CAPÍTULO 14 Imperialismo e geopolítica: a Europa no mundo

Entre o início do século dezenove e o comêço do século vinte, a Europa se manteve no centro do poder econômico mundial, exercendo grande hegemoniaglossário em relação ao resto do mundo. Fatores como o acelerado crescimento econômico e a adoção de uma política territorial expansionista contribuíram diretamente para a supremacia dos grandes impérios europeus.

No plano econômico, as principais potências econômicas europeias da época estavam na vanguarda do desenvolvimento industrial, respondendo por praticamente metade da produção industrial mundial. Inglaterra, França e Alemanha eram os países mais industrializados do mundo, onde a atividade se expandia rapidamente pêlo continente, sobretudo ao redor das regiões mineradoras de carvão. As grandes reservas carboníferas foram fundamentais para impulsionar o desenvolvimento das indústrias durante o século dezenove (confira na imagem a seguir).

As nações europeias também dominavam o comércio mundial, controlando os principais portos e rotas marítimas, além de concentrar grande parte dos bancos e dos investimentos em nível mundial. Na época, os ingleses, em especial, eram considerados os “banqueiros” do mundo.

Pintura. Diversos barcos atracados em frente a uma cidade com construções e um porto com mais barcos ancorados.
Esta imagem, produzida por Willian Daniel, retrata um Pôrto movimentado em Londres, Inglaterra, durante o século dezenove, entre os anos de 1803 e 1808.
Respostas e comentários

Objetivos do capítulo

  • Conhecer aspectos históricos que contribuíram para que a Europa se consolidasse como potência econômica mundial.
  • Verificar a dinâmica territorial e fronteiriça do continente europeu.
  • Conhecer as principais características do cenário geopolítico atual.
  • Reconhecer que projeções cartográficas podem variar de acôrdo com o interêsse e a intenção dos cartógrafos.

Justificativas

No decorrer das páginas dêste capítulo, os alunos terão a oportunidade de compreender o imperialismo instituído no continente europeu e entender o modo como êle exerceu domínio sôbre a economia, a sociedade e a cultura de povos que viviam em outros lugares do continente. Será possível entender também os diferentes tipos de projeções cartográficas e como essas projeções variam de acôrdo com o interêsse da representação.

Os conteúdos abordados são relevantes para os alunos praticarem reflexões sôbre a influência do global para o local, por meio de fotos e mapas, contribuindo, assim, para o desenvolvimento de parte das habilidades ê éfe zero nove gê ê zero um, ê éfe zero nove gê ê zero oito, ê éfe zero nove gê ê um zero, ê éfe zero nove gê ê um um e ê éfe zero nove gê ê um quatro da Bê êne cê cê.


  • O tema Imperialismo e geopolítica: a Europa no mundo, trabalhado nas páginas 166 a 168, permitirá o desenvolvimento de aspectos da Competência geral 1, da Competência específica de Geografia 3 e da habilidade ê éfe zero nove gê ê zero um da Bê êne cê cê ao analisar criticamente a hegemonia europeia que foi exercida em várias regiões do mundo, em diferentes tempos e lugares; e das habilidades ê éfe zero nove gê ê um zero e ê éfe zero nove gê ê um um da Bê êne cê cê ao analisar as transformações provocadas pêlo processo de industrialização e urbanização do espaço europeu.
  • Chame a atenção dos alunos para a observação e interpretação da imagem apresentada na página. Pergunte o que mais chamou a atenção nela. Deixe que os alunos exponham suas ideias livremente, cuidando para que ocorra um ambiente de respeito em sala de aula. A interpretação da imagem contribui para explorar a Competência específica de Ciências Humanas 7 da Bê êne cê cê.
  • O conteúdo proposto nas páginas 166 a 170 está relacionado às Ciências Humanas, envolvendo os componentes curriculares Geografia e História. Explora aspectos das Competências específicas das Ciências Humanas 2 e 5, pois possibilita refletir sôbre eventos ocorridos no mesmo espaço e em tempos diferentes com base em conhecimentos do ser humano na natureza, a partir do trabalho e de conhecimentos adquiridos pêlas sociedades ao longo de sua história.

O domínio de territórios coloniais

No âmbito geopolítico, as principais potências econômicas da Europa também trataram de expandir e consolidar seus domínios territoriais pêlo mundo, como fórma de obter riquezas e garantir o acesso às fontes de matérias-primas necessárias para suprir o crescente avanço de suas produções industriais.

Para isso, essas potências promoveram a ocupação do continente africano e de extensas áreas do continente asiático. A tomada da África, ou partilha, como também ficou conhecida, foi feita por meio de um acôrdo selado na Conferência de Berlim, na Alemanha, assinado em 1885.

