CAPÍTULO 4 A volta do regime centralizado

No final do século dezoito, o govêrno francês formado pêlo Diretório estava em crise. Os diretores eleitos enfrentavam dificuldades para conter a instabilidade econômica. Além disso, a ocorrência de insurreições populares dificultava a manutenção do poder político. De um lado, setores da eliteglossário , que eram monarquistas, buscavam o retôrno ao govêrno centralizado e de seus privilégios da época do Antigo Regime; de outro, camadas populares formadas pelos sans-cullotes exigiam melhores condições de vida e a volta de direitos, como o voto universal masculino, que foram anulados pelos girondinos do Diretório.

O golpe de 18 Brumário

Nesse cenário de instabilidade econômica e política na França, ganhou cada vez mais destaque a atuação do general corsoglossário Napoleão Bonaparte (1769-1821), que vinha acumulando diversas vitórias nas batalhas contra os Estados absolutistas europeus. Havia entre Estados o temor do avanço dos ideais revolucionários franceses na Itália, na Suíça, no Egito e em outras regiões.

Com o apôio de membros da burguesia, Napoleão retornou dessas batalhas com a intenção de pôr fim às desordens internas e assumir o poder na França. Em 9 de novembro de 1799 (18 Brumário no calendário revolucionário), Napoleão liderou um golpe de Estado contra o Diretório e estabeleceu o Consulado, formado por três governantes, chamados cônsules: o político Rogê , o abade de Siés e êle mesmo, nomeado primeiro-cônsul e exercendo plenos poderes.

Gravura. À esquerda, homens usando roupas azuis e capas vermelhas. À direita, uma bancada com toalha verde. Nela, há homens, vestindo roupas azuis e capas vermelhas, de pé e sentados. No centro da bancada, há um homem com vestes azuis e chapéu preto com ornamentos. À frente, um pequeno grupo de homens com farda azul. Ao fundo, homens fardados com armas perto de uma porta.
Le 18 Brumaire, de . Gravura, feita no início do século dezenove.
Respostas e comentários

Objetivos do capítulo

  • Analisar os principais fatos históricos que levaram à ascensão do regime napoleônico.
  • Identificar as principais características do govêrno de Napoleão.
  • Compreender a construção da figura de Napoleão.
  • Verificar como ficou a situação política da Europa após a derrocada napoleônica.

Justificativas

Os conteúdos abordados neste capítulo são relevantes para que os alunos reconheçam os eventos posteriores à Revolução Francesa, entendidos como seus desdobramentos, o que favorece o trabalho com a habilidade ê éfe zero oito agá ih zero quatro da Bê êne cê cê.

Os alunos também analisarão as relações entre o Iluminismo, o liberalismo e a organização do mundo no contexto imediatamente posterior ao desenvolvimento do processo da Revolução Francesa, abordagem que contribui para desenvolver aspectos da habilidade ê éfe zero oito agá ih zero um.


  • Aproveite o tema do capítulo para desenvolver a Competência específica de História 2. Identifique com os alunos a relação entre o processo revolucionário na França e as transformações nas estruturas econômicas, políticas, sociais e culturais do período que se seguiu, permitindo que êles compreendam a historicidade do tempo e do espaço dêsse contexto.
  • Analise com os alunos a imagem da página. Questione-os sôbre o que foi o 18 Brumário, representado na imagem, pedindo-lhes que caracterizem as personagens envolvidas no evento e que descrevam suas ações e o espaço que ocupam. Este trabalho permite que os alunos exercitem a elaboração de hipóteses, questionamentos e argumentos sôbre os desdobramentos da Revolução Francesa por meio da análise da linguagem imagética, desenvolvendo aspectos da Competência específica de História 3.

O govêrno do Consulado

Durante a vigência do Consulado, entre 1799 e 1804, Napoleão Bonaparte, o primeiro-cônsul, deu início a um govêrno autoritário e violento. êle reprimiu as insurreições populares, proibiu greves, perseguiu e aprisionou opositores políticos e estabeleceu a censura nos jornais.

No campo da economia, o Consulado equilibrou a crise estimulando a indústria e o comércio por meio de empréstimos; assim, o govêrno francês garantia o apôio dos burgueses, que foram importantes aliados no processo de retôrno ao poder centralizado. Além disso, para fortalecer a economia, foram criados, em 1800, o Banco da França e uma nova moeda, o franco.

No campo jurídico, foram instituídas novas leis, que entraram em vigor em março de 1804 e que, posteriormente, ficaram conhecidas como Código Civil Napoleônico.

O novo código de leis estabeleceu algumas conquistas decorrentes da Revolução Francesa, como:

  • A igualdade de todos perante a lei.
  • O fim dos privilégios da nobreza e do clero.
  • O direito à propriedade privada.
  • O Estado laicoglossário .
  • A instituição do casamento civil.
Pintura. À esquerda, um homem, usando farda branca e azul com ombreiras e ornamentos dourados, está sentado sobre uma nuvem com objetos e vegetação ao redor. Ele segura uma tábua e um objeto que assemelha a uma caneta com as mãos. À direita, um homem com cabelos e barba branca, usando tecido ao redor do corpo e asas nas costas, está segurando com uma das mãos uma coroa de flores na direção da cabeça de Napoleão.
Napoleão coroado pêlo Tempo, escreve o Código Civil, de Jean Batísti . Óleo sôbre tela, 133 centímetrospor160 centímetros, 1833.
Ícone ‘Atividade oral’.

Questão 1.

Quais aspectos do Código Civil Napoleônico também são comuns à Constituição brasileira atual?


No entanto, o Código Civil Napoleônico também apresentava aspectos conservadores, como o restabelecimento do trabalho escravo nas colônias francesas e a negação da igualdade de direitos entre mulheres e homens.

Respostas e comentários

Questão 1. Resposta: A Constituição brasileira também garante a igualdade de todos perante a lei, o direito à propriedade privada e o Estado laico.

  • Mencione para os alunos que entre as primeiras conquistas militares de Napoleão Bonaparte estão as invasões no norte da Itália e a conquista de territórios do Império Austríaco. êle também tentou incursões no Egito, com a finalidade de estabelecer uma rota comercial da Índia para a Inglaterra, mas não teve êxito porque a Inglaterra interpôs um bloqueio marítimo.
  • Analise com os alunos a imagem. Peça-lhes que descrevam a ação realizada na pintura e que caracterizem Napoleão. Em seguida, questione-os sôbre os possíveis motivos que levaram o pintor a criar uma obra em que o deus Tempo coroa Napoleão. êles podem afirmar que Napoleão era tão poderoso quanto uma divindade, que construiu sua ascensão ao poder de fórma lenta, ou que era a pessoa mais importante da França naquele contexto. Comente que a coroação foi um dos eventos mais importantes do início do século dezenove, visto que êle reaproximou o poder francês da Igreja católica depois do período revolucionário, de tal fórma que o papa Pio sete inverteu a ordem da cerimônia e se ajoelhou para o novo imperador. Explique a êles a importância do Código Civil que êle escreveu durante sua coroação, indicando ter sido o primeiro conjunto de leis escritas da França. O Código Civil seguia vários preceitos revolucionários, acabando oficialmente com os privilégios dos nobres, determinando o voto universal masculino, a igualdade perante a lei, a separação entre Estado e Igreja e a legalização do divórcio. Este trabalho permite que os alunos desenvolvam hipóteses e questionamentos sôbre os desdobramentos da Revolução Francesa por meio da análise da linguagem imagética, desenvolvendo aspectos da Competência específica de História 3.
  • A reflexão levantada durante o desenvolvimento da questão 1 possibilita aos alunos utilizar seus conhecimentos, historicamente construídos, sôbre as novas leis estabelecidas por Napoleão a fim de compreender e explicar o contexto brasileiro atual, uma vez que a Constituição brasileira e o Código Civil napoleônico têm aspectos em comum. Essa articulação condiz com o desenvolvimento da Competência geral 1.

O Império Napoleônico

Em 1802, por meio de um plebiscitoglossário , Napoleão havia sido nomeado primeiro-cônsul vitalício com o direito de nomear o seu sucessor. Em 1804, foi realizada uma nova consulta entre deputados, que decidiram pêla volta do regime monárquico de govêrno e pêla nomeação do primeiro-cônsul como imperador da França, com o título de Napoleão um.

