CAPÍTULO 4 Brasil: aspectos físicos

Em razão da grande extensão territorial, o Brasil apresenta uma enorme variedade de aspectos naturais, também chamados aspectos físicos, como diferentes tipos de clima, fórmas de relêvo e formações vegetais.

O relêvo brasileiro

O relêvo brasileiro não apresenta altitudes tão elevadas como as que ocorrem nas montanhas mais altas do planeta. Entre as maiores altitudes existentes no território brasileiro estão o Pico da Neblina, com .2995 metros, localizado no estado do Amazonas; e o Pico da Bandeira, com .2891 metros, no estado de Minas Gerais.

O geógrafo Jurandir Luciano Sanches Rós estudou diversos aspectos do relêvo brasileiro, como suas fórmas, tipos de rocha e processos de formação. Com base nesse estudo, êle propôs, em 1996, uma classificação para o território brasileiro em três grandes unidades de relêvo: planaltos, planícies e depressões. Observe o mapa.

Unidades do relêvo brasileiro (Classificação de Jurandir L. S. Rós)

Mapa. Unidades do relevo brasileiro (Classificação de Jurandyr L. S. Ross). 
Planaltos: em maior concentração no Centro-oeste, Sudeste e Sul, com uma grande área no Nordeste e áreas menores no Norte. Com: 1 - Planalto da Amazônia oriental; 2 - Planaltos e chapadas da bacia do Parnaíba; 3 - Planaltos e chapadas da bacia do Paraná; 4 - Planaltos e chapada dos Parecis; 5 - Planaltos residuais norte-amazônicos; 6 - Planaltos residuais sul-amazônicos; 7 - Planaltos e serras do Atlântico leste-sudeste; 8 - Planaltos e serras de Goiás-Minas;  9 - Serras residuais do Alto Paraguai: 10 - Planalto da Borborema; 11 - Planalto sul-rio-grandense. Depressões: em maior quantidade na Região Norte e Nordeste, com áreas dispersas no Centro-oeste, Sudeste e Sul. Com: 12 - Depressão da Amazônia ocidental; 13 - Depressão marginal norte-amazônica; 14 - Depressão marginal sul-amazônica; 15 - Depressão do Araguaia; 16 - Depressão cuiabana; 
17 - Depressão do Alto Paraguai-Guaporé; 18 - Depressão do Miranda; 19 - Depressão sertaneja e do São Francisco; 20 - Depressão do Tocantins; 21 - Depressão periférica da borda leste da bacia do Paraná; 22 - Depressão periférica sul-rio-grandense. Planícies:  região ao redor de rios no Amazonas, litoral do Pará, norte e litoral do Rio de Janeiro, oeste da região Centro-oeste. Com: 23 - Planície do rio Amazonas; 24 - Planície do rio Araguaia; 25 - Planície e pantanal do rio Guaporé; 26 - Planície e Pantanal mato-grossense; 27 - Planície da lagoa dos Patos e Mirim; 28 - Planícies e tabuleiros litorâneos. Há rios por todo o território do país. No canto inferior esquerdo, mapa de localização, planisfério destacando a região descrita. No canto inferior direito, a rosa dos ventos e a escala: 480 quilômetros por centímetro.

Fonte de pesquisa: Rós, Jurandir L. S. (organizador). Geografia do Brasil. sexta edição São Paulo: êduspi, 2019. página 53.

Planalto

No Brasil, as áreas de planalto ocupam a maior parte das regiões Sul e Sudeste do território nacional. Essas áreas de altitudes variáveis, em geral acima de 800 metros, apresentam superfícies irregulares desgastadas pêla erosão. êsse processo de desgaste é intenso e supera a ocorrência de acúmulo de sedimentos. Entre os planaltos brasileiros estão a chapada Diamantina e o planalto Sul-Rio-Grandense.

Fotografia. Vista aérea. Morros cobertos por vegetação com uma fenda profunda entre eles.
Paisagem de planalto no município de Urubici, Santa Catarina, em 2021.

Planície

As planícies são relevos basicamente planos e com altitude relativamente baixa, não ultrapassando 200 metros. Elas são formadas pêla deposição de sedimentos provenientes de áreas com maiores altitudes. A planície do rio Amazonas e a planície do rio Araguaia são algumas das localizadas no território brasileiro.

