CAPÍTULO 18 A economia da América Latina

Ao longo do século dezenove, após ter conquistado a independência, grande parte dos países latino-americanos manteve a mesma estrutura econômica herdada do período colonial. Naquele período, a economia dêsses países era baseada na produção e exportação de gêneros agrícolas e minerais para os países colonizadores, situação que, de certa fórma, mantém-se até os dias de hoje.

Atividade mineradora

A mineração é uma atividade de grande importância econômica para vários países latino-americanos. Para alguns, como Venezuela, Chile e Bolívia, a atividade mineradora representa mais de 50% do total de suas exportações. Observe as informações.

Participação de produtos minerais nas exportações de alguns países latino-americanos (2020)

Países

%

Venezuela

94

Bolívia

61

Jamaica

72

Chile

53

Fonte de pesquisa: dáblio tê ó. Trade Profiles 2021. Disponível em: https://oeds.link/AzgyUH. Acesso em: 25 julho 2022.

De maneira geral, as exportações dêsses produtos minerais abastecem os grandes parques industriais dos países mais ricos. Na Divisão Internacional do Trabalho (díti), êsse modêlo econômico exportador de produtos primários coloca a América Latina na posição de fornecedora de matéria-prima às nações mais desenvolvidas e de compradora de produtos industrializados.

Fotografia. Uma mina com terreno escavado em formato arredondado com níveis variados e caminhões ao centro, na área mais profunda.
Área de mineração de cobre, no Peru, em 2021.

êsse fato contribui para dificultar o desenvolvimento industrial de muitos países latino-americanos e acaba por reforçar a dependência econômica e tecnológica em relação aos países desenvolvidos.

A América Latina possui grande diversidade de mine­rais e fontes energéticas, com países que se destacam mun­dialmente na produção dêsses recursos.

O Brasil, por exemplo, destaca-se na produção de ferro; o México, na produção de prata; o Chile, na produção de cobre; e a Venezuela, na exploração de petróleo. Veja o mapa.

Recursos minerais e energéticos da América Latina (2013)

Mapa. Recursos minerais e energéticos da América Latina (2013). México: cobre, ferro, prata, zinco, manganês, chumbo, petróleo, gás natural. Jamaica: bauxita. Suriname: bauxita. Guiana: bauxita. Venezuela: Petróleo, gás natural, ferro, ouro. Colômbia: ouro, petróleo, carvão. Equador: petróleo. Peru: prata, petróleo, cobre, estanho, ferro, ouro, zinco. Bolívia: estanho, gás natural, chumbo, zinco, ouro, ferro. Chile: cobre, ouro, prata, cobre, ferro, carvão. Argentina: petróleo, gás natural, chumbo, zinco. Paraguai: ferro. Brasil: manganês, bauxita, estanho, chumbo, ouro, prata, cobre, ferro, carvão, petróleo. À esquerda, mapa de localização, planisfério destacando a região descrita. No canto inferior direito, a rosa dos ventos e a escala: 970 quilômetros por centímetro.

Fonte de pesquisa: FERREIRA, Graça Maria Lemos. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição São Paulo: Moderna, 2019. página 71.

Questão 1.

Dê exemplos de recursos minerais e energéticos presentes no território brasileiro.

