O cotidiano dos trabalhadores livres

As cidades do Império Romano eram agitadas. Desde cedo, muitos trabalhadores já estavam nas ruas realizando diversas atividades. Para muitos deles, restava pouco tempo para o lazer e a vida social.

Os moradores das cidades costumavam tomar banho gratuitamente nas termas públicas. êles também frequentavam circos e anfiteatros para assistir aos espetáculos públicos.

O papel das mulheres

As mulheres romanas podiam participar da vida pública. Muitas delas frequentavam banquetes e reuniões sociais, discutiam questões políticas e eram proprietárias de estabelecimentos comerciais.

As mulheres ricas tinham acesso à educação e mais tempo para se instruir. Algumas se tornavam poetisas. Entretanto, elas não podiam votar, não tinham direitos políticos e não podiam exercer cargos públicos.

Pintura. Destacando o busto de uma mulher com cabelos curtos na altura da orelha, brincos e um adorno na cabeça. Ela está segurando um pincel com uma mão e, com a outra, um livro.
Detalhe de afresco do século um representando uma poetisa romana, em Nápoles, Itália.

A alimentação

A alimentação das pessoas pobres não era muito variada. Elas costumavam fazer três refeições por dia. Na primeira, que ocorria pêla manhã, costumavam comer pães e azeitonas e beber vinho diluído em água.

A segunda refeição era realizada próximo do meio-dia. Nela, eram consumidos, principalmente, pães, frutas e legumes. A terceira refeição ocorria no início da noite e costumava ter o mesmo cardápio do almôço.

A carne era muito cara e, por isso, pouco consumida entre os pobres. Já a alimentação das pessoas ricas costumava ser mais diversificada. Além de pães, azeitonas, queijos e vinhos, o cardápio dos ricos incluía diversas frutas e legumes, ovos, ostras e diferentes tipos de carnes.

Relevo. Desenhos representando uma tábua com peixes, uma colher e alimentos com forma circular.
Detalhe de relêvo romano do século um que representa alimentos sôbre uma mesa.

Diversão e lazer

Imagine que você viveu na Roma Antiga. Quais atividades voltadas ao lazer seriam possíveis de realizar nesse período? Em sua opinião, é possível realizá-las nos dias atuais?

Teatro

O teatro romano foi influenciado pêlo teatro grego, tendo como principais gêneros a tragédia e a comédia. Outro gênero de sucesso era o satírico, que tem sua criação atribuída aos romanos. O teatro satírico ridicularizava um indivíduo, uma organização ou uma situação.

Mosaico. Uma máscara com cabelos ondulados e um laço na cabeça. Os olhos e a boca estão abertos. Ao lado, uma máscara com folhas na cabeça, barba e a boca aberta com um sorriso.
Detalhe de mosaico romano do século dois representando máscaras de tragédia e comédia.

Circo romano

Os circos eram muito apreciados pelos romanos e ofereciam diversos espetáculos, como apresentações de malabaristas, acrobatas e ilusionistas.

Uma das principais atrações dêsses circos eram as corridas de carros puxados por quatro cavalos (quadriga). Essas corridas eram realizadas por quatro equipes de côres diferentes: azul, branca, vermelha e verde.

Mosaico.  À direita, dois homens em um veículo com duas rodas puxado por quatro cavalos, um do lado do outro. Ao lado, outro homem segura um dos cavalos.
Detalhe de mosaico romano do século representando uma quadriga.

Luta de gladiadores

A luta de gladiadores era o espetáculo mais violento e popular do Império Romano. Elas ocorriam em anfiteatros ou em circos. Geralmente, os gladiadores eram pessoas escravizadas que recebiam um treinamento para realizar os combates. Além de lutarem entre si, os gladiadores também podiam lutar com animais ferozes, como leões e ursos.

Mosaico. Dois homens lutando e outro no meio. À esquerda, um homem com capacete e escudo. Ele está de costas. Ao lado, um homem com tecido na cintura, segurando uma lança com as mãos na direção do homem com o capacete e o escudo. Entre eles, um homem com tecido ao redor do corpo que os observa lutando.
Detalhe de mosaico romano do século representando uma luta de gladiadores.

A religiosidade

Os antigos romanos eram politeístas, e a religiosidade deles estava presente no co­tidiano de diferentes maneiras. Nas moradias, as pessoas geralmente tinham pequenos altares, onde faziam oferendas aos deuses domésticos (conhecidos como ). De acôrdo com essa crença, os protegiam a casa, o alimento e a família.

