CAPÍTULO 6 A independência do Haiti e das colônias espanholas

Na América Latina, desenvolveram-se diversos processos de independência colonial. movimentos tiveram influência das ideias iluministas, da independência dos Estados Unidos e da Revolução Francesa. Assim, as independências foram consequências de processos que combinaram diferentes fatores, ideias e interêssis.

A colônia de São Domingos

O atual território do Haiti, localizado na ilha de São Domingos, na América Central, foi uma colônia espanhola e um dos primeiros territórios do continente americano no qual os europeus tiveram contato, quando Cristóvão Colombo desembarcou na região, em 1492. As colônias do Novo Mundo, no entanto, tornaram-se alvo de disputas territoriais entre espanhóis, franceses e ingleses, além de outras nações europeias. Em 1697, depois de um acôrdo, a Espanha reconheceu a soberania francesa sôbre a parte oeste da ilha.

Os franceses desenvolveram uma lucrativa produção de açúcar na região, utilizando a mão de obra de africanos escravizados.

A gravura a seguir mostra pessoas escravizadas trabalhando na produção de açúcar.

Gravura. No primeiro plano, à esquerda, homem segurando um prato com as mãos despeja um líquido para dentro de um tacho aquecido com fogo. Ao lado, outro homem, segurando uma colher grande, despeja o líquido do tacho dentro de vasos. À direita, dois homens segurando caules de cana-de-açúcar. No segundo plano, dentro de uma estrutura de madeira com telhado de palha, homens estão empurrando uma haste de madeira para fazer uma grande roda girar. Ao lado, pessoas colhendo cana-de-açúcar e as levando para perto da grande roda.
Produção de açúcar em São Domingos, de Théodore de Bry. Gravura, século dezesseis.

No final do século dezoito, a maioria da população da parte francesa da ilha era formada por africanos e por seus descendentes. Existia forte tensão na colônia gerada pêlas desigualdades sociais: uma pequena parcela da elite colonial francesa branca possuía terras e riquezas, enquanto cêrca de meio milhão de escravizados e libertos possuíam poucos direitos e viviam em situação de extrema miséria. Além disso, as pessoas escravizadas costumavam sofrer constantes maus tratos e violência dos proprietários de terras.

A independência do Haiti

Os ideais de liberdade e igualdade propagados pêla Revolução Francesa, iniciada em 1789, inspiraram levantes de escravizados em São Domingos, em 1791. A França enviou tropas para combater levantes, sem obter sucesso. Na tentativa de conter as revoltas, as autoridades francesas estabeleceram, em 1794, a abolição da escravidão em suas colônias da América, o que fez de São Domingos a primeira colônia americana a extinguir o regime de trabalho escravo.

No entanto, a revolta colonial já havia tomado grandes dimensões e isso não foi suficiente para o govêrno francês conter os rebeldes e restabelecer o contrôle sôbre a ilha. Assim, êle foi obrigado a negociar com os ex-escravizados, que compunham a maior parte da população de São Domingos. O ex-escravizado tussãn tornou-se o comandante geral do exército rebelde e passou a exercer grande influência sôbre a população de São Domingos, tornando-se, posteriormente, governador-geral.

Em 1802, Napoleão Bonaparte enviou uma tropa numerosa à ilha, para retomar o contrôle sôbre a colônia e restabelecer a escravidão. O exército francês prendeu e levou-o para a França, onde foi morto. Entretanto, o exército rebelde continuou a lutar, expulsando os franceses da ilha. Em 1804, os ex-escravizados, sob o comando de Jean-Jacques Dessalines, proclamaram a independência do território, batizando-o com o nome de Haiti, que é utilizado pelos indígenas para se referirem àquela região. Haiti, no idioma , significa “terra de montanhas”.

Pintura. À esquerda, pessoas segurando bastões e armas seguem um homem montado em um cavalo com uma espada erguida. À direita, homens, com farda azul e chapéu, correm das pessoas com bastões e armas. No chão, há pessoas caídas, armas e um canhão. Ao fundo, vegetação.
Haitianos sob comando de Jean-Jacques Dessalines derrotam as tropas de Napoleão, de autor desconhecido. Óleo sôbre tela, século dezenove.

O haitianismo

A independência do Haiti ocorreu de fórma distinta das independências do restante do continente, pois foi a única realizada a partir de uma revolta de escravizados que instalou uma república e aboliu os privilégios das elites locais.

Por êsse motivo, na América de colonização espanhola e portuguesa, as elites procuraram tomar a frente do processo de emancipação, temerosas de que um levante de escravizados semelhante ao do Haiti ocorresse também na região. O impacto da independência dêsse país ficou conhecido como haitianismo.

O Haiti na atualidade

O Haiti, atualmente, é o país mais pobre da América. Ao longo de sua história, o país foi marcado por governos breves, golpes de Estado, corrupção, rebeliões e intervenções estrangeiras, o que dificultou o fortalecimento e a consolidação de suas instituições democráticas até os dias de hoje.

Além da instabilidade política e da crise socioeconômica que se instaurou no país, o Haiti ainda sofre catástrofes naturais, como terremotos e furacões. Em 2010, por exemplo, um violento terremoto devastou a capital, Pôrto Príncipe, deixando cêrca de 250 mil mortos e mais de 1,5 milhão de desabrigados.

