O que eu já sei?

Faça as atividades em uma folha de papel avulsa.

1. Leia com atenção o calendário a seguir e, depois, responda às questões.

Ilustração. Calendário circular, composto por texto e imagem, sendo: JANEIRO: Ilustração de uma plantação de milho. FEVEREIRO: Ilustração de peixes nadando. MARÇO: Ilustração de um abacaxi. ABRIL: Ilustração de peixes em uma cesta. MAIO: Ilustração de um tronco de árvore cortado e caído no chão seco. JUNHO: Ilustração de uma gaivota voando no céu.  JULHO: Ilustração de tartarugas andando na areia. AGOSTO: Ilustração de troncos enfeitados com ornamentos indígenas. SETEMBRO: Ilustração de mandioca. OUTUBRO: Ilustração de galhos de árvore com frutos. NOVEMBRO: Ilustração na parte superior o sol, abaixo, copas de árvores. DEZEMBRO: Ilustração de ramos de melancias.
Ilustração produzida com base em um calendário indígena feito por alunos e professores do Parque Indígena do Xingú, Mato Grosso.

Fonte de pesquisa: INSTITUTO SOCIOAMBIENTAL. Geografia indígena: Parque Indígena do Xingú. Brasília: Méqui/séfi/, 1996. página 55.

  1. De acôrdo com o calendário, em quais meses se iniciam o verão e a época de abacaxi? Como você chegou a essa conclusão?
  2. Observando as informações fornecidas pêlo calendário, qual é a principal finalidade dele?
  3. Quais são as principais semelhanças e diferenças entre o calendário que costumamos usar e o calendário dos povos indígenas do Xingu?

2. Luzia é o fóssil humano mais antigo do continente sul-americano. De acôrdocom paleontólogos, Luzia teria vivido em nosso território há cêrca de 13 mil anos. Analise a imagem e responda às questões.

Fotografia. Destacando fóssil de um crânio humano.
Fóssil de Luzia, encontrado no município de Pedro Leopoldo, Minas Gerais, em 1975.
  1. Qual é a importância dêsse tipo de descoberta?
  2. Como você imagina que viviam os seres humanos que habitavam o território onde hoje é o Brasil?
Respostas e comentários

1. a) Resposta nas orientações ao professor.

1. b) Resposta nas orientações ao professor.

1. c) Resposta nas orientações ao professor.

2. a) Resposta nas orientações ao professor.

2. b) Resposta nas orientações ao professor.

1. Objetivo

Esta atividade permite avaliar se os alunos compreendem as fórmas de percepção do tempo e suas divisões em diferentes sociedades, conhecimentos necessários para desenvolver a habilidade ê éfe zero seis agá ih zero um da Bê êne cê cê.

Como proceder

Analise o calendário indígena com os alunos de fórma conjunta. Caso tenham dificuldade em identificar a função dêsse calendário, peça-lhes que façam uma lista no caderno com as atividades indicadas nos 12 meses. Depois, questione-os sôbre a importância dessas atividades para as comunidades indígenas. Para reforçar o trabalho com o tema contemporâneo transversal Diversidade cultural, retome as respostas do item c com os alunos, discutindo outras aproximações e diferenças entre suas vivências e as das comunidades indígenas.

Respostas

1. a ) De acôrdo com o calendário, o verão tem início em novembro; a época do abacaxi, em março. É possível relacionar os meses com as ilustrações que compõem o calendário.

b ) Ao analisar as ilustrações e os respectivos meses, compreende-se que a principal finalidade é organizar os acontecimentos e as atividades que ocorrem ao longo do ano e que costumam ser anuais.

c ) Semelhanças: os nomes dos meses. Diferenças: a fórma como as informações estão dispostas em disco, com ilustrações de atividades e eventos específicos.

2. Objetivo

A atividade permite avaliar se os alunos compreendem o processo de ocupação do continente americano, conhecimento necessário para desenvolver a habilidade ê éfe zero seis agá ih zero quatro da Bê êne cê cê.

Como proceder

Caso algum aluno apresente dificuldade, retome o conceito de fóssil e de trabalho arqueológico. Pergunte SOBRE o cotidiano dos primeiros seres humanos que viveram na América do Sul e peça ao aluno que o relacione às descobertas de vestígios feitas pelos arqueólogos.

Respostas

2. a ) Resposta pessoal. Espera-se que os alunos apontem que a descoberta é importante, por exemplo, para que cientistas elaborem possíveis explicações para a chegada dos primeiros habitantes à América e para os trajetos percorridos por êles e seus modos de vida.

b ) Resposta pessoal. É possível que os alunos citem características da vida dos seres humanos na época da Pré-História, como a caça, a coleta, os instrumentos utilizados, a alimentação e a moradia.

  1. Você conhece algum deus ou alguma deusa da mitologia grega ou romana? Qual? Comente com os colegas.
  2. A imagem a seguir representa o profeta Maomé recebendo as revelações do Anjo Gabriel. Analise-a.
Gravura. À esquerda, anjo Gabriel  usando coroa e beca bege e com asas nos braços. Ele está inclinado com a mão esquerda levantada, e o dedo apontado para a direita. À direita, Maomé, homem com cabelos pretos e lisos usando turbante e tecido branco ao redor do corpo. Ele está sentado sobre uma pedra com as mãos sobre os joelhos.
Gravura persa do século catorze mostrando as revelações do Anjo Gabriel a Maomé.
  1. Você conhece Maomé? A qual religião monoteísta êle está relacionado?
  2. Qual é a importância de Maomé para essa religião?
  3. Na imagem, além de Maomé, quem mais aparece? êsse personagem também é conhecido em outras religiões monoteístas? Quais?

5. Em 998 Depois de Cristo, o bispo Adalberão de escreveu um poema que explicava em poucas palavras como era dividida a sociedade medieval na França. Leia um trecho dele a seguir.

reticências A casa de Deus, que parece uma, é portanto tripla: uns rezam, outros combatem e outros trabalham. Todos os três formam um conjunto e se separam: a obra de uns permite o trabalho dos outros dois e cada qual, por sua vez, presta seu apôio aos outros.

reticências

, Adalberão ápud FRANCO JÚNIOR, Hilário. A Idade Média: nascimento do Ocidente. São Paulo: Brasiliense, 2006. página 89.

  1. De acôrdo com o texto, como a sociedade medieval francesa era dividida?
  2. O que mais você sabe sôbre a vida na Idade Média? Cite filmes, animações, histórias em quadrinhos e outras mídias que você conhece período e as explique aos colegas.
Respostas e comentários

3. Resposta nas orientações ao professor.

4. a) Resposta nas orientações ao professor.

4. b) Resposta nas orientações ao professor.

4. c) Resposta nas orientações ao professor.

5. a) Resposta nas orientações ao professor.

5. b) Resposta nas orientações ao professor.

3. Objetivo

A atividade permite avaliar os conhecimentos dos alunos sobre o legado da Antiguidade Clássica, desenvolvendo a habilidade ê éfe zero seis agá ih zero nove da Bê êne cê cê.

Como proceder

Caso algum aluno tenha dificuldade, liste na lousa algumas divindades da mitologia grega ou romana e descreva cada uma coletivamente. Se julgar pertinente, peça a êles que escolham e desenhem no caderno ou em uma folha avulsa uma das divindades, explicando suas características.

Resposta

3. Resposta pessoal. Espera-se que os alunos mencionem algum deus ou deusa da mitologia grega ou romana e suas características. êles podem fazer relações com conhecimentos adquiridos por meio de livros, filmes, jogos eletrônicos etcétera.

4. Objetivo

A atividade permite avaliar as dinâmicas de circulação cultural do islamismo, conhecimento necessário para desenvolver a habilidade ê éfe zero seis agá ih um cinco da Bê êne cê cê.

Como proceder

Faça a análise da imagem de fórma coletiva. Caso algum aluno tenha dificuldade, leia a legenda com êle e peça-lhe que identifique as personagens.

Respostas

4. a ) Espera-se que os alunos identifiquem e relacionem o profeta Maomé ao islamismo.

b ) Espera-se que os alunos reconheçam Maomé como profeta e fundador do islamismo, uma vez que recebeu as revelações de Deus pêlo Anjo Gabriel, o que gerou a criação do Alcorão e unificou os povos árabes na comunidade islâmica.

c ) O personagem é o Anjo Gabriel, também conhecido pelos judeus e cristãos como mensageiro de Deus.

5. Objetivo

A atividade permite avaliar se os alunos compreendem a divisão da sociedade e do trabalho feudal, conhecimento necessário para desenvolver a habilidade ê éfe zero seis agá ih um seis da Bê êne cê cê.

Como proceder

Caso algum aluno tenha dificuldade para responder à questão, peça a êle que faça a leitura do texto em voz alta e que identifique as ações que se vinculam aos grupos sociais (rezar, combater e trabalhar). Em seguida, solicite que refaça a atividade.

