O que eu já sei?

Faça as atividades em uma folha de papel avulsa.

  1. Com a formação dos Estados nacionais europeus, a sociedade europeia sofreu uma série de transformações. A respeito dêsse contexto, analise a obra e, depois, responda às questões.
    1. Qual foi o tipo de regime político instituído nesses Estados nacionais? Quais características dêsse regime estão presentes na imagem?
    2. Qual foi o sistema econômico empregado nesse contexto? Quais eram suas bases?
    3. Como o novo tipo de govêrno na Europa se relaciona com o desenvolvimento das Grandes Navegações?
Pintura. Elizabeth Primeira, mulher com cabelos ruivos, usando um vestido rodado com mangas compridas e babado na gola. Ela está sentada em uma Liteira - um móvel aberto, com janelas, uma cabine com detalhes, suportada por duas varas laterais. Um grupo de homens usando casaco, short e meia calça, estão segurando as varas. Ao redor, muitos homens e mulheres usando roupas rodadas com babados e detalhes dourados.
Procissão de Elizabeth ih, de róbert . Óleo sôbre tela. cêrca de 1600.

2. A chegada dos europeus à América foi um dos principais marcos do século quinze. Leia o texto a seguir, produzido em razão das comemorações dos cinco séculos da presença colonizadora europeia na América. Depois, com base no texto e em seus conhecimentos, responda às questões.

Nos numerosos eventos que estão surgindo por conta das comemorações do cinco Centenário do Descobrimento da América no mundo, há uma tendência louvável de não se usar os têrmus “conquista” e “descobrimento” para se falar do “encontro de dois mundos”, de contato entre culturas, tentando-se assim afastar a ideia de superioridade baseada na eficácia das armas. Na realidade, êsse grande “encontro” tem margens amplas no tempo e no espaço reticências.

MARTIN, Gabriela. A pré-história do Brasil no século do descobrimento. Apresentação e proposta. Revista de Arqueologia, São Paulo, volume 7, 1993. página 3. Disponível em: https://oeds.link/W1E66G. Acesso em: 28 março 2022.

  1. Por que o texto afirma que os têrmus descobrimento e conquista devem ser evitados?
  2. Como se deu o processo de dominação europeia na América?
  3. Na sua opinião, por que é importante usar o termo encontro ao tratar dêsse período?

3. Durante o início da Idade Moderna, a cultura europeia sofreu uma série de transformações. A respeito dêsse contexto, analise atentamente a imagem a seguir e, depois, responda às questões.

Pintura. Centralizado, uma cruz grande de madeira sobre um altar. Ao lado, um homem, calvo usando batina branca e dourada, está de perfil, com as mãos levantadas para cima, em direção à cruz. Seguido, homens, usando batina, estão com os joelhos no chão. Posteriormente, homens usando armadura. Ao redor, diversos indígenas  em meio à vegetação e árvores. Eles estão olhando na direção da cruz.
A primeira missa no Brasil, de Victor Meirelles. Óleo sôbre tela, 268centímetrospor356centímetros, 1860.
  1. Quem são as pessoas retratadas na imagem? O que elas estão fazendo?
  2. Você sabe o que era a Companhia de Jesus?
  3. Essa pintura retrata acontecimentos de qual período da história do Brasil? Quando ela foi produzida?
  4. Que tipo de informações essa fonte histórica pode nos fornecer sôbre o passado? Como você chegou a essa conclusão?
  1. sôbre a escravidão no Brasil, copie em seu caderno a alternativa correta.
    1. êsse sistema de trabalho durou pouco mais de 30 anos, ao longo dos primeiros anos de contato entre os indígenas e os europeus. Depois, êsse sistema foi substituído pêlo sistema de trabalho assalariado.
    2. As pessoas foram submetidas a longas jornadas de trabalho e a diversos tipos de violência, tanto físicas quanto psicológicas.
    3. O sistema de trabalho da escravidão submeteu unicamente os povos indígenas, que eram obrigados a trabalhar na extração de matérias-primas como o pau-brasil e as drogas do sertão.
    4. A escravidão no Brasil se iniciou lógo nos primeiros anos do período colonial e perdurou até o século dezenove, quando êsse sistema foi abolido exclusivamente por intermédio da princesa Isabel, filha do Imperador dona Pedro dois, sem a participação das camadas populares.

