um menino de camiseta branca e listras horizontais pretas; à esquerda, um homem de cabelos e calça pretos segurando uma pá sobre as costas; um pouco atrás dele, uma mulher loira segurando um gato branco. Ao fundo, há uma lua cheia grande na parte central e algumas nuvens escuras passando sobre ela. Na parte superior, há um texto em inglês que em português significa: DO DIRETOR DE ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS. Na parte inferior, texto: 'Um filme de Tim Burton. Disney. FRANKENWEENIE'. Abaixo, textos menores com informações técnicas do filme.
Cartaz da animação Frankenweenie, refilmagem em stop motion do filme do diretor Tim Bãrton de 1984. Estados Unidos, 2012. (87 minutos).

Criando uma animação em stop motion

Agora, a proposta é que seja feita uma experimentação, em grupo, da técnica em stop motion.

Como fazer

  1. Cada grupo utilizará um boneco que possa parar em pé, ou mesmo um personagem criado com massa de modelar.
  2. Usando um smartphone, fotografem os movimentos do boneco por, no mínimo 100 vezes, fazendo com que ele caminhe lentamente em cada imagem.
  3. Unam essas imagens com o auxílio de um aplicativo de criação de vídeos a partir de fotografias.
  4. Compartilhem as produções com os colegas e, se possível, exibam para que todos possam assistir juntos.

VAMOS CONHECER MAIS

O menino e o mundo

Cena de animação. Um menino de cabeça circular branca, olhos em linhas pretas retas na vertical e corpo composto por riscos finos. Ele usa shorts preto e camiseta branca e vermelhas com listras horizontais. Está em pé sobre sobre um tronco arredondado de árvore cortada.  Ao fundo, vista parcial de outros troncos cortados
O menino e o mundo, animação brasileira dirigida por Alê Abreu, de 2013.

O filme de animação O menino e o mundo (2013), dirigido por Alê Abreu (1971-), é uma das mais celebradas produções brasileiras em animação.

Para criar o roteiro do filme, o diretor Alê Abreu realizou um projeto de pesquisa sobre a história da América Latina. Ele percorreu diversos países pesquisando e estudando a história, a cultura e a música. Durante esse processo, fez muitas anotações, rascunhos e desenhos. Nesse período, surgiu a ideia de fazer uma animação sobre um menino, que se concretizou nos anos seguintes, inspirada nas viagens de Alê e na música latino-americana.

A animação O menino e o mundo conta a história de um menino que faz uma incrível viagem pelo mundo, motivado pelas saudades do pai, que um dia saiu de casa e partiu de trem em busca de trabalho, pois sua pequena plantação não era mais suficiente para sustentar a família. O filme tem poucos diálogos, que são falados em português, mas com palavras invertidas. Por exemplo, a palavra “menino” aparece como “oninem” e a palavra “adeus” é dita como “sueda”.

Cena de filme. Em primeiro plano, à esquerda, há um pássaro de penas verdes e bico grosso laranja pousado sobre um galho. À direita, um tronco alto e colorido localizado às margens de um rio. Ao centro e ao fundo, do outro lado do rio, um menino de cabeça circular branca, olhos em linhas pretas retas na vertical e corpo composto por riscos finos. Ele usa shorts preto e camiseta branca e vermelhas com listras horizontais. Está sobre um gramado verde e olhando para o lado. A cena é bem colorida, mas predomina os tons de verde, vermelho e laranja.
Cena do filme O menino e o mundo em que são utilizadas texturas com diferentes materiais gráficos.

Para ampliar

O menino e o mundo. Direção: Alê Abreu. Brasil, 2014. Obra de animação, que emociona e envolve crianças, jovens e adultos na trama fantástica de um menino que sofre pela saudade e pela falta do pai, resolvendo, portanto, deixar a aldeia.

Os desenhos apresentam traços fortes, coloridos e diferentes texturas, com o uso de técnicas mais manuais, como pintura com lápis de cera, canetas hidrográficas e tintas. Além do cuidado com a imagem, a trilha sonora da animação traz o grupo brasileiro Barbatuques, que explora sons produzidos com o corpo.

Criando um storyboard

Um dos recursos técnicos utilizados no cinema e também em animações é o storyboard, que é basicamente um planejamento de como serão as cenas gravadas ou animadas, experimentando com rascunhos os enquadramentos, como os personagens e os cenários aparecerão nas cenas etcétera Observe o exemplo a seguir:

Fotografia. Destaque das mãos de uma pessoa desenhando de preto diferentes quadros horizontais em uma folha branca.
Exemplo de planejamento de storyboard.

Como fazer

  1. O personagem principal da animação O menino e o mundo possui traços bastante simples. Usando o desenho desse menino, crie um storyboard de 6 enquadramentos que mostre uma cena em que ele passe por alguma aventura em uma viagem pelo mundo.
  2. Planeje os enquadramentos da cena e recorra aos materiais usados nas ilustrações do filme, como lápis de cor, canetas hidrográficas e tintas para os cenários.
  3. Lembre-se de que não se trata de uma história em quadrinhos, portanto, não haverá balões de fala. Apesar disso, as imagens precisam contar uma história.
Versão adaptada acessível

Como fazer

  1. O personagem principal da animação O menino e o mundo possui traços bastante simples. Usando uma representação desse menino, crie um storyboard de 6 enquadramentos que mostre uma cena em que ele passe por alguma aventura em uma viagem pelo mundo.
  2. Planeje os enquadramentos da cena e recorra a materiais convenientes a você para a criação dos cenários.
  3. Lembre-se de que não se trata de uma história em quadrinhos, portanto, não haverá balões de fala. Apesar disso, as representações precisam contar uma história.
Ilustração. Dispostos na diagonal, três triângulos verdes contornado por outro de fio rosa apontam para a direita

eu vou APRENDER Capítulo 2

Criação e registro textual

A música pode ser ouvida e apreciada ao mesmo tempo que é tocada.

O registro escrito é um recurso possível para se transmitir ou ensinar uma música. A partitura é uma forma de registro “físico” que busca representar, por meio de símbolos, o que se deve tocar em determinado instrumento.

Ilustração. Notas musicais espalhadas na página.
Reprodução de partitura. Detalhe de uma partitura que apresenta na parte superior e inscrição 'CAI CAI BALÃO'. No canto direito, está a indicação: 'folclore'. Na parte inferior, três conjuntos de cinco linhas retas horizontais e paralelas formando quatro espaços brancos. Sobre eles, diversas notas musicais em diferentes posições e, abaixo delas, a separação das sílabas escritas que acompanham as notas. Pauta 1: 'CAI, CAI, BA- LÃO. CAI, CAI, BA-LÃO NA Pauta 2: RU-A DO SA – BÃO. NÃO CAI NÃO, NÃO CAI NÃO. NÃO CAI NÃO. Pauta 3: CAI A-QUI NA MI-NHA MÃO!
Detalhe da partitura de “Cai cai balão”. Tradição popular.
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1. Com base na partitura reproduzida anteriormente, explique por que podemos concluir que a música possui uma linguagem própria.

Fotografia. Vista parcial e de costas de um rapaz de camisa xadrez vermelha e preto e chapéu. Ele está sentado diante de uma mesa de som com muitos botões e próxima de uma tela de computador grande que apresenta gráficos e faixas. Há pontos de iluminação apenas na mesa de som.
Músico trabalhando em uma mesa de som utilizando recursos digitais para visualização e edição de som.

Atualmente, gravações de áudio e vídeo são importantes meios de registro musical. O resultado de produções sonoras gravadas traz mais clareza e melhor percepção dos sons representados no pentagrama musicalglossário , pois, além do registro musical escrito na partitura, temos as gravações que ajudam no conhecimento e na divulgação da música.

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2. Por que podemos afirmar que, atualmente, o acesso à música é mais fácil do que antigamente?

Esse processo está em transformação porque a tecnologia se atualiza constantemente. Com o surgimento de novos instrumentos, novas tecnologias, novas sonoridades, tornou-se necessário pensar e criar outras possibilidades de notação, ou seja, novas escritas musicais.

