Página 78

UNIDADE

2

Reprodução

Fotografia de um ovo de galinha com uma parte da casca removida. Há um feto de ave dentro, com penas brancas e as patas dobradas entre a cabeça e o ventre. A região dos olhos, que estão fechados, é escura, e o bico tem cor clara.
Feto de galinha doméstica (Gallus gallus domesticus) no interior do ovo, em corte.

Página 79

Você sabia que uma galinha doméstica leva cerca de 24   h para produzir um ovo? Como será que essa estrutura tão curiosa se forma?

Tudo acontece no sistema reprodutor das fêmeas, onde primeiro é formada a gema e, depois, a porção que dará origem à clara. É nessa fase que, se a galinha se acasalou com o galo, há a união do gameta masculino com o feminino, em um processo chamado fecundação. Depois de formada a clara, desenvolve-se a película que envolve a parte interna da casca do ovo. Então, o ovo recebe uma massa viscosa, que se solidifica e dá origem à casca – essa é a etapa mais longa, podendo durar cerca de 20   h . Assim, em cerca de 24   h , o ovo estará pronto e será expelido do corpo da fêmea por meio de uma abertura chamada cloaca.

Iniciando a conversa

1. Analisando a imagem, como você descreveria a reprodução das aves?

2. Qual é a importância do ovo para o animal em desenvolvimento?

3. Assim como outros animais, as aves habitam o ambiente terrestre. Durante dois minutos, pense na importância da estrutura do ovo para o desenvolvimento embrionário nesse tipo de ambiente. Em seguida, converse com um colega sobre esse assunto. Ao final, compartilhem suas conclusões com a turma.

4. Cite outro exemplo de animal que se reproduz de modo semelhante às aves.

Respostas nas orientações ao professor.

Agora vamos estudar...

  • a importância da reprodução;
  • as divisões celulares: mitose e meiose;
  • as reproduções assexuada e sexuada;
  • as fecundações interna e externa;
  • os tipos de desenvolvimento embrionário;
  • as características gerais da reprodução em diferentes grupos de animais;
  • as características gerais da reprodução em diferentes grupos de plantas.

Página 80

CAPÍTULO

4 Aspectos gerais da reprodução dos seres vivos

Leia o trecho da história em quadrinhos a seguir.

[...]

Tirinha com dois quadrinhos. Apresenta Chico Bento, menino de cabelo escuro, usando chapéu de palha e camiseta amarela, e uma gata com filhotes. Q1: Chico Bento está apoiado em uma escada, sorrindo, com a mão próxima à boca. À sua frente, a gata, deitada de lado, com três filhotes em suas mamas. Q2: Um quarto filhote está correndo em direção à gata. Chico Bento diz: 'Ninhada é ansim... sempre tem um atrasadinho...'.

[...]

SOUSA, Mauricio de. Faltando um...Chico Bento: natal interior, São Paulo, Panini Comics, n. 96, dez. 2014. p. 39.

Questão 1. Ícone atividade oral. O que os animais que Chico Bento está observando estão fazendo? Qual é importância dessa ação?

Resposta nas orientações ao professor.

Questão 2. Ícone atividade oral. Por que a ação representada pelos animais observados por Chico Bento pode ser relacionada à reprodução dos mamíferos?

Resposta: Trata-se, pois, de uma atitude (amamentação) que está relacionada à nutrição dos filhotes recém-nascidos, que necessitam de cuidados com a alimentação para que, então, possam viver sem auxílio dos progenitores futuramente.

Em determinado período do ciclo de vida, os seres vivos podem se reproduzir, ou seja, podem gerar outros indivíduos. Trata-se de um processo essencial para a continuidade das espécies e que pode ocorrer de diferentes maneiras.

Existem seres vivos que produzem células reprodutivas chamadas gametas. Quando dois gametas se unem, eles dão origem a uma nova célula, denominada célula-ovo ou zigoto, a qual formará um novo indivíduo. A reprodução que envolve a união de gametas é chamada sexuada.

Contudo, há animais que podem se reproduzir sem a união de gametas, em uma forma de reprodução denominada assexuada.

Ao longo deste capítulo, vamos estudar os diferentes tipos de reprodução dos animais. No entanto, antes de ampliar os conhecimentos sobre esse assunto, é necessário estudar as divisões celulares, que são processos necessários para que ocorra a reprodução, tanto a sexuada quanto a assexuada.

Página 81

Divisão celular

Questão 3. Durante dois minutos, escreva em seu caderno todas as palavras relacionadas à divisão celular de que você se recordar.

Resposta: O objetivo dessa questão é levantar os conhecimentos prévios dos alunos a respeito das divisões celulares. Eles podem citar palavras relacionadas ao crescimento, ao desenvolvimento dos seres vivos e ao reparo de tecidos, bem como citar a formação de um indivíduo composto de milhões de células a partir de uma única célula, o zigoto, por exemplo.

Em organismos pluricelulares, como os animais, o processo de formação e desenvolvimento de tecidos e órgãos ocorre pelo aumento da quantidade de células e sua diferenciação em células especializadas, tecidos e/ou órgãos.

O aumento do número de células em um organismo pode ocorrer por meio de sucessivas divisões celulares. Já na diferenciação celular, as células se especializam em realizar determinados papéis no organismo.

As células contêm o material genético (DNA), que contém informações essenciais ao funcionamento da célula e, consequentemente, do organismo. Por isso, quando ocorre a multiplicação celular, uma cópia desse material genético precisa ser distribuída às células-filhas, formadas após a divisão celular.

O DNA está associado a proteínas, formando, assim, a cromatina, que compõe o cromossomo. Entre outros benefícios, essa organização facilita tanto a divisão quanto a distribuição do DNA entre as novas células durante a divisão celular. Para compreender melhor, confira a representação da estrutura de um cromossomo.

Representações com elementos não proporcionais entre si. Cores-fantasia.

Ilustração de um cromossomo, indicado com a letra A. Ele tem uma estrutura com formato da letra X, com dois braços verticais para cima e dois braços verticais, mais longos, para baixo. Entre eles há uma região central com estreitamento, com duas estruturas arredondadas pequenas de cada lado. Uma porção de um dos braços está destacada com a letra B.
Ilustração do destaque do cromossomo, indicado pela letra B. Há estruturas aproximadamente esféricas interligadas por um filamento que dá duas voltas entorno de cada esfera. Em cada uma delas também há uma estrutura cilíndrica em sua superfície, que também passa por cima das duas voltas do filamento. Na esfera e na estrutura cilíndrica há a seguinte indicação: proteínas. No filamento há a seguinte indicação: D N A.

Representação de cromossomo (A),com destaque para trecho de cromatina (B).

Fonte de pesquisa: SADAVA, David et al. Vida: a ciência da biologia: Constituintes químicos da vida, células e genética. Tradução: Ardala Katzfuss et al. 11. ed. Porto Alegre: Artmed, 2020. v. 1. p. 220.