Transcrição do áudio

[Narrador] A mineração na Venezuela   [LOCUTOR E LOCUTORA] [tom de voz animado]  Olá, ouvintes!    [Locutora] [tom de voz indagativo e tranquilo] Vocês sabiam que muitos objetos que utilizamos no nosso cotidiano são feitos com recursos naturais encontrados nas rochas? Este podcast vai tratar da importância da mineração para a América Latina, com destaque para a Venezuela.   [Locutor] [tom de voz indagativo e explicativo] Juliana, quando olhei para os equipamentos eletrônicos e outros objetos do nosso estúdio, fiquei pensando sobre os recursos naturais necessários para produzir tudo o que usamos. Muitos recursos vêm da mineração, uma das atividades do setor primário da economia, do qual fazem parte, também, a agricultura, a pecuária, a pesca e o extrativismo vegetal.    [Locutora] [tom de voz explicativo] É, Pedro, a importância dos recursos minerais e de alguns outros produtos do setor primário é tão grande que eles recebem um nome especial: commodities. A palavra é de origem inglesa e significa "mercadoria", e serve, na verdade, para dar nome às matérias-primas que são produzidas ou extraídas em uma quantidade muito grande e com preços que variam de acordo com a procura e com a oferta no mercado mundial.     [Locutor] [tom de voz explicativo e indagativo] Ah, Juliana, me lembrei, inclusive, de algumas dessas commodities: soja, café, ferro, cana-de-açúcar, petróleo, milho... São produtos muito procurados e consumidos pelo mundo. Por causa disso, alguns países acabam vendendo grandes volumes de commodities, o que contribui para as exportações e, é claro, para a economia. Mas nossos ouvintes devem estar pensando: o que isso tem a ver com os países da América Latina?    [Locutora] [tom de voz explicativo] Então, Pedro, a extração e a venda de commodities sempre foram muito importantes para os países latino-americanos. No Brasil, por exemplo, a maior parte das exportações corresponde às commodities da agricultura, da pecuária e da mineração. Essa situação é diferente da que acontece em países mais desenvolvidos, nos quais a economia é mais diversificada, com maior participação de produtos industrializados.    [Locutor] [tom de voz explicativo] Do mesmo modo que no Brasil, os países vizinhos dependem bastante das commodities e de atividades do setor primário. Um caso bastante interessante é o da Venezuela, que possui uma das maiores reservas de gás natural e de petróleo do mundo. Além disso, outros recursos minerais, como ferro, bauxita, ouro e diamantes, por exemplo, também possuem jazidas com reservas significativas na Venezuela.     [Locutora] [tom de voz explicativo] Aliás, Pedro, essa importância da mineração na Venezuela tem um ótimo exemplo: o Arco Mineiro do Orinoco. Esse nome foi dado porque abrange a região do rio Orinoco, que corta o interior venezuelano e é rica em recursos minerais.    [Locutor] [tom de voz explicativo] Riqueza essa que foi considerada estratégica, Juliana. A Venezuela tem atravessado nos últimos anos uma crise econômica causada, em parte, pela instabilidade política e pelas oscilações no preço das commodities, principalmente o petróleo, considerado o produto mais importante da economia venezuelana. Para sair dessa situação ruim, o Arco Mineiro do Orinoco foi idealizado por volta de 2011 e começou a ser implantado em 2016, por um decreto presidencial. O projeto foi delimitado em uma área de 112 mil km², o que corresponde a 12% do território do país, uma área um pouco maior do que o estado de Pernambuco.     [Locutora] [tom de voz explicativo e reflexivo] Nesse território ocorrem alguns problemas, Pedro. O local de mineração abrange terras de povos indígenas, outras comunidades tradicionais e áreas de conservação da natureza. Além disso, o agravamento da situação econômica atraiu muita gente para praticar o garimpo, principalmente de ouro e diamantes, de forma irregular. O garimpo é uma forma de mineração feita de maneira mais simples, com poucas ferramentas, mas com rápida destruição de grandes áreas, pois é feita por muitas pessoas sem qualquer preocupação com o meio ambiente.   [Locutor] [tom de voz reflexivo e tranquilo] É realmente um cenário bastante preocupante, que tem chamado a atenção de entidades internacionais e da própria Venezuela. A mineração é uma atividade de grande impacto ambiental, que deve ser realizada de forma planejada, com muitos estudos, inclusive sobre os efeitos nas comunidades locais.   [Locutora] [tom de voz reflexivo e tranquilo] Bem lembrado, Pedro. Acredito que os nossos ouvintes entenderam a importância da mineração e conheceram o caso da Venezuela.    [LOCUTOR E LOCUTORA]  [tom de voz animado] Até mais, pessoal!   [Narrador] Todos os áudios inseridos neste conteúdo são da Incompetech.   

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O petróleo na Venezuela

A Venezuela, membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (ôpép), está entre os maiores produtores de petróleo do mundo. O país dispõe de grandes reservas e sua produção diária chega a aproximadamente 540 mil barris. Grande parte dessa produção é voltada para o mercado externo, o que torna a economia venezuelana muito dependente do petróleo, que responde por mais de 90% das exportações do país e aproximadamente metade da receita do govêrno. No entanto, se, por um lado, o petróleo sustenta a base da economia da Venezuela, por outro lado, êle a torna suscetível a suas oscilações de preço no mercado internacional. êsse é um dos fatores que ajuda a explicar a grave crise econômica que o país vem enfrentando nos últimos anos.

Agropecuária

Atualmente, a atividade agropecuária possui grande importância na economia dos países latino-americanos. Ela é responsável por empregar uma parcela expressiva da população economicamente ativa, gera uma parte significativa da riqueza produzida nesses países e ainda responde por um elevado volume de suas exportações.

A atividade agropecuária, que atualmente caracteriza marcantemente muitas das paisagens dos países onde é empregada, remonta ao processo de colonização implantado pelos europeus nessas regiões. Desde os primeiros séculos das colonizações portuguesa e espanhola, vastas áreas de terras foram transformadas em grandes lavouras monocultoras voltadas para a exportação. Eram as chamadas plantations, como as de cana-de-açúcar que os portugueses fixaram no litoral brasileiro.

êsse modêlo agroexportador se mantém até hoje em muitos países latino-americanos com economias apoiadas e dependentes da exportação de produtos agropecuários. No Brasil, por exemplo, a agropecuária responde por 39% do total das exportações e tem uma presença considerável na produção econômica do país, a qual tem sido impulsionada principalmente pêlo avanço dêsse setor no mercado externo (soja, milho, açúcar, algodão, carne bovina, suína e de aves).

