CAPÍTULO 15  O Império Romano em crise

Na época em que atingiu sua maior extensão, no século dois, o Império Romano passou a ter dificuldades para manter seus territórios e para obter novas conquistas. Teve início, então, um período de crise motivada por fatores políticos, econômicos, militares e culturais.

Como a sociedade romana estava baseada no trabalho escravo, o fim das guerras de conquista afetou profundamente a economia do Império, uma vez que a escravização de pessoas ocorria principalmente entre os povos derrotados nesses combates.

Um número menor de pessoas escravizadas significava redução no número de trabalhadores, aprofundando a crise econômica que afetava diversos setores da sociedade romana. Houve, por exemplo, queda na produção agrícola e, consequentemente, elevação do preço de muitas mercadorias.

Para tentar controlar a situação, o govêrno tornou-se cada vez mais autoritário e aumentou os impostos, o que provocou grande insatisfação popular.

A ruralização

A crise econômica reduziu as atividades urbanas, como o artesanato e o comércio. Assim, a falta de oportunidades de trabalho nas cidades levou parte da população urbana a viver nas áreas rurais, gerando um processo que ficou conhecido como ruralização.

O contato com outros povos

Com o agravamento da crise no século três, o govêrno romano teve dificuldades em pagar os soldados do exército para que vigiassem as fronteiras do Império.

Nesse contexto, os povos que viviam nas regiões de fronteira, principalmente germânicos, originários do norte e do Léste da Europa, passaram a migrar para as regiões que faziam parte do Império, em busca de terras férteis e de melhores condições de vida. O exército romano começou então a aceitar a participação de germânicos, até mesmo em postos de comando.

Painel. Detalhes de relevo em madeira. À esquerda uma mulher usando tecido ao redor do corpo. Ela está de pé, segurando um objeto com a mão direita, e com a mão esquerda segurando tecido. Ao lado, uma criança com tecido ao redor do corpo, segurando uma tabuleta com a mão esquerda. À direita, homem com tecido ao redor do corpo. Ele está segurando uma lança com a mão direita e um escudo com a mão esquerda.
Painel em madeira do século três que representa um comandante germânico, sua espôsa e seu filho.
Respostas e comentários

Objetivos do capítulo

  • Compreender como ocorreram a crise e a fragmentação do Império Romano.
  • Conhecer o processo de surgimento do cristianismo.
  • Desenvolver uma reflexão crítica sôbre a importância do combate à intolerância religiosa.
  • Entender como ocorreu a formação dos reinos germânicos.
  • Analisar o impacto das migrações germânicas para o Império Romano.
  • Desconstruir visões estereotipadas sôbre os povos germânicos.

Justificativa

Este capítulo é relevante por abordar conteúdos que contribuem para que os alunos compreendam processos que levaram à fragmentação do Império Romano, propiciando o desenvolvimento de primeiras noções sôbre a formação dos reinos germânicos e a constituição da sociedade medieval. Entre as habilidades trabalhadas no capítulo, estão a ê éfe zero seis agá ih um dois, cujo conteúdo permite associar o conceito de cidadania a dinâmicas de inclusão e exclusão que ocorreram na Roma Antiga, e a ê éfe zero seis agá ih um três, que conceitua império no mundo antigo.


A discussão sôbre a ruralização em tempos distintos permite uma integração com o componente curricular de Geografia. Como processo histórico, a ruralização do Império Romano, ocorrida por volta do século três, é entendida como o processo de migração de parte da população urbana para as áreas rurais, o que deu origem aos primeiros feudos, marcados principalmente pêla autossubsistência. êles se formaram com a servidão entre os donos das grandes propriedades, chamadas vilas, e os camponeses, servos dêsses proprietários. Muitos camponeses eram ex-comerciantes que migraram das cidades ou pessoas que já habitavam as áreas rurais. Em um sistema conhecido como colonato, êles dedicavam-se ao cultivo da terra, produzindo para o seu senhor e para êles próprios. Nesse contexto histórico, a ruralização foi determinada pêla carência da oferta de trabalho nas cidades e pêla busca por melhores condições de vida. O professor do componente curricular de Geografia pode explicar que o conceito de ruralização toma um significado mais amplo na atualidade, pois compreende a difusão e a assimilação de comportamentos rurais pêla população urbana. Isso inclui o plantio de diversos produtos agrícolas em hortas cultivadas no quintal das residências urbanas, além da comercialização dêsses produtos ou de itens artesanais em mercados ou feiras livres.

A divisão do Império

Os governantes romanos tentaram de diversas maneiras contornar a crise. Assim, em 330, o imperador Constantino transferiu a capital do Império para a cidade de Bizâncio, que passou a se chamar Constantinopla.

Em busca de uma administração mais eficiente, em 395, o governante Teodósio dividiu os territórios imperiais em duas partes: Império Romano do Ocidente, com capital em Roma, e Império Romano do Oriente, com capital em Constantinopla. No entanto, a intensificação das migrações dos povos germânicos, provocada pêla pressão de outros povos que avançaram sôbre o território, e a grave crise levaram o Império Romano do Ocidente à decadência.

Divisão do Império Romano em 395

Mapa. Divisão do Império Romano em 395. Mapa territorial destacado conforme legenda: Império Romano do Ocidente: Cartago, Cartagena, Toledo, Braga, Toulouse, Verona, Roma, Cosenza e Siracusa Império Romano do Oriente: Andrinopla e Constantinopla. Na parte superior à direita, planisfério destacando parte da Ásia, África e Europa. À esquerda, representação da rosa dos ventos e, abaixo, escala de 290 quilômetros por centímetro.

Fonte de pesquisa: quínder, rrérman; ríguelmân, vérner. The Penguin Atlas of World History. Lôndon: Pêngüim búks, 2003. página 112.

Roma invadida

Aos poucos, a pressão dos povos germânicos se intensificou, dando início a sucessivas invasões dos territórios romanos. Dessa maneira, em 476, o germânico Odoacro liderou uma invasão à cidade de Roma, derrotou o imperador romano Rômulo e assumiu o poder.

