CAPÍTULO 12 Fatores do clima

Os climas são influenciados por diferentes fatores, como a altitude, a latitude, as correntes marítimas, a continentalidade e a maritimidade. Vamos estudar cada um deles a seguir.

Altitude

Existe uma interdependência entre relêvo e clima, pois, à medida que a altitude aumenta, a temperatura tende a diminuir. De maneira geral, a cada 100 metros a mais de altitude, a temperatura do ar diminui cêrca de 0,6 °C. Isso explica o fato de, mesmo em regiões de clima quente, existirem áreas de elevada altitude cobertas de neve.

A foto dessa página mostra a paisagem do monte Quilimanjaro com o cume nevado. êsse monte é um dos pontos mais altos da África, com .5892 metros de altitude. O Quilimanjaro localiza-se na Tanzânia, perto da fronteira com o Quênia, país do Léste da África, na região equatorial da Terra. Nessa parte do continente africano predomina o clima tropical.

Fotografia. No primeiro plano, árvores. Ao fundo, montanha com o topo coberto por neve. O céu está azul.
Monte Quilimanjaro, na fronteira dos países Tanzânia e Quênia, em 2021.
Respostas e comentários

Objetivos do capítulo

  • Caracterizar os principais fatores que influenciam os climas da Terra: altitude, latitude, maritimidade e continentalidade, correntes marítimas.
  • Conhecer o que são blocos-diagramas.
  • Compreender como ocorre o aquecimento do planeta pêla radiação solar.
  • Compreender como as massas de ar atuam nos climas da Terra.
  • Verificar como o clima pode interferir na vida em sociedade e nas atividades econômicas.

Justificativas

No decorrer das páginas dêste capítulo, os alunos terão oportunidade de compreender os principais fatores que influenciam os climas da Terra, de modo a perceber sua dinâmica no cotidiano e relacioná-la a outras partes do globo. Neste estudo, êles poderão desenvolver aspectos da habilidade ê éfe zero seis gê ê zero nove.

êles também serão levados a perceber como o clima está presente no modo de vida das pessoas, por exemplo, na prática de atividades econômicas, na construção de moradias etcétera Neste estudo, será possível explorar as habilidades ê éfe zero seis gê ê zero dois, ê éfe zero seis gê ê um zero e ê éfe zero seis gê ê um um.

Ao iniciar o capítulo 12, leve para a sala de aula os mapas-múndi do relêvo e do clima e coloque-os um ao lado do outro. Peça aos alunos que verifiquem o mapa de clima e pergunte a êles por que existe clima frio de montanha em regiões de zona intertropical. Auxilie-os a perceber em quais continentes êles estão localizados. Depois dessa análise, chame a atenção deles para o mapa de relêvo e peça-lhes que encontrem as regiões onde êsse clima está localizado e analisem a altitude de cada relêvo. Por fim, explique à turma que a altitude influencia a temperatura do lugar, portanto, quanto mais alto é o relêvo, mais frio é o ambiente.

O aquecimento do ar atmosférico

Para entender o motivo da formação de neve em áreas de elevada altitude em um lugar de clima quente, veja o esquema desta página, êle mostra como ocorre o aquecimento do ar atmosférico.

Aquecimento do ar atmosférico

Esquema. Área com morro e área plana. No céu o sol, de onde parte uma seta em direção ao chão, indicada como: 100 por cento da radiação solar. No corpo da seta, as seguintes informações: 50 por cento é absorvida pela superfície; outra seta parte para o céu, 20 por cento é absorvida pela atmosfera; 25 por cento é refletida pelas nuvens; outra seta menor volta para o céu, 5 por cento é refletida pela superfície. Do solo parte uma seta sinuosa com a informação: reemissão de energia solar pela superfície.
Paisagem localizada no município de Quixadá, Ceará, em 2015.

Fontes de pesquisa: márchal, Bruce. The real world. Lôndon: Houghton Miffin, 1991. página 22. cristóferson, róbert W. Geossistemas: uma introdução à geografia física. sétima edição Pôrto Alegre: búkman, 2012. página 97.