Larário. Altar esculpido na parede composto por duas colunas laterais e uma cobertura em formato triangular. Na parte central, há a pintura de três pessoas com tecido ao redor do corpo. As duas pessoas nas laterais seguram com uma das mãos erguidas um objeto. Abaixo, uma serpente.
Larárioglossário romano do século um. Acervo da Casa dos , Pompeia, Itália.

Os altares públicos também eram muito comuns. Existiam altares do lado de fóra dos templos, onde os sacerdotes conduziam rituais para homenagear os deuses.

Entre os diversos tipos de culto, havia também o culto ao imperador. Os imperadores eram adorados como seres superiores, mesmo depois da morte. A população devia prestar homenagens a êles, e os que se recusassem a fazê-las eram considerados traidores.

Fotografia. Detalhe em relevo de um altar. Duas pessoas, uma de frente para a outra, com a mãos sobre um altar.
Altar do século dois construído em homenagem ao imperador Galiano.
Ícone ‘Atividade oral’.

Questão 4.

Você conhece algum deus ou deusa da religiosidade romana? Qual?

Influências etruscas e egípcias

A religiosidade dos antigos romanos foi influenciada por diferentes povos. A primeira grande influência veio da cultura etrusca. Os romanos adotaram diversas práticas dos etruscos, como a arte da adivinhação. Por exemplo, acreditava-se que era possível prever ou adivinhar determinado fato por meio da observação do comportamento dos pássaros.

Os deuses cultuados pêla população romana eram bastante diversificados. O culto a Ísis, deusa de origem egípcia, por exemplo, era muito comum em várias regiões do Império. Outras divindades orientais também eram bastante cultuadas, como Mitra (deus persa do Sol) e Cibele (deusa frígiaglossário da fertilidade).

Escultura. Figura humana feminina com adorno nos cabelos, usando um vestido que deixa as formas do corpo expostas. Ela está de pé, com a braço direito levando e a mão esquerda segurando um objeto próximo à perna.
Deusa Ísis. Escultura em mármore do século um encontrada no templo dedicado a Ísis, em Pompeia.

Influências gregas

Os romanos foram fortemente influenciados pêla religiosidade grega. Muitos de seus deuses revelam características semelhantes aos dos deuses gregos. Por exemplo, Júpiter apresenta diversas semelhanças com Zeus, o líder dos deuses do panteão grego.

Clique no play e acompanhe a reprodução do Áudio.

Transcrição do áudio

[Diego]

Mitologia grega e romana

[Diego]

[tom de voz animado]

Olá! Sejam bem-vindos ao nosso podcast “De olho na História”.

[Ana]

[tom de voz animado]

Oi, pessoal! Hoje a nossa conversa vai nos transportar para a Antiguidade clássica.

[Diego]

[tom de voz animado]

Sim, vamos falar sobre as mitologias grega e romana...

[Ana]

[tom de voz animado]

... que influenciaram muito a nossa cultura: teatro, cinema, quadrinhos... Vamos entender isso melhor?

[Diego]

[tom de voz explicativo]

Na Antiguidade, tanto os gregos como os romanos, também chamados de latinos, cultuavam várias divindades. Por isso, suas religiões são chamadas de politeístas.

[Ana]

[tom de voz explicativo]

As religiões desses dois povos tinham muitas similaridades. Na verdade, os romanos acabaram incorporando muitos aspectos da religião grega. E esses aspectos se fundiram com as suas próprias crenças. O nome disso é sincretismo religioso.

[Diego]

[tom de voz curioso]

Sincretismo religioso, então, acontece quando elementos de religiões diferentes se misturam, se fundem, é isso?

[Ana]

[tom de voz curioso]

Exato! Mas, Diego, como surgem os mitos?

[Diego]

[tom de voz explicativo]

Os mitos nascem de histórias que são contadas e transmitidas de uma geração para outra. Essas narrativas geralmente procuram explicar o que é de difícil compreensão, como a origem do mundo ou os fenômenos da natureza.

[Ana]

[tom de voz explicativo]

E um aspecto curioso da mitologia grega é que os deuses, apesar de serem imortais, possuíam características humanas.