Fotografia. Vista lateral de um homem de cabelos e barbas encaracolados pretos, vestindo terno escuro sobre camisa branca. Ele toca violino diante de um atril, no qual há uma partitura impressa e outra em um tablet.
Músico lendo partituras convencionais e em tablet.
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3. Além de ser percebida pela audição, de que maneiras podemos registrar e perceber a música pela visão?

NOTAÇÃO MUSICAL

Notação musical é o nome dado a um sistema de escrita por meio do qual os sons e silêncios, com suas durações e dinâmicas, são representados por símbolos gráficos. Ou seja, a notação musical representa, por escrito, todos os fenômenos sonoros que um compositor ou arranjador deseja transmitir a um intérprete. Trata-se, portanto, de uma maneira de instruir o executante sobre o que e como ele deve tocar ou entoar.

A seguir, conheça a função de cada um dos profissionais que fazem parte da criação de uma música.

Arranjador: profissional que, a partir de uma música, propõe modificações de elementos relacionados à instrumentação, ao estilo ou ao gênero, que constituem um novo arranjo musical.

Compositor: aquele que compõe, que é autor de uma música.

Intérprete: aquele que executa uma música, cantando ou tocando um instrumento musical.

Uma busca constante na história da música tem sido como descrever e registrar o acontecimento musical. Hoje, na música ocidental, além da partitura convencional, existem popularmente outros tipos de notação musical, como a cifra e a tablatura. Observe a seguir exemplos de tipos de notação.

Reprodução de partitura. Detalhe de uma partitura que apresenta na parte superior a inscrição 'TRÊS APITOS'. No canto direito, está a indicação: 'Noel Rosa'. Na parte inferior, cinco conjuntos de cinco linhas retas horizontais e paralelas formando quatro espaços brancos, as pautas. Sobre eles, diversas notas musicais em diferentes posições.
Trecho de partitura convencional da música "Três apitos", de Noel Rosa, cêrca de 1931.

Note que, quanto mais grave for o som, mais baixo a nota é representada nas linhas do pentagrama.

Ilustração. Sobre um fundo azul, cinco linhas retas horizontais e paralelas formando quatro espaços em branco. Sobre as linhas, são apresentados círculos em diferentes posições, da parte inferior esquerda para a parte superior direita. Fora dos grupos de linhas, à esquerda, há uma seta que aponta de cima para baixo com a indicação 'GRAVE'; à direita, há uma seta que aponta de baixo para cima com a indicação 'AGUDO'.
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4. Em sua opinião, por que no pentagrama musical é atribuída a posição mais baixa para as notas mais graves e a posição mais alta para as mais agudas?

