Tipos de escalas cartográficas

A escala de uma carta, planta ou mapa pode ser indicada de duas maneiras:

Escala numérica

É indicada por uma fração ou proporção da seguinte fórma: 

Início de fração, numerador: 1, denominador: 1000, fim de fração.

 (lemos “um sôbre mil”) ou ​1 : 1 000​  (lemos “um por mil”). Veja o que cada elemento da escala numérica representa.

Escala numérica. Um sobre mil. Nesta escala, o número 1, que é o numerador, indica a medida no mapa em centímetros. Já o denominador, nessa escala representado pelo número 1000, indica a medida na realidade, em centímetros.

Escala gráfica

É indicada por uma reta horizontal dividida em partes iguais. Nesse tipo de escala, as distâncias correspondentes no mapa são indicadas de maneira direta, em metros ou quilômetros. Veja o que cada elemento da escala gráfica representa.

Escala gráfica em dois segmentos, 10 e 20 quilômetros por centímetro.

Neste exemplo, a escala gráfica está constituída de segmentos de 1 centímetro cada. dêsse modo, um centímetro no mapa equivale a 10 quilômetros na realidade.

No mapa da Região Centro-Oeste, podemos constatar que a escala numérica 1 : 26000 000 indica que cada centímetro no mapa equivale a 260 quilômetros na realidade.

Para transformar centímetros em quilômetros, basta deslocar cinco casas decimais. Veja como isso é feito:

26000 000 cm = 260 km

Utilizando a escala do mapa, podemos calcular a distância entre as cidades. Veja o exemplo: a distância, em linha reta, entre as cidades de Cuiabá (Mato Grosso) e Campo Grande (Mato Grosso do Sul), no mapa, é de 2 cm, o que corresponde a 520 km na realidade.

Região Centro-Oeste (2016)

Mapa. Região Centro-Oeste (2016). O mapa apresenta os estados: Mato Grosso, capital: Cuiabá, Goiás, capital: Goiânia, Distrito Federal, com a capital do país: Brasília, Mato Grosso do Sul, capital: Campo Grande. À esquerda, mapa de localização com destaque para a região descrita. No canto superior direito, a rosa dos ventos e no canto inferior direito, a escala: 260 quilômetros por centímetro.

Fonte de pesquisa: GIRARDI, Gisele; ROSA, Jussara Vaz. Atlas geográfico do estudante. São Paulo: éfe tê dê, 2016. página 92.

Questão 4.

Calcule no caderno a distância em linha reta, em quilômetros, entre as cidades a seguir.

  1. Brasília e Cuiabá.
  2. Campo Grande e Goiânia.
  3. Goiânia e Cuiabá.
  4. Brasília e Campo Grande.
Versão adaptada acessível

Questão 4.

Junte-se a um colega e calculem no caderno a distância em linha reta, em quilômetros, entre as cidades a seguir.

  1. Brasília e Cuiabá.
  2. Campo Grande e Goiânia.
  3. Goiânia e Cuiabá.
  4. Brasília e Campo Grande.
Orientação para acessibilidade

Questão 4. a) Resposta: 850 quilômetros

Questão 4. b) Resposta: 700 quilômetros

Questão 4. c) Resposta: 740 quilômetros

Questão 4. d) Resposta: 880 quilômetros

Questão 4. Professor, professora: A questão 4 envolve medições em um mapa, portanto organize os alunos em duplas, de modo que eles executem a atividade e troquem ideias sobre os procedimentos necessários para realizar as medições e cálculos que envolvem escalas.

Respostas e comentários

Questão 4. a) Resposta: 850 quilômetros

Questão 4. b) Resposta: 700 quilômetros

Questão 4. c) Resposta: 740 quilômetros

Questão 4. d) Resposta: 880 quilômetros

Ao trabalhar com tipos de escalas cartográficas, contempla-se a habilidade ê éfe zero seis gê ê zero oito, pois ela possibilita que os alunos aprendam a interpretar e medir distâncias nos mapas usando as escalas numéricas e gráficas.

Um texto a mais

No estudo sôbre escala cartográfica sugerimos a leitura do texto a seguir, que explica como o nível de detalhamento dos mapas varia conforme o tamanho da escala utilizada.