[Diego]

[tom de voz explicativo]

Sim, os deuses gregos tinham sentimentos, amavam, odiavam, eram vaidosos, sentiam inveja... Às vezes se apaixonavam e acabavam se envolvendo com humanos. Tinham até filhos!

[Ana]

[tom de voz explicativo]

Os filhos dessas uniões eram considerados semideuses, e alguns se tornaram heróis. O herói é outra figura importante da mitologia grega, não é?

[Diego]

[tom de voz explicativo]

Sim, o herói possuía poderes, como força, inteligência ou velocidade, superiores aos humanos, mas eram mortais.

[Ana]

[tom de voz explicativo]

Esses heróis inspiraram muitas histórias, na literatura, no teatro, no cinema. Um caso famoso é o de Hércules, que é o nome latino do herói grego Héracles, filho de Zeus com Alcmena, uma humana.

[Diego]

[tom de voz explicativo]

É bom lembrar que Zeus é considerado o mais poderoso dos deuses gregos. Era cultuado como o senhor do céu, dos raios e das tempestades.

[Ana]

[tom de voz explicativo]

Você sabia que existem diversas histórias em quadrinhos com inspiração mitológica? É o caso, por exemplo, da Mulher Maravilha.

[Diego]

[tom de voz explicativo]

Sim! Nessa HQ, a super-heroína Diana é uma das filhas da Amazona Hipólita com Zeus. É uma semideusa, com poderes sobre-humanos.

[Ana]

[tom de voz explicativo]

Hipólita aparece, também, na peça Sonho de uma noite de verão, de William Shakespeare. Na história, ela é prometida em casamento a Teseu, outro semideus da mitologia grega.

[Diego]

[tom de voz explicativo]

Outra curiosidade sobre os deuses é que muitos deles representavam as forças da natureza. Para os gregos, eventos naturais, como tempestades e vendavais, eram manifestações divinas.

[Ana]

[tom de voz explicativo]

Os deuses latinos também eram assim?

[Diego]

[tom de voz explicativo]

Já dissemos que as mitologias grega e romana eram parecidas, não é? Os deuses latinos são muito similares aos gregos, apesar de terem nomes e, às vezes, algumas características diferentes.

[Ana]

[tom de voz explicativo]

É verdade. Por exemplo, o poderoso Zeus, que citamos há pouco, para os romanos, é Júpiter. Só que enquanto a principal atribuição de Zeus era comandar os outros deuses, Júpiter se caracterizava mais por defender a cidade e o império romano.

[Diego]

[tom de voz explicativo]

São vários os deuses gregos, com seus correspondentes latinos. Por exemplo, o grego Hades, deus do submundo e dos mortos, corresponde ao deus Plutão, dos romanos.

[Ana]

[tom de voz explicativo]

E tem muito mais. A grega Deméter, deusa da agricultura, era chamada de Ceres em Roma. Já Poseidon, senhor dos mares para os gregos, corresponde ao deus latino Netuno.

[Diego]

[tom de voz explicativo]

A deusa grega da beleza e do amor, Afrodite, era chamada de Vênus pelos romanos. E Dioniso, deus grego do vinho e das festas, equivale ao deus latino Baco.

[Ana]

[tom de voz explicativo]

Há também o deus da guerra, que, para os gregos, era Ares, e, para os romanos, Marte. Já o importante deus grego Apolo, que possuía inúmeros atributos, em Roma era chamado de Febo.

[Diego]

[tom de voz explicativo]

Um deus latino de quem todo mundo já ouviu falar é Cupido, filho de Vênus e Marte. Para os gregos, era Eros, filho de Afrodite e Ares.

[Ana]

[tom de voz animado]

Essa lista podia ir longe, pois existem vários outros deuses e semideuses. Deixo, então, uma sugestão para vocês: façam uma pesquisa para conhecer outras divindades mitológicas e suas histórias.

[Diego]

[tom de voz animado e conclusivo]

Ótima ideia! Aproveitem para descobrir outras obras que foram inspiradas nas mitologias grega e romana. Vocês vão se surpreender.

[Ana]

[tom de voz animado]

Sim, há muitos livros, contos, filmes, desenhos e até videogames com inspiração mitológica.

[Diego]

[tom de voz de despedida]

Bem, é isso. A gente fica por aqui. Até a próxima!

[Ana]

[tom de voz de despedida]

Tchau, pessoal! Até mais.

[Narrador]

O áudio inserido neste conteúdo é da Incompetech.