Fotografia. Vista aérea. Curso de um rio sinuoso entre uma floresta densa.
Paisagem de planície no município de Poconé, Mato Grosso, em 2021.
Depressão

As depressões são áreas mais baixas que as de seu entôrno. No Brasil, as depressões são do tipo relativa, ou seja, estão localizadas acima do nível do mar. As depressões Sertaneja, Amazônica e do São Francisco são alguns exemplos de depressões do território brasileiro.

Fotografia. Vista aérea. Região com vegetação rasteira e áreas repletas de árvores. Ao fundo, terreno mais elevado.
Paisagem de relêvo de depressão no município de Torrinha, São Paulo, em 2021.

A rede hidrográfica brasileira

Os rios e os lagos presentes em determinada área da superfície terrestre formam o que denominamos rede hidrográfica.

O Brasil é o país que apresenta uma das mais abundantes redes hidrográficas do mundo. Parte de seus rios é aproveitada das mais variadas maneiras, como navegação e geração de energia elétrica, além da irrigação de plantações e do abastecimento de cidades.

O Conselho Nacional de Recursos Hídricos (), órgão vinculado ao govêrno Federal, divide a hidrografia brasileira em 12 regiões hidrográficas. O mapa a seguir mostra a localização e a área dessas regiões hidrográficas no território brasileiro.

Regiões hidrográficas do Brasil (2018)

Mapa. Regiões hidrográficas do Brasil (2018). Região Amazônica: ocupando a Região Norte, e norte do Mato Grosso. Região Tocantins-Araguaia: área leste do Pará, Tocantins, leste do Mato Grosso e norte de Goiás. Região Atlântico Nordeste Ocidental: norte do Maranhão. Região Parnaíba: Piauí e sudeste do Maranhão. Região Atlântico Nordeste Oriental: Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, norte e leste de Pernambuco e leste do Alagoas. Região São Francisco: sul de Pernambuco, oeste de Alagoas, norte de Sergipe, oeste da Bahia, e centro-norte de Minas Gerais. Região Atlântico Leste: sul de Sergipe, leste da Bahia, nordeste de Minas Gerais e norte do Espírito Santo. Região Atlântico Sudeste: Espírito Santo, leste de Minas Gerais, Rio de Janeiro, costa leste de São Paulo e nordeste do Paraná. Região Paraguai: sul do Mato Grosso e oeste do Mato Grosso do Sul. Região Paraná: sul de Goiás, de Minas Gerais, leste do Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná e norte de Santa Catarina. Região Uruguai: sul e centro de Santa Catarina e oeste do Rio Grande do Sul. Região Atlântico Sul: leste do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. No canto inferior direito, mapa de localização, planisfério destacando a região descrita, a rosa dos ventos e a escala: 30 quilômetros por centímetro.

Fonte de pesquisa: ATLAS geográfico escolar. oitava edição Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página 105.

Questão 1.

Observe o mapa e identifique o nome de qual ou quais r faz ou fazem parte da unidade federativa onde você mora.

O Amazonas é o maior rio do mundo, tanto em extensão como em volume de água. Seu curso tem início com o derretimento de neve da cordilheira dos Andes. Após atravessar a floresta Amazônica, êle desemboca no oceano Atlântico, no litoral do estado do Pará.

Fotografia. Vista aérea. Trecho de um rio largo com embarcações e vegetação rasteira nas margens.
Trecho do rio Amazonas na fronteira do Brasil e Peru, em 2020.

Climas do Brasil

Quais são as características do clima na região onde você mora? Durante a maior parte do ano faz calor ou frio? Converse com os colegas sôbre essas questões.

A maior parte do território brasileiro está localizada entre a linha do Equador e o Trópico de Capricórnio, nas baixas e médias latitudes, onde predominam os climas tropical e equatorial. climas caracterizam-se por elevadas temperaturas durante grande parte do ano. No sul do território brasileiro, porém, predomina o clima subtropical, que apresenta temperaturas mais amenas.

O mapa a seguir mostra os climas que predominam no território brasileiro.

Climas brasileiros

Mapa. Climas brasileiros. Equatorial: Acre, Amazonas, Roraima, Amapá, Pará, Rondônia, oeste do Maranhão e norte do Mato Grosso. Tropical típico: extremo sul de Rondônia, sul e leste do Mato Grosso, Maranhão, Tocantins, Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, centro-norte de São Paulo, norte do Paraná, centro-sul da Bahia, Piauí, norte e leste do Ceará. Tropical úmido: nordeste de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, litoral da Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte. 
Semiárido: leste do Piauí, norte da Bahia, sul do Ceará, oeste do Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas e Sergipe. Subtropical: sul do Mato Grosso do Sul e de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. No canto inferior direito, mapa de localização, planisfério destacando a região descrita. No canto inferior esquerdo, a rosa dos ventos e a escala: 465 quilômetros por centímetro.