Cifra de música. Três Apitos (Noel Rosa)
Intro em part/tab abaixo
Quando o apito
No final do verso, há a letra bê maiúscula, a letra bê minúscula e o número seis, que significa Si bemol seis.
Da fábrica de tecidos
Acima de ‘fábrica de’, há a letra bê maiúscula, a letra bê minúscula, uma barra na diagonal, a letra a maiúscula e a letra a minúscula, que significa Si bemol com o baixo em Lá bemol.
Após o verso, há a letra é maiúscula, a letra bê minúscula, o número sete, o sinal de mais, uma barra na diagonal e a letra gê maiúscula, que significa Mi bemol com a sétima maior com o baixo em Sol.
Vem ferir os meus ouvidos
Acima de ‘ferir os meus’, há a letra é maiúscula, a letra bê minúscula, a letra ême minúscula, o número seis, uma barra na diagonal, a letra gê maiúscula e a letra bê minúscula, que significa Mi bemol menor seis.
Acima de ‘ouvidos’ há a letra bê maiúscula, a letra bê minúscula, uma barra na diagonal e a letra éfe, que significa Si bemol com o baixo em Fá.
Após o verso, há a letra gê maiúscula, a letra ême minúscula e o número sete, que significa Sol menor sete.
Eu me lembro de você
Acima de ‘me’ há a letra cê maiúscula, o número sete e o número nove, que significa Dó sete nove.
Acima de ‘lembro de’ há a letra bê maiúscula, o número sete e o número 9, que significa Si sete nove.
Acima de ‘você’ há a letra bê maiúscula, a letra bê minúscula e o número seis, que significa Si bemol seis.
Após o verso há a letra éfe maiúscula, o número sete, a palavra sus e o número quatro, que significa Fá sete suspenso quatro; a letra éfe maiúscula e o número sete, que significa Fá sete.
Mas, você anda
Acima de ‘você anda’ há a letra bê maiúscula, a letra bê minúscula e a palavra sus, que significa Si bemol suspenso.
Sem dúvida, bem zangada
Acima de ‘dúvida, bem’ há a letra bê maiúscula, a letra bê minúscula, o número 7, a letra bê minúscula, o número nove e o número treze, que
Acima de ‘zangada’ há a letra é maiúscula, a letra bê minúscula, o número 7, o sinal de mais, uma barra na diagonal, a letra bê maiúscula e a letra bê minúscula, que significa Mi bemol com a sétima maior com o baixo em Si bemol.
E está interessada
No início do verso há a letra é maiúscula, a letra ‘bê’ minúscula, a letra ‘ême minúscula, o número sete, o sinal de mais, uma barra na diagonal, a letra bê maiúscula e a letra bê minúscula, que significa Mi bemol menor com a sétima maior com o baixo em Si bemol.
Acima de ‘interessada’ há a letra é maiúscula, a letra bê minúscula, a letra ême minúscula, o número seis, uma barra na diagonal, a letra bê maiúscula e a letra bê minúscula, que significa Mi bemol menor seis com o baixo em Si bemol.
Após o verso há a letra a maiúscula, a letra bê minúscula e o número seis, que significa Lá bemol seis, e a letra gê maiúscula, o número sete, a letra bê minúscula e o número treze, que significa Sol sete bemol treze.
Em fingir que não me vê
Acima de ‘fingir que’ há a letra cê maiúscula, o número sete e o número nove, que significa Dó sete nove.
Acima de ‘não me’ há a letra éfe maiúscula, o número sete e o número treze, que Fá sete treze.
Após o verso há a letra bê maiúscula, a letra bê minúscula e o número seis, que significa Si bemol seis e a letra cê maiúscula, a letra ême minúscula e o número seis, que significa Dó menor seis.
Você que atende ao apito
Acima de ‘ao apito’ há a letra dê maiúscula, a letra ême minúscula, o número 7, a letra bê minúscula e o número cinco, que significa Ré menor sete bemol cinco.
De uma chaminé de barro
Acima de ‘chaminé’ há a letra gê maiúscula, o número sete, a letra bê minúscula e o número treze, que significa Sol sete bemol treze.
Após o verso há a letra cê maiúscula, a letra ême minúscula, o número sete e o número nove, que significa Dó bemol sete nove.
Por que não atende ao grito, tão aflito
Acima de ‘não atende’ há a letra é maiúscula, a letra bê minúscula, a letra ême minúscula e o número seis, que significa Mi bemol menor seis.
Acima de ‘grito, tão aflito’ há a letra bê maiúscula, a letra bê minúscula, o número seis, o número nove, uma barra na diagonal e a letra gê maiúscula, que significa Si bemol seis nove com o baixo em Sol.
Da buzina do meu carro?
Acima de ‘Da buzina do meu’, há a letra a maiúscula, a letra bê minúscula, a letra ême minúscula, o número seis, que significa Lá bemol menor seis, espaço, a letra gê maiúscula, a letra ême minúscula, o número seis, que significa Sol menor seis, espaço, a letra éfe e o número sete, que significa Fá sete.
Acima de ‘carro’, há a letra bê maiúscula, a letra bê minúscula e o número seis, que significa Si bemol seis.
Após o verso há a letra éfe maiúscula, o número sete, a palavra sus e o número quatro, que significa Fá sete suspenso quatro, espaço, a letra éfe maiúscula e o número sete, que significa Fá sete.
Você, no inverno
Acima de ‘inverno’ há a letra bê maiúscula, a letra bê minúscula e o número seis, que significa Si bemol seis.
Sem meias, vai pro trabalho
Acima de meias há a letra bê maiúscula, a letra bê minúscula, uma barra na diagonal, a letra a maiúscula e a letra b minúscula, que significa Si bemol com o baixo em Lá bemol.
Acima de ‘trabalho’ há a letra é maiúscula, a letra bê minúscula, o número sete, o sinal de mais, uma barra na diagonal e a letra gê maiúscula, que significa Mi bemol sete com o baixo em Sol.
Não faz fé com agasalho
Acima de ‘faz fé com’ há a letra é maiúscula, a letra bê minúscula, a letra ême minúscula, o número seis, uma barra na diagonal, a letra gê maiúscula e a letra bê minúscula, que significa Mi bemol menor seis, com o baixo em Sol bemol.
Após o verso há a letra bê maiúscula, a letra bê minúscula, uma barra na diagonal, a letra éfe maiúscula, que significa Si bemol com o baixo em Fá, espaço, a letra gê maiúscula, a letra ême minúscula e o número sete, que significa Sol menor sete.
Nem no frio você crê
Acima de ‘no frio’ há a letra cê maiúscula, o número sete e o número nove, que significa Dó sete, nove.
Acima de ‘você crê’ há a letra bê maiúscula, o número sete e o número 9, que significa Si sete nove.
Após o verso há a letra bê maiúscula, a letra bê minúscula, o número seis, que significa Si bemol seis, espaço, a letra cê maiúscula, a letra ême minúscula e o número seis, que significa Dó menor seis.
Cifra de música. Três Apitos (Noel Rosa). Continuação.
Mas, você é mesmo
Acima de ‘mesmo’ há a letra bê maiúscula, a letra bê minúscula e a palavra ‘sus’, que significa Si bemol suspenso.
Artigo que não se imita
Acima de ‘que não se’ há a letra bê maiúscula, a letra bê minúscula, o número sete, a letra bê minúscula, o número nove e o número treze, que significa Si bemol sete, bemol nove, treze.
Após o verso há a letra é maiúscula, a letra bê minúscula, o número sete, o sinal de mais, uma barra na diagonal, a letra bê maiúscula e a letra bê minúscula, que significa Mi bemol com a sétima maior com o baixo em Si bemol.
Quando a fábrica apita
Acima de ‘Quando a’ há a letra bê maiúscula, a letra bê minúscula, a letra ême minúscula, o número sete, o sinal de mais, uma barra na diagonal, a letra bê maiúscula e a letra bê minúscula, que significa Si bemol menor com a sétima maior com o baixo em Si bemol.
Acima de ‘fábrica apita’ há a letra é maiúscula, a letra bê minúscula, a letra ême minúscula, o número seis, uma barra na diagonal, a letra bê maiúscula e a letra bê minúscula, que significa Mi bemol menor seis com o baixo em Si bemol.
Após o verso há a letra a maiúscula, a letra bê minúscula, o número seis, que significa Lá bemol seis, espaço, a letra gê maiúscula, o número sete, a letra bê minúscula e o número treze, que significa Sol sete bemol treze.
Faz reclame de você
Acima de ‘reclame’ há a letra cê maiúscula, o número sete e o número nove, que significa Dó sete nove.
Acima de ‘você’ há a letra éfe maiúscula, o número sete e o número treze, que significa Fá sete treze.
Após o verso há a letra bê maiúscula, a letra bê minúscula e o número seis, que significa Si bemol seis.
Nos meus olhos você vê
Após o verso há a letra dê maiúscula, a letra ême minúscula, o número sete, a letra bê minúscula e o número cinco, que significa Ré menor sete bemol cinco.
Que eu sofro cruelmente
Acima de ‘sofro’ há a letra gê maiúscula, o número sete, a letra bê minúscula e o número treze, que significa Sol sete bemol treze.
Acima de ‘cruelmente’ há a letra cê maiúscula, a letra ême minúscula, o número sete e o número nove, que significa Dó menor sete nove.
Com ciúmes do gerente, impertinente
Acima de ‘ciúmes do gerente’ há a letra cê maiúscula, a letra ême minúscula, o número sete, a letra bê minúscula e o número cinco, que significa Dó menor sete bemol cinco, espaço, a letra é maiúscula, a letra bê minúscula, a letra ême minúscula e o número seis, que significa Mi bemol menor seis.
Acima de ‘impertinente’ há a letra bê maiúscula, a letra bê minúscula, o número seis, o número nove, uma barra na diagonal e a letra gê maiúscula, que significa Si bemol seis nove com o baixo em Sol.
Que dá ordens a você
Acima de ‘ordens’ há a letra gê maiúscula, a letra ême minúscula e o número seis, que significa Sol menor seis.
Acima de ‘a’ há a letra éfe maiúscula e o número sete, que significa Fá sete.
Após o verso há a letra bê maiúscula, a letra bê minúscula e o número seis, que significa, Si bemol seis, espaço, letra éfe maiúscula, que significa Fá, espaço, letra éfe maiúscula, uma barra na diagonal, a letra é maiúscula e a letra bê minúscula, que significa Fá com o baixo em Mi bemol.
Sou do sereno,
Acima de ‘sereno’ há a letra bê maiúscula, a letra bê minúscula, uma barra na diagonal e a letra dê maiúscula, que significa Si bemol com o baixo em Ré.
Poeta muito soturno
Acima de ‘poeta’ há a letra bê maiúscula, a letra bê minúscula, o número sete, uma barra na diagonal e a letra dê maiúscula, que significa Si bemol sete com o baixo em Ré.
Acima de ‘soturno’ há a letra a maiúscula, a letra bê minúscula, o número sete, o sinal de mais, o número nove, uma barra na diagonal e a letra cê maiúscula, que significa Lá bemol com a sétima maior e nona com o baixo em Dó.
Vou virar guarda-noturno
Acima de ‘virar guarda’ há a letra bê maiúscula, o número sete, o sinal de mais, o número nove, uma barra na diagonal, a letra dê maiúscula e o símbolo de hashtag, que significa Si com a sétima maior e nona com o baixo em Ré sustenido.
Após o verso há a letra bê maiúscula, a letra bê minúscula, o número sete, o sinal de mais, o número nove, uma barra na diagonal e a letra dê maiúscula, que significa Si bemol com a sétima maior e nona com o baixo em Ré.
E você sabe porque
Acima de ‘sabe’ há a letra gê maiúscula, a letra ême minúscula e o número seis, que significa Sol menor seis.
Acima de ‘porque’ há a letra éfe maiúscula e o número sete, que significa Fá sete.
Após o verso há a letra bê maiúscula, a letra bê minúscula e o número seis, que significa Si bemol seis.
Mas, você não sabe
Acima de ‘mas’ há a letra éfe maiúscula e o número sete, que significa Fá sete.
Acima de ‘sabe’ há a letra bê maiúscula, a letra bê minúscula e a palavra sus, que significa Si bemol suspenso.
Que enquanto você faz planos
Acima de ‘enquanto você’ há a letra bê maiúscula, a letra bê minúscula, o número sete, a letra b minúscula, o número nove e o número treze, que significa Si bemol sete bemol nove treze.
Acima de ‘planos’ há a letra é maiúscula, a letra bê minúscula, o número sete, o sinal de mais, uma barra na diagonal, a letra bê maiúscula e a letra bê minúscula, que significa Mi bemol com a sétima maior com o baixo em Si bemol.
Faço junto do piano
Acima de ‘Faço junto’ há a letra é maiúscula, a letra bê minúscula, a letra ême minúscula, o número sete, o sinal de mais, uma barra na diagonal, a letra bê maiúscula e a letra bê minúscula, que significa Mi bemol menor com a sétima maior com o baixo em Si bemol.
Acima de ‘do piano’ há a letra é maiúscula, a letra bê minúscula, a letra ême minúscula, o número seis, uma barra na diagonal e duas letras bês minúsculas, que significa Mi bemol menor seis com o baixo em bemol bemol.
Após o verso há a letra bê maiúscula, a letra bê minúscula, o número seis, que significa Si bemol seis, espaço, a letra gê maiúscula, o número sete, a letra bê minúscula e o número nove, que significa Sol sete bemol nove.
Estes versos pra
Acima de ‘estes’ há a letra gê maiúscula, a letra ême minúscula e o número seis, que significa Sol menor seis.
Acima de ‘versos’ há a letra éfe maiúscula e o número sete, que significa Fá sete.
Você
Acima de ‘você’ há a letra bê maiúscula, a letra bê minúscula e o número seis, que significa Si bemol seis.
Após o verso há a letra cê maiúscula, a letra ême minúscula, o número sete, a letra bê minúscula, o número cinco, que significa Dó menor sete bemol cinco, espaço, a letra gê maiúscula, a letra bê minúscula, o número sete,  que significa Sol bemol sete, espaço, a letra bê maiúscula, a letra bê minúscula, o número seis, o número nove, uma barra na diagonal, a letra dê maiúscula, o símbolo de hashtag, que significa Si bemol seis nove com o baixo em Ré sustenido, espaço, a letra bê maiúscula, a letra bê minúscula, o número seis e o número nove, que significa Si bemol seis nove.

