UNIDADE 6 A transição do Império para a República
No período conhecido como Segundo Reinado (1840-1889), sob o govêrno de dom Pedro , ocorreram diversas mudanças na sociedade brasileira, que com a expansão do café se modernizava e se diversificava. Nessa época, o Império se envolveu em um conflito de grandes proporções conhecido como a Guerra do Paraguai. dois
Nesse contexto, grupos sociais críticos ao govêrno imperial cresceram, se organizaram, e aumentaram a pressão, colocando em pauta questões como o abolicionismo e o republicanismo, principalmente a partir da segunda metade do século dezenove.
Iniciando a conversa
- Além do trabalho nas fazendas de café, como o retratado nesta foto, quais outros trabalhos eram realizados por pessoas escravizadas no Brasil, no século dezenove?
- Conte aos colegas o que você já sabe sôbre o Segundo Reinado no Brasil.
- A abolição da escravidão, em 1888, e a Proclamação da República, em 1889, são eventos marcantes na história do Brasil. Explique por quê.
Agora vamos estudar...
- a produção cafeeira e a introdução da mão de obra de imigrantes europeus;
- o trabalho escravo no século dezenove;
- as manifestações culturais no século dezenove;
- a Guerra do Paraguai;
- o movimento abolicionista e o movimento republicano;
- a mudança do regime monárquico para o republicano.
CAPÍTULO 11 Trabalho e sociedade no Império
A sociedade brasileira durante o período colonial e o período imperial era essencialmente escravista. A mão de obra escravizada, de origem africana, esteve presente no meio rural e no meio urbano, em diferentes tipos de trabalho. Por isso, podemos dizer que as condições de vida dos escravizados variou dependendo da região em que estavam inseridos ou do tipo de trabalho realizado.
O texto a seguir trata de aspectos dessa mentalidade escravista na sociedade imperial.
reticências
A grande presença do escravo na sociedade brasileira marcou, fortemente, as atitudes com relação ao trabalho, especialmente o manual, tornando-o algo vil e indigno no entender das pessoas livres. Assim, considerava-se que a liberdade de cada um era medida pêlo número de escravos possuídos e, portanto, pêla ausência da necessidade de trabalhar. Essas atitudes de desdém com relação ao trabalho não se limitavam às camadas de proprietários de escravos; eram compartilhadas por não proprietários também. Para estes últimos, empregar-se por um salário equivalia a tornar-se uma espécie de escravo, pois, para êles, cabia apenas aos cativos trabalhar para os outros.
reticências
, Côl; PAIVA, Eduardo França. A escravidão no Brasil: relações sociais, acôrdos e conflitos. São Paulo: Moderna, 2000. página 38. (Coleção Polêmica).
Nesta cena, retratada por debrê, senhores ricos descansam após o jantar (que no período colonial era equivalente ao almôço).
Questão 1.
De acôrdo com o texto, qual era a visão que as pessoas livres tinham sôbre o trabalho na época imperial?
O trabalho escravo no campo
No século dezenove, grande parte do trabalho de pessoas escravizadas era utilizada nas lavouras de café. Nas fazendas, os escravizados estavam sujeitos a longas e extenuantes jornadas de trabalho e também à violência física e psicológica.
Além de trabalhar na lavoura, algumas pessoas escravizadas executavam serviços domésticos como cozinheiras, lavadeiras, costureiras, amas de leite, entre outros relacionados à manutenção dos casarões e dos sobrados. Dessa fórma, elas conviviam mais diretamente com as famílias dos proprietários rurais.
O trabalho escravo nas cidades
Na época do Império, além das atividades agrícolas e rurais, as pessoas escravizadas exerciam diversas atividades nas cidades, relacionadas ao artesanato, ao comércio ambulante, aos serviços de infraestrutura urbana e ao ambiente doméstico. Conheça alguns detalhes a seguir.
Os artesãos
Nas cidades, havia muitos escravizados que trabalhavam como artesãos, em profissões de carpinteiros, joalheiros, alfaiates, sapateiros, ferreiros, oleiros (que fabricam tijolos), entre outras. Naquela época, alguns escravizados que realizavam atividades artesanais conseguiam abrir sua própria oficina, após a conquista da alforria, e transmitiam o conhecimento e as técnicas de sua profissão aos seus filhos ou pupilosglossário .
Questão 2.
Durante o Império, quais eram as principais atividades exercidas pêlas pessoas escravizadas no campo e nas cidades?