Respostas

5. a ) É possível perceber que a sociedade medieval francesa era dividida em três grupos ligados a atividades específicas: oração, defesa e trabalho cotidiano.

b ) Resposta pessoal. Espera-se que os alunos citem mídias com a temática medieval ou inspiradas nela, como Coração de Cavaleiro, Valente e Róbin Rúd.

Unidade 1  Para estudar História

Fotografia. No primeiro plano, chafariz de pedra, com base quadrangular. Ele contém quatro colunas, uma em cada extremidade, e um portal. Na parte de cima, há uma torre central em formato triangular. Na ponta, há uma pequena estrutura de metal com formato esférico e tons esverdeados, ocasionado pela passagem do tempo. Atrás, edifício  alto de vários andares com a fachada de vidro.
Edifício Centro Cândido Mendes (ao fundo) e Chafariz do Mestre Valentim (à frente) na Praça quinze de Setembro, na cidade do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, em 2020.
Respostas e comentários
  • A imagem de abertura da unidade possibilita explorar com os alunos as relações entre passado e presente, com a tôrre contemporânea ao fundo da foto e uma construção de 1789 em primeiro plano, localizada na Praça quinze de Setembro, na cidade do Rio de Janeiro. Trata-se do Chafariz, também conhecido como Chafariz da Pirâmide, produzido por Mestre Valentim.
  • Aproveite a imagem para conversar sôbre outras construções que os alunos conheçam e com as quais é possível estabelecer essa articulação entre passado e presente. Ajude-os a identificar exemplos próximos à realidade deles.
  • Dê à turma algumas informações a respeito de Mestre Valentim. Explique que Valentim da Fonseca e Silva, seu nome de registro, nasceu na cidade de Serro, Minas Gerais, em 1745. Aos 3 anos de idade, mudou-se com o pai para Portugal, país onde aprendeu o ofício de escultor e entalhador. Em 1770, retornou ao Brasil e passou a viver no Rio de Janeiro, onde montou uma oficina no centro comercial da cidade. Mestre Valentim foi um dos principais escultores de obras públicas da cidade, principalmente nas áreas de embelezamento urbano. Em 1789, construiu um novo chafariz no lugar de um que já existia desde 1747, aproveitando o mármore da antiga construção. A nova obra, o Chafariz da Pirâmide, possibilitou mais espaço para as paradas militares realizadas no local.
  • A abordagem destas páginas cria condições para trabalhar a habilidade ê éfe zero seis agá ih zero um ao possibilitar a identificação de continuidades e rupturas por meio do contraste entre passado e presente retratado nos edifícios da foto. Possibilita também trabalhar a Competência geral 2, pois estimula o exercício da curiosidade intelectual ao recorrer à abordagem das ciências por meio de investigação, reflexão e análise da imagem. Além disso, é possível trabalhar a Competência específica de História 6 e a Competência específica de Ciências Humanas 3, uma vez que essa abordagem problematiza conceitos norteadores da produção historiográfica e viabiliza a identificação e a comparação da intervenção humana na natureza e na sociedade, de modo a exercitar a curiosidade.

Na cidade onde vivemos, podemos estar rodeados por elementos de diferentes períodos. Além disso, convivemos com pessoas de várias origens e com diferentes costumes.

O estudo da História nos ajuda a compreender melhor o mundo em que vivemos. Além disso, êle nos auxilia a ser mais tolerantes com as diferenças, contribuindo para a nossa formação cidadã.

Iniciando a conversa

  1. A imagem mostra edifícios que foram construídos em épocas diferentes na mesma paisagem. Você consegue identificar qual é a construção mais antiga e qual é a mais recente? Como você chegou a essa conclusão?
  2. Na cidade onde você vive, existem construções de épocas passadas? Você já as visitou? Como elas são?
  3. Você considera que edifícios e outros tipos de construção são importantes para conhecer a história de uma cidade? Justifique.

Agora vamos estudarreticências

  • a história de vida e as relações entre memória e história;
  • a importância do estudo da História;
  • a construção do conhecimento histórico;
  • o que são fontes históricas;
  • a importância do tempo para o estudo da História.
Respostas e comentários

Questões 1 a 3. Respostas nas orientações ao professor.

Respostas

1. Resposta pessoal. O objetivo desta questão é propiciar habilidades de análise e de investigação por meio do exercício de observação da foto. Assim, espera-se que os alunos identifiquem que a construção mais antiga é a do chafariz, que aparece em primeiro plano na imagem. É possível que verifiquem essa temporalidade pêlas características arquitetônicas, que remetem a algo mais antigo, no caso, à arquitetura do final do século dezoito; já as faces de vidro do prédio que aparece em segundo plano remetem a algo do tempo presente.

2. Resposta pessoal. Incentive os alunos a rememorar as características das ruas pêlas quais passam cotidianamente, para que, assim, possam se recordar de algum edifício antigo que porventura conheçam. Ao se lembrarem, peça-lhes que descrevam as características dessa construção.

3. Resposta pessoal. Verifique as noções que os alunos têm a respeito da importância de preservar construções antigas. À medida que responderem, explique à turma que prédios e construções antigas, assim como diversas outras fontes históricas, são importantes locais de preservação da memória e da história do lugar onde vivemos.

 Capítulo 1  História e vida

Todas as pessoas têm uma história, que é formada pelos acontecimentos que cada uma delas vivencia ao longo de sua vida. Assim, cada história de vida é única, pois as pessoas passam por diferentes experiências. Imagine que você queira contar para um colega algum episódio ou momento de sua vida que ficou guardado em sua memória. Como seria essa história?

A história vivida

Leia o relato a seguir, em que , nascido em 1932, conta um pouco sôbre sua infância, vivida na cidade de São Paulo.

A minha infância foi muito gostosa. Quase todas essas casas grandes tinham árvores frutíferas: jabuticabas, goiabas, etc... e a molecada se divertia. Nós pulávamos os muros e íamos catar as frutas. reticências A gente andava de bicicleta em volta da praça Buenos Aires. reticências

reticências Quando a gente queria ir ao cinema ia para o centro da cidade, ao cine Metro, que ficava na avenida São João. Pegava o ônibus ou bonde, que tinha umas caixinhas metálicas para a gente colocar o bilhete.

reticências Jogávamos taco na rua, as meninas brincavam de amarelinha na calçada. As ruas eram de paralelepípedos. reticências

, . : um importante restaurador e a contribuição de sua família para a história de Higienópolis. ín: , Maria Manuela de C. M. (). Um bairro chamado Higienópolis: a história contada por crianças. São Paulo: Escola Carlitos de Educação Infantil, 2001. página 9596.

Fotografia em preto e branco. Fachada de um prédio com placas na diagonal e na parte central, com o texto: METRO.
Cine Metro, localizado na avenida São João, na cidade de São Paulo, em 1938.

Os acontecimentos da vida de contados por êle nesse relato ajudam a conhecer um pouco sôbre o passado da cidade de São Paulo, por volta de 1930.

Para narrar acontecimentos, êle recorreu às suas memórias. As memórias de uma pessoa guardam suas impressões sôbre a vida, sôbre suas experiências, seus sentimentos e emoções.

Respostas e comentários

Objetivos do capítulo

  • Compreender as relações entre história e memória.
  • Perceber a diferença entre a História e a história vivida.
  • Entender o conceito de sujeitos históricos.
  • Compreender como ocorre a construção do conhecimento na História.
  • Aprender o que são fontes históricas.

Justificativas

Os conteúdos abordados neste capítulo são relevantes para que os alunos analisem a importância da ciência histórica e suas fontes, o que favorece o trabalho com a habilidade ê éfe zero seis agá ih zero dois.

A abordagem dêste capítulo propicia o desenvolvimento da Competência específica de História 4 ao incentivar os alunos a perceber que os sujeitos, as culturas e os povos podem trazer diferentes visões sôbre um mesmo contexto histórico.


A reflexão indicada na página permite que os alunos construam mentalmente uma narrativa sôbreum acontecimento de suas vidas, criando proposições sôbre um contexto específico, o que auxilia no desenvolvimento da Competência específica de História 3.

Atividade a mais

Para aprofundar a compreensão do relato, realize a atividade a seguir.

a ) Que informações sôbre a cidade de São Paulo podem ser obtidas com base no relato?

b ) O que está representado na imagem? É possível relacioná-la ao texto? De que fórma?

c ) Os relatos são uma boa maneira de conhecermos melhor o passado? Por quê?

Respostas

a ) Por meio do relato, é possível saber que no centro da cidade de São Paulo havia um cinema, que o bonde e o ônibus eram alguns dos meios de transporte e que o calçamento das ruas era de paralelepípedo.

b ) A fachada do Cine Metro, mencionado por no texto.

c ) Resposta pessoal. Espera-se que os alunos respondam positivamente, pois os relatos nos levam a conhecer alguns aspectos do passado sob o ponto de vista de quem os vivenciou.