Para os cartógrafos, a escala indica quanto os comprimentos foram reduzidos do terreno para o mapa. Ela expressa a proporção existente entre essas duas ordens de medida. Um comprimento D do terreno será representado no mapa por um comprimento menor “d”. A escala de representação será, portanto, . E pode ser expressa de maneira numérica e ou ou graficamente.

É importante notar que a escala não é a mesma em todo o mapa. Nos mapas de “escala grande” (que representam áreas pequenas), essa variação pode não ser muito significativa, mas nos mapas em que houve muita redução, como os regionais ou mesmo continentais, a escala varia bastante ao longo da sua superfície. reticências

ALMEIDA, Rosângela Doin de. Do desenho ao mapa: iniciação cartográfica na escola. São Paulo: Contexto, 2001. página 91. (Caminhos da Geografia).

Representações cartográficas

As representações cartográficas são diferentes maneiras de reprodução da superfície da Terra. Existem diversas fórmasde representar a superfície terrestre. Vamos conhecer as principais delas.

Mapas são representações planas que podem apresentar características físicas, como clima e vegetação, e também características culturais, como divisão política, rede de transportes e distribuição das atividades econômicas. Os mapas podem representar toda a superfície do planeta ou apenas parte dela, como continentes, países e municípios. Quando um mapa representa toda a superfície terrestre, é chamado de planisfério.

Mapa político da América do Sul

Mapa político da América do Sul.  O mapa apresenta os países: Brasil, Guiana Francesa (França), Suriname, Guiana, Venezuela, Colômbia, Equador, Peru, Bolívia, Chile, Paraguai, Argentina, Uruguai. No canto inferior esquerdo, mapa de localização, planisfério destacando a região descrita, no canto direito, a rosa dos ventos e a escala: 820 quilômetros por centímetro.

Fonte de pesquisa: ATLAS geográfico escolar. oitava edição Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página 41.

Plantas são representações planas de pequenas áreas da superfície terrestre que possibilitam a observação de muitos detalhes. As plantas são importantes na representação de espaços urbanos para fins administrativos. Também são utilizadas por engenheiros ou arquitetos na representação de espaços como jardins e interior de residências.

Planta de parte da cidade de Curitiba (Paraná)

Mapa. Planta de parte da cidade de Curitiba (Paraná). Estão representadas ruas e quarteirões. Com ícones indicando o Memorial de Curitiba no noroeste, a Catedral Basílica Nossa Senhora da Luz na região central, a Praça Tiradentes na porção sul e o Paço da Liberdade no sudeste. À direita, a rosa dos ventos e abaixo, a escala: 40 metros por centímetro.

Fonte de pesquisa: INSTITUTO de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba. Disponível em: https://oeds.link/QQRL8o. Acesso em: 23 fevereiro 2022.

Respostas e comentários

Algo a mais

  • Para aprofundar os conhecimentos relacionados às noções básicas de Cartografia, acesse o link a seguir.
  • í bê gê É. Atlas escolar. Disponível em: https://oeds.link/NAnfJN. Acesso em: 3 junho 2022.
  • No site do í bê gê É, você encontrará textos, imagens e vídeos para complementar seus estudos. Acesso em: 6 maio 2022.

Solicite aos alunos que pesquisem e levem para a escola imagens ou fotos de mapas, maquetes, cartas e plantas. Com base nessa pesquisa, reúna os alunos em grupos, pedindo-lhes que troquem informações sôbre as imagens que levaram e que percebam semelhanças e diferenças entre elas. Organize um momento coletivo para êsse levantamento de hipóteses relacionadas às representações cartográficas.

Cartas são representações planas de aspectos naturais e culturais da superfície da Terra. As cartas, em geral, representam porções médias e pequenas da superfície terrestre, em tamanho que permite visualizar maior nível de detalhes, se comparadas aos mapas. Os mapas e as cartas costumam ser considerados sinônimos, no entanto as cartas são mais comumente utilizadas para cálculos de distâncias e, principalmente, para navegação naval e aérea.

