CAPÍTULO 24 A população da África

A África apresenta uma grande diversidade étnico-cultural, possui mais de 800 grupos étnicos diferentes (tuaregues, zulus, berberes, massais, iorubas etcétera) e cêrca de duas mil línguas, incluindo os dialetos nativos e ainda as línguas introduzidas pelos colonizadores europeus (português, espanhol, francês e inglês).

Com base nesses aspectos, de modo geral, o continente pode ser dividido em duas grandes regiões: a África do Norte e a África Subsaariana. Observe o mapa a seguir.

Fotografia. Pessoas caminhando em meio a uma mata. Elas usam túnicas com muitos adornos prateados e lenços coloridos cobrindo as cabeças. Há duas crianças atrás delas.
Pessoas da etnia Berbere, povo que vive principalmente no extremo norte do continente, em 2016.

África do Norte

Abrange os países localizados mais ao norte do continente. Essa região foi ocupada e colonizada por povos árabes no século dezessete e, por êsse motivo, apresenta o predomínio de população branca, de religião islâmica e de línguas árabes.

África Subsaariana

Abrange os países localizados ao sul do deserto do Saara, onde vive cêrca de 82% da população africana. Apresenta o predomínio de populações negras, com grande diversidade étnico-cultural (línguas e religiões).

Fotografia. Duas pessoas negras com os cabelos raspados, há um traço vermelho sobre suas cabeças e ambos usam um tecido xadrez vermelho e preto sobre o corpo. Há um cachorro deitado entre elas. E uma delas está segurando um objeto sobre a boca. Elas estão em área com vegetação rasteira e ao fundo há árvores.
Pessoas da etnia Massai, povo que vive na parte oriental do continente, principalmente no Quênia e na Tanzânia, em 2016.

Regionalização étnico-cultural africana

Mapa. Regionalização étnico-cultural africana. África do Norte ou Setentrional: Saara Ocidental, Marrocos, Argélia, Tunísia, Líbia e Egito. África Subsaariana: Cabo Verde, Senegal, Gâmbia, Guiné Bissau, Serra Leoa, Libéria, Mali, Burkina Faso, Guiné, Ganas, Costa do Marfim, Togo, Níger, Benin, Nigéria, Camarões, Chade, Sudão, Eritreia, Sudão do Sul, Etiópia, Djibuti, Guiné Equatorial, São Tomé e Príncipe, Gabão, Congo, República Centro-Africana, Somália, Quênia, Uganda, Ruanda, República Democrática do Congo, Burundi, Angola, Zâmbia, Malauí, Moçambique, Zimbábue, Namíbia, Botsuana, Suazilândia, Lesoto, África do Sul, Madagascar, Seicheles e Comores. À esquerda, mapa de localização, planisfério destacando a região descrita. No canto superior direito, a rosa dos ventos, e na parte inferior, a escala: 930 quilômetros por centímetro.

Fonte de pesquisa: GIRARDI, Gisele; ROSA, Jussara Vaz. Atlas geográfico do estudante. São Paulo: éfe tê dê, 2016. página 128.

Respostas e comentários

Objetivos do capítulo

  • Compreender a regionalização étnico-cultural da África.
  • Conhecer as principais características da distribuição populacional na África.
  • Analisar o processo de urbanização dos maiores centros urbanos do continente.
  • Identificar as características relacionadas à baixa qualidade de vida da população de alguns países da África.
  • Compreender as principais causas do acelerado crescimento demográfico africano.
  • Refletir sóbre as causas da fome no continente.
  • Comparar diferentes níveis de desnutrição entre os países do mundo.

Justificativas

No decorrer das páginas deste capítulo, os alunos terão a oportunidade de estudar a diversidade populacional do continente africano e as características demográficas e socioeconômicas dessas populações, como as taxas de natalidade e de mortalidade, os problemas socioeconômicos, a qualidade de vida, entre outros aspectos.

Os conteúdos abordados são pertinentes para que os alunos compreendam a dinâmica demográfica por meio de aspectos econômicos, sociais, políticos e culturais, fazendo uso de mapas temáticos e outros materiais, explorando, no decorrer do capítulo, as habilidades EF08GE03, EF08GE19, EF08GE20 da Bê êne cê cê.

Atividade a mais

  • Se possível, leve os alunos ao laboratório de informática e oriente-os a, em duplas, escolherem um país da África para realizarem uma pesquisa sóbre: > etnias que habitam aquele território; > algumas das principais manifestações culturais dessas etnias; > principais atividades econômicas desenvolvidas no país.
  • De volta à sala de aula, peça às duplas que escrevam um texto abordando as informações levantadas na pesquisa. Na sequência, solicite que cada uma das duplas apresente seu texto para os demais alunos.
  • Caso considere interessante, crie um painel com os textos produzidos alunos e coloque em exposição para a comunidade escolar.
  • O desenvolvimento da atividade explora o pensamento computacional, ao mobilizar os alunos para a organização e buscar informações em fontes confiáveis de pesquisa, para a elaboração dos registros e também para a apresentação das informações encontradas.
  • Essa atividade propicia a exploração das Competências gerais 1 e 5 da Bê êne cê cê, ao promover a utilização de tecnologia digital e os conhecimentos do mundo físico, social e cultural para explicar a realidade.

Distribuição da população

Atualmente, a África possui aproximadamente 1,4 bilhão de habitantes, sendo o segundo continente mais populoso do mundo (o primeiro é a Ásia, com 4,7 bilhões de habitantes). Embora numerosa, essa população encontra-se distribuída de maneira bastante desigual pêlo continente.

As condições naturais exercem forte influência nessa distribuição populacional. As vastas áreas dominadas pelos desertos (do Saara ao norte e do kalarrári ao sul) e as regiões dominadas pêlas densas florestas (no centro) apresentam densidade demográfica muito baixa (menos de 1 habitante/quilômetros²).

As maiores concentrações populacionais localizam-se principalmente nas áreas litorâneas ou próximas a grandes rios. Entre as aglomerações urbanas mais populosas do continente, estão as cidades de Cairo (22 milhões), Lagos (15 milhões de habitantes), quimcháça (16 milhões), (6 milhões) e Nairóbi (5 milhões).

