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UNIDADE

1

Universo e vida

A. Fotografia de uma praia, à frente muitos estromatólitos, estruturas com aspecto de rocha, de coloração escura, com uma parte dentro da água e outra para fora; ao fundo, o mar.
Estromatólitos na baía de Shark Bay, Austrália, em 2019.
B. Fotografia de uma estrutura circular, com coloração amarronzada e sulcos circulares em diferentes profundidades, sendo o círculo maior mais externo e o menor ao centro.
Fóssil de estromatólito do período Pré-Cambriano (4.000 a 570 milhões de anos atrás), encontrado no Marrocos, África.

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Você já pensou sobre qual é a origem de nós, seres humanos, e dos demais seres vivos? E qual é a origem do Universo? Essas são algumas das inúmeras questões feitas pelo ser humano. E é essa curiosidade em questionar e compreender o passado, o presente e o futuro da vida na Terra que hoje nos permite conhecer grande parte dessa história.

Afinal, em que a ciência se baseia para elaborar explicações sobre a origem e a evolução dos seres vivos e do Universo? Os fósseis são uma importante ferramenta nesses estudos. Já o Universo é estudado, por exemplo, com equipamentos que registram imagens e coletam informações do espaço e de seus astros.

Iniciando a conversa

1. Graças ao estudo dos fósseis, hoje sabemos que os estromatólitos são formados há milhões de anos. Pesquise sobre o que são estromatólitos e a importância deles e dos fósseis para a compreensão da história da vida na Terra.

2. Compartilhe com os colegas o que você sabe a respeito da teoria do Big Bang.

3. Para você, o que significa dizer que os seres vivos evoluem?

Respostas nas orientações ao professor.

Agora vamos estudar...

  • o método científico;
  • o que são leis e teorias científicas;
  • a origem do Universo na visão de diferentes culturas;
  • a teoria do Big Bang;
  • a formação e os componentes do Sistema Solar;
  • os componentes do Universo;
  • a evolução das estrelas;
  • as condições necessárias à vida na Terra;
  • a busca por vida em outros planetas;
  • as teorias e hipóteses sobre a origem da vida na Terra.

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CAPÍTULO

1 Alguns aspectos da Ciência e do Universo

O texto a seguir descreve uma situação cotidiana. Leia-o e responda às questões.

Você chega em casa, cansado da escola, faculdade ou trabalho, e decide ligar a televisão. Ao apertar o botão, no entanto, nada acontece. Imediatamente, começa a formular hipóteses que expliquem o porquê da TV não estar ligando.

Glossário

Toda vez que você encontrar essa indicação, procure o termo no glossário, que se encontra no final deste volume.

Primeira hipótese: ela não está conectada à tomada. Você, então, observa o cabo de alimentação e vê que ele está em seu devido lugar. Assim, a primeira hipótese foi refutada.
Segunda hipótese: está faltando energia elétrica. Para testar sua nova proposição, você aperta o interruptor de luz ou tenta ligar algum aparelho elétrico. Você observa que não há problemas com a energia elétrica, e sua segunda hipótese também é refutada.
Parabéns! Você pode não ter descoberto o motivo da sua TV não estar funcionando, mas aplicou o método científico em uma situação do dia a dia bastante corriqueira.
[…]

O MÉTODO científico. ProfiCiência, 5 maio 2021. Disponível em: https://oeds.link/ZRUyJ6. Acesso em: 19 abr. 2023.

Questão 1. Ícone atividade oral. Descreva a sequência das ações citadas no texto.

Resposta nas orientações ao professor.

Questão 2. Como as ações do rapaz se relacionam com a investigação científica? Registre sua resposta no caderno.

Resposta nas orientações ao professor.

Questão 3. Ícone atividade oral. Cite o nome de pelo menos uma teoria científica que você conhece.

Resposta nas orientações ao professor.

Ilustração de um homem em pé, com feição de dúvida, em frente a uma televisão fixada na parede, com um balcão abaixo; ele está segurando e apontando um controle remoto para a televisão, e, saindo de sua cabeça, um balão de pensamento com um ponto de interrogação.
Representação de pessoa tentando ligar o televisor utilizando o controle remoto.

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Método científico

Como você pôde perceber, mesmo as situações cotidianas podem ser investigadas. No meio científico, métodos e procedimentos podem auxiliar na investigação e no desenvolvimento de teorias, como a da origem do Universo e a da evolução dos seres vivos.

A elaboração e o teste de hipóteses são etapas bastante comuns no meio científico e podem ajudar no desenvolvimento do conhecimento científico. Além disso, elas podem fazer parte de um método científico, ou seja, de um conjunto de ações e procedimentos utilizados para desenvolver o estudo de um fenômeno ou objeto. Leia a seguir alguns dos procedimentos que compõem um método científico.

Caracterização: nesta etapa, a situação ou o problema a ser investigado é definido. Isso é necessário para que ele seja analisado de acordo com os conhecimentos científicos que temos.

Ilustração do homem em pé, segurando o controle remoto apontado para televisão que está acima do balcão, com feição de dúvida e um balão de pensamento com um ponto de interrogação próximo à sua cabeça.
Representação de pessoa tentando ligar o televisor utilizando o controle remoto.

Elaboração de hipóteses: nesta etapa são levantadas suposições teóricas para explicar o problema proposto. Com base nas hipóteses, são feitas previsões e se planejam maneiras de como testá-las.

Ilustração de um homem do peito para cima, com feição pensativa e uma mão no queixo; saindo da cabeça, um balão de pensamento com a imagem de uma tomada e um plugue desconectado.
Representação de pessoa elaborando uma hipótese. Na situação representada, a hipótese é de o televisor não estar conectado à tomada.

Teste de hipóteses: nesta etapa são feitos testes, experiências e observações para verificar se as hipóteses elaboradas estão corretas.

Ilustração de um homem de costas em pé, com os joelhos levemente dobrados e as mãos sobre eles, olhando em direção a uma tomada na parede, atrás do balcão, com o plugue conectado.
Pessoa testando a hipótese ao realizar uma observação e verificar que o televisor está conectado à tomada.

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Análise: nesta etapa, os resultados do teste de hipóteses são analisados e as hipóteses são revistas, a fim de verificar se elas se confirmaram ou não.

Ilustração de um homem em pé, com a mão sobre um interruptor de luz na parede, olhando em direção a um lustre com a lâmpada acesa.
Representação de pessoa analisando os resultados do teste de hipóteses ao evidenciar que não há falta de energia elétrica.

Com base nessa análise, ideias e conceitos podem ser estabelecidos ou novas hipóteses podem ser propostas. Nesse caso, novos testes possivelmente serão realizados.

A sequência de etapas descrita é uma maneira de construção do conhecimento científico. No entanto, há outras maneiras e métodos para realizar uma investigação científica.

Alguns estudiosos, como o italiano Galileu Galilei (1564-1642), não se baseavam apenas em observações, mas também na experimentação e em representações matemáticas.

Com base nesse método, Galileu descreveu o movimento de queda dos corpos e a composição de movimentos. Esses estudos fundamentaram trabalhos posteriores, como os do inglês Isaac Newton (1643-1727), para explicar as causas de movimentos terrestres e celestes.

Pintura da barriga para cima de um homem sentado em uma cadeira, com cabelo curto e pouco cabelo na parte da frente da cabeça, barba longa grisalha, vestindo uma roupa preta com gola branca; uma mão está segurando um objeto cilíndrico, e a outra, está apoiada sobre o braço da cadeira.
Retrato de Galileu Galilei, de Justus Sustermans. Óleo sobre tela, 86 , 7   cm × 68 , 6   cm , entre 1636 e 1640.

Com base em observação e experimentação, os pesquisadores verificam os fatos científicos, ou seja, fazem constatações. Nesse contexto, é importante ressaltar que o método científico é uma construção humana e, portanto, não é isento de falhas e influências, como sociais e econômicas. Ou seja, os resultados podem ser questionados e, eventualmente, refutados.

Leis e teorias científicas

Possivelmente, você já deve ter ouvido falar em leis e teorias científicas. Afinal, qual é a diferença entre elas?

Em geral, os cientistas procuram analisar várias situações a fim de verificar em quais delas os fatos se repetem. Por exemplo, no caso do televisor, além de verificar a tomada, a pessoa também analisou se não havia falta de energia elétrica. Outra possibilidade seria avaliar outros televisores do mesmo modelo, comparando o funcionamento deles, para ver se a falha de funcionamento também ocorria com os demais aparelhos.

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Com base nas análises dos fatos, os cientistas podem propor uma explicação para os fenômenos. Quando essas explicações se concretizam e apresentam regularidade, são denominadas leis científicas.