Em 2016, um furacão (batizado de Méfiu) provocou a morte de centenas de pessoas e deixou milhares de desabrigados.

Fotografia. À esquerda, militares em um carro cinza com a sigla UN (United Nations) sobre uma rua alagada. Ao lado, duas pessoas sobre uma moto. Ao redor, moradias.
Soldados brasileiros da ônu percorrendo as ruas da capital Pôrto Príncipe, no Haiti, após o furacão, em 2016.

Entre os anos de 2004 e 2019, a Organização das Nações Unidas (ônu) ocupou o Haiti com fôrças militares de paz, com a Missão de Estabilização das Nações Unidas no Haiti (mainustá), que tinha como objetivos ajudar o país em sua reorganização política e econômica e garantir a segurança da população, além da Missão das Nações Unidas de apôio à Justiça no Haiti (), que tinha o propósito de contribuir para o fortalecimento das instituições haitianas e de proteger os direitos humanos.

Atualmente, a ônu está presente no Haiti por meio do Escritório Integrado das Nações Unidas (), sem a participação de efetivo militar.

A crise nas colônias espanholas

Durante o século dezoito, o esgotamento gradual da prata em suas colônias reduziu os lucros da Coroa espanhola. Para compensar essa redução, a metrópole implementou algumas reformas: elevou os impostos cobrados da população e enrijeceu o sistema de cobrança e de fiscalização sôbre o exclusivo comercialglossário .

Essas reformas fortaleceram ainda mais os chapetonesglossário , que eram grandes proprietários de terras e tinham diversos privilégios, como a exclusividade na ocupação de cargos públicos, permitindo-lhes maior participação política, além do direito de fazer comércio com outras nações.

êsse fato intensificou os conflitos com os criollosglossário , que, na segunda metade do século dezoito, cresceram economicamente como donos de terras e de minas, porém se sentiam prejudicados pêla política colonial.

O aumento de tributos cobrados pêla Coroa espanhola também atingiu os indígenas, que tiveram de trabalhar exaustivamente para produzir riquezas para a metrópole. Essa situação provocou bastante insatisfação nesses povos, que começaram, então, a organizar rebeliões contra a dominação espanhola. Em 1780, o líder indígena José Gabriel Condorcanqui deu início a uma revolta no Vice-Reinado do Peru. êle autoproclamou-se sucessor do último imperador inca, passando a chamar-se Amaru dois. Nessa rebelião, os indígenas formaram um poderoso exército para defender, entre outras questões, a restauração do Império Inca e o direito de viver conforme a cultura de seus antepassados. Após alguns meses de intensas batalhas, a revolta foi controlada, e diversos de seus líderes, incluindo Amaru dois, foram executados.

Cédula. Na parte superior, o texto: BANCO CENTRAL DE RESERVA DEL PERÚ. Abaixo, o busto de um homem com cabelos longos e um brasão. Há detalhes na cor vermelha, amarela e verde. Na parte inferior, o texto: QUINHENTOS INTIS.
A memória de Amaru dois continua presente na sociedade peruana. Na imagem, reprodução de cédula peruana de 1987 produzida em homenagem a .

As independências na América espanhola

Além dos fatores internos, os conflitos entre países europeus no início do século dezenove contribuíram de maneira decisiva para que ocorressem as independências das colônias espanholas na América. Em 1808, Napoleão Bonaparte invadiu a Espanha, destituiu o rei Fernando sete do poder e entregou o govêrno do país ao seu irmão, José Bonaparte.

A população espanhola resistiu ao novo govêrno. Assim, em algumas regiões da Espanha e em suas colônias na América, formaram-se governos autônomos, que não seguiam as ordens francesas.

Nas colônias, as elites aliaram-se ao govêrno de resistência espanhol e passaram a ter elevado grau de autonomia, realizando trocas comerciais com outros países, especialmente com a Inglaterra. A França não conseguiu controlar suas colônias, pois, além de estar envolvida em conflitos na Europa, os ingleses, em resposta ao Bloqueio Continental, procuraram impedir que as embarcações francesas chegassem à América.

Independências na América espanhola (1811-1898)

Mapa. Independências na América espanhola (1811-1898). Mapa territorial da América do Norte, América Central e América do Sul destacando os territórios e a data de independência. 

MÉXICO 1821.
GUATEMALA 1838.
EL SALVADOR 1838.
HONDURAS 1838.
CUBA 1898.
REPÚBLICA DOMINICANA 1865.
PORTO RICO 1898.
COSTA RICA 1838.
PANAMÁ 1830.
NICARÁGUA 1838.
VENEZUELA 1819.
COLOMBIA 1819.
EQUADOR 1822.
PERU 1821.
BOLÍVIA 1825.
CHILE 1818.
PARAGAI 1811.
ARGENTINA 1816.
URUGUAI 1828.

Na parte inferior, à esquerda, planisfério destacando parte da América. Ao lado, representação da rosa dos ventos e escala de 980 quilômetros por centímetro.

Fonte de pesquisa: blék, diéremi (edição). World history atlas. Londres: dórlin quínderslei, 2005. página 8889, 151.

