O que eu já sei?

Faça as atividades em uma folha de papel avulsa.

1. Leia com atenção o calendário a seguir e, depois, responda às questões.

Ilustração. Calendário circular, composto por texto e imagem, sendo: JANEIRO: Ilustração de uma plantação de milho. FEVEREIRO: Ilustração de peixes nadando. MARÇO: Ilustração de um abacaxi. ABRIL: Ilustração de peixes em uma cesta. MAIO: Ilustração de um tronco de árvore cortado e caído no chão seco. JUNHO: Ilustração de uma gaivota voando no céu.  JULHO: Ilustração de tartarugas andando na areia. AGOSTO: Ilustração de troncos enfeitados com ornamentos indígenas. SETEMBRO: Ilustração de mandioca. OUTUBRO: Ilustração de galhos de árvore com frutos. NOVEMBRO: Ilustração na parte superior o sol, abaixo, copas de árvores. DEZEMBRO: Ilustração de ramos de melancias.
Ilustração produzida com base em um calendário indígena feito por alunos e professores do Parque Indígena do Xingú, Mato Grosso.

Fonte de pesquisa: INSTITUTO SOCIOAMBIENTAL. Geografia indígena: Parque Indígena do Xingú. Brasília: Méqui/séfi/, 1996. página 55.

  1. De acôrdo com o calendário, em quais meses se iniciam o verão e a época de abacaxi? Como você chegou a essa conclusão?
  2. Observando as informações fornecidas pêlo calendário, qual é a principal finalidade dele?
  3. Quais são as principais semelhanças e diferenças entre o calendário que costumamos usar e o calendário dos povos indígenas do Xingu?

2. Luzia é o fóssil humano mais antigo do continente sul-americano. De acôrdocom paleontólogos, Luzia teria vivido em nosso território há cêrca de 13 mil anos. Analise a imagem e responda às questões.

Fotografia. Destacando fóssil de um crânio humano.
Fóssil de Luzia, encontrado no município de Pedro Leopoldo, Minas Gerais, em 1975.
  1. Qual é a importância dêsse tipo de descoberta?
  2. Como você imagina que viviam os seres humanos que habitavam o território onde hoje é o Brasil?
  1. Você conhece algum deus ou alguma deusa da mitologia grega ou romana? Qual? Comente com os colegas.
  2. A imagem a seguir representa o profeta Maomé recebendo as revelações do Anjo Gabriel. Analise-a.
Gravura. À esquerda, anjo Gabriel  usando coroa e beca bege e com asas nos braços. Ele está inclinado com a mão esquerda levantada, e o dedo apontado para a direita. À direita, Maomé, homem com cabelos pretos e lisos usando turbante e tecido branco ao redor do corpo. Ele está sentado sobre uma pedra com as mãos sobre os joelhos.
Gravura persa do século catorze mostrando as revelações do Anjo Gabriel a Maomé.
  1. Você conhece Maomé? A qual religião monoteísta êle está relacionado?
  2. Qual é a importância de Maomé para essa religião?
  3. Na imagem, além de Maomé, quem mais aparece? êsse personagem também é conhecido em outras religiões monoteístas? Quais?

5. Em 998 Depois de Cristo, o bispo Adalberão de escreveu um poema que explicava em poucas palavras como era dividida a sociedade medieval na França. Leia um trecho dele a seguir.

reticências A casa de Deus, que parece uma, é portanto tripla: uns rezam, outros combatem e outros trabalham. Todos os três formam um conjunto e se separam: a obra de uns permite o trabalho dos outros dois e cada qual, por sua vez, presta seu apôio aos outros.

reticências

, Adalberão ápud FRANCO JÚNIOR, Hilário. A Idade Média: nascimento do Ocidente. São Paulo: Brasiliense, 2006. página 89.

  1. De acôrdo com o texto, como a sociedade medieval francesa era dividida?
  2. O que mais você sabe sôbre a vida na Idade Média? Cite filmes, animações, histórias em quadrinhos e outras mídias que você conhece período e as explique aos colegas.

Unidade 1  Para estudar História

Fotografia. No primeiro plano, chafariz de pedra, com base quadrangular. Ele contém quatro colunas, uma em cada extremidade, e um portal. Na parte de cima, há uma torre central em formato triangular. Na ponta, há uma pequena estrutura de metal com formato esférico e tons esverdeados, ocasionado pela passagem do tempo. Atrás, edifício  alto de vários andares com a fachada de vidro.
Edifício Centro Cândido Mendes (ao fundo) e Chafariz do Mestre Valentim (à frente) na Praça quinze de Setembro, na cidade do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, em 2020.

