UNIDADE 3 Composição e coordenação nas artes

As propostas desta unidade do seu livro foram desenvolvidas em quatro etapas, que se completam:

Ilustração em preto e branco. Vista frontal e da cintura pra cima de uma menina de nariz largo e cabelos penteados para o lado. Ela está sentada diante de uma mesa escrevendo em uma folha.

eu SEI

Siga o líder!

Experimentar atividade de orientação e elaboração de composição relacionada a linguagem corporal e do desenho.

Ilustração. Uma seta curvada para baixo.
Fotografia digital. Desenho de uma mandala que apresenta círculos concêntricos em tons de laranja, azul e verde.

eu vou APRENDER

Capítulo 1 – Desenho e composição nas artes

Identificar as finalidades do desenho e explorar composição e elementos da linguagem visual.

Capítulo 2 – Coordenação nas artes cênicas

Conhecer as funções de coordenação no espetáculo.

Pintura em preto e branco. Com linhas pretas e finas, à esquerda, desenho de uma construção com teto de cúpula; à direita, uma construção que apresenta uma torre central com teto piramidal.

eu APRENDI

Desenvolver atividades de verificação, sistematização, reflexão e ampliação da aprendizagem.

Ilustração. Uma seta curvada para baixo.
Ilustração. Um grupo de jovens com diferentes características físicas sorri, lê e troca livros entre si.

vamos COMPARTILHAR

Ilustrando um momento

Elaborar proposta de composição em ilustração com elementos visuais dispostos de fórma harmoniosa, para retratar a memória coletiva da turma.

OBJETIVOS GERAIS

 Explorar elementos da linguagem visual, conceitos, artistas, obras, movimentos, relações entre as artes visuais e outros campos do conhecimento.

Ilustração. Uma seta curvada para a direita.

eu SEI

Siga o líder!

Quando assistimos a um show, um espetáculo de teatro ou de dança, sabemos que existem pessoas que idealizaram e coordenaram as manifestações artísticas citadas. Da mesma fórma que na criação de uma pintura, por exemplo, um artista idealiza e organiza na tela elementos para expressar histórias, conhecimentos, sentimentos ou outras sensações que deseja manifestar. Vamos iniciar nossos estudos sobre a coordenação e a composição nas artes desenvolvendo duas experiências a seguir.

Coordenação: caminhada com obstáculos

A proposta da atividade da caminhada com obstáculos é exercitar a coordenação e a confiança entre os estudantes.

Material

  • Lenços ou tecidos que deverão ser utilizados para vendar os olhos.
  • Objetos como arcos, cones ou cordas.

Como fazer

  1. Com a orientação do professor, organizem-se em duplas em um espaço grande e livre de obstáculos, como a quadra ou o pátio da escola.
  2. Professor e estudantes deverão delimitar o espaço da atividade e dispor os objetos por percurso, escolhendo um ponto de partida e de chegada.
  3. As duplas deverão se localizar no ponto de partida e iniciar a atividade ao mesmo tempo.
  4. Um dos estudantes deverá ser vendado e o outro deverá ser o coordenador, guiando e orientando o colega com segurança do ponto de partida até o de chegada.
  5. O estudante coordenador deverá guiar o colega vendado com orientações simples e diretas, como:
    • Ande um passo para a direita ou para a esquerda.
    • Pule o arco, a corda, ou cuidado com o cone.
  6. A dupla que derrubar ou pisar nos obstáculos deverá retornar ao ponto de partida.
  7. Ao chegar ao ponto de chegada, a dupla deverá trocar de posição, e o estudante que anteriormente atuou como coordenador deverá ser vendado, e a primeira dupla que chegar até o ponto de chegada será a vencedora do jogo.

Continua

Continuação

Composição: o que você está desenhando?

A proposta da atividade é possibilitar a elaboração de experiências relacionadas com a linguagem do desenho da composição de imagens.

Material

  • Folha de papel sulfite.
  • Material para desenho da preferência dos estudantes, como lápis, canetas e régua.
Ilustração em preto e branco. Vista frontal e da cintura pra cima de uma menina de nariz largo e cabelos penteados para o lado. Ela está sentada diante de uma mesa escrevendo em uma folha.

Como fazer

  1. Com orientação do professor, organizem-se em duplas.
  2. De início, um integrante da dupla deverá ser selecionado como narrador e o outro deverá atuar como desenhista. Em um segundo momento, os estudantes trocarão de tarefas.
  3. O estudante narrador deverá descrever detalhadamente uma paisagem conhecida por ele.
  4. Após a escuta da narrativa, o estudante desenhista deverá elaborar o desenho da paisagem descrita.
  5. Em seguida às narrativas e aos desenhos, os estudantes deverão compartilhar os trabalhos e identificar quais paisagens foram selecionadas pelos colegas.
    • Para finalizar, organizados em uma grande roda, compartilhem as experiências citando como foi:
      1. guiar o colega;
      2. ser guiado na atividade de caminhada;
      3. desenhar a partir da narrativa de um colega;
      4. observar a narrativa se transformar em paisagem desenhada por um colega.
Ilustração. Dispostos na diagonal, três triângulos verdes contornado por outro de fio rosa apontam para a direita

eu vou APRENDER Capítulo 1

Desenho e composição nas artes

O desenho sempre esteve presente na nossa vida. A história registrou desenhos feitos por grupos humanos em paredes de cavernas há milhares de anos. Esses desenhos testemunham a existência do ser humano e expressam seu modo de viver.

Ícone de atividade em grupo.

1. Citem o que vocês acreditam que esta imagem descreve do modo de vida da pessoa que fez o registro.

Pintura rupestre. Uma parede rochosa cinza que apresenta desenho em tons de marrom da silhueta de animais e de pessoas.
Pintura rupestre em gruta no parque da Serra da Capivara. Piauí, 2017.

Desde então, a linguagem do desenho se faz presente em diferentes contextos. Como meio de comunicação, expressão e conhecimento, os desenhos podem ter diversas finalidades e ser realizados por artistas visuais, cientistas, cineastas, designersglossário , arquitetos, publicitários, coreógrafos, cenógrafos, ilustradores, entre outros.

No campo da Ciência, em áreas como botânica, zoologia e anatomia, o desenho pode ser utilizado para mostrar a constituição interna de um animal, um inseto, uma fruta, uma planta e até do ser humano. Nesse caso, o desenho precisa ser bastante detalhado, apresentando todas as partes daquilo que se pretende mostrar.

No campo industrial, um desenho pode demonstrar como uma peça deve ser fabricada, indicando fórmas e medidas. Esse tipo de desenho é denominado desenho técnico.

O desenho também pode ter finalidade unicamente artística, como uma das linguagens das artes visuais, ao lado da pintura, da escultura, da gravura, da fotografia etcétera

Ícone de atividade oral.

2. Observe e cite qual é a finalidade de cada imagem.

Pintura número 1. Ao centro, um abacaxi de casca amarelada e coroas verdes. À esquerda dele, uma coroa verde e, atrás dela, uma haste vertical com espinhos; à direta, um ramo de flores finas e pequenas em tons de laranja e uma flor com pétalas grossas em tons de marrom e bege.
Ananás (abacaxi), de , 1849. Placa 766, de Ordem natural das plantas.
Ilustração em preto e branco número 2. Com linhas pretas finas, contorno de um carro comprido, destacando as partes interiores, como as poltronas, a direção e os motores.
Desenho detalhado de engenharia do carro.
Xilogravura em preto e branco número 3. À esquerda em primeiro plano, há uma mulher de chapéu, vestido longo e largo e uma enxada sobre o ombro. Ela está com o rosto inclinado para o lado, olhando ao fundo. Em segundo plano, há uma pessoa de roupa larga e chapéu arando a terra. Em terceiro, pessoas com roupas semelhantes estão no campo, segundo enxadas. A plantação está em destaque entre o segundo e o terceiro plano, sendo composta de linhas verticais.
Plantação, de Renina Kátis, 1980. Xilogravura, 35 centímetros por 44 centímetros.
  1. Desenhos também podem ser utilizados para ilustração de livros ou esboços de cenários para teatro, dança, cinema ou televisão, entre muitas outras aplicações.
    1. Folheie com cuidado os livros didáticos e paradidáticos que você possui, de diferentes componentes curriculares, observando as ilustrações que apresentam.
    2. Selecione uma delas, de preferência aquela que achou mais interessante.
    3. Elabore uma frase para explicar o significado da ilustração selecionada.
Ícone de atividade oral.

d. Agora, responda: qual é a importância do desenho para a melhor compreensão de uma informação ou texto?

DESENHO, LINHA E fórmas

Desenhos são criados com pontos e linhas que geram fórmas. No desenho, a linha é um elemento essencial para representar e expressar a intenção do desenhista. Elas podem ser finas ou grossas, retas ou curvas, contínuas ou interrompidas, horizontais, verticais ou diagonais.

Além das linhas, o desenho pode apresentar fórmas geométricas, como quadrados, triângulos, círculos, entre outras. Em um desenho, podemos também encontrar fórmas orgânicas, que são as encontradas na natureza, como a de um animal ou a de uma gota de chuva.

Pintura em preto e branco. Em fundo branco, desenho com linhas pretas finas e curvas de um gato de corpo robusto e bigode longo. A parte inferior do corpo do animal aparece sem linhas.
Martim, de Iberê Camargo, 1993. Nanquim sobre papel, 21,6 centímetros por 31,5 centímetros.
Pintura em preto e branco. Em um fundo amarelado, desenho em linhas retas e pretas de um homem sentado diante de uma mesa de base alta. À esquerda dele, outra mesa de estrutura semelhante.
Talmudista, de Lasár Sêgál, 1911. Grafite sobre papel, 32 centímetros por 26 centímetros.
Ícone de atividade em grupo.
Ícone de atividade oral.
  1. Para vocês, que tipo de linhas Iberê Camargo utilizou para representar o gato Martim? E o artista Lasár Sêgál, na obra Talmudista?
  2. Citem e descrevam as fórmas geométricas e as orgânicas presentes nos dois desenhos.

VAMOS FAZER

Desenhos com linhas e fórmas

A obra do artista holandês Piête Môndrian (1872-1944) é um exemplo de composição com linhas retas verticais e horizontais, formando quadrados e retângulos. Em geral, as pinturas de môndrian são compostas de linhas retas, cores primárias, como amarela, azul e vermelha, além de branca, cinza e preta. De acordo com o artista, a arte deveria se libertar de toda referência figurativa.

Agora é sua vez! Elabore um desenho utilizando linhas e fórmas geométricas. Para a atividade, siga as orientações.

Pintura. Imagem abstrata com linhas pretas retas e grossas dispostas na vertical e horizontal, que compõem formas geométricas como o quadrado, em vermelho, amarelo e preto, e o retângulo, em branco, azul e preto.
Composição em vermelho, amarelo, azul e preto, de Piête Môndrian, 1921. Óleo sobre tela, 59,5 centímetros por 59,5 centímetros.

Material

  • Folhas de papel sulfite, tamanho a quatro.
  • Régua.
  • Lápis grafite, lápis de cor, canetas hidrográficas coloridas ou outro material que você achar adequado.

Como fazer

  1. Faça um desenho ocupando todo o espaço da folha utilizando linhas e fórmas.
  2. Para isso, você poderá utilizar diferentes tipos de linhas, como fina ou grossa, reta ou curva, horizontal, vertical ou diagonal.
  3. Além das linhas, utilize também uma ou duas fórmas geométricas, como quadrados, triângulos, círculos, entre outras, para a composição.
  4. Pinte o desenho com as cores primárias usadas por môndrian.
  5. Para finalizar, exponha o trabalho e converse sobre os diferentes desenhos elaborados.

Desenho artístico

Desenhos podem ser realizados de memória, com base na imaginação ou na observação de lugares, pessoas, animais ou objetos. Diferentes materiais podem ser utilizados, como o lápis grafite, o lápis de cor, o giz de cera, o giz pastel, o carvão vegetal, a tinta nanquim, a tinta guache, entre outras possibilidades. Veja a seguir alguns exemplos.

