Marte

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Marte

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Olá!

É bastante comum assistirmos a filmes de ficção científica com histórias de pessoas que visitam outros planetas ou mesmo que vivem neles.

Por enquanto, isso ainda é ficção. Mas já existem estudos científicos que investigam a possibilidade de colonização de Marte, planeta que ocupa a quarta posição na ordem de distância do Sol, logo depois da Terra.

Antes de falarmos sobre as possibilidades de o ser humano viver em Marte e os desafios que precisa vencer para isso, vamos entender um pouco as condições que um planeta precisa oferecer para abrigar a vida humana.

Um dos fatores essenciais para a presença de seres humanos em outros planetas está relacionado à temperatura. Nesse caso, a distância do planeta em relação ao Sol faz toda a diferença. Mercúrio e Vênus, por exemplo, são os que estão mais próximos do Sol e chegam a apresentar temperaturas acima de 400 graus Celsius, ou seja, são ambientes incompatíveis com a vida humana.

Outro ponto está relacionado à atmosfera. A atmosfera terrestre, por exemplo, é composta basicamente de gases e vapor de água. Ela filtra a radiação ultravioleta emitida pelo Sol e nos protege do impacto de fragmentos vindos do espaço. Ela também contribui para manter a temperatura na superfície do planeta adequada à vida

É preciso considerar ainda o peso que essa camada de gases exerce sobre a superfície de acordo com a força da gravidade presente no planeta, o que chamamos de pressão atmosférica. Isso porque o organismo humano não resiste a situações de pressão excessivamente altas ou muito baixas.

Dos gases que compõem a atmosfera terrestre, aproximadamente 21% correspondem ao oxigênio, 78% ao hidrogênio, enquanto o 1% restante é composto de outros tipos de gases, como o argônio e o gás carbônico. Muitos deles são essenciais à manutenção da vida orgânica na Terra e são atraídos para a superfície pela força da gravidade. O oxigênio, por exemplo, é fundamental para a nossa respiração.

Para viabilizar a presença humana, a força da gravidade de um planeta precisa ter condições parecidas com as da Terra. Já se comprovou, por exemplo, que, em lugares cuja força da gravidade é muito baixa, as pessoas tendem a perder mais massa óssea e muscular.

Outro fator fundamental é que a água em estado líquido seja abundante, pois ela é fundamental para a manutenção da vida humana.

Com base nesses pressupostos, cientistas vêm coletando evidências de que Marte seria o planeta que reúne condições mais favoráveis para receber seres humanos. A agência espacial estadunidense, a NASA, é uma das instituições que têm se dedicado à condução de pesquisas sobre a viabilidade da colonização de Marte. Apesar de todos os estudos realizados em conjunto com agências e organizações de outros países, a presença do ser humano por lá ainda é algo bastante remoto.

As primeiras missões espaciais que tinham Marte como destino se iniciaram na década de 1960, com diversas tentativas frustradas de envio de sondas espaciais. Posteriormente, missões bem-sucedidas possibilitaram o início da coleta de dados desse planeta. A partir dos anos 2000, as missões ganharam novo impulso com o envio de sondas e veículos motorizados, os chamados rovers, carros-robôs especialmente projetados para explorar a composição do solo marciano, mapear sua topografia e buscar evidências da presença de água no planeta.

Mas, levando em conta todos esses prós e contras, quais as chances de que um dia pessoas poderão viver em Marte?

Quando comparamos Marte e a Terra, podemos destacar algumas características que os aproximam. A duração do dia solar, por exemplo, chega a um total de 24 horas e 37 minutos em Marte.

Por conta da inclinação de seu eixo em relação ao Sol, Marte também tem estações do ano parecidas com as do nosso planeta, embora elas durem quase o dobro do tempo. Isso porque lá o ano solar é quase duas vezes mais extenso que o da Terra.

Marte também tem uma atmosfera, porém ela é mais rarefeita que a da Terra, o que ajuda a proteger o planeta contra o excesso de radiação solar. As expedições identificaram evidências da presença de água no planeta, ainda que a maior parte dela esteja congelada.

Por outro lado, os dois planetas apresentam diferenças significativas. A força da gravidade na superfície de Marte é de cerca de um terço da força gravitacional existente na Terra. Essa é uma condição que impacta amplamente a saúde humana, uma vez que resultaria em grande perda de massa corpórea. Além disso, poderia interferir no funcionamento dos sistemas cardiovascular e imunológico, por exemplo.

No que diz respeito ao clima, Marte é mais frio do que a Terra. Sua temperatura pode variar entre 20 e 153 graus Celsius.

Além disso, o principal gás presente na atmosfera de lá é o gás carbônico, e a proporção de oxigênio é insuficiente para a respiração humana.

Outra questão relevante: o alto índice de radiação solar em Marte, condição que aumenta o risco de desenvolvimento de doenças, como o câncer, e de outros problemas imunológicos.

Mesmo não sendo impossível, diante de todas essas condições, favoráveis e desfavoráveis, o desafio da colonização de Marte ainda pode demorar bastante para ser superado. De acordo com um relatório divulgado em 2016 pela NASA, antes da colonização serão necessárias diversas fases de estudos sobre a manutenção da saúde humana fora da Terra e sobre o tratamento a ser dado às adversidades que envolvem o cultivo de alimentos e a reciclagem de água.

Pelo menos por enquanto, teremos que nos contentar com as obras de ficção...

Espero que tenham gostado do conteúdo. Até a próxima!

[Locutor(a)]

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