UNIDADE 8  A Europa na Idade Média

Ilustração. À esquerda, três meninos com cabelos avermelhados segurando espadas de madeira. Ao lado, um homem robusto, com barba e bigode, usando camisa, capa e tecido verde com detalhes em azul, está segurando um dos meninos para o alto. Seguido, uma mulher com cabelos longos e trançados, usando um vestido verde. Eles estão de pé no meio de uma floresta com pontos de luz em volta deles. À direita, uma jovem, com cabelos longos e ruivos, olhos claros, usando um vestido azul, está segurando com as mãos um arco e flecha. Ao fundo, um castelo.
Capa do filme Valente, de marqui éndrius e tchápman. Estados Unidos, 2012 (93 minutos).
Respostas e comentários
  • A imagem de abertura é uma cena da animação Valente (2012), cujo enrêdo envolve a luta da protagonista, a princesa Merida, na busca por trilhar seu próprio caminho, rompendo tradições familiares e sociais vigentes durante o período medieval escocês e questionando o espaço destinado às mulheres dentro dessa sociedade.
  • Comente com os alunos um trecho do enrêdo do filme, no qual a princesa se recusa ao casamento, pois quer ser reconhecida pelos seus talentos como arqueira. Converse com êles a respeito de representações medievais que êles conhecem. Os alunos podem citar filmes, animações, séries, histórias em quadrinhos e até jogos. Peça-lhes que, junto da representação que citarem, expliquem quais características medievais êles identificam em cada caso.
  • A imagem de abertura desta unidade propõe uma discussão sôbre aspectos do mundo medieval, favorecendo a elaboração de questionamentos, hipóteses, argumentos e proposições em relação a interpretações e contextos históricos específicos, recorrendo a diferentes linguagens e mídias, aspectos suscitados pêla Competência específica de História 3.
  • A reflexão a respeito do papel da mulher na sociedade medieval possibilita o desenvolvimento da habilidade ê éfe zero seis agá ih um nove.
  • Os temas trabalhados ao longo desta unidade abordam o período da Idade Média na Europa, abrangendo as dinâmicas de inclusão e exclusão de povos, aspecto da habilidade ê éfe zero seis agá ih um quatro. Também versam sôbre a circulação de pessoas e produtos no Mediterrâneo e o papel do cristianismo naquelas culturas, favorecendo a abordagem de questões vinculadas às habilidades ê éfe zero seis agá ih um seis e ê éfe zero seis agá ih um oito. Mais especificamente no capítulo 20, será possível compreender as relações sociais daquele tempo na Europa e o papel das mulheres naquela sociedade, contemplando as habilidades ê éfe zero seis agá ih um sete e ê éfe zero seis agá ih um nove.

O que você imagina quando ouve falar em Idade Média? Você já deve ter visto filmes, livros, histórias em quadrinhos, jogos e séries de televisão ambientados nessa época.

Nesta unidade, vamos conhecer melhor êsse período histórico da Europa, que ocorreu entre os séculos cinco e quinze e que, por vários motivos, desperta interêsse até os dias de hoje.

Iniciando a conversa

  1. Quais elementos típicos do mundo medieval podem ser identificados na capa de filme da página anterior?
  2. Em sua opinião, por que a Idade Média foi representada em uma animação da atualidade?
  3. Cite o nome de algum livro, filme ou jôgo da atualidade que seja ambientado na Idade Média.
  4. Muitos costumes da Idade Média estão presentes em nosso cotidiano. Você sabe dizer quais? Conte para os colegas.

Agora vamos estudar...

  • os aspectos do feudalismo e da sociedade feudal;
  • o cotidiano na Alta Idade Média;
  • as transformações técnicas e econômicas na Baixa Idade Média;
  • as Cruzadas;
  • a crise do sistema feudal.
Respostas e comentários

Questões 1 a 4. Respostas nas orientações ao professor.

Respostas

1. Podem ser mencionadas as vestimentas, o castelo ao fundo e a cidade murada.

2. Resposta pessoal. Espera-se que os alunos reconheçam que elementos da Idade Média fazem parte do imaginário ocidental até os dias de hoje. Os alunos podem refletir a respeito da utilização dêsse recurso para discutir o papel da mulher na sociedade, bem como acêrca da possibilidade de as pessoas fazerem as próprias escolhas para suas vidas.

3. Resposta pessoal. Caso os alunos conheçam jogos, filmes ou livros com temática medieval, incentive-os a comentar sôbre êles, ainda que o contato tenha sido superficial.

4. Resposta pessoal. Podem ser mencionados objetos e tecnologias do período medieval, como relógios e objetos utilizados para as atividades agrícolas, elementos da cultura acadêmica, como as próprias universidades, além de tradições religiosas.

  • Aproveite o trabalho com a animação Valente para comentar que os filmes não devem ser tomados como retratos ou espelhos do passado, pois são releituras do período que representam. Assim, é importante compreender que os filmes devem ser questionados no que diz respeito ao enrêdo, às personagens, aos recortes, às vestimentas, à linguagem, entre outros aspectos construídos por pessoas do tempo presente. Com base nisso, é possível compará-los com fontes primárias e secundárias, perguntando aos alunos se a abordagem do filme leva em consideração os estudos históricos do período representado. É importante ressaltar que a fonte audiovisual (e iconográfica) diz mais do período de sua produção do que do período que representa.
  • Aproveite as páginas de abertura e converse com os alunos acêrcados assuntos tratados na unidade, verificando o conhecimento prévio deles. Pergunte o que sabem sôbre o período conhecido como Idade Média, o porquê dessa nomenclatura etcétera Provavelmente, os alunos revelarão informações oriundas de seu universo cultural, que serão muito importantes para a organização do trabalho em sala de aula.

 CAPÍTULO 19  A Alta Idade Média

Para entendermos a Idade Média, precisamos compreender as transformações pêlasquais o Império Romano passou na Europa e a formação de reinos germânicos nessa região. Vamos relembrar.

Alta e Baixa Idade Média

Em geral, os historiadores consideram que a Idade Média teve início após a desagregação do Império Romano do Ocidente, em 476, e se estendeu até 1453, ano de conquista da cidade de Constantinopla pelos turco-otomanos. Geralmente os historiadores dividem o período em: Alta Idade Média (séculos cinco a dez) e Baixa Idade Média (séculos onze a quinze).

A formação dos reinos germânicos

Com a desagregação do Império Romano, a partir do século cinco, a economia tornou-se essencialmente agrária e, na política, houve a fragmentação do poder, exercido até então de maneira centralizada. Além disso, a Igreja católica se fortaleceu e se tornou, no Ocidente, uma instituição poderosa e influente.

No decorrer do tempo, diversos reinos germânicos foram formados nas regiões do antigo Império, como a península Itálica, a Gália (atual França) e a Bretanha (atual Reino Unido). Analise o mapa.

Reinos germânicos (século VI)

Mapa. Reinos germânicos (século 6). Mapa destacando a divisão da Europa e parte da África entre os povos germânicos: Reino dos Visigodos: Maior parte da região central e sul da Península Ibérica. Suevos: Pequena porção do território norte da Península Ibérica, na costa do Oceano Atlântico. Bascos: Faixa estreita no norte da Península Ibérica, na costa do Oceano Atlântico. Reino dos Francos: Grande porção de terra localizada no centro da Europa, ocupando partes dos atuais territórios da França, Alemanha, Bélgica e Países Baixos. Anglo Saxões: Porção leste do atual território do Reino Unido. Frísios: Pequena porção de terra da Europa central, parte do atual território dos Países Baixos, na costa do Mar do Norte. Saxões: Porção de terra localizada no norte do atual território da Alemanha, na costa do Mar do Norte. Jutos Daneses: Parte do norte da Europa, nos atuais territórios da Dinamarca e Suécia. Alamanos: Porção de terra localizada na região central da Europa, parte do atual território da Alemanha. Reino dos Burgúndios: Porção de terra localizada na região central da Europa, em direção à região sul, parte dos atuais territórios da Alemanha, França, Itália, Suíça e Áustria. Reino dos Vândalos: Algumas ilhas no Mar Mediterrâneo e costa norte da África. Reino dos Ostrogodos: Grande porção de terra que se estende da região central da Europa, toda a Península Itálica, ilha da Sicília e parte do leste europeu. Turíngios: Pequena porção de terra na região central da Europa e leste europeu, próximo aos atuais territórios da Alemanha, República Tcheca e Polônia. Bávaros: Pequena porção de terra na região central da Europa e leste europeu, partes dos atuais territórios da República Tcheca, Áustria e Eslováquia. Lombardos: Pequena faixa de terra na região do leste europeu, parte do atual território da Hungria. Gépidas: Porção de terra localizada no leste europeu, parte dos atuais territórios da Romênia e Hungria. No canto superior à direita, planisfério destacando a Europa, Ásia e África. Ao lado, representação da rosa dos ventos e, abaixo, escala de 350 quilômetros por centímetro.