Revoltas coloniais

A partir de 1810, os colonos de diferentes regiões da América deram início a várias revoltas que visavam a independência em relação à Espanha. Com a queda de Napoleão, em 1814, Fernando sete reassumiu o trono espanhol e tentou retomar o contrôle sôbre as colônias da América. Porém, o período de autonomia vivenciado pelos colonos ampliou ainda mais as tensões com a metrópole.

Dessa maneira, a Coroa espanhola não foi capaz de impedir o crescimento dos movimentos de independência em suas colônias da América.

O processo de independência na América do Sul

Após o início de diferentes movimentos de independência, em 1810, as tropas fiéis à Coroa espanhola conseguiram controlar temporariamente algumas revoltas. Em 1811, porém, depois de alguns combates, o Paraguai, que até então pertencia ao Vice-Reinado do Rio da Prata (que englobava na época os atuais países: Bolívia, Paraguai, Argentina e Uruguai) foi o primeiro a declarar sua independência em relação à Espanha.

Os processos de independência das demais colônias espanholas da América do Sul foram marcados por muitas batalhas. Mas, aos poucos, a divisão das tropas espanholas em diversas frentes e a organização de exércitos rebeldes geraram resultados desfavoráveis à metrópole.

Um dos líderes dêsses movimentos foi o criollo San Martín (1778-1850). Nascido em um povoado na atual Argentina, destacou-se como comandante do exército. A partir de 1812, atuou na independência da Argentina, além de contribuir para a emancipação do Chile e do Peru.

Outra liderança dos movimentos emancipatórios nas colônias espanholas da América do Sul foi Simón Bolívar (1783-1830), nascido no território da atual Venezuela. A partir de 1814, Bolívar lutou no exército que atuou na independência de territórios que correspondem atualmente à Venezuela, à Colômbia, ao Panamá, ao Equador, ao Peru e à Bolívia. êle defendia que territórios se unissem em uma confederação, chamada Grã-Colômbia, formada por países independentes e sob a mesma Constituição. Porém, seu projeto não foi concretizado.

Representação da batalha de Chacabuco, em 1817, na qual o exército colonial lutou contra o exército espanhol. Essa batalha foi decisiva no processo de independência do Chile.

Pintura. À esquerda, homens, usando farda e chapéu, marcham segurando armas com as mãos. À direita, homens, fardados e usando chapéus, estão montados em cavalos e segurando bandeiras. Eles observam os homens fardados marchando. Ao fundo, relevos elevados e vegetação.
Batalha de Chacabuco, de Pedro Subercasô. Óleo sôbre tela, 314centímetrospor253centímetros 1908.

O processo de independência do México

No Vice-Reinado da Nova Espanha, onde atualmente está localizado o México, revoltas populares contra o domínio colonial deram início ao processo de independência da região.

No comêço do século dezenove, um movimento liderado pêlo padre Miguel Hidalgo reivindicava, entre outras medidas, a abolição da escravidão, a devolução das terras aos indígenas e o fim da cobrança de impostos deles, fato que garantiu grande adesão da população nativa, afrodescendente e mestiça. O movimento também teve o apôio de alguns membros da elite criolla que disputavam o poder e eram contrários ao govêrno espanhol.

O padre Miguel Hidalgo chamava os rebeldes à luta também em nome da Virgem de Guadalupe, santa católica considerada protetora do México.

Estandarte. Ao centro, uma mulher, usando coroa e manto, está com as mãos juntas. Ao redor dela, há raios saindo. Nas laterais, há o texto: VIVA GUADALUPE. Há também outras inscrições.
Estandarte da Virgem de Guadalupe, de 1810, usado por seguidores do padre Hidalgo.

Os conflitos

No episódio que ficou conhecido como Grito de Dolores, em 16 de setembro de 1810, o padre Miguel Hidalgo liderou os revoltosos contra as fôrças coloniais, dando início a uma série de conflitos em diversas regiões da Nova Espanha.

Os rebeldes foram derrotados em 1811 e Miguel Hidalgo foi preso e fuzilado pelos espanhóis. No entanto, as lutas emancipatórias continuaram sob a liderança do padre José María Morelos, que chegou a declarar a independência do México em 1813, mas foi preso e executado em 1815 por membros da elite criolla que não queriam perder seus privilégios.

Uma independência conservadora

Em 1820, uma revolução liberal na Espanha afetou diretamente os acontecimentos no Vice-Reinado da Nova Espanha. O general Rafael de Riego derrubou o regime absolutista vigente até então e obrigou o rei espanhol Fernando sete a governar sob um regime monárquico constitucional, ou seja, de acôrdo com um conjunto de leis.

Com isso, muitos privilégios da nobreza e do clero foram abolidos na Espanha e em suas colônias. Os membros do clero e os militares passaram a ser julgados pêla justiça civil (antes êles eram julgados entre seus pares), e as ordens monásticas, como a ordem dos jesuítas, foram proibidas.

O Plano de Iguala

Temendo que essa situação levasse a novas revoltas populares na Nova Espanha, a elite criolla e os espanhóis, sob a liderança do coronel de Iturbide, militar que lutou contra os rebeldes nas revoltas lideradas por José María Morelos, tomaram a dianteira no processo de independência e apoiaram a elaboração do Plano de Iguala, que visava garantir a liberdade política da região, o predomínio do catolicismo e a união entre todos os habitantes.