Pintura. À esquerda um pássaro escuro. À direita, Júpiter, figura humana masculina com cabelos e barba, usando ramos de oliveira na cabeça e um tecido caído no ombro. Ao lado, cupido, figura humana infantil. O cupido está apoiado no ombro direito de Júpiter, apontando o dedo para baixo. No fundo, montanhas.
Detalhe de afresco do século um representando Júpiter e Cupido.

Investigando fontes históricas

Os afrescos romanos

Os romanos costumavam pintar cenas do cotidiano em paredes, conforme indicam os registros arqueológicos datados do século um antes de Cristo em diante. Uma das principais técnicas que êles utilizavam era a dos afrescos.

Na maioria das vezes, essas pinturas eram bem planejadas, levando em consideração a posição da parede e a luminosidade do ambiente. O tema da pintura, geralmente, era escolhido pêla pessoa que encomendava a obra.

Vamos analisar um afresco do século dois que representa uma embarcação comercial romana.

Fonte 1

Pintura Fonte 1. Uma embarcação a remo e com mastro. Sobreposto à letra 'B', com a escrita: Isis Giminiana. Dentro dela, uma pessoa de estatura baixa sobre a cabine segurando uma vara. Sobreposto à letra 'C', com a escrita: Farnaces Magister. No centro do barco, três pessoas, uma segurando um objeto na mão, uma  segurando um cesto e a outra despejando o conteúdo de um saco dentro do cesto. Sobreposto à letra 'A', com a escrita: Arascantus. À direita, uma pessoa com roupa branca sentada próximo a uma tábua que serve de rampa. Nela, há duas pessoas com roupas brancas segurando sacos na cabeça e subindo na embarcação.
Detalhe de afresco do século dois representando romanos abastecendo uma embarcação com mercadorias.

Verifique como os trabalhadores entram na embarcação carregando os sacos de produtos para serem comercializados. A inscrição (A) provavelmente era o nome do proprietário da embarcação.

A embarcação romana representada no afresco, identificada como ísis (B), é uma típica embarcação usada no comércio, com apenas um mastro. O capitão que liderava a viagem, nesse caso, de acôrdo com a inscrição, foi identificado como (C).

O carregamento de mercadorias era uma das atividades realizadas em , um dos principais portos romanos que abasteciam a capital do Império. Nesse local, havia grande circulação de pessoas e de mercadorias.

Agora, observe outros afrescos romanos e responda às questões a seguir.

Fonte 2

Pintura Fonte 2. Quatro pessoas dentro de um barco pequeno. No centro do barco, duas pessoas estão sentadas segurando remos. Em cada ponta do barco, uma pessoa em pé olhando para o corpo de água. No corpo de água há diversos peixes de formatos, cores e tamanhos diferentes, como peixe-espada e polvo.
Detalhe de afresco do século um antes de Cristo representando pescadores romanos em uma embarcação.

Fonte 3

Pintura Fonte 3. Sete pessoas, uma do lado da outra, com tecido ao redor do corpo. Algumas delas estão olhando para cima na direção de uma bola.
Detalhe de afresco do século um representando romanos realizando atividades de lazer, como um jôgo de bola.
Ícone ‘Atividade oral’.

1. Descreva a embarcação, as pessoas e os animais representados na fonte 2.

Ícone ‘Atividade oral’.

2. Há semelhanças entre as cenas representadas nas fontes 1 e 2? Quais?

Ícone ‘Atividade oral’.

3. Quais são as diferenças entre as fontes 1 e 2? Cite elementos que você observou para justificar sua resposta.

Ícone ‘Atividade oral’.
  1. As fontes 1 e 2 mostram cenas relacionadas ao trabalho no cotidiano dos romanos na Antiguidade. Qual aspecto do cotidiano é representado na fonte 3?
  2. Produza um texto explicando a importância dos afrescos como fontes históricas para conhecermos melhor o cotidiano dos antigos romanos. Inclua em seu texto as informações que você descobriu na análise anterior.

A educação na Roma Antiga

Você já imaginou como era o dia a dia de uma criança romana da Antiguidade? Muitas delas, além de praticar atividades de lazer, também tinham de ajudar os familiares nos trabalhos domésticos e nas atividades diárias. Além disso, para se tornarem adultos responsáveis, elas deviam ser educadas de acôrdo com certas tradições.