Fonte de pesquisa: , , . The Penguin Historical Atlas of the Medieval World. Lôndon: Pêngüim búks, 2005. página 21.

Ícone ‘Atividade oral’. Ícone ‘Ciências Humanas em foco’.

Questão 1.

Quantos reinos germânicos você pode identificar no mapa? Cite o nome de cada reino.

Respostas e comentários

Questão 1. Resposta: É possível identificar cinco: Reino dos Visigodos, Reino dos Burgúndios, Reino dos Ostrogodos, Reino dos Francos e Reino dos Vândalos. Professor, professora: Explique para os alunos que os demais povos germânicos indicados no mapa não tinham formado reinos na época representada.

Objetivos

  • Apresentar a formação de reinos germânicos e algumas de suas características.
  • Compreender a formação da sociedade de ordens medieval.
  • Perceber as relações de fidelidade na estrutura feudal.
  • Conhecer aspectos do cotidiano da população nesse período.

Justificativas

Os objetivos dêsse capítulo são pertinentes por permitirem abordar o início do período conhecido como Idade Média no contexto europeu, abrangendo as dinâmicas de circulação de pessoas e de produtos, bem como as de inclusão e exclusão de povos, e caracterizar as fórmas de organização do trabalho na vida social da Europa Ocidental durante a Idade Média, baseada nas relações entre senhores e servos. Além disso, o capítulo analisa o papel da religião cristã na cultura e na organização social medieval. Tais assuntos favorecem o desenvolvimento de aspectos das habilidades ê éfe zero seis agá ih um quatro, ê éfe zero seis agá ih um seis e ê éfe zero seis agá ih um oito, respectivamente.

O trabalho sôbre a formação dos reinos germânicos permite aos alunos identificar, comparar e explicar a intervenção do ser humano na natureza e na sociedade, o que condiz com a Competência específica de Ciências Humanas 3. Também possibilita a compreensão de acontecimentos históricos, relações de poder e processos e mecanismos de transformação e manutenção das estruturas sociais, políticas, econômicas e culturais ao longo do tempo, características que convergem com a Competência específica de História 1.


Ao trabalhar a questão 1 com os alunos, auxilie-os na leitura do mapa, reforçando a presença das convenções cartográficas (rosa dos ventos, escala, legenda, título e localização espacial). Oriente a análise do ícone de localização espacial, a fim de destacar o contexto europeu. Esta atividade favorece o desenvolvimento de conhecimentos relacionados ao saber geográfico. Além disso, essa análise, somada à compreensão a respeito da formação dos reinos germânicos, mobiliza conhecimentos da História e da Geografia, pois possibilita aos alunos identificar, comparar e explicar a intervenção do ser humano na natureza e na sociedade, abrangendo, assim, aspectos da Competência específica de Ciências Humanas 3.

Ícone ‘Ciências Humanas em foco’.

O Reino Franco

Fundado no ano de 481, na Gália, o Reino Franco foi um dos mais poderosos reinos germânicos, principalmente por causa da aliança entre seus governantes e a Igreja, com a conversãoglossário do rei Clóvis ao catolicismo, por volta de 495. Com o apôio da Igreja, Clóvis uniu os francos e fundou a dinastia Merovíngia.

Na passagem do século oito para o nove, êsse reino foi governado por Carlos Magno, que liderou a fundação do Império Carolíngio. Sob seu govêrno, os francos conquistaram muitos territórios, derrotando militarmente diversos povos e convertendo-os ao cristianismo.

Os governantes francos impuseram uma nova organização política nos territórios dominados, que foram divididos em condados administrados por condes e marqueses, nobres leais ao Império Carolíngio.

Pintura. À esquerda, homens usando chapéu e túnicas coloridas. Ao lado, um homem com túnica azul, está ajoelhado e com uma coroa na cabeça. As mãos dele estão juntas na frente do corpo. À direita, um homem em pé, usando batina e chapéu, com as mãos na coroa do homem ajoelhado. Seguido, um homem usando chapéu e batina azul.
Representação da coroação de Carlos Magno pêlo papa Leão terceiro, no ano 800, fato que selou a aliança entre o Império Carolíngio e a Igreja católica. Iluminura de autoria desconhecida extraída de frénci, obra escrita no século catorze.

Para a formação educacional dêsses administradores, Carlos Magno reuniu diversos intelectuais para alfabetizar e instruir os clérigos, os nobres e os seus familiares. Nessa época, foram construídas escolas e bibliotecas e fomentou-se a produção intelectual. êsse período de valorização da cultura ficou conhecido como Renascença Carolíngia.

Após a morte de Carlos Magno, em 814, seus sucessores não conseguiram manter a unidade administrativa do Império. Sem uma autoridade central, os grandes senhores de terras passaram a exercer maior poder e influência em suas regiões.

Respostas e comentários

Explique aos alunos que as produções artísticas e intelectuais da Renascença Carolíngia foram bastante influenciadas pêlas culturas clássicas grega e romana e também pêla cultura bizantina. Nessa época (Alta Idade Média), alguns monges se dedicavam à tradução de obras de cunho religioso, bem como de obras clássicas, que podiam vir acompanhadas de ricas iluminuras relacionadas à mensagem escrita. ornamentos apareciam nas paredes das igrejas, onde mensagens religiosas eram representadas com mosaicos e afrescos. Além disso, houve a difusão de esculturas feitas de ouro ou marfim, utilizadas como peças decorativas e para ressaltar a imagem de Carlos Magno.

Um texto a mais

A periodização da Idade Média não é um consenso entre todos os historiadores. Leia o texto a seguir como subsídio para abordar o assunto com os alunos.

O que devemos entender por Idade Média reticências? Trata-se de um período da história europeia de cêrca de um milênio, ainda que suas balizas cronológicas continuem sendo discutíveis. Seguindo uma perspectiva muito particularista reticências, já se falou, dentre outras datas, em 330 (reconhecimento da liberdade de culto aos cristãos), em 392 (oficialização do cristianismo), em 476 (deposição do último imperador romano) e em 698 (conquista muçulmana de Cartago) como o ponto de partida da Idade Média. Para seu término, já se pensou em 1453 (queda de Constantinopla e fim da Guerra dos Cem Anos), 1492 (descoberta da América) e 1517 (início da Reforma Protestante).

Sendo a História um processo, naturalmente se deve renunciar à busca de um fato específico que teria inaugurado ou encerrado um determinado período. Mesmo assim os problemas permanecem, pois não há unanimidade sequer quanto ao século em que se deu a passagem da Antiguidade para a Idade Média. Tampouco há acôrdo no que diz respeito à transição dela para a Modernidade. Mais ainda, apesar da existência de estruturas básicas ao longo daquele milênio, não se pode pensar, é claro, num imobilismo. reticências

FRANCO JÚNIOR, Hilário. A Idade Média, nascimento do Ocidente. São Paulo: Brasiliense, 2006. página 14-18.

A sociedade de ordens

Na Idade Média, a sociedade era formada por camadas sociais bem definidas, determinadas pêla origem do indivíduo. Essas camadas eram chamadas de ordens e estavam divididas em clero, nobreza e trabalhadores, havendo pouca mobilidade social entre elas.

Essa divisão social estava baseada em uma visão da Igreja que afirmava que, no mundo criado por Deus, havia divisões de tarefas entre os membros da sociedade. Assim, cada camada teria a sua função: os nobres () garantiam a proteção de todos; o clero () orava pêla salvação da humanidade; e os camponeses () garantiam o sustento da população.