 Tinta sobre papel

Pintura em preto e branco. Em fundo branco, desenho com linhas pretas grossas e curvas de um vaso de flores disposto ao lado de prato com frutas e um copo com líquido.
Natureza-morta com vaso de flores e prato com frutas, de Ãnri Matisse, 1947. Tinta sobre papel.

A tinta é um dos mais tradicionais materiais utilizados no desenho e na pintura. Assim como Ãnri Matisse, muitos artistas a utilizaram e ainda a utilizam em suas obras.

Giz pastel

Pintura. Com pinceladas em tinta clara, destaque para uma mulher realizando um passo de balé com os braços abertos e um dos pés para trás. Na parte superior, pinceladas em tons escuros, especialmente atrás dos braços brancos da dançarina, criando um contraste de cores.
Arte inspirada em Dançarina de verde, de edigár degá, cêrca de 1883. Pastel sobre papel, 71 centímetros por 37,9 centímetros.

O giz pastel pode ser seco ou oleoso e de diferentes cores. Sua textura permite que a pintura seja esfumada. O artista edigár degá (1834-1917) utilizou o giz pastel em várias de suas obras.

Nanquim

Pintura em preto e branco. Em um fundo bege, desenho em preto em linhas pretas grossas e curvas de um animal adulto quadrúpede, com corpo robusto e chifres. Ao lado dele, um esboço do corpo de um filhote, com a cabeça inacabada.
Sem título, de Yoshiya Takaoka. Nanquim sobre papel, 24 centímetros por 32,3 centímetros.

O nanquim é uma tinta bastante líquida que deve ser utilizada com pincel específico ou bico de pena. A tinta nanquim pode ser encontrada em diversas cores, mas geralmente é usada na cor preta. O nanquim é um tipo de tinta usado há mais de 4.500 anos e apresenta um preto intenso, como é possível observar na obra de Yoshiya Takaoka.

Carvão

Desenho em preto e branco. Um galo desenhado em linhas grossas curvas e efeito de esfumado. Ele está com as asas erguidas para o lado e o bico bem aberto.
Galo novo, de Pablo Picasso, 1938. Desenho, carvão sobre papel, 144 centímetros por 118 centímetros.

O carvão vegetal é encontrado apenas na cor preta, possibilitando traços mais grossos e um efeito esfumado, como no desenho de Pablo Picasso.

Caneta permanente

Pintura. Sobre um fundo azul, há diversas ondas feitas em linhas curvas brancas sobrepostas, formando alguns arcos nas cores sólidas azul e branco.
Sem título, de Sandra Cinto, 2013. Acrílica e caneta sobre tela, 160 centímetros por 130 centímetros.

A caneta permanente é um material que apresenta alta aderência e pode ser usada em diversas superfícies. A artista brasileira Sandra Cinto faz desenhos com caneta permanente.

Utilizando materiais para criar desenhos

Como observado nos exemplos anteriores, vários materiais podem ser utilizados para fazer um desenho. Para a atividade, siga as orientações.

Como fazer

  1. Entre os materiais apresentados, escolha dois que você tenha disponíveis para criar dois desenhos diferentes.
  2. Você pode desenhar alguns objetos, o colega de turma, um espaço da escola, uma paisagem, um lugar, uma pessoa, um objeto de que goste muito, ou mesmo criar um desenho da sua imaginação.
  3. O importante é usar os dois materiais escolhidos, um em cada desenho, para perceber as diferenças nos resultados.

Para ampliar

, Carla. Laboratório de desenho para artistas de técnica mista. São Paulo: Ambientes & Costumes, 2013. O livro apresenta 52 propostas para desenvolver projetos, ideias e técnicas de desenho.

Desenho e esboço

Nas artes visuais, os desenhos também aparecem em cadernos e anotações de artistas, como registro visual de um pensamento. Esses desenhos são rascunhos, ideias ou esboços para a construção da obra. O esboço é um desenho simples que pode ser feito a lápis, caneta, pincel ou outro instrumento e serve para registrar e apresentar uma ideia.

Durante o Renascimento italiano, ocorrido entre os séculos catorze e dezesseis, o desenho passou a ter grande importância entre os artistas, como atividade preparatória para pinturas e esculturas.

Utilizando o desenho como fórma de estudo e investigação, os artistas renascentistas como Leonardo da vinti (1452-1519) e Miquelângelo Buonarroti (1475-1564) observavam e registravam as medidas, as proporções, as expressões e a anatomia do corpo humano.

Esboço em preto e branco. Em fundo bege, retrato em linhas pretas de uma pessoa vista de lado e dos ombos para cima. Ela tem cabelos longos, nariz fino e lábios grossos; está com o rosto inclinado para o lado e sombreado; o cabelo é contornado com traço fino.
Estudo da figura de um anjo para a Virgem das Rochas, de Leonardo da vinti, século dezesseis.
Pintura. Uma jovem com veste azul-escura está ao centro ao redor de crianças nuas e outra jovem sentada no chão, a qual usa uma veste cinza com capa vermelha. Ao fundo, há rochas altas e escuras com algumas frestas iluminadas. Há um contraste entre os tons escuros do ambiente e a pele clara das personagens.
Virgem das Rochas, de Leonardo da vinti, 1478. Óleo sobre madeira transferido para tela, 199 centímetros por 122 centímetros.

6. Como vimos, o esboço é um desenho rápido, simples e sem muitos detalhes. Observe a obra Virgem das Rochas e selecione uma parte dela para elaborar um esboço no caderno.

Clique no play e acompanhe a reprodução do Áudio.

Transcrição do áudio

O desenho e o esboço até a descrição de Guernica

Locutora: O desenho e o esboço até a descrição de Guernica.

Vinheta

Locutora: Inspiração, entusiasmo para criar, influência de musas. Não importa a origem. Sempre que um artista tem a necessidade de exprimir sua arte, o primeiro passo é colocar essa inspiração, essa ideia no papel – ou, com o advento das novas tecnologias, na tela do computador.

No caso dos pintores e outros artistas de artes visuais, esse impulso se traduz em um primeiro desenho, o que chamamos de esboço. Essa ideia inicial, normalmente transferida para o papel, é depois aprimorada, estudada e pesquisada para que o resultado seja uma obra-prima.

Os pintores do Renascimento não nos deixam mentir. Michelangelo e Leonardo da Vinci, por exemplo, entre os séculos 15 e 16, usavam o desenho para estudar, registrando as medidas, proporções, formas e mesmo a anatomia de animais e pessoas que eles observavam antes de pintá-los.

Os desenhos serviam ainda como base para seus afrescos. Ou seja, vários eram feitos em pedaços de papel e, depois de escolhidos os que mais bem representavam a ideia dos pintores, eram dispostos lado a lado e transferidos para as paredes e tetos.

Vinheta

Locutora: Um outro pintor consagrado, e mais atual, que lançava mão de esboços para encontrar a melhor forma de exprimir sua arte era Pablo Picasso. Em 1937, por exemplo, ele pintou o mural

Guernica, representando a cidade espanhola de mesmo nome que havia sido bombardeada e completamente destruída. Mas a obra só ficou pronta depois que o pintor espanhol fez nada menos que 45 esboços do que ele tinha em mente.

Ouça agora a descrição do mural Guernica. Observe de que maneira Picasso resolveu traduzir em pintura o que aconteceu com a cidade e sua população. Se você quiser, pegue lápis e papel e vá fazendo o seu esboço, a sua própria versão da obra.

Narrador: Toda a cena é organizada dentro de um espaço em que os personagens e as ações se comprimem, enfatizando o sentimento de tensão e horror.

O painel monocromático apresenta tons de preto e branco, como um registro fotográfico do momento do bombardeio em Guernica.

Além das cores, há algumas áreas de textura, como se fossem a escrita de um jornal, meio pelo qual Picasso soube da notícia do atentado à cidade.

No canto superior esquerdo há um touro, símbolo das touradas na Espanha. Logo abaixo do animal uma mulher aparece às lágrimas com uma criança morta em seus braços, uma referência à representação de Pietá, tema da arte cristã que retrata a figura de Maria com Jesus Cristo morto em seu colo.

Uma lâmpada ao centro, semelhante a um olho, ilumina todo o espaço ao mesmo tempo em que também assiste à cena caótica da composição.

No centro há um cavalo que agoniza com uma lança atravessada em seu corpo. Nota-se que o focinho forma a imagem de um crânio, representação ligada à morte.

No canto superior direito há uma pequena janela onde as chamas invadem o ambiente, fazendo o personagem abaixo levantar os braços em desespero. No canto inferior esquerdo um soldado aparece com as mãos espalmadas com ferimentos semelhantes às chagas de Cristo na cruz. Em sua mão direita há uma espada quebrada, que marca a derrota do povo diante da guerra. Apesar disso, na mesma mão uma pequena flor simboliza a esperança em meio à destruição.

Vinheta

Locutora: Como ficou o seu desenho? Quantos esboços você fez? Pesquise a obra de Pablo Picasso e compare com o que tem em mãos. Você poderá se surpreender.

Locutora: Créditos. Todos os áudios inseridos neste conteúdo são da Freesound.

Picasso: estudos para Guernica

Em 1937, deflagrou-se a Guerra Civil Espanhola. Muitos amigos do artista espanhol Pablo Picasso (1881-1973) partiram para a batalha. No mesmo ano, o governo espanhol encarregou Picasso de pintar um extenso painel que representaria a Espanha na Exposição Internacional de Paris.

Em 26 de abril, a cidade espanhola de Guernica foi bombardeada e destruída, devastando a comunidade da região. Uma semana depois do atentado, Picasso realizou o primeiro desenho para o mural. No total, o artista fez 45 esboços para a confecção da encomenda. A criação final foi feita com base em muitas pesquisas de fórma e conteúdo, que deram origem à famosa pintura Guernica.

Pintura em preto e branco. Destaque da cabeça de um cavalo inclinada para o alto. Ela é feita em contornos com traço firme e linhas sombreadas na região do pescoço e na crina. No canto superior esquerdo, há uma inscrição.
Estudo para cabeça de cavalo, de Pablo Picasso, 1937. Desenho preparatório para Guernica, lápis grafite sobre papel, 27 centímetros por 21 centímetros.
Pintura. Destaque do rosto de uma mulher com traços distorcidos e fragmentados. Ela está de perfil, possui cabelo com fios sombreados e azulado, os olhos são tortos e a boca vermelha aberta, mostrando os dentes. Ao fundo, linhas pretas.
Estudo de mulher chorando, de Pablo Picasso, 1937. Desenho preparatório para Guernica, lápis de cor sobre papel, 29 centímetros por 23 centímetros.
Pintura em preto e branco. Um quadro que apresenta composição sobreposta de diversas imagens disformes e geométricas em cor clara e o fundo escuro. Da esquerda para direita, há o destaque da figura de um touro, uma mulher que segura uma criança em seu colo, com a cabeça inclinada para cima e a boca bem aberta; o braço e a cabeça de uma pessoa no chão; um pequeno feixe com lâmpada na parte superior ao lado de uma pequena lamparina; ao centro, destaque da cabeça de um cavalo e rostos humanos, destaque de uma pessoa que caminha com corpo curvado para frente; e no canto direito, destaque de uma pessoa que está com os dois braços erguidos para cima e a boca bem aberta.
Guernica, de Pablo Picasso, 1937. Óleo sobre tela, 349 centímetros por 776 centímetros.
  1. Observe a obra Guernica e selecione uma parte dela para elaborar um esboço no caderno.
    • Para finalizar, compartilhe os desenhos elaborados e converse sobre as semelhanças e as diferenças apresentadas.