No continente asiático, por sua vez, os ingleses detinham o pleno contrôle das Índias, enquanto os franceses e os holandeses controlavam extensas áreas no Sudeste Asiático, e a Rússia expandia seus domínios sôbre a Sibéria e a Ásia Central. As terras da Oceania também foram tomadas por europeus, principalmente ingleses, holandeses, belgas e espanhóis.

O mapa a seguir mostra os principais domínios coloniais em poder das nações europeias entre o final do século dezenove e o início do século vinte.

Principais impérios coloniais do século dezenove e início do século vinte

Mapa. Principais impérios coloniais do século 19 e início do século 20. Nações colonizadoras: Alemanha, Bélgica, Espanha, França, Holanda, Inglaterra, Itália e Portugal. Domínios coloniais: Alemães: oeste, leste e sudoeste da África. Belgas: Congo, Início da colonização: 1908. Data da independência: 1960. Espanhóis: México, Início da colonização: 1519. Data da independência: 1821. Venezuela, Início da colonização: 1527. Data da independência: 1821. Colômbia, Início da colonização: 1536. Data da independência: 1819. Peru, Início da colonização: 1532. Data da independência: 1821. Chile, Início da colonização: 1561. Data da independência: 1818. Filipinas, Início da colonização: 1521. Data da independência: 1948. Franceses: Marrocos, Início da colonização: 1912. Data da independência: 1956. Argélia, Início da colonização: 1830. Data da independência: 1962, países no norte da África e sul da Ásia. Holandeses: Ilhas no sudeste da Ásia. Ingleses: Canadá, Início da colonização: 1534. Data da independência: 1836. Nigéria, Início da colonização: 1861. Data da independência: 1960. África do Sul, Início da colonização: 1814. Data da independência: 1910. Índia, Início da colonização: 1764. Data da independência: 1947. Austrália, Início da colonização: 1770. Data da independência: 1901. Italianos: Etiópia, Início da colonização: 1935. Data da independência: 1941. Portugueses: Brasil, Início da colonização: 1522. Data da independência: 1822. No canto superior direito, a rosa dos ventos e na parte inferior, a escala: 2400 quilômetros por centímetro.

Fonte de pesquisa: , íve (organizador). Atlas 2000. Paris: Nathan, 1999. página quinze.

Questão 1.

Identifique no mapa os domínios territoriais conquistados pêlas potências europeias na África, na Ásia, na Oceania e na América.

Respostas e comentários

Questão 1. Resposta: Os alunos devem identificar que a maior parte do território africano ficou dividida entre ingleses e franceses, com áreas também dominadas por belgas, alemães, italianos, portugueses e espanhóis. Na Ásia, os ingleses se apossaram de extensas áreas territoriais. Ingleses e holandeses controlaram grande parte da Oceania, tendo também alguns territórios na América. Espanhóis e portugueses também colonizaram territórios no continente americano.

Com o professor do componente curricular de História, trabalhem o conteúdo estudado nesta página, que aborda o tema Conferência de Berlim e a partilha da África. Solicite ao professor de História que explique aos alunos o contexto histórico em que ocorreram a ocupação do continente africano e a sua partilha a fim de que os alunos aprofundem seus conhecimentos sôbre questões históricas que ocorreram na Europa e na África no fim do século dezenove e início do século vinte.

Algo a mais

Para complementar o assunto abordado, leia o texto indicado a seguir, que trata da extinção de línguas maternas.

> LÍNGUAS ameaçadas. Museu Paraense Emílio Goeldi. Disponível em: https://oeds.link/cwqXVP. Acesso em: 14 junho 2022.


  • Com os alunos, faça a leitura do mapa que evidencia os principais domínios coloniais das nações europeias no início do século vinte. Leia primeiramente a legenda e, na sequência, as informações apresentadas no mapa. Peça aos alunos que identifiquem cada domínio territorial representado.
  • Chame a atenção dos alunos para o recorte histórico, ou seja, o período ao qual o mapa se refere. Destaque as mudanças ocorridas no que se refere ao domínio territorial europeu no mundo, entre o século dezenove e meados do século vinte. Identifique algumas possessões territoriais europeias atuais, como Guiana Francesa (França), Aruba (Holanda) e Groenlândia (Dinamarca).
  • A leitura e interpretação do mapa temático histórico favorecem o desenvolvimento da habilidade ê éfe zero nove gê ê um quatro da Bê êne cê cê.

A conquista de territórios coloniais foi assegurada pêla superioridade bélica das potências europeias. De posse de armas mais poderosas (fuzis, metralhadoras, granadas etcétera), os conquistadores europeus dominaram as populações locais e reprimiram, com extrema violência, qualquer tentativa de libertação promovida por movimentos de resistência. Em alguns casos, populações nativas inteiras que habitavam essas terras foram dizimadas pêla fôrça dos conquistadores europeus. Confira na imagem a seguir.