Fonte de pesquisa: , Ercília tôrres. Climatologia fácil. São Paulo: Oficina de Textos, 2012. página 18.

Ícone ‘Atividade oral’.

Questão 2.

De acôrdo com o mapa, qual é o clima predominante na unidade federativa onde você vive?

Ícone ‘Atividade oral’.

Questão 3.

Qual tipo de clima predomina no litoral Léste do território brasileiro?

Ícone ‘Atividade oral’.

Questão 4.

qual ou quais tipo ou tipos de clima na maior parte do território brasileiro?

Clima equatorial

Ocorre em grande parte da Região Norte do país. Em razão da grande incidência de raios solares na região equatorial, êsse clima apresenta elevadas temperaturas durante praticamente o ano todo, com médias de 27 graus Célsius a 28 graus Célsius. A elevada umidade liberada pêla floresta Amazônica provoca chuvas abundantes. Em média, chove .2300 milímetros ao ano, podendo chegar a até .3500 milímetros.

Localização do clima equatorial

Mapa. Localização do clima equatorial: Acre, Amazonas, Roraima, Amapá, Pará, Rondônia, oeste do Maranhão e norte do Mato Grosso. No canto inferior esquerdo, a rosa dos ventos e no canto direito, a escala: 1090 quilômetros por centímetro.

Clima semiárido

êsse tipo de clima ocorre no interior da Região Nordeste do país. Caracteriza-se por altas temperaturas, com média de 26 graus Célsius durante o ano todo, e chuvas concentradas em poucos meses do ano, com longos períodos de estiagem. A média de precipitação é de 500 milímetros ao ano.

Localização do clima semiárido

Mapa. Localização do clima semiárido: leste do Piauí, norte da Bahia, sudoeste do Ceará, oeste do Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas e Sergipe. No canto inferior esquerdo, a rosa dos ventos e no canto direito, a escala: 1090 quilômetros por centímetro.
Clima tropical úmido

Clima predominante nas áreas litorâneas do Brasil. Apresenta temperatura média de 24 graus Célsius e chuvas abundantes ao longo do ano, aproximadamente .1800 milímetros. O clima tropical úmido recebe forte influência das massas de ar equatorial e tropical (ambas quentes e úmidas), porém as temperaturas tendem a ser mais amenas durante o inverno por conta da atuação da massa de ar polar.

Localização do clima tropical úmido

Mapa. Localização do clima tropical úmido: nordeste de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, litoral da Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte. No canto inferior esquerdo, a rosa dos ventos e no canto direito, a escala: 1090 quilômetros por centímetro.
Clima tropical típico

Clima predominante em grande parte da região central do país. Caracteriza-se por temperaturas elevadas ao longo do ano, com médias de 24 graus Célsius, chuvas abundantes no verão e estiagem no inverno, com média de precipitação de .1500 milímetros ao ano.

Localização do clima tropical típico

Mapa. Localização do clima tropical típico,: extremo sul de Rondônia, sul e leste do Mato Grosso, Maranhão, Tocantins, Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, centro-norte de São Paulo, norte do Paraná, centro-sul da Bahia, Piauí, norte e leste do Ceará. No canto inferior esquerdo, a rosa dos ventos e no canto direito, a escala: 1090 quilômetros por centímetro.
Clima subtropical

Clima atuante em grande parte da Região Sul do país. Apresenta verões quentes e chuvas bem distribuídas durante o ano, com uma média de precipitação de .1500 milímetros. Durante o inverno, em razão da influência de massas de ar frias provenientes de médias e elevadas latitudes, as temperaturas registradas são mais amenas, com médias em tôrno de 18 graus Célsius. Em algumas áreas de clima subtropical, registra-se a ocorrência de geadas e neve nos períodos de inverno.

Localização do clima subtropical

Mapa. Localização do clima subtropical: sul do Mato Grosso do Sul e de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. No canto inferior esquerdo, a rosa dos ventos e no canto direito, a escala: 1090 quilômetros por centímetro.

Fonte de pesquisa dos mapas: , Ercília tôrres. Climatologia fácil. São Paulo: Oficina de Textos, 2012. p. 18.

As formações vegetais brasileiras

A vegetação é o elemento natural que melhor expressa as características físicas de um lugar, pois recebe influência do clima e do relêvo, entre outros elementos naturais, como o tipo de solo e a disponibilidade de água.