Iluminura. À esquerda, um homem, usando túnica azul, está de perfil com os dois braços levemente levantadas. Ao lado, um guerreiro, usando capacete e uniforme azul com detalhes em branco, segurando com as mãos um escudo vermelho com detalhes em branco. À direita, uma pessoa com lenço na cabeça, segurando uma pá com as mãos.
Representação das três ordens medievais: um clérigo, um cavaleiro e um trabalhador. Iluminura extraída da obra , do século treze.

Colocando êsse modêlo como uma escolha divina, a Igreja buscava evitar que camponeses, por exemplo, questionassem a condição social que lhes tinha sido atribuída.

O clero

Entre os membros do clero estavam o papa, os bispos e os cardeais, os quais desfrutavam de grande poder e prestígio na Idade Média. êles não pagavam e frequentemente recebiam doações de terras dos senhores feudais. Por isso, durante o período Medieval, a Igreja católica tornou-se uma das instituições mais ricas da Europa.

A nobreza

Composta de senhores feudais, cavaleiros, duques, condes e marqueses, a nobreza medieval era detentora de terras e riquezas. O prestígio social e as riquezas de grande parte dessa ordem provinham das relações de fidelidade com o rei e de seus serviços prestados. Além disso, muitos nobres obtinham terras e riquezas em campanhas militares de conquista.

A exploração do trabalho dos camponeses nas terras dos nobres também garantia riquezas e grande poder político à ordem da nobreza.

Respostas e comentários

sôbre a sociedade de ordens, também conhecida como estamental, explique aos alunos que a divisão social instituída era justificada pêla mentalidade religiosa da época, que definia os critérios de hierarquia de acôrdo com a crença na existência de uma vontade divina. Segundo essa mentalidade, as atividades designadas para cada um dos grupos haviam sido estabelecidas por Deus ao criar o mundo, estipulando os devidos lugares dos seus membros na sociedade. Atualmente, muitos historiadores argumentam que essa divisão foi determinada para legitimar a desigualdade social existente entre a população.

Atividade a mais

Proponha aos alunos uma atividade de pesquisa de fontes históricas iconográficas a respeito da sociedade de ordens medieval. Para êsse trabalho, é interessante que a turma seja organizada em grupos, os quais devem seguir estas orientações.

> As pesquisas podem ser feitas na internet, na sala de informática ou na biblioteca da escola. Incentive, assim, a consulta a diferentes fontes de informação, como sites e livros impressos ou digitais.

> Deve-se buscar por imagens que sejam, de preferência, do período e reflitam a organização da sociedade, representando uma das ordens, ou as ordens se relacionando.

> Após a seleção da ou das imagem ou imagens, o grupo deve , identificando os elementos que caracterizam as camadas sociais.

Determine previamente a aula em que os grupos apresentarão a ou as fonte ou fontes encontrada ou das, analisando o recurso para o restante da turma. Ao trabalhar com fontes iconográficas, esta atividade contribui para o desenvolvimento da Competência específica de História 3.

Os trabalhadores

A ordem dos trabalhadores reunia principalmente a população camponesa, que se dedicava à agropecuária. Os camponeses dividiam-se em: servos, que trabalhavam nas terras dos senhores feudais em troca de proteção e do uso de parte da terra para o próprio sustento e o de sua família, sendo obrigados a pagar diversos tributos aos seus senhores; vilões, que trabalhavam nas terras dos senhores feudais e podiam ser proprietários de pequena parte delas em troca de proteção; e escravizados, que exerciam diversas atividades nos castelos dos nobres aos quais pertenciam e não recebiam remuneração.

Pintura. À esquerda, dentro de uma construção de pedra, uma pessoa com roupas vermelhas e chapéu preto conversa com outra pessoa vestida de túnica e chapéu azul. À direita, do lado de fora da construção, há algumas pessoas no campo, sendo que uma delas corta uma árvore com um machado, algumas manejam a terra com ferramentas e outras sobem em árvores com escada.
Trabalhadores em atividades agrícolas. Extraído da obra Le Livre des prouffitz champestres et ruraulx, do século quinze.

Tipos de tributos

Corveia: trabalho não remunerado realizado nas terras senhoriais.

Talha: parte de tudo o que era produzido pelos servos.

Banalidades: taxas pagas pêlo uso de equipamentos da propriedade feudal, como moinho e forno.

Capitação: pago por cada servo que vivia no feudo.

A escravidão e a servidão

Durante a Idade Média, existiam diferentes fórmas de trabalho: havia os servos, os trabalhadores livres e as pessoas escravizadas. Porém, se comparado ao período da Antiguidade Clássica na Europa, a quantidade de pessoas escravizadas na Idade Média era consideravelmente menor.

Em sociedades antigas, como na Grécia e em Roma, havia grande população de escravizados. De modo geral, a pessoa escravizada era considerada uma propriedade.

Na antiga sociedade romana, como vimos na unidade 6, um indivíduo podia ser escravizado se fosse prisioneiro de guerra ou se tivesse contraído uma dívida que não pudesse pagar. Já na Idade Média, a maior fôrça de trabalho vinha dos servos, que prestavam serviços e pagavam tributos para os nobres em troca de proteção e do uso de parte das terras de seus senhores.

Respostas e comentários
  • Ao abordar aspectos da ordem dos trabalhadores, o tema desta página favorece o trabalho com a Competência geral 6, que propõe a valorização da diversidade de saberes e vivências culturais e a apropriação de conhecimentos e experiências a fim de possibilitar o entendimento das relações próprias do mundo do trabalho. Além disso, o estudo da sociedade medieval e de sua estratificação possibilita a análise do mundo social e cultural com base nos conhecimentos das Ciências Humanas, considerando suas variações de significado no tempo e no espaço, o que é suscitado pêla Competência específica de Ciências Humanas 2.
  • A abordagem da escravidão na Antiguidade Clássica e da servidão medieval propicia trabalhar a habilidade ê éfe zero seis agá ih um sete. Reforce para os alunos as diferenças entre a servidão e a escravidão praticadas no medievo e a escravidão praticada na Antiguidade Clássica, sobretudo no que se refere aos motivos que levavam uma pessoa a ser escravizada naquele contexto e à quantidade menor de escravizados que havia na Idade Média se comparada à Grécia e à Roma Antiga. Reforce também que a servidão baseava-se em uma relação de troca e que, diferentemente dos escravizados, os servos não eram considerados propriedade de seus senhores.

Os mosteiros na Idade Média

Com o fortalecimento da Igreja católica ao longo da Idade Média, o clero passou a ter maior influência política e poder econômico. lógo, os clérigos passaram a administrar reinos e grandes extensões de terra, envolvendo-se em questões que iam além das funções religiosas. clérigos eram membros do clero secular, constituído pelos párocos (padres), bispos e arcebispos.

Alguns clérigos, no entanto, acreditavam que o clero havia se afastado de alguns princípios cristãos ao se envolver em questões políticas e financeiras. Surgia assim o clero regular: constituído por monges e monjas, governados por abades e abadessas que seguiam rigorosas regras de uma ordem monástica.

A mais antiga ordem monástica conhecida é a de São Bento, fundada em 529. Seus membros são chamados de beneditinos.

Fotografia. Abadia, construção de pedra. A base em formato retangular e o telhado em formato triangular. Na fachada, duas grandes portas de madeira e pequenas janelas. Ao lado, um pequeno jardim. Ao fundo, algumas moradias de pedra em tamanhos diversos.
Abadia de cluní, um dos mais importantes mosteiros beneditinos medievais, localizada em Borgonha, França, em 2021.

As diferentes ordens religiosas

A ordem de São Bento definiu um conjunto de regras que acabou sendo seguido pêla maioria dos mosteiros medievais. Essas regras enfatizavam a importância do trabalho, do silêncio e da oração pelos monges beneditinos, que faziam votos de pobreza, obediência e castidade.

Posteriormente, surgiram as ordens chamadas de “mendicantes”, como os franciscanos (ordem de São Francisco) e os dominicanos (ordem de São Domingos). monges tinham como característica a prática da caridade e da evangelização. As ordens monásticas existem até hoje, com seus membros buscando preservar os princípios do cristianismo católico.