Atualmente, sabemos que a desagregação do Império Romano foi um processo lento, que ocorreu ao longo de muitos anos, mas a tomada de Roma por Odoacro, em 476, é considerada por muitos historiadores o marco político da desagregação do Império Romano do Ocidente.

Respostas e comentários
  • O mapa relativo à divisão do Império Romano em 395, apresentado na página, propicia a utilização da linguagem cartográfica no desenvolvimento do raciocínio espaço-temporal. dêsse modo, contempla elementos da Competência específica de Ciências Humanas 7, propiciando ainda a construção do saber geográfico.
  • O conteúdo referente à crise do Império Romano, com destaque para sua divisão e para a invasão de Roma, possibilita aos alunos compreender acontecimentos históricos, relações de poder e processos de mecanismos de transformação e manutenção das estruturas sociais, políticas, econômicas e culturais ao longo do tempo e em diferentes espaços, aspectos referentes à Competência específica de História 1.

Sugestão de avaliação

O quadro a seguir apresenta alguns dos fatores que levaram à desagregação do Império Romano. A coluna da esquerda relaciona algumas das causas e a da direita apresenta as consequências. Reproduza-o para os alunos, mas apenas com o título e as informações da coluna da esquerda. Em seguida, peça-lhes que preencham a da direita. Explique a êles que a retomada da leitura dessas páginas pode auxiliá-los na tarefa.

Ao término, corrija coletivamente a atividade, colocando as respostas na lousa. Verifique se os alunos apresentaram alguma dificuldade nessa dinâmica. Se necessário, retome explicações que abordem a ascensão do Império Romano, fatos ocorridos nesse período e fatores que desencadearam sua queda. Depois, peça a êles que tentem preencher o quadro novamente, se for o caso.

Desagregação do Império Romano: causas e consequências

Causas

Consequências

Império Romano em sua máxima extensão

Dificuldades com a manutenção dos territórios

Fim das guerras de conquista

Elevação dos preços das mercadorias

Baixa na produção agrícola

Insatisfação popular

A difusão do cristianismo

Na época do declínio romano, ocorreu uma rápida difusão do cristianismo em várias regiões do Império. Essa doutrina religiosa, que surgiu na atual Palestina, tem por base os ensinamentos de Jesus Cristo e a crença em um único deus, sendo, portanto, monoteísta.

Jesus Cristo pregava uma vida simples, a paz, o amor ao próximo, entre outros princípios. êle defendia a igualdade entre as pessoas, independentemente de sua origem ou riqueza.

Entre os séculos um e três, o cristianismo conquistou adeptos na Ásia Menor, principalmente na cidade de Éfeso; no norte da África, na cidade de Cartago; e na região mediterrânea da Europa.

Escultura. Um homem, com cabelos e barba ondulada, usando tecido ao redor do corpo, está segurando uma ovelha nos ombros. Ao lado, uma ovelha olhando para ele.
Detalhe de escultura romana do século três representando Jesus Cristo, em Roma, Itália.

A perseguição aos cristãos

A mensagem de paz e de igualdade propagada pêlo cristianismo conquistou milhares de adeptos no Império Romano, principalmente entre as camadas pobres. Por não aceitarem o culto à figura do imperador romano, milhares de cristãos foram perseguidos.

Leia o texto a seguir, que trata dêsse assunto.

reticências Com o aumento do número de cristãos, as autoridades romanas começaram a recear que fossem subversivos, pois pregavam fidelidade a Deus e não a Roma. Para muitos romanos, os cristãos eram inimigos da ordem social, pessoas estranhas que não aceitavam os deuses do Estado, não participavam das festas romanas, desprezavam as competições de gladiadores, não frequentavam banhos públicos, elogiavam o pacifismoglossário , recusavam-se a considerar os imperadores mortos como deuses reticências.

Péri, Marvin. Civilização ocidental: uma história concisa. Tradução: Dutra; Silvana Vieira. São Paulo: Martins Fontes, 2002. página 132.

Apesar das perseguições, o cristianismo conquistou um número crescente de adeptos. Percebendo a grande influência dessa religião no Império, em 380, o imperador Teodósio I tornou o cristianismo a religião oficial do Estado romano.

Respostas e comentários

Aproveite o assunto sôbre o cristianismo como religião oficial do Estado romano para promover uma abordagem da habilidade ê éfe zero seis agá ih um oito, explicando alguns aspectos dêsseprocesso. Comente que o Concílio de Niceia, realizado em 325 na cidade de Niceia, atual , na Turquia, teve papel fundamental na organização da Igreja católica ao estabelecer um consenso das crenças religiosas que deveriam ser seguidas e a maneira como a fé cristã deveria ser professada. Além disso, o Concílio de Niceia estabeleceu algumas datas simbólicas, como a Páscoa, e discutiu o que poderia ser considerado ou não heresia pêla Igreja. As resoluções adotadas na ocasiãoforam fundamentais para a cristianização do Estado romano, que, ao longo do tempo, foi transformado em reinos cristãos, característica marcante do período medieval. Apesar disso, foi somente no ano de 380, com o Édito de Tessalônica, que o cristianismo passou a ser a religião oficial do Estado, impedindo, assim, manifestações religiosas politeístas, que foram consideradas pagãs. O texto apresentado a seguir traz mais informações sôbre êsse assunto.

Um texto a mais

O texto a seguir trata da atuação da Igreja católica na contenção de manifestações consideradas pagãs.

reticências

Quando o cristianismo se tornou a religião do Estado, o culto aos antigos deuses começou a ser combatido, ainda que persistisse por muitos séculos. Não foi combatido à toa, mas porque o cristianismo tornou-se uma religião de Estado e os que não o aceitassem estariam, de certo modo, desafiando o poder. Nos lugares mais distantes, no campo, o cristianismo demorou a firmar-se, daí os que cultuavam deuses tenham sido chamados de “pagãos”, os habitantes da aldeia. O cristianismo foi, assim, fundamental para a mudança da sociedade e o fim do mundo antigo liga-se, diretamente, à sua transformação em religião oficial.

reticências

FUNARI, Pedro Paulo. Grécia e Roma. 4 edição São Paulo: Contexto, 2007. página 132. (Repensando a História).