Os escravizados de ganho
Havia também pessoas escravizadas, principalmente nas cidades, que ficaram conhecidas como escravizados de ganho e que prestavam serviços temporários em troca de pagamento. Geralmente, a maior parte da quantia recebida era entregue ao senhor, mas em muitos casos o escravizado conseguia reservar uma parte do dinheiro para si. Por essa razão, nas cidades, a situação dos escravizados era relativamente mais flexível do que nas áreas rurais.
trabalhadores costumavam atuar como vendedores ambulantes, carregadores, pedreiros, calceteirosglossário , entre outros. Os escravizados de ganho também prestavam serviços ao , quando eram convocados para trabalhar em obras públicas. govêrno
O café e a imigração no Brasil
No século dezenove, alguns países da Europa passaram por uma crise econômica em decorrência de diversos conflitos e guerras civis. Nesse contexto, pequenos produtores rurais estavam sujeitos à cobrança de altos impostos sôbre suas terras. Sem ter como concorrer com os grandes produtores e garantir, assim, seu sustento e o de sua família, e manter suas propriedades, êles passaram a procurar emprêgo e melhores condições de vida nas cidades.
Na segunda metade do século dezenove, a população europeia alcançou uma alta taxa de crescimento, acompanhada de altos índices de desemprêgo em muitos países.
Na Itália, por exemplo, desde o comêço do século, ocorreram diversos conflitos políticos que provocaram guerras internas e levaram, posteriormente, à unificação das províncias independentes da península Itálica. Dessa maneira, grande parte da população italiana, além de conviver com as dificuldades da crise econômica que afetava muitas regiões da Europa, passou a sofrer também com os problemas decorrentes dêsses conflitos.
Os imigrantes no século dezenove
Os primeiros imigrantes europeus vieram para o Brasil em busca de terras para cultivar e de melhores condições de vida, ainda no Primeiro Reinado, isto é, no início do século dezenove. Entre êles estavam alemães, suíços e italianos, que se fixaram principalmente nas atuais regiões Sul e Sudeste do país, formando núcleos baseados na pequena propriedade. As terras foram doadas aos colonos pêlo Estado, com o intuito de explorar áreas consideradas improdutivas.
Com o aumento das pressões inglesas para abolir o tráfico de pessoas escravizadas a partir de 1830, passou a haver uma preocupação dos cafeicultores com a mão de obra utilizada em suas lavouras.
Dessa fórma, foram feitas as primeiras experiências de substituição da mão de obra escravizada pêla mão de obra assalariada de imigrantes nos cafezais na década de 1840. Trabalhadores de diferentes nacionalidades, como suíça, alemã, italiana, espanhola e portuguesa, foram levados para fazendas do oeste paulista, onde passaram a trabalhar seguindo o sistema de parceria.
O sistema de parceria
Nesse sistema, o fazendeiro ficava responsável pelos custos da viagem dos colonos da Europa à América, pêlo transporte deles até sua fazenda e pêlo fornecimento de produtos de primeira necessidade, como alimentos e roupas.
Em troca, cada família de colonos ficava responsável por cultivar um grande número de pés de café. No final da colheita, cada família devia entregar metade da produção ao proprietário das terras. A outra metade ficava com os colonos, que a utilizavam para as despesas cotidianas e para pagar, ao fazendeiro, os custos de viagem, transporte e produtos fornecidos a êles.
A introdução do trabalho assalariado
O sistema de parceria não teve êxito e, gradualmente, as colônias formadas com êsse tipo de acôrdo chegaram ao fim entre as décadas de 1860 e 1870.
Diversos motivos contribuíram para que isso ocorresse, como os maus-tratos dispensados aos colonos pelos fazendeiros. Além disso, não conseguiam pagar suas dívidas com os fazendeiros, que cobravam altos juros pelos custos com a viagem, a alimentação, as vestimentas, entre outras despesas.
Com a progressiva escassez de mão de obra escravizada, na década de 1880, os cafeicultores paulistas se organizaram para atrair novos imigrantes europeus, a maioria italianos, para as lavouras do oeste paulista. Porém, nesse período, os imigrantes passaram a ser contratados mediante o pagamento de salários e não mais pêlo sistema de parceria.
Leia a seguir um texto que aborda a imigração italiana para o Brasil.
reticências Em 1885 e 1886, o Brasil recebeu cêrca de 35 mil imigrantes, sendo 20 mil italianos; em 1887, 55 mil imigrantes, sendo 40 mil italianos; em 1888, 135 mil imigrantes, sendo 105 mil italianos. Nos anos 1880, o Brasil recebeu um total de 450 mil imigrantes reticências: 62% eram italianos, 23% portugueses, 7% espanhóis, 4% alemães e 2% franceses. A grande maioria dos imigrantes, 60% em 1888/1889, e quase todos italianos foram para São Paulo, que desde 1884 estava subsidiando as passagens dos imigrantes. O censo de 1890 mostrou 22% de estrangeiros na população de São Paulo, a maior parte, italianos. reticências
bétel, . O Brasil no mundo. ín: CARVALHO, José Murilo de. ( coordenação). A construção nacional: 1830-1889. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012. volume 2. página 152. (História do Brasil Nação: 1808-2010).