ARTE E GEOGRAFIA

Brasília

A Geografia urbana pretende compreender o processo de formação e desenvolvimento das cidades. Associada à arquitetura e ao urbanismo, essas ciências buscam planejar áreas urbanas com o objetivo de proporcionar melhorias na qualidade de vida das pessoas. Diversos profissionais atuam nesse sentido, especialmente arquitetos e urbanistasglossário , que trabalham no planejamento das cidades e dos seus espaços. As primeiras ideias desses profissionais para um projeto de construção de um edifício, uma praça ou mesmo uma cidade podem ser planejadas por meio do desenho.

Em 1957, o recém-eleito presidente da República Juscelino cubishéqui (1902-1976) realizou o Concurso Nacional para o Plano Piloto de Brasília. A finalidade era escolher um projeto para a construção da nova capital federal do Brasil. O projeto inscrito pelo arquiteto e urbanista Lúcio Costa (1902-1998) foi o escolhido. Simples e ao mesmo tempo ousado e pioneiro, Lúcio Costa planejou uma capital federal monumental e residencial. Por isso, o projeto previa dois eixos que se cruzavam: o Eixo Monumental, de Leste a Oeste, e o Eixo Rodoviário Residencial, de Norte a Sul.

Esboço em preto e branco. Desenho que apresenta evolução em três partes. Na primeira, há duas linhas cruzadas; na segunda, as linhas estão com os pontos ligados por linhas retas e apresenta contorno com linhas onduladas; na última, os traços são mais complexos e sobrepostos.
Esboços que formam a base do projeto urbanístico de Brasília, de Lúcio Costa, 1957. A linha vertical corresponde ao Eixo Monumental, e a linha horizontal, em curva, corresponde ao Eixo Rodoviário Residencial.
Fotografia. Vista aérea de uma cidade cercada por vegetação e porções de água.
Imagem de satélite de Brasília (Distrito Federal), 2017, em que é possível observar os dois eixos definidos no esboço.

O Eixo Monumental concentra as principais atividades administrativas federais e locais. Nele estão edifícios públicos projetados pelo arquiteto Oscar Niemáier (1907-2012), como o Palácio do Planalto, séde do Gabinete do Presidente da República, a Catedral de Brasília e o Congresso Nacional, séde do Poder Legislativo, responsável por elaborar e aprovar as leis do país.

Vejam o esboço elaborado por Oscar Niemáier, para o projeto do Congresso Nacional em Brasília.

Fotografia. Plano aberto de uma construção em destaque que apresenta duas torres lado a lado e uma cúpula côncava do lado esquerdo e outra convexa do lado direito. À frente dessa construção, um gramado verde. Ao fundo, céu azul.
Congresso Nacional. Brasília (Distrito Federal), 2018.
Esboço em preto e branco. Desenho em linhas pretas finas que apresenta o esboço de um prédio com duas torres centrais e duas cúpulas laterais rascunhadas, uma côncava e outra convexa.
Esboço para o projeto do Congresso Nacional em Brasília (Distrito Federal), de Oscar Niemáier, 1964. Nanquim sobre papel. (detalhe)

Criando esboço de cidade

Agora, elabore dois desenhos. Para começar, faça um esboço rápido, em 30 segundos, e, em seguida, um desenho mais detalhado, em 10 minutos.

Material

  • Folha de papel sulfite.
  • Lápis grafite.

Como fazer

  1. Com a orientação do professor, selecione uma imagem de uma construção ou de um local da sua cidade para desenhar.
  2. Você deverá desenhá-la em 30 segundos. Esse deve ser um desenho rápido, um esboço. Para tanto, é necessário registrar apenas o essencial, como a fórma e a disposição das construções.
  3. Em seguida, você vai fazer outro desenho da mesma composição em 10 minutos. Além da fórma e da disposição, desenhe mais detalhes, como as áreas de sombra, os detalhes e a textura das construções. Ao final, pinte seu desenho.
  4. Exponha os dois desenhos, lado a lado, e converse com os colegas sobre os resultados.
    • O planejamento urbano é o estudo utilizado tanto para funcionamento e crescimento quanto para detectar os problemas que ocorrem nas cidades. Para ampliar seus conhecimentos, em dupla, investiguem em livros, revistas ou na internet os problemas que ocorreram na implantação do plano e as consequências geradas para a população de Brasília na atualidade.

VAMOS FAZER

Diferentes fórmas de observar e desenhar

Como vimos, o desenho é uma manifestação utilizada nos mais diversos segmentos. Na arte, ele serve para criar imagens; para isso, podemos utilizar diferentes técnicas. Na proposta a seguir, vamos praticar as técnicas do desenho cego e o de observação.

Fotografia. Destaque de duas mãos segurando um lápis diante de uma folha branca posicionada em modo paisagem.

Desenho cego

O desenho cego é um exercício de observação e percepção que fazemos para praticar e aprimorar a relação entre os movimentos com a mão e o olhar. Nesta atividade, você vai fazer uma série de desenhos de objetos, mas sem olhar para o papel.

Ilustração. Em linha fina preta e contínua, desenho um lápis que traça uma linha com curvas.

Material

  • Objetos variados, com diferentes formatos, em um local que permita boa visualização.
  • Folhas de papel sulfite.
  • Lápis grafite.

Como fazer

  1. Olhe atentamente para o objeto.
  2. Agora, comece a desenhá-lo.
  3. Não olhe para o papel. Foque seu olhar no objeto.
  4. Os desenhos cegos geralmente são feitos com uma linha contínua. Não tire o lápis do papel. Concentre-se e desenhe devagar.
  5. Faça vários desenhos com base em diferentes objetos.
  6. Escreva em cada folha o nome do objeto desenhado.

Continua

Continuação

Desenho de observação

Ilustração em preto e branco. Em linha preta fina contínua, contorno de uma pessoa de cabelo longo que segura um lápis sobre uma folha branca.

O desenho de observação é aquele que utilizamos para desenvolver nossa capacidade de observação e a percepção de elementos como fórma, luz e volume de modelos reais.

Material

  • Sala de aula e seus objetos.
  • Folhas de papel sulfite.
  • Lápis grafite.

Como fazer

  1. Observe atentamente a composição disposta da sala de aula e escolha um lugar ou um objeto específico. Organize-o de modo que a sombra dele esteja projetada na parede.
  2. Com base na sombra projetada, você deverá desenhá-lo. Para tanto, evidencie a fórma e outros detalhes que considerar adequados.
  3. Você poderá pintar respeitando as cores originais do modelo selecionado.
  4. Dê um nome ao seu desenho.
    • Para finalizar as atividades, com a orientação do professor, exponha os desenhos das duas atividades e conversem sobre os resultados.
Ilustração em preto e branco. Em linhas pretas finas, vista lateral do interior de uma sala de aula que apresenta carteiras dispostas em fileira diante de uma lousa. Acima da lousa, há um relógio. Ao fundo, há quadros na parede e duas janelas; sobre uma delas, um vaso com planta.

COMPOSIÇÃO, COR E MOVIMENTO

A composição nas artes pode ser definida como o ato ou a ação de organizar, juntar ou compor elementos para formar ou constituir uma obra. É um aspecto importante na criação do desenho, da pintura, da fotografia ou da escultura, entre outras.

Para entender melhor a importância da composição, imagine-se andando por uma sala ou outro ambiente totalmente bagunçado ou desorganizado. Como seria difícil transitar ou até encontrar objetos neste local. Certamente este mesmo ambiente organizado traria para você uma sensação de harmonia.

Nas artes isso também pode ocorrer, pois a composição possibilita que o espectador explore a obra e seus elementos como eles foram planejados e elaborados pelo artista.

Como exemplo de composição, observe a obra Uma dança para a música do tempo, do pintor francês nicolas pussãn (1594-1665).

Pintura. Em cores fortes e em uma área aberta, há quatro pessoas adultas com roupas largas que fazem uma roda de mãos dadas com o corpo voltado para fora. No chão, no canto esquerdo próximo da estátua de um busto de um homem, há uma criança pequena sentada no chão. No canto direito, um homem nu de barba e asas toca harpa. No chão, ao seu lado, há outra criança pequena sentada. No horizonte, o céu com nuvens escuras nas quais há cavalos e figuras celestiais.
Uma dança para a música do tempo, de nicolas pussãn, 1634. Óleo sobre tela, 82,5 centímetros por 104 centímetros.

As figuras apresentadas no quadro estão organizadas de modo equilibrado, sugerindo, principalmente, harmonia e movimento.

Pintura. Em cores fortes e em uma área aberta, há quatro pessoas adultas com roupas largas que fazem uma roda de mãos dadas com o corpo voltado para fora. No chão, no canto esquerdo próximo da estátua de um busto de um homem, há uma criança pequena sentada no chão. No canto direito, um homem nu de barba e asas toca harpa. No chão, ao seu lado, há outra criança pequena sentada. No horizonte, o céu com nuvens escuras nas quais há cavalos e figuras celestiais. Sobre a imagem, há um triângulo que apresenta um vértice sobre uma figura nas nuvens, outro no canto esquerdo próximo de uma criança e o outro no canto direito sobre a outra. Ao centro, uma linha tracejada vertical parte da figura celestial ao centro das nuvens e atravessa uma das pessoas da roda que está no centro do quadro. Ao redor desta pessoa, no interior do triângulo, há um círculo que engloba também duas pessoas que estão na parte de trás da roda. Sobre o triângulo, na parte superior do círculo e cortando a linha tracejada, na primeira metade do quadro, há uma linha horizontal que atravessa a imagem.
Uma dança para a música do tempo, de nicolas pussãn, 1634. Óleo sobre tela, 82,5 centímetros por 104 centímetros.
Ícone de atividade em grupo.
Ícone de atividade oral.
  1. Para vocês, a composição da obra de pussãn é harmoniosa e equilibrada?
  2. Que elementos na obra sugerem movimento?
  3. Agora é sua vez de investigar uma obra de arte que você considera a composição harmoniosa. Para a atividade:
    1. selecione uma imagem, em livro, revista ou na internet, de uma pintura, desenho, fotografia ou escultura que para você seja uma composição harmoniosa;
    2. faça uma cópia, recorte e cole a imagem no seu caderno;
    3. elabore uma frase descrevendo as suas impressões visuais, destacando principalmente as razões da sua escolha;
Ícone de atividade oral.

d. com a orientação do professor, compartilhem as investigações e troquem opiniões sobre as obras selecionadas.

Simetria

Nas manifestações artísticas, a simetria transmite a sensação de equilíbrio, proporção e harmonia entre as partes. Uma composição apresenta simetria quando os elementos estão igualmente dispostos no espaço. Observe como a obra do artista pernambucano Vicente do Rego Monteiro (1899-1970) apresenta simetria rígida ao se traçar um eixo central vertical, ou seja, as duas metades do quadro são muito semelhantes.

Pintura. Em tons de bege e marrom, três mulheres de pele clara e traços finos estão lado a lado com as mãos unidas à frente do corpo. Elas usam bata que cobre cabeça, pescoço e tórax. Sobre a mulher ao meio, há uma linha vertical traçada que divide o quadro ao meio.
Pintura. Em tons de bege e marrom, três mulheres de pele clara e traços finos estão lado a lado com as mãos unidas à frente do corpo. Elas usam bata que cobre cabeça, pescoço e tórax.
As religiosas, de Vicente do Rego Monteiro, 1969. Óleo sobre hardboard, 68,0 centímetros por 79,1 centímetros.
Fotografia digital. Desenho de uma mandala que apresenta círculos concêntricos em tons de laranja, azul e verde.
Tropical fish wheel tile (Telha de roda de peixe tropical), de Robyn Parker, 2016. Fotografia digital, 90 centímetros por 90 centímetros.
Pintura. Composição quadrada que se divide em quatro quadros. Da esquerda para a direita, o primeiro é marrom e apresenta faixas verdes na diagonal; o segundo é verde e apresenta duas faixas vermelhas que formam ângulo de noventa graus; o terceiro espelha o segundo frontalmente, com fundo verde e duas faixas vermelhas que formam ângulo de noventa graus; o quarto espelha o primeiro frontalmente, com fundo marrom e faixas verdes.
Concreção 8692, de Luiz Sacilotto, 1986. Têmpera vinílica sobre tela, 100 centímetros por 100 centímetros.