A intolerância religiosa

Quando o cristianismo passou a ser difundido no Império Romano, êle foi visto como uma ameaça aos valores da sociedade romana, um dos motivos pelos quais os cristãos passaram a ser perseguidos pêlo Império.

Ao longo da história, muitos povos foram perseguidos por sua religião ou crença quando ela não era aceita na sociedade em que viviam. Assim, êles vivenciaram situações de preconceito, de violência e até mesmo de restrição à liberdade.

Atualmente, atitudes como essas são consideradas violação do princípio da tolerância religiosa, pois não respeitam o direito de livre expressão das crenças e a diversidade de religiões. Em várias partes do mundo, assim como no Brasil, ainda ocorrem muitas situações de intolerância religiosa.

No Brasil, não respeitar as diferentes religiões é crime. A liberdade de crença é um direito garantido pêla nossa Constituição Federal. Leia a seguir o trecho de nossa Lei que trata dêsse assunto.

reticências seis – é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na fórma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias reticências.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. 5 outubro 1988. Disponível em: https://oeds.link/C1SWga Acesso em: 16 março 2022.

Com o objetivo de ampliar o debate sôbre êsse tema, o dia 21 de janeiro foi instituído como o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa. Essa data foi criada para relembrar a atuação e a morte da líder religiosa do candombléglossário Gildásia dos Santos e Santos (mais conhecida como Mãe Gilda de Ogum), que teve sua casa e seu terreiro depredados. Com a saúde fragilizada pelos ataques sofridos, Mãe Gilda faleceu em 21 de janeiro de 2000.

Em 2014, também foi criado pêlo govêrno federal o Comitê Nacional de Respeito à Diversidade Religiosa, que tem como intuito garantir o respeito às diferentes crenças e à liberdade religiosa.

Escultura. Busto de mulher negra com turbante na cabeça. Abaixo, suporte azul com uma placa com o texto: Mãe Gilda. Filha do orixá Ogum, nasceu em 03 de outubro de 1935 tornando-se fundadora do axé Abassa de Ogum. Morreu em 21 de janeiro de 2000, apesar de viver em um estado laico, por conta da intolerância religiosa. Temos muitos caminhos a trilhar em busca da liberdade e da igualdade, na diversidade. Kosi mi fara owé 'Nada no mundo que possa contra mim, aqui estamos' Salvador, 20 de novembro de 2014.
Monumento em homenagem à Mãe Gilda de Ogum, no Parque Metropolitano do Abaeté, Salvador, Bahia, em 2019.
Respostas e comentários
  • Ao mencionar o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, o conteúdo dêsse boxe propicia o desenvolvimento do tema contemporâneo transversal Educação para valorização do multiculturalismo nas matrizes históricas e culturais brasileiras. Reforce com os alunos o motivo que levou à instituição dêsse dia, de modo que reconheçam a importância do respeito e da valorização da diversidade religiosa. Comente que o combate à intolerância é fundamental para que todas as religiões sejam respeitadas, independentemente de sua matriz de origem.
  • Com base nessa conversa, estimule atitudes de respeito às diversas maneiras de professar a fé, inclusive com as pessoas que optam por não seguir nenhuma religião. Aproveite também para reforçar a necessidade de discutir as ações que contribuem para reduzir todas as fórmas de preconceito ainda existentes contra as religiões de matriz africana. Explique que, por uma questão histórica de exclusão e marginalização, manifestações culturais cujas matrizes remetem à África foram, por muito tempo, desprezadas pêla historiografia e pêla sociedade. Assim, é nosso papel como cidadãos estimular e desenvolver atitudes que promovam a valorização dessas manifestações.
  • Leve os alunos a refletir sôbre a importância dos lugares de memória em locais públicos. Convide-os a analisar a imagem desta página, identificando os detalhes do monumento, como a representação de adereços utilizados em religiões de matrizes africanas, por exemplo, o turbante e o colar de contas. Chame a atenção deles para o local de instalação do monumento, bairro em que Mãe Gilda viveu. Comente que ela tem uma grande importância na luta contra a intolerância religiosa e que o monumento ampara a memória coletiva da população afrodescendente e das religiões de matrizes africanas, que seguem lutando para ter os direitos básicos respeitados. Se julgar oportuno, leia para a turma as informações escritas no monumento.

Mãe Gilda

Filha do orixá Ogum, nasceu em 03 de outubro de 1935, tornando-se fundadora do Axé Abassá de Ogum. Morreu em 21 de janeiro de 2000, apesar de viver em um estado laico, por conta da intolerância religiosa.

Temos muitos caminhos a trilhar em busca da liberdade e da igualdade, na diversidade.

Kosi mi fara owé

“Nada no mundo que possa contra mim, aqui estamos”

Texto presente no monumento em homenagem à Mãe Gilda, em Salvador, Bahia, 2014.

Os povos germânicos

Os germânicos eram formados por povos de diversas origens que provinham de lugares variados, principalmente do norte da Europa, além dos limites do Império. Entre êles havia os francos, os ostrogodos e os vândalos, que se estabeleceram nas fronteiras norte e Léste do território do Império Romano. povos eram chamados de bárbaros pelos romanos, principalmente por serem estrangeiros.

êles eram agricultores e viviam em pequenos grupos comandados por um líder. Também comercializavam armas, grãos, tecidos, entre outros produtos.

Os germânicos não formavam um Estado organizado politicamente, como os romanos, e não tinham um conjunto de leis escritas. Portanto, suas regras eram baseadas nos costumes e nas tradições orais, o que caracteriza o chamado direito consuetudinário.

êles davam grande importância às conquistas militares. A relação entre o líder do grupo e os guerreiros era chamada comitatus e tinha como base a fidelidade.

Leia a seguir a descrição feita pêlo historiador romano Tácito, no século um, do comitatus germânico.

reticências é infameglossário [para um guerreiro] reticências ter abandonado a batalha e sobrevivido a seu líder; defendê-lo, protegê-lo e também atribuir-lhe seus próprios feitos grandiosos para a glória dele é a principal consagração militar. Os líderes lutam pêla vitória, os companheiros pêlo líder. reticências

ANDRADE, Maria Cecília Albernaz Lins Silva de. A Germania de Tácito: tradução e comentários. 2011. Dissertação (Mestrado em Letras) – Universidade de São Paulo, São Paulo. Disponível em: https://oeds.link/KeTyl1. Acesso em: 16 março 2022.