O mapa a seguir mostra as áreas nativas de cada uma dessas formações vegetais.

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Transcrição do áudio

 [Apresentador] PAISAGENS NATURAIS DO BRASIL    [Apresentadora] [tom de voz animado] Olá, ouvintes. Meu nome é Paula e uma das atividades de que mais gosto é fazer trilhas na natureza. Junto com o meu amigo Diego, que está comigo neste podcast, já percorremos todos os seis biomas brasileiros.  [Apresentador] [tom de voz animado] Olá, meus amigos ouvintes. Paula, estou muito animado em conversar com você sobre as principais características das paisagens naturais do Brasil, seus problemas ambientais e as estratégias para a conservação dos seis biomas brasileiros. Vamos começar pelo maior deles?   [Apresentadora] [tom de voz animado] Vamos, sim!    [Apresentador] [tom de voz explicativo] O maior dos seis biomas brasileiros é a Amazônia, localizada na região Norte, e em partes dos estados do Maranhão e do Mato Grosso. Conta para a gente, Paula, como é a vegetação desse bioma.  [Apresentadora] [tom de voz explicativo] Claro, Diego. A vegetação amazônica é conhecida pela sua exuberância. Nas proximidades dos rios, temos espécies adaptadas a ambientes que permanecem inundados o ano inteiro. Conforme nos afastamos dos cursos d'água, encontramos árvores altas, recobertas por folhas largas.  [Apresentador] [tom de voz explicativo] As árvores são mesmo muito altas! Quando visitamos a Amazônia, ouvi muitos agricultores dizendo que o solo da região é pouco fértil. Mas, para manter uma floresta tão grandiosa assim, as árvores não precisam de um solo fértil?  [Apresentadora] [tom de voz explicativo] Então, na verdade, o solo amazônico é, em média, pouco fértil quando a vegetação é retirada. No entanto, com a floresta em pé, ocorre a decomposição e a reciclagem da matéria orgânica, que se acumula na superfície do solo. Lembro de ver o solo coberto por folhas e troncos de árvore em decomposição. Esse solo orgânico é muito rico em nutrientes, o que explica tanta diversidade florestal na Amazônia. Com o desmatamento e as queimadas, a tendência é que o solo desse bioma fique cada vez mais empobrecido.  [Apresentador] [tom de voz explicativo] Bem lembrado! Atividades como a agricultura itinerante e a pecuária são as principais responsáveis pelo desmatamento na Amazônia. Nas últimas décadas, o desmatamento tem se intensificado com o avanço do plantio da soja.   [Apresentador] [tom de voz explicativo] Nosso próximo bioma é o Cerrado, típico da porção central do Brasil. Ele se estende pelos estados da região Centro-Oeste e por parte das regiões Nordeste e Sudeste.   [Apresentadora] [tom de voz explicativo] A vegetação do Cerrado é composta geralmente por árvores de porte baixo, espaçadas entre si. No entanto, a paisagem do Cerrado muda bastante de acordo com a área. É comum encontrar, por exemplo, uma vegetação mais densa ou até mesmo poucos arbustos em meio a uma vegetação mais rasteira. Os arbustos têm troncos retorcidos, com uma casca grossa.   [Apresentador] [tom de voz curioso] Esses troncos retorcidos é o que mais guardo na memória sobre a paisagem do Cerrado. Por que eles são assim, Paula?  [Apresentadora] [tom de voz explicativo] Isso tem a ver com a elevada acidez e quantidade de alumínio dos solos desse bioma que, aliás, são pobres em nutrientes. Apesar disso, não se enganem: trata-se de um bioma muito rico em espécies animais e vegetais.   [Apresentador] [tom de voz explicativo] É comum a ocorrência de incêndios naturais no Cerrado, causados por raios ou pelo calor. Por isso, as plantas mantêm suas partes vitais embaixo da terra para se protegerem do fogo.Esse fogo natural faz parte da reciclagem dos nutrientes, mas os incêndios causados pelo ser humano para abrir novas áreas para a agropecuária alteram os ciclos naturais e degradam o Cerrado.    [Apresentadora] [tom de voz explicativo] Na região Nordeste, temos o bioma Caatinga, caracterizado pelos longos períodos de seca.  [Apresentador] [tom de voz explicativo] A vegetação desse bioma possui xerófitas, um termo usado para plantas adaptadas às condições de pouca água. Um exemplo são as cactáceas, capazes de armazenar água em seus tecidos para suportar os períodos de seca.  A vegetação da Caatinga constitui-se por espécies de porte herbáceo e arbustivo, e árvores são encontradas em áreas mais úmidas. Durante os meses sem chuva, as plantas perdem suas folhas, ficando com um aspecto esbranquiçado.   [Apresentadora] [tom de voz explicativo] Esse é, aliás, o significado do nome caatinga – mata branca. No entanto, o período de chuva muda a paisagem, que fica com o predomínio da cor verde.  O solo desse bioma é raso, pedregoso e arenoso. Em alguns locais, apresenta baixa fertilidade.   [Apresentador] [tom de voz explicativo] A Caatinga tem uma fauna diversa, com muitas espécies que só ocorrem nesse bioma. É, no entanto, ameaçado pela pecuária bovina, caprina e ovina e pela extração descontrolada de lenha.   [Apresentadora] [tom de voz explicativo] Na maior parte da faixa litorânea do Brasil, do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul, temos a Mata Atlântica, que também se estende mais para o interior nas regiões Sudeste e Sul do país.  [Apresentador] [tom de voz explicativo] Essa grande variação na distribuição espacial garante a esse bioma uma grande diversidade de espécies animais e vegetais, pois a vegetação muda com o relevo e o clima. A Mata Atlântica ocorre em planícies litorâneas, em escarpas, em morros, serras e em muitas outras formas de relevo.   [Apresentador] [tom de voz explicativo] Atualmente, uma parcela pequena da Mata Atlântica ainda resta de pé. Esse bioma foi historicamente degradado pela urbanização, que ocorreu predominantemente ao longo da costa brasileira, e por atividades econômicas como a agricultura e o extrativismo vegetal.   [Apresentadora] [tom de voz explicativo] Indo para o extremo sul do país, temos o bioma Pampa. Conta para a gente as características dele, Diego.  [Apresentador] [tom de voz explicativo] Os Pampas são um bioma com vegetação rasteira, composta basicamente por capins e gramíneas, onde quase não encontramos árvores. O relevo é quase plano, com algumas ondulações. Por conta dessas características, essa área é muito utilizada para a prática da pecuária bovina.  [Apresentadora] [tom de voz explicativo] A degradação do solo pampiano pelo gado, com a retirada da cobertura vegetal em solos arenosos, forma bancos de areias e torna o solo inútil para a agropecuária.  [Apresentador] [tom de voz explicativo] Chegamos ao último bioma deste podcast, o Pantanal, localizado no extremo oeste dos estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. O Pantanal é a maior planície inundável do mundo!  [Apresentadora] [tom de voz explicativo] Durante seis meses do ano, a paisagem pantaneira alaga por conta da cheia dos rios, alterando o modo de vida das espécies animais e vegetais. O período de cheia depende das chuvas que ocorrem nas áreas mais altas, em porções de Amazônia e de Cerrado.   [Apresentador] [tom de voz explicativo] Com a remoção da vegetação da cabeceira dos rios, causada pela expansão de atividades agrícolas e da pecuária, o ciclo das águas tem sido alterado, reduzindo o período de cheias e causando seca no Pantanal.  [Apresentadora] [tom de voz explicativo] A degradação do Cerrado, de onde vem a maior parte dos rios do Pantanal, tem intensificado as secas e piorado o efeito de queimadas criminosas, que têm colocado em risco as ricas fauna e flora desse bioma.    [Apresentador] [tom de voz explicativo] Os biomas brasileiros estão cada vez mais ameaçados com a expansão de atividades econômicas. A pecuária extensiva, as culturas da soja e do trigo, a extração de madeira, o garimpo e a urbanização são algumas das atividades responsáveis pela degradação deles.  [Apresentadora] [tom de voz explicativo] A fim de combater a degradação e preservar os biomas brasileiros, temos o Sistema Nacional de Unidades de Conservação, o SNUC, que define áreas protegidas onde a utilização dos recursos naturais é limitada.  [Apresentador] [tom de voz explicativo] Essas áreas, bem como as Terras Indígenas, são locais onde os biomas devem ficar protegidos de alterações antrópicas. Por isso, é importante garantir a permanência desses espaços para salvaguardar nossa riqueza ambiental.  [Apresentadora] [tom de voz animado] Com esse importante recado sobre a proteção dos nossos biomas, nosso podcast chegou ao fim. Espero que vocês tenham gostado de conhecer as paisagens naturais do Brasil.   [Apresentador] [tom de voz animado] Até, mais, ouvintes.   [Apresentadora] [tom de voz animado] Tchau!    [Apresentador]  Todos os áudios inseridos neste conteúdo são da Freesound e da Incompetech.   

