REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Entrevista com o fotógrafo Araquém Alcântara sobre os 50 anos de sua carreira.

AMARELO. Vários intérpretes. São Paulo: Sony Music/Laboratório Fantasma, 2019. cedê.

O trabalho, que está entre os 25 melhores álbuns brasileiros de 2019, é o terceiro lançado pelo estúdio do rapper, compositor e cantor Emicida, em parceria com diversas personalidades.

AYUSO, S. O Arco do Triunfo sonhado por Christo se torna realidade. El País/Cultura, [sem local], 16 setembro 2021. Disponível em: https://oeds.link/6gYKNp. Acesso em: 12 abril 2022.

Matéria sobre como o artista Christo concebeu a ideia de “empacotar” monumentos.

BOAL, Augusto. O Teatro do Oprimido e outras poéticas políticas. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2010.

Compilado de textos sobre as técnicas que criou para questionar tanto as fórmas do teatro convencional quanto as fórmas de opressão – coletivas ou individuais.

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: Ministério da Educação, 2018. Disponível em: https://oeds.link/LtE3hk. Acesso em: 23 junho 2022.

Documento oficial, elaborado por especialistas de todas as áreas do conhecimento, que regulamenta a Educação Básica em todos os níveis.

Brécht, Bértold. Estudos sobre teatro. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2005.

Nesta obra, o autor bértold Brécht apresenta a técnica do distancia­mento.

CANTON, Katia. Espaço e lugar. São Paulo: Editora dáblio ême éfe Martins Fontes, 2009.

A obra aborda o espaço como um dos elementos para pensarmos a vida e a arte.

CANTON, Katia. Tempo e memória. São Paulo: dáblio ême éfe Martins Fontes, 2009.

A obra aborda o tempo como um dos elementos para pensarmos a vida e a arte.

CARVALHO, Dirce Helena Benevides de. O corpo na poética de Lygia Clark e a participação do espectador. Revista Moringa – Artes e Espetáculo, João Pessoa, volume 2, número 2, página 131-142, julho/dezembro 2011.

Estudo sobre como a artista Lygia Clark utiliza o corpo humano como instrumento de arte.

CARVALHO, Noel dos S.; TVARDOVSKAS, Luana S.; FUREGATTI, Sylvia Helena. Entrevista com Rosana Paulino. Resgate: Revista Interdisciplinar de Cultura, Campinas, volume 26, número 2, página 151, 2018. Disponível em: https://oeds.link/yi6xFx. Acesso em: 13 maio 2022.

Entrevista com a artista Rosana Paulino visando explorar alguns aspectos da produção crítica e criativa dessa artista.

CLARK, Lygia. Os Bichos. Portal Lygia Clark, [sem local], 2021. Disponível em: https://oeds.link/MKIAET. Acesso em: 12 maio 2022.

Página da artista Lygia Clark apresentando o manuscrito original da obra Os Bichos.

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Documento oficial da Organização das Nações Unidas acerca dos direitos das pessoas com deficiência.

diuêna Tikuna. Entrevista com diuêna Tikuna, 2017. Disponível em: https://oeds.link/SGtvRK. Acesso em: 14 maio 2022.

Nessa entrevista, a cantora indígena retrata a resistência e o fortalecimento de origens, além de reivindicar direitos políticos, como a demarcação dos territórios indígenas no Brasil.

D´SALETE, Marcelo. Cumbe. São Paulo: Veneta, 2018.

agá quê publicada em diversos países, como Estados Unidos, França, Itália, Alemanha, Espanha e Turquia, que conta a história da escravidão no Brasil pelos olhos dos oprimidos.

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Site de Eduardo isrur, que contém informações sobre o artista e suas obras.

ENCICLOPÉDIA ITAÚ CULTURAL. Disponível em: https://oeds.link/jTlxI6. Acesso em: 24 junho 2022.

Projeto do Itaú Cultural que atua como uma enciclopédia ou banco de dados sobre manifestações culturais.

ERNESTO Neto. Disponível em: https://oeds.link/0F2SUk. Acesso em: 24 junho 2022.

Site da galeria de Tanya Bonakdar, que contém informações sobre suas obras.