Respostas e comentários
  • O conteúdo destas páginas explora a organização e o cotidiano dos mosteiros durante o período medieval, favorecendo o trabalho com a habilidade ê éfe zero seis agá ih um oito, que prevê a compreensão do papel da religião cristã na organização social do período.
  • Ao explorar o conteúdo referente aos mosteiros, é interessante comentar com os alunos a respeito da arquitetura dêsses espaços, traço relevante da cultura medieval. A maior parte dos mosteiros apresentava estilo arquitetônico românico, destacando-se arcos arredondados, abóbodas e arcos pré-montados.

Algo a mais

O link a seguir fornece acesso ao site do Museu de cluní, que apresenta informações como a história da Abadia de cluní. O site permite a navegação em inglês, francês ou espanhol. Verifique a possibilidade de acessá-lo com os alunos, mostrando-lhes, por meio da navegação na página, as características do monumento, preservadas até os dias de hoje.

> Abbaye de cluní. Disponível em: https://oeds.link/4Kr7eD. Acesso em: 21 maio 2022.

A preservação da cultura clássica

A biblioteca era um dos lugares mais importantes do mosteiro. Ali ficavam armazenados milhares de manuscritos de textos cristãos e outros textos não religiosos, como escritos filosóficos e poéticos da Grécia Antiga e da Roma Antiga.

Os monges encarregados de fazer cópias dêsses textos eram chamados de “copistas” e passavam horas absorvidos na dura tarefa de transcrever à mão os textos antigos. Graças a êsse trabalho, muitas cópias de escritos da Antiguidade sobreviveram até os dias de hoje.

Como era o dia a dia nos mosteiros?

Os monges passavam os dias orando, estudando (principalmente textos sagrados) e realizando rituais religiosos.

Além da atividade de copistas, os monges costumavam trabalhar na agricultura, na criação de animais, no preparo de refeições, na lavagem de roupas, na manutenção da estrutura física do mosteiro, entre outras atividades.

Iluminura. Na parte superior, texto. Centralizado, Três pessoas sentadas. Cada pessoa está em uma cadeira e mesa. Elas estão com livros abertos e objetos na mão que se assemelham a um lápis ou caneta. Na parte inferior, texto.
Representação de monges copistas trabalhando em um mosteiro. Iluminura extraída da obra Libro de Los Juegos, de Alfonso décimo de lêon uái , do século treze.
Respostas e comentários

O boxe Como era o dia a dia nos mosteiros? aborda a atividade dos monges copistas, de extrema importância para a preservação e transmissão da cultura medieval. Comente com os alunos que, nesse período, poucas pessoas sabiam ler e escrever, por isso êsse saber ficava restrito aos clérigos e acadêmicos, os quais eram responsabilizados por registros. A reflexão a respeito das fórmas de registro e da transmissão da cultura favorece o trabalho com a habilidade ê éfe zero seis agá ih zero dois.

Suseranos e vassalos

Durante a Idade Média, houve uma fragmentação do poder político, que passou a ser exercido pelos grandes proprietários de terras, chamados senhores feudais. O poder deles era baseado nas relações de vassalagem, um costume medieval que trazia influências germânicas e romanas e que consistia nos laços de fidelidade e honra entre um suseranoglossário e um vassaloglossário , em troca de diversos benefícios.

Os benefícios oferecidos pelos suseranos em troca da fidelidade dos vassalos eram chamados feudos. Os feudos eram diversificados, podiam ser objetos de valor ou mesmo o direito de cobrança de impóstos em determinada região. No entanto o mais comum era a doação de terras que formavam uma propriedade feudal.

Essas relações sociais de vassalagem influenciaram o sistema de organização política, econômica e social da Idade Média, que ficou conhecido como feudalismo. A propriedade das terras ou dos feudos garantia aos senhores feudais os poderes políticos de exercer autoridade administrativa, jurídica e militar em seus domínios.

Os feudos territoriais, ou mansos senhoriais, eram habitados por camponeses, que cultivavam as terras do senhor feudal e lhes forneciam os meios de vida. Além disso, êles criavam animais e produziam vinho, utensílios domésticos, tecidos e outros produtos manufaturados.

Pintura. À esquerda, uma pessoa, com cabelos na altura das orelhas e usando um tecido vermelho ao redor do corpo, está ajoelhada com as mãos estendidas para frente. À direita, uma pessoa, usando um chapéu e túnica vermelha, está sentada segurando as mãos da pessoa ajoelhada. Entre elas, uma pessoa, com proporções menores, está sentada com um livro aberto e um objeto que se assemelha a um lápis ou uma caneta na mão.
Miniatura produzida em 1293 representando uma cerimônia de juramento entre um suserano (que concedia parte de suas terras a outro nobre) e um vassalo (que recebia essas terras).
Ícone ‘Atividade oral’.

Questão 2.

Explique como se davam as relações entre suseranos e vassalos no contexto do feudalismo.

Respostas e comentários

Questão 2. Resposta: As relações sociais entre suseranos e vassalos consistiam nos laços de fidelidade e honra, chamadas relações de vassalagem. Nessas relações, o vassalo oferecia ao suserano, no caso, o senhor feudal, seu trabalho e sua fidelidade, ao passo que o suserano deveria lhe oferecer proteção como troca.

Ao pedir aos alunos que expliquem as relações entre suseranos e vassalos, a questão 2 incentiva a leitura inferencial, demandando deles a interpretação do conteúdo da página e a correlação com os estudos abordados ao longo do capítulo. Analisar a relação proposta favorece, ainda, o desenvolvimento de aspectos da habilidade EF06HI16.

Sugestão de avaliação

Para aprofundar o tema do feudalismo com os alunos e avaliar os conhecimentos construídos pêla turma acêrca do assunto, apresente-lhes as principais partes que compunham um feudo. Primeiramente, retome a explicação de que nem sempre um feudo era composto por uma porção de terra, pois podia ser constituído com base em objetos de valor ou no direito de cobrança de impostos. Na sequên­cia, leia as informações a seguir e as reproduza na lousa, solicitando-lhes que as copiem. Destaque que nem todos os feudos contavam com essa divisão, mas a maioria deles era composta por elementos. Com base nessas informações, sugira aos alunos que criem um desenho que represente um feudo.

  • Castelo: Moradia segura do senhor feudal, de seus familiares e das pessoas sob sua proteção.
  • Moradia dos servos: Pequenas habitações com pouca proteção e condições precárias.
  • Terras do senhor: Campos cultiváveis extensos, exclusivos do senhor feudal, e local de trabalho dos servos.
  • Terras servis: Pequenos campos cultiváveis cedidos aos servos.
  • Terras comunais: Campos, florestas e bosques comuns aos servos e aos senhores feudais, onde caçavam e obtinham lenha, por exemplo.
  • Igrejas: Locais de propagação da fé católica e de atuação dos clérigos.

Caso os alunos demonstrem algum tipo de dificuldade na composição das ilustrações, verifique se compreenderam quais são as partes que compõem um feudo e suas funções. Retome a leitura dos tópicos propostos e transcritos na lousa, explicando pausadamente para que serviam elementos e, com base nisso, oriente-os a continuar a produção do desenho.

Os castelos

Você já deve ter visto a imagem de castelos da época medieval em filmes, jogos ou séries de televisão. Mas você já parou para pensar nas funcionalidades dessas construções?

Nos feudos territoriais, os castelos cumpriam basicamente duas funções: a de defesa militar, constituindo uma fortaleza, e a de habitação, servindo de moradia para o senhor feudal e sua família. Nesse local, viviam também parentes, empregados e soldados encarregados da defesa do castelo.

Até o século onze, muitos castelos eram construções simples, de pequenas dimensões e feitos de madeira. Depois passaram a ser construídos com pedras, circundados por grandes muralhas e fossos, e a abranger grandes dimensões.

Ao redór do castelo e dentro das muralhas, havia o pátio, onde ficavam as estrebarias e os canis. No local, havia também lojas de artesanato, ferrarias, poços para a captação de água e outros elementos importantes para a vida no castelo.

Ainda na atualidade existem muitos castelos medievais. Vários deles constituem Patrimônios da Humanidade, por estarem ligados ao modo de vida das sociedades medievais.