A história vivida e a História

A história vivida é formada pelos acontecimentos e pêlas experiências de uma pessoa. Quando e onde nasceu, o que aprendeu na escola, quais eram as brincadeiras favoritas, os lugares que visitou... tudo isso faz parte dessa história.

A História é a ciência que estuda as ações dos seres humanos ao longo do tempo, desde o seu surgimento, há milhares de anos, até os dias atuais. Ela nos ajuda a compreender a cultura de diferentes povos, bem como suas origens, seus costumes e suas fórmas de organizar a sociedade.

Cultura e sociedade

Tudo o que é produzido pêla humanidade é considerado cultura, seja material, como ferramentas e obras de arte, seja imaterial, como ideias e maneiras de fazer algo. Assim, o conceito de cultura pode ser definido como um conjunto de conhecimentos, crenças, linguagens, hábitos e costumes compartilhados por um grupo de pessoas em determinado período.

A sociedade, por sua vez, é composta por grupos de indivíduos que vivem sob o mesmo conjunto de regras, valores e fórmas de organização. Por isso, podemos dizer que uma sociedade é formada por pessoas que compartilham de elementos culturais comuns em determinado tempo e lugar.

Fotografia. Prato branco sobre a mesa com feijão e arroz.
Comer arroz com feijão faz parte do cotidiano de diversos brasileiros há muitos anos.
Fotografia. Uma mulher indígena com cabelos presos, vestindo uma roupa amarela e adereços indígenas. Ela está  segurando com uma das mãos um objeto semelhante a um lápis ou uma caneta de cor preta. Ao lado, uma menina indígena com a face sendo pintada pela mulher.
Mulher da etnia Guarani Êmibiá fazendo pintura corporal em uma criança, em Maricá, Rio de Janeiro, em 2021.

Agora, responda à questão a seguir.

Ícone ‘Atividade oral’.

Quais outros exemplos de manifestações culturais você conhece?

Respostas e comentários

Resposta da questão nas orientações ao professor.

O trabalho com o relato de propicia abordar o tema contemporâneo transversal Processo de envelhecimento, respeito e valorização do idoso. Aproveite o momento para promover a valorização das pessoas idosas, reforçando para os alunos o fato de que elas têm muito a nos ensinar com suas memórias e experiências. Além disso, verifique a necessi­dade de desconstruir estereótipos relacionados à velhice. Argumente que, nessa fase da vida, as pessoas podem realizar atividades diversas, como trabalhar, praticar esportes, aprender idiomas, viajar etcétera

Sugestão de avaliação

Ao trabalhar a questão desta página com os alunos, procure avaliar se as respostas apresentam a compreensão do conceito de cultura e de que maneira a diversidade de manifestações culturais está presente em uma sociedade. Se necessário, retome o conceito com os alunos, incentivando-os a expressar as suas compreensões com base nas explicações da página.

Resposta

Resposta pessoal. Espera-se que os alunos citem festas tradicionais, danças, músicas, lendas do folclore, entre outros.

Um texto a mais

reticências O estudioso brasileiro Alfredo Bósi reticências em Dialética da colonização, define cultura a partir da linguística e da etimologia da palavra: cultura, assim como culto e colonização, viria do verbo latino colo, que significa eu ocupo a terra. Cultura, dessa fórma, seria o futuro de tal verbo, significando o que se vai trabalhar, o que se quer cultivar, e não apenas em têrmus de agricultura, mas também de transmissão de valores e conhecimento para as próximas gerações.

Nesse sentido, Bósi afirma que cultura é o conjunto de práticas, de técnicas, de símbolos e de valores que devem ser transmitidos às novas gerações para garantir a convivência social. Mas para haver cultura é preciso antes que exista também uma consciência coletiva que, a partir da vida cotidiana, elabore os planos para o futuro da comunidade. Tal definição dá à cultura um significado muito próximo do ato de educar. Assim sendo, nessa perspectiva, cultura seria aquilo que um povo ensina aos seus descendentes para garantir sua sobrevivência.

reticências

SILVA, Kalina Vanderlei; SILVA, Maciel Henrique. Dicionário de conceitos históricos. segunda edição São Paulo: Contexto, 2006. página 86.

A importância da História

Uma das maiores contribuições da História é a oportunidade que ela nos dá de compreender quem somos, quais são nossas origens, como funciona a sociedade em que vivemos, entre outros aspectos. Além disso, êsse entendimento pode nos ajudar a compreender muitas situações do presente.

Outro benefício da História é que ela fornece informações sôbre culturas e sociedades diversas, bem como suas tradições e crenças. Isso nos faz perceber que não existe uma maneira única de viver, assim ampliamos nossa percepção acêrca das semelhanças e das diferenças entre as pessoas e nos tornamos mais tolerantes socialmente.

O que é ser tolerante?

Ser tolerante significa respeitar as pessoas como elas são, mesmo que tenham maneiras de pensar, de sentir e de agir diferentes daquelas a que estamos acostumados. Ser tolerante significa também respeitar as diferentes crenças religiosas, orientações sexuais, costumes e tradições. A tolerância é fundamental para que haja uma convivência pacífica entre as pessoas.

Leia o texto a seguir, que apresenta maneiras de conhecer diferentes culturas e ampliar o respeito à diversidade cultural.

O que você pode fazer

Conhecer a cultura de outros estados e de outros países por meio de livros, músicas e espetáculos.

Ler livros multiculturais reticências, estimulando sua curiosidade.

Assistir a celebrações de religiões diferentes, em igrejas, sinagogas, templos, etcétera

Visitar bairros onde se concentram migrantes ou imigrantes e procurar conhecer suas histórias.

Aprender uma dança típica, a preparar uma comida tradicional ou a falar algumas frases em outros idiomas.

reticências

Fazer amizade com pessoas de faixas etárias diferentes da sua.

Reagir diante de piadas e comentários preconceituosos, mostrando o quanto isso é inaceitável.

reticências

, Cristina. Cultura de paz. São Paulo: Peirópolis, 2003. página 3637.

Ilustração. À esquerda, dentro de um retângulo cinza, um homem com antenas na cabeça, usando blusa preta, calça listrada e capa nas costas. Ele está de pé, com a mão esquerda para cima. Acima, dentro de um quadrado azul claro, o rosto de uma mulher usando óculos rosa. Acima, dentro de um quadrado rosa, uma pessoa negra com uma flor no olho. Ela está de perfil. Ao lado. Uma pessoa com olhos grandes. Ao lado, uma pessoa com o cabelo em formato de sol usando óculos. Na parte inferior, uma pessoa com cabelos Black Power, usando óculos e os braços elásticos.
Ícone ‘Atividade oral’. Ícone ‘Ciências Humanas em foco’.

Questão 1.

Você já praticou alguma das ações citadas no texto? Quais? Conte para os colegas.

Respostas e comentários

Questão 1. Resposta pessoal. Incentive os alunos a compartilhar suas experiências.

  • O assunto desta página propicia uma abordagem da Competência geral 9 ao tratar da importância de promovermos o respeito a nós, ao outro e aos direitos humanos por meio de atitudes tolerantes para com a diversidade cultural.
  • Aproveite êsse momento e questione os alunos se em seus planejamentos e projetos de vida incluiriam a prática da tolerância e da alteridade, buscando conhecer novas culturas e se apropriar de parte delas. É importante que êles percebam a importância de incorporar a seus planejamentos futuros diferentes aspectos, além do trabalho e da família.
  • Durante a análise da questão 1, direcione a discussão para a vida cotidiana dos alunos, questionando-os sobre como a tolerância pode ser exercida nas atividades diárias, contribuindo, assim, para que desenvolvam a empatia e o respeito ao próximo. Não permita que qualquer tipo de preconceito seja explanado durante a discussão.
Ícone 'Ciências humanas em foco'

O assunto favorece também a abordagem da Competência específica de Ciências Humanas 1, pois visa ao reconhecimento do outro e de si em suas especificidades, de modo a exercitar o respeito às diferenças e à pluralidade cultural. êle permite que seja discutida a importância da valorização do outro, inclusive no caso de migrantes e imigrantes em situação de refúgio e asilo, permitindo, assim, o envolvimento dos componentes curriculares de ­História e de Geografia.