O aumento do número de imigrantes no Brasil
Nas últimas décadas do século dezenove, milhares de imigrantes de diferentes regiões do mundo, como libaneses, turcos, russos e japoneses, entraram no Brasil, não apenas para atender à demanda da mão de obra nos cafezais, mas também para atuar em diversas áreas, no meio rural ou urbano, contribuindo de várias maneiras para o crescimento econômico e cultural do país. Observe o mapa a seguir.
Questão 3.
Agora, analise o mapa anterior e procure identificar as seguintes informações.
- Título do mapa.
- Data de produção.
- Órgão responsável pêla elaboração do mapa.
Os imigrantes e a Lei de Terras
Como vimos no capítulo anterior, a Lei de Terras, aprovada em 1850, estabeleceu que, a partir daquele momento, as terras do Estado só poderiam ser adquiridas por meio da compra. Isso significava que só quem tivesse recursos suficientes para comprá-las poderia tornar-se proprietário.
A lei também determinou que os imigrantes só poderiam possuir terras após se fixarem por pêlo menos três anos no Brasil. Em decorrência dessa lei, o acesso à terra tornou-se ainda mais difícil aos imigrantes e às pessoas pobres em geral, favorecendo as camadas mais ricas da sociedade e os grandes proprietários rurais.
A Hospedaria dos Imigrantes
Com a chegada de milhares de pessoas ao Brasil, o govêrno organizou várias hospedarias para acolhê-los. Com o interêsse voltado para a contratação de mão de obra para a agricultura e colonização, a Sociedade Promotora de Imigração de São Paulo, financiada por ricos produtores de café, decidiu construir a Hospedaria dos Imigrantes, um grande prédio situado no atual bairro da Mooca, em São Paulo. A hospedaria foi construída próximo à estação de trem onde desembarcavam os imigrantes vindos do porto de Santos.
A construção foi iniciada em 1886 e concluída em 1888. Com capacidade para abrigar .1200 pessoas, o edifício contava com lavanderia, cozinha, pavilhão para desinfecção de roupas e ambulatórios médicos e dentários. Cotidianamente, os funcionários dos próprios cafeicultores frequentavam a Hospedaria e lá contratavam os imigrantes para o trabalho nas fazendas. Calcula-se que do ano de 1887 até 1978, passaram pêla Hospedaria cêrca de 2,5 milhões de pessoas vindas de diversas partes do mundo e de outras regiões do Brasil.
O Museu da Imigração
A Hospedaria dos Imigrantes fechou em 1978 e, quatro anos depois, seu conjunto arquitetônico foi tombado como patrimônio histórico. Em 1993, ela se tornou o Museu da Imigração do Estado de São Paulo, passando a administrar o acervo do Centro Histórico do Imigrante. O museu também abriga o Centro de Pesquisa, Preservação e Referência ().
A cultura no Brasil do século dezenove
Questão 4.
Você conhece as origens do carnaval no Brasil? Converse com os colegas.
Muitas manifestações culturais do período imperial, como as festas e a música, permaneceram na cultura brasileira atual ou a influenciaram, tornando-se muito populares em diversas regiões do Brasil. Conheça um pouco mais a seguir.
O entrudo e o Carnaval
Desde o período colonial, tornou-se comum em diversas regiões do Brasil o entrudo, uma brincadeira de origem portuguesa, que consistia em sair às ruas para molhar as pessoas, por vezes utilizando limões de cheiroglossário , água ou líquidos malcheirosos.
Como o entrudo era uma brincadeira de rua, participavam dela principalmente pessoas escravizadas e pobres. Muitas pessoas da elite, por sua vez, não participavam da festa nas ruas porque a consideravam pouco civilizada e violenta.
Por volta de 1840, muitas pessoas passaram também a festejar o Carnaval de maneira semelhante à que ocorria na Europa, com pessoas utilizando máscaras e fantasias em bailes, principalmente no Rio de Janeiro, capital do Império. bailes eram promovidos por membros da elite, que se inspiravam nos carnavais realizados na Itália e na França.
