UNIDADE 7 O Brasil colonial

Fotografia. No primeiro plano, há um homem, com camisa, chapéu e saia cor-de-rosa, segurando um estandarte decorado com fitas coloridas e flores. No estandarte, há a imagem de um homem usando batina marrom, segurando uma criança no colo e o texto: São Bento. Atrás, várias pessoas com roupas coloridas.
Apresentação do grupo Terno de Congo de Sainha Irmãos Paiva de Santo Antônio da Alegria, durante o Festival da Cultura Paulista Tradicional, na cidade de São Paulo, em 2018.

Em meados do século dezesseis, os engenhos de açúcar ganharam importância na economia colonial portuguesa desenvolvida na América.

Nesse período, pessoas de diversas etnias começaram a ser trazidas da África para a Colônia a fim de trabalharem na condição de pessoas escravizadas. povos, no entanto, resistiram intensamente à escravidão, e suas contribuições para a formação do povo e da cultura de nosso país são marcantes, como podemos perceber até hoje.

Iniciando a conversa

  1. A Congada é uma festa popular afro-brasileira que surgiu durante o período colonial. Em sua opinião, por que festas da época colonial são realizadas ainda na atualidade?
  2. No lugar onde você mora ocorrem festas ou outras manifestações culturais no espaço público? Quais? Onde? Explique.

Agora vamos estudar...

  • a escravidão colonial;
  • o desenvolvimento dos engenhos de açúcar;
  • a resistência à escravidão;
  • aspectos da sociedade no Brasil colonial;
  • a presença dos holandeses no Brasil e sua expulsão do território.

CAPÍTULO 15 A escravidão e a produção de açúcar

Desde o início do século quinze, os portugueses mantinham relações comerciais com povos africanos, negociando pessoas escravizadas e produtos como metais, pedras preciosas, tecidos, joias, ferramentas e armas. Nessa época, êles já utilizavam a mão de obra escravizada africana em várias de suas colônias, como em Açores e na ilha da Madeira.

Na segunda metade do século dezesseis, com a instalação dos engenhos para a produção de açúcar, os portugueses passaram a trazer pessoas de diversas etnias da África, na condição de escravizados, para trabalhar em sua colônia na América.

Uma atividade lucrativa

A utilização da mão de obra escravizada foi altamente lucrativa para a Coroa portuguesa. Além de aumentar a produtividade das colônias, a Coroa lucrava com a cobrança de impostos sôbre o comércio de escravizados.

Os traficantes de escravizados, também conhecidos como negreiros, eram responsáveis por trazer os cativos da África para a América. Na costa africana, os negreiros trocavam pessoas escravizadas por diversas mercadorias, como aguardente, tabaco, armas e produtos têxteis.

Comércio de pessoas escravizadas (séculos XVI-XIX)

Mapa. Comércio de pessoas escravizadas (séculos 16-19). Mapa territorial destacando parte da América do Sul e África. Conforme a legenda: Principais rotas do comércio de pessoas escravizadas para o Brasil, do século 16 ao 19: Linhas vermelhas representando as rotas entre a África e o Brasil: Rota direta de Moçambique (África) em direção ao Rio de Janeiro (Brasil). Rota interligada entre Cassanje, Cabinda, Luanda, São Tomé, Lagos, Ajudá, São Jorge da Mina, Bissau, e ilhas de Cabo Verde, saindo de Benguela (África) em direção ao Rio de Janeiro e Recife. Rota interligada entre Benguela, Cassanje, Cabinda, São Tomé, Lagos, Ajudá, São Jorge da Mina, Bissau e ilhas de Cabo Verde, saindo de Luanda (África) em direção ao Rio de Janeiro e Recife (Brasil). Rota interligada entre Benguela, Cassanje, Luanda, Cabinda, São Tomé, Lagos, Ajudá, Bissau e ilhas de Cabo Verde, saindo de São Jorge de Mina (África) em direção à Salvador e São Luís (Brasil). Rota interligada entre Benguela, Cassanje, Luanda, Cabinda, São Tomé, Lagos, Ajudá e São Jorge da Mina, saindo de Bissau e ilhas de Cabo Verde (África) em direção à Belém (Brasil). Na parte superior, à esquerda, planisfério destacando parte da África e América do Sul. Ao lado, representação da rosa dos ventos e, abaixo, escala de 950 quilômetros por centímetro.

Fonte de pesquisa: SOUZA, Marina de Mello e. África e Brasil africano. São Paulo: Ática, 2006. página 82.

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Questão 1.

Quais eram as cidades de destino das rotas do comércio que saíam do continente africano?

O tráfico humano

Com o crescimento da economia açucareira por volta de 1570, na atual Região Nordeste, houve maior necessidade de mão de obra, fato que aumentou o número de pessoas escravizadas trazidas para a Colônia. Acompanhe a seguir a trajetória dessas pessoas até o Brasil.