Um texto a mais

O texto a seguir aborda a importância do papel da escola na promoção de competências socioemocionais que contribuem para o respeito às diferenças e para o desenvolvimento da tolerância entre os alunos.

reticências

A tolerância e o respeito às diferenças, como base para uma sociedade mais saudável e inclusiva, podem ser ilustrados em diferentes contextos, desde as etapas iniciais do desenvolvimento. Em tese, qualquer contexto que lida com diferenças é potencialmente educativo para a promoção dêsses valores ou para a promoção de valores contrários, de intolerância e desrespeito. reticências

reticências A importância da escola no desenvolvimento socioemocional de seus alunos tem sido apontada por pesquisadores que se dedicam ao estudo da psicologia do desenvolvimento reticências como um dos objetivos do ensino fundamental no país. Essa importância também é reconhecida na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (BRASIL, 1996) que, no artigo 32, item quatro, coloca como uma das finalidades do ensino médio, “o fortalecimento dos laços de solidariedade humana e da tolerância recíproca em que se assenta a vida social”. A escola é um espaço privilegiado para o ensino de relações interpessoais reticências, com demandas diversificadas para o exercício e a ampliação dos contatos sociais que requerem da criança o companheirismo entre os pares e habilidades sociais de convivência. Em particular, é um contexto especialmente importante para estabelecer demandas e criar condições para a promoção de valores de pacifismo como norteadores de comportamentos sociais cotidianos.

reticências

dél , Zilda Aparecida Pereira êti áli Tolerância e respeito às diferenças: efeitos de uma atividade educativa na escola. Psicologia: Teoria e Prática, volume 14, número 1, 2012. página 169170.

Conhecer e respeitar as diferentes culturas

Conhecer culturas diferentes nos ajuda a ser mais tolerantes. Imaginar-se no lugar do outro e tentar entender sua cultura também.

Pense nos costumes que fazem parte da sua rotina, como o modo de cumprimentar as pessoas.

Na Nova Zelândia, é comum o cumprimento em que as pessoas encostam a testa e a ponta do nariz.

Fotografia. À esquerda, uma mulher com dreadlocks nos cabelos, usando óculos. Ao lado, um homem negro com cabelos trançados. Eles estão de perfil, um de frente para o outro, encostando a testa e a ponta do nariz
Jogador de críquete Jofra Árcher recebe o , cumprimento tradicional maori, em máunt , Nova Zelândia, em 2019.

No Japão, as pessoas, geralmente, não se tocam durante um cumprimento. O costume é acenar com a cabeça ou curvar-se.

Fotografia. À esquerda, um homem calvo com poucos cabelos brancos, usando terno e óculos. Ele está olhando para a direita com o corpo inclinado para frente. À direita, um homem asiático com cabelos lisos usando terno. Ele também está com o corpo inclinado para frente, olhando para o homem calvo.
Primeiros-ministros da Austrália, , e do Japão, , fazendo um cumprimento tradicional japonês, em Tóquio, Japão, em 2020.

Na Índia, as pessoas unem as palmas das mãos em frente ao peito e pronunciam a palavra namastêglossário .

Fotografia. À esquerda, um homem usando chapéu, máscara cobrindo a boca e o nariz, uma beca preta e uma estola. À direita, um homem usando terno e gravata, chapéu na cabeça, máscara cobrindo a boca e o nariz. Eles estão de perfil se olhando, com as palmas das mãos unidas na frente do corpo.
Presidente da Indonésia, ,e o Chefe da Suprema côrte da Indonésia, murrãmad , fazendo um cumprimento tradicional indiano, em Jacarta, Indonésia, em 2020.

O fato de uma pessoa ter outros tipos de costume não significa que ela seja melhor ou pior que você. Ela é apenas diferente.

Respostas e comentários
  • O assunto desta página propicia uma abordagem do combate à violência, especialmente da cultura de paz, ao tratar da importância de valorizar diferentes culturas, promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos por meio de atitudes tolerantes para com a diversidade cultural.
  • Esta página também trabalha o tema contemporâneo transversal Diversidade cultural. Incentive os alunos a comentar como se sentiriam caso fossem tratados com intolerância quanto aos seus costumes familiares, suas crenças e seu modo de vida. Aproveite o momento para enfatizar a importância do respeito ao modo de ser de cada um e da tolerância para com diferentes costumes e culturas, incentivando um diálogo entre a turma e promovendo assim iniciativas que contribuem com a saúde mental dos alunos. Procure também valorizar essas diferenças, explicando que elas enriquecem nossa bagagem cultural e ampliam nosso conhecimento.

Empatia e respeito

No início do capítulo, você leu um trecho da história de vida de em que êle conta um pouco de sua infância. Você ficou sabendo dos lugares que êle costumava frequentar, suas brincadeiras e como era o bairro onde vivia.

Você já parou para pensar na infância das pessoas mais velhas com as quais convive? Será que elas frequentavam a escola? E como será que eram as brincadeiras delas?

Ao conversar com uma pessoa, mesmo que seja num bate-papo descontraído, podemos obter muitas informações sôbre sua história de vida. É importante, ao ouvirmos uma história, demonstrar interêsse, consideração e respeito pêlo que está sendo compartilhado. Isso se chama empatia.

A empatia é a capacidade que temos de compreender os sentimentos e as emoções de outra pessoa; é como nos imaginarmos no lugar do outro. Ao nos importarmos com o próximo, também percebemos como é importante sermos valorizados pêla nossa maneira de ser.

Ícone ‘Atividade oral’.

Questão 2.

Em sua opinião, a empatia pode nos ajudar a desenvolver a tolerância e o respeito com relação às outras pessoas e culturas? Converse com os colegas, elaborem uma resposta coletiva e anote-a no caderno.

Fotografia. Um homem indígena sentado em um tronco explicando algo. Ao seu redor, um grupo de crianças o escuta atentamente. No fundo, adultos indígenas sentados. Atrás, uma moradia indígena.
Cacique ensinando crianças em uma aldeia calapálo, no Parque Indígena do Xingú, Mato Grosso, em 2018.
Respostas e comentários

Questão 2. Resposta pessoal. Com base no assunto abordado no capítulo, espera-se que os alunos reconheçam a importância da empatia para que haja tolerância e respeito com relação às outras pessoas e culturas.

  • O tema tratado nesta página favorece o trabalho com a Competência geral 9 ao promover o exercício da empatia e do diálogo com respeito aos indivíduos em suas identidades e saberes, sem preconceitos de qualquer tipo.
  • Para ampliar o tema, se julgar conveniente, proponha aos alunos que ouçam relatos de outras pessoas e conheçam suas experiências, aspectos fundamentais para o exercício da empatia e do respeito. Verifique a possibilidade de essa pessoa ser um idoso da família dos alunos, como um avô ou uma avó. Reforce a importância de respeitarmos as pessoas nessa fase da vida, valorizando seus conhecimentos e suas experiências.
  • O trabalho com a página favorece o desenvolvimento das competências socioemocionais empatia e cooperação, pois os alunos são incentivados a se colocar no lugar do outro e a valorizar diferentes culturas e fórmas de ver o mundo.
  • Aproveite a questão proposta na página para verificar se os alunos reconhecem que a empatia é a capacidade que uma pessoa tem de compreender os sentimentos e as emoções de alguém, imaginando-se no lugar dessa pessoa. Por isso, êsse exercício torna possível respeitar e compreender melhor a história de cada um.
  • O trabalho proposto na página permite que os alunos reflitam sôbre o cotidiano das pessoas idosas durante suas infâncias, o que propicia a abordagem do tema contemporâneo transversal Processo de envelhecimento, respeito e valorização do idoso. Aproveite o momento para promover uma nuvem de palavras sôbre a infância das pessoas idosas, seus aprendizados, suas brincadeiras e a frequência delas no ambiente escolar.

Ação humana e conhecimento histórico

A ação humana ocorre de diferentes maneiras, por exemplo, nos relacionamentos, em eventos públicos, nas manifestações políticas, em atividades culturais ou simplesmente na vivência cotidiana em casa, na escola ou no trabalho. Mesmo que não percebam, todos os indivíduos, sejam êles crianças, jovens, adultos ou idosos, são sujeitos históricos e atuam ativamente na construção da história. De modo individual ou coletivo, as ações dos sujeitos históricos contribuem para a construção da sociedade em que vivemos.

Fotografia. Pessoas de pé em uma rua segurando cartazes, com o texto: ESTUDANTES EM DEFESA DO ENSINO PÚBLICO, e outro cartaz com o texto: CONTRA O DESEMPREGO DIVISÃO DAS HORAS DE TRABALHOS SEM REDUÇÃO SALARIAL.
Manifestação em defesa do ensino público, na cidade de São Paulo, em 2019.

A construção do conhecimento histórico

Um dos meios de estudar a ação dos sujeitos históricos é analisando as fontes históricas, ou seja, os vestígios que trazem informações sôbre acontecimentos do passado.

Os historiadores consideram todos os aspectos da vida humana, investigando a atuação dos sujeitos históricos ao longo do tempo. Com esse trabalho, eles constroem o conhecimento histórico.

Esse tipo de conhecimento não traz verdades indiscutíveis sôbre o passado. A interpretação histórica pode sofrer mudanças de acôrdo com a descoberta de novas fontes. Um exemplo de mudança de abordagem é a visão dos historiadores sôbre as pessoas escravizadas no Brasil. Durante muito tempo, elas foram vistas como passivas e conformadas com a escravização. Por meio da reinterpretação das fontes históricas e do estudo de novas fontes, muitos historiadores afirmam, atualmente, que os escravizados resistiram e lutaram de diversas maneiras contra a escravidão.