Vamos estudar a seguir dois tipos de divisão celular: a mitose e a meiose.

Página 82

Mitose

A mitose é um tipo de divisão celular em que uma célula-mãe dá origem a duas células-filhas idênticas a ela.

Por meio da mitose, aumenta-se a quantidade de células do organismo, o que é necessário ao desenvolvimento e ao crescimento dos seres vivos pluricelulares. Além disso, esse processo é responsável pela reposição de células mortas e pela regeneração de alguns tecidos que foram lesionados. Já nos organismos unicelulares, a mitose é uma forma de geração de novos indivíduos.

Analise o esquema a seguir.

Representações com elementos não proporcionais entre si. Cores-fantasia.

Esquema com ilustrações em sequência das 3 etapas de divisão celular. Na etapa 1 há uma esfera, a célula-mãe, indicada pelo marcador A, e dentro dela, uma estrutura circular, o envoltório nuclear, com quatro filamentos, dois rosas e dois azuis, que são os cromossomos. Abaixo, fora do envoltório nuclear, dois centríolos, estruturas com formato de pequenos tubos, com quatro linhas laterais em cada centríolo. Uma seta aponta para sequência da etapa 1. A esfera passa a ter formato oval, indicada pela letra B, e o envoltório nuclear está segmentado. Dentro dele há quatro cromossomos com formato da letra X, com a seguinte indicação: cromossomo duplicado. Na parte inferior, os centríolos se afastam e entre eles se estendem três linhas curvas. Uma seta aponta para etapa 2. A célula está esticada, com duas regiões arredondadas nas extremidades, e a parte central entre elas estreita, com a seguinte indicação: divisão do citoplasma. As estruturas em formato de X se separaram e passaram a ter formato da letra V. De cada lado da célula esticada há duas estruturas em V azuis e duas estruturas em V rosas. Nelas há a seguinte indicação: separação das cromátides-irmãs dos cromossomos. Os centríolos estão um em cada extremidade da célula, com quatro linhas amarelas entre eles. Cada linha amarela passa por um par de estruturas em V da mesma cor. Duas setas apontam para a etapa 3, em que duas células iguais são formadas, indicadas pelas letras C e D. Elas são iguais à célula inicial: têm estruturas esféricas, dentro o envoltório nuclear, com quatro filamentos, dois azuis e dois rosas. Abaixo, fora do envoltório nuclear, dois centríolos, com quatro pequenas linhas laterais em cada.
Representação simplificada da divisão celular por mitose de uma célula contendo dois pares de cromossomos.

Fonte de pesquisa: REECE, Jane B. et al. Biologia de Campbell. Tradução: Anne D. Villela et al. 10. ed. Porto Alegre: Artmed, 2015. p. 236-237.

1. Antes de iniciar a divisão, a célula-mãe duplica cada um de seus cromossomos (A). No início da divisão celular (B), o envoltório nuclear se desfaz e ocorre a duplicação dos centríolos, estruturas que migram para os polos opostos da célula.

2. Sem o envoltório nuclear, determinadas proteínas presentes no citoplasma se ligam aos cromossomos, puxando-os e separando-os. Cada cromátide-irmã dos cromossomos é puxada para uma extremidade da célula-mãe. Ao final desse processo, ocorre a divisão do citoplasma e a formação da membrana plasmática.

Glossário

3. Por fim, formam-se duas células-filhas (C e D), cada uma com a mesma quantidade de cromossomos que a célula-mãe. O envoltório nuclear é novamente produzido, delimitando o núcleo em cada célula-filha.

Página 83

Tanto a mitose quanto a meiose não são exclusivas dos animais, ou seja, elas ocorrem em outros seres vivos, como as plantas, permitindo, assim, que se reproduzam e se desenvolvam. Durante a divisão celular, os cromossomos se tornam altamente condensados, ou seja, eles se tornam mais compactos e menores, facilitando sua separação e movimentação durante as divisões celulares. Além disso, pelo fato de ficarem mais compactos, os cromossomos se tornam facilmente observáveis na célula com auxílio de um microscópio.

Observe a imagem a seguir.

Fotografia em sequência de quatro etapas da mitose. Na etapa A, duas formas ovais, a primeira com uma esfera ao centro e a segunda com filamentos emaranhados. Na etapa B, uma forma circular com filamentos cilíndricos ao centro. Na etapa C, duas formas ovais, a primeira, com filamentos longos, separados na parte superior e inferior, e na segunda, os filamentos estão mais curtos. Na etapa D, duas formas ovais, cada uma com uma esfera ao centro.
Células de raiz de cebola em diferentes momentos da mitose. Imagem obtida por microscópio e ampliada aproximadamente 1 . 000 vezes. Colorizada artificialmente.

Questão 4. Ícone atividade oral. Com suas palavras, explique os momentos da divisão celular representados em A, B, C e D.

Resposta: Nessa imagem: A – os cromossomos duplicados estão se condensando; B – os cromossomos alinham-se no centro da célula; C – ocorre a separação das cromátides-irmãs dos cromossomos; D – formam-se duas células-filhas independentes após a divisão do citoplasma.

Meiose

Na divisão celular do tipo meiose, uma célula-mãe dá origem a quatro células-filhas, que são diferentes entre si e da célula-mãe. Essas células formadas apresentam metade do número de cromossomos da célula-mãe. Esse tipo de divisão ocorre nas células que originam os gametas, portanto a meiose é essencial para que ocorra a reprodução sexuada.

Pelo fato de terem somente metade da quantidade de cromossomos da célula-mãe, as células-filhas apresentam um único conjunto de cromossomos, sendo chamadas haploides. Já a célula-mãe é chamada diploide, visto que apresenta dois conjuntos de cromossomos.

No caso dos seres humanos, as células diploides, que não são gametas, apresentam 23 pares de cromossomos, ou seja, 46 cromossomos no total. Já as células haploides, representadas pelos gametas, apresentam metade do material genético, ou seja, 23 cromossomos no total.

Página 84

Observe o esquema a seguir que representa, de forma simplificada, a meiose.

Representações com elementos não proporcionais entre si. Cores-fantasia.