Vegetação original do Brasil

Mapa. Vegetação original do Brasil. Floresta Amazônica: Acre, Amazonas, Pará, Rondônia, oeste e sul de Roraima, norte e sudoeste do Mato Grosso, oeste do Amapá e noroeste do Tocantins. Mata Atlântica: região próxima à costa do Rio Grande do Norte até o Rio Grande do Sul, leste e sudoeste de Minas Gerais, centro-sul de Goiás, leste e oeste de São Paulo, leste do Mato Grosso do Sul, norte do Paraná, leste de Santa Catarina, leste e porção no sul do Rio Grande do Sul. Mata de Araucárias: área central da Região Sul. Cerrado: leste de Roraima, extremo norte e área no sudoeste do Pará, área no sul do Amazonas, faixa no sul de Rondônia, centro-sul do Mato Grosso, centro-leste do Mato Grosso do Sul, Goiás, Tocantins, sul do Maranhão, centro e sudoeste do Piauí, oeste da Bahia e de Minas Gerais, faixa no centro de São Paulo. Caatinga: Ceará, Rio Grande do Norte,  Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia e norte de Minas Gerais. Pantanal: sul do Mato Grosso e oeste do Mato Grosso do Sul. Formação litorânea: toda a faixa costeira do Amapá ao Rio Grande do Sul. Campos: faixa próxima a costa do Amapá, área ao norte do Pará e do Maranhão, área no sul de Minas Gerais, e do Mato Grosso do Sul, áreas no leste do Paraná, sudeste de Santa Catarina e nordeste, oeste e sul do Rio Grande do Sul. Mata dos Cocais: área no norte do Maranhão e do Piauí. No canto inferior direito, mapa de localização, planisfério destacando a região descrita. À esquerda, rosa dos ventos e a escala: 445 quilômetros por centímetro.

Fonte de pesquisa: SIMIELLI, Maria Elena. Geoatlas. trigésima quarta edição São Paulo: Ática, 2013. página 120.

Questão 5.

Com base no mapa, identifique as coberturas vegetais que ocupavam originalmente a unidade federativa onde você mora.

Floresta Amazônica

Apresenta vegetação geralmente densa, formada por árvores de pequeno, médio e grande portes, que se desenvolvem principalmente em razão do clima quente e úmido.

Fotografia. Vista aérea. Curso de um rio em meio a uma floresta densa.
Paisagem da floresta Amazônica no município de Marechal Thaumaturgo, Acre, em 2021.

Cerrado

Formação vegetal composta basicamente de pequenas árvores e arbustos com tronco e galhos retorcidos e casca grossa, além de muitas gramíneas e outras plantas rasteiras que recobrem o solo. Esse tipo de vegetação se desenvolveu, originalmente, nas regiões de clima quente, que apresentam uma estação mais sêca (de maio a setembro) e outra mais chuvosa (de outubro a abril).

Fotografia. Área coberta por vegetação rasteira com alguns arbustos. Ao fundo há um morro.
Paisagem de Cerrado no município de Alto Paraíso de Goiás, Goiás, em 2021.
Mata Atlântica

Floresta tropical com grande diversidade de espécies de plantas, como palmeiras, ipês e epífitasglossário . Originalmente, essa floresta ocupava principalmente áreas úmidas próximas ao rio Paraná e ao litoral, em serras e escarpasglossário .

Fotografia. Vista aérea. Floresta densa em uma encosta ao lado de pequeno trecho de mar. Há morros ao fundo.
Paisagem da Mata Atlântica em Paraty, Rio de Janeiro, em 2021.
Caatinga

Formação vegetal típica do Nordeste brasileiro. É composta de vegetação adaptada ao clima semiárido, quente e sêco, com temperaturas elevadas e chuvas escassas e mal distribuídas durante o ano.

Fotografia. Arbustos secos em área de terra. Ao centro há um cacto. No céu, nuvens.
Paisagem de Caatinga no município de Monteiro, Paraíba, em 2020.
Formações litorâneas

Ocupam a planície costeira e são compostas de vários tipos de vegetação, como manguezal, restinga e gramíneas. Os manguezais são formações arbustivas com muitas raízes que se desenvolvem nas áreas atingidas pêlas marés. As restingas, também arbustivas, podem ser encontradas em terrenos arenosos. As gramíneas e outras espécies rasteiras ocupam as áreas mais sêcas, como praias e dunas litorâneas.