FLORENTINO, Adilson; TELLES, Narciso. Performance e teatro: poé­ticas e políticas da cena contemporânea. Sala Preta, número8, página 235-246, 2008. Disponível em: https://oeds.link/zFETsj. Acesso em: 27 junho 2022.

Estudo sobre as relações entre performance e teatro.

FUNARTE. Brasil Memória das Artes. Augusto Boal. Disponível em: https://oeds.link/89OzG4. Acesso em: 27 junho 2022.

Projeto Brasil Memórias, da Funarte – Augusto Boal.

GALANI, Luan. “Quanto belo seria se simplesmente nos respeitássemos e respeitássemos nossas diferenças”, questiona Kobra. Gazeta do Povo. 28 janeiro 2022. Disponível em: https://oeds.link/FdOftv. Acesso em: 27 junho 2022.

Entrevista com o artista Eduardo Kobra sobre a arte do grafite.

crenác, Ailton. Ideias para adiar o fim do mundo. segunda edição. São Paulo: Companhia das Letras, 2020.

A obra do líder indígena descreve que a ideia da natureza separada da humanidade é a premissa básica dos desastres ambientais da nossa era.

Louíse Bourjoá: uma vida que entrou para a história da arte. Fundação Iberê, Porto Alegre, 17 maio 2019. Disponível em: https://oeds.link/SpNM02. Acesso em: 13 maio 2022.

A matéria do site de Iberê Camargo considera Louíse Bourjoá uma das artistas mais emblemáticas da história da arte de grande parte do século vinte e começo do vinte e um, percorrendo temas como a sexualidade e a memória.

MEDEIROS, Daniel. Entrevista: Amir Adádi, um ícone marcado pela resiliência. Folha de Pernambuco/Culturamais, 21 setembro 2019. Disponível em: https://oeds.link/CAireI. Acesso em: 19 abril 2022.

Entrevista com o artista Amir Adádi, considerado uma das grandes referências do teatro brasileiro, que desde 1980 comanda o grupo teatral Tá na Rua, no Rio de Janeiro.

NACCA, Giovana. Regina Silveira ainda é o nome do momento. ARTEQUEACONTECE, [sem local], 9 março 2022. Disponível em: https://oeds.link/SxeGns. Acesso em: 13 maio 2022.

Matéria sobre a artista Regina Silveira, considerada na atualidade um dos maiores nomes do circuito artístico brasileiro.

NUNES, Mônica. O artivista mundano conclui releitura de Portinari com cinzas da floresta e emociona brigadista que inspirou a obra. Conexão planeta, [sem local], 19 outubro 2021. Disponível em: https://oeds.link/zo1oDb. Acesso em: 26 maio 2022.

Matéria sobre o artivismo de Thiago Mundano.

ORMINDO, Paulo; , Alda (organizador). Natureza, ciência e arte: na viagem pelo Brasil de ispíquis e Martius, 1817-1820. Rio de Janeiro: Andrea Estúdio, 2018.

A obra celebra o bicentenário da expedição dos dois naturalistas que revelaram ao mundo a diversidade e a beleza da natureza e dos povos do nosso país no século dezenove.

Pãnis ét circenses. [Compositor e intérprete]: Mutantes. In: TROPICÁLIA ou Pânis ét circêncis. Vários intérpretes. São Paulo: Fílipis/érre gê é estudios, 1968. Vinil. Lado A.

Música composta durante o regime civil-militar que fazia crítica social.

PRA não dizer que não falei das flores. [Compositor e intérprete]: Geraldo Vandré. In: PRA não dizer que não falei das flores (Caminhando)/ Fica Mal Com Deus. [Compositor e intérprete]: Geraldo Vandré. Rio de Janeiro: Discos érre gê é/Fermata limitada, 1979. Vinil. Lado A.

Uma das músicas ícone de protesto contra o regime civil-militar no Brasil.

PROJETO Giganto: artista agiganta em fotografias rostos diversos de São Paulo. UOL/Portal GARCIA. 13 dezembro 2019. Disponível em: https://oeds.link/d4jY4p. Acesso em: 12 abril 2022.

