Globalização, trabalho e desempregodesemprêgo

 [Narrador] O desemprego estrutural   [LOCUTOR E LOCUTORA]  Olá, ouvintes! [tom de voz animado]    [Locutora] [tom de voz explicativo] Neste podcast, vamos falar sobre trabalho, ou melhor, sobre a falta dele. Ter um emprego pode garantir a fonte de renda necessária à sobrevivência. Muitas pessoas passam a infância, a adolescência e até um período da vida adulta estudando e se preparando para ter uma profissão. Mas o que acontece quando não há vagas suficientes no mercado de trabalho? Por que será que isso ocorre?   [Locutor] [tom de voz explicativo] Pois é, Maria! Nem sempre existe trabalho para todo mundo que precisa. O Brasil tem mais de 210 milhões de habitantes, e uma parte dessas pessoas forma a População Economicamente Ativa, conhecida pela sigla PEA. A PEA engloba pessoas entre 10 e 65 anos, aptas ao trabalho. Desse grupo fazem parte as pessoas que se encontram empregadas em alguma atividade econômica e que recebem uma remuneração e as pessoas que estão à procura de emprego, isto é, as que estão temporariamente desempregadas. Você sabe quantas pessoas fazem parte da PEA em nosso país, Maria?    [Locutora] [tom de voz explicativo] Sei sim, João! E olha, é bastante gente, viu? Dos mais de 210 milhões de habitantes que você mencionou, o IBGE apontou que pertenciam à PEA, no final de 2021, mais de100 milhões de pessoas. É bastante gente disponível para trabalhar, não é verdade? O restante da população não está empregado por uma série de motivos: são crianças, são pessoas que já se aposentaram, gente que não procura emprego por não precisar ou que, infelizmente, desistiu porque não consegue uma vaga no mercado de trabalho ou não tem condições de saúde para trabalhar.    [Locutor] [tom de voz explicativo e preocupado] É, Maria... Na vida adulta, as pessoas precisam de algum trabalho digno que as sustente. Mas nem sempre é possível. Desses mais de 100 milhões de brasileiras e brasileiros prontos para exercer alguma atividade, ter uma ocupação, 12 milhões estavam desocupados em 2021, mais de 10% da PEA. Isso é quase a mesma quantidade de habitantes de uma cidade como São Paulo, a mais populosa do Brasil.    [Locutora] [tom de voz preocupado] A situação do desemprego é sempre muito desafiadora para países e cidades e, é claro, principalmente para as pessoas desempregadas. E o desafio acontece porque quem precisa trabalhar nem sempre encontra um emprego, um meio de ter dinheiro. Isso não significa que todo mundo que trabalha tenha salário suficiente para viver de forma digna, mas, sem emprego e sem renda, a vida pode ficar ainda mais difícil, João.    [Locutor] [tom de voz explicativo] Verdade, Maria. E a situação fica pior porque não existem opções de emprego à disposição de todo mundo que precisa. A situação da economia, quando não está favorável, é um dos motivos por que não se criam postos de trabalho suficientes. Porém, outros fatores podem contribuir para que o desemprego persista. Um dos problemas que afetam o Brasil e outros países é o chamado desemprego estrutural. Mas o que isso significa?    [Locutora] [tom de voz explicativo] Então, João, problemas econômicos como uma crise, por exemplo, podem trazer falta de vagas, como você já disse. Mas no desemprego estrutural, os motivos têm mais a ver com a estrutura da economia e, também, com a qualidade da educação.   [Locutor] [tom de voz explicativo] Isso mesmo, Maria. Entre esses motivos, as mudanças tecnológicas chamam a atenção. O uso de robôs nas fábricas, a mecanização de tarefas no campo e outras formas de automatização das atividades acabam, por um lado, aumentando a produtividade, mas, por outro, reduzindo a necessidade de pessoas que exerçam o serviço. Com isso, alguns tipos de empregos ficam obsoletos e empresas menos preparadas para enfrentar essas mudanças tecnológicas podem fechar ou procurar outras regiões e países com condições mais favoráveis. A fim de enfrentar a concorrência, tornando o custo de produção mais baixo ou elaborando produtos de melhor qualidade, não é incomum que empresas saiam do Brasil e continuem suas atividades em outras partes do mundo.    [Locutora] [tom de voz explicativo] Sabe, João, o Brasil é um país que tem muitos desafios a serem enfrentados no sentido de reduzir o desemprego e melhorar as condições de trabalho. A educação, sem dúvida, está entre eles. Quando as pessoas estão mais bem preparadas para exercer uma profissão, existem mais chances de conseguir um emprego. A evolução tecnológica, ao mesmo tempo em que torna certas funções obsoletas, cria novos tipos de trabalho para quem possui qualificação. Os países mais desenvolvidos conseguem enfrentar a concorrência e o desemprego oferecendo uma série de incentivos à população: educação de qualidade, incentivos públicos em favor da modernização das empresas, investimentos em pesquisa e desenvolvimento de novos produtos, melhores condições de trabalho e salário, entre outros.    [Locutor] [tom de voz indagativo e tranquilo] Bem, Maria, neste podcast nossos ouvintes conheceram os efeitos do desemprego estrutural e como é possível contorná-lo.    [LOCUTOR E LOCUTORA]  [tom de voz animado] Até mais, pessoal!   [Narrador] Todos os áudios inseridos neste conteúdo são da Freesound.