Várias áreas que se estendem pêlo interior do continente também apresentam povoamento relativamente elevado, com densidade demográfica de até 25 habitante/quilômetros². São áreas povoadas por populações que vivem no campo e se dedicam principalmente às atividades agropecuárias.

O mapa desta página mostra como a população africana encontra-se distribuída no território.

Densidade demográfica do continente africano (2015)

Mapa. Densidade demográfica do continente africano (2015). Habitantes (por quilômetros quadrados). Menos de 1: áreas no norte e sudeste. 1,1 a 5: porção norte, áreas no centro e nordeste e sudoeste. De 5,1 a 25: costa norte centro-sul e Madagascar. De 25,1 a 100: áreas na costa norte e dispersas no norte, nordeste, oeste, sudeste e sul. Acima de 100: área no nordeste. À esquerda, mapa de localização, planisfério destacando a região descrita. No canto inferior direito, rosa dos ventos e a escala: 910 quilômetros por centímetro.

Fonte de pesquisa: GIRARDI, Gisele; ROSA, Jussara Vaz. Atlas geográfico do estudante. São Paulo: éfe tê dê, 2016. página 180.

Respostas e comentários
  • Oriente os alunos a realizar a leitura do mapa da densidade demográfica junto ao mapa dos aspectos físicos do continente africano para que percebam a inter-relação désses fatores na distribuição da população continente.
  • O tema proposto contempla a habilidade EF08GE19 da BNCC ao propiciar uma análise do ordenamento territorial do continente africano, e possibilita o desenvolvimento da Competência específica de Ciências Humanas 5 ao favorecer a análise de eventos ocorridos simultaneamente.
  • Desenvolva noções introdutórias de prática de pesquisa em revisão bibliográfica. Explique aos alunos os principais procedimentos que devem ser observados em uma pesquisa, como o assunto que será pesquisado; buscar informações sóbre o tema por palavras-chave etc. Lembre-os de que é necessário pesquisar em fontes confiáveis e variadas, selecionar informações relevantes e fazer uma leitura atenta do material. Antes de produzirem o texto, oriente-os a verificar elementos importantes fazendo as seguintes perguntas: “A pesquisa tem informações necessárias para a atividade proposta?”; “A pesquisa apresenta informações recentes sóbre o tema?”.

O tema é reticências

Educação para valorização do multiculturalismo nas matrizes históricas e culturais brasileiras e Diversidade cultural

Ícone 'Ciências humanas em foco'.

Contos africanos

Todo povo carrega uma rica carga cultural, expressa em mitos, crenças, hábitos etcétera As histórias contadas pelos mais velhos, de geração em geração, muitas vezes transmitem ensinamentos, saberes e conhecimentos próprios de um povo.

Os contos populares são meios de se transmitir parte da cultura de um povo a seus representantes.

Para os africanos, a palavra falada possui grande importância para a preservação da cultura. Em diversas sociedades africanas, as narrativas são acompanhadas por expressão corporal, músicas, entonações e, geralmente, são contadas por pessoas chamadas griôs.

O texto a seguir é um conto popular de Gana, país localizado na parte ocidental da África. Nele, Ananse, uma esperta aranha muito presente nos contos dessa região africana, vive uma experiência não muito feliz.

Como a sabedoria se espalhou pêlo mundo

     Há muito, muito tempo, quando o mundo ainda era novo, Cuacú Anânzi, o Aranha, era considerado e, verdade seja dita, também se considerava o homem mais sábio de toda a Terra.

     Entretanto, Cuacú Anânzi era muito ganancioso e desejava guardar toda a sabedoria para si . Dia e noite, noite e dia, Cuacú Anânzi, consumido por seu egoísmo, não compartilhava seus conhecimentos com ninguém, até que falou para a espôsa:

     — É muito difícil proteger minha sabedoria o tempo todo. Faça para mim um grande pote de barro onde eu possa colocá-la e guardá-la com segurança.

     Depois de o pote de barro ter secado no sol forte, Cuacú Anânzi pegou toda a sabedoria, colocou-a ali e tapou com uma rolha de cortiça.

Ilustração. Um homem na margem de um rio, tocando violão. Ele usa túnica, colar e chapéu. No rio há um recipiente vazando conteúdo dourado. Na outra margem do rio há uma grande aranha. Ao redor há árvores.
Respostas e comentários

Objetivos

  • Conhecer e interpretar um texto do gênero conto.
  • Valorizar a cultura africana, expressa em mitos e lendas por meio de contos.

  • O conteúdo proposto nas páginas 260 e 261 está relacionado às Ciências Humanas, envolvendo os componentes curriculares de Geografia e de História. Explora aspectos das Competências específicas das Ciências Humanas 1 e 4 da Bê êne cê cê, pois possibilita refletir a respeito do convívio em uma sociedade plural, acolhendo as diferenças e respeitando-as.
  • Entrar em contato com contos que trazem o imaginário e a cultura de outros povos pode ser muito interessante para ampliar o conhecimento dos alunos, assim como valorizar as expressões da nossa cultura.
  • Incentive a participação dos alunos nas discussões e trocas de ideias antes da leitura do texto, de modo que êles estejam engajados e ativos no processo de ensino-aprendizagem, desenvolvendo autonomia.
  • Esta seção desenvolve um contexto propício para a aplicação dos temas contemporâneos transversais Educação para valorização do multiculturalismo nas matrizes históricas e culturais brasileiras e Diversidade cultural.
  • O trabalho proposto favorece a articulação com o componente curricular de Língua Portuguesa.
  • Aproveite o texto citado e promova a prática da competência leitora e da leitura inferencial. Para isso, proponha diferentes dinâmicas de leitura (silenciosa, em duplas, por fila, coletiva etcétera). Antes da leitura, pergunte qual será, na opinião deles, o assunto do texto. Em seguida, pergunte-lhes qual é a ideia principal do texto, quais palavras êles não conhecem, e se as expectativas sôbre o assunto foram mantidas.