Respostas e comentários
  • O assunto sôbre a construção do conhecimento histórico possibilita abordar a Competência específica de História 6, pois visa à problematização de conceitos e procedimentos que são próprios da produção historiográfica.
  • O assunto também possibilita abordar com os alunos a importância do método científico na construção do conhecimento histórico. Explique-lhes, nesse sentido, que a produção historiográfica deve ocorrer por meio de um estudo criterioso das fontes, analisando vestígios com base no estudo dos sujeitos históricos envolvidos em sua produção e uso e considerando, assim, metodologias específicas da produção historiográfica. Reforce que o rigor científico aplicado aos estudos históricos é extremamente importante, pois contribui para a identificação e a desconstrução de argumentos falsos e da pseudociência.

Um texto a mais

O texto a seguir oferece subsídios para se pensar em temas referentes à construção do conhecimento histórico.

reticências

Se nossa perspectiva de História se altera constantemente reticências e se a História admite diferentes enfoques e versões, tudo o que conhecemos a respeito de um fato é uma verdade atual. Em outras palavras, novos estudos e informações podem alterar reticênciasessa verdade. Isso não quer dizer que estávamos errados, mas que a descoberta de fontes inéditas e ainda a possibilidade de enxergar novos dados e construir novas interpretações, a partir de fontes já existentes, abrem caminho para uma nova visão, para a elaboração de uma nova verdade.

A verdade histórica está sempre sendo revisitada, revista e refeita. Não é algo pronto e acabado à nossa espera. Ela se transforma porque mudam a época, a maneira como elaboramos nossos questionamentos e, em decorrência, nossas motivações para estudá-la. reticências

bósqui, Caio César. Por que estudar história? São Paulo: Ática, 2007. página 29.

As fontes históricas

Tudo o que é produzido pelos seres humanos ou que existe em decorrência da nossa ação pode ser usado como fonte histórica.

Quando analisamos uma fonte, devemos buscar respostas para algumas questões, como: "Quando ela foi produzida?", "Quem a produziu?", "Em qual local?", "Para que foi pro­duzida?" e "Com qual intenção ela foi produzida?". Assim, precisamos extrair o máximo de informações possível dessas fontes e tentar estabelecer conexões entre elas e o período em que foram produzidas.

As fontes históricas podem ser divididas em fontes materiais e fontes imateriais. Alguns exemplos de fontes materiais são: roupas, máquinas, construções, cartas, documentos pessoais, pinturas, fotos, gravuras, revistas e livros. Assim, a fonte material é tudo aquilo que é produzido pelos seres humanos e que apresenta materialidade.

Veja a seguir mais alguns exemplos.

Lendo as páginas de um diário, podemos conhecer diversos aspectos do cotidiano de quem o escreveu.

Fotografia. Página de caderno, escrita em letra cursiva com o texto: 15-5-1963. Chegou, a hora da partida... Como gostaria de riscar esse momento de minha vida; porque a dor da separação dos meus filhos queridos é maior que o desejo de ir [....].
Reprodução de página de diário escrita por Linda Tomé, em 1963.

Pinturas rupestres podem revelar alguns costumes dos seres humanos que viveram há milhares de anos.

Pintura rupestre. À esquerda, silhueta de uma pessoa segurando arco e flecha com as mãos. Ao lado, silhuetas de animais quadrúpedes.
Pintura rupestre feita há cêrca de 6 mil anos, no condado de e , na Noruega. Foto de 2020.

Ao analisar essas fontes históricas, descobrimos informações da época, como os brinquedos com que as crianças brincavam.

Fotografia. Cavalinho de madeira com rodas nas patas.
Brinquedo de madeira produzido na década de 1950.
Respostas e comentários
  • Ao abordar as fontes históricas, identificando-as como parte da gênese da produção do saber histórico em sua diversidade de significados, as páginas 22 e 23 facilitam o trabalho com a habilidade ê éfe zero seis agá ih zero dois.
  • A Competência específica de História 3 também pode ser contemplada, pois a abordagem incentiva noções acêrca da elaboração de questionamentos, hipóteses e argumentos com relação a documentos e interpretações.
  • Comente com os alunos que Linda Tomé nasceu em São Paulo, São Paulo, no início do século vinte. Filha de imigrantes libaneses, casou-se com Amilcar, filho de imigrantes italianos. êles tiveram três filhos. Linda e Amilcar gostavam muito de viajar para outros países, e muitas vezes os filhos não podiam ir com êles. Nesses momentos, quando sentia saudades, ela escrevia em seu diário. Depois, ao retornar, lia-o para êles.

Sugestão de avaliação

A fim de aferir a aprendizagem dos alunos quanto às fontes históricas e ampliar o trabalho com a habilidade ê éfe zero seis agá ih zero dois, faça uma tabela (com duas colunas) sôbre a temática Fontes históricas na lousa. Na primeira coluna da tabela, escreva o título Fontes históricas materiais; na segunda coluna, escreva o título Fontes históricas imateriais. Peça aos alunos que a copiem no caderno e que a preencham de acôrdo com tipos de fonte que correspondem a cada uma das indicações da tabela. Depois, preencha na lousa com os alunos, confirmando ou refutando as respostas. Alguns exemplos que êles podem citar são: Fontes históricas materiais: utensílios e instrumentos da cultura material, monumentos, restos arqueológicos, obras de arte, fotografias, filmes, roupas, cartas, diários, jornais, anúncios, entre outros. Fontes históricas imateriais: modo de fazer o tradicional queijo minas, dançar o carimbó etcétera

Caso tenham dificuldade em preencher a tabela, explique novamente as características das fontes materiais e das fontes imateriais. Se julgar pertinente, cite outros tipos de fonte, além das já mencionadas nas páginas, ampliando o conhecimento da turma sôbre o assunto.

Outro tipo de fonte histórica é o relato, como o de , apresentado no início dêste capítulo. Também são importantes fontes históricas os elementos da cultura imaterial, como danças e pratos típicos, além de modos de fazer ou produzir algo. Cultura imaterial são práticas, representações, expressões culturais, saberes e conhecimentos que fazem parte da memória e da identidade de um grupo ou comunidade. Geralmente, ela é transmitida de geração para geração.

Veja a seguir alguns exemplos de fontes históricas imateriais.

O carimbó é uma manifestação cultural brasileira de origem indígena, típica do estado do Pará e da Região Amazônica. êsse tipo de fonte revela aspectos importantes da cultura e da memória de um povo.

Fotografia. À esquerda, uma mulher com coroa de flores na cabeça, top e saia rodada. Ela está segurando as saias com as mãos e sorrindo. Ao lado, um homem usando camisa colorida e calça branca. Ele está de pé e de costas olhando para a mulher. Eles estão dançando. À direita, um homem tocando bateria. Atrás, pessoas sentadas em cadeiras. Ao fundo, corpo de água.
Apresentação de carimbó em Belém, Pará, em 2019.

O modo artesanal de fazer queijo minas é um saber tradicional característico das regiões do Serro, da Serra da Canastra e do Salitre, em Minas Gerais. êsse conhecimento tradicional faz parte da identidade cultural dessas regiões, e a fabricação de queijo ajuda a aproveitar a produção leiteira do local.

Fotografia. Uma mulher usando uma touca na cabeça, máscara cobrindo nariz e boca, camisa branca e avental. Ela está de pé segurando com as mãos um saco sobre uma mesa. Atrás, prateleiras com queijo.
Trabalhadora produzindo queijo minas de modo artesanal, em São Roque de Minas, Minas Gerais, em 2020.
Ícone ‘Atividade oral’.

Questão 3.

Agora, converse com um colega e pensem em outro exemplo de fonte histórica, material ou imaterial. Depois expliquem para a turma qual foi a fonte escolhida e o que é possível saber por meio da análise dela.

Respostas e comentários

Questão 3. Resposta pessoal. Espera-se que, com base no conteúdo abordado sôbre fontes históricas materiais e imateriais, os alunos citem exemplos relacionados ao seu cotidiano e à cultura da região onde vivem ou de outras regiões.

Na resposta à questão apresentada na página, é possível que os alunos mencionem diversos tipos de fonte, como relatos orais, obras de arte, modos de fazer determinadas comidas e objetos de uso cotidiano. Incentive a participação de todos na conversa, pedindo-lhes que expliquem os motivos de suas escolhas.

História e outras áreas do conhecimento

Para realizar o trabalho de construção do conhecimento histórico, o historiador pode recorrer às pesquisas produzidas por profissionais especializados nas mais diversas áreas.

Leia a seguir como algumas áreas do conhecimento contribuem para o trabalho do historiador.