Fotografia. Fachada de castelo de pedra com quatro torres. Em cada torre há uma estrutura no topo em formato de um cone. Na entrada principal, há uma ponte de pedra.
, um castelo construído no século doze, na atual França, durante a Idade Média na Europa. Foto de 2020.
Ícone ‘Atividade oral’.

Questão 3.

Quais eram as funções dos castelos nos feudos medievais?

Respostas e comentários

Questão 3. Resposta: êles tinham a função de defesa militar e também de habitação, servindo de moradia para o senhor feudal e sua família.

Um texto a mais

Aproveite a questão proposta na página para incentivar os alunos a imaginar como seria o cotidiano em um castelo medieval, considerando as suas características e funções. Após essa conversa, comente com êles as informações do texto a seguir, que discorre a respeito dos castelos medievais.

reticências De modo geral, pode-se identificar uma evolução lenta, mas constante, do castelo medieval, que passa da posição de fortaleza à de residência. Como ele está intimamente associado à atividade militar, é notável que sua transformação tenha sido suscitada de fórma decisiva por uma revolução técnica nos séculos catorze-quinze, ou seja, a artilharia. Suas muralhas não resistem mais ao canhão, e o castelo medieval passa a ter o status de relíquia, símbolo, ruína e, para muitos, nostalgia. Porém, com relação ao período [chamado de] longa Idade Média [séculos quatro a dezoito] que nos interessa aqui, propomos uma definição do castelo medieval: a de fortaleza habitada.

reticências O castelo enraizou o feudalismo no solo. reticências O castelo permanece associado ao campo e mais ainda à natureza, embora em certas regiões da Europa êle seja construído dentro das cidades, como Normandia (), na Flandres () e principalmente na Itália. êle constitui a unidade do conjunto espacial de habitação estabelecido pêlo feudalismo na realidade e no imaginário europeu. [...] De modo geral, a imagem do castelo medieval ainda viva no imaginário ocidental lembra que naquela época a guerra era onipresente, e o herói principal, ao lado do santo designado pêla graça de Deus, um guerreiro que se distinguia antes pêlo prestígio de sua residência estreitamente ligada à guerra que por suas proezas.

Outro sinal da permanência do castelo medieval no imaginário europeu [e ocidental] é a importância que esta imagem adquiriu na sensibilidade das crianças. O castelo medieval é objeto de exercícios e desenhos em sala de aula. êle povoa os desenhos animados, filmes, propagandas de televisão, espetáculos de sons e luzes. reticências

, Jác. Heróis e maravilhas da Idade Média. Tradução: . Petrópolis: Vozes, 2009. página 6566, 7576. (Coleção Vozes de Bolso).

O cotidiano medieval

Durante a Idade Média, de maneira geral, houve grande influência da Igreja católica em diversos aspectos do cotidiano da sociedade europeia. Conheça a seguir algumas características do cotidiano medieval.

Festas

Muitas festividades celebradas na Europa, na Alta Idade Média, estavam ligadas ao ciclo agrícola e às expressões religiosas anteriores ao cristianismo.

Conforme a Igreja católica aumentava sua influência sôbre a sociedade da época, essas festas passavam a ser mais reprimidas. Uma das fórmas pêla qual isso ocorreu foi a imposição de comemorações cristãs nas datas em que essas festividades aconteciam. A festa de São João, por exemplo, passou a ser comemorada nas proximidades do dia em que se celebrava o solstício de verão no hemisfério Norte.

Atualmente, as antigas festas pagãs ainda são comemoradas em vários países.

Vestimentas

As vestimentas utilizadas durante o período Medieval costumavam variar de acôrdocom a região da Europa, e características como côres e tipos de tecidos marcavam as diferenças sociais.

Os camponeses usavam roupas feitas com tecidos simples e grosseiros, como túnicas curtas amarradas na cintura, que facilitavam sua mobilidade durante o trabalho. Já os nobres vestiam-se de maneira luxuosa, com roupas feitas de seda e de veludo de diversas côres.

Iluminura. Uma pessoa usando chapéu preto, vestido com túnica curta amarrada na cintura e com mangas compridas, meias até os joelhos e sapatos pretos. Ela está em uma plantação segurando uma ferramenta de trabalho. Atrás, vegetação e pássaros voando.
Representação de um camponês trabalhando na lavoura. Detalhe de iluminura extraída da obra Trattato di Medicina, escrita por Ildebrando di , no século catorze.
Respostas e comentários
  • A abordagem do assunto do cotidiano medieval, incluindo as festividades, as vestimentas e a alimentação, leva os alunos a valorizar as diversas manifestações artísticas e culturais e a participar de práticas diversificadas da produção artístico-cultural, trabalhando, assim, aspectos da Competência geral 3.
  • Os recursos iconográficos utilizados para elucidar o texto sôbre o cotidiano medieval possibilitam aos alunos elaborar questionamentos, hipóteses e argumentos em relação a documentos e contextos específicos, recorrendo a diferentes linguagens e mídias, questões pontuadas na Competência específica de História 3. Ao passo que, quando percebidos como fontes históricas, levam à compreensão e problematização dos procedimentos norteadores da produção historiográfica, como prevê a Competência específica de História 6. Por meio dessa perspectiva característica da produção historiográfica, os alunos poderão analisar as fontes históricas do medievo reconhecendo-as como representativas das experiências históricas daquela sociedade, o que contribui para a tomada de decisão cientificamente informada.

Atividade a mais

Com o intuito de complementar as informações destas páginas, apresente aos alunos o texto da seção Um texto a mais (na página seguinte), que aborda as festividades e a religiosidade durante a Idade Média. Após a leitura, com o objetivo de levá-los a socializar suas compreensões sôbre o texto, peça-lhes que respondam oralmente às questões propostas.

Questões

a ) Quais das festas citadas no texto são comemoradas até hoje?

b ) De que maneira a Igreja passou a combater os cantos e as danças leigas?

c ) O que as descrições das festas medievais que chegaram até hoje indicam?

d ) De maneira geral, que função as festas cumpriam nas sociedades medievais?

Respostas

a ) Das festas ainda comemoradas, o texto menciona o Carnaval, o Natal e a Páscoa.

b ) A Igreja passou a desenvolver novas festas, especialmente nos centros urbanos.

c ) Essas descrições apontam para a ideia de um confronto entre as festas pagãs, geralmente mais animadas e alegres, e as praticadas na liturgia cristã.

d ) Entre outras questões, de maneira geral, em razão da interação que ocorria entre as pessoas durante as festas, sua função era satisfazer a necessidade das pessoas de se reunirem e formar comunidades.

Alimentação

Você imagina como era a alimentação na Idade Média? Em sua opinião, todas as ordens da sociedade medieval tinham o mesmo tipo de alimentação?

Assim como as vestimentas, os tipos de alimentos consumidos pêla população medieval também variavam. Entre os nobres, a alimentação era diversificada e incluía principalmente o consumo de carnes de diferentes animais, como galinha, carneiro e porco, acompanhadas por vários tipos de verduras, legumes e cereais.

Já a alimentação dos camponeses era menos diversificada, baseada no consumo de cereais, como trigo e aveia, que eram consumidos na fórma de mingaus e pães. Nas raras vezes em que comiam carne, a mais consumida era a de porco, por causa da facilidade de criação dêsses animais.

Pintura. Imagem de um banquete. na parte superior, há uma mesa em posição horizontal com toalha branca e alguns pratos. Na região central da mesa, há duas pessoas, com roupas e chapéus  vermelho e amarelo, se entreolhando. Em volta da mesa, pessoas vestidas  com roupas, chapéus e capas vermelhas e pretas com detalhes em amarelo. Na parte inferior, duas mesas na posição vertical, uma distante da outra, com toalha branca e pratos. Em volta das mesas, pessoas vestidas com roupas,  chapéus e capas vermelha e preta com detalhes em amarelo, estão sentadas.
Representação de um banquete de nobres. Detalhe de têmpera sôbre madeira feita por Maestro , no século quinze.

cardápio pouco variado fez com que boa parte da população europeia ficasse suscetível a uma série de doenças relacionadas à baixa ingestão de alimentos ricos em nutrientes e, portanto, necessários à saúde do corpo.