Fotografia. Mangue cercado por árvores com raízes altas.
Paisagem de vegetação litorânea de mangue no município de Prado, Bahia, em 2021.
Mata de Araucárias

Caracteriza-se pêla presença de araucárias ou pinheiros-do-paraná, árvores de grande porte, de copa elevada, com folhas longas e pontiagudas. Essa formação vegetal também apresenta outras espécies, como imbuia e pinho.

Fotografia. Árvores altas com galhos curvados para cima onde há ramos em formato circular.
Paisagem de Mata de Araucárias no município de São José dos Pinhais, Paraná, em 2021.
Pantanal

Apresenta vegetação diversificada, com formações típicas de florestas, cerrados e campos. Essa vegetação desenvolve-se sôbre uma grande planície, por onde correm muitos rios extensos e volumosos.

Fotografia. Área alagada com vegetação rasteira e árvores ao fundo.
Paisagem de Pantanal no estado do Mato Grosso, em 2021.
Mata dos Cocais

Tipo de vegetação em que predominam palmeiras de grande porte, principalmente o babaçu, a carnaúba e o buriti. Desenvolve-se em áreas de transição entre a vegetação de Caatinga e de floresta Amazônica.

Fotografia. Vista de cima. Diversas palmeiras. Ao fundo, terreno elevado coberto por vegetação.
Paisagem de Mata dos Cocais no município de Barbalha, Ceará, em 2020.
Campos

Caracterizam-se pêla presença de vegetação rasteira, composta basicamente de gramíneas, que se desenvolve em diferentes tipos de clima. No extremo sul do Brasil, em áreas de clima um pouco mais frio, os campos crescem em colinas suavemente onduladas, denominadas regionalmente coxilhas, e, nas partes mais baixas, onde correm os rios, podem surgir as chamadas matas ciliares.

Fotografia. Campo amplo coberto por vegetação rasteira. Ao fundo, terreno elevado.
Paisagem de Campos no município de Quaraí, Rio Grande do Sul, em 2020.
Preservação da vegetação nativa

Ao longo dos últimos séculos, algumas formações vegetais naturais brasileiras vêm passando por uma intensa transformação em razão do processo de ocupação causado pêlo crescimento das cidades e pêlo aumento das áreas de lavouras e pastagens.

As formações vegetais mais alteradas encontram-se nas regiões densamente povoadas, ou seja, no Sudeste, no Nordeste e no Sul do Brasil. Um exemplo é a Mata Atlântica, que se estendia ao longo do litoral até áreas do interior do país e foi reduzida drasticamente, restando apenas alguns trechos preservados.

A ocupação mais efetiva do interior do país também vem devastando extensas áreas de vegetações naturais, como a vegetação do Cerrado e a Amazônia.

Observe, no mapa, as áreas onde ainda há vegetação original e aquelas alteradas pêla ação humana.

Vegetação e cobertura atual do Brasil (2015)

Mapa. Vegetação e cobertura atual do Brasil (2015). Floresta Amazônica: ocupando grande parte da Região Norte. Mata Atlântica: áreas pequenas dispersas no Nordeste, Sudeste, Sul e em menor incidência nos estados do Centro-oeste. Mata de Araucárias: pequena área no leste do Paraná, Santa Catarina e nordeste do Rio Grande do Sul. Cerrado: área entre Maranhão, Piauí, Tocantins, Bahia, Goiás, Minas Gerais e áreas dispersas no Norte e Centro-oeste. Caatinga: áreas dispersas no interior da Região Nordeste. Pantanal: oeste do Mato Grosso do Sul e sul do Mato Grosso. Formação litorânea: litoral no Pará, Maranhão, Ceará e norte do Rio Grande do Norte, pequena área no litoral do Espírito Santo, toda a costa de São Paulo e Paraná. Campos: área no sul de Minas Gerais, áreas no sul do Mato Grosso do Sul, sudeste de Santa Catarina, nordeste, centro e sul do Rio Grande do Sul. Mata dos Cocais: áreas no norte do Maranhão e no norte do Piauí. Áreas alteradas: presente em todo o território do país, em maior quantidade no sudeste, sul e nordeste. À direita, mapa de localização, planisfério destacando a região descrita. No canto inferior direito, rosa dos ventos e a escala: 340 quilômetros por centímetro.