Atividade a mais

  • Oriente os alunos a buscar em sites e livros contos africanos. Em seguida, organize-os em círculo e promova uma contação de histórias com contos africanos. Incentive a participação de todos.
  • O desenvolvimento dessa dinâmica contempla parte das Competências gerais 3, 4 e 6 da Bê êne cê cê, ao recorrer ao uso de diferentes fórmas de linguagem, trabalhando manifestações artísticas para a contação de histórias, buscando compreender e valorizar a diversidade cultural.

     O astuto Cuacú Anânzi resolveu esconder o pote numa caverna na margem do rio oposta à de sua cabana, onde nenhum intrometido pudesse pôr os olhos.

êle ergueu o pote e foi entrando na água com dificuldade. Infelizmente, as pedras do fundo do rio eram escorregadias, e o Aranha não se sentia muito firme ao caminhar.

     Caiu dentro d’agua, e o pote voou pelos ares.

    Ao bater contra as pedras, o pote partiu-se em centenas de pedaços, e toda a sabedoria do mundo foi levada rio abaixo.

     O rio, repleto de novos saberes, correu para todos os grandes mares. E foi assim que a sabedoria se espalhou pêlo mundo.

, . O amuleto perdido e outras lendas africanas. Tradução de Luciano Machado e Elisa Zanetti. segunda edição São Paulo: Panda búks, 2021. página 11.

Conto popular

êsse gênero narrativo, de tradição oral, costuma apresentar histórias geralmente curtas e com poucos personagens. Essas narrativas revelam aspectos da cultura de um povo.

Griôs

Os griôs são contadores de histórias presentes em várias sociedades africanas.

As histórias contadas por estes narradores contribuem para a preservação de costumes e tradições do seu povo.

Fotografia. Homem negro de cabelos curtos, usando túnica com listras brancas e azuis, com detalhes dourados. Ele carrega um pequeno tambor debaixo do braço. Atrás dele há mais homens com instrumentos.
Griô contando histórias de seu povo e cultura, na aldeia cuquemnúrr, em Burkina Fasso.

Converse com os colegas sôbre as questões a seguir.

  1. Quais histórias você costumava ouvir quando era criança?
  2. Você lembra quem eram os personagens dessas histórias e onde elas se passavam?
  3. Quais foram os ensinamentos que essas histórias trouxeram para sua vida?
  4. Qual é a principal mensagem transmitida pêlo conto? Converse com os colegas e troque ideias com êles.
  5. Você já vivenciou alguma situação em que teve de enfrentar o egoísmo? Compartilhe essa experiência com os seus colegas.
  6. Você considera importante que as pessoas compartilhem seus conhecimentos entre si? Converse com seus colegas sôbre êsse assunto.

A assertividade está relacionada à capacidade da pessoa saber se expressar e se fazer compreender. Procure se expressar de maneira clara e objetiva ao expor suas ideias e opiniões aos colegas.

Respostas e comentários

Respostas 1 a 6 da seção O Tema é nas orientações ao professor.

Respostas

1. Resposta pessoal. Incentive os alunos a compartilhar com os colegas suas experiências com as histórias.

2. Resposta pessoal. Explore a realidade próxima dos alunos solicitando a êles que comentem sôbre os personagens e os espaços onde as histórias da infância aconteciam, quais sentimentos lhes causavam etcétera

3. Resposta pessoal. Incentive os alunos a identificar atitudes e ações que praticam, atualmente, influenciados pelos ensinamentos que aprenderam com as histórias da infância.

4. A ideia principal é não ser egoísta e compartilhar conhecimentos. Verifique se os alunos compreendem que a mensagem do texto trata de motivação para enfrentar o egoísmo e impedir que isso prejudique a êles mesmos e ao próximo.

5. Resposta pessoal. Se possível, incentive a troca de ideias das situações vivenciadas entre os colegas de turma, sempre destacando a importância do respeito entre o grupo e a análise das situações, considerando também o ponto de vista do outro.

6. Resposta pessoal. Incentive os alunos a expor suas ideias e a respeitar a opinião dos colegas ao ouvir os outros comentários.


As questões propostas nesta seção promovem a exploração das Competências gerais 8 e 9 da BNCC ao abordar temas relacionados às emoções individuais, à cooperação e ao respeito entre pessoas. Elas possibilitam também abordar a competência socioemocional assertividade, pois ao se expressar é importante saber dialogar, expor opiniões, ideias e sentimentos de maneira adequada e respeitosa.

Algo a mais

A sugestão a seguir permite conhecer várias histórias de diferentes povos africanos.

> , Ingrid . Histórias encantadas africanas. Belo Horizonte: érre agá jota, 2011.

Urbanização

Embora cêrca de 60% da população africana ainda se concentre no espaço rural, nas últimas décadas, foi grande o número de pessoas que migrou do campo para as cidades, sobretudo para os maiores centros urbanos.

Essas migrações têm sido impulsionadas por razões diversas, entre as quais se destacam:

  • o aumento da concentração de terras provocado pêlo avanço das grandes lavouras monocultoras, que se apropriam de terras originalmente ocupadas por comunidades agrícolas e pastoris;
  • o desgaste e o empobrecimento dos solos (erosão, desertificação etcétera), decorrentes da utilização de técnicas agrícolas rudimentares inadequadas, que diminuem a fertilidade e a produtividade das terras;
  • a ocorrência de guerras e conflitos étnicos e políticos em vários países do continente.

Como se pode observar, o processo de urbanização ocorrido recentemente no continente foi motivado sobretudo por problemas que afetam diretamente o campo e sua população. Assim, ao contrário do que ocorre em outros países e regiões do planeta, a urbanização no continente africano não está diretamente ligada ao processo de industrialização, que tende a atrair um grande contingente de pessoas do campo para as cidades.

A intensificação do êxodo rural no continente africano vem provocando o crescimento acelerado das grandes cidades, como Lagos, Cairo, quimcháça e Luanda. Com isso, essas aglomerações passaram a crescer de maneira desordenada, desprovidas de infraestrutura e de serviços essenciais (moradias, redes de transportes, fornecimento de energia elétrica, saneamento básico etcétera).