As cifras são um sistema de representação musical baseado em letras, acrescidas de números e símbolos gráficos, que indicam os acordes utilizados em uma música. Cada uma das 7 letras representa uma nota musical, ou seja, um acorde. Veja a seguir.

A = Lá

B = Si

C = Dó

D = Ré

E = Mi

F = Fá

G = Sol

Ícone de atividade oral.
Ícone de atividade em grupo.

5. Escolham um trecho da cifra de “Três apitos” e identifiquem as notas musicais usadas nele.

Propriedades do som

Reprodução de partitura. Uma partitura que apresenta na parte superior a inscrição: TRÊS APITOS'. Abaixo, está a indicação 'Noel Rosa'. Apresenta dois conjuntos de linhas retas paralelas e horizontais com diferentes notas musicais.
Trecho da partitura convencional e tablatura da música "Três apitos", de Noel Rosa, cêrca de 1931.

Na partitura convencional, são utilizados pautas, claves, notas e espaços como fórma de representar graficamente valores e duração das notas musicais. Essa escrita musical está orientada de acordo com certas propriedades do som, mais especificamente a altura e a duração das notas, que são registradas no pentagrama ou pauta, um conjunto de cinco linhas e quatro espaços. Vamos relembrar alguns elementos formais na música. Cada nota tem duas características básicas: a duração e a altura.

Altura: refere-se a um som grave ou a um som agudo.

Duração: refere-se à fração de tempo em que um som ou um silêncio se sustentam, podendo ser mais longa ou mais breve.

Experimentando altura e duração de notas

Que tal experimentar, na prática, a altura e a duração ao cantar uma música?

Como fazer

  1. Dividam-se em grupos e escolham um pequeno trecho de uma canção para cantar.
  2. Em um primeiro momento, cantem com uma entonação mais grave e, em um segundo momento, cantem o mesmo trecho com um tom mais agudo.
  3. Agora, experimentem alterar a duração, em comparação a como a música é cantada originalmente pelo intérprete. Cantem as mesmas frases musicais demorando o dobro do tempo em cada nota. A seguir, cantem cada frase musical sustentando as mesmas notas durante a metade do tempo.
  4. Conversem a respeito desses exercícios, tendo em vista algumas questões, como qual foi mais confortável e como foram os resultados em comparação à canção original.

VAMOS CONHECER MAIS

Canto gregoriano

Antes de ser escrita por meio da notação musical, a música já era transmitida oralmente. Essa prática permanece na atualidade. A escrita musical se desenvolveu ao longo da história da própria música. Foram muitas tentativas de representar a música no papel até a criação da partitura convencional. Uma dessas antigas fórmas de escrita musical foram os registros do canto gregorianoglossário , do âmbito religioso.

Fotografia. Destaque de uma folha bege de aspecto envelhecido e moldura com linhas pretas grossas. Sobre ela, na parte superior esquerda, há a imagem de duas figuras sacras com vestes longas e segurando uma faixa branca em V com uma inscrição em vermelho. No restante do espaço da folha, muitas linhas com texto corrido e notas musicais.
Missus est Gabriel, folha de um coro, autor desconhecido, cêrca de 1250. Exemplo de registro de canto gregoriano, música tradicionalmente cantada em coros, em conventos e mosteiros.
  1. Existem diferenças e semelhanças entre esse registro de canto gregoriano e uma partitura convencional, como as que vimos anteriormente?
  2. Se possível, façam uma pesquisa em sites de busca de áudio e vídeo para conhecer algum canto gregoriano.

Outras fórmas de registro musical

Existem também outros registros musicais, como o uso de cores para representar as notas musicais e figuras para indicar a duração de cada nota. As cores podem significar uma determinada nota musical, facilitando, assim, a visualização e a leitura das notas e de sua duração no pentagrama.

Veja a seguir um exemplo de partitura da música “Marcha soldado”, em que são adotados cores e símbolos para transmitir o conteúdo musical escrito.

Ilustração. Detalhe de uma partitura que apresenta nove linhas retas horizontais e paralelas que geram espaço branco entre elas. O espaço entre as linhas do centro é maior que os demais. Na vertical, esse conjunto de linhas é dividido por nove linhas mais grossas, retas e verticalmente paralelas. Essas linhas são numeradas apenas de 1 a 8. Na primeira coluna da sequência, aparece o número 2 repetido duas vezes sobre a pauta, acima e abaixo. A partir da segunda coluna, há notações coloridas sobre os espaços das linhas, que variam em cores e posições a cada coluna
Partitura colorida (não convencional) da música “Marcha soldado”.

Nesse sistema de notação musical, cada cor está relacionada a uma nota musical presente na partitura. Na partitura da música “Marcha Soldado”, a cor rosa representa a nota Sol; o roxo, a nota Mi; o azul, a nota ; o laranja, a nota ; o amarelo, a nota ; e o verde, a nota . Nesse mesmo sistema, a duração das notas é representada por símbolos de gota. No exemplo, há quatro tipos de gota, portanto, quatro durações diferentes para as notas musicais. Quanto maior o comprimento da gota, por mais tempo a nota deverá ser tocada.

A seguir, é apresentada a partitura convencional da mesma música, ou seja, com as figuras rítmicas tradicionais. Cada figura rítmica representa um valor de duração específica expressa em fração de tempo, de acordo com a imagem.

Reprodução de partitura. Detalhe de uma partitura que apresenta na parte superior e inscrição 'MARCHA SOLDADO'. Abaixo, cinco conjuntos de cinco linhas retas horizontais e paralelas formando quatro espaços brancos. Sobre eles, diversas notas musicais em diferentes posições e, abaixo delas, a separação das sílabas escritas que acompanham as notas. Pauta 1: 'MAR - CHA SOL – DA – DO CA – BE – ÇA DE PA – PEL! QUEM Pauta 2: NÃO MAR – CHAR DI REI – TO VAI PRE – SO NO QUAR – Pauta 3: TEL! O QUAR - TEL PE – GOU FO – GO FRAN – CIS – CO DEU SI – Paula 4: NAL! A – CO DEA – CO -DEA – CO – DEA BAN – Pauta 5: DEI – RA – NA – CIO – NAL!'.
Partitura preta e branca (convencional) da música “Marcha soldado”.

Observe a tabela. Na primeira coluna, vemos a grafia (desenho ou símbolo) de cada figura rítmica; na coluna do meio, o nome de cada figura, e na coluna da direita, o valor ou tempo de cada figura/nota musical.

Ilustração. Tabela composta de três colunas e oito linhas.

Linha 1: coluna 1: FIGURA; coluna 2: NOME; coluna 3: VALOR.

Linha 2: figura rítmica em forma de um círculo. Nome: semibreve. Valor: 4.

Linha 3: Figura rítmica com uma linha vertical e um pequeno círculo vazado na parte inferior. Nome: mínima. Valor: 2. 

Linha 4: Figura rítmica composta de linha vertical e um pequeno círculo preto na parte inferior. Nome: semínima. Valor: 1. 

Linha 5: Figura rítmica composta de linha vertical com pequena haste na ponta superior e um pequeno círculo preto na parte inferior. Nome: colcheia. Valor: 1/2. 