Os estudos de Newton, por exemplo, reafirmaram o conceito de inércia, proposto anteriormente por Galileu. Isso resultou em uma das três leis do movimento de Newton, a chamada Lei da Inércia.

Glossário

Gravura em preto e branco de um homem sentado atrás de uma mesa, com cabelo claro comprido, olhado para o lado, vestindo um casaco escuro e um lenço claro em volta do pescoço; sobre a mesa, uma vela e papéis.
Imagem de Isaac Newton publicada em uma enciclopédia, em 1962.

Em nosso dia a dia, dizer que algo é uma teoria significa que é algo especulativo. Já em Ciências da Natureza, teoria é o conjunto de conhecimentos utilizados na investigação de determinada área do conhecimento.

Uma teoria científica inclui hipóteses, leis, evidências, princípios e conceitos que permitem explicar os fatos e até mesmo prevê-los. Dessa maneira, a teoria científica é uma explicação com embasamento científico, exaustivamente testada, apoiada por diversos testes e aceita pela maior parte dos pesquisadores.

Questão 4.Ícone atividade oral. A teoria celular afirma que todo ser vivo é composto por uma ou mais células. Considerando-a, se disserem a você que foi observado um ser vivo ainda não estudado no fundo de um oceano, como você espera que ele seja constituído? Justifique sua resposta.

Resposta: Espera-se que os alunos respondam que tal ser vivo é composto por célula(s). Isso é possível prever porque, de acordo com a teoria celular, aceita atualmente, todo ser vivo é formado por uma ou mais células.

O conhecimento científico é dinâmico, ou seja, uma teoria científica não é uma verdade absoluta. Caso sejam encontrados fatos que contradigam uma determinada teoria, ela pode e deve ser questionada. No caso do ser vivo encontrado no fundo do oceano, se ele apresentar todas as características de um ser vivo, exceto a de ser composto de células, a teoria celular poderia ser questionada e, caso refutada, uma nova teoria que contemple esse novo fato poderia ser elaborada.

A origem do Universo

Como você estudou anteriormente, o ser humano questiona e investiga aquilo que está ao seu redor, inclusive o Universo e sua origem. Esse é um tema que desperta a curiosidade do ser humano há muito tempo. Por isso, vários povos criaram explicações sobre a origem e a evolução do Universo. Essas explicações são elaboradas com base nas crenças e conhecimentos desses povos, por exemplo.

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Leia a seguir uma lenda contada pelos indígenas falantes da língua nheengatu sobre a origem do mundo.

No princípio, contam, havia só água, céu.
Tudo era vazio, tudo noite grande.
Um dia, contam, Tupana desceu de cima no meio de vento grande, quando já queria encostar na água saiu do fundo uma terra pequena, pisou nela.
Nesse momento Sol apareceu no tronco do céu, Tupana olhou para ele. Quando Sol chegou no meio do céu seu calor rachou a pele de Tupana, a pele de Tupana começou logo a escorregar pelas pernas dele abaixo. Quando Sol ia desaparecer para o outro lado do céu a pele de Tupana caiu do corpo dele, estendeu-se por cima da água para já ficar terra grande.
No outro Sol [no dia seguinte] já havia terra, ainda não havia gente.
Quando Sol chegou no meio do céu Tupana pegou em uma mão cheia de terra, amassou-a bem, depois fez uma figura de gente, soprou-lhe no nariz, deixou no chão. Essa figura de gente começou a engatinhar, não comia, não chorava, rolava à toa pelo chão. Ela foi crescendo, ficou grande como Tupana, ainda não sabia falar.
Tupana, ao vê-lo já grande, soprou fumaça dentro da boca dele, então começou já querendo falar. No outro dia Tupana soprou também na boca dele, então, contam, ele falou. […]

MARTINS, Roberto de Andrade. O universo: teorias sobre sua origem e evolução. 2. ed. São Paulo: Livraria da Física, 2012. p. 5-6.

Ilustração de um homem de cabelo curto preto, usando um cordão com folhas na cintura, agachado, com um joelho apoiado no chão de barro e as mãos juntando o barro; ao fundo, um grande Sol.
Representação de Tupana modelando a massa da Terra.

Questão 5.Ícone atividade oral. De acordo com a lenda, como o Universo se formou?

Resposta nas orientações ao professor.

Não é só a Ciência que busca explicar e compreender o que nos rodeia. Diferentes povos, influenciados por crenças e tradições, também elaboram as próprias explicações para a origem do Universo e para outros fenômenos naturais.

O respeito está relacionado ao agir de maneira correta com o próximo, compreendendo e respeitando as diferentes tradições, crenças, pensamentos, direitos e sentimentos. Ao respeitar as diferenças, somos capazes de compreender e acolher direitos, crenças e tradições diferentes dos nossos. É importante respeitar as crenças e culturas de cada povo.

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A ciência busca analisar fatos e, com base neles, propor explicações para os fenômenos. Apesar disso, ela não é isenta de influências da época em que ocorre. Por isso, ao longo do tempo, foram propostas diferentes teorias científicas sobre o Universo, sua formação e evolução. A seguir, estudaremos a teoria científica mais aceita atualmente para explicar a origem e a evolução do Universo.

Teoria do Big Bang

O Universo é composto, por exemplo, por galáxias, estrelas, planetas, satélites naturais, poeira, gases, pelo espaço entre os astros, pela energia e por tudo o que é composto por matéria, que, por sua vez, é composta por átomos.

Para compreender a origem do Universo, os cientistas estudam não apenas os astros, mas também os elementos químicos e as interações da matéria. Com base em observações e estudos como esses, foi proposta a teoria do Big Bang. Analise a seguir.

Representação com elementos não proporcionais entre si. Cores-fantasia.

Ilustração de um contorno com formato de um sino na horizontal, com a parte fechada do lado esquerdo e a abertura do lado direito. Na extremidade esquerda, um ponto com brilho muito intenso. À sua direita, dentro do contorno com formato de sino, uma região avermelhada com estruturas esféricas, em seguida, uma região de coloração roxa escura, seguida de uma região com tonalidade mais clara e com pontos brilhantes. Da metade até a extremidade direita, há uma região azul com pontos brilhantes, estruturas esféricas e espirais.
Representação da evolução do Universo de acordo com a teoria do Big Bang. Nessa imagem, o lado esquerdo representa o instante do Big Bang, há aproximadamente 14 bilhões de anos, e o lado direito da imagem corresponde à atualidade.

De acordo com a teoria do Big Bang, inicialmente, toda matéria e energia se encontravam em um estado infinitamente denso. Por volta de 14 bilhões de anos atrás, iniciou-se uma rápida expansão, caracterizando o Big Bang. Após esse evento, a matéria começou a se organizar, dando origem a tudo o que existe no Universo. Aliás, de acordo com essa teoria, o Universo continua se expandindo.

Fonte de pesquisa: O UNIVERSO como um todo. Cosmologia. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Disponível em: https://oeds.link/QoAjHG. Acesso em: 28 mar. 2022.

Para o meio científico, os principais fatos que o Big Bang tenta explicar são a expansão do Universo, a origem dos elementos químicos e a radiação cósmica de fundo.

Glossário

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Ao observar o Universo e investigar as distâncias das galáxias em relação à Terra, os astrônomos estadunidenses Edwin Hubble (1889-1953) e Milton Humason (1891-1972) constataram que elas estão se afastando umas das outras e da Terra. Isso sugere que o Universo está em expansão. Supõe-se que ela ocorra em relação ao estado inicial infinitamente denso, do qual teria ocorrido o Big Bang.

Para compreendermos o que é a radiação cósmica de fundo, vamos conhecer um pouco da história de sua descoberta.

Em 1964, o astrofísico alemão Arno Allan Penzias (1933 -) e o astrônomo estadunidense Robert Woodrow Wilson (1936 -) perceberam chiados em seus estudos com ondas de rádio. Eles tentaram eliminá-los, reposicionando a antena que utilizavam ou retirando possíveis interferências. Porém, não obtiveram sucesso. Após vários testes, eles perceberam que sempre existia uma pequena interferência com o mesmo comprimento de onda.

Fotografia de dois homens usando calça, terno, camisa e gravata. À esquerda, um homem com óculos e uma mão no bolso, à direita, um homem careca e com barba, com uma mão no bolso. Ao fundo, uma grande estrutura de formato triangular, com uma abertura do lado esquerdo e uma estrutura circular no meio.
Arno A. Penzias (à esquerda) e Robert W. Wilson (à direita), em 1978. Nessa imagem, eles estão em frente à antena com a qual detectaram a radiação cósmica de fundo.

Na mesma época, o astrofísico estadunidense Robert Henry Dicke (1916-1997), o astrofísico canadense Phillip James Edwin Peebles (1935 -) e o astrofísico britânico David Todd Wilkinson (1935-2002) chegaram à conclusão de que os ruídos percebidos por Penzias e Wilson eram, na verdade, a radiação cósmica de fundo.