A primeira etapa da educação de uma criança romana acontecia geralmente no ambiente familiar. As meninas costumavam acompanhar a mãe nas tarefas da casa, aprendendo a fiar lã e assar pães, entre outras atividades. Já os meninos podiam frequentar os espaços públicos com o pai, para aprender como funcionava a política e como eram as relações sociais fóra do ambiente familiar.

A educação formal era comum entre as camadas sociais mais ricas. Ao completar sete anos, as crianças ingressavam nas instituições de ensino, nas quais aprendiam a ler, a escrever e a fazer contas. O grego e o latim eram as línguas ensinadas na Roma Antiga.

Relevo. Uma criança com tecido ao redor do corpo. Ela está em um veículo preso à um pequeno animal equestre.
Detalhe de relêvo em mármore do século três representando um menino brincando.
Relevo. Um homem, com cabelos e barba ondulada usando tecido ao redor do corpo, está sentado em uma cadeira. Sobreposto ao número 1. Ao lado, uma criança sentada segurando um pergaminho com as mãos. Sobreposto ao número 2. À direita, uma criança de pé segurando com a mão um ábaco. Sobreposto ao número 3.
Detalhe de relêvo romano do século dois representando um professor e seus alunos em uma instituição de ensino.

1. O professor sentava-se em uma espécie de cadeira conhecida como .

2. Naquela época, não existiam cadernos ou livros como conhecemos hoje. Os alunos escreviam sôbre rolos de papiro ou pergaminhosglossário . Nas escolas, os alunos sentavam normalmente em cadeiras e usavam os joelhos como apôio para escrever.

3. Como as escolas na Roma Antiga eram privadas, cada aluno deveria levar seu material. Para estudar Matemática, utilizavam o ábacoglossário , que existe até os dias atuais.

Ao completar 12 anos, os meninos eram incentivados a ler as obras de poetas gregos e romanos considerados importantes.

A maioria das meninas não chegava a êsse estágio da educação formal, pois elas tinham de começar a se preparar para o casamento.

Os materiais utilizados para escrever nas instituições escolares eram feitos de bronze e de madeira.

Fotografia. Tabuleta em forma retangular de madeira e bronze com elementos da escrita latina em branco. Há uma rachadura no meio da tabuleta.
Suporte para escrita do século três usado por um estudante romano.

Os meninos que continuavam os estudos chegavam ao chamado ensino superior. Para alcançar êsse estágio, êles precisavam demonstrar interêsse e habilidades para atuar na vida política ou para desempenhar alguma atividade relacionada ao Direito, às Ciências ou à Matemática.

Além dêsses conteúdos, as aulas eram voltadas ao ensino da oratória, a fim de que aprendessem como discursar e como defender uma ideia em público. Nessa etapa, muitas aulas eram realizadas nos espaços públicos para que os alunos entrassem em contato com o dia a dia da política.

Nesse relêvo romano, um jovem romano exercita gestos comuns da prática da oratória, o que pode ser observado pêla postura dele e pêla posição de suas mãos.

Relevo. À esquerda, uma criança com tecido ao redor do corpo. Ela está de perfil, com uma mão levantada. Ao lado, um homem com tecido ao redor do corpo. Ele está sentado, olhando para a criança com uma das mãos no queixo.
Detalhe de relêvo romano do século três.

Formação militar

Os meninos romanos, além de serem educados no ambiente familiar e nas instituições escolares, recebiam uma formação militar. Nos treinamentos, êlesaprendiam noções de disciplina e técnicas de utilização de armamentos e também passavam por uma rigorosa preparação física.

A formação militar era bastante valorizada e foi muito importante para a expansão e a manutenção do Império.

Atividades

Faça as atividades no caderno.

Organizando os conhecimentos

  1. Explique como o poder era exercido durante o período em que Roma foi governada por reis e cite o nome dessa fórma de govêrno.
  2. Cite duas influências dos etruscos no desenvolvimento da civilização romana.
  3. Copie em seu caderno o quadro a seguir e descreva cada um dos grupos da sociedade romana antiga.
Selo Modelo.

Grupo social

Descrição

Patrícios

Plebeus

Clientes

Escravizados

  1. O que era a Assembleia da Plebe? Explique quais eram as suas principais funções.
  2. Além das conquistas militares, de que outras maneiras os romanos realizaram sua expansão territorial? Explique.
  3. Qual é a relação entre a expansão territorial do Império Romano e a construção da rede de estradas romanas?
  4. Cite duas influências de outros povos para a formação da cultura e da religiosidade dos antigos romanos.