Esquema com ilustrações em sequência das 5 etapas de divisão celular. Na etapa 1, uma célula com formato de esfera, dentro, uma estrutura circular, o envoltório nuclear, com quatro filamentos, dois azuis e dois rosas, os cromossomos. Abaixo, fora do envoltório nuclear, dois centríolos, estruturas com formato de pequenos tubos, com quatro pequenas linhas laterais em cada centríolo. Uma seta aponta para a etapa 2. A estrutura tem formato oval, indicada pela letra A, e o envoltório nuclear fica segmentado, e dentro, quatro cromossomos duplicados, com formato da letra X. Na parte inferior, os centríolos se afastam e entre eles, três linhas curvas. Uma seta aponta para sequência da etapa 2. A célula está esticada, indicada pela letra B, com duas regiões arredondadas nas extremidades, e a parte central entre elas estreita. Nos cromossomos há a seguinte indicação: separação dos pares de cromossomos. Há dois azuis na parte superior e dois rosas na parte inferior. Os centríolos estão um em cada lado, com duas linhas passando entre eles. Cada linha passa por um par de cromossomos da mesma cor. Duas setas apontam para a etapa 3, em que há a formação de duas células iguais, indicadas pelas letras C e D. Elas têm formato oval e dentro o envoltório nuclear, com um cromossomo duplicado em forma de X azul e outro rosa. Abaixo, fora do envoltório nuclear, dois centríolos e entre eles, três linhas curvas. De cada célula sai uma seta apontando para a etapa 4. Cada célula está esticada, com duas regiões arredondadas nas extremidades e a parte central estreita. As estruturas em formato de letra X, passam a ter formato de letra V, ficando uma estrutura azul e uma estrutura rosa de cada lado. Em cada estrutura em formato de V está indicado: separação das cromátides-irmãs dos cromossomos. Os centríolos estão um em cada lado, com duas linhas entre eles. Cada linha passa por um par de cromossomos da mesma cor. De cada célula esticada sai uma seta
Representação simplificada da divisão celular por meiose de uma célula hipotética composta de dois pares de cromossomos.

Fonte de pesquisa: REECE, Jane B. et al. Biologia de Campbell. Tradução: Anne D. Villela et al. 10. ed. Porto Alegre: Artmed, 2015. p. 258-259.

1. Antes de iniciar a meiose, a célula-mãe duplica seus cromossomos.

2. Durante a meiose, o envoltório nuclear se desfaz. Os pares de cromossomos homólogos, já duplicados (A), pareiam-se, ou seja, ficam lado a lado. Proteínas presentes no citoplasma ligam-se a cada um dos cromossomos duplicados e aos centríolos, separando os pares de cromossomos (B).

3. Ao final dessa primeira fase da meiose, formam-se duas células (C e D), cada uma delas com um dos cromossomos de cada par. Perceba que cada cromossomo está duplicado.

4. Em cada uma das células-filhas, ocorre uma nova divisão celular, em que se observa a separação de cada uma das cromátides-irmãs dos cromossomos duplicados.

5. Ao final da meiose, formam-se quatro células-filhas (E, F, G e H), cada uma com metade da quantidade de cromossomos da célula-mãe. Isso acontece pelo fato de cada célula-filha receber apenas um cromossomo de cada par.

Sugestões complementares

Assista ao vídeo da meiose em células reprodutivas da mosca Nephrotoma suturalis no site Cell Image Library.

Fotografia de duas estruturas com formas ovaladas, nas extremidades filamentos, e dentro, estruturas alongadas ao centro.
Células reprodutivas da mosca Nephrotoma suturalis. Imagem obtida por microscópio e ampliada aproximadamente 60 vezes.

Cell Image Library. Disponível em: https://oeds.link/S5RgyU. Acesso em: 3 ago. 2022.

Página 85

Atividades

Faça as atividades no caderno.

1. Analise a seguir um esquema simplificado que representa a formação e o desenvolvimento inicial do ser humano.

Representações com elementos não proporcionais entre si. Cores-fantasia.

Esquema com ilustrações em sequência. Na ilustração A, uma estrutura esférica com duas camadas e, em sua superfície, pequenas esferas com pontos no centro. Há a seguinte indicação nessa estrutura: ovócito: 23 cromossomos. Ao redor dela, há algumas estruturas alongadas, com uma extremidade em forma de flagelo e a outra oval. Nessa estrutura há a seguinte indicação: espermatozoide: 23 cromossomos. Na ilustração B, uma estrutura arredondada com uma camada externa. Em um local na parte de dentro dessa camada há uma forma oval com um ponto no meio. No centro da estrutura arredondada também há uma forma esférica. Há a seguinte indicação nessa ilustração: zigoto: 46 cromossomos. Na ilustração C, há uma estrutura arredondada com uma camada externa e várias esferas dentro dela. Cada esfera tem um ponto no centro. Há a seguinte indicação nessa ilustração: mórula: 46 cromossomos. Na ilustração D, há um feto em formação, com cabeça, pequenos braços e pernas. Há a seguinte indicação nessa ilustração: Feto: cada célula tem 46 cromossomos.
Representação de algumas etapas do desenvolvimento do ser humano: fecundação (A), zigoto (B), mórula, fase com 16 células (C) e feto (D).

Fonte de pesquisa: MOORE, Keith L.; Persaud, T. V. N. (Vid); TORCHIA, Mark G. Embriologia básica. Tradução: Danuza Pinheiro Bastos e Renata Scavone de Oliveira. 9. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2016. p. 2, 3, 12.

a) A divisão celular que deu origem ao ovócito e ao espermatozoide é a mesma que deu origem à mórula? Justifique sua resposta.

Resposta nas orientações ao professor.

b) Explique o que ocorreu com a quantidade de cromossomos após a formação do zigoto e por quê.

Resposta: Após a formação do zigoto, a quantidade de cromossomos dobrou, passando de 23 para 46 cromossomos. Isso ocorreu porque houve a união entre os gametas, cada um portando 23 cromossomos.

c) Quantos cromossomos teria o feto (D), caso a formação dos gametas (A) não envolvesse a divisão celular citada no item a? Justifique sua resposta.

Resposta nas orientações ao professor.

d) Qual divisão celular possibilitou o aumento na quantidade de células do zigoto (B) ao feto (D)? Com suas palavras, descreva como ocorreu essa divisão.

Resposta nas orientações ao professor.

2. Reproduza o quadro a seguir no caderno completando-o com as informações corretas. Para isso, é necessário diferenciar a mitose e a meiose nas células humanas.

Diferenças entre a mitose e a meiose

Característica

Mitose

Meiose

Quantidade de cromossomos nas células-mães

Quantidade de células-filhas formadas

Quantidade de cromossomos nas células-filhas

Resposta: Quantidade de cromossomos nas células-mães: 46 na mitose e 46 na meiose; Quantidade de células-filhas formadas: 2 na mitose e 4 na meiose; Quantidade de cromossomos nas células-filhas: 46 na mitose e 23 na meiose.

Página 86

Reprodução assexuada dos seres vivos

Alguns seres vivos, como certos animais invertebrados, protozoários e bactérias, podem se reproduzir sem a união de gametas, ou seja, realizam reprodução assexuada. Nos casos em que seres vivos apresentam esse tipo de reprodução, nota-se a divisão celular do tipo mitose, e os novos seres vivos originam-se de um único indivíduo.

Tanto a reprodução sexuada quanto a assexuada representam vantagens e desvantagens aos seres vivos. No caso da reprodução sexuada, o processo envolve grande investimento de tempo e energia pelo fato de envolver a participação de outro indivíduo. Isso não ocorre no caso da reprodução assexuada, uma vez que o número de indivíduos de uma população poder aumentar rapidamente sem precisar da participação de outro indivíduo. Trata-se de um processo mais simples se comparado com a reprodução sexuada, e o período de desenvolvimento, de maneira geral, é mais curto.