Atualmente, sabe-se que o Universo está em expansão acelerada. Uma das cientistas que realiza estudos para tentar descobrir por que isso está acontecendo é a astrofísica brasileira Marcelle Soares-Santos (1983 -). Ela é uma das líderes do projeto Dark Energy Survey (em português, Levantamento sobre Energia Escura), que usa dados de observações de galáxias e estrelas distantes para tentar compreender a expansão acelerada do Universo. Marcelle também participou da construção de equipamentos desse projeto, como a câmera do telescópio utilizado nesses estudos.

Fotografia de uma estrutura de metal cilíndrica, com hastes na parte de baixo, sobre uma superfície. A parte frontal do equipamento tem bordas pretas e a parte central transparente, com estruturas de formato retangular no interior. Acoplado na parte de cima, uma estrutura retangular, com fios nas laterais; a iluminação no local é avermelhada.
Câmera do telescópio utilizado pelo projeto Dark Energy Survey.

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Astronomia indígena brasileira

A observação do céu noturno é uma atividade realizada por diferentes povos, como os indígenas brasileiros. Essas observações são realizadas com diferentes finalidades, como identificação das estações do ano e de condições climáticas. Essas informações, por sua vez, ajudam a organizar atividades cotidianas, como pesca, caça, plantio e colheita.

O posicionamento aparente das estrelas que formam uma constelação possibilita identificar algumas figuras. Diversos povos indígenas têm um modo particular de interpretar essas figuras, identificando itens próprios de sua cultura. Confira a seguir alguns exemplos da visão dos indígenas Guarani para algumas constelações.

Representações com elementos não proporcionais entre si e sem proporção de distância entre os astros. Cores-fantasia.

A. Ilustração do céu à noite, com pontos luminosos e linhas entre eles, formando uma figura semelhante a uma anta, animal quadrúpede, com corpo arredondado, cauda e orelhas.
Representação da constelação da Anta do Norte.
B. Ilustração do céu à noite, com pontos luminosos e linhas entre eles, formando uma figura semelhante a um boneco de palitos.
Representação da constelação do Homem velho.
C. Ilustração do céu à noite, com pontos luminosos e linhas entre eles, formando uma figura semelhante a um cervo, animal quadrúpede, com corpo arredondado, cauda curta e chifres.
Representação da constelação do Cervo.
D. Ilustração do céu à noite, com pontos luminosos e linhas entre eles, formando uma figura semelhante a uma ema, ave de grande porte com pescoço longo.
Representação da constelação da Ema.

Dica!

Nessas imagens, as linhas foram inseridas para auxiliar na identificação das figuras aparentes.

a) Em sua opinião, qual é a importância do conhecimento dos povos indígenas sobre as estrelas e constelações para a sociedade atual?

Resposta nas orientações ao professor.

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Atividades

Faça as atividades no caderno.

1. Imagine que você esteja com sua família em uma viagem de carro e, de repente, ele pare de funcionar. Descreva como você poderia resolver essa situação utilizando o que aprendeu sobre as etapas da investigação científica.

Resposta nas orientações ao professor.

2. Analise a situação apresentada a seguir.

Carlos acordou cedo para preparar o café da manhã de seu filho João e levá-lo à escola. Quando foi fazer um sanduíche, ele abriu o saco de pão francês comprado na padaria há três dias e percebeu que os pães estavam com bolor. Carlos constatou que os pães ficaram guardados em um saco de papel fechado. Ele também se lembrou de que nos últimos dias o calor e a chuva tinham sido intensos. Intrigado com o acontecido, Carlos se questionou sobre a possível razão de o pão estar com bolor e se a temperatura e a umidade estavam relacionadas com isso. Para evitar problemas de saúde, ele não permitiu que seu filho comesse os pães.

a) Identifique na situação descrita qual é o problema e quais são as possíveis hipóteses para ele.

Resposta nas orientações ao professor.

b) Cite outras etapas que podem fazer parte dos métodos científicos, além das citadas no item a.

Resposta nas orientações ao professor.

c) Junte-se a um colega e pesquisem sobre o que é uma hipótese, um fato, uma lei e uma teoria científica. Em seguida, elaborem uma explicação diferenciando-os.

Resposta nas orientações ao professor.

3. A imagem a seguir representa o deus egípcio Rá.

Fotografia de uma escultura em alto-relevo. Um ser com corpo de homem, uma cauda comprida e cabeça de ave. Ele está segurando um cajado, e sobre a cabeça, um animal de corpo circular, cauda pequena e cabeça de cobra; ao lado da escultura há diversos símbolos.
Escultura de Rá, o deus Sol, em El Giza, Egito. Imagem capturada em 2018.

a) Pesquise sobre a relação do deus egípcio Rá e a criação do Universo.

Resposta: De acordo com a tradição dos egípcios antigos, Rá representa o Sol, e, sob seus raios de luz, surgiu tudo o que existe, como o Universo, seus astros e a humanidade.

b) Pesquise e cite outra explicação não científica sobre a origem do Universo.

Resposta pessoal. Os alunos poderão citar a explicação da tradição judaico-cristã, dos povos indígenas, dos antigos gregos e romanos, dos povos da Mesopotâmia, dos hindus, entre outros.

c) Explique, com suas palavras, a teoria do Big Bang, descrevendo dois fatos atuais que buscam ser explicados por ela.

Resposta nas orientações ao professor.

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A formação do Sistema Solar

Como você estudou anteriormente, após o Big Bang, iniciou-se a formação dos diferentes componentes do Universo. Entre eles, o Sistema Solar e seus astros.

A formação desse sistema planetário é explicada por meio da chamada hipótese da nebulosa, que associa essa formação a uma nebulosa. Leia a seguir.

Glossário

1. No início, a matéria da qual a nebulosa é composta começou a girar lentamente, devido à força de atração entre suas partículas, chamada gravidade. Na imagem, as setas que formam um círculo em torno da massa central indicam a direção do movimento. Já as que apontam em direção à nebulosa indicam a acreção de matéria.

2. Devido à gravidade, a matéria começou a deslocar-se para o centro, onde se acumulou, dando origem ao chamado protossol. À medida que a matéria foi se acumulando no centro, o protossol foi se tornando mais denso e quente.

3. A maior parte da matéria concentrou-se no protossol, que, posteriormente, deu origem ao Sol. O restante da matéria, como poeira e gás, continuou a girar ao redor do protossol. Ao colidirem, essas partículas de poeira formaram pequenos blocos.

4. Os planetas rochosos teriam se formado da colisão desses pequenos blocos que, com o tempo, foram se agregando. Além disso, devido à gravidade, esses planetas em formação foram atraindo cada vez mais blocos pequenos.

5. Durante a formação dos planetas gasosos, além dos blocos de partículas, eles teriam atraído parte dos gases, o que explicaria sua composição gasosa.

Acreção:
nesse contexto, refere-se ao processo em que um astro atrai matéria, acrescentando-a e aumentando sua massa.

Representação com elementos não proporcionais entre si e sem proporção de distância entre os astros. Cores-fantasia.

Esquema com ilustrações em sequência, na vertical. Na parte superior, o indicativo 1, formação com aspecto de nuvens brilhantes, com coloração avermelhada na parte superior, amarelada nas laterais e branca ao centro. Envolvendo essas formações com aspecto de nuvens, há setas em formato de elipse, no sentido anti-horário, e setas curvas na parte superior e inferior, em direção às setas que formam a elipse. Na sequência, com indicativo 2, uma região com formato de elipse, com o centro brilhante e a seguinte indicação: protossol. Ao redor dele o brilho diminui até desaparecer. No entorno, setas no sentido anti-horário. Na sequência, com o indicativo 3, a região central está menor e menos brilhante; com uma espiral azul ao redor e alguns pontos brilhantes nela; ao redor da espiral há setas no sentido anti-horário. Na última imagem da sequência, o Sol está no centro e ao redor dele há elipses com pequenas esferas. No entorno há setas no sentido anti-horário. Uma esfera de uma elipse próxima ao Sol está destacada com o indicativo 4, mostrando um planeta amarronzado com partículas ao redor. A esfera de outra elipse mais afastada do Sol está destacada com o indicativo 5, mostrando um planeta azulado com uma névoa clara em volta.
Representação da hipótese da nebulosa.

Fonte de pesquisa: PRESS, Frank et al. Para entender a Terra. 4. ed. Porto Alegre: Bookman, 2006. p. 28.

