UNIDADE 2 O Oriente: China e Japão

Fotografia. No primeiro plano, uma embarcação de madeira a velas. Ao fundo, diversos prédios com fachadas espelhadas.
Embarcação tradicional chinesa, conhecida como junco, na baía de rrong , na China, em 2021.

Há milhares de anos, os territórios que formam a China e o Japão atuais foram habitados por diferentes povos.

Nesta unidade, vamos conhecer a história e a cultura das antigas civilizações que se desenvolveram na China e no Japão. Estudaremos alguns costumes e tradições culturais, além de outros aspectos dessas sociedades.

Iniciando a conversa

  1. Na foto, que elementos podem ser considerados antigos e quais podem ser considerados atuais?
  2. Que aspectos culturais da China ou do Japão você conhece? Quais deles são atuais? Quais são antigos?
  3. Em seu cotidiano, elementos antigos dividem espaço com elementos atuais? Converse com os colegas.

Agora vamos estudar...

  • a formação da sociedade chinesa e suas principais dinastias;
  • taoismo e confucionismo;
  • aspectos da cultura e do cotidiano da sociedade chinesa;
  • a formação do Japão e os períodos de sua história;
  • o budismo e o xintoísmo no Japão.

CAPÍTULO 3 A formação do Império Chinês

Atualmente, a China é uma grande potência mundial. Mas você sabia que no território onde hoje é a China existiram diversos reinos e impérios?

A ocupação do território que hoje faz parte da China começou há milhares de anos. Por volta de 4000 antes de Cristo, já havia diversos povoados formados no vale do rio Amarelo (ruãng rô), no norte da China.

As primeiras dinastias chinesas

Com o crescimento da população dos povoados formados no vale do rio Amarelo, os territórios localizados ao sul dele também passaram a ser ocupados. Formaram-se, então, alguns reinos, governados por diferentes dinastias, que permaneceram no poder durante séculos.

Conheça, a seguir, algumas das primeiras dinastias chinesas.

Primeiras dinastias chinesas (c. 1500 a.C.-1000 a.C.)

Mapa. Primeiras dinastias chinesas (cerca 1500 antes de Cristo -1000 antes de Cristo). Mapa territorial representando parte da Ásia e do Mar Amarelo. Conforme a legenda: 
Dinastia Shang por volta de 1500 antes de Cristo: Corresponde às cidades destacadas de Feng, Hao, Loi, Po, Changchiu, Lch’eng, Hungchao, Yin, Piuku. A região é cortada por grande parte do Rio Amarelo e um pequeno trecho do Rio Azul.
Dinastia Zhou por volta de 1000 antes de Cristo: Corresponde às cidades destacadas de Changling, Feng, Hao, Pin, Loi, Po, Changchiu, Lch’eng, Hungchao, Yin, Piuku. A região é cortada por parte do Rio Amarelo e Rio Azul. 
Na parte inferior, planisfério destacando parte da Ásia. À direita, rosa dos ventos e, abaixo, escala de 290 quilômetros por centímetro.

Fonte de pesquisa: VICENTINO, Claudio. Atlas histórico: geral e Brasil. São Paulo: Scipione, 2011. pê ponto 24-36.

Ícone 'Atividade oral'.

Questão 1.

Quais rios representados no mapa banhavam o território da dinastia djou?

Ícone 'Atividade oral'.

Questão 2.

Quais cidades representadas no mapa não fizeram parte da dinastia xãng?

Dinastia xãng (1500 antes de Cristo a 1050 antes de Cristo): Durante êsse período, desenvolveu-se na região um tipo de escrita ideográfica.

Dinastia djou ocidental (1050 antes de Cristo a 771 antes de Cristo): Nesse período, difundiu-se o uso do arco e flecha, do ferro e de alguns utensílios, como os , que são palitos utilizados para levar alimentos à boca.

Dinastia djou oriental (771 antes de Cristo a 221 antes de Cristo): Os djou, sob constantes ataques, mudaram a capital do reino para uma região a leste da antiga capital.

Nessa época, diversos reinos entraram em conflito pêlo domínio de territórios. Por isso, esse período da história da China ficou conhecido como período dos Reinos Combatentes (de 403 antes de Cristo a 221 antes de Cristo).

A fundação do Império tchin

No final do período dos Reinos Combatentes, outra dinastia assumiu o poder. Em 221 antes de Cristo, o governante do reino tchin derrotou os reinos adversários e unificou os territórios conquistados. Assim, êle fundou o Império tchin e assumiu o nome de tchin , que significa “tchin, o Primeiro Imperador”.

A centralização do poder

tchin shiuândi adotou uma série de medidas para organizar a administração do Império, entre elas a divisão do território em provínciasglossário .

O imperador também determinou a padronização da moeda, da escrita e do sistema de pesos e medidas. Além disso, foram construídos milhares de quilômetros de estradas ligando as diferentes regiões do Império. êle permaneceu no poder até a sua morte, em 210 antes de Cristo

Gravura. Quin, homem, com barba e bigode, vestindo um chapéu em formato quadrangular com franjas penduradas e quimono com detalhes na gola e braços. À direita, elementos da escrita chinesa.
Gravura de artista desconhecido representando tchin shiuândi, século dezenove.

Clique no play e acompanhe a reprodução do Áudio.

Transcrição do áudio

[Narrador]

A muralha da China

[Laura]

[tom de voz animado]

Olá! Eu sou a Laura, estamos começando mais um episódio do podcast “De olho na História”.

[Rodrigo]

[tom de voz animado]

E eu sou o Rodrigo. Sejam muito bem-vindos!

[Laura]

[tom de voz animado]

Hoje, vamos conversar sobre a Grande Muralha da China e entender por que essa construção simboliza a unidade e a modernidade chinesa.

[Rodrigo]

[tom de voz animado]

Acho que a gente podia começar pensando no significado de modernidade, não é?

[Laura]

[tom de voz explicativo]

Boa! É muito comum ouvirmos que a nossa sociedade é moderna ou que nossas instituições precisam se modernizar.

[Rodrigo]

[tom de voz explicativo]

Mas será que o uso comum desse termo está de acordo com seu real significado histórico?

[Laura]

[tom de voz explicativo]

A Idade Moderna no Ocidente aconteceu entre os séculos XV e XVIII. Nesse período, houve diversas mudanças na estrutura da sociedade europeia.

[Rodrigo]

[tom de voz explicativo]

De modo geral, é possível dizer que essa era moderna foi marcada por transformações na mentalidade, na prática política, nas expressões artísticas, na cultura e na religião.

[Laura]

[tom de voz explicativo]

Um olhar histórico mais amplo mostra que, antes, no período medieval, o poder político era fragmentado. Foi a modernidade que trouxe a unificação e a centralização desse poder.

[Rodrigo]

[tom de voz explicativo]

Isso gerou mudanças políticas, sociais e filosóficas, que impactaram o cotidiano das pessoas e suas práticas coletivas.

[Laura]

[tom de voz explicativo]

Como consequência, houve a unificação de pesos e medidas, a adoção de políticas expansionistas, transformações na organização social e o poder centralizado na figura do rei.

[Rodrigo]

[tom de voz explicativo]

Graças a isso, o comércio teve um grande desenvolvimento nesse novo panorama moderno.

[Laura]

[tom de voz reflexivo]

É, Rodrigo, acho que agora dá para ver como o termo “moderno” é muitas vezes usado sem rigor histórico, não é?

[Rodrigo]

[tom de voz explicativo]

Isso mesmo, Laura. Por isso é fundamental a gente compreender esse conceito, principalmente quando pensamos na história de regiões não europeias.

[Laura]

[tom de voz animado]

Isso nos traz de volta ao tema de hoje. Vamos entender melhor como foi a modernidade chinesa.

[Rodrigo]

[tom de voz interrogativo]

Bem, com base nessas definições, a gente pode dizer que a modernidade chegou à China muito antes que à Europa, não é?

[Laura]

[tom de voz explicativo]

Exatamente. Durante a Dinastia Zhou oriental, que se estendeu entre os séculos VIII a.C. e III a.C., diversos reinos entraram em conflito com objetivos expansionistas.

[Rodrigo]

[tom de voz explicativo]

Esse momento ficou conhecido como período dos Reinos Combatentes. Como resultado desses confrontos, uma nova dinastia acabou assumindo o poder.

[Laura]

[tom de voz explicativo]

A partir de 221 a.C., o governante do reino Qin unificou os territórios conquistados e fundou o Império Qin. Ao assumir o poder, ele adotou uma série de medidas para organizar a administração.

[Rodrigo]

[tom de voz explicativo]

Entre elas, merece destaque a divisão do território em províncias, sendo cada uma governada por três pessoas. E ainda houve a unificação da moeda, da escrita e do sistema de pesos e medidas.

[Laura]

[tom de voz explicativo]

Além das agitações políticas, nesse período havia grande efervescência cultural. Foi quando surgiram Lao Tsé e Confúcio, dois pensadores que se tornaram muito influentes e inauguraram uma nova mentalidade na cultura chinesa.

[Rodrigo]

[tom de voz explicativo, reflexivo]

Lao Tsé e Confúcio valorizavam a vida simples, o respeito ao outro e à natureza. Eles defendiam a necessidade de valores éticos e regras para reger a vida em sociedade, com senso de justiça e honradez.

[Laura]

[tom de voz explicativo]

Bem, ainda no período dos Reinos Combatentes, foram construídas diversas muralhas para proteger os territórios de cada reino.

[Rodrigo]

[tom de voz explicativo, impressionado]

O novo imperador, então, ordenou que essas muralhas fossem interligadas, como símbolo da unificação. Isso foi feito, e elas se transformaram em uma única e grande muralha de 3 mil quilômetros de extensão!

[Laura]

[tom de voz explicativo]

Impressionante! Mas não parou por aí. A Grande Muralha da China continuou a ser construída durante séculos. No século XVII, ela chegou a ter cerca de 20 mil quilômetros de extensão.

[Rodrigo]

[tom de voz explicativo]

Incrível! Mas, hoje, restam pouco menos de 7 mil quilômetros da Muralha, que foi considerada Patrimônio Mundial pela Unesco, por sua importância histórica e seu valor arquitetônico.

[Laura]

[tom de voz explicativo, de admiração]

Sim. A Grande Muralha da China simboliza a modernidade chinesa. E é uma das maiores estruturas que o ser humano já criou.

[Rodrigo]

[tom de voz explicativo, conclusivo]

Eu diria que essa monumentalidade está em sintonia com a grandiosidade do país. Afinal, a população da China é a maior do planeta, com uma imensa pluralidade cultural.

[Laura]

[tom de voz explicativo]

Mas que também convive com disparidades sociais e econômicas, não é?

[Rodrigo]

[tom de voz de encerramento]

É verdade. Bem, acho que nosso tempo acabou.

[Laura]

[tom de voz de encerramento]

Aproveitem para pesquisar mais sobre a China e descobrir outros aspectos importantes desse país. Até mais!

[Rodrigo]

[tom de voz de encerramento]

Até a próxima, pessoal.

[Narrador]

O áudio inserido neste conteúdo é da Freesound.

A Grande Muralha da China

Durante o período dos Reinos Combatentes, várias muralhas foram construídas para proteger os limites territoriais de cada reino. O imperador tchin ordenou que essas muralhas fossem interligadas, transformando-as em uma única e grande barreira com aproximadamente 3 mil quilômetros de extensão.

Outros governantes continuaram a construção dessa muralha, que atingiu a extensão de aproximadamente 20 mil quilômetros no século dezessete. Atualmente, ainda existem cêrca de 7 mil quilômetros da Grande Muralha da China, que é considerada pêla unêsco um Patrimônio Mundial por sua importância histórica e por seu valor arquitetônico.

Fotografia. Uma via com escadaria no meio de uma grande muralha localizada em um monte elevado. Há pessoas na escadaria. A muralha se estende por um longo trecho no horizonte.
Vista de um trecho da Muralha da China, em 2020.

A dinastia

Após a morte do imperador tchin , houve um período de instabilidade e de revoltas, até que restabeleceu o Império e iniciou outra dinastia, chamada . O período dessa dinastia, entre os anos de 206 antes de Cristo e 220 Depois de Cristo, é considerado o mais longo da história da China, e foi marcado pêla consolidação do Império e de seu sistema administrativo.

A vida no campo

A maioria da população vivia no campo, dedicando-se às atividades agrícolas, à caça, à pesca e à criação de animais. Os campos cultiváveis geralmente pertenciam aos ricos proprietários de terra. Os camponeses pagavam a êles altos impostos para poder morar e trabalhar nesses espaços.

Na região sul do Império, o cultivo de arroz era uma das principais atividades agrícolas. O arroz era a base da alimentação dos chineses, tanto dos ricos como dos pobres. Era um alimento nutritivo e fácil de preparar e de estocar.

Ilustração. À esquerda, pessoas de pé, ao lado, dois bois. Sobreposto à letra 'C'. À direita, moradias de madeira e barro com telhado de palha. Sobreposto à letra 'D'. Seguido, um cercado com porcos e, ao lado, uma pequena plantação onde uma pessoa trabalha. No fundo e à esquerda, morro com cortes na vertical, com água e plantação de arroz. Sobreposto à letra 'A'. Ao Fundo e à direita, um rio. Sobreposto à letra 'B'.

Esta ilustração é uma representação artística contemporânea produzida com base em estudos históricos.

Fontes de pesquisa: xáfer, . China Antiga. Tradução: Maria de Lourdes Campos Campello. Rio de Janeiro: José Olympio, 1986. página 44. (Biblioteca de História Universal – Life).

Rós, . China Antiga. Tradução: Érico Assis. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2009. página 1011. (Histórias da Antiguidade).

 A.  O arroz era cultivado em aterrosglossário localizados nas encostas dos morros.

 B.  O rio fornecia a água para a irrigação dos arrozais, além de peixes para a alimentação da população.

 C.  Bois e vacas eram utilizados para puxar arados ou para transportar a colheita.

 D.  As moradias da maioria dos camponeses eram muito simples, geralmente construídas com paredes de barro com tábuas de madeira e teto de palha e bambu.

A vida na cidade

Durante o período , uma das cidades mais importantes da China foi , a capital do Império e onde se localizava o palácio do imperador. Era uma cidade cercada por muros de até 16 metros de espessura, com 12 portões de entrada e saí­da, vigiados por guardas armados.

Na cidade, havia 12 ruas principais, que eram mais largas. Nesses locais, comerciantes ofereciam seus produtos em barracas e artistas ambulantes faziam suas apresentações.

Ilustração. À esquerda, moradias de   madeira, uma do lado da outra. Sobreposto à letra 'A'. Centralizado, uma casa grande com várias janelas. Sobreposto à letra 'B'. Atrás, pátio com várias crianças sentadas e um adulto. Atrás deles, uma árvore grande. Sobreposto à letra 'C'. À direita, encostadas em uma construção, duas bancas com diversos objetos expostos. Sobreposto à letra 'D'. Na rua em frente à banca, há uma árvore com flores cor de rosa e diversas pessoas caminhando e olhando os objetos em exposição nas bancas.

Esta ilustração é uma representação artística contemporânea produzida com base em estudos históricos.

Fonte de pesquisa: , Tiã. Ao longo do rio durante o festival de . Pintura panorâmica em rolo de pergaminho, ​25,5 centímetrospor525 . Museu do palácio de Pequim.

 A.  A maioria das moradias e dos estabelecimentos comerciais era construída em madeira e taipaglossário .

 B.  As moradias das pessoas mais ricas costumavam ser maiores e mais espaçosas. Muitas delas tinham um pátio interno, a céu aberto, como espaço de convivência.

 C.  Nas escolas, as crianças de famílias mais ricas estudavam disciplinas como Música, Geografia e Caligrafia. Muitas crianças tinham aulas em casa com professores particulares.

 D.  Diversos produtos eram vendidos nos estabelecimentos comerciais, como alimentos, tecidos, pequenos animais e artesanatos. Muitos dêsses produtos eram trazidos de outros lugares do mundo.

Taoismo e confucionismo

Nos séculos seis antes de Cristo e cinco antes de Cristo, dois pensadores influenciaram a religiosidade e a filosofia chinesas: e Confúcio. pensadores difundiram ideias que até os dias atuais fazem parte do cotidiano de muitas pessoas.

e Confúcio viveram em um período marcado por crises políticas e econômicas, guerras e grande desigualdade social. Diante disso, êles buscavam apontar caminhos para superar as dificuldades pêlas quais a sociedade chinesa passava.

afirmava que era necessário que o govêrno fosse realmente bom e justo para a população. êle pregava a ideia de uma vida simples e em harmonia com a natureza.

O meio pêlo qual as pessoas poderiam alcançar êsse ideal seria o Táo, palavra chinesa que em português significa “o caminho”.

Ilustração. Lao Tsé, homem, com cabelos longos e liso, bigode e barba, usando sapatos e tecidos azul e vermelho ao redor do corpo.
Representação de . Gravura de artista desconhecido, século dezenove.

O yine o yang

Os seguidores do Táo são conhecidos como taoistas. Para êles, tudo o que existe contém uma energia vital compartilhada por todos, o . Essa energia vital é feita de duas fôrças opostas e complementares: o (escuro, frio, negativo) e o (claro, quente, positivo).

Leia o texto a seguir, que aborda a questão do equilíbrio entre o e o .

Ilustração. Símbolo yin e yang. Um círculo com uma linha sinuosa no meio. À esquerda, fundo preto com um círculo branco. À direita, fundo branco com um círculo preto.
Símbolo do e .

reticências Cada elemento possui um pouco do outro. Assim, o positivo tem um pouco do negativo, o masculino um pouco do feminino, o quente um pouco do frioreticências

Quando esse equilíbrio se rompe, surge a desordem, a confusão, a destruição das fórmas e a doença. Recuperar a saúde reticências é recuperar o equilíbrio, o Táo. reticências

CISALPINO, Murilo. Religiões. São Paulo: Scipione, 2004. página 38.

Ícone 'Atividade oral'.

Questão 3.

Relacione o texto com o símbolo do e . O que o autor quis dizer com a frase “Cada elemento possui um pouco do outro”?

Confúcio

Para Confúcio, a felicidade e o bem-estar das pessoas só poderiam ser alcançados por meio da obediência a algumas regras fundamentais.

êle acreditava que tanto os governantes como o povo deviam seguir um código de conduta que visava à boa convivência em sociedade. Valores e regras, como respeito aos pais e aos antepassados, senso de justiça e honradez, seriam responsáveis por uma convivência mais harmoniosa entre as pessoas.

Assim, todos deveriam buscar o aperfeiçoamento pessoal por meio da educação. Um governante deveria ser bem instruído e qualificado para governar com honestidade e de acôrdo com as necessidades do povo, caso contrário, era dever de outros intelectuais corrigi-lo ou substituí-lo.

Confucionismo e educação

Para Confúcio, a educação deveria estar ao alcance de todos, independentemente da condição social. Por meio da educação, as pessoas poderiam compreender a importância do respeito em relação ao outro. Essa preocupação influenciou os chineses por séculos. Até hoje, diversos valores e condutas relacionados às ideias do confucionismo ainda são valorizados na educação chinesa.

Fotografia. Crianças usando um quimono cinza, saia azul e um tecido vermelho amarrado na cintura. Na parte superior, as crianças estão de mãos dadas com os braços voltados para baixo. Na parte inferior, as crianças estão com os braços estendidos para cima.
Alunos em uma cerimônia para celebrar o 2571º aniversário de Confúcio, em , um Templo Confucionista, cidade de , China, em 2020.

Artes marciais chinesas

Você já viu em filmes, jogos ou desenhos animados, por exemplo, pessoas praticando artes marciais? Já imaginou quando e por que essas atividades foram criadas?

Uma grande variedade de estilos de artes marciaisglossário se desenvolveu na China desde a Antiguidade. Acredita-se que as técnicas marciais chinesas foram desenvolvidas para a defesa contra ataques inimigos. Ao longo do tempo, elas foram aprimoradas e os treinos passaram a incluir ensinamentos filosóficos, valorizando a conduta moralglossário de seus praticantes e a preservação da saúde.

As artes marciais chinesas recebem o nome de uúchu. Elas foram difundidas por diversos países e, no Brasil, são conhecidas como . Conheça a seguir um pouco mais sôbre as artes marciais chinesas.

Observação da natureza

Diversas técnicas dos estilos de foram desenvolvidas por meio da observação da natureza. Animais como o tigre, a garça e a serpente inspiraram a criação de movimentos que utilizam fôrça, agilidade e precisão.

O shaolin

Um dos estilos mais conhecidos de kun fu foi desenvolvido em um antigo templo budista, o Templo . Os monges budistas treinavam kun fu com o objetivo de defender o templo. Além disso, a prática dessa luta contribuía para a saúde do corpo e da mente.

O tem como principais características a agilidade e a fôrça física de seus praticantes.

Fotografia. Crianças vestindo uniforme vermelho. Elas estão agachadas com uma das pernas estendidas. O braço esquerdo está na frente do corpo, com a palma da mão aberta. O braço direito está estendido para trás.
Crianças praticando em instituto de artes marciais , em , China, em 2017.

Artes marciais taoistas

Alguns estilos de artes marciais foram influenciados pêla filosofia taoista. Suas práticas dedicam maior atenção às técnicas de respiração, circulação e equilíbrio das energias do corpo.

Entre os estilos mais conhecidos dessas artes marciais está o tai chí chuan.

Fotografia. Pessoas usando uniformes. Elas estão com as pernas afastadas, joelhos flexionados, a mão direita estendida para o lado e a mão esquerda perto do peito.
Praticantes de tái na cidade de , China, em 2021.

A popularização do

A partir da década de 1960, o passou a ser difundido com mais intensidade em outras regiões do mundo. Muitos filmes e séries de televisão, por exemplo, ajudaram a divulgar as artes marciais chinesas.

Ilustração. Um panda vestindo um short. Ele está saltando com as pernas afastadas. O punho esquerdo está fechado e direcionado para a frente do corpo.
Mestre , personagem principal da animação Panda, de marqui e Djón steven san, produzido em 2008.

As escolas tradicionais de kun fu

Parte do que conhecemos atualmente sôbre as artes marciais chinesas se deve às escolas tradicionais de kun fu.

Um dos aspectos fundamentais do kun fu ensinados nas escolas tradicionais é a formação de indivíduos que sigam uma filosofia de vida e uma conduta moral baseadas em princípios como a não violência, a autodefesa e a defesa do próximo, além da busca por aperfeiçoamento pessoal, tanto físico como mental.

Atividades

Faça as atividades no caderno.

Organizando os conhecimentos

  1. Explique o que foi o período dos Reinos Combatentes na história da China.
  2. Cite algumas transformações ocorridas na China durante o govêrno do imperador tchin .
  3. De acôrdo com a filosofia taoista, explique o que são o Táo, o e o .
  4. Durante a dinastia , qual era a base da alimentação chinesa para aqueles que viviam no campo?

Aprofundando os conhecimentos

5. Leia o texto a seguir e, depois, responda às questões.

reticências

A filosofia de Confúcio se baseia no conceito de , têrmu que pode ser traduzido por “benevolência” ou “humanismo”. Para êle, um sábio deve medir suas ações tendo em vista o bem da humanidade – tanto as gerações presentes quanto as futuras. êsse apêlo ao altruísmo universal se resume na máxima cunhada pêlo mestre 400 anos antes de Jesus Cristo: “Não faças aos outros o que não desejes que te façam”. Outro conceito essencial do confucionismo é o , que pode ser traduzido como “ordenamento social”. Confúcio acreditava que só poderia haver harmonia entre os homens se cada indivíduo seguisse à risca as normas de sua sociedade – incluindo respeito à hierarquia e etiqueta.

reticências

BOTELHO, José Francisco. A fé que move a China. Superinteressante, São Paulo, Abril, 31 . 2016. pê ponto 21.

  1. Explique o que significam os conceitos de e , nos quais a filosofia confucionista se baseia.
  2. Como Confúcio interpreta a prática dêsses conceitos?
  3. Qual é a frase de autoria de Confúcio que resume seu apêlo ao altruísmo universal?
  4. De que maneira Confúcio idealiza a harmonia entre os seres humanos?

6. Leia o texto a seguir, que trata do comércio estabelecido na chamada Rota da Seda, na época da dinastia , entre os chineses e outros povos. Depois, analise o mapa e responda às questões.

reticências

lógo começou-se a ouvir o ruído das caravanas que atravessavam a região entre a montanhas do Tibete e os desertos do norte, passavam pêlas cidades mais tarde conhecidas com e e chegavam à , onde as mercadorias chinesas eram negociadas com persas, e levadas para o Mediterrâneo. A seda era o produto chinês mais cobiçado. Missões comerciais patrocinadas pêlo govêrno exportavam seda bruta e tecidos prontos. As caravanas levavam também ouro, canela e peles e traziam vinho, especiarias, linho, cavalos, roupas de lã e alimentos exóticos, como romãs, favas e gergelim.

reticências

, Enri (.). Impérios em ascensão: 400 antes de Cristo-200 Depois de Cristo Tradução: Pedro Paulo Poppovic. Rio de Janeiro: Cidade Cultural, 1990. página 149. (Coleção História em Revista).

A Rota da Seda (cerca do ano 100)

Mapa. A Rota da Seda (cerca do ano 100). Mapa territorial destacando partes da Europa, África e Ásia. 

A rota se divide em três caminhos diferentes à partir de Veneza, na Europa, em direção à Samarcanda, na Ásia. O primeiro passa por Roma e atravessa o Mar Mediterrâneo até Akka e Samarcanda, na Ásia.

O segundo, sai de Veneza, passa perto do Rio Danúbio, por Constantinopla e segue pela Ásia até Samarcanda. 

O terceiro, sai de Veneza, atravessa o Rio Volga, o Rio Ural e o Rio Oxus até chegar à Samarcanda. 

De Samarcanda, os caminhos chegam até Kashgar, onde a rota se bifurca. Um caminho passa por Dunhuang e Ningxia até chegar à Changan. O outro sai de Kashgar até Changan.

Na parte inferior à direita, planisfério destacando, parte da África, Europa e Ásia. Acima, representação da rosa dos ventos e escala de 600 quilômetros por centímetro.

Fonte de pesquisa: Táo, uãng. Explorando a China. São Paulo: Ática, 1996. página 14.

  1. De acôrdo com o texto, quais eram os principais produtos transportados pêlas caravanas da Rota da Seda?
  2. Conforme o mapa, por quais regiões passava a Rota da Seda?
  3. Segundo o mapa, a maior parte dos caminhos da Rota da Seda era terrestre. Havia, porém, um trecho marítimo. Identifique êsse trecho e escreva no caderno o nome do mar que êle atravessava.
  4. Cite o nome de duas cidades da Europa que recebiam produtos da Rota da Seda.

Glossário

Província
: divisão territorial administrada por governantes indicados pêlo imperador.
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Aterro
: obra que consiste em transformar uma área alagada em um terreno firme por meio da colocação de camadas de terra.
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Taipa
: processo de construção de paredes em que é utilizado barro amassado para preencher armações de madeira ou bambu.
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Marcial
: relativo à guerra.
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Conduta moral
: nesse caso, conjunto de regras e comportamentos que devem ser seguidos pelos praticantes.
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