UNIDADE 5 A dinâmica interna da Terra
Quando observamos uma paisagem em que se destaca uma fórma de relêvo, geralmente, ficamos intrigados para compreender como terá sido sua formação e transformação. Algumas marcas nas paisagens nos auxiliam a compreender como transcorreu êsse processo. A presença do vulcão ativo na foto da página anterior é um exemplo disso.
Iniciando a conversa
- A foto mostra um vulcão em erupção. O que são vulcões?
- O que você sabe sôbre o interior do planeta Terra? Conte para seus colegas.
- Recentemente, você e seus colegas da sala tiveram conhecimento sôbre a ocorrência de algum terremoto? Conversem sôbre questões como: onde êle aconteceu, as modificações que provocou na paisagem e também sôbre a situação das pessoas que foram atingidas por êle.
Agora vamos estudar...
- a estrutura interna da Terra;
- a Teoria da Deriva Continental e das Placas Tectônicas;
- o que são dobras, falhas, terremotos e vulcanismo;
- a representação de falhas e dobras geológicas;
- o tectonismo no território brasileiro.
CAPÍTULO 14 Estrutura interna da Terra
As paisagens terrestres são continuamente transformadas pêla ação de fenômenos e processos oriundos da dinâmica natural da Terra, que ocorrem tanto no interior, chamada dinâmica interna, quanto na superfície do planeta, conhecida por dinâmica externa.
Para compreendermos como a dinâmica interna da Terra atua na formação e transformação do relêvo terrestre, vamos estudar como está estruturada a porção interna do nosso planeta.
De acôrdo com estudos geológicosglossário , há evidências de que a estrutura interna da Terra é formada, basicamente, por três camadas, que se diferenciam quanto à espessura, à temperatura e à composição química. O esquema desta página representa essa estrutura interna.
Estrutura interna da Terra
Fonte de pesquisa: leins, ; AMARAL, Sérgio Estanislau do. Geologia geral. décima quarta edição São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2003. página 1719.
A.
A crosta é a camada de rochas sólidas que envolve o manto, com aproximadamente 40 quilômetros de espessura. A parte mais externa da crosta fórma a superfície terrestre.
B.
O manto é composto de magma, material formado por minerais fundidos, em estado pastoso, e apresenta temperatura muito alta, de aproximadamente .2000 graus Célsius . O manto tem cêrca de .3000 quilômetros de espessura.
C.
O núcleo é o centro do planeta, com temperaturas ainda mais altas que a do manto, acima de .5000 graus Célsius . O núcleo divide-se em duas partes: núcleo externo, com minerais fundidos e cêrca de .2150 quilômetros de espessura, e núcleo interno, em estado sólido, com aproximadamente .1215 quilômetros de espessura.
Questão 1.
Em qual parte da estrutura interna da Terra nós, seres humanos, vivemos?
A maioria dos fenômenos provenientes do interior da Terra é causada por fôrças que atuam no manto, abaixo da crosta terrestre. Por ser muito quente, o manto constantemente libera calor e energia para a superfície. Essa liberação ocorre, sobretudo, por meio do extravasamento de lavaglossário e de gases nas erupções vulcânicas, por terremotos, também chamados abalos sísmicos, ou, ainda, pêlo enrugamento contínuo da crosta terrestre, fenômeno responsável pêla formação das grandes cadeias montanhosas do nosso planeta.
Vamos conhecer cada um dêsses fenômenos, mas antes é preciso saber um pouco mais sôbre a dinâmica interna da Terra.
O interior da Terra
Ainda hoje, o interior do nosso planeta continua pouco conhecido pelos cientistas, pois, afinal, como é possível estudar o que existe nas camadas mais profundas da Terra?
O que se sabe sôbre a dinâmica interna do nosso planeta tem base nas perfurações da crosta e na observação dos fenômenos provenientes de seu interior. A mais profunda perfuração já feita na crosta terrestre chegou a aproximadamente 12 quilômetros de profundidade, ou seja, menos da metade da espessura média da crosta.
A observação de alguns fenômenos geológicos, como as erupções vulcânicas, que lançam lavas incandescentes, e os gêiseres, que soltam jatos quentes de água, leva a deduzir que o interior do planeta é muito quente.