Observe as retas vertical e horizontal traçadas na obra do artista Robyn Parker para evidenciar que todas as partes da obra são exatamente iguais. A obra do artista paulista Luiz Sacilotto (1924-2003) apresenta simetria diagonal, ou seja, ao traçar uma reta diagonal em qualquer direção (da esquerda para a direita, e vice-versa), é possível observar que as duas partes são exatamente iguais.

ARTE E MATEMÁTICA

Simetria

Em muitas manifestações artísticas, podemos observar a simetria. Nas atividades sugeridas a seguir, vamos desenvolver duas propostas de trabalho que envolverão simetria, proporção e equilíbrio na elaboração de composições artísticas.

Organizar e pintar uma composição

A natureza-morta realizada pelo artista italiano Giorgio Morandi (1890-1964) apresenta equilíbrio e proporção entre as partes, mesmo sendo uma composição assimétrica.

Pintura. Em ambiente sombreado em tons de marrom e bege, há o destaque de uma mesa circular com garrafas, frascos, pratos e bule dispostos lado a lado.
Natureza-morta, de Giorgio Morandi, 1929. Óleo sobre tela, 55 centímetros por 58 centímetros.

Ao traçar uma linha central vertical no quadro, é possível perceber que existem correspondências entre os objetos, embora eles tenham cores e formatos diferentes. As duas garrafas brancas da direita apresentam um peso visual maior que o bule da esquerda, por seu tamanho e cor, o que é compensado pelo prato à frente do bule, que, por sua vez, é bem maior que o prato apresentado à frente das garrafas brancas da direita.

Com base na obra de Morandi, você vai criar uma composição com equilíbrio visual e pintar uma natureza-morta.

Material

  • Folha de papel canson tamanho A três.
  • Lápis grafite.
  • Pincéis.
  • Tinta guache de várias cores.
  • Copo com água.
  • Pano velho para limpeza dos pincéis.
  • Jornal velho.
  • Fita adesiva.
  • Objetos encontrados na sala de aula.

Continua

Continuação

Como fazer

  1. Com os colegas de turma, selecionem alguns objetos presentes na sala de aula.
  2. Organizem os objetos sobre uma mesa, formando uma composição com equilíbrio visual. Distribuam os objetos de acordo com fórmas, tamanhos e cores. Lembrem-se de que as cores fortes e o branco têm um peso visual maior em uma composição e de que os objetos maiores apresentam mais peso visual em relação aos objetos menores.
  3. Com os objetos organizados, forrem a mesa com jornal velho, prendendo-o com fita adesiva.
  4. No papel canson, façam um desenho da mesa e da composição utilizando o lápis grafite. Trabalhem com linhas leves e finas.
  5. Em seguida, pintem o desenho utilizando a tinta guache.
  6. Assim que as pinturas secarem, exponham os trabalhos com a orientação do professor.

Recorte de papel com simetria

Criar um recorte com simetria horizontal e vertical é fácil e tem um resultado muito interessante. Siga as orientações.

Material

  • Folhas de papel color set tamanho a quatro de várias cores.
  • Tesoura com pontas arredondadas.
  • Lápis grafite.
  • Régua.

Como fazer

  1. Em uma folha de papel color set da cor de sua preferência, desenhe, com o auxílio da régua e do lápis grafite, um quadrado de 20 centímetros por 20 centímetros. Em seguida, recorte esse quadrado. Dobre-o ao meio formando um triângulo.
  2. Depois, dobre-o ao meio novamente, formando outro triângulo menor.
  3. Segure a ponta correspondente ao centro do quadrado e recorte diferentes fórmas nas extremidades do triângulo com a tesoura de pontas arredondadas.
  4. Abra o quadrado e veja o resultado. Tente novamente utilizando papel color set de outra cor e fazendo recortes diferentes.

Equilíbrio

Ao observar uma bailarina fazendo um arabesco, um equilibrista na corda bamba ou uma escultura do artista estadunidense Alexander Calder (1898-1976), percebemos um equilíbrio físico, ou seja, uma posição estável, sem oscilações ou desvios. Além de físico, o equilíbrio pode ser perceptivo.

Fotografia. Em ambiente com pouca luminosidade, uma mulher sob um feixe de luz realiza um movimento com uma perna na ponta da pé, a outra perna voltada atrás do corpo, coluna ereta e os braços esticados, um para frente e outro para trás.
Representação de bailarina em um arabescoglossário .
Fotografia. Em ambiente com pouca luminosidade, um homem visto de baixo para cima, está sem camisa e vestindo calça preta; ele está em pé sobre uma linha firme e suspensa no alto. Ele olha para cima enquanto realiza malabarismos com cinco bolas brancas pequenas.
Representação de equilibrista na corda bamba.

Nas artes visuais, o equilíbrio é estabelecido por meio da relação entre as partes de uma obra e o todo. Dois fatores importantes interferem no equilíbrio de uma composição: o peso visual e a direção. A ideia de peso, nesse caso, não corresponde a um peso material, e sim à sensação que os elementos podem transmitir. O peso depende do tamanho do elemento visual. Um quadrado grande, por exemplo, tem peso visual maior do que um quadrado pequeno. Do mesmo modo, quanto mais elementos, maior será o peso visual.

Ícone de atividade em grupo.

Criando estábile

Para compreender melhor o princípio de equilíbrio físico, vamos construir um estábile semelhante aos de Alexander Calder em suas esculturas.

Material

  • Argila.
  • Arame.
  • Papel color set de várias cores.
  • Tampinhas de latas de alumínio e/ou de garrafas péti.
  • Restos de barbante ou linha para tricô ou bordado.

Como fazer

  1. Façam uma bola com a argila que deverá ser utilizada como base da escultura.
  2. Depois, coloquem na argila um pedaço de arame de mais ou menos 20 centímetros, o qual servirá como haste da escultura.
  3. Peguem um arame e dobrem a ponta no formato de um .
  4. No , equilibrem outro pedaço de arame de cêrca de 15 centímetros. Esse arame deve ter as duas pontas dobradas.
  5. Nas pontas desse segundo arame, devem ser pendurados as tampinhas e os recortes de papéis pequenos em vários formatos. Esses elementos devem ser presos por barbante ou linha, de diferentes tamanhos, de fórma equilibrada.
  6. Para finalizar, disponibilizem os trabalhos na mesa e conversem sobre como ocorre o equilíbrio entre as partes de suas esculturas.
Fotografia. Ambiente fechado com paredes claras que apresenta uma obra com tripé de pernas finas e chapas estreitas pretas penduradas e ligadas a um arame firme na lateral onde há uma estrutura ramificada para o lado com itens circulares acoplados.
O besouro, de Alexander Calder, cêrca de 1950. Estábile de metal e arame.

A cor

O emprego de cores também pode proporcionar equilíbrio e harmonia em uma composição. A cor é um fenômeno físico relacionado à presença de luz, ou seja, é necessário haver luz para termos a percepção das diferentes cores que nos cercam.

Em 1672, o cientista inglês (1643-1727) realizou algumas experiências com a luz solar. Em uma delas, observou um feixe passando através de um prisma. Niutom percebeu que a luz branca do sol, ao passar pelo prisma, decompunha-se em sete cores: vermelha, laranja, amarela, verde, azul-clara, azul-escura e violeta. As cores formadas pela emissão de luz solar ou outras fontes luminosas artificiais são denominadas cor-luz.

Gravura. Em uma sala, há um homem de cabelo longo, paletó azulado com listras verticais, mangas de babado, meias longas e sapatos pretos. Ele está em pé ao lado de uma fresta na janela por onde entra um feixe de luz que transpassa uma estrutura sobre uma coluna metálica e projeta um feixe de cores diversas sobre uma tela branca.
Representação da experiência de izáqui níltonutilizando um prisma para decompor a luz solar nas sete cores. Gravura colorida à mão, artista desconhecido, 1874.

As cores-luz primárias são a vermelha, a verde e a azul. Cores primárias são aquelas que, ao se misturarem, geram todas as outras cores, inclusive a branca. A cor-luz está presente na fotografia digital, no cinema, na televisão etcétera Os aparelhos de televisão ou monitores, por exemplo, utilizam o sistema cor-luz ou sistema RGB, do inglês érre = red, “vermelho”, = green, “verde” e = blue, “azul”, para gerar as imagens.

Para ampliar

péncârst éndi; rócsli, Lucinda. Quando a arte é genial. São Paulo: Gustavo Gili, 2015. A obra apresenta uma seleção de oitenta pinturas e esculturas extraordinárias do mundo, em várias épocas e estilos, e apresenta como a cor, a luminosidade, a fórma e o movimento, entre outros aspectos, tornam as obras tão especiais.

Cor-pigmento é a cor que o olho humano identifica nos objetos do mundo. Nesse sistema, as diferentes cores são obtidas por meio de pigmentos. Pigmento é uma substância natural ou quimicamente produzida que confere cor a diferentes materiais, entre eles as tintas.

Assim como a cor-luz, a cor-pigmento também possui três cores primárias: a vermelha, a azul e a amarela. A partir da mistura dessas cores, em diferentes proporções, é possível obter todas as outras. Ao misturar essas três cores primárias, chega-se ao marrom ou ao cinza, dependendo das proporções de cada uma.

Fotografia. Pedra azul de formato irregular e aspecto áspero e poroso.
Azurita, exemplo de pigmento natural na cor azul.

As cores resultantes da mistura entre duas cores primárias são denominadas secundárias.

VERMELHO + AMARELO = LARANJA

VERMELHO + AZUL = VIOLETA

AZUL + AMARELO = VERDE

As cores resultantes da mistura entre uma cor primária e uma cor secundária são denominadas terciárias:

LARANJA + AMARELO = AMARELO-OURO

LARANJA + VERMELHO = VERMELHO ALARANJADO

VIOLETA + AZUL = AZUL VIOLETADO

VIOLETA + VERMELHO = VERMELHO VIOLETADO

VERDE + AMARELO = VERDE-CLARO

VERDE + AZUL = VERDE AZULADO

Ícone de atividade em grupo.
Ícone de atividade oral.

4. Com a orientação do professor, identifiquem e elaborem um quadro com objetos presentes na sala de aula que apresentam cores primárias, secundárias e terciárias. Se adequado, sigam o modelo de quadro.

Ícone. Modelo.

Objetos – Cores primárias

Objetos – Cores secundárias

Objetos – Cores terciárias

Círculo cromático

Observe o círculo cromático que apresenta cores primárias, secundárias e terciárias. As que aparecem lado a lado no círculo são chamadas análogas, as quais são semelhantes, pois têm uma cor-base comum. Por exemplo, o amarelo, o amarelo-ouro e o laranja são cores análogas que têm o amarelo como cor-base comum.

Ilustração. Um círculo que apresenta um especto de onze cores. Em sentido horário, estão as cores: amarelo, amarelo-ouro, laranja, vermelho-alaranjado, vermelho, violeta avermelhado, violeta, violeta azulado, azul, verde-azulado, verde e verde-claro. Ao centro, há uma composição de formas geométricas que apresentam a cor verde voltada aos tons de verde; a cor laranja voltada aos tons de amarelo, laranja e vermelho; a cor amarela ao centro voltado ao trecho amarelo; abaixo o azul voltado ao tom de azul; vermelho, voltado ao vermelho; e na parte inferior está o roxo, voltado aos tons de violeta.
Círculo cromático com cores primárias, secundárias, terciárias, quentes e frias.

Cores quentes e frias

É possível também associar as cores do círculo cromático às sensações visuais de temperatura. São classificadas como quentes as cores associadas ao calor, ao sol, ao fogo etcétera, como amarela, laranja e vermelha.