Carta náutica de parte de Búzios (Rio de Janeiro)

Mapa. Carta náutica de parte de Búzios (Rio de Janeiro). 
Lagos: na região sul. 
Curvas de nível e altitude determinada do pico: No sudoeste com pico de 40; no sudeste com pico de 35 e no nordeste com pico de 26. 
Área costeira levantada: porção curva do sudoeste até o nordeste. 
Profundidade na posição verdadeira: entre 55 e 175 com áreas mais rasas próximo à costa. 
Linha de perigo: áreas na costa sudoeste, sudeste e leste. 
Área de perigo: área no sudeste. 
Rocha não perigosa à navegação: Duas na região sudeste. 
Fundeadouro recomendado: Na região central, indicada como ENSEADA DE BÚZIOS. 
Rocha (ilhota) sempre descoberta: Na região sudeste. 
Linha de baixa-mar (áreas mais rasas): Em verde, na região leste. 
Áreas mais profundas do que as de cor verde: Em azul-escuro, regiões próximas a costa sudoeste, sudeste e leste. 
Áreas mais profundas do que as de cor azul-escuro: Em azul-claro, área no sul e nordeste. 
Áreas mais profundas: toda a porção centro-norte, noroeste e parte nordeste. 
No canto superior esquerdo, a rosa dos ventos, na parte inferior, a escala: 275 quilômetros por centímetro.

Fonte de pesquisa: BRASIL. Ministério da Defesa Marinha do Brasil. Disponível em: https://oeds.link/HTheis. Acesso em: 23 fevereiro 2022.

Além de mapas, cartas e plantas, a superfície da Terra também pode ser representada por maquetes. As maquetes são uma representação de um lugar, como uma casa, em tamanho reduzido e em formato tridimensional. Isso quer dizer que êsse tipo de representação apresenta três dimensões: altura, comprimento e largura. Veja o exemplo.

Fotografia. Maquete de uma cidade com casas, edifícios e carros trafegando. À direita há um rio e áreas com vegetação.
Maquete produzida em Londrina, Paraná, em 2018, representando um bairro residencial.

Questão 5.

Reúna-se com três colegas e pesquisem, em um atlas ou na internet, representações da superfície da Terra. Identifiquem cada uma delas entre as classificações: mapas, cartas, plantas, croquis e maquetes. Depois, exponham o trabalho para o professor e os demais grupos.

Respostas e comentários

Questão 5. Resposta pessoal. Verifique se os alunos classificam cada uma das representações da superfície terrestre corretamente.

Um texto a mais

Para enriquecer o estudo sôbre mapas, cartas e plantas, nas páginas 68 e 69, sugerimos a leitura dos textos a seguir, que tratam de um recurso importante para trabalhar em Cartografia: o mapa mental. Solicite aos alunos que, em sala de aula, elaborem as representações gráficas resultantes de um mapa mental do percurso de cada um de sua casa até a escola.

reticências Mapas mentais são produtos de mapeamentos cognitivos, tendo diversas fórmas como desenhos e esboços de mapas ou listas mentais de lugares de referência elaboradas antes de se fazer um percurso (NIEMEYER, 1994, página 6). TUAN (1975) aceita mapas mentais tanto como representações cartográficas de como os ambientes estão avaliados por pessoas diferentes quanto como mapas traçados à mão que as pessoas desenham ou esboços de ruas urbanas e continentes. Em resumo, um mapa mental pode ser a planta de ruas que uma pessoa lembra quando descreve o caminho para um amigo, ou pode ser a representação cartográfica de um geógrafo sôbre as atitudes que as pessoas têm de determinados lugares (TUAN, 1975, página 209). reticências

SEEMANN, Jörn. Mapas e percepção ambiental: do mental ao material e vice-versa. – Ciência & Tecnologia, volume 3, número 1, setembro 2003. página 206.

Os mapas são para todos

Você sabia que os povos indígenas registram os espaços conhecidos por meio de mapas? Essas representações podem ou não utilizar elementos cartográficos convencionais.

Observe o etnomapa a seguir. Ele foi produzido por indígenas que vivem no Parque Indígena do Xingu.