Aprofundando os conhecimentos

8. Nas escavações realizadas em Pompeia, foram encontradas mais de 10 mil inscrições, conhecidas como . sôbre êsse tema e sôbre o grafite na atualidade, leia os textos a seguir e, depois, responda às questões.

reticências Em geral eram escritos em ambientes fechados, embora muitos sejam encontrados nas paredes externas das casas pompeianas. Impulsivo, imediato e espontâneo, o grafite é um registro singular que marca um momento específico ou uma necessidade pessoal de deixar registrada uma insatisfação, uma piada ou uma declaração de amor, tornando-se, portanto, uma fonte de inestimável valor para o estudo dos anseios e paixões cotidianas a partir de uma perspectiva coletiva. reticências

GARRAFFONI, Renata Senna. Arte parietal de Pompeia: imagem e cotidiano no mundo romano. Domínios da Imagem, Londrina, volume 1, número 1, novembro 2007. página 155. Disponível em: https://oeds.link/JgpBZo Acesso em: 16 março 2022.

reticências Eram detalhes de obras de arte, figuras das histórias em quadrinhos, e ainda piões e jacarés que enfeitavam a cidade. A proposta dos grafiteiros era levar a arte para as ruas, para “transformar o urbano com uma arte viva, popular, de que as pessoas participem, acrescentando ou tirando detalhes das imagens” reticências. êles queriam que a sua arte estivesse ao alcance de todos e não fechada em galerias ou museus.

O sucesso foi enorme. Por todos os lugares havia marcas dêsses artistas grafiteiros. reticências

santana, Renata. Grafite, a arte que todo mundo vê. Carta Capital, 13 outubro 2014. Disponível em: https://oeds.link/3ahJCn Acesso em: 16 março 2022.

  1. Com base no que foi tratado nos textos, cite um elemento em comum entre as inscrições encontradas em Pompeia e os desenhos em grafite da atualidade.
  2. Você já viu em seu bairro ou em sua cidade alguma imagem feita por grafiteiros? sôbre o que ela tratava? Converse com os colegas sôbre o assunto.

9. Leia e interprete o texto a seguir sôbre uma das mais importantes conquistas das lutas dos plebeus por direitos políticos.

reticências Somente depois de mais de dois séculos de luta entre plebeus insatisfeitos e patrícios poderosos, é que os plebeus conseguiram progressivamente obter direitos políticos iguais aos [dos] nobres. Por volta de 450 antes de Cristo, os plebeus conseguiram que as leis segundo as quais as pessoas seriam julgadas fossem registradas por escrito, numa tentativa de evitar injustiças do tempo em que as leis não eram escritas e os cônsules reticências administravam a justiça como bem entendiam, conforme suas conveniências. O conjunto de normas finalmente redigidas foi chamado “A Lei das Doze Tábuas”, que se tornou um dos textos fundamentais do Direito romano reticências. A publicação dessas leis, na fórma de tábuas que qualquer um podia consultar, por volta de 450 antes de Cristo, foi importante, pois o conhecimento das “regras do jôgo” da vida em sociedade é um instrumento favorável ao homem comum e potencialmente limitador da hegemonia e arbítrioglossário dos poderosos. [...]

FUNARI, Pedro Paulo. Grécia e Roma. São Paulo: Contexto, 2017. página 83. (Coleção Repensando a História).

  1. Por que A Lei das Doze Tábuas foi uma importante conquista dos plebeus por direitos?
  2. Por que foi importante que A Lei das Doze Tábuas fosse publicada e estivesse ao alcance de todos?
  3. Atualmente, temos um conjunto de leis que garante nossos direitos e deveres. Como êle se chama? Como podemos ter acesso a êle?

10. Leia o texto a seguir e, depois, responda às questões.

reticências

Em Roma, com o crescimento do Império, os libertos passaram a ter uma situação à parte, pois alguns deles tornaram-se funcionários públicos e atingiram os mais altos postos do Estado. Outros enriqueceram-se no comércio, de modo que alguns libertos chegaram a participar da aristocracia, ainda que não tivessem certos direitos, como a possibilidade de serem eleitos para algum cargo.