Na cidade onde vivemos, podemos estar rodeados por elementos de diferentes períodos. Além disso, convivemos com pessoas de várias origens e com diferentes costumes.

O estudo da História nos ajuda a compreender melhor o mundo em que vivemos. Além disso, êle nos auxilia a ser mais tolerantes com as diferenças, contribuindo para a nossa formação cidadã.

Iniciando a conversa

  1. A imagem mostra edifícios que foram construídos em épocas diferentes na mesma paisagem. Você consegue identificar qual é a construção mais antiga e qual é a mais recente? Como você chegou a essa conclusão?
  2. Na cidade onde você vive, existem construções de épocas passadas? Você já as visitou? Como elas são?
  3. Você considera que edifícios e outros tipos de construção são importantes para conhecer a história de uma cidade? Justifique.

Agora vamos estudarreticências

  • a história de vida e as relações entre memória e história;
  • a importância do estudo da História;
  • a construção do conhecimento histórico;
  • o que são fontes históricas;
  • a importância do tempo para o estudo da História.

 Capítulo 1  História e vida

Todas as pessoas têm uma história, que é formada pelos acontecimentos que cada uma delas vivencia ao longo de sua vida. Assim, cada história de vida é única, pois as pessoas passam por diferentes experiências. Imagine que você queira contar para um colega algum episódio ou momento de sua vida que ficou guardado em sua memória. Como seria essa história?

A história vivida

Leia o relato a seguir, em que , nascido em 1932, conta um pouco sôbre sua infância, vivida na cidade de São Paulo.

A minha infância foi muito gostosa. Quase todas essas casas grandes tinham árvores frutíferas: jabuticabas, goiabas, etc... e a molecada se divertia. Nós pulávamos os muros e íamos catar as frutas. reticências A gente andava de bicicleta em volta da praça Buenos Aires. reticências

reticências Quando a gente queria ir ao cinema ia para o centro da cidade, ao cine Metro, que ficava na avenida São João. Pegava o ônibus ou bonde, que tinha umas caixinhas metálicas para a gente colocar o bilhete.

reticências Jogávamos taco na rua, as meninas brincavam de amarelinha na calçada. As ruas eram de paralelepípedos. reticências

, . : um importante restaurador e a contribuição de sua família para a história de Higienópolis. ín: , Maria Manuela de C. M. (). Um bairro chamado Higienópolis: a história contada por crianças. São Paulo: Escola Carlitos de Educação Infantil, 2001. página 9596.

Fotografia em preto e branco. Fachada de um prédio com placas na diagonal e na parte central, com o texto: METRO.
Cine Metro, localizado na avenida São João, na cidade de São Paulo, em 1938.

Os acontecimentos da vida de contados por êle nesse relato ajudam a conhecer um pouco sôbre o passado da cidade de São Paulo, por volta de 1930.

Para narrar acontecimentos, êle recorreu às suas memórias. As memórias de uma pessoa guardam suas impressões sôbre a vida, sôbre suas experiências, seus sentimentos e emoções.

A história vivida e a História

A história vivida é formada pelos acontecimentos e pêlas experiências de uma pessoa. Quando e onde nasceu, o que aprendeu na escola, quais eram as brincadeiras favoritas, os lugares que visitou... tudo isso faz parte dessa história.

A História é a ciência que estuda as ações dos seres humanos ao longo do tempo, desde o seu surgimento, há milhares de anos, até os dias atuais. Ela nos ajuda a compreender a cultura de diferentes povos, bem como suas origens, seus costumes e suas fórmas de organizar a sociedade.

Cultura e sociedade

Tudo o que é produzido pêla humanidade é considerado cultura, seja material, como ferramentas e obras de arte, seja imaterial, como ideias e maneiras de fazer algo. Assim, o conceito de cultura pode ser definido como um conjunto de conhecimentos, crenças, linguagens, hábitos e costumes compartilhados por um grupo de pessoas em determinado período.

A sociedade, por sua vez, é composta por grupos de indivíduos que vivem sob o mesmo conjunto de regras, valores e fórmas de organização. Por isso, podemos dizer que uma sociedade é formada por pessoas que compartilham de elementos culturais comuns em determinado tempo e lugar.

