UNIDADE 3 O relêvo e a hidrografia

Fotografia. O curso de um rio estreito entre formações rochosas altas. Há musgo e vegetação rasteira entre as rochas. O céu está nublado.
Paisagem de cânion localizado na região sudeste da Islândia, em 2019.

A superfície terrestre tem inúmeras paisagens. Embora algumas delas possam apresentar elementos semelhantes, como fórmas de relêvo, rios, lagos e construções, elas nunca são exatamente iguais. Algumas paisagens, como a do cânion fiátrapíver, um extenso e profundo vale formado pêla fôrça das águas do rio , na Islândia, chamam a atenção por sua beleza, pelos paredões de rocha e vegetação.

Iniciando a conversa

  1. Identifique os elementos que mais se destacam na paisagem do cânion mostrado na página anterior.
  2. Você conhece alguma outra paisagem que apresente elementos semelhantes aos que observamos na paisagem da foto anterior?
  3. Você já observou duas paisagens semelhantes? Descreva-as aos colegas.

Agora vamos estudar...

  • as formas de relevo continentais e oceânicas;
  • as águas continentais e oceânicas e suas principais características;
  • os principais usos das águas e a importância da conservação desse recurso.

CAPÍTULO 8 O relevo terrestre

A ação da água, do vento, do calor do Sol, entre outros fatores, resultou nas diversas fórmas atuais do relêvo terrestre. Essas fórmas estão em constante transformação. E é sôbre isso que vamos estudar: as principais fórmas de relêvo da Terra.

Planícies

As planícies são formadas por processos de sedimentação, ou seja, de deposição de sedimentosglossário vindos de áreas mais elevadas. Nas planícies, os processos de acúmulo de sedimentos superam os processos de erosão. Os terrenos são geralmente planos e relativamente baixos, com até 200 metros de altitude. Alguns exemplos de áreas de planícies são: planície Amazônica e planície do Pantanal (Brasil), e planície Central (Estados Unidos e Canadá).

Fotografia. Vista de cima. Curso de um rio sinuoso entre mata densa.
relêvo de planície no município de Aquidauana, Mato Grosso do Sul, em 2021.

Planaltos

Os planaltos são fórmas de relêvo resultantes dos processos de desgaste ou de erosãoglossário das rochas. Nos planaltos, êsse processo é intenso e supera o processo de sedimentação. Essas áreas têm altitudes variáveis, em geral mais elevadas do que as áreas ao seu redór, e superfícies irregulares, em razão dos desgastes provocados pêla erosão. Alguns exemplos de áreas de planaltos são: planalto das Guianas e planalto Brasileiro (Brasil); planalto Central Russo (Europa); e planalto do Congo (África).

Fotografia. Vista de cima. Morros com topos planos cobertos por vegetação. Há um cânion entre eles.
relêvo de planalto no município de Bom Jardim da Serra, Santa Catarina, em 2020.

Depressões

As depressões são áreas de altitudes inferiores aos terrenos ao seu redór. Sua superfície normalmente é plana em razão da ação dos processos erosivos. As depressões podem ser de dois tipos:

  • depressão relativa, quando se localiza acima do nível do mar, em áreas mais baixas que as vizinhas, como a depressão Sertaneja, no Brasil;
  • depressão absoluta, quando está localizada abaixo do nível do mar, como a depressão do Mar Morto, na Ásia.
Fotografia. Área plana coberta por vegetação rasteira e com algumas árvores. Ao fundo, morros também cobertos por vegetação.
Paisagem com relêvo de depressão, no município de Dois Córregos, São Paulo, em 2021.

Montanhas

As montanhas são as fórmas de relêvo de maior altitude da superfície terrestre. Elas são formadas por fôrças provenientes do interior do planeta que, ao deformarem a superfície terrestre, originam grandes elevações no relêvo. Quando a superfície terrestre apresenta um conjunto de altas montanhas próximo umas das outras, denominamos cadeia ou cordilheira.