Iluminura. Cinco pessoas sentadas na grama, uma do lado da outra, vestindo túnicas coloridas. Elas estão segurando com as mãos, cumbucas, jarros e tigelas. Uma delas está ingerindo um alimento e outra colocando uma tigela na boca.
Representação de camponeses comendo pão e sopa. Detalhe de iluminura extraída da obra Nouviaus dis amoureus, de , escrita no século catorze.
Respostas e comentários

Um texto a mais

O texto a seguir, escrito pêlo historiador francês Jác él í (19242014), complementa informações sôbre as festividades e a religiosidade da Idade Média.

reticências Homens e mulheres gostavam muito de festas. Isso vinha, geralmente, tanto das velhas tradições pagãs (essencialmente camponesas) que tinham sobrevivido ou se renovado, quanto da liturgia cristã. A Idade Média viu o nascimento de uma festa camponesa que teve em seguida um grande sucesso, apesar de mais ou menos combatida pêla Igreja: o Carnaval. Nas descrições da vida cotidiana que chegaram até nós, vemos surgir então a ideia de um confronto entre as festas consideradas pagãs, muito alegres, e aquelas da liturgia cristã, que quase sempre lembram a paixão de Cristo. Um exemplo, entre outros, é o Combate entre Carnaval e Quaresma, título de um famoso quadro do século dezesseis atribuído a um pintor flamengo, . Mas algumas festas cristãs, como a Natividade (Natal) ou a Páscoa, também eram alegres. reticências

Para combater ou moderar os cantos e as danças leigas (chamadas “carolas”), a Igreja desenvolveu novas festas, principalmente nos centros urbanos, destinadas a satisfazer a necessidade que as pessoas tinham de se reunir, e realizar seu desejo de formar comunidades solidárias (que também eram, como já dissemos, “hierarquizadas”). Eram organizadas, então, principalmente nas cidades, numerosas procissões nas quais grupos da população caminhavam de acôrdo com sua posição social: na frente, ia o clero, no final, os pobres leigos. Mesmo não tendo a mesma importância da Idade Média, essas procissões subsistem em várias cidades europeias, em diferentes épocas do ano e, frequentemente, são momentos festivos importantes que duram vários dias – por exemplo, a “Semana Santa”, em Sevilha, na Espanha, ou os “Perdões”, na região da Bretanha, na França.

él í , Jác. A Idade Média explicada aos meus filhos. Rio de Janeiro: Agir, 2007. página107-108.

Heranças medievais

Muitos objetos e hábitos do nosso dia a dia tiveram origem na Idade Média. O texto a seguir, do historiador Hilário Franco Júnior, explica melhor êsse assunto. Por meio da leitura dêsse texto, você poderá perceber como o passado e o presente estão constantemente relacionados em nossa cultura.

A herança medieval no século vinte

Se olharmos para o esqueleto e não apenas para a nova face e as novas roupagens do Ocidente no século vinte, reticências encontraremos muito da Idade Média. Ainda que popularmente pouco entendida e percebida, ela está presente no cotidiano dos povos ocidentais, mesmo daqueles que como nós, na América, não tiveram um “período medieval”. É verdade que há tendência a se creditar muitas dessas características a outros momentos históricos (Grécia clássica, Modernidade), mas isso se deve ao enraizamento do preconceito em relação à Idade Média. Ainda agora, na passagem do século vinte ao vinte e um, vivemos no Ocidente muito ligados à herança medieval.

O patrimônio linguístico ocidental é quase todo medieval, já que, com exceção do basco, idioma cujas origens continuam desconhecidas para os especialistas, as demais línguas formaram-se na Idade Média. Uma terça parte da população mundial atual, isto é, 2 bilhões de pessoas, pensa e se exprime com instrumentos linguísticos forjados na Idade Média. De fato, ao lado do latim legado pêla Antiguidade — e durante a Idade Média empregado nos ofícios religiosos, nas atividades intelectuais e na administração, mas língua morta no sentido de não ser mais língua materna de ninguém —, no século oito nasceram os idiomas chamados de vulgares, falados cotidianamente por todos, mesmo pelos clérigos. reticências

Ilustração. Uma menina com cabelos pretos e presos em um rabo de cavalo. Ela está de costas, sentada em uma cadeira, segurando com as mãos, um lápis sobre um caderno. Ao lado do caderno, sobre a mesa, há livros empilhados com os textos: DICIONÁRIO FRANCÊS, DICIONÁRIO ESPANHOL, DICIONÁRIO ITALIANO, DICIONÁRIO LATIM. . Acima, pequenas faixas flutuam com os textos: FRANCÊS: ÉCOLE. PORTUGUÊS: ESCOLA. ESPANHOL: ESCUELA. LATIM: SCHOLA. ITALIANO: SCUOLA.
Respostas e comentários
  • Ao abordar heranças medievais ainda presentes no nosso cotidiano, o texto viabiliza o trabalho com a Competência geral 1, pois possibilita aos alunos que valorizem e utilizem os conhecimentos historicamente construídos sôbre o mundo físico, social e cultural.
  • A análise do texto apresentado nestas páginas auxilia os alunos a expandir e a aprofundar os conhecimentos a respeito do gênero e dos assuntos tratados na unidade, principalmente em relação ao cotidiano e aos costumes do período medieval. O trabalho com a variedade de gêneros textuais contribui para a familiarização deles com diferentes fontes de informação.
  • Aproveite o momento para instruir os alunos durante a leitura do texto, propiciando a análise do recurso e incentivando um debate em sala de aula a respeito do conteúdo abordado. Ao perceberem as relações entre passado e presente, por meio da identificação de permanências relacionadas à Idade Média em nosso cotidiano, os alunos poderão reconhecer a importância do método científico nas explicações históricas, ensejado por meio do uso de conhecimento histórico consolidado e aceito pêla comunidade científica.
  • O momento pode ser oportuno também para incentivar a leitura inferencial, por meio da explanação dos conhecimentos da turma sôbre o conteúdo do texto, com base nas inferências mostradas pêlo autor e nos conhecimentos prévios dos alunos. Visando à compreensão total do texto, verifique se há dúvidas quanto ao vocabulário. Se houver, oriente-os a pesquisar as palavras no dicionário.

reticências

O patrimônio da cultura material do Ocidente apresenta igualmente uma longa lista de elementos criados ou difundidos pêla Idade Média, objetos sem os quais a vida moderna seria inimaginável, mas que dificilmente as pessoas associam àquele período. Lembremos alguns: calça comprida (século cinco), atrelagem rígida de animais de tiro, ferradura (ambos do século dez), colhér (século onze), álcool (cêrca dê 1100), atrelagem de animal em fila, moinho de vento, leme vertical, chaminé, tear com pedal (todos do século doze), camisa com botão (cêrca dê 1204), óculos (cêrca dê 1285), roda dentada (1298), carrinho de mão, ferro fundido, luneta, serra hidráulica, macaco-elevador, roda de fiar, espêlho de vidro (todos do século treze), fole hidráulico (1311), garfo, relógio mecânico (os dois do século catorze) reticências.

reticências

O patrimônio intelectual de origem medieval é impressionante. Dele fazem parte as universidades, que até hoje preservam de suas origens no século doze a pedagogia (aulas expositivas e debate de textos), a concessão de título (tese submetida a uma banca examinadora), a concessão do direito de exercício profissional (licentia docendi), a estrutura administrativa (reitor, divisão em faculdades), o auxílio aos membros necessitados (concessão de bolsas aos estudantes carentes). reticências

FRANCO JÚNIOR, Hilário. A Idade Média, nascimento do ocidente. São Paulo: Brasiliense, 2006. página 157158, 163.

Fotografia. Pessoas sentadas em um jardim na frente de uma fachada de uma construção de pedra com muitas torres ornamentadas e com grandes janelas em forma de arcos.
Estudantes em frente à Universidade de Cambridge, fundada no século doze, no Reino Unido. Foto de 2021.
Respostas e comentários

Atividade a mais

O texto destas páginas favorece um trabalho articulado com o professor do componente curricular de Língua Portuguesa. Verifique a possibilidade de convidá-lo para aplicar a atividade proposta a seguir com os alunos, pedindo-lhe que destaque para a turma as características dêsse gênero textual e que o auxilie nas correções das respostas deles.