As cores frias são associadas ao frio, à água, ao gelo etcétera, como azul, verde e violeta. O branco, o preto e os diferentes tons de cinza e marrom são considerados neutros e podem ser associados a todas as outras cores em uma composição.

Ícone de atividade em grupo.
Ícone de atividade oral.

5. Identifiquem a obra associada às cores quentes e às cores frias.

Pintura. Um quadro em cores vivas que apresenta uma toalha estampada sobre a qual está um jarro com flores coloridas disposto ao lado de uma xícara azul com fundo branco e uma jarra estampada.
Flores e cerâmica, de , 1913. Óleo sobre tela, 68,6 centímetros por 57,2 centímetros.
Pintura. Em tons escuros de azul e cinza, há uma grande fruteira ao centro com pequenos frutos redondos e itens dispostos ao redor.
Natureza-morta, de . Óleo sobre tela, 45,8 centímetros por 55,2 centímetros.

6. Observem a pintura realizada pela artista Maria Leontina (1917-1984). Conversem e associem as cores neutras às cores frias na composição.

Pintura. Uma tela com linhas verticais grossas em tons de roxo, branco, vermelho e preto. Ao centro, há três retângulos azuis lado a lado.
Sem título, de Maria Leontina, 1967. Óleo sobre tela, 55 centímetros por 46 centímetros.

Para ampliar

CANTON, Katia. Mesa de artista: natureza-morta. São Paulo: Cosac naíf, 2004 (Coleção Mundo de artista). A autora revela, por meio de obras de variados artistas, diferentes fórmas de apresentar frutas, jarras, objetos e outros elementos que compõem a mesa posta. O livro traz também diversas atividades práticas.

Cor e matiz

O matiz é a característica que diferencia uma cor da outra. É a cor em sua máxima intensidade, sem misturas de branco, preto ou cinza. Ao fazer essas misturas, altera-se o tom da cor. Por exemplo, ao misturar branco e preto ao matiz azul, altera-se a tonalidade do azul.

Ilustração. Uma faixa retangular horizontal subdividida em retângulos menores que apresentam um degradê dos matizes da cor azul, do mais claro ao mais escuro.
Exemplo de diferentes tons do matiz azul. No centro, observa-se a cor pura, saturada. À esquerda, o matiz misturado à cor branca, em diferentes proporções, e à direita, misturado à cor preta, também em diferentes proporções.

Entre 1901 e 1904, o artista espanhol Pablo Picasso criou pinturas em que predominam os tons de azul. Esse período ficou conhecido como Fase Azul. As obras dessa fase apresentam personagens anônimos e solitários, em atitude reflexiva e melancólica.

Pintura. Em tons de azul, uma mulher adulta de longa bata está de pé com a cabeça curvada e segura uma tigela com as duas mãos diante de uma criança de vestido longo e de pé estendendo os braços em direção ao recipiente.
A sopa, de Pablo Picasso, 1902. Óleo sobre tela, 38,5 centímetros por 46 centímetros.
Ícone de atividade oral.

7. Observe a obra de Picasso. Quantos tons de azul você identifica?

VAMOS FAZER

Pintura monocromática

Assim como Picasso chegou a diferentes tonalidades de azul para utilizar em seus quadros, você vai investigar e criar diferentes tons com base nas misturas de uma cor com preto e branco e elaborar um desenho livre.

Material

  • Duas folhas de papel, de preferência de maior gramatura tamanho a quatro.
  • Lápis grafite, régua, pincéis, jornal velho e fita adesiva.
  • Bandejas de isopor reutilizáveis ou caixinhas de leite abertas, lavadas e secas, para mistura de tinta ou lavagem dos pincéis.
  • Pano para limpeza dos pincéis.
  • Tintas guache nas cores preta, branca, azul, amarela, vermelha, verde, violeta e laranja.

Como fazer

  1. Em uma das folhas faça três retângulos de 5 centímetros por 25 centímetros, deixando um espaço de 1 centímetros entre eles. Divida os retângulos em cinco quadrados de 5 centímetros cada um.
  2. Forre a mesa com jornal, fixando-o com fita adesiva.
  3. No primeiro retângulo, pinte o quadrado do meio com uma das cores disponíveis, com exceção das cores preta e branca, que serão usadas para fazer as misturas.
  4. Misture essa cor com um pouco de branco e pinte o quadrado à esquerda. Coloque um pouco mais de branco nessa mistura e pinte o primeiro quadrado do retângulo, à esquerda. Repita o mesmo processo com os quadrados da direita, mas, em vez de misturar branco à cor, misture preto, em pequenas porções. Repita esse procedimento nos outros dois retângulos, alterando as cores-base.
  5. Observe os matizes ao centro de cada retângulo, ou seja, as cores puras, sem misturas, e as diferentes tonalidades criadas com as misturas de branco e preto, nos quadrados à direita e à esquerda.
  6. Planeje em um rascunho um desenho que deverá ser desenvolvido nas cores que você obteve anteriormente e faça um desenho com tema livre na outra folha.
  7. Utilize essas diferentes tonalidades para pintar o desenho previamente construído e assim que as pinturas secarem, exponha o trabalho com a orientação do professor.

Cores complementares e Fauvismo

Observe novamente o círculo cromático. Perceba que uma cor primária está sempre em oposição a uma cor secundária: vermelho em oposição a verde, amarelo em oposição a violeta e laranja em oposição a azul. Todas as cores que se encontram em oposição no círculo cromático são chamadas complementares.

As cores complementares oferecem contraste entre si. O uso delas foi bastante explorado pelos artistas que fizeram parte do Fauvismo.

Pintura. Paisagem natural representada em cores vivas em tons de azul, laranja, verde e vermelho. À frente, há um gramado com duas árvores. Atrás, um rio e, do outro lado dele, várias árvores e uma região montanhosa. Predominam no quadro as pinceladas rápidas.
Montanhas de Collioure, de Andrré derrãn, 1905. Óleo sobre tela, 81,3 centímetros por 100,3 centímetros.

O Fauvismo foi um movimento surgido no início do século vinte, associado a um grupo de jovens pintores, que em 1905 fez sua primeira exposição no salão de outono, em Paris. Ao observar pinturas com emprego de cores fortes e “bárbaras”, o crítico luí vosséle ficou escandalizado e chamou os artistas que ali expunham de fauves, isto é, feras, em francês. Entre esses artistas estavam Andrré derrãn (1880-1954) e Ãnri Matisse (1869-1954), entre outros.

Esse movimento ficou marcado pela liberdade de expressão e pelo uso de cores saturadas, vibrantes e não naturalistas, ou seja, sem necessariamente buscar correspondência com as cores da realidade observada, com a finalidade de obter efeitos emocionais e decorativos. O membro mais famoso do grupo foi o artista francês Ãnri Matisse.

Pintura. Detalhe de uma pequena mesa lilás circular sobre a qual há um aquário em formato cilíndrico com quatro peixes avermelhados, cuja imagem é refratada na parte superior da água do aquário. Ao redor da mesa, há plantas com folhagens verdes e flores em tons de rosa. Entre a mesa e as plantas, especialmente na parte central direita, há um fundo preto que contrasta com as cores vivas e brilhantes da cena.
Peixes dourados, de Ãnri Matisse, 1912. Óleo sobre tela, 140 centímetros por 98 centímetros.
Pintura. Em um quadro com moldura dourada, à direita, há uma mulher loira com cabelos presos para cima; ela veste blusa preta e saia branca. Está diante de uma mesa grande, arrumando-a. Sobre a mesa de toalha vermelha com detalhes azuis, há alguns frascos de bebidas, fruteiras e outros alimentos arredondados. A parede ao fundo tem a mesma estampa da mesa. Atrás da mulher, pode-se ver o encosto de uma cadeira marrom. Na parte inferior esquerda, uma cadeira de encosto marrom e estofado amarelo. Na parte superior esquerda, uma janela aberta e a vista de um jardim verde com árvores com folhagens brancas.
Mesa posta (harmonia em vermelho), de Ãnri Matisse. Óleo sobre tela, 180 centímetros por 220 centímetros.
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  1. Identifiquem nas obras Peixes dourados e Mesa posta duas cores complementares entre si.
  2. Matís, em suas pinturas, transformava cenas cotidianas em um padrão decorativo. Entendendo o padrão ou o tema principal escolhido pelo artista, citem os motivos utilizados pelo pintor em cada uma das obras.

Composição com cores complementares

Agora, você vai criar um desenho de tema livre usando um par de cores complementares.

Material

  • Folha de papel sulfite.
  • Lápis grafite.
  • Canetas hidrográficas coloridas ou giz de cera.

Como fazer

  1. Na folha de papel, realize um desenho com tema livre.
  2. Escolha dois pares de cores complementares para pintar seu desenho.
  3. Ao final, compartilhe as produções entre os colegas.

Cor e luz no Impressionismo

As pesquisas realizadas pelo pintor e artista gráfico francês eduár manê (1832-1883) foram essenciais para o desenvolvimento do Impressionismo, movimento artístico surgido na França na segunda metade do século dezenove. Os impressionistas foram assim chamados porque o título de uma pintura do artista francês Clôd Monê (1840-1926), Impressão: sol nascente, levou um crítico a rotular o grupo.

É impossível estabelecer critérios rígidos para definir um grupo tão distinto de artistas, mas, em geral, os impressionistas exploraram o uso das cores complementares e puras, ou seja, sem misturas prévias na paleta, aplicando-as diretamente na tela em pinceladas curtas e justapostas.

Esses artistas pintavam ao ar livre e sem rascunhos prévios, buscando capturar as impressões visuais imediatas e os efeitos da luz solar sobre os objetos. Dessa fórma, buscavam reproduzir os efeitos brilhantes de uma cena ao ar livre.

Pintura. A obra é marcada por pinceladas curtas e leves com aparência borrada. Em cores claras em tons de verde, azul e laranja, há o destaque em primeiro plano de uma embarcação e sua sombra no mar durante um nevoeiro. No horizonte, o sol alaranjado tem sua luz refletida na água e passando ao lado do barco. Em contraste com essa luz, há manchas brancas no mar para retratar as ondas. Em segundo plano, à esquerda, há outro barco. Ao fundo, silhuetas de um porto com embarcações maiores.
Impressão: sol nascente, de Clôd Monê, 1872. Óleo sobre tela, 48 centímetros por 63 centímetros.

10. Sobre a obra Impressão: sol nascente, de monê, leia a frase:

[reticências] As pinceladas curtas e leves dão à pintura uma aparência suave e borrada, como se os observadores estivessem vendo a cena através de uma nevoa matinal que paira sobre o mar. [reticências]

péncârst éndi; rócsli, Lucinda. Quando a arte é genial. São Paulo: Gustavo Gili, 2015. página 47.

Cite quais cores complementares foram utilizadas por monê para compor a obra.

Diversos foram os temas escolhidos pelos impressionistas como Pierre Auguste Renoar (1841-1919), que pintou muitos retratos, em especial de mulheres e crianças. Alfred Sisley (1839-1899), camí pissarrô (1830- 1903) e monê se interessavam sobretudo por paisagens, ao passo que edigár degá (1834-1917) se tornou muito conhecido por retratar corridas de cavalos e, em especial, bailarinas.