Fotografia. Prato branco sobre a mesa com feijão e arroz.
Comer arroz com feijão faz parte do cotidiano de diversos brasileiros há muitos anos.
Fotografia. Uma mulher indígena com cabelos presos, vestindo uma roupa amarela e adereços indígenas. Ela está  segurando com uma das mãos um objeto semelhante a um lápis ou uma caneta de cor preta. Ao lado, uma menina indígena com a face sendo pintada pela mulher.
Mulher da etnia Guarani Êmibiá fazendo pintura corporal em uma criança, em Maricá, Rio de Janeiro, em 2021.

Agora, responda à questão a seguir.

Ícone ‘Atividade oral’.

Quais outros exemplos de manifestações culturais você conhece?

A importância da História

Uma das maiores contribuições da História é a oportunidade que ela nos dá de compreender quem somos, quais são nossas origens, como funciona a sociedade em que vivemos, entre outros aspectos. Além disso, êsse entendimento pode nos ajudar a compreender muitas situações do presente.

Outro benefício da História é que ela fornece informações sôbre culturas e sociedades diversas, bem como suas tradições e crenças. Isso nos faz perceber que não existe uma maneira única de viver, assim ampliamos nossa percepção acêrca das semelhanças e das diferenças entre as pessoas e nos tornamos mais tolerantes socialmente.

O que é ser tolerante?

Ser tolerante significa respeitar as pessoas como elas são, mesmo que tenham maneiras de pensar, de sentir e de agir diferentes daquelas a que estamos acostumados. Ser tolerante significa também respeitar as diferentes crenças religiosas, orientações sexuais, costumes e tradições. A tolerância é fundamental para que haja uma convivência pacífica entre as pessoas.

Leia o texto a seguir, que apresenta maneiras de conhecer diferentes culturas e ampliar o respeito à diversidade cultural.

O que você pode fazer

Conhecer a cultura de outros estados e de outros países por meio de livros, músicas e espetáculos.

Ler livros multiculturais reticências, estimulando sua curiosidade.

Assistir a celebrações de religiões diferentes, em igrejas, sinagogas, templos, etcétera

Visitar bairros onde se concentram migrantes ou imigrantes e procurar conhecer suas histórias.

Aprender uma dança típica, a preparar uma comida tradicional ou a falar algumas frases em outros idiomas.

reticências

Fazer amizade com pessoas de faixas etárias diferentes da sua.

Reagir diante de piadas e comentários preconceituosos, mostrando o quanto isso é inaceitável.

reticências

, Cristina. Cultura de paz. São Paulo: Peirópolis, 2003. página 3637.

Ilustração. À esquerda, dentro de um retângulo cinza, um homem com antenas na cabeça, usando blusa preta, calça listrada e capa nas costas. Ele está de pé, com a mão esquerda para cima. Acima, dentro de um quadrado azul claro, o rosto de uma mulher usando óculos rosa. Acima, dentro de um quadrado rosa, uma pessoa negra com uma flor no olho. Ela está de perfil. Ao lado. Uma pessoa com olhos grandes. Ao lado, uma pessoa com o cabelo em formato de sol usando óculos. Na parte inferior, uma pessoa com cabelos Black Power, usando óculos e os braços elásticos.
Ícone ‘Atividade oral’. Ícone ‘Ciências Humanas em foco’.

Questão 1.

Você já praticou alguma das ações citadas no texto? Quais? Conte para os colegas.

Conhecer e respeitar as diferentes culturas

Conhecer culturas diferentes nos ajuda a ser mais tolerantes. Imaginar-se no lugar do outro e tentar entender sua cultura também.

Pense nos costumes que fazem parte da sua rotina, como o modo de cumprimentar as pessoas.

Na Nova Zelândia, é comum o cumprimento em que as pessoas encostam a testa e a ponta do nariz.

Fotografia. À esquerda, uma mulher com dreadlocks nos cabelos, usando óculos. Ao lado, um homem negro com cabelos trançados. Eles estão de perfil, um de frente para o outro, encostando a testa e a ponta do nariz
Jogador de críquete Jofra Árcher recebe o , cumprimento tradicional maori, em máunt , Nova Zelândia, em 2019.

No Japão, as pessoas, geralmente, não se tocam durante um cumprimento. O costume é acenar com a cabeça ou curvar-se.