A maior parte da energia dos raios solares é absorvida pêla superfície terrestre. Apenas uma pequena parte do calor absorvido pêla superfície é emitida de volta para a atmosfera, aquecendo os gases que a compõem e elevando a temperatura do ar. Como há um acúmulo de gases próximo à superfície terrestre, êles se aquecem mais e tornam a temperatura mais alta nessa camada. Já nas partes mais elevadas da atmosfera, a concentração de gases é menor. Dessa fórma, o aquecimento do ar nessa camada também é menor. Isso explica por que as partes mais altas do relêvo geralmente são mais frias.

Agora, converse com os colegas sôbre a questão a seguir.

De acôrdo com o esquema do aquecimento atmosférico, o que acontece com a maior parte da radiação solar que chega à Terra?

Respostas e comentários

Resposta do boxe O aquecimento do ar atmosférico nas orientações ao professor.

Um texto a mais

No estudo sôbre o aquecimento do ar atmosférico, leia o texto a seguir, que trata do albedo.

Em têrmus gerais, o albedo (têrmu que deriva do latim “albedus” a partir de “albus” = branco) é a medida da quantidade de radiação solar refletida por um corpo ou uma superfície, sendo calculado como a razão entre a quantidade de radiação refletida e a quantidade de radiação recebida. Em têrmus geográficos, o albedo representa a relação entre a quantidade de luz refletida pêla superfície terrestre e a quantidade de luz recebida do Sol, afetando diretamente a temperatura de equilíbrio da Terra. O efeito estufa, pêlo aprisionamento da radiação infravermelha, baixa o albedo da Terra causando o aquecimento global. Esta relação que o albedo representa varia fortemente com o tipo de materiais existentes à superfície: por exemplo, em regiões cobertas por neve, o albedo ultrapassa os 80%, enquanto num solo escuro, não vai além dos 10%. Na sua globalidade, o albedo médio da Terra é de cêrca de 37%. O albedo varia também com a inclinação (ou obliquidade) dos raios solares  quanto maior essa inclinação, maior será o albedo.

reticências

MUDANÇAS climáticas globais. Centro de Ciências Computacionais, 2018. Disponível em: https://oeds.link/EIPS1s. Acesso em: 11 maio 2022.

Resposta

A maior parte da radiação solar é absorvida pêla superfície terrestre.

Geografia em representações

Bloco-diagrama e a influência do clima e da altitude na vegetação

Bloco-diagrama é uma representação gráfica, na visão oblíqua, que permite visualizar três dimensões: altura, largura e profundidade. Sendo assim, quando um bloco-diagrama representa uma parte da superfície terrestre, por exemplo, é possível visualizar aspectos do relêvo do terreno, como sua fórmae altitude.

Vamos tomar como exemplo um bloco-diagrama que representa algumas características da Mata Atlântica. Essa formação é a parte da floresta Tropical localizada em uma faixa de terras ao longo do litoral brasileiro, onde há uma significativa variação de altitude.

A variação na temperatura do ar, de acôrdo com a altitude do relêvo, também influencia as características da vegetação que se desenvolve em determinado lugar. A interdependência entre esses três elementos naturais, vegetação, clima e altitude, pode ser observada em diferentes paisagens.

Esquema. Parte de uma montanha coberta por vegetação, com a indicação de Altitude (em metros). Do chão até o ponto mais alto estão os níveis assinalados com letras: A. 0; B. 500; C. 1000; D. 1500.
Respostas e comentários

Objetivos

  • Compreender o que é um bloco-diagrama.
  • Desenvolver habilidade de ler e interpretar bloco-diagrama, a fim de obter informações dêsse tipo de representação em diferentes temáticas e situações em que for necessário.

  • Ao iniciar o tema Bloco-diagrama e a influência do clima e da altitude na vegetação, explique aos alunos que o clima e a vegetação têm uma relação bastante direta. Nesse sentido, em áreas onde o clima é mais frio e sêco, poderá ser predominante a presença de espécies vegetais esparsas, ao passo que em zonas quentes e úmidas, como as regiões tropicais, as formações florestais podem estar mais presentes.
  • O conteúdo apresentado nas páginas 150 e 151 contempla a habilidade ê éfe zero seis gê ê zero nove ao destacar a análise de blocos-diagramas na representação dos elementos e estruturas da superfície terrestre.
  • Incentive os alunos a analisar a influência do clima e da altitude na vegetação. Para isso, reúna-os em quatro grupos e proponha que busquem informações a respeito da vegetação de altitude dos Andes, do Himalaia, das Montanhas Rochosas e dos Alpes. A pesquisa pode ser feita em livros, revistas e na internet. Comente com os alunos que êles podem desenhar e ou ou colar imagens. Os resultados serão demonstrados por meio de cartazes produzidos pelos grupos e, depois, apresentados para os colegas. Garanta que todos respeitem as opiniões dos colegas, sabendo ouvir, conversar e aceitar as diferenças.