Pintura. Com pinceladas delicadas e cores cintilantes, a obra mostra uma menina loira usando laço vermelho no cabelo, vestido aveludado azul com bordado em renda branca e botas pretas. Ela está em pé próximo de um jardim florido e segurando um regador verde na mão direita e duas margaridas brancas e amarelas na mão esquerda. Atrás dela, há um gramado verde e algumas flores coloridas no canto superior esquerdo.
Uma menina com um regador, de Pierre Auguste Renoar, 1876. Óleo sobre tela, 100 centímetros por 73 centímetros.
Pintura. Com pinceladas rápidas e soltas, a obra mostra a vista de cima para baixo de três bailarinas dançando com saias de tule verde; apenas uma delas é vista por completo. Ao fundo, outras bailarinas usando roupas laranjas. As cores da vestimenta das bailarinas e os tons de peles claros contrastam com o fundo escuro da parte superior do quadro.
Bailarinas em verde, de edigár degá. 1877-1879. Pastel e guache sobre papel, 64 centímetros por 36 centímetros.
Pintura. Com pinceladas rápidas e suaves e cores vivas, a obra mostra a vista geral de um vilarejo bucólico com casas térreas, região gramada à frente e árvores de copa  cônica ao fundo.
Paisagem em Osny, de camí pissarrô, 1884. Óleo sobre tela, 46 centímetros por 35 centímetros.
Pintura. Com pinceladas livres e predominância de tons claros de azul, cinza e marrom, a obra mostra a vista geral de uma área descampada com árvores desfolhadas e solo seco banhados por um rio, o qual está em destaque na parte central.
Margens do Rio Loing, efeito de outono, de Alfred Sisley, 1881. Óleo sobre tela, 73,5 centímetros por 92,5 centímetros.

11. Selecione uma das obras destacadas nesta página e, no caderno, elabore uma frase descrevendo suas impressões visuais sobre ela. Para isso, pense principalmente nos efeitos relacionados aos usos da cor e da luz na obra.

VAMOS FAZER

Investigação: variação de luz

Os pintores impressionistas valorizavam muito a pintura ao ar livre e a rapidez na execução, pois era necessário terminá-la antes que as condições de luz se alterassem. Para entender um pouco mais sobre o tema, citamos Clôd Monê, que, entre 1892 e 1894, fez dezenas de pinturas da Catedral de Rouen, igreja católica em estilo gótico situada na França.

O tema principal dessas pinturas não é a catedral em si, e sim a variação da luz solar que incide sobre a fachada em diferentes momentos do dia e períodos do ano, alterando sua fórma e sua cor. monê ficou tão encantado pela Catedral de Rouen que montou uma oficina do outro lado da rua para identificar, no decorrer do tempo, como a incidência da luz influenciava a aparência do templo.

Ícone de atividade em grupo.
Ícone de atividade oral.

Conversem sobre as telas pintadas da Catedral de Rouen e, com a orientação do professor, elaborem de fórma coletiva um quadro comparativo que identifique as semelhanças e as diferenças entre as pinturas.

Pintura. Em tons amarelados, fachada da construção de uma igreja que apresenta torres laterais, colunas ornamentadas e entrada arqueada.
Catedral de Rouen: o portal, de Clôd Monê, cêrca de 1892-94. Óleo sobre tela, 100,6 centímetros por 66 centímetros.
Pintura. Em tons azulados e cinzas, fachada da construção de uma igreja que apresenta torres laterais, colunas ornamentadas e entrada arqueada. Há algumas pessoas diante do prédio.
Catedral de Rouen: o portal e a torre Saint-Romain pela manhã, de Clôd Monê, 1894. Óleo sobre tela, 106 centímetros por 73 centímetros.
Pintura. Em tons levemente alaranjados na parte superior e sombreados na parte inferior, fachada da construção da igreja que apresenta torres laterais, colunas ornamentadas e entrada arqueada.
Catedral de Rouen: efeito da luz do sol, fim do dia, de Clôd Monê, 1892. Óleo sobre tela, 100 centímetros por 65 centímetros.
Pintura. Em tons de bege e marrom, fachada da construção de uma igreja que apresenta torres laterais, colunas ornamentadas e entrada arqueada. Há um sombreamento na parte inferior, na altura das portas.
A Catedral de Rouen à noite, de Clôd Monê, 1894. Óleo sobre tela, 100 centímetros por 65 centímetros.

Assim como monê, você vai fazer uma pesquisa visual. Para a atividade, siga as orientações.

Como fazer

  1. Selecione uma paisagem a ser fotografada. Pode ser a rua da casa onde você mora, uma praça, uma praia, a vista de uma ponte etcétera
  2. Fotografe esse lugar, na mesma posição, três vezes: de manhã bem cedo, quando o sol estiver nascendo; por volta do meio-dia, quando o sol estiver alto; no fim da tarde, quando o sol estiver se pondo.
  3. Depois de tirar as fotografias, traga-as para a sala de aula e compartilhe-as com os colegas.
  4. Você vai perceber que a incidência da luz do sol em diferentes momentos do dia propicia diferentes efeitos de luz nas fotografias.
  5. Converse com os colegas sobre os resultados.
Ilustração. Dispostos na diagonal, três triângulos verdes contornado por outro de fio rosa apontam para a direita

eu vou APRENDER Capítulo 2

Coordenação nas artes cênicas

As artes da cena caracterizam-se como atividades coletivas, realizadas por uma equipe de artistas. Mesmo uma apresentação de um solo de dança, um monólogo teatral ou um número individual no circo resulta de um trabalho coletivo. Desde a preparação até o espetáculo, existem profissionais que apresentam como missão a coordenação do espetáculo. Conheça a seguir uma profissional que atua na coordenação da dança.

A coreógrafa Deborah Colker nasceu em 1960, na cidade do Rio de Janeiro. Em 1994, fundou a companhia de dança que leva seu nome e se mantém até os dias atuais como uma das mais premiadas e prestigiadas no Brasil e no exterior.

Fotografia. Destaque de um palco onde estão personagens com figurino diverso, semelhantes a insetos em tons de azul, verde, vermelho com amarelo e branco e preto. Em primeiro plano, à esquerda, um deles está com a boca aberta e segurando um ovo gigante por trás, enquanto uma personagem semelhante a uma borboleta se aproxima dele gargalhando. Ao fundo, alguns personagens estão em pé como corpo inclinado para frente e outros sentados; alguns olham para o lado, outros para a frente.
Fotografia. Em primeiro plano, sobre um palco, uma pessoa está de costas e fantasiada com roupas volumosas amarelas. Ao fundo, há outros personagens com figurinos em cores vivas e semelhantes a insetos. Eles estão estão lado a lado diante de uma bancada extensa, sobre a qual há um grande ovo cenográfico. Na parte superior, iluminação com formas e cores diversas.
Ovo Show Cirque du Soleil apresentado na cidade do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 2019.
Fotografia. Destaque de um grupo de pessoas, homens e mulheres, que usam figurino carnavalesco e estão sobre uma estrutura com diferentes níveis estruturada com telões coloridos com molduras pretas e escadas. As mulheres vestem roupas em tons de rosa, verde e vermelho. Os homens usam tons de rosa, amarelo e azul.
Cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos, Rio de Janeiro, 2016.
Fotografia. Destaque de um carro alegórico que apresenta um boneco de um homem vestindo paletó branco, gravata preta e camisa vermelha. Ele está sentado, com a cabeça abaixada e o braço direito estendido para baixo. Diante dele, há um boneco semelhante em tamanho menor e em pé. Ao redor, há pessoas vestidas de branco e vistas parcialmente. Ao fundo, à direita, parte da arquibancada com a plateia.
Desfile da escola de samba Acadêmicos do Salgueiro, no Sambódromo Marquês de Sapucaí. Rio de Janeiro, 2016.

Em 2009, ela se tornou a primeira mulher a dirigir um espetáculo do Cirque Du Soleil, além de coreografar 3 mil voluntários na festa de abertura dos Jogos Olímpicos Rio 2016. Trabalhou no teatro, na moda, no cinema, no circo, entre outras manifestações da arte. Assinou também a coreografia de comissões de frente de grandes agremiações de Escolas de Samba do Rio de Janeiro, como Mangueira, Viradouro e Imperatriz Leopoldinense.

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  1. Deborah Colker é uma artista dinâmica que atua na direção e na coordenação de espetáculos. Em vários espetáculos da companhia de dança que criou, Deborah atua na elaboração de coreografias, posturas e movimentos que deverão ser copiadas ou recriadas pelos intérpretes. Que profissional atua na composição dos movimentos e na preparação corporal dos bailarinos?
  2. Você já viu algum profissional, como o descrito anteriormente, atuando em teatro, escola de dança ou algum vídeo ou filme? Compartilhe suas experiências com os colegas.

A COORDENAÇÃO DO ESPETÁCULO TEATRAL

A coordenação do espetáculo cênico é elaborada pela direção teatral, que busca assumir o papel de um “espectador privilegiado”. Como compositores da representação cênica, assumem a responsabilidade de “ver o espetáculo de fóra do palco”, a fim de dimensionar se o que está sendo feito em cena faz sentido ou não e como poderia ser interpretado pela plateia. Quando um grupo ou coletivo de teatro resolve produzir um espetáculo, é comum buscar alguém para desempenhar a função de direção. Existem pelo menos três nomes e três fórmas de direção teatral: a do ensaiador, a do diretor e a do encenador. Vamos conhecer alguns aspectos sobre o trabalho desses profissionais.

Ilustração. Em primeiro plano, vista de um homem da cintura para cima; ele veste blusa cinza de mangas compridas e segura algumas folhas com texto escrito. Em segundo plano, diante dele, há um palco onde outro homem também segura algumas folhas. Ele veste camisa branca e calças escuras e está ao centro de um cenário e com um dos pé apoiados em um banquinho pequeno. Ao redor dele, um vaso com plantas, nuvens e sombras de arbustos.

O ensaiador

A figura do ensaiador foi mais presente no final do século dezenove, na Europa. No Brasil, há registros de ensaiadores que atuavam até a década de 1950. O ensaiador organizava espaços e tempos para a representação teatral, orientando os atores de acordo com “tipos” específicos. Assim, pelas feições do rosto, pela estatura, pela idade, pelas características da voz, os ensaiadores definiam se um ator ou atriz tinha mais “talento” para fazer rir ou chorar. Isso tudo era baseado em estereótipos, o que era comum naquela época e visão de teatro.

No Brasil, muitas vezes, o ensaiador já havia sido ator e se responsabilizava por ensinar e preservar convenções de interpretação para atores e atrizes da companhia. Ele indicava como as falas deveriam ser ditas, qual era a movimentação em cena, os gestos a serem feitos etcétera Buscava, assim, corresponder às expectativas de uma plateia acostumada a certas fórmas teatrais e, em geral, pouco aberta a inovações. Em alguns casos, o autor do texto era também o ensaiador, o que lhe permitia escrever, tendo em vista a representação, e criar personagens de acordo com a companhia com a qual sempre trabalhava.

  1. Vamos experimentar a função do ensaiador. Para isso, organizem-se em grupos de três e sigam as orientações:
    1. Para começar, leiam o texto juntos.

No Brasil, no século dezenove, as produções eram aceleradas, e muitas vezes uma companhia de teatro fazia duas apresentações por dia, seis dias por semana, sendo dois textos diferentes a cada semana. No restante do tempo, a companhia se dedicava a ensaiar novas produções, que seriam apresentadas na semana seguinte. Os ensaiadores treinavam os intérpretes para atuar como grandes “improvisadores”, que ajustavam o texto literário dramático à encenação e às improvisações do ator ou da atriz principal da companhia, que podia criar “cacosglossário ” e apartesglossário .

  1. Após a leitura, selecionem um integrante do grupo para ensaiador, enquanto os demais deverão atuar como intérpretes.
  2. O ensaiador deverá ajudar na interpretação de um pequeno trecho de uma peça. Cacos e apartes deverão ser inseridos pelos intérpretes. Para a atividade, sugerimos um trecho do Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna:

João Grilo: Padre João! Padre João!

Padre, aparecendo na igreja: Que há? Que gritaria é essa?

Chicó: Mandaram avisar para o senhor não sair, porque vem uma pessoa aqui trazer um cachorro que está se ultimando para o senhor benzer.

Padre: Para eu benzer?

Chicó: Sim.

Padre, com desprezo: Um cachorro?

Chicó: Sim.

Padre: Que maluquice! Que besteira!

João Grilo: Cansei de dizer a ele que o senhor benzia. Benze porque benze, vim com ele.

Padre: Não benzo de jeito nenhum.

Chicó: Mas padre, não vejo nada de mal em se benzer o bicho.