Linha 6: Figura composta de linha vertical com pequena haste dupla na ponta superior e um pequeno círculo preto na parte inferior. Nome: semicolcheia. Valor: 1/4. 

Linha 7: Figura rítmica composta de linha vertical com pequena haste tripla na ponta superior e um pequeno círculo preto na parte inferior. Nome: fusa. Valor: 1/8. 

Linha 8: Figura rítmica composta de linha vertical com pequena haste quádrupla na ponta superior e um pequeno círculo preto na parte inferior. Nome: semifusa. Valor: 1/16.

Para entendermos na prática essa tabela, tomemos como exemplo a mínima, que dura o dobro da semínima. Isso significa que ela soa o dobro do tempo de uma semínima.

Vamos realizar uma prática simples a partir da duração dessas figuras rítmicas. Observem o quadro a seguir e sigam as seguintes orientações:

1. quando uma semínima aparecer, batam as mãos uma vez nas coxas.

Ilustração. Figura rítmica composta por linha vertical e um pequeno círculo preto na parte inferior.

2. quando as colcheias aparecerem, batam palmas duas vezes seguidas.

Mas atenção: as duas palmas devem ter a mesma duração e, juntas, demorar o mesmo que uma única batida de palma da mão na coxa.

Ilustração. Figura rítmica composta por duas linhas verticais com pequeno círculo preto na parte inferior e ligadas por uma haste horizontal na parte superior.
Ilustração. Figuras rítmicas dispostas horizontalmente lado a lado. A primeira figura rítmica é igual à segunda e à terceira. Elas são compostas de linhas verticais com pequeno círculo preto na parte inferior. A quarta figura rítmica é composta por duas linhas verticais com pequeno círculo preto na parte inferior e ligadas por uma hasta horizontal na parte superior. A sequência dessas quatro figuras se repete três vezes.

VAMOS FAZER

Partitura não convencional

Aprendemos que, além de uma partitura convencional, os sons podem ser representados graficamente de diferentes maneiras. As figuras musicais podem ser de variados formatos, tamanhos e cores.

Vocês vão realizar duas atividades que se complementam: a criação de uma partitura não convencional e a execução dos sons representados com o uso de diferentes objetos que possam produzir uma sonoridade interessante.

Ilustração. Em cor preta, notas musicais sobre linhas onduladas.

Criando uma partitura não convencional

Antes de darem início à criação da partitura, comecem a selecionar e coletar objetos para extrair alguma sonoridade. Podem ser colheres de metal ou de madeira, cadernos de capa dura ou tábuas de madeira, garrafas de vidro com água em diferentes quantidades, chocalhos improvisados com latas e sementes, apitos, entre outros materiais que forem mais acessíveis. Alguns elementos serão essenciais para a criação da partitura:
  1. Cada objeto será representado por uma figura musical inventada.
  2. As cores das figuras podem indicar a intensidade para “tocar” os objetos.
  3. O uso de símbolos específicos pode indicar a duração que um determinado objeto será tocado.

Continua

Continuação

4. Observem o exemplo da legenda e da partitura a seguir:

Ilustração. Bloco de notas que apresenta diferentes símbolos ligados a frases. Círculo rosa: batida na capa do caderno; estrela amarela: batida de colheres; coração vermelho: chocalho; raio amarelo: batida na garrafa; cruz azul: apito.
Legenda para a partitura não convencional.
Ilustração. Símbolos dispostos lado a lado e na horizontal: coração vermelho + coração vermelho + coração vermelho <reticências> estrela amarela, raio amarelo, estrela amarela, raio amarelo, estrela amarela <reticências>, círculo rosa, círculo rosa, círculo rosa, cruz azul + cruz azul.
Exemplo de partitura não convencional.
  1. Cada símbolo indica o som de um objeto específico, de acordo com a legenda anterior.
  2. O vermelho indica a intensidade mais forte, enquanto o azul, a mais fraca.
  3. O sinal de mais que une os objetos indica que ele será tocado por mais tempo. Aqui, cêrca de 3 segundos.
  4. O sinal de reticências indica o silêncio entre o som de um objeto e outro. Agora, é a vez de criarem sua própria partitura. Usem cartolina, lápis de cor e canetas hidrográficas para a criação da partitura, bem como da legenda. Planejem com cuidado a sequência sonora e criem uma proposta clara e que o grupo realmente consiga executar.

Execução

Após os ensaios, cada grupo vai apresentar a execução das partituras para toda a turma. Nesse momento é importante que não seja seguida a legenda, somente a partitura.

NARRADORES E OUVINTES DE HISTÓRIAS

Ilustração. Visto de corpo todo, um grupo de quatro jovens vestindo roupas coloridas caminha da esquerda para a direita enquanto falam ao megafone amarelo.

Ao ouvir histórias e ver histórias narradas por imagens, somos ouvintes e espectadores delas. Além disso, no cotidiano, conversar com outras pessoas é uma fórma de contar e ouvir histórias. São muitas as narrativas que escutamos dos outros e que elaboramos sobre nós mesmos, desde “como foi o dia hoje” até experiências de estudo e emprego; memórias de infância; até o relato de um fato presenciado ou que ouvimos por outras pessoas.

Alguns estudiosos consideram que até mesmo os jornalistas, os historiadores e os políticos narram histórias, embora sejam inspiradas em fatos, e não ficcionais. Ainda assim, uma narrativa é sempre uma visão parcial, ou seja, uma interpretação dos fatos a partir de um ponto de vista.

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  1. Em sua opinião, em uma história contada por alguém sempre haverá uma interpretação parcial dos fatos?
  2. Contar, ouvir e partilhar histórias pode ser uma ação feita de várias fórmas. Dê exemplos de como o contato com histórias acontece no seu dia a dia.
  3. Para você, é importante contar sua própria história?

Contar histórias em cena

Desde que começaram a contar histórias por meio do teatro, os dramaturgos perceberam a diferença entre contar uma história por meio de um texto escrito e por meio da encenação de situações. Um texto dramático literário se enquadra num gênero da literatura, porém, só passa a ser texto cênico à medida que é encenado.

Na literatura em geral, a narrativa se refere à leitura do texto escrito; no teatro, a narrativa se refere ao universo criado por meio da materialização, da concretização de ações e/ou imagens. Um ator não só se imagina no meio das paisagens, dos tempos históricos ou das situações apresentadas sem uma história, mas também mostra como seria mesmo estar lá, vivendo aquelas situações. As ações e imagens são traduzidas pelo corpo do intérprete em cena para a construção da narrativa teatral, e essa presença corporal, ao vivo, afeta também a presença do espectador.

Encenação. Interior de uma sala clara com piso frio onde um grupo de onze pessoas interage entre si de modo expressivo e gesticulando com as mãos. Na parede ao fundo, há um amplo espelho.
Atores ensaiando o texto e as encenações para uma apresentação teatral.

Essas imagens em movimento materializadas em cena no teatro, na dança, na ópera ou no circo permitem ao espectador receber impressões, estímulos, sensações, emoções, sentimentos e pensamentos.

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4. Além de seguir o texto cênico, de que outras fórmas os artistas contam histórias e comunicam algo para o público?

TEXTO LITERÁRIO DRAMÁTICO

Ilustração. Um homem de cabelo branco com cachos usa camisa verde, paletó vermelho e amarelo aberto na frente, calça preta, sapatos marrons e meias longas brancas. Ele está com os olhos fechados e os braços abertos, segurando um pergaminho na mão esquerda e uma pena na mão direita.
A palavra dramaturgo tem origem no grego , que significa autor de peças de teatro. É ele quem escreve os textos dramáticos.

O autor de textos do gênero dramático é o dramaturgo. O dramaturgo pode compor textos de diferentes estilos, como tragédia, comédia, drama histórico, melodrama, farsa etcétera O gênero dramático envolve textos escritos para serem encenados em fórma de peça de teatro ou como roteiro de um filme, telenovela ou seriado.

Na Antiguidade Grega, Aristóteles elaborou uma definição de gênero dramático segundo dois aspectos: o texto escrito e a fórma de representá-lo. A representação era vista como uma fórma de ilustrar o texto dramático literário, que só podia ganhar vida pela ação teatral. Mas dessa ação teatral esperava-se do espectador, obrigatoriamente, um processo de entendimento preciso do texto literário dramático.