No entanto, a reprodução assexuada gera clones, ou seja, seres vivos com as mesmas características e material genético do indivíduo que lhes deu origem. Isso pode ser uma desvantagem em um ambiente em mudança.

Existem vários tipos de reprodução assexuada, como brotamento, fissão binária, fragmentação e partenogênese. A seguir, vamos estudar cada um desses tipos.

Brotamento

Na reprodução assexuada por brotamento, um pequeno broto se desenvolve preso ao animal adulto. Após certo tempo, o broto, já com tecidos formados e corpo organizado, desprende-se do animal adulto e se desenvolve em um novo indivíduo, geneticamente idêntico ao progenitor.

Representações com elementos não proporcionais entre si. Cores-fantasia.

1. Ilustração de uma hidra sobre uma superfície. Ela tem uma estrutura vertical arredondada, com filamentos na extremidade superior. Marcado com a letra A está uma hidra menor, acoplada na lateral da hidra maior, indicada com a letra B.
2. Ilustração de duas hidras sobre uma superfície, uma ao lado da outra. Uma delas é maior do que a outra.

Representação de reprodução de hidra por brotamento.

Fonte de pesquisa: PECHENIK, Jan A. Biologia dos invertebrados. Tradução: Aline Barcellos Prates dos Santos et al. 7. ed. Porto Alegre: AMGH, 2016. p. 112.

1. Um broto (A) se desenvolve no corpo da hidra adulta (B). Após certo tempo, esse broto se desprende do corpo da hidra adulta.

2. O broto de hidra se fixa no substrato, geralmente próximo ao indivíduo adulto, e continua seu desenvolvimento.

Página 87

Fissão binária

Na reprodução por fissão binária, um organismo unicelular se divide por mitose, formando, assim, duas partes semelhantes, que se desenvolvem e dão origem a dois indivíduos, idênticos ao progenitor. Esse tipo de reprodução é comum em protozoários e bactérias. Analise o esquema a seguir.

Representações com elementos não proporcionais entre si. Cores-fantasia.

Esquema com ilustrações. Na etapa 1, estrutura cilíndrica com as extremidades afiladas, em uma das extremidades, um filamento fino e longo, o flagelo, e no interior, estruturas retangulares e ao centro, uma esfera, o núcleo. Na etapa 2 a estrutura cilíndrica com as extremidades afiladas está com dois flagelos na parte superior e o núcleo se dividindo em duas esferas. Uma seta aponta para a estrutura se dividindo em duas, cada uma com um núcleo e um flagelo, unidas apenas pela parte inferior. Na etapa 3 a estrutura está completamente dividida em duas estruturas separadas, A e B, iguais a estrutura inicial da da etapa 1.
Representação de reprodução assexuada por fissão binária de um protozoário.

Fonte de pesquisa: BRUSCA, Richard C.; BRUSCA, Gary J. Invertebrados. Tradução: Alvaro Esteves Migotto et al. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007. p. 136.

1. O material genético e algumas organelas e estruturas, como o flagelo, começam a se duplicar.

2. O núcleo se divide e inicia a divisão do citoplasma.

3. O citoplasma se divide completamente, gerando dois indivíduos (A e B), cada um com um núcleo.

Fragmentação

Na reprodução por fragmentação, um organismo se divide em duas ou mais partes e cada uma delas é capaz de originar um indivíduo por meio da regeneração das partes perdidas. Observe o esquema a seguir.

Representações com elementos não proporcionais entre si. Cores-fantasia.

Esquema com ilustrações. Uma estrela-do-mar com cinco braços laranja escuro e uma linha tracejada a divide em uma parte com dois braços, a ilustração A e a outra parte com três braços, a ilustração B. Da parte A sai uma seta apontando para a ilustração C, uma estrela-do-mar com dois braços laranja escuro e três braços laranja claro, que a completam. Da parte B sai uma seta apontando para a ilustração D, uma estrela-do-mar com três braços laranja escuro e dois braços laranja claro, que a completam.
Representação de reprodução assexuada por fragmentação de uma estrela-do-mar. Nessa imagem, as regiões que se regeneraram foram representadas com cores mais claras.

Fonte de pesquisa: RUPPERT, Edward E.; FOX, Richard S.; BARNES, Robert D. Zoologia dos invertebrados: uma abordagem funcional-evolutiva. Tradução: Antonio Carlos Marques (coord.). 7. ed. São Paulo: Roca, 2005. p. 1035.

Uma estrela-do-mar é dividida em duas partes (A e B). Cada uma dessas partes regenera as porções perdidas e dá origem a um novo indivíduo (C e D).

Página 88

Partenogênese

Na reprodução por partenogênese, o embrião se desenvolve de um ovócito não fecundado. Esse tipo de reprodução pode ocorrer em alguns vermes e insetos, como abelhas, vespas e formigas.

Para compreender esse tipo de reprodução assexuada, vamos analisar como ocorre a partenogênese em abelhas.

As fêmeas férteis de abelhas, chamadas rainhas, produzem ovócitos que podem ou não ser fecundados pelos machos. Quando não são fecundados pode ocorrer a partenogênese, que origina machos haploides, os zangões. Observe o esquema a seguir.

Representações com elementos não proporcionais entre si. Cores-fantasia.

Esquema com ilustrações. Na ilustração A, uma abelha com o abdome grande e uma seta apontando para ilustração B, uma esfera amarela. Desta partem duas setas apontando para outras duas esferas amarelas, com os marcadores C e D. Em uma das setas há a seguinte indicação: meiose. De cada esfera sai uma seta apontando para uma abelha com o abdome menor, marcadas com a letra E e a letra F. Em uma das setas há a seguinte indicação: mitoses.
Representação de reprodução assexuada por partenogênese em abelha.

Fonte de pesquisa: GULLAN, P. J.; CRASTON, P. S. Os insetos: um resumo de entomologia. Tradução: Sonia Maria Marques Hoenen. 3. ed. São Paulo: Roca, 2007. p. 272.

O indivíduo adulto pluricelular, no caso, a rainha (A), fornece uma célula-mãe (B), que, por sua vez, sofre meiose e dá origem a duas células-filhas: os ovócitos (C e D). Essas células têm metade da quantidade de cromossomos que a célula de origem (B).

Os ovócitos não são fecundados e sofrem inúmeras divisões celulares por mitose, resultando em indivíduos adultos pluricelulares, nesse caso, os zangões (E e F).

Quando os ovócitos são fecundados pelo espermatozoide, originam as abelhas fêmeas, que podem se tornar operárias ou rainhas, dependendo do tipo de alimento que recebem na fase de larvas.

As abelhas operárias se originam de larvas que são alimentadas com mel e pólen. Já as abelhas rainhas se originam de larvas que receberam geleia real durante seu desenvolvimento.