Desenho em preto e branco. Uma batalha com pessoas montadas em cavalos empunhado lanças e espadas. Eles correm em direção a homens que estão à pé com escudos, que correm subindo um morro.
O desenho, produzido por durên, retrata o confronto entre nativos africanos e europeus durante o século dezenove.

A dominação cultural

A conquista de territórios serviu para promover a dominação cultural dos europeus pêlo mundo. Com isso, os colonizadores impuseram sua cultura, com seus valores morais e éticos, assim como seus idiomas. Em muitas regiões da Ásia e da África, por exemplo, tornaram obrigatório o ensino de suas línguas.

O imperialismo, como ficou conhecido êsse período histórico marcado pêla ocupação e pêla exploração mais efetiva dos continentes africano e asiático, ampliou a hegemonia econômica dos países europeus e serviu para propagar o chamado eurocentrismo, ou seja, uma visão de mundo na qual a Europa é colocada como “modêlo” de sociedade, reforçando uma suposta superioridade dos povos europeus, de sua cultura, de suas línguas e de seu desenvolvimento econômico e tecnológico sôbre os demais povos do mundo.

Com a disseminação dessa visão eurocêntrica, o imperialismo europeu também fortaleceu a ideia de um mundo dividido entre Ocidente (tendo a Europa como centro) e Oriente (formado por povos com sociedades e culturas muito distintas).

Respostas e comentários

Um texto a mais

Para auxiliar na compreensão do que foi o imperialismo, sugerimos a leitura do texto a seguir.

reticências convém dar uma definição do imperialismo que inclua os cinco traços fundamentais seguintes:

1) a concentração da produção e do capital levada a um grau tão elevado de desenvolvimento que criou os monopólios, os quais desempenham um papel decisivo na vida econômica;

2) a fusão do capital bancário com o capital industrial e a criação, baseada nesse “capital financeiro” da oligarquia financeira;

3) a exportação de capitais, diferentemente da exportação de mercadorias, adquire uma importância particularmente grande;

4) a formação de associações internacionais monopolistas de capitalistas, que partilham o mundo entre si, e

5) o têrmu da partilha territorial do mundo entre as potências capitalistas mais importantes. O imperialismo é o capitalismo na fase de desenvolvimento em que ganhou corpo a dominação dos monopólios e do capital financeiro, adquiriu marcada importância a exportação de capitais, começou a partilha do mundo pelos trustes internacionais e terminou a partilha de toda a terra entre os países capitalistas mais importantes.

LENIN, Vladimir Ilitch. O Imperialismo, estágio superior do capitalismo. São Paulo: Expressão Popular, 2012.

Europa: territórios e fronteiras em movimento

A hegemonia exercida pelos países europeus durou até as primeiras décadas do século vinte, quando o continente foi abalado por dois grandes conflitos: a Primeira Guerra (1914-1918) e a Segunda Grande Guerra (1939-1945). Assim, as economias mais prósperas da Europa, como França, Inglaterra e Alemanha, foram duramente devastadas, resultando em enormes perdas humanas e grande destruição nas cidades e no campo. Com o continente em ruínas, a economia mundial passou a ser disputada pêla ascensão de duas novas superpotências: os Estados Unidos (capitalista) e a antiga União Soviética (socialista).

Além da derrocada econômica, os conflitos mundiais ocasionaram grandes mudanças no desenho das fronteiras europeias.

Os mapas desta página mostram a divisão político-territorial da Europa em dois momentos históricos.

Europa (1937)

Mapa. Europa (1937). Islândia, Noruega, Suécia, Finlândia, União Soviética (parte europeia), Estônia, Letônia, Lituânia, Polônia, Tchecoslováquia, Hungria, Romênia, Bulgária, Turquia (parte europeia), Azerbaijão, Geórgia, Armênia, Chipre, Grécia, Albânia, Iugoslávia, Áustria, Liechtenstein, Alemanha, Holanda, Bélgica, França, Andorra, Mônaco, Espanha, Portugal, San Marino, Itália, Irlanda, Reino Unido e Luxemburgo. No canto inferior esquerdo, mapa de localização, planisfério destacando a região descrita. No canto superior direito, a rosa dos ventos e na parte inferior, a escala: 525 quilômetros por centímetro.

Fonte de pesquisa: FERREIRA, Graça Maria. Atlas geográfico: espaço mundial. 4. edição São Paulo: Moderna, 2013. página 90.