UNIDADE 1 A Europa Moderna

Mapa. Representando os atuais territórios da América do Sul, partes da América do Norte, América Central, África, Europa e Antártida. No mapa há ilustrações de relevos, pessoas e animais terrestres dentro dos continentes e embarcações e criaturas marinhas no mar. Em alguns locais do mapa há descrições de nomes de mares. Centralizado, representação da rosa dos ventos.
Detalhe de planisfério produzido por Piérr , em 1550, representando as descobertas do Novo Mundo.

Ao longo dos séculos catorze e dezessete, ocorreram diversas mudanças políticas, econômicas e sociais que influenciaram o modo de vida das sociedades ocidentais.

Transformações nos campos da Filosofia, da Arte e da Religião foram tão importantes nessa época que marcaram o início de um novo período histórico, que ficou conhecido como Idade Moderna.

Iniciando a conversa

  1. Quando foi produzido o mapa apresentado? Que continentes você consegue identificar nele?
  2. Como você acha que foi possível ao cartógrafo ter conhecimento dêsses territórios para produzir êsse mapa?
  3. Atualmente, que recursos podemos usar para nos orientarmos no espaço? Você os utiliza em seu cotidiano? Como?

Agora vamos estudar...

  • o Renascimento europeu;
  • a formação dos Estados modernos na Europa;
  • o absolutismo europeu;
  • o mercantilismo;
  • a expansão marítima europeia.

CAPÍTULO 1 Mudanças políticas e econômicas

O rompimento com o passado?

Na Idade Moderna, as mudanças teriam sido tão significativas que o novo período poderia ser caracterizado por uma ruptura com o passado. Para o historiador francês Jác él í , a ideia de modernidade surge a partir do sentimento de ruptura com o período anterior, no caso, aquele que foi chamado pelos intelectuais do século dezoito de Idade Média. Leia o texto a seguir.

reticências Os homens do século dezesseis julgavam estar vivendo em um mundo novo (moderno), embora o passado greco-romano devesse ser respeitado na construção dêsse novo mundo e do novo homem, liberto do “obscurantismo” medieval. Nesse sentido, a Era Moderna é de fato moderna, ao menos para os que nela viveram. reticências

SILVA, Kalina Vanderlei; SILVA, Maciel Henrique. Dicionário de conceitos históricos. São Paulo: Contexto, 2009. página 297.

Essas mudanças ocorridas entre os séculos catorze e dezesseis influenciaram o modo de vida das sociedades ocidentais, como o Renascimento Cultural, o Humanismo e a Reforma Protestante, que serão tratados a partir desta unidade.

Conhecer como essas transformações ocorreram ajuda a compreender diversos aspectos do nosso cotidiano atualmente.

Uma era de reis

De maneira geral, enquanto na Idade Média o poder político ficava fragmentado nas mãos dos senhores feudais em grande parte da Europa. êsse poder passou, na Idade Moderna, a ser concentrado na figura dos reis. Ao longo dos anos, diversos territórios se unificaram, formando os Estados modernos, como Portugal, Espanha e França.

Pintura. Destacando o busto de Henrique Oitavo, homem robusto com barba, usando chapéu com detalhes, roupas com pedras e um manto marrom e dourado.
Retrato do rei inglês Henrique oito pintado por Râns , o Jovem. Óleo sôbre tela, 88,5centímetrospor74,5centímetros, 1540.

As Grandes Navegações

Com a organização dêsses Estados modernos, iniciou-se uma nova fase do expansionismo europeu, marcada pêlo desenvolvimento e uso de tecnologias e técnicas de navegação e pêla busca de novos caminhos marítimos de comércio da Europa com outros continentes.

Essa época ficou conhecida na Europa como a “Era das Grandes Navegações”, quando os europeus passaram a travar contato com outras civilizações e iniciar o processo de colonização de outros continentes.

Gravura. À esquerda, embarcações a vela e barcos pequenos, nas margens de um porto. À direita, uma cidade com diversas construções de pedra. Ao fundo, o sol.
Detalhe de gravura produzida por ti eidge , no século dezesseis, que representa as embarcações no Pôrto de Lisboa, Portugal.

Humanismo e Renascimento

A Idade Moderna também é caracterizada pêlas mudanças de visão de mundo dos europeus. Novas perspectivas sôbre a sociedade, a natureza e a arte, por exemplo, foram lançadas a partir do movimento que ficou conhecido como Humanismo.