Clique no play e acompanhe a reprodução do Áudio.

Transcrição do áudio

 [Locutor]  Sons da Mata Atlântica  [Locutor] [tom de voz alegre e tranquilo] Ouça os sons e imagine quanta vida existe nessa floresta. Estamos na Mata Atlântica, um dos biomas com maior variedade de animais e formações vegetais do mundo!  [Locutor] [tom de voz tranquilo] Os biomas são grandes regiões que possuem aspectos parecidos de vida vegetal e animal, além de clima, relevo e tipos de solo característicos. O Brasil possui seis biomas: Amazônia, Cerrado, Caatinga, Pampa, Pantanal e Mata Atlântica, que vamos conhecer neste áudio.    [Locutor] [tom de voz tranquilo e sério] O som de uma cidade pode parecer estranho quando falamos de biomas, mas as paisagens urbanas podem, por exemplo, estar inseridas no bioma da Mata Atlântica. Isso porque cerca de 70% da população brasileira vive no território da Mata Atlântica, que ocupava originalmente a maior parte da costa, desde o Rio Grande do Norte até o Rio Grande do Sul.    [Locutor] [tom de voz tranquilo] Mesmo nas cidades, podemos encontrar áreas onde a Mata Atlântica está conservada. Várias cidades brasileiras, como São Paulo, Rio de Janeiro, Natal e Maceió, possuem importantes áreas de preservação da Mata Atlântica.  [Locutor] [tom de voz alegre e tranquilo] Percorrer a Mata Atlântica, até mesmo um pequeno trecho dela, rende uma variedade de experiências sensoriais.  [Locutor] [tom de voz alegre e tranquilo] De acordo com pesquisa do Museu de Zoologia da USP, são mais de oitocentas espécies de aves catalogadas na Mata Atlântica. Pássaros que vão de um minúsculo beija-flor...  ... ao majestoso urubu-rei, que pode chegar a dois metros de envergadura, medindo suas asas abertas de ponta a ponta.  [Locutor] [tom de voz alegre e tranquilo] Segundo levantamento publicado na revista Ecology and Evolution, há mais de quinhentas espécies de anfíbios na Mata Atlântica, que também apresentam uma grande variedade de tamanhos e cores.  [Locutor] [tom de voz tranquilo] A Mata Atlântica é hábitat de cerca de duzentas espécies de répteis, como cobras e lagartos, de acordo com dados do Ministério do Meio Ambiente.  [Locutor] [tom de voz tranquilo] Este bioma também é o abrigo de diversos mamíferos, tais como tatus, macacos, onças e tamanduás, entre tantos outros.  [Locutor] [tom de voz tranquilo] Além da vida, os sons da Mata Atlântica incluem o correr das águas. Escutamos as cachoeiras e os rios, que abrigam mais de trezentos tipos de peixes, segundo dados do Ministério do Meio Ambiente.  [Locutor] [tom de voz surpreso e alegre] Estrondosos trovões e rajadas de vento anunciam a chuva, bastante frequente na Mata Atlântica. É justamente essa grande quantidade de umidade que possibilita tanta diversidade e quantidade de vida. Inclusive a vida em várias cidades, que são abastecidas com  água das nascentes e rios da Mata Atlântica.  [Locutor] [tom de voz tranquilo e alegre] Juntamente com os animais, a flora nativa da Mata Atlântica também apresenta muita diversidade. As espécies variam desde árvores de grande porte, que podem ultrapassar doze metros de comprimento, até plantas menores, com flores delicadas, coloridas e perfumadas, como bromélias, begônias e orquídeas.   [Locutor] [tom de voz sério] Apesar de possuir tanta riqueza de vida, a Mata Atlântica é o bioma mais devastado do Brasil.  [Locutor] [tom de voz sério] Isso acontece desde o período colonial, com a exploração do pau-brasil, uma árvore típica da Mata Atlântica que foi extraída em larga escala. Hoje, é tão difícil encontrar um pau-brasil que a espécie está ameaçada de extinção.   [Locutor] [tom de voz sério] Originalmente, a Mata Atlântica preservada ocupava em torno de 15% do território brasileiro. Porém, após tantos ciclos econômicos e com a ocupação histórica da costa, restam apenas cerca de 12% da floresta original.    [Locutor] [tom de voz tranquilo] Atualmente, existem equipes de pesquisa e organizações governamentais e não governamentais que se dedicam a estudar a Mata Atlântica, conhecer sua fauna e sua flora e buscar a melhor maneira de conciliar a conservação da floresta com as ações humanas.   As unidades de conservação, que são áreas criadas para proteger os biomas, são fundamentais para proteger a riqueza natural, as águas e demais recursos indispensáveis para a manutenção da vida de todas as espécies, inclusive a humana.  [Locutor]  Todos os áudios inseridos neste conteúdo são da Freesound e da Incompetech.   

