CAPÍTULO 26 População e economia da Oceania

A população da Oceania é de aproximadamente 43 milhões de habitantes. Nesse continente, a maior concentração de pessoas está na Austrália, na Nova Zelândia e em Papua Nova Guiné, países que abrigam cêrca de 40 milhões de pessoas, ou seja, 92% da população total do continente. O restante da população, cêrca de 8%, está distribuído em suas pequenas ilhas.

Ao analisar o mapa, percebemos que a Austrália e a Nova Zelândia são países que apresentam a população distribuída de maneira desigual pêlo território.

Densidade demográfica da Austrália e da Nova Zelândia (2015)

Mapa. Densidade demográfica da Austrália e da Nova Zelândia (2015). Habitantes (por quilômetros quadrados). De 25,1 a 50: áreas no nordeste e ao redor de Melbourne e no leste da Nova Zelândia. De 10,1 a 25: áreas no noroeste com Derby, no sudoeste, com Perth, costa leste com Sydney, a capital: Canberra e Nova Zelândia. De 1,1 a 10: no sudeste e sul próximo as cidades: Sydney e Adelaide, e sul da Nova Zelândia. Menos de 1: grande parte da Austrália com Cloncurry. No canto superior direito, mapa de localização, planisfério destacando a região descrita. Na parte inferior, a rosa dos ventos e a escala: 490 quilômetros por centímetro.

Fonte de pesquisa: GIRARDI, Gisele; ROSA, Jussara Vaz. Atlas geográfico do estudante. São Paulo: éfe tê dê, 2016. página 180.

Questão 1.

De acôrdo com o mapa anterior, quais são as áreas de maior concentração populacional na Austrália?

Na Austrália, as diferentes densidades demográficas são decorrentes, por exemplo, da influência de diversos fatores naturais, principalmente da presença de clima sêco e de desertos na região central do território, que dificultam a ocupação humana. As áreas com maior concentração populacional encontram-se no litoral Léste e sudeste, onde estão as principais cidades, como e Sídni.

Além de concentrar parte significativa da população do continente, a Austrália e a Nova Zelândia apresentam as maiores taxas de urbanização da Oceania. Nesses países, de cada 100 habitantes, cêrca de 86 moram em cidades.

A colonização europeia e os povos nativos

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O processo de colonização da Austrália e da Nova Zelândia ocorreu entre os séculos dezoito e dezenove. Embora os ingleses tenham sido os principais colonizadores, outros imigrantes europeus, como italianos, gregos e irlandeses, também participaram da ocupação dêsses países, o que, somado à diversidade dos povos nativos, contribuiu para a atual diversidade étnica da população.

Fotografia. Grupo de pessoas com roupas pretas com detalhes vermelhos sobre os ombros, cintura e cabeça. Elas parecem dançar, mexendo os braços.
Grupo do povo maori realizando a (dança típica) na Nova Zelândia, em 2019.

Com a chegada dos europeus à Oceania, muitos povos nativos da Austrália (aborígenes) e da Nova Zelândia (maoris) foram massacrados, seja por combate decorrente da resistência à colonização, seja por doenças trazidas pelos colonizadores. Em muitos casos, para o desenvolvimento da agricultura, da pecuária e da exploração mineral, os povos nativos foram expulsos de suas terras.

Assim, as populações nativas foram reduzidas drasticamente. Atualmente, os maoris representam 16% na Nova Zelândia, e os aborígenes não atingem 5% do total da população australiana.

Nas últimas décadas, os maoris receberam de volta parte de suas terras e nelas buscam preservar aspectos de sua cultura tradicional. Grande parte dos aborígenes vive em parques e reservas no interior da Austrália. Aqueles que vivem nas cidades, na maioria das vezes, sofrem com a marginalização e a discriminação étnica por parte da população. Na Nova Zelândia, por sua vez, houve uma valorização da cultura tradicional maori, com a oficialização da língua maori no país.

Clique no play e acompanhe as informações do vídeo.

Fotografia. Grupo de pessoas com tecidos vermelhos e pinturas corporais espalhadas pelo corpo, dançando em uma área de areia cercada por grama. Ao redor, pessoas observando e árvores.
Na foto, dançarinos e músicos aborígenes celebrando sua cultura em Sídni, Austrália, em 2018.

Os contrastes socioeconômicos

Analise as informações a seguir, que apresentam dados socioeconômicos sôbre alguns países da Oceania.