A economia argentina, por sua vez, depende consideravelmente da produção de carne bovina, sobretudo na região dos Pampas, onde existem grandes fazendas de criação e engorda de gado, além de centenas de frigoríficos que processam a carne para o abastecimento dos mercados interno e externo. Outras economias latino-americanas são ainda mais dependentes do setor agroexportador. No Uruguai, por exemplo, a agropecuária representa 80% do total das exportações do país. êsse índice chega a 65% na economia do Paraguai e a 47% na Nicarágua.

Fotografia. Uma colheitadeira passando por uma plantação, com um duto despejando grãos em um trator com um grande reservatório.
Colheita de soja mecanizada no Paraguai, em 2019.

Os contrastes no espaço agrário

Na América Latina, a atividade agropecuária moderna coexiste com a tradicional, contribuindo para grandes contrastes tecnológicos.

Em diversos países, as atividades agrárias são desenvolvidas de fórma tradicional com técnicas rudimentares, como colheita e semeadura, realizadas de modo manual ou com o uso de tração animal. Nessas propriedades tradicionais, o uso de maquinários e insumos agrícolas é reduzido, o que geralmente resulta em baixa produtividade.

Em outros países, como Brasil, México e Argentina, encontram-se, em algumas áreas, propriedades agrícolas modernas, nas quais se utiliza uma tecnologia mais avançada no cultivo das lavouras, como maquinários modernos, sementes selecionadas e uso de fertilizantes.

Observe êsse contraste nas fotos a seguir.

Fotografia A. homem conduzindo um arado que é puxado por dois bois. Eles passam por uma pequena plantação. Ao fundo, árvores.
Agricultor preparando o solo com arado e tração animal, em La Grita, Venezuela, em 2020.
Fotografia B. Uma colheitadeira passando por uma vasta plantação.
Colheita de grãos realizada por máquinas, no município de Chapadão do Sul, Mato Grosso, em 2020.

De modo geral, a produção direcionada para a exportação é realizada em grandes e modernas propriedades monocultoras. Já a produção de gêneros agropecuários voltados para o abastecimento do mercado interno é praticada em pequenas e médias propriedades, normalmente de modo tradicional. Essas propriedades costumam praticar a policultura, ou seja, cultivam vários produtos agrícolas.

Questão 2.

Identifique qual das fotos anteriores retrata a atividade agrícola predominantemente voltada para a exportação e qual retrata a atividade predominantemente direcionada para o abastecimento interno.

Geografia em representações

Mapas econômicos – Espaço agrário e produção agropecuária

Os mapas econômicos são exemplos de mapas temáticos utilizados para mostrar aspectos como a distribuição da produção agrícola ou industrial, a exploração de jazidas minerais, a produção energética, as redes de transportes, a renda da população, os indicadores socioeconômicos da população etcétera

A representação a seguir é um exemplo de mapa econômico. êle mostra o uso do solo e a distribuição da atividade agropecuária nos países latino-americanos. Observe-o e depois responda às questões no caderno.

Uso da terra e principais cultivos na América Latina (2021)

Mapa. Uso da terra e principais cultivos na América Latina (2021). Uso da terra. Agricultura comercial: Belize, sul da Guatemala, El Salvador, Honduras, oeste da Nicarágua, leste da Costa Rica e sul do Panamá, norte da Venezuela, sudeste do Brasil, e nordeste da Argentina. Agropecuária de subsistência: sul do México, norte da Guatemala, sul de Belize, centro da Nicarágua, oeste da Costa Rica, oeste do Panamá, sul da Colômbia, faixa no centro do Peru, oeste da Bolívia, leste do Chile e oeste da Argentina, áreas no nordeste, sudeste e sul do Brasil. Pecuária extensiva: norte do México, centro da Venezuela, norte da Colômbia, centro da Bolívia, Paraguai e Uruguai, área no norte, centro e nordeste do Brasil e oeste da Argentina. Atividade extrativa: leste de Honduras, leste da Nicarágua, sul do Panamá, oeste da Venezuela, oeste da Guiana, sul do Suriname, toda a Guiana Francesa (França), centro e sul da Colômbia, oeste do Peru, áreas no centro e no norte da Bolívia, porção norte do Brasil e área no extremo sudoeste da Argentina. Deserto: costa oeste do Equador, Peru, e Chile. Principais produtos: Algodão, Arroz, Cacau, Café, Cana-de-açúcar, Borracha, Fruticultura, Madeira, Tabaco, Mandioca, Milho, Soja, Trigo, Bovinos, Suínos, Ovinos, Pesca. No canto superior direito, mapa de localização, planisfério destacando a região descrita. No canto inferior, a rosa dos ventos e a escala: 1105 quilômetros por centímetro.

Fontes de pesquisa: REFERENCE World Atlas. décima primeira edição Londres: dórlin , 2021. página 53. ATLAS national geographic: América do Norte e Central. São Paulo: Abril, 2008. volume 6. ATLAS national geographic: América do Sul. São Paulo: Abril, 2008. volume 1.