De modo geral, pode dizer-se que sempre houve possibilidade de mudar de posição, na sociedade romana, mas, em toda a história de Roma, sempre houve dois grandes grupos sociais: as classes subalternas e as classes altas, ou pessoas de poucas posses e aquelas com muitos recursos. Podiam ascender socialmente aqueles que estavam em contato com as elites, como é o caso dos escravos de homens ricos e que obtinham a liberdade, tornando-se êles próprios milionários. A maioria dos escravos não estava nesta situação e os livres pobres tampouco tinham tais oportunidades.

Com o desenrolar das conquistas, Roma passou a basear grande parte de sua economia no trabalho escravo. Os escravos eram fundamentalmente prisioneiros de guerra, o que obrigava os governantes a se empenharem, constantemente, na conquista de novos territórios. Os escravos podiam pertencer ao Estado ou a particulares. Trabalhavam nas grandes obras públicas, oficinas, agricultura, minas, pedreiras e também como criados, músicos, professores, secretários, podiam também ser gladiadores reticências.

Com o sucesso das conquistas, aumentou significativamente o número de escravos advindos das capturas de prisioneiros de guerra. Até o século três antes de Cristo havia em Roma apenas alguns poucos escravos. Porém, após o sucesso romano nas guerras púnicas, a partir do século três antes de Cristo, o número de escravos multiplicou-se muito. Os cidadãos ricos passaram a possuir centenas e por vezes milhares de escravos. Os grandes proprietários exploravam o trabalho escravo em seus domínios, enquanto os comerciantes e administradores o utilizavam em suas lojas, oficinas e escritórios. Devido aos maus-tratos, houve tanto em Roma como na Itália inúmeras revoltas de escravos nos séculos dois e um antes de Cristo reticências.

FUNARI, Pedro Paulo. Grécia e Roma. São Paulo: Contexto, 2007. página 9596. (Coleção Repensando a História).

Mosaico. À esquerda, um homem com tecido ao redor do corpo. Ele está de pé segurando um jarro sobre o ombro. O homem inclina o jarro em direção de um pote que é segurado por outro homem, vestindo pano ao redor do corpo.
Mosaico do século três que representa um escravizado trabalhando em uma cidade no Império Romano.
  1. Qual é o tema central abordado no texto?
  2. Quais são as duas grandes divisões sociais que, segundo o autor, se mantiveram essenciais para os antigos romanos?
  3. Com o aumento das conquistas, a economia romana passou a se basear em que tipo de trabalho?
  4. Explique qual era a relação entre o aumento das conquistas romanas e o crescimento do número de escravizados.
  5. A quem poderiam pertencer as pessoas escravizadas na Roma Antiga? Quais eram os trabalhos desenvolvidos pêlas pessoas escravizadas?
  1. Analise a imagem a seguir.
    1. O que êsse vaso parece representar? Quais detalhes dele fizeram você chegar a essa conclusão?
    2. Quais letras do alfabeto etrusco você consegue identificar nesse vaso?
    3. Com base nas informações do capítulo, explique de que modo o alfabeto etrusco está relacionado com o alfabeto latino, que usamos atualmente.
Fotografia. Vaso de cerâmica escuro com forma de uma animal com bico, crista e duas patas. No vaso há linhas tracejadas e elementos da escrita etrusca.
Vaso de cerâmica feito por volta de 650 antes de Cristo Nele, estão escritas algumas letras do alfabeto etrusco.

12. Neste capítulo, estudamos vários aspectos da vida dos antigos romanos. Vimos que, com o passar do tempo, Roma construiu um império, e nas cidades foram erguidos diferentes espaços públicos, dedicados a garantir momentos de lazer, trabalho e convivência entre seus cidadãos. Retome os temas abordados nas páginas anteriores e escreva no caderno um texto imaginando que você era um cidadão na Roma Antiga. Use sua criatividade e descreva alguns aspectos da cultura romana, sua arquitetura urbana, os espaços públicos e os sujeitos históricos que viviam na cidade. Depois, apresente sua história aos colegas.

Glossário

Larário
: tipo de altar dedicado aos deuses .
Voltar para o texto
Frígia
: neste caso, refere-se a alguém originário da Frígia, região da antiga Ásia Menor.
Voltar para o texto
Pergaminho
: pedaço de couro usado como suporte para a escrita.
Voltar para o texto
Ábaco
: tipo de calculadora manual.
Voltar para o texto
Arbítrio
: decisão tomada por vontade ou interêsse particular.
Voltar para o texto