Fotografia de uma abelha sobre uma colmeia, e dentro de um favo, com forma circular, uma larva.
Abelha (Apis millifera) operária próxima à larva alimentada com geleia real.

Abelha: pode atingir aproximadamente 1 , 5   cm de comprimento.

Página 89

Atividades

Faça as atividades no caderno.

1. Leia as afirmativas e identifique a que apresenta informações incorretas sobre a reprodução assexuada. Depois, reescreva-a em seu caderno, corrigindo-a.

a) A reprodução assexuada não envolve a união de gametas. Assim, um único indivíduo é capaz de gerar um novo ser vivo.

b) Uma das vantagens da reprodução assexuada é não necessitar de um parceiro para se reproduzir, o que reduz o gasto de energia nesse processo.

c) A reprodução assexuada gera indivíduos conhecidos como clones, ou seja, indivíduos geneticamente diferentes, o que pode ser uma grande vantagem para a espécie se manter em um ambiente em transformação.

d) Brotamento, fissão binária e fragmentação são exemplos de tipos de reprodução assexuada.

Resposta nas orientações ao professor.

2. Leia o trecho da reportagem a seguir.

Dados indicam que mudança climática já afeta vida do planeta
[…]
A pulga-de-água depende da temperatura como poucos animais. [...] As células sexuais femininas se desenvolvem sem terem sido fecundadas. Esse mecanismo de reprodução assexuada, conhecido como , é iniciado por um sinal ambiental ou químico. No caso das pulgas-de-água, é o calor do ambiente. Durante os meses quentes, se reproduzem mais e as crias são fêmeas. No inverno, a taxa de reprodução é menor e são machos. […]

CRIADO, Miguel Ángel. Dados indicam que mudança climática já afeta vida do planeta. El País, 15 nov. 2016. Disponível em: https://oeds.link/Q4iJAe. Acesso em: 3 ago. 2022.

Fotografia de um animal de corpo arredondado, com filamentos na extremidade superior e um filamento vertical na parte inferior. Seu corpo é transparente, com pequenas esferas dentro e uma estrutura tubular ao centro.
Pulga-de-água (Daphnia pulex) com ovos.

Pulga-de-água: pode atingir aproximadamente 3   mm de comprimento.

a) Qual termo substitui corretamente o símbolo em destaque no trecho de reportagem, de acordo com o tipo de reprodução descrito?

Resposta: partenogênese.

b) O tipo de reprodução que você identificou no item a é do tipo sexuada ou assexuada? Justifique sua resposta.

Resposta: Espera-se que os alunos reconheçam que a partenogênese é um tipo de reprodução assexuada, visto que não envolve a união de gametas.

c) Com base nas informações citadas no texto, qual seria uma possível consequência na composição da população de pulgas-de-água se houvesse uma mudança climática no ambiente onde vivem?

Resposta: O objetivo dessa questão é que os alunos interpretem as informações apresentadas no texto. Espera-se que comentem que o aumento da temperatura da água alteraria a composição da população de pulgas-de-água, a qual se tornaria maior por causa do aumento na geração de indivíduos, assim como seria composta basicamente de fêmeas.

Página 90

Reprodução sexuada dos seres vivos

Observe as imagens a seguir.

A. Fotografia de duas aves em meio a um gramado. Indicado com o número 1 está um faisão macho, com pequeno bico, cabeça vermelha, pescoço azul, corpo avermelhado com pontos pretos e longa cauda. Indicado com o número 2 está um faisão fêmea, com pequeno bico e penas amarronzadas com manchas escuras.
Faisões comum (Phasianus colchicus) macho (1) e fêmea (2) durante estação de acasalamento.

Faisão comum: pode atingir aproximadamente 89   cm (macho) e 62   cm (fêmea) de comprimento.

B. Fotografia de um filhote de faisão, ave pequena com penas amarronzadas, pernas grandes, bico pequeno e olhos escuros.
Filhote de faisão comum (Phasianus colchicus).

Questão 5.Ícone atividade oral. Em sua opinião, como o filhote de faisão (imagem B) foi gerado?

Resposta nas orientações ao professor.

Questão 6.Ícone atividade oral. Onde o embrião do faisão se desenvolve?

Resposta: O embrião do faisão se desenvolve no interior de um ovo depositado no ambiente, ou seja, fora do corpo da fêmea.

Animais como o faisão comum se reproduzem de maneira sexuada, ou seja, pela união de gametas. Os machos produzem o gameta masculino e as fêmeas, o gameta feminino. Conforme estudado anteriormente, a união desses gametas origina a célula-ovo ou o zigoto, por meio da qual o novo indivíduo se desenvolve.

No caso do faisão comum, o zigoto se desenvolve no interior de um ovo, que é depositado no ambiente, ou seja, o desenvolvimento do embrião/feto ocorre fora do corpo da fêmea. Além do desenvolvimento no interior do ovo, há outros tipos de desenvolvimento que ocorrem nos seres vivos. Vamos estudar alguns deles mais adiante.

Diferentemente da reprodução assexuada, na reprodução sexuada os indivíduos gerados não são clones. Eles apresentam características específicas, resultantes de informações provenientes dos dois progenitores. Por isso, é possível afirmar que a reprodução sexuada possibilita o aumento da diversidade dos seres vivos.

Apesar de favorecer a variação genética entre os indivíduos, a reprodução sexuada produz menor quantidade de indivíduos em determinado intervalo de tempo, o que resulta em um aumento populacional menos acelerado, se comparado com a reprodução assexuada.

A reprodução sexuada envolve alguns processos, como a produção de gametas, a fecundação e o desenvolvimento do novo ser vivo. A seguir, vamos estudar cada um desses processos.

Página 91

Produção de gametas

Conforme estudado anteriormente, os gametas são células formadas por meiose e são haploides, ou seja, possuem apenas um conjunto de cromossomos. Nos animais, os gametas são produzidos em órgãos específicos, chamados gônadas, em um processo denominado gametogênese.

Os gametas recebem nomes específicos dependendo do ser vivo em que são produzidos. Nos animais, por exemplo, os gametas masculinos são chamados espermatozoides e os femininos, ovócitos.

A. Fotografia de um espermatozoide, com uma estrutura arredondada em uma extremidade e cauda alongada e curva na outra.
Espermatozoide de rinoceronte. Imagem obtida por microscópio e ampliada aproximadamente 8 . 000 vezes. Colorizada em computador.
B. Fotografia de uma esfera com uma superfície de aspecto poroso.
Ovócito de hamster. Imagem obtida por microscópio e ampliada aproximadamente 4 . 000 vezes. Colorizada em computador.

Fecundação

O zigoto se forma da união do gameta masculino com o gameta feminino, a chamada fecundação.

Algumas espécies de animais realizam um ritual chamado acasalamento. Nesse ritual, esses seres vivos apresentam comportamentos específicos para atrair o indivíduo do sexo oposto. Geralmente, o macho busca impressionar a fêmea para se acasalarem.