  1. De que maneira os diferentes tipos de produtos agrícolas e de criações estão representados?
  2. O que as côres do mapa mostram? De acôrdo com elas, o espaço agrário da América Latina apresenta predomínio de atividades extensivas ou comerciais?

3. Elabore um mapa econômico da América Latina utilizando as informações mais importantes dos mapas das páginas 193 e 196.

Observe, a seguir, outro exemplo de cartograma que mostra a importância da atividade agropecuária na economia dos países latino-americanos.

Exportação agropecuária dos países latino-americanos (2020)

Mapa. Exportação agropecuária dos países latino-americanos (2020). Participação da agricultura nas exportações totais do país (em porcentagem). Menos de 10 por cento: México. 10,1 a 25 por cento: República Dominicana, Venezuela, Guiana, Suriname, Panamá, Colômbia, Peru e Bolívia. 25,1 a 50 por cento: Guatemala, Nicarágua, Costa Rica, Chile e Brasil. Acima de 50,1 por cento: Equador, Paraguai, Argentina e Uruguai. Exportação agrícola em bilhões de dólares. de 0 a 1 bilhão: Panamá, Venezuela, Guiana, Suriname, Bolívia, Paraguai, Uruguai e República Dominicana. De 2 a 25 bilhões: Guatemala, Nicarágua, Costa Rica, Colômbia, Equador, Peru e Chile. De 26 a 50 bilhões: Argentina e México. Acima de 50 bilhões: Brasil.

Fonte de pesquisa: dáblio tê ó. Trade Profiles 2021. Disponível em: https://oeds.link/sl26o2. Acesso em: 25 julho 2022.

Representação cartográfica sem escala.

Versão adaptada acessível

3. Junte-se a um colega e elaborem um mapa econômico da América Latina. Para isso, utilizem as informações mais importantes dos mapas das páginas 193 e 196.

  1. Que informação está sendo representada pêlo tamanho das figuras geométricas dessa representação?
  2. De acôrdo com o tamanho das figuras representadas, cite os três maiores exportadores agropecuários da América Latina.
  3. O que as côres estão representando?
  4. De acôrdo com as côres utilizadas, quais economias da América Latina são as mais dependentes da exportação de produtos agropecuários?

Concentração fundiária e conflitos pêla terra

A concentração fundiária é uma característica marcante do espaço agrário da América Latina. Em vários países dessa região, poucos proprietários de terra são latifundiáriosglossário , ou seja, a maior parte deles é detentora de propriedades muito pequenas. De certa maneira, a concentração fundiária na América Latina é herança do período colonial. Como vimos, a economia colonial foi baseada na formação de grandes propriedades voltadas para a agricultura monocultora de exportação, as plantations, e para a pecuária.

Atualmente, a concentração fundiária na América Latina vem sendo mantida pêlas políticas agrárias, que, de certa fórma, não beneficiam os pequenos proprietários rurais. Elas favorecem o aumento da quantidade de grandes latifúndios onde se praticam lavouras monocultoras voltadas, principalmente, para a exportação. dêsse modo, muitos pequenos proprietários rurais passam por dificuldades para manter suas lavouras e se veem obrigados a vender suas terras e migrar para as cidades em busca de trabalho e melhores condições de vida.

A concentração fundiária também tem sido causa de diversos conflitos pêla posse de terras na América Latina.