O Plano de Iguala foi decretado em 24 de fevereiro de 1821, tornando a antiga colônia independente e estabelecendo uma monarquia constitucional, cujo rei deveria ser nomeado pêlo monarca espanhol. No entanto, Iturbide assumiu o poder e autoproclamou-se imperador do México, com o título de Augustín um.

O Exército Imperial das Três Garantias foi criado com a assinatura do Plano de Iguala e visava combater as chamadas tropas realistas espanholas, que se recusavam a reconhecer a independência do México.

Pintura. Vista de várias pessoas em pé em uma rua enfeitada com bandeiras coloridas. Atrás, diversos soldados marchando em fileira e passando por um arco. Ao redor, construções enfeitadas.
Solene e pacífica entrada do Exército das Três Garantias na Cidade do México em 1821, de autor desconhecido. Óleo sôbre tela, século dezenove.

A independência de Cuba

No final do século dezenove, Cuba era um dos últimos domínios coloniais espanhóis na América. As primeiras guerras pêla independência ocorreram entre os anos de 1868 e 1878, sob a liderança do filósofo e jornalista José Martí, que defendia a independência de Cuba, o estabelecimento de um govêrno republicano e a abolição da escravidão.

Entretanto, a Espanha teve o apôio das elites agrárias de Cuba, que dependiam do trabalho escravo e das relações comerciais com a metrópole. fatores contribuíram para o fracasso inicial do movimento pêla independência.

Em 1895, as lutas pêla independência recomeçaram. No entanto, José Martí morreu nas primeiras batalhas. Em 1898, as fôrças espanholas foram acusadas de destruir um navio estadunidense no porto de Havana, capital de Cuba. Com isso, os Estados Unidos engajaram-se no conflito ao lado dos cubanos e contra a Coroa espanhola. Nesse contexto, aconteceu um embate entre os chamados anexionistas (que defendiam a anexação da ilha aos Estados Unidos após a independência) e os autonomistas (que pretendiam ser totalmente autônomos).

Fotografia. À esquerda, o busto de um homem, com cabelos pretos e bigode, usando um terno. Ao lado, uma bandeira com listras azuis e brancas, com uma estrela branca dentro de um triângulo vermelho. Abaixo da bandeira, há o texto: SEGUROS.
Outdoor com representação de José Martí na cidade de Santiago de Cuba, em Cuba, onde sua figura é lembrada até hoje. Foto de 2022.

Com o auxílio dos estadunidenses, a independência de Cuba foi conquistada em 1898. Nas negociações após as guerras de independência, a Coroa espanhola cedeu os territórios de Pôrto Rico, na América Central, e das Filipinas, na Ásia, aos Estados Unidos.

Apesar da conquista da independência, Cuba passou a ser ocupada militarmente pelos estadunidenses de 1899 até 1902. Nesse intervalo, foi assinada a Emenda Plát, que garantia aos Estados Unidos o direito de interferência política direta em Cuba caso seus interêssis fossem ameaçados.

Na prática, com o fim da colonização espanhola, iniciou-se o domínio estadunidense em Cuba, inclusive com o ensino obrigatório da língua inglesa e da história dos Estados Unidos nas escolas, além da adoção do dólar como moeda corrente.

A América Latina após as independências

Na maioria dos países da América Latina que se tornaram independentes no século dezenove, houve a abolição da escravidão. No Chile, a abolição ocorreu em 1823; no México, em 1829; na Bolívia, em 1881; na Colômbia, em 1851; e na Venezuela e no Peru, em 1854. Os dois últimos países da América Latina a abolir a escravidão foram Cuba, em 1886, e o Brasil, em 1888.

No entanto, mesmo com a abolição da escravidão, muitos ex-escravizados e seus descendentes continuaram a viver em condições de miséria, lidando com problemas como preconceito, desemprêgo e baixos salários.

As desigualdades sociais

De fórma geral, após a conquista da independência, o poder e as riquezas permaneceram nas mãos de poucos, gerando um problema que, até hoje, prejudica grande parte da população latino-americana: as desigualdades sociais.

As elites formadas durante o período colonial se mantiveram no poder, preservando seus interêssis e sua influência sôbre a política dos países da América Latina.

Embora entre o século vinte e o início do século vinte e um tivesse havido uma considerável expansão das classes sociais com acesso à escolarização e a razoáveis condições de vida, enorme parcela da população dos diversos países da América Latina, como os povos indígenas, os afrodescendentes e os trabalhadores rurais e urbanos, continuou desfavorecida, sem acesso à terra, aos meios de produção e de subsistência. No entanto, essas populações vêm lutando e reivindicando direitos. Ao longo do tempo, alguns dêsses direitos foram reconhecidos e outros ainda motivam diversas mobilizações sociais na atualidade.

Fotografia. Diversas pessoas, utilizando máscara cobrindo o nariz e a boca, chapéus e roupas coloridas, estão em uma rua segurando cartazes com as mãos. Atrás, construções.
Trabalhadores protestam contra a redução dos salários e os córtes no orçamento promovidos pêlo govêrno durante a pandemia de covíd-19 na cidade de Quito, Peru, em 2020.