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Para o meio científico, o estudo das nebulosas forneceu evidências sobre a formação do Sol e do Sistema Solar. Durante esses estudos, astrônomos detectaram que nebulosas são compostas principalmente por hidrogênio ( H ) e hélio ( He ) , os principais elementos químicos do Sol. Além disso, elas são constituídas por partículas de poeira com composição química semelhante àquela que forma os planetas.

A hipótese da nebulosa também consegue explicar satisfatoriamente as características dos planetas rochosos e gasosos, que estudaremos com mais detalhes ainda neste capítulo.

Professor, professora: Os símbolos dos elementos químicos e as fórmulas químicas das substâncias serão apresentadas na primeira ocorrência, por capítulo.

Teoria geocêntrica e teoria heliocêntrica

Ao longo do tempo, os seres humanos discutiram e apresentaram teorias sobre o Sistema Solar e sua organização. Entre elas, destacam-se a geocêntrica e a heliocêntrica.

Na teoria geocêntrica, considerou-se que a Terra estava no centro do Universo e os demais planetas se moviam em uma órbita circular ao redor dela. As estrelas estariam posicionadas em torno dos planetas.

Gravura de um círculo grande e dentro dele uma esfera com fronteiras separando continentes. Ao redor da esfera há elipses com pequenas esferas; e uma faixa com formato de anel com vários animais representados em sua extensão. Cortando o círculo, linhas em semicírculos e números na margem. Fora do círculo, nos cantos superiores, anjos segurando faixas com escritos, nos cantos inferiores, pessoas olhando para livros e globos no chão.
Gravura do cosmógrafo alemão/holandês Andreas Cellarius (1596-1665), publicada no Atlas Harmonia Macrocosmica, entre 1660 e 1661. Nessa imagem, está representado o sistema geocêntrico, com a Terra ocupando posição central no sistema.

Essa teoria predominou no meio científico por, aproximadamente, 1500 anos. Ela era defendida por diferentes estudiosos, como os gregos Aristóteles (384 a.C.-322 a.C.) e Ptolomeu (90 d.C.-168 d.C.).

A teoria heliocêntrica foi publicada em 1543, no livro do astrônomo polonês Nicolau Copérnico (1473-1543). Essa teoria defendeu a ideia, que também foi proposta pelo estudioso grego Aristarco (310 a.C.-230 a.C.) de que o Sol estava no centro do Sistema Solar. De acordo com ela, a Terra e os demais planetas giravam em torno do Sol, em órbitas.

Gravura de um círculo e ao centro dele o Sol, ao seu redor, quatro esferas, com a face voltada para o Sol clara e a outra face escura. No entorno há elipses com pequenas esferas e uma faixa com vários animais representados em sua extensão. Fora do círculo, nos cantos superiores, anjos segurando faixas com escritos, nos cantos inferiores, pessoas com livros e um globo no chão.
Gravura de Andreas Cellarius, publicada no Atlas Harmonia Macrocosmica, em 1708. Nessa imagem está representado o sistema heliocêntrico, com o Sol na região central do sistema e os planetas ao seu redor.

Professor, professora: Ao finalizar a explicação das teorias geocêntrica e heliocêntrica, comente com os alunos que, por volta de 1610, Galileu Galilei utilizou uma luneta e observou quatro satélites naturais de Júpiter. Com isso, ele notou a existência de astros que não giravam ao redor da Terra. Esse fato reforçou a teoria heliocêntrica e contribuiu para que a teoria geocêntrica perdesse sua credibilidade.

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Universo e Sistema Solar

Muitas vezes, quando nos perguntam "Qual é o seu endereço?", nos limitamos a dizer o nome da rua em que moramos e o número da residência, por exemplo. E se a pergunta for: "Qual é o seu ‘endereço' no Universo?"? Para ajudar você a responder a essa questão, verifique a imagem a seguir.

Representação com elementos não proporcionais entre si e sem proporção de distância entre os astros. Cores-fantasia.

Esquema com ilustrações em sequência sobre um fundo escuro. No indicativo 1, o Universo observável, um círculo com muitos pontos brancos dentro. No indicativo 2, uma região destacada do Universo observável, um superaglomerado de galáxias: que é representado por pontos brancos e manchas esbranquiçadas. No indicativo 3, uma região destacada do superaglomerado de galáxias, um grupo local de galáxias, que é representado por formações circulares brilhantes e espirais. No indicativo 4, uma região destacada do grupo local de galáxias, a Via Láctea, representada por uma estrutura esbranquiçada em forma de espiral com pontos brancos. No indicativo 5, uma região destacada da Via Láctea, o Sistema Solar, representado pelo Sol ao centro, e as elipses com os planetas ao redor. No indicativo 6, uma região destacada do Sistema Solar, o planeta Terra, representado por uma esfera com porções azul e verde. No indicativo 7, o planeta Terra, com destaque para o país Brasil.

8. estado

Minas Gerais

9. município

Uberlândia

10. bairro

Centro

Representação da localização de uma residência localizada no centro do município de Uberlândia, MG, considerando dimensões astronômicas e locais.

Fonte de pesquisa: OLIVEIRA FILHO, Kepler de Souza; SARAIVA, Maria de Fátima O. A escala do Universo. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Disponível em: https://oeds.link/DQ5EQG. Acesso em: 2 ago. 2022.

Questão 6. Em seu caderno, faça um esquema semelhante ao apresentado anteriormente, representando o seu "endereço" no Universo.

Resposta pessoal. Espera-se que os alunos façam um esquema que apresente Universo observável superaglomerado de galáxias grupo local de galáxias Via Láctea Sistema Solar planeta Terra Brasil estado município bairro. Os alunos também podem completar com o nome da rua e o número da residência, por exemplo.

Versão adaptada acessível

Questão 6. Explique aos colegas qual é seu endereço no Universo de maneira semelhante ao esquema mostrado anteriormente.

Resposta pessoal. Espera-se que os alunos citem em sua explicação um endereço envolvendo Universo observável, superaglomerado de galáxias, grupo local de galáxias, Via Láctea, Sistema Solar, planeta Terra, Brasil, estado, município, bairro, rua e número da residência.

Como você pode perceber no esquema, a Terra é apenas uma ínfima porção de um Universo imenso. Estudar essa imensidão, seus astros e os fenômenos que se relacionam a eles é o objetivo da Astronomia. Essa ciência nos permite não apenas conhecer melhor o Universo e seus astros, como também compreender fenômenos que observamos na Terra, como as estações do ano, a duração do dia e da noite e os eclipses.

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Galáxias

As galáxias são grandes agrupamentos de estrelas que podem apresentar diferentes formatos e tamanhos. Além de estrelas, as galáxias são formadas por outros astros, poeira e gás.

Estima-se que existam bilhões de galáxias no Universo. Uma delas é a Via Láctea, onde se encontra o Sistema Solar. Ao observar o céu noturno, da superfície da Terra, é possível ver parte dessa galáxia, semelhante a uma faixa luminosa esbranquiçada e com aparência leitosa. Analise as imagens a seguir.

Fotografia de céu escuro estrelado, com uma região dele formada por uma faixa brilhante e difusa, com algumas porções mais escuras. Ao redor, partes de montanhas.
Parte da Via Láctea observada no céu noturno em Agoudal, Marrocos, em 2021.
Ilustração da Via Láctea, com uma região circular de brilho intenso no centro, e uma espiral ao redor, com regiões esbranquiçadas e pontos brilhantes.
Imagem da Via Láctea no espaço, produzida em computador com base em informações e estudos sobre essa galáxia.

Professor, professora: Ao comentar sobre a Via Láctea, explique que esse nome significa "caminho de leite" devido a sua aparência leitosa.

Ano-luz

Os estudos de Astronomia envolvem distâncias tão grandes que se torna inconveniente utilizar o quilômetro como unidade de medida, por exemplo. Por isso, os astrônomos desenvolveram uma unidade de medida especial, conhecida como ano-luz.

Essa unidade de medida equivale à distância que a luz percorre em um ano, no vácuo. Nessa condição, a luz percorre, aproximadamente, 300.000 quilômetros em um segundo. Em um ano, esse valor equivale a 9,5 trilhões de quilômetros.

Depois do Sol, a estrela mais próxima da Terra é a Proxima Centauri, que se encontra a uma distância proximada de 4,2 anos-luz da Terra. Assim, a luz captada pela câmera do telescópio Hubble, para obter a imagem dessa estrela, foi emitida por ela há, aproximadamente, 4,2 anos.

 Fotografia de um ponto luminoso intenso, com reflexo da luz em forma de x. Ao redor há alguns pontos brancos e o fundo da imagem é preto.
Imagem da Proxima Centauri obtida pelo telescópio Hubble.
Vácuo:
em Astronomia, refere-se a uma região do espaço que não contém matéria.

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Asteroides, cometas e meteoroides

Possivelmente, você já deve ter ouvido os termos asteroide, cometa e meteoroide. Afinal, o que são esses corpos celestes e qual é a diferença entre eles?