Alguns exemplos de cordilheiras são: cordilheira do Himalaia (Ásia), montanhas Rochosas (América do Norte), cordilheira dos Andes (América do Sul), Alpes (Europa) e Atlas (África).

Fotografia. Montanhas rochosas com o sopé envolto por vegetação rasteira e os picos cobertos com neve. O céu está azul.
relêvo de montanhas no Peru, em 2019.
Ícone 'Atividade oral'.

Questão 1.

Quais formas de relevo se destacam em seu município? Converse com os colegas sôbre isso.

Geografia em representações

Mapa altimétrico

Os mapas altimétricos são representações cartográficas das altitudes do relêvo cuja variação é indicada por meio de curvas de nível, linhas que unem os pontos que têm a mesma altitudeglossário . Cada faixa de altitude é representada por côres. Analise, a seguir, como um mapa altimétrico representa as diferentes faixas de altitudes do morro visto na imagem a seguir.

Gráfico 1. Altitude em metros. Da esquerda para direita, iniciando com a letra letra A, com a representação de morro em curva ascendente com aproximadamente 400 metros de altura, seguindo por um declive de 150 metros e outo pequeno morro de mais de 200 metros de altura, com curva decrescente para 0 metros, representado com a letra B. Esse gráfico se liga ao mapa 2, em um esquema, que mostra a Baía de Guanabara com os dois morros sendo cortados por uma linha de A à esquerda até B, à direita.

Fonte de pesquisa: ATLAS geográfico escolar: ensino fundamental do 6º ao 9º ano. Rio de Janeiro: í bê gê É, 2010. página 12.

1.

Perfil de altitude (em metros)

êsse perfil do relêvo é uma visão horizontal do morro do Pão de Açúcar, na cidade do Rio de Janeiro. êle representa as linhas que indicam, aproximadamente, as faixas de altitude do relêvo.

2.

Mapa de altitude (em metros)

O mapa foi produzido com base na visão vertical do morro. Podemos observar as diferentes faixas de altitude projetadas em uma superfície plana, coloridas em tons de verde para as altitudes mais baixas e tons de laranja e vermelho para as mais elevadas.

Fotografia. Morro íngreme à esquerda e outro menor à direita. Há construções na base e o mar ao redor.
Morro do Pão de Açúcar, na cidade do Rio de Janeiro, érre jóta, em 2020.

Observe a seguir o mapa altimétrico do Brasil. Analisando-o, podemos identificar algumas características do relêvo brasileiro.

Altimetria do relêvo brasileiro (2018)

Mapa. Altimetria do relevo brasileiro (2018). 
Altitude (em metros). 
0 a 200 metros: norte, toda a costa litorânea, porção no oeste e áreas no sul. 
201 a 500 metros: área no norte, região central, nordeste, costa leste e área no oeste e no sul. 
501 a 800 metros: porção leste e costa sudeste e sul. 
801 a 1200 metros: áreas dispersas no leste, sudeste e sul. 
Acima de 1200 metros: pequenas áreas no sudeste e no norte. 
Há rios permanentes por todo território e rios temporários na região nordeste. 
Picos: RORAIMA (2734 metros); CABURAÍ (1456 metros); 31 DE MARÇO (2974 metros); GUIMARÃES ROSA (2105 metros); SERRA BRANCA (1154 metros); JABRE (1197 metros); ALMAS (1836 metros); BARBADO (2033 metros); MONTE PASCOAL (536 metros); BANDEIRA (2891 metros); AGULHAS NEGRAS (2890 metros); PEDRA DA MINA (2798 metros); PARANÁ (1922 metros); CAPÃO DOCE (1340 metros); MORRO BOA VISTA (1827 metros). Na porção norte estão sinalizados: A e B, na região central, C e na região sul, D. No canto inferior direito, mapa de localização, planisfério destacando a região descrita. No canto esquerdo, a rosa dos ventos e a escala: 395 quilômetros por centímetro.

Fonte de pesquisa: ATLAS geográfico escolar. oitava edição Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018.

A.