Desenho do Parque Indígena do Xingu. Área delimitada retratando vegetação e rios, com indicações de ícones. Estão representados diversos elementos como várias aldeias (em formato de oca), pista de pouso (retângulo vermelho), escola (casa amarela), farmácia (símbolo vertical azul), campo de futebol (bola), posto indígena (casa vermelha), rio (linha azul), posto de vigilância (casa verde), porto (símbolo horizontal azul), limite de demarcação (linha vermelha), roça (círculo verde) e estrada (linha marrom). À esquerda, uma legenda representando os símbolos utilizados.

Responda no caderno às questões a seguir.

Ícone 'Atividade oral'.

1. O que o mapa representa?

Ícone 'Atividade oral'.

2. De que maneira os indígenas representaram a escola no mapa?

Ícone 'Atividade oral'.

3. De acôrdo com o mapa, existe apenas uma aldeia no parque representado?

Os povos indígenas e outros povos tradicionais, como quilombolas, caiçaras, ribeirinhos, registram um pouco da tradição e da vida de seu povo para as próximas gerações por meio de mapas. Em muitas dessas representações, estão presentes, por exemplo, conhecimentos construídos ao longo das gerações em relação ao espaço vivido, como melhores áreas para caça, para exploração de recursos florestais, caminhos em meio ao território ocupado.

Ícone 'Em grupo'.

4. Em duplas, realizem uma pesquisa na internet sôbre mapas produzidos por povos tradicionais, como os indígenas. Depois que a pesquisa estiver finalizada, façam uma apresentação dos mapas e, juntos, promovam uma conversa sôbre o tema: Os mapas são para todos.

Respostas e comentários

1. Resposta: O Parque Indígena do Xingu.

2. Resposta: Por meio de uma casa amarela.

3. Resposta: Existem várias aldeias.

4. Resposta: Resposta pessoal. Promova uma conversa na sala orientando os alunos a reconhecer a importância das representações cartográficas produzidas por povos tradicionais. Comente que nessas representações povos buscam registrar um pouco da tradição e da vida para as próximas gerações.

Um texto a mais

A Etnocartografia é uma parte da Cartografia direcionada à elaboração de mapas com base em observações em campo com indicadores culturais, históricos e biológicos de espaços indígenas, quilombos, comunidades ribeirinhas, entre outras comunidades tradicionais. O texto a seguir contribui para ampliar o entendimento dêsse tema.

Daí porque estudar a etnocartografia como uma possível ferramenta de gestão se justifica por ser o produto da etnocartografia um repositório de conhecimentos diversos que permite compreender melhor as relações de seus autores com o meio em que vivem. Se usada como ferramenta de planejamento, pode ainda possibilitar a participação da população tradicional na tomada de decisões. Neste contexto, onde o saber tradicional vem resgatando seu lugar de destaque como alternativa na busca do desenvolvimento sustentável, importa saber quais as possíveis aplicações práticas dos etnomapas e evidenciar o valor da etnocartografia como ferramenta participativa nas atividades de gestão que envolvam comunidades tradicionais. Não se pretende com isso que o uso de etnomapas resuma a participação dos povos tradicionais, e sim que seja um instrumento a mais para a inclusão dêstes no processo de tomada de decisões.

ATAIDE, Marcos Sebastião; MARTINS, Ayrton Luiz U. A etnocartografia como ferramenta de gestão. ín: vinte e dois CONGRESSO BRASILEIRO DE CARTOGRAFIA. Macaé, 2005.

Algo a mais

  • Para ampliar os conhecimentos a respeito da etnocartografia, acesse o site Observatório de Territórios Sustentáveis e Saudáveis da Bocaina, disponível em: https://oeds.link/kGpzJD (acesso em: 30 julho 2022). Nele, é possível assistir ao vídeo sôbre o Projeto Povos, que conta sôbre o mapeamento de comunidades da floresta e a criação dos mapas territoriais com a participação da população da comunidade.
  • Acessando o site Nova Cartografia Social da Amazônia, disponível em: https://oeds.link/8dHQn5 (acesso em: 30 julho 2022), é possível encontrar notícias, artigos, mapas, acervos fotográficos e projetos de diferentes comunidades da Amazônia, retratando a Cartografia, bem como valorizando as identidades coletivas e a transparência de suas expressões culturais.