Fotografia. Vista de cima. Uma cidade com edifícios e muitas casas. Há um rio largo cortando a cidade e sobre ele, pontes com carros trafegando. Em uma das margens há áreas cobertas por vegetação.
Vista da cidade do Cairo, Egito, em 2021.
Respostas e comentários
  • O conteúdo das páginas 262 a 265 se refere à habilidade ê éfe zero oito gê ê dois zero da Bê êne cê cê, ao propiciar uma análise de questões urbanas, aspectos populacionais, sociais, políticos e econômicos de países africanos.
  • Comente que a migração na África é muito intensa. Por razões diversas, muitos africanos têm deixado o lugar onde vivem, migrando pêlo interior de seus países ou para países vizinhos, ou para outros continentes, sobretudo a Europa. Conheça as principais causas dos recentes fluxos migratórios na África. > Êxodo rural: a expansão das grandes lavouras monocultoras de exportação e a degradação acelerada dos solos têm levado um enorme contingente de camponeses a migrar em direção às cidades. Com isso, o êxodo rural vem provocando o aumento da população urbana em vários países do continente africano, causando o inchaço das cidades, que passaram a crescer de fórma desordenada. > Pobreza: em muitos países africanos, problemas como o desemprêgo elevado e a baixa renda dos trabalhadores resultam em uma grande quantidade de pessoas em situação de extrema pobreza, tanto no campo quanto nas cidades. Nessas condições, muitos trabalhadores decidem deixar seus países e migrar para outros economicamente mais prósperos do próprio continente. Nos últimos anos, o número de pessoas que migrou para a Europa também aumentou consideravelmente. A maior parte dêsses imigrantes entra ilegalmente no continente europeu, onde passam a exercer atividades menos qualificadas e, consequentemente, de menor remuneração. > Guerras civis: os conflitos civis causados por disputas étnicas, políticas e por grupos extremistas, assim como pêlo contrôle de minas de diamantes, sobretudo na Nigéria, em Serra Leoa e na República Democrática do Congo, têm obrigado milhares de pessoas a fugir de perseguições e massacres provocados por tais combates. Muitas buscam campos de refugiados em áreas distantes das regiões de conflito, ao passo que outras se refugiam em países vizinhos ou em abrigos organizados pêla ônu.

Condições de vida

Nos países africanos, em geral, a população vive em condições precárias. Observe a tabela a seguir.

Indicadores socioeconômicos de alguns países africanos

País

Analfabetismo (%) 2018

Mortalidade infantil (por grupo de mil nascidos) 2021

Renda per capita (US$) 2020

Expectativa de vida (anos) 2019

IDH 2019

Libéria

52

58

601

64,1

0,480

Uganda

23

30

822

63,4

0,544

Sudão

39

39

615

65,3

0,510

Zâmbia

13

41

985

63,9

0,584

Fontes de pesquisa: penúdi. Relatório do Desenvolvimento Humano 2020. Disponível em: https://oeds.link/cK96K1. : uorld indiquêiros. THE World Bank. Disponível em: https://oeds.link/WoxLoc. Acessos em: 28 julho 2022.

Os serviços de saúde e educação, áreas sociais prioritárias, estão seriamente comprometidos em grande parte dos países africanos pêla escassez de investimentos do poder público ou então devido à administração ineficiente. Os sistemas de saúde são precários em grande parte deles, com falta de médicos, de hospitais, de medicamentos, de programas de vacinação, de contrôle de epidemiasglossário etcétera Consequentemente, as taxas de mortalidade, sobretudo infantil, são elevadas, e a expectativa de vida da população é baixa.

As condições de vida são ainda agravadas pêlas condições precárias de moradia, falta de serviços básicos (abastecimento de água, rede de esgôto) e ausência de coleta de lixo, o que favorece a ocorrência de epidemias.

Os reduzidos investimentos destinados à educação, por sua vez, explicam as taxas de analfabetismo elevadas em grande parte dos países. Em alguns deles, o analfabetismo chega a atingir mais de 50% da população. Essa situação, por sua vez, compromete a formação de mão de obra qualificada, um entrave para o desenvolvimento das atividades econômicas e das próprias melhorias das condições salariais dos trabalhadores. são alguns dos fatores que explicam o quadro de extrema pobreza e fome presente em grande parte do continente.

Respostas e comentários
  • Comente com os alunos que, de acôrdo com dados do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (penúdi), em 2019, na África, 30 países apresentaram Índice de Desenvolvimento Humano (í dê agá) baixo, 12 países apresentaram í dê agá médio, 7 países apresentaram í dê agá alto e nenhum país apresentou í dê agá muito alto. No entanto, entre os países do continente africano, a Somália é o único que não possui dados disponíveis. Relembre aos alunos de que as faixas do í dê agá são as seguintes: baixo (de 0 a 0,549), médio (de 0,550 a 0,699), alto (de 0,700 a 0,799) e muito alto (de 0,800 a 1).
  • Compare os valores de í dê agá dos países listados na tabela com as faixas de classificação do í dê agá citadas.
  • De modo geral, as doenças relacionadas à desnutrição tornam-se mais graves em razão das péssimas condições sanitárias dos locais onde essas crianças vivem. A desnutrição materna também impede o desenvolvimento físico e mental saudável das crianças, principalmente dos recém-nascidos, o que provoca uma baixa resistência às doenças.

Atividade a mais

  • Para complementar o estudo sôbre as condições de vida no continente africano, reúna os alunos em duplas. Em seguida, faça um sorteio com os nomes dos países africanos e solicite-lhes que gravem um vídeo ou um podcast explicando as principais características da qualidade de vida dêsses países. Organize uma aula para que apresentem os vídeos ou podcasts criados por êles.
  • Ao desenvolver a atividade por meio do uso de tecnologias, explorando a criação de vídeos e podcasts, contempla-se a cultura juvenil.
  • A realização da atividade contempla também a Competência geral 4 da Bê êne cê cê, ao explorar o uso das linguagens sonora e digital no processo de aprendizagem.

O crescimento demográfico acelerado

Uma característica de muitos países africanos é a alta taxa de crescimento demográfico, o que se explica pêla combinação dos seguintes fatores:

  • a manutenção da taxa de fecundidadeglossário em nível elevado;
  • a queda gradativa da taxa de mortalidade infantil (menores de 1 ano).