Fotografia. Capacete de metal, composto por proteção para a parte de cima da cabeça, testa, olhos e nariz.
Capacete de ferro do século seisque pertenceu a um guerreiro germânico.

Religiosidade germânica

Os povos germânicos eram politeístas. Uma das divindades mais cultuadas por êles era Odin, o deus da guerra. Os deuses germânicos geralmente estavam ligados às explicações dos fenômenos naturais e a aspectos da vida cotidiana dêsses povos. Thor, por exemplo, era o deus do trovão.

Escultura. Figura humana masculina com chapéu em formado triangular e barba, segurando com as mãos um objeto. Ele está sentado.
Escultura em bronze do ano 1000 representando Thor.
Respostas e comentários
  • Acredita-se que os povos germânicos tenham se originado das regiões frias do norte da Europa, como o Mar Báltico e a Escandinávia, região na qual estão localizadas as atuais Suécia, Noruega e Dinamarca. dêsses lugares descendem povos como os lombardos, os ostrogodos, os visigodos, os suevos, os francos, os hérulos e os vândalos.
  • sôbre a religiosidade dos povos germânicos, comente com os alunos que uma das mitologias mais conhecidas é a dos habitantes nórdicos. De acôrdo com as crenças dêsse povo, o mundo era formado por uma árvore chamada . Essa árvore sustentava três reinos: no alto ficava asgár, onde viviam os deuses guerreiros; no meio da árvore ficava , onde viviam os seres humanos; e nas raízes ficava , a terra dos mortos, que era o nível mais baixo do Universo. Nesse reino subterrâneo, vivia um dragão chamado , que se alimentava de cadáveres e roía as raízes de , tentando derrubá-la. No entanto, uma águia enviada pelos deuses feria o dragão e, dêsse modo, a árvore podia se regenerar.
  • É possível que algumas dessas informações sejam de domínio dos alunos, por conta de produções cinematográficas recentes que retratam um super-herói nórdico. Se o fato for levantado por algum aluno, peça-lhe que compartilhe com a turma o que sabe sôbre o tema e correlacione o que pode ser visto historicamente e o que pertence exclusivamente aos produtos do cinema. Trabalha-se, assim, com a Competência específica de História 6.

As migrações germânicas

No século três, muitos povos germânicos já haviam se estabelecido próximo aos limites do Império e conviviam com os romanos, compartilhando diversos elementos de sua cultura.

A partir do século cinco, os hunos, um povo guerreiro originário da Ásia Central, avançaram sôbre a Europa, conquistando territórios e obrigando diversos povos germânicos a migrar para outras regiões, entre elas os territórios do Império Romano.

Veja no mapa a seguir as principais rotas de migração dos povos germânicos.

Relevo. À esquerda, um soldado usando capacete e couraça no busto. Ele está de perfil. À direita, um homem com cabelos lisos, segurando uma espada acima da cabeça.
relêvo em mármore do século dois representando um combate entre soldados romanos e guerreiros germânicos.

As migrações germânicas (séculos IV e V)

Mapa. As migrações germânicas (séculos 4 e 5). Mapa destacando as rotas dos povos germânicos e a divisão territorial entre o Império Romano do Ocidente e o Império Romano do Oriente. Anglos: saindo do atual território da Alemanha, atravessando o Mar do Norte e chegando ao atual território do Reino Unido. Saxões: Saindo dos atuais territórios da Alemanha e da Holanda, atravessando o Mar do Norte e chegando ao atual território do Reino Unido. Francos: Saindo do território atual da Alemanha e chegando a partes dos atuais territórios da Bélgica, França e Holanda. Lombardos: Saindo dos atuais territórios da Alemanha e da República Tcheca, passando pelo Leste Europeu, chegando até a cidade destacada de Verona, no norte do atual território da Itália. Suevos: Saindo dos atuais territórios da Alemanha e da Polônia, atravessando parte da Europa até chegar à região da cidade destacada de Braga, no atual território de Portugal. Vândalos: Saindo dos atuais territórios da Polônia e da Bielorrúsia, atravessando parte da Europa e chegando até o atual território de Portugal e a ilha de Ibiza. Da região de Portugal, atravessam o Estreito de Gibraltar em direção à região da cidade destacada de Cartago, território atual da Tunísia. Visigodos: Saindo do atual território da Romênia, chegando até a cidade destacada de Constantinopla, no atual território da Turquia. Em seguida, segue em direção ao atual território da Grécia, perto do Mar Egeu, até chegar a Roma e Cosenza, atual território da Itália. De Cosenza retorna para Roma em direção à cidade destacada de Toulouse, atual território da França.  De Toulouse, se espalham para a região da cidade destacada de Braga e o atual território da Espanha. Ostrogodos: Saindo do atual território da Ucrânia em direção ao atual território da Hungria. Na parte superior à direita, planisfério destacando uma parte da Europa, Ásia e África. Acima, representação da rosa dos ventos e, abaixo, escala de 240 quilômetros por centímetro.

Fonte de pesquisa: quínder, rrérman; ríguelmân, vérner. The Penguin Atlas of World History. Lôndon: Pêngüim búks, 2003. página 114.

Ícone ‘Atividade oral’.

Questão 1.

Quais são os locais de onde partiram as principais rotas de migração?

Ícone ‘Atividade oral’.

Questão 2.

Qual povo germânico se estabeleceu na Península Itálica, na região de Roma?

Respostas e comentários

Questão 1. Resposta: As principais rotas de migração dos povos germânicos partiram de regiões do norte e Léste da Europa.

Questão 2. Resposta: Foram os visigodos que se estabeleceram em Roma, na Península Itálica.

Atividade a mais

Com o objetivo de auxiliar os alunos a compreender mapas históricos e a desenvolver o saber geográfico, proponha outros questionamentos além dos que estão apresentados na página. Algumas perguntas estão propostas a seguir.