Europa (2018)

Mapa. Europa (2018). Islândia, Irlanda, Reino Unido, Portugal, Espanha, França, Andorra, Mônaco, Suíça, San Marino, Itália, Liechtenstein, Áustria, Luxemburgo, Alemanha, Bélgica, Holanda, República Tcheca, Eslováquia, Hungria, Croácia, Eslovênia, Bósnia-Herzegovina, Montenegro, Sérvia, Romênia, Macedônia, Albânia, Bulgária, Turquia (parte europeia), Moldávia, Ucrânia, Polônia, Rússia (parte europeia), Belarus, Lituânia, Letônia, Estônia, Geórgia, Armênia e Azerbaijão. À direita, mapa de localização, planisfério destacando a região descrita. No canto superior direito, a rosa dos ventos e na parte inferior, a escala:  510 quilômetros por centímetro.

Fonte de pesquisa: ATLAS geográfico escolar. 8. edição Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página 43.

Respostas e comentários
  • Com os alunos, faça a leitura e comparação dos mapas apresentados. É de extrema importância que os alunos se dediquem nessa atividade, uma vez que êles se mostram um excelente recurso didático para compreender a dinâmica territorial do continente europeu.
  • O tema Europa: territórios e fronteiras em movimento propicia o trabalho com a habilidade ê éfe zero nove gê ê zero oito da Bê êne cê cê, ao abordar questões fronteiriças no continente europeu.

Sugestão de avaliação

Antes de iniciar os estudos sôbre o tema abordado nas páginas 169 e 170, faça aos alunos a seguinte questão:

> Qual continente do mundo foi o mais abalado pêlas duas grandes guerras: a Primeira Guerra (1914-1918) e a Segunda Guerra Mundial (1939-1945)?

Resposta

Essa questão tem o objetivo de investigar o conhecimento prévio dos alunos a respeito da participação da Europa nas duas grandes guerras mundiais.


Caso considere interessante, realize um trabalho em conjunto com o componente curricular de História para abordar a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) e a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Peça ao professor dêsse componente curricular que apresente aos alunos os principais acontecimentos que marcaram a Primeira Guerra Mundial e a Segunda Guerra Mundial. Junto com a explicação do professor de História, comente de que maneira as fronteiras do continente europeu foram sendo modificadas no decorrer do tempo.

Questão 2.

Analisando os dois mapas da página anterior, percebemos que a Europa passou por importantes mudanças político-territoriais. Quais países tornaram-se independentes? E quais países foram desfeitos?

Como verificamos nos mapas da página anterior, os limites territoriais que separam os países podem ser alterados de uma época para outra.

Ao longo do século passado, por exemplo, alguns países europeus ampliaram seus domínios territoriais e outros perderam parte dos territórios. Nesse mesmo período, surgiram alguns países e outros desapareceram. Assim, entendemos que a configuração territorial dos países e seus limites estão em constante mudança. limites, na maioria das vezes, são estabelecidos por acôrdos fronteiriços assinados de fórma pacífica. No entanto, em muitos outros casos, os limites são definidos após guerras e conflitos.

Nas últimas décadas, principalmente, as mudanças ocorridas podem ser creditadas, sobretudo, aos conflitos nacionalistas e separatistas, que reivindicam a criação de Estados soberanos e independentes.

movimentos deram origem, por exemplo, aos sangrentos conflitos que assolaram a península dos Bálcãsglossário no início da década de 1990 e provocaram a fragmentação da Iugoslávia e a criação das repúblicas da Sérvia, Eslovênia, Croácia e Bósnia-Herzegovina (mapa a seguir). êles também foram responsáveis pêlo desmembramento, de maneira pacífica, da Macedônia e da antiga Tchecoslováquia – dividida em dois novos países, a República Tcheca e a Eslováquia – em 1991, assim como de Montenegro em 2006.

Península dos Bálcãs – fronteiras na atualidade (2021)

Mapa. Península dos Bálcãs – fronteiras na atualidade (2021). Moldávia, Romênia, Eslovênia, Croácia, Bósnia-Herzegovina, Sérvia, Montenegro, Kosovo, Macedônia, Albânia, Grécia e Bulgária com os Montes Bálcãs. Na parte inferior, à esquerda, mapa de localização, planisfério destacando a região descrita, à direita, à rosa dos ventos e a escala: 160 quilômetros por centímetro. Apesar de Kosovo ter declarado independência em 2018 e de acordos terem sido feitos em 2021 para amenizar os conflitos fronteiriços, em 2022 ainda não era reconhecido como um país autônomo.

Fonte de pesquisa: ATLAS geográfico escolar. 8. edição Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página 43.

Respostas e comentários

Questão 2. Resposta: Além da Rússia, que era o centro do poder da União Soviética, tornaram-se independentes: República Tcheca, Eslováquia, Belarus, Ucrânia, Moldávia, Macedônia, Sérvia, Montenegro, Bósnia-Herzegovina, Croácia e Eslovênia. Foram desfeitos: Iugoslávia, Tchecoslováquia e União Soviética.