O Humanismo favoreceu uma nova maneira de pensar ao privilegiar os seres humanos, sua natureza e suas capacidades em vez da visão religiosa do mundo, que foi muito marcante durante a Idade Média.

êsse movimento também proporcionou o surgimento de outros, como o Renascimento Cultural, que trouxe mudanças no campo da Filosofia, das Ciências e, principalmente, da Arte, resgatando valores estéticos e morais de pensadores da Antiguidade Clássica.

Religiosidade

No âmbito da religiosidade, a Idade Moderna foi marcada pêlas Reformas Protestantes e a formação de novas doutrinas religiosas que foram criadas a partir da crítica ao poder e aos abusos da Igreja católica.

Nessa época, a Igreja católica também reagiu, promovendo a chamada Contrarreforma, que consistia na reafirmação de seus dogmas, na criação de novas ordens religiosas e na promoção da catequese nas terras colonizadas pelos europeus nos outros continentes.

A formação dos Estados modernos na Europa

Entre os séculos onze e quinze, os primeiros Estados nacionais modernos começaram a se formar. Apesar de serem diferentes entre si, Estados, de modo geral, se caracterizaram pêla gradativa centralização do poder nas mãos dos reis.

A burguesia, que desde o final da Idade Média estava em ascensão, apoiava essa centralização para que, dessa maneira, os reis pudessem promover reformas que beneficiassem o comércio.

Parte da nobreza, enfraquecida com a crise do sistema feudal, também passou a apoiar o poder dos reis em busca de benefícios, como a manutenção de privilégios e a isenção de pagamento de impostos.

O apôio da burguesia e de parte da nobreza, o crescimento do comércio e o consequente aumento na arrecadação de impostos fizeram, assim, que os monarcas europeus se tornassem cada vez mais poderosos.

O Reino de Portugal

Entre os séculos onze e doze, os reinos cristãos localizados na região norte da Península Ibérica organizaram expedições para conquistar o território ocupado pelos muçulmanos desde o século oito.

Os reinos de Leão e Castela estavam entre os principais dêsses reinos cristãos. O rei Afonso seis, de Leão e Castela, para recompensar o nobre Henrique de Borgonha pêla vitória contra os muçulmanos, ofereceu-lhe o Condadoglossário Portucalense, além do casamento com sua filha.

Anos depois, o filho de Henrique de Borgonha, Afonso Henriques, rompeu com os reinos de Leão e Castela e fundou um reino independente: o Reino de Portugal.

No final do século catorze, a dinastiaglossário de Avis assumiu o trono português, ampliando a centralização do poder nas mãos do rei e consolidando o Reino de Portugal como o primeiro Estado moderno da Europa.

Iluminura. Afonso Henriques, homem, com cabelos e barba lisas, usando coroa dourada, tecidos ao redor do corpo e manto com as cores verde e azul. Ele está sentado em um trono, segurando com a mão direita um cetro e, com a mão esquerda, um pergaminho.
Representação do rei Afonso Henriques em manuscrito do século doze.

A monarquia espanhola

Ícone ‘Ciências Humanas em foco’.

Antes da formação da monarquia espanhola, no início do século quinze, o território da Península Ibérica era composto por uma mistura de povos e culturas que formavam diversos reinos independentes, como Castela, Leão, Catalunha, Galícia, Astúrias, Aragão e Navarra.

Ao sul dêsses territórios cristãos independentes, havia os territórios dominados pelos árabes do Império Muçulmano.

A Península Ibérica em 1210

Mapa. A Península Ibérica em 1210. Mapa destacando o território da Península Ibérica entre o Oceano Atlântico e o Mar Mediterrâneo. Composto pelas seguintes regiões ao norte: PORTUGAL, cidade destacada: Porto; LEÃO; CASTELA; NAVARRA; ARAGÃO; CATALUNHA, cidade destacada: Barcelona e,  ao sul, REINO DOS ALMORÁVIDAS, cidade destacada: Córdoba. Na parte superior à direita, planisfério destacando parte da Europa e África. À esquerda, rosa dos ventos e, ao centro, escala de 170 quilômetros por centímetro.

Fonte de pesquisa: quínder, rrérman; ríguelmân, vérner. The Penguin atlas of world history. Londres: Penguin, 2003. volume 1. página 186.

O processo de unificação

Com o casamento dos reis católicos Isabel de Castela e Fernando de Aragão, em 1469, os dois reinos católicos mais influentes da região uniram-se.