Durante o Império (1804-1814), Napoleão governou dispondo de uma côrte, formada por militares e proprietários de terra, e de grande quantidade de altos funcionários submetidos à sua autoridade.

Por meio de uma série de invasões, territórios foram anexados ao Império, ampliando-se as fronteiras e formando um Estado forte e centralizado, que integrou diversas regiões, abrangendo quase toda a Europa (veja o mapa na página seguinte).

Napoleão governou por meio de decretos, criando e anulando leis sem a aprovação de outros políticos. No entanto, algumas medidas da época do Consulado foram mantidas, como a censura aos meios de comunicação.

Em cerimônia realizada em dezembro de 1804, na catedral de Notre-Dame, em Paris, Napoleão retirou a coroa das mãos do papa e coroou-se imperador da França.

Pintura. Um homem, vestindo coroa, vestes brancas e vermelhas com detalhes dourados e um longo manto que se estende até o chão, está de pé e segurando com a mão direita erguida um cetro dourado.
Napoleão um em seu manto de coroação, Pascal Simon Gerrár. Óleo sôbre tela, 223 centímetrospor143 centímetros, 1804.

A política educacional

As reformas educacionais iniciadas durante a Revolução Francesa, como a garantia de um ensino público secular, com a mínima interferência religiosa, consolidaram-se durante o Império Napoleônico.

Nesse período, a educação era voltada basicamente para a formação de cidadãos capacitados a trabalhar para o Estado, como funcionários públicos, para fiscalizar e aplicar as leis, ou como oficiais militares, com a função de liderar exércitos e doutrinar os soldados para servirem e serem leais ao Império.

Respostas e comentários
  • Auxilie os alunos a analisar o recurso imagético disponível na página. Para isso, identifique o autor da pintura e o ano em que foi elaborada. Depois, incentive-os a levantar hipóteses sôbre as possíveis interpretações dessa obra, considerando o contexto histórico em que foi produzida e os conhecimentos que estão construindo sôbre êsse período. Assim, trabalham-se aspectos da Competência específica de Ciências Humanas 4 e da Competência específica de História 3.
  • Converse com a turma sôbre as informações do boxe desta página. Pergunte-lhes se compreendem a importância, naquele contexto, de tornar a educação laica e quais seriam os desdobramentos possíveis no conteúdo e nas práticas escolares. Espera-se que os alunos compreendam que a intenção era diminuir a influência da Igreja católica e, igualmente, fortalecer a união nacional com um ensino voltado para a valorização do Estado nacional.

Conquistas e expansão

Após a transição para o Império, a partir de 1805, Napoleão iniciou o processo para a consolidação de seu poder sôbre a Europa. As hostilidades contra os antigos rivais foram retomadas. Países como Inglaterra, Áustria, Rússia, Prússia e Suécia, individualmente ou por meio de alianças, opuseram-se militarmente à França para impedir o seu domínio político e econômico sôbre os demais Estados. Mas, após sucessivas vitórias, Napoleão dominou grande parte da Europa, até 1812. Veja o mapa a seguir.

Os Estados que passaram a compor o Império Napoleônico possuíam diferentes condições. Havia os Estados anexados, que integraram o território da França, como a Bélgica, parte da Alemanha e diversas regiões da atual Itália. Havia também diversos Estados vassalos, que mantiveram sua integridade territorial, mas estavam subordinados ao govêrno central. Nesses Estados, Napoleão substituiu os governantes por pessoas de sua confiança, como parentes e familiares.

O Império Napoleônico (1812)

Mapa. O Império Napoleônico (1812). Mapa territorial destacado conforme a legenda: Bloqueio Continental: Faixa vermelha contornando parte da Europa. No norte, a faixa separa a Grã-Bretanha do resto da Europa por meio do Canal da Mancha, no Oceano Atlântico. No sul, a faixa vermelha separa a Europa da África por meio do Mar Mediterrâneo, perto da ilha de Sardenha. Extensão do Império Napoleônico: o território abrange grande parte da Europa, regiões como: Espanha, cidades destacadas: Cádiz e Madri. Catalunha. França, cidades destacadas: Paris e Gênova. Bélgica. Holanda. Confederação do Reno. República Helvética. Reino da Itália, cidade destacada: Veneza. Toscana. Ilha de Córsega. Estados Pontificados. Reino de Nápoles, cidade destacada: Nápoles. Províncias Ilírias. Grão-Ducado de Varsóvia, cidade destacada: Varsóvia. A Ilha de Sardenha, no Mar Mediterrâneo; Portugal, cidade destacada: Lisboa; Grã-Bretanha, cidade destacada: Londres; Dinamarca; Suécia; Prússia, cidade destacada: Berlim; Império Austríaco, cidade destacada: Viena, são regiões não dominadas pelo Império Napoleônico. Na parte superior, o planisfério destacando parte da Europa e África. Acima, representação da rosa dos ventos e, abaixo, escala de 300 quilômetros por centímetro.

Fonte de pesquisa: Flemin, (edição). A fôrça da iniciativa: 1800-1850. Tradução: Pedro Maia Soares. Rio de Janeiro: Abril Livros, 1995. página 1011. (Coleção História em Revista).

O Bloqueio Continental

A Inglaterra, armada com uma poderosa marinha de guerra, foi um dos poucos países que continuaram resistindo ao domínio francês. dêsse modo, com o objetivo de arruinar a economia inglesa, Napoleão estabeleceu, em 1806, o chamado Bloqueio Continental, que consistia na proibição a todos os reinos do Império Francês de manter trocas comerciais com a Inglaterra.

Por outro lado, essa medida não impediu que ocorresse o contrabando de mercadorias para a Europa. Além disso, o bloqueio prejudicou países que dependiam dos produtos ingleses.

Ícone ‘Atividade oral’.

Questão 2.

De acôrdo com o mapa, qual é o país da Península Ibérica que não aderiu ao bloqueio continental?

Respostas e comentários

Questão 2. Resposta: Portugal.

  • Promova uma leitura do mapa disponível na página, contextualizando-o de acôrdo com o título e as legendas. Assim, trabalham-se aspectos da Competência específica de Ciências Humanas 7, favorecendo a compreensão do contexto histórico com base na linguagem cartográfica.
  • Na questão 2, ao analisar o mapa da página, identifique com os alunos o nome dos países que passaram a compor o Bloqueio Continental, sob influência de Napoleão Bonaparte. Se possível, compare o mapa com um mapa político da Europa Contemporânea, permitindo que os alunos identifiquem as transformações e as permanências no território do continente – como o fim dos ducados, dos reinos, das repúblicas e dos Estados independentes, bem como a criação de novos países. Ressalte que as áreas de influência da França também se estendiam para os territórios coloniais dessas metrópoles, incluindo aqueles nos continentes africano, asiático e americano. A atividade auxilia o desenvolvimento do saber geográfico, visto que os alunos farão uma leitura atenta do mapa e criarão relações entre as questões políticas e econômicas e a delimitação de áreas de influência da Europa durante o Império Napoleônico.
  • Mencione que o Bloqueio Continental foi uma medida francesa que teve reflexos no Brasil (na época, uma colônia portuguesa). Com a restrição imposta por Napoleão às nações, Portugal deveria suspender suas relações comerciais com a Inglaterra. Contudo, a dependência portuguesa dos produtos manufaturados ingleses era grande e os países eram importantes aliados militares. Dessa fórma, o govêrno lusitano desobedeceu às ordens francesas, mantendo as trocas comerciais com a Inglaterra. Por isso, os portugueses sentiram-se sob ameaça de invasão francesa, motivo que contribuiu para a vinda da família real para o Rio de Janeiro, em 1808. Comente êsse fato, procurando desenvolver noções de simultaneidade entre os contextos históricos em dois espaços distintos.
  • O tema da página possibilita o desenvolvimento da Competência específica de História 5 ao permitir a compreensão do que foi o Bloqueio Continental e de que maneira isso modificou o movimento de populações e mercadorias, uma vez que o bloqueio proibia os reinos pertencentes ao império francês de estabelecer trocas comerciais com a Inglaterra.