Escultura. Escultura em tons cinza e verde-claro retratando um homem sentado em vista frontal. Ele tem o cabelo curto, barba; está sem camisa e usa uma veste longa da cintura para baixo. Sobre suas pernas, há um pergaminho aberto e uma caneta na mão direita apontada para ele.
Estátua de Aristóteles (384 antes de Cristo-322 antes de Cristo), filósofo grego que escreveu a Ars Poetica, obra que tratava da dramaturgia e que exerceu grande influência na dramaturgia ocidental desde então. Alemanha, 2018.

No teatro, até o século dezenove, o processo de entendimento do espetáculo passava pela compreensão máxima do texto pelo espectador, em que era desejável que ele entendesse a peça de acordo com as intenções do autor. Era esperado que a plateia reconhecesse os mesmos elementos e saísse do espetáculo com as mesmas percepções. Ainda hoje ocorre em alguns tipos de relação obra-plateia que traz uma percepção menos aberta do que é dramaturgia, tornando o texto dramático literário o foco da manifestação teatral.

Uma exceção dessa visão do texto dramático literário como fonte principal para a encenação foi a Commedia dell’arte, cujos roteiros serviam de base para o improviso dos atores e cuja fonte principal da encenação era o jogo entre os atores e destes com a plateia.

Encenação. Em um espaço público, um grupo de pessoas com roupas casuais e rosto pintado interage entre si, gesticulando e movimentando o corpo. Ao redor, muitas pessoas observam a apresentação. Ao fundo, muitos prédios.
Atores improvisam uma encenação no Festival Internacional de Teatros de Rua em Cracóvia. Polônia, 2017.
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  1. É possível garantir que o espectador tenha um processo de entendimento preciso do texto literário dramático em uma encenação? Por quê?
  2. Em sua opinião, é mais fácil seguir exclusivamente um texto dramático literário em cena ou improvisar?

VAMOS FAZER

Texto e encenação

Encenação. Um grupo de jovens vestindo roupas pretas observa duas meninas com vestimenta semelhante e que estão sentadas e interagem entre si. Uma delas está com a cabeça baixa e a outra apoia uma das mãos em seu ombro. À direita, um rapaz de blusa verde a calça bege as observa enquanto segura um papel.
Representação de atores em leitura de texto dramático.

Sabemos que, até o século dezenove, a compreensão do espetáculo cênico pelo espectador dependia do entendimento do texto dramático literário. No que alguns estudiosos chamam de “textocentrismo”, o texto dramático literário foi encarado durante muitos séculos no Ocidente como a fonte inicial e principal para a composição do espetáculo cênico. A encenação e a representação eram vistas como uma fórma de ilustrar esse texto, que deveria ser trabalhado com fidelidade pelos atores.

Com a orientação do professor, realize práticas de dramatização de duas maneiras distintas:
  1. Encenar com um texto decorado, dependendo exclusivamente do texto para a construção cênica.
  2. Encenar com base em um texto, mas deixando que o improviso possa surgir em cena, sem a dependência exclusiva do texto e dos diálogos.

Como fazer

Etapa 1 – Escrita de texto

  1. Cada grupo deverá escrever um texto literário curto, de uma a duas páginas, contendo a presença de diálogos, um conflito central para a trama com um tema livre (traição, morte, amor, esperança etcétera).
  2. Partindo dessa escolha, cada grupo elaborará, coletivamente, um texto para uma encenação curta. Lembrem-se de que os diálogos são de extrema importância. Se preferirem, pesquisem peças de alguns dramaturgos e façam adaptações.

Etapa 2 – Divisão de grupos

  1. Com a orientação do professor, alguns grupos vão estudar e tentar decorar as falas do texto para uma encenação. Por se tratar de apenas uma prática, não haverá necessidade de figurino ou cenário. O foco para esses grupos é estritamente a valorização e a compreensão do texto dramático literário pelo público.
  2. Os outros vão estudar os textos apenas para compreender sua essência, ou seja, a ideia central da narrativa da cena, bem como devem ser os diálogos. O objetivo é que haja espaço para o improviso e para a criação enquanto a encenação acontece.

Etapa 3 – Encenação

  1. Este é o momento das apresentações. Os grupos que se comprometeram com o texto dramático literário iniciam as encenações, enquanto os demais assistem.
  2. O grupo que recorrerá ao improviso com base no texto estudado se apresentará em seguida para que os primeiros grupos assistam.

Etapa 4 – Compartilhamento de impressões

A discussão sobre essas práticas é fundamental para que pensemos como cada grupo desenvolveu as propostas. Conversem a respeito das facilidades e dificuldades envolvidas e como cada integrante do grupo se sentiu ao depender do texto ou do improviso para que a história fosse contada.

Mudanças na concepção de dramaturgia

Em sua Poética, Aristóteles definiu a dramaturgia como a organização de ações humanas de fórma coerente, de modo a provocar fortes emoções ou um estado difícil de conter, de prazer “ou maravilhamento”. Seu legado configurou os princípios da dramaturgia grega.

Os dois principais gêneros teatrais para a Grécia Antiga eram vistos por Aristóteles de diferentes maneiras: enquanto a comédia seria “inferior” por trazer fatos corriqueiros do cotidiano e ser apresentada por pessoas comuns, a tragédia seria um gênero de maior valor, já que havia a representação das virtudes de deuses, reis e sagas de heróis, que serviam de exemplo para a pólisglossário .

Escultura. Vista de baixo para cima de uma escultura retratando um homem forte em pé. Ele veste armadura e segura um escudo com a mão esquerda e uma lança com a mão direita. Sobre sua cabeça, um capacete com uma espécie de plumagem que desce pela altura das costas.
Escultura de Aquiles, Palácio de , em Corfu. Grécia, 2018.

Para Aristóteles, a “identificação” do espectador se daria diante dos atos nobres, exemplares e virtuosos dos personagens, de modo que o espectador desejaria ser como o “herói” da peça. A encenação buscava que o espectador se identificasse com o personagem, seu discurso, sua visão de mundo e suas ações. Como exemplo de herói no passado, podemos citar Aquiles, personagem mitológico grego conhecido por ser um guerreiro de grande honra e bravura e que foi morto com uma flecha envenenada em seu calcanhar, único ponto vulnerável em seu corpo.

Identificação do espectador com o personagem

A definição de dramaturgia de Aristóteles é questionada no teatro moderno e contemporâneo por reduzir a dimensão do diálogo às falas entre os personagens, como se fossem representantes de uma visão cultural e social específica.

No teatro moderno e contemporâneo, isso é questionado, assim como se questiona a existência de pessoas “exemplares”, perfeitas, que possam servir de modelo às demais, em que a identificação do espectador com o personagem é posta em xeque.

Encenação. Duas pessoas com figurino específico (uma de marrom, outra de cinza), estão maquiadas e paradas em pé ao centro de um palco com fumaça branca no chão e sob holofote luminoso. Ao fundo, em ambiente com pouca luz, está uma banda diante de um painel com desenho de um polvo.
Cena da peça Ubu Rei, em que o personagem principal, interpretado pelo ator Marco Nanini, é um anti-herói e comete atrocidades por ganância e poder. Teatro Paulo Autran, na cidade de São Paulo. São Paulo, 2017.
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  1. Ao assistir a uma peça de teatro, cinema ou novela, vocês costumam se identificar com os “heróis” e “mocinhos”? Explique.
  2. Vocês acreditam que os dramaturgos e autores têm a intenção de que o público se identifique com determinado personagem? Por quê?
  3. Citem exemplos de personagens considerados anti-heróis e que, mesmo assim, podem causar uma identificação com o público.

Dramaturgia moderna

Mudanças no contexto de um país ou grupo social pedem soluções artísticas que correspondam às alterações de percepção do espectador. No fim do século dezenove, as fórmas convencionais do teatro europeu pareciam ter se esgotado, e os artistas buscavam fórmas novas, que correspondessem a novos conteúdos.