Para atrair as fêmeas, os machos utilizam diferentes estratégias, como cantos, danças e disputas com outros machos. Além disso, eles costumam exibir chifres, jubas e caudas chamativas.

Na época do acasalamento, o macho de faisão, por exemplo, emite um som rouco, briga com outros machos e exibe suas penas para a fêmea.

Fotografia de duas aves sobre uma rocha. A ave indicada com o número 1 é um faisão macho, com a cabeça branca, corpo azul, amarelo e vermelho, o ventre preto e branco, a cauda grande e longa com penas escuras e claras. A ave indicada com o número 2 é um faisão fêmea, com tamanho menor, penas amarronzadas com manchas escuras e cauda pequena.
Macho (1) e fêmea (2) de faisão-lady (Chrysolophus amherstiae) em ritual de acasalamento.

Faisão-lady: pode atingir aproximadamente 1 , 5   m (macho) e 6 7   cm (fêmea) de comprimento.

Página 92

Após o encontro dos parceiros para o acasalamento e a reprodução, a fecundação pode ocorrer de maneira interna ou externa, ou seja, dentro ou fora do sistema genital.

No caso da fecundação interna, ocorre a união do gameta masculino com o gameta feminino no interior do sistema genital feminino. Para isso, o macho insere seus gametas no corpo da fêmea durante o acasalamento.

No interior do sistema genital feminino, os gametas estão protegidos da desidratação, ou seja, da perda excessiva de água, o que auxilia na fecundação.

Esse tipo de fecundação ocorre em animais, como seres humanos, gatos, cachorros, porcos, golfinhos, leões, cágados, cascavéis e onças-pintadas.

Fotografia de duas onças-pintadas. A onça indicada com o número 1 está sobre a onça indicada com o número 2, que está deitada em um local gramado.
Onças-pintadas (Panthera onca), macho (1) e fêmea (2), acasalando.

Onça-pintada: pode atingir aproximadamente 1 , 8   m de comprimento.

Já na fecundação externa a união do gameta masculino com o feminino ocorre no ambiente, ou seja, fora do corpo da fêmea. Esse tipo de fecundação ocorre em algumas espécies de anfíbios, como sapos, rãs e pererecas. Nesses animais, geralmente, o macho abraça a fêmea e a estimula a liberar seus ovócitos no ambiente. Em seguida, o macho libera os espermatozoides sobre os ovócitos, possibilitando, assim, a fecundação e a formação dos ovos.

A. Fotografia de duas rãs dentro da água. A rã indicada com o número 1 está sobre o dorso da rã indicada com o número 2, que está apenas com a cabeça para fora da água.
Macho (1) e fêmea (2) da rã-comum (Rana temporaria) se acasalando.

Rã-comum: pode atingir aproximadamente 8   cm de comprimento.

B. Fotografia de aglomerado de estruturas esféricas transparentes, com um ponto preto ao centro. Uma parte do aglomerado está dentro da água e outra está acima da superfície da água.
Ovos de rã-comum (Rana temporaria) depositados no ambiente aquático.

Página 93

Os animais que realizam fecundação externa produzem grande quantidade de gametas masculinos e femininos, aumentando, assim, as chances de ocorrer a fecundação no ambiente e de gerar indivíduos.

Os seres vivos que realizam a fecundação interna, por sua vez, produzem menor quantidade de gametas e, de maneira geral, geram menor quantidade de descendentes, quando comparado com espécies que realizam fecundação externa.

Desenvolvimento embrionário

Após a formação do zigoto, inicia-se o processo de desenvolvimento do novo ser vivo. No caso, o embrião formado pode se desenvolver de diferentes maneiras, de acordo com a espécie de ser vivo.

Professor, professora: Ao abordar sobre a classificação dos animais de acordo com o desenvolvimento do embrião, comente com os alunos que os seres ovovivíparos também são conhecidos como vivíparos lecitotróficos.

Dependendo do tipo de desenvolvimento do embrião, os animais podem ser classificados em ovíparos, ovovivíparos ou vivíparos.

Animais ovíparos são aqueles cujo embrião se desenvolve e é nutrido no interior de um ovo, mantido fora do corpo da fêmea até o nascimento do novo ser vivo.

Diversos animais ovíparos apresentam fecundação interna, como o pássaro tordo-zornal. Assim, ovos fecundados são depositados no ambiente. Já animais ovíparos, como sapos, rãs, pererecas e algumas espécies de peixes, como a piranha-vermelha, apresentam fecundação externa.

Fotografia de um ninho de passarinho, e dentro, três ovos azulados e três filhotes de ave com o bico aberto, de cor amarelada. Eles estão com os olhos fechados e corpo ainda não apresenta penas.
Ninho de pássaro tordo-zornal (Turdus pilaris) com ovos e filhotes.

Tordo-zornal (adulto): pode atingir aproximadamente 25   cm de comprimento.

Fotografia de um peixe com corpo arredondado, coloração alaranjada no ventre e manchas escuras.
Piranha-vermelha (Pygocentrus nattereri).

Piranha-vermelha: pode atingir aproximadamente 50   cm de comprimento.

Página 94

Animais vivíparos apresentam fecundação interna e o desenvolvimento embrionário ocorre dentro do corpo da fêmea até o nascimento.

Nesses animais, o embrião pode ser totalmente ou parcialmente nutrido pela fêmea. Em algumas espécies, como os seres humanos, todos os nutrientes são provenientes da fêmea. Em outras, parte dos nutrientes é fornecida por estruturas de reserva ligadas ao embrião e semelhantes às observadas no interior de ovos.

Fotografia de um escorpião em meio a um ambiente de terra e rochas. Animal de coloração escura com quatro pares de pernas, dois apêndices anteriores alongados com garras nas pontas e cauda comprida e curva com um ferrão na ponta. Na parte superior do corpo há diversos filhotes pequenos e brancos.
Escorpião-imperador (Pandinus imperator), uma espécie vivípara, carregando seus filhotes.

Escorpião-imperador (adulto): pode atingir aproximadamente 20   cm de comprimento.

Animais ovovivíparos apresentam fecundação interna e o desenvolvimento embrionário ocorre dentro de ovos que permanecem no interior do corpo da fêmea até o nascimento. Nesse caso, o embrião obtém os nutrientes do ovo.

Alguns peixes, como o lebiste e o peixe-mosquito, a maioria dos tubarões e das raias e algumas espécies de lagartos e de serpentes, como a cascavel, são animais ovovivíparos.

Fotografia de um peixe azulado com a parte ventral arredondada, e saindo dela, um filhote pequeno, com cabeça arredondada e corpo alongado.
Nascimento de filhote de peixe-mosquito (Gambusia affinis), uma espécie ovovivípara.

Peixe-mosquito (adulto): pode atingir aproximadamente 7   cm de comprimento.