Investigando fontes históricas

As representações de Napoleão Bonaparte

Desde a época em que era general, Napoleão buscou difundir uma imagem positiva de si mesmo, enaltecendo suas conquistas militares e sua capacidade como estadista, associando a sua figura à de um grande herói nacional. Assim, contratava artistas e encomendava pinturas sôbre episódios políticos e militares de sua vida, de modo a construir essa imagem.

Observe a seguir uma dessas pinturas, produzida pêlo artista francês Deivid (1748-1825). O episódio representado refere-se à campanha militar realizada por Napoleão na região dos Alpes italianos, no ano de 1800.

As vestes de Napoleão simbolizam elegância e grandeza. Elas são adornadas e apresentam cores fortes e vibrantes.

A mão direita de Napoleão aponta para o alto, indicando um futuro de glórias. A mão esquerda está comandando o animal, simbolizando seu controle e sua capacidade de chegar à vitória.

Observe que o local representado também ressalta a figura do herói, que enfrenta um caminho íngreme, com o céu encoberto, sob o clima de frio e ventania dos Alpes.

O cavalo foi representado em uma posição desafiadora, demonstrando força e imponência.

A cena mostra alguns soldados que participaram da campanha militar. No entanto, eles estão em segundo plano, ofuscados pela imagem de Napoleão.

No canto esquerdo da obra, há três nomes em latim inscritos na rocha: Bonaparte (A), Aníbal (B) e Carlos Magno (C). Com isso, o artista buscou igualar Napoleão a outros líderes e estrategistas de destaque na História.

Pintura. Um homem com olhar sério, usando chapéu com adornos dourados em forma de arco, farda, espada na cintura e um grande manto vermelho. Ele está montado em um cavalo inclinado, sobre um chão de terra e apontando o dedo para cima. Na frente, há três pedras com texto: Sobrepostos às letras 'A', 'B', 'C'.
Napoleão cruzando os Alpes, de Deivid. Óleo sôbre tela, 271 centímetrospor232 centímetros, 1801-1805.
Respostas e comentários

Objetivos

  • Analisar representações artísticas de Napoleão.
  • Reconhecer as pinturas como fontes históricas, analisando-as criticamente e relacionando-as ao estudo de determinada época.

Esta seção permite a articulação com o componente curricular de Arte, pois problematiza o uso político feito por Napoleão das manifestações artísticas. Procure evidenciar êsse aspecto para os alunos, analisando de maneira crítica as relações entre Napoleão e a cultura francesa, além de verificar como êsse governante utilizou a arte para valorizar aspectos de seu govêrno e de sua imagem pessoal.

Um texto a mais

Para fundamentar o trabalho dêste tema, leia o texto a seguir.

reticências Não seria muito ezagêru dizer que uma vitória no campo de batalha não estava completa até que uma estátua ou tela a comemorasse para a posterioridade e “instruísse” os contemporâneos sôbre o seu “significado” – mais ou menos como um boletim do exército. Napoleão atacou frontalmente a esfera da cultura, como raramente atacou (até mais tarde) exércitos inimigos; não usou de nenhuma sutileza. O Império cortejava e patrocinava os grandes arquitetos, pintores, escultores e artesãos da época, e êles, especialmente os pintores, eram então mais abundantes que em séculos precedentes reticências.

Mas se a escola francesa então dominou a Europa, mais até que sob Luís catorze, o próprio Napoleão exerceu o papel de mecenas, ou patrono das artes, de maneira muito diferente do Rei Sol. A fôrça motora de sua política presumia a Revolução: em vez de arte como província da sociedade cortesã, da filosofia estética ou como uma monótona celebração do monarca, tinha-se a arte como edificadora, regeneradora, declamatória, nacional e pública. reticências êle nunca cessou de tentar ajustar sua complexa e dinâmica política de representação – de si mesmo, de sua monarquia e de sua dinastia – é claro –, mas também do passado nacional recente e dos mortos veneráveis. reticências

, istíven. Napoleão: uma biografia política. Tradução: Maria Luiza équis. de ei. Borges. Rio de Janeiro: Zahar, 2005. página 334336.

Conforme analisado na página anterior, a pintura de Deivid representa o episódio da travessia dos Alpes de uma maneira idealizada, buscando construir uma imagem heroica e destemida de Napoleão.

Alguns anos após o fim do govêrno napoleônico, outro artista francês, Pôl Delarróche (1797-1856), também pintou o episódio da travessia dos Alpes, no entanto sob outro olhar. Analise a imagem a seguir e, depois, responda às questões.

Pintura. Um homem com olhar desanimado, usando um chapéu em arco e um manto cinza. Ele está com uma das mãos escondidas dentro do casaco e montado em uma mula com a cabeça baixa, andando entre rochas com gelo. Ao lado, outro homem com chapéu, segurando um bastão, conduz a mula com o homem.
Napoleão cruzando os Alpes, de Pôl Delarróche. Óleo sôbre tela, 279,4 centímetrospor214,5 centímetros, 1848.
  1. Compare as duas pinturas. Depois, escreva no caderno sôbre as diferenças entre as representações de acôrdo com cada um dos aspectos elencados a seguir.
    1. Caracterização do animal.
    2. Expressão facial e postura de Napoleão.
    3. Vestes de Napoleão.
    4. Ambiente e clima do local.
Ícone ‘Atividade oral’.

2. Em sua opinião, qual das duas pinturas representa a travessia dos Alpes de maneira mais próxima da realidade? Por quê?

Ícone ‘Atividade oral’.

3. Identifique a época de produção de cada uma das pinturas. Você acredita que êsse fator pode ter influenciado no tipo de representação? Converse sôbre o tema com os colegas.

Respostas e comentários

Questões 1 a 3. Respostas nas orientações ao professor.

As atividades 1 a 3 desenvolvem noções introdutórias de práticas de pesquisa, incluindo o estudo de recepção das obras que representam Napoleão Bonaparte. Solicite aos alunos que elaborem um roteiro com questões que identifiquem o contexto de recepção das pinturas, seu tipo de receptor, os conhecimentos e as impressões sôbre a obra de arte. êles devem preencher o questionário de fórma individual e, em seguida, socializar suas respostas, analisando as opiniões e as interpretações diferentes. Cada pintura oferece uma perspectiva diferente sôbre o mesmo episódio, contemplando, portanto, aspectos da Competência específica de História 4.

Respostas

1. a ) O animal representado na pintura de Deivid é um cavalo que está demonstrando imponência, ao passo que o representado por Pôl Delarróche é uma mula, menos valorizado naquela época.

b ) Diferentemente da pintura de , Delarróche representou Napoleão com expressão de desânimo e postura comum, sendo conduzido por um de seus auxiliares.

c ) Delarróche caracterizou Napoleão com roupas simples, sem adereços e sem côres fortes, diferentemente de , que ressaltou aspectos.

d ) O cenário menos desafiador e mais estável mostra uma visão menos heroica de Napoleão na pintura de Delarróche, ao contrário da outra imagem. É possível perceber também o clima frio da região por meio da neve.

2. Resposta pessoal. Espera-se que os alunos percebam que as condições de viagem na época eram precárias, ainda mais em um ambiente hostil como os Alpes. Dessa fórma, a caracterização feita por Delarróche pode ser mais próxima da realidade.

3. Resposta pessoal. Oriente os alunos a identificar a data de produção das pinturas. A de Deivid foi produzida lógo no início do século dezenove, momento em que Napoleão assumia papel de importância na França. A obra de Delarróche foi produzida na metade dêsse século, após a morte de Napoleão. É importante que os alunos reconheçam a relevância dêsse fator; afinal, no segundo caso, não havia mais influência direta do govêrno na construção de uma imagem de Napoleão.

As derrotas e o exílio de Napoleão

No século dezoito, a Rússia era um país rural e dependia das exportações de seus excedentes agrícolas e da importação de produtos manufaturados da Inglaterra. Dessa fórma, o Bloqueio Continental passou a ser desrespeitado pêlo líder russo, o czar Alexandre um, que precisou manter as relações comerciais com os ingleses.

Como fórma de retaliação, em 1812, Napoleão instaurou a Campanha da Rússia, invadindo êsse território. Os russos, porém, não mobilizaram imediatamente uma resistência e implantaram o contra-ataque quando Napoleão já se encontrava em Moscou.