Reportagem com a artista Raquel sobre o Projeto Giganto, que desde 2009 destaca os moradores da cidade em fotografias hiperdimensionadas, expostas em espaços públicos.

ROSÁRIO, Flávio. TeatroEscola: O caminho da arte para periferia de Salvador. Terra, [sem local], 21 abril 2022. Disponível em: https://oeds.link/yfqiOK. Acesso em: 12 junho 2022.

O artigo apresenta informações sobre o TeatroEscola (tê e), que oferece encontros socioculturais e cursos destinados aos jovens que não têm condições de entrar em um projeto para desenvolver cultura e arte.

xáfer reimond M. O ouvido pensante. São Paulo: Editora Unesp, 1991.

A obra é uma coletânea de ensaios sobre a concepção sonora e musical revolucionária do músico canadense Múri Chêifer.

Chuárquis, Lilia. Povo de cores infinitas. [Entrevista cedida a] Leonor Amarante e Patrícia russô. ARTE!Brasileiros, [sem local], 2 julho 2018. Disponível em: https://oeds.link/EaBs2b. Acesso em: 12 junho2022.

Entrevista com a historiadora Lilia Chuárquis sobre a questão de raça e diferenças sociais no Brasil.

SODOMA, Uíra. Entrevista com Uíra Sodôma. Disponível em: https://oeds.link/orGMlQ. Acesso em: 25 junho 2022.

Artigo que retrata o artista Emerson Pontes, que mistura ciência e conhecimentos ancestrais em uma exploração da diversidade da natureza e da cidade.

SUASSUNA, Ariano. Auto da Compadecida. Rio de Janeiro: Agir, 2005.

Obra escrita pelo autor Ariano Suassuna, em 1955, que apresenta como cenário o Nordeste brasileiro e narra em três atos as aventuras dos personagens João Grilo e Chicó.

Tãnberg, Greta. Greta Tãnberg reflete sobre viver em meio a múltiplas crises em uma “sociedade da pós-verdade”. [Entrevista cedida a] . National Geographic, [sem local], 30 novembro2020. Disponível em: https://oeds.link/lVpInx. Acesso em: 20 maio 2022.

Jovem ativista pondera sobre o sucesso do movimento em prol do clima e os desafios a serem enfrentados.

UPURANDU : entrevista com Denilson Baniwa. Revista Usina, [sem local], 2019. Disponível em: https://oeds.link/5PSlg4. Acesso em: 16 maio 2022.

Entrevista com Denilson Baniwa, que é artista gráfico, publicitário e um dos criadores da Rádio Yandê.

VICUÑA, Cecilia. “Existe uma luta pelo futuro do mundo”, diz a chilena Cecilia Vicuña. [Entrevista cedida a] AMARANTE, Dirce W. do; MEDEIROS, Sérgio. Plural Curitiba, [sem local], 28 junho 2020. Disponível em: https://oeds.link/dcPwpm. Acesso em: 23 maio 2022.

Entrevista com Cecilia Vicunã sobre suas preocupações diante das questões ambientais.

TRANSCRIÇÃO DOS ÁUDIOS

Música concreta: do ralador de coco aos sons da natureza

Duração: cinco minutos. Página: 20.

Locutor: Música concreta: do ralador de coco aos sons da natureza. Na infância, a maioria de nós explorou o músico que há dentro de cada um. Batíamos com tampas ou com colhér de pau na panela, criávamos chocalhos de arroz, assoprávamos pedaços de sacos plásticos. Pois bem, se juntarmos todos esses elementos e conseguirmos compor um som que cause algum estranhamento, estaremos fazendo um experimento parecido com música concreta. O termo foi criado em 1948 pelo engenheiro e pesquisador francês piér chéfer. A origem da música concreta vem da Revolução Industrial, quando o aparecimento de novas máquinas, dos motores, das buzinas que tomavam as cidades grandes, produziram uma gama de novos ruídos e sons. Um novo cenário auditivo passou a fazer parte da vida das pessoas, e graças às técnicas de captação, manipulação e reprodução eletrônicas, chéfer pôde criar um novo estilo musical. Vamos ouvir um trecho de uma obra de piér chéfer.