O principal rio da Região Norte do país, o Amazonas, passa por terrenos de baixa altitude (abaixo de 200 metros) no território brasileiro.

B.

As baixas altitudes indicam a predominância de terrenos sem grandes desníveis, onde boa parte dos rios flui com menor velocidade.

C.

Com exceção de alguns picos, as altitudes mais elevadas do relêvo brasileiro encontram-se, sobretudo, na porção central do país. Nessas áreas mais elevadas estão as nascentes de importantes rios, como São Francisco, Tocantins, Paranaíba, Teles Pires e Paraguai.

D.

Em algumas áreas, verifica-se a ocorrência de um relêvo com maior variação de altitude, o que leva os rios a fluírem com mais rapidez, além de apresentarem cachoeiras em seus cursos.

• Com base nesse mapa altimétrico, qual é a faixa de altitude mais baixa e qual é a mais elevada do relevo brasileiro?

Do mapa altimétrico à construção do perfil do relêvo

Você observou o perfil do relêvo do Pão de Açúcar, mostrado na página 102. Agora vai saber como podemos construir essa representação gráfica, na qual é possível observar as diferentes altitudes do relêvo, suas partes mais baixas e as mais elevadas, os desníveis acentuados, as áreas mais planas, entre outras características.

Para elaborar um perfil do relêvo, deve-se escolher uma área no mapa altimétrico e traçar um segmento de reta sôbre êle. Veja a reta AB traçada no mapa altimétrico da Bahia.

Mapa altimétrico da Bahia (2018)

Mapa altimétrico da Bahia (2018). 
Altitude (em metros). 
0 a 200 metros: em toda a costa litorânea. 
201 a 500 metros: áreas no centro-oeste e faixa leste. 
501 a 800 metros: porção oeste e áreas na região central. 
Acima de 800 metros: pequena área no oeste, onde está localizada a Serra Geral de Goiás e áreas dispersas na região central, onde se encontra a Chapada Diamantina. 
Há rios permanentes e rios temporários em todo o território. Está indicado o segmento, que se inicia com a letra A, ao norte do estado e B no litoral oeste.
Picos: BARBADO (2033 metros); MONTE PASCOAL (536 metros). No canto inferior esquerdo, mapa de localização destacando a região descrita. No canto superior esquerdo, a rosa dos ventos e no canto inferior direito, a escala: 85 quilômetros por centímetro.

Fonte de pesquisa: ATLAS geográfico escolar. oitava edição Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página 170.

Ícone 'Atividade oral'.

Questão 2.

Onde se encontram as altitudes mais elevadas do relêvo da Bahia?

Veja a seguir como ficou o perfil do relêvo construído com base na reta A-B, traçada sôbre o mapa altimétrico da Bahia.

Perfil do relêvo da Bahia (no segmento AB)

Gráfico. Perfil do relevo da Bahia (no segmento A-B). 
Altitude (em metros). 
Da esquerda para direita, letra A, área acima de 500 metros, representada pela cor laranja, que sofre um leve declínio chegando a 350 metros no leito do Rio São Francisco, com a cor amarela, voltando a 500 metros e passando por uma elevação, chegando a aproximadamente 900 metros na Serra do Angelim, com a cor marrom, sofrendo uma queda gradual até 200 metros, representada pela cor verde, e em seguida até o nível do mar em B, no Oceano Atlântico.

Fonte de pesquisa: ATLAS geográfico escolar. oitava edição Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página 170.

Questão 3.

Tanto o mapa da página 104 quanto o perfil representam as altitudes do relêvo no segmento de reta AB. Descreva as principais diferenças entre essas duas representações.

Questão 4.

De acôrdo com o mapa altimétrico do estado da Bahia, responda em seu caderno.