Os asteroides são corpos celestes rochosos que giram ao redor do Sol e apresentam formatos irregulares, com dimensões que variam em torno de 1 . 000   km de diâmetro. Já os cometas são corpos celestes menores, em órbita ao redor do Sol, constituídos principalmente por gelo e poeira.

Fotografia do céu escuro com pontos brancos ao fundo e à frente, um objeto de aspecto oval com um rastro do seu lado direito. Na extremidade esquerda do objeto está o indicativo número 1. No final da forma oval, onde se inicia o rastro, do seu lado direito, está o indicativo número 2, formado por uma região de coloração menos intensa. Mais à direita, indicado pelo número 3, o rastro está mais espalhado e com coloração menos intensa.
Cometa Halley em sua última aparição, no dia 12 de março de 1986. A imagem foi obtida por um telescópio.

Cometa Halley: aproximadamente 11   km de diâmetro quando próximo da Terra.

O núcleo (1) dos cometas é rochoso e contém materiais congelados e grãos de material rochoso. Quando se aproximam do Sol, os materiais congelados se tornam gasosos. Esses gases arrastam os grãos sólidos, formando uma nuvem de gás e poeira ao redor do núcleo, a chamada cabeleira (2). Além dela, forma-se uma cauda (3), composta de gás e poeira, que se torna brilhante ao refletir a luz solar. Essa cauda pode atingir milhões de quilômetros de comprimento.

Questão 7.Ícone atividade oral. O cometa Halley leva aproximadamente 76 anos para dar uma volta completa em torno do Sol. Sabendo-se o ano de sua última aparição, quando é esperado que ele possa ser avistado novamente da superfície da Terra?

Resposta: O objetivo desta questão é incentivar os alunos a analisar a situação e os dados apresentados a fim de formular a resposta. Espera-se que eles citem que a próxima aparição está prevista para o ano de 2062. Para esse cálculo, devem somar 1986 – ano da última aparição – a 76 – valor do tempo que o cometa leva para dar uma volta completa em torno do Sol. Auxilie-os, caso necessário.

Corpos celestes rochosos menores do que os asteroides, ou pedaços de asteroides e cometas, são chamados meteoroides. Quando um meteoroide penetra na atmosfera terrestre, ele é aquecido devido ao atrito com o ar e se torna incandescente, deixando um rastro de luz. Esse fenômeno é chamado meteoro e é conhecido popularmente como estrela cadente.

Geralmente, os meteoroides são destruídos durante sua passagem pela atmosfera terrestre. Caso isso não aconteça, os fragmentos que atingem a superfície terrestre recebem o nome de meteoritos.

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Sistema Solar

O texto a seguir apresenta informações sobre sondas espaciais. Leia-o.

Projetadas e desenvolvidas pela Agência Espacial Norte-Americana (Nasa), as sondas Voyager 1 e Voyager 2 foram lançadas ao espaço em 1977, com objetivo de conduzir estudos sobre os planetas Júpiter, Saturno, Urano e Netuno.

Foi por meio dessas sondas, por exemplo, que o ser humano descobriu vulcanismo em outro astro do Sistema Solar. Um dos satélites naturais de Júpiter, chamado IO, tinha vulcões ativos.

Em 2012 e 2018, as duas sondas Voyager entraram no espaço interestelar. Atualmente, a bilhões de quilômetros de distância da Terra, ambas possibilitam o estudo desse espaço pelos cientistas.

Glossário

Ilustração de uma estrutura de metal, com um pequeno disco na parte superior, ligado por hastes a um disco parabólico maior, na parte de baixo. Esse disco está conectado a uma estrutura cilíndrica achatada, que possui hastes conectando-a a outra estrutura cilíndrica um pouco mais espessa na parte de baixo, que também possui hastes na sua parte inferior, em formato de V. Do lado direito há uma estrutura metálica com equipamentos presos a ela; e do lado esquerdo há uma estrutura cilíndrica com três segmentos.
Representação da estrutura das sondas espaciais Voyager 1 e 2.

Professor, professora: Ao abordar o tema sonda espacial, comente com os alunos que as sondas Voyager 1 e 2 são idênticas.

Além das missões espaciais que enviaram as sondas Voyager 1 e 2 ao espaço, inúmeras outras foram realizadas ao longo dos anos. Elas possibilitaram ao ser humano, por exemplo, conhecer mais sobre o Sistema Solar e seus astros e, então, propor sua estrutura e organização. Atualmente, sabe-se que os planetas e outros astros que compõem tal sistema giram ao redor do Sol em órbita elíptica.

O Sol, por sua vez, concentra 99 % da massa presente no Sistema Solar. Isso explica por que ele exerce uma forte atração gravitacional sobre os demais corpos, como os planetas, fazendo-os girar ao seu redor.

Glossário

Sonda espacial:
veículo espacial não tripulado, utilizado para o estudo do Universo e seus astros.

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A seguir, vamos estudar com mais detalhes o Sistema Solar e seus planetas constituintes.

Representação com elementos não proporcionais entre si e sem proporção de distância entre os astros. Cores-fantasia.

Ilustração do Sistema Solar. No centro, o Sol, e ao redor, as elipses com os planetas. Os planetas estão na seguinte ordem a partir do Sol: Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno.
Representação do Sistema Solar e seus planetas constituintes.

Fonte de pesquisa: NASA. Planets. Disponível em: https://oeds.link/eUTf8h. Acesso em: 3 maio 2022.

Planetas rochosos

Os planetas Mercúrio, Vênus, Terra e Marte são classificados como planetas rochosos. Eles se caracterizam por ter superfície com grande quantidade de rochas, a chamada crosta. Além disso, os planetas rochosos têm poucos ou nenhum satélite natural e são menores e mais densos que os planetas gasosos.

Devido à maior proximidade com o Sol, as órbitas dos planetas rochosos são menores e, por isso, eles levam menos tempo para dar uma volta completa ao redor dessa estrela. Conheça a seguir mais informações sobre cada um dos planetas rochosos.

Mercúrio

Localiza-se a, aproximadamente, 58 milhões de km do Sol e leva cerca de 88 dias terrestres para dar uma volta completa ao redor dessa estrela. Esse planeta tem diâmetro de 4,9  mil  km e temperatura média na superfície variando de 180   ° C a 430   ° C .

A atmosfera de Mercúrio é quase inexistente. Ela contém, principalmente, sódio ( Na ) e gás hélio, além de uma pequena quantidade de outros gases.

Representação com elementos não proporcionais entre si. Cores-fantasia.

Ilustração de um planeta esférico, de coloração cinza amarronzada, com manchas brancas e superfície com crateras.
Representação do planeta Mercúrio.

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Vênus

Localiza-se a 108 milhões de km do Sol e leva, aproximadamente, 225 dias terrestres para dar uma volta ao redor dessa estrela. Vênus tem cerca de 12 mil km de diâmetro, e a temperatura média na sua superfície é de 470   ° C .

A atmosfera desse planeta é formada, principalmente, por dióxido de carbono ( CO 2 ) . Em virtude de sua atmosfera e da proximidade com o Sol, Vênus é o planeta mais quente do Sistema Solar. Esse planeta pode ser visto a olho nu da superfície terrestre e é conhecido como Estrela-d'alva ou Estrela Vespertina. Assim como Mercúrio, Vênus não tem satélites naturais.

Representações com elementos não proporcionais entre si. Cores-fantasia.

Ilustração de um planeta esférico, de coloração alaranjada, com manchas brancas e amareladas.
Representação do planeta Vênus.

Marte

Localiza-se a, aproximadamente, 228 milhões de km do Sol e leva cerca de 687 dias terrestres para completar uma volta ao redor dessa estrela. Marte tem cerca de 6,8 mil km de diâmetro, e a temperatura média na sua superfície varia de 153     ° C a 20     ° C .

Marte apresenta atmosfera rica em dióxido de carbono com pequenas quantidades de outros gases. Além disso, tem dois satélites naturais e é conhecido como Planeta Vermelho, pois a olho nu é visto da superfície terrestre com uma coloração avermelhada.

Ilustração de um planeta esférico, de coloração avermelhada, com manchas escuras e superfície com crateras.
Representação do planeta Marte.

Terra

Localiza-se a, aproximadamente, 149,5 milhões de km do Sol e leva cerca de 365 dias para completar uma volta ao redor dessa estrela. A Terra tem cerca de 12,7 mil km de diâmetro, e a temperatura média na sua superfície varia de 88     ° C a 58     ° C .

Ilustração de um planeta esférico, de coloração azulada com trechos verdes e amarelados e nuvens brancas por cima.
Representação do planeta Terra.