Transcrição do áudio

[Narrador]Movimentos sociais na América Latina    [Apresentadora] Olá, ouvintes! Bem-vindos ao nosso podcast! Eu sou a Clara. Estamos aqui hoje com o Júlio para falarmos sobre movimentos sociais na América Latina.   [Apresentador]  Oi, Clara! Oi pessoal! Isso mesmo. Eu vou começar perguntando aos ouvintes se eles sabem o que significa essa expressão “movimentos sociais”. Clara, você poderia nos esclarecer sobre isso?     [Apresentadora] Sim! Podemos dizer que são uma forma de manifestação popular. Parte da sociedade está insatisfeita com uma determinada situação. Pode ser que alguns direitos não existam ou não estejam sendo cumpridos.  Geralmente, um grupo de pessoas vê a necessidade de alguma mudança social. Então fazem atos para alertar o restante da população para o problema. E cobrar das autoridades soluções. Muitas vezes, esses grupos já propõem ações para resolver a questão. Dependendo do que houver para ser resolvido, alguns começam a agir, na tentativa de construir uma solução.    [Apresentador]  No nosso país, e podemos dizer que em várias regiões do planeta, inclusive na América Latina, temos desigualdades em vários níveis: As oportunidades de trabalho, o acesso à cultura, à terra, à educação, à saúde... De forma simples: há pessoas que vivem com muito e outras que vivem com muito pouco, o que gera uma série de problemas sociais, que vão da violência à fome.    [Apresentadora] Realmente, a desigualdade é muito visível no nosso país. E muitas pessoas, a partir de necessidades e sentimento de indignação, se organizam para combater algumas dessas injustiças. Elas compartilham ideais e objetivos. Juntas, traçam estratégias de ação para aquele determinado grupo. Em linhas bem gerais, assim são formados os movimentos sociais.    [Apresentador]  Essa questão da desigualdade tem raízes históricas, e a luta para diminuí-la também.   [Apresentadora] Explique melhor, Júlio.  [Apresentador]  Devemos lembrar que a América Latina passou por um longo processo de colonização europeia. Isso nos coloca sobre um terreno comum: muitos desses problemas que vivemos hoje vêm de anos de exploração – seja das riquezas naturais, seja da população nativa.     [Apresentadora] Ah, sim! Não podemos esquecer que, no Brasil, existiam diversas etnias indígenas que habitavam a terra antes da invasão portuguesa.  [Apresentador]  Exatamente, Clara. Assim como nos outros países da América Latina, muitos indígenas foram removidos de suas terras durante a colonização. Além disso, tivemos no Brasil a escravidão. Nesse mesmo período colonial, havia uma elite que detinha todo o poder e uma massa de despossuídos. Isso aconteceu em várias regiões da América Latina.    [Apresentadora] Já que tocamos nesse assunto, vamos falar um pouco sobre os movimentos indígenas?  [Apresentador]  Eles são uma boa inspiração para entendermos o funcionamento dos movimentos sociais. Há muitos conflitos hoje que envolvem os processos de demarcação e controle das terras indígenas no Brasil.    [Apresentadora] E por que isso acontece?  [Apresentador]  São muitas as razões. Uma delas são as riquezas que existem abaixo da terra: muitos minerais. Para utilizá-los é preciso desmatar florestas. E para que isso aconteça, é preciso que povos indígenas não estejam ali, habitando a terra.    [Apresentadora] Entendo. Os povos indígenas acabam sendo vistos como “impedimento”, entre aspas, a uma determinada forma de desenvolvimento. São colocados em um lugar de atraso, o que gera uma série de preconceitos e opressões. Mas, na verdade, eles têm muita sabedoria. Suas formas de viver contribuem para a preservação da biodiversidade.    [Apresentador]  Você chegou a um ponto importante: os movimentos indígenas são também movimentos de luta pela terra. Não uma terra empobrecida e desmatada, mas uma terra fértil, limpa, em uma lógica de respeito a todos os seres vivos.    [Apresentadora] Você poderia citar alguns exemplos de luta pela terra?  [Apresentador]  Sim! No Brasil, por exemplo, há o MST, Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra. Eles estão organizados desde os anos 1980. O MST reúne pessoas que defendem a distribuição de terras no meio rural para os camponeses, em um processo que conhecemos como reforma agrária.    [Apresentadora] Ah! Temos diversas experiências de reforma agrária nos países da América Latina, não é mesmo? Eu penso sempre no caso do México, primeiro país latino-americano a promover uma reforma agrária no país. Isso foi em 1910, depois do que chamamos de Revolução Mexicana.   [Apresentador]  Clara, você sabia que o Movimento Zapatista dos anos 1990 tem esse nome por causa de Emiliano Zapata, líder da Revolução que você citou?   [Apresentadora] Puxa, não sabia!  [Apresentador]  Pois é, o Exército Zapatista de Libertação Nacional retoma as ideias de Zapata, por isso deram seu nome a esse grupo. Trata-se de um movimento social composto principalmente por indígenas camponeses em luta pela reforma agrária. Eles queriam poder trabalhar e produzir na terra de acordo com as suas próprias necessidades e identidades.    [Apresentadora] Temos outras iniciativas de reforma agrária na América Latina. A Bolívia, por exemplo, tentou realizar uma reforma no século XX, depois de intensa pressão de movimentos indígenas. Eles ocuparam diversos latifúndios. Mas, depois de alguns anos, as terras acabaram concentradas novamente nas mãos de poucos.      [Apresentador]  É interessante notarmos como, apesar de diferentes, os países latinos têm tanto em comum!  [Apresentadora] E agora vamos ficando por aqui! Espero que vocês tenham gostado! Até a próxima, pessoal!   [Apresentador]  Até a próxima!    [Narrador]Todos os áudios inseridos neste conteúdo são da Freesound .    

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Em vários países latino-americanos, trabalhadores rurais protestam reivindicando uma reforma agrária e uma distribuição mais igualitária de terras, entre êles: o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (ême ésse tê), no Brasil; a Associação de Trabalhadores do Campo, na Nicarágua; o Movimento Camponês Paraguai (), no Paraguai; a Coordenadoria Nacional Indígena e Camponesa (), na Guatemala; a Confederação Camponesa do Peru (), no Peru; e o Movimento Nacional Campesino Indígena (), na Argentina.

Fotografia. Manifestação com pessoas carregando bandeiras e uma faixa com a inscrição: vigésima oitava MARCHA CAMPESINA, INDÍGENA Y POPULAR. Nas laterais há construções e árvores.
Na foto, trabalhadores rurais paraguaios realizam protesto nas ruas de Assunção, Paraguai, em 2022, tendo como objetivo apresentar suas demandas por reforma agrária e melhores condições de vida no campo.