João Grilo: No dia em que chegou o motor novo do major Antônio Morais o senhor não o benzeu?

Padre: Motor é diferente, é uma coisa que todo mundo benze. Cachorro é que eu nunca ouvi falar.

Chicó: Eu acho cachorro uma coisa muito melhor do que motor.

SUASSUNA, Ariano. Auto da Compadecida. Rio de Janeiro: Agir, 2005. página 30.

d. Para finalizar, organizem a apresentação de todos os grupos e conversem sobre a experiência e os resultados obtidos.

O diretor

A concepção moderna de direção teatral surgiu entre o final do século dezenove e o início do vinte, quando o teatro europeu passou a buscar mais harmonia entre os elementos da linguagem cênica, como a atuação dos intérpretes, a caracterização dos personagens, a iluminação, a cenografia e a música. A ideia era integrar todos os elementos em cena, de modo a atribuir um sentido ao texto cênico, tornando-o uma obra de arte que pudesse expor opiniões sobre a realidade social e política daquele momento histórico. Cada diretor passou a marcar um estilo próprio na criação cênica, imprimir seu modo pessoal de dirigir os intérpretes e de encenar espetáculos.

Pintura. Interior de uma sala com parede divida em duas cores horizontais, verde e marrom, na qual há alguns quadros pendurados. Em diversos cantos da sala, há várias pessoas sentadas e em pé, em sua maioria homens vestindo roupas escuras. À direita, há uma mesa em torno da qual há dois homens segurando folhas de papel, um deles em pé e o outro sentado, cada um de um lado. Ao fundo, à esquerda, vista parcial de uma outra sala, onde há duas pessoas sentadas.
Ensaio de La Serenade, de jãn juliãn, no Teatro Livre, 1889. Óleo sobre tela. Na tela, é representado o ator e diretor francês André Antuâne (1857-1943), primeiro coordenador da atividade teatral que se intitulou diretor.

Na virada do século dezenove para o vinte, o ofício do ator também foi revisto. Surgiu a concepção do ator-compositor, que evitava a abordagem convencional dos personagens-tipo e buscava um aprofundamento no estudo do comportamento humano. O foco do trabalho de atores e atrizes profissionais passou a reproduzir fielmente os comportamentos humanos em situações dramáticas complexas. A caracterização do personagem se dava por meio de elementos externos e internos, com o intuito de o ator transformar-se naquele personagem, chegar a pensar e sentir como se fosse o próprio personagem, com naturalidade.

Outra mudança importante foi o fato de o diretor passar a selecionar sua equipe de trabalho e o empresário ou produtor respeitar sua autonomia, quando o próprio diretor não era também o empresário. A partir de 1866, essa sistematização do trabalho teatral foi aplicada nas experiências pioneiras como no trabalho do diretor francês André Antuâne (1858-1943), mas principalmente no trabalho do ator e diretor teatral russo Constantin Stanislavski (1863-1938).

Fotografia em preto e branco. Um grupo de pessoas, em sua maioria homens, está reunido em uma sala sentado ao redor de uma mesa sobre a qual um dos senhores segura e lê um livro aberto. Todos estão atentos, ouvindo-o.
O dramaturgo Anton Tchekhov, com o livro da peça A gaivota nas mãos, tendo o diretor Stanislavski à sua esquerda, e outros membros do Teatro de Arte de Moscou, em 1899.

André Antuâne esteve no Brasil no início do século vinte, mostrando o repertório de sua companhia teatral, o Theâtre Libre. Com a orientação do professor, leia uma frase de uma carta redigida pelo diretor sobre o trabalho do ator.

Enfim, é preciso que eles [os atores] «vivam» a personagem em lugar de «recitar» o papel com mais ou menos virtuosismo. [reticências] o poder do ator sobre o público reside na sua naturalidade. O ator prende o público porque fala no palco como fala em casa. [reticências]

Antuâne, André. “Conferência de Buenos Aires (Agosto 1903)” e “emíle zolá e o teatro” (1924). In: VASQUEZ, Eugénia (seleção, tradução e anotações). Antologia de textos sobre Naturalismo. Lisboa: Escola Superior de Teatro e Cinema, 2011. página 20 e 36. Disponível em: https://oeds.link/2yqBvE. Acesso em: 22 junho 2022.

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  1. Localizem no texto o trecho que descreve as mudanças que ocorreram no ofício do diretor e ator na virada do século dezenove para o vinte.
  2. Na sua opinião, qual é a diferença entre viver e recitar o papel do personagem?

VAMOS CONHECER MAIS

O diretor Stanislavski

Constantin Serguéievich Alekséiev, mais conhecido como Constantin Stanislavski, filho de um industrial de Moscou, desde criança amou o teatro. Começou organizando e se apresentando em peças de todo tipo em um teatro que havia dentro da mansão familiar; mais tarde, passou a atuar como amador. Em 1884, adotou o pseudônimo de Stanislavski para que sua família não o reconhecesse. Sem sucesso, já que seu pai o flagrou interpretando em um teatro. Em 1888, Stanislavski fundou a Sociedade de Moscou de Arte e Literatura, na qual começou a carreira como ator e diretor de palco. Em 1898, fundou o Teatro de Arte de Moscou, uma empresa que seria muito bem-sucedida. Stanislavski estreou todas as obras de Anton Tchekhov (1860-1904) e muitas outras, de dramaturgos russos e europeus importantes da época.

Fotografia em preto e branco. Retrato de um homem de cabelos grisalhos, nariz fino e comprido e lábios grossos que está sentado diante de uma mesa observando um livro aberto à sua frente. Uma de suas mãos está na cabeça, a qual está inclinada para o lado. A outra mão segura um lápis na direção do livro.
Constantin Stanislavski (1863-1938), em Moscou. Rússia, cêrca de 1920.

Em A preparação do ator, um de seus primeiros livros lançados no Brasil em tradução do inglês, Stanislavski foca essencialmente o trabalho de preparação interior do intérprete. Fala da importância de acessar o subtexto, que são as ideias que não estão colocadas explicitamente no texto de uma peça teatral. Valoriza a busca por “emoções autênticas” e o “uso da imaginação criativa do ator”, que deve partir das próprias emoções para alcançar aquilo que lhe exige a atuação como personagem.

Fotografia em preto e branco. Três homens idosos e três mulheres de meia-idade encenam em um cenário composto por poltronas claras e uma mesa com toalha escura. À direta, um homem está sentado e uma mulher em pé ao lado dele, olhando para o centro onde um senhor está sentado e outro está em pé ajeitando algo sobre a mesa. À esquerda, uma mulher de vestido claro está com a cabeça deitada no encosto de uma cadeira e o corpo virado para o lado. Atrás dela, uma mulher em pé olhando para baixo.
Encenação da peça Tio Vânia, de Anton Tchekhov, no Teatro de Arte de Moscou. Rússia, 1899.
Fotografia em preto e branco. No interior de uma sala, destaque para um senhor de cabelos grisalhos e roupas claras segurando uma bengala e sentado à direita. Ao redor dele, há vários homens e mulheres sentados e conversando.
Constantin Stanislavski cercado por alunos, atores e diretores durante um ensaio em seu estúdio. Rússia, 1935.

Em uma das primeiras fases de sua obra, Stanislavski propõe uma aproximação ao personagem com base na memória emotiva, ou memória afetiva. Em uma fase de seu trabalho, ele afirmou que um dos recursos dos quais o ator poderia se servir na arte de interpretação do personagem seria resgatar emoções de sua vida pessoal e transportá-las para o palco. Esse recurso, que envolve o corpo, e não apenas uma “psicologia”, implica acessar conexões entre emoções e gestos, entonações da voz, o ritmo da ação etcétera Essa fase do trabalho de Stanislavski, que tem como um de seus aspectos a memória emotiva, foi chamada de linha de fôrças motivas.

O Sistema Stanislavski teve diversos seguidores, nas várias fases em que foi desenvolvido. Entre muitos atores e diretores formados por Stanislavski estão o diretor de cinema, ator e professor polonês Ríchard Boleslavski (1889-1937) e a atriz russa Maria Ouspenskaya (1876-1949), que fundaram, em 1925, o Laboratório Norte-americano de Teatro, nos Estados Unidos.

Em 1949, a estadunidense Stella Adler (1901-1992), atriz de teatro e cinema e professora de interpretação, que estudou com o próprio Stanislavski, fundou na cidade de Nova iórque seu Conservatório, que difundiu o trabalho dele pelos Estados Unidos. Também em 1949, o ator, diretor, produtor e professor de arte dramática ucraniano naturalizado estadunidense Lee Strasberg (1901-1982) fundou o Actor’s Studio, ocasionando enorme impacto no cinema de Hollywood a partir da década de 1950, formando atores como Marlon Brando, diêimes din, Mérilin Monrou, Robert de Niro, Al Pacino, Dãstin rófmãn, entre outros.

  1. No caderno, descreva o que é o subtexto, descrito no trabalho de Stanislavski.
  2. De que recursos o ator deve se servir na arte de interpretação proposta por Stanislavski?

O encenador

Pessoa responsável pela montagem, pela estética e pela organização do espetáculo cênico, o encenador concebe e dirige a encenação em uma peça teatral. É o profissional que coordena o trabalho cênico, buscando uma cena própria, uma identidade, uma assinatura fundamentada em uma pesquisa.

Muitas vezes confundido com o diretor, o encenador desenvolve a ideia do espetáculo e planeja os elementos relacionados com a roteirização, a iluminação, o figurino, a sonoplastia, entre outras. Essa fórma de trabalho pode ser observada em espetáculos contemporâneos concebidos por encenadores como Tadêus Cántor e, no Brasil, Gerald Thomas.

Fotografia em preto e branco. Retrato de um homem de rosto comprido, cabelo curto e liso penteado para frente. Ele veste camisa branca, gravata estampada e paletó escuro. Ele olha para o lado. Ao fundo, uma obra com um guarda-chuva em relevo na parede.
Tadêus Cántor. Polônia, 1970.
Fotografia em preto e branco. No centro, em primeiro plano, há um homem de nariz afilado, lábios finos e olhos claros. Ele veste camisa branca e gravata, chapéu e terno pretos. Sobre suas costas, há a cabeça de um boneco, inclinada para o lado. À sua direita e atrás dele, há outro homem com traje semelhante, mas o de trás está sem chapéu. À sua esquerda, uma mulher morena de cabelo curto em franja, vestindo roupas pretas e, atrás dela, vista parcial dos cabelos de uma mulher loira. Todos estão olhando para frente, sem sorrir.
A classe morta, espetáculo dirigido por Tadêus Cántor. Polônia, 1975.

O polonês Tadêus Cántor (1915-1990) buscava revolucionar as fórmas teatrais e criar um teatro como poder de ação desconcertante. Kantor acreditava na necessidade de desenvolver uma arte que ficasse na fronteira entre o teatro, o happening, a performance e as artes visuais, entre outras. Em muitas de suas obras, Kantor utilizou simulacrosglossário de homens, como manequins ou bonecos.

Fotografia em preto e branco. Destaque de três pessoas lado a lado que vestem figurino específico: dois usam ternos escuros e um veste um manto claro. Elas estão com o corpo e a cabeça levemente curvados para trás, olham para frente com os olhos arregalados. Dois deles estão com a boca aberta. À frente da pessoa à esquerda, há o destaque parcial de uma cadeira. Ao fundo, as prateleiras do cenário.
Fotografia em preto e branco. Plano aberto de um palco no qual se apresentam os três pessoas em pé lado a lado: dois usam ternos escuros e um veste um manto claro. O rapaz do centro usa bengalas, o da esquerda segura uma cadeira. Ao fundo há outra pessoa em pé à esquerda, observando-os enquanto segura uma folha de papel. À direita, há uma grande caixa de vidro com algo de forma indefinida dentro e um feixe de luz iluminando-a.
Cenas do espetáculo Uma Metamorfose, dirigido por Gerald Thomas. São Paulo, 1988.