Fotografia. À esquerda, um homem calvo com poucos cabelos brancos, usando terno e óculos. Ele está olhando para a direita com o corpo inclinado para frente. À direita, um homem asiático com cabelos lisos usando terno. Ele também está com o corpo inclinado para frente, olhando para o homem calvo.
Primeiros-ministros da Austrália, , e do Japão, , fazendo um cumprimento tradicional japonês, em Tóquio, Japão, em 2020.

Na Índia, as pessoas unem as palmas das mãos em frente ao peito e pronunciam a palavra namastêglossário .

Fotografia. À esquerda, um homem usando chapéu, máscara cobrindo a boca e o nariz, uma beca preta e uma estola. À direita, um homem usando terno e gravata, chapéu na cabeça, máscara cobrindo a boca e o nariz. Eles estão de perfil se olhando, com as palmas das mãos unidas na frente do corpo.
Presidente da Indonésia, ,e o Chefe da Suprema côrte da Indonésia, murrãmad , fazendo um cumprimento tradicional indiano, em Jacarta, Indonésia, em 2020.

O fato de uma pessoa ter outros tipos de costume não significa que ela seja melhor ou pior que você. Ela é apenas diferente.

Empatia e respeito

No início do capítulo, você leu um trecho da história de vida de em que êle conta um pouco de sua infância. Você ficou sabendo dos lugares que êle costumava frequentar, suas brincadeiras e como era o bairro onde vivia.

Você já parou para pensar na infância das pessoas mais velhas com as quais convive? Será que elas frequentavam a escola? E como será que eram as brincadeiras delas?

Ao conversar com uma pessoa, mesmo que seja num bate-papo descontraído, podemos obter muitas informações sôbre sua história de vida. É importante, ao ouvirmos uma história, demonstrar interêsse, consideração e respeito pêlo que está sendo compartilhado. Isso se chama empatia.

A empatia é a capacidade que temos de compreender os sentimentos e as emoções de outra pessoa; é como nos imaginarmos no lugar do outro. Ao nos importarmos com o próximo, também percebemos como é importante sermos valorizados pêla nossa maneira de ser.

Ícone ‘Atividade oral’.

Questão 2.

Em sua opinião, a empatia pode nos ajudar a desenvolver a tolerância e o respeito com relação às outras pessoas e culturas? Converse com os colegas, elaborem uma resposta coletiva e anote-a no caderno.

Fotografia. Um homem indígena sentado em um tronco explicando algo. Ao seu redor, um grupo de crianças o escuta atentamente. No fundo, adultos indígenas sentados. Atrás, uma moradia indígena.
Cacique ensinando crianças em uma aldeia calapálo, no Parque Indígena do Xingú, Mato Grosso, em 2018.

Ação humana e conhecimento histórico

A ação humana ocorre de diferentes maneiras, por exemplo, nos relacionamentos, em eventos públicos, nas manifestações políticas, em atividades culturais ou simplesmente na vivência cotidiana em casa, na escola ou no trabalho. Mesmo que não percebam, todos os indivíduos, sejam êles crianças, jovens, adultos ou idosos, são sujeitos históricos e atuam ativamente na construção da história. De modo individual ou coletivo, as ações dos sujeitos históricos contribuem para a construção da sociedade em que vivemos.

Fotografia. Pessoas de pé em uma rua segurando cartazes, com o texto: ESTUDANTES EM DEFESA DO ENSINO PÚBLICO, e outro cartaz com o texto: CONTRA O DESEMPREGO DIVISÃO DAS HORAS DE TRABALHOS SEM REDUÇÃO SALARIAL.
Manifestação em defesa do ensino público, na cidade de São Paulo, em 2019.

A construção do conhecimento histórico

Um dos meios de estudar a ação dos sujeitos históricos é analisando as fontes históricas, ou seja, os vestígios que trazem informações sôbre acontecimentos do passado.

Os historiadores consideram todos os aspectos da vida humana, investigando a atuação dos sujeitos históricos ao longo do tempo. Com esse trabalho, eles constroem o conhecimento histórico.

Esse tipo de conhecimento não traz verdades indiscutíveis sôbre o passado. A interpretação histórica pode sofrer mudanças de acôrdo com a descoberta de novas fontes. Um exemplo de mudança de abordagem é a visão dos historiadores sôbre as pessoas escravizadas no Brasil. Durante muito tempo, elas foram vistas como passivas e conformadas com a escravização. Por meio da reinterpretação das fontes históricas e do estudo de novas fontes, muitos historiadores afirmam, atualmente, que os escravizados resistiram e lutaram de diversas maneiras contra a escravidão.