Desenvolvimento direto e desenvolvimento indireto

É provável que você já tenha visto um filhote de cachorro ou de gato. Esses filhotes são semelhantes ao animal adulto da mesma espécie quanto ao número de membros e à presença de determinadas estruturas no corpo, por exemplo. No entanto, em outras espécies, os filhotes são muito diferentes dos animais adultos.

A aparência do animal ao nascer, quando comparada com a do indivíduo adulto da espécie, permite identificar dois tipos de desenvolvimento: o direto e o indireto.

Página 95

No desenvolvimento direto, o filhote apresenta muitas semelhanças na organização da estrutura corpórea com o animal adulto da mesma espécie. No caso, o animal nasce, cresce e se desenvolve até chegar à forma adulta, sem que haja alteração extrema de seu corpo nesse processo. Esse tipo de desenvolvimento é observado em animais, como o ser humano e outros mamíferos, aves e alguns répteis. Peixes como o cavalo-marinho também apresentam desenvolvimento direto.

No desenvolvimento indireto, o filhote apresenta muitas diferenças em relação ao animal adulto da mesma espécie. Por isso, após o nascimento, ocorrem várias mudanças no ser vivo jovem até ele atingir a fase adulta. Essas mudanças caracterizam a chamada metamorfose. Esse tipo de desenvolvimento é observado em insetos, como borboletas e algumas moscas, em sapos, rãs, pererecas e em algumas espécies de peixes. Observe o esquema a seguir.

1. Fotografia de esferas transparentes com pequenas esferas escuras no centro, os ovos.
2. Fotografia de vários animais de corpo alongado, com a parte anterior arredondada com pequenas ramificações nas laterais, as brânquias. Na outra extremidade do corpo alongado está a indicação da cauda.
3. Fotografia de um animal em meio à vegetação dentro da água, com corpo escuro, membros na parte inferior do corpo e longa cauda. Os membros anteriores são menores que os posteriores, que são mais longos, grossos e estão dobrados.
4. Fotografia de uma rã sobre uma rocha com musgo. Ela tem um corpo arredondado com manchas escuras, não apresenta cauda e tem os membros posteriores grandes e dobrados.

Rã-comum: pode atingir aproximadamente 8   cm de comprimento.

Diferentes etapas do desenvolvimento indireto da rã-comum (Rana temporaria): ovos (1), girino (2), juvenis (3) e adulto (4).

O ciclo de vida da rã-comum se inicia com o ovo (1), do qual eclode a fase larval dos anfíbios, conhecido como girino (2). Logo após o nascimento, os girinos apresentam algumas características específicas, como ausência de membros e presença de cauda e de brânquias, que são responsáveis pelas trocas gasosas do animal com o ambiente.

Ao longo de seu desenvolvimento, os girinos sofrem algumas transformações, por exemplo, a cauda é absorvida e os membros se desenvolvem (3). Ao atingir a fase adulta (4), o sapo apresenta membros anteriores e posteriores bem desenvolvidos e adequados à locomoção no ambiente terrestre, as brânquias são absorvidas pelo organismo e as trocas gasosas passam a ser realizadas por meio da pele e dos pulmões.

Página 96

O tema é ...

Educação ambiental

Atividades humanas e a reprodução das tartarugas marinhas

Leia a manchete a seguir.

Filhotes de tartaruga-de-pente nascem no litoral do município do Paulista

Disponível em: https://oeds.link/OHclKx. Acesso em: 3 ago. 2022.

As tartarugas são répteis ovíparos. Anualmente, entre os meses de setembro a dezembro, cinco espécies de tartarugas marinhas fazem a postura dos ovos nas praias do litoral do Brasil. Entre essas espécies, está a tartaruga-de-pente (Eretmochelys imbricata), citada na manchete. Na época de reprodução, as tartarugas marinhas cavam buracos na areia, botam centenas de ovos e voltam para o mar. Cerca de dois meses depois da postura, nascem os filhotes, que se deslocam em direção ao mar.

Apesar dos milhares de ovos depositados nas areias do litoral brasileiro, a quantidade de filhotes que atinge a fase adulta é bem reduzida. Acredita-se que, em média, a cada mil tartarugas marinhas que nascem, apenas duas ou três chegam à idade adulta.

A baixa sobrevivência das tartarugas marinhas está relacionada a diferentes fatores naturais, como a captura por predadores. Contudo, além das ameaças naturais, as atividades humanas também têm ameaçado a sobrevivência desses animais. A seguir, vamos conhecer algumas dessas atividades.

Representação com elementos não proporcionais entre si. Cores-fantasia.

Ilustração de uma praia à noite, com duas tartarugas marinhas dentro do mar e uma na faixa de areia. Na beira da areia, do lado contrário ao mar, há postes de iluminação emitindo luz e as tartarugas estão se movimentando em direção a eles. Na faixa de areia há um rastro de pneu, um saco de lixo e diversos materiais descartáveis próximo ao saco.
Representação de tartarugas marinhas em ambiente exposto à iluminação artificial e à poluição por resíduos sólidos.

Luzes da beira-mar: as luzes artificiais dos postes e estabelecimentos próximos às praias podem confundir os filhotes que saem dos ovos. Dessa forma, eles se movimentam em direção oposta à do mar, ficando mais expostos a riscos, como atropelamento, desidratação e ataque de outros animais, como cães e aves.

Poluição do hábitat: A poluição desses ambientes por resíduos sólidos, como o plástico, propicia a ingestão desses materiais pelas tartarugas marinhas, prejudicando sua nutrição.

Página 97

Pisoteio das áreas de desova: a presença de pessoas e de veículos na praia compacta a areia, dificultando a construção dos ninhos pelas tartarugas marinhas e prejudicando a saída dos filhotes após a eclosão.

Sombreamento: a determinação do sexo dos filhotes de tartarugas marinhas é influenciada pela temperatura da areia em que os ovos são incubados. Dessa forma, construções que provocam o sombreamento dos locais de desova reduzem a temperatura da areia, resultando em aumento na geração de machos, o que pode provocar o desequilíbrio entre as populações de machos e fêmeas da espécie.

Pesca incidental: as tartarugas marinhas ficam presas em redes de pesca ou anzóis utilizados para a pesca de outros animais marinhos. Por isso, muitas delas não conseguem subir à superfície da água para respirar ou não conseguem se alimentar adequadamente, prejudicando sua sobrevivência.

Coleta de ovos e caça: em alguns locais do Brasil, tanto os ovos de tartaruga marinha quanto os animais adultos são coletados para alimentação humana.

Sugestões complementares

Apesar de algumas atividades humanas serem prejudiciais às tartarugas marinhas, outras atividades realizadas pelo ser humano podem ajudar a proteger esses seres vivos, como as desenvolvidas no Projeto Tamar.

Acesse o site do Projeto Tamar e conheça mais sobre os programas de proteção às tartarugas-marinhas, pesquisas realizadas e ações de conscientização da população.

