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[Locutor(a)]
História da telecomunicação
[Alexandre]
Quem é?
[Bruno]
Oi, vô, sou eu, o Bruno!
[Alexandre]
Bruno! Que surpresa essa visita!
[Bruno]
Acabei me esquecendo de avisar que a gente vinha! Essa é a Joana, minha amiga da escola. Viemos aqui na sua casa porque precisamos fazer um trabalho de Ciências e acho que o senhor pode nos ajudar.
[Alexandre]
Olá, Joana! Bem-vindos! Entrem! Vocês aceitam um pedaço de bolo?
[Joana] [Bruno]
Simmmm!
[Alexandre]
Que trabalho é esse que vocês precisam fazer para a escola?
[Bruno]
Teremos que apresentar um seminário de Ciências na próxima semana.
[Joana]
O tema é história da telecomunicação!
[Bruno]
Eu falei para a Joana que o senhor coleciona vários aparelhos antigos e decidimos pedir ajuda.
[Alexandre]
Procuraram a pessoa certa. Enquanto vocês comem, vou buscar algumas coisas para lhes mostrar.
[Alexandre]
Guardo tudo nessa caixa. Venham ver!
[João]
Puxa, quanta coisa!
[Alexandre]
Vocês sabem quando o ser humano começou a se comunicar?
[Joana]
Hummm… Deve ter sido quando aprendeu a falar, não?
[Alexandre]
Foi muito antes disso, Joana! Na verdade, os seres humanos sempre encontraram maneiras de se comunicar, fosse por meio de sons, fosse por meio de grunhidos, desenhos ou mesmo gestos... A sobrevivência da humanidade está relacionada à comunicação entre os indivíduos.
[Joana]
Como nas histórias contadas nas pinturas das cavernas, certo?
[Alexandre]
Isso mesmo. A comunicação vai muito além da fala. As redes sociais que vocês adoram hoje em dia são a prova disso. A gente consegue comunicar muita coisa sem pronunciar sequer uma palavra.
[Bruno]
Para nós já é difícil imaginar como seria a vida sem a internet.
[Alexandre]
Sem internet, sem telefone celular, sem GPS. Antes de isso tudo existir, foi a linguagem que permitiu aos seres humanos transmitir de maneira eficaz seus conhecimentos, aperfeiçoando sua maneira de aprender e de se organizar.
[Joana]
E nesse caso a escrita ajudou bastante, né?
[Alexandre]
Bem lembrado, Joana! A invenção da escrita foi tão importante que marcou o fim da Pré-História. E é por causa da escrita que teve início a disseminação dos conhecimentos. Falando sobre as telecomunicações, que é o tema do trabalho de vocês, deem uma olhada neste aparelho aqui.
[Bruno]
Nossa, eu nunca vi isso!
[Joana]
Eu também não! O que é?
[Alexandre]
É uma réplica de um telégrafo elétrico. Vocês já ouviram falar do Código Morse?
[Bruno]
Eu vi uma vez em um filme! Ele codifica letras e números em formas de pontos e traços, não é isso, vô?
[Alexandre]
Isso mesmo. O telégrafo foi inventado nos Estados Unidos em 1837 por um físico chamado Samuel Morse. É um equipamento que usa a corrente elétrica para enviar mensagens codificadas em pontos ou linhas, sistema que ficou conhecido por Código Morse. A primeira linha de telégrafo foi inaugurada nos Estados Unidos em 1844. Aqui no Brasil, o telégrafo chegou um pouco mais tarde, em 1852.
[Joana]
Que interessante! Estou anotando tudo.
[Bruno]
Mas esse aparelho conseguia mandar mensagens para lugares distantes?
[Alexandre]
No começo ele era usado só para transmitir mensagens a lugares próximos porque dependia de uma estrutura de cabeamento. Mas Morse revolucionou tanto as comunicações que em 1858 foi lançado o primeiro cabo submarino, o que deu origem ao primeiro telégrafo intercontinental. Mais tarde, em 1866, foi estabelecida pela primeira vez a comunicação entre os Estados Unidos e a Europa.
[Bruno]
Nossa! Achei que isso só tivesse acontecido depois da invenção do telefone.
[Joana]
Falando em telefone, e este aparelho aqui?
[Alexandre]
Esse é de 1910. Mas o telefone foi inventado antes disso, nos Estados Unidos. A primeira patente da invenção do telefone foi registrada em 1876 por Alexander Graham Bell, cientista estadunidense de origem escocesa. No entanto, o engenheiro Elisha Gray, também estadunidense, é considerado o verdadeiro inventor do telefone por diversos autores. Essa é uma história polêmica e que envolve, inclusive, longas batalhas judiciais.