  1. Qual côr representa as altitudes mais elevadas do relêvo?
  2. Em qual côr as altitudes mais baixas do relêvo são representadas?
  3. Em qual área do estado se encontram as altitudes mais baixas do relêvo da Bahia?
  4. Quais são as altitudes predominantes do relêvo da chapada Diamantina?
  5. Qual a altitude do monte Pascoal?
  6. Quais são as altitudes predominantes no extremo oeste da Bahia?
  7. Qual é a altitude e o nome do ponto mais elevado do relêvo da Bahia?
  8. No perfil do relêvo, o rio São Francisco aparece em qual faixa de relêvo?
  9. Quais são as altitudes na Serra Geral de Goiás?

Questão 5.

Agora, compare o perfil anterior com o segmento AB, traçado no mapa da página anterior. Anote no caderno os lugares por onde êsse segmento se estende no mapa.

O relêvo oceânico

Assim como os continentes, as porções da superfície terrestre cobertas por águas oceânicas também têm diferentes fórmas de relêvo. Chamamos de relêvo oceânico o conjunto dessas formações de relêvo. Veja na imagem a seguir algumas de suas características.

Esquema. Recorte de uma praia com morros e vegetação, indicado com o número 1, na sequência há uma queda brusca no terreno submerso, indicado com o número 2, seguido por uma área plana, com o número 3, onde há uma pequena ilha rochosa, com o número 4. Na sequência, montanhas submersas no fundo do mar, indicado com o número 5, há lava abaixo delas, na sequência há outra área plana, número 3 e uma queda brusca e profunda, indicado com o número 6.

Fonte de pesquisa: , rid; Mônrou, Djeimes apóstrofo s. Fundamentos de geologia. São Paulo: Cêngueij lãrnin, 2009. página 363.

Representação com elementos não proporcionais entre si. côres-fantasia.

1.

Plataforma continental

Terras continentais que permanecem cobertas por água do mar em razão de um pequeno declive, que se aprofunda conforme as terras avançam em direção ao oceano.

2.

Talude continental

Formado por um acentuado declive no relêvo, marcando a transição entre a plataforma continental e a planície abissal.

3.

Planície abissal

Constitui a maior parte do relêvo oceânico. São terras relativamente planas, bastante extensas e profundas.

4.

Ilhas oceânicas

Montanhas submarinas, cuja extremidade ultrapassa o nível da água do mar. As ilhas oceânicas surgem em meio às planícies abissais.

5.

Cordilheiras oceânicas

Cadeias de montanhas presentes em grande parte do fundo dos oceanos do planeta. Na parte central do oceano Atlântico está localizada a cordilheira chamada Dorsal Meso-Atlântica.

6.

Fossas oceânicas

Declives muito profundos que surgem em meio às planícies abissais, também chamadas fossas marinhas. Têm laterais bastante inclinadas e geralmente são estreitas e longas.

Atividades

Faça as atividades no caderno.

Organizando os conhecimentos

  1. Caracterize cada uma das principais fórmas do relêvo terrestre: planaltos, planícies, depressões e montanhas.
  2. Escolha uma das principais montanhas ou cadeias montanhosas do mundo, como aquelas citadas na página 101, para pesquisar algumas informações, como: onde se localiza, qual a sua altitude, qual o significado do seu nome e por que foi nomeada assim.
  3. Quais são as principais fórmas do relêvo oceânico?

Aprofundando os conhecimentos

4. De acôrdo com o que você estudou, observe as imagens e identifique a fórma de relêvo retratada em cada uma delas.

A.

Fotografia. Cadeia de montanhas rochosas com algumas áreas cobertas por vegetação rasteira. Ao fundo, céu com nuvens.
Paisagem da Itália, em 2021.

B.

Fotografia. Vista de cima. Curso de um rio sinuoso entre mata densa.
Paisagem da floresta Amazônica, em Carauari, Amazonas, em 2021.

Glossário

Sedimento
: material originário de rochas desintegradas ou mesmo de material orgânico.
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Erosão
: processo de desgaste das rochas ou do solo, promovido pêla ação contínua de agentes, como as águas, as geleiras, os ventos e o calor do Sol. A ação humana também pode desencadear processos de erosão.
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Altitude
: considera a elevação de determinado terreno medida com base no nível do mar.
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