Planisfério e globo terrestre

Tanto os globos terrestres quanto os planisférios representam a distribuição dos continentes e dos oceanos, a divisão política dos países, a localização dos grandes desertos e das altas montanhas, entre várias outras informações sôbre a Terra.

Fotografia. Um globo terrestre em um suporte de madeira.
Esta imagem mostra um globo terrestre, também chamado de globo geográfico.

O globo terrestre é uma representação em miniatura do nosso planeta. Com seu formato esférico, êle representa a superfície terrestre de maneira mais fiel que o planisfério, ou seja, representa a fórma, o tamanho e a distribuição dos continentes e oceanos mais próximo do real.

Sua fórma arredondada, porém, não permite visualizar toda a superfície terrestre ao mesmo tempo. Se observarmos o Brasil, por exemplo, não conseguiremos ver, simultaneamente, o Japão, que, no globo, fica no lado ao do Brasil.

O planisfério, também conhecido como mapa-múndi, representa todos os continentes e oceanos da Terra em uma superfície plana, permitindo a visualização simultânea de áreas localizadas em extremos opostos, como é o caso do Brasil e do Japão. Observe o planisfério a seguir.

Planisfério político

Mapa. Planisfério político com destaque para os países: Estados Unidos, México, Cuba, Portugal, Brasil, Sudão, Angola, África do Sul, Irã, Rússia, China, Índia, Japão e Austrália. No canto inferior esquerdo, a rosa dos ventos e a escala: 1880 quilômetros por centímetro.

Fonte de pesquisa: ATLAS geográfico escolar. oitava edição Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página 32.

Respostas e comentários

Atividade a mais

Ao trabalhar com os alunos o conteúdo sobre Planisfério e globo terrestre, leve um planisfério impresso para cada um. O tamanho pode ser de meia folha de papel sulfite. Distribua também objetos pequenos que tenham a forma arredondada (a atividade também pode ser feita com laranjas). Solicite a cada um que recorte seu planisfério e envolva o objeto com ele para entender como pode ser representado. Eles perceberão que a imagem retangular não fica bem posicionada na forma esférica do objeto. Nesse momento, você poderá trabalhar a forma do planeta, expondo que a maneira como vemos a imagem do planisfério não corresponde à forma de elipsoide/ geoide que o planeta tem. Após essa análise, mostre no globo terrestre o achatamento da Terra nos polos e sua forma, que não é redonda, mas sim representada por uma elipse, que na realidade é um geoide.

Mapa tátil: promovendo a igualdade na leitura de mapas

Conforme estudamos, os mapas apresentam informações sociais, culturais, econômicas, físicas, ambientais, entre outras. Para compreender o conteúdo dos mapas, usar a visão é fundamental. Por êsse motivo, foram criados os chamados mapas táteis, com o objetivo de promover a igualdade de acesso a essas informações para as pessoas com deficiência visual. Assim, ao ler mapas por meio do tato, elas podem obter as informações disponíveis em tais representações.

Fotografia. Algumas pessoas sentadas atrás de uma mesa, tocando em mapas táteis. Eles usam óculos escuros e em frente a eles há pessoas em pé.
Pessoas com deficiência visual utilizando mapas táteis na cidade de Calcutá, na Índia, em 2019.

O mapa tátil é uma representação gráfica que pode apresentar diferentes texturas ou informações em braileglossário , o que, por meio do tato, permite às pessoas com deficiência visual conhecerem as informações normalmente representadas nos mapas.

Com o intuito de facilitar a orientação e a mobilidade dessas pessoas em lugares públicos, mapas geralmente são encontrados em terminais rodoviários, shopping centers e universidades.

Agora, converse com os colegas sôbre as questões a seguir.

Ícone 'Atividade oral'.

1. Conversem sôbre a importância da igualdade de acesso às informações para pessoas com deficiência visual.

Ícone 'Atividade oral'.

2. Você já presenciou alguma situação em que pessoas com deficiência visual tiveram dificuldade em acessar alguma informação? Relate aos colegas.