As fontes históricas

Tudo o que é produzido pelos seres humanos ou que existe em decorrência da nossa ação pode ser usado como fonte histórica.

Quando analisamos uma fonte, devemos buscar respostas para algumas questões, como: "Quando ela foi produzida?", "Quem a produziu?", "Em qual local?", "Para que foi pro­duzida?" e "Com qual intenção ela foi produzida?". Assim, precisamos extrair o máximo de informações possível dessas fontes e tentar estabelecer conexões entre elas e o período em que foram produzidas.

As fontes históricas podem ser divididas em fontes materiais e fontes imateriais. Alguns exemplos de fontes materiais são: roupas, máquinas, construções, cartas, documentos pessoais, pinturas, fotos, gravuras, revistas e livros. Assim, a fonte material é tudo aquilo que é produzido pelos seres humanos e que apresenta materialidade.

Veja a seguir mais alguns exemplos.

Lendo as páginas de um diário, podemos conhecer diversos aspectos do cotidiano de quem o escreveu.

Fotografia. Página de caderno, escrita em letra cursiva com o texto: 15-5-1963. Chegou, a hora da partida... Como gostaria de riscar esse momento de minha vida; porque a dor da separação dos meus filhos queridos é maior que o desejo de ir [....].
Reprodução de página de diário escrita por Linda Tomé, em 1963.

Pinturas rupestres podem revelar alguns costumes dos seres humanos que viveram há milhares de anos.

Pintura rupestre. À esquerda, silhueta de uma pessoa segurando arco e flecha com as mãos. Ao lado, silhuetas de animais quadrúpedes.
Pintura rupestre feita há cêrca de 6 mil anos, no condado de e , na Noruega. Foto de 2020.

Ao analisar essas fontes históricas, descobrimos informações da época, como os brinquedos com que as crianças brincavam.

Fotografia. Cavalinho de madeira com rodas nas patas.
Brinquedo de madeira produzido na década de 1950.

Outro tipo de fonte histórica é o relato, como o de , apresentado no início dêste capítulo. Também são importantes fontes históricas os elementos da cultura imaterial, como danças e pratos típicos, além de modos de fazer ou produzir algo. Cultura imaterial são práticas, representações, expressões culturais, saberes e conhecimentos que fazem parte da memória e da identidade de um grupo ou comunidade. Geralmente, ela é transmitida de geração para geração.

Veja a seguir alguns exemplos de fontes históricas imateriais.

O carimbó é uma manifestação cultural brasileira de origem indígena, típica do estado do Pará e da Região Amazônica. êsse tipo de fonte revela aspectos importantes da cultura e da memória de um povo.

Fotografia. À esquerda, uma mulher com coroa de flores na cabeça, top e saia rodada. Ela está segurando as saias com as mãos e sorrindo. Ao lado, um homem usando camisa colorida e calça branca. Ele está de pé e de costas olhando para a mulher. Eles estão dançando. À direita, um homem tocando bateria. Atrás, pessoas sentadas em cadeiras. Ao fundo, corpo de água.
Apresentação de carimbó em Belém, Pará, em 2019.

O modo artesanal de fazer queijo minas é um saber tradicional característico das regiões do Serro, da Serra da Canastra e do Salitre, em Minas Gerais. êsse conhecimento tradicional faz parte da identidade cultural dessas regiões, e a fabricação de queijo ajuda a aproveitar a produção leiteira do local.

Fotografia. Uma mulher usando uma touca na cabeça, máscara cobrindo nariz e boca, camisa branca e avental. Ela está de pé segurando com as mãos um saco sobre uma mesa. Atrás, prateleiras com queijo.
Trabalhadora produzindo queijo minas de modo artesanal, em São Roque de Minas, Minas Gerais, em 2020.
Ícone ‘Atividade oral’.

Questão 3.

Agora, converse com um colega e pensem em outro exemplo de fonte histórica, material ou imaterial. Depois expliquem para a turma qual foi a fonte escolhida e o que é possível saber por meio da análise dela.

História e outras áreas do conhecimento

Para realizar o trabalho de construção do conhecimento histórico, o historiador pode recorrer às pesquisas produzidas por profissionais especializados nas mais diversas áreas.

Leia a seguir como algumas áreas do conhecimento contribuem para o trabalho do historiador.