Os reinos de Castela e Aragão passaram a canalizar seus esforços para as chamadas Guerras de Reconquista, que consistiam na expulsão dos muçulmanos da Península Ibérica. Ao mesmo tempo, reinos buscavam dominar os demais reinos da região por meio de conquistas bélicas e alianças políticas, para assim formar um reino único, com poderes centralizados.

Pintura. À esquerda, um homem, com cabelos lisos e bigode, usando um manto marrom com detalhes em dourado. Ao lado, uma mulher, com cabelos lisos, usando colar e vestido marrom com detalhes em dourado.
Os reis católicos representados em pintura de artista anônimo, século quinze, em Ávila, na Espanha.

Em 1492, os muçulmanos foram expulsos da região sul da península, com a tomada do reino de Granada.

Contando com o apôio da Igreja católica, os reinos foram unificados e expandiram-se, tanto na Europa, com a conquista de territórios na Península Itálica, como em outros continentes, com o financiamento de viagens ultramarinas em busca de riquezas em outros continentes.

O absolutismo europeu

A formação dos Estados modernos europeus, no século quinze, foi marcada pêlo surgimento de um novo sistema político: o absolutismo.

Nos Estados absolutistas, o poder era exercido por um monarca, que centralizava todas as decisões em si, não podendo ser contestado. Na época, a Igreja católica afirmava que o rei governava por vontade divina e, com isso, legitimava a autoridade do monarca.

A sociedade absolutista era dividida em grupos sociais classificados de acôrdo com o nascimento das pessoas. Assim, havia rígida separação entre as pessoas que nasciam e pertenciam à nobreza e ao clero e a maioria da população, formada por burgueses, trabalhadores urbanos e camponeses.

Luís catorze quando criança, sendo coroado por , a deusa grega da vitória.

Pintura. Em primeiro plano, Luís 14, um homem jovem com cabelos ondulados usando armadura e capacete com penas. Ele está sobre um cavalo branco. No fundo, na parte superior à esquerda, um anjo com o braço esquerdo estendido, ao lado, uma mulher com tecido ao redor do corpo segurando um objeto acima da cabeça de Luís 14. Na parte inferior, uma cidade.
Luís catorze, rei da França, de Jan . Óleo sôbre tela, 251centímetrospor206centímetros, 1653.
Ícone 'Atividade oral'.

Questão 1.

Você sabe qual é o sistema político vigente na maioria dos países europeus na atualidade?

Teóricos do absolutismo

Para consolidar seu poder, além do apôio da Igreja, a monarquia absolutista também se fundamentou no trabalho de alguns pensadores, que desenvolveram teorias para justificar o poder dos reis.

Nicolau Maquiavel (1469-1527)

Nicolau Maquiavel foi um teórico muito influente do período. O pensador defendia que o monarca deveria ter duas características primordiais: capacidade de escolher a melhor estratégia para governar se mantendo no poder e ousadia para tomar decisões corretas no momento certo.

Sua principal obra foi O príncipe, publicada em 1532, que, além de ser considerada um manual de instruções para o ato de bem governar, é um pequeno tratado sôbre como conquistar territórios e mantê-los sob contrôle.

Os pensamentos de Maquiavel causaram grande impacto na época e foram usados para desenvolver uma nova ciência: a teoria política.

Jean budâ (1530-1596)

jean bodân foi um jurista e professor, que defendia a ideia do caráter divino dos reis, assim como sustentava que a obediência absoluta dos súditos ao rei era uma obrigação suprema.

Em sua principal obra, Da república, publicada em 1576, o autor defende a origem divina do monarca e seu poder incontestável e os princípios que regem o direito sôbre a propriedade privada.

Thomas rróbis (1588-1679)

Tômas rróbis era um matemático, teórico político e filósofo inglês. êle acreditava que os seres humanos eram naturalmente egoístas e, por isso, promoviam guerras para adquirir vantagens. Sua principal obra foi Leviatã, publicada em 1651. Para rróbis, a solução para evitar que as sociedades não se transformassem em um caos seria a criação de um contrato social em que cada indivíduo abriria mão de parte dos seus interêssis para que todos pudessem conviver em paz.

Para garantir o cumprimento dêsse contrato, seria necessário um soberano a quem as partes concederiam o poder de regular os conflitos sociais. êle teria total poder, liberdade e obediência de seus súditos, representaria o próprio Estado e seu poder estaria acima da lei.

