CAPÍTULO 18 A descoberta do ouro

No final do século dezessete, após diversas expedições empreendidas no interior do território da Colônia, os bandeirantes paulistas descobriram as primeiras minas de ouro nas proximidades das atuais cidades de Caeté e de Sabará, na região central do estado de Minas Gerais, e, posteriormente, no norte do estado, foram descobertas também jazidas de diamantes.

Em busca do ouro

As descobertas de ouro estimularam o deslocamento de pessoas para regiões de minas, partindo de diversos lugares da Colônia, de Portugal e de outros países. O ouro, com seu alto valor comercial, gerava grandes riquezas, e por isso sua extração lógo se tornou uma das principais atividades econômicas da Colônia.

No início do século dezoito, também foram descobertas jazidas de ouro em outras regiões da Colônia, nos atuais estados de Goiás e do Mato Grosso.

Fotografia. Verso de moeda dourada. No centro, detalhe de relevo de uma cruz. Ao redor, o texto: DOMINVS. ANNO.1762. ET.BRASILIAE.
Moeda portuguesa de 1762 cunhada com ouro extraído do Brasil.

A Guerra dos Emboabas

A chegada de grande quantidade de pessoas de diversas localidades à região das minas gerou tensões entre os bandeirantes paulistas e os forasteiros. Por terem descoberto as minas de ouro, os paulistas acreditavam ter privilégios sôbre sua extração. êles hostilizavam os aventureiros que chegavam e os chamavam, pejorativamente, de emboabas (o que é de fóra). Além disso, os bandeirantes procuravam impor sua autoridade sôbre a divisão dos terrenos a serem explorados.

Os frequentes desentendimentos entre paulistas e emboabas levaram à eclosãoglossário do conflito que ficou conhecido como Guerra dos Emboabas, entre 1707 e 1709. O conflito terminou com a vitória dos emboabas, que expulsaram os paulistas da região. Depois dêsse conflito, a Coroa portuguesa, então, interveio e estabeleceu uma estrutura administrativa para controlar a região e impor seus interêssis.

O contrôle da extração de metais

À medida que a extração das riquezas minerais foi se intensificando, a Coroa portuguesa criou fórmasde contrôle dessa atividade para reduzir o contrabando, arrecadar tributos e combater uma grave crise econômica pêla qual passava. O órgão responsável por êsse contrôle foi a Intendência das Minas, criada em 1702.

Inicialmente, foram estabelecidos dois sistemas básicos de contrôle: o quinto e a capitação. O quinto era um imposto que determinava que a quinta parte (20porcentagem) de todo o ouro extraído nas minas coloniais pertencia à Coroa. Para controlar a arrecadação do quinto, a Coroa instalou as chamadas Casas de Fundição (criadas em 1719), por onde todo o ouro extraído deveria passar. Nesses locais, o metal era derretido e a quinta parte dele era retirada para, em seguida, o restante ser transformado em barra, ser marcado com o sêlo real e, finalmente, ser devolvido a seu dono.

Fotografia. Três barras de ouro com detalhes em relevo de brasões e números.
Barras de ouro do século dezoito com o sêlo real.

A capitação consistia na cobrança de uma taxa “por cabeça”, ou seja, por pessoa que ingressava nas minas para explorá-las. Dessa fórma, a capitação era cobrada dos mineradores por pessoas que trabalhassem para êles nas minas, escravizadas ou não, acima de 12 anos, tanto homens como mulheres.

Foi nessa época que, para ampliar o contrôle sôbre a extração do ouro e de sua exportação, ocorreu a transferência da capital da Colônia de Salvador para o Rio de Janeiro, em 1763. O Rio de Janeiro ficava mais próximo da região das minas, o que facilitava a fiscalização e o embarque do ouro para a Europa.

A prática do contrabando

A arrecadação do quinto deveria atingir, por ano, uma cota equivalente a 100 arrobas (equivalente a .1474 quilogramas). Por causa da abundância do ouro, principalmente nas primeiras décadas do século dezoito, essa cota era facilmente alcançada. No entanto, grande parte do ouro extraído ainda era contrabandeada.

Pepitasglossário de ouro ou ouro em pó costumavam ser escondidos em diversos locais, como nos saltos das botas, nas selas e entre as ferraduras dos cavalos e dentro de imagens de santos. êsse tipo de estatueta ficou conhecido como “santo do pau oco”. Também era comum treinar escravizados para engolir pepitas de ouro para depois expeli-las, ou esconder o ouro em pó debaixo das unhas.

Escultura. Na parte frontal, uma mulher, usando coroa e manto ao redor do corpo, está segurando uma criança com as mãos. No suporte, detalhes em relevo da face de sete anjos. Na parte de trás, um retângulo vazado nas costas da mulher.
Estatueta de santa feita de madeira e oca, século dezessete.

O trabalho nas minas

O trabalho de extração de metais e de pedras preciosas nas minas envolveu grande número de pessoas das mais diversas condições sociais. Comerciantes, padres, antigos proprietários de engenhos e muitos aventureiros foram para as minas em busca de enriquecimento com a obtenção de ouro e de diamante.

Os escravizados

A maior parte dos trabalhadores na região das minas ao longo dos séculos dezessete e dezoito era composta de pessoas escravizadas.

Nas minas de ouro, o dia a dia de trabalho dessas pessoas era extremamente difícil. Sujeitos a longas jornadas de trabalho, frequentemente realizado com os pés dentro da água para a extração do ouro de aluvião, que era encontrado nos leitos e nas margens dos rios, muitos escravizados eram vítimas de doenças respiratórias. De acôrdo com relatos da época, nessas condições era raro que suportassem mais de sete anos de trabalho nas minas.

O ouro era retirado das margens dos rios ou das encostas dos morros com as bateias, um recipiente de madeira ou metal utilizado para separar o ouro do cascalho. Essa técnica foi trazida pelos africanos e ainda costuma ser utilizada.

Fotografia. Objeto marrom com formato circular.
Bateia do século dezoito.

Além disso, os escravizados enfrentavam vários riscos durante a atividade de extração, como afogamento ou soterramento com o rompimento dos suportes de contenção que havia nas represas, nas barragens ou nos túneis escavados nas encostas dos morros.

Os faiscadores

Os mineradores que procuravam faíscas de ouro no leito dos rios eram chamados de faiscadores. êles não possuíam minas e podiam ser homens livres ou escravizados. O texto a seguir trata da situação de muitos faiscadores no período colonial.

exploradores viviam como nômades, deslocando-se conforme o esgotamento dos veios de ouro. Não tinham ferramentas apropriadas e, em vários casos, extraíam o ouro com as próprias mãos. A enxada pequena, chamada de almocafre [...], foi uma ferramenta importante usada para a remoção do cascalho. [...]

GONÇALVES, Andréa Lisly; KANTOR, Iris. O trabalho em Minas colonial. São Paulo: Atual, 1996. página 13. (A Vida no Tempo do Ouro).

Faiscadores livres e escravizados trabalhando na extração de ouro na Colônia. Em primeiro plano, um faiscador aparece usando um almocafre.

Gravura em preto e branco. À esquerda, três pessoas. Uma segura um objeto com as mãos, uma pessoa negra inclinada com uma enxada e a outra em pé, segurando um bastão. No centro, uma pessoa negra, inclinada com uma enxada na mão e, ao lado, um homem, ajoelhado, segurando um objeto. Eles estão perto de um corpo de água. Ao fundo, relevos e vegetação.
Gravura de artista desconhecido, feita no século dezenove.

Comerciantes e tropeiros

O rápido aumento populacional nas regiões das minas causou um grave problema de falta de alimentos. Entre o final do século dezessete e o início do século dezoito, ocorreram várias crises de fome, que resultaram na morte de centenas de mineradores.

A circulação de mercadorias era muito restrita na região das minas, pois os caminhos que eram percorridos até a chegada dos produtos ao local eram longos e precários. Além disso, a Coroa cobrava vários impostos pêlas mercadorias, pelos animais e pelos escravizados que circulavam na Colônia, o que encarecia os produtos vendidos pelos comerciantes.

Nesse contexto, os tropeiros passaram a desempenhar importante papel na sociedade mineradora. Conduzindo tropas de mulas, êles transportavam diversas mercadorias no lombo dos animais. Da atual Região Nordeste, levavam a carne-sêca (ou charque) e o gado vivo (também chamado de carne-verde); da atual Região Sul, levavam alimentos como farinha de trigo, marmelada, azeite e vinho.

O trabalho dos tropeiros de percorrer os diversos caminhos pêlo interior do território foi um fator importante para a integração das diferentes regiões do Brasil.

reticências [Os] tropeiros estiveram por trás do reticências desenvolvimento das atividades mineiras e do abastecimento do interior do Brasil, principalmente nas regiões em que faltavam rios navegáveis. A circulação interna da Colônia, assim como o transporte de produtos e bens, só podia ser feita em lombo de mula. Funcionando como verdadeira correia transmissora de mercadorias, cartas, recados e informações, tropas e tropeiros durante mais de um século ligaram pessoas nos pontos mais diversos da Colônia. reticências

DEL PRIORE, Mary; VENÂNCIO, Renato. Uma história da vida rural no Brasil. Rio de Janeiro: Ediouro, 2006. página 8182.

Os tropeiros e a fundação de cidades

Para abastecer o interior do Brasil, os tropeiros percorriam longos trajetos. Do atual estado do Rio Grande do Sul, tropas de mulas eram conduzidas até a cidade de Sorocaba, em São Paulo, onde eram comercializadas em feiras de muaresglossário . De Sorocaba, as mulas eram levadas para as regiões de mineração carregadas de produtos.

Nos caminhos percorridos pelos tropeiros, a partir dos pontos de parada (acampamentos, pousos, ranchos), surgiram pequenos núcleos populacionais, que cresceram e tornaram-se cidades. Além de Sorocaba, formaram-se diversas outras cidades, como Avaré, Cabreúva e Itapetininga, no atual estado de São Paulo, e Castro, Lapa e Ponta Grossa, no atual estado do Paraná.

Pintura. Uma cabana com colunas de madeira e teto de palha. Dentro dela, vários sacos empilhados. Ao redor, pessoas conversando e cavalos. Ao fundo, vegetação.
Pouso de tropeiros, de Franta Richter. Óleo sôbre tela, 146centímetrospor110centímetros, 1826.

A vida nas vilas e nas cidades

Nos séculos dezessete e dezoito, formaram-se diversas vilas e cidades nas regiões de mineração. No atual estado de Minas Gerais, foram fundadas Ouro Preto, Tiradentes e Diamantina; no atual estado de Goiás, as cidades de Jaraguá, Pirenópolis e Corumbá. E no atual estado do Mato Grosso, as cidades de Cuiabá e Diamantino.

O crescimento das cidades proporcionou o aumento populacional e a proliferação de atividades profissionais. Além dos mineradores, havia barbeiros, religiosos, militares, alfaiates, pedreiros, comerciantes, advogados, médicos, entre outros.

Conheça a seguir alguns aspectos do cotidiano urbano nesses lugares.

A moradia

As moradias nas cidades coloniais costumavam ser bastante simples, feitas de taipa e pilares de madeira. Os telhados das moradias mais simples podiam ser de palha ou sapé, enquanto os das moradias mais ricas eram cobertos com telhas de barro.

Muitas casas, mesmo as que pertenciam aos mais ricos, tinham o piso de terra batida. Algumas construções, chamadas de sobrados, eram feitas com materiais mais resistentes e possuíam dois andares, cujo piso superior era feito de madeira.

Fotografia. Duas moradias, uma do lado da outra. Á esquerda, casa branca com detalhes em vermelho com três janelas e uma porta amarela. Ao lado, casa verde com quatro janelas e portas, também verdes.
Casario colonial construído no século dezoito, no distrito de Lavras Novas, Ouro Preto, Minas Gerais, em 2021.

A alimentação

Os principais alimentos consumidos nas cidades eram a farinha de milho, o feijão e o charque. A carne fresca era difícil de ser conservada, por isso era pouco consumida. O sal era usado tanto para temperar como para conservar os alimentos. Costumava-se almoçar pêla manhã, quando o Sol raiava, e o jantar ocorria entre o meio-dia e as 14 horas, havendo, ainda, uma ceia à noite.

Os hábitos de higiene

Muitos hábitos de higiene nas cidades coloniais eram diferentes dos que costumamos praticar hoje em dia, como tomar banho, usar o banheiro, entre outros.

Algumas práticas eram realizadas fóra de casa, como o banho diário, hábito aprendido com os indígenas e que era feito em rios, riachos ou lagoas. Nesses locais também lavavam-se roupas e outros objetos. Somente nas casas das pessoas mais ricas havia uma sala específica, a chamada “casa de banho”, onde se tomava banho em bacias.

As necessidades fisiológicas eram feitas geralmente fóra de casa, nos quintais ou no mato. Em alguns casos, eram feitas em urinóisglossário , para depois serem jogadas na rua ou nos rios.

Fotografia. Objeto, em formato cilíndrico e detalhes em relevo, com alça e tampa.
Urinol do século dezenove feito de louça.

O estilo barroco e a religião católica

A religião católica estava muito presente no dia a dia dos habitantes da Colônia. Acontecimentos da vida de uma pessoa, como o nascimento, o batismo ou o matrimônio, eram celebrados com rituais religiosos.

Nas cidades coloniais, a presença marcante da religião católica podia ser observada na grande quantidade de igrejas e de santuários. A maioria dêsses edifícios era construída com muita exuberância e com a utilização de materiais nobres, como o ouro, e decorada com esculturas e pinturas de estilo barroco.

História e Arte

O barroco no Brasil

O barroco foi um movimento artístico que surgiu na Europa no final do século dezesseis e caracterizou-se pêla dramaticidade das representações humanas, dos sentimentos e das emoções; pêlo uso de contrastes de luz e sombra nas pinturas; pêla exuberância das decorações e ornamentações arquitetônicas; entre outros elementos. estilo de arte se manifestou na pintura, na escultura, na arquitetura, na literatura e na música.

Fotografia. Fachada de uma construção, branca e detalhes em marrom, com duas torres laterais com sino. Na parte superior central, uma cruz. Na frente, portão e várias esculturas de figuras humanas.
Fachada da basílica do Senhor Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas, Minas Gerais, construída em estilo barroco no século dezoito, em 2020.

Por suas características, o barroco era usado pelos reis europeus como fórma de ostentar sua riqueza, com a presença de elementos arquitetônicos excessivamente ornamentados. Além disso, a arte barroca foi usada pêla Igreja católica na exaltação de sua doutrina. Leia sôbre êsse assunto no texto a seguir.

reticências A arte barroca europeia também influenciou a decoração e a arquitetura das igrejas. Os padres católicos achavam importante que suas igrejas fossem belas, enormes e que impressionassem seus fiéis, assim como os reis faziam em seus palácios. A arte barroca criava uma atmosfera que transportava as pessoas que entravam nas igrejas para um mundo de encantamento e beleza, ao mesmo tempo em que impunha respeito e humildade.

No século dezoito, este jeito europeu de pintar e decorar igrejas foi trazido para o Brasil pelos portugueses e pelos padres jesuítas. reticências Enquanto o Barroco na Europa já entrava em decadência, a arte barroca no Brasil estava começando a florescer. reticências

ROSA, Nereide Santa. Relevos e curvas: o Barroco no Brasil: séculos dezessete a dezenove. Rio de Janeiro: , 2006. página 1011. (Coleção História da Arte Brasileira para Crianças).

Fotografia. Fachada de construção, marrom com detalhes em relevo e duas torres laterais. Na parte superior central, uma cruz. Na parte inferior, uma porta grande e central e escadaria. Há várias pessoas em volta da construção.
Fachada da igreja San Carlo Borromeo, em Noto, Itália, construída em estilo barroco no século dezoito, em 2021.

Investigando fontes históricas

A riqueza do barroco brasileiro

No Brasil, a arte barroca desenvolveu-se principalmente nos atuais estados de Pernambuco, Rio de Janeiro, Bahia e Minas Gerais. De modo geral, os atributos do barroco europeu foram preservados no Brasil. Porém, aqui, êsse estilo ganhou traços singulares, entre êles o amplo uso de materiais como a madeira, a pedra-sabão e o ouro na composição de esculturas e nas decorações.

As características do barroco podiam ser percebidas por meio da grande expressividade das representações humanas e dos santos, da dramaticidade, da preocupação com os detalhes e com as ornamentações no interior das igrejas e dos edifícios públicos. A influência barroca estava presente na arquitetura, na decoração das construções, nas artes plásticas e também na música dêsse período.

Um dos principais artistas do barroco brasileiro foi Antônio Francisco Lisboa (1730-1814), mais conhecido como Aleijadinho, o qual produziu estátuas e desenvolveu projetos arquitetônicos, principalmente de igrejas, que estão preservados até hoje em cidades mineiras como Ouro Preto, Tiradentes e Sabará. Outro importante artista do barroco foi Manuel da Costa Ataíde (1762-1830), cujas pinturas ainda podem ser vistas no interior de diversas igrejas de Minas Gerais.

Observe a seguir algumas obras em estilo barroco produzidas no Brasil, durante os séculos XVIII e XIX.

Essa escultura feita por Aleijadinho é composta de dois blocos de pedra-sabão, unidos na altura do pescoço. Ela encontra-se no adroglossário da basílica do Senhor Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas, Minas Gerais.

Escultura. Homem, com barba e usando um manto cobrindo os cabelos, está de pé segurando um pergaminho aberto. No pergaminho há detalhes em relevo.
Profeta Isaías, de Aleijadinho. Pedra-sabão, 2,01 medida do de altura, 1800. Foto de 2021.

As pinturas barrocas decoravam as paredes e os tetos das igrejas. As côres fortes, como vermelho e azul, eram comuns, e os temas faziam referência à religião católica. Em alguns casos, é possível perceber personagens afrodescendentes, traço singular do barroco brasileiro.

Pintura. Centralizado, uma mulher, usando um vestido azul, está com as mãos juntas na frente do corpo. Ao redor, diversos anjos entre as nuvens. Nas margens, contornos de azul e vermelho com quatro colunas.
Assunção da Virgem, de Manuel da Costa Ataíde. Óleo sôbre madeira, 1804. Teto da igreja São Francisco de Assis, na cidade de Ouro Preto, Minas Gerais.

Agora, analise a obra a seguir e faça o que se pede.

Pintura. Centralizado, homem, com barba e cabelos na altura do ombro, usando túnica vermelha e um tecido azul ao redor do corpo, está sentado em frente a uma mesa com alimentos.  Ele olha para cima, com os olhos abertos e raios de luz saem de sua cabeça.  Ao redor, homens, usando túnicas coloridas, estão sentados em volta da mesa. Alguns estão olhando para o homem no centro e outros conversado. Nas laterais, há pessoas em pé. Algumas estão segurando bandejas com alimentos.
A última ceia, de Manuel da Costa Ataíde. Óleo sôbre tela, 467centímetrospor273centímetros, 1828. Acervo do Santuário do Caraça, Catas Altas, Minas Gerais.
Ícone ‘Atividade oral’.

1. Descreva a cena representada na pintura.

Ícone ‘Atividade oral’.

2. Identifique algumas características do estilo barroco na pintura, como no uso de côres, na expressão das pessoas representadas e no tema da obra.

Ícone ‘Atividade oral’.

3. Em sua opinião, o que as características do estilo barroco podem nos dizer sôbre a sociedade colonial do século dezoito? A arte pode representar o modo de viver e de pensar de determinada sociedade e determinado tempo? Explique.

Resistência, cultura e identidade

Durante o desenvolvimento da atividade mineradora, as fórmas de resistência à escravidão ampliaram-se e outras manifestações foram surgindo, passando a fazer parte do cotidiano das pessoas escravizadas.

Irmandades

A partir do século dezessete, em diversas regiões da Colônia, desenvolveram-se associações religiosas vinculadas às práticas católicas. grupos formavam as chamadas irmandades e uniam as pessoas de acôrdo com sua posição social.

Os africanos e os afrodescendentes, escravizados e livres, também constituíam irmandades. Para êles, grupos eram uma fórma de representação social, de assistência e auxílio mútuos, além de um ambiente de convívio.

As irmandades eram espaços de sociabilidade nos quais se promoviam celebrações e missas e onde seus membros se encarregavam da manutenção das igrejas e das sepulturas. No caso dos escravizados, as irmandades podiam contribuir para a conquista da alforriaglossário de seus membros.

Para entrar em uma irmandade, era necessário o pagamento de um valor de entrada e outro anual, chamado de esmola. Nesta imagem, vemos a representação de pessoas pagando a esmola da irmandade.

Pintura. Dividida em três partes. Na parte superior, uma pessoa negra segurando uma corda presa a um poste de luz. Ao lado, um homem negro segurando um objeto em forma de funil sobre a cabeça. Centralizado, uma mulher negra, com vestido e tecido sobre a cabeça, está inclinada segurando uma bengala. Ao lado, um homem, usando batina, está com a mão estendida na direção da mulher. Atrás, um homem, usando casaco, está de costas com a mão estendida na direção de uma janela. Na parte inferior à esquerda, um homem de batina amarela carregando um saco vermelho. Ao lado, uma pessoa com uma bacia sobre a cabeça leva a mão em direção ao saco vermelho. Por perto, um homem negro, com roupas pretas, segura um bastão e um saco vermelho. Na parte inferior à direita, uma mulher, com lenço branco na cabeça, segura um saco branco na direção de uma pessoa. Ao lado,  pessoas negras com roupas azuis e vermelhas.
Coleta de esmolas para as irmandades, de Jan- debrê. Aquarela, 69,65centímetrospor93,27centímetros, 1820.

Nas irmandades, as pessoas buscavam maior autonomia e contavam com a solidariedade para garantir melhores condições de vida em comunidade. Com autonomia, as pessoas se tornam mais participativas e protagonistas, tomando suas próprias decisões.

Religiosidade e celebrações

Muitas irmandades de afrodescendentes mantinham vivos os traços da religiosidade africana. Assim, práticas católicas e práticas religiosas originadas na África acabaram convivendo nos ritos e nas crenças cotidianas no Brasil.

A religiosidade e as celebrações que se desenvolveram no período colonial ainda estão presentes em diversas manifestações culturais do Brasil na atualidade. As congadas, por exemplo, eram celebrações em que se coroavam representantes da região do Congo. No Brasil, essa manifestação cultural é celebrada em diferentes regiões e passou por várias mudanças e adaptações no decorrer dos anos, embora preserve muitas de suas características tradicionais.

Em todo o país, são realizados, até os dias de hoje, rituais, festas e manifestações de origem africana, os quais expressam a resistência da cultura e da identidade afrodescendente. São exemplos disso o jongo, a capoeira, o maracatu e o samba de roda.

Atualmente, essas manifestações culturais citadas são consideradas Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil pêlo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (ifãn). Como tal, essas manifestações são protegidas, preservadas e valorizadas por serem elementos importantes da cultura e da identidade das comunidades afrodescendentes, formadoras do atual povo brasileiro.

Fotografia. Mulheres e crianças negras, com saias estampadas e coloridas, dançando. Ao fundo, um homem sentado sobre um tambor.
Quilombolas durante apresentação de jongo no Quilombo Boa Esperança, em Presidente kenedí, Espírito Santo, em 2019.

Atividades

Faça as atividades no caderno.

Organizando os conhecimentos

  1. Com a descoberta de ouro e de diamantes, ocorreram transformações econômicas, na ocupação do território e na demografia colonial. Explique essas transformações.
  2. Quais eram os objetivos da Coroa portuguesa ao aumentar as medidas de contrôle e fiscalização sôbre a atividade mineradora na Colônia?
  3. Explique a importância do trabalho dos tropeiros para o contexto da mineração.
  4. Como atuavam as irmandades religiosas formadas por afrodescendentes no período colonial?

Aprofundando os conhecimentos

Ícone 'Ciências Humanas em foco'.

5. A extração e a exportação do ouro para a Europa representaram, a partir do século dezessete, umas das principais atividades econômicas da Colônia e conviveram com as outras fórmas de exploração de recursos naturais. Analise o gráfico, relacione as informações com o que você estudou e faça o que se pede.

Exportações da Colônia (1550-1800)

Gráfico. Exportações da Colônia (1550-1800). Gráfico em barra, Milhões de libras esterlinas por ano. Ano: 1550: Açúcar: aproximadamente 0,3 Milhões de libras esterlinas. 1600: Açúcar: 2,3 Milhões de libras esterlinas. 1650: Açúcar: aproximadamente 3,7 Milhões de libras esterlinas. Outros (pau-brasil, couro, tabaco, algodão etcetera): aproximadamente 0,2 Milhões de libras esterlinas. 1700: Açúcar: aproximadamente 1,7 Milhões de libras esterlinas. Ouro: aproximadamente 0,4 Milhões de libras esterlinas. Outros (pau-brasil, couro, tabaco, algodão etcetera): aproximadamente 0,3 Milhões de libras esterlinas. 1750: Açúcar: aproximadamente 2,3 Milhões de libras esterlinas. Ouro: aproximadamente 1,8 Milhões de libras esterlinas. Outros (pau-brasil, couro, tabaco, algodão etcetera): aproximadamente 0,4 Milhões de libras esterlinas. 1760: Açúcar: aproximadamente 2,4 Milhões de libras esterlinas. Ouro: aproximadamente 2,2 Milhões de libras esterlinas. Outros (pau-brasil, couro, tabaco, algodão etcetera): aproximadamente 0,5 Milhões de libras esterlinas. 1800: Açúcar: aproximadamente 1,2 Milhões de libras esterlinas. Ouro: aproximadamente 0,7 Milhões de libras esterlinas. Outros (pau-brasil, couro, tabaco, algodão etcetera): aproximadamente 1,5 Milhões de libras esterlinas.

Fonte de pesquisa: FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS (éfe gê vê). Atlas histórico do Brasil. Disponível em: https://oeds.link/03EXWw. Acesso em: 4 abril 2022.

  1. Identifique o período em que ocorreu maior aumento da exportação de ouro em comparação com outros períodos.
  2. Podemos afirmar que a exploração do ouro era a única atividade econômica da Colônia entre 1550 e 1800? Justifique com as informações do gráfico.
  3. Nesse mesmo período, como eram as exportações dos outros produtos? Comente.

6. Os participantes de uma irmandade religiosa deviam seguir alguns compromissos ao ingressar na instituição. Leia e interprete a seguir algumas das obrigações assumidas pelos integrantes da Irmandade Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos de São Paulo, que foi criada no século dezoito. Depois, responda às questões.

reticências

capítulo 14 – Os corpos dos nossos irmãos falecidos serão sepultados na nossa igreja.

capítulo 21 – O irmão enfermeiro terá a seu cargo saber se falta algum irmão à sua obrigação, e se é por causa de alguma enfermidade dará parte ao irmão juiz e aos demais irmãos para que o visitem reticências. Dar-lhe-ão alguma esmola em dinheiro e, se morrer, uma mortalhaglossário .

capítulo 22 – Se algum irmão não satisfizer seus anuais por cair em conhecida pobreza, nem por isso será privado dos benefícios desta. Antes a irmandade se haverá com ele [...] e o socorrerá naquilo que puder.

capítulo 24 – Todas as vezes que qualquer irmão desta irmandade alcançar título de alforria e liberdade [...] e se valer da irmandade, esta será obrigada a dar-lhe todo o adjutórioglossário que para tal liberdade for necessário.

reticências

QUINTÃO, Antonia Aparecida. O significado das irmandades de pretos e pardos: o papel das mulheres. ín: SIMPÓSIO INTERNACIONAL O DESAFIO DA DIFERENÇA, 1., 2000, Salvador. Anais... Salvador: úfiba, 9-12 abril 2000. Disponível em: https://oeds.link/uBIpvr. Acesso em: 4 abril 2022.

  1. Com base no conteúdo estudado no capítulo e no texto anterior, quais eram as principais atividades religiosas realizadas pêlas irmandades?
  2. Além de atividades relacionadas à religiosidade, que outros serviços eram prestados pêlas irmandades?
  3. Qual era a importância das irmandades para os escravizados? Reflita sôbre o tema e converse com os colegas.

O tema é reticências

Educação ambiental

Os povos tradicionais e os recursos naturais

Como vimos, uma importante atividade que contribuiu para a expansão do território brasileiro a partir do século dezessete foi a coleta das drogas do sertão, principalmente na atual Região Norte. A extração e a comercialização de produtos naturais, como o urucum, as castanhas, o cacau, o cravo e o látex (substância extraída da seringueira e utilizada na produção da borracha), possibilitaram a ocupação dessa região, atraindo pessoas para habitá-la.

Ao longo dos séculos, a extração de produtos naturais tem sido uma atividade essencial no cotidiano de muitas populações tradicionais, como ribeirinhos, quilombolas, seringueiros, quebradeiras de coco-babaçu, pescadores artesanais e comunidades indígenas. Profundamente ligadas à natureza e a seus ciclos, essas pessoas formaram comunidades onde a extração de recursos da floresta é o principal meio de sobrevivência, muitas vezes partilhado por gerações.

O trabalho nas comunidades costuma reunir diversas pessoas, que realizam grande parte das atividades em conjunto. Por isso, a integração é parte importante do modo de vida dessas populações.

Ilustração. À esquerda, um homem, usando boné, camiseta e calça, está agachado. Ao lado, uma criança usando blusa e calça, está sentada no chão. À direita, uma mulher agachada segurando grãos marrons e um homem agachado  com uma faca e um grão marrom nas mãos. Na frente, diversos cestos com os grãos marrons.

No entanto, a partir dos anos 1970, diante de ameaças de desmatamento e de exploração desenfreada dos recursos, essas comunidades começaram a se organizar e a lutar pêla proteção legal de suas terras, assim como pêla conservação de seus modos de vida.

Nos últimos anos, a legislação brasileira passou a regulamentar as áreas caracterizadas pêla ocupação de comunidades tradicionais e pêlo desenvolvimento de atividades extrativistas. Foram criadas, então, as Reservas Extrativistas (rêsécs), áreas definidas pêla legislação como de proteção ambiental, assim como de preservação dos meios de vida e da cultura das populações tradicionais, que apresentam uma economia sustentável da extração dos recursos naturais.

Hoje em dia, existem mais de 80 rêsécs regulamentadas e espalhadas por diversos estados brasileiros.

Uma rêsécs normalmente apresenta uma economia de subsistência, ou seja, além de realizar a coleta de produtos naturais, também cria pequenos animais e pratica a agricultura para o próprio sustento.

Ilustração. Uma mulher usando chapéu, camisa, saia e calça. Ao lado, um homem usando boné, camisa e calça. Eles estão segurando enxadas sobre uma plantação. No fundo, moradias e vegetação.

A criação das reservas tem como objetivo incentivar o uso sustentável dos recursos naturais da região. Por isso, as práticas abusivas e de caráter exploratório que podem prejudicar o ambiente são proibidas.

Ilustração. Um homem e uma criança estão dentro de uma embarcação a remo. Atrás, duas pessoas inclinadas segurando peneiras nas margens de um corpo de água.

Agora, responda às questões a seguir.

  1. Por que as comunidades tradicionais passaram a exigir a regulamentação de suas terras?
  2. Explique a importância da criação das Reservas Extrativistas.
  3. Em grupo, realizem uma pesquisa sôbre as comunidades extrativistas da região onde vocês vivem. Caso vocês vivam em uma comunidade extrativista, utilizem-na como exemplo. Em seguida, elaborem propostas para defender e justificar a criação e regulamentação de Reservas Extrativistas nos locais habitados por essas comunidades.

O que eu estudei?

Faça as atividades em uma folha de papel avulsa.

1. Registre em uma folha avulsa a conexão entre as colunas a seguir, relacionando a região do Brasil com uma ou duas atividades econômicas que incentivaram a expansão para êsse território.

A. Norte

B. Nordeste

C. Centro-Oeste

D. Sul

1. Drogas do Sertão

2. Pecuária

3. Apresamento de indígenas

4. Mineração

2. Leia o texto a seguir e responda às questões.

reticências Outro ponto de atrito entre os jesuítas e colonos ou bandeirantes era a oposição dos padres à escravização de indígenas. êles se colocam contra ela, em primeiro lugar, para obedecer à bula papal de 1537, que a proibia, e em segundo lugar (talvez o mais importante), para poder levar adiante o plano que conceberam de forjar na América uma nação cristã pura, sem os defeitos e crueldades da Europa. Isso criou muitos atritos e disputas em que se alternavam como vencedores ora os jesuítas, ora os colonos, conforme o apôio eventual da metrópole à qual as duas partes recorriam por meio de cartas ou emissários pessoais, cada uma defendendo seu ponto de vista. reticências

MESGRAVIS, Laima. História do Brasil Colônia. São Paulo: Contexto, 2015. página 25.

  1. Por que os colonos escravizavam os indígenas?
  2. O texto apresenta as motivações dos jesuítas em defender os indígenas da escravidão. Cite cada uma delas.
  3. Partindo dos seus estudos, a conduta jesuíta no Brasil esteve em acôrdocom a sua missão?
  4. De que fórma os jesuítas lidavam com os indígenas nos aldeamentos? Como isso alterou o modo de vida indígena?

3. Leia o texto a seguir do historiador brasileiro Boris Fausto.

A. A exploração de metais preciosos teve importantes efeitos na Metrópole e na Colônia. A corrida do ouro provocou em Portugal a primeira grande corrente imigratória para o Brasil. Durante os primeiros sessenta anos do século dezoito, chegaram de Portugal e das ilhas do Atlântico cêrca de 600 mil pessoas, em média anual de 8 a 10 mil, gente da mais variada condição reticências.

FAUSTO, Boris. História concisa do Brasil. São Paulo: êduspi/Imprensa Oficial do Estado, 2002. página 52.

Agora, analise a pintura a seguir, do artista Carlos Julião, feita na segunda metade do século dezoito e que representa a mineração em busca de pedras e metais preciosos. Depois, responda às questões:

Pintura 'B'. Homens negros inclinados sobre a terra com as mãos em uma mina de água. Eles estão em fileiras e debaixo de um estrutura de madeira com teto de palha. À direita, uma fileira de homens, com roupas coloridas, sentados e olhando na direção dos homens negros.
Serro Frio: trabalho de lavagem do cascalho, feito por escravos, de Carlos Julião. Aquarela, 45,5centímetrospor35centímetros, século dezoito.
  1. Faça uma breve descrição de cada uma das fontes apresentadas.
  2. Quais são as principais diferenças entre as fontes A e B?
  3. Quais são as principais semelhanças entre as fontes A e B? Como uma pode complementar a outra?
  4. Com base em seus conhecimentos sôbre o Brasil do século dezoito e a história da atividade mineradora na Colônia, assim como na análise das fontes A e B, escreva um pequeno texto resumindo os seus conhecimentos.

O que eu aprendi?

Faça as atividades em uma folha de papel avulsa.

1. Leia o texto a seguir e responda às questões.

reticências Podemos definir a modernidade como um conjunto amplo de modificações nas estruturas sociais do Ocidente, a partir de um processo longo de racionalização da vida. Nesse sentido, como afirma Jác él í , modernidade é um conceito estritamente vinculado ao pensamento ocidental, sendo um processo de racionalização que atinge as esferas da economia, da política e da cultura. reticências

A racionalização política, por sua vez, apareceu com a substituição da autoridade descentralizada medieval pêlo Estado moderno reticências

Outra mudança que caracterizou a modernidade foi a separação e a autonomia entre ciência, a moral e a arte. Antes, essas esferas de valor estavam embutidas na religião. [...]

MODERNIDADE. ín: SILVA, Kalina Vanderlei; SILVA, Maciel Henrique. Dicionário de conceitos históricos. São Paulo: Contexto, 2006, página 297298.

  1. Por que o conceito de modernidade deve ser vinculado ao mundo ocidental?
  2. Explique por que se entende que ocorreu uma racionalização política durante o processo de formação da modernidade.
  3. Quais características da ciência e da arte moderna evidenciam a autonomia citada no texto?
  1. Antes da chegada dos europeus à América, o território era ocupado por diferentes povos e culturas. Em um breve texto, apresente dois dêsses povos e destaque algumas de suas características culturais.
  2. Leia o texto e, em seguida, avalie as afirmativas identificando a correta e copiando-a em uma folha avulsa.

reticências A migração forçada de africanos através do Atlântico ganhou contornos expressivos com o início da colonização das Américas no século dezesseis. Na sua base, esteve a necessidade do colonialismo europeu de alavancar a mineração e a agricultura comercial nas colônias espanholas e portuguesas. Não há, portanto, como dissociar o tráfico atlântico da demanda por mão de obra, sobretudo depois do declínio demográfico dos povos indígenas americanos.

FERREIRA, Roquinaldo. África durante o comércio negreiro. ín: Chuárquis, Lilia M.; GOMES, Flávio dos Santos (organizador). Dicionário da escravidão e liberdade. São Paulo: Companhia das Letras, 2018. página 52.

  1. O processo de migração dos africanos, apesar de forçado, garantia um translado seguro para a América, uma vez que os escravizados deveriam chegar em condições para o trabalho.
  2. A extinção da população nativa americana por parte dos europeus foi um dos motivos que incentivaram a compra de escravizados africanos para trabalhar na América.
  3. O tráfico de pessoas escravizadas africanas para a América vivenciou alta significativa com a descoberta de metais preciosos no Brasil, sendo a mão de obra destinada às minas.
  4. A escravidão africana no Brasil atingiu altos números e durou por um longo período, pois os africanos, uma vez afastados de suas origens, aceitavam a submissão.

4. Analise a pintura a seguir, do artista Carlos Julião, intitulada Festa de Reis, que celebra as raízes culturais africanas no Brasil. A festa representada, conhecida como Congada, encena a coroação do Rei do Congo ou da Rainha da Angola. Nela, há a presença de elementos africanos e brasileiros.

Pintura. Pessoas negras enfileiradas. À esquerda, uma mulher, usando coroa, vestido rodado amarelo estampado, está segurando um objeto na mão. Ao lado, duas mulheres, com adereço com penas na cabeça, estão segurando um guarda-sol em direção à mulher com a coroa. À direita, um grupo de mulheres com roupas brancas e azuis, adereço com penas na cabeça, estão segurando com as mãos instrumentos musicais.
Festa de Reis, de Carlos Julião. Aquarela, século dezoito.

Faça uma breve descrição da imagem e, em seguida, responda à questão: De que maneira a festa retratada nesta imagem representa o conceito de resistência cultural à escravidão no Brasil?

Glossário

Eclodir
: surgir, aparecer.
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Pepita
: fragmento bruto de metal.
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Muar
: referente a burro ou mula.
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Urinol
: tipo de vaso utilizado para atender às necessidades fisiológicas; penico.
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Adro
: área em frente ou ao redor de uma igreja.
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Alforria
: liberdade concedida ao escravizado por meio de pagamento ou da vontade do senhor.
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Mortalha
: neste caso, sepultura.
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Adjutório
: auxílio.
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