Um incêndio de grandes proporções foi iniciado, então, na cidade, pelos próprios russos, para que as tropas napoleônicas ficassem privadas de recursos, como alimentos e equipamentos. Exaustas com as longas viagens e também com as condições adversas decorrentes do inverno, as tropas francesas sofreram grande derrota e retiraram-se do território russo.

O exército napoleônico enfrentou condições extremas durante a Campanha da Rússia. As temperaturas chegaram a 20graus Célsius.

Pintura. Diversos homens, usando farda e casacos, montados em cavalos sobre chão com neve. Centralizado, um homem, com chapéu em forma de arco e vestimenta azul, está sentado sobre um trenó puxado por um cavalo.
Tropas de Napoleão em retirada de Moscou, de Ian . Óleo sôbre tela, 1889.

O Grande Exército

Na época da Campanha da Rússia, o exército francês tinha mais de 550 mil combatentes, dos quais menos de 60 mil retornaram. Também conhecido como o “exército das 20 nações”, êsse contingente era formado por soldados de várias nações europeias e, por isso, representou uma das primeiras fôrças militares multinacionais da História.

Como cada país tinha sua tradição, as tropas utilizavam vestes características de seus locais de origem. Além disso, a comunicação entre os soldados era complicada, afinal os idiomas eram variados, exigindo até mesmo a presença de intérpretes.

Respostas e comentários
  • Informe aos alunos que a Batalha de Waterloo aconteceu em território belga, quando o exército napoleônico enfrentou fôrças inglesas e prussianas. Com a derrota do exército de Napoleão, teve fim a Era Napoleônica.
  • Analise a imagem da página com os alunos. Peça a êles que descrevam a paisagem e as condições enfrentadas pêlo Exército, caracterizando as roupas, as armas e as expressões dos soldados.

Um texto a mais

Para fundamentar o trabalho sôbre a derrota napoleônica no inverno russo, leia o texto a seguir.

reticências

Diante disso, e com a sombria perspectiva de aproximação do rigoroso inverno russo, Napoleão ordena a retirada dos seus já esgotados exércitos. êsse retôrno passaria a ser lembrado como um dos maiores desastres da história militar mundial. Cercados pelos exércitos russos, com um suprimento de víveres totalmente inadequado e sob um frio precoce de -20 graus Célsius, apenas 100 mil conseguiram ultrapassar a fronteira russa. Do total de mortos, apenas um quinto havia morrido nos campos de batalha. O restante padecera de fome, frio, doenças, exaustão, além dos desertores e capturados.

Na verdade, o mito de que Napoleão teria sido derrotado pêlo“General Inverno” foi, em grande parte, obra do próprio Napoleão a fim de justificar sua gigantesca derrota. Gigantesca derrota essa, diretamente proporcional a sua ilimitada ambição. Ademais, nas intermináveis planícies russas, a revolucionária estratégia da ofensiva veloz era completamente inócua, e tal fato foi muito bem percebido pêlo marechal , comandante das tropas russas. Depois de derrotado no avanço do Grande Exército, “recorreu ao tempo, ao espaço e ao clima como aliados para exaurir Napoleão, como uma alternativa a derrotá-lo em combate”. Com o auxílio dessas “fôrças naturais”, restava apenas perseguir as esgotadas tropas napoleônicas transformadas em verdadeiros “farrapos humanos”.

reticências

MONDAINI, Marco. Guerras napoleônicas. ín: MAGNOLI, Demétrio (organizador). História das guerras. São Paulo: Contexto, 2006. página 210211.

A derrocada

Depois da derrota na Campanha da Rússia, pressionado pelos inimigos e sem apôio político, Napoleão renunciou, em 1814, e foi enviado para o exílio na ilha de Elba, na Itália. Luís dezoito, irmão do rei condenado durante a Revolução Francesa, assumiu, então, o govêrno francês.

Um ano depois, em 1815, Napoleão conseguiu escapar e voltar ao poder por um breve período de cem dias. As potências europeias, porém, o derrotaram na Batalha de Waterloo. No ano de 1821, Napoleão faleceu na ilha de Santa Helena, onde estava preso.

O Congresso de Viena

Com as guerras napoleônicas, o território da Europa passou por muitas transformações. Para reorganizar e redefinir as fronteiras, os líderes europeus das monarquias vitoriosas, como Áustria, Prússia, Inglaterra e Rússia, bem como da França derrotada, reuniram-se no Congresso de Viena.

As reuniões foram realizadas entre 1814 e 1815, na cidade de Viena, na Áustria, e, além de redefinir as fronteiras, tinham como objetivos reprimir os movimentos revolucionários e restaurar os governos de caráter absolutista na Europa.

A Europa após o Congresso de Viena (1815)

Mapa. A Europa após o Congresso de Viena (1815). Mapa territorial destacado conforme a legenda: 
Territórios anexados ao Império Russo: faixa de terra onde se destaca a cidade de Varsóvia e faixa de terra próximo à cidade destacada de Odessa.
Territórios anexados ao Império Austríaco: Porção de terra abrangendo as cidades destacadas de Trento e Veneza, e a capital Milão.
Territórios anexados à Prússia: Porção de terra ao sudoeste e faixa de terra na região leste da capital Berlim.
Territórios anexados à Dinamarca: Pequena porção de terra abrangendo a cidade destacada de Hamburgo.
Territórios anexados à Sardenha: Porção de terra abrangendo a Capital Turim.
Pequenos Estados: Cidade destaca de Bremen, na costa do Mar do Norte;
porção de terra entre a cidade destaca de Hamburgo e a capital Berlim; pequena porção de terra perto do Império Otomano.
Fronteiras da Confederação Germânica: Grande porção de terra que abrange as regiões da Saxônia, Baviera e Suíça, localizada na área central da Europa.
Na parte superior à esquerda, planisfério destacando parte da Europa e África. Abaixo, a rosa dos ventos e escala de 360 quilômetros por centímetro.

Fonte de pesquisa: quínder, rrérman; ríguelmân, vérner. The Penguin Atlas of World History. Londres: Pêngüim búks, 2003. página 40.

Muitas das decisões tomadas no Congresso levaram em consideração apenas as aspirações dos líderes políticos europeus, sem observar as características dos povos que viviam em cada uma das regiões.

Respostas e comentários
  • Comente com os alunos que a causa da morte de Napoleão, em 1821, é um tema controverso na historiografia. Na época da morte, constatou-se que a causa do falecimento teria sido uma doença no estômago. No entanto, décadas depois, foram encontrados resquícios de um composto venenoso, feito de arsênico, nos restos mortais do líder francês. Assim, muitos especularam sôbre a possibilidade de Napoleão ter sido envenenado por ordens britânicas. Estudos recentes, porém, têm refutado essa ideia e confirmado a versão sôbre os problemas estomacais.
  • Ao analisar o mapa da página, ressalte que o fim do Império Napoleônico determinou a reorganização das fronteiras territoriais da Europa. Se possível, compare o mapa com aquele da página 69, que indica a divisão do território europeu, em 1812. Peça aos alunos que identifiquem as semelhanças e diferenças entre os dois contextos. A atividade auxilia o desenvolvimento do saber geográfico, visto que os alunos farão uma leitura atenta do mapa e criarão relações entre as questões políticas e a delimitação de fronteiras europeias, no início do século . Também poderão compreender as relações de poder, os acontecimentos históricos e as fórmas de manutenção e transformação das estruturas políticas no mesmo espaço, em diferentes intervalos de tempo, desenvolvendo aspectos da Competência específica de História 1. Ao relacionar a ascensão e a queda do Império Napoleônico às transformações políticas e econômicas do continente europeu, os alunos poderão compreender a historicidade dêsse contexto, trabalhando aspectos da Competência específica de História 2.

Atividades

Faça as atividades no caderno.

Organizando os conhecimentos

  1. sôbre o início do govêrno de Napoleão na França, responda às questões a seguir.
    1. De que fórma êle ascendeu ao poder?
    2. Como êsse episódio ficou conhecido?
    3. Quais foram suas primeiras ações no govêrno francês?
  2. Analise novamente a obra Napoleão um em seu manto de coroação, no tópico O Império Napoleônico, e descreva como Napoleão foi representado. Qual teria sido o objetivo do artista ao representá-lo dessa fórma?
  3. Qual era o objetivo do Bloqueio Continental?