1. Qual é o período histórico do mapa?

2. Qual dos povos germânicos migrou para o norte da África?

3. Cite os povos que se estabeleceram na região do Império Romano do Oriente.

4. Compare a região indicada no mapa à mesma região em um mapa dos dias de hoje. O local no qual se estabeleceram os anglos e os saxões corresponde a qual região na atualidade?

5. A região de origem dos ostrogodos corresponde a qual continente na atualidade?

Respostas

1. Os alunos devem responder que o mapa representa o período de migração germânica ocorrido nos séculos quatro e cinco.

2. Os alunos devem responder que foram os Vândalos.

3. Espera-se que os alunos citem os povos visigodos.

4. Corresponde à região do Reino Unido.

5. Ao continente asiático.

A fragmentação do Império

Após o intenso fluxo de migrações, o território que antes formava o Império Romano do Ocidente se fragmentou. Ao mesmo tempo, com o avanço dos povos e a conquista de territórios, foram fundados diversos reinos germânicos, que estudaremos mais adiante.

Inicialmente, muitos dêsses reinos germânicos preservaram elementos da organização administrativa dos romanos. Na Península Itálica, por exemplo, governada pêlo rei ostrogodo Teodorico, foram mantidos o Senado, alguns cargos públicos e a cobrança de impostos. Além disso, o latim permaneceu como língua oficial do reino.

Fotografia. Verso de moeda dourada com detalhes em relevo do busto de  uma pessoa com cabelos ondulados e adereços. Nas laterais textos.
Teodorico representado em moeda de ouro do século cinco.

Um período de transição

Com a fragmentação do Império Romano e a formação de novos reinos, a Igreja católica se fortaleceu, tornando-se uma instituição poderosa e influente.

Para muitos estudiosos, essa nova conjuntura política, social e cultural que se formou nesse momento marcou o fim de um período histórico e o início de outro. A fusão da cultura germânica com a romana, fortemente influenciada pêla religiosidade cristã, foi decisiva para o comêço de um novo período histórico com duração de cêrca de 10 séculos e que ficou conhecido como Idade Média.

Na foto, podemos observar construções de períodos históricos distintos. Em primeiro plano, as ruínas do Fórum Romano, local que reunia diversas construções públicas do Império Romano. Ao fundo, do lado esquerdo, a Igreja de Santa Martina e São Lucas, construída durante o início da Idade Média.

Fotografia. À esquerda, uma construção com uma cúpula central no teto. Centralizado, ruínas de um monumento de pedra com um arco central. À direita, ruínas com sete colunas ornamentadas.
Monumentos históricos na cidade de Roma, Itália, em 2022.
Respostas e comentários

Com o assunto desta página a respeito da existência de territórios romanos sob govêrno dos ostrogodos, no caso, o rei Teodorico, é possível trabalhar a Competência específica de História 5 e, assim, compreender os movimentos de populações no decorrer do tempo, analisando seus significados históricos.

Quem eram os bárbaros?

Os antigos romanos utilizavam o têrmu bárbaro para se referirem aos povos estrangeiros que não partilhavam elementos da sua cultura nem se submetiam aos modelos romanos de organização política e econômica, por exemplo. Muitas vezes, estrangeiros eram vistos não apenas como diferentes, mas também como “selvagens” e “inferiores”.

Ao longo do tempo, muitas sociedades agiram de maneira semelhante, julgando a cultura de outros povos como inferior por ser diferente da sua. Tanto que, atualmente, utilizamos o têrmu etnocentrismo para nos referir a uma situação em que alguém desvaloriza a cultura de outro grupo social tendo como referência a própria cultura. O etnocentrismo, portanto, é marcado por uma dificuldade de reconhecer as diferenças no modo de pensar e de viver de outros grupos.

A visão etnocêntrica sôbre o outro tem gerado problemas graves. No Brasil, por exemplo, vários grupos sofrem preconceito ou discriminação diariamente, como os indígenas, que são discriminados por pessoas que não reconhecem o direito de preservarem seu modo de vida e sua cultura.

Por isso, estudar a história das diversas sociedades é essencial. Ao conhecermos diferentes maneiras de viver, em outras épocas e lugares, podemos superar a visão etnocêntrica ao respeitar a diversidade de culturas e de modos de viver existentes no mundo.

O respeito nos permite saber agir de maneira correta e empática com o próximo, compreendendo e valorizando as diferentes tradições, crenças, pensamentos, direitos e sentimentos.

Os povos considerados “bárbaros” eram frequentemente representados como povos violentos e selvagens, tidos, muitas vezes, como ameaças ao Império Romano.

Relevo. Detalhe de diversas pessoas e cavalos em uma cena de batalha. Algumas pessoas estão usando capacetes e outras tecidos ao redor dos corpos. Elas estão entrelaçadas e sobrepostas.
Detalhe de relêvo em mármore, do século três, representando um combate entre soldados romanos e guerreiros germânicos.
Respostas e comentários
  • É possível trabalhar aspectos da Competência específica de Ciências Humanas 1, pois o assunto referente aos povos “bárbaros” e sua relação com os antigos romanos possibilita aos alunos compreender a si e ao outro como identidades diferentes, de maneira a exercitar o respeito à diferença e aos direitos humanos.
  • A questão do etnocentrismo permite ainda abordar a Competência específica de História 6, uma vez que problematiza conceitos e procedimentos norteadores da produção historiográfica.
  • Além disso, o estudo da História nos permite conhecer melhor nossa sociedade, conscientizando-nos sôbre o que deve permanecer e o que deve ser transformado para que possamos viver de maneira mais harmoniosa com as outras pessoas.
  • Ao trabalhar o conteúdo dessa página, reforce para os alunos a importância do respeito à diversidade, aprofundando com eles essa competência socioemocional. Ressalte que o têrmu bárbaro” está relacionado a um significado negativo, pois atribuía aos povos germânicos a ideia de atraso e de inferioridade. Explique-lhes que, infelizmente, na atualidade, êsse tipo de prática ainda costuma ocorrer, por exemplo, quando se trata de estrangeiros que deixam seu país de origem para estabelecer moradia em outros lugares e passam a sofrer ataques preconceituosos e racistas de alguns nativos daquele lugar. Reforce a importância do combate a êsse tipo de atitude e do acolhimento a todos os povos e culturas, independentemente de sua origem, promovendo, assim, a cultura de paz, a tolerância e o respeito à diversidade.