História e Geografia

Ícone ‘Ciências Humanas em foco’.

Imigrantes e refugiados no Brasil atual

Você conhece alguma pessoa estrangeira que vive no Brasil? Qual é o seu país de origem? Como ela chegou ao Brasil?

Como vimos, desde 2010, quando um terremoto causou grande destruição no Haiti, deixando milhares de mortos e mais de 1 milhão de desabrigados, o Brasil passou a receber imigrantesglossário haitianos que fugiam de situações como a falta de emprêgo e a extrema miséria.

Essa busca por melhores condições de vida mobilizou muitas pessoas, por vezes famílias inteiras, a percorrer milhares de quilômetros e estabelecer-se em diversas regiões do Brasil, como São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Por exemplo, até o ano de 2020, mais de 135 mil haitianos chegaram ao Brasil de acôrdo com o Sistema Nacional de Cadastramento de Registro de Estrangeiros (), da Polícia Federal.

Fotografia. Um homem negro, usando camiseta vermelha e short, está agachado e colocando algumas pinturas coloridas em um tapete preto sobre o chão.
Imigrante haitiano vendendo suas pinturas na cidade do Rio de Janeiro, em 2022.

A vida no Brasil

Há muitos casos de imigrantes e de refugiadosglossário que encontraram melhores condições de vida no Brasil. Contudo, há milhares de outros que, ao chegarem aqui, passaram a conviver com uma série de dificuldades, como as péssimas condições de trabalho, o desemprêgo, a barreira linguística e a falta de moradia e acesso a serviços públicos, como saúde e educação.

Além disso, outros problemas graves fazem parte do cotidiano de muitos estrangeiros, como o preconceito, o racismo e a xenofobiaglossário , que submetem muitos deles à situação de vulnerabilidade social, a humilhações e mesmo a agressões físicas e ao risco de morte.

O texto a seguir, escrito em 2020, trata da situação de Francis Salazar, uma refugiada venezuelana que atualmente vive em São Paulo, atuando em ônguis de apôio a imigrantes e refugiados de diversos lugares do mundo.

reticências

Por fim, cheguei à fronteira. Passei três dias entrando e saindo enquanto fazia a minha documentação. Entrei em um abrigo onde só havia mulheres. pêlo pouco que falava do idioma, fiz com que entendessem que precisava ir a outro lado. Me apoiaram e me colocaram em contato para viajar ao interior do Brasil. reticências

Existem regras para viver em sociedade, em família e mais ainda quando você vive em um abrigo. Para se ter uma ideia de como é, há que pensar em colocar em uma casa de vários quartos, mas com áreas comuns e o mesmo horário de comida e lazer, mais de 50 pessoas com diferentes idiomas, culturas e opiniões. Na verdade acho que é a fórmula perfeita para o caos. Mas, mesmo que vocês não acreditem, isso não acontece.

Em todos os abrigos onde tive a oportunidade de estar, encontrei uma coisa em comum entre os que administram: uma grande sensibilidade e amor ao próximo. reticências

Meço 1,58 métros de estatura e pesava 45 quilos ao chegar. Todos pensavam que estava muito doente. Como lhes explicar que a falta de alimento, o estresse, não uma doença, provocavam minha magreza?

reticências

SALAZAR, Francis. Diário de uma refugiada: leia o caderno traduzido na íntegra. Folha de semPaulo, 12 dezembro 2020. Disponível em: https://oeds.link/HxoR8m. Acesso em: 5 maio 2022.

Com resiliência, podemos nos adaptar a situações adversas e superar desafios, nos tornando mais experientes para lidar com nossos sentimentos e emoções em momentos de dificuldade, por exemplo.

Determinados a conquistar uma vida melhor, muitos imigrantes e refugiados organizam-se em pequenas comunidades, onde há solidariedade e ajuda mútua. Muitos também recebem auxílio de movimentos sociais, de instituições não governamentais ou de grupos religiosos.

Agora, responda às questões a seguir.

Ícone ‘Atividade oral’.

1. De acôrdo com o texto, quais foram as principais dificuldades enfrentadas por Francis Salazar no início de sua viagem?

Ícone ‘Atividade oral’.

2. Quais são as impressões de Francis Salazar sôbre a atuação das ônguis de apôio a refugiados?

Ícone ‘Atividade oral’.

3. Você já ficou sabendo ou presenciou atitudes de intolerância ou de preconceito em relação a algum imigrante ou refugiado no Brasil? Se sim, como foi? De que modo podemos combater problemas como êsse?

Atividades

Faça as atividades no caderno.

Organizando os conhecimentos

  1. Descreva alguns aspectos das sociedades coloniais na América espanhola.
  2. Quais acontecimentos e princípios filosóficos se desenvolveram antes das independências na América Latina e influenciaram essas lutas emancipatórias?
  3. Por que o processo de independência do México pode ser considerado conservador?
  4. Qual foi a participação dos Estados Unidos no processo de independência de Cuba?
  5. Após a concretização dos processos de independência na América Latina, qual problema social podemos considerar uma permanência histórica nos diversos países da região? Por quê?