Página de livro. Ilustração em preto e branco representando uma pessoa, com cabelos na altura do ombro e bigode, vestido uma coroa na cabeça. Na mão direita, segura uma espada e, na mão esquerda, um cetro. Abaixo, a vista de uma cidade. Na parte inferior, dentro de pequenos retângulos, há a ilustração de algumas construções, um canhão, dois raios cruzados, uma coroa e o chapéu de um religioso, por exemplo. Centralizado entre os retângulos, uma bandeira com o texto: LEVIATHAN OR THE MATTER FORME AND POWER OF A COMMON WEALTH ECCLESIASTICALL AND CIVIL. BY THOMAS HOBBES OF MALMESBVRY. Abaixo da bandeira, há a inscrição: LONDON, PRINTED FO ANDREW CROOKE, 1651.
Frontispício da primeira edição de Leviatã, de Tômas rróbis, 1651.

Jacques bossuê (1627-1704)

Bispo e teólogo francês, jáque bossuê defendia que o monarca havia sido escolhido por Deus para ser seu representante, portanto não deveria justificar seus atos aos homens, prestando contas somente a Deus.

Em seu livro póstumo, Política tirada da Sagrada Escritura, de 1708, defendeu, além da teoria do direito divino, a ideia de que o povo devia obediência absoluta ao rei, abdicando, assim, de todos os seus direitos. Com isso, o autor buscava justificar o poder do rei Luís catorze, da França.

O mercantilismo

No século xis vê, durante a formação das monarquias modernas, o sistema comercial voltou-se para as atividades manufatureiras e de compra e venda, fato que enriqueceu o Estado e reforçou seu poder. Às diferentes ideias e práticas econômicas adotadas pêlas monarquias absolutistas dá-se o nome de mercantilismo.

Conheça a seguir algumas das principais características do mercantilismo.

Intervenção do Estado na economia – Isso significa que as regras comerciais eram determinadas exclusivamente pêlo Estado.

Monopólio comercial – A metrópole restringia as relações comerciais das colônias, obrigando-as a comprar seus produtos a altos preços e a vender os produtos extraídos deles a preços baixos.

Balança comercial favorável – O principal motivo da intervenção do Estado era garantir uma balança de pagamentos favorável, ou seja, situação em que um país deveria exportar mais do que importar. Para isso, o Estado determinava a cobrança de elevadas taxas sôbre os produtos importados.

Metalismo – A riqueza era medida pêla quantidade de metais preciosos acumulados, pois êles eram um meio de obter terras, custear exércitos, navios de guerra e mercantes, obter alimentos e produtos do Oriente e fazer a manutenção das côrtes.

Essa pintura representa o movimentado Pôrto da cidade espanhola de Sevilha, onde atracavam embarcações vindas de diferentes partes do mundo.

Pintura. Vista de uma cidade. Em primeiro plano, parte de um porto com pessoas andando. Atrás, corpo de água com embarcações grandes e pequenas. No fundo, cidade com uma torre grande e diversas moradias. No céu, muitas nuvens.
Vista de Sevilha, de Alonso Sánchez . Óleo sôbre tela, 150centímetrospor300centímetros, século dezesseis.

Questão 2.

Produza um mapa mental com as principais características do mercantilismo.

Versão adaptada acessível

Questão 2.

Escreva um pequeno texto comentando as principais características do mercantilismo.

A transição para o capitalismo

Você provavelmente já ouviu falar do conceito de capitalismo ou capitalista, seja nas aulas de História ou de Geografia, seja nas redes sociais ou na mídia.

Existem diferentes definições para capitalismo, entre elas a que afirma que o capitalismo é um sistema econômico que promove as trocas comerciais visando o lucro. Foi a partir do mercantilismo que êsse sistema econômico se desenvolveu.

Como vimos, o mercantilismo foi muito importante para o estabelecimento dos Estados nacionais. No século dezesseis, quase 60% da população europeia pereceu em decorrência da Peste Bubônica. A alta mortalidade foi acompanhada de uma crise na produção de alimentos e mercadorias. Essa situação favoreceu o fortalecimento de mercadores que viajavam para reinos distantes em busca de produtos que pudessem suprir a necessidade de determinadas comunidades, lucrando com a venda dêsses produtos.