A Teoria da Deriva Continental
Quando os continentes e oceanos se formaram, êles apresentavam configuração e distribuição bem diferentes das que têm atualmente. Até atingir a distribuição e a configuração atuais, os continentes e oceanos foram mudando de posição lentamente e alterando suas fórmas ao longo das diferentes eras geológicas.
A existência dêsse movimento foi inicialmente defendida pêlo cientista alemão Véguenar, em seu livro A origem dos continentes e oceanos, publicado em 1915. Na época, acreditava-se que a crosta terrestre fosse uma camada rochosa inteiriça e que, segundo Véguenar, os continentes estariam à deriva, ou seja, “flutuando” sôbre uma massa pastosa e quente do interior do planeta, assim como um pedaço de isopor ou madeira flutua sôbre a água. Por isso sua teoria é conhecida como Teoria da Deriva Continental.
Para comprovar essa teoria, Véguenar apoiou-se em evidências de que os continentes já estiveram unidos em uma época muito remota. Entre essas evidências, destacam-se:
- a fórma do litoral da América do Sul, que se encaixa no contôrno do continente africano;
- a existência de fósseis de animais e de plantas semelhantes em ambos os continentes;
- a ocorrência de alguns tipos de rochas e formações geológicas também semelhantes em certas regiões da América do Sul e da África.
Representação com elementos não proporcionais entre si. côres-fantasia.
Evidências da Deriva Continental
Fontes de pesquisa: TEIXEIRA, Wilson êti áli ( organizador). Decifrando a Terra. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2008. página 98.
, rid; Mônrou, Djeimes sem Fundamentos de Geologia. Tradução: . São Paulo: Cêngueij lãrnin, 2009. página 29.
A.
B.
Teoria das Placas Tectônicas
Apesar das evidências encontradas por Véguenar, sua teoria foi combatida e rejeitada pêla grande maioria dos cientistas da época. Afinal, faltava resposta para uma questão fundamental: que fôrças seriam capazes de mover os continentes? Somente no final da década de 1950, trinta anos após a morte de Véguenar, é que essa teoria foi finalmente compreendida e aceita, mas com algumas modificações.
Hoje, acredita-se que movimentos não são realizados apenas pelos continentes, mas também pelos oceanos, de acôrdo com a Teoria das Placas Tectônicas. Segundo essa teoria, a crosta terrestre não é formada por uma camada rochosa inteiriça, mas por várias placas tectônicas que se estendem tanto pelos continentes quanto pêlo fundo dos oceanos. São essas placas que se movimentam de maneira muito lenta sôbre o manto terrestre, aproximando-se ou distanciando-se umas em relação às outras.
movimentos podem ser comprovados por estudos e técnicas avançadas de pesquisa, como a utilização de satélites artificiais equipados com raios laserglossário capazes de medir com precisão o deslocamento das placas tectônicas e o consequente movimento dos continentes.
Observe, no mapa, as principais placas tectônicas da crosta terrestre.
Principais placas tectônicas (2018)
Fonte de pesquisa: ATLAS geográfico escolar. oitava edição Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página 12.
A movimentação dos continentes
Com a compreensão da ocorrência dos movimentos tectônicos, ficou comprovado que, ao longo de milhões de anos, os continentes e oceanos foram lentamente mudando de posição até chegar à configuração em que se encontram atualmente.
As imagens apresentadas ilustram, de acôrdo com as teorias científicas, a provável movimentação dos continentes nos últimos milhões de anos. Observe-as atentamente.
Provável movimentação dos continentes
Fonte de pesquisa: TEIXEIRA, Wilson êti áli ( organizador). Decifrando a Terra. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2008. página 98, 269.
1.
Há aproximadamente 230 milhões de anos, no final da Era Paleozoica, existia apenas um supercontinente, chamado de Pangea ( Pem = todo e géa = terra), rodeado por um único oceano denominado Panthalassa, nome grego que significa “todos os mares”.
2.
Há aproximadamente 200 milhões de anos, no início da Era Mesozoica, o continente Pangea começou a se separar em dois: Laurásia, ao norte, e gôndwãna, ao sul.
3.
Há cêrca de 65 milhões de anos, na Era Cenozoica, os continentes continuaram dividindo-se e separando-se.
4.
Há 2 milhões de anos, os continentes e oceanos chegaram à configuração que apresentam atualmente.