Os chamados pombeiros capturavam pessoas no interior da África e as levavam até as feitorias, onde ficavam aprisionadas.

Gravura em preto e branco 1. Um grupo de pessoas negras amarradas pelo pescoço por um bastão longo, estão caminhando sobre vegetação. Em volta, pessoas com objetos na mão observando.
Sem título, de adjetivo . Gravura, século dezenove.

Nas feitorias, as pessoas escravizadas eram vendidas e embarcadas nos chamados navios negreiros. As viagens eram feitas em condições insalubres e levavam meses. Muitos escravizados morriam durante o trajeto.

Litografia 2. Vista interna de uma embarcação de madeira com diversas pessoas negras, sentadas no chão e em beliches, uma do lado da outra. Algumas pessoas estão sem vestes e outras com tecidos ao redor da cintura. Ao centro, um homem negro, em pé, com as mãos erguidas segurando um pequeno objeto em direção à uma abertura no convés. Ao lado, dois homens brancos com roupas coloridas. Um deles segura um lampião.
Negros no fundo do porão, de iôrrán Mórits rugêndas. Litografia, 51,3centímetrospor35,5centímetros, 1835.

Ao chegarem à Colônia, os escravizados eram desembarcados e conduzidos até a alfândegaglossário . Depois de registrá-los, os traficantes pagavam os impostos e os levavam aos mercados para serem vendidos.

Litogravura 3. Vista de um porto. Pessoas negras em uma embarcação pequena a remo. À esquerda, uma construção aberta, com homens, vestindo roupas coloridas, sentados em uma mesa com cadeiras. Ao fundo, embarcações a vela na água.
Desembarque, de iôrrán Mórits rugêndas. Litografia, 23,2centímetrospor33centímetros, 1835.

Nos mercados, os escravizados eram exibidos aos compradores. Os preços variavam de acôrdo com a idade, o tipo físico, o sexo e outros fatores. Muitas famílias eram separadas nesse momento.

Litogravura 4. Vista de um cômodo grande. Pessoas negras, com tecido colorido ao redor do corpo, estão sentadas em bancos e no chão. À direita, um homem, usando chapéu, camisa e calça, está de pé, se apoiando em uma bengala. Ao lado, uma pessoa, robusta com camiseta, calça e tecido na cabeça, está sentada em uma cadeira grande de madeira. O cômodo tem detalhes de madeira no teto e portas verdes.
Mercado de escravos do Valongo, de Jean Batísti debrê. Litogravura, 17,5cm×25,5cm, 1835.

Uma nova lógica de escravidão

Antes do século dezesseis, já havia escravidão, porém em menor proporção. Na Antiguidade, muitas sociedades, como as dos gregos e dos hebreus, escravizavam pessoas estrangeiras, geralmente prisioneiros de guerra. Nessa época, a diferença de etnia ou de côr de pele não era determinante para a distinção entre pessoas que podiam ou não ser escravizadas.

Durante a Idade Média, na Europa, a escravidão ocorria em menor escala. A maior parte do trabalho era exercida por servos que tinham uma relação de fidelidade com o senhor feudal e trabalhavam em suas terras em troca de proteção.

A partir do século dezesseis, o mercantilismo incentivou as nações europeias a buscar riquezas nas colônias, aumentando a necessidade de mão de obra nesses territórios. Assim, elevou-se consideravelmente a procura por escravizados, tornando a escravização uma atividade altamente lucrativa.

Sítio arqueológico Cais do Valongo

Em 2017, o Cais do Valongo, no Rio de Janeiro, tornou-se um sítio arqueológico reconhecido como Patrimônio Mundial pêla Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (unêsco).

No século dezenove, o Cais do Valongo, localizado na antiga zona portuária do Rio de Janeiro, chegou a receber mais de 900 mil pessoas escravizadas, vindas de diversas regiões da África. De acôrdo com a unêsco:

O Cais do Valongo é um exemplo de sítio histórico sensível, que desperta a memória de eventos traumáticos e dolorosos e que lida com a história de violação de direitos humanos. Portanto, o Cais do Valongo materializa memórias que remetem a aspectos de dor e sobrevivência na história dos antepassados dos afrodescendentes, que hoje totalizam mais da metade da população brasileira e marcam as sociedades de outros países do continente americano.

PATRIMÔNIO Mundial no Brasil. unêsco. Disponível em: https://oeds.link/5wrMAP. Acesso em: 31 março 2022.

Fotografia. No primeiro plano, ruínas de pedra. Ao fundo, monumento em formato cilíndrico com uma esfera no topo.
Cais do Valongo, cidade do Rio de Janeiro, em 2021.

O engenho açucareiro

Grande parte das pessoas escravizadas que eram compradas nos mercados de escravizados nas cidades costumava ser enviada para trabalhar nas propriedades açucareiras, onde era plantada a cana e produzido o açúcar.