Respostas e comentários

Professor, professora: Explique aos alunos que o têrmu deficiência visual se refere a pessoas com cegueira ou com baixa visão, em variados graus. Comente que, além dos mapas, outras representações cartográficas, como plantas e croquis, também constituem recursos visuais que podem ser adaptados com o emprêgo de diferentes formatos e texturas, para que as pessoas possam identificar os espaços.

1. Resposta pessoal. Reforce com os alunos que a igualdade de acesso às informações se justifica porque todos devem ter os mesmos direitos e obrigações.

2. Resposta pessoal. Incentive os alunos a expressar experiências. Caso haja pessoas com deficiência visual em sala, cuide para que não haja constrangimento, e sim apôio, empatia e igualdade.

O mapa tátil auxilia na mobilidade dentro de um shopping ou de um aeroporto, por exemplo. êle vai além da inclusão: ensina-nos a ter empatia, a nos colocar no lugar do outro, tentando compreender as suas necessidades e limitações. Aproveite momentos de reflexão para desenvolver habilidades voltadas à consciência social, ensinando o respeito à diversidade e a consciência crítica.

Um texto a mais

Depois de acompanhar a evolução dos mapas pêla história da Cartografia e ver o quanto a tecnologia nos auxilia na elaboração e na leitura de mapas, conhecer características relacionadas ao mapa tátil amplia ainda mais nossa percepção de como a sociedade vem evoluindo nos aspectos inclusivos. Conheça mais sôbre o tema no texto a seguir.

A cartografia tátil é um ramo específico da Cartografia, que se ocupa da confecção de mapas e outros produtos cartográficos que possam ser lidos por pessoas cegas ou com baixa visão. Desta fórma, os mapas táteis, principais produtos da cartografia tátil, são representações gráficas em textura e relêvo, que servem para orientação e localização de lugares e objetos às pessoas com deficiência visual. Eles também são utilizados para a disseminação da informação espacial, ou seja, para o ensino de Geografia e História, permitindo que o deficiente visual amplie sua percepção de mundo; portanto, são valiosos instrumentos de inclusão social. reticências

Os mapas e gráficos táteis tanto podem funcionar como recursos educativos, como facilitadores de mobilidade em edifícios públicos de grande circulação, como nos terminais rodoviários, metroviários, aeroviários, nos shopping centers, nos campi universitários, e também em centros urbanos. Para se tornarem uma realidade em nosso país é preciso o engajamento dos segmentos citados. reticências

reticências

, Ruth E. N. Cartografia Tátil: mapas para deficientes visuais. Portal de Cartografia das Geociências. Londrina, volume 1, número 1, 2008. página 35.

Atividades

Faça as atividades no caderno.

Organizando os conhecimentos

  1. Explique a função e a importância da escala em um mapa.
  2. De que fórmas a escala cartográfica pode ser indicada?
  3. Qual a relação entre a escala usada em um mapa e o detalhamento das informações representadas nele?
  4. Represente as proporções a seguir.
    1. Na escala gráfica: 1 centímetro na representação corresponde a 100 quilômetros na realidade.
    2. Na escala numérica: 1 centímetro na representação corresponde a 25 000 centímetros na realidade.
  5. Tanto o planisfério quanto o globo terrestre são representações cartográficas do planeta Terra. Identifique a principal diferença entre eles.

Aprofundando os conhecimentos

  1. Observe o mapa e responda às questões.
    1. Identifique o tipo de escala utilizada no mapa.
    2. Verifique, neste mapa, o valor que 1 centímetro equivale em quilômetros na realidade.
    3. Calcule a distância real, em linha reta, entre as cidades de:
    • Salvador e Barreiras;
    • Juazeiro e Vitória da Conquista.
Versão adaptada acessível
  1. Observe o mapa e responda às questões.
    1. Identifique o tipo de escala utilizada no mapa.
    2. Verifique nesse mapa o valor que 1 centímetro equivale em quilômetros na realidade.
    3. Junte-se a um colega e calculem a distância real, em linha reta, entre as cidades de:· Salvador e Barreiras;· Juazeiro e Vitória da Conquista.
Orientação para acessibilidade

6. a) Resposta: Escala gráfica.