D.

Acima de 1 500 metros

Por volta dos 1 800 metros, surgem os campos de altitude, áreas de mata baixa e pequenas porções de mato isolado, com arbustos de tamanhos variados. Desenvolvem-se também gramíneas e outras espécies herbáceas. Nesses locais, em razão da existência de solos mais rasos e com menos nutrientes, predomina a vegetação rasteira. Já não se veem árvores de grande porte.

Fotografia. Morros rochosos cobertos por vegetação.
Serra do Corvo Branco, em Urubici, Santa Catarina, em 2021.

C.

De .1100 metros a .1500 metros

Nessa altitude, as temperaturas são mais baixas. A vegetação já começa a mudar. Desenvolve-se maior número de arbustos de pequeno porte. Por estar situada no nível das nuvens, essa área permanece muito úmida, o que favorece o desenvolvimento de bromélias, samambaias e liquens.

Fotografia. Vista de cima. Uma floresta densa.
Mata Atlântica, em Linhares, Espírito Santo, em 2021.

B.

De 500 metros a .1100 metros

Até aproximadamente 800 metros de altitude ainda se desenvolvem árvores de grande porte. Nessas áreas, é marcante a presença de serrapilheira, uma camada de folhas, frutos e galhos caídos das árvores que cobrem o solo.

Fotografia. Diversas árvores em solo coberto de folhas secas.
Serrapilheira em área de Mata Atlântica no estado de São Paulo, em 2019.

A.

De 0 a 500 metros

Nas partes mais baixas dos terrenos, existem inúmeros cursos de água. A intensa umidade favorece o desenvolvimento de uma vegetação abundante, rica e com diversidade de espécies, composta de árvores de grande porte, como a figueira, o cedro e a maçaranduba, além de muitas epífitas.

Fotografia. Um riacho com rochas e muitas árvores nas margens.
Paisagem com riacho, na Serra do Mar de São Paulo, em 2021.

Fonte de pesquisa: RAVAZZANI, Carlos; FAGNANI, José Paulo; córh, Zig. Mata Atlântica: atlantic rain forest. Curitiba: Edibran, 1995. página 5-25

Respostas e comentários
  • Trabalhe com os alunos a possibilidade de deslizamentos de terra ocorrerem quando há uma vertente com inclinação elevada e solos rasos, principalmente se forem instáveis, com maior presença de compostos arenosos.
  • Explique a êles que essa situação é propícia para que êles ocorram, principalmente se há excesso de água, o que deixa o solo saturado. A vegetação é um ponto favorável para promover a estabilidade do solo e das vertentes, bem como para proteger o solo da ação direta da água das chuvas.
  • Faça um desenho no quadro explicando a importância das raízes na prevenção de deslizamentos.
  • Comente também sôbre os problemas ocasionados quando a vegetação natural é retirada para a construção de casas. O relêvo íngreme relacionado às casas que não têm alicerce é uma combinação perfeita para que ocorram deslizamentos.
  • Explique aos alunos que muitas pessoas não têm condições financeiras para adquirir um terreno em espaços adequados e regulares, por isso, constroem suas casas em encostas de morros.