Questão 8.Ícone atividade oral. Quais são os principais gases que compõem a atmosfera da Terra?

Resposta: O objetivo desta questão é os alunos expressarem seus conhecimentos prévios sobre o tema. Espera-se que eles citem o gás nitrogênio, o gás oxigênio, o gás carbônico, o vapor de água, entre outros gases.

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Planetas gasosos

Júpiter, Saturno, Urano e Netuno são conhecidos como planetas gasosos. Eles são os mais distantes do Sol, constituídos principalmente por gases e apresentam muitos satélites naturais e anéis, compostos por poeira, pequenas rochas e gelo. Conheça a seguir mais informações sobre esses planetas.

Júpiter

Localiza-se a, aproximadamente, 778 milhões de km do Sol e leva cerca de 11,8 anos terrestres para completar uma volta ao redor dessa estrela. Tem 142,9 mil km de diâmetro e temperatura média de 140     ° C .

Júpiter é o maior planeta do Sistema Solar – seu diâmetro é cerca de 11 vezes maior que o da Terra.

De acordo com a Agência Espacial Americana (Nasa), até o ano de 2018, haviam sido identificados 79 satélites naturais de Júpiter. Desses satélites, quatro são chamados luas galileanas, pois foram descobertos em 1610 por Galileu Galilei. São eles: Io, Europa, Ganimedes e Calisto.

Júpiter é constituído, principalmente, pelos gases hidrogênio ( H 2 ) e hélio. Esse planeta também apresenta três anéis finos, embora eles não sejam facilmente visíveis.

Representações com elementos não proporcionais entre si. Cores-fantasia.

Ilustração de um planeta esférico, de coloração bege, com listras amarronzadas.
Representação do planeta Júpiter.

Saturno

Localiza-se a 1,42 bilhão de km do Sol e leva, aproximadamente, 29 anos terrestres para completar uma volta ao redor dessa estrela. Tem 120,5 mil km de diâmetro, e a temperatura média é de 170   ° C .

Saturno é o segundo maior planeta do Sistema Solar e o último dos planetas visíveis a olho nu. Ele ficou conhecido como planeta dos anéis. De acordo com a Nasa, até o ano de 2018, haviam sido confirmados 53 satélites naturais na órbita de Saturno.

A atmosfera desse planeta é composta, principalmente, por gases hidrogênio e hélio.

Ilustração de um planeta esférico, de coloração clara com listras finas amarronzadas. Ao redor dele há várias circunferências claras e escuras que formam uma estrutura com aparência de disco.
Representação do planeta Saturno.

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Urano

Localiza-se a, aproximadamente, 2,8 bilhões de km do Sol e leva cerca de 84 anos terrestres para completar uma volta ao redor dessa estrela. Tem diâmetro de 51,1 mil km , e a temperatura média é de 220   ° C .

Urano é o terceiro maior planeta do Sistema Solar e o que apresenta maior quantidade de anéis, totalizando 13. De acordo com a Nasa, até 2018, já tinham sido identificados 27 satélites naturais de Urano.

A atmosfera de Urano é composta, basicamente, pelos gases hidrogênio, hélio e metano ( CH 4 ) .

Ilustração de um planeta esférico, de coloração azulada com manchas brancas. Ao redor dele há algumas circunferências claras.
Representação do planeta Urano.

Netuno

Localiza-se a, aproximadamente, 4,5 bilhões de km do Sol e leva cerca de 165 anos terrestres para completar uma volta ao redor dessa estrela. Netuno tem cerca de 49 mil km de diâmetro, e sua temperatura média é de 200   ° C .

De acordo com a Nasa, até 2018, já haviam sido identificados seis anéis e confirmados 13 satélites naturais de Netuno.

Netuno foi o primeiro planeta a ser previsto por meio de cálculos matemáticos e só depois foi observado por telescópios.

A atmosfera desse planeta é composta de hidrogênio, hélio e outros gases.

Representações com elementos não proporcionais entre si. Cores-fantasia.

Ilustração de um planeta esférico, de coloração azulada com manchas claras.
Representação do planeta Netuno.

Sugestões complementares

Nos planetários podemos observar detalhes do céu noturno e dos astros celestes por meio de projeções e simulações que ocorrem em uma cúpula. Para saber se há um planetário perto de você, acesse o site da Associação Brasileira de Planetários e realize uma pesquisa.

PLANETÁRIOS do Brasil. Associação Brasileira de Planetários. Disponível em: https://oeds.link/6OKlDI. Acesso em: 20 abr. 2022.

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Evolução das estrelas

Analise a imagem e leia o trecho da reportagem a seguir.

Fotografia de satélite do Sol. Ele tem formato esférico e feixes amarelados em sua borda. A superfície tem coloração alaranjada, com tons de vermelho e manchas amarelas brilhantes, de onde saem feixes luminosos.
Imagem do Sol, visto do espaço, com destaque às explosões que ocorrem em sua superfície. Imagem capturada pela sonda Solar Dynamics Observatory (SDO), em 2014.
O que será do Sol quando ele morrer?
Restam-lhe 5 bilhões de anos de vida. Mas o que será de nossa estrela maior depois disso? [...]
[...]
O Sol está na metade da sua existência. Seu fim será marcado pela falta de hidrogênio em seu núcleo, que provocará um colapso em seu centro.
Essas reações nucleares fazem com que o Sol inche em uma gigante vermelha que eventualmente pode engolir Mercúrio e Vênus. Mas este não é o fim da história.
[...]

O QUE SERÁ do Sol quando ele morrer? Tilt Uol, 18 jul. 2021. Disponível em: https://oeds.link/7scm9t. Acesso em: 29 mar. 2022.

Questão 9.Ícone atividade oral. De acordo com pesquisas científicas, à medida que o Sol envelhece, ele se torna mais brilhante e libera maior quantidade de energia luminosa e calor para o Sistema Solar. Considerando esse fato, o que pode acontecer com a vida no planeta Terra à medida que o Sol envelhece?

Resposta nas orientações ao professor.

O Sol é uma estrela. As estrelas são corpos luminosos com temperaturas muito elevadas. Em seu interior ocorrem reações químicas que liberam grande quantidade de energia, sendo a luz uma das formas dela. A energia gerada no núcleo da estrela chega à sua superfície e é irradiada para o espaço. É por esse motivo que as estrelas brilham.

As estrelas podem ser classificadas de acordo com diferentes aspectos, como sua massa, composição química, brilho, idade, luminosidade, dimensão e temperatura. A cor de uma estrela, por exemplo, indica a temperatura de sua superfície. Estrelas que têm temperaturas mais elevadas emitem luz azulada ou branca, enquanto as que apresentam temperaturas mais baixas emitem luz laranja ou vermelha.

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Assim como as demais estrelas, o Sol apresenta um ciclo evolutivo, o qual envolve nascimento, vida e morte. Confira a seguir.

Representação com elementos não proporcionais entre si. Cores-fantasia.

Esquema com ilustrações em sequência. Marcada com o indicativo 1, uma estrutura com uma região circular brilhante e uma espiral ao redor. Na sequência, uma seta apontando para uma estrutura esférica amarela brilhante, marcada com o indicativo 2. Na sequência, uma seta apontando para uma esfera maior, com cor vermelha brilhante, marcada com o indicativo 3. Na sequência, uma seta apontando para uma esfera maior que do a anterior, com cor amarelo brilhante, marcada com o indicativo 4. Na sequência, uma seta apontando para o indicativo 5, uma estrutura esférica azulada, com uma camada amarelada brilhante ao redor e, no centro, uma pequena esfera preta. Na última ilustração da sequência, uma seta apontando para uma pequena esfera azulada brilhante, marcada com o indicativo 6.
Representação do ciclo evolutivo de uma estrela de tamanho semelhante ao do Sol, desde seu nascimento até sua morte.

1. No início do nascimento de uma estrela, a atração gravitacional faz ocorrer a aglomeração de uma grande nuvem de gás e poeira existentes nas galáxias, formando estruturas chamadas protoestrelas. Essas estruturas apresentam uma região central densa e uma área de poeira e gases ao seu redor.

Glossário

2. O acúmulo de massa faz a temperatura da protoestrela aumentar a ponto de iniciar reações de fusão nuclear do hidrogênio.

3. Conforme o gás hidrogênio da estrela é consumido, ela realiza fusão nuclear do gás hélio em seu núcleo. Nessa fase, o núcleo estelar se contrai e a parte externa se expande, aumentando sua luminosidade e se tornando mais avermelhada. Essa fase é conhecida como gigante vermelha.

4. Nas estrelas que têm massa até oito vezes maior que a do Sol, pode ocorrer a transformação de gás hélio em carbono ( C ) e oxigênio ( O ) . Esse processo aumenta ainda mais sua luminosidade e resulta nas chamadas supergigantes vermelhas.