6. b) Resposta: Cada centímetro equivale a 120 quilômetros.

6. c) Resposta: Salvador e Barreiras: 715 quilômetros; Juazeiro e Vitória da Conquista: 620 quilômetros.

6. c) Professor, professora: A atividade 6, item c, envolve medições em um mapa, portanto organize os alunos em duplas, de modo que eles executem a atividade e troquem ideias sobre os procedimentos necessários para realizar as medições e cálculos que envolvem escalas.

Estado da Bahia (2018)

Mapa. Estado da Bahia (2018), com destaque para a Bahia, com a capital: Salvador e as cidades: Juazeiro, Irecê, Barreiras, Vitória da Conquista e Ilhéus. As cidades de Salvador e Barreiras possuem 5,95 centímetros de distância no mapa. Juazeiro e Vitória da Conquista possuem 5,17 centímetros de distância no mapa. No canto inferior esquerdo, mapa de localização destacando a região descrita. No canto inferior direito, a rosa dos ventos e a escala gráfica: 120 quilômetros por centímetro.

Fonte de pesquisa: ATLAS geográfico escolar. oitava edição Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página 90.

Respostas e comentários

1. Resposta: A escala indica a medida que cada centímetro da imagem corresponde na realidade (geralmente, em metros ou quilômetros). Com a escala podemos calcular o tamanho real dos espaços, elementos e distâncias entre eles.

2. Resposta: pêla escala gráfica e escala numérica.

3. Resposta: Quanto maior a área que representamos, menor será o detalhamento da imagem, ou seja, podemos observar apenas os elementos maiores.

4. a)

Escala gráfica. 100 quilômetros por centímetros.

4. b) Resposta: 1 : 25 000

5. Resposta: O planisfério representa o planeta Terra em uma superfície plana, enquanto o globo terrestre é uma representação em miniatura do nosso planeta em formato esférico.

6. a) Resposta: Escala gráfica.

6. b) Resposta: Cada centímetro equivale a 120 quilômetros.

6. c) Resposta: Salvador e Barreiras 715 quilômetros; Juazeiro e Vitória da Conquista 620 quilômetros.

Para auxiliar na compreensão e no aprendizado dos alunos, leve para a sala de aula um planisfério grande e mostre-lhes os elementos que compõem o mapa, relembrando os saberes relacionados à alfabetização cartográfica. Lembre-se de que, ao falarmos de escala para os alunos, é importante que eles compreendam a necessidade de fazer a relação entre o real e o desenho do mapa e que, usando-a, é possível calcular distâncias. Peça-lhes que localizem a escala no mapa e que a utilizem para auxiliar no feedback das questões. Sugira a êles um passeio pêlo planisfério utilizando a escala. Oriente-os a escolher três locais no mundo e a calcular as distâncias que percorrerão. A partida será de Brasília, a capital do nosso país. Para isso, os alunos deverão utilizar régua, lápis e papel. Ao analisar o mapa-múndi e sua escala, é possível ver e calcular distâncias lineares. Quanto maior for a área representada, menor será a escala cartográfica, a fim de que seja possível representar todo o espaço. Para que isso seja possível, a quantidade de detalhes é bem menor.

Algo a mais

A revista Nova Escola publicou uma reportagem sôbre a história dos mapas e a sua função social.

Leia o texto no enderêço: https://oeds.link/EmrSDS (acesso em: 30 julho 2022). Ao fim da reportagem, existe um exercício de comparação entre um mapa antigo e um atual, que você poderá realizar com os alunos em sala de aula.

A questão 6 proposta nesta página desenvolve a habilidade ê éfe zero seis gê ê zero oito, pois trata do cálculo de escala.

Sugestão de avaliação

Aproveite a questão 6 para retomar os conteúdos do capítulo, verificando se os alunos entenderam os conceitos. Uma sugestão é apresentar o mapa em preto e branco e pedir a êles que apliquem convenções e símbolos, como côres para cada estado, símbolos, caso queiram representar aeroportos ou outros elementos que considerarem importantes.

Glossário

Braile
: código de escrita com pontos em alto-relêvo que possibilita a leitura por meio do tato da ponta dos dedos.
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