Destacam-se as peças do médico, escritor e dramaturgo russo Anton Tchekhov (1860-1904), que continham poucas ações explícitas, conflitos vagos e personagens cujas falas eram construídas de memórias, devaneios e subjetividade dos personagens.

Encenação. Em um palco com cenário do interior de uma casa antiga, três pessoas com figurino de época conversam entre si. Um homem grisalho está ao centro e usa paletó cinza e calça de mesma cor, com listras verticais. Ele está com o cenho franzido e os punhos fechados à frente. De cada lado do homem, há uma mulher ouvindo-o. Elas usam longo vestido, um marrom e vermelho; outro azul e branco. Ao fundo, à direita, há um armário marrom e um banquinho. Ao fundo à esquerda, uma cerejeira.
Cena da peça O jardim das cerejeiras, no Centro de Teatro de Moscou. Rússia, 2017.

Nos textos de Tchekhov, como O jardim das cerejeiras e As três irmãs, não há muita ação aparente, parece que não “acontece” nada, quase tudo se passa dentro dos personagens, que falam consigo mesmos, pensando alto. Cada um só fala de si e não escuta o outro, mostrando ao espectador a impossibilidade do diálogo real entre dois seres humanos, numa vida vazia de esperança e de sentido.

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10. Um texto literário dramático buscava um entendimento preciso do espectador. Em que medida os diálogos das peças de Tchekhov se distanciam dessa ideia?

Encenação. Ambiente composto por duas mesas, cadeiras, uma escada e uma pilastra. À esquerda, duas mulheres estão diante de uma mesa, acendendo as velas de um bolo. Atrás delas, há três homens de paletó em uma escada; um deles sorri e bate palmas enquanto olha para o lado. À direita, há outra mesa com dois homens de diferentes idades sentados, olhando para baixo. Ao redor deles, outros homens em pé batem palmas e gesticulam para os homens que estão na escada.
O ator Denzel uóshinton, ao centro, na peça de O homem do gelo , em Nova Iorque. Estados Unidos, 2018.
Encenação. Em fotografia em preto e branco, cena de um homem grisalho de paletó escuro e óculos de grau abraça por trás uma mulher. Ela tem cabelos grisalhos, usa vestido e está com o cenho franzido, o tronco inclinado para o lado e com a mão direita fechada na altura da boca.
Os atores guén frencon deivis e éntoni cueil na peça Jornada do longo dia para a noite, de , 1956.

Já as obras de dramaturgos estadunidenses como (1888-1953) buscaram fórmas novas para conteúdos novos, como o universo interior dos personagens e temas sociais da vida coletiva. Em sua obra, personagens marginalizados pela sociedade, que não se encaixam na realização de um ideal, não alcançam sucesso nem prosperidade e apresentam comportamentos desregrados. São “fracassados” que não correspondem ao comportamento empreendedor e confiante.

As peças de retratam o avesso do “sonho americano”, com personagens em situações de exclusão, marginalizados de uma sociedade que sonha em ser igualitária, inclusiva e libertadora. O ideal do sonho americano (American dream) é uma ideologia que reúne uma variedade de ideais de liberdade para os cidadãos estadunidenses, como a chance para o sucesso e a prosperidade de todos, alcançados por meio do trabalho.

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11. Em sua opinião, o dramaturgo trazia alguma crítica à sociedade estadunidense em suas peças? Por quê?

A concepção da dramaturgia contemporânea

A partir do século vinte, considera-se que o texto dramático literário poderia ser uma base para a cena, mas não a única e principal fonte de texto. Na concepção contemporânea de dramaturgia, muitos outros elementos do texto dramático literário compõem uma encenação. fórmas espetaculares do Oriente, a dança, o circo, a ópera, projeções e outros dispositivos tecnológicos são usados para compor a cena e auxiliam na composição do texto cênico. Uma das tendências da dramaturgia contemporânea é o hibridismoglossário de linguagens, uma mescla entre teatro e dança, teatro e artes visuais, teatro/dança e vídeo etcétera

Encenação. Em um palco, duas pessoas estão frente a frente; uma delas com os braços cruzados. Ao fundo, pessoas com figurino específico e iguais estão posicionadas lado a lado formando uma linha horizontal. Ao centro, uma mulher toca piano diante de um maestro. Ao fundo, há um telão com tom azulado que apresenta os trilhos de uma estação de trem.
Cena da ópera Einstein em Dortmund. Alemanha, 2017.

Para alguns estudiosos, o texto cênico do teatro contemporâneo prevê múltiplas interpretações de cada espectador. Assim, o espectador é considerado uma espécie de coautor do texto cênico, que compreende um texto com base em suas próprias experiências de vida. Desse modo, o texto cênico não traz uma “resposta certa”, uma leitura única, mas busca despertar nos espectadores uma leitura e uma compreensão próprias.

Texto literário dramático e texto cênico

O texto literário dramático (ou texto dramático) é escrito pelo dramaturgo e pode ou não vir a ser encenado.

Já o texto cênico diz respeito à encenação em si e envolve outros elementos de um espetáculo, como figurino, cenário, luz, som etcétera, que se materializam na encenação.

O esquema a seguir propõe uma síntese da definição do texto literário dramático na Grécia Antiga até a concepção de texto cênico na contemporaneidade.

Ilustração número um. Duas máscaras que apresentam cabelo e barba volumosa. Uma é cinza; a outra, marrom. Junto a elas, lê-se o seguinte texto: Na Antiguidade Grega, valorizava-se o texto dramático literário, e a representação era vista como uma forma de ilustrá-lo. Esperava-se do espectador um entendimento preciso de acordo com as propostas do dramaturgo. Essa ideia perdurou com maior força até meados do século vinte, no teatro ocidental erudito.
Ilustração número dois. Vista lateral e da cintura para cima de um menino com olhos expressivos olhando para o alto e gesticulando com os braços, um para cima e outro para baixo. Ele usa chapéu e casaco pretos. Junto a ele, lê-se o seguinte texto: A partir dos anos 1950, inicia-se um movimento em que o texto cênico não se limita às palavras escritas pelo dramaturgo, mas também é considerada a maneira como os atores agem e o que fazem em cena para compor o espetáculo. O trabalho do diretor seria, então, construir relações entre esses elementos.
Ilustração número três. Vista da cintura para cima de uma mulher de cabelos pretos ondulados e volumosos; ela usa uma blusa azul e um casaco roxo. A mulher está sorrindo, com a mão esquerda na altura do pescoço e a mão direita aberta para o lado. Atrás dela, notas musicais e uma folha envelhecida com partitura. Junto a ela, lê-se o seguinte texto: Na dramaturgia contemporânea, o texto cênico é composto de uma diversidade de elementos e linguagens, tornando-se híbrido. Outras formas de criação são incorporadas no processo de concepção dos espetáculos, que podem ser inspirados em cartas, depoimentos, biografias, notícias, documentos históricos, sem necessariamente contar uma história com ‘começo, meio e fim’.

12. Em grupos, façam uma pesquisa sobre peças teatrais mais atuais que tragam características de hibridismo. Apresentem para a turma uma breve sinopse sobre as peças e descrevam como as linguagens se misturam.

VAMOS FAZER

Escrita e leitura dramática

No teatro contemporâneo, o texto é compreendido como um tecido, como uma trama de fios que podem ou não contar uma história linear. Muitos elementos compõem o texto cênico: gestos, sons, palavras, relações entre intérprete e personagem, entre intérprete e espectador, relações da obra com o espaço cênico etcétera

Com base em fragmentos de textos distintos, a proposta é que seja redigido um novo texto que resultará na base para uma leitura dramática. A encenação poderá ou não acontecer, mas a elaboração do texto ou roteiro sempre visa à encenação. Sigam as etapas a seguir.
Leitura dramática. Vista frontal e da cintura para cima de duas meninas que seguram folhas de papel. A menina da esquerda tem cabelos castanhos com tranças, veste camiseta rosa e óculos de grau. A menina da direita tem cabelos pretos amarrados para trás, veste camiseta vermelha e está com a boca aberta.
Representação de estudantes fazendo leitura dramática.

