CAPÍTULO 15  O Império Romano em crise

Na época em que atingiu sua maior extensão, no século dois, o Império Romano passou a ter dificuldades para manter seus territórios e para obter novas conquistas. Teve início, então, um período de crise motivada por fatores políticos, econômicos, militares e culturais.

Como a sociedade romana estava baseada no trabalho escravo, o fim das guerras de conquista afetou profundamente a economia do Império, uma vez que a escravização de pessoas ocorria principalmente entre os povos derrotados nesses combates.

Um número menor de pessoas escravizadas significava redução no número de trabalhadores, aprofundando a crise econômica que afetava diversos setores da sociedade romana. Houve, por exemplo, queda na produção agrícola e, consequentemente, elevação do preço de muitas mercadorias.

Para tentar controlar a situação, o govêrno tornou-se cada vez mais autoritário e aumentou os impostos, o que provocou grande insatisfação popular.

A ruralização

A crise econômica reduziu as atividades urbanas, como o artesanato e o comércio. Assim, a falta de oportunidades de trabalho nas cidades levou parte da população urbana a viver nas áreas rurais, gerando um processo que ficou conhecido como ruralização.

O contato com outros povos

Com o agravamento da crise no século três, o govêrno romano teve dificuldades em pagar os soldados do exército para que vigiassem as fronteiras do Império.

Nesse contexto, os povos que viviam nas regiões de fronteira, principalmente germânicos, originários do norte e do Léste da Europa, passaram a migrar para as regiões que faziam parte do Império, em busca de terras férteis e de melhores condições de vida. O exército romano começou então a aceitar a participação de germânicos, até mesmo em postos de comando.

Painel. Detalhes de relevo em madeira. À esquerda uma mulher usando tecido ao redor do corpo. Ela está de pé, segurando um objeto com a mão direita, e com a mão esquerda segurando tecido. Ao lado, uma criança com tecido ao redor do corpo, segurando uma tabuleta com a mão esquerda. À direita, homem com tecido ao redor do corpo. Ele está segurando uma lança com a mão direita e um escudo com a mão esquerda.
Painel em madeira do século três que representa um comandante germânico, sua espôsa e seu filho.

A divisão do Império

Os governantes romanos tentaram de diversas maneiras contornar a crise. Assim, em 330, o imperador Constantino transferiu a capital do Império para a cidade de Bizâncio, que passou a se chamar Constantinopla.

Em busca de uma administração mais eficiente, em 395, o governante Teodósio dividiu os territórios imperiais em duas partes: Império Romano do Ocidente, com capital em Roma, e Império Romano do Oriente, com capital em Constantinopla. No entanto, a intensificação das migrações dos povos germânicos, provocada pêla pressão de outros povos que avançaram sôbre o território, e a grave crise levaram o Império Romano do Ocidente à decadência.

Divisão do Império Romano em 395

Mapa. Divisão do Império Romano em 395. Mapa territorial destacado conforme legenda: Império Romano do Ocidente: Cartago, Cartagena, Toledo, Braga, Toulouse, Verona, Roma, Cosenza e Siracusa Império Romano do Oriente: Andrinopla e Constantinopla. Na parte superior à direita, planisfério destacando parte da Ásia, África e Europa. À esquerda, representação da rosa dos ventos e, abaixo, escala de 290 quilômetros por centímetro.

Fonte de pesquisa: quínder, rrérman; ríguelmân, vérner. The Penguin Atlas of World History. Lôndon: Pêngüim búks, 2003. página 112.

Roma invadida

Aos poucos, a pressão dos povos germânicos se intensificou, dando início a sucessivas invasões dos territórios romanos. Dessa maneira, em 476, o germânico Odoacro liderou uma invasão à cidade de Roma, derrotou o imperador romano Rômulo e assumiu o poder.

Atualmente, sabemos que a desagregação do Império Romano foi um processo lento, que ocorreu ao longo de muitos anos, mas a tomada de Roma por Odoacro, em 476, é considerada por muitos historiadores o marco político da desagregação do Império Romano do Ocidente.

A difusão do cristianismo

Na época do declínio romano, ocorreu uma rápida difusão do cristianismo em várias regiões do Império. Essa doutrina religiosa, que surgiu na atual Palestina, tem por base os ensinamentos de Jesus Cristo e a crença em um único deus, sendo, portanto, monoteísta.

Jesus Cristo pregava uma vida simples, a paz, o amor ao próximo, entre outros princípios. êle defendia a igualdade entre as pessoas, independentemente de sua origem ou riqueza.