Geografia

A Geografia estuda o espaço geográfico e suas transformações. estudos podem ajudar o historiador a compreender a relação entre a ação humana e as mudanças ocorridas em um determinado espaço. Alguns dos instrumentos utilizados nessas análises são os mapas, como o exemplo do mapa físico da América do Sul. O conhecimento sôbre o relêvo dessa região pode auxiliar os historiadores a compreender alguns aspectos do povoamento e da colonização do Brasil, por exemplo.

América do Sul – Físico

Mapa. América do Sul – Físico. Mapa destacando a faixa territorial da América do Sul, localizada entre o Oceano Pacífico e o Oceano Atlântico. Segundo a legenda: Altitude (em metros): 0 a 150: Trechos na faixa litorânea do extremo leste, perto do Oceano Atlântico, e em algumas regiões de rios no norte e sudeste do continente. 151 a 300: Extensa porção de terra   atravessando a região nordeste e noroeste, porção de terra que vai da região central à sudeste e pequenas faixas no litoral sul, sudoeste e noroeste do continente. 301 a 600: Faixas de terras espalhadas, em sua maioria, na região central do continente. 601 a 1200: Faixas de terras encontradas na região leste e sudeste do continente. 1201 a 1800: Pequenas porções de terras encontradas na região sudeste e sul. 1801 a 3000: Grande faixa que se estende pelo litoral da região oeste. 3001 a 4800: Faixa de terra encontrada perto da região litorânea a oeste, perto do Oceano Pacífico. acima de 4 800: Pequenos territórios espalhados pela região oeste. Na parte superior à direita, apresentação da rosa dos ventos. Na parte inferior, escala de 1050 quilômetros por centímetro e planisfério destacando a América do Sul.

Fonte de pesquisa: ATLAS geográfico escolar. Rio de Janeiro: í bê gê É, 2009. página 88.

Filosofia

Os filósofos são profissionais que se dedicam à investigação e à reflexão sôbre ideias e conceitos, como razão, justiça, verdade, vida e morte.

Obras como a do filósofo grego Aristóteles, por exemplo, que viveu há cêrca de .2500 anos, podem auxiliar os historiadores a compreender as ideias e as impressões dos sujeitos que viveram naquela época e como elas influenciaram o mundo atual.

Escultura. Aristóteles, homem com cabelos curtos e barba, tecido ao redor do corpo. Ele está sentado, segurando um objeto com as mãos.
Estátua representando Aristóteles, localizada na cidade de Tessalônica, Grécia, em 2021.

Arqueologia

A Arqueologia estuda vestígios deixados tanto por povos que viveram no passado como de povos e comunidades atuais. Entre vestígios, muitas vezes encontrados em escavações, estão os artefatos, que são objetos produzidos pelos seres humanos. O modo como êles foram usados e suas características revelam aspectos do cotidiano e dos costumes do povo que os produziu, como o colar de ouro encontrado por arqueólogos em uma tumba etrusca, em , na Itália. êsse artefato indica que etruscos que viveram há cêrca de 2 700 anos na Penínsulaglossário Itálica tinham o costume de usar colares como adorno.

Fotografia. Colar dourado com três pedras vermelhas e, em cada pedra, um penduricalho de ouro.
Colar etrusco produzido há cêrca de 2 700 anos.

Antropologia

Os antropólogos estudam os seres humanos e suas organizações sociais, bem como os elementos culturais de determinada sociedade, como suas crenças, tradições e costumes. O resultado dêsses estudos pode auxiliar os historiadores a desenvolver uma compreensão das relações sociais, dos hábitos e de outros aspectos do modo de vida das mais diversas sociedades.

Fotografia. Uma mulher com cabelos presos, usando blusa preta regata e bermuda. Ela está sentada no chão, segurando com as mãos um livro. Ao redor dela, crianças indígenas em pé olhando para ela.
Antropóloga Camila Gauditano trabalhando com indígenas Xavante, na aldeia Pimentel Barbosa, Mato Grosso, em 2009.

Atividades

Faça as atividades no caderno.

Organizando os conhecimentos

  1. Explique a diferença entre a história vivida pêlas pessoas e a História.
  2. Escreva um pequeno texto sôbre alguns elementos que fazem parte da sua cultura. Você pode falar sôbre os objetos e as roupas que você usa em seu dia a dia, a língua que você fala, seus hábitos alimentares, os costumes da sua família, as tradições da cidade onde mora etcétera
  3. Explique por que estudar História pode contribuir para que as pessoas sejam mais tolerantes socialmente.
  4. Como é construído o conhecimento histórico?
  5. Escolha alguns objetos do seu cotidiano para explicar por que e como êles podem ser usados como fontes históricas.