5. Após as fases mencionadas anteriormente, a massa da estrela reduz e a parte externa dela é lançada para fora, restando apenas o núcleo envolto por gases. Essa fase é conhecida como nebulosa planetária.

6. As estrelas que apresentam menor massa, como o Sol, transformam-se em anãs brancas. Esse tipo de corpo celeste se caracteriza por ser denso e formado por carbono e oxigênio.

Fonte de pesquisa: SARAIVA, Maria de Fátima O. Etapas evolutivas das estrelas. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Disponível em: https://oeds.link/8H7OuO. Acesso em: 16 mar. 2022.

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O Sol é classificado como uma estrela anã amarela, que tem tamanho e temperatura de uma estrela média. A temperatura média em seu núcleo é de 15 milhões ° C , enquanto em sua superfície a temperatura média é de 5,5 mil ° C .

A estrela do Sistema Solar se formou há, aproximadamente, 4,6 bilhões de anos, sendo composta basicamente de hidrogênio e hélio. Atualmente, o Sol se encontra na fase em que ocorre a fusão nuclear do hidrogênio, representada na etapa 2 do esquema sobre o ciclo evolutivo estelar, na página anterior. Estudos científicos sobre o Sol indicam que ele se encontrará na fase de gigante vermelha em aproximadamente 6,5 bilhões de anos.

Se a estrela tiver uma massa inicial maior que oito vezes a massa do Sol, o ciclo evolutivo é diferente do apresentado anteriormente. Verifique a seguir.

Representações com elementos não proporcionais entre si. Cores-fantasia.

A. Esquema com ilustrações em sequência. Na primeira ilustração, uma protoestrela, uma estrutura com uma região brilhante no centro, uma região circular de coloração marrom em volta e ao redor uma nuvem arroxeada. Na sequência, uma seta aponta para uma estrela, uma pequena esfera brilhante de cor cinza. Na sequência, uma seta aponta para uma estrela gigante, uma esfera maior de coloração avermelhada brilhante. Na sequência, uma seta aponta para uma supergigante, uma esfera ainda maior de coloração amarelada brilhante. Na sequência, uma seta aponta para uma supernova, que é formada por uma região brilhante no centro e nuvens de coloração amarronzada e azul em volta. Na sequência, uma seta aponta para última ilustração da sequência, uma estrela de nêutrons, uma esfera pequena e azulada brilhante.
B. Esquema com ilustrações em sequência. Na primeira ilustração, uma protoestrela, uma estrutura com uma região brilhante no centro, uma região circular de coloração marrom em volta e ao redor uma nuvem arroxeada. Na sequência, uma seta aponta para uma estrela, uma pequena esfera brilhante de coloração azulada. Na sequência, uma seta aponta para uma supergigante, uma esfera grande azulada e brilhante. Na sequência, uma seta aponta para uma supernova, uma estrutura aproximadamente esférica com nuvens com em tons de roxo e regiões brilhantes de cor azul. Na sequência, uma seta aponta para a última ilustração da sequência, um buraco negro, uma esfera preta com um contorno brilhante.
Representação do ciclo evolutivo de dois grupos de estrelas: as que apresentam massa entre oito e 25 vezes a massa do Sol (grupo A) e as que apresentam massa superior a 25 massas solares (grupo B).

Fonte de pesquisa: COMINS, Neil F.; KAUFMANN III, William J. Descobrindo o universo. Tradução: Eduardo Neto Ferreira. 8. ed. Porto Alegre: Bookman, 2010. p. 424.

Como você pôde analisar, dependendo da massa inicial da estrela, nas fases finais, é possível, por exemplo, haver a formação de uma supernova, em vez de uma nebulosa planetária. Além disso, dependendo da massa da estrela, a supernova poderá dar origem a um buraco negro (imagem B) ou a uma estrela de nêutrons.

Glossário

Sugestões complementares

Navegando pelo site do Zênite, você encontrará curiosidades, imagens de astros do Universo e mais informações sobre a Astronomia. Vale a pena conferir.

Zênite. Disponível em: https://oeds.link/bNr8C4. Acesso em: 20 abr. 2022.

Professor, professora: Antes de explorar a ilustração do ciclo evolutivo estelar, se achar conveniente, comente com os alunos que o hidrogênio é considerado o combustível da estrela e que o tempo de esgotamento dele depende da massa inicial da estrela. Além disso, estrelas de menor tamanho têm maior tempo de vida estável. Isso ocorre porque estrelas de dimensões menores consomem menos combustível do que as de dimensões maiores.

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O tema é ...

Diversidade cultural

Representações com elementos não proporcionais entre si. Cores-fantasia.

A origem do Universo

Registros históricos mostram que diversas civilizações criaram narrativas mitológicas sobre a origem do Universo. Nesses mitos, transmitidos de geração a geração, seres com poderes sobrenaturais criaram o céu e a Terra, a noite e o dia, as estrelas e outros astros do Universo.

Em geral, as explicações mitológicas sobre a origem do Universo são bem diferentes das que consideramos atualmente, com base em estudos científicos. No entanto, elas foram importantes ao longo do tempo, pois levantaram muitas questões sobre o Universo.

Verifique, a seguir, algumas explicações mitológicas sobre a origem do Universo.

Egito Antigo

Uma explicação do Egito antigo sobre a origem do Universo inclui nove divindades, que surgiram do deus criador, Atum, e do deus dos oceanos primordiais, Nun. Atum criou Shu, deusa do ar, e Tefnut, deus da umidade. Shu e Tefnut geraram Geb, deus da terra, e Nut, a deusa dos céus. Os seres humanos vieram das lágrimas de Rá.

Ilustração de uma pessoa ajoelhada, à esquerda, com coloração azul, barba preta, cabelo comprido verde com franja, segurando um cetro. À direita, em pé, uma pessoa com barba preta, cabelo comprido com franja, segurando em uma mão um cetro e na outra um objeto com formato de cruz.
Representação das divindades egípcias Nun – à esquerda – e Atum – à direita.

Grécia Antiga

Inicialmente existia somente o Caos, a desordem. Caos gerou Érebo, a escuridão profunda, que se casou com Nix, a noite. Nasceu então Hemera, o dia. Assim, começou a haver ordem e se formou Gaia, a Terra. Da união entre Gaia e Tártaro (o mundo subterrâneo) surgiram Urano, o céu, Montes, as montanhas, e Pontos, o mar.

Ilustração. Em uma superfície com formato de círculo, há um chão gramado, montanhas verdes e corpos de água na parte superior, e montanhas marrons na parte inferior, de ponta cabeça. Acima da parte superior está o céu azul com o Sol e nuvens, e abaixo da parte inferior está o céu escuro estrelado.
Representação de explicação mitológica grega sobre a origem do Universo.

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Representações com elementos não proporcionais entre si. Cores-fantasia.

China Antiga

No começo havia um ovo e dentro dele estavam Yin e Yang, a escuridão e a luz, o feminino e o masculino, o frio e o calor, o seco e o molhado. Essas forças opostas quebraram o ovo, e o que era pesado desceu e formou a terra e o que era leve flutuou e constituiu o céu.

Ilustração de um relevo com chão gramado, um corpo de água, montanhas, árvores, uma faixa de areia e o mar. Acima do relevo há uma grande casca de ovo quebrada, de onde está escorrendo um material azul escuro em direção ao relevo, e um material branco em direção ao céu, que está azul, com nuvens e o Sol exposto.
Representação de explicação mitológica chinesa sobre a origem do Universo.

Índia Antiga

De acordo com a cultura da Índia Antiga, o Universo não é criado uma única vez, mas sim recriado e destruído em intervalos de tempo específicos. Nessa cultura, o Universo é representado por um deus chamado Brahman.

Quando Brahman acorda, o mundo se cria, e após 8,76 bilhões de anos, ele dorme e o mundo se desfaz. Trata-se de um ciclo sem começo específico, em que o período de um dia para esse deus equivale a 4 bilhões e 380 milhões de anos terrestres.

Ilustração de uma pessoa sentada, com as pernas dobradas, usando colete, calça comprida e colares. Ela tem três cabeças, uma de frente e duas de perfil, todas usando um chapéu. Ela também tem seis braços, cada um segurando um objeto: tigelas, colar e cetros.
Representação do deus Brahman, criador do Universo na mitologia indiana.

Agora, responda às questões a seguir no caderno.

1. Comente sobre a teoria científica e as explicações dos fenômenos naturais feitas por diferentes povos, comparando-as.

2. Converse com um colega sobre a importância dessas explicações para as antigas civilizações.

3. Atualmente, a teoria científica mais aceita sobre a origem do Universo é a do Big Bang. Em sua opinião, ela é definitiva ou poderá mudar com o passar do tempo? Justifique sua resposta.