Atividade a mais

  • Confeccione blocos-diagramas do relêvo com os alunos. Os materiais necessários são: mapa topográfico, isopor, cortador de isopor, cola branca, massa corrida para modelar o relêvo sôbre as curvas de nível, tintas de côres diversas, canetão preto permanente, croqui e imagem do lugar. Escolha um mapa topográfico, se possível, de um lugar conhecido pelos alunos. Recorte o isopor conforme as curvas de nível do lugar escolhido, cortando-o da maior curva de nível para a menor. Em seguida, empilhe os pedaços de isopor de acôrdo com o mapa topográfico, formando, assim, as curvas de nível em 3D. Na sequência, passe a massa corrida e espere secar.
  • Confira mais informações sôbre esta atividade no artigo Blocos-diagramas e sua aplicação para o estudo do relêvo, de Victor Ventura da Luz e Luana Rampinelli Quaresma, publicado no 14º ENPEG. Disponível em: https://oeds.link/BG2qK0. Acesso em: 11 maio 2022.

Latitude

As regiões de baixa latitude ficam próximo à linha do Equador e compõem a zona intertropical. Nessas regiões, os raios solares incidem de fórma perpendicular sôbre a superfície terrestre, ocasionando temperaturas bastante elevadas. Em decorrência dessas temperaturas, há maior evaporação das águas, favorecendo a formação de nuvens densas e a ocorrência de chuvas regularmente.

Nas zonas temperadas do sul e do norte, os raios solares incidem de maneira inclinada e menos intensa, ocasionando temperaturas mais baixas nessas áreas.

Já nas zonas polares, que são áreas de elevada latitude, a incidência de radiação solar é bem menor, pois ocorre de modo muito inclinado. Isso torna as temperaturas muito baixas durante todo o ano e provoca precipitações na fórma de neve e gêlo.

Maritimidade e continentalidade

O efeito da maritimidade ocorre nas áreas mais próximas de oceanos e mares. O calor absorvido pêlas águas durante o dia é liberado lentamente ao longo da noite. Por isso, as regiões litorâneas não apresentam grandes amplitudes térmicasglossário entre o dia e a noite.

O efeito da continentalidade é o contrário do efeito da maritimidade, pois, diferentemente dos oceanos e mares, as terras localizadas no interior do continente tendem a liberar rapidamente, à noite, o calor acumulado durante o dia. Por isso, nas áreas continentais mais distantes do litoral, ocorre rápido aquecimento durante o dia e resfriamento brusco à noite.

Fotografia. Vista aérea. Vias com carros na encosta de uma praia. À esquerda há prédios. E acima, ilustração de um termômetro com as informações: entre 28,6 graus Celsius e 21,3 graus Celsius. A amplitude térmica é de 7,3 graus Celsius.
Vitória, Espírito Santo, em 2018. A cidade apresenta amplitude térmica de aproximadamente 7,3 grauscélsius.
Fotografia. Vista aérea. Casas e prédios com algumas árvores entre as construções. Acima, ilustração de um termômetro com as informações: entre 33 graus Celsius e 21,4 graus Celsius. A amplitude térmica é de 11,6 graus Celsius.
Cuiabá, Mato Grosso, em 2020. A cidade apresenta amplitude térmica de aproximadamente 11,6 grauscélsius.
Respostas e comentários
  • Inicie a aula com o podcast sôbre latitude, maritimidade e continentalidade. Primeiro, apresente aos alunos a parte da latitude e pergunte a êles qual é a diferença entre baixa e alta e o que são as médias latitudes. Relembre-os de que êsse assunto já foi introduzido no início da unidade 4. Antes de continuar a ouvir o podcast, pergunte-lhes a que remetem os têrmus maritimidade e continentalidade: mar e continente. Deixe que ouçam o restante do podcast. Pergunte onde ocorre a maritimidade e, na sequência, em que lugar acontece a continentalidade. Verifique se êles conseguiram entender a principal diferença entre elas. Certifique-se de que tenham compreendido o que é amplitude térmica. Geografia Lúdica. Latitude, Continentalidade e Maritimidade. êncor, 6 maio 2021. Disponível em: https://oeds.link/reKgdz. Acesso em: 11 maio 2022.
  • Se achar necessário, faça uma leitura dinâmica da página e depois coloque o podcast para tocar novamente.