Aprofundando os conhecimentos

4. Leia o texto a seguir, observe a imagem ê, depois, responda às questões.

reticências

O mapa da Europa foi redelineado sem se levar em conta as aspirações dos povos ou dos príncipes destituídos pelos franceses, mas com considerável atenção para o equilíbrio das cinco grandes potências que emergiam das guerras: a Rússia, a Grã-Bretanha, a França, a Áustria e a Prússia. reticências

róbisbáum, ériqui . A era das revoluções: 1789-1848. Tradução: Maria Tereza Teixeira e Marcos Penchel. vigésima quinta edição São Paulo: Paz e Terra, 2010. página 170.

Charge. Homens ao redor de um grande mapa da Europa. À esquerda, um homem com farda branca enrolando parte do mapa. Ao lado, um homem, usando chapéu com penas e farda azul, está com as mãos sobre o território escrito SAXE. Seguido, um homem, usando chapéu com penas e farda verde,  segurando um rolo de papel. Centralizado, um homem, com farda vermelha, preta e com detalhes em dourado, está segurando uma balança de dois pesos. À direita, um homem, com  farda branca e detalhes em dourado, está de pé. Seguido, um homem usando casaco, farda branca, uma faixa vermelha na lateral do corpo e chapéu em forma de arco com adornos, aponta a espada para a região descrita como FRANCE. Ao lado, uma criança, com roupas vermelhas, segura a ponta do casaco do homem com a espada. Abaixo do mapa, um homem ajoelhado no chão, usando uma farda azul.
Charge de autor desconhecido que representa uma reunião do Congresso de Viena. Século dezenove.
  1. Qual é o tema abordado no texto?
  2. Descreva a cena representada na charge. O que as pessoas estão fazendo?
  3. Relacione a charge ao texto citado. Qual é a crítica que podemos identificar em ambas as fontes?
Respostas e comentários

1. a) Resposta: Napoleão subiu ao poder com um golpe de Estado, apoiado pelos membros da burguesia.

1. b) Resposta: êsse episódio ficou conhecido como o golpe de 18 Brumário.

1. c) Resposta: Nos primeiros anos de govêrno, Napoleão teve atitudes autoritárias, reprimindo insurreições populares, proibindo greves, perseguindo e aprisionando opositores políticos e estabelecendo a censura nos jornais. Também estabeleceu o Código Civil e uma política de regulação econômica.

2. Resposta: Napoleão Bonaparte foi caracterizado próximo ao trono real, segurando o cetro em uma das mãos, que representa o poder do governante. Suas vestes demonstram riqueza e ostentação, e a expressão facial passa a ideia de tranquilidade. Dessa fórma, o artista provavelmente quis passar a imagem de um Napoleão imponente.

3. Resposta: O objetivo do Bloqueio Continental realizado pêla França era enfraquecer e prejudicar economicamente a Inglaterra (ao impedir que outros países comercializassem com essa nação) e, depois, subjugá-la ao seu domínio.

4. a) Resposta nas orientações ao professor.

4. b) Resposta nas orientações ao professor.

4. c) Resposta nas orientações ao professor.

  • As atividades 1 a 4 favorecem um trabalho com a habilidade ê éfe zero oito agá ih zero quatro, pois os alunos devem identificar elementos que caracterizam o processo revolucionário francês.
  • A atividade 4 permite o trabalho com aspectos da Competência geral 7 ao instigar os alunos a utilizar informações confiáveis para formular argumentos sobre a divisão das fronteiras dos países envolvidos. Também permite o desenvolvimento da competência leitora e da leitura inferencial. Peça-lhes que leiam o texto e que indiquem suas relações com a charge.

Respostas

4. a ) O texto aborda a nova configuração do mapa da Europa após o Congresso de Viena, realizado em 1815, que ocorreu sem levar em conta as aspirações dos povos, considerando apenas o interêsse das cinco grandes potências que emergiam das guerras: Rússia, Grã-Bretanha, França, Áustria e Prússia.

b ) A charge representa, por meio das personagens, as redefinições da Europa, após a realização do Congresso de Viena.

Explore-a com os alunos, identificando as personagens representadas.

> Da esquerda para a direita, o imperador Francisco um, da Áustria, segurando a parte italiana da Lombardia e de Veneza.

> Em seguida, o rei três, da Prússia, com um pedaço da Saxônia nas mãos.

> Em terceiro, o czar alêquissânder um, da Rússia, segura o rôlu de papel referente à Polônia.

> Ao centro, o regente que comanda a “cerimônia” segura uma balança para ponderar a equivalência da divisão.

> À direita do regente, vê-se Joaquim Múrát, rei de Nápoles.

> Napoleão Bonaparte foi representado na sequência, segurando a parte francesa do mapa e cortando-a com uma espada. Napoleão dois, filho de Bonaparte, foi representado como uma criança e aparece pedindo a sua parte ao pai.

> Embaixo da mesa, encontra-se , primeiro-ministro francês em 1815, que foi representado segurando um medalhão com a face de Luís dezoito.

> Por fim, no título da charge, lê-se, do francês: “O bôlo dos reis”. A expressão irônica foi utilizada para se referir ao fato de que, na imagem, cada governante aparece pegando um pedaço da Europa, ou seja, do “bôlo”.

c ) O texto faz uma crítica ao fato de que as redefinições do Congresso de Viena privilegiaram os anseios dos líderes europeus das principais potências na época, o que também é possível ser verificado na charge.

5. Em 1806, Napoleão ordenou a construção de um monumento em homenagem às vitórias francesas na cidade de Paris. Conhecida como Arco do Triunfo, essa construção é um dos mais importantes pontos turísticos franceses da atualidade. Observe as imagens a seguir e responda às questões.

Fotografia. Monumento de pedra em formato retangular, com um arco no meio e detalhes em relevos nas laterais. Destaque para o relevo da direita, sobreposto ao número '1'.
Arco do Triunfo, em Paris, França. Foto de 2020.
Fotografia 1. Destacando relevo da lateral direita, sendo: Na parte superior, um anjo soprando uma trombeta e segurando um cetro. Sobreposto à letra 'A'. Abaixo e à esquerda, um homem, com tecido ao redor do corpo, de costas com um pergaminho aberto nas mãos. Sobreposto à letra 'B'. Centralizado, Napoleão, segurando uma espada com a mão esquerda e, com a direita, sobre a cabeça de uma pessoa ajoelhada e com a cabeça baixa. Sobreposto à letra 'C'. À direita, pessoa, com tecido ao redor do corpo, com uma coroa estendida até a cabeça de Napoleão. Sobreposto à letra 'D'.
Detalhe do monumento Arco do Triunfo, em Paris, França. Foto de 2020.

A. A alegoriaglossário da Fama encontra-se tocando uma trombeta e segurando um mastro.

B. A alegoria da História foi representada transcrevendo os nomes das principais batalhas vitoriosas de Napoleão.

C. Napoleão aparece segurando uma espada, enquanto sua outra mão está sôbre a alegoria de uma Nação Vencida.

D. A alegoria da Vitória aparece coroando Napoleão.

  1. Como Napoleão está representado nesse monumento? Como você chegou a essa conclusão?
  2. Qual era a intenção de Napoleão ao planejar a construção dessa obra?
  3. Faça uma pesquisa para identificar outras obras utilizadas por Napoleão com o mesmo intuito do Arco do Triunfo. Selecione uma e apresente-a para os colegas.
Respostas e comentários

5. a) Resposta: O relêvo transmite a imagem de Napoleão como herói, segurando objetos militares, sendo coroado e lembrado pêla alegoria da História.

5. b) Resposta: O líder francês procurava registrar seus feitos para criar determinada imagem de si próprio e de seu govêrno, enaltecendo suas conquistas.

5. c) Resposta: Nessa pesquisa, os alunos poderão confirmar o que estudaram neste capítulo e verificar como Napoleão utilizou a arte para reafirmar seu poder político.