Atividades

Faça as atividades no caderno.

Organizando os conhecimentos

  1. Explique os principais motivos da crise do Império Romano no século três.
  2. Comente a situação do exército romano durante o período de crise.
  3. Por que o ano de 476 é considerado o marco político do fim do Império Romano do Ocidente?
  4. O que era o comitatus germânico?
  5. Explique a relação entre os hunos e as migrações dos povos germânicos.

Aprofundando os conhecimentos

6. Analise a seguir uma tirinha produzida na atualidade. Depois, responda às questões.

Tirinha: Personagem: Hagar, homem robusto com barba, usando capacete com chifres, roupa de pele, espada e escudo. Esposa de Hagar, uma mulher usando vestido, capacete com chifres e escudo nas costas. Em duas cenas. Q1. Hagar de pé, ao lado, um saco. À direita, a mulher de Hagar segurando um cabo sobre um caldeirão. Hagar diz: ACONTECEU ALGUMA COISA IMPORTANTE ENQUANTO EU ESTIVE FORA? A mulher responde: BOM, DEIXA EU VER... O IMPÉRIO ROMANO CAIU... A IDADE DAS TREVAS COMEÇOU EM JUNHO... REI CLÓVIS CONVERTEU OS FRANCOS... OS HUNOS SAQUEARAM A NOSSA ALDEIA E O TEU VELHO CACHORRO TEVE FILHOTES. Q2. Hagar, sorrindo, diz: OBA! FILHOTES!

bráun, . O melhor de Agás, o horrível. Porto Alegre: Ele e Pê ême, 2011. página 18.

  1. Descreva a situação representada na tirinha.
  2. Helga, a mulher com escudo junto ao caldeirão, cita diversos fatos históricos que ocorreram enquanto Agás esteve em viagem. Quais dêsses fatos nós já estudamos até aqui?
  3. Por meio das informações apresentadas na tirinha, podemos considerar o personagem Agás um soldado romano ou um guerreiro germânico?
  4. Qual foi a sua reação ao interpretar a tirinha? Explique.
  5. Em grupos, façam uma releitura da tirinha de Agás. Para isso, escolham um perío­do histórico diferente e criem personagens que teriam vivido nessa época. Em uma das falas das personagens, listem eventos importantes que ocorreram no período e procurem finalizar a tirinha de modo semelhante ao que foi apresentado.
Respostas e comentários

1. Resposta: Após atingir sua maior expansão, o Império Romano passou a ter dificuldades em manter seus territórios. Com o declínio das conquistas, ocorreu uma diminuição do número de pessoas escravizadas, causando uma redução da produção agrícola. êsse fator gerou uma crise econômica, pois os preços dos alimentos e das matérias-primas aumentaram, afetando diversos setores da sociedade.

2. Resposta nas orientações ao professor.

3. Resposta: Porque nesse ano a cidade de Roma foi invadida e tomada pêlo governante germânico Odoacro, o qual destituiu o imperador romano e assumiu o poder.

4. Resposta: Era uma relação de fidelidade entre guerreiros e um líder germânico, em que os primeiros protegiam o segundo.

5. Resposta: Os hunos eram um povo guerreiro que passou a avançar sôbre o território europeu, obrigando muitos povos germânicos a migrar em direção ao Império Romano.

6. a) Resposta: O personagem Agás retorna de uma longa viagem, e sua espôsa conta a ele diversas novidades relacionadas a fatos importantes da História. No entanto, o que deixa Agás mais surpreso e feliz é o fato de seu cachorro ter tido filhotes.

6. b) Resposta: A queda do Império Romano e o avanço dos hunos pêla Europa, o que forçou os povos germânicos a migrar para outras regiões.

6. c) Resposta nas orientações ao professor.

6. d) Resposta nas orientações ao professor.

6. e) Resposta nas orientações ao professor.

  • As atividades desta página contemplam as habilidades ê éfe zero seis agá ih um dois, ê éfe zero seis agá ih um três e ê éfe zero seis agá ih um quatro, pois, com base no seu desenvolvimento, os alunos poderão aprofundar seus conhecimentos sôbre o conceito de cidadania e as dinâmicas de inclusão e exclusão no contexto da Roma Antiga. êles poderão também aprofundar seus conhecimentos sôbre o conceito de império, notadamente com relação ao Império Romano e sua desagregação, além do contato entre os romanos e os povos germânicos, marcado pêlas dinâmicas de adaptação, inclusão e exclusão.
  • A atividade 7 permite retomar o conteúdo ligado à Competência específica de Ciências Humanas 1 por tratar do respeito ao outro e à diversidade e, consequentemente, aos direitos humanos.

Respostas

2. Com o agravamento da crise do século três, o govêrno romano teve dificuldade de pagar os soldados do exército para que vigiassem as fronteiras do Império. Diante disso, o exército romano começou a aceitar a participação de germânicos, até mesmo em postos de comando.

6. c ) Os alunos devem identificar Agás como um guerreiro germânico, a julgar pêlo modo como êleé representado (com roupas e capacete rústicos) e pêlo fato de ter a sua aldeia invadida pelos hunos.

d ) Resposta pessoal. Espera-se que os alunos compreendam o sarcasmo e a comicidade da tirinha com base no elemento surpresa, pois não se espera, depois de citados diversos eventos importantes da história ocidental, que o cachorro de Hagar ter filhotes seja o que mais chame a atenção dele.

e ) Resposta pessoal. Espera-se que os alunos produzam releituras da tirinha com piadas semelhantes, porém em períodos históricos diferentes, de preferência já estudados por êles. Caso tenham alguma dificuldade, faça a atividade de maneira coletiva, ou seja, produza somente uma tirinha, mas contando com a participação de todos os alunos.