Indicadores socioeconômicos de alguns países da Oceania

País

IDH 2019

Renda per capita (em US$) 2021

Mortalidade infantil (por grupo de mil nascidos vivos) 2021

Expectativa de vida (em anos) 2019

PIB (em bilhões de US$) 2021

Austrália

0,944

59.934

3

83

1.543

Nova Zelândia

0,931

48.802

4

82

250

Fiji

0,743

5.086

23

67

5

Papua Nova Guiné

0,555

2.916

34

65

27

Ilhas Salomão

0,567

2.337

16

73

2

Fontes de pesquisa: THE World Bank. DataBank. Disponível em: https://oeds.link/AI2WKZ. P. Relatório de Desenvolvimento Humano 2020: the next frontier: human development and the anthropocene. Nova iórque, 2020. página 343346. Disponível em: https://oeds.link/J95YLG. Acessos em: 29 junho 2022.

Questão 2.

Comparando os indicadores socioeconômicos dos países mostrados anteriormente, é possível perceber contrastes entre êles?

Questão 3.

De acôrdo com indicadores, como você descreveria as condições de vida de um australiano e de um neozelandês?

A Austrália e a Nova Zelândia são os países com maior desenvolvimento econômico da Oceania, fato que contribuiu para o aumento da renda e a melhoria na qualidade de vida de suas populações.

Os grandes investimentos do govêrno, sobretudo nas áreas sociais, como saúde, educação, emprêgo, previdência social e programas assistenciais, proporcionaram aos australianos e aos neozelandeses um amplo acesso a serviços sociais de qualidade. Isso explica por que dois países apresentam os melhores indicadores socioeconômicos da Oceania, tal como verificamos na tabela mostrada anterior.

Embora grande parte da população australiana e neozelandesa desfrute excelente qualidade de vida, há uma parcela da população, que inclui parte dos aborígenes e maoris, que vive marginalizada e, muitas vezes, não tem acesso a bens e serviços como a maioria da população.

Ao contrário da Austrália e da Nova Zelândia, os demais países da Oceania são subdesenvolvidos e, por isso, apresentam problemas característicos de nações pobres, como elevados índices de mortalidade infantil, baixa expectativa de vida e baixa renda per cápita.

Para efeito de comparação, a taxa de mortalidade infantil em Papua Nova Guiné é cêrca de dez vezes maior do que na Austrália e na Nova Zelândia. Além disso, Papua Nova Guiné tem a menor expectativa de vida entre os países apresentados na página anterior: os habitantes do país vivem, em média, vinte anos a menos que os australianos e os neozelandeses.

Fotografia. Porto com barcos ancorados e uma cidade repleta de edifícios.
Bairro com boas condições de moradia e infraestrutura em óuclênd, Nova Zelândia, em 2020.
Fotografia. Casas de tábuas sobre vigas em terreno de terra. Ao fundo, floresta com árvores.
Moradias precárias em vilarejo em Papua Nova Guiné, em 2018.

As atividades econômicas desenvolvidas na Oceania são bastante diversificadas. A Austrália e a Nova Zelândia apresentam uma indústria mais estruturada. Já os demais países têm economias com baixo desenvolvimento industrial, baseadas em atividades como pesca e agropecuária. Nas páginas seguintes, vamos estudar com mais detalhes as duas principais economias do continente: Austrália e Nova Zelândia.

Austrália, maior economia da Oceania

A Austrália destaca-se pêla grande diversidade de atividades econômicas que movimentam sua economia. O setor industrial, presente principalmente nas regiões sul e sudeste do território, é bastante desenvolvido, com um parque industrial composto de indústrias de variados ramos, entre êles siderúrgico, metalúrgico, químico, automobilístico e de informática.

A diversidade de recursos minerais e de combustíveis fósseis presentes no território australiano foi muito importante para o desenvolvimento industrial do país. As principais jazidas australianas são carvão mineral, minério de ferro, bauxita, cobre, ouro e chumbo.

O predomínio de climas áridos em grande parte do território dificulta o desenvolvimento da agricultura. No entanto, em razão do elevado nível de modernização das atividades agropecuárias, a Austrália apresenta altos índices de produtividade agrícola e pecuária. Na agricultura, destaca-se a produção de trigo, aveia, cevada, cana-de-açúcar e algodão; na pecuária, as criações de ovinos, caprinos e bovinos são bastante expressivas. Confira nos mapas.