Por causa da pressão das camadas mais ricas, o entrudo passou a ser reprimido pêla polícia. Aos poucos, o antigo divertimento se transformou. Os bailes de máscara se difundiram, assim como o uso de fantasias no Rio de Janeiro e em diversas cidades brasileiras, contribuindo para a formação do Carnaval.
A música
Durante o século dezenove, a música tocada no Brasil era bastante diversa. Entre as elites, era comum que em seus bailes e festas fossem tocadas músicas de origem europeia, como a e a valsa, ao passo que, entre a população mais pobre, prevalecia a música de origem africana, como o lâmdu, tocada principalmente com instrumentos de percussão.
A partir de 1870, desenvolveu-se um gênero musical conhecido como maxixe, que recebeu influências tanto da música europeia como da africana e que se popularizou entre as várias camadas sociais. No início, parte da elite demonstrava ter preconceito em relação a êsse gênero, porém, ao longo dos anos, êle passou a ser cada vez mais assimilado e se difundiu na sociedade.
A criatividade é a capacidade que temos de criar, inventar e produzir coisas novas mesmo a partir de elementos que já existem.
A literatura no Brasil Império
No século dezenove, a literatura ganhou espaço no Brasil, principalmente depois da criação da Imprensa Régia, que estimulou a publicação de livros, jornais e revistas. A princípio, as obras literárias eram publicadas em formato de folhetins na imprensa periódica, ou seja, cada edição trazia uma parte da história a ser acompanhada continuamente pelos leitores.
Os temas trazidos pêlas obras literárias dêsse período eram variados. Algumas tratavam de aspectos da nacionalidade brasileira, com a abordagem idealizada dos indígenas e da paisagem nativa. Outras apresentavam uma visão crítica do Império e eram caracterizadas pêla denúncia social.
Um dos principais escritores da época, que explorou a crítica social e política em seus livros, foi Machado de Assis (1839-1908). Por meio de suas personagens e de uma linguagem muitas vezes irônica, êle representava em suas obras os costumes da sociedade imperial, explorando os conflitos políticos e o cotidiano da época na cidade do Rio de Janeiro.
As mulheres também desempenhavam um papel de destaque na literatura brasileira do período imperial, mesmo tendo de enfrentar dificuldades para conseguir uma educação de qualidade e combater o preconceito. Uma das mais importantes escritoras foi Maria Firmina dos Reis (1825-1917), considerada a primeira mulher a escrever um romance no Brasil, em 1859.
Maria Firmina pertencia a uma família pobre do Maranhão, era filha de africanos e esforçou-se com a ajuda de parentes para conseguir estudar. Ela produziu diversas obras em defesa dos direitos dos africanos e dos afrodescendentes, apoiando abertamente a abolição da escravidão. Além de escritora, ela fundou escolas e atuou como professora.
Observe que Maria Firmina dos Reis assinou a obra com o pseudônimo “uma maranhense”.
História e Língua Portuguesa
A literatura de cordel
A literatura popular brasileira é muito rica e diversificada. Entre as fórmas tradicionais de produção poética estão os poemas impressos em livretos chamados de cordel.
De origem portuguesa, o cordel foi introduzido no Nordeste brasileiro no final do século dezoito. Seu nome deriva da maneira como os livretos costumavam ser expostos para a venda: pendurados em cordas, formando longos varais.
Os cordéis eram uma das principais fórmas de registro e de circulação da obra dos poetas-cantadores, que entoavam seus poemas ao vivo, ao som da viola ou da rabeca, e dominavam as rimas, a versificação e os ritmos. Essa tradição popular é muitas vezes comparada à dos trovadores medievais.
O primeiro e mais importante poeta popular e cordelista foi o paraibano Leandro Gomes de Barros (1865-1918), autor de cêrca de 240 poemas de cordel. Entre seus poemas, destacam-se O punhal e a palmatória e O cavalo que defecava dinheiro, que inspirou a peça teatral O auto da Compadecida, de Ariano Suassuna.
Na segunda metade do século dezenove e no século vinte, outros cordelistas se destacaram, como Firmino Teixeira do Amaral, João Melchiades Teixeira e Patativa do Assaré.
Temas e versificação
Os temas dos poemas de cordel são diversos, como os romances de amor e de guerra, o cangaço, a política, a sátira e a paródia de histórias clássicas. Não há limites para a invenção poética do cordelista.
Em um poema de cordel, a métrica e a rima são essenciais. Na sua fórma tradicional, há a sextilha, estrofes de seis versos, com rimas nos versos pares. Há ainda a setilha, isto é, as estrofes de sete versos, com versos de sete sílabas poéticas, chamados de redondilhas maiores. A décima é outra fórma tradicional muito usada pelos cordelistas, que é uma estrofe de dez versos de sete sílabas poéticas. Leia, a seguir, um trecho do Cordel África, de César obeid, construído em redondilhas maiores.