Aprofundando os conhecimentos

6. Leia o texto a seguir, que aborda aspectos da rebelião de escravizados no Haiti, em 1791. Depois, responda às questões.

reticências

Foi, na avaliação de muitos autores, a mais notável rebelião escrava jamais vista no Caribe francês. Segundo a tradição oral, a revolta foi planejada em uma reunião de escravos presidida pêlo cocheiro , na qual se decidiu a deflagração de revoltas simultâneas em várias das grandes plantations da região. reticências os conspiradores faziam juramentos de vitória sôbre os brancos que demonstravam um clima de vingança iminente. De acôrdo com o historiador . éle. érre. Djeimes, a “canção predileta” dos negros em tais cerimônias continha os seguintes versos: “Juramos destruir os brancos e tudo que possuem; que morramos se falharmos nesta promessa”.

Estima-se que .100000 escravos envolveram-se na revolta, causando enorme destruição e um saldo de .20000 cativos que deixaram as plantations e formaram acampamentos, sobretudo nas áreas ao norte da ilha. Embora um aparente retôrno da ordem tenha se seguido à insurreição, hoje sabemos que o levante foi o início do fim da escravidão em São Domingos [...].

VIANA, Larissa. A independência do Haiti na Era das Revoluções. Amplác. Disponível em: https://oeds.link/fDdbvR. Acesso em: 5 maio 2022.

  1. De acôrdo com o texto, como foi organizada a rebelião de escravizados no Haiti? Como ela foi deflagrada?
  2. Qual era a principal atividade econômica desenvolvida pelos escravizados nas plantations no Haiti?
  3. Em sua opinião, essa rebelião foi importante para o fim da escravidão e o processo de independência do Haiti? Justifique.
  4. Relacione a “canção predileta” dos rebeldes com o conceito de haitianismo tratado neste capítulo.

7. A foto a seguir retrata a escultura Mão, localizada no Memorial da América Latina, na cidade de São Paulo, ésse pê. Analise essa escultura e, depois, responda às questões.

Fotografia. Monumento no formato de uma mão aberta. Na palma da mão, há a silhueta da América Latina e uma linha vermelha que desce até o punho. Atrás, construção com duas colunas e um arco no centro.
Mão, de Oscar Niemáier. Concreto aparente e esmalte sintético vermelho, 7 métros de altura, 1988. Memorial da América Latina, na cidade de São Paulo. Foto de 2019.
  1. Descreva a escultura Mão. O que foi representado no centro dela?
  2. O Memorial da América Latina foi projetado pêlo arquiteto brasileiro Oscar Niemáier (1907-2012). Abaixo da escultura há inscrita a seguinte frase do arquiteto: “Suor, sangue e pobreza marcaram a história desta América Latina tão desarticulada e oprimida. Agora urge reajustá-la, uni-la, transformá-la num monobloco intocável, capaz de fazê-la independente e feliz”.
  1. Escreva a sua interpretação dessa frase, considerando os processos históricos estudados no capítulo.
  2. Agora, explique a relação entre essa frase e a escultura.

8. A independência da América espanhola ocorreu de fórma gradativa por meio de uma série de rebeliões internas nas colônias. acêrca dêsse processo, analise a imagem a seguir e, depois, responda às questões.

Fotografia. Verso de moeda. Detalhes em relevo de um homem com cabelos compridos usando chapéu. Ao lado, o numeral 10. Ao redor, há os textos: TUPAC AMARU. DIEZ SOLES DE ORO. SESQUICENTENARIO DE LA INDEPENDENCIA DEL PERU. 1821-1971. Ao lado, reverso de moeda. Detalhes em relevo de um brasão. Ao redor, há os textos: BANCO CENTRAL DE RESERVA DEL PERU. 1971.
Moeda comemorativa dos 150 anos da independência do Peru, com rosto de Amaru dois em uma das faces, em 1971.
  1. Quem é a pessoa representada na moeda? Que grupo social ela representa?
  2. Por que êle é homenageado na comemoração de independência do Peru?
  3. Qual foi o papel das revoltas indígenas no processo de independência da América espanhola?
  4. Quais eram as principais reivindicações indígenas nesse contexto?

9. O processo de independência da América espanhola foi resultado de uma série de fatores vinculados à organização política e social colonial. acêrca dêsse movimento, leia o texto a seguir e responda às questões.

reticências Durante todo o período colonial, a tensão existente entre os encomenderos – que passavam a se constituir como uma classe social distinta na América – e os peninsulares – que a todo momento intervinham na administração colonial, seja para conter a exploração desmedida da fôrça de trabalho local, seja para aumentar a tributação sôbre produtos que estavam crescendo no mercado europeu – foi uma constante e essa disputa por poder entre criollos e tchápetones resultaria, em fins do século dezoito, nos movimentos separatistas.

reticências

VIEIRA, Roger Alves. Trabalho compulsório na América espanhola: práticas e conceitos. Igualitária, número 9, fevereiro./julho. 2017. Disponível em: https://oeds.link/jn4iVa. Acesso em: 30 março 2022.

  1. Quais são as principais diferenças entre tchápetones e criollos?
  2. De acôrdo com o texto, por que os dois grupos disputavam o poder?
  3. Como as disputas entre criollos e tchápetones influenciaram no processo de independência da América espanhola?

10. Em toda a América espanhola, as independências ocorreram de fórmas diversas. Analise as imagens a seguir acêrca dêsse contexto e, em seguida, responda às questões.