Um texto a mais

No estudo sôbre a relação entre clima e latitude, complemente as explicações do conteúdo com a leitura do texto a seguir, que destaca como a chegada do verão provoca mudanças nas paisagens tropicais em nosso país.

reticências O verão se instala, com chuvas, dias longos e todos os zumbidos, que o calor dos trópicos consegue esconder entre o colorido das flores e a meia-luz dos finais de tarde. É a estação de besouros, abelhas e vespas, mas também de todas as variações de mosquitos e moscas. Menos vento e alta umidade no ar tornam os dias pesados e a fauna menos sensível, escondida à sombra durante as horas mais quentes. No Nordeste e no extremo Norte do país, a sêca se prolonga até o início do próximo ano, tirando da vegetação toda a energia e refletindo a ausência de água no acinzentado da paisagem. Nos lavrados de Roraima, campos naturais sôbre solos pobres, recobertos com capim nativo ralo, é grande o risco de fogo [...].

Djón, Liana. Reinado do Sol. Globo Rural, São Paulo, ano 17, número 194, dezembro 2001. página 3.

Correntes marítimas

As correntes marítimas influenciam a temperatura e a umidade dos ventos atmosféricos que circulam sôbre os oceanos. As correntes quentes, por exemplo, tendem a tornar o ar atmosférico mais úmido e mais quente. Já com as correntes frias ocorre o contrário: elas deixam o ar mais frio e mais sêco.

Veja no mapa desta página a direção das principais correntes marítimas.

Correntes marítimas

Mapa-múndi. Correntes marítimas. 
Correntes quentes: No Oceano Pacífico, na costa oeste da América, Corrente do Pacífico Norte; Corrente Norte Equatorial, indicado com a letra A; Corrente Sul Equatorial; No Oceano Atlântico, Corrente do Atlântico Norte; Corrente das Guianas; Corrente do Brasil; No Oceano Índico, Corrente de Madagascar; Corrente Sul; Corrente das Monções. No Oceano Pacífico na costa leste da Ásia e Oceania, Corrente do Japão; Corrente Norte; Corrente Sul; Corrente da Austrália. 
Correntes frias: No Oceano Pacífico, na costa oeste da América, Corrente da Califórnia; Corrente do Peru ou de Humboldt; No Oceano Atlântico, Corrente das Canárias; Corrente do Laabrador; Corrente da Groenlândia; Corrente de Benguela, indicado com a letra B; No Oceano Glacial Antártico, Corrente da Antártida; No Oceano Índico, Corrente Oeste; No Oceano Pacífico na costa leste da Ásia e Oceania, Corrente de Oya-Sivo. No canto superior direito, rosa dos ventos e no canto inferior esquerdo, a escala: 2045 quilômetros por centímetro.

Fonte de pesquisa: REFERENCE atlas of the world. nona edição Lôndon: dórlin quínderslei, 2013. página vinte-vinte e um.

A.

De modo geral, as correntes marítimas quentes originam-se nas zonas intertropicais e se deslocam em direção às zonas polares.

B.

Já as correntes frias têm origem nas zonas polares e seguem na direção da região equatorial.

Questão 1.

O litoral oeste da América do Sul é atingido por uma corrente marítima que dificulta a formação de chuvas na região e torna o clima mais sêco, originando áreas de desertos.

  1. A qual corrente marítima o texto se refere?
  2. Qual é sua característica de temperatura?
Respostas e comentários

Questão 1. a) Resposta: O texto se refere à corrente marítima do Peru ou de rrambolti.

Questão 1. b) Resposta: Ela é uma corrente fria.

  • Ao trabalhar o conteúdo sôbre as Correntes marítimas, explique aos alunos que algumas correntes marítimas podem influenciar a economia de certos países. O desenvolvimento da atividade pesqueira no Peru, por exemplo, um dos maiores produtores mundiais de pescado, beneficia-se das águas frias trazidas pêla Corrente de rrambolti.
  • A passagem dessa corrente próximo à costa peruana leva muitos nutrientes em suas águas, atraindo os grandes cardumes, que são aproveitados pêla indústria pesqueira daquele país.