  • A atividade 5 favorece um trabalho com a habilidade ê éfe zero oito agá ih zero quatro, pois, por meio dela, os alunos devem identificar elementos que caracterizam o processo revolucionário francês. Também leva os alunos a identificar a influência da Revolução Francesa na Europa e no mundo ao propor a análise de um monumento existente na França até os dias de hoje. êsse trabalho, realizado por meio de um recurso imagético para auxiliar na compreensão do contexto, permite o desenvolvimento de aspectos da Competência específica de História 3. O item C da atividade propõe aos alunos uma pesquisa sôbre obras planejadas por Napoleão Bonaparte e seu intuito com elas, possibilitando o uso das tecnologias digitais para acessar informações e produzir conhecimento, o que condiz com aspectos da Competência geral 5.
  • Para auxiliar os alunos no desenvolvimento da atividade, solicite-lhes que dividam sua produção em etapas, identificando a obra desejada, seu contexto de produção, seus significados e suas apropriações na atualidade. Essas atividades de decomposição e abstração os ajudam a desenvolver o pensamento computacional na elaboração de sua pesquisa.

6. Leia o texto sôbre o govêrno de Napoleão e responda às questões a seguir.

reticências Todos os homens comuns ficavam excitados pêla visão, então sem paralelo, de um homem comum que se tornou maior do que aqueles que tinham nascido para usar coroas. Napoleão deu à ambição um nome pessoal no momento em que a dupla revolução tinha aberto o mundo aos homens de vontade. reticências

Para os franceses, êle foi também algo bem mais simples: o mais bem-sucedido governante de sua longa história. Triunfou gloriosamente no exterior, mas, em termos nacionais, também estabeleceu ou restabeleceu o mecanismo das instituições francesas como existem até hoje. reticências Os grandes momentos de lucidez do direito francês, os Códigos que se tornaram modelos para todo o mundo burguês reticências. As grandes “carreiras” da vida pública francesa, o exército, o funcionalismo público, a educação e o direito ainda têm fórmas napoleônicas. reticências

êle destruíra apenas uma coisa: a Revolução Jacobina, o sonho de igualdade, liberdade e fraternidade, do povo se erguendo na sua grandiosidade para derrubar a opressão. [...]

róbisbáum, ériqui J. A era das revoluções: 1789-1848. Tradução: Maria Tereza Lopes Teixeira e Marcos Penchel. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2006. página 112113.

  1. Quem é o autor do texto? E de qual obra êle foi extraído?
  2. Quem foi Napoleão Bonaparte? Qual é a opinião do autor do texto sôbre êsse sujeito histórico?
  3. Por qual motivo o autor do texto afirma que Napoleão triunfou gloriosamente no exterior?
  4. Quais são os Códigos citados no texto? Por que êles são considerados modelos para todo o mundo burguês?
  5. Por que o autor do texto afirma que Napoleão destruiu a Revolução Jacobina e o sonho de igualdade, liberdade e fraternidade do povo?
Respostas e comentários

6. a) Resposta: O autor do texto é ériqui róbisbáum. êle foi extraído da obra A era das revoluções: 1789-1848.

6. b) Resposta: Napoleão Bonaparte foi o governante da França entre 1799, após o Golpe do 18 Brumário, e 1815, com a derrota francesa na Batalha de uóterlú. Segundo o autor do texto, Napoleão foi um homem comum que se tornou maior do que aqueles que tinham nascido para usar coroas.

6. c) Resposta: O autor se refere ao processo de expansão territorial, iniciado por Napoleão em 1805. Nesse período, havia os Estados anexados, como a Bélgica, parte da Alemanha e regiões da Itália, e os Estados vassalos, que mantiveram a integridade territorial, mas estavam subordinados ao poder central.

6. d) Resposta: Os Códigos citados no texto fazem menção ao Código Civil Napoleônico de 1804. Espera-se que os alunos indiquem características como a igualdade de todos perante a lei, o fim dos privilégios da nobreza e do clero, o direito à propriedade privada, o Estado laico e a instituição do casamento civil.

  • A atividade 6 apresenta informações sôbre o impacto das ações de Napoleão Bonaparte em seu tempo, trabalhando o seu significado político para a sociedade francesa na passagem do século dezoito para o dezenove. Promova um debate sôbre o item C desta atividade. Peça aos alunos que retomem a leitura do tópico sôbre o govêrno do Consulado e as características do Código Civil napoleônico, refletindo sôbre sua relação com os anseios da população revolucionária. Para isso, faça questionamentos como: “Quais inovações o Código napoleônico implantou na França?”; “Quais grupos sociais o Código napoleônico favorecia e quais prejudicava?”; “Como o Código napoleônico sintetizava os ideais revolucionários?”.
  • Esta atividade também permite o desenvolvimento da competência leitora e da leitura inferencial.

Resposta

6. e ) Após o Golpe do 18 Brumário, Napoleão deu início ao govêrno do Consulado, marcado pêla repressão contra as insurreições populares, pêla proibição das greves, pêla perseguição aos opositores políticos e pêlo estabelecimento da censura nos jornais.

7. Observe a imagem a seguir e, depois, responda às questões no caderno.

Pintura. Centralizado, Napoleão, homem usando um manto vermelho com detalhes em dourado, segurando com as mãos uma coroa na altura da cabeça. Ao lado e de frente para Napoleão, uma mulher, usando um manto, está ajoelhada sobre uma almofada e com a cabeça baixa. Entre eles, um homem, usando batina e chapéu, segura um bastão com uma cruz na ponta. Ao redor, pessoas observam Napoleão
A coroação de Napoleão, de Deivid. Óleo sôbre tela, 621 centímetrospor979 centímetros, 1806-1807.
  1. Descreva a cena representada pêlo artista Deivid.
  2. Quem são as principais personagens representadas nesta obra?
  3. Quais elementos simbólicos podem ser destacados nela, e quais os significados que carregam?

8. Leia o texto a seguir, que comenta sôbre a influência do fim do período napoleô­nico na Europa.

reticências Na França, a dinastia burbôm voltou ao poder numa monarquia constitucional. A vitória dos ingleses consolidou o predomínio da Marinha Real, abrindo caminho para que o Reino Unido se tornasse o império mais poderoso do mundo. Aliás, muitas monarquias se viram na obrigação de assumir alguns pressupostos republicanos para se manterem vivas. Com a desintegração do Sacro Império Romano, despertou a noção de nacionalismo e liberalismo em outros países continentais, criando as raízes para os processos de unificação da Alemanha e da Itália reticências.

Pítersen, méier . O que você precisa saber sôbre as Guerras Napoleônicas. Galileu, 3 outubro 2019. Disponível em: https://oeds.link/zHeD2o. Acesso em: 29 março 2022.

  1. Após o fim do período napoleônico, qual nação se tornou a mais poderosa do mundo?
  2. De acôrdo com o autor do texto, o que foi preciso para que algumas monarquias europeias continuassem "vivas"?
Respostas e comentários

7. a) Resposta: A cena retrata a cerimônia de coroação de Napoleão, que pode ser visto ao centro, coroando a si mesmo.

7. b) Resposta: Napoleão está cercado pêla côrte e pêlo clero e, às suas costas, pode ser observada a presença do Papa.

7. c) Resposta: Destacam-se dois elementos, o primeiro é ter Napoleão retratado de fórma superior aos demais homens, estando um pouco mais alto e tendo os demais presentes olhando para êle. Outro elemento é a iluminação da tela, que traz mais claridade e destaque à figura de Napoleão.

8. a) Resposta: A Inglaterra.

8. b) Resposta: Precisaram assumir alguns pressupostos republicanos para se manterem vivas.

As atividades 7 e 8 favorecem um trabalho com a habilidade ê éfe zero oito agá ih zero quatro, pois, por meio delas, os alunos devem identificar elementos que caracterizam o processo revolucionário francês. Também abordam aspectos da Competência específica de História 3, permitindo aos alunos elaborar questionamentos e hipóteses em relação às informações apresentadas e aos contextos históricos analisados. A atividade 8 permite o desenvolvimento da competência leitora e da leitura inferencial. Peça aos alunos que leiam o texto, refletindo sôbre sua relação com as transformações da Europa no período napoleônico. Para isso, faça questionamentos como: “De que fórma as fronteiras europeias mudaram durante o período napoleônico?”; “Como a Europa foi dividida em áreas de influência nesse período?”.

