UNIDADE 4 Europa: aspectos naturais e população

Fotografia. Curso de um rio com barcos ancorados. Ao fundo, casas altas com diversas janelas e árvores ao redor.
Vista de embarcações e moradias às margens do rio , em , Holanda, em 2022.

Embora seja um continente relativamente pequeno, a Europa é reconhecida como o berço da civilização ocidental. Nesse continente, ocorreram muitos eventos que marcaram a história da humanidade, como a Revolução Industrial, que transformou também, gradativamente, várias outras regiões do planeta, incluindo o Brasil.

Os aspectos naturais do continente europeu são muito variados, incluindo diferentes tipos de clima, formações vegetais, fórmas de relêvo e hidrografia. Outra característica marcante é a elevada qualidade de vida da maior parte de seus habitantes, o que explica o grande contingente de idosos na população.

Iniciando a conversa

  1. O que você sabe sôbre o continente europeu na atualidade?
  2. Você se recorda do nome de alguns países europeus? Cite-os.
  3. Você já ouviu falar em União Europeia? O que você sabe sôbre ela? Comente.

Agora vamos estudar...

  • as características naturais da Europa;
  • os aspectos que caracterizam a população europeia;
  • a urbanização do continente europeu;
  • a economia da Europa;
  • a União Europeia e seus principais desafios.

CAPÍTULO 10 Aspectos naturais da Europa

A Europa é o segundo menor continente do planeta, com aproximadamente 10,5 milhões de km2. Do ponto de vista geológico, ela é um prolongamento da Ásia, e, juntos, dois continentes formam um grande e único bloco de terras denominado Eurásia.

A Europa está localizada no hemisfério Norte e estende-se do oceano Atlântico, a oeste, aos montes Urais, uma cadeia de montanhas com cêrca de 2,5 mil quilômetros de extensão, a Léste. montes atravessam as terras da Europa na direção norte-sul e marcam o limite territorial entre a Europa e a Ásia, dividindo o território da Rússia entre os dois continentes. Ao norte, o continente europeu tem como limite o oceano glacial Ártico e, ao sul, o mar Mediterrâneo, como é possível observar no mapa a seguir.

Divisão política da Europa (2018)

Mapa. Divisão política da Europa (2018). Irlanda do Norte, capital: Belfast; Irlanda, capital: Dublin; Escócia, capital: Edimburgo; Inglaterra, capital: Londres; País de Gales, capital: Cardiff; Noruega, capital, Oslo; Suécia, capital: Estocolmo; Dinamarca, capital: Copenhage; Holanda, capital: Amsterdã; Alemanha, capital: Berlim; Bélgica, capital: Bruxelas; Luxemburgo, capital: Luxemburgo; França, capital: Paris, Espanha, capital: Madri; Portugal, capital: Lisboa; Andorra, capital: Andorra; Suíça, capital: Berna; Liechtenstein, capital: Vaduz; Mônaco, capital: Mônaco; Itália, capital: Roma; Áustria, capital: Viena; Eslovênia, capital: Liubliana; Croácia, capital: Zagreb; San Marino, capital: San Marino; Bósnia-Herzegovina, capital: Sarajevo; Sérvia, capital: Belgrado; Montenegro, capital: Podgorica; Albânia, capital: Tirana; Bulgária, capital: Sófia; Macedônia do Norte, capital: Skopje; Grécia, capital: Atenas; Turquia (parte europeia); Romênia, Moldávia, capital: Chisinau; Ucrânia, capital: Kiev; Eslováquia, capital: Bratislava; República Tcheca, capital: Praga; Polônia, capital: Varsóvia; Belarus, capital: Minsk; Lituânia, capital: Vilnius; Letônia, capital: Riga; Estônia, capital: Tallinn; Finlândia, capital: Helsinque; Geórgia, capital: Tbillisi; Armênia, capital: Ierevan; Azerbaijão, capital: Baku; Chipre, capital: Nicósia. À direita, mapa de localização, planisfério destacando a região descrita. No canto superior direito, a rosa dos ventos, na parte inferior, a escala: 420 quilômetros por centímetro.

Fonte de pesquisa: ATLAS geográfico escolar. oitava edição Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página 43.

Questão 1.

Observe o mapa e verifique a localização dos países europeus. Escolha um dêsses países e descreva sua localização geográfica, identificando seus limites com países vizinhos, com mares ou oceanos.

Relevo europeu

Apesar da sua pequena extensão, o relêvo do continente europeu apresenta fórmas e altitudes muito variadas, que se originaram em diferentes idades geológicas. Veja o mapa a seguir.

relêvo e hidrografia da Europa

Mapa. Relevo e hidrografia da Europa. Altitudes. Acima de 1500 e entre 1.201 a 1.499: áreas na Islândia, Alpes Escandinavos, Península Ibérica, Pireneus, Alpes, Apeninos, Alpes Dináricos, Bálcãs e Cárpatos. 601 a 1.200 e 301 a 600: Irlanda, Ilha da Grã-Bretanha, área ao sul da Planície Germano-Polonesa, Planalto de Valdai, Planalto Central Russo, Montes Urais e Cáucaso. 0 a 300: Planície Sarmática, norte da Planície Germano-Polonesa, Península de Kola e Planalto Lacustre da Finlândia. Depressão: Depressão Caspiana e Países Baixos. Picos: Dore - 1.886 metros, Mt. Blanc – 4.807 metros, Gerchalovsky – 2.655 metros, Elbrus – 5.633 metros, Parnaso – 2.457 metros. Vulcão: Vesúvio – 1.280 metros, Etna – 3.840 metros. No canto superior esquerdo, mapa de localização, planisfério destacando a região descrito. No canto inferior direito, a rosa dos ventos e a escala: 445 quilômetros por centímetro.

