UNIDADE 2 O Oriente: China e Japão

Fotografia. No primeiro plano, uma embarcação de madeira a velas. Ao fundo, diversos prédios com fachadas espelhadas.
Embarcação tradicional chinesa, conhecida como junco, na baía de rrong , na China, em 2021.
Respostas e comentários
  • A imagem de abertura da unidade tem como objetivo incentivar a reflexão dos alunos a respeito das permanências do passado e das modernizações do presente nas sociedades orientais. Explique a êles que o meio de transporte retratado na foto é um junco, tipo de embarcação chinesa utilizada há centenas de anos e ainda presente na China. Enfatize o contraste entre essa fórma de locomoção e os prédios (com características contemporâneas), observados no plano de fundo da imagem. Destaque também que a foto retrata rrong , uma região administrativa especial chinesa, sendo um dos territórios mais modernizados de todo o país. Por fim, reforce com os alunos como, mesmo em espaços cosmopolitas, algumas tradições podem sobreviver. Diante dessa constatação de contrastes, pergunte a êles: “É possível afirmar que todos os costumes tradicionais foram substituídos por novos hábitos?”; “Existem elementos do passado que permanecem nas sociedades chinesas?”; “Quais seriam os exemplos dessa continuidade?”. Os alunos devem ser encorajados a levantar hipóteses e indicar dados que ratifiquem suas opiniões. Em seguida, destaque a importância de estudar aspectos tradicionais das sociedades orientais, uma vez que muitos dos costumes nos auxiliam a compreender a cultura dêsses povos, possibilitando também nossa compreensão histórica sôbre diferentes sociedades.
  • A unidade permite trabalhar a cultura e os costumes de povos orientais e refletir sôbre conteúdos. Por essa razão, aborda a Competência específica de Ciências Humanas 1, favorecendo o reconhecimento do outro e de si como identidades diferentes, exercitando, assim, o respeito às diferenças. Possibilita também trabalhar a Competência geral 2, pois incentiva o exercício da curiosidade intelectual, recorrendo à abordagem das ciências pêla investigação, pêla reflexão e pêla análise das imagens.

Há milhares de anos, os territórios que formam a China e o Japão atuais foram habitados por diferentes povos.

Nesta unidade, vamos conhecer a história e a cultura das antigas civilizações que se desenvolveram na China e no Japão. Estudaremos alguns costumes e tradições culturais, além de outros aspectos dessas sociedades.

Iniciando a conversa

  1. Na foto, que elementos podem ser considerados antigos e quais podem ser considerados atuais?
  2. Que aspectos culturais da China ou do Japão você conhece? Quais deles são atuais? Quais são antigos?
  3. Em seu cotidiano, elementos antigos dividem espaço com elementos atuais? Converse com os colegas.

Agora vamos estudar...

  • a formação da sociedade chinesa e suas principais dinastias;
  • taoismo e confucionismo;
  • aspectos da cultura e do cotidiano da sociedade chinesa;
  • a formação do Japão e os períodos de sua história;
  • o budismo e o xintoísmo no Japão.
Respostas e comentários

Questões 1 a 3. Respostas nas orientações ao professor.

Aproveite as questões 1 a 3 da página para mapear os conhecimentos prévios dos alunos. Durante a questão 1, faça uma análise coletiva dos elementos da imagem, destacando as características do barco, a circulação de barcos em centros urbanos, os atributos e a diversidade dos prédios, entre outras questões. Caso os alunos tenham dificuldades durante a discussão proposta na questão 2, aproxime a conversa do cotidiano deles, questionando-os a respeito das influências culturais e midiáticas dos dois países. Atente para que êles não façam julgamentos de valor sôbre as características do passado dessas civilizações por meio do olhar do presente, incorrendo em anacronismo. Por fim, durante a atividade 3, garanta que todos os alunos possam se expressar. Crie uma lista na lousa com os argumentos levantados, contemplando a realidade de cada um deles. Essas atividades, realizadas com base em um recurso imagético para auxiliar na composição de respostas, permitem o trabalho com aspectos da Competência específica de História 3.

Respostas

1. Na foto, a embarcação apresentada em primeiro plano representa um elemento da cultura chinesa antiga, e os prédios, ao fundo, retratam aspectos da modernidade.

2. Resposta pessoal. Incentive os alunos a conversar sôbre os elementos que conhecem das culturas japonesa e chinesa. Auxilie-os a identificar se o que citaram pode ser considerado antigo ou moderno.

3. Resposta pessoal. Os alunos devem reconhecer que seu dia a dia pode ser permeado por aspectos antigos e modernos. Se necessário, cite alguns exemplos para auxiliá-los na resposta, como o fato de diversas cidades brasileiras apresentarem centros históricos (com arquitetura colonial) que dividem espaço com prédios modernos, a exemplo de Recife (Pernambuco) e de Salvador (Bahia); a utilização, em uma mesma cerimônia, de costumes antigos e hábitos modernos presentes em alguns rituais religiosos; e a existência de determinadas modalidades esportivas, como o atletismo, que são praticadas desde a Antiguidade; e o uso, na atualidade, de roupas e calçados desenvolvidos especialmente para cada uma das práticas dos atletas.

CAPÍTULO 3 A formação do Império Chinês

Atualmente, a China é uma grande potência mundial. Mas você sabia que no território onde hoje é a China existiram diversos reinos e impérios?

A ocupação do território que hoje faz parte da China começou há milhares de anos. Por volta de 4000 antes de Cristo, já havia diversos povoados formados no vale do rio Amarelo (ruãng rô), no norte da China.

As primeiras dinastias chinesas

Com o crescimento da população dos povoados formados no vale do rio Amarelo, os territórios localizados ao sul dele também passaram a ser ocupados. Formaram-se, então, alguns reinos, governados por diferentes dinastias, que permaneceram no poder durante séculos.

Conheça, a seguir, algumas das primeiras dinastias chinesas.

Primeiras dinastias chinesas (c. 1500 a.C.-1000 a.C.)

Mapa. Primeiras dinastias chinesas (cerca 1500 antes de Cristo -1000 antes de Cristo). Mapa territorial representando parte da Ásia e do Mar Amarelo. Conforme a legenda: 
Dinastia Shang por volta de 1500 antes de Cristo: Corresponde às cidades destacadas de Feng, Hao, Loi, Po, Changchiu, Lch’eng, Hungchao, Yin, Piuku. A região é cortada por grande parte do Rio Amarelo e um pequeno trecho do Rio Azul.
Dinastia Zhou por volta de 1000 antes de Cristo: Corresponde às cidades destacadas de Changling, Feng, Hao, Pin, Loi, Po, Changchiu, Lch’eng, Hungchao, Yin, Piuku. A região é cortada por parte do Rio Amarelo e Rio Azul. 
Na parte inferior, planisfério destacando parte da Ásia. À direita, rosa dos ventos e, abaixo, escala de 290 quilômetros por centímetro.

Fonte de pesquisa: VICENTINO, Claudio. Atlas histórico: geral e Brasil. São Paulo: Scipione, 2011. pê ponto 24-36.

Ícone 'Atividade oral'.

Questão 1.

Quais rios representados no mapa banhavam o território da dinastia djou?

Ícone 'Atividade oral'.

Questão 2.

Quais cidades representadas no mapa não fizeram parte da dinastia xãng?

Dinastia xãng (1500 antes de Cristo a 1050 antes de Cristo): Durante êsse período, desenvolveu-se na região um tipo de escrita ideográfica.

Dinastia djou ocidental (1050 antes de Cristo a 771 antes de Cristo): Nesse período, difundiu-se o uso do arco e flecha, do ferro e de alguns utensílios, como os , que são palitos utilizados para levar alimentos à boca.

Dinastia djou oriental (771 antes de Cristo a 221 antes de Cristo): Os djou, sob constantes ataques, mudaram a capital do reino para uma região a leste da antiga capital.

Nessa época, diversos reinos entraram em conflito pêlo domínio de territórios. Por isso, esse período da história da China ficou conhecido como período dos Reinos Combatentes (de 403 antes de Cristo a 221 antes de Cristo).

Respostas e comentários

Questão 1. Resposta: Rio Amarelo e rio Azul.

Questão 2. Resposta: Pin e .

Objetivos do capítulo

  • Compreender a formação da China, reconhecendo sua ocupação milenar.
  • Conhecer alguns aspectos milenares da cultura chinesa.
  • Identificar aspectos das expressões religiosas chinesas, como o confucionismo e o taoismo.

Justificativas

Os conteúdos abordados neste capítulo são relevantes para que os alunos reconheçam as interações e as conexões entre as sociedades do continente asiático e as de outras partes do globo e compreendam suas complexidades, o que favorece o trabalho com a habilidade ê éfe zero sete agá ih zero dois.

Os alunos também analisarão o conceito de modernidade, discutindo seus processos de inclusão e de exclusão em relação aos povos do Oriente, abordagem que contribui para desenvolver a habilidade ê éfe zero sete agá ih zero um.

Nas questões 1 e 2, ao analisar o mapa da página, compare-o com um mapa atual da região para que os alunos percebam a configuração política hoje existente, sendo importante indicar também a China em relação ao mapa-múndi. A atividade auxilia o desenvolvimento do saber geográfico, visto que êles farão uma leitura atenta do mapa e criarão relações entre as questões políticas e a delimitação de fronteiras do território chinês. Além disso, possibilita o trabalho com a Competência específica de Ciências Humanas 7, pois usa a linguagem cartográfica para o desenvolvimento de noções de localização e de direção, neste caso específico, a ocupação dos territórios da China durante as dinastias xãng e djou.

A fundação do Império tchin

No final do período dos Reinos Combatentes, outra dinastia assumiu o poder. Em 221 antes de Cristo, o governante do reino tchin derrotou os reinos adversários e unificou os territórios conquistados. Assim, êle fundou o Império tchin e assumiu o nome de tchin , que significa “tchin, o Primeiro Imperador”.

A centralização do poder

tchin shiuândi adotou uma série de medidas para organizar a administração do Império, entre elas a divisão do território em provínciasglossário .

O imperador também determinou a padronização da moeda, da escrita e do sistema de pesos e medidas. Além disso, foram construídos milhares de quilômetros de estradas ligando as diferentes regiões do Império. êle permaneceu no poder até a sua morte, em 210 antes de Cristo

Gravura. Quin, homem, com barba e bigode, vestindo um chapéu em formato quadrangular com franjas penduradas e quimono com detalhes na gola e braços. À direita, elementos da escrita chinesa.
Gravura de artista desconhecido representando tchin shiuândi, século dezenove.

Clique no play e acompanhe a reprodução do Áudio.

Transcrição do áudio

[Narrador]

A muralha da China

[Laura]

[tom de voz animado]

Olá! Eu sou a Laura, estamos começando mais um episódio do podcast “De olho na História”.

[Rodrigo]

[tom de voz animado]

E eu sou o Rodrigo. Sejam muito bem-vindos!

[Laura]

[tom de voz animado]

Hoje, vamos conversar sobre a Grande Muralha da China e entender por que essa construção simboliza a unidade e a modernidade chinesa.

[Rodrigo]

[tom de voz animado]

Acho que a gente podia começar pensando no significado de modernidade, não é?

[Laura]

[tom de voz explicativo]

Boa! É muito comum ouvirmos que a nossa sociedade é moderna ou que nossas instituições precisam se modernizar.

[Rodrigo]

[tom de voz explicativo]

Mas será que o uso comum desse termo está de acordo com seu real significado histórico?

[Laura]

[tom de voz explicativo]

A Idade Moderna no Ocidente aconteceu entre os séculos XV e XVIII. Nesse período, houve diversas mudanças na estrutura da sociedade europeia.

[Rodrigo]

[tom de voz explicativo]

De modo geral, é possível dizer que essa era moderna foi marcada por transformações na mentalidade, na prática política, nas expressões artísticas, na cultura e na religião.

[Laura]

[tom de voz explicativo]

Um olhar histórico mais amplo mostra que, antes, no período medieval, o poder político era fragmentado. Foi a modernidade que trouxe a unificação e a centralização desse poder.

[Rodrigo]

[tom de voz explicativo]

Isso gerou mudanças políticas, sociais e filosóficas, que impactaram o cotidiano das pessoas e suas práticas coletivas.

[Laura]

[tom de voz explicativo]

Como consequência, houve a unificação de pesos e medidas, a adoção de políticas expansionistas, transformações na organização social e o poder centralizado na figura do rei.

[Rodrigo]

[tom de voz explicativo]

Graças a isso, o comércio teve um grande desenvolvimento nesse novo panorama moderno.

[Laura]

[tom de voz reflexivo]

É, Rodrigo, acho que agora dá para ver como o termo “moderno” é muitas vezes usado sem rigor histórico, não é?

[Rodrigo]

[tom de voz explicativo]

Isso mesmo, Laura. Por isso é fundamental a gente compreender esse conceito, principalmente quando pensamos na história de regiões não europeias.

[Laura]

[tom de voz animado]

Isso nos traz de volta ao tema de hoje. Vamos entender melhor como foi a modernidade chinesa.

[Rodrigo]

[tom de voz interrogativo]

Bem, com base nessas definições, a gente pode dizer que a modernidade chegou à China muito antes que à Europa, não é?

[Laura]

[tom de voz explicativo]

Exatamente. Durante a Dinastia Zhou oriental, que se estendeu entre os séculos VIII a.C. e III a.C., diversos reinos entraram em conflito com objetivos expansionistas.

[Rodrigo]

[tom de voz explicativo]

Esse momento ficou conhecido como período dos Reinos Combatentes. Como resultado desses confrontos, uma nova dinastia acabou assumindo o poder.

[Laura]

[tom de voz explicativo]

A partir de 221 a.C., o governante do reino Qin unificou os territórios conquistados e fundou o Império Qin. Ao assumir o poder, ele adotou uma série de medidas para organizar a administração.

[Rodrigo]

[tom de voz explicativo]

Entre elas, merece destaque a divisão do território em províncias, sendo cada uma governada por três pessoas. E ainda houve a unificação da moeda, da escrita e do sistema de pesos e medidas.

[Laura]

[tom de voz explicativo]

Além das agitações políticas, nesse período havia grande efervescência cultural. Foi quando surgiram Lao Tsé e Confúcio, dois pensadores que se tornaram muito influentes e inauguraram uma nova mentalidade na cultura chinesa.

[Rodrigo]

[tom de voz explicativo, reflexivo]

Lao Tsé e Confúcio valorizavam a vida simples, o respeito ao outro e à natureza. Eles defendiam a necessidade de valores éticos e regras para reger a vida em sociedade, com senso de justiça e honradez.

[Laura]

[tom de voz explicativo]

Bem, ainda no período dos Reinos Combatentes, foram construídas diversas muralhas para proteger os territórios de cada reino.

[Rodrigo]

[tom de voz explicativo, impressionado]

O novo imperador, então, ordenou que essas muralhas fossem interligadas, como símbolo da unificação. Isso foi feito, e elas se transformaram em uma única e grande muralha de 3 mil quilômetros de extensão!

[Laura]

[tom de voz explicativo]

Impressionante! Mas não parou por aí. A Grande Muralha da China continuou a ser construída durante séculos. No século XVII, ela chegou a ter cerca de 20 mil quilômetros de extensão.

[Rodrigo]

[tom de voz explicativo]

Incrível! Mas, hoje, restam pouco menos de 7 mil quilômetros da Muralha, que foi considerada Patrimônio Mundial pela Unesco, por sua importância histórica e seu valor arquitetônico.

[Laura]

[tom de voz explicativo, de admiração]

Sim. A Grande Muralha da China simboliza a modernidade chinesa. E é uma das maiores estruturas que o ser humano já criou.

[Rodrigo]

[tom de voz explicativo, conclusivo]

Eu diria que essa monumentalidade está em sintonia com a grandiosidade do país. Afinal, a população da China é a maior do planeta, com uma imensa pluralidade cultural.

[Laura]

[tom de voz explicativo]

Mas que também convive com disparidades sociais e econômicas, não é?

[Rodrigo]

[tom de voz de encerramento]

É verdade. Bem, acho que nosso tempo acabou.

[Laura]

[tom de voz de encerramento]

Aproveitem para pesquisar mais sobre a China e descobrir outros aspectos importantes desse país. Até mais!

[Rodrigo]

[tom de voz de encerramento]

Até a próxima, pessoal.

[Narrador]

O áudio inserido neste conteúdo é da Freesound.

A Grande Muralha da China

Durante o período dos Reinos Combatentes, várias muralhas foram construídas para proteger os limites territoriais de cada reino. O imperador tchin ordenou que essas muralhas fossem interligadas, transformando-as em uma única e grande barreira com aproximadamente 3 mil quilômetros de extensão.

Outros governantes continuaram a construção dessa muralha, que atingiu a extensão de aproximadamente 20 mil quilômetros no século dezessete. Atualmente, ainda existem cêrca de 7 mil quilômetros da Grande Muralha da China, que é considerada pêla unêsco um Patrimônio Mundial por sua importância histórica e por seu valor arquitetônico.

Fotografia. Uma via com escadaria no meio de uma grande muralha localizada em um monte elevado. Há pessoas na escadaria. A muralha se estende por um longo trecho no horizonte.
Vista de um trecho da Muralha da China, em 2020.
Respostas e comentários

Os assuntos trabalhados nestas páginas permitem contemplar aspectos da Competência específica de História 1, uma vez que o conteúdo apresenta as dinastias chinesas, a centralização do poder, a padronização da moeda, da escrita e do sistema de pesos e medidas e a construção de estradas e da chamada Grande Muralha da China como aspectos históricos, de relações de poder e de manutenção de estruturas sociais.

Atividade a mais

  • Para que os alunos conheçam melhor a Muralha da China, se possível, leve-os à sala de informática da escola para realizar o tour virtual da seção do monumento. Há também a opção de indicar a visita virtual como atividade para casa. Leia, com os alunos, os seguintes passos.
  • Acesse o site The China Guide e escolha a aba “Visitas virtuais” por meio do link: https://oeds.link/K5QYU5. Acesso em: 30 maio 2022.
  • Durante a visita virtual, solicite aos alunos que analisem as imagens em 360 graus da Muralha da China e sigam os comandos para caminhar sôbre ela.
  • Ao final da observação, peça aos alunos que se organizem em duplas. êles devem discutir as impressões que tiveram da Muralha, suas principais características e sua importância. Ao término da atividade, êles devem criar um pequeno texto acêrca das observações que fizeram durante a visita virtual. Proporcione um momento para que os alunos compartilhem as informações obtidas.

A dinastia

Após a morte do imperador tchin , houve um período de instabilidade e de revoltas, até que restabeleceu o Império e iniciou outra dinastia, chamada . O período dessa dinastia, entre os anos de 206 antes de Cristo e 220 Depois de Cristo, é considerado o mais longo da história da China, e foi marcado pêla consolidação do Império e de seu sistema administrativo.

A vida no campo

A maioria da população vivia no campo, dedicando-se às atividades agrícolas, à caça, à pesca e à criação de animais. Os campos cultiváveis geralmente pertenciam aos ricos proprietários de terra. Os camponeses pagavam a êles altos impostos para poder morar e trabalhar nesses espaços.

Na região sul do Império, o cultivo de arroz era uma das principais atividades agrícolas. O arroz era a base da alimentação dos chineses, tanto dos ricos como dos pobres. Era um alimento nutritivo e fácil de preparar e de estocar.

Ilustração. À esquerda, pessoas de pé, ao lado, dois bois. Sobreposto à letra 'C'. À direita, moradias de madeira e barro com telhado de palha. Sobreposto à letra 'D'. Seguido, um cercado com porcos e, ao lado, uma pequena plantação onde uma pessoa trabalha. No fundo e à esquerda, morro com cortes na vertical, com água e plantação de arroz. Sobreposto à letra 'A'. Ao Fundo e à direita, um rio. Sobreposto à letra 'B'.

Esta ilustração é uma representação artística contemporânea produzida com base em estudos históricos.

Fontes de pesquisa: xáfer, . China Antiga. Tradução: Maria de Lourdes Campos Campello. Rio de Janeiro: José Olympio, 1986. página 44. (Biblioteca de História Universal – Life).

Rós, . China Antiga. Tradução: Érico Assis. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2009. página 1011. (Histórias da Antiguidade).

 A.  O arroz era cultivado em aterrosglossário localizados nas encostas dos morros.

 B.  O rio fornecia a água para a irrigação dos arrozais, além de peixes para a alimentação da população.

 C.  Bois e vacas eram utilizados para puxar arados ou para transportar a colheita.

 D.  As moradias da maioria dos camponeses eram muito simples, geralmente construídas com paredes de barro com tábuas de madeira e teto de palha e bambu.

Respostas e comentários
  • O assunto da vida no campo, de suas produções e dos hábitos permite o trabalho com o tema contemporâneo transversal Educação alimentar e nutricional. Destaque a importância do cultivo do arroz tanto na Antiguidade quanto na atualidade, ressaltando as propriedades do alimento e lembrando os alunos de que, assim como acontece em muitos países orientais, o arroz é um dos alimentos mais recorrentes na culinária brasileira. A fim de ampliar a discussão para o contexto contemporâneo e incentivar bons hábitos de consumo alimentar, complemente êsse trabalho solicitando aos alunos que pesquisem as propriedades nutricionais do arroz, anotando, no caderno, as informações que encontrarem.
  • Analise com os alunos a imagem. Peça-lhes que identifiquem a região indicada com o texto da legenda, descrevendo os detalhes de cada uma das áreas destacadas, como a fórma de trabalho nos arrozais, a importância do rio, o escalonamento da costa da montanha, a importância dos animais na rizicultura, entre outras questões. Por analisar um recurso imagético para auxiliar os alunos a refletir sôbre determinado contexto, a reflexão permite o trabalho com aspectos da Competência específica de História 3.

A vida na cidade

Durante o período , uma das cidades mais importantes da China foi , a capital do Império e onde se localizava o palácio do imperador. Era uma cidade cercada por muros de até 16 metros de espessura, com 12 portões de entrada e saí­da, vigiados por guardas armados.

Na cidade, havia 12 ruas principais, que eram mais largas. Nesses locais, comerciantes ofereciam seus produtos em barracas e artistas ambulantes faziam suas apresentações.

Ilustração. À esquerda, moradias de   madeira, uma do lado da outra. Sobreposto à letra 'A'. Centralizado, uma casa grande com várias janelas. Sobreposto à letra 'B'. Atrás, pátio com várias crianças sentadas e um adulto. Atrás deles, uma árvore grande. Sobreposto à letra 'C'. À direita, encostadas em uma construção, duas bancas com diversos objetos expostos. Sobreposto à letra 'D'. Na rua em frente à banca, há uma árvore com flores cor de rosa e diversas pessoas caminhando e olhando os objetos em exposição nas bancas.

Esta ilustração é uma representação artística contemporânea produzida com base em estudos históricos.

Fonte de pesquisa: , Tiã. Ao longo do rio durante o festival de . Pintura panorâmica em rolo de pergaminho, ​25,5 centímetrospor525 . Museu do palácio de Pequim.

 A.  A maioria das moradias e dos estabelecimentos comerciais era construída em madeira e taipaglossário .

 B.  As moradias das pessoas mais ricas costumavam ser maiores e mais espaçosas. Muitas delas tinham um pátio interno, a céu aberto, como espaço de convivência.

 C.  Nas escolas, as crianças de famílias mais ricas estudavam disciplinas como Música, Geografia e Caligrafia. Muitas crianças tinham aulas em casa com professores particulares.

 D.  Diversos produtos eram vendidos nos estabelecimentos comerciais, como alimentos, tecidos, pequenos animais e artesanatos. Muitos dêsses produtos eram trazidos de outros lugares do mundo.

Respostas e comentários
  • Os assuntos abordados nestas páginas possibilitam trabalhar aspectos da Competência específica de Ciências Humanas 3, ao incentivar os alunos a identificar e explicar a intervenção da população chinesa antiga tanto no campo quanto na cidade, levantando hipóteses e fomentando a curiosidade deles.
  • Analise com os alunos a imagem. Peça-lhes que indiquem os principais aspectos representados nela, identificando-os com a legenda. êles podem descrever as casas, a organização urbana e a diferença entre os indivíduos retratados. Questione-os se já viram alguma imagem semelhante, em agá quês, animês ou desenhos animados. Por analisar um recurso imagético para auxiliar os alunos a refletir sôbre determinado contexto, o estudo permite o trabalho com aspectos da Competência específica de História 3.

Um texto a mais

Leia o texto a seguir sôbre a importância da (ou ) na Antiguidade e, se julgar conveniente, compartilhe-o com os alunos.

reticências Na conformação dos séculos um ao três Depois de Cristo, Roma e o Império (cuja capital oficial era Xâng na) surgem funcionando como os centros hegemônicos, organizando as relações de troca dentro do sistema mundial através do contrôle das periferias (áreas dominadas ou sob influência do centro) e articulando seu funcionamento. As periferias são, por consequência, os grupos sociais, cidades, regiões, áreas, territórios e tribos que sofrem alguma espécie de ação do centro, seja por sua importância estratégica, seja por sua proximidade geográfica. O que caracteriza uma periferia é a existência de um grupo ou sociedade local que se articula ao centro hegemônico por motivos políticos (aliança ou dominação), econômicos (geração de excedentes negociáveis e/ou consumo de produtos de circulação controlada pêlo centro) e ainda culturais (influência de hábitos, práticas e costumes advindos do mesmo centro). Nenhum dêstes fatores exclui o outro, mas ajudam-nos a determinar o grau de importância de uma periferia dentro do sistema. Apesar de estarem também inseridas num sistema de relação hierárquica, cujos procedimentos são, em geral, definidos pêlo centro, algumas periferias provavelmente possuíam uma capacidade de negociação maior do que outras, fosse pêla importância de sua produção, sua localização geográfica, etcétera Neste contexto, é curioso notar que a articulação dessas sociedades, fosse com o Império romano ou com o mundo chinês, foi responsável, às vezes, por uma substancial melhoria material das mesmas, dado que foram incluídas em um âmbito de relações muito maior do que aquele que anteriormente possuíam.

reticências

BUENO, André. Rotas do mundo antigo. Versão da Dissertação de Mestrado em História intitulada “Roma, China e o Sistema Mundial entre os séculos um ao três Depois de Cristo”. Niterói: ú éfe éfe, 2002. página 1718.

Taoismo e confucionismo

Nos séculos seis antes de Cristo e cinco antes de Cristo, dois pensadores influenciaram a religiosidade e a filosofia chinesas: e Confúcio. pensadores difundiram ideias que até os dias atuais fazem parte do cotidiano de muitas pessoas.

e Confúcio viveram em um período marcado por crises políticas e econômicas, guerras e grande desigualdade social. Diante disso, êles buscavam apontar caminhos para superar as dificuldades pêlas quais a sociedade chinesa passava.

afirmava que era necessário que o govêrno fosse realmente bom e justo para a população. êle pregava a ideia de uma vida simples e em harmonia com a natureza.

O meio pêlo qual as pessoas poderiam alcançar êsse ideal seria o Táo, palavra chinesa que em português significa “o caminho”.

Ilustração. Lao Tsé, homem, com cabelos longos e liso, bigode e barba, usando sapatos e tecidos azul e vermelho ao redor do corpo.
Representação de . Gravura de artista desconhecido, século dezenove.

O yine o yang

Os seguidores do Táo são conhecidos como taoistas. Para êles, tudo o que existe contém uma energia vital compartilhada por todos, o . Essa energia vital é feita de duas fôrças opostas e complementares: o (escuro, frio, negativo) e o (claro, quente, positivo).

Leia o texto a seguir, que aborda a questão do equilíbrio entre o e o .

Ilustração. Símbolo yin e yang. Um círculo com uma linha sinuosa no meio. À esquerda, fundo preto com um círculo branco. À direita, fundo branco com um círculo preto.
Símbolo do e .

reticências Cada elemento possui um pouco do outro. Assim, o positivo tem um pouco do negativo, o masculino um pouco do feminino, o quente um pouco do frioreticências

Quando esse equilíbrio se rompe, surge a desordem, a confusão, a destruição das fórmas e a doença. Recuperar a saúde reticências é recuperar o equilíbrio, o Táo. reticências

CISALPINO, Murilo. Religiões. São Paulo: Scipione, 2004. página 38.

Ícone 'Atividade oral'.

Questão 3.

Relacione o texto com o símbolo do e . O que o autor quis dizer com a frase “Cada elemento possui um pouco do outro”?

Respostas e comentários

Questão 3. Resposta: Espera-se que os alunos percebam que o autor do texto quis dizer que não há algo totalmente positivo ou negativo, assim como o símbolo retratado, cuja metade preta contém um círculo branco, e a metade branca contém um círculo preto, cada elemento possui um pouco do outro, o que gera equilíbrio.

  • Os conteúdos relacionados às influências na religiosidade e na filosofia chinesa, bem como nas artes marciais dessa civilização, possibilitam trabalhar aspectos da Competência específica de Ciências Humanas 4, uma vez que incentivam o acolhimento e a valorização da diversidade de crenças e de valores.
  • A questão 3 da página permite o desenvolvimento da competência leitora e da leitura inferencial. Peça aos alunos que façam a leitura do texto e o relacionem com o símbolo do . Questione-os sôbre a relação da imagem com a filosofia e a religiosidade chinesa. Solicite-lhes também que expliquem se já viram o símbolo antes e em que ocasiões. Pergunte a êles: “Como o símbolo se relaciona com os princípios da religiosidade chinesa?”; “O que os lados do símbolo representam?”; “Onde você já viu êsse símbolo aplicado?”. Essa análise favorece, ainda, o desenvolvimento da Competência específica de História 3, pois recorre à linguagem visual para auxiliar o aluno a construir as próprias argumentações e hipóteses sôbre o contexto histórico estudado.

Confúcio

Para Confúcio, a felicidade e o bem-estar das pessoas só poderiam ser alcançados por meio da obediência a algumas regras fundamentais.

êle acreditava que tanto os governantes como o povo deviam seguir um código de conduta que visava à boa convivência em sociedade. Valores e regras, como respeito aos pais e aos antepassados, senso de justiça e honradez, seriam responsáveis por uma convivência mais harmoniosa entre as pessoas.

Assim, todos deveriam buscar o aperfeiçoamento pessoal por meio da educação. Um governante deveria ser bem instruído e qualificado para governar com honestidade e de acôrdo com as necessidades do povo, caso contrário, era dever de outros intelectuais corrigi-lo ou substituí-lo.

Confucionismo e educação

Para Confúcio, a educação deveria estar ao alcance de todos, independentemente da condição social. Por meio da educação, as pessoas poderiam compreender a importância do respeito em relação ao outro. Essa preocupação influenciou os chineses por séculos. Até hoje, diversos valores e condutas relacionados às ideias do confucionismo ainda são valorizados na educação chinesa.

Fotografia. Crianças usando um quimono cinza, saia azul e um tecido vermelho amarrado na cintura. Na parte superior, as crianças estão de mãos dadas com os braços voltados para baixo. Na parte inferior, as crianças estão com os braços estendidos para cima.
Alunos em uma cerimônia para celebrar o 2571º aniversário de Confúcio, em , um Templo Confucionista, cidade de , China, em 2020.
Respostas e comentários

O conteúdo sôbre o confucionismo permite o trabalho com o tema contemporâneo transversal Educação em direitos humanos. Ressalte os princípios do confucionismo relacionados à educação como um direito de todos os indivíduos, com vistas à construção de uma sociedade na qual haja convivência harmônica, garantindo, assim, a paz e o respeito ao próximo.

Atividade a mais

Leia para os alunos o trecho da obra Os Analectos, atribuída a Confúcio, e peça-lhes que respondam às questões.

reticências

16.9 Confúcio disse: “Aqueles que têm um conhecimento inato são os mais elevados. Depois vêm aqueles que adquirem conhecimento pêla aprendizagem. Em seguida, vêm aqueles que aprendem pêlas provações da vida. No nível mais baixo, estão as pessoas comuns que passam pêlas provações da vida sem aprender nada.”.

16.10 Confúcio disse: “Um cavalheiro tem cuidado em nove circunstâncias:

– ao olhar, para ver claramente;

– ao escutar, para escutar nitidamente;

– na sua expressão, para ser amigável;

– na sua atitude, para ser deferente;

– na sua fala, para ser leal;

– em serviço, para ser respeitoso;

– na dúvida, para perguntar;

– quando zangado, para ponderar sôbre as consequências;

– ao obter uma vantagem, para considerar se ela é justa.”.

reticências

CONFÚCIO. Os Analectos. segunda edição Tradução: Claudia Berliner. São Paulo: Martins Fontes, 2005. página 95. (Coleção Clássicos).

Perguntas

1. Quem são “os mais elevados” segundo Confúcio?

2. Qual é a visão de Confúcio sôbre o aprendizado? Transcreva partes do texto que comprovem sua resposta.

3. Identifique algumas das características que um cavalheiro deve ter de acôrdo com Confúcio. Você concorda com essa ideia? Por quê? Converse com os colegas sôbre o assunto.

Respostas

1. De acôrdo com Confúcio, os mais elevados são os que detêm conhecimento inato.

2. O aprendizado é muito importante, pois, se a pessoa não tem conhecimento inato, é pêla aprendizagem que vai adquiri-lo, e é isso que vai determinar sua elevação. Segundo Confúcio, os que não aprendem em nenhuma circunstância situam-se no “nível mais baixo”.

3. Um cavalheiro deve ver claramente, escutar de fórma nítida, ser amigável, deferente, leal, respeitoso e questionador, além de saber ponderar e avaliar a justiça de uma vantagem recebida. Resposta pessoal. Permita aos alunos que conversem sôbre a importância de ter essas características.

Artes marciais chinesas

Você já viu em filmes, jogos ou desenhos animados, por exemplo, pessoas praticando artes marciais? Já imaginou quando e por que essas atividades foram criadas?

Uma grande variedade de estilos de artes marciaisglossário se desenvolveu na China desde a Antiguidade. Acredita-se que as técnicas marciais chinesas foram desenvolvidas para a defesa contra ataques inimigos. Ao longo do tempo, elas foram aprimoradas e os treinos passaram a incluir ensinamentos filosóficos, valorizando a conduta moralglossário de seus praticantes e a preservação da saúde.

As artes marciais chinesas recebem o nome de uúchu. Elas foram difundidas por diversos países e, no Brasil, são conhecidas como . Conheça a seguir um pouco mais sôbre as artes marciais chinesas.

Observação da natureza

Diversas técnicas dos estilos de foram desenvolvidas por meio da observação da natureza. Animais como o tigre, a garça e a serpente inspiraram a criação de movimentos que utilizam fôrça, agilidade e precisão.

O shaolin

Um dos estilos mais conhecidos de kun fu foi desenvolvido em um antigo templo budista, o Templo . Os monges budistas treinavam kun fu com o objetivo de defender o templo. Além disso, a prática dessa luta contribuía para a saúde do corpo e da mente.

O tem como principais características a agilidade e a fôrça física de seus praticantes.

Fotografia. Crianças vestindo uniforme vermelho. Elas estão agachadas com uma das pernas estendidas. O braço esquerdo está na frente do corpo, com a palma da mão aberta. O braço direito está estendido para trás.
Crianças praticando em instituto de artes marciais , em , China, em 2017.
Respostas e comentários
  • O conteúdo destas páginas sôbre as artes marciais chinesas favorece um trabalho com o tema contemporâneo transversal Diversidade cultural. Incentive os alunos a comentar o que sabem sôbre artes marciais e leve-os a perceber como as tradições milenares dos povos orientais acabaram incorporadas à nossa cultura, enriquecendo-a.
  • A reflexão proposta no início do boxe busca mapear os conhecimentos prévios dos alunos sôbre a prática de artes marciais. Permita-lhes que expressem seus conhecimentos sôbre o tema, citando nomes de personagens, agá quês, animês, desenhos, filmes e jogos sôbre o tema. Garanta que todos se expressem com respeito, sem manifestar nenhum tipo de preconceito.
  • O estudo e a reflexão sôbre os princípios morais das escolas tradicionais de kun fu contemplam aspectos da Competência geral 8, favorecendo o reconhecimento de si mesmo, com atenção para os aspectos da saúde física e emocional.
  • É possível que algum aluno da turma seja praticante de alguma arte marcial; caso se sinta confortável para falar a respeito do tema, peça a êsse aluno que conte aos colegas quais seriam os princípios morais de sua prática e se há alguma relação com o conteúdo estudado.

Artes marciais taoistas

Alguns estilos de artes marciais foram influenciados pêla filosofia taoista. Suas práticas dedicam maior atenção às técnicas de respiração, circulação e equilíbrio das energias do corpo.

Entre os estilos mais conhecidos dessas artes marciais está o tai chí chuan.

Fotografia. Pessoas usando uniformes. Elas estão com as pernas afastadas, joelhos flexionados, a mão direita estendida para o lado e a mão esquerda perto do peito.
Praticantes de tái na cidade de , China, em 2021.

A popularização do

A partir da década de 1960, o passou a ser difundido com mais intensidade em outras regiões do mundo. Muitos filmes e séries de televisão, por exemplo, ajudaram a divulgar as artes marciais chinesas.

Ilustração. Um panda vestindo um short. Ele está saltando com as pernas afastadas. O punho esquerdo está fechado e direcionado para a frente do corpo.
Mestre , personagem principal da animação Panda, de marqui e Djón steven san, produzido em 2008.

As escolas tradicionais de kun fu

Parte do que conhecemos atualmente sôbre as artes marciais chinesas se deve às escolas tradicionais de kun fu.

Um dos aspectos fundamentais do kun fu ensinados nas escolas tradicionais é a formação de indivíduos que sigam uma filosofia de vida e uma conduta moral baseadas em princípios como a não violência, a autodefesa e a defesa do próximo, além da busca por aperfeiçoamento pessoal, tanto físico como mental.

Respostas e comentários

Um texto a mais

O texto a seguir traz mais informações sôbre a história do kun fu. Se julgar conveniente, leia-o para os alunos.

reticências

De acôrdo com o estudo de , o têrmu kun fu” teria chegado ao Ocidente no século dezoito, transportado por padres jesuítas que estavam na China. [...] O têrmu se desenvolve na Escola Taoista, onde se relacionaria a toda prática que fosse ao mesmo tempo física e espiritual, designando, portanto, tempo e energia dedicados a determinada atividade almejando-se certo nível de desenvolvimento e excelência. reticências

Conforme aponta , cabe ao ideograma “” a tradução como sendo algo realizado dentro de certo campo ou área de atividade. Já o ideograma “” significaria homem maduro ou marido, podendo ser traduzido por um alto grau de perfeição (maturidade) alcançado em qualquer área. reticências

Analisar a história do “kun fu” requer certa dose de cautela e desprendimento, afinal estamos tratando de uma prática marcial antiquíssima, relacionada com a própria cultura milenar chinesa, pautado na sua fórma peculiar de se transmitir e perpetuar. Durante longo tempo a fórma tradicional de transmissão histórica (bem como técnica e de valores) no “ ” esteve baseada em uma fórma direta e de poucas fontes documentais. Tratava-se basicamente da transmissão feita diretamente do mestre para o discípulo, de fórma oral e muitas vezes carregada de simbolismos, permanecendo esta no seio da própria família marcial por longos anos.

reticências

CAPRARO, André Mendes; FERREIRA, Fernando . Castilho; JÚNIOR, Wanderley. O “ ” no Brasil na perspectiva dos mestres pioneiros: problemas e perspectivas no uso da história oral como instrumental de análise. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte, São Paulo, número 28, volume 1, janeiro/março 2014. página 6667.

Atividades

Faça as atividades no caderno.

Organizando os conhecimentos

  1. Explique o que foi o período dos Reinos Combatentes na história da China.
  2. Cite algumas transformações ocorridas na China durante o govêrno do imperador tchin .
  3. De acôrdo com a filosofia taoista, explique o que são o Táo, o e o .
  4. Durante a dinastia , qual era a base da alimentação chinesa para aqueles que viviam no campo?

Aprofundando os conhecimentos

5. Leia o texto a seguir e, depois, responda às questões.

reticências

A filosofia de Confúcio se baseia no conceito de , têrmu que pode ser traduzido por “benevolência” ou “humanismo”. Para êle, um sábio deve medir suas ações tendo em vista o bem da humanidade – tanto as gerações presentes quanto as futuras. êsse apêlo ao altruísmo universal se resume na máxima cunhada pêlo mestre 400 anos antes de Jesus Cristo: “Não faças aos outros o que não desejes que te façam”. Outro conceito essencial do confucionismo é o , que pode ser traduzido como “ordenamento social”. Confúcio acreditava que só poderia haver harmonia entre os homens se cada indivíduo seguisse à risca as normas de sua sociedade – incluindo respeito à hierarquia e etiqueta.

reticências

BOTELHO, José Francisco. A fé que move a China. Superinteressante, São Paulo, Abril, 31 . 2016. pê ponto 21.

  1. Explique o que significam os conceitos de e , nos quais a filosofia confucionista se baseia.
  2. Como Confúcio interpreta a prática dêsses conceitos?
  3. Qual é a frase de autoria de Confúcio que resume seu apêlo ao altruísmo universal?
  4. De que maneira Confúcio idealiza a harmonia entre os seres humanos?
Respostas e comentários

1. Resposta: O período dos Reinos Combatentes foi um momento da história chinesa em que vários reinos estavam em conflito pêlo domínio de territórios, por isso foram mobilizados exércitos e realizadas batalhas violentas.

2. Resposta: Ao longo do govêrno de tchin ocorreu a padronização de pesos, de medidas, de moedas e das fórmas de escrita. Além disso, o território foi dividido em províncias e diversas estradas foram construídas ligando várias partes do Império.

3. Resposta: O Táo foi uma ideia pregada pêlo pensador na China Antiga e representa o caminho para alcançar uma vida simples e conectada com a natureza. De acôrdo com essa filosofia, a energia vital () é formada por duas fôrças opostas e complementares: o e o .

4. Resposta: A base da alimentação chinesa para aqueles que viviam no campo era o arroz.

5. Respostas nas orientações ao professor.

  • As atividades desta página favorecem a abordagem de aspectos da Competência específica de História 3, permitindo aos alunos elaborar questionamentos e hipóteses com relação às informações e aos contextos históricos analisados. As atividades 1 a 5 possibilitam aos alunos que reflitam sôbre as interações e as conexões da sociedade chinesa com outras partes do planeta, além de questionarem o conceito de modernidade aplicado a essas civilizações, abordando aspectos relativos às habilidades ê éfe zero sete agá ih zero dois e ê éfe zero sete agá ih zero um.
  • A atividade 5 permite o desenvolvimento da competência leitora e da leitura inferencial. Peça aos alunos que façam a leitura do texto sôbre a filosofia de Confúcio. Incentive-os a refletir sôbre o papel dele para o pensamento chinês e sôbre a mescla entre princípios filosóficos e religiosos na China. Para isso, faça alguns questionamentos: “Como Confúcio influenciou o pensamento chinês?”; “Por que o confucionismo pode ser entendido como uma filosofia e como uma expressão religiosa?”.

Respostas

5. a ) Os conceitos e significam, respectivamente, “benevolência” ou “humanismo” e “ordenamento social”.

b ) Confúcio interpreta a prática dêsses conceitos pêlas nossas ações, que devem ser medidas tendo como princípio o bem da humanidade.

c ) A frase é “Não faças aos outros o que não desejes que te façam”.

d ) Para Confúcio, a harmonia entre os seres humanos seria alcançada se cada indivíduo seguisse à risca as normas de sua sociedade; entre elas, o respeito à hierarquia e à etiqueta.

6. Leia o texto a seguir, que trata do comércio estabelecido na chamada Rota da Seda, na época da dinastia , entre os chineses e outros povos. Depois, analise o mapa e responda às questões.

reticências

lógo começou-se a ouvir o ruído das caravanas que atravessavam a região entre a montanhas do Tibete e os desertos do norte, passavam pêlas cidades mais tarde conhecidas com e e chegavam à , onde as mercadorias chinesas eram negociadas com persas, e levadas para o Mediterrâneo. A seda era o produto chinês mais cobiçado. Missões comerciais patrocinadas pêlo govêrno exportavam seda bruta e tecidos prontos. As caravanas levavam também ouro, canela e peles e traziam vinho, especiarias, linho, cavalos, roupas de lã e alimentos exóticos, como romãs, favas e gergelim.

reticências

, Enri (.). Impérios em ascensão: 400 antes de Cristo-200 Depois de Cristo Tradução: Pedro Paulo Poppovic. Rio de Janeiro: Cidade Cultural, 1990. página 149. (Coleção História em Revista).

A Rota da Seda (cerca do ano 100)

Mapa. A Rota da Seda (cerca do ano 100). Mapa territorial destacando partes da Europa, África e Ásia. 

A rota se divide em três caminhos diferentes à partir de Veneza, na Europa, em direção à Samarcanda, na Ásia. O primeiro passa por Roma e atravessa o Mar Mediterrâneo até Akka e Samarcanda, na Ásia.

O segundo, sai de Veneza, passa perto do Rio Danúbio, por Constantinopla e segue pela Ásia até Samarcanda. 

O terceiro, sai de Veneza, atravessa o Rio Volga, o Rio Ural e o Rio Oxus até chegar à Samarcanda. 

De Samarcanda, os caminhos chegam até Kashgar, onde a rota se bifurca. Um caminho passa por Dunhuang e Ningxia até chegar à Changan. O outro sai de Kashgar até Changan.

Na parte inferior à direita, planisfério destacando, parte da África, Europa e Ásia. Acima, representação da rosa dos ventos e escala de 600 quilômetros por centímetro.

Fonte de pesquisa: Táo, uãng. Explorando a China. São Paulo: Ática, 1996. página 14.

  1. De acôrdo com o texto, quais eram os principais produtos transportados pêlas caravanas da Rota da Seda?
  2. Conforme o mapa, por quais regiões passava a Rota da Seda?
  3. Segundo o mapa, a maior parte dos caminhos da Rota da Seda era terrestre. Havia, porém, um trecho marítimo. Identifique êsse trecho e escreva no caderno o nome do mar que êle atravessava.
  4. Cite o nome de duas cidades da Europa que recebiam produtos da Rota da Seda.
Respostas e comentários

6. a) Resposta: Seda bruta, tecidos prontos, ouro, canela, peles, vinho, especiarias, linho, cavalos, roupas de lã e alimentos exóticos (romãs, favas e gergelim).

6. b) Resposta: Por China, Mongólia, Pérsia e Europa.

6. c) Resposta: O trecho marítimo que aparece no mapa passa pêlo Mar Mediterrâneo.

6. d) Resposta: Roma e Veneza.

A atividade 6 oferece um recurso textual e um mapa a fim de explorar o tema da Rota da Seda, permitindo o desenvolvimento do conhecimento crítico por meio de aspectos de localização, elementos referentes à Competência específica de Ciências Humanas 7. Esta atividade também favorece o desenvolvimento da competência leitora e da leitura inferencial. Peça aos alunos que façam a leitura do texto sôbre a Rota da Seda, comparando as informações obtidas com aquelas presentes no mapa. Incentive-os a refletir sôbre a importância dessa rota como fórma de interação entre a China e outros povos da Antiguidade, desenvolvendo aspectos da habilidade ê éfe zero sete agá ih zero dois.

Atividade a mais

  • Proponha aos alunos que construam uma linha do tempo que mostre a cronologia da história chinesa desde a época das primeiras dinastias, entre 1500 antes de Cristo a 1000 antes de Cristo, até o período que compreende a ramificação do Império (séculos seisoito), incluindo as características das dinastias formadas nesse contexto. A linha deve ser construída de fórma comparativa à das sociedades da Antiguidade Clássica, possibilitando uma visão diacrônica e simultânea das sociedades antigas. Oriente os alunos nos procedimentos a seguir.
  • Desenvolvimento

a ) Em grupo, os alunos devem buscar informações sôbre eventos relevantes da história da China, da Grécia e de Roma, considerando os conteúdos desta unidade e, se possível, consultar o volume de 6º ano da coleção, assim como sites, livros ou revistas especializados no assunto.

b ) Instrua-os a buscar informações escritas e datas dos eventos, assim como imagens, que podem ser recortadas, impressas ou ilustradas por êles.

c ) Em papel kraft ou cartolina, os alunos devem compor a base da linha do tempo, com anotações dos acontecimentos ocorridos na China. Em seguida, êles devem desenhar uma linha do tempo das histórias grega e romana.

d ) Finalizada a disposição dos textos e das imagens, os alunos devem apresentar suas produções aos colegas, comparando-as. êles podem identificar, por exemplo, os períodos de ascensão de determinados govêrnos, se há características semelhantes na formação dêsses povos, entre outros elementos. Ao fazerem comparações entre essas sociedades e eventos ocorridos simultaneamente ou não, a atividade favorece o desenvolvimento da Competência específica de Ciências Humanas 5.

Glossário

Província
: divisão territorial administrada por governantes indicados pêlo imperador.
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Aterro
: obra que consiste em transformar uma área alagada em um terreno firme por meio da colocação de camadas de terra.
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Taipa
: processo de construção de paredes em que é utilizado barro amassado para preencher armações de madeira ou bambu.
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Marcial
: relativo à guerra.
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Conduta moral
: nesse caso, conjunto de regras e comportamentos que devem ser seguidos pelos praticantes.
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