[Bruno]
Que espertinho esse Graham Bell! Quis ficar com toda a fama só pra ele!
[Alexandre]
Pois é, Bruno! Gray fez essa descoberta quando tentava aperfeiçoar as transmissões do telégrafo e conseguiu enviar mais de uma mensagem por vez. Com essa tecnologia, ele conseguiu pela primeira vez, em 1875, utilizar a eletricidade para conduzir a voz humana.
[Joana]
Imagina a surpresa de quem ouviu pela primeira vez a voz de uma pessoa saindo de um aparelho!
[Bruno]
Eu mesmo teria achado que era uma assombração.
[Bruno]
E quando o telefone chegou aqui no Brasil, vô?
[Alexandre]
O primeiro telefone chegou ao Brasil em 1877. Foi um presente de Graham Bell para um amigo que ele tinha por aqui. Sabem quem era esse amigo? Nada mais, nada menos que dom Pedro II. Já em 1879 houve a primeira concessão para a criação de uma rede telefônica em nosso país.
[Joana]
E isto aqui, é um rádio?
[Alexandre]
É, sim! Vocês sabem quando ele foi inventado?
[Bruno]
Imagino que foi depois do telefone e antes da televisão.
[Alexandre]
Exatamente! Tudo começou em 1866, quando o físico alemão Heinrich Hertz demonstrou a existência de radiação eletromagnética. Mas foi o italiano Guglielmo Marconi, que era físico e engenheiro, quem estabeleceu em linhas telefônicas os primeiros sinais de rádio. Essa versão rudimentar ainda não conseguia transmitir a fala, apenas mensagens em Código Morse. Por isso, foi chamado de telégrafo sem fio.
[Alexandre]
E tudo isso só foi possível por causa da invenção da válvula radioelétrica, que permitiu a audição de sons complexos através da radiodifusão. Em 1909, as descobertas radiofônicas de Marconi lhe renderam o prêmio Nobel de Física. O prêmio foi dividido com o físico alemão Karl Ferdinand Braun, que também era pesquisador da telegrafia sem fio.
[Bruno]
Nossa, vô, que legal saber de todas essas coisas!
[Alexandre]
E tem mais! Foi graças à descoberta das ondas eletromagnéticas que outras tecnologias da comunicação puderam ser desenvolvidas, como é o caso da televisão, por exemplo, cujas pesquisas foram iniciadas em 1920 pelo engenheiro escocês John Logie Baird. A televisão chega ao Brasil no início da década de 1950.
[Bruno]
Que legal! E não vai dizer que este aqui era seu celular...
[Alexandre]
Era, sim. Vocês acharam grande? Pois eles eram mesmo! O primeiro celular foi inventado nos Estados Unidos pelo engenheiro Martin Cooper, no início da década de 1970. O aparelho era ainda maior que esse e pesava quase um quilo.
[Bruno]
Nossa! Não devia ser muito fácil carregá-lo no bolso...
[Alexandre]
A telefonia móvel, como a conhecemos hoje, só foi possível com a junção de muitas tecnologias, como a utilização da radiofrequência em diversos canais, o que evita interferências e interceptações de sinal.
[Bruno]
E este celular aqui? É de quando?
[Alexandre]
Esse é um modelo do primeiro aparelho celular que chegou ao Brasil, em 1990. Fez parte da primeira geração dos telefones móveis, a analógica, chamada de 1G. Depois dela, vieram a segunda geração, 2G, marcando o início da era digital, e a terceira geração, 3G, que possibilitou o acesso à internet.
[Alexandre]
Hoje já está em funcionamento a quarta geração, 4G, que usa uma tecnologia mais avançada para o tráfego de dados e de voz. E a quinta geração, 5G, cuja velocidade é cem vezes maior do que a da 4G, deixando as conexões ainda mais rápidas.
[Bruno]
Legal, vô! Já temos bastante coisa interessante para usar no nosso trabalho. Podemos levar esses aparelhos para mostrar durante o seminário?
[Alexandre]
Claro que podem! Só tomem cuidado, porque eles já estão se tornando relíquias!
[Joana]
Tomaremos bastante cuidado. Vamos, então, Bruno? Ainda temos muita coisa para organizar! Muito obrigado, senhor Alexandre!
[Alexandre]
De nada! Depois me liguem para contar como ficou o trabalho de vocês e, claro, para saber como este velho colecionador aqui está. Afinal, as telecomunicações estão aí para isso!
[Locutor(a)]
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