Um texto a mais

Explique aos alunos que o El Niño é um fenômeno climático que ocorre nos oceanos e que, de tempos em tempos, modifica a dinâmica das correntes marítimas.

O El Niño é um fenômeno oceânico caracterizado pêlo aquecimento incomum das águas superficiais nas porções central e Léste do oceano Pacífico, nas proximidades da América do Sul, mais particularmente na costa do Peru. A corrente de água quente que ali circula reticências somente recebe o nome de El Niño quando reticênciasatinge proporções elevadas (1 grauscélsius) ou muito elevadas (de 4 grauscélsius a 6 grauscélsius) acima da média térmica, que é de 23 grauscélsius.

reticências

Por afetar a dinâmica climática em escala global, a ocorrência do fenômeno prova bruscas alterações climáticas no mundo, com impactos generalizados sôbre as atividades humanas, gerados por inúmeras catástrofes ligadas a severas sêcas, inundações e ciclones.

Seu efeito mais imediato é notado pêla queda brutal da produtividade da pesca e do guano na costa do Peru, devido a uma busca de redução da quantidade de fitoplânctons trazidos para a superfície pêla água ressurgente do fundo oceânico e pêla corrente de rrambolti. Estes alimentam os cardumes de anchovas da região e, quando ocorre o bloqueio térmico, os cardumes afastam-se da região por um período de 18 meses reticências.

MENDONÇA, Francisco; DANNI-OLIVEIRA, Inês Moreira. Climatologia: noções básicas e climas do Brasil. São Paulo: Oficina de Textos, 2007.

Massas de ar

As massas de ar influenciam a dinâmica do clima porque são grandes quantidades de ar com características semelhantes, como pressão, temperatura e umidade.

As massas de ar que se formam nas zonas intertropicais são quentes, e as que se formam nas zonas polares são mais frias. Já as massas de ar que se originam nos continentes tendem a ser mais sêcas, e as que se originam nos oceanos, mais úmidas. São exceções as massas de ar originadas sôbre áreas equatoriais, como a floresta Amazônica, que são úmidas em decorrência da presença de umidade liberada pêla vegetação densa das florestas.

A chegada de uma massa de ar pode trazer mudanças rápidas no tempo atmosférico de determinado lugar. Um município que esteja sob a influência de uma massa de ar tropical continental, por exemplo, apresentará temperaturas elevadas e poucas chuvas. No entanto, com a chegada de uma massa de ar polar, o tempo dêsse município apresentará quedas de temperaturas.

Observe as imagens a seguir e descreva as diferenças quanto ao posicionamento das massas de ar ao sul do continente.

16:00mil seiscentos reais horas do dia 10/02/2022

Fotografia. Imagem de satélite em preto e branco. Destaque para a América do Sul com nuvens no sul e sudeste, indicado pela letra A.

16:00mil seiscentos reais horas do dia 11/02/2022

Fotografia. Imagem de satélite em preto e branco. Destaque para a América do Sul com nuvens na região sul e região central, indicado pela letra A.

A.

Massa de ar polar.

As imagens de satélite mostram o deslocamento de uma massa de ar polar na América do Sul, nos dias 10 e 11 de fevereiro de 2022.

Respostas e comentários

Um texto a mais

Leia o texto a seguir, sôbre as massas de ar. êle contém informações que podem ser trabalhadas com os alunos, como as características delas.

O estado do tempo no dia a dia em um determinado local é consequência das características do ar prevalecente, ou seja, da massa de ar ou da interação de duas ou mais massas de ar. Os tipos de tempo, dentro de uma massa de ar, fria ou quente, úmida ou sêca, depende da temperatura, da umidade relativa e da sua estrutura. Estes elementos serão alterados pêlas condições locais, mas tendem a manter as características originais daquela da massa de ar. Quando uma massa de ar se afasta da sua região de origem, as suas características serão modificadas, mas as mudanças resultantes nos tipos de tempos são graduais no espaço e no tempo. Quando uma massa de ar dá lugar a outra em uma região, o tempo pode mudar abruptamente, às vezes com ventos violentos de velocidade elevadas, como acontece nas passagens de um sistema frontal.