Como êsse tipo de comércio envolvia o uso de moedas de diferentes regiões, o trabalho dos cambistas, que já atuavam desde a Idade Média, tornou-se ainda mais relevante. êles faziam trocas de moedas, o que facilitava as negociações. Além disso, os cambistas também ofereciam outros serviços financeiros, como empréstimos.

Pintura. À esquerda, um homem com chapéu na cabeça e roupas escuras. Ele está sentado, com os braços sobre a mesa, segurando com a mão esquerda uma balança. À direita, uma mulher usando chapéu, vestido vermelho e verde com mangas compridas. Ela está sentada, os braços sobre a mesa, segurando com a mão uma página de um livro aberto. Sobre a mesa, há alguns objetos. Atrás, uma estante de madeira com objetos.
O cambista e sua mulher, de . Óleo sôbre tela, ​70,5 centímetrospor67 , 1549.
Ícone 'Atividade oral'.

Questão 3.

Analise a pintura intitulada O cambista e sua mulher. Que tipo de informações essa fonte histórica pode nos fornecer a respeito do cotidiano europeu do século dezesseis?

As Leis de Cercamentos e a propriedade privada

Entre os séculos dezesseis e dezoito, um dos principais fatores que impulsionaram o fortalecimento do capitalismo foi a criação das Leis de Cercamentos, na Inglaterra. Essas leis acabavam com o uso comum das terras pelos camponeses (que nelas cultivavam alimentos, caçavam e extraíam madeira), fazendo com que elas se tornassem propriedades privadas de grandes senhores de terras.

Nesse contexto, os senhores de terras produziam em suas propriedades muito além do que consumiam, vendendo seus excedentes para obter lucro.

Uma das principais matérias-primas produzidas naquelas terras era a lã para as indústrias têxteis, garantindo as condições para o desenvolvimento da Revolução Industrial.

Com a privatização das terras, muitos camponeses tiveram de deixar o campo e buscar melhores condições de vida nos ambientes urbanos.

A partir do século XVIII, os camponeses que chegaram nas cidades passaram a compor a mão de obra assalariada da classe operária, pois as fábricas começavam a crescer no país. Contudo, nem todos os camponeses conseguiam trabalho, criando um excedente de mão de obra, o que garantia aos industriais a manutenção dos baixos salários. Além disso, os cercamentos transformaram a terra em uma mercadoria, que poderia ser comprada e vendida.

êsse processo ajudou a consolidar o capitalismo na Inglaterra a partir do século dezoito, tornando o país uma nação industrial. Com grande potencial de produção, os britânicos passaram a procurar mais mercados consumidores e muita mão de obra, preferencialmente barata, para produzir suas mercadorias.

Gravura em preto e branco. À esquerda, um jovem usando casaco e calça. Ele está de pé, de frente à uma máquina de madeira. Ao seu lado, encostado em sua perna, um pequeno cachorro. Atrás, um homem, usando casaco, está com as mãos sobre uma máquina de madeira. Ao lado, um homem, usando chapéu e casaco, está de pé segurando um bastão com a mão e olhando na direção das máquinas de madeira.
Gravura produzida por Uilian , no século dezoito, representando a indústria de tecidos na Inglaterra.

Atividades

Faça as atividades no caderno.

Organizando os conhecimentos

  1. Entre os séculos catorze e dezesseis, dois Estados consolidaram-se por meio de um conflito religioso, em que cristãos expulsaram muçulmanos do território que ocupavam na Península Ibérica. Que Estados foram ?
  2. Quais eram os interêssis da burguesia em apoiar o fortalecimento dos reis durante o período de formação dos Estados modernos na Europa?
  3. Nos Estados absolutistas, por que a autoridade do monarca não podia ser contestada?
  4. Quem é o autor da obra O Príncipe, de 1532? Quais são as características dessa obra?
  5. Qual política econômica foi fundamental para o desenvolvimento dos Estados nacionais europeus? Quais são as principais características dessa política econômica?