O cultivo de coca na América Latina

A coca é uma planta nativa da região dos Andes. Considerada sagrada para os povos andinos, era utilizada em antigos rituais pré-colombianos e utilizada também para combater o mal-estar causado por grandes altitudes.

No entanto, o cultivo dessa planta passou a ter maior interêsse para grupos de narcotraficantesglossário , que utilizam suas folhas para a produção da pasta-base de cocaína, uma droga de consumo proibido na maioria dos países do mundo.

Fotografia. Mulher de chapéu com um tecido sobre os ombros. Ela está em meio a uma vasta plantação colhendo folhas e carregando um saco rosa.
Mulher colhendo folhas de coca na Bolívia, em 2020.

Muitos pequen os proprietários passaram a plantar coca pêlo fato de ser mais rentável que as lavouras de cereais, frutas e legumes. As plantações de coca se expandiram principalmente pêla Colômbia, Peru, Bolívia e México, países que se tornaram principais centros de produção e exportação de cocaína na América Latina.

Atualmente, o narcotráfico, atividade criminosa que promove a distribuição de substâncias tóxicas (drogas), movimenta centenas de bilhões de dólares ao ano, valor superado apenas pêlo do comércio de armas.

Essa atividade envolve uma complexa rede que se inicia com o plantio da coca, o processamento das folhas em pasta-base e sua transformação em pó e o transporte por rotas (terrestres, aéreas e marítimas) clandestinas até os centros consumidores.

Rotas do narcotráfico na América Latina (2013)

Mapa. Rotas do narcotráfico na América Latina (2013). Produção e tráfico de drogas. Principais áreas de cultivo de coca: áreas no norte, oeste e pequena área no sul do México, norte de Nicarágua, noroeste da Colômbia. Principais áreas de cultivo de maconha: sul de Nicarágua, norte da Costa Rica, centro e sudeste da Colômbia, sudeste da Venezuela, noroeste de Guiana, faixa no centro de norte a sul do Peru, norte da Bolívia, extremo norte e pequenas áreas no oeste do Brasil. Rota do tráfico: De Medellín na Colômbia para Cidade do Panamá e para Miami, nos Estados Unidos e para o México; de Cali na Colômbia para Estados Unidos, e para Europa; de Caracas na Venezuela para Medellín, Estados Unidos e Europa; de Lima no Peru para Ásia e Europa; de La Paz na Bolívia para a Colômbia, Uruguai e Europa. Principais cidades pertencentes à rota do tráfico: Miami, Bahamas, São Cristóvão e Névis, Caracas, Medellín, Bogotá, Cali, Quito, Lima, La Paz, Assunção, Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro, Montevidéu e Buenos Aires. Países de produção e transformação da coca em À cocaína: Colômbia, Venezuela, Peru, Brasil, Bolívia, Argentina. À esquerda, mapa de localização, planisfério destacando a região descrita. No canto inferior direito, a rosa dos ventos e a escala: 1070 quilômetros por centímetro.

Fonte de pesquisa: SIMIELLI, Maria Elena. Geoatlas. São Paulo: Ática, 2013. página 59.

A industrialização na América Latina

Como vimos, grande parte dos países latino-americanos possui economia essencialmente agrária. Somente Brasil, México e Argentina apresentam atividade industrial mais expressiva na América Latina.

Em países como Venezuela, Chile e Uruguai, considerados relativamente industrializados, as indústrias estão voltadas, sobretudo, para a produção de bens de consumo não duráveis, como alimentos, vestuário e bebidas, com baixo nível tecnológico. Observe o mapa.

Economia na América Latina (2019)

Mapa. Economia na América Latina (2019). Países com predomínio de atividade primária: Porto Rico (Estados Unidos), República Dominicana, Haiti, Cuba, Jamaica, Honduras, Guatemala, El Salvador, Nicarágua, Costa Rica, Panamá, Guiana Francesa (França), Suriname, Guiana, Colômbia, Equador, Peru, Bolívia e Paraguai. Países relativamente industrializados: Venezuela, Uruguai e Chile. Países industrializados: México, Brasil e Argentina. À esquerda, mapa de localização, planisfério destacando a região descrita. No canto inferior direito, a rosa dos ventos e a escala: 1115 quilômetros por centímetro.

Fonte de pesquisa: SIMIELLI, Maria Elena. Geoatlas. trigésima quinta edição São Paulo: Ática, 2019. página 33.

A industrialização tardia

O processo de industrialização do Brasil, México e Argentina, os países mais industrializados da América Latina, ocorreu somente a partir do século vinte. Dizemos que a industrialização dêsses países foi tardia porque, na Europa, êsse processo aconteceu ainda no século dezoito.