Escultura. Um homem fardado montado em um cavalo.
Monumento a Simón Bolívar feito pêlo escultor Eloy Palacios, em Cartagena, Colômbia.
Selo. Destacando o busto de um homem usando farda miliar ornamentada e ombreiras. Na parte de cima, há o texto: Republica Argentina. Abaixo, o numeral 2, e o texto: General José de San Martin.
sêlo em homenagem a José de San Martín, Argentina, década de 1920.
Fotografia em preto e branco. Um homem com bigode, usando terno, está com uma bandeira ao redor do corpo. A bandeira é composta por uma estrela dentro de um triângulo e listas.
José Martí e a bandeira de Cuba, em obra de 1896.
  1. Quem são as lideranças retratadas nas imagens? Elas se relacionam com quais regiões da antiga América espanhola?
  2. Como ocorreu o processo de independência dessas regiões?
  3. Cada uma dessas lideranças criou um projeto diferente para a América pós-independente. Identifique projetos e os compare entre si.

11. A independência do México ocorreu por meio de um longo processo que envolveu atores sociais muito diferentes. acêrca dêsse processo, analise a imagem a seguir e responda ao que se pede.

Detalhe de pintura. Um homem calvo com cabelos brancos e usando batina, está com uma das mãos levantadas, segurando um tecido com desenho de pessoas indígenas e camponeses.
Miguel Hidalgo uái , de José Clemente Orozco. Mural. Palácio do govêrno de Jalisco, México, 1949. (Detalhe).
  1. Quem é a figura retratada no mural? Na imagem, quais grupos sociais ela representa?
  2. Como ela participou do processo de independência do México?
  3. Como a independência do México se consolidou?
  4. É possível afirmar que o México rompeu completamente suas raízes coloniais após a independência? Como você chegou a essa conclusão?

O tema é reticências

Diversidade cultural

O Muralismo Mexicano

Muitos aspectos da história do México foram retomados no século vinte por um movimento artístico que ficou conhecido como Muralismo Mexicano. Desenvolvido na década de 1920, êsse movimento foi caracterizado pêlas pinturas feitas em paredes de edifícios públicos.

De acôrdo com as ideias dos muralistas, a arte não devia ficar restrita a ambientes como museus, galerias ou acervos de colecionadores. Por isso, os artistas muralistas passaram a valorizar a presença da arte nos espaços de grande circulação de pessoas, disponibilizando as obras a todo tipo de público nas cidades e incluindo o povo nas reflexões sôbre os assuntos nacionais.

Os temas abordados pêlo Muralismo Mexicano são variados, como episódios históricos, tradições culturais populares do país e elementos que resgatam a ancestralidade asteca. Os principais artistas muralistas dêsse período são José Clemente orosco (1883-1949), David Alfaro Siqueiros (1896-1974) e Diego Rivera (1886-1957). Este último produziu uma série de murais que cobrem uma área de 450 metros quadrados do Palácio Nacional, séde do govêrno executivo do México. Os murais são intitulados conjuntamente como A epopeia do povo mexicano e ilustram a história do México entre 1521 e 1930, sendo cada uma das partes das obras relativamente autônoma. Vamos conhecer uma delas?

Ilustração. Silhueta de uma pessoa em um andaime. Ela está de costa segurando um pincel com as mãos e pintando um muro. No muro, há desenho de cactos, sóis e figuras geométricas coloridas. Em um dos cactos, há uma águia com serpente no bico.

Muitos murais apresentam temas históricos, como é o caso da pintura a seguir, que representa o processo de independência do México.

Ilustração. Um homem calvo, usando um casaco, uma calça e botas, está segurando com as mãos uma espada. Sobreposto à letra 'A'. Ao lado, um homem, com tecido vermelho na cabeça e usando camisa e calça, está segurando com a mão direita uma espada e, com a esquerda, um papel enrolado. Seguido, um homem, vestindo casaco e calça, está segurando uma arma. Sobreposto à letra 'B'. À direita, homem usando farda azul com detalhes em amarelo, está estendendo uma mão para o homem de casaco e calças e escondendo a outra atrás das costas. Sobreposto à letra 'D'. No fundo, pessoas segurando espadas e bastões. Sobreposto à letra 'C'. Na parte inferior, um homem indígena, rastejando no chão com tecido ao redor da cintura e uma pedra amarrada nas costas, segura uma tocha.
La importancia de Hidalgo en la Independencia, de Alfredo Zalce. Palácio do govêrno de , México, 1960. (Detalhe).

A. Os murais normalmente têm côres fortes e representações de personagens de destaque na política e na cultura mexicanas. Vê-se, por exemplo, um dos líderes do processo de independência do México, o padre Miguel Hidalgo, ao centro, segurando uma espada com a mão direita.

B. Ao lado de Hidalgo, estão duas outras lideranças do movimento: José María Morélos, com uma espada e o Decreto de Guadalajara (que propunha a abolição da escravidão), e Vicente guerrêro, que carrega uma espingarda.

C. Ao fundo, foi representada a população indígena e mestiça, armada com espadas, paus e facas, incluídos para destacar sua importância no processo de independência. Na parte de baixo, está qualtêmoc, último tlatoãni asteca, simbolizando a exploração histórica dos povos indígenas.