Por conta disso, a população africana vem aumentando em ritmo bastante acelerado, o que explica a alta proporção de crianças e jovens na população. Por outro lado, a proporção de adultos e idosos na população, principalmente na África Subsaariana, é relativamente pequena, o que se deve à baixa expectativa de vida (em tôrno de 63 anos), decorrente das precárias condições socioeconômicas e também dos conflitos e guerras que afetam várias regiões do continente.

Por motivos, de maneira geral, a pirâmide etária dos países africanos apresenta duas características principais: base larga (consequência da alta taxa de natalidade) e ápice estreito (devido à baixa expectativa de vida). No entanto, a pirâmide etária de alguns países já apresenta uma tendência de estreitamento da base e alargamento do tôpo, graças à queda da taxa de fecundidade e ao aumento da expectativa de vida, respectivamente. Veja os exemplos da pirâmide etária de Malauí e da África do Sul e compare o formato delas.

Pirâmide etária de Malauí (2021)

Gráfico. Pirâmide etária de Malauí (2021). Idosos: mostrando homens e mulheres de 60 a 64 até 80 ou mais anos ficando pouco acima de 0, e diminuindo conforme a faixa etária aumenta. Adultos: mostrando homens e mulheres de 20 a 24 até 55 a 59 anos, variando de 0 a 1 milhões de habitantes, diminuindo com o aumento da faixa etária. Crianças e Jovens: com homens e mulheres de 0 a 4 até 15 a 19 anos, entre 1 e 1,5, diminuindo com o aumento da faixa etária.

Fonte de pesquisa: WORLD population prospects2022. United Nations. Disponível em: https://oeds.link/ZKXJXT. Acesso em: 28 julho 2022.

Pirâmide etária da África do Sul (2021)

Gráfico. Pirâmide etária da África do Sul (2021). Idosos: mostrando homens e mulheres de 60 a 64 até 80 ou mais anos ficando pouco acima de 1,3 até 0,5, diminuindo conforme a faixa etária aumenta. Adultos: mostrando homens e mulheres de 20 a 24 até 60 a 64 anos, variando de 1,5 a 2,6 milhões de habitantes. Crianças e Jovens: com homens e mulheres de 0 a 4 até 15 a 19 anos, entre 2,5 e 2,9.

Fonte de pesquisa: WORLD population prospects2022. United Nations. Disponível em: https://oeds.link/DAi8R7. Acesso em: 28 julho 2022.

Questão 1.

Qual dos países apresenta maior expectativa de vida? Como você chegou a esta resposta?

Respostas e comentários

Questão 1. Resposta: A África do Sul. O tôpo da pirâmide dêsse país é mais largo do que o tôpo da pirâmide do Malauí.

  • O conteúdo apresentado na página 264 aborda aspectos da habilidade ê éfe zero oito gê ê zero três, ao analisar aspectos da dinâmica demográfica do continente africano.
  • Faça a leitura das pirâmides etárias com os alunos utilizando o texto da página como apôio.
  • Para aprofundar o tema estudado nesta página, oriente os alunos na comparação das duas pirâmides etárias mostradas: de Malauí e da África do Sul. Peça que observem a base, o corpo e o tôpo de cada uma das pirâmides e comparem a largura de cada um dos estratos de idade.

A fome na África

Parte da população mundial sofre com a fome, especialmente nos países mais pobres do mundo, a exemplo daqueles localizados no continente africano.

De acôrdo com a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (fáo), o estado de desnutriçãoglossário no período de pêlo menos um ano é considerado sinônimo de fome. A desnutrição severa diminui a resistência do organismo contra algu­mas doenças. Enfraquecidas pêla falta de vitaminas e proteínas, as pessoas, em es­pecial as crianças, ficam com a saúde debilitada e acabam contraindo mais facilmente uma série de enfermidades. Além disso, a desnutrição pode interferir no desenvolvimento físico e intelectual de uma criança. Em casos extremos, a fome aguda pode provocar a morte por ­inaniçãoglossário .

O mapa mostra a desnutrição no continente africano.

Desnutrição na África (2020)

Mapa. Desnutrição na África (2020). Porcentagem em relação ao total do país. Menos de 5: presentes em menor quantidade, no norte (onde está Marrocos com 4 por cento), e oeste. 6 a 15: em maior quantidade, aparecendo no norte, nordeste e na África do Sul com 6 por cento. 16 a 25: presente no leste e sudoeste. 26 a 35: centro-norte, sul e sudeste. Acima de 36: área central, com República Centro-Africana com 48 por cento e República Democrática do Congo com 42 por cento, no leste com Somália com 59 por cento, e Libéria. Dados não disponíveis: países no centro-norte, noroeste e leste. À esquerda, mapa de localização, planisfério destacando a região descrita. No canto superior direito, a rosa dos ventos e na parte inferior, a escala: 755 quilômetros por centímetro.

Fonte de pesquisa: éfi á ó. faostát. Disponível em: https://oeds.link/5GLELw. Acesso em: 28 julho 2022.

Questão 2.

A desnutrição afeta os países africanos com a mesma intensidade? Justifique.

O problema da fome: falta de alimentos?

pêlo mapa, podemos observar que a África possui países nos quais uma porcentagem elevada da população é desnutrida.

Contudo, o problema da fome não é causado pêla falta de alimentos no mundo. A quantidade total de alimentos produzidos atualmente no planeta seria suficiente para alimentar todos os seus habitantes. A fome está diretamente ligada à falta de renda de boa parte da população. êsse fato é agravado, ainda, pêla forte tendência de elevação no preço dos alimentos.

Podemos concluir, então, que a fome relaciona-se, sobretudo, à situação de extrema pobreza em que se encontra grande parte da população, principalmente na África.

Respostas e comentários

Questão 2. Resposta. Não, a África apresenta níveis de desnutrição variáveis. Alguns países sofrem muito mais com a desnutrição do que outros, como é possível observar no mapa.