As duas grandes guerras mundiais foram fatores que contribuíram para a expansão da atividade industrial nesses países latino-americanos. Ao término dêsses conflitos, os países europeus desenvolvidos, até então principais fornecedores de artigos industrializados, encontravam-se economicamente arrasados, sem condições de manter suas exportações de produtos manufaturados. Essa situação acabou contribuindo para a escassez de produtos importados nos países latino-americanos.

Para suprir o mercado interno, o Brasil, assim como outros países da América Latina, passou a estimular o desenvolvimento e a diversificação de indústrias nacionais. êsse processo de diversificação e desenvolvimento da atividade industrial passou a ser denominado industrialização por substituição de importações, uma vez que os produtos fabricados internamente deveriam substituir o que antes era importado.

Além disso, os investimentos estatais em indústrias de base e infraestrutura para o setor industrial atraíram indústrias multinacionais para a América Latina. Atualmente, no Brasil e em países como a Argentina e o México, encontramos parques industriais diversificados, com indústrias de base (siderúrgicas, metalúrgicas, petroquímicas etcétera), de bens intermediários (fabricação de autopeças e maquinários) e de bens de consumo (automobilística, moveleiras e alimentícias), inclusive em setores de alta tecnologia.

As empresas maquilladoras no México

Um aspecto muito importante que dinamizou a atividade industrial no México foi o grande número de empresas estadunidenses que passaram a se instalar em território mexicano, principalmente após a década de 1960, junto à fronteira com os Estados Unidos, em cidades como Mexicali, Tijuana e .

Essas empresas, conhecidas como maquilladoras, são montadoras que importam peças fabricadas nos Estados Unidos e fazem a montagem de automóveis e de produtos eletroeletrônicos e de informática no México, onde a mão de obra é mais barata. O quadro de funcionários das maquilladoras é composto, em sua maioria, de mão de obra feminina, que recebe baixos salários, proporcionando altos lucros às empresas estadunidenses.

Depois de montados, os produtos industrializados são enviados novamente para abastecer o gigantesco mercado consumidor dos Estados Unidos, de onde também são exportados para outros países. Observe o mapa a seguir.

Limite territorial entre Estados Unidos e México (2018)

Mapa. Limite territorial entre Estados Unidos e México (2018). Cidade estadunidense. População (em milhões). Até 4: Los Angeles. Até 1: San Diego, Phoenix, Dallas, Austin, Houston, San Antonio. Até 0,2: Tucson, Albuquerque, El Paso, Laredo. Menor que 0,2: Calexico, Yma, Nogales, Del Rio, Eagle Pass, McAllen, Brownsville. Cidade mexicana. População (em milhões). Até 1: Tijuana, Ciudad Juarez, Monterrey. Até 0,2: Mexicali, San Luis Colorado, Nogales, Chihuahuam Buevo Laredo, Reynosa, Matamoros. Menor que 0,2: Hermosillo, Ciudad Acuña, Piedras Negras. Os limites internacionais e estaduais estão demarcados. Concentração de empresas maquiladoras: San Diego, Calexico, Yma, Tijuana, Mexicali e San Luis Colorado; Phoneix e Tucson; El Paso e Ciudad Juarez; Del Rio, Ciudad Acuña, Eagle Pass, Piedras Negras, Nuevo Laredo, Laredo, McAllen, Reynosa, Brownsville e Matamoros. Fluxos migratórios: de Chihuahua no México para Alburquerque, Novo México, nos Estados Unidos; do oeste do México para Los Angeles, Califórnia, nos Estados Unidos; de Reynosa, Nuevo León para Houston, Textas nos Estados Unidos. No canto superior direito, mapa de localização destacando a região descrita. No canto inferior esquerdo, a rosa dos ventos e a escala: 250 quilômetros por centímetro.

Fontes de pesquisa: WORLD urbanization prospects 2022. United Nations. Disponível em: https://oeds.link/UOHiHt ARRIETA, Irma Balderas. Maquiladoras mexicanas. Enciclopédia Latinoamericana. Disponível em: https://oeds.link/bSRnZ3 International Organization for Migration. Disponível em: https://oeds.link/EJJcnM. Acessos em: 25 julho 2022.

  1. Identifique no mapa as principais cidades mexicanas e estadunidenses localizadas na fronteira entre os dois países.
  2. Que tipo de fluxos as setas indicam para os Estados Unidos?