As massas de ar podem ser definidas como um corpo de ar com milhares de quilômetros de diâmetro e com características uniformes. As massas de ar são grandes células de ar na troposfera, por isso na circulação secundária.

Dentro dessas células há uma uniformidade na temperatura e na umidade relativa, e uma gradativa variação na pressão a partir de um centro ciclônico ou anticiclônico. reticências

BORSATO, Victor da Assunção; MENDONÇA, Francisco de Assis. Participação da massa polar atlântica na dinâmica dos sistemas atmosféricos no Centro Sul do Brasil. Mêrcator, Fortaleza, volume 14, número 1, janeiro/abril 2015. Disponível em: https://oeds.link/4mLmv8. Acesso em: 11 maio 2022. página 116.

Resposta

Analisando as imagens, é possível notar que as massas de ar avançaram com mais densidade pêla América do Sul no dia 11 de fevereiro de 2022 em comparação ao dia anterior. Nota-se que as massas avançaram com mais densidade do oceano Atlântico em direção à Argentina e também dentro do território brasileiro em direção à região Norte do país.

Atividades

Faça as atividades no caderno.

Organizando os conhecimentos

  1. Explique como acontece a incidência dos raios solares nas zonas de baixa latitude, chamadas intertropicais. Qual a relação dessa incidência solar com a temperatura?
  2. Parte dos ventos que atingem o litoral Léste do continente africano é influenciada por uma corrente marítima.
    1. Identifique no mapa da página 153 que corrente é essa.
    2. Essa corrente é quente ou fria?
    3. De que maneira essa corrente marítima influencia o clima do litoral Lésteafricano?

Aprofundando os conhecimentos

  1. Imagine que você fará uma viagem para o litoral de Santa Catarina. De acôrdo com a previsão do tempo, uma massa de ar polar se movimenta sôbre êsse estado, como vemos na imagem de satélite.
  • Identifique que características essa massa de ar poderá trazer para o tempo atmosférico do seu destino. Que tipo de roupa você deve levar na mala?

4. Reúna-se com três colegas e pesquisem em livros, revistas e na internet as montanhas nevadas localizadas em regiões tropicais, como o monte Quilimanjaro, na África. Investiguem informações de temperatura e altitude, por exemplo. Depois, cada integrante do grupo deve elaborar um texto no caderno. Explique, nele, como pode haver neve no tôpo dessas montanhas localizadas em regiões de clima quente.

14:00mil quatrocentos reais horas do dia 01/03/2022

Fotografia. Imagem de satélite em preto e branco. Destaque para a América do Sul com nuvens na região centro-leste e sudeste.
Massa de ar polar na América do Sul, às 14 horas do dia 1º de março de 2022.
Respostas e comentários

1. Resposta: A luz solar incide de maneira perpendicular sôbre a superfície terrestre nas zonas intertropicais. Essa incidência provoca temperaturas bastante elevadas.

2. a) Resposta: A corrente marítima de Madagascar.

2. b) Resposta: É uma corrente marítima quente.

2. c) Resposta: Essa corrente leva ventos quentes e úmidos ao litoral africano.

3. Resposta pessoal. Possível resposta: O tempo atmosférico se tornará mais frio e na mala deverá haver roupas apropriadas para baixas temperaturas.

4. Resposta: Verifique os resultados encontrados e se os alunos justificaram a presença de neve em razão da relação entre a altitude e a temperatura. Quanto maior a altitude, menor a temperatura, mesmo em regiões de clima mais quente, como as de clima tropical.

  • Caso considere interessante, sugira aos alunos que realizem em duplas as atividades da página.
  • É possível sugerir a êles que respondam à atividade 1 por meio de desenho.
  • A atividade 4 explora aspectos da Competência específica de Geografia 1, uma vez que permite aos alunos utilizar conhecimentos geográficos para tentar solucionar problemas, como é o caso da arrumação da mala de acôrdo com o tempo atmosférico conferido pêlo aluno.
  • Aproveite a atividade 4 para avaliar o aprendizado dos alunos sôbre as massas de ar e as condições do tempo atmosférico, pois se trata de um assunto vivenciado no dia a dia deles.

Glossário

Amplitude térmica
: diferença entre a temperatura máxima e a temperatura mínima de um local em determinado período de tempo.
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