Algo a mais

  • Incentive a leitura dos materiais a seguir para ampliar os conhecimentos abordados no decorrer do capítulo. > SEN, K. Desenvolvimento como liberdade. São Paulo: Companhia das Letras, 2010.
  • Abordagem de diversos temas atuais, entre êles pobreza, extrema pobreza, subnutrição, fome coletiva etcétera > CASTRO, Josué de. Geografia da fome. Rio de Janeiro: Edições Antares, 1984.
  • Nessa obra Josué de Castro relaciona hábitos alimentares de certas áreas geográficas com possíveis deficiências de sua alimentação.

  • Incentive os alunos a refletir sôbre a pergunta disposta na página “O problema da fome: falta de alimentos?” e promova a estratégia de metodologia ativa chamada Debate sôbre o tema. Anote os pontos indicados pelos alunos na lousa e, em seguida, peça-lhes que digam possíveis ações que podem amenizar a fome no mundo. Mais in­formações sobre essa aborda­gem podem ser encontradas no tópico Metodologias ati­vas, na primeira parte dêste Manual do professor. Para auxiliar no debate, apresente aos alunos o documento a seguir, na opção “nível secundário”. fáo. Alimentar mentes para acabar com a fome. Disponível em: https://oeds.link/Nw3u8T. Acesso: 11 julho 2022.
  • Ao trabalhar o debate com os alunos, explora-se a prática de argumentação, pois é preciso elaborar argumentos consistentes sôbre o tema em questão, além de expressar seu ponto de vista de maneira sucinta, em que os colegas de turma e o professor consigam compreender, auxiliando também a aprendizagem da escuta respeitosa.

Atividade a mais

  • Para complementar a temática, sugira aos alunos a criação de desenhos com a técnica de grafite, que represente suas ideias após o debate. Ao finalizar a atividade, peça-lhes que apresentem aos colegas e expliquem suas ideias. Se considerar pertinente, exponha os trabalhos em um mural na escola.
  • O desenvolvimento da atividade inserindo o desenho de grafite em sala de aula contempla aspectos da cultura juvenil.

Geografia e Ciências

Ebola

Em 2014, uma epidemia causada pêlo vírus ebola, com origem na África, colocou o mundo em alerta. Diante do grande fluxo de pessoas que se deslocam diariamente entre países e continentes, essa doença, de fácil transmissão e com índice de mortalidade elevado, representou uma ameaça para o mundo.

Veja, a seguir, algumas informações sôbre o ebola.

Origem e transmissão: Os primeiros casos surgiram em 1976, na região central da África. Sabe-se que o vírus está presente em algumas espécies de morcego, que não desenvolvem a doença. Veja, no esquema a seguir, como supostamente êsse vírus atingiu os seres humanos.

Animais selvagens, como os macacos, entraram em contato com o vírus ao ingerir frutas contaminadas com a saliva dos morcegos que contêm o vírus.

Os seres humanos provavelmente foram infectados ao entrar em contato ou consumir a carne de animais contaminados (em alguns países da África, animais selvagens fazem parte da dieta alimentar de alguns grupos).

Sintomas: febre, dor de cabeça, de garganta e nas articulações.

A doença evolui para náuseas, vômitos, diarreia (com sangue), manchas e bolhas na pele, mau funcionamento dos rins e do fígado. No estágio final da doença, o paciente apresenta hemorragia interna, sangramentos, danos cerebrais e perda de consciência.

Após a contaminação, os seres humanos passam a ser transmissores do vírus, e isso ocorre através da saliva, do sangue, do suor e de outras secreções corporais.

O doente precisa ficar isolado, recebendo cuidados para aliviar os sintomas, como hidratação e reposição de sangue eventualmente perdido, até que o próprio organismo combata o vírus.

Esquema composto por silhuetas. À esquerda, um morcego com setas para um gorila, um macaco, um rato e um cervo. Do rato parte uma linha que segue até um homem.

Representação com elementos não proporcionais entre si. côres-fantasia.

Respostas e comentários
  • Promova a articulação com o componente curricular de Ciências ao tratar do assunto ebola. Dessa fórma, os alunos terão uma compreensão mais ampla e significativa sôbre êsse vírus.
  • Comente com os alunos que os primeiros sintomas do ebola podem aparecer no corpo entre dois dias até três semanas após a contaminação.
  • Comente também que em situações de calamidade, como a vivida nos países em que o ebola se tornou uma epidemia, foi fundamental a ajuda de voluntários no tratamento dos doentes e no cuidado com as famílias. Muitos médicos, enfermeiros e outros profissionais da saúde de diversos países se deslocaram para Serra Leoa e Libéria para ajudar os doentes.

Veja, no mapa a seguir, a quantidade aproximada de pessoas infectadas pêlo vírus ebola e casos de morte por essa doença no período entre 2014 e 2016 na África.

Fotografia. Estruturas cilíndricas de coloração alaranjada com sobras esverdeadas.
Imagem do vírus ebola, obtida por meio de microscópio eletrônico.

Principais focos do ebola na África (20112020)

Mapa. Principais focos do ebola na África (2011-2020). Destaque para as porções norte e centro da África. Senegal. Casos: 1. Mortes: 0. Guiné. Casos: 3.811. Mortes: 2.543. Serra Leoa. Casos: 14.124. Mortes: 3.956. Libéria. Casos: 10.675. Mortes: 4.809. Mali. Casos: 8. Mortes: 6. Nigéria. Casos: 20. Mortes: 8. República Democrática do Congo. Casos: 3.730. Mortes: 2.420. Uganda. Casos: 32. Mortes: 22. No canto superior esquerdo, a rosa dos ventos. Na parte inferior, a escala: 610 quilômetros por centímetro.

Fonte de pesquisa: . Disponível em: https://oeds.link/nIPCZg. Acesso em: 2 julho 2022.

A pesquisa científica ainda não descobriu a cura para o ebola. As pessoas infectadas devem ser tratadas em hospitais preparados para tratamentos de doenças infecciosas graves, ficando em áreas isoladas e cuidadas por profissionais de saúde com equipamento de proteção.