Engenho era o nome dado à unidade produtiva utilizada para o beneficiamento do açúcar. Com o passar do tempo, êsse têrmu passou a ser utilizado para denominar toda a propriedade açucareira.

O dono da propriedade açucareira era conhecido como senhor de engenho e sua residência era a casa-grande, onde êle, sua família e alguns agregadosglossário moravam.

Após longas e extenuantes jornadas de trabalho, os escravizados alojavam-se na senzala, construção muito simples, geralmente feita de taipa e coberta com um tipo de capim chamado sapê. Na senzala, os escravizados dormiam no chão, sôbre esteiras de palha ou em camas improvisadas com tábuas.

A pintura a seguir representa os principais elementos de um engenho.

Pintura. Vista de uma área rural. À esquerda, uma pequena construção com telhado marrom. Sobreposto à letra 'A'. Ao lado, pátio com diversas pessoas negras. Seguido, um galpão grande, com colunas e arcos. Sobreposto à letra 'B'. Acima e à direita, uma casa de dois andares com muitas janelas e porta. Sobreposto à letra 'C'. Ao lado, fachada de uma construção com uma cruz no topo. Sobreposto à letra 'D'. Ao fundo, um corpo de água, construções e vegetação.
Paisagem com plantação (O engenho), de pôst. Óleo sôbre tela, 71,5centímetrospor91,5centímetros, 1668. (Detalhe).

A. Senzala.

B. Engenho.

C. Casa-grande.

D. Capela.

O valioso açúcar

Você sabia que, antes do período colonial, o açúcar era um produto tão valioso que era vendido em gramas e dado de presente em datas especiais? êle era considerado um artigo de luxo na sociedade europeia. Por que será que isso mudou?

No século dezesseis, com o aumento da produção na Colônia, êle passou a ser um produto amplamente consumido na Europa. No Brasil, o início do plantio de mudas de cana-de-açúcar e a construção dos primeiros engenhos ocorreram em 1532. O solo fértil de massapêglossário da região litorânea do nordeste da Colônia contribuiu para o aumento da produção. No início do século dezessete, já havia aproximadamente 230 engenhos instalados no Brasil.

Nas grandes propriedades rurais, as plantações de cana foram organizadas sob o sistema de monocultura, isto é, voltavam-se para a produção em larga escala e exportação de um único produto. Para garantir os altos lucros com a produção colonial do açúcar, os portugueses exerciam o monopólio comercial, ou seja, tinham exclusividade de realizar negócios na Colônia. Veja a seguir as principais etapas de produção do açúcar.

Após o plantio e a colheita, a cana era levada até as moendas em carros de boi. Na moenda, era feita a extração do caldo da cana.

Ilustração 1. Destacando as mãos de uma pessoa negra, segurando vários caules de cana-de-açúcar em direção à duas engrenagens.

O caldo da cana era cozido na fornalha sob a supervisão do mestre do açúcar. Depois de horas no fogo, formava-se o melaço.

Ilustração 2. Destacando as mãos de uma pessoa negra segurando uma escumadeira em um tacho com caldo da cana. Está saindo fumaça do caldo.

O melaço era depositado em fórmas de barro para a purgação (purificação) até que se solidificasse.

Ilustração. 3. Destacando as mãos de uma pessoa negra segurando uma concha grande, despejando o caldo da cana-de-açúcar na direção de um pote. Ao lado, uma pessoa negra observando.

O açúcar era retirado das fórmas e separado. No processo de purgação, formava-se um açúcar com purezas diferentes: o claro, o mascavo e o escuro.

Ilustração 4. Destacando as mãos de duas pessoas negras segurando  martelos em direção à pedras de açúcar sobre a mesa.

Depois de sêco ao sol e embalado, o açúcar era transportado até o Pôrto, de onde era embarcado para a Europa.

Ilustração 5. Destacando uma pessoa negra carregando caixotes para uma carroça de madeira.

As ilustrações sôbre as etapas de produção do açúcar são representações artísticas contemporâneas produzidas com base em estudos históricos. Fonte de pesquisa: ANTONIL, André João. Cultura e opulência do Brasil. Belo Horizonte: Itatiaia, 1982. página 107-135. (Coleção Reconquista do Brasil).

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Questão 2.

Atualmente, em quais situações o açúcar é utilizado no dia a dia das pessoas?

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Questão 3.

Quais foram as suas impressões sôbre o processo de produção de açúcar representado nas ilustrações?

A mão de obra no engenho

O bom funcionamento de um engenho exigia a participação de muitas pessoas para a execução de diversas atividades.

No processo de produção do açúcar, os escravizados ficavam responsáveis pelos trabalhos mais pesados, para os quais eram necessários grandes esforços físicos. Assim, êles geralmente se dedicavam ao trabalho nas lavouras de cana, nas moendas e nas fornalhas.