Como fazer

Etapa 1 – Escrita de texto cênico

  1. Para esta atividade, a turma se dividirá em grupos para pesquisar e selecionar dois fragmentos de diferentes gêneros e estilos: textos dramáticos literários, trechos de romances, crônicas ou contos, trechos de uma notícia de jornal, de uma carta etcétera
  2. Os grupos devem “preencher os espaços vazios” entre os fragmentos, fazendo conexões entre eles, unindo elementos inusitados e aparentemente ilógicos, não habituais, sob a fórma de um texto cênico.
  3. Para a escrita, façam escolhas no roteiro do texto levando em consideração alguns dos seguintes elementos que servem como ideias para a escrita: a presença ou não de personagens e quais são eles, se for o caso; o espaço ou a paisagem onde a ação ocorre ou a inexistência de uma localização exata; um tempo histórico ou a indefinição proposital do tempo em que ocorre a ação; a presença ou não de um conflito na trama; a presença ou não de diálogos entre os personagens e como ocorrerá o diálogo (por palavras, por movimentos, por gestos, por outros meios); a presença ou não de narrador em cena; se o espectador da encenação será considerado presente no espaço cênico, e se os intérpretes/personagens vão se dirigir diretamente ao espectador; se os intérpretes/personagens fingem que o espectador não está ali e falam em voz alta seus pensamentos em fórma de monólogos.

Etapa 2 – Ensaio

O ensaio na leitura dramática serve para que os participantes se familiarizem com o texto. Procurem dar ênfase aos diálogos, à entonação de voz, às expressões corporais, a como cada um vai, ou não, se movimentar no espaço.

Etapa 3 – Leitura

Depois do processo de elaboração, será feita a leitura dramática dos textos para toda a turma. Todos podem comentar, avaliar e refletir sobre a produção realizada.
Ícone. Ponto de exclamação.

eu APRENDI

1. Complete a frase com a alternativa correta sobre a manifestação artística retratada na imagem.

Vitral. Com fundo escuro, destaque de um vitral colorido composto por um grande círculo central. Ao redor dele, outros oito círculos dispostos nas laterais, formando uma composição que se assemelha ao contorno de uma flor. No interior do círculo, há uma imagem sacra de uma mulher com uma criança no colo e rodeada por outras figuras.
Vitral de igreja em . França, 2018.
.Um dos destaques do estilo espaço para resposta, predominante na Idade Média, eram os espaço para resposta. Essas estruturas faziam parte da arquitetura das espaço para resposta e eram uma espécie de espaço para resposta feito com pedaços de vidro coloridos.
  1. Gótico; vitrais; catedrais; mosaico.
  2. Vitral; mosaicos; igrejas; janela.
  3. Gótico; frontões; catedrais; janela.
  4. Vitral; mosaicos; igrejas; frontão.

2. Analise as palavras a seguir. Selecione somente as que tenham relação direta com a arte do muralismo e construa uma frase sobre o tema.

Diego Rivera

Frida Kahlo

México

Locais públicos

Pixação

Medieval

  1. Identifique qual das alternativas apresenta exemplos de brinquedos ópticos e anote no caderno.
    1. folioscópio, flip book, .
    2. fenaquistoscópio, zootrópio, flip book.
    3. , zootrópio, folioscópio.
    4. flip book, zootrópio, .

4. Observe a imagem. Ela indica uma técnica bastante usada em animações.

Fotografia. Destaque para um celular sobre um suporte gravando a cena de dois bonecos dispostos sobre uma plataforma com fundo verde.
Representação de técnica usada para produzir animações.
  1. Que técnica é essa?
  2. Faça uma descrição sucinta da imagem, em tópicos, explicando quais etapas são necessárias para produzir esse tipo de animação.
  1. Analise as afirmações a seguir:
    1. Além da partitura convencional, existem popularmente outros tipos de notação musical, como a cifra e a tablatura.
    2. Quanto mais grave for o som, mais baixa a nota é representada nas linhas de um pentagrama.
    3. Antes de ser escrita por meio da notação musical, a música já era transmitida oralmente.
    4. O preto e o branco são as únicas cores usadas para representar as notas musicais em uma partitura.
    1. Somente um e quatro estão corretas.
    2. Somente um, dois e três estão corretas.
    3. Somente dois e quatro estão corretas.
    4. Somente dois e três estão corretas.
  2. No caderno, responda às questões sobre a escrita e o uso de um texto no teatro.
    1. Um texto literário dramático é sempre encenado?
    2. O que é um texto cênico?
Ilustração. Duas setas curvadas para a direita; uma aponta para cima, e a outra para o lado.

vamos COMPARTILHAR

Texto cênico e memória

Nesta unidade compreendemos que um texto evoca imagens e que imagens podem trazer narrativas que nos comunicam algo.

Quando ouvimos histórias, nossas mentes funcionam como telas onde são projetadas sequências de cenas. Quando esse filme se inicia, nos tornamos espectadores de nossas próprias memórias.

Para finalizarmos esta unidade que conecta imagens, textos e sons, a proposta é que a turma traga para a construção de um texto cênico as memórias relacionadas com um familiar mais velho, como em uma conversa entre duas gerações distintas.

Ilustração. Dentro de uma forma de nuvem, há ma mulher vestindo calças vermelhas, blusa branca listrada em preto e branco e sapatos amarelos e brancos. Ela está sentada e segura uma folha olhando para o alto, onde há uma senhora de cabelos grisalhos ondulados usando óculos de grau e blusa azul. Ao lado da senhora, algumas folhas verdes.

Como fazer

Etapa 1 – Escrita dos textos

  1. Para dar início ao processo de criação dos textos, a turma deverá se dividir em grupos. Os integrantes de cada grupo escreverão, em apenas algumas linhas, uma memória que se relacione diretamente com um familiar, preferencialmente idoso. Podem ser bisavós, avós, tios, que estejam presentes ou não nesse momento da vida de cada um.
  2. A intenção é que esse texto seja afetivo, podendo ser uma espécie de trecho de carta, o compartilhamento de alguma lembrança ou a manifestação de um pensamento positivo a respeito dessa pessoa.
  3. Após a escrita no papel, esses textos deverão circular pelos integrantes do grupo. Cada um deverá escolher um texto de autoria de outro integrante para ensaiar uma leitura dramática.

Etapa 2 – Ensaio

  1. Durante os ensaios, cada um deverá pensar em como manifestar as emoções contidas no texto, mesmo não sendo de sua própria autoria. O importante é a carga dramática dedicada a essa leitura e o respeito às memórias dos colegas.
  2. Cada grupo deve definir como serão feitas as leituras e se haverá uma ordem específica. Definam também como vão se organizar (em formato de roda, sentados, em pé, alinhados etcétera).

Etapa 3 – Apresentação

  1. Com a orientação do professor, organizem um dia para as apresentações, bem como um espaço adequado na escola.
  2. Convidem os familiares, os amigos e a comunidade para este momento. E, se possível, o familiar que inspirou a produção do seu texto.
  3. Ao final, conversem com o público sobre quais memórias e imagens foram trazidas ao entrarem em contato com esses textos.

Glossário

mosaico
: técnica em que imagens são criadas pela junção de peças coloridas, geralmente em vidro, pedra, azulejo, entre outros materiais.
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expressionismo alemão
: movimento artístico do início do século vinte que buscava a representação subjetiva das angústias da existência humana por meio de imagens bastante expressivas.
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capitalismo
: sistema socioeconômico e político que visa ao lucro e à acumulação de riquezas, por meio da exploração de bens naturais e da fôrça de trabalho.
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monólito
: estrutura ou monumento constituído por um só bloco de pedra.
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pentagrama musical
: também chamado de pauta musical, é o conjunto de linhas e espaços onde ficam as notas musicais.
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canto gregoriano
: o nome vem de Gregório Magno, papa do século seis, e designa um canto da Igreja Católica que apresenta uma única melodia. Pode ser acompanhado pelo órgão ou cantado.
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pólis
: na Grécia Antiga, eram as cidades-Estado, com destaque para Atenas e Esparta.
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hibridismo
: ocorre pela junção de diferentes elementos. No teatro contemporâneo, as linguagens artísticas tornam-se híbridas, ou seja, se misturam.
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