Aprofundando os conhecimentos

6. Leia o texto a seguir e, depois, responda às questões.

reticências

O surgimento do Absolutismo se deu com a unificação dos Estados nacionais na Europa ocidental no início da Idade Moderna, e foi realizada com a centralização de territórios, criação de burocracias, ou seja, centralização de poder nas mãos dos soberanos. Essa centralização aconteceu, no entanto, após uma série de conflitos específicos. Durante a Idade Média, os monarcas feudais dividiam o poder com os grandes senhores de terra, mas com a formação dos Estados nacionais iniciou-se um processo de diminuição do poder dêsses senhores. Tal processo foi possibilitado pêlo crescente poder econômico da burguesia, uma camada social nascente que, sem possuir poder político, apoiou-se no rei para combater a nobreza. reticências

SILVA, Kalina Vanderlei; SILVA, Maciel Henrique. Dicionário de conceitos históricos. São Paulo: Contexto, 2009. página 11.

  1. A que fórma de govêrno o trecho citado se refere?
  2. Quais são as características dessa fórma de govêrno, de acôrdo com o texto?
  3. Quais foram os principais pensadores que buscaram justificar a centralização de poder nas mãos dos reis?

7. Os monarcas absolutistas foram amplamente representados em pinturas e esculturas, e essas representações eram repletas de significados. Entre os símbolos do poder absoluto dos reis estavam a coroa, a espada, o cetro e o manto real. A coroa simbolizava a graça de Deus; a espada simbolizava a bravura do rei; o cetro, ou bastão de comando, simbolizava a autoridade do monarca e o manto real simbolizava a origem nobre do rei.

Observe as imagens a seguir, que representam dois monarcas absolutistas.

Gravura em tons de sépia. Elizabeth Primeira, mulher com cabelos presos, vestindo uma coroa com uma cruz no topo, um vestido com babado e ornamentos no pescoço. Ela está de pé, segurando com a mão esquerda um cetro e, com a mão direita, uma esfera. À direita, representação do brasão e, abaixo, uma espada sobre um pequeno altar.
Representação da rainha Elizabeth um, que governou a Inglaterra entre 1558 e 1603. Gravura de , século dezessete.
Pintura. Luís 14, um homem, com cabelos longos e enrolados, usando roupa e manto azul com detalhes em dourado. Ele está de perfil, com uma espada na cintura e meias longas, segurando um cetro com a mão direita e, com a mão esquerda, posicionada na altura da cintura.
Representação do rei Luís catorze, que governou a França entre 1643 e 1715. Retrato de Luís catorze, de . Óleo sobre tela, ​277 centímetrospor194 , 1701.
  1. Quais reis absolutistas foram representados nas imagens?
  2. Quais símbolos do poder real absoluto aparecem nas imagens?
  3. O que cada um dêsses símbolos representava?

8. Muitos teóricos tentaram justificar o poder absoluto dos reis. Identifique os filósofos absolutistas a seguir e relacione cada um deles à sua teoria correspondente.

A. Nicolau Maquiavel

B. Tômas rróbis

C. Jan budâ

D. Jác bossuê

1. Defendia a noção de que o direito dos reis tinha origem divina, o que justificava seu poder absoluto e incontestável.

2. O centro de sua teoria defendia que o governante deveria ser, ao mesmo tempo, ousado para tomar as decisões certas no devido momento e estrategista para governar.

3. Sua teoria indicava que Deus havia escolhido o rei como seu representante terreno e por isso êle não precisava justificar suas ações para seus súditos.

4. Acreditava que as sociedades deviam criar um contrato social para fugir do caos, de fórma que o rei teria o papel de regular os conflitos de fórma livre e soberana.

  1. O que foram as Leis de Cercamento? Como elas influenciaram na consolidação do capitalismo? Em seu caderno, copie somente a resposta correta.
    1. As Leis de Cercamento extinguiram as terras comunais na Inglaterra, transformando-as em terras privadas. Os camponeses, sem condições de adquirir essas terras, migraram para as cidades, tornando-se mão de obra barata para as fábricas.
    2. As Leis de Cercamento eram uma das principais características do mercantilismo, sistema econômico que, após a era das Grandes Navegações, deu origem ao capitalismo moderno.
    3. As Leis de Cercamento se referiam a uma teoria filosófica desenvolvida pêlo pensador inglês Tômas rróbis. êle defendia a ideia da existência de um contrato social, em que cada indivíduo renunciaria a parte de seus interêssis para que todos pudessem conviver em um sistema capitalista.
    4. As Leis de Cercamento foram promovidas pelos protestantes e defendiam a ideia do lucro como um modo de redenção dos pecados.

Glossário

Condado
: território cuja administração é concedida a um conde, título de nobreza.
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Dinastia
: sequência de reis e rainhas de uma mesma família que se sucedem no poder.
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