Transcreva na lousa as questões propostas a seguir e peça aos alunos que as copiem e respondam a elas no caderno.

Questões

1. Qual é o ponto de vista do autor sôbre o tema discutido?

2. Retire do texto e copie no caderno as situações cotidianas que têm origem medieval.

3. Relacione a ideia contida no título com o que é desenvolvido no texto.

4. Quais das informações apresentadas no texto você achou mais interessantes? Cite trechos do texto.

5. Quais dos costumes mencionados no texto estão presentes em sua vida?

Respostas

1. De acôrdo com o autor, muitos costumes, cujas origens remontam ao período medieval, são praticados até os dias atuais. Para corroborar seu ponto de vista, êle apresenta alguns exemplos dêssescostumes ao longo do texto.

2. Resposta pessoal. Nesse momento, os alunos devem copiar heranças de origem medieval abordadas no texto, por exemplo: “O patrimônio linguístico ocidental é quase todo medieval”; “Uma terça parte de toda a população mundial atual, isto é, 2 bilhões de pessoas, pensa e se exprime com instrumentos linguísticos forjados da Idade Média”; “calça comprida”; “atrelagem rígida de animais de tiro, ferradura”.

3. Os costumes característicos da Idade Média e destacados pêlo autor confirmam o título “A herança medieval no século vinte”, ou seja, mesmo depois de muitos séculos, ainda preservamos costumes característicos dêsse período.

4. Resposta pessoal. É provável que o assunto tratado no texto seja novidade para grande parte dos alunos. Nesse caso, incentive-os a citar os trechos que mais lhes chamaram a atenção, sobretudo os que abordam costumes presentes no cotidiano deles.

5. Resposta pessoal. Espera-se que os alunos associem os elementos apresentados no texto com sua realidade, comentando os respectivos hábitos presentes em seu cotidiano, principalmente os que praticam com maior frequência.

Atividades

Faça as atividades no caderno.

Organizando os conhecimentos

  1. Que século marcou o início e qual marcou o fim da Idade Média? êsse período de tempo compreende quantos séculos ao todo?
  2. Imagine que você seja filho de camponeses da Idade Média. Com base nisso, escreva no caderno um pequeno texto sôbre alguns aspectos de seu cotidiano.
  3. A sociedade medieval era dividida em ordens. Analise o quadro a seguir, reproduza-o e complete as lacunas em seu caderno.
Selo Modelo.

Ordem

Integrantes

Clero

Nobreza

Trabalhadores

Aprofundando os conhecimentos

4. Leia o texto e analise a imagem. Depois, responda às questões.

reticências

As buscas arqueológicas permitiram encontrar utensílios de cozinha e deduzir o tipo de alimentação consumida pêlo pobre medieval, quase sempre à base de cereais. O consumo de pão era grande – e diminuía à medida que se subia na escala social. Comiam-se ainda lentilhas, ervilhas, um pouco de peixe, pequenas caças ou carne de animais domésticos, com variações regionais de cardápio.

reticências

, Jan. Vida de camponês. História Viva: Especial Grandes Temas, São Paulo, Editorial, número 32, página 48.

Iluminura. Um homem, com roupas brancas, está de pé segurando uma pá de madeira com duas massas em formato circular, colocando-as em um forno. Ao lado, duas mulheres com cabelos presos, usando vestido com mangas compridas. Em volta deles, mesas com massas. Ao fundo, sobre uma mesa, uma cesta com pães.
Representação do processo de produção de um dos alimentos mais consumidos pelos camponeses na Idade Média. Detalhe de iluminura extraída da obra , escrita no século catorze.
Respostas e comentários

1. Resposta: O século cinco marcou o início da Idade Média, e o século quinze marcou o fim. Ao todo, são cêrca de 10 séculos de duração.

2. Resposta pessoal. Oriente os alunos a produzir o texto com base nas informações dos tópicos Os trabalhadores e O cotidiano medieval, analisando as imagens e refletindo sôbre os conteúdos.

3. Respostas: Clero: Religiosos, como o papa, os bispos e os cardeais.; Nobreza: Senhores feudais, cavaleiros, duques, condes e marqueses.; Trabalhadores: Camponeses, vilões, escravizados e servos.

  • As atividades propostas nestas páginas abordam aspectos da habilidade ê éfe zero seis agá ih um seis ao levar os alunos a analisar e a discorrer sôbre a organização social na Idade Média, dividida em ordens, bem como a relação entre senhores e servos, por meio da prática da vassalagem.
  • Estas atividades também retomam aspectos do cotidiano da sociedade medieval e propiciam aos alunos a valorização e fruição das diversas manifestações culturais, contemplando, assim, aspectos da Competência geral 3. Além disso, possibilitam a abordagem de propriedades da Competência específica de Ciências Humanas 2 por propiciar a análise de aspectos sociais, culturais e técnico-científicos acêrca da Idade Média.
  • Ademais, as atividades mencionadas promovem o acolhimento e a valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza, favorecendo o desenvolvimento da Competência específica de Ciências Humanas 4.
  1. De acôrdo com o texto, como os estudiosos conseguiram descobrir qual era a alimentação da população pobre durante o período Medieval?
  2. Descreva a imagem. Que produto está sendo feito?
  3. Relacione a imagem com o texto e comente a alimentação de um camponês no período em estudo.

5. Para defender os feudos, os senhores feudais dispunham de guerreiros treinados na arte da cavalaria. Além de defender os territórios, os cavaleiros também participavam de campanhas militares, invadindo territórios inimigos. Para se protegerem nas batalhas, êles usavam armaduras. Leia a seguir as informações sôbre as partes de uma armadura e, no caderno, relacione-as com as respectivas letras representadas na foto.

Fotografia. Uma armadura de metal com marcas de desgaste pela passagem do tempo. Na parte superior, espécie de capacete fechado com pequenas aberturas na altura dos olhos. Sobreposto à letra 'C'. Abaixo, braços de ferro. Sobreposto à letra 'A'. Na extremidade dos braços, luva de metal. Sobreposto à letra ‘B’. Na região do quadril, malha de metal. Sobreposto à letra ‘E’. Abaixo do quadril, proteção de metal nas pernas e joelhos. Sobreposto à letra ‘D’.
Armadura medieval do século quinze.

1. Elmo: protegia a cabeça e o rosto do cavaleiro.

2. Perneira: era composta de quatro peças: o coxote, que protegia as coxas; a joelheira; a greba, que protegia a canela; e o escarpe, que cobria os pés do guerreiro.

3. Braço de ferro: era composto de quatro peças: o espaldar, que protegia os ombros; as placas de braço e antebraço; e a cotoveleira.

4. Manopla: peça que protegia o punho e a mão do cavaleiro.

5. Cota de malha: feita de anéis de ferro entrelaçados, era usada para proteger o cavaleiro do golpe de algumas armas cortantes.

Respostas e comentários

4. a) Resposta nas orientações ao professor.

4. b) Resposta nas orientações ao professor.

4. c) Resposta nas orientações ao professor.

5. Resposta: 1 – C; 2 – D; 3 – A; 4 – B; 5 – E.

  • As atividades 4 e 5 favorecem o desenvolvimento da habilidade ê éfe zero seis agá ih zero dois ao propiciar a análise de duas fontes históricas, uma iluminura medieval e uma armadura dêsse mesmo período histórico, favorecendo o levantamento de argumentos e proposições sôbre a vida dos camponeses e dos guerreiros no contexto da Idade Média.
  • A atividade 4 também possibilita o trabalho com a Competência específica de História 6 ao esclarecer aos alunos que análises arqueológicas proporcionam uma melhor compreensão da vida do camponês e, por apresentar uma fonte imagética produzida no século catorze, possibilita a compreensão e problematização de conceitos e procedimentos norteadores da produção historiográfica.