Caso considere necessário, oriente os alunos a consultar o mapa da Europa de 1937, na página anterior, para identificar a localização da antiga Iugoslávia.

Algo a mais

  • Para auxiliar na compreensão dos conflitos da península dos Bálcãs, especificamente a desintegração da Iugoslávia, mostre aos alunos o vídeo a seguir. > COMO e por que a Iugoslávia se desintegrou. BBC News, 6 agosto 2021. Disponível em: https://oeds.link/qJFhiS. Acesso em: 15 junho 2022.
  • No site do jornal francês, traduzido para o português, Le Monde Diplomatique Brasil, você encontrará reportagens sôbre os mais variados temas envolvendo diferentes regiões do planeta, como economia, política, cultura, meio ambiente, cidadania etcétera Disponível em: https://oeds.link/9qdFAC. Acesso em: 14 junho 2022.
  • Outra sugestão é consultar o site da bê bê cê British Broadcasting Corporation, que apresenta notícias do Brasil e do mundo, englobando a economia, a tecnologia, a ciência, a saúde etcétera Disponível: https://oeds.link/inyYEt. Acesso em: 15 junho 2022.

O cenário geopolítico atual

As transformações ocorridas no cenário geopolítico internacional têm ocasionado uma constante redefinição das fronteiras entre os países do mundo.

Entre as importantes transformações geopolíticas ocorridas nas últimas décadas, podemos citar a derrocada do socialismo e o fim da União Soviética, no final da década de 1980 e início da década de 1990. Tais acontecimentos deflagraram processos de independência que levaram à fragmentação do território soviético e à criação de novos Estados, que mudaram o traçado do mapa político no Léste da Europa e na Ásia.

O fim da União Soviética provocou grandes alterações no cenário geopolítico mundial, marcado atualmente pêlo predomínio do capitalismo em nível mundial e também pêla existência de três principais centros ou polos de poder econômico: Estados Unidos, União Europeia e Japão.

Mais recentemente, contudo, outras potências econômicas regionais também se destacam nesse cenário internacional, entre elas a China, segunda maior economia mundial, e também as chamadas economias emergentes, como o Brasil, a Índia e os Tigres Asiáticos (assuntos que estudaremos na unidade 7).

Confira o mapa a seguir, que mostra o atual cenário geopolítico mundial.

Cenário geopolítico atual

Mapa. Cenário geopolítico atual. Principais polos de poder e suas zonas de influência: Estados Unidos e sua área de influência: continente americano. União Europeia e sua área de influência: Europa e África. Japão e sua área de influência: sudeste asiático e Oceania. Potência mundial em ascensão: China. Grandes conjuntos econômicos: América do Norte, Europa, Japão e países que formam Tigres Asiáticos. Economias emergentes: Brasil, Rússia, África do Sul, China, Índia e países que formam Tigres Asiáticos. No canto superior direito, a rosa dos ventos e na parte inferior, a escala:  2230 quilômetros por centímetro.

Fontes de pesquisa: SIMIELLI, Maria Elena Ramos. Geoatlas. 35. edição São Paulo: Ática, 2019. página 42. GIRARDI, Gisele; ROSA, Jussara Vaz. Atlas geográfico do estudante. São Paulo: éfe tê dê, 2016. página 175.

Respostas e comentários
  • Realize a leitura desta página com os alunos e, na sequência, auxilie-os a interpretar o mapa Cenário geopolítico atual, explorando, dessa fórma, parte da habilidade ê éfe zero nove gê ê um quatro da Bê êne cê cê.
  • Comente com os alunos que, após o fim da União Soviética, os 15 novos países que surgiram foram: Rússia, Ucrânia, Belarus, , Cazaquistão, Geórgia, Azerbaijão, Lituânia, Moldávia, Letônia, , Tajiquistão, Armênia, Turcomenistão e Estônia.

Geografia em representações

Projeções cartográficas: o mundo visto de maneiras diferentes

As diferenças entre as projeções cartográficas podem variar de acôrdo com o interêsse e a intenção dos cartógrafos, ou até mesmo com a finalidade com que êles desejam representar a superfície terrestre. Vamos analisar um exemplo disso.

A representação a seguir mostra a superfície do nosso planeta vista na projeção cilíndrica, elaborada pêlo cartógrafo alemão píters.

Projeção de píters

Mapa. Projeção de Peters. Mostrando os continentes com um alongamento vertical, os seguintes países estão demarcados: Canadá, Estados Unidos, Brasil, França, Argélia, África do Sul, Arábia Saudita, Rússia, China, Japão e Austrália. No canto inferior esquerdo, a rosa dos ventos, à direita, a escala: 2980 quilômetros por centímetro.