Geografia e Língua Portuguesa

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Uma leitura crítica do subdesenvolvimento histórico da América Latina

Em As veias abertas da América Latina, o escritor uruguaio Eduardo Galeano (1940-2015) analisa a história da América Latina, desde a colonização até os dias atuais, e destaca a dominação política e econômica a que ela foi submetida. sôbreêsse assunto, leia o texto a seguir.

reticências

     É a América Latina, a região das veias abertas. Desde o descobrimento até nossos dias, tudo se transformou em capital europeu ou, mais tarde, norte-americano, e como tal tem-se acumulado e se acumula até hoje nos distantes centros do poder. Tudo: a terra, seus frutos e suas profundezas, ricas em minerais, os homens e sua capacidade de trabalho e de consumo, os recursos naturais e os recursos humanos. O modo de produção e a estrutura de classes de cada lugar têm sido sucessivamente determinados, de fóra, por sua incorporação à engrenagem universal do capitalismo. A cada um dá-se uma função, sempre em benefício do desenvolvimento da metrópole estrangeira do momento, e a cadeia das dependências sucessivas torna-se infinita, tendo muito mais de dois elos, e por certo também incluindo, dentro da América Latina, a opressão dos países pequenos por seus vizinhos maiores e, dentro das fronteiras de cada país, a exploração que as grandes cidades e os portos exercem sôbre suas fontes internas de víveres e mão de obra. reticências

     Para os que concebem a História como uma disputa, o atraso e a miséria da América Latina são o resultado de seu fracasso. Perdemos; outros ganharam. Mas aqueles que ganharam, ganharam graças ao que nós perdemos: a história do subdesenvolvimento da América Latina integra, como já se disse, a história do desenvolvimento do capitalismo mundial. Nossa derrota esteve sempre implícita na vitória dos outros. Nossa riqueza sempre gerou nossa pobreza por nutrir a prosperidade alheia reticências

GALEANO, Eduardo. As veias abertas da América Latina. Tradução: Galeno de Freitas. segunda edição Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1978. página 34.

Capa de livro. No topo, as informações: Eduardo Galeano. As veias abertas da América Latina. Abaixo, ilustração de um mapa em vermelho.
Capa do livro As veias abertas da América Latina. Editora: Editora Paz e Terra, 2001.

Na imagem, registrada em 2020, escultura Mão, produzida pêlo arquiteto brasileiro Oscar Niemáier (19072012), feita em concreto aparente, com sete metros de altura, localizada no Memorial da América Latina, na cidade de São Paulo.

A escultura retrata sangue escorrendo pêla grande mão na fórma de um mapa da América Latina que representa uma homenagem aos povos latinos que, durante séculos, lutaram contra a dominação colonial, em defesa da liberdade, da soberania e da justiça social.

No chão do memorial, Niemáier inseriu a seguinte reflexão:

“Suor, sangue e pobreza marcaram a história dessa América Latina tão desarticulada e oprimida. Agora urge reajustá-la, uni-la, transformá-la num monobloco intocável, capaz de fazê-la independente e feliz”.

Fotografia. Escultura de uma mão espalmada com a silhueta da América Latina em vermelho, com um traçado que estende até o pulso. Ao fundo, prédios.
  1. Pesquise no dicionário o significado das palavras do texto que ainda não conhece e o anote no caderno.
  2. Em sua opinião, o que o autor quis dizer ao afirmar que a América Latina é a região das veias abertas?
  3. De acôrdo com o autor, a América Latina perdeu para que outros ganhassem. Quem são “outros”?
  4. Relacione a ideia central do texto à escultura de Oscar Niemáier, mostrada na foto anterior.

Atividades

Faça as atividades no caderno.

Organizando os conhecimentos

  1. A mineração é uma atividade economicamente importante para os países da América Latina? Justifique sua resposta.
  2. Observe o mapa dos recursos minerais e energéticos da América Latina, mostrado na página 193, e faça no caderno uma tabela, como a que aparece nesta página, identificando os países que se destacam na produção do recurso natural indicado.

Minério

Países

A − Ferro

B − Carvão

C − Cobre

D − Bauxita

E − Chumbo

F − Petróleo

G − Gás natural

  1. Como vimos, a concentração fundiária existente na América Latina é uma herança do período colonial. No entanto, o que contribui para que essa concentração de terra seja mantida atualmente entre os países latino-americanos?
  2. Por que o Brasil e outros países, como a Argentina e o México, são considerados de industrialização tardia?
  3. O que significa industrialização por substituição de importações?
  4. Explique o que são indústrias maquilladoras e como elas funcionam.
  5. Explique o que é narcotráfico. Qual é a relação entre o narcotráfico e a atividade agrícola desenvolvida em alguns países da América Latina?

Aprofundando os conhecimentos

8. Leia o texto a seguir.

reticências Passaram-se os séculos, e a América Latina aperfeiçoou suas funções. reticências Continua existindo a serviço de necessidades alheias, como fonte e reserva de petróleo e ferro, cobre e carne, frutas e café, matérias-primas e alimentos, destinados aos países ricos que ganham, consumindo-os, muito mais do que a América Latina ganha produzindo-os. reticências

GALEANO, Eduardo. As veias abertas da América Latina. Tradução: Galeno de Freitas. segunda edição Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1978. página 34.

Podemos dizer que o autor do texto anterior descreveu a participação atual da América Latina na divisão internacional do trabalho? Por quê?

Glossário

Latifundiário
: dono de propriedade rural de grande extensão.
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Narcotraficante
: pessoa que trabalha no comércio ilegal de narcóticos, incluindo drogas como a maconha, a cocaína etcétera
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