Fonte de pesquisa: SIMIELLI, Maria Elena. Geoatlas. 35. edição São Paulo: Ática, 2019. página 121.

Leis para proteger as formações vegetais

Buscando combater a destruição das formações vegetais naturais do país, o govêrno federal criou uma legislação ambiental que define normas para o uso e a exploração econômica dos recursos naturais presentes no território brasileiro.

Para isso, criou Unidades de Conservação, ou seja, áreas delimitadas no território brasileiro e reconhecidas pêlo poder público (municipal, estadual ou federal) por apresentar características naturais relevantes que necessitam ser protegidas legalmente.

A Lei número 9.985, de 18 de julho de 2000, constitui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (isnuqui). De acôrdo com o ésse êne u cê, as Unidades de Conservação dividem-se em dois grupos. Vamos conhecer quais são êles na próxima página.

Unidades de Conservação de Proteção Integral

Nesse grupo, é permitido apenas o uso indireto dos recursos naturais, ou seja, aquele que não envolve consumo, coleta ou dano aos recursos naturais. Exemplos de atividades de uso indireto dos recursos naturais são recreação em contato com a natureza, turismo ecológico, pesquisa científica, educação e interpretação ambiental, entre outros.

As categorias de proteção integral são estação ecológica, reserva biológica, parque, monumento natural e refúgio de vida silvestre.

Fotografia. Vista de cima. Floresta densa com o curso de um rio sinuoso.
Paisagem da vegetação de Mata Atlântica na Estação Ecológica de Juréia, em Peruíbe, São Paulo, em 2021.
Unidades de Conservação de Uso Sustentável

São áreas que visam conciliar a conservação da natureza com o uso sustentável dos recursos naturais. Nesse grupo, atividades que envolvem coleta e uso dos recursos naturais são permitidas, desde que praticadas de fórma que a perenidade dos recursos ambientais renováveis e dos processos ecológicos esteja assegurada.

As categorias de uso sustentável são área de relevante interêsse ecológico, floresta nacional, reserva de fauna, reserva de desenvolvimento sustentável, reserva extrativista, área de proteção ambiental (Ápa) e reserva particular do patrimônio natural ().

Fotografia. Área de mar ao lado uma pequena praia com muitas árvores e vegetação próximas.
Área de manguezal na Reserva Extrativista Marinha de Cururupu, no Maranhão, em 2019.

Atividades

Faça as atividades no caderno.

Organizando os conhecimentos

  1. Escreva qual foi a proposta de classificação para o território brasileiro apresentada por Jurandir Luciano Sanches Rós.
  2. Observe o mapa da página 49 e identifique o clima predominante nas regiões Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste.
  3. Cite o nome de cinco formações vegetais existentes no território brasileiro.
  4. Copie, no caderno, a alternativa que apresenta onde está concentrada a maior parte das vegetações naturais mais alteradas do território brasileiro.
    1. Na porção Léste do país, uma região densamente povoada.
    2. Na porção oeste do país, uma região menos povoada.
    3. Na porção norte do país, na região da Floresta Amazônica.
    4. Na porção sul do país, especificamente na vegetação de campos.

Aprofundando os conhecimentos

5. Observe a foto a seguir.

Fotografia. Vista de cima. Uma ilha com vegetação densa e trecho de praia com uma construção e muros à direita.
Vista da Estação Ecológica, da Ilha do Mel, em 2019, no município de Paranaguá, Paraná.

Informações

  • Grupo: Proteção Integral.
  • Bioma: Mata Atlântica.
  • Área: 23 quilômetros quadrados
  • Nesta Estação Ecológica é permitido o uso indireto dos recursos naturais, que envolve, por exemplo, a visitação turística e a pesquisa científica.
    1. Com mais dois colegas, realize uma pesquisa sôbre uma Unidade de Conservação existente no município onde vivem ou mais próximo a êle. Para isso, busque informações no site do Instituto Socioambiental. Unidades de conservação no Brasil, disponível em: https://oeds.link/uU8cQ2. Acesso em: 21 julho 2022.

Façam um cartaz com as informações pesquisadas e apresentem aos demais colegas da sala. Durante a apresentação, comparem as informações apresentadas pelos alunos. Comparem, inclusive, com a Estação Ecológica da Ilha do Mel.

Glossário

Epífita
: planta que se desenvolve sôbre outro vegetal, sem retirar dele seu alimento.
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Escarpa
: terreno íngreme, geralmente localizado nas extremidades de fórmas de relêvo como serras e planaltos.
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