Aprofundando os conhecimentos

6. Analise a fonte a seguir e responda às questões no caderno.

Pintura. Pessoas em um ambiente rural. À esquerda. Uma mulher com cabelos presos, usando camisa e saia florida. Ao lado, uma mulher com um lenço na cabeça, blusa e saia. Ela está carregando um cesto com as mãos. Seguido, um grupo de homens gaúchos usando chapéu, camisa, lenço no pescoço, calça e botas. Eles estão ao redor de uma fogueira, assando a carne de um animal sobre ela. Um dos homens está segurando uma cuia com canudo. À direita, uma menina com cabelos presos, usando uma prenda e um vestido rodado. Ela está de costas, olhando na direção de dois casais que estão dançando. Atrás, um homem em um carro de boi, ao lado, uma mulher e um homem caminhando em direção às pessoas que estão dançando. Ao redor, vegetação e algumas árvores. No fundo, uma casa branca com muitas janelas azuis.
Os gaúchos e as prendas, de Mara Toledo. Óleo sôbre tela, ​30 centímetros por 50 , 2011.
  1. Qual é o título da obra apresentada?
  2. Identifique ô á autor ou autora, o ano e a técnica de produção.
  3. Agora, descreva o que a imagem representa. Onde as personagens estão? O que elas estão fazendo?
  4. O que é possível conhecer por meio da análise dessa fonte?

7. Leia o texto a seguir, em que Josefa Felipe de Araújo conta sôbre sua infância na década de 1950, no estado do Ceará.

reticências

Eu cresci na casa do meu avô, que era muito grande. reticências Tínhamos coqueiros, cajueiros, laranjeiras, mamoeiros, mangueiras, pé de azeitona. [Havia] muitas fruteiras por lá. Era cheio. Limão do grande, do pequeno, graviola. Nessa casa criávamos uns patinhos, umas galinhas, fazíamos empréstimos pequenos para poder criar os porcos, as galinhas e para semear as plantas. Todos os anos fazíamos uma plantaçãozinha. Tinha o milho e o feijão.

Naquela época, gente pobre só tinha serviço, não tinha brincadeira não. Quando alguém brincava, era com sabugoglossário . As meninas colocavam uma tirinha de pano enrolada no sabugo — eram as nossas bonecas. reticências

É POR ISSO que eu não perco a fé. Museu da Pessoa, 4 novembro 2016. Disponível em: https://oeds.link/LmAiQh. Acesso em: 16 fevereiro 2022.

  1. O texto anterior refere-se a que tipo de fonte histórica?
  2. O que é possível descobrir sôbre a infância de Josefa por meio dessa fonte?
  3. Peça a um de seus pais ou responsáveis que, de maneira semelhante ao que fez Josefa, faça um pequeno relato de algum acontecimento ocorrido na infância dele ou dela. Depois, transcreva-o no caderno e analise com os colegas a fonte histórica que você coletou.

8. A seguir, apresentamos as imagens de três fontes históricas. Escolha uma delas e faça a análise no caderno.

Capa de cartilha 'A'. Cartilha de papel amarelado. Na parte superior, o título: CARTILHA DA INFÂNCIA. Na parte inferior, o texto: THOMAZ GALHARDO. ENSINO DA LEITURA. Centralizado, ilustração de uma mulher com cabelos na altura da orelha, usando vestido listrado. Ela está sentada, segurando com as mãos um livro aberto. Ao lado, um menino e uma menina olhando para o livro.
Reprodução de capa de cartilha publicada em 1885.
Fotografia 'B'. À esquerda, verso de moeda cinza com detalhes em relevo do rosto de uma pessoa, e o texto nas bordas: Brasil. À direita, reverso da moeda com o número 2, abaixo, o texto: centavos 1967.
Moedas brasileiras da década de 1960.
Fotografia 'C'. Um par de chuteiras pretas e amarelas.
Par de chuteiras produzidas na atualidade.

Para analisar a fonte, faça perguntas como: "Qual é o tipo de fonte?", "De que material ela parece ser feita?", "Quando foi produzida?" e "Qual, possivelmente, seria sua finalidade?".

Depois, junte-se a um colega e conversem sôbre o que vocês descobriram por meio da análise da imagem da fonte.