Fonte de pesquisa: ATLAS geográfico escolar. 8. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2018. p. 42.

O continente europeu apresenta três principais fórmas de relêvo:

  • planícies: são as que mais se destacam, sobretudo nas áreas central e leste do continente. De modo geral, elas têm grande importância para o desenvolvimento da atividade agrícola, pois seus solos são muito férteis.
  • planaltos: são terrenos antigos já bastante desgastados pêla erosão e, por isso, apresentam altitudes relativamente baixas. Muitos planaltos europeus sobressaem-se devido às abundantes reservas de carvão mineral e de outros recursos minerais, como o ferro, cuja ocorrência favoreceu o desenvolvimento da atividade industrial no continente.
  • montanhas: são fórmas de relêvo de origem geológica mais recente que as demais fórmas de relêvo europeias. Originadas no período Terciário (entre 70 milhões e 2 milhões de anos atrás), essas regiões são caracterizadas por elevadas altitudes e constantes movimentos tectônicos, como terremotos e erupções vulcânicas.

Questão 2.

De acôrdo com o mapa desta página, onde estão localizadas as áreas de relêvo mais elevado no continente europeu?

Questão 3.

No continente europeu, predominam quais fórmas de relêvo?

Rede hidrográfica da Europa

De modo geral, a rede hidrográfica da Europa encontra-se bem distribuída pêlo continente. Devido a isso, grande parte de suas águas é aproveitada para diversas finalidades, entre elas:

  • o abastecimento de áreas urbanas e de parques industriais;
  • a irrigação de áreas agrícolas;
  • a geração de energia hidrelétrica;
  • a utilização como via de transporte de mercadorias e de pessoas, realizando, assim, a interligação entre diferentes regiões.

Vários rios europeus, como o Reno, o Danúbio, o Pó e o Ródano, nascem do degêlo de neve que se acumula nos picos das cordilheiras. Conheça, a seguir, as características de alguns dêsses rios europeus.

  • Danúbio: um dos rios mais extensos da Europa, com aproximadamente 2.857 quilômetros de extensão. Em razão de sua grande dimensão, êle é muito utilizado como via de transporte para o escoamento de produtos da região central do continente até o mar Negro, onde está localizada a sua foz.
  • Reno: com cêrca de 1.230 quilômetros de extensão, o rio corre na porção central do continente, atravessando importantes regiões agrícolas e industriais, entre elas o Vale do rúr, que concentra o maior parque industrial da Alemanha.

Grande parte das cargas transportadas pêlas águas do Reno é levada até o mar do Norte, onde está localizado o Pôrto de Roterdã, o mais importante da Europa. Além dos terminais de carga, o entôrno do Pôrto concentra um grande parque industrial, com refinarias de petróleo, empresas de construção naval e indústrias químicas e alimentícias.

Fotografia. Vista do alto. Porto com diversos contêineres espalhados e navios ancorados ao fundo.
Na foto, vista do Pôrto de Roterdã, na Holanda, em 2020.

Questão 4.

Analise novamente o mapa da página 123, observe a rede hidrográfica e identifique os principais rios do continente europeu.

A poluição e a questão hídrica na Europa

Os recursos hídricos distribuídos pêlo território europeu, incluindo principalmente seus cursos fluviais e lençóis subterrâneos, têm sido explorados de maneira cada vez mais intensa. Ao longo dos últimos dois séculos, com o crescimento populacional e a expansão das atividades econômicas, impulsionadas sobretudo pêlo desenvolvimento da atividade industrial, aumentou-se enormemente a pressão sôbre os recursos hídricos do continente. Diante disso, a disponibilidade de água vem se tornando um grande problema em muitos países europeus.

Além do aumento do consumo, a situação dessas reservas tem sido agravada pêlo aumento da poluição e pêla degradação de muitos rios e lagos. Muitos dos importantes rios que correm no continente estão seriamente contaminados pêlo lançamento de poluentes industriais, rejeitos de mineração, químicos agrícolas, assim como esgotos domésticos.

Fotografia. Rio coberto por lixo flutuando. Ao fundo, barcos ancorados.
Na foto, trecho do rio Danúbio coberto por poluição em Galati, Romênia, em 2019.

A despoluição das águas

Nas últimas décadas, alguns rios europeus vêm sendo despoluídos com o esfôrço conjunto de governos de vários países.

As águas do rio Reno, por exemplo, que já foi considerado um dos mais poluídos da Europa, têm sido recuperadas por um amplo e oneroso programa de despoluição realizado pelos governos dos países drenados pêlo curso de suas águas, como Alemanha, França e Suíça.

O govêrno britânico, por sua vez, também vem investindo maciçamente na despoluição do Tâmisa, rio que atravessa a cidade de Londres, capital da Inglaterra. Com a despoluição, peixes e crustáceos voltaram ao Tâmisa, cujas águas já estavam praticamente sem vida.

Fotografia. Curso de um rio com uma ponte à direita e árvores nas margens.
Na foto, trecho do rio Tâmisa em , Reino Unido, em 2021.