Fonte de pesquisa: ATLAS geográfico escolar. oitava edição Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página 21.

1. Compare a projeção cilíndrica de Peters com a projeção, também cilíndrica, do cartógrafo belga guerárdus Mêrcator, na unidade 1, página 19. Escreva no caderno quais são as principais diferenças entre essas projeções.

Ao comparar a projeção de píters com a de Mêrcator, podemos perceber que, apesar de ambas serem elaboradas com base em projeções cilíndricas, elas apresentam diferenças significativas, sobretudo quanto à fórma e ao tamanho das áreas representadas.

A projeção de Mêrcator foi desenvolvida em 1569, com o propósito de servir, principalmente, à navegação. Naquela época, os europeus se lançavam à conquista de novas terras, sendo necessário, para isso, mapas que pudessem orientar melhor os navegadores.

Respostas e comentários

Questão 1. Resposta nas orientações ao professor.

Objetivos

  • Diferenciar as projeções cartográficas, identificando distorções entre área e fórma.
  • Reconhecer a intencionalidade das projeções apresentadas.

Resposta

1. Destaque que, na projeção de píters, os continentes aparecem alongados no sentido Norte-Sul em relação às áreas representadas na projeção de Mêrcator. Além disso, podemos observar diferenças quanto ao tamanho das áreas representadas: na projeção de píters, por exemplo, o continente africano é maior se comparado à sua representação na projeção de Mêrcator, e, nesta, a Groenlândia tem uma representação maior. As principais diferenças estão relacionadas, principalmente, ao tamanho e à fórma dos territórios representados.


Incentive os alunos a fazerem as comparações propostas na seção e auxilie-os em suas dificuldades.

Contudo, Mêrcator acabou representando a Europa em posição privilegiada, no centro do mundo e em tamanho bem maior se comparada com a África e a América, por exemplo.

Na década de 1970, píters tentou corrigir as distorções apresentadas na projeção de Mêrcator elaborando uma projeção que retratou de maneira mais fiel e correta o tamanho das áreas representadas. No entanto, ao corrigir essas distorções, píters acabou distorcendo a fórma dos continentes. Em sua projeção, as áreas representadas próximo à linha do Equador aparecem alongadas no sentido norte-sul, enquanto as regiões próximas aos polos aparecem alongadas no sentido Léste-oeste.

As imagens a seguir ilustram as diferenças entre as projeções de Mêrcator e de píters.

Projeção de Mêrcator

Mapa. Projeção de Mercator. Mapa da Groelândia, em tamanho maior, ao lado, a informação: Groenlândia 2,2 milhões de quilômetros quadrados. No canto superior direito, a rosa dos ventos e no canto inferior esquerdo, à escala: 1.565 quilômetros por centímetro. Mapa. Projeção de Mercator. Mapa da América do Sul, com a informação: América do Sul 17,8 milhões de quilômetros quadrados. No canto inferior esquerdo, a rosa dos ventos e a escala: 1460 quilômetros por centímetro.
Na projeção de Mêrcator, as áreas mais próximas dos polos são as que mais apresentam distorções. A Groenlândia, por exemplo, localizada próximo ao polo Norte, parece ter o mesmo tamanho da América do Sul. Porém, na realidade, a América do Sul é aproximadamente oito vezes maior que a Groenlândia.

Fonte de pesquisa: ATLAS geográfico escolar. oitava edição Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página 21.

Projeção de píters

Mapa. Projeção de Peters. Mapa da América do Sul alongada verticalmente. Ao lado, a informação: América do Sul 17,8 milhões de quilômetros quadrados. No canto superior esquerdo, a rosa dos ventos e na parte inferior, a escala: 1800 quilômetros por centímetro. Mapa. Projeção de Peters. Mapa da Groenlândia achatada. Ao lado, a informação: Groenlândia 2,2 milhões de quilômetros quadrados. No canto inferior direito, a rosa dos ventos. No canto inferior esquerdo, a escala: 1760 quilômetros por centímetro.
A projeção de Peters mostra o tamanho e a proporção das áreas representadas com mais precisão. Nela, a Groenlândia aparece bem menor que a América do Sul. Porém, devido às distorções na forma das áreas representadas, a medida do território sul-americano no sentido norte-sul aparece com mais que o dobro da medida leste-oeste, quando, na realidade, a medida norte-sul é 46% maior que a leste-oeste.

Fonte de pesquisa: ATLAS geográfico escolar. oitava edição Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página 21.

Respostas e comentários

Explique aos alunos que, na época das Grandes Navegações, a expansão dos domínios territoriais dos países europeus influenciou o desenvolvimento das produções cartográficas. Podemos observar isso nos planisférios mais comumente utilizados em atlas e livros didáticos, que têm a Europa ao centro.