Entre os séculos um e três, o cristianismo conquistou adeptos na Ásia Menor, principalmente na cidade de Éfeso; no norte da África, na cidade de Cartago; e na região mediterrânea da Europa.

Escultura. Um homem, com cabelos e barba ondulada, usando tecido ao redor do corpo, está segurando uma ovelha nos ombros. Ao lado, uma ovelha olhando para ele.
Detalhe de escultura romana do século três representando Jesus Cristo, em Roma, Itália.

A perseguição aos cristãos

A mensagem de paz e de igualdade propagada pêlo cristianismo conquistou milhares de adeptos no Império Romano, principalmente entre as camadas pobres. Por não aceitarem o culto à figura do imperador romano, milhares de cristãos foram perseguidos.

Leia o texto a seguir, que trata dêsse assunto.

reticências Com o aumento do número de cristãos, as autoridades romanas começaram a recear que fossem subversivos, pois pregavam fidelidade a Deus e não a Roma. Para muitos romanos, os cristãos eram inimigos da ordem social, pessoas estranhas que não aceitavam os deuses do Estado, não participavam das festas romanas, desprezavam as competições de gladiadores, não frequentavam banhos públicos, elogiavam o pacifismoglossário , recusavam-se a considerar os imperadores mortos como deuses reticências.

Péri, Marvin. Civilização ocidental: uma história concisa. Tradução: Dutra; Silvana Vieira. São Paulo: Martins Fontes, 2002. página 132.

Apesar das perseguições, o cristianismo conquistou um número crescente de adeptos. Percebendo a grande influência dessa religião no Império, em 380, o imperador Teodósio I tornou o cristianismo a religião oficial do Estado romano.

A intolerância religiosa

Quando o cristianismo passou a ser difundido no Império Romano, êle foi visto como uma ameaça aos valores da sociedade romana, um dos motivos pelos quais os cristãos passaram a ser perseguidos pêlo Império.

Ao longo da história, muitos povos foram perseguidos por sua religião ou crença quando ela não era aceita na sociedade em que viviam. Assim, êles vivenciaram situações de preconceito, de violência e até mesmo de restrição à liberdade.

Atualmente, atitudes como essas são consideradas violação do princípio da tolerância religiosa, pois não respeitam o direito de livre expressão das crenças e a diversidade de religiões. Em várias partes do mundo, assim como no Brasil, ainda ocorrem muitas situações de intolerância religiosa.

No Brasil, não respeitar as diferentes religiões é crime. A liberdade de crença é um direito garantido pêla nossa Constituição Federal. Leia a seguir o trecho de nossa Lei que trata dêsse assunto.

reticências seis – é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na fórma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias reticências.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. 5 outubro 1988. Disponível em: https://oeds.link/C1SWga Acesso em: 16 março 2022.

Com o objetivo de ampliar o debate sôbre êsse tema, o dia 21 de janeiro foi instituído como o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa. Essa data foi criada para relembrar a atuação e a morte da líder religiosa do candombléglossário Gildásia dos Santos e Santos (mais conhecida como Mãe Gilda de Ogum), que teve sua casa e seu terreiro depredados. Com a saúde fragilizada pelos ataques sofridos, Mãe Gilda faleceu em 21 de janeiro de 2000.

Em 2014, também foi criado pêlo govêrno federal o Comitê Nacional de Respeito à Diversidade Religiosa, que tem como intuito garantir o respeito às diferentes crenças e à liberdade religiosa.

Escultura. Busto de mulher negra com turbante na cabeça. Abaixo, suporte azul com uma placa com o texto: Mãe Gilda. Filha do orixá Ogum, nasceu em 03 de outubro de 1935 tornando-se fundadora do axé Abassa de Ogum. Morreu em 21 de janeiro de 2000, apesar de viver em um estado laico, por conta da intolerância religiosa. Temos muitos caminhos a trilhar em busca da liberdade e da igualdade, na diversidade. Kosi mi fara owé 'Nada no mundo que possa contra mim, aqui estamos' Salvador, 20 de novembro de 2014.
Monumento em homenagem à Mãe Gilda de Ogum, no Parque Metropolitano do Abaeté, Salvador, Bahia, em 2019.

Os povos germânicos

Os germânicos eram formados por povos de diversas origens que provinham de lugares variados, principalmente do norte da Europa, além dos limites do Império. Entre êles havia os francos, os ostrogodos e os vândalos, que se estabeleceram nas fronteiras norte e Léste do território do Império Romano. povos eram chamados de bárbaros pelos romanos, principalmente por serem estrangeiros.

êles eram agricultores e viviam em pequenos grupos comandados por um líder. Também comercializavam armas, grãos, tecidos, entre outros produtos.

Os germânicos não formavam um Estado organizado politicamente, como os romanos, e não tinham um conjunto de leis escritas. Portanto, suas regras eram baseadas nos costumes e nas tradições orais, o que caracteriza o chamado direito consuetudinário.

êles davam grande importância às conquistas militares. A relação entre o líder do grupo e os guerreiros era chamada comitatus e tinha como base a fidelidade.

Leia a seguir a descrição feita pêlo historiador romano Tácito, no século um, do comitatus germânico.

reticências é infameglossário [para um guerreiro] reticências ter abandonado a batalha e sobrevivido a seu líder; defendê-lo, protegê-lo e também atribuir-lhe seus próprios feitos grandiosos para a glória dele é a principal consagração militar. Os líderes lutam pêla vitória, os companheiros pêlo líder. reticências

ANDRADE, Maria Cecília Albernaz Lins Silva de. A Germania de Tácito: tradução e comentários. 2011. Dissertação (Mestrado em Letras) – Universidade de São Paulo, São Paulo. Disponível em: https://oeds.link/KeTyl1. Acesso em: 16 março 2022.

Fotografia. Capacete de metal, composto por proteção para a parte de cima da cabeça, testa, olhos e nariz.
Capacete de ferro do século seisque pertenceu a um guerreiro germânico.

Religiosidade germânica

Os povos germânicos eram politeístas. Uma das divindades mais cultuadas por êles era Odin, o deus da guerra. Os deuses germânicos geralmente estavam ligados às explicações dos fenômenos naturais e a aspectos da vida cotidiana dêsses povos. Thor, por exemplo, era o deus do trovão.

Escultura. Figura humana masculina com chapéu em formado triangular e barba, segurando com as mãos um objeto. Ele está sentado.
Escultura em bronze do ano 1000 representando Thor.

As migrações germânicas

No século três, muitos povos germânicos já haviam se estabelecido próximo aos limites do Império e conviviam com os romanos, compartilhando diversos elementos de sua cultura.

A partir do século cinco, os hunos, um povo guerreiro originário da Ásia Central, avançaram sôbre a Europa, conquistando territórios e obrigando diversos povos germânicos a migrar para outras regiões, entre elas os territórios do Império Romano.

Veja no mapa a seguir as principais rotas de migração dos povos germânicos.

Relevo. À esquerda, um soldado usando capacete e couraça no busto. Ele está de perfil. À direita, um homem com cabelos lisos, segurando uma espada acima da cabeça.
relêvo em mármore do século dois representando um combate entre soldados romanos e guerreiros germânicos.

As migrações germânicas (séculos IV e V)

Mapa. As migrações germânicas (séculos 4 e 5). Mapa destacando as rotas dos povos germânicos e a divisão territorial entre o Império Romano do Ocidente e o Império Romano do Oriente. Anglos: saindo do atual território da Alemanha, atravessando o Mar do Norte e chegando ao atual território do Reino Unido. Saxões: Saindo dos atuais territórios da Alemanha e da Holanda, atravessando o Mar do Norte e chegando ao atual território do Reino Unido. Francos: Saindo do território atual da Alemanha e chegando a partes dos atuais territórios da Bélgica, França e Holanda. Lombardos: Saindo dos atuais territórios da Alemanha e da República Tcheca, passando pelo Leste Europeu, chegando até a cidade destacada de Verona, no norte do atual território da Itália. Suevos: Saindo dos atuais territórios da Alemanha e da Polônia, atravessando parte da Europa até chegar à região da cidade destacada de Braga, no atual território de Portugal. Vândalos: Saindo dos atuais territórios da Polônia e da Bielorrúsia, atravessando parte da Europa e chegando até o atual território de Portugal e a ilha de Ibiza. Da região de Portugal, atravessam o Estreito de Gibraltar em direção à região da cidade destacada de Cartago, território atual da Tunísia. Visigodos: Saindo do atual território da Romênia, chegando até a cidade destacada de Constantinopla, no atual território da Turquia. Em seguida, segue em direção ao atual território da Grécia, perto do Mar Egeu, até chegar a Roma e Cosenza, atual território da Itália. De Cosenza retorna para Roma em direção à cidade destacada de Toulouse, atual território da França.  De Toulouse, se espalham para a região da cidade destacada de Braga e o atual território da Espanha. Ostrogodos: Saindo do atual território da Ucrânia em direção ao atual território da Hungria. Na parte superior à direita, planisfério destacando uma parte da Europa, Ásia e África. Acima, representação da rosa dos ventos e, abaixo, escala de 240 quilômetros por centímetro.

Fonte de pesquisa: quínder, rrérman; ríguelmân, vérner. The Penguin Atlas of World History. Lôndon: Pêngüim búks, 2003. página 114.

Ícone ‘Atividade oral’.

Questão 1.

Quais são os locais de onde partiram as principais rotas de migração?

Ícone ‘Atividade oral’.

Questão 2.

Qual povo germânico se estabeleceu na Península Itálica, na região de Roma?

A fragmentação do Império

Após o intenso fluxo de migrações, o território que antes formava o Império Romano do Ocidente se fragmentou. Ao mesmo tempo, com o avanço dos povos e a conquista de territórios, foram fundados diversos reinos germânicos, que estudaremos mais adiante.

Inicialmente, muitos dêsses reinos germânicos preservaram elementos da organização administrativa dos romanos. Na Península Itálica, por exemplo, governada pêlo rei ostrogodo Teodorico, foram mantidos o Senado, alguns cargos públicos e a cobrança de impostos. Além disso, o latim permaneceu como língua oficial do reino.

Fotografia. Verso de moeda dourada com detalhes em relevo do busto de  uma pessoa com cabelos ondulados e adereços. Nas laterais textos.
Teodorico representado em moeda de ouro do século cinco.

Um período de transição

Com a fragmentação do Império Romano e a formação de novos reinos, a Igreja católica se fortaleceu, tornando-se uma instituição poderosa e influente.

Para muitos estudiosos, essa nova conjuntura política, social e cultural que se formou nesse momento marcou o fim de um período histórico e o início de outro. A fusão da cultura germânica com a romana, fortemente influenciada pêla religiosidade cristã, foi decisiva para o comêço de um novo período histórico com duração de cêrca de 10 séculos e que ficou conhecido como Idade Média.

Na foto, podemos observar construções de períodos históricos distintos. Em primeiro plano, as ruínas do Fórum Romano, local que reunia diversas construções públicas do Império Romano. Ao fundo, do lado esquerdo, a Igreja de Santa Martina e São Lucas, construída durante o início da Idade Média.

Fotografia. À esquerda, uma construção com uma cúpula central no teto. Centralizado, ruínas de um monumento de pedra com um arco central. À direita, ruínas com sete colunas ornamentadas.
Monumentos históricos na cidade de Roma, Itália, em 2022.

Quem eram os bárbaros?

Os antigos romanos utilizavam o têrmu bárbaro para se referirem aos povos estrangeiros que não partilhavam elementos da sua cultura nem se submetiam aos modelos romanos de organização política e econômica, por exemplo. Muitas vezes, estrangeiros eram vistos não apenas como diferentes, mas também como “selvagens” e “inferiores”.

Ao longo do tempo, muitas sociedades agiram de maneira semelhante, julgando a cultura de outros povos como inferior por ser diferente da sua. Tanto que, atualmente, utilizamos o têrmu etnocentrismo para nos referir a uma situação em que alguém desvaloriza a cultura de outro grupo social tendo como referência a própria cultura. O etnocentrismo, portanto, é marcado por uma dificuldade de reconhecer as diferenças no modo de pensar e de viver de outros grupos.

A visão etnocêntrica sôbre o outro tem gerado problemas graves. No Brasil, por exemplo, vários grupos sofrem preconceito ou discriminação diariamente, como os indígenas, que são discriminados por pessoas que não reconhecem o direito de preservarem seu modo de vida e sua cultura.

Por isso, estudar a história das diversas sociedades é essencial. Ao conhecermos diferentes maneiras de viver, em outras épocas e lugares, podemos superar a visão etnocêntrica ao respeitar a diversidade de culturas e de modos de viver existentes no mundo.

O respeito nos permite saber agir de maneira correta e empática com o próximo, compreendendo e valorizando as diferentes tradições, crenças, pensamentos, direitos e sentimentos.

Os povos considerados “bárbaros” eram frequentemente representados como povos violentos e selvagens, tidos, muitas vezes, como ameaças ao Império Romano.

Relevo. Detalhe de diversas pessoas e cavalos em uma cena de batalha. Algumas pessoas estão usando capacetes e outras tecidos ao redor dos corpos. Elas estão entrelaçadas e sobrepostas.
Detalhe de relêvo em mármore, do século três, representando um combate entre soldados romanos e guerreiros germânicos.

Atividades

Faça as atividades no caderno.

Organizando os conhecimentos

  1. Explique os principais motivos da crise do Império Romano no século três.
  2. Comente a situação do exército romano durante o período de crise.
  3. Por que o ano de 476 é considerado o marco político do fim do Império Romano do Ocidente?
  4. O que era o comitatus germânico?
  5. Explique a relação entre os hunos e as migrações dos povos germânicos.

Aprofundando os conhecimentos

6. Analise a seguir uma tirinha produzida na atualidade. Depois, responda às questões.

Tirinha: Personagem: Hagar, homem robusto com barba, usando capacete com chifres, roupa de pele, espada e escudo. Esposa de Hagar, uma mulher usando vestido, capacete com chifres e escudo nas costas. Em duas cenas. Q1. Hagar de pé, ao lado, um saco. À direita, a mulher de Hagar segurando um cabo sobre um caldeirão. Hagar diz: ACONTECEU ALGUMA COISA IMPORTANTE ENQUANTO EU ESTIVE FORA? A mulher responde: BOM, DEIXA EU VER... O IMPÉRIO ROMANO CAIU... A IDADE DAS TREVAS COMEÇOU EM JUNHO... REI CLÓVIS CONVERTEU OS FRANCOS... OS HUNOS SAQUEARAM A NOSSA ALDEIA E O TEU VELHO CACHORRO TEVE FILHOTES. Q2. Hagar, sorrindo, diz: OBA! FILHOTES!

bráun, . O melhor de Agás, o horrível. Porto Alegre: Ele e Pê ême, 2011. página 18.

  1. Descreva a situação representada na tirinha.
  2. Helga, a mulher com escudo junto ao caldeirão, cita diversos fatos históricos que ocorreram enquanto Agás esteve em viagem. Quais dêsses fatos nós já estudamos até aqui?
  3. Por meio das informações apresentadas na tirinha, podemos considerar o personagem Agás um soldado romano ou um guerreiro germânico?
  4. Qual foi a sua reação ao interpretar a tirinha? Explique.
  5. Em grupos, façam uma releitura da tirinha de Agás. Para isso, escolham um perío­do histórico diferente e criem personagens que teriam vivido nessa época. Em uma das falas das personagens, listem eventos importantes que ocorreram no período e procurem finalizar a tirinha de modo semelhante ao que foi apresentado.

7. Leia o texto a seguir. Depois, responda às questões.

O primeiro aspecto do estereótipoglossário a respeito dos escandinavosglossário é o seu equipamento de guerra. No imaginário moderno, a palavra imediatamente associa-se a guerreiros portando capacetes com enormes chifres laterais. Nada mais falso, aos olhos da arqueologia e da historiografia medieval. Dois séculos de investigação acadêmica demonstraram que nunca existiu qualquer tipo de vestígio material que confirmasse essa imagem. Nem mesmo durante a Idade Média os vikings eram representados dessa maneira, na visão de outros povos. O estereótipo surgiu no início do século dezenove, em consequência da idealização romântica do bárbaro, utilizado como suporte para a construção de diversas nacionalidades reticências. Diversos pintores representaram cornos não somente nos nórdicos medievais como também em seus deuses, que tornaram-se muito populares a partir de então. reticências

, . Os vikings e o estereótipo do bárbaro no ensino de história. História & Ensino, Londrina, volume 8, outubro 2002. página 86. Disponível em: https://oeds.link/Vwdjgn. Acesso em: 16 março 2022.

  1. Qual é o assunto tratado no texto?
  2. Analise as personagens da tirinha apresentada na página anterior. De que maneira podemos relacioná-las com as informações do texto?
  3. O que as investigações acadêmicas demonstram quanto às representações atuais dos povos escandinavos?
  4. Você conhece algum filme, desenho animado ou agá quê sôbre os povos escandinavos? Como povos foram representados?

8. Formem grupos e retomem o assunto tratado lógo após o tópico intitulado “A perseguição aos cristãos”, sôbre a importância da tolerância religiosa. Em seguida, façam uma pesquisa em livros, jornais e na internet e pesquisem informações sôbre os principais conflitos religiosos existentes no mundo atual. Durante a pesquisa, procurem responder às seguintes questões:

  • Quais são as religiões envolvidas?
  • Onde ocorrem conflitos e por que êles ocorrem?
  • O que tem sido feito para resolver conflitos?

Depois de realizar a pesquisa, apresentem os resultados aos demais grupos.

9. O Império Romano do Ocidente teve fim no ano 476, mas acontecimentos de dois séculos anteriores apontam que seu fim foi um processo longo. sôbre isso, leia com atenção os acontecimentos no quadro a seguir e, no caderno, coloque-os na sequência em que ocorreram.

1. Insatisfação do povo romano.

2. Intensificação das migrações dos povos germânicos.

3. Queda na produção agrícola.

4. Fim das guerras de conquista territorial.

5. Império Romano alcança sua maior extensão territorial.

6. Problemas em manter o exército e em proteger as fronteiras.

7. Aumento do preço das mercadorias.

8. Dificuldades na manutenção do território imperial.

  1. No ano de 313, o imperador Constantino promulgou o Edito de Milão, permitindo o culto cristão nos territórios do Império Romano. sôbre o processo de difusão do cristianismo em Roma, copie em seu caderno somente as alternativas corretas. Em seguida, corrija as que estão incorretas.
    1. Entre os séculos um e três, o cristianismo começou a se difundir em várias partes do território imperial, pregando o monoteísmo.
    2. Uma das principais mensagens do cristianismo, a defesa da paz e da igualdade entre os seres humanos, foi muito bem aceita pêla população de Roma e por seus governantes, que lógo acolheram a religião cristã em todo o território romano.
    3. Mesmo com a adoção do cristianismo, os súditos do Império Romano continuaram adorando a figura do imperador como a um deus, o que não contrariava a prática monoteísta cristã.
    4. Os cristãos foram perseguidos no Império Romano durante cêrca de três séculos. No entanto, em 380, o cristianismo foi transformado na religião oficial de todo o Império pêlo imperador Teodósio.

11. Em 330, o Império Romano foi dividido em duas partes, com duas capitais. sôbre êsse processo, analise as imagens a seguir e responda às questões.

Fotografia. Coliseu, construção com formato circular compostas por com diversos arcos.
Coliseu romano, ou Anfiteatro Flaviano, construído em Roma entre os anos 72 e 80. Foto de 2021.
Fotografia. Uma grande torre em formato cilíndrico sobre uma pedra em uma rua.
Coluna de Constantino, construída em 330 para celebrar a nova capital romana. Foto de 2019.
  1. Quais eram essas divisões? Quais cidades se tornaram as duas capitais imperiais?
  2. Por que os romanos decidiram dividir o Império e transferir sua capital?
  3. Os dois monumentos marcam períodos diferentes do Império Romano. Como êles indicam as mudanças ocorridas na economia romana?

12. Um dos principais movimentos que marcaram o fim da Antiguidade foi o processo de migração dos povos germânicos. acêrca dêsse contexto, leia o texto a seguir e responda às questões.

A Europa medieval nasceu do mundo romano, ou melhor, das transformações que êsse mundo experimentou graças às migrações bárbaras, à difusão do cristianismo, à descentralização do poder político e ao fortalecimento da aristocracia rural. Os bárbaros não conquistaram o Império, êles se assimilaram intensamente à sociedade romana, a ponto de, sob a perspectiva arqueológica, ser muito difícil distingui-los dos romanos, especialmente a partir do século seis. reticências

SILVA, Marcelo Cândido da. História medieval. São Paulo: Contexto, 2019. página 15.

  1. De acôrdo com o texto, por que é possível afirmar que a Europa medieval se originou a partir do mundo romano?
  2. Quem eram os bárbaros citados no texto?
  3. Por que é um problema chamar povos de bárbaros?
  4. Como é possível afirmar que os povos bárbaros foram assimilados à sociedade romana?

Glossário

Pacifismo
: filosofia de paz, de oposição à guerra.
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Candomblé
: religião de origem africana relacionada ao culto à ancestralidade e às fôrças da natureza.
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Infame
: o que é desonroso, desprezível.
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Estereótipo
: padrão ou modêlo formado por ideias preconceituosas, que não podem ser comprovadas.
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Escandinavos
: povos germânicos originários da Escandinávia, região que corresponde atualmente à Suécia, à Dinamarca e à Noruega.
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