D. Outra figura se destaca no mural: Iturbide. Com roupas militares de gala, êle oferece uma mão a Guerrero, mas esconde suas reais intenções de dominar o país em sua outra mão.

Agora, responda às questões a seguir.

Ícone ‘Atividade oral’.

1. Quais temas costumavam ser abordados pêlo chamado Muralismo Mexicano?

Ícone ‘Atividade oral’.

2. Qual é a relação entre o mural de Alfredo Zalce e a história mexicana?

Ícone ‘Atividade oral’.

3. Em sua cidade, existe alguma pintura ou obra gráfica produzida em muros ou painéis situados em lugares públicos? Do que ela trata? Qual impressão ela causa em você? Que pessoas têm contato com essa obra? Converse com os colegas.

O que eu estudei?

Faça as atividades em uma folha de papel avulsa.

1. Entre os séculos quinze e dezenove, os ingleses e espanhóis instituíram processos de colonização diversificados na América. A êsse respeito, reproduza o quadro a seguir em uma folha de papel avulsa e complete-o corretamente.

'Ícone.Modelo'

Item

América do Sul

América do Norte (colônias do Norte e do Centro)

América
do Norte (colônias do Sul)

Colonizador

Divisão social

Economia e trabalho

Independência

  1. Quais foram os fatos históricos ocorridos na Europa que influenciaram no processo de independência das nações americanas? Como êles ajudaram a fortalecer os ideais de emancipação?
  2. Como os países europeus lidaram com a consolidação das independências americanas?
  3. A respeito da educação nas Treze Colônias inglesas, copie na folha avulsa apenas a alternativa correta.
    1. A educação foi um aspecto negligenciado pelos colonos ingleses na América, pois não havia grande interêsse em ocupar a terra para formar uma comunidade no local.
    2. A educação formal nas Treze Colônias ficou a cargo dos padres jesuítas da Companhia de Jesus. Além da alfabetização, êles catequizaram os colonos ingleses, convertendo-os ao catolicismo.
    3. Apesar da grande preocupação dos colonos ingleses com a educação, o nível de analfabetismo nas Treze Colônias era considerado maior em comparação a outras colônias americanas.
    4. A educação era muito importante, tanto que, em 1647, foi publicada uma lei em massachússetis que determinou a obrigatoriedade de um professor para cada povoado que tivesse mais de cinquenta famílias nas Treze Colônias.

5. Cuba foi um dos últimos países que se tornaram independentes da Espanha. A foto a seguir mostra o momento em que um general cubano recebe as tropas estadunidenses em Cuba, em 1898. Analise-a e responda às questões.

Fotografia em preto e branco. À esquerda, homem com bigode, usando casaco, calça e lenço no pescoço. Ao lado, homem robusto com cabelos e bigode branco, usando camisa, calça e botas. Atrás, homens usando chapéu, camisa e calça. Eles estão de pé e ao lado de uma cabana de palha.
General Calixto Garcia (centro-direita) e Brig. General William (centro esquerdo), no momento do desembarque do exército americano, em 1898.
  1. Em que a independência de Cuba se diferenciou das demais colônias espanholas?
  2. Por que os cubanos se aliaram aos EUA nesse processo, como indica a imagem?
  3. Como os Estados Unidos se organizavam naquele contexto posterior à sua independência?
  4. Quais foram as consequências dessa aliança para Cuba?

6. No início do século vinte, os livros didáticos mexicanos indicavam que a independência da América espanhola teve relação direta com o tratamento dado aos colonos. A respeito disso, leia o texto a seguir e responda ao que se pede.

reticências

Os mestiços, sempre vistos com desconfiança pelos estrangeiros, porque combinavam as qualidades de uma civilização nascente, herdada dos Astecas, com as de uma civilização avançada, transmitida pelos espanhóis, eram mantidos à distância de toda gestão pública e, portanto, condenados a um obscurantismo que não passava, em última instância, de mais um estímulo para suas aspirações de homens livres.

reticências

, Celso. El niño ciudadano: lêcturas acêrca de . México: , 1909. página 2930. (Tradução nossa).

  1. Por que o texto afirma que os criollos combinavam as qualidades de duas civilizações?
  2. Como a exclusão política dos criollos estimulou o processo de independência da América espanhola, como afirma o texto?
  3. De que maneira os criollos da América espanhola se assemelhavam e se diferenciavam dos agentes responsáveis pêlo processo de independência dos Estados Unidos?

Glossário

Exclusivo comercial
: também conhecido como pacto colonial, estabelecia o monopólio da metrópole sôbre a colônia, com o objetivo de gerar lucros para a metrópole. Assim, as colônias podiam comercializar apenas com a metrópole.
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Criollos
: descendentes de espanhóis nascidos na América.
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Chapetones
: espanhóis que migraram para a América.
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Imigrante
: pessoa que se estabelece em outro país por diferentes motivos, como em busca de emprêgo e melhores condições de vida.
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Refugiado
: imigrante que solicita refúgio em outro país, geralmente por fugir de guerras ou de perseguição política, religiosa ou social no local de origem.
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Xenofobia
: preconceito contra pessoas estrangeiras.
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