Um texto a mais

O texto a seguir faz uma relação entre projeções cartográficas e geopolíticas.

reticências

     Tradicionalmente, a Cartografia oferece uma imagem do planeta focalizada no Equador e centrada na Europa e África. Essa imagem, reproduzida à exaustão nos planisférios, tende a perpetuar determinadas noções simplistas ou mesmo enganosas. mapas “marginalizam” espacialmente as molduras continentais e insulares do oceano Pacífico, que atualmente constituem um dos centros mundiais de poder econômico e político. êles também criam falsa impressão de que a América do Norte e a Ásia estão muito distantes entre si.

     A geopolítica opera com mapas e projeções cartográficas menos usuais, capazes de revelar determinadas realidades pouco enfatizadas. reticências

SCALZARETTO, Reinaldo; MAGNOLI, Demétrio. Atlas geopolítica. São Paulo: Scipione, 1996. página 7.

Atividades

Faça as atividades no caderno.

Organizando os conhecimentos

  1. Que fatores contribuíram para a hegemonia exercida pêlas nações europeias entre o início do século dezenove e o comêço do século vinte?
  2. De que maneira as potências econômicas europeias expandiram seus domínios territoriais pêlo mundo? Com qual objetivo essa expansão foi realizada?
  3. Explique o que foi o imperialismo.
  4. De acôrdo com o que você estudou, explique os principais motivos que levaram a Europa a perder sua hegemonia econômica no século vinte.
  5. Caracterize o cenário geopolítico atual, destacando os três principais polos de poder mundial.

Aprofundando os conhecimentos

6. O mapa mostra a redefinição política dos territórios e das fronteiras internacionais, provocada pêlo fim da União Soviética. Analise-o e, depois, responda às questões propostas.

Ex-União Soviética 1990

Mapa. Ex-União Soviética 1990. 
Limite da ex-União Soviética: abrangendo Estônia, Letônia, Lituânia, Belarus, Ucrânia, Moldávia, Geórgia, Armênia, Azerbaijão, Turcomenistão, Uzbequistão, Quirguistão, Tadjiquistão, Cazaquistão e Rússia. No canto superior esquerdo, mapa de localização, planisfério destacando a região descrita. No canto superior direito, a rosa dos ventos e na parte inferior, a escala: 715 quilômetros por centímetro.

Fonte de pesquisa: scálzarêto, Reinaldo; MAGNOLI, Demétrio. Atlas geopolítica. São Paulo: Scipione, 1998. página 56.

  1. Descreva, no caderno, as principais mudanças político-territoriais ocorridas com o fim da União Soviética.
  2. Identifique quais foram os novos países criados com a queda do império soviético.
  3. Localize também os três países bálticos da ex-u érre ésse ésse que não pertencem à sei.
Respostas e comentários

1. Fatores como o acelerado crescimento econômico e a adoção de uma política territorial expansionista contribuíram diretamente para a supremacia dos grandes impérios europeus pêlo mundo.

2. As principais potências econômicas da Europa expandiram seus domínios territoriais promovendo a ocupação do continente africano e de extensas áreas do asiático. Essa expansão territorial foi realizada com o objetivo de obter riquezas e também garantir o acesso às fontes de matérias-primas necessárias para suprir o crescente avanço de suas produções industriais.

3. O imperialismo ficou conhecido como um período histórico marcado pêla ocupação e pêla exploração mais efetiva dos continentes africano e asiático pêlas potências europeias, ocorrido entre os séculos dezenove e vinte.

4. Resposta nas orientações ao professor.

5. O cenário geopolítico mundial é marcado atualmente pêlo predomínio do capitalismo em nível mundial e também pêla existência de três principais centros ou polos de poder econômico: Estados Unidos, União Europeia e Japão.

6. a) As principais mudanças foram a independência e a criação de alguns países e a formação da cê ê í.

6. b) Estônia, Letônia, Lituânia, Belarus, Rússia, Ucrânia, Moldávia, Cazaquistão, Geórgia, Armênia, Azerbaijão, Uzbequistão, Quirguistão, Tadjiquistão e Turcomenistão.

6. c) Estônia, Letônia e Lituânia.

  • Auxilie os alunos na realização das atividades apresentadas nas páginas 174 e 175. Verifique se êles apresentam alguma dúvida e, caso considere necessário, retome o estudo de algum conteúdo das páginas anteriores.
  • Se considerar pertinente, organize os alunos em duplas para a realização das atividades propostas, assim, poderão trocar ideias e conhecimentos a respeito dos temas estudados.
  • As atividades propostas exploram aspectos da Competência geral 1 da Bê êne cê cê, quando os alunos fazem uso do conhecimento para explicar a realidade atual.
  • Na atividade 6, os alunos terão de apurar as respostas com base no raciocínio geográfico, com princípios de diferenciação, extensão e localização, contemplando, assim, partes da Competência específica de Geografia 3 da Bê êne cê cê.