O tema é reticências

Educação em direitos humanos

Os ecos da revolução

Muitos dos ideais formulados durante a Revolução Francesa estão presentes ainda hoje em nossa sociedade. Algumas das ideias contidas na Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, de 1789, por exemplo, integram a Constituição de muitos países democráticos na atualidade, inclusive do Brasil.

Leia a seguir alguns dos artigos contidos na Declaração.

reticências

Artigo 1º – Os homens nascem e são livres e iguais em direitos. reticências

Artigo 2º – A finalidade de toda associação política é a preservação dos direitos naturais e imprescritíveis do homem. direitos são a liberdade, a prosperidade, a segurança e a resistência à opressão. reticências

Artigo 4º – A liberdade consiste em poder fazer tudo o que não prejudique o próximo reticências.

Artigo 6º – A lei é a expressão da vontade geral. reticências

Artigo 9º – Todo acusado é considerado inocente até ser declarado culpado reticências.

Artigo 10º – Ninguém pode ser molestado por suas opiniões, incluindo opiniões religiosas, desde que sua manifestação não perturbe a ordem pública estabelecida pêla lei.

Artigo 11º – A livre comunicação das ideias e das opiniões é um dos mais preciosos direitos do homem; todo cidadão pode, portanto, falar, escrever, imprimir livremente, respondendo, todavia, pelos abusos dessa liberdade nos têrmus previstos na lei.

[...]

A DECLARAÇÃO dos Direitos do Homem e do Cidadão. . Disponível em: https://oeds.link/eyb6zN. Acesso em: 2 maio 2022.

Ilustração. Diversas pessoas segurando um cartaz, com o texto: DIREITOS PARA TODOS..
Respostas e comentários

Objetivos

  • Reconhecer a importância da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão na atualidade.
  • Analisar êsse documento e verificar suas principais ideias.
  • Refletir sôbre o conceito de direitos humanos e sobre como garantir o seu cumprimento na sociedade atual.

  • O tema contemporâneo transversal Educação em direitos humanos pode ser trabalhado ao longo da discussão. Nesta seção, os alunos deverão compreender que êsse assunto tem sido discutido por diferentes sociedades e que, a partir da Revolução Francesa, passou a integrar as legislações de diversos países democráticos.
  • O desenvolvimento da Competência geral 10 é promovido nesta seção, pois oferece um trecho da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão; uma pesquisa na atual Constituição brasileira para identificar semelhanças com a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, de 1789; e questionamentos que possibilitam aos alunos refletir a respeito da maneira como as leis são aplicadas e sôbre o que pode ser feito para garantir o cumprimento delas. Para isso, devem agir com autonomia e responsabilidade, buscando respostas que contemplem “princípios éticos, democráticos e inclusivos”.
  • Durante o debate, garanta a participação de todos os alunos. Promova a atividade de fórma tolerante e respeitosa, certificando-se de que as opiniões tenham argumentos consistentes. Não permita demonstrações de desrespeito às opiniões contrárias. Caso isso aconteça, explique a êles que, em um debate, a apresentação e a apreciação de pontos de vista diferentes permitem ampliar nossa visão de mundo, trazendo, muitas vezes, novas perspectivas e soluções para antigos problemas.

Algo a mais

O livro a seguir aborda o contexto histórico e político do confronto de Waterloo, bem como aspectos militares.

> Roberts, éndrú. Waterloo: a batalha pêla Europa moderna. São Paulo: Edições 70, 2015.

A grande particularidade da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão está na ideia de que todos são iguais perante a lei. Essa declaração procura garantir alguns direitos fundamentais para todas as pessoas, como viver com dignidade e ter liberdade de pensamento e de expressão. direitos são fundamentais para o que chamamos hoje de direitos humanos.

Além de inspirar a garantia dos direitos humanos na Constituição de diversos países, a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão foi uma importante referência na elaboração da Declaração Universal dos Direitos Humanos aprovada pêla Organização das Nações Unidas (ONU), em 1948. A Declaração Universal dos Direitos Humanos funciona como uma espécie de princípio para a luta por direitos no mundo todo, tornando-se um importante recurso contra a discriminação, as desigualdades e outros problemas que afetam a dignidade humana.

O cumprimento das leis que garantem os direitos humanos ainda depende da mobilização da sociedade. No Brasil, existe o Conselho Nacional dos Direitos Humanos, órgão federal responsável por fiscalizar o cumprimento dos direitos humanos no país. Além dele, diversas organizações civis lutam atualmente para que direitos sejam garantidos.

Ilustração. Diversas pessoas segurando um cartaz, com o texto: DIREITOS PARA TODOS.

Agora, responda às questões a seguir

Ícone ‘Atividade oral’.

1. Qual foi a importância da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão na Revolução Francesa?

Ícone ‘Atividade oral’.
  1. Qual trecho dessa declaração mais lhe chamou a atenção? Por quê?
  2. Faça uma pesquisa na atual Constituição brasileira e identifique nela algumas influências da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, de 1789. Transcreva no caderno dois trechos que demonstrem essa influência.
Ícone ‘Atividade oral’.
Ícone ‘Em grupo’. Ícone 'Ciências Humanas em foco'.

4. Em sua opinião, os direitos humanos garantidos pêla Constituição brasileira são plenamente cumpridos no país atualmente? O que é necessário para garantir que direitos sejam respeitados? Com o auxílio do professor, debata o assunto com os colegas de classe. Após o debate, produzam um texto coletivo apresentando as opiniões e os argumentos debatidos.

Respostas e comentários

Questões 1 a 4. Respostas nas orientações ao professor.

Ícone ‘Ciências Humanas em foco’.
  • A questão 4 permite o envolvimento dos componentes curriculares de História e de Geografia, explorando aspectos da Competência específica de Ciências Humanas 6, na medida em que os alunos devem formar argumentos para defender opiniões e ideias que promovam os direitos humanos, ajudando a construir uma sociedade mais democrática, justa e inclusiva.
  • Durante as questões 1 a 4, direcione a discussão para a vida cotidiana dos alunos, questionando-os sôbre quais ações êles realizam ou podem realizar para garantir que sua convivência com os colegas seja mais inclusiva e democrática, desenvolvendo a empatia, o respeito ao próximo e a responsabilidade, compreendendo que criar relações inclusivas também depende de suas próprias ações. A atividade permite o trabalho com o combate às diferentes fórmas de violência, favorecendo o desenvolvimento da cultura de paz.

Respostas

1. Resposta pessoal. Espera-se que os alunos reconheçam que o estabelecimento de direitos e deveres para a vida em sociedade visou à garantia de melhores condições de vida para todas as pessoas, com dignidade, liberdade e outros valores defendidos pêla Revolução Francesa. Com isso, a sociedade francesa rompeu com o chamado Antigo Regime, em que os direitos e os deveres eram estabelecidos de acôrdo com a condição social e a hereditariedade.

2. Resposta pessoal. Espera-se que os alunos apontem qual trecho da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão chamou a sua atenção e argumentem explicando suas razões.

3. Para orientar os alunos na resposta, confira a comparação entre a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 e a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, que pode ser realizada com base no link a seguir.

Disponível em: https://oeds.link/uoy4nn. Acesso em: 7 junho 2022.

4. Resposta pessoal. Espera-se que os alunos considerem sua realidade próxima para responder a esta questão e também que reconheçam os problemas que atingem a sociedade brasileira atual, traçando paralelos com os direitos e os deveres apresentados na Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão e na Constituição brasileira, além de enfatizar a importância de sua fiscalização. Abordada dessa maneira, a questão favorece uma articulação com aspectos da Competência geral 8, no que diz respeito ao reconhecimento das próprias emoções e das dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas.

O que eu estudei?

Faça as atividades em uma folha de papel avulsa.

1. Utilizando os têrmus destacados a seguir, explique o contexto do Antigo Regime no qual ocorreu a crise econômica do final da década de 1780 e que culminou com a Revolução Francesa.