Agropecuária da Austrália (2013)

Mapa. Agropecuária da Austrália (2013). Principais produtos: Cana-de-açúcar, Uva, Cereais, Madeira, Ovinos, Bovinos encontrados no oeste, sul e nordeste. Utilização do solo. Florestas: diversas áreas no norte, nordeste, sudoeste e sul. Pastos: ocupando grande parte do território no oeste, norte, e porção leste. Agricultura: pequenas áreas no sudoeste, sul e nordeste. Deserto: grande área no oeste e faixa no centro. No canto superior esquerdo, mapa de localização, planisfério destacando a região descrita. No canto inferior esquerdo, a rosa dos ventos e a escala: 450 quilômetros por centímetro.

Recursos minerais e regiões industriais da Austrália (2013)

Mapa. Recursos minerais e regiões industriais da Austrália (2013). Indústria. Química, Mecânica, Produtos alimentícios, Tecnológica, Metalurgia, Editorial e gráfica, Processamento de carne bovina, Têxtil, no norte, sudoeste, toda a porção leste, especialmente no sudeste. Região industrial: área ao redor de Perth, Adelaide, Geelong, Melbourne, Canberra, Wollongong, Sydney, Newcastle, Toowoomba e Brisbane. Minérios, Bauxita (alumínio), Ferro, Cobre, Ouro, Níquel, Chumbo no noroeste, sudoeste, nordeste e em menor quantidade no sudeste. No canto superior esquerdo, mapa de localização, planisfério destacando a região descrita. No canto superior direito, a rosa dos ventos e no canto inferior esquerdo, a escala: 485 quilômetros por centímetro.

Fontes de pesquisa dos mapas: ATLAS National Geographic: oceanos e polos. São Paulo: Abril, 2008. volume 12. página 30. GIRARDI, Gisele; ROSA, Jussara Vaz. Atlas geográfico do estudante. São Paulo: éfe tê dê, 2011. página 122. REFERENCE atlas of the world. nona edição Lôndon: dórlin , 2013. página 180, 185.

Nova Zelândia, uma economia ligada ao campo

Embora a Nova Zelândia tenha indústrias de diversos ramos, como mecânico, metalúrgico e siderúrgico, grande parte do parque industrial encontra-se atrelada à atividade pecuária, no processamento de produtos como leite (laticínios), carne (frigoríficos) e lã (têxtil). Atualmente, a indústria responde por 24% do Píbi da Nova Zelândia.

A pecuária é uma das atividades de maior destaque na Nova Zelândia, com a criação de bovinos, suínos e, principalmente, ovinos. A agricultura, desenvolvida basicamente nas áreas de planícies localizadas na porção Léste da Ilha do Sul, apresenta excelentes índices de produtividade. Isso é consequência das condições climáticas favoráveis do clima temperado e dos elevados investimentos em tecnologias agrícolas realizados pelos neozelandeses. Entre os principais cultivos agrícolas, destacam-se trigo, cevada, centeio, aveia e milho.

Além da agropecuária, entre as atividades primárias, merecem destaque a extração madeireira praticada em áreas de reflorestamento e a pesca realizada ao longo do litoral. O mapa mostra como estão organizadas as atividades econômicas pêlo território neozelandês.

Fotografia. Pasto amplo em um morro com ovelhas.
Rebanho de ovelhas na Nova Zelândia, em 2019.

Atividades econômicas da Nova Zelândia (2013)

Mapa. Atividades econômicas da Nova Zelândia (2013). Vegetação. Floresta: norte e costa sudoeste. Produtivo: áreas no norte, nordeste e faixa central. Agricultura: pequena área no sudeste. Energia. Gás natural, Petróleo, Termelétrica, Hidrelétrica, espalhados por todo o país. Gasoduto aparece no norte interligando Auckland e a capital Wellington. Indústrias. Produtos alimentícios, Cimento, Conservas, Eletrônica, Metalurgia, Mecânica, Extração mineral, Petroquímica, Química, Têxtil em todo o território. No canto superior esquerdo, mapa de localização, planisfério destacando a região descrita. No canto inferior, a rosa dos ventos e a escala: 160 quilômetros por centímetro.

Fontes de pesquisa: ATLAS National Geographic: Oceania, polos e oceanos. São Paulo: Abril, 2008. volume 11. página 4041. REFERENCE atlas of the world. décima primeira ediçãoLôndon: dórlin , 2021. página 185.