Além dos escravizados, que constituíam a principal e mais numerosa mão de obra nos engenhos, havia também a participação dos trabalhadores livres, que exerciam funções especializadas no processo de produção do açúcar.

Confira a seguir as funções de alguns trabalhadores livres nos engenhos.

  • Os purgadores eram responsáveis pêlo processo de clareamento do açúcar.
  • Os mestres do açúcar verificavam a qualidade e o ponto adequado do melaço.
  • Os feitores eram os que supervisionavam o trabalho dos escravizados e conduziam a organização das etapas de produção do açúcar. êles eram responsáveis também, em grande parte, por aplicar os castigos nos escravizados considerados insubmissos.
  • Para dar suporte à produção açucareira, o engenho tinha ainda o trabalho dos artesãos, que desempenhavam funções como as de carpinteiros e de ferreiros, garantindo a manutenção das ferramentas e dos instrumentos de trabalho.

Uma parte das terras do engenho costumava ser destinada às roças de mandioca. A farinha de mandioca era obtida por meio de técnicas indígenas e constituía a base da alimentação dos trabalhadores do engenho.

Litografia. À esquerda, três mulheres negras, com tecido colorido ao redor do corpo, em pé e ao lado de um objeto cilíndrico que está no chão.  Ao lado, uma mulher negra, segurando com as mãos um cesto. À direita, pessoas e crianças negras, sentadas e cortando raízes. Perto delas, há um homem, usando chapéu, blusa e calça, observando as pessoas trabalhando. Ao fundo, pessoas negras ao redor de uma fornalha com fumaça
Preparo da raiz de mandioca, de iôrrán Mórits rugêndas. Litografia, 16centímetrospor20centímetros, 1835.

Os lavradores

Nem todas as plantações de cana-de-açúcar na Colônia pertenciam aos senhores de engenho. Havia ainda trabalhadores conhecidos como lavradores livres, que tinham plantações, mas não os equipamentos para produzir o açúcar. Nesses casos, êles podiam negociar com os senhores de engenho para vender a cana que cultivavam ou utilizar a estrutura do engenho para produzir açúcar. Havia também os lavradores obrigados, que viviam em terras arrendadasglossário e só tinham condições de cultivar a cana naquele local.

A resistência à escravidão

Os diversos povos africanos trazidos ao Brasil como escravizados e seus descendentes resistiram de várias maneiras ao regime de escravidão e às péssimas condições a que foram submetidos. êles procuraram manter, ao longo do tempo, sua dignidade, suas culturas e seus modos de vida.

A resistência era realizada de fórma individual ou coletiva. Individualmente, os escravizados podiam fugir, quebrar ferramentas, trabalhar em ritmo mais lento que o de costume, entre outras práticas. Quando agiam de modo coletivo, promoviam rebeliões, boicotes, sabotavam o engenho, queimavam plantações, planejavam grandes fugas etcétera

Além disso, os africanos escravizados resistiam preservando as tradições culturais de seu lugar de origem, como danças, cantos e rituais religiosos, mesmo quando eram proibidos de praticá-los.

Pintura. Pessoas negras enfileiradas. À esquerda, uma mulher, usando coroa, vestido rodado amarelo estampado, está segurando um objeto na mão. Ao lado, duas mulheres, com adereço com penas na cabeça, estão segurando um guarda-sol em direção à mulher com a coroa. À direita, um grupo de mulheres com roupas brancas e azuis, adereço com penas na cabeça, estão segurando com as mãos instrumentos musicais.
Coroação de uma rainha negra na Festa de Reis, de Carlos Julião. Aquarela, 45,5centímetrospor35centímetros, 1775.

As fugas de escravizados

As fugas foram um dos principais modos de resistência à escravidão. Dois tipos de fuga se destacaram durante o período colonial: as fugas de rompimento e as fugas reivindicatórias.

As fugas de rompimento consistiam no questionamento da prática escravista. Por meio delas, os escravizados burlavam a fiscalização dos feitores e dos funcionários dos engenhos, entrando nas matas ou passando a viver nas cidades. escravizados eram abrigados nos quilombos e recebiam ajuda das irmandades.

Pintura. À esquerda, mulheres negras, usando vestidos brancos, estão caminhando com trouxas na cabeça. Uma delas está segurando a mão de uma criança. À direita, um homem, usando chapéu, camisa e calça, está puxando pelo braço crianças negras com roupas brancas.
Fuga de escravos, de . Óleo sôbre madeira, 52centímetrospor33centímetros, 1859.