Correntes de convecção
O deslocamento das placas tectônicas é bastante lento e quase imperceptível. De acôrdo com as medições já realizadas, foi possível descobrir, por exemplo, que a cada ano a América do Sul fica cêrca de quatro centímetros mais distante da África, e a América do Norte fica dois centímetros mais distante da Europa.
Segundo os cientistas, a explicação mais recente para os movimentos das placas tectônicas está no intenso calor existente no interior do planeta. êsse calor movimenta grandes quantidades de magma, em movimentos denominados correntes de convecção, que circulam de maneira ascendente e descendente no manto. O movimento dessas correntes de convecção, em contato com a crosta, acaba deslocando as placas tectônicas, como mostra o esquema.
Representação com elementos não proporcionais entre si. côres-fantasia.
As correntes de convecção
Fonte de pesquisa: TEIXEIRA, Wilson êti áli ( organizador). Decifrando a Terra. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2008. página 104.
Questão 2.
Qual a consequência do movimento das correntes de convecção do manto?
Contato entre placas tectônicas
A imagem dessa página mostra, de maneira esquemática, como as placas tectônicas se movimentam, impulsionadas pêlas correntes de convecção, e a dinâmica resultante dêsses movimentos.
Representação com elementos não proporcionais entre si. côres-fantasia.
As correntes de convecção e o movimento das placas tectônicas
Quando as placas tectônicas, impulsionadas pêlas correntes de convecção, realizam movimentos convergentes (1), elas se chocam umas contra as outras. Nesse caso, a placa oceânica mais fina (2) é empurrada para baixo, em direção ao manto, fundindo-se ou “derretendo” por causa das altas temperaturas. Já a placa continental mais , ao contrário, é pressionada para cima formando montanhas, como os Andes, na América do Sul (3).
Quando as placas tectônicas, impulsionadas pêlas correntes de convecção, realizam movimentos divergentes (4), elas se afastam umas das outras. Nesse caso, formam-se grandes rachaduras ou fendas na crosta (5), que são preenchidas pêlas atividades vulcânicasglossário . A Islândia, por exemplo, localizada entre a Europa e a América do Norte, é o cume de uma grande cadeia de montanhas que emerge do fundo do oceano Atlântico (6).
Fonte de pesquisa: TEIXEIRA, Wilson êti áli ( organizador). Decifrando a Terra. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2008. página 107, 109.
Atividades
Faça as atividades no caderno.
Organizando os conhecimentos
- De acôrdo com o que você estudou, qual a principal causa dos fenômenos provenientes do interior da Terra que provocam transformações em sua superfície?
- De acôrdo com a Teoria das Placas Tectônicas, Véguenar estava certo? Qual é a principal diferença entre a Teoria das Placas Tectônicas e a Teoria da Deriva Continental?
- Como os cientistas explicam, atualmente, o movimento das placas tectônicas?
Aprofundando os conhecimentos
4. Observe a imagem e escreva o nome e as principais características de cada uma das camadas internas da Terra.
Estrutura interna da Terra
Fonte de pesquisa: prés, frênqui êti áli Para entender a Terra. Tradução: Rualdo Menegat êti áli quarta edição Pôrto Alegre: búkman, 2006. página 69.
5. Observe a imagem e, depois, responda às questões a seguir.
Placas tectônicas em movimento
Fonte de pesquisa: prés, frênqui êti áli Para entender a Terra. Tradução: Rualdo Menegat êti áli quarta edição Pôrto Alegre: búkman, 2006. página 52.
- Identifique o movimento representado na imagem.
- Explique as consequências dêsse movimento no relêvo da superfície terrestre.
Glossário
- Geológico
- : referente à Geologia, ciência que estuda a origem, a formação e as sucessivas transformações pêlas quais o planeta Terra vem passando desde a sua constituição.
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- Lava
- : magma que extravasa para a superfície da Terra. Ao entrar em contato com o ar na superfície terrestre, resfria-se e solidifica-se dando origem a rochas.
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- Raio laser
- : feixe de luz de grande intensidade que se propaga em uma mesma direção e com frequência constante. O raio leiser pode ser utilizado com diversas finalidades, como em tratamentos médicos, nos meios de comunicação e na Astronomia.
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- Atividade vulcânica
- : fenômeno procedente do interior da Terra, no qual o magma é expelido para a superfície por meio de cones vulcânicos ou fissuras da crosta terrestre.
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