Respostas e instruções nas orientações ao professor.

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Atividades

Faça as atividades no caderno.

1. Quais são as principais características dos planetas rochosos e dos planetas gasosos?

Resposta nas orientações ao professor.

2. Se observarmos o céu noturno durante algumas horas seguidas, poderemos notar um movimento aparente das estrelas.

A luz das estrelas é emitida no momento em que as observamos no céu? Justifique sua resposta.

Resposta nas orientações ao professor.

3. O Sol é considerado uma estrela média, tanto em seu tamanho como em sua temperatura. Ele é muito menor que diversas outras estrelas, e seu brilho também é menos intenso. Porém, da Terra, percebemos o Sol como a estrela de maior tamanho e brilho. Por quê?

Resposta: Porque o Sol está bem mais próximo da Terra do que as outras estrelas.

4. A ilustração a seguir representa a órbita de um cometa ao redor do Sol. Verifique a cauda dele nas diferentes posições ao redor da estrela.

Representações com elementos não proporcionais entre si. Cores-fantasia.

Ilustração do Sol ao centro e parte de uma elipse ao redor dele. O Sol está localizado próximo a uma extremidade da elipse. Um objeto circular com um rastro é representado em diferentes posições nessa elipse, sendo que, quanto mais próximo do Sol, maior e mais perpendicular à elipsa seu rastro é.
Representação da órbita de um cometa ao redor do Sol.

Fonte de pesquisa: OLIVEIRA FILHO, Kepler de Souza; SARAIVA, Maria de Fátima O. Corpos menores do Sistema Solar. Instituto de Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Disponível em: https://oeds.link/LhqqsV. Acesso em: 2 ago. 2022.

a) O que é um cometa?

Resposta: Cometas são corpos celestes constituídos principalmente por gelo e poeira e orbitam o Sol.

b) Por que sua cauda é mais brilhante próxima ao Sol?

Resposta nas orientações ao professor.

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5. Há muito tempo, o ser humano se interessa pelos astros. Já foram encontrados registros astronômicos que datam de aproximadamente 7.000. anos na China, na Babilônia e no Egito. Com base nesses registros, os pesquisadores acreditam que a observação dos astros era feita principalmente com a finalidade de explicar acontecimentos do cotidiano, como a cheia de rios e a melhor época para colheita e plantio.

Gravura de pessoas sentadas em degraus, olhando para o céu escuro, com a Lua, um cometa e estrelas. As pessoas estão vestindo túnicas e lenços sobre a cabeça.
Gravura de Leon Benett representando astrônomos babilônicos observando os astros, feita em 1877.

a) Além da determinação da cheia de rios e melhor época para colheita, por quais outros motivos os povos da Antiguidade observavam os astros? Faça uma pesquisa para responder a essa questão.

Resposta: Espera-se que os alunos respondam que, além de determinar a cheia de rios e a melhor época para colheita, os povos utilizavam a observação dos astros para marcar o tempo, determinar a reprodução dos animais, orientar a época de caça; na religiosidade, principalmente na mitologia, em orientações espaciais, entre outras aplicações.

b) Você já ouviu falar sobre algum povo que utilizava observações dos astros para explicar algum acontecimento? Em caso afirmativo, o que você sabe sobre eles?

Resposta nas orientações ao professor.

c) O conhecimento é influenciado pela cultura. Pensando nisso, você considera importante haver trocas de conhecimento entre os diferentes povos? Por quê?

Resposta nas orientações ao professor.

d) Em épocas como a representada na gravura, a comunicação entre diferentes regiões e povos, quando possível, era demorada. Atualmente, uma informação pode ser compartilhada com um grande número de pessoas em poucos segundos. Converse com um colega sobre como esse fato pode impactar a produção de conhecimento atualmente. Depois, compartilhem com a turma suas conclusões.

Resposta nas orientações ao professor.

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6. O trecho da reportagem a seguir apresenta um fenômeno astronômico. Leia-o e em seguida responda às questões.

Chuva de meteoros Lírida tem pico nesta madrugada
Até 18 meteoros por hora poderão ser vistos em céu limpo
[...]
Segundo o Observatório Nacional, até 18 meteoros por hora poderão ser vistos nas condições ideais: céu limpo e local pouco iluminado. [...]

FRAGA, Fernando. Chuva de meteoros Lírida tem pico nesta madrugada. Agência Brasil, 22 abr. 2022. Disponível em: https://oeds.link/MXPOQW. Acesso em: 27 jul. 2022.

a) Como os meteoros são popularmente conhecidos? Em sua opinião, por que eles recebem esse nome?

Resposta: Os meteoros são popularmente conhecidos como estrelas cadentes. Espera-se que os alunos digam que esse fenômeno é conhecido por esse termo porque, quando os meteoroides atravessam a atmosfera terrestre, eles se tornam incandescentes e deixam um rastro de luz no céu, ou seja, parece que o céu é "cortado" por estrelas.

b) Explique por que o trecho da reportagem deu a recomendação reproduzida a seguir.

"[...]
Segundo o Observatório Nacional, até 18 meteoros por hora poderão ser vistos nas condições ideais: céu limpo e local pouco iluminado. [...]"

Resposta nas orientações ao professor.

7. Analise a imagem e reescreva a frase a seguir no caderno, substituindo as letras A, B, C e D pelas palavras ou expressões entre parênteses que a completam corretamente.

Representação com elementos não proporcionais entre si. Cores-fantasia.

Ilustração de uma esfera preta  com um contorno brilhante de coloração alaranjada. O contorno brilhante também tem uma faixa que passa em frente à esfera. Ao fundo, o céu escuro com estrelas.
Representação de um buraco negro elaborada pela Nasa.

Os buracos negros se formam de estrelas A (menores/muito maiores) que o Sol, após o estágio conhecido como B (supernova/gigante vermelha). Eles são regiões com grande C (massa/luminosidade) e, por isso, produzem campos gravitacionais D (fracos/intensos).

Resposta: A – muito maiores; B – supernova; C – massa; D – intensos.

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8. O maior meteorito encontrado no Brasil foi o Bendegó, em 1784. Ele recebeu esse nome porque foi descoberto próximo ao riacho Bendegó, no interior da Bahia. Com massa de 5,6 toneladas e com 2 , 2   m de comprimento, seu choque com o solo deu origem a uma pequena cratera. Pesquisadores acreditam que ele tenha 1 bilhão de anos, mas a data em que chegou à Terra continua desconhecida.

Depois de muito esforço, ele foi transportado para o Rio de Janeiro, onde se encontrava em exposição, no Museu Nacional. Mesmo com o incêndio ocorrido em 2 de setembro de 2018, que destruiu a maior parte do Museu Nacional do Rio de Janeiro, o meteorito de Bendegó permaneceu praticamente intacto.

Fotografia em preto e branco de pessoas ao lado de um meteorito, uma grande rocha. As pessoas estão vestindo calça, camisa comprida, botas e chapéus. Ao redor há vegetação rasteira e árvores.
Transporte do meteorito de Bendegó, em 1887.
Fotografia de um meteorito, uma rocha amarronzada com formato irregular.
Meteorito de Bendegó armazenado, durante a recuperação do Museu Nacional do Rio de Janeiro, em 2020.

a) Pesquise qual é a composição do meteorito de Bendegó.

Resposta: O meteorito de Bendegó é do tipo siderito, composto principalmente por ferro e níquel.

b) Muitas vezes, as pessoas usam os termos meteoroide, meteoro e meteorito como sinônimos. No entanto, eles têm significados diferentes. Explique com suas palavras o que são cada um deles.

Resposta nas orientações ao professor.

c) Comente com os colegas sobre o que acidentes como o ocorrido no Museu Nacional do Rio de Janeiro podem ocasionar para a sociedade.

Resposta pessoal. Espera-se que os alunos comentem que desastres como o ocorrido no Museu Nacional do Rio de Janeiro prejudicam estudos científicos e históricos que ajudam a compreender o passado, o presente e o futuro da humanidade.

9. Relacione as palavras apresentadas a seguir com as respectivas frases, formando pares de letras e números.

1. estrelas

2. planetas

3. galáxias

4. meteorito

a) Corpos esféricos rochosos ou gasosos, sem luz própria e que têm órbita definida em torno de uma estrela.

b) Regiões do espaço com grande concentração de gases e poeira interestelar contendo bilhões de estrelas e que podem abrigar sistemas planetários.

c) Corpos luminosos e esféricos, constituídos predominantemente por hidrogênio e hélio em altas temperaturas.

d) Parte de corpo celeste que penetrou na atmosfera terrestre e atingiu a superfície do planeta.

Resposta: a – 2; b – 3; c – 1; d – 4.