Africanos no Brasil
De “boçais” eram chamados
Aqueles recém-chegados,
Pois não eram acostumados
Com os costumes dessa terra,
Pois quando a história erra
Precisa ser consertada
Pra que a vida abonada
Surja no lugar da guerra.
No Brasil foram pedreiros,
Alfaiates e barbeiros,
Carpinteiros, açougueiros,
Cozinheiros, pescadores,
Ferreiros e vendedores,
Mineiros e lavadeiras
Remadores, quitandeiras
E também agricultores.
Ser humano escravizado
Nunca fica conformado,
Sempre tem um plano armado
Para tentar lógo escapar,
Seja pra negociar
As melhores condições
Ou soltar os seus grilhões
Para livre caminhar.
obeid, César. Cordel África. São Paulo: Moderna, 2014. página 24.
Atividades
Faça as atividades no caderno.
Organizando os conhecimentos
- Quais eram os tipos de mão de obra utilizados nas lavouras cafeeiras no século dezenove?
- De que maneira a Lei de Terras de 1850 afetou os imigrantes que viviam no Brasil naquele período?
- Explique como funcionava o sistema de parceria que regeu o contrato dos primeiros trabalhadores imigrantes europeus que vieram para o Brasil, no século dezenove.
- Cite algumas características da literatura produzida durante o Segundo Reinado.
Aprofundando os conhecimentos
5. Ao longo do tempo, foram utilizados diferentes tipos de mão de obra no território brasileiro. Analise as imagens a seguir e, depois, responda às questões.
- Identifique que tipo de produção foi representado em cada imagem e a qual período da história do Brasil cada uma se refere.
- Agora, imagine que você seja um trabalhador em uma plantação de café do século dezenove ou em um engenho de açúcar do século dezoito. Escolha um dêsses contextos históricos e produza um texto narrativo descrevendo suas atividades e seu cotidiano.
- Observe a capa da revista O , de 1908. Em seguida, responda às questões.
- A partir da análise da fonte, reproduza o quadro a seguir em seu caderno e complete-o com as informações solicitadas.
Qual é o nome da revista? |
Qual é o ano de publicação? |
Quem foi o responsável pela publicação? |
---|---|---|
- Para qual público a revista foi direcionada?
- Qual foi o principal objetivo dessa publicação?
- O que está representado no mapa ilustrado na capa da revista?
- Qual estado brasileiro está destacado no mapa? Qual é o motivo dêsse destaque?
7. Leia o relato de Nini Demarchi, que conta como foi a chegada de seus parentes imigrantes ao Brasil.
reticências
Meu bisavô e minha bisavó vieram da cidade de Udine, na região do Vêneto, norte da Itália. Ele veio com alguns irmãos, mas êles foram para o Sul. Eles chegaram ao Brasil em 23 de julho de 1887 reticências. Naquela época o pessoal era mais aventureiro do que a gente, eles ouviram falar que na América as pessoas tinham muito futuro e por isso vieram.
Quando meus bisavós chegaram ficaram numa hospedaria para imigrantes. De lá foram para as terras doadas a êles pêlo govêrno de São Paulo, localizadas onde é hoje o município de São Bernardo. No comêço faziam carvão e plantavam repolho, pimentão, tomate, etcétera Meu avô levava tudo isso numa carroça e ia vender em São Paulo. As mulheres ajudavam carregando o carvão e trabalhando na lavoura. reticências
, Nini. Entrevista a Alfredo Boulos Júnior. ín: BOULOS JÚNIOR, Alfredo. Imigrantes no Brasil (1870-1920). São Paulo: éfe tê dê, 2000. página 33. (Coleção O Sabor da História).
- Qual foi o modêlo de ocupação utilizado pêla família de Nini no Brasil?
- Como era o trabalho realizado por êles?
- Converse com seus pais ou responsáveis a respeito da origem de sua família. Você tem algum parente ou conhece alguma pessoa que tenha imigrado ao Brasil? Traga as informações que você descobriu para a sala e compartilhe com a turma.
Glossário
- Pupilo
- : aquele que é educado por alguém e recebe proteção dessa pessoa. Discípulo, protegido.
- Voltar para o texto
- Calceteiro
- : trabalhador que pavimenta ruas e caminhos com pedras ou paralelepípedos.
- Voltar para o texto
- Limão de cheiro
- : pequena esfera feita de cêra e preenchida com um líquido perfumado.
- Voltar para o texto