Resposta

4. A hegemonia exercida pelos países europeus durou até as primeiras décadas do século vinte, quando o continente foi abalado pêlas duas grandes guerras mundiais: a Primeira Guerra (1914-1918) e a Segunda Grande Guerra (1939-1945). Com conflitos, as economias mais prósperas da Europa, como França, Inglaterra e Alemanha, foram duramente devastadas, com enormes perdas humanas e grande destruição nas cidades e no campo.

Atividade a mais

  • Peça que cada aluno faça em seu caderno três questões sôbre o continente europeu relacionadas aos temas estudados no capítulo. êles também deverão compor as respostas das perguntas que elaboraram.
  • Em seguida, organize os alunos em semicírculo. Cada aluno deverá escolher, entre as três questões que elaborou no caderno, uma questão para perguntar aos colegas. Quem souber a resposta deverá levantar a mão. Enquanto a resposta não for indicada corretamente, não passe para a questão seguinte. Essa dinâmica poderá permitir que o professor verifique quais conhecimentos adquiridos estão tendo fluência e quais precisam ser retomados.
  1. Compare atentamente a representação do continente africano na projeção de píters e na projeção de Mêrcator. Depois, responda no caderno à questão a seguir.

O continente africano tem a mesma fórma e tamanho (área) em ambas as projeções? Explique.

Projeção de píters

Mapa. Projeção de Peters. 
Mostrando o território africano alongado verticalmente. No canto superior direito, a rosa dos ventos e na parte inferior, a escala: 1930 quilômetros por centímetro.

Projeção de Mêrcator

Mapa. Projeção de Mercator. 
Mostrando o território africano. No canto superior direito, a rosa dos ventos e na parte inferior, a escala: 1550 quilômetros por centímetro.

Fonte de pesquisa dos mapas: ATLAS geográfico escolar. oitava edição Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página 2123.

8. Existe uma grande variedade de projeções cartográficas. Algumas delas apresentam fórmas curiosas e inusitadas. Observe alguns exemplos a seguir.

Projeção Tetraédrica de Gregório

Mapa. Projeção Tetraédrica de Gregório. 
Os continentes mostrados em um formato de estrela.

Fonte de pesquisa: GOODE’S World Atlas. 23. edição níu iórque: , 2017. página dezessete.

Projeção Homóloga Interrompida de

Mapa. Projeção Homóloga Interrompida de Goode. 
Mostrando os continentes em um formado irregular com três estruturas distintas.

Fonte de pesquisa: , Yves. Atlas 2000. Paris: Nathan, 1999. página 143.

  1. Qual das projeções cartográficas apresentadas mais lhe chamou a atenção? Por quê?
  2. Observe essas projeções e identifique a localização aproximada do território brasileiro em cada uma delas.
  3. Pesquise outros tipos de projeções pouco comuns em atlas, livros, revistas e também na internet. Se possível, traga essas representações para a sala de aula e apresente-as aos colegas.
Respostas e comentários

7. Não. Na projeção de Peters, a África aparece maior (com maior área) e mais alongada no sentido norte-sul em relação à projeção de Mercator.

8. a) Resposta pessoal. Incentive os alunos a expor os motivos pelos quais escolheram determinada projeção.

8. b) Verifique se os alunos conseguiram identificar a localização do território brasileiro em cada projeção.

8. c) Resposta pessoal.

Sugestão de avaliação

Apresente a seguinte questão aos alunos.

> Tendo como parâmetro as distorções nas áreas representadas, escreva o que diferencia a projeção de píters da projeção de Mêrcator.

Resposta

A projeção de píters apresenta menores distorções no tamanho da área dos continentes representados; no entanto, as suas fórmas têm maior distorção. As áreas representadas próximas à linha do Equador aparecem mais alongadas no sentido Norte-Sul, enquanto as regiões próximas aos polos aparecem alongadas no sentido Léste-Oeste. Na projeção de Mêrcator, as áreas mais próximas dos polos são as que apresentam maiores distorções. Em relação à representação do continente africano, quando comparada à projeção de píters, sua área é menor.


As questões 7 e 8 exploram aspectos da Competência específica de Ciências Humanas 7 e a Competência específica de Geografia 4, ao trabalhar com a linguagem cartográfica.

Glossário

Hegemonia
: supremacia ou superioridade; influência preponderante que um país exerce sôbre os demais.
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Península dos Bálcãs
: região histórica e geográfica localizada no sudeste do continente europeu. O nome vem dos montes Bálcãs, um conjunto de montanhas que se estende do Léste da Bulgária ao oeste da Sérvia.
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