Música

Locutor: E então? O que achou? A essa altura, você já percebeu que a música concreta deu origem à música eletrônica, modalidade que pode ser tocada sem a presença de instrumentos ou músicos. Como é uma expressão artística, não precisa ser harmoniosa e melódica nem evocar sentimentos românticos, de alegria ou tristeza. Obras de arte também podem despertar em nós confusão, estranhamento, impaciência e até dor. Grandes grupos foram influenciados pela música concreta, entre eles Pink Floyd, dê bítous e Genesis. Músicos de jazz também fazem parte dessa lista. No Brasil, a primeira obra concreta foi criada por Jorge Antunes, em 1961. Depois, outro compositor, Rodolfo Cesar, aprimorou o estilo. O músico brasileiro contemporâneo que mais sofreu a influência da música concreta é Hermeto Pascoal, o versátil e respeitado pesquisador de novos timbres, que também toca diversos instrumentos musicais. Com seu estilo único, o alagoano de barba e longos cabelos brancos traz nas suas criações instrumentos não convencionais, como canos, chaleiras, raladores de alimentos e até ruídos e gritos que ele produz com a própria voz e sons de animais. Faz uso também do samples, gravações que podem ser modificadas eletronicamente. Ouça este trecho de uma música de Hermeto.

Sons de panela e balde com água, sons de gansos e galinhas, flauta, baixo e piano

Locutor: Interessante, não? Os sons que você ouviu foram feitos com panela e balde com água, além de sons de gansos e galinhas, e de flauta, baixo e piano. Como a música concreta e as experimentações desse nosso grande músico não dependem de registro em partituras, ouça nossa reprodução do que disse Hermeto Pascoal, que consta do livro O Menino Sinhô: Vida e Música de Hermeto Pascoal para crianças, escrito por Edmiriam Mólodo Villaça:

Narrador: “Música não é para ver. Música é para sentir. Se eu deixar de tocar só porque não consigo ler as notas no papel, eu tô é frito!”

Vinheta musical

Locutor: Agora é sua vez. Que tal criar poesia concreta com objetos do cotidiano ou da natureza? Quem sabe não nasce uma poesia concreta?

Locutor: Créditos. Neste Podcast ouvimos pequenos trechos da música Baroque (Second Interlude), de piér chéfer, e da música “Para Miles Davis”, de Hermeto Pascoal. O trecho sobre Hermeto Pascoal citado é do livro O Menino Sinhô: Vida e Música de Hermeto Pascoal para crianças, escrito por Edmiriam Mólodo Villaça e publicado em 2007 pela editora Ática.

Espaços públicos: obras de arte no metrô

Duração: cinco minutos. Página: 79.

Locutor: Espaços públicos: obras de arte no metrô.

Som do trem do metrô

Condutor do metrô: Bem-vindos! Vamos iniciar o nosso itinerário artístico pelo mundo até chegar ao Brasil e conhecer estações de metrô que abrigam coleções subterrâneas. Preste atenção a cada embarque e desembarque para não se perder.

Som do trem do metrô

Locutor: É bom saber que a primeira estação de metrô do mundo foi inaugurada em 1863 em Londres, na Inglaterra. Com apenas 6 quilômetros e meio de extensão, os trens que lá circulavam eram movidos a vapor e atendiam a apenas 30 mil passageiros. Hoje o trem da capital inglesa já soma mais de 400 quilômetros de trilhos e 270 estações. Já no Brasil, a primeira linha de metrô foi inaugurada em 1974, na capital paulista. Ela transportava menos de 3 mil passageiros por dia e ligava os bairros do Jabaquara à Vila Mariana. Até 2022 já eram mais de 74 quilômetros de linhas ferroviárias e 64 estações.

Condutor do metrô: Primeira estação: Estocolmo, na Suécia.

Som do trem do metrô

Locutor: Aqui você poderá ver 150 obras de arte espalhadas em 90 das 110 estações da capital sueca. É a galeria de arte mais longa do mundo! Atenção especial às paredes das estações que trazem pinturas de diversos artistas e retratam desde a natureza até os jogos olímpicos.

Condutor do metrô: Próxima estação: Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.