Gerald Thomas (1954) nasceu no Rio de Janeiro e sua vida profissional se divide entre Estados Unidos, Inglaterra, Brasil e Alemanha. O encenador polêmico desenvolve seu trabalho de fórma muito particular e renovou a cena teatral brasileira nas décadas de 1980 e 1990.

Na atualidade, alguns profissionais se dizem diretores e atuam na concepção estética e visual da obra, enquanto outros se consideram encenadores e também trabalham na expressão cênica do espetáculo, tornando difícil a classificação e a determinação de funções de cada profissional. Desta fórma, consideramos as duas funções complementares.

  • Para ampliar seus conhecimentos sobre o tema, organizados em dupla, sigam as orientações:
    1. Investiguem em livros, revistas ou na internet informações sobre diretores e encenadores que desenvolveram ou desenvolvem trabalhos cênicos na sua cidade, estado ou região.
    2. Selecionem textos e imagens que descrevam aspectos da vida e da obra desses profissionais.
    3. Compartilhem com os colegas os resultados da investigação e elaborem um painel coletivo destacando os profissionais da cena.

VAMOS FAZER

Ação teatral

A proposta a seguir implica acessar emoções e gestos em uma ação teatral. Sigam as orientações.

Como fazer

  1. Com o professor e os colegas, organizem as carteiras de modo a recriar uma mesa de jantar cênica.
  2. Alguns estudantes serão os atores, enquanto os outros serão a plateia.
  3. Em uma primeira etapa, o grupo de atores coloca-se ao redor de uma mesa ou outros móveis em que caibam várias pessoas sentadas em cadeiras ao redor. Cada um imagina prato, talheres, copos, jarras e travessas à sua frente. A mesa está posta para o jantar em família e todos começam a comer. Imaginam o que estão comendo: o cheiro, o paladar, a textura. É preciso manejar os objetos imaginários e até compartilhá-los, passando de mão em mão um prato ou uma jarra, por exemplo. Todos estão atentos em comer e compartilhar comidas e bebidas. Não se conversa; todos comem praticamente em silêncio.
  4. Em uma segunda etapa, com os mesmos atores da primeira, estão todos sentados à mesa, jantando em família. Cada um relembra os acontecimentos do dia: se foi agradável ou desagradável, as preocupações, as expectativas. Os membros da família não se falam muito entre si; cada um se move conforme as necessidades de alimentar-se: pega os talheres, toma sua bebida, mastiga, engole, limpa a boca com o guardanapo etcétera Imaginem travessas, jarras e outros utensílios à mesa. Para se servir, às vezes é preciso que um membro da família fale com o outro: “por favor, passa o sal?” ou “tem mais suco, mãe?”. Mas a ação de comer é uma parte da cena; a real motivação de cada membro da família é pensar, relembrar, rememorar, planejar etcétera Então, cada palavra ou gesto precisa estar preenchido dessa ação principal, mesmo que aparentemente não esteja ligada à ação de servir-se e comer. A outra metade da turma, que serve de “plateia”, deve ficar atenta ao que se passa em cena e tentar perceber as diferenças que apareceram ou não na segunda etapa.

Continua

Continuação

  1. Depois da primeira e da segunda etapa realizadas pelos mesmos atores, invertem-se as funções: quem foi ator passa a ser plateia e quem assistiu passa a ser ator/atriz.
  2. Ao término da segunda etapa com o segundo elenco de atores, o professor vai organizar uma roda de conversa. Todos que estiveram no papel de espectadores podem comentar aquilo que perceberam sobre a cena apresentada, se havia ou não modificações entre a primeira e a segunda etapa, se algumas situações ou personagens ficaram mais claras.
  3. Após essa roda de conversa, o segundo elenco de atores será dirigido pelos diretores, que assistiram à última apresentação. Isso quer dizer que os diretores poderão perguntar individualmente aos/às atores/atrizes questões como:
    • Qual personagem você escolheu representar? (mãe, pai, filho/a, criança, adulto etcétera)
    • As ações, os gestos e a voz estavam de acordo com o personagem escolhido?
    • Mesmo que o personagem não tenha falado nada, no que estava interessado, quais eram seus desejos e necessidades? Como a personagem revelava seus desejos e necessidades? Como poderia revelá-los comendo, bebendo etcétera sem falar abertamente sobre isso?
  4. Em seguida, os elencos de atores vão ensaiar com diretores.
  5. Depois, os diretores voltam aos seus lugares de espectadores privilegiados e assistem a uma nova improvisação da segunda etapa da cena, avaliando se as perguntas que fizeram ao elenco de atores os ajudaram ou não. Nesse momento, o elenco de atores esforça-se para mostrar, em grupo, respostas aos diretores, mostrando soluções encontradas (ou não) para as perguntas feitas pela direção.
  6. Ao final, todos fazem uma roda de conversa para discutir como foi a experiência de atuar em uma improvisação e como foi, para alguns, agir como diretores de uma cena.
Ícone. Ponto de exclamação.

eu APRENDI

  1. Cite o que é um desenho e descreva suas finalidades.
  2. Observe a imagem de e cite que tipo de linhas o artista utilizou na composição.
Pintura em preto e branco. Com linhas pretas e finas, à esquerda, desenho de uma construção com teto de cúpula; à direita, uma construção que apresenta uma torre central com teto piramidal.
Cúpula, de , 1927. Nanquim sobre papel, 24 centímetros por 31 centímetros.
  1. Sobre as cores, é correto afirmar:
    1. Cores primárias são aquelas que, ao se misturarem, geram todas as outras, inclusive a branca.
    2. Cor-pigmento é aquela que o olho humano identifica nos objetos do mundo. Nesse sistema, as diferentes cores são obtidas por meio de pigmentos.
    3. A cor-pigmento possui três cores primárias: a vermelha, a azul e a verde.
    4. As cores-luz primárias são a vermelha, a verde e a azul.
      1. Somente quatro está correto.
      2. Somente um, três e quatro estão corretos.
      3. Somente um, dois e três estão corretos.
      4. Somente dois, três e quatro estão corretos.
  2. Elabore um esboço de um objeto simples à disposição na sala de aula.

5. As obras do pintor, escultor e gravador espanhol jon Miró (1893-1983) apresentam um estilo muito próprio. A visualidade dessas obras se aproxima do clima peculiar e fantasioso do movimento surrealista.

Pintura. Retratada em linhas curvas que compõe formas diversas, há uma mulher com longo vestido preto. Seu corpo é alongado e uniforme; o rosto é formado por três formas circulares uma dentro da outra em tons de amarelo, verde e branco com um único olho preto ao centro; os cabelo são pretos, curtos e ondulados com as laterais longas e curvas formando um U, semelhantes ao formato dos pés. O fundo é azul e sobre ele, há linhas finas que formam alguns asteriscos e uma forma arredondada laranja ao lado direito do corpo da mulher.
Mulher na frente do Sol, de jon Miró, 1950. Óleo sobre tela, 65 centímetros por 50 centímetros.
  1. Cite os elementos visuais que foram utilizados por Miró para compor a obra.
  2. Elabore um desenho utilizando como inspiração o tema retratado em Mulher na frente do Sol, de Miró. Para a atividade, utilize apenas as cores-pigmento.

6. Leia a frase do diretor Antunes Filho e responda às perguntas.

Através da memória você usa o seu cérebro, a sua lembrança, o seu computador, você se remete a uma situação xis da sua vida. E você se lembrando dessa situação xis, isso te dá uma emoção, então você a empresta para uma determinada situação da peça que você precisa resolver, e não consegue resolver como ator. Eu acho formidável usar a memória emotiva porque as coisas se relacionam, é uma espécie de relação que o nosso cérebro é capaz de fazer, acionar nossa emoção através do racional.

MACIEL, Pedro. 'Não faço teatro para meu narcisismo', diz Antunes Filho em entrevista inédita. In: Folha de São Paulo/UOL, São Paulo, 13 maio 2019. Disponível em: https://oeds.link/39zlrv. Acesso em: 22 junho 2022.

  1. A preparação de intérpretes descrita na frase é característica de qual diretor?
  2. Qual é a importância da memória no trabalho desse diretor?

7. Composição é a maneira de dispor harmoniosamente os elementos formais, criando um conjunto integrado em uma obra, como pontos, linhas, fórmas, cores, entre outros. Investigue em livros, na internet, e selecione uma composição que apresente o maior número de elementos compostos de fórma simétrica, equilibrada e harmoniosa. Elabore uma frase justificando sua escolha.

Ilustração. Duas setas curvadas para a direita; uma aponta para cima, e a outra para o lado.

vamos COMPARTILHAR

Ilustrando um momento

Nesta unidade, conhecemos diferentes linguagens relacionadas à composição e à coordenação nas artes. Estudamos o desenho e as técnicas cênicas que evidenciaram a importância da memória emotiva na criação artística. Agora, vamos utilizar alguns desses conhecimentos para elaborar um varal ou painel coletivo.

Ilustração. Um grupo de jovens com diferentes características físicas sorri, lê e troca livros entre si.

Acompanhada de textos ou de imagens, a ilustração é uma linguagem visual que explica, informa ou comunica uma informação. Diversos materiais, como livros, capas de cedê, material publicitário, entre outros, são elaborados por ilustradores, de fórma manual ou com o auxílio de programas de computador.

Que tal ilustrar alguns dos momentos divertidos, interessantes e afetivos que você e os colegas compartilharam neste ano? Para começar, com a orientação do professor, conversem e elaborem uma lista com as memórias mais marcantes e afetivas da turma e sigam as orientações.

Material

  • Folhas de papel sulfite, cartão, tecido ou qualquer outro material.
  • Material que considerar adequado para ilustrar, como lápis grafite, canetas coloridas, giz pastel, material para colagem, como papéis coloridos, cola e tesoura com pontas arredondadas ou até linhas e outros objetos.
  • Varal ou painel que será utilizado como suporte para os trabalhos produzidos.

Continua

Continuação

Como fazer

  1. Anote no caderno as lembranças dos momentos mais significativos para você. Elas vão ajudar na hora da inspiração.
  2. Selecione uma dessas lembranças e planeje uma ilustração para explicar o momento significativo.
  3. Identifique o material e a técnica que você gostaria de utilizar. Se achar necessário, procure em livros ou na internet referências práticas e teóricas para a tarefa.
  4. Identifique o estilo de ilustração que você gostaria de utilizar. Pode ser charge, cartum, mangá, entre outros.
  5. Planeje a ilustração levando em consideração elementos como linhas, fórmas e cores, que deverão ser organizadas de maneira a expressar equilíbrio, proporção, movimento e ritmo na ilustração.
  6. Para treinar, elabore diferentes esboços, até chegar ao resultado que considerar ideal e agradável.
  7. Depois de treinar, elabore a ilustração final.
  8. Para finalizar, façam o painel coletivo e, em uma roda de conversa, destaquem os resultados obtidos nas ilustrações.
Ilustração. Destaque de diversas mãos que em conjunto compõe desenhos com folhagens, utilizando pincéis com tintas, linhas e botões e bordado.

Glossário

design
: área do conhecimento que visa à criação de objetos, móveis, ambientes, obras gráficas, comunicação visual, logotipos etcétera, atuando também na solução de problemas e no planejamento estratégico. Designer é o profissional que atua nesses campos.
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urbanista
: profissional que atua tanto no planejamento urbano, orientando o crescimento das cidades e as novas demandas de infraestrutura, quanto em projetos de saneamento.
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arabesco
: posição na qual uma bailarina fica em equilíbrio, apoiada em uma perna, enquanto a outra se estende atrás do corpo.
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caco
: frases ou gestos recorrentes que se tornam marcas registradas de determinado ator ou atriz, independentemente do espetáculo.
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aparte
: falas em que os intérpretes comentam com a plateia algum fato em cena ou contam diretamente para o espectador seus pensamentos, suas emoções, suas memórias.
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simulacro
: Representação ou imitação feita sobre algo ou alguém.
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