Privilégios • Crise agrícola • Altos impostos • Guerra das Treze Colônias • Queda no recolhimento • Fome

2. Analise a gravura apresentada a seguir.

Gravura. À esquerda, um homem usando chapéu em forma de arco, farda azul e vermelha e espada na cintura. Ao lado, um homem usando batina cinza. Eles estão com olhos e bocas arregaladas observando um homem caído no chão. A direita, um homem usando chapéu, camisa e calça, está caído no chão, segurando uma corrente com a mão direita e, com a esquerda, uma arma.
O despertar do terceiro estado, de autor desconhecido. Gravura do século dezoito.
  • Agora, com base no que você estudou sôbre o Antigo Regime e a Revolução Francesa, identifique a afirmativa correta e copie-a em uma folha de papel avulsa.
    1. A gravura foi produzida no contexto do Antigo Regime, quando foi instituída a igualdade entre todos os grupos da sociedade. Na imagem, membros do primeiro e do segundo estados ajudam o terceiro estado a se libertar das correntes que o prendiam à Idade Média.
    2. O título da gravura pode ser interpretado como o momento em que os nobres, que faziam parte do terceiro estado, se rebelam contra a monarquia absolutista durante o Antigo Regime.
    3. O título da gravura refere-se ao fato de o membro do terceiro estado, o burguês, ser representado no momento em que se livra das correntes e em armas, como se estivesse “despertando” da realidade de exploração à qual era submetido.
    4. A gravura representa o momento em que o terceiro estado, representado pêla figura do burguês, decide se unir à nobreza contra os abusos de poder praticados pêlo clero.
Respostas e comentários

1. Resposta: Os alunos devem articular o contexto pré-crise que já gerava a insatisfação do terceiro estado, e que foram acirrados pêla guerra e pêla crise agrícola, criando assim um ambiente limite e favorável à consolidação da revolução popular.

2. Resposta: Alternativa c.

1. Objetivo

A atividade permite avaliar se os alunos compreenderam as relações entre o iluminismo, o liberalismo e a organização do mundo no contexto da Revolução Francesa, o que favorece o trabalho com a habilidade ê éfe zero oito agá ih zero um da Bê êne cê cê. Também discute os antecedentes do processo revolucionário, abordagem que contribui para o desenvolvimento de aspectos da habilidade ê éfe zero oito agá ih zero quatro.

Como proceder

Caso algum aluno tenha dificuldades, peça a êle que faça uma breve explanação oral sôbre seus conhecimentos acêrca de cada um dos conceitos expressos no quadro. Aproveite para tirar as dúvidas que surgirem sôbre conceitos e corrija os equívocos. Em seguida, solicite-lhe que refaça a atividade.


2. Objetivo

A atividade permite avaliar se os alunos compreenderam as relações entre o iluminismo, o liberalismo e a organização do mundo no Antigo Regime, o que favorece o trabalho com a habilidade ê éfe zero oito agá ih zero um da Bê êne cê cê. Também discute os antecedentes do processo revolucionário, abordagem que contribui para o desenvolvimento de aspectos da habilidade ê éfe zero oito agá ih zero quatro.

Como proceder

Caso algum aluno tenha dificuldades, solicite-lhe que leia em voz alta as alternativas. Peça a êle que recrie as alternativas com suas palavras e que explique os processos dispostos em cada uma, identificando possíveis equívocos presentes nelas. Em seguida, peça-lhe que refaça a atividade.

3. Leia a seguir um trecho da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, de 1789 e, depois, responda às questões.

Os representantes do povo francês, constituídos em Assembléia Nacional considerando que a ignorância, o esquecimento ou o desprêzo dos direitos do homem são as únicas causas dos males públicos e da corrupção dos governos, resolveram expor, em uma declaração solene, os direitos naturais, inalienáveis e sagrados do homem, a fim de que esta declaração, constantemente presente em todos os membros do corpo social, lembre-lhes permanentemente seus direitos e deveres; reticências a fim de que as reivindicações dos cidadãos, doravante fundadas em princípios simples e incontestáveis, estejam sempre voltadas para a preservação da Constituição e à felicidade geral.

reticências

Artigo 1º Os homens nascem e são livres e iguais em direitos. As distinções sociais só podem ter como fundamento a utilidade comum.

Artigo 2º A finalidade de toda associação política é a preservação dos direitos naturais e imprescritíveis do homem. Direitos são a liberdade, a propriedade, a segurança e a resistência à opressão.

A DECLARAÇÃO dos Direitos do Homem e do Cidadão. . Disponível em: https://oeds.link/eyb6zN. Acesso em: 2 maio 2022.

  1. Contextualize a fase revolucionária na qual a Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão foi elaborada.
  2. O que você destacaria do texto introdutório da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão?
  3. Pode-se afirmar que as determinações da Declaração foram cumpridas nas fases da Revolução que sucederam a Assembleia Nacional Constituinte? Analise as fases indicadas a seguir e justifique a sua resposta para cada uma delas.
  • Monarquia Constitucional
  • República Francesa

4. Em uma folha de papel avulsa, copie a linha do tempo a seguir e, seguindo os exemplos, complete-a considerando cada uma das datas da parte de baixo da linha.

Linha do tempo. As informações são: 1789. 1790. 1791. 1792. 1793. 1795. 1799. 1804. 1805. 1812. 1815. Abaixo, em caixas de texto, as seguintes informações: 1792 Convenção Nacional; instalação da República. 1795 Nova Constituição. 1805 Início da expansão.

1792 Convenção Nacional; instalação da República.

1795 Nova Constituição.

1805 Início da expansão.

Respostas e comentários

3. a) Resposta: Durante a Assembleia Nacional Constituinte, na qual os estados gerais se reuniram para discutir a crise, reivindicar direitos, reformas e a reorganização da sociedade francesa, por meio de uma nova constituição que também restringiria o poder real.

3. b) Resposta pessoal. Espera-se que os alunos destaquem a igualdade de direitos e deveres, a presença de direitos inalienáveis, a função dos poderes Legislativo e Executivo e a presença do princípio da felicidade.

3. c) Resposta nas orientações ao professor.

4. Respostas: 1789 – Assembleia Nacional e tomada da Bastilha; 1791 – Monarquia Constitucional; 1793 – República Jacobina; 1799 – Golpe de 18 Brumário e instauração do Consulado; 1804 – Início do Império; 1812 – Campanha contra a Rússia; 1815 – Congresso de Viena.

3. Objetivo

A atividade permite avaliar se os alunos compreenderam os processos da Revolução Francesa e seus desdobramentos, como a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, abordagem que contribui para o desenvolvimento de aspectos da habilidade ê éfe zero oito agá ih zero quatro.

Como proceder

Caso algum aluno tenha dificuldades, solicite-lhe que inicie a atividade pêla leitura das questões. Em seguida, peça a êle que faça uma leitura atenta do texto, anotando em seu caderno quais trechos ajudam a responder a cada item.

Resposta

3. c ) Monarquia Constitucional. Resposta: Não. Um exemplo foi o estabelecimento do voto censitário, que previa diferenças entre os direitos dos homens, bem como a ausência de direitos para as mulheres.

República Francesa. Resposta: Não. Apesar da abolição da escravidão e do estabelecimento do voto universal, a fase do Terror colocou em risco a segurança e a liberdade dos cidadãos, bem como seu direito à resistência.

4. Objetivo

A atividade permite avaliar se os alunos compreenderam os diferentes processos da Revolução Francesa e seus desdobramentos, como o período napoleônico, abordagem que contribui para o desenvolvimento de aspectos da habilidade ê éfe zero oito agá ih zero quatro.

Como proceder

Caso algum aluno tenha dificuldades, solicite a êle que retome a cronologia da Revolução Francesa e do período napoleônico. Peça-lhe que identifique os acontecimentos mais importantes dêsse período e ajude-o a colocá-los na ordem em que aconteceram.

Glossário

Elite
: neste sentido, grupo social, geralmente formado pêla minoria que detém privilégio ou exerce domínio sôbre os outros grupos.
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Corso
: nascido na Córsega, ilha localizada no mar Mediterrâneo.
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Laico
: aquilo que não sofre influência religiosa, da Igreja ou do clero.
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Plebiscito
: consulta popular, feita por meio do voto, sôbre questões específicas de âmbito político ou social.
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Alegoria
: neste caso, o uso de fórmas e imagens para representar uma ideia.
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