Respostas

4. a ) Os estudiosos conseguiram descobrir informações sôbre a alimentação dos camponeses graças às buscas arqueológicas, nas quais encontraram utensílios de cozinha daquela época.

b ) A imagem mostra três pessoas em um local onde se fabricavam pães. Uma delas está colocando o alimento em um forno para assar enquanto as outras duas observam.

c ) Essa imagem, como fonte histórica do período medieval, representa um local de produção de pães. O texto confirma isso ao relatar que os pães eram um mantimento frequente na alimentação dos camponeses dêsse período, indicando ainda que, quanto maior a escala social da pessoa, menor era o consumo de pão.


Aproveite a armadura mostrada na atividade 5 para conversar com os alunos sôbre as diferentes representações dos cavaleiros da época medieval. Um meio de incentivar êsse debate é exibir trechos do filme Coração de cavaleiro, possibilitando a imersão em uma representação do cotidiano medieval.

CORAÇÃO de cavaleiro. Direção de Braian . Estados Unidos, 2001 (130 minutos).

› Depois de assistirem ao filme, incentive os alunos a comparar as representações dos cavaleiros medievais do filme à armadura mostrada na atividade, identificando semelhanças e diferenças. Ressalte que os filmes carregam sempre o ponto de vista de seus produtores e remetem a uma temporalidade distinta da representada.

Investigando fontes históricas

As iluminuras medievais

Os livros e outros manuscritos produzidos ao longo do período Medieval continham diversas imagens, que eram utilizadas para ilustrar e adornar textos. Conhecidas como iluminuras, além de deixar os livros mais atraentes, essas imagens podiam auxiliar algumas pessoas a compreender melhor determinado conteúdo, como uma história bíblica. Veja a análise a seguir.

Iluminura. Na parte superior esquerda, texto. Sobreposto à letra 'A'. Ao lado, lustração da letra 'P' em grande proporção, pintado de azul. Há ornamentos com linhas tracejadas nas cores branca, vermelha e verde. Sobreposto à letra 'F'. Ainda na letra 'P', há a Ilustração de um homem, com tecido azul ao redor do corpo, sentado e olhando para cima com uma das mãos levantadas na direção de dois anjos. Sobreposto à letra 'B'. Na parte inferior à esquerda, ilustração de um homem, com manto azul, sentado em um cadeira dentro de um círculo. Ao redor de sua cabeça há um círculo branco com detalhes em vermelho. Abaixo, pessoas com tecido ao redor corpo, estão olhando para o homem sentado na cadeira. Dentre elas, uma mulher com um círculo vermelho ao redor da cabeça. Sobreposto à letra 'C'. Contorno em formato retangular da ilustração em cor azul. Sobreposto à letra 'D'. À direta, texto. Sobreposto à letra 'E'.
Iluminuras de página da Bíblia de , escrita no século doze.

A. Alguns temas abordados nas iluminuras se relacionavam ao cotidiano da população ou à religiosidade, como no caso a seguir.

B. As primeiras letras da página, do capítulo ou do parágrafo podiam receber um tratamento especial. Por serem ornamentadas, elas ficaram conhecidas como “letras capitulares”.

C. Esta imagem representa uma cena religiosa que mostra a ascensão de Cristo. Observe a presença da auréola e do caráter de superioridade atribuído à figura de Jesus.

D. Muitas iluminuras tinham ornamentos em ouro, conferindo destaque às imagens. Além disso, o ouro transmitia maior importância ao documento.

E. Naquele momento da história europeia, a língua latina ainda era a mais usada nos escritos religiosos, como no caso dêste manuscrito.

F. Além das imagens narrativas, as iluminuras podiam ser feitas com uma função meramente ornamental.

Respostas e comentários

Objetivos

  • Conhecer e analisar iluminuras medievais.
  • Compreender os procedimentos próprios da análise histórica para fontes iconográficas.

  • Explique aos alunos que as iluminuras representam a mentalidade cristã do período medieval e tinham o objetivo de ilustrar e enfeitar os textos, tornando-os mais atraentes. Nesse tipo de recurso, tanto a própria imagem quanto o texto tinham a função de transmitir os valores da Igreja católica da época. Entre as iluminuras, havia também os chamados bestiários, manuscritos produzidos em monastérios em que apareciam imagens de animais, geralmente associadas a um significado moral religioso. Os seres dos bestiários podiam ser criaturas fantásticas ou a representação de animais reais, acompanhados de mensagens que veiculavam os valores da cristandade.
  • Ao abordar as iluminuras medievais, a seção promove a utilização de diferentes conhecimentos da linguagem artística para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos, além de produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo, características suscitadas pêla Competência geral 4. Apresentar detalhes de iluminuras medievais, por sua vez, possibilita o trabalho com a Competência específica de História 3 ao levar os alunos a elaborar questionamentos, hipóteses, argumentos e proposições em relação a documentos, interpretações e contextos históricos específicos, recorrendo a diferentes linguagens, exercitando a empatia, o diálogo e o respeito. Ademais, os alunos são levados a recorrer ao método científico próprio da produção historiográfica, favorecendo o exercício do pensamento histórico, que contribui para a compreensão de diferentes experiências históricas ao longo do tempo e para a tomada de decisão cientificamente informada.

Agora, analise a iluminura a seguir e responda às questões.

Pintura. À esquerda, três homens usando roupas coloridas. Eles estão de pé segurando com as mãos instrumentos musicais. Sobreposto à letra 'C'. Centralizado, pessoas, com roupas coloridas e chapéus, sentadas em uma mesa. Ao lado, dois homens carregando bandejas com comida. Sobreposto à letra 'D'. À direita, um homem, com chapéu vermelho e adereços dourados, sentado sozinho na mesa com comidas e bebidas. Ele está em uma mesa maior que as outras e uma pessoa está lhe servindo. Sobreposto à letra 'B'. Na parte inferior, texto, sendo que no início do parágrafo há o desenho de uma letra adornada, maior que as demais. Sobreposto à letra 'A'.
Detalhe de iluminura extraída da obra Le Livre et la vraye hystoire du bon roy Alixandre, escrita no século quinze.
Ícone ‘Atividade oral’.

1. Qual é o tema central da cena representada na iluminura?

Ícone ‘Atividade oral’.

2. Você consegue identificar a pessoa destacada com a letra B? Justifique sua resposta com elementos da imagem. Em sua opinião, por que essa pessoa está em destaque?

Ícone ‘Atividade oral’.

3. Descreva o que as pessoas identificadas com as letras C e D estão fazendo. É possível diferenciá-las das outras pessoas? Como?

Ícone ‘Atividade oral’.

4. O recurso identificado com a letra a recebe o nome de letra capitular. Você já viu algum livro atual com êsse recurso? Conte aos colegas.

Ícone ‘Atividade oral’.

5. Em sua opinião, as iluminuras podem ser consideradas fontes históricas? Por quê?

Respostas e comentários

Questões 1 a 5. Respostas nas orientações ao professor.

Aproveite as questões propostas nesta seção para reforçar a importância do emprêgo do método científico na análise das fontes históricas referentes ao período medieval. Ao trabalhar dessa fórma, a seção contribui para o desenvolvimento da empatia, da valorização de diferentes experiências históricas e também do método científico.

Respostas

1. O tema central da cena representada é um banquete, uma festividade.

2. A personagem em destaque trata-se, provavelmente, de uma anfitriã que está oferecendo o banquete. É possível inferir essas informações pois ela se encontra em uma mesa mais elevada, sozinha, sendo servida por outras pessoas.

3. As pessoas identificadas com a letra C estão tocando instrumentos musicais e as pessoas identificadas com a letra D estão servindo as outras personagens, carregando bandejas com alimentos. Podemos diferenciá-las por suas vestes mais simples e por não usarem chapéu.

4. Resposta pessoal. Caso os alunos tenham contato com a literatura inspirada no período medieval, é possível que indiquem o conhecimento. Incentive-os a apresentar suas respostas para a turma.

5. Resposta pessoal. Espera-se que os alunos reconheçam que as iluminuras são fontes históricas importantes para conhecermos o período medieval, pois representam cenas do cotidiano, da religiosidade e do imaginário dessa sociedade.

Glossário

Conversão
: mudança, ato de converter-se, ou seja, tornar-se adepto ou seguidor de uma religião.
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Suserano
: neste contexto, era um senhor feudal que tinha domínio sôbre outros feudos.
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Vassalo
: pessoa que oferece ao suserano trabalho e fidelidade em troca de proteção.
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