7. Leia o texto a seguir. Depois, responda às questões.

O primeiro aspecto do estereótipoglossário a respeito dos escandinavosglossário é o seu equipamento de guerra. No imaginário moderno, a palavra imediatamente associa-se a guerreiros portando capacetes com enormes chifres laterais. Nada mais falso, aos olhos da arqueologia e da historiografia medieval. Dois séculos de investigação acadêmica demonstraram que nunca existiu qualquer tipo de vestígio material que confirmasse essa imagem. Nem mesmo durante a Idade Média os vikings eram representados dessa maneira, na visão de outros povos. O estereótipo surgiu no início do século dezenove, em consequência da idealização romântica do bárbaro, utilizado como suporte para a construção de diversas nacionalidades reticências. Diversos pintores representaram cornos não somente nos nórdicos medievais como também em seus deuses, que tornaram-se muito populares a partir de então. reticências

, . Os vikings e o estereótipo do bárbaro no ensino de história. História & Ensino, Londrina, volume 8, outubro 2002. página 86. Disponível em: https://oeds.link/Vwdjgn. Acesso em: 16 março 2022.

  1. Qual é o assunto tratado no texto?
  2. Analise as personagens da tirinha apresentada na página anterior. De que maneira podemos relacioná-las com as informações do texto?
  3. O que as investigações acadêmicas demonstram quanto às representações atuais dos povos escandinavos?
  4. Você conhece algum filme, desenho animado ou agá quê sôbre os povos escandinavos? Como povos foram representados?

8. Formem grupos e retomem o assunto tratado lógo após o tópico intitulado “A perseguição aos cristãos”, sôbre a importância da tolerância religiosa. Em seguida, façam uma pesquisa em livros, jornais e na internet e pesquisem informações sôbre os principais conflitos religiosos existentes no mundo atual. Durante a pesquisa, procurem responder às seguintes questões:

  • Quais são as religiões envolvidas?
  • Onde ocorrem conflitos e por que êles ocorrem?
  • O que tem sido feito para resolver conflitos?

Depois de realizar a pesquisa, apresentem os resultados aos demais grupos.

Respostas e comentários

7. a) Resposta: O texto trata da construção de estereótipos associados aos povos escandinavos.

7. b) Resposta nas orientações ao professor.

7. c) Resposta nas orientações ao professor.

7. d) Resposta nas orientações ao professor.

8. Resposta nas orientações ao professor.

  • O desenvolvimento da atividade 7 permite que o aluno trabalhe a questão dos estereótipos associados aos povos germânicos, especificamente os escandinavos, com base na construção do imaginário moderno. Essa abordagem possibilita o trabalho com a habilidade ê éfe zero seis agá ih um quatro. Caso sintam dificuldade, leia em voz alta as questões e, depois, proponha uma leitura coletiva durante a qual os alunos devem anotar os trechos que correspondem às respostas.
  • Ao propor que os alunos façam uma pesquisa na internet para obter informações sôbre a questão da tolerância religiosa, a atividade 8 favorece a abordagem da Competência geral 5, pois os estimula a compreender e utilizar as tecnologias digitais de comunicação e informação de maneira crítica, significativa e ética, visando à busca de informações e à produção de conhecimento de maneira responsável, solucionando problemas na vida em sociedade.

Respostas

7. b ) Resposta pessoal. Espera-se que os alunos percebam que a personagem Agás, da série de bráun, é representada utilizando um capacete com chifres, o que é pontuado no texto como uma construção do imaginário moderno.

c ) As investigações acadêmicas demonstram que nunca existiu qualquer tipo de vestígio material que confirmasse a imagem do guerreiro viking utilizando capacete com chifres laterais.

d ) Espera-se que os alunos citem exemplos de filmes, desenho animado, agá quês ou qualquer outro recurso artístico que represente os povos vikings. Se possível, discuta com êles se as personagens pertencentes a recursos artísticos se enquadram nos estereótipos citados no texto.

8. Oriente a pesquisa dos alunos na internet, sugerindo sites confiáveis. Ajude-os a encontrar respostas para as questões propostas. Provavelmente, êles encontrarão informações sôbre conflitos entre muçulmanos e judeus, mas há uma infinidade de outros problemas envolvendo crenças religiosas em diversas partes do mundo. Alerte-os para o fato de que muitos dêsses embates na verdade têm outras motivações, como questões políticas, econômicas, sociais, e que a religião acaba sendo apenas um pretexto. Indique ainda que parte dos conflitos religiosos é resultado da falta de informação de culturas diferentes, como é o caso da intolerância com as religiões de matrizes africanas no Brasil.

9. O Império Romano do Ocidente teve fim no ano 476, mas acontecimentos de dois séculos anteriores apontam que seu fim foi um processo longo. sôbre isso, leia com atenção os acontecimentos no quadro a seguir e, no caderno, coloque-os na sequência em que ocorreram.

1. Insatisfação do povo romano.

2. Intensificação das migrações dos povos germânicos.

3. Queda na produção agrícola.

4. Fim das guerras de conquista territorial.

5. Império Romano alcança sua maior extensão territorial.

6. Problemas em manter o exército e em proteger as fronteiras.

7. Aumento do preço das mercadorias.

8. Dificuldades na manutenção do território imperial.

  1. No ano de 313, o imperador Constantino promulgou o Edito de Milão, permitindo o culto cristão nos territórios do Império Romano. sôbre o processo de difusão do cristianismo em Roma, copie em seu caderno somente as alternativas corretas. Em seguida, corrija as que estão incorretas.
    1. Entre os séculos um e três, o cristianismo começou a se difundir em várias partes do território imperial, pregando o monoteísmo.
    2. Uma das principais mensagens do cristianismo, a defesa da paz e da igualdade entre os seres humanos, foi muito bem aceita pêla população de Roma e por seus governantes, que lógo acolheram a religião cristã em todo o território romano.
    3. Mesmo com a adoção do cristianismo, os súditos do Império Romano continuaram adorando a figura do imperador como a um deus, o que não contrariava a prática monoteísta cristã.
    4. Os cristãos foram perseguidos no Império Romano durante cêrca de três séculos. No entanto, em 380, o cristianismo foi transformado na religião oficial de todo o Império pêlo imperador Teodósio.
Respostas e comentários

9. Resposta: 5 – 4 – 3 – 7 – 1 – 6 – 8 – 2.

10. a) Resposta: Correta.