9. O texto a seguir trata da definição do historiador francês Marc bloque sôbre a disciplina de História. Leia-o com atenção. Depois, copie em seu caderno somente a alternativa correta.

“Ciência dos homens”, dissemos. É ainda vago demais. É preciso acrescentar: “dos homens, no tempo”. O historiador não apenas pensa “humano”. A atmosfera em que seu pensamento respira naturalmente é a categoria da duração. reticências

bloque, Marc. Apologia da história: ou o ofício de historiador. Rio de Janeiro: zarrár, 2001. página 55.

  1. De acôrdo com o texto, a História pode ser definida apenas como a ciência dos homens.
  2. Para Marc bloque, o historiador estuda o ser humano apenas no passado.
  3. Para o autor, os fatos e os acontecimentos históricos dependem apenas da atividade humana, independentemente do momento em que ocorreram.
  4. Segundo o texto, a duração é uma categoria importante para os estudos históricos.

10. O texto a seguir é baseado em uma receita de beiju criada por , membro do povo indígena Iaualapití, que vive no Parque Nacional do Xingú. O beiju é um prato típico das comunidades indígenas brasileiras. Leia o texto com atenção e responda ao que se pede.

Beiju

Ingredientes

1 xícara (chá) de água

500 gramas de polvilho sêco

Modo de fazer

Hidrate o polvilho e passe-o na peneira.

Em seguida, acrescente o polvilho em uma frigideira aquecida, cobrindo todo o fundo.

Espalhe bem o polvilho e, após aproximadamente 10 segundos, vire-o para cozinhar o outro lado. Já está pronto.

Fonte de pesquisa: BEIJU: aprenda duas receitas tradicionais dos povos indígenas. Receitas, 7 outubro 2021. Disponível em: https://oeds.link/LCXiRI. Acesso em: 26 fevereiro 2022.

  1. De acôrdo com a receita, quais ingredientes são utilizados na produção de beiju?
  2. Por que podemos afirmar que o beiju é um elemento importante da cultura do povo Iaualapití?
  3. Faça uma pesquisa e descubra:
    • a importância da alimentação para a cultura dos povos indígenas.
    • os alimentos mais importantes para a cultura da região onde você mora.

11. Para desenvolver seu trabalho, o historiador também pode recorrer a outras áreas do conhecimento. Leia os campos do conhecimento a seguir e relacione, em seu caderno, cada um deles com a sua respectiva definição.

A. Antropologia

B. Arqueologia

C. Filosofia

D. Geografia

1. Ciência que pesquisa as transformações do espaço geográfico e a relação delas com os seres humanos.

2. Ciência que investiga os conceitos e as ideias, refletindo sôbre a verdade, a justiça, a razão, a estética, a vida e a morte, por exemplo.

3. Ciência que estuda os elementos culturais e sociais, como as tradições, os costumes e as crenças.

4. Ciência que analisa os vestígios dos povos do passado, especialmente por meio de escavações.

12. As fontes históricas são vestígios produzidos pelos seres humanos e ajudam o historiador a construir o conhecimento histórico. Analise as imagens a seguir e responda ao que se pede.

Escultura 'A'. Um homem usando batina. Em uma mão ele segura um chapéu e na outra se apoia em uma bengala. Ele está sobre um mirante circular. Ao lado escadaria. No fundo, paisagem com vegetação.
Estátua do Padre Cícero na colina do Horto, em Juazeiro do Norte, Ceará, em 2019.
Fotografia 'B'. Vista aérea do teatro em formato circular, estrutura de aço e placas translúcidas, que permitem a passagem da luz. Ao lado da construção, uma ponte sobre um corpo de água. Ao redor, vegetação.
Vista aérea do teatro Ópera de Arame, em Curitiba, Paraná, em 2022.
Escultura 'C'. Um vaso de cerâmica com detalhes em relevo.
Cerâmica marajoara da cultura amazonense exposta no Museu do Encontro, em Belém, Pará. Foto de 2019.
  1. Por que é possível afirmar que as três imagens trazem fontes históricas? Elas são fontes materiais ou imateriais?
  2. Quais são as categorias das fontes históricas?
  3. Indique três exemplos de cada categoria de fonte histórica listada no item anterior.

Glossário

Namastê
: palavra que significa “O Deus em mim saúda o Deus em você” em sânscrito, antiga língua falada na Índia.
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Península
: porção de terra cercada de água, exceto por um dos lados, que se liga a uma extensão maior de terra.
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Sabugo
: espiga de milho sem os grãos.
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