  1. A falta de informação, a pobreza e alguns hábitos culturais podem ser considerados possíveis agravantes para o elevado número de casos de doentes contaminados pêlo vírus do ebola na África. Você concorda com essa afirmação, levando em consideração o que estudou nesta seção?
  2. Pesquise que medidas podem ser tomadas para a prevenção da contaminação pêlo ebola.

A curiosidade nos leva a aprender coisas novas e a encontrar respostas para muitas perguntas. Explore sua curiosidade ao pesquisar a prevenção do ebola, como proposto nesta atividade.

Respostas e comentários

1 e 2. Respostas nas orientações ao professor.

Comente com os alunos que em 2014 foram registrados sete casos de ebola fóra do continente africano. No entanto, todas as pessoas que contraíram o vírus de algum modo tiveram contato com a doença na África. Entre os contaminados, uma pessoa morreu, nos Estados Unidos.

Algo a mais

Convide os alunos a conhecer um pouco mais sôbre o trabalho voluntário visitando o site dos Médicos Sem Fronteiras. Nesse site são apresentadas as diferentes áreas de atuação dos voluntários e um pouco do trabalho desenvolvido por essa organização humanitária. Veja mais informações no site, disponível em: https://oeds.link/VC4MrC. Acesso em: 11 julho 2022.

Respostas

1. Resposta pessoal. Possível resposta: A falta de informação, junto às condições precárias de acesso à saúde, à falta de saneamento básico e até à própria cultura local, otimiza a disseminação da doença nesse e em outros continentes.

2. Oriente os alunos com a pesquisa no site do Ministério da Saúde, que pode ser utilizado como fonte de informação. Disponível em: https://oeds.link/OOHlLj. Acesso em: 11 julho 2022.


  • As atividades propostas exploram a curiosidade em buscar conhecimentos para solucionar a situação-problema apresentada, o que promove o desenvolvimento da Competência geral 2 da Bê êne cê cê, ao despertar nos alunos o interêsse pêlo aprendizado e pêla busca de respostas para certas questões que atingem a sociedade. Dessa maneira, busque, sempre que possível, incentivá-los a desenvolver atitudes relacionadas à investigação e à pesquisa.
  • Comente com os alunos que na ocasião do surto do ebola os temores de que a doença se estendesse para fóra do continente africano intensificaram os cuidados dos governos e das autoridades sanitárias.
  • Os aeroportos se equiparam com termômetros infravermelhos e câmaras térmicas, para verificar a temperatura corporal dos passageiros que chegavam do exterior. As companhias aéreas suspenderam voos para os países onde os casos da doença eram numerosos.

Atividades

Faça as atividades no caderno.

Organizando os conhecimentos

  1. Com base na diversidade étnico-cultural, podemos dividir o continente africano em duas grandes regiões distintas. Quais são elas? Escolha uma dessas regiões e descreva suas principais características.
  2. Observe novamente o mapa da densidade demográfica do continente africano na página 259. sôbre a distribuição da população africana pêlo território, responda às questões a seguir.
    1. A população está distribuída de maneira regular por todo o território?
    2. Como você justificaria extensas áreas com baixa densidade demográfica no continente africano?
  3. Observe novamente a tabela da página 263. Depois, escreva em seu caderno qual é a principal causa das elevadas taxas de analfabetismo e mortalidade infantil entre os africanos.
  4. Conforme você estudou, o crescimento populacional dos países da África ocorre de fórma acelerada em comparação com os países da Europa, por exemplo. Quais são os principais motivos dêsse rápido crescimento?
  5. Em uma conversa com amigos, alguém afirma que o problema da fome na África decorre da baixa produção mundial de alimentos. De acôrdo com o que você estudou, que argumento você utilizaria para dizer a essa pessoa que ela está errada?

Aprofundando os conhecimentos

  1. Observe a foto, ela retrata uma mesquita na cidade de Casablanca, no Marrocos.

As mesquitas são templos islâmicos, comumente encontradas na porção norte do território africano. Com base no que você estudou até agora neste capítulo, explique por que são comuns nesta área.

Fotografia. No primeiro plano, pátio amplo, com algumas construções em arco. Ao fundo, construção com uma torre alta com detalhes verdes.
Mesquita em Casablanca, Marrocos, em 2021.
Respostas e comentários

1. Resposta nas orientações ao professor.

2. a) Não. A distribuição da população africana é bastante irregular pêlo território. Há pequenas áreas densamente povoadas e outras com densidade demográfica de menos de 1 habitante por quilômetro².

2. b) As condições naturais exercem forte influência na distribuição populacional da África. Existem extensas áreas do continente dominadas por vastos desertos, assim como há regiões dominadas por grandes florestas que limitam o povoamento.

3. A escassez de verbas públicas, ou seja, os reduzidos investimentos em áreas sociais como a saúde e a educação e também a administração ineficiente dos recursos existentes.

4. A manutenção das taxas de fertilidade em nível elevado e a queda gradativa da taxa de mortalidade infantil nas últimas décadas.

5. Possível resposta: O problema da fome deve-se ao fato de que nem todas as pessoas conseguem ter acesso aos alimentos produzidos por não possuírem renda suficiente, ou seja, está relacionado com a situação de extrema pobreza em que as pessoas se encontram, e não com a baixa produção de alimentos.

6. As mesquitas são encontradas nessa parte do continente porque a porção norte do território foi ocupada e colonizada pelos povos árabes desde o século dezessete. Os povos árabes, em sua maioria, são seguidores do Islã.

  • Aproveite o trabalho com as páginas de atividades e verifique se os alunos conseguiram compreender os conteúdos abordados ao longo do capítulo. Caso considere necessário, retome algum conteúdo trabalhado.
  • O desenvolvimento da atividade 2 contempla a Competência específica de Geografia 4 da Bê êne cê cê, ao explorar o uso da linguagem cartográfica na identificação de informações geográficas, como a distribuição da população.
  • As atividades 4 a 6 desenvolvem a prática de argumentação, ao demandar a organização e a elaboração de respostas apoiadas em conhecimentos geográficos, com informações explicativas baseadas nas opiniões dos alunos.
  • As questões 6 e 7 favorecem o desenvolvimento da Competência específica de Ciências Humanas 7 e da Competência específica de Geografia 3 da Bê êne cê cê, ao utilizarem a linguagem iconográfica para que os alunos exercitem o raciocínio espaço-temporal.