Logotipo com uma ilustração de um filhote de tartaruga marinha, de coloração amarronzada, saindo de dentro de um ovo, com as nadadeiras anteriores e a cabeça do lado de fora do ovo. Em volta da ilustração está escrito: Projeto Tamar.
Logotipo do Projeto Tamar.

Tamar. Disponível em: https://oeds.link/z6INob. Acesso em: 3 ago. 2022.

Agora, responda às questões a seguir em seu caderno.

1. Quando você vai à praia ou a outro ambiente natural, você costuma identificar danos ambientais nesses locais ou ameaças à sobrevivência de seres vivos? Em caso afirmativo, compartilhe essas informações com os colegas, comentando as possíveis maneiras de reverter a(s) situação(ões) observada(s).

2. Ícone em grupo. A informação é uma importante ferramenta na proteção dos ambientes e das espécies de seres vivos. Junte-se a dois colegas e produzam um panfleto com algumas curiosidades e alguns dados a respeito das tartarugas marinhas, sua conservação e risco de extinção. Em seguida, apresente o material produzido aos demais colegas.

3. Sabendo que o sexo das tartarugas é influenciado pela temperatura da areia onde os ovos são depositados, como o aquecimento global pode interferir nas populações desses animais?

4. Converse com um colega sobre atitudes tanto individuais quanto coletivas que poderiam auxiliar na proteção das tartarugas marinhas. Depois, compartilhem as ideias com a turma.

Respostas e instruções nas orientações ao professor.

Página 98

Atividades

Faça as atividades no caderno.

1. Identifique a alternativa que apresenta informações incorretas sobre a reprodução sexuada. Em seguida, reescreva-a em seu caderno, corrigindo-a.

a) A reprodução sexuada, em geral, envolve menor gasto de energia para o indivíduo que a realiza do que a reprodução assexuada.

b) Produção de gametas, fecundação e desenvolvimento de um novo ser vivo são alguns dos processos que fazem parte da reprodução sexuada.

c) A reprodução sexuada envolve a união dos gametas masculino e feminino, formando uma célula chamada zigoto, que se desenvolve e origina um novo ser vivo.

d) Uma das vantagens da reprodução sexuada é originar indivíduos geneticamente diferentes dos genitores, contribuindo para aumentar diversidade dos seres vivos.

Resposta: Alternativa a. A reprodução sexuada, em geral, envolve maior gasto de energia para o indivíduo que a realiza do que para aquele que realiza a reprodução assexuada. Isso ocorre pelo fato de que, na reprodução sexuada, em geral, é necessário a busca por parceiros para se reproduzir, o que demanda maior gasto de tempo e energia.

2. O dicloro-difenil-tricloroetano (DDT) é um inseticida que foi amplamente utilizado no século XX em todo o mundo. Entretanto, seu uso indiscriminado causou danos aos seres humanos e a várias outras espécies de seres vivos.

Em 1962, a cientista estadunidense Rachel Carson (1907-1964) publicou o livro Primavera silenciosa, denunciando os efeitos tóxicos do DDT.

Carson atribuiu esse título à sua obra pelo fato de haver evidências de que o DDT teria sido responsável pela mortalidade de aves e, por isso, quase não se ouvia os sons emitidos por elas.

Entre os diversos efeitos, o DDT fragilizava os ovos das aves, tornando-os menos resistentes, o que afetava sua reprodução. A águia-careca é um exemplo de ave que foi bastante prejudicada pelo uso indiscriminado desse inseticida.

Fotografia de uma águia, ave grande, com cabeça e cauda com penas brancas, bico e patas amareladas e corpo e asas escuras. Ela está sobre um tronco, com as asas abertas.
Águia-careca (Haliaeetus leucocephalus).

Águia-careca: pode atingir aproximadamente 94   cm de comprimento.

Por causa do trabalho de Carson e de outros cientistas, o uso do DDT passou a ser regularizado e até mesmo proibido em diversos países.

a) Com base no texto e em seus conhecimentos sobre a reprodução das aves, por que o DDT causava danos às populações desses seres vivos?

Resposta nas orientações ao professor.

Página 99

b) O DDT também tem efeitos sobre o desenvolvimento embrionário e fetal do ser humano. Explique por que a exposição da gestante ao DDT poderia afetar o desenvolvimento do embrião/feto.

Resposta: Como o ser humano é um animal vivíparo, substâncias absorvidas ou ingeridas pela mãe podem ser transferidas para o embrião/feto, prejudicando seu desenvolvimento.

c) Converse com seus colegas sobre a importância de pesquisas de cientistas como Rachel Carson e de seu legado para a sociedade.

Resposta nas orientações ao professor.

3. Leia o texto e analise a imagem a seguir.

Tracajá é uma espécie de tartaruga tradicionalmente utilizada como alimento pelos povos indígenas do Parque do Xingu, no Mato Grosso. Nos últimos anos, a população desse réptil vem diminuindo por causa do aumento da caça, do desmatamento e da poluição dos rios.

Em 2006, a comunidade Kamaiurá-Morená iniciou um projeto de recuperação das populações de tracajá. Desde 2007, esse projeto conta com o apoio da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

Fotografia de um tracajá, tartaruga com carapaça amarronzada, cabeça escura com manchas amarelas e membros escuros.
Tracajá (Podocnemis unifilis).

Tracajá: pode atingir aproximadamente 45   cm de comprimento.

a) Uma das ações do projeto desenvolvido pela comunidade indígena é proteger os ovos, os filhotes e as fêmeas adultas de tracajás. Explique como essa estratégia pode contribuir para a preservação desse animal.

Resposta nas orientações ao professor.

4. Leia o texto a seguir sobre a reprodução do cavalo-marinho.

Durante o acasalamento, a fêmea transfere seus gametas para o interior da bolsa incubadora, presente no macho, que libera os espermatozoides no interior dessa bolsa, onde ocorre a fecundação. Os embriões formados são nutridos pelo macho. Durante o período de incubação, ou seja, de desenvolvimento do embrião e nascimento do filhote, o macho permanece preso por meio de sua cauda a estruturas no ambiente, como corais ou algas.

Fotografia de um cavalo-marinho na água, sobre folhas de vegetação. Ele tem corpo alongado, com ventre arredondado, cauda curva e focinho alongado. O animal é predominantemente amarelo com algumas manchas brancas.
Cavalo-marinho (Hippocampus hystrix) macho incubando os embriões.

Cavalo-marinho: pode atingir aproximadamente 17   cm de comprimento.

a) Com relação à fecundação e ao desenvolvimento, como o cavalo-marinho pode ser classificado?

Resposta: A fecundação é interna. Já o desenvolvimento é ovovivíparo e ocorre no interior do corpo do macho.

b) Por que a reprodução em cavalos-marinhos pode ser considerada um exemplo peculiar entre os animais?

Resposta: Porque em espécies com desenvolvimento interno, os embriões se desenvolvem, geralmente, no interior do corpo da fêmea.