Já as fugas reivindicatórias eram as mais comuns. Os escravizados fugiam de seus espaços de trabalho como uma fórma de luta por melhores condições de trabalho ou redução dos castigos físicos. Um dos casos mais famosos dêsse tipo de fuga ocorreu no Engenho Santana, em Ilhéus, na Bahia, quando os escravizados fugidos apresentaram um conjunto de reivindicações aos senhores para que retornassem ao trabalho, como a troca dos feitores, as folgas aos finais de semana e a possibilidade de fazerem festas sem punições. Essas fugas também ocorriam quando os escravizados eram vendidos para outros senhores, mas queriam retornar para a rede de sociabilidade do antigo engenho.

A capoeira

A capoeira era uma fórma de luta e resistência física dos escravizados no período colonial. Ela era usada como modo de defesa e resistência contra a violência imposta pelos feitores e capitães do mato e também auxiliava nos processos de fuga.

Em 2014, a capoeira foi eleita Patrimônio Imaterial da Humanidade pêla unêsco, representando a identidade e a memória dos povos africanos e afrodescendentes.

Os quilombos

Outro modo importante de resistência foi a formação de agrupamentos que ficaram conhecidos como quilombos. locais chegaram a abrigar também indígenas e brancos pobres.

Geralmente, os quilombos situavam-se em locais de difícil acesso para dificultar as buscas pelos foragidos. Os quilombolas, como foram chamados os moradores de quilombos, cultivavam os próprios alimentos e criavam animais. Muitas vezes, o excedente era comercializado com as comunidades vizinhas.

Representação de moradores de um quilombo no período colonial. Ao fundo, vemos uma tôrre que possivelmente era usada para vigiar os arredores e proteger o quilombo.

Gravura. Ao centro, uma estrutura alta de madeira com uma escada. Abaixo, na margem de um corpo de água, há pessoas negras, usando tecido colorido ao redor da cintura, puxando uma corda para fora do corpo de água.
, de djêordji e . Gravura, 45centímetrospor55,5centímetros, 1647. (Detalhe).

Quilombo dos Palmares

Um dos maiores quilombos no Brasil foi o de Palmares, localizado no interior do atual estado de Alagoas. Estima-se que mais de 20 mil pessoas tenham vivido em Palmares, sob a liderança de Zumbi e sua espôsa, Dandara dos Palmares. Após resistir por anos aos ataques organizados pêla Coroa portuguesa, o quilombo foi destruído no final do século dezessete.

Zumbi dos Palmares morreu em 1695. A data de sua morte, 20 de novembro, foi instituída posteriormente como o Dia da Consciência Negra.

Ícone 'Atividade oral'.

Questão 4.

O que você sabe sôbre o Dia da Consciência Negra? Converse com os colegas a respeito do significado dessa data.

Escultura. Zumbi dos Palmares, homem negro usando short, está descalço com uma perna flexionada e segurando com a mão esquerda uma lança.
Monumento a Zumbi dos Palmares, de Márcia Magno, escultora ligada à Universidade Federal da Bahia. Escultura em bronze, 2,2 medida do de altura, 2008.

Quilombo do Quarterê

O Quilombo do Quarterê, localizado no Vale do Guaporé, atual estado do Mato Grosso, abrigava tanto escravizados foragidos como indígenas que buscavam se proteger dos ataques dos colonos, além de mestiços e brancos pobres. Liderados por José Piolho e depois por sua espôsa, Tereza de Benguela, êsse quilombo era bem organizado politicamente. Havia um conselho formado por representantes que ajudavam a deliberar diversos assuntos de interêsse da comunidade.

A líder Tereza de Benguela lutou bravamente contra os ataques dos exércitos coloniais até ser morta, em 25 de julho de 1770. Tereza de Benguela é lembrada até hoje por sua luta e sua coragem. A data de sua morte é reconhecida atualmente como Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra.

Nesse dia, em diversas cidades, são realizadas ações com o objetivo de promover a conscientização da importância da luta das mulheres negras como modo de combate ao racismo, ao preconceito, ao sexismo e às demais fórmas de opressão.

Fotografia. À esquerda, uma mulher segurando uma placa com a frase: Grumap Poder do Povo Negro. Ao lado, mulheres segurando uma faixa com a frase: Grumap em marcha contra o racismo, machismo e genocídio. Há duas flores desenhadas no cartaz.
Manifestação da Marcha Julho das Pretas em Salvador, Bahia, em 2019.

Trabalho e dignidade no período colonial

No período colonial, a população escravizada de origem africana era submetida a péssimas condições de vida e de trabalho. As jornadas diárias nos engenhos eram extensas e desgastantes. Em casos de insubordinação, as punições aplicadas aos escravizados eram violentas e desconsideravam a condição humana dessa população.

Mas, afinal, de que maneira os escravizados podiam lutar para manter sua dignidade diante das imposições às quais eram submetidos?

De acôrdo com o antropólogo kabenguelê e a pedagoga Nilma Lino Gomes, no livro O negro no Brasil hoje, de 2006, além das diferentes fórmasde resistência individual e coletiva, os grupos escravizados passaram, cada vez mais, a pressionar os senhores por condições dignas de vida, cobrando o fim de abusos, como castigos físicos e longas jornadas de trabalho. Os trabalhadores escravizados exigiam também melhoria na alimentação e no vestuário, remuneração pêlo trabalho realizado na terra dos senhores e independência para a manutenção das próprias roças e do comércio do que produziam.

Mesmo nessas circunstâncias, os escravizados agiam com persistência e lutavam diariamente por sua dignidade. êsse valor está ligado à fórma como somos tratados. É muito importante que todas as pessoas possam ser valorizadas e ter sua integridade física, sua cultura, sua personalidade e outras características tratadas com respeito.

Litografia. À esquerda, uma mulher e um homem negro sentados no chão. Seguido, uma mulher negra, com lenço no cabelo e usando vestido azul, está segurando uma criança no colo. Ao lado, uma moradia branca, com telhado feito com folhagens. Na porta, há uma mulher inclinada na direção de uma pessoa sentada em um tronco caído, encostada na parede da moradia. À direita, crianças, uma mulher sentada e um homem ajoelhado em uma esteira. Atrás, uma mulher carregando um vaso e uma criança segurando frutos de uma árvore. Ao redor, árvores frutíferas e vegetação.
Habitação de negros, de iôrrán Mórits rugêndas. Litografia, ​17,1centímetrospor25,4centímetros, 1835.

A questão afrodescendente nos dias atuais

Após a abolição da escravidão, ocorrida em 1888, não houve nenhuma política que visasse à integração da população negra à dinâmica da sociedade, de fórma que a maioria da população de ex-escravizados permaneceu às margens da sociedade, sem os mesmos benefícios e oportunidades oferecidos às demais pessoas. Com isso, a luta dos afrodescendentes pêla dignidade ampliou-se. Muito mais que melhores condições de vida, atualmente essa luta envolve a busca pêla igualdade de direitos e de oportunidades, em uma reivindicação permanente contra o racismo.

No Brasil, grande parte dos afrodescendentes recebe salários menores quando comparados aos da população que se autodenomina branca. De acôrdo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (pê nádi Contínua), realizada pêlo í bê gê É, em 2020, a média salarial de pessoas negras correspondiam a 53,36% da média salarial de pessoas brancas. Analise o gráfico a seguir.

Média salarial dos negros em relação aos brancos (2012-2020)

Gráfico. Média salarial dos negros em relação aos brancos (2012-2020). Gráfico em linha de Rendimento médio em reais por ano. Os dados são: 2012: Brancos: 1785, Negros: 943. 2013: Brancos: 1837, Negros: 993. 2014: Brancos: 1884, Negros: 1020. 2015: Brancos: 1818, Negros: 992. 2016: Brancos: 1849, Negros: 957. 2017: Brancos: 1843, Negros: 955. 2018: Brancos: 1921, Negros: 1002. 2019: Brancos: 1958, Negros: 1009. 2020: Brancos: 1842, Negros: 983.

Fonte de pesquisa: í bê gê É. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, 2020.

Agora, responda às questões a seguir.

Ícone 'Atividade oral'.

1. Em 2012, de quanto era a diferença de renda dos negros em relação aos brancos?

Ícone 'Atividade oral'.

2. É possível afirmar que a desigualdade de renda entre brancos e negros tem diminuído, aumentado ou permanece praticamente estável ao longo dos últimos anos? Como você chegou a essa conclusão?

Ícone 'Atividade oral'.

3. Em sua opinião, como é possível combater a desigualdade salarial entre negros e brancos no Brasil? Converse com os colegas.

A sociedade colonial

A sociedade colonial estava dividida em categorias bem definidas, principalmente entre os séculos dezesseis e dezessete, período em que a produção açucareira representou a atividade econômica mais lucrativa e importante da Colônia.

Nesse período, a economia baseava-se, sobretudo, na produção agrícola voltada para a exportação, organizada em grandes propriedades rurais, chamadas latifúndios, e na utilização de mão de obra escravizada. Dessa maneira, os grandes proprietários rurais descendentes de portugueses estavam entre os membros mais poderosos da sociedade, e somente êles podiam ocupar cargos públicos.

Os grandes comerciantes, que se dedicavam em especial às exportações, não possuíam o mesmo prestígio que os latifundiários, por isso, muitos deles, após enriquecer, compraram terras e engenhos.

Ocupando posição social de menor destaque, havia os trabalhadores livres, como professores, escrivães, pequenos comerciantes, ferreiros, alfaiates, pequenos lavradores e sapateiros.

Os escravizados, por sua vez, estavam na base da sociedade. Se no início da colo­nização suas atividades estavam essencialmente ligadas ao engenho de açúcar, ao longo do tempo, êles passaram a realizar trabalhos cada vez mais diversificados.

A Igreja católica teve papel de destaque nessa sociedade, sendo uma das grandes responsáveis por difundir os valores morais que deveriam ser seguidos pelos colonos. Seus membros desfrutavam de respeito e exerciam forte influência sôbre toda a sociedade.

Pintura. À esquerda, pátio de terra com pessoas negras e animais quadrúpedes puxando carroças. À direita, um galpão com moinho e fornalha. Acima, uma construção branca com várias janelas. Ao fundo, um corpo de água e vegetação.
Engenho de açúcar no Brasil, de pôst. Óleo sôbre tela, 117centímetrospor167centímetros, 1650. (Detalhe).

As mulheres na Colônia

A família patriarcalglossário era predominante nas camadas mais ricas da sociedade. As mulheres dessas famílias, de modo geral, eram educadas para casar, desempenhar o papel de mãe e cuidar dos afazeres do lar. Em algumas ocasiões, na ausência do marido, elas assumiam a administração da casa e dos bens.

As mulheres pobres costumavam realizar diversas tarefas e começavam a trabalhar ainda crianças. Além de cuidar dos serviços domésticos, muitas auxiliavam seus familiares na lavoura. Em geral, também estavam subordinadas a alguma figura masculina, como um membro da família ou um companheiro.

As mulheres escravizadas exerciam diversas atividades no campo e nas cidades. Muitas se dedicavam às atividades domésticas, como cozinhar, limpar, fiar, fazer renda e cuidar dos filhos dos senhores. Assim como as mulheres de outras camadas sociais, elas não recebiam qualquer tipo de educação formal.

A religiosidade

Os africanos escravizados trazidos para o Brasil tinham suas próprias religiões e divindades. Em nosso país, era comum que parte da comunidade católica interpretasse as religiões africanas como um tipo de feitiçaria, pois entendia que somente o seu deus e sua religião eram verdadeiros. Dessa maneira, as manifestações religiosas de origem africana costumavam ser reprimidas pêla Igreja.

Para manter suas tradições religiosas e evitar que fossem perseguidos, os escravizados passaram a associar as diferentes divindades de origem africana a santos católicos. dêsse modo, êles se convertiam à religião cristã, mas não deixavam de seguir suas crenças de origem.

Ao longo do tempo, a prática simultânea dessas diferentes crenças deu origem a novas religiosidades com elementos de culturas distintas, como a africana, a indígena e a cristã.

Fotografia. Escultura de uma mulher com manto branco, tecido vermelho ao redor do corpo e flores coloridas na base. Há uma pessoa carregando a escultura sobre a cabeça. Ao redor, há outras pessoas com os braços esticados tocando na escultura.
Celebração em homenagem a Santa Bárbara, em Salvador, Bahia, em 2021.

Atividades

Faça as atividades no caderno.

Organizando os conhecimentos

  1. As frases a seguir apresentam etapas do tráfico humano na época da escravidão no Brasil. Copie-as no caderno, colocando-as na ordem dos acontecimentos.
    1. Ao chegar à Colônia, os escravizados eram desembarcados e conduzidos até a alfândega, local onde eram feitos os registros e os pagamentos de impostos devidos. Depois, eram levados para os locais de venda, como os mercados.
    2. Os pombeiros capturavam e escravizavam as pessoas no interior da África e as levavam até as feitorias, onde eram trocadas por mercadorias de pouco valor.
    3. Nos mercados, os escravizados eram exibidos aos compradores, e, quando algum deles era vendido, geralmente acabava separado de sua família.
    4. Nas feitorias, as pessoas escravizadas eram vendidas e embarcadas nos navios negreiros destinados à Colônia.
  2. Imagine que você é um viajante que visitou um engenho no Brasil no século dezessete. Escreva uma carta para um amigo explicando como era e como funcionava um engenho de açúcar nessa época.
  3. A respeito da vida das mulheres na sociedade colonial, copie em seu caderno a alternativa correta.
    1. As mulheres pobres costumavam realizar diversas tarefas e começavam a trabalhar ainda crianças. Além de cuidar dos serviços domésticos, muitas auxiliavam seus familiares na lavoura.
    2. Todas as mulheres das famílias ricas recebiam educação formal e sempre assumiam os negócios da família após a morte do pai ou do marido.
    3. No período colonial, as mulheres raramente se subordinavam à autoridade masculina, pois as famílias coloniais seguiam uma linhagem matriarcal.
    4. As mulheres escravizadas exerciam exclusivamente o trabalho nas lavouras de cana no córte, quando era época de colheita, e na moenda, para preparar a matéria-prima do açúcar.

Aprofundando os conhecimentos

4. Analise o gráfico a seguir e, depois, responda às questões.

Preço do açúcar produzido no Brasil (1550-1750)

Gráfico. Preço do açúcar produzido no Brasil (1550-1750). Gráfico em linhas, de Arroba (em réis) por ano. Os dados são: Ano 1550: 480 réis a arroba. Ano 1575: 756 réis a arroba. Ano 1600: 1092 réis a arroba. Ano 1625: 629 réis a arroba. Ano 1650: 1376 réis a arroba. Ano 1675: 1220 réis a arroba. Ano 1700: 1980 réis a arroba. Ano 1725: 1692 réis a arroba. Ano 1750: 1273 réis a arroba.

Fonte de pesquisa: DEL PRIORE, Mary; VENÂNCIO, Renato. Uma história da vida rural no Brasil. Rio de Janeiro: Ediouro, 2006. página 35.

Arrobaglossário

  1. Qual foi o maior preço do açúcar registrado entre os anos de 1550 e 1625?
  2. Quantos anos se passaram entre o menor e o maior registro de preço apresentado nesse gráfico?
  3. De acôrdo com o gráfico e os conteúdos estudados no tópico O valioso açúcar, quantos anos se passaram desde que as primeiras mudas de cana foram plantadas no território até o açúcar atingir seu preço mais alto?

5. Leia o texto a seguir, que trata de aspectos da resistência dos escravizados no Brasil, e, depois, responda às questões.

reticências

Sobretudo depois de chegarem da África, os escravos começavam a sofrer um processo de destruição da sua antiga cultura. Eram batizados de fórma compulsória, passando a ser membros da Igreja católica. reticências Dessa maneira, desapareceram línguas, deuses e crenças religiosas, laços familiares, festas, usos e costumes, fórmas de organização social e política, e outras manifestações da cultura original dos cativos. Estes, no entanto, conseguiram preservar inúmeros de seus traços culturais, muitas vezes africanizando elementos da cultura dos brancos. É fato conhecido, por exemplo, que, para continuar no Brasil o culto das divindades africanas, os negros as identificaram a santos católicos, como São Jorge, São Benedito ou a Virgem Maria.

Um exemplo de prática cultural quase sempre proibida, mas mantida clandestinamente, foi a capoeira, misto de dança e luta reticências.

CAMPOS, Raymundo Carlos Bandeira. Debret: cenas de uma sociedade escravista. São Paulo: Atual, 2001. página 65.

  1. Como os colonizadores europeus procuravam controlar os povos dominados?
  2. De qual fórma de resistência dos africanos escravizados o autor trata no texto? Como ela ocorria?

6. Durante o período colonial, os escravizados desenvolveram diversas fórmas de resistência no Brasil. Analise a imagem a seguir e, depois, responda às questões.

Litografia. Ao centro dois homens negros, com roupas coloridas, um de frente para o outro. O homem da esquerda está com as pernas abertas e o corpo levemente inclinado para frente. O homem da direita está com um pé no chão, a outra perna flexionada e os braços levemente levantados. Ao redor, pessoas negras observando os dois homens. Entre elas, há uma mulher com um cesto de abacaxis sobre a cabeça, um homem sentado com um tambor e uma mulher, com uma panela, servindo um homem com uma tigela. Ao fundo, construções e vegetação.
Capoeira ou dança de guerra, de iôrrán Mórits rugêndas. Litografia, 16,7centímetrospor24,4centímetros, 1835.
  1. Qual é a atividade realizada pelos escravizados na imagem?
  2. De que modo essa atividade pode ser vista como uma fórma de resistência?
  3. Quais outros tipos de resistência dos escravizados podem ser identificados durante o Brasil colonial?
  4. Como os escravizados passaram a lutar por melhores condições de vida e de trabalho nesse contexto?
  1. Quanto à resistência dos escravizados no Brasil, copie no caderno a alternativa correta.
    1. Para evitar que fossem perseguidos, após chegarem ao Brasil, os escravizados passaram a praticar somente a religião cristã católica.
    2. A capoeira era um tipo de dança apresentada somente em rituais religiosos.
    3. Entre as principais fórmas de resistência à escravidão estavam a fuga de escravizados e a formação de agrupamentos, que ficaram conhecidos como quilombos.
    4. O Quilombo dos Palmares foi um dos menores quilombos do Brasil, sendo destruído poucos meses após sua construção, no século dezessete.

Glossário

Alfândega
: local geralmente situado em região de fronteira, onde é feito o contrôle de entrada e de saída de mercadorias, além da cobrança de taxas referentes a essa movimentação.
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Agregado
: nesse sentido, é uma pessoa que mora com a família do senhor de engenho.
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Massapê
: tipo de solo argiloso, escuro e muito fértil.
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Terra arrendada
: porção de terra cujo direito de uso e de permanência podia ser obtido provisoriamente, mediante o pagamento de uma taxa ao proprietário da terra.
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Patriarcal
: relativo à autoridade do patriarca, isto é, do homem chefe de família.
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Arroba
: unidade de medida de pêso que corresponde a cêrca de 14,7 quilogramas.
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