Resposta

1. África do Norte e África Subsaariana. Na África do Norte, localizam-se os países ao norte do deserto do Saara, ocupados e colonizados pelos povos árabes. Há o predomínio de população branca, de religião islâmica e de línguas árabes. Já na África Subsaariana localizam-se os países ao sul do deserto do Saara, com predomínio de população negra e grande diversidade étnico-cultural (línguas e religiões).

7. Observe a foto que retrata a favela Kibera, em Nairóbi, capital do Quênia, em 2020.

Fotografia. Casas e barracos de tábuas na margem de um córrego. Há terra, lama e lixo próximos as construções. Ao fundo, mais casas entre árvores.
  1. Explique a relação entre o crescimento de áreas como a favela de Kibera e o processo de urbanização no continente africano.
  2. A migração da população rural para as grandes cidades do continente africano tem gerado um intenso processo de urbanização nos maiores centros urbanos da África. Quais fatores têm contribuído para êsse processo?

8. A Somália possui características demográficas semelhantes a grande parte dos países africanos. Identifique qual das pirâmides etárias retrata aspectos da demografia da Somália. Justifique o que você levou em consideração para identificar a pirâmide etária.

Gráfico A. Crianças e Jovens: com homens e mulheres de 0 a 4 até 15 a 19 anos, se mantendo entre 1200 mil habitantes. Adultos: mostrando homens e mulheres de 20 a 24 até 60 a 64 anos, variando de 1200 a 2400 mil habitantes, sofrendo pouca variação ao longo das idades. Idosos: mostrando homens e mulheres de 65 a 69 até 80 ou mais anos variando entre 1200 e mais de 2400 mil habitantes, sendo o número de mulheres na faixa de 80 ou mais maior do que o número de homens.

Fonte de pesquisa: UNITED Nations. World populations prospects2022. Disponível em: https://oeds.link/UOHiHt. Acesso em: 28 julho 2022.

Gráfico B. Crianças e Jovens: com homens e mulheres de 0 a 4 até 15 a 19 anos, variando entre 900 e 1500 mil habitantes, diminuindo conforme a idade aumenta. Adultos: mostrando homens e mulheres de 20 a 24 até 55 a 59 anos, variando de 300 a 800 mil habitantes, diminuindo conforme a faixa etária aumenta. Idosos: mostrando homens e mulheres de 60 a 64 até 80 ou mais anos variando entre 0 e 300 mil habitantes, diminuindo conforme as idades aumentam.

Fonte de pesquisa: UNITED Nations. World populations prospects2022. Disponível em: https://oeds.link/UOHiHt. Acesso em: 28 julho 2022.

Respostas e comentários

7. a) O crescimento acelerado e desordenado das grandes cidades, que passam a apresentar áreas sem acesso à infraestrutura e serviços essenciais, como saneamento básico, transporte etcétera

7. b) Resposta nas orientações ao professor.

8. A pirâmide da Somália é a B. Verifique se os alunos reconhecem que a pirâmide da Somália apresenta base larga, o que indica elevado crescimento demográfico, e tôpo estreito, indicador de baixa expectativa de vida.

Aproveite o tema proposto na atividade 7 e complemente o estudo sôbre a pobreza com a sugestão de avaliação a seguir.

Sugestão de avaliação

  • Promova estratégia de metodologia ativa chamada Debate, sôbre a pobreza em nosso país. Durante a conversa, incentive a reflexão dos alunos a respeito de alguns tópicos, como: > se existe pobreza no lugar onde moram e de que maneira isso afeta as pessoas; > as prováveis causas da pobreza e quais medidas deveriam ser tomadas para combatê-la.
  • Promova a elaboração de um relatório com as principais ideias da turma. Mais in­formações sôbre essa aborda­gem podem ser encontradas no tópico Metodologias ati­vas, na primeira parte dêste Manual do professor.

Resposta

Resposta pessoal. Cuide para que não haja constrangimentos com relação ao tema. Verifique se os alunos citam que a pobreza pode levar o indivíduo a ter carências alimentares, na saúde física e mental, entre outros aspectos.

  • Verifique se os alunos apontam políticas públicas que podem ser desenvolvidas, além da sociedade se envolver em ajudar doando roupas, alimentos, medicamentos etcétera Essas atitudes podem aliviar momentaneamente a situação de indivíduos que estão em situação de pobreza.
  • Essa atividade possibilita o desenvolvimento da Competência específica de Geografia 7 ao promover questões democráticas e solidárias. Além disso, explora a Competência específica de Ciências Humanas 2 ao analisar o mundo social e permitir que os estudantes se posicionem diante de problemas do mundo contemporâneo.
  • Na atividade 8, peça aos alunos que retomem a leitura do texto da página 264, que aborda o conteúdo O crescimento demográfico acelerado. Verifique se os alunos reconhecem que a pirâmide da Somália, assim como da maior parte dos países africanos, apresenta base larga (consequência da alta taxa de natalidade) e ápice estreito (por causa da baixa expectativa de vida).
  • A execução das questões propostas possibilita a aplicação das Competências específicas de Geografia 1 e 3 da Bê êne cê cê ao propor a resolução de problemas e desenvolver o senso crítico.

Resposta

7. b ) A ocorrência de guerras, conflitos em diversos países do continente africano. Além disso, o aumento da concentração de terras provocado pêlo avanço das grandes lavouras monocultoras e o desgaste e empobrecimento dos solos, decorrente da utilização de técnicas agrícolas rudimentares, diminuem a fertilidade e a produtividade das terras.

Glossário

Epidemia
: doença, geralmente infecciosa, que surge em um local e se propaga rapidamente, vitimando um grande número de pessoas em pouco tempo.
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Taxa de fecundidade
: número médio de filhos por mulher ao final de seu período reprodutivo (de 15 a 39 anos de idade).
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Desnutrição
: falta de ingestão ou de absorção de nutrientes pêlo organismo.
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Inanição
: enfraquecimento extremo do corpo, provocado pêla falta de alimentação.
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