10. b) Resposta nas orientações ao professor.

10. c) Resposta nas orientações ao professor.

10. d) Resposta: Correta.

  • Ao propor uma estruturação temporal do processo que culminou no fim do Império Romano, a atividade 9 contempla aspectos das habilidades ê éfe zero seis agá ih um três e ê éfe zero seis agá ih um quatro, pois pressupõe a compreensão do conceito de império para a análise dos diferentes momentos do Império Romano até a sua desagregação, além de contribuir para identificar as diferentes fórmas de contato entre populações, suas adaptações e exclusões.
  • O desenvolvimento da atividade 10 permite aos alunos que aprofundem seus conhecimentos a respeito do cristianismo no Império Romano e possibilita o desenvolvimento da habilidade ê éfe zero seis agá ih um cinco, pois descreve dinâmicas de circulação da religião cristã.

Respostas

10. b ) Uma das principais mensagens do cristianismo, a defesa da paz e da igualdade entre os seres humanos, foi aceita pêla população romana, mas não pelos seus governantes, levando-os a realizar uma série de perseguições.

c ) Com a adoção do cristianismo, os súditos do Império Romano deixaram de adorar a figura do imperador como a um deus, pois isso contrariava a prática monoteísta cristã.

11. Em 330, o Império Romano foi dividido em duas partes, com duas capitais. sôbre êsse processo, analise as imagens a seguir e responda às questões.

Fotografia. Coliseu, construção com formato circular compostas por com diversos arcos.
Coliseu romano, ou Anfiteatro Flaviano, construído em Roma entre os anos 72 e 80. Foto de 2021.
Fotografia. Uma grande torre em formato cilíndrico sobre uma pedra em uma rua.
Coluna de Constantino, construída em 330 para celebrar a nova capital romana. Foto de 2019.
  1. Quais eram essas divisões? Quais cidades se tornaram as duas capitais imperiais?
  2. Por que os romanos decidiram dividir o Império e transferir sua capital?
  3. Os dois monumentos marcam períodos diferentes do Império Romano. Como êles indicam as mudanças ocorridas na economia romana?

12. Um dos principais movimentos que marcaram o fim da Antiguidade foi o processo de migração dos povos germânicos. acêrca dêsse contexto, leia o texto a seguir e responda às questões.

A Europa medieval nasceu do mundo romano, ou melhor, das transformações que êsse mundo experimentou graças às migrações bárbaras, à difusão do cristianismo, à descentralização do poder político e ao fortalecimento da aristocracia rural. Os bárbaros não conquistaram o Império, êles se assimilaram intensamente à sociedade romana, a ponto de, sob a perspectiva arqueológica, ser muito difícil distingui-los dos romanos, especialmente a partir do século seis. reticências

SILVA, Marcelo Cândido da. História medieval. São Paulo: Contexto, 2019. página 15.

  1. De acôrdo com o texto, por que é possível afirmar que a Europa medieval se originou a partir do mundo romano?
  2. Quem eram os bárbaros citados no texto?
  3. Por que é um problema chamar povos de bárbaros?
  4. Como é possível afirmar que os povos bárbaros foram assimilados à sociedade romana?
Respostas e comentários

11. a) Respostas nas orientações ao professor.

11. b) Resposta nas orientações ao professor.

11. c) Resposta nas orientações ao professor.

12. a) Resposta nas orientações ao professor.

12. b) Resposta nas orientações ao professor.

12. c) Resposta nas orientações ao professor.

12. d) Resposta nas orientações ao professor.

  • A atividade 11 permite trabalhar aspectos da habilidade ê éfe zero seis agá ih um três, pois analisa a divisão do Império Romano destacando as fórmas de equilíbrio e desequilíbrio social, econômico e político.
  • A atividade 12 trabalha a habilidade ê éfe zero seis agá ih um quatro, pois permite analisar diferentes fórmas de contato, adaptação ou exclusão entre populações.

Respostas

11. a ) Foram criados o Império Romano do Ocidente, com séde em Roma, e o Império Romano do Oriente, com séde em Constantinopla.

b ) Constantino transferiu a capital do Império Romano para Bizâncio, que passou a se chamar Constantinopla, em 330, com o objetivo de tentar diminuir a crise causada péla insatisfação popular, pelos problemas no exército e pêlaqueda na produção de alimentos. Em 395, o imperador Teodósio realizou a divisão do Império em duas partes para tentar garantir que a administração de um território tão grande se tornasse mais eficiente.

c ) O Coliseu marca uma fase de luxo e riqueza no Império Romano, especialmente na cidade de Roma, pois foi um edifício construído para abrigar os grandes espetáculos públicos, como as lutas de gladiadores, as encenações teatrais e as execuções de hereges. Já a coluna de Constantino marca a decadência de Roma, que deixa de ser o centro do Império Romano, ressaltando o momento de crise do Império, que levou à transferência de sua capital para o Oriente.

12. a ) Isso ocorreu por conta das migrações bárbaras, da difusão do cristianismo, da descentralização do poder político e do fortalecimento da aristocracia rural.

b ) Os povos germânicos.

c ) Porque era um têrmu utilizado pelos romanos para se referir aos povos estrangeiros que não falavam o latim e não compartilhavam de elementos culturais romanos. Os bárbaros eram vistos como “selvagens” e “inferiores”.

d ) Isso ocorre porque, do ponto de vista arqueológico, é bem difícil distinguir elementos da cultura romana dos povos germânicos, principalmente a partir do século seis.

Glossário

Pacifismo
: filosofia de paz, de oposição à guerra.
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Candomblé
: religião de origem africana relacionada ao culto à ancestralidade e às fôrças da natureza.
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Infame
: o que é desonroso, desprezível.
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Estereótipo
: padrão ou modêlo formado por ideias preconceituosas, que não podem ser comprovadas.
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Escandinavos
: povos germânicos originários da Escandinávia, região que corresponde atualmente à Suécia, à Dinamarca e à Noruega.
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