Geografia

A Geografia estuda o espaço geográfico e suas transformações. estudos podem ajudar o historiador a compreender a relação entre a ação humana e as mudanças ocorridas em um determinado espaço. Alguns dos instrumentos utilizados nessas análises são os mapas, como o exemplo do mapa físico da América do Sul. O conhecimento sôbre o relêvo dessa região pode auxiliar os historiadores a compreender alguns aspectos do povoamento e da colonização do Brasil, por exemplo.

América do Sul – Físico

Mapa. América do Sul – Físico. Mapa destacando a faixa territorial da América do Sul, localizada entre o Oceano Pacífico e o Oceano Atlântico. Segundo a legenda: Altitude (em metros): 0 a 150: Trechos na faixa litorânea do extremo leste, perto do Oceano Atlântico, e em algumas regiões de rios no norte e sudeste do continente. 151 a 300: Extensa porção de terra   atravessando a região nordeste e noroeste, porção de terra que vai da região central à sudeste e pequenas faixas no litoral sul, sudoeste e noroeste do continente. 301 a 600: Faixas de terras espalhadas, em sua maioria, na região central do continente. 601 a 1200: Faixas de terras encontradas na região leste e sudeste do continente. 1201 a 1800: Pequenas porções de terras encontradas na região sudeste e sul. 1801 a 3000: Grande faixa que se estende pelo litoral da região oeste. 3001 a 4800: Faixa de terra encontrada perto da região litorânea a oeste, perto do Oceano Pacífico. acima de 4 800: Pequenos territórios espalhados pela região oeste. Na parte superior à direita, apresentação da rosa dos ventos. Na parte inferior, escala de 1050 quilômetros por centímetro e planisfério destacando a América do Sul.

Fonte de pesquisa: ATLAS geográfico escolar. Rio de Janeiro: í bê gê É, 2009. página 88.

Filosofia

Os filósofos são profissionais que se dedicam à investigação e à reflexão sôbre ideias e conceitos, como razão, justiça, verdade, vida e morte.

Obras como a do filósofo grego Aristóteles, por exemplo, que viveu há cêrca de .2500 anos, podem auxiliar os historiadores a compreender as ideias e as impressões dos sujeitos que viveram naquela época e como elas influenciaram o mundo atual.

Escultura. Aristóteles, homem com cabelos curtos e barba, tecido ao redor do corpo. Ele está sentado, segurando um objeto com as mãos.
Estátua representando Aristóteles, localizada na cidade de Tessalônica, Grécia, em 2021.
Respostas e comentários
  • O tema desenvolvido nestas páginas favorece a abordagem da Competência geral 2 ao incentivar nos alunos o exercício da curiosidade intelectual, recorrendo à abordagem própria das ciências para investigar causas, elaborar hipóteses e propor soluções tendo como base os conhecimentos de diferentes áreas.
  • Além disso, é possível abordar a Competência específica de Ciên­cias Humanas 4 ao promover o reconhecimento da contribuição de diferentes áreas, sobretudo as ligadas às Ciências Humanas, na interpretação e na expressão de sentimentos com relação às diferentes culturas sem qualquer tipo de preconceito.

Um texto a mais

O texto a seguir trata da relação entre o componente curricular de História e a Antropologia. Leia-o para compreender melhor o assunto.

A chamada “virada antropológica” na História deu-se nas décadas de 1970 e 1980 com a ampliação de temas de pesquisa ligados à cultura. De fato, ao voltar o olhar para a temática cultural – movimento que já vinha acontecendo na historiografia desde o século dezoito e intensificado com a Escola dos anál –, os historiadores puderam refletir sôbre objetivos que, até então, estavam mais fortemente vinculados às pesquisas antropológicas e etnológicas. Um aspecto a ser levado em consideração nesse novo momento do século vinte são os contextos político-econômicos do “terceiro mundo” e as pesquisas sociais aí desenvolvidas. reticências

reticências percebia-se que, diferente do embate político oficial, fórmas culturais subalternas serviam nesses contextos como instrumentos de contestação (no caso da América Latina), valorização e criação de uma identidade local de resistência em contraponto ao colonialismo (no caso de África), etcétera Parte dos estudos históricos sôbre as culturas passaram a buscar referências teóricas, conceitos e ferramentas metodológicas capazes de extrair um entendimento completo dessas realidades sociais específicas e a se fazer a crítica do tipo de produção existente até o momento. A interdisciplinaridade nas ciências sociais e humanas passou a ser uma aliada para tais estudos. Historiadores, educadores e outros começaram a utilizar, por exemplo, as metodologias de pesquisa-ação e pesquisa-participante numa clara afirmação de posições políticas vinculadas à prática de pesquisas diversas.

reticências

SANTOS, Irineia ême Franco dos. História e antropologia: relações teórico-metodológicas, debates sôbre os objetos e os usos das fontes de pesquisa. Revista Crítica Histórica, ano 1, número 1, junho 2010. página 193-194. Disponível em: https://oeds.link/IXBXT1. Acesso em: 2 abril 2022.

Arqueologia

A Arqueologia estuda vestígios deixados tanto por povos que viveram no passado como de povos e comunidades atuais. Entre vestígios, muitas vezes encontrados em escavações, estão os artefatos, que são objetos produzidos pelos seres humanos. O modo como êles foram usados e suas características revelam aspectos do cotidiano e dos costumes do povo que os produziu, como o colar de ouro encontrado por arqueólogos em uma tumba etrusca, em , na Itália. êsse artefato indica que etruscos que viveram há cêrca de 2 700 anos na Penínsulaglossário Itálica tinham o costume de usar colares como adorno.

Fotografia. Colar dourado com três pedras vermelhas e, em cada pedra, um penduricalho de ouro.
Colar etrusco produzido há cêrca de 2 700 anos.

Antropologia

Os antropólogos estudam os seres humanos e suas organizações sociais, bem como os elementos culturais de determinada sociedade, como suas crenças, tradições e costumes. O resultado dêsses estudos pode auxiliar os historiadores a desenvolver uma compreensão das relações sociais, dos hábitos e de outros aspectos do modo de vida das mais diversas sociedades.

Fotografia. Uma mulher com cabelos presos, usando blusa preta regata e bermuda. Ela está sentada no chão, segurando com as mãos um livro. Ao redor dela, crianças indígenas em pé olhando para ela.
Antropóloga Camila Gauditano trabalhando com indígenas Xavante, na aldeia Pimentel Barbosa, Mato Grosso, em 2009.
Respostas e comentários

Atividade a mais

Para expandir o trabalho com estas páginas, sugira aos alunos uma atividade de pesquisa em grupo. Solicite a êles que procurem na internet, em livros ou revistas outras áreas do conhecimento que sejam importantes para o historiador, além das citadas, promovendo, assim, a consulta a fontes de informação diversas. Se julgar oportuno, cada grupo poderá eleger um dos campos que pesquisou e produzir cartazes demonstrando em que aspectos a área pode contribuir para o estudo da História. Depois de prontos, exponha os cartazes na sala de aula.

Atividades

Faça as atividades no caderno.

Organizando os conhecimentos

  1. Explique a diferença entre a história vivida pêlas pessoas e a História.
  2. Escreva um pequeno texto sôbre alguns elementos que fazem parte da sua cultura. Você pode falar sôbre os objetos e as roupas que você usa em seu dia a dia, a língua que você fala, seus hábitos alimentares, os costumes da sua família, as tradições da cidade onde mora etcétera
  3. Explique por que estudar História pode contribuir para que as pessoas sejam mais tolerantes socialmente.
  4. Como é construído o conhecimento histórico?
  5. Escolha alguns objetos do seu cotidiano para explicar por que e como êles podem ser usados como fontes históricas.

Aprofundando os conhecimentos

6. Analise a fonte a seguir e responda às questões no caderno.

Pintura. Pessoas em um ambiente rural. À esquerda. Uma mulher com cabelos presos, usando camisa e saia florida. Ao lado, uma mulher com um lenço na cabeça, blusa e saia. Ela está carregando um cesto com as mãos. Seguido, um grupo de homens gaúchos usando chapéu, camisa, lenço no pescoço, calça e botas. Eles estão ao redor de uma fogueira, assando a carne de um animal sobre ela. Um dos homens está segurando uma cuia com canudo. À direita, uma menina com cabelos presos, usando uma prenda e um vestido rodado. Ela está de costas, olhando na direção de dois casais que estão dançando. Atrás, um homem em um carro de boi, ao lado, uma mulher e um homem caminhando em direção às pessoas que estão dançando. Ao redor, vegetação e algumas árvores. No fundo, uma casa branca com muitas janelas azuis.
Os gaúchos e as prendas, de Mara Toledo. Óleo sôbre tela, ​30 centímetros por 50 , 2011.
  1. Qual é o título da obra apresentada?
  2. Identifique ô á autor ou autora, o ano e a técnica de produção.
  3. Agora, descreva o que a imagem representa. Onde as personagens estão? O que elas estão fazendo?
  4. O que é possível conhecer por meio da análise dessa fonte?
Respostas e comentários

1. Resposta: A história vivida são as experiências que temos ao longo de nossa vida, nossos sentimentos e a trajetória diária vivenciada por nós. Já a História estuda os seres humanos e suas ações ao longo do tempo.

