CAPÍTULO 6 A independência do Haiti e das colônias espanholas

Na América Latina, desenvolveram-se diversos processos de independência colonial. movimentos tiveram influência das ideias iluministas, da independência dos Estados Unidos e da Revolução Francesa. Assim, as independências foram consequências de processos que combinaram diferentes fatores, ideias e interêssis.

A colônia de São Domingos

O atual território do Haiti, localizado na ilha de São Domingos, na América Central, foi uma colônia espanhola e um dos primeiros territórios do continente americano no qual os europeus tiveram contato, quando Cristóvão Colombo desembarcou na região, em 1492. As colônias do Novo Mundo, no entanto, tornaram-se alvo de disputas territoriais entre espanhóis, franceses e ingleses, além de outras nações europeias. Em 1697, depois de um acôrdo, a Espanha reconheceu a soberania francesa sôbre a parte oeste da ilha.

Os franceses desenvolveram uma lucrativa produção de açúcar na região, utilizando a mão de obra de africanos escravizados.

A gravura a seguir mostra pessoas escravizadas trabalhando na produção de açúcar.

Gravura. No primeiro plano, à esquerda, homem segurando um prato com as mãos despeja um líquido para dentro de um tacho aquecido com fogo. Ao lado, outro homem, segurando uma colher grande, despeja o líquido do tacho dentro de vasos. À direita, dois homens segurando caules de cana-de-açúcar. No segundo plano, dentro de uma estrutura de madeira com telhado de palha, homens estão empurrando uma haste de madeira para fazer uma grande roda girar. Ao lado, pessoas colhendo cana-de-açúcar e as levando para perto da grande roda.
Produção de açúcar em São Domingos, de Théodore de Bry. Gravura, século dezesseis.

No final do século dezoito, a maioria da população da parte francesa da ilha era formada por africanos e por seus descendentes. Existia forte tensão na colônia gerada pêlas desigualdades sociais: uma pequena parcela da elite colonial francesa branca possuía terras e riquezas, enquanto cêrca de meio milhão de escravizados e libertos possuíam poucos direitos e viviam em situação de extrema miséria. Além disso, as pessoas escravizadas costumavam sofrer constantes maus tratos e violência dos proprietários de terras.

Respostas e comentários

Objetivos do capítulo

  • Compreender a história do Haiti, relacionando-a com o contexto da atualidade.
  • Estudar o contexto histórico, social e político que levou ao início dos processos de emancipação política da América Latina.

Justificativa

Os conteúdos desenvolvidos no capítulo são relevantes, pois possibilitam identificar e contextualizar os diferentes processos de independência da América Latina, apontando para suas especificidades, suscitando a habilidade ê éfe zero oito agá ih zero sete. Também possibilitam explorar o ideário das principais lideranças dos movimentos independentistas e seus papéis nos processos revolucionários, favorecendo o desenvolvimento da habilidade ê éfe zero oito agá ih zero oito. Por fim, destaca-se a singularidade da Revolução de São Domingos e sua relação com a Revolução Francesa, possibilitando o trabalho com a habilidade ê éfe zero oito agá ih um zero.


  • Explique aos alunos como o contexto europeu do final do século dezoito e início do século dezenove enfraqueceu a Coroa espanhola. Mostre como os ideais iluministas de igualdade e liberdade da Revolução Francesa foram apropriados pêlas elites das colônias, questionando o sistema colonial e o regime absolutista, e como as invasões napoleônicas desorganizaram o regime político ibérico.
  • Estas páginas abordam o processo de independência do Haiti e as influências que nele estiveram presentes, como o pensamento iluminista, a Revolução Francesa e a própria independência dos Estados Unidos, sendo possível uma articulação com a Competência específica de História 5, visto que eventos externos ao Haiti foram essenciais no processo de transformação política.
  • O estudo dos temas das páginas 92 e 93 permite abordar os diferentes grupos sociais e étnicos que protagonizaram as lutas pêla independência, desenvolvendo a habilidade ê éfe zero oito agá ih um um. Além disso, o trabalho com a atividade proposta a seguir reforça a singularidade da Revolução de São Domingos no contexto das independências da América espanhola e avalia suas implicações, dialogando com a habilidade ê éfe zero oito agá ih um zero.

A independência do Haiti

Os ideais de liberdade e igualdade propagados pêla Revolução Francesa, iniciada em 1789, inspiraram levantes de escravizados em São Domingos, em 1791. A França enviou tropas para combater levantes, sem obter sucesso. Na tentativa de conter as revoltas, as autoridades francesas estabeleceram, em 1794, a abolição da escravidão em suas colônias da América, o que fez de São Domingos a primeira colônia americana a extinguir o regime de trabalho escravo.

No entanto, a revolta colonial já havia tomado grandes dimensões e isso não foi suficiente para o govêrno francês conter os rebeldes e restabelecer o contrôle sôbre a ilha. Assim, êle foi obrigado a negociar com os ex-escravizados, que compunham a maior parte da população de São Domingos. O ex-escravizado tussãn tornou-se o comandante geral do exército rebelde e passou a exercer grande influência sôbre a população de São Domingos, tornando-se, posteriormente, governador-geral.

Em 1802, Napoleão Bonaparte enviou uma tropa numerosa à ilha, para retomar o contrôle sôbre a colônia e restabelecer a escravidão. O exército francês prendeu e levou-o para a França, onde foi morto. Entretanto, o exército rebelde continuou a lutar, expulsando os franceses da ilha. Em 1804, os ex-escravizados, sob o comando de Jean-Jacques Dessalines, proclamaram a independência do território, batizando-o com o nome de Haiti, que é utilizado pelos indígenas para se referirem àquela região. Haiti, no idioma , significa “terra de montanhas”.

Pintura. À esquerda, pessoas segurando bastões e armas seguem um homem montado em um cavalo com uma espada erguida. À direita, homens, com farda azul e chapéu, correm das pessoas com bastões e armas. No chão, há pessoas caídas, armas e um canhão. Ao fundo, vegetação.
Haitianos sob comando de Jean-Jacques Dessalines derrotam as tropas de Napoleão, de autor desconhecido. Óleo sôbre tela, século dezenove.
Respostas e comentários

Atividade a mais

O texto a seguir foi escrito por Francisco de Miranda, um militar venezuelano precursor das ideias independentistas na América espanhola, no qual êle se posiciona sôbre o impacto da independência haitiana. Disponibilize fotocópias do texto e solicite aos alunos que respondam às questões.

reticências Confesso que, por mais que deseje a liberdade e a independência no Novo Mundo, temo ainda mais a anarquia e a revolução. Não permita Deus que outros países sofram o mesmo destino de [São Domingos], palco de carnificinas e de crimes, cometidos sob o pretexto de instaurar a liberdade; seria melhor que tivessem permanecido mais um século sob a bárbara e insensível opressão da Espanha. reticências

MIRANDA, 1789 ápud línti, Djón. As origens da Independência da América Espanhola. ín: bétel, (organizador). História da América Latina: da independência até 1870. Tradução: Maria Clara . São Paulo: êduspi; Imprensa Oficial do Estado; Brasília, Distrito Federal: Funag, 2004. página 70. volume 3.

1. De qual “destino” Francisco de Miranda está falando ao tratar da colônia de São Domingos?

2. Segundo o autor, de que fórma ocorreu a independência do Haiti?

3. Qual é a opinião dele quanto ao processo de independência em outras regiões da América?

4. Explique o motivo que levou Francisco de Miranda a perceber dessa fórma a independência do Haiti.

Respostas

1. O destino tratado pêlo autor é a independência, adquirida por uma revolta de ex-escravizados.

2. A independência do Haiti, segundo êle, ocorreu em meio a carnificinas e crimes.

3. A opinião dele quanto à independência nas outras regiões da América é que o processo deveria ser diferente do que ocorreu no Haiti.

4. A independência do Haiti foi protagonizada por um movimento de ex-escravizados, o que gerou temor em determinadas classes sociais americanas de que a insurreição pudesse se difundir.

O haitianismo

A independência do Haiti ocorreu de fórma distinta das independências do restante do continente, pois foi a única realizada a partir de uma revolta de escravizados que instalou uma república e aboliu os privilégios das elites locais.

Por êsse motivo, na América de colonização espanhola e portuguesa, as elites procuraram tomar a frente do processo de emancipação, temerosas de que um levante de escravizados semelhante ao do Haiti ocorresse também na região. O impacto da independência dêsse país ficou conhecido como haitianismo.

O Haiti na atualidade

O Haiti, atualmente, é o país mais pobre da América. Ao longo de sua história, o país foi marcado por governos breves, golpes de Estado, corrupção, rebeliões e intervenções estrangeiras, o que dificultou o fortalecimento e a consolidação de suas instituições democráticas até os dias de hoje.

Além da instabilidade política e da crise socioeconômica que se instaurou no país, o Haiti ainda sofre catástrofes naturais, como terremotos e furacões. Em 2010, por exemplo, um violento terremoto devastou a capital, Pôrto Príncipe, deixando cêrca de 250 mil mortos e mais de 1,5 milhão de desabrigados.

Em 2016, um furacão (batizado de Méfiu) provocou a morte de centenas de pessoas e deixou milhares de desabrigados.

Fotografia. À esquerda, militares em um carro cinza com a sigla UN (United Nations) sobre uma rua alagada. Ao lado, duas pessoas sobre uma moto. Ao redor, moradias.
Soldados brasileiros da ônu percorrendo as ruas da capital Pôrto Príncipe, no Haiti, após o furacão, em 2016.

Entre os anos de 2004 e 2019, a Organização das Nações Unidas (ônu) ocupou o Haiti com fôrças militares de paz, com a Missão de Estabilização das Nações Unidas no Haiti (mainustá), que tinha como objetivos ajudar o país em sua reorganização política e econômica e garantir a segurança da população, além da Missão das Nações Unidas de apôio à Justiça no Haiti (), que tinha o propósito de contribuir para o fortalecimento das instituições haitianas e de proteger os direitos humanos.

Atualmente, a ônu está presente no Haiti por meio do Escritório Integrado das Nações Unidas (), sem a participação de efetivo militar.

Respostas e comentários
  • Compreender que a história do Haiti é marcada por processos e transformações que resultaram em períodos de instabilidade política, além dos desastres naturais que dificultaram ainda mais a vida da população haitiana, favorece o desenvolvimento da Competência geral 9, pois, ao conhecer a história do país, os alunos poderão compreender melhor como se encontra o Haiti atualmente, praticando sua empatia e respeito pêla população haitiana e seus imigrantes.
  • Conhecer as transformações sofridas no Haiti permite a análise dos processos sociais, políticos e históricos que ocorreram no país ao longo do tempo, levando os alunos a se posicionarem na atualidade, dialogando com a Competência específica de História 1. Também leva à identificação dos diferentes significados históricos dos movimentos populacionais do país, levando em conta a solidariedade com a população haitiana, permitindo o desenvolvimento da Competência específica de História 5.

A crise nas colônias espanholas

Durante o século dezoito, o esgotamento gradual da prata em suas colônias reduziu os lucros da Coroa espanhola. Para compensar essa redução, a metrópole implementou algumas reformas: elevou os impostos cobrados da população e enrijeceu o sistema de cobrança e de fiscalização sôbre o exclusivo comercialglossário .

Essas reformas fortaleceram ainda mais os chapetonesglossário , que eram grandes proprietários de terras e tinham diversos privilégios, como a exclusividade na ocupação de cargos públicos, permitindo-lhes maior participação política, além do direito de fazer comércio com outras nações.

êsse fato intensificou os conflitos com os criollosglossário , que, na segunda metade do século dezoito, cresceram economicamente como donos de terras e de minas, porém se sentiam prejudicados pêla política colonial.

O aumento de tributos cobrados pêla Coroa espanhola também atingiu os indígenas, que tiveram de trabalhar exaustivamente para produzir riquezas para a metrópole. Essa situação provocou bastante insatisfação nesses povos, que começaram, então, a organizar rebeliões contra a dominação espanhola. Em 1780, o líder indígena José Gabriel Condorcanqui deu início a uma revolta no Vice-Reinado do Peru. êle autoproclamou-se sucessor do último imperador inca, passando a chamar-se Amaru dois. Nessa rebelião, os indígenas formaram um poderoso exército para defender, entre outras questões, a restauração do Império Inca e o direito de viver conforme a cultura de seus antepassados. Após alguns meses de intensas batalhas, a revolta foi controlada, e diversos de seus líderes, incluindo Amaru dois, foram executados.

Cédula. Na parte superior, o texto: BANCO CENTRAL DE RESERVA DEL PERÚ. Abaixo, o busto de um homem com cabelos longos e um brasão. Há detalhes na cor vermelha, amarela e verde. Na parte inferior, o texto: QUINHENTOS INTIS.
A memória de Amaru dois continua presente na sociedade peruana. Na imagem, reprodução de cédula peruana de 1987 produzida em homenagem a .
Respostas e comentários
  • O estudo da crise nas colônias espanholas suscita o uso de conceitos ligados à compreensão do contexto das independências da América espanhola, como nação, Estado, país, território e govêrno, além de contextualizar as questões populacionais e territoriais das colônias hispânicas no período. Tais questões possibilitam o trabalho com aspectos das habilidades ê éfe zero oito agá ih zero seis e ê éfe zero oito agá ih zero sete, respectivamente.
  • Comente com os alunos que o exclusivo comercial era uma das práticas criticadas pêlo liberalismo econômico (conteúdo estudado na unidade 1), pois impedia a formação da livre concorrência. Relembre aos alunos que, de acôrdo com os princípios do liberalismo, a livre concorrência entre diferentes empresas é positiva para a economia, pois tende a reduzir os preços e melhorar a qualidade dos produtos ou serviços oferecidos ao consumidor.
  • É importante que os alunos reconheçam a resistência empreendida pêla população indígena da América espanhola, principalmente ao longo do século dezoito. Assim como os colonos, os nativos também lutaram contra o excesso de impostos e as imposições no seu modo de vida (decorrentes da dominação espanhola). Contudo, suas reivindicações abrangiam determinados aspectos específicos, como os abusos praticados pelos europeus com relação ao trabalho forçado e as condições desumanas às quais eram submetidos. Durante a década de 1770, o líder indígena Amáru dois empreendeu tentativas pacíficas de negociações em tribunais espanhóis. Porém, não obtendo sucesso, na década seguinte, passou a liderar movimentos armados. Após invasões a estabelecimentos da Coroa e insurreições por diversas regiões do Peru, o exército de tupác amarú dois foi derrotado em uma batalha que vitimou mais de cem mil pessoas, indígenas em sua maioria.

As independências na América espanhola

Além dos fatores internos, os conflitos entre países europeus no início do século dezenove contribuíram de maneira decisiva para que ocorressem as independências das colônias espanholas na América. Em 1808, Napoleão Bonaparte invadiu a Espanha, destituiu o rei Fernando sete do poder e entregou o govêrno do país ao seu irmão, José Bonaparte.

A população espanhola resistiu ao novo govêrno. Assim, em algumas regiões da Espanha e em suas colônias na América, formaram-se governos autônomos, que não seguiam as ordens francesas.

Nas colônias, as elites aliaram-se ao govêrno de resistência espanhol e passaram a ter elevado grau de autonomia, realizando trocas comerciais com outros países, especialmente com a Inglaterra. A França não conseguiu controlar suas colônias, pois, além de estar envolvida em conflitos na Europa, os ingleses, em resposta ao Bloqueio Continental, procuraram impedir que as embarcações francesas chegassem à América.

Independências na América espanhola (1811-1898)

Mapa. Independências na América espanhola (1811-1898). Mapa territorial da América do Norte, América Central e América do Sul destacando os territórios e a data de independência. 

MÉXICO 1821.
GUATEMALA 1838.
EL SALVADOR 1838.
HONDURAS 1838.
CUBA 1898.
REPÚBLICA DOMINICANA 1865.
PORTO RICO 1898.
COSTA RICA 1838.
PANAMÁ 1830.
NICARÁGUA 1838.
VENEZUELA 1819.
COLOMBIA 1819.
EQUADOR 1822.
PERU 1821.
BOLÍVIA 1825.
CHILE 1818.
PARAGAI 1811.
ARGENTINA 1816.
URUGUAI 1828.

Na parte inferior, à esquerda, planisfério destacando parte da América. Ao lado, representação da rosa dos ventos e escala de 980 quilômetros por centímetro.

Fonte de pesquisa: blék, diéremi (edição). World history atlas. Londres: dórlin quínderslei, 2005. página 8889, 151.

Revoltas coloniais

A partir de 1810, os colonos de diferentes regiões da América deram início a várias revoltas que visavam a independência em relação à Espanha. Com a queda de Napoleão, em 1814, Fernando sete reassumiu o trono espanhol e tentou retomar o contrôle sôbre as colônias da América. Porém, o período de autonomia vivenciado pelos colonos ampliou ainda mais as tensões com a metrópole.

Dessa maneira, a Coroa espanhola não foi capaz de impedir o crescimento dos movimentos de independência em suas colônias da América.

Respostas e comentários

O estudo das transformações políticas e sociais e das reformas implantadas pêla Coroa espanhola nas colônias, das disputas de poder entre os grupos sociais elitizados, das rebeliões indígenas contra os colonizadores espanhóis e dos desentendimentos entre países europeus que influenciaram os processos de independência permite aos alunos compreender acontecimentos históricos, relações de poder e processos e mecanismos de transformação e manutenção das estruturas sociais, políticas, econômicas e culturais ao longo do tempo, trabalhando aspectos da Competência específica de História 1.

O processo de independência na América do Sul

Após o início de diferentes movimentos de independência, em 1810, as tropas fiéis à Coroa espanhola conseguiram controlar temporariamente algumas revoltas. Em 1811, porém, depois de alguns combates, o Paraguai, que até então pertencia ao Vice-Reinado do Rio da Prata (que englobava na época os atuais países: Bolívia, Paraguai, Argentina e Uruguai) foi o primeiro a declarar sua independência em relação à Espanha.

Os processos de independência das demais colônias espanholas da América do Sul foram marcados por muitas batalhas. Mas, aos poucos, a divisão das tropas espanholas em diversas frentes e a organização de exércitos rebeldes geraram resultados desfavoráveis à metrópole.

Um dos líderes dêsses movimentos foi o criollo San Martín (1778-1850). Nascido em um povoado na atual Argentina, destacou-se como comandante do exército. A partir de 1812, atuou na independência da Argentina, além de contribuir para a emancipação do Chile e do Peru.

Outra liderança dos movimentos emancipatórios nas colônias espanholas da América do Sul foi Simón Bolívar (1783-1830), nascido no território da atual Venezuela. A partir de 1814, Bolívar lutou no exército que atuou na independência de territórios que correspondem atualmente à Venezuela, à Colômbia, ao Panamá, ao Equador, ao Peru e à Bolívia. êle defendia que territórios se unissem em uma confederação, chamada Grã-Colômbia, formada por países independentes e sob a mesma Constituição. Porém, seu projeto não foi concretizado.

Representação da batalha de Chacabuco, em 1817, na qual o exército colonial lutou contra o exército espanhol. Essa batalha foi decisiva no processo de independência do Chile.

Pintura. À esquerda, homens, usando farda e chapéu, marcham segurando armas com as mãos. À direita, homens, fardados e usando chapéus, estão montados em cavalos e segurando bandeiras. Eles observam os homens fardados marchando. Ao fundo, relevos elevados e vegetação.
Batalha de Chacabuco, de Pedro Subercasô. Óleo sôbre tela, 314centímetrospor253centímetros 1908.
Respostas e comentários
  • Explique para os alunos que o projeto de bolívar de unir os territórios da América do Sul ficou conhecido como bolivarismo ou pan-americanismo. De acôrdo com êsse projeto, seria formada uma confederação de países independentes, mas com uma mesma Constituição. Assim, Bolívar planejava unir e fortalecer a América Latina com um sistema de comércio e uma política externa em comum. êle ficou próximo de concretizar seu projeto quando liderou a Grã-Colômbia, entre os anos de 1819 e 1830, uma confederação que uniu os territórios que atualmente correspondem à Venezuela, à Colômbia, ao Panamá e ao Equador.
  • O trabalho com o processo de independência na América do Sul e com o bolivarismo permite a contextualização das principais características dos movimentos de independência da América espanhola, discutindo seus aspectos territoriais e populacionais e dando a conhecer as especificidades do pan-americanismo e seus principais pensadores, o que possibilita o desenvolvimento das habilidades ê éfe zero oito agá ih zero sete e ê éfe zero oito agá ih zero nove.
  • O desenvolvimento do tema permite ao aluno compreender de que maneira os conceitos de bolivarismo ou pan-americanismo são problematizados e apresentados no contexto dos processos de independência na América do Sul, contemplando a Competência específica de História 6.

O processo de independência do México

No Vice-Reinado da Nova Espanha, onde atualmente está localizado o México, revoltas populares contra o domínio colonial deram início ao processo de independência da região.

No comêço do século dezenove, um movimento liderado pêlo padre Miguel Hidalgo reivindicava, entre outras medidas, a abolição da escravidão, a devolução das terras aos indígenas e o fim da cobrança de impostos deles, fato que garantiu grande adesão da população nativa, afrodescendente e mestiça. O movimento também teve o apôio de alguns membros da elite criolla que disputavam o poder e eram contrários ao govêrno espanhol.

O padre Miguel Hidalgo chamava os rebeldes à luta também em nome da Virgem de Guadalupe, santa católica considerada protetora do México.

Estandarte. Ao centro, uma mulher, usando coroa e manto, está com as mãos juntas. Ao redor dela, há raios saindo. Nas laterais, há o texto: VIVA GUADALUPE. Há também outras inscrições.
Estandarte da Virgem de Guadalupe, de 1810, usado por seguidores do padre Hidalgo.

Os conflitos

No episódio que ficou conhecido como Grito de Dolores, em 16 de setembro de 1810, o padre Miguel Hidalgo liderou os revoltosos contra as fôrças coloniais, dando início a uma série de conflitos em diversas regiões da Nova Espanha.

Os rebeldes foram derrotados em 1811 e Miguel Hidalgo foi preso e fuzilado pelos espanhóis. No entanto, as lutas emancipatórias continuaram sob a liderança do padre José María Morelos, que chegou a declarar a independência do México em 1813, mas foi preso e executado em 1815 por membros da elite criolla que não queriam perder seus privilégios.

Respostas e comentários
  • A identificação das principais características do processo de independência do México e a contextualização de suas transformações territoriais e populacionais no período permitem o desenvolvimento da habilidade ê éfe zero oito agá ih zero sete. Já a discussão acêrca dos conceitos de nação mexicana e do novo território a ser contemplado, expondo as tensões implicadas nesse processo, dialoga com a habilidade ê éfe zero oito agá ih zero seis.
  • Comente com os alunos que, nessa época, o Vice-Reino da Nova Espanha, além de abranger grande parte do atual México, incluía ainda as regiões ao sul dos Estados Unidos, anexadas posteriormente, como o téquiças, a Califórnia, Nevada, iutá, o Novo México e partes do Colorado, do Uaioming e do .

Uma independência conservadora

Em 1820, uma revolução liberal na Espanha afetou diretamente os acontecimentos no Vice-Reinado da Nova Espanha. O general Rafael de Riego derrubou o regime absolutista vigente até então e obrigou o rei espanhol Fernando sete a governar sob um regime monárquico constitucional, ou seja, de acôrdo com um conjunto de leis.

Com isso, muitos privilégios da nobreza e do clero foram abolidos na Espanha e em suas colônias. Os membros do clero e os militares passaram a ser julgados pêla justiça civil (antes êles eram julgados entre seus pares), e as ordens monásticas, como a ordem dos jesuítas, foram proibidas.

O Plano de Iguala

Temendo que essa situação levasse a novas revoltas populares na Nova Espanha, a elite criolla e os espanhóis, sob a liderança do coronel de Iturbide, militar que lutou contra os rebeldes nas revoltas lideradas por José María Morelos, tomaram a dianteira no processo de independência e apoiaram a elaboração do Plano de Iguala, que visava garantir a liberdade política da região, o predomínio do catolicismo e a união entre todos os habitantes.

O Plano de Iguala foi decretado em 24 de fevereiro de 1821, tornando a antiga colônia independente e estabelecendo uma monarquia constitucional, cujo rei deveria ser nomeado pêlo monarca espanhol. No entanto, Iturbide assumiu o poder e autoproclamou-se imperador do México, com o título de Augustín um.

O Exército Imperial das Três Garantias foi criado com a assinatura do Plano de Iguala e visava combater as chamadas tropas realistas espanholas, que se recusavam a reconhecer a independência do México.

Pintura. Vista de várias pessoas em pé em uma rua enfeitada com bandeiras coloridas. Atrás, diversos soldados marchando em fileira e passando por um arco. Ao redor, construções enfeitadas.
Solene e pacífica entrada do Exército das Três Garantias na Cidade do México em 1821, de autor desconhecido. Óleo sôbre tela, século dezenove.
Respostas e comentários
  • A discussão do processo de independência do México e do Plano de Iguala permite a identificação e contextualização do movimento de separação mexicano, bem como o reconhecimento dos ideais das principais lideranças envolvidas no movimento de independência, além de possibilitar a identificação e a definição dos papéis desenvolvidos pelos diferentes grupos étnicos e sociais nesse contexto histórico, evidenciando seus protagonismos, dialogando, assim, com as habilidades ê éfe zero oito agá ih zero sete, ê éfe zero oito agá ih zero oito e ê éfe zero oito agá ih um um, respectivamente.
  • Mencione aos alunos que a atual bandeira do México faz referência ao contexto do Plano de Iguala. As côres utilizadas na composição do símbolo nacional mexicano tiveram origem na bandeira do Exército das Três Garantias, com três listras diagonais e três . A primeira das faixas é branca, lembrando o catolicismo romano, religião dominante no país. A segunda faixa, verde, simboliza a independência em relação à Espanha. Já a terceira, vermelha, representa a união entre europeus e habitantes da América.
  • Comente que, no século , após a secularização do México, os significados das côres foram alterados. O verde passou a representar a esperança; o branco, a união; e o vermelho, o sangue dos heróis nacionais. Relembre aos alunos que a atual bandeira do México tem três faixas verticais das mesmas côres, centralizadas pêla águia com a serpente na boca sôbre o (o cacto mais característico da região), buscando retomar a fundação de Tenochtitlán e celebrar o passado indígena da nação.
  • Ao conquistar a independência, em 1821, o México anexou a seu território a capitania geral da Guatemala, que era uma colônia espanhola ao sul da região. Em 1823, a Guatemala tornou-se independente do México para integrar as Províncias Unidas da América Central. Após a fragmentação dessa confederação, a partir de 1838, formaram-se os países que conhecemos atualmente: Guatemala, El Salvador, Honduras, Nicarágua e Costa Rica.

A independência de Cuba

No final do século dezenove, Cuba era um dos últimos domínios coloniais espanhóis na América. As primeiras guerras pêla independência ocorreram entre os anos de 1868 e 1878, sob a liderança do filósofo e jornalista José Martí, que defendia a independência de Cuba, o estabelecimento de um govêrno republicano e a abolição da escravidão.

Entretanto, a Espanha teve o apôio das elites agrárias de Cuba, que dependiam do trabalho escravo e das relações comerciais com a metrópole. fatores contribuíram para o fracasso inicial do movimento pêla independência.

Em 1895, as lutas pêla independência recomeçaram. No entanto, José Martí morreu nas primeiras batalhas. Em 1898, as fôrças espanholas foram acusadas de destruir um navio estadunidense no porto de Havana, capital de Cuba. Com isso, os Estados Unidos engajaram-se no conflito ao lado dos cubanos e contra a Coroa espanhola. Nesse contexto, aconteceu um embate entre os chamados anexionistas (que defendiam a anexação da ilha aos Estados Unidos após a independência) e os autonomistas (que pretendiam ser totalmente autônomos).

Fotografia. À esquerda, o busto de um homem, com cabelos pretos e bigode, usando um terno. Ao lado, uma bandeira com listras azuis e brancas, com uma estrela branca dentro de um triângulo vermelho. Abaixo da bandeira, há o texto: SEGUROS.
Outdoor com representação de José Martí na cidade de Santiago de Cuba, em Cuba, onde sua figura é lembrada até hoje. Foto de 2022.

Com o auxílio dos estadunidenses, a independência de Cuba foi conquistada em 1898. Nas negociações após as guerras de independência, a Coroa espanhola cedeu os territórios de Pôrto Rico, na América Central, e das Filipinas, na Ásia, aos Estados Unidos.

Apesar da conquista da independência, Cuba passou a ser ocupada militarmente pelos estadunidenses de 1899 até 1902. Nesse intervalo, foi assinada a Emenda Plát, que garantia aos Estados Unidos o direito de interferência política direta em Cuba caso seus interêssis fossem ameaçados.

Na prática, com o fim da colonização espanhola, iniciou-se o domínio estadunidense em Cuba, inclusive com o ensino obrigatório da língua inglesa e da história dos Estados Unidos nas escolas, além da adoção do dólar como moeda corrente.

Respostas e comentários
  • A contextualização do processo de independência cubano e a identificação de suas principais características territoriais e populacionais motivam o trabalho com a habilidade , enquanto a discussão sôbre as ideias de José Martí, principal liderança do processo, e seu papel no movimento independentista do país dialoga com a habilidade ê éfe zero oito agá ih zero oito.
  • O reconhecimento das principais transformações propostas pêla Emenda Plát e a identificação dos grupos sociais participantes do processo de independência de Cuba dialogam com aspectos da Competência específica de História 1, ao permitir o entendimento de relações de poder, acontecimentos históricos e mecanismos transformadores das estruturas políticas, econômicas, culturais e sociais de Cuba durante seu movimento independentista.

A América Latina após as independências

Na maioria dos países da América Latina que se tornaram independentes no século dezenove, houve a abolição da escravidão. No Chile, a abolição ocorreu em 1823; no México, em 1829; na Bolívia, em 1881; na Colômbia, em 1851; e na Venezuela e no Peru, em 1854. Os dois últimos países da América Latina a abolir a escravidão foram Cuba, em 1886, e o Brasil, em 1888.

No entanto, mesmo com a abolição da escravidão, muitos ex-escravizados e seus descendentes continuaram a viver em condições de miséria, lidando com problemas como preconceito, desemprêgo e baixos salários.

As desigualdades sociais

De fórma geral, após a conquista da independência, o poder e as riquezas permaneceram nas mãos de poucos, gerando um problema que, até hoje, prejudica grande parte da população latino-americana: as desigualdades sociais.

As elites formadas durante o período colonial se mantiveram no poder, preservando seus interêssis e sua influência sôbre a política dos países da América Latina.

Embora entre o século vinte e o início do século vinte e um tivesse havido uma considerável expansão das classes sociais com acesso à escolarização e a razoáveis condições de vida, enorme parcela da população dos diversos países da América Latina, como os povos indígenas, os afrodescendentes e os trabalhadores rurais e urbanos, continuou desfavorecida, sem acesso à terra, aos meios de produção e de subsistência. No entanto, essas populações vêm lutando e reivindicando direitos. Ao longo do tempo, alguns dêsses direitos foram reconhecidos e outros ainda motivam diversas mobilizações sociais na atualidade.

Fotografia. Diversas pessoas, utilizando máscara cobrindo o nariz e a boca, chapéus e roupas coloridas, estão em uma rua segurando cartazes com as mãos. Atrás, construções.
Trabalhadores protestam contra a redução dos salários e os córtes no orçamento promovidos pêlo govêrno durante a pandemia de covíd-19 na cidade de Quito, Peru, em 2020.
Respostas e comentários

O reconhecimento das desigualdades sociais que muitos povos latino-americanos vivem atualmente como um reflexo dos processos políticos e sociais que, mesmo posteriores à independência, continuam favorecendo grupos mais elitizados possibilita o trabalho com a Competência específica de Ciências Humanas 1, levando os alunos a compreender sua identidade e a do outro, contribuindo para promover uma sociedade plural.

Sugestão de avaliação

Para aprofundar o tema das independências da América espanhola, retome as principais características dos movimentos estudados (Haiti, México, Cuba e América do Sul), estabelecendo um debate sôbre as principais semelhanças e diferenças entre êles. Em seguida, divida a turma em quatro grupos, cada um deles devendo ficar responsável pêla elaboração de um pequeno resumo sôbre o processo de independência de um dos países tratados. Oriente a turma a desenvolver, no resumo, os aspectos econômicos, políticos, sociais e culturais relacionados ao movimento de independência, levantando uma discussão sôbre a relação entre o tema escolhido e a atual situação da região. Por fim, cada grupo deve apresentar um pequeno seminário sôbre o tema tratado. Os outros grupos devem criar questionamentos sôbre o tema a ser apresentado pelos colegas.

Se os alunos apresentarem algum tipo de dificuldade na composição dos resumos e dos seminários, verifique se compreenderam como ocorreu o processo de independência da América espanhola, explicando de maneira pausada a particularidade de cada um dos movimentos, e, com base nisso, oriente-os a continuar a produção do texto. Converse com êles a respeito da apresentação do seminário e da importância de ser conciso e coeso nesse tipo de fala.

História e Geografia

Ícone ‘Ciências Humanas em foco’.

Imigrantes e refugiados no Brasil atual

Você conhece alguma pessoa estrangeira que vive no Brasil? Qual é o seu país de origem? Como ela chegou ao Brasil?

Como vimos, desde 2010, quando um terremoto causou grande destruição no Haiti, deixando milhares de mortos e mais de 1 milhão de desabrigados, o Brasil passou a receber imigrantesglossário haitianos que fugiam de situações como a falta de emprêgo e a extrema miséria.

Essa busca por melhores condições de vida mobilizou muitas pessoas, por vezes famílias inteiras, a percorrer milhares de quilômetros e estabelecer-se em diversas regiões do Brasil, como São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Por exemplo, até o ano de 2020, mais de 135 mil haitianos chegaram ao Brasil de acôrdo com o Sistema Nacional de Cadastramento de Registro de Estrangeiros (), da Polícia Federal.

Fotografia. Um homem negro, usando camiseta vermelha e short, está agachado e colocando algumas pinturas coloridas em um tapete preto sobre o chão.
Imigrante haitiano vendendo suas pinturas na cidade do Rio de Janeiro, em 2022.

A vida no Brasil

Há muitos casos de imigrantes e de refugiadosglossário que encontraram melhores condições de vida no Brasil. Contudo, há milhares de outros que, ao chegarem aqui, passaram a conviver com uma série de dificuldades, como as péssimas condições de trabalho, o desemprêgo, a barreira linguística e a falta de moradia e acesso a serviços públicos, como saúde e educação.

Além disso, outros problemas graves fazem parte do cotidiano de muitos estrangeiros, como o preconceito, o racismo e a xenofobiaglossário , que submetem muitos deles à situação de vulnerabilidade social, a humilhações e mesmo a agressões físicas e ao risco de morte.

Respostas e comentários
  • O assunto trabalhado nestas páginas valoriza e utiliza os conhecimentos historicamente construídos sôbre o universo social e cultural da presença de outros povos no Brasil – sejam imigrantes ou refugiados –, colaborando para a construção de uma sociedade mais democrática e justa, além de permitir que os alunos argumentem com base em evidências e dados confiáveis, a fim de promover os direitos humanos, dialogando com as Competências gerais 1 e 7, respectivamente.
  • Esta seção também apresenta a situação de imigrantes e refugiados que vivem no Brasil e propõe algumas reflexões sôbre como podem agir diante dos problemas presentes em seu cotidiano e daqueles enfrentados por grupos que vivem no Brasil, contemplando, assim, a Competência geral 10.
  • O tema dos imigrantes no Brasil atual possibilita uma articulação com o tema contemporâneo transversal Educação em direitos humanos. Para isso, converse com os alunos sôbre como o Brasil tem recebido seus imigrantes e refugiados de diversas partes do mundo. Incentive-os a refletir sôbre as causas que motivam os estrangeiros a deixar seus países de origem, abdicando de seus hábitos cotidianos para viver em outros países. Leve-os a compreender que grande parte das pessoas que migram enfrenta situações adversas em seus países, como guerras, fome, catástrofes naturais, entre outras, obrigando-as a buscar outros lugares para viver. Ressalte, assim, a importância do respeito, da empatia e do acolhimento com relação a essas pessoas. Destaque também a importância de órgãos internacionais que atuam na defesa dos direitos dêsses refugiados, como a Organização das Nações Unidas (ônu) e a unêsco. Essa abordagem mobiliza conhecimentos dos componentes curriculares de História e de Geografia, bem como favorece o desenvolvimento da Competência específica de Ciências Humanas 4.
Ícone ‘Ciências Humanas em foco’.

O trabalho com a seção também permite o desenvolvimento da Competência específica de Ciências Humanas 6, na medida em que os alunos devem construir argumentos para defender opiniões e ideias que promovam os direitos humanos, ajudando a construir uma sociedade mais democrática, justa e inclusiva. Discuta com êles as diferenças entre os conceitos de imigrante, exilado, refugiado e asilado. Ajude-os a mapear quais regiões brasileiras têm recebido mais imigrantes nas últimas décadas.

O texto a seguir, escrito em 2020, trata da situação de Francis Salazar, uma refugiada venezuelana que atualmente vive em São Paulo, atuando em ônguis de apôio a imigrantes e refugiados de diversos lugares do mundo.

reticências

Por fim, cheguei à fronteira. Passei três dias entrando e saindo enquanto fazia a minha documentação. Entrei em um abrigo onde só havia mulheres. pêlo pouco que falava do idioma, fiz com que entendessem que precisava ir a outro lado. Me apoiaram e me colocaram em contato para viajar ao interior do Brasil. reticências

Existem regras para viver em sociedade, em família e mais ainda quando você vive em um abrigo. Para se ter uma ideia de como é, há que pensar em colocar em uma casa de vários quartos, mas com áreas comuns e o mesmo horário de comida e lazer, mais de 50 pessoas com diferentes idiomas, culturas e opiniões. Na verdade acho que é a fórmula perfeita para o caos. Mas, mesmo que vocês não acreditem, isso não acontece.

Em todos os abrigos onde tive a oportunidade de estar, encontrei uma coisa em comum entre os que administram: uma grande sensibilidade e amor ao próximo. reticências

Meço 1,58 métros de estatura e pesava 45 quilos ao chegar. Todos pensavam que estava muito doente. Como lhes explicar que a falta de alimento, o estresse, não uma doença, provocavam minha magreza?

reticências

SALAZAR, Francis. Diário de uma refugiada: leia o caderno traduzido na íntegra. Folha de semPaulo, 12 dezembro 2020. Disponível em: https://oeds.link/HxoR8m. Acesso em: 5 maio 2022.

Com resiliência, podemos nos adaptar a situações adversas e superar desafios, nos tornando mais experientes para lidar com nossos sentimentos e emoções em momentos de dificuldade, por exemplo.

Determinados a conquistar uma vida melhor, muitos imigrantes e refugiados organizam-se em pequenas comunidades, onde há solidariedade e ajuda mútua. Muitos também recebem auxílio de movimentos sociais, de instituições não governamentais ou de grupos religiosos.

Agora, responda às questões a seguir.

Ícone ‘Atividade oral’.

1. De acôrdo com o texto, quais foram as principais dificuldades enfrentadas por Francis Salazar no início de sua viagem?

Ícone ‘Atividade oral’.

2. Quais são as impressões de Francis Salazar sôbre a atuação das ônguis de apôio a refugiados?

Ícone ‘Atividade oral’.

3. Você já ficou sabendo ou presenciou atitudes de intolerância ou de preconceito em relação a algum imigrante ou refugiado no Brasil? Se sim, como foi? De que modo podemos combater problemas como êsse?

Respostas e comentários

Questão 1. Resposta: A barreira linguística, a falta de alimento e o estresse.

Questão 2. Resposta. Mesmo com as dificuldades de se concentrar pessoas de diversas origens e culturas, nos abrigos a situação é de organização, empatia (sensibilidade) e amor ao próximo.

Questão 3. Resposta nas orientações ao professor.

  • Comente com os alunos a criação de uma cartilha especial para o ensino de português para os refugiados no Brasil, lançada pêlo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (áquinur), chamada Pode entrar: português do Brasil para refugiadas e refugiados. Explique a importância dessa ação como uma política pública oficial de acolhida dos refugiados, facilitando sua adaptação ao país. Apresente os principais temas da cartilha e mostre como ela foi pensada como um instrumento para impedir as possíveis represálias políticas, culturais e religiosas pêlas quais os refugiados normalmente passam. Confira o material a seguir.
  • FEITOSA, Jacqueline êti áli. Pode entrar: português do Brasil para refugiadas e refugiados. São Paulo: Acnur, 2015. Disponível em: https://oeds.link/c0BmCW. Acesso em: 9 junho 2022.
  • Ao trabalhar o texto e as questões 1 a 3 com os alunos, incentive-os a refletir sôbre a resiliência. Proponha uma conversa na qual êles possam comentar em que momento de suas vidas ela é importante e como essa competência possibilita que desenvolvam o equilíbrio e o contrôle emocional, ajudando na superação de desafios.

Resposta

3. Resposta pessoal. Os alunos podem comentar notícias entre as inúmeras veiculadas na televisão ou na internet, além de relatar outros exemplos presenciados por êles. Se êles não apresentarem um exemplo, separe previamente algumas reportagens ou notícias sôbre o tema e discuta com êles em sala de aula, de modo que possam refletir sôbre o que motiva casos, além de abordar a questão do respeito aos direitos humanos. A independência do Haiti, segundo êle, ocorreu em meio a carnificinas e crimes.

Na possibilidade de haver algum aluno que seja imigrante ou refugiado, peça-lhe que conte suas próprias experiências, se assim se sentir à vontade. Procure ficar atento à postura dos colegas de turma, para que haja respeito e tolerância entre êles.

Algo a mais

Para ter acesso a informações sôbre refugiados no Brasil, conheça o site do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados.

> áquinur. Disponível em: https://oeds.link/CU4nqA. Acesso em: 10 junho 2022.

Atividades

Faça as atividades no caderno.

Organizando os conhecimentos

  1. Descreva alguns aspectos das sociedades coloniais na América espanhola.
  2. Quais acontecimentos e princípios filosóficos se desenvolveram antes das independências na América Latina e influenciaram essas lutas emancipatórias?
  3. Por que o processo de independência do México pode ser considerado conservador?
  4. Qual foi a participação dos Estados Unidos no processo de independência de Cuba?
  5. Após a concretização dos processos de independência na América Latina, qual problema social podemos considerar uma permanência histórica nos diversos países da região? Por quê?

Aprofundando os conhecimentos

6. Leia o texto a seguir, que aborda aspectos da rebelião de escravizados no Haiti, em 1791. Depois, responda às questões.

reticências

Foi, na avaliação de muitos autores, a mais notável rebelião escrava jamais vista no Caribe francês. Segundo a tradição oral, a revolta foi planejada em uma reunião de escravos presidida pêlo cocheiro , na qual se decidiu a deflagração de revoltas simultâneas em várias das grandes plantations da região. reticências os conspiradores faziam juramentos de vitória sôbre os brancos que demonstravam um clima de vingança iminente. De acôrdo com o historiador . éle. érre. Djeimes, a “canção predileta” dos negros em tais cerimônias continha os seguintes versos: “Juramos destruir os brancos e tudo que possuem; que morramos se falharmos nesta promessa”.

Estima-se que .100000 escravos envolveram-se na revolta, causando enorme destruição e um saldo de .20000 cativos que deixaram as plantations e formaram acampamentos, sobretudo nas áreas ao norte da ilha. Embora um aparente retôrno da ordem tenha se seguido à insurreição, hoje sabemos que o levante foi o início do fim da escravidão em São Domingos [...].

VIANA, Larissa. A independência do Haiti na Era das Revoluções. Amplác. Disponível em: https://oeds.link/fDdbvR. Acesso em: 5 maio 2022.

Respostas e comentários

1. Resposta nas orientações ao professor.

2. Resposta: Os acontecimentos e os princípios filosóficos que influenciaram os movimentos de independência na América Latina foram a Revolução Francesa, a independência dos Estados Unidos e as ideias iluministas.

3. Resposta nas orientações ao professor.

4. Resposta: Cuba conquistou sua independência política em relação aos espanhóis com o auxílio militar dos Estados Unidos, em 1898. Depois disso, por um período, Cuba foi ocupada militarmente pelos estadunidenses.

5. Resposta: As desigualdades sociais. Porque, após os processos de independência, grande parte das riquezas permaneceu nas mãos das elites, que se mantiveram no poder e preservaram seus interêssis e privilégios.

  • As atividades 1 a 4 favorecem um trabalho com a habilidade ê éfe zero oito agá ih zero sete, ao propor que os alunos discorram sôbre acontecimentos e princípios filosóficos que influenciaram as independências na América Latina, identifiquem aspectos específicos do processo de independência no México e comentem sôbre a participação dos Estados Unidos no processo de independência de Cuba.
  • As atividades 2 e 6 propiciam o desenvolvimento da habilidade ê éfe zero oito agá ih zero nove, pois os alunos devem recorrer a seus conhecimentos sôbre o pan-americanismo para explicar os princípios filosóficos que influenciaram as lutas emancipatórias da América Latina e discorrer sôbre a insurgência dos rebeldes na independência do Haiti.

Respostas

1. De modo geral, as sociedades coloniais eram bastante hierarquizadas. Os criollos formavam o grupo dos descendentes de espanhóis, que apresentavam crescimento econômico, mas não eram tão privilegiados em cargos políticos e administrativos. Havia ainda os tchápetones, pessoas de origem espanhola que tinham grandes propriedades e exerciam a participação política em cargos oficiais. As sociedades também eram compostas pelos nativos e por pessoas mestiças, que trabalhavam nas propriedades e no comércio.

3. O processