CAPÍTULO 5 A formação do Japão

Há diversas teorias que buscam explicações sôbre os primeiros habitantes do arquipélagoglossário que hoje fórma o Japão. Baseando-se em estudos arqueológicos, uma dessas teorias defende que a região começou a ser povoada há cêrca de 30 mil anos por povos originários da península coreana. Acredita-se que os primeiros registros da cultura japonesa foram produzidos há aproximadamente 6 mil anos. Entre êles estão utensílios domésticos de barro, como potes e vasos, da cultura conhecida como .

Por volta de 300 antes de Cristo, em uma segunda onda migratória, pessoas originárias do norte da China teriam se fixado nas ilhas do atual Japão. Conhecidas como , essas pessoas formavam grupos sedentários que cultivavam arroz, criavam animais e conheciam técnicas de metalurgia. Aos poucos, a cultura tornou-se predominante na região.

O Japão no século III

Mapa. O Japão no século 3. Mapa territorial destacando uma ilha, entre o Oceano Pacífico e o Mar do Japão/Mar do Leste. As cidades destacadas são: Kyushu, Shikoku, Yoshino, Nara, Osaka, Kyoto, Kamakura, Honshu e Hokkaido. Na parte inferior à direita, planisfério destacando o parte da Ásia. À esquerda, e acima, representação da rosa dos ventos e, abaixo, escala de 230 quilômetros por centímetro.

Fonte de pesquisa: blék, diéremi. World history atlas. Londres: dórlin quínderslei, 2005. página 264.

Reinos e impérios

A cultura prevaleceu por cêrca de 600 anos. Nesse período, as comunidades que se desenvolveram no arquipélago japonês estavam organizadas em clãs, cada um deles com um chefe, mulher ou homem. Para ampliar seus domínios, alguns chefes estabeleceram alianças entre os clãs, possibilitando a formação de diversos reinos.

Entre os séculos quatro e cinco, originou-se o Reino de , que se expandiu e formou um império. Nos dois séculos seguintes, no chamado período Asuka (552 e 710), o Império cresceu e recebeu diversas influências de outras culturas. Os chineses, por exemplo, introduziram a escrita ideográfica (do japonês, ) e o confucionismo. Além disso, monges coreanos difundiram a religião budista.

Respostas e comentários

Objetivos do capítulo

  • Compreender a formação do Japão.
  • Conhecer aspectos culturais e sociais do Japão na época dos reinos e dos impérios.
  • Identificar a estrutura social do Japão Antigo.
  • Compreender algumas características da religiosidade japonesa na época dos xoguns.

Justificativas

Os conteúdos abordados neste capítulo são relevantes para que os alunos reconheçam as interações e as conexões entre o Japão Antigo e outras partes do globo, compreendendo sua complexidade, o que favorece o trabalho com a habilidade ê éfe zero sete agá ih zero dois.

Os alunos também analisarão o conceito de modernidade, discutindo seus processos de inclusão e de exclusão com relação aos japoneses da Antiguidade, abordagem que contribui para desenvolver a habilidade ê éfe zero sete agá ih zero um.

Ao examinar as dinâmicas comerciais entre o Japão Antigo e outras sociedades, comparando as fórmas de navegação entre o Pacífico e o Atlântico, também é possível discutir aspectos das habilidades ê éfe zero sete agá ih um quatro e ê éfe zero sete agá ih zero seis.


O conteúdo sôbre a formação do Japão, em específico, e as correntes migratórias que o compuseram contempla aspectos da Competência específica de História 5.

Um texto a mais

Para entender um pouco mais sôbre a formação do Japão, leia o texto a seguir a respeito do período .

reticências

O período deve ser considerado, em verdade, como um neolítico retardatário, podendo a sua fase de maturidade ser vista como uma antecipação das Idades do Bronze e do Ferro, no sul do país. Nessa fase, a agricultura revela-se primitiva, praticada em reduzida escala. Somente no último milênio do período verifica-se a domesticação de animais. A vida se organiza em tôrno de pequenas comunidades, que se desenvolvem em função da coleta e da caça.

O homem do período vivia nas imediações do litoral, subsistindo graças principalmente a uma intensa coleta de mariscos. Na medida em que penetrou mais para o interior e, consequentemente, alcançou as montanhas, êsse homem diversificou as suas fontes de subsistência, passando a viver da coleta de frutos e da caça, possibilitando o desenvolvimento de pequenas comunidades, já dotando suas habitações de lareiras, que se constituíram em verdadeiros protótipos das atuais “”. reticências

, Miguel D. História do Japão. Revista de História. Vitória, número 3, 1992. página 68.

Períodos da história do Japão

A história do país que hoje conhecemos como Japão costuma ser dividida em períodos marcados por intenso desenvolvimento cultural e intelectual.

Período (710-794)

No ano de 710, estabeleceu-se a primeira capital fixa do Japão, em . Durante o período Nara, houve intenso desenvolvimento nas áreas da Arquitetura, das artes e da literatura. Também houve o aprimoramento da escrita e a produção de grande quantidade de registros documentais, como éditosglossário e ordens do govêrno, além de poemas.

Período Heian (794-1185)

O período Heian foi marcado pêlo surgimento da figura do samurai (do japonês, “aquele que serve”). Inicialmente, os samurais eram guerreiros que protegiam a propriedade de seus senhores.

Ao longo dos anos, seus métodos de luta foram aperfeiçoados e êles passaram a compor um novo grupo da sociedade, unido por um código de ética chamado buxido.

A ascensão dos xoguns (1185‑1867)

A partir do século doze, com o enfraquecimento do poder imperial e as disputas entre os clãs, desenvolveu-se um sistema de govêrno chamado xogunato, também conhecido como .

Após uma série de conflitos, , chefe de um clã guerreiro, recebeu o título de xogum (do japonês, comandante do exército).

êsse período costuma ser dividido em: período Kamakura (1185 a 1333), período Muromachi (1333 a 1603) e período Edo (1603 a 1867).

Pintura. Um homem, usando roupa preta, está sentado com as pernas cruzadas sobre um tapete vermelho com detalhes em amarelo. Acima, uma cortina com detalhes coloridos. Atrás das cortinas, uma paisagem com montanhas e uma pequena construção com uma árvore. Na frente do homem, uma escadaria com duas esculturas de animais quadrúpedes.
Pintura em tecido de autoria desconhecida, do século dezoito, representando Tocugaua , que se tornou xogum em 1603, dando início ao período Edo.
Respostas e comentários

A leitura e a análise dos diferentes períodos da história do Japão contemplam aspectos da Competência específica de História 2, uma vez que permitem compreender transformações e manutenções das estruturas sociais, políticas e econômicas dessa sociedade ao longo do tempo.

Um texto a mais

Leia a seguir um trecho sôbre a história e as características do xogunato Tocugaua. Se achar conveniente, compartilhe essas informações com os alunos.

reticências

O xogunato Tocugaua não era apenas um govêrno militar com a função de unificar o país, mas uma estrutura governamental com estratégias eficazes que usou a unificação nacional a fim de obter contrôle absoluto das terras e, consequentemente, a paz interna. reticências

O rígido sistema administrativo Tocugaua controlava os impostos locais, fazendo uso do kokudaka, um sistema de taxação com base na produção medida através do koku, entendido como o montante de arroz suficiente para alimentar uma pessoa por um ano. O imposto não era calculado a partir do que era de fato produzido, mas baseava-se no tamanho e na qualidade da terra. Nota-se que o era utilizado, também, como uma espécie de moeda, servindo de pagamento para samurais vassalos que administravam os feudos de seus respectivos , ou até mesmo para medir o tamanho de terras feudais.

reticências

distribuiu os pêlo território japonês, conferindo-lhes o direito de governar a população que vivia em seus feudos e controlar os impostos que eram arrecadados. Mas êsse mesmo poder poderia ser também confiscado pêlo xogum, que podia destituir os de seus cargos ou até mesmo transferi-los para outros domínios ou diminuir parte de suas propriedades de terra. Com êsse sistema, pôde conceder a autoridade de aos vassalos mais antigos e fiéis ao clã Tocugaua reticências.

MARQUES, Kamila Cristiny Pereira. O e a queda do xogunato Tocugaua (1600-1868): a expressão dos valores de uma sociedade guerreira. 2014. Trabalho de Conclusão de Curso (Licenciatura em Língua e Literatura Japonesas) – Universidade de Brasília, Brasília. página 10. Disponível em: https://oeds.link/V2JXJT. Acesso em: 2 junho 2022.

A sociedade na época do xogunato

Nos anos em que vigorou o sistema de xogunato, houve pouca possibilidade de mobilidade social. Conheça a seguir alguns aspectos da sociedade do Japão dessa época.

O poder do imperador

Desde o estabelecimento do Império , o imperador, ou (“imperador celeste”, em japonês), exerceu grande autoridade sôbre o Japão. Naquela época, acreditava-se que o era herdeiro dos deuses e que seu poder era transferido aos descendentes. Porém, na época do xogunato, o imperador perdeu parte de seu poder.

O xogum

O xogum era o supremo comandante militar do Japão e, embora devesse lealdade ao imperador, na prática era êle quem exercia o poder político.

Durante o período , o xogum governou o Império apoiado por um exército de guerreiros samurais. êle reprimiu grupos rebeldes e tornou o título de xogum permanente e hereditário.

O

Os eram senhores das terras e subordinados ao xogum. Apesar de êles administrarem essas terras, era o xogum quem detinha poderes sôbre elas.

Uma maneira de exercer contrôle sôbre o era o sistema (“presença alternada”). Nesse sistema, o era obrigado a passar quatro meses do ano na capital e oito meses nas terras por êle administradas. Quando voltava, a família dele permanecia na capital e ficava sob vigilância das autoridades. Além disso, o devia ao xogum o pagamento de impostos e a lealdade política e militar.

Xilogravura. Um homem, usando uma armadura com ombreiras, saia e proteção nas pernas e uma espada pendurada na cintura, está sentado. Ao lado, um capacete com detalhes em dourado.
Xilogravura de Utagáua (1797-1861) que representa , que foi no século dezesseis.
Respostas e comentários

Aproveite a discussão da página para debater com os alunos o conceito de estratificação social e política. Direcione o diálogo para a vida cotidiana deles, questionando-os como êles conseguem perceber as atividades das diferentes camadas sociais, a pluralidade social e sua atuação política cotidiana, refletindo sôbre os problemas dessa divisão. Dessa fórma, esta atividade contribui para desenvolver o respeito ao próximo e a empatia, compreendendo que todos têm os mesmos direitos e que a estratificação social pode reduzir o acesso de alguns grupos a parte deles. Não permita que quaisquer tipos de preconceitos sejam explanados durante a discussão.

Clique no play e acompanhe as informações do vídeo.

Os samurais

Os samurais serviam aos , protegendo suas terras em épocas de conflitos e cobrando impostos dos camponeses.

êles recebiam o , gratificação equivalente à quantidade de arroz suficiente para alimentar uma pessoa por um ano.

Os samurais formavam um grupo privilegiado na sociedade. No período Edo, época marcada pêla paz interna no Japão, muitos passaram a se dedicar a outras atividades, como ao comércio e ao ensino de artes marciais.

Os camponeses

A agricultura era a base da economia japonesa na época dos xoguns. O arroz era o principal produto cultivado e, apesar do grande valor comercial, os camponeses que o produziam formavam uma das camadas mais pobres e numerosas da população.

Trabalhando nas terras dos , êles estavam sujeitos à cobrança de altos impostos em troca de moradia e proteção. Para garantir a produção agrícola destinada ao pagamento dos impostos, os camponeses uniam suas famílias formando comunidades, lideradas por chefes escolhidos entre êles.

Xilogravura. Vista de uma paisagem. Pessoas, usando chapéu de palha, em uma plantação. À direita, há duas pessoas sobre uma pequena ponte de madeira. Ao centro, uma árvore grande. Ao fundo, alguns relevos elevados.
Xilogravura de Katsúxica Roksai que representa camponeses cultivando a terra, 1830.

Os comerciantes

Por volta do século dezessete, houve grande desenvolvimento econômico no Japão, acelerando o processo de urbanização de diversas cidades do Império. As atividades comerciais passaram a ser um meio importante de garantir boas condições de vida entre as camadas trabalhadoras da sociedade.

Nesse contexto, muitos comerciantes enriqueceram e ascenderam socialmente.

Respostas e comentários

Atividade a mais

  • Ao trabalhar com o tema dos samurais, solicite aos alunos que façam uma pesquisa sôbre a presença dessa figura nas mídias da atualidade. êles podem se dividir em grupos, buscando analisar as referências do universo dos samurais em jógos, histórias em quadrinhos e filmes.
  • Os alunos devem trazer referências que conheçam sóbre o tema para a sala de aula, explicando como os samurais são representados, quais são suas funções no documento escolhido e como é retratada a importância do código de honra e do militarismo. É fundamental garantir que todos os alunos possam se expressar, sem qualquer tipo de preconceito.
  • Ao final da atividade, crie uma roda de conversa com os alunos com o objetivo de relativizar as produções estudadas. Esta atividade pode ser realizada de fórma conjunta com o professor do componente curricular de Língua Portuguesa. Nesse sentido, os alunos devem identificar qual é o tipo de discurso sôbre os samurais presente nas mídias por meio do contexto de produção de cada obra analisada, das intenções da produção e do público-alvo.
  • A atividade permite o acesso dos alunos a diversas fontes de informação e o trabalho com práticas iniciais de pesquisa, especialmente por meio da análise documental para a percepção dos discursos e da identificação do discurso multimodal nas mídias sociais.

A religiosidade

A religiosidade foi um aspecto importante da cultura e da sociedade japonesa na época dos xoguns. Conheça a seguir algumas características das duas principais religiões da época: o xintoísmo e o budismo.

O xintoísmo

Como vimos, os japoneses acreditavam que o imperador era o herdeiro dos deuses. Essa maneira de pensar originou-se no xintoísmo, crença religiosa que provavelmente se desenvolveu no Japão por volta de 300 antes de Cristo

O xintoísmo é baseado no culto aos deuses, à natureza e aos ancestrais. De acôrdo com essa religião, o Universo é regido por fôrças naturais em constante transformação. Seus princípios visam à harmonia dos seres humanos com a natureza e, para isso, seus seguidores realizam orações e oferendas a fim de manter o equilíbrio das fôrças do Universo e pedir boas colheitas, proteção e paz.

O budismo

O budismo foi difundido no Japão por monges coreanos no século seis e, ao longo do tempo, foi adquirindo características próprias, diferenciando-se das fórmas de budismo praticadas pelos indianos e pelos chineses.

O budismo que se desenvolveu no Japão ficou conhecido como zenglossário -budismo, agregando elementos do xintoísmo, como o culto aos antepassados e alguns ritos funerários.

De acôrdo com alguns estudiosos, o zen-budismo se tornou popular no Japão por causa de sua simplicidade em relação ao xintoísmo e às outras vertentes de budismo praticadas na Ásia.

Fotografia. Estátua do Buda, homem  usando tecido ao redor do corpo e uma pedra no meio da testa. Ele está sentado, com as pernas cruzadas, as mãos juntas sobre as pernas e os olhos fechados.
Estátua do Buda no templo de , no Japão, em 2020.
Respostas e comentários

A discussão sôbre a religiosidade japonesa contempla aspectos da Competência geral 9, pôsto que auxilia os alunos a refletir sôbre o respeito ao outro e a valorizar a diversidade de saberes, de identidades e de culturas de outras sociedades.

Um texto a mais

Leia o texto a seguir sôbre a influência do budismo no Brasil.

Nos últimos anos, existem diversos indicadores que mostram que a presença do Budismo no Ocidente tem se intensificado. Se por um lado o número de adeptos ainda é percentualmente pequeno, o Budismo tem tido uma presença constante na mídia e tem exercido uma influência considerável no mundo religioso contemporâneo. Essa atração pêlo Budismo no mundo ocidental tem também como fator catalisador a presença de um grande número de imigrantes asiáticos, que foram se estabelecendo em diversas correntes imigratórias no decorrer dêsse século. A partir dêsses dois fatores, que se fazem presentes de fórma histórica e atual, estabeleceram-se e vêm se estabelecendo diversas comunidades em diversos países ocidentais, representando diferentes doutrinas budistas e apresentando diferentes graus de atração.

Apesar de importantes diferenças nas conversões ao Budismo serem claramente determinadas pêla história e por uma cultura local, ainda é comum se falar em Budismo Ocidental como um bloco único, o que também é reforçado pêla mídia. Por outro lado, muito do que se divulga na mídia se reduz ao e ao Budismo tibetano e o que se pesquisa com o rótulo de Budismo no Ocidente se limita muitas vezes ao ambiente americano e europeu. Apesar de o Brasil ter um número significativo de budistas e de ter o que é considerada a maior comunidade japonesa fóra do Japão, o Budismo no Brasil tem sido muito pouco discutido ou praticamente ignorado nas discussões acadêmicas sôbre a adaptação do Budismo no Ocidente. reticências Se por um lado o Brasil apresenta uma maioria católica, é também notório o sincretismo religioso reticências. Essa característica religiosa do Brasil por si só faz com que as conversões ao Budismo reticências possam assumir padrões bastante diferenciados dos Estados Unidos da América e de outros países europeus. reticências

chô-djí, Rafael. Uma perspectiva analítica para os convertidos ao budismo japonês no Brasil. Revista de Estudos da Religião, número 2, 2002, página 8586.

O contato com o Ocidente

Em 1543, os japoneses entraram em contato com a cultura ocidental em razão da chegada de comerciantes portugueses à ilha de Tanegashima, situada no arquipélago de Osumi, na região sul do Japão.

Anos mais tarde, missionários jesuítas introduziram a religião cristã católica no Império, conquistando grande número de seguidores entre as várias camadas da sociedade.

Fotografia. Cruz de bronze, com detalhes na pontas. No centro, há uma pequena escultura de um buda sentado com as pernas cruzadas.
Crucifixo de bronze feito por cristãos japoneses por volta do ano de 1800. No centro dessa peça, há uma representação de Buda.

A política de isolamento

O contato com o Ocidente, no entanto, gerou muita instabilidade, com a ocorrência de disputas entre as esferas de influência religiosa, como a da Igreja católica e da Igreja protestante. O monoteísmo cristão, ao questionar a ideia de divindade do imperador, ameaçava o poder e a estabilidade política e social do Império.

Assim, no século dezesseis, as pessoas convertidas ao cristianismo passaram a ser perseguidas, e as que resistiam eram presas e condenadas à morte.

Comerciantes e missionários europeus passaram a sofrer sanções até serem expulsos do Império. Com exceção de poucos comerciantes holandeses, não foi permitida a entrada de estrangeiros no território e, a partir de 1637, nenhum japonês podia sair dos domínios do Império, e quem estivesse fóra deles não podia retornar. êsse isolamento permaneceu até o final do século dezenove, quando o sistema de xogunato terminou no Japão e o poder imperial foi restaurado. dêsse momento em diante, o país passou por um processo de mudanças políticas e de modernização.

Monumento. Uma parede de pedra. Centralizado, uma cruz composta por detalhes em relevo de várias pessoas, uma do lado da outra, com as mãos na frente do corpo.
Monumento aos 26 mártires perseguidos pêlas autoridades japonesas e crucificados na cidade de Nagasaki, Japão, em 1597. Foto  de 2018.
Respostas e comentários
  • O contato do Japão com o Ocidente trabalha aspectos da Competência específica de História 4, explorando a visão de diferentes sujeitos em um mesmo contexto, no caso, a visão dos missionários jesuítas e a do imperador do Japão. As divergências religiosas acabaram em conflitos e perseguições, resultando na adoção de uma atitude isolacionista do Japão até o século dezenove.
  • O conteúdo desta página contempla a habilidade ê éfe zero sete agá ih zero dois, uma vez que os conflitos e o isolamento são exemplos da complexidade de interações que ocorreram no oceano Pacífico, no contato dos povos europeus com os asiáticos.

O buxido, código de conduta dos samurais

Entre os samurais, existia um rigoroso código de conduta que recebia o nome de buxido (traduzido do japonês, “caminho do guerreiro”). Como nunca chegou a ser escrito integralmente, o conhecimento sôbre êsse código preservou-se por meio da oralidade e de obras de samurais, que descreveram alguns dos aspectos relacionados ao buxido entre os séculos dezesseis e dezoito.

As bases do buxido são o equilíbrio, a disciplina e a lealdade, e ao samurai caberia a busca por um caminho de honra, de sabedoria e de coragem. De acôrdo com êsse código, tais virtudes poderiam ser alcançadas por meio da vitória sôbre seus adversários, e também sôbre si mesmo, combinando esfôrço físico e espiritual para superar os próprios limites.

Influência religiosa

Alguns ensinamentos religiosos tiveram influência sôbre o buxido. Segundo o budismo, a vida se refaz por meio da reencarnaçãoglossário , e a morte deve ser compreendida como uma transição para outra vida, e não como o fim. Apropriando-se dêsses preceitos, o buxido afirmava que a morte não deveria ser temida pelos samurais.

Já o xintoísmo ensina que tudo o que as pessoas possuem no presente é por causa do trabalho de seus ancestrais e, para honrá-los e agradecer-lhes, elas devem adotar uma conduta rígida. êsse modo de portar-se foi incorporado ao buxido, além de valores como a gratidão e a lealdade do samurai ao seu senhor.

Fotografia em tons de sépia. Quatro homens usando armaduras com ombreiras, capacetes e botas. À esquerda, um deles está sentado no chão com as pernas cruzadas. Ao lado, outro em pé, segurando uma lança com a mão. No centro, um homem sentado com uma lança longa na mão. À direita, outro homem sentado, segurando uma espada.
Grupo de samurais fotografado no final do século dezenove.
Respostas e comentários

Atividade a mais

  • O estudo das influências da religiosidade japonesa permite uma articulação com o componente curricular de Geografia. Em conjunto com o professor dêsse componente curricular, proponha para os alunos a atividade a seguir. Em um primeiro momento, explique-lhes que essas religiosidades foram disseminadas no Brasil, em especial, após a imigração japonesa ocorrida no início do século vinte. Nesse sentido, os alunos devem se organizar em grupos para pesquisar essas religiões e sua relação com o Brasil atual. Distribua entre os grupos os seguintes temas. > Dados estatísticos recentes que indiquem a porcentagem e as regiões onde vivem os budistas e os xintoístas no Brasil. > Principais locais de culto onde se desenvolvem as tradições de origem japonesa. > Costumes e hábitos comuns dos budistas e dos xintoístas que vivem no Brasil. > Festas e cerimônias envolvendo as tradições religiosas japonesas no Brasil.
  • Os grupos deverão reunir as informações obtidas e organizar uma apresentação oral para o restante da turma. Os integrantes podem explicar os dados encontrados e exibir imagens, gráficos e outras informações que julgarem interessantes.

A honra samurai

Perder a honra ao ser desleal com seu senhor ou permanecer vivo após ser derrotado em uma batalha eram motivo de grande vergonha para os samurais e seus familiares. A má conduta de um samurai podia implicar consequências para todos da família, como a perda de terras e a descontinuidade da passagem da condição de samurai para seus herdeiros.

Agora, responda às questões a seguir.

Ícone 'Atividade oral'.

1. O que você achou mais interessante sôbre o código de conduta dos samurais?

Ícone 'Em grupo'.

2. Junte-se a um colega e formulem um código de conduta com alguns valores e metas que vocês julgam importantes na atualidade para haver uma sociedade mais justa e igualitária. Depois, apresentem-no ao professor e aos demais colegas.

O Estado japonês e o buxido

Atualmente, os samurais são considerados um dos símbolos mais representativos da cultura japonesa. Diversos filmes, animações, quadrinhos e jogos de videogame fazem referência a êles. Além disso, em diferentes momentos da história do país, o Estado fez uso da imagem dos samurais para obter algum tipo de apôio da população.

Durante o século dezenove, o Estado japonês procurou formar uma identidade nacional, com o objetivo de fazer com que a população adotasse alguns valores considerados importantes para o govêrno, como a lealdade ao imperador. Para isso, fez uso da figura do samurai e de sua conduta honrada, transformando-o em uma espécie de herói. Assim, o govêrno do Japão conseguiu que parte da população acreditasse que todo japonês pudesse se enxergar na condição de samurai, sendo disciplinado com o que o Estado acreditava ser um bem comum.

Desenho animado. Samurai Jack, um homem, com cabelos pretos e vestindo roupa branca, está correndo, segurando com as mãos uma espada.
Samurai Djék, personagem de um desenho animado estadunidense que fez bastante sucesso no Japão e também no Brasil.
Respostas e comentários

Questão 1. Resposta pessoal. Os alunos poderão destacar aspectos como a honra, a lealdade e a coragem dos samurais.

Questão 2. Resposta nas orientações ao professor.

As questões 1 e 2 possibilitam o desenvolvimento da Competência geral 3 no que diz respeito à valorização das manifestações artísticas e culturais de diferentes sociedades. Nesse caso, valorizam-se a cultura japonesa referente à figura do samurai, suas influências religiosas, as ideias de honra e conduta e o símbolo, de que o próprio Estado japonês fez uso para formar uma identidade nacional com base em alguns valores seguidos pelos samurais.

Resposta

2. Resposta pessoal. Os alunos podem tomar como base alguns elementos do antigo código dos samurais, como honra, coragem, sabedoria, entre outras virtudes. Porém, espera-se que êles relacionem no próprio código algumas virtudes e valores que consideram importantes na atualidade, como honestidade, empatia, respeito, solidariedade, cooperação, responsabilidade, entre outros. êsse código pode ser elaborado em fórma de tópicos ou como uma lista. Ao possibilitar que os alunos reflitam sôbre valores e metas para se alcançar uma sociedade mais justa e igualitária, essa atividade contribui para o desenvolvimento da Competência geral 9.

Algo a mais

  • Sugira aos alunos o filme a seguir para que ampliem suas reflexões acêrca dos samurais. Conforme o interêsse da turma, verifique a possibilidade de trabalhar trechos do filme em sala de aula.
  • Os sete samurais, de Curossáua. Japão, 1954 (107 minutos). A narrativa dêsse filme se passa no Japão durante o século dezesseis e traz a história de , um samurai contratado pelos habitantes de um vilarejo para defendê-los de um grupo de criminosos. Com a ajuda de mais seis samurais, treina os habitantes do vilarejo para resistir a novos ataques.
  • Ao abordar o recurso cinematográfico, é fundamental explicar aos alunos elementos para a análise dêsse tipo de fonte. Esclareça que muitos aspectos dos filmes históricos, além de serem ficcionais, podem apresentar influências do contexto de produção dessas obras e do ponto de vista do diretor.

Atividades

Faça as atividades no caderno.

Organizando os conhecimentos

  1. Quais foram as influências de outros povos sôbre os japoneses durante o chamado período ?
  2. Explique quem eram os samurais, os xoguns e os .
  3. O que os princípios do xintoísmo recomendam?
  4. Por que o zen-budismo se tornou popular no Japão?
Ícone 'Ciências Humanas em foco'.

5. Copie o quadro a seguir no caderno e complete os espaços com as informações sôbre as antigas sociedades chinesa e japonesa.

Ícone Modelo.

Tópicos

China

Japão

1. Detinham o poder político

2. Detinham o poder econômico

3. Exerciam atividades mercantis

4. Exerciam atividades
no campo

Aprofundando os conhecimentos

6. O texto a seguir é um trecho de um antigo mito japonês que explica, entre outras questões, como surgiu o território do Japão e seus habitantes. Leia-o e depois responda às questões em seu caderno.

reticências

Conta a lenda que, antes de tudo, havia um céu muito azul salpicado de nuvens brancas onde viviam os deuses. Estes se pareciam com os homens, embora fossem mais poderosos, maiores, mais fortes, mais ligeiros e mais bonitos. Locomoviam-se como pássaros, voando sem a necessidade de colocar os pés no chão.

sôbre o mar, não havia qualquer ilha e a terra propriamente dita ainda não existia. Num dia qualquer, os deuses tomaram a decisão de criar o mundo, confiando a execução da tarefa a dois jovens deuses: e .

reticências “Casem-se e seus descendentes serão os mais belos de todas as criaturas”, teriam dito os deuses aos jovens, que, então, partiram felizes.

Respostas e comentários

1. Resposta: Houve diversas influências herdadas dos chineses, como a escrita ideográfica e o confucionismo. Já os monges coreanos difundiram o budismo no Japão durante o período .

2. Resposta: Os samurais eram guerreiros que serviam aos daimio, protegendo suas terras e prestando-lhes outros serviços, como a cobrança de impostos dos camponeses. Os daimio eram senhores de terras subordinados ao xogum, considerado o supremo comandante militar do Japão.

3. Resposta: Os princípios do xintoísmo recomendam a harmonia dos seres humanos com a natureza, bem como o respeito e o culto aos deuses e ancestrais.

4. Resposta: Segundo alguns estudiosos, o zen­‑budismo tornou-se popular no Japão por causa de sua simplicidade em relação ao xintoísmo e a outros tipos de budismo praticados na Ásia.

5. Respostas: 1 – Imperador, nobreza, militares (China); Imperador (xogunato), nobreza, militares (Japão); 2 – Grandes proprietários rurais (China e Japão); 3 – Comerciantes (China e Japão); 4 – Camponeses (China e Japão).

As atividades 1 a 5 permitem que os alunos reflitam sôbre as interações e as conexões da sociedade japonesa com outras partes do planeta, além de questionarem o conceito de modernidade aplicado a essas civilizações, abordando aspectos relativos às habilidades ê éfe zero sete agá ih zero dois e ê éfe zero sete agá ih zero um. Tais atividades também favorecem a abordagem de questões da Competência específica de História 3, permitindo aos alunos elaborar questionamentos e hipóteses com relação às informações apresentadas e aos contextos históricos analisados.

Ícone 'Ciências Humanas em foco'.

Ao propor aos alunos que completem o quadro com informações sôbre as sociedades chinesa e japonesa antigas, referentes às dinâmicas de poder, atividades mercantis e atividades exercidas no campo, a questão 5 trabalha assuntos que envolvem os componentes curriculares de História e de Geografia, possibilitando aos alunos fazer comparações entre as respectivas sociedades e os eventos ocorridos simultaneamente ou não, o que favorece o desenvolvimento da Competência específica de Ciências Humanas 5.

Algo a mais

  • O livro indicado a seguir é referência nos estudos pós-coloniais e propõe uma reflexão sôbre a construção de concepções acêrca do Oriente. > saíd, éduard W. Orientalismo: o Oriente como invenção do Ocidente. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.
  • O livro de Emiliano Macedo enfatiza aspectos políticos e sociais da história do Japão. > MACEDO, Emiliano . História do Japão: uma introdução. Joinville: Clube dos Autores, 2017.

Ao chegar a um lugar muito bonito em fórma de um imenso semicírculo — o arco-íris — pararam na parte mais alta. levava consigo uma espada de ouro e com ela começou a remexer a água do mar imenso lógo abaixo deles. E eis que ocorre um milagre: quando retira a espada do mar, a espuma que havia se grudado nela escorreu, voltando ao mar, solidificando-se ao atingir a água, formando então a terra. As duas divindades desceram para lá e, felizes, resolveram ficar.

reticências Entre os filhos do casal estão as ilhas japonesas com seu solo, rochas, montanhas, rios, pinheiros, cerejeiras e seus habitantes, animais e seres humanos. reticências

, Célia. Os japoneses. São Paulo: Contexto, 2014. página 4950.

  1. Segundo o mito, o que existia no início de tudo?
  2. Como eram os deuses? Quem foram os responsáveis pêla criação da Terra?
  3. Quem são os filhos de e ?
  4. Produza um desenho para representar o trecho dêsse mito. Depois, apresente-o para os colegas e fale sôbre os elementos que você escolheu representar.
Versão adaptada acessível
  1. Segundo o mito, o que existia no início de tudo?
  2. Como eram os deuses? Quem foram os responsáveis pela criação da Terra?
  3. Quem são os filhos de Izanagi e Izanami?
  4. Use a criatividade para representar o trecho desse mito. Depois, apresente aos colegas e fale sobre os elementos que você escolheu representar.
Orientação para acessibilidade

6. a) Resposta: No início de tudo, existiam o mar e um céu muito azul, cheio de nuvens brancas, onde os deuses moravam.

6. b) Resposta: Os deuses eram parecidos com os homens, embora fossem mais poderosos, fortes, ligeiros e bonitos. Os responsáveis pela criação da Terra foram os deuses Izanagi e Izanami.

6. c) Resposta: As ilhas japonesas e seu solo, as rochas, as montanhas, os rios, os pinheiros, as cerejeiras e os animais em geral, incluindo os seres humanos.

6. d) Resposta pessoal. Espera-se que os alunos encontrem soluções criativas e coerentes para representar o trecho do mito.

• A atividade 6 pode estabelecer uma articulação com o componente curricular de Arte. Se possível, elabore uma proposta com o professor desse componente curricular. Durante a atividade, permita aos alunos explorar sua capacidade de representação artística, abordando aspectos do texto e envolvendo suas percepções pessoais sobre o mito.

7. Leia o texto a seguir sôbre algumas características do quimono, uma vestimenta tradicional japonesa.

reticências

São quatro os elementos que definem um quimono: o uso dos padrões geométricos de tecidos costurados com o mínimo córte para constituir a parte principal (mihaba); uma frente em que um lado sobrepõe ao outro (okumi), criando um efeito de “envelopamento”; uma gola em fórma de faixa (eri); e mangas com uma largura proporcional à dos braços (sode).

reticências

SILVA, Hermano. Sofisticação na moda. História viva: Japão. São Paulo: , 2008. página 75.

Fotografia. Uma mulher, usando um quimono, composto por uma espécie de vestido que vai até os pés. Sobreposto à letra ‘C’. Acima, na altura do busto, um casaco com mangas compridas e largas nos braços. Sobreposto à letra ‘A’. Tecido rosa com detalhes em vermelho amarrado na cintura. Sobreposto à letra ‘B’. Nos pés, calçado de madeira com sola alta. Sobreposto à letra ‘D’.
Mulher vestindo quimono tradicional, em , Japão, em 2018.

Em seu caderno, associe as letras indicadas na imagem às legendas a seguir.

1. – peça de roupa que cobre grande parte do corpo.

2. – tamancos altos de madeira.

3. – casaco usado sôbre o .

4. – tira ou faixa amarrada na cintura.

Respostas e comentários

6. a) Resposta: No início de tudo, existiam o mar e um céu muito azul, cheio de nuvens brancas, onde os deuses moravam.

6. b) Resposta: Os deuses eram parecidos com os homens, embora fossem mais poderosos, fortes, ligeiros e bonitos. Os responsáveis pêla criação da Terra foram os deuses e .

6. c) Resposta: As ilhas japonesas e seu solo, as rochas, as montanhas, os rios, os pinheiros, as cerejeiras e os animais em geral, incluindo os seres humanos.

6. d) Resposta pessoal. Espera-se que os alunos encontrem soluções criativas e coerentes para representar o trecho do mito.

7. Resposta: 1 – C; 2 – D; 3 – A; 4 – B.

  • As atividades 6 e 7 permitem o desenvolvimento da competência leitora e da leitura inferencial. Na atividade 6, peça aos alunos que leiam o mito e reflitam sôbre sua importância. Para desenvolver essas questões, faça questionamentos como: “Qual é a importância dos mitos para as sociedades?”; “Como o mito ajuda a explicar o surgimento da sociedade japonesa?”. Já na atividade 7, solicite aos alunos que leiam o texto e criem relações com a imagem, refletindo sôbre a relevância das vestimentas como fontes históricas.
  • A atividade 6 pode estabelecer uma articulação com o componente curricular de Arte. Se possível, elabore uma proposta com o professor dêsse componente curricular. Durante a atividade, permita aos alunos explorar sua capacidade de representação artística, abordando aspectos do texto e envolvendo suas percepções pessoais sôbre o mito. êles poderão utilizar materiais diversificados, como lápis de côr, tinta, canetas hidrográficas, gizes de cêra etcétera
  • Por sua vez, a atividade 7 favorece o desenvolvimento da Competência específica de História 3, pois recorre à linguagem visual para auxiliar o aluno a construir as próprias argumentações e hipóteses sôbre o contexto histórico estudado.

O tema é reticências

Ciência e tecnologia

Livro: do papiro ao digital

Os livros nem sempre tiveram o formato que conhecemos atualmente. Há cêrca de 2 mil anos, os livros dos antigos romanos eram escritos em rolos de papiroglossário . Foi somente na Idade Média, na Europa, que foram confeccionados os primeiros livros encadernados. êles podiam ser feitos de papiro, de pergaminhoglossário ou de papel, uma invenção chinesa do século dois. livros eram escritos e ilustrados à mão, um a um, e cada exemplar podia demorar meses, ou até mesmo anos, para ser produzido.

Na China, no século nove, foi desenvolvido um processo que facilitou a reprodução de livros: a xilogravura. Essa técnica consiste em talhar em relêvo uma peça de madeira com os caracteres que serão impressos, como um carimbo.

Já em 1041, os chineses passaram a entalhar os caracteres separadamente e, com êles, montavam o texto que seria impresso. êsse foi o princípio utilizado posteriormente pêlo alemão Iorranes Gutembergue para criar sua prensa de tipos móveis, que revolucionou a impressão de livros na Europa durante o século quinze.

Os livros e a revolução digital

Com a revolução tecnológica ocorrida nos séculos vinte e vinte e um, surgiram outros meios de produção, de registro e de propagação do conhecimento. Entre essas inovações estão os livros digitais, os chamados e-books. Assim, além das estantes, os livros também estão em computadores, smartphones e outros dispositivos eletrônicos.

Ilustração. Um homem, com cabelos e barba castanho e usando um tecido ao redor do corpo, está de pé, segurando com as mãos, um pergaminho.
Respostas e comentários

Objetivos

  • Conhecer as contribuições chinesas no desenvolvimento de novas técnicas de impressão.
  • Identificar as diversas técnicas de impressão e as práticas de leitura adotadas ao longo do tempo.
  • Refletir sôbre o contexto da atualidade e as implicações da revolução digital.

  • Esta seção possibilita uma abordagem do tema contemporâneo transversal Ciência e tecnologia, uma vez que trata das diferentes técnicas de impressão de textos e de livros ao longo da história. Essas alterações ocorrem conforme as sociedades desenvolvem tecnologias mais avançadas, modificando as práticas cotidianas de registro e de leitura.
  • O assunto abordado nestas páginas possibilita trabalhar aspectos da Competência geral 5, uma vez que promove a compreensão e a utilização de tecnologias de informação, pautadas em atitudes críticas e éticas.

Por causa dessas mudanças e da velocidade com que elas ocorrem, o futuro do livro impresso vem sendo discutido.

Muitos defensores do livro digital afirmam que êle democratiza o acesso à leitura, pois sua produção envolve menos custos, e que êle é mais prático por economizar espaço e poder ser acessado de qualquer parte do mundo. Entre os benefícios do livro digital também está a diminuição de danos ambientais, pois reduziria o uso de papel.

Defensores do livro impresso afirmam que a leitura no papel é muito mais confortável e que êle é mais duradouro. Argumentam, ainda, que o fim do livro impresso poderia resultar em um monopólioglossário da informação, praticado por empresas da internet.

O fato é que o livro continua sendo uma importante ferramenta para a transmissão de conhecimentos e para a preservação da cultura.

Ilustração. Uma mulher negra, com cabelos na altura da orelha, usando uma flor vermelha nos cabelos, brincos, vestido e pulseira, está segurando com as mãos um dispositivo semelhante à um tablet.

Agora, responda às questões.

Ícone 'Atividade oral'.

1. Qual é a relação entre a impressão de textos na China e o desenvolvimento da prensa de tipos móveis, de Gutembergue, na Europa?

Ícone 'Atividade oral'. Ícone 'Em grupo'.

2. Em sua opinião, qual será o destino do livro impresso e do livro digital? Você acredita que dois formatos podem conviver no futuro? Debata com os colegas.

Ícone 'Atividade oral'. Ícone 'Em grupo'.

3. Com um colega, façam a leitura de um texto impresso e, depois, leiam o mesmo texto em um suporte digital. Em seguida, troquem ideias sôbre essas leituras, mencionando as vantagens e as desvantagens de cada suporte.

Respostas e comentários

Questões 1 a 3. Respostas nas orientações ao professor.

  • As questões 1 a 3 da página comparam as tecnologias de produção do livro entre as sociedades orientais e ocidentais, analisando eventos ocorridos simultaneamente ou não, favorecendo o desenvolvimento da Competência específica de Ciências Humanas 5.
  • A questão 1 permite que os alunos reflitam sôbre as interações entre as sociedades asiáticas e as de outras partes do globo, compreendendo sua complexidade, o que favorece o trabalho com a habilidade ê éfe zero sete agá ih zero dois.
  • Por sua vez, a questão 3 desenvolve aspectos da Competência específica de Ciências Humanas 6, possibilitando que os alunos construam argumentos para defender ideias acêrca do respeito e da promoção dos direitos humanos.

Respostas

1. O processo de impressão de textos na China dava-se pêla técnica da xilogravura, que consiste em talhar, em relêvo, uma peça de madeira com os caracteres que serão impressos na folha de papel. Posteriormente, no século onze, os chineses passaram a talhar os caracteres separadamente. Este foi o procedimento utilizado por Gutenberg, no século quinze, para desenvolver o sistema de prensa em tipos móveis.

2. Resposta pessoal. O objetivo desta questão é possibilitar o debate e a exposição de diferentes pontos de vista por meio de reflexões e de argumentos construídos na seção, além de desenvolver justificativas próprias dos alunos, com base nesse esfôrço de reflexão, de informação e de diálogo com os demais. É fundamental que haja pluralidade de opiniões e que surjam novos questionamentos e aspectos a serem discutidos.

3. Sugira aos alunos que escolham um texto sôbre algum assunto abordado ao longo da unidade. êles deverão comentar as experiências que tiveram em ler um texto impresso e as provocadas pêlo recurso digital. Durante a discussão, explique-lhes que não há necessidade de substituir um modo de leitura pêlo outro, pois ambos ainda são praticados em nossa sociedade, e cada um apresenta suas vantagens, podendo facilitar determinado tipo específico de leitura, por exemplo.

Se não houver suportes digitais suficientes para todas as duplas, oriente os alunos a se organizarem em grupos maiores. Tente disponibilizar previamente um ismartifône, acesse um texto a respeito de um dos temas da unidade e selecione um pequeno trecho dele. Na sequência, vá passando o celular entre os grupos para que leiam êsse trecho e possam ter contato com o texto nesse suporte.

O que eu estudei?

Faça as atividades em uma folha de papel avulsa.

1. Em uma folha de papel avulsa, ordene os acontecimentos listados a seguir a respeito da formação do Império Chinês.

A. Instabilidade política e revoltas sociais.

B. Revoltas de camponeses e fragilização do Império .

C. Crescimento da população dos povoados do vale do rio Amarelo.

D. Centralização do poder com o Império Qin.

E. Domínio mongol.

F. Organização das primeiras dinastias.

G. Dinastia Tang, expansão territorial e desenvolvimento no campo das artes.

H. Centralização do sistema administrativo do mais longo Império Chinês.

I. Campanhas militares de .

  1. Analise as afirmativas a seguir com relação ao cotidiano da sociedade chinesa durante a dinastia . Depois, em uma folha de papel avulsa, copie apenas a que estiver correta.
    1. Durante a dinastia , os camponeses precisavam pagar impostos aos proprietários de terra para realizar a prática agrícola.
    2. O cultivo de arroz era feito nos aterros e nas encostas dos morros e a produção era destinada à exportação para outros reinos da Ásia.
    3. As crianças não podiam frequentar escolas.
    4. Não existiam estabelecimentos comerciais nas cidades, as pessoas precisavam produzir tudo o que consumiam.
Respostas e comentários

1. Resposta: C, F, D, A, I, H, B, G, E.

2. Resposta: Alternativa a.

1. Objetivo

Por meio desta atividade, é possível avaliar a compreensão dos alunos acêrca da cronologia dos principais acontecimentos do Império Chinês e sua complexidade. Assim, êles podem refletir sôbre suas conexões e interações com povos de outras partes do globo, compreendendo sua complexidade, o que favorece o trabalho com a habilidade ê éfe zero sete agá ih zero dois.

Como proceder

Caso algum aluno tenha dificuldades, oriente-o a retomar os conteúdos trabalhados no capítulo 3, sobretudo acêrca das primeiras dinastias chinesas: a dinastia Qin e a dinastia . Peça a êle que anote no caderno as principais informações a respeito dêsses temas. Em seguida, volte à leitura de cada item da atividade, fazendo a correlação entre o texto e o que se pede.

2. Objetivo

A atividade permite avaliar a compreensão dos alunos sôbre o cotidiano da sociedade chinesa durante a dinastia Han.

Como proceder

Caso algum aluno tenha dificuldades, solicite-lhe que leia novamente o texto do tópico A dinastia . Em seguida, retome a leitura de cada item da atividade, verificando quais alternativas estão incorretas. Aproveite essa atividade para desenvolver com os alunos habilidades de identificação de incoerências e generalizações, à medida que devem identificar as inconsistências das afirmativas erradas.

3. Objetivo

A atividade 3, apresentada na página seguinte, permite avaliar se os alunos compreenderam a hierarquia social existente durante a época do xogunato.

Como proceder

Caso algum aluno tenha difi­culdades, oriente-o a retomar o tema trabalhado sôbre a época do xogunato, pedindo a êle que anote, no caderno, um breve resumo contendo os principais aspectos da sociedade do Japão nessa época. Em seguida, solicite-lhe que complete o quadro com as informações necessárias.

Resposta

Imperador – Função: Garantia do bem-estar dos súditos. Xogum – Subordinação/Liderança direta: Imperador. Subordinação/Liderança direta: Xoguns; Função: Proprietário de terras. Samurai – Função: Proteção em conflitos e cobrança de impostos. Camponês – Função: Produção agrícola. Comerciante – Subordinação/Liderança direta: Trabalhadores livres; Função: Comércio de alimentos, roupas, entre outros produtos.

3. sôbre a sociedade japonesa na época do xogunato (séculos doze ao dezenove), copie o quadro a seguir em uma folha de papel avulsa e complete-o.

Ícone Modelo.

Posição social

Subordinação/Liderança direta

Função

Imperador

Autoridade divina

Xogum

Liderança militar e política.

Daimio

Samurai

Daimios

Camponês

Daimios

Comerciante

4. Leia o texto a seguir e, depois, realize um debate com base nas questões que o seguem.

reticências No estado em que se encontrava a economia japonesa, não parece ter havido uma relação normal entre a causa, o tráfico e o efeito, a conversão, operação grave e dolorosa, sobretudo para os xintoístas e os budistas.

Por outro lado, os jesuítas explicaram as novas noções que introduziam com palavras novas, tomadas ao português. Ganharam alguns letrados para o seu partido. Os outros davam menos importância para definições metafísicas e dogmáticas. Com frequência, os neófitos não chegavam a perceber diferenças entre o cristianismo e as múltiplas seitas budistas, e as confusões favoreceram as conversões. Por esta tríplice razão, os êxitos dos missionários são, talvez, muito mais fáceis de explicar do que se pensava. E, enfim, não podemos deixar de levar em conta a própria fôrça da expansão do cristianismo entre os japoneses, mais individualistas e mais abertos às influências exteriores do que os chineses.

, . História geral das civilizações: os séculos dezesseis e dezessete – a Europa e o mundo. Rio de Janeiro: Bêrtrãn Brasil, 1995. página 292.

  1. De acôrdo com o texto, a conversão ao cristianismo foi mais sentida por quem?
  2. Quais foram os fatores que dificultaram e facilitaram a conversão ao cristianismo?
  3. Quem foram os responsáveis pêla conversão dos japoneses ao cristianismo?
  4. Qual é a importância do processo de conversão para a sociedade japonesa?
  5. Após o debate com os colegas, escreva um texto em uma folha de papel avulsa explicando como ocorreu a conversão dos japoneses ao cristianismo e quais foram os seus principais impactos.
Respostas e comentários

3. Resposta nas orientações ao professor.

4. Respostas nas orientações ao professor.

4. Objetivo

Esta atividade permite avaliar se os alunos conseguem identificar as trocas culturais entre o Japão Antigo e o mundo ocidental, especialmente com relação às práticas religiosas, desenvolvendo aspectos da habilidade ê éfe zero sete agá ih zero dois.

Como proceder

Caso algum aluno tenha dificuldades, oriente-o a relacionar as informações do texto com o conteúdo trabalhado no tópico O contato com o Ocidente. Após ler o texto da atividade, peça a êle que acompanhe cada questão apresentada, usando essas questões como norteadoras durante o debate e, posteriormente, na elaboração do texto.

Resposta

Com o debate, espera-se que os alunos reflitam a respeito da dificuldade de converter as pessoas que seguiam com mais rigor as doutrinas budista e xintoísta e que compreendam as diferenças tanto das crenças de cada uma das religiões como das práticas, dos dogmas e dos objetivos. A conversão foi facilitada por um ingresso cultural dos portugueses/ocidentais na cultura japonesa e pêlas confusões entre as religiões. Além dos jesuítas, os militares e os comerciantes portugueses desempenharam um papel importante na conversão dos japoneses ao cristianismo.

Metodologias ativas

Uma proposta de realização da atividade 4 é incentivar os alunos a se reunirem em grupos para discutir as questões propostas a respeito da inserção do cristianismo no Japão. Utilizando a metodologia ativa Debate, separe a turma em pequenos grupos, que devem discutir os pontos indicados na atividade com base nos conhecimentos obtidos na unidade e na análise do texto proposto, considerando um tempo determinado. Reserve também um momento para que os alunos possam confrontar seus pontos de vista sôbre as questões propostas, desenvolvendo sua capacidade de argumentação e favorecendo a socialização dos conhecimentos. Veja mais orientações sôbre essa estratégia no tópico Metodologias e estratégias ativas nas orientações gerais dêste manual.

Glossário

Arquipélago
: conjunto de ilhas.
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Édito
: publicação de uma lei, de uma ordem judicial.
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Zen
: palavra de origem sânscrita cujo significado está relacionado à meditação e à contemplação.
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Reencarnação
: crença na vida após a morte.
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Papiro
: planta cujas tiras do caule eram usadas para produzir um tipo de folha.
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Pergaminho
: tipo de suporte para escrita feito com pele de animal, como cabra ou carneiro.
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Monopólio
: privilégio que uma empresa possui para controlar e explorar determinado serviço ou produto.
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