2. Resposta nas orientações ao professor.

3. Resposta pessoal. Espera-se que os alunos comentem que, por meio do estudo da História, podemos perceber que existem diferentes culturas e diversos modos de viver, ampliando nossa capacidade de ser tolerantes socialmente.

4. Resposta: O conhecimento histórico é construído por meio do estudo da ação dos sujeitos históricos ao longo do tempo, com base na interpretação e na análise de fontes históricas.

5. Resposta pessoal. Espera-se que os alunos consigam estabelecer relação entre as fontes históricas e a história de vida deles.

6. a) Resposta nas orientações ao professor.

6. b) Resposta nas orientações ao professor.

6. c) Resposta nas orientações ao professor.

6. d) Resposta nas orientações ao professor.

  • A abordagem das diferenças entre a história vivida e a História como ciência, na atividade 1, e a discussão sôbre a produção historiográfica, na atividade 3, ajudam a refletir a respeito da gênese do saber histórico, favorecendo o desenvolvimento da habilidade ê éfe zero seis agá ih zero dois.
  • Ao solicitar a criação de um texto sôbre a própria cultura, a atividade 2 permite que os alunos desenvolvam a prática da argumentação, na qual êles poderão justificar como elementos cotidianos colaboram para a construção da cultura do dia a dia.
  • O desenvolvimento das atividades 4, 5 e 6 possibilita que os alunos compreendam o processo de construção do conhecimento histórico por meio da análise de fontes históricas. Na atividade 6, êles desenvolvem a capacidade de análise de fonte imagética, o que favorece a abordagem da habilidade ê éfe zero seis agá ih zero dois. A atividade também propicia trabalhar a Competência geral 3, pois fomenta a valorização das manifestações culturais locais.

Metodologias ativas

Uma proposta de realização para a atividade 2 é avaliar as primeiras ideias que surgirem à mente dos alunos no tempo previsto. Utilizando a metodologia ativa quick writing, avalie a capacidade de escrita informal da turma. Para isso, confira orientações sobre essa estratégia no tópico Metodologias e estratégias ativas nas orientações gerais dêste manual. Estabeleça objetivos específicos para a leitura e separe um momento para o compartilhamento das respostas.

Respostas

2. Resposta pessoal. Espera-se que os alunos estabeleçam uma relação entre os elementos que fazem parte da cultura deles e de suas famílias, que foram passados de geração para geração, e também entre elementos culturais e as tradições do local onde vivem.

6. a ) O título da obra é Os gaúchos e as prendas.

b ) A autora da obra é Mara Toledo; ela foi produzida em 2011; já a técnica é óleo sôbre tela.

c ) A obra representa gaúchos com vestimentas típicas realizando diversas atividades tradicionais de sua cultura em uma área rural. Alguns deles estão dançando, outros fazendo churrasco, outro tomando chimarrão, uma personagem ao fundo conduz um carro de boi etcétera Comente que o têrmu prenda se refere à vestimenta feminina da tradição gaúcha, que consiste em um vestido rodado, que se movimenta à medida que a jovem dança com seu par (o peão).

d ) É possível conhecer alguns elementos da cultura tradicional gaúcha, como o hábito de tomar chimarrão e fazer churrasco, a indumentária típica, o costume de dançar com essas vestimentas etcétera

7. Leia o texto a seguir, em que Josefa Felipe de Araújo conta sôbre sua infância na década de 1950, no estado do Ceará.

reticências

Eu cresci na casa do meu avô, que era muito grande. reticências Tínhamos coqueiros, cajueiros, laranjeiras, mamoeiros, mangueiras, pé de azeitona. [Havia] muitas fruteiras por lá. Era cheio. Limão do grande, do pequeno, graviola. Nessa casa criávamos uns patinhos, umas galinhas, fazíamos empréstimos pequenos para poder criar os porcos, as galinhas e para semear as plantas. Todos os anos fazíamos uma plantaçãozinha. Tinha o milho e o feijão.

Naquela época, gente pobre só tinha serviço, não tinha brincadeira não. Quando alguém brincava, era com sabugoglossário . As meninas colocavam uma tirinha de pano enrolada no sabugo — eram as nossas bonecas. reticências

É POR ISSO que eu não perco a fé. Museu da Pessoa, 4 novembro 2016. Disponível em: https://oeds.link/LmAiQh. Acesso em: 16 fevereiro 2022.

  1. O texto anterior refere-se a que tipo de fonte histórica?
  2. O que é possível descobrir sôbre a infância de Josefa por meio dessa fonte?
  3. Peça a um de seus pais ou responsáveis que, de maneira semelhante ao que fez Josefa, faça um pequeno relato de algum acontecimento ocorrido na infância dele ou dela. Depois, transcreva-o no caderno e analise com os colegas a fonte histórica que você coletou.

8. A seguir, apresentamos as imagens de três fontes históricas. Escolha uma delas e faça a análise no caderno.

Capa de cartilha 'A'. Cartilha de papel amarelado. Na parte superior, o título: CARTILHA DA INFÂNCIA. Na parte inferior, o texto: THOMAZ GALHARDO. ENSINO DA LEITURA. Centralizado, ilustração de uma mulher com cabelos na altura da orelha, usando vestido listrado. Ela está sentada, segurando com as mãos um livro aberto. Ao lado, um menino e uma menina olhando para o livro.
Reprodução de capa de cartilha publicada em 1885.
Fotografia 'B'. À esquerda, verso de moeda cinza com detalhes em relevo do rosto de uma pessoa, e o texto nas bordas: Brasil. À direita, reverso da moeda com o número 2, abaixo, o texto: centavos 1967.
Moedas brasileiras da década de 1960.
Fotografia 'C'. Um par de chuteiras pretas e amarelas.
Par de chuteiras produzidas na atualidade.

Para analisar a fonte, faça perguntas como: "Qual é o tipo de fonte?", "De que material ela parece ser feita?", "Quando foi produzida?" e "Qual, possivelmente, seria sua finalidade?".

Depois, junte-se a um colega e conversem sôbre o que vocês descobriram por meio da análise da imagem da fonte.

Respostas e comentários

7. a) Resposta: A fonte histórica é um relato.

7. b) Resposta: O relato traz diversas informações sôbre a infância de Josefa. Ela descreve que vivia na casa do seu avô, um lugar cheio de árvores frutíferas e plantas. Além disso, descobrimos informações sôbre o cotidiano e as brincadeiras na década de 1950.

7. c) Resposta nas orientações ao professor.

8. Resposta nas orientações ao professor.

  • As atividades 7 e 8 incentivam o trabalho com a habilidade ê éfe zero seis agá ih zero dois, possibilitando que os alunos utilizem métodos de análise de fontes históricas para a construção do conhecimento.
  • A atividade 7 permite que êles reconheçam a importância da oralidade como fonte de estudo sôbre o passado, bem como o fato de que pessoas comuns são sujeitos históricos. Também permite o acesso a diversas fontes de informação, dialogando com membros da família e da comunidade por meio de uma pesquisa de campo. Além disso, oferece aos alunos a possibilidade de discutir as noções introdutórias de práticas de pesquisa, especialmente por meio da realização de entrevistas.
  • A atividade 8 possibilita que os alunos percebam a diversidade de potenciais fontes históricas em nosso cotidiano que podem ser objeto de análise para o estudo das ações humanas no tempo. Também proporciona uma oportunidade para desenvolver com os alunos o pensamento computacional. Isso inclui a decomposição do problema em partes menores, o reconhecimento de padrões, a análise dos dados e a solução utilizando os elementos obtidos nos processos anteriores.

Respostas

7. c ) Resposta pessoal. O objetivo desta atividade é promover a integração dos alunos com seus familiares, para que, assim, percebam que todas as pessoas são sujeitos históricos e que os relatos são fontes históricas para o estudo do passado. Em sala de aula, incentive-os a trocar ideias sôbre a atividade e também a respeito dos fatos marcantes relatados pelos familiares.

8. A fonte retratada na imagem a é uma página de cartilha, publicada em 1885, na qual podemos perceber que o tipo de papel empregado em sua produção parece diferente do que costumamos ver hoje, sem contar que as letras e a ilustração da capa tinham apenas uma côre o autor da cartilha é um homem. A fonte retratada na imagem B mostra moedas brasileiras em circulação na década de 1960 e nos possibilita conhecer algumas informações sôbre o dinheiro da época. A fonte retratada na imagem C é um par de chuteiras, que nos fornece informações sôbre o vestuário utilizado na atualidade em esportes como o futebol.

9. O texto a seguir trata da definição do historiador francês Marc bloque sôbre a disciplina de História. Leia-o com atenção. Depois, copie em seu caderno somente a alternativa correta.

“Ciência dos homens”, dissemos. É ainda vago demais. É preciso acrescentar: “dos homens, no tempo”. O historiador não apenas pensa “humano”. A atmosfera em que seu pensamento respira naturalmente é a categoria da duração. reticências

bloque, Marc. Apologia da história: ou o ofício de historiador. Rio de Janeiro: zarrár, 2001. página 55.

  1. De acôrdo com o texto, a História pode ser definida apenas como a ciência dos homens.
  2. Para Marc bloque, o historiador estuda o ser humano apenas no passado.
  3. Para o autor, os fatos e os acontecimentos históricos dependem apenas da atividade humana, independentemente do momento em que ocorreram.
  4. Segundo o texto, a duração é uma categoria importante para os estudos históricos.

10. O texto a seguir é baseado em uma receita de beiju criada por , membro do povo indígena Iaualapití, que vive no Parque Nacional do Xingú. O beiju é um prato típico das comunidades indígenas brasileiras. Leia o texto com atenção e responda ao que se pede.

Beiju

Ingredientes

1 xícara (chá) de água

500 gramas de polvilho sêco

Modo de fazer

Hidrate o polvilho e passe-o na peneira.

Em seguida, acrescente o polvilho em uma frigideira aquecida, cobrindo todo o fundo.

Espalhe bem o polvilho e, após aproximadamente 10 segundos, vire-o para cozinhar o outro lado. Já está pronto.

Fonte de pesquisa: BEIJU: aprenda duas receitas tradicionais dos povos indígenas. Receitas, 7 outubro 2021. Disponível em: https://oeds.link/LCXiRI. Acesso em: 26 fevereiro 2022.

  1. De acôrdo com a receita, quais ingredientes são utilizados na produção de beiju?
  2. Por que podemos afirmar que o beiju é um elemento importante da cultura do povo Iaualapití?
  3. Faça uma pesquisa e descubra:
    • a importância da alimentação para a cultura dos povos indígenas.
    • os alimentos mais importantes para a cultura da região onde você mora.
Respostas e comentários

9. Resposta: Alternativa .

10. a) Resposta nas orientações ao professor.

10. b) Resposta nas orientações ao professor.

10. c) Resposta nas orientações ao professor.

  • Durante a atividade 9, incentive os alunos no desenvolvimento da competência leitora. Solicite-lhes que façam uma primeira leitura do texto e, em seguida, retomem o trecho lido anotando no caderno as partes que considerarem mais importantes. A atividade discute as formas de produção da História como ciência e dialoga com a habilidade ê éfe zero seis agá ih zero dois.
  • A atividade 10 permite o desenvolvimento da leitura inferencial. Peça aos alunos que façam a leitura da receita, determinando a sequência de etapas para a preparação. Incentive-os a refletir sôbre sua importância para o povo Iaualapití. Para isso, faça alguns questionamentos: “Por que os ingredientes são importantes para êsse povo?”; “O que vocês conhecem sôbre as formas de alimentação das comunidades indígenas?”. Promova a participação de todos na conversa, a fim de que interajam e expressem seus conhecimentos.

Respostas

10. a ) Polvilho sêco e água.

b ) Porque o beiju é uma receita tradicional do povo Iaualapití, fazendo parte do cotidiano dos integrantes dessa comunidade.

c ) A alimentação é um reflexo das relações dêsse povo com a natureza, dos produtos mais frequentes na região, das tradições no preparo dos alimentos e da forma de comer, permitindo conhecer quais são seus costumes e hábitos. É importante que os alunos listem alimentos característicos da região onde moram, tanto os produzidos pêla natureza quanto os pratos típicos.

Metodologias ativas

Ao trabalhar a atividade 10, proponha aos alunos a socialização do resultado de suas pesquisas com os colegas, trocando ideias e reflexões sôbre o tema. Para isso, desenvolva com êles a estratégia de metodologia ativa Aprendizagem baseada em problema – veja mais orientações para aplicar essa estratégia no tópico Metodologias e estratégias ativas nas orientações gerais dêste manual. Com base na receita indicada, incentive os alunos, a, por meio de uma brainstorming, listar os alimentos conhecidos e criar tópicos sôbre eles e sua importância para a alimentação dos povos indígenas. Em seguida, peça-lhes que façam um resumo sôbre o que foi discutido. Posteriormente, envie a proposta para ampliação da pesquisa como tarefa para casa e, na aula seguinte, crie um momento de discussão e resolução do problema proposto.

11. Para desenvolver seu trabalho, o historiador também pode recorrer a outras áreas do conhecimento. Leia os campos do conhecimento a seguir e relacione, em seu caderno, cada um deles com a sua respectiva definição.

A. Antropologia

B. Arqueologia

C. Filosofia

D. Geografia

1. Ciência que pesquisa as transformações do espaço geográfico e a relação delas com os seres humanos.

2. Ciência que investiga os conceitos e as ideias, refletindo sôbre a verdade, a justiça, a razão, a estética, a vida e a morte, por exemplo.

3. Ciência que estuda os elementos culturais e sociais, como as tradições, os costumes e as crenças.

4. Ciência que analisa os vestígios dos povos do passado, especialmente por meio de escavações.

12. As fontes históricas são vestígios produzidos pelos seres humanos e ajudam o historiador a construir o conhecimento histórico. Analise as imagens a seguir e responda ao que se pede.

Escultura 'A'. Um homem usando batina. Em uma mão ele segura um chapéu e na outra se apoia em uma bengala. Ele está sobre um mirante circular. Ao lado escadaria. No fundo, paisagem com vegetação.
Estátua do Padre Cícero na colina do Horto, em Juazeiro do Norte, Ceará, em 2019.
Fotografia 'B'. Vista aérea do teatro em formato circular, estrutura de aço e placas translúcidas, que permitem a passagem da luz. Ao lado da construção, uma ponte sobre um corpo de água. Ao redor, vegetação.
Vista aérea do teatro Ópera de Arame, em Curitiba, Paraná, em 2022.
Escultura 'C'. Um vaso de cerâmica com detalhes em relevo.
Cerâmica marajoara da cultura amazonense exposta no Museu do Encontro, em Belém, Pará. Foto de 2019.
  1. Por que é possível afirmar que as três imagens trazem fontes históricas? Elas são fontes materiais ou imateriais?
  2. Quais são as categorias das fontes históricas?
  3. Indique três exemplos de cada categoria de fonte histórica listada no item anterior.
Respostas e comentários

11. Resposta: 3 – a; B – 4; C – 2; D – 1.

12. a) Resposta nas orientações ao professor.

12. b) Resposta nas orientações ao professor.

12. c) Resposta nas orientações ao professor.

  • Para realizar a atividade 11, faça uma leitura conjunta com os alunos de cada um dos conceitos. Antes de ler as afirmativas, incentive-os a expressar seus conhecimentos prévios sôbre as áreas do conhecimento mencionadas, questionando-os quanto ao trabalho de cada área, como atuam e suas características. Após a explanação, leia com a turma as afirmativas, e façam a ligação entre os conceitos e suas definições. A atividade discute os conhecimentos produzidos por diversas áreas das Ciências Humanas, oferecendo subsídios para que os alunos intervenham em seu cotidiano, dialogando com a Competência específica de Ciên­cias Humanas 2.
  • Faça a leitura das imagens da atividade 12 com os alunos, questionando-os sôbre os detalhes e o lugar em que se encontram. Em seguida, solicite a êles que leiam as legendas. Ao trabalhar com a análise iconográfica para desenvolver o raciocínio tempo-espacial da turma, a atividade colabora com o desenvolvimento da Competência específica de Ciências Humanas 7. Ao analisar as diversas fontes históricas, ela também dialoga com a habilidade ê éfe zero seis agá ih zero dois.

Respostas

12. a ) Porque todas foram produzidas pêlas sociedades humanas em contextos diferentes. Todas são fontes históricas materiais.

b ) As fontes históricas são divididas em fontes materiais, que podem ser escritas ou não, e fontes imateriais, que são os modos de fazer ou as práticas culturais.

c ) Resposta pessoal. Entre as fontes materiais escritas, estão as leis, as cartas, os documentos pessoais, os anúncios, os livros e os cadernos. Entre as fontes materiais não escritas, temos os monumentos, as estátuas, as imagens, os filmes, os vestígios arqueológicos, as vestimentas, as moedas e os instrumentos da cultura material. Entre as fontes imateriais que caracterizam modos de fazer, estão o modo de fabricar instrumentos, de fazer alimentos e de criar artesanato. Entre as que caracterizam práticas culturais há festas, danças e tradições.

Glossário

Namastê
: palavra que significa “O Deus em mim saúda o Deus em você” em sânscrito, antiga língua falada na Índia.
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Península
: porção de terra cercada de água, exceto por um dos lados, que se liga a uma extensão maior de terra.
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Sabugo
: espiga de milho sem os grãos.
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