Som do trem do metrô

Locutor: Chegamos na cidade dos Emirados Árabes Unidos que é conhecida pela arquitetura moderna e luxuosa. E esse luxo também pode ser conferido por exemplo na estação de metrô BurJuman, onde está exposta uma série de fotos da história pesqueira do emirado e traz uma iluminação muito peculiar, com lustres que lembram águas vivas.

Condutor do metrô: Próxima estação: Kaohsiung, em taiuã.

Som do trem do metrô

Locutor: Não olhe apenas para baixo para tomar cuidado com a distância entre o trem e a plataforma. Volte seus olhos para cima para contemplar oDome of Light. Essa Cúpula de Luz tem 30 metros quadrados de diâmetro e uma área total de mais de 2 mil metros quadrados de vidro colorido. Obra do artista italiano Narcissus Quagliata, ela fica na estação Formosa bulevár.

Condutor do metrô: Atenção, passageiros! Vocês acabam de desembarcar no Brasil. Próxima estação: São Paulo.

Som do trem do metrô

Locutor: Chegamos na estação Sumaré da capital paulista. Aqui podemos apreciar painéis com 44 retratos de pessoas comuns colados nas paredes de vidro. Essa é a obra mais conhecida de Alex Flemin e pode ser vista mesmo fóra da estação.

Condutor do metrô: Próxima estação: Rio de Janeiro.

Som do trem do metrô

Locutor: Estamos na estação Cinelândia, onde podemos ver um painel de autoria de Ozi e do Coletivo Nata Família. Com o nome de “Aquele Abraço” e inspiração no trabalho de Gilberto Gil, a obra é feita com técnicas de pintura em spray, pôster arte e estêncil.

Condutor do metrô: Estação final: Fortaleza.

Som do trem do metrô

Locutor: Desembarquem nesta estação da capital cearense e voltem sua atenção para os trens. Neles estão expostas obras com curadoria de ISE e OSGEMEOS, grafitadas na parte exterior das locomotivas. São 40 vagões de 15 trens que circulam não só por Fortaleza, mas também em Juazeiro do Norte e Sobral.

Condutor do metrô: Chegamos ao nosso destino final. Mas a viagem não precisa terminar aqui. Pesquise outras estações no mundo que têm obras de artes expostas, como Madri, Barcelona, Santiago, Moscou, dentre outras e boa viagem!

Locutor: Créditos. Todos os áudios inseridos neste conteúdo são da frissáund.

É proibido não dizer ditaduranuncamais!

Duração: cinco minutos. Página: 132.

Locutora: É proibido não dizer ditaduranuncamais!

Liberdade de expressão.

Liberdade para apreciar qualquer fórma de arte.

Liberdade para refletir sobre a arte.

Arte e liberdade devem andar juntas, mas elas foram propositalmente separadas em um período não muito distante da história do Brasil. Entre 1964 e 1985, um regime autoritário definiu os rumos da nossa nação. Intelectuais, artistas e mesmo políticos foram censurados por agentes do Departamento de Ordem Política e Social, o extinto Dops. Algumas reportagens eram proibidas pelos censores e, no lugar, jornais e revistas publicavam receitas culinárias. Teatros tinham suas portas fechadas e matrizes de discos musicais eram riscadas. Quem por qualquer motivo se opunha ao governo era preso, torturado, exilado ou morto. Mas a arte é criativa e sempre encontra um caminho para seguir em frente. Uma das válvulas de escape eram os festivais de música transmitidos pela TV. Lá, compositores e intérpretes apresentavam canções com letras escritas com maestria, de maneira que conseguiam criticar a repressão do regime de fórmasubliminar. A música “Arrastão”, de Edu Lobo e Vinicius de Moraes, descrevia o mar não apenas como parte da natureza a ser admirada, mas como local de trabalho de gente que vive na batalha. Na canção “A banda”, Chico Buarque de Holanda ilustra a tristeza de um povo que vê certo alento na apresentação da banda da cidade. Em “Disparada”, de autoria de Geraldo Vandré e Théo de Barros, o trabalhador é representado pelo gado, passivo, que segue a manada. Vandré é também o autor de “Pra não dizer que não falei das flores”, a música mais associada à resistência contra a censura da ditadura.

Música:

“... Pelos campos há fome em grandes plantações

Pelas ruas marchando indecisos cordões

Ainda fazem da flor seu mais forte refrão

E acreditam nas flores vencendo o canhão...”

Locutora: “Pra não dizer que não falei das flores” participou do último festival que aconteceu antes do Ato Institucional número 5, o AI-5, instituído no mesmo ano, 1968. O decreto veio para endurecer ainda mais a repressão contra os jovens e intelectuais que estavam se manifestando contra a ditadura. Por meio dele, houve o fechamento do Congresso Nacional. Várias pessoas foram perseguidas. Entre elas, artistas e professores. A exibição do balé Bolshói em 1976 foi proibida na TV sob a justificativa de que, por ser russa, a companhia era comunista. E a novela Roque Santeiro, prevista para estrear em 1975, só pôde ir ao ar em 1985. A peça teatral Roda Viva, de autoria de Chico Buarque, também foi proibida em todo o país. Isso depois de um grupo ter invadido o teatro em que a peça estava em cartaz em São Paulo para depredar o cenário e sequestrar a atriz Norma Bengell. São tantas as obras de arte brasileiras censuradas e autores perseguidos que seria interessante pesquisar mais sobre o assunto.

Áudio com várias pessoas dizendo ao mesmo tempo: “É proibido proibir; Que pais é este?; O que é isso, companheiro?; Quem sabe faz a hora, não espera acontecer; Brasil; ame-o ou deixe-o; Futebol é o ópio do povo; O Brasil vai bem, mas o povo vai mal; Cálice; Vocês não estão entendendo nada; É essa a juventude que diz querer tomar o poder? É proibido não dizer ditaduranuncamais!”

Locutora: Créditos. O pequeno trecho musical que ouvimos é da música “Pra não dizer que não falei das flores”, escrita e tocada por Geraldo Vandré.

Pão e circo para os distraídos

Duração: quatro minutos e trinta e quatro segundos. Página: 140.

Locutora: Pão e circo para os distraídos.

Som de água escorrendo

Locutora: Feche os olhos. Agora, imagine que você está caminhando por um labirinto e nele há plantas, areia, araras, poemas-objetos, capas de Parangolé e um aparelho de televisão. Você está pisando pela primeira vez na terra... ao caminhar pelos morros, pela favela, o percurso de entrar, sair, você ouve ruídos e todos os sentidos (visão, tato, audição, olfato) levam você a esse novo ambiente: a Tropicália Hélio Oiticica. Esse ambiente labiríntico, imagético, tropical que narramos descreve a obra exposta por Oiticica no Museu de Arte Moderna no Rio de Janeiro, em 1967. A obra e seu nome inspiraram um movimento cultural muito importante do Brasil nos anos 1960. A Tropicália seria um reencontro com nossa cultura, com nossa paisagem tropical, depois do movimento modernista de 1922, por meio de diversas manifestações artísticas: no cinema, por exemplo, com Glauber Rocha e seu filme Terra em transe; no teatro com a montagem O Rei da Vela, do Grupo Oficina. Mas foi na música que o grande público pôde entrar em contato com o Tropicalismo, encabeçado por Caetano Veloso e Gilberto Gil. Em 1968, com um grupo variado de artistas, eles lançaram um álbum considerado revolucionário para a música nacional: o Tropicália. O som misturava estilos tipicamente brasileiros como bossa nova, baião e samba com rock, por meio do uso da guitarra elétrica, o que causou escândalo inclusive entre os jovens que consideravam o instrumento o símbolo do imperialismo estadunidense. Mas o intuito era esse, o de romper barreiras, tornar a música brasileira mais plural, universal. As letras abordavam temas do cotidiano em tons poéticos e com críticas sociais veladas. Afinal, estávamos vivendo um período de ditadura. Entre as músicas presentes no disco Tropicália, ou Pãnis ét circenses, que em português seria “pão e circo”, uma fazia alusão à política romana usada para desviar a atenção do povo ofertando comida e diversão, para que não prestassem atenção em erros e falhas da gestão pública. A letra descreve situações chamativas, mas os versos apontam que as pessoas presentes na sala de jantar, ou seja, que estão à mesa fazendo uma refeição, estariam apenas ocupadas em nascer e morrer.

Música:

“...Eu quis cantar minha canção iluminada de sol

Soltei os panos sobre os mastros no ar

Soltei os tigres e os leões nos quintais...”

Locutora: Outras canções fazem parte desse movimento, como “Alegria, alegria”, de Caetano Veloso. Vamos propor um desafio: faça uma pesquisa, escute a música e tente encontrar as características das quais falamos. Vamos lá?

Música:

“Caminhando contra o vento

Sem lenço e sem documento

No sol de quase dezembro

Eu vou...”

Locutora: Créditos. O áudio ouvido na abertura deste póde kést pertence à frissáund. Ouvimos também pequenos trechos das músicas “Pãnis ét circenses”, de Caetano Veloso e Gilberto Gil, na interpretação de Os Mutantes, e “Alegria, alegria'', composta e interpretada por Caetano Veloso.

Arte ambiental: das paisagens à orquestra de recicláveis

Duração: cinco minutos. Página: 184.

Locutora: Arte ambiental: das paisagens à orquestra de recicláveis.

Som da natureza

Locutora: A natureza é um dos principais temas retratados nas obras de arte. Se formos pensar em grandes mestres da arte, como Van Gogh, Monet e Cézanne, só para citar três, a natureza está presente de fórma marcante. E, mais recentemente, com a introdução da tecnologia nas artes, com a fotografia e o cinema, a possibilidade de captar a natureza de fórma artística ganha mais recursos. As obras em preto e branco do fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado, por exemplo, ou os inúmeros documentários a que podemos assistir em nossas televisões e computadores trazem imagens da paisagem natural dos locais mais variados do nosso planeta com riqueza de detalhes.

Vinheta musical

Locutora: Esse tipo de expressão artística recebe o nome de arte ambiental, que, além de ter a natureza como inspiração, a utiliza muitas vezes como matéria-prima, literalmente, ao lançar mão de materiais recolhidos no ambiente ou mesmo reciclados. Tudo isso não só para que possamos enxergar beleza, mas também para que criemos consciência sobre a importância dos recursos naturais e possamos abrir nossos olhos para a preservação ambiental.

Vinheta musical

Locutora: A arte promove um constante diálogo sobre as questões sociais, culturais e ambientais. O meio ambiente faz parte da gente! Está dentro de nós! E nós, como sociedade, temos o compromisso de buscar soluções para os impactos ambientais. Feche os olhos e ouça agora esse poema de Salvador Barletta Nery e imagine-se no espaço-tempo entre obras de arte e o meio ambiente. Escute, imagine, sonhe...

Vinheta musical

Locutora: ARTE AMBIENTAL E SEUS ARTISTAS

No espaço-tempo

da arte e do meio ambiente...

Mergulho na gravura

Lagoa de Aves à Margem do Rio São Francisco

O vento sopra...

Vou visitar pelo olhar

Do Marc Ferrez o Corcovado, Flamengo e Urca

Nas paisagens inventadas de Enrri Russô

O encanto da serpente

Me fascina

Parece que estou em um sonho

E de repente...

Paisagens surreais ...

Estou entre Cisnes refletindo elefantes

Nas pinceladas de Dali

Que sacode o pincel...

E vou parar... bem ali...

Estou em um aterro sanitário

Em um projeto artístico musical

No Paraguai!

Com o Chavez e sua Orquestra

De Reciclados de Catuera

Feitos de materiais descartados

Latas de tinta, assadeira de pão,

Garfos e outros descartes

Transformam-se em violinos, violas, violoncelos

E instrumentos de percussão

A mãe natureza agradece...

Repleta de emoção...

Som de violino e percussão

Locutora: E, vocês, que escutaram atentos.

Vamos fazer um sonzão?

Montar uma orquestra

E transformar

O que ia para o lixo

Em arte, em educação?

Vinheta musical

Locutora: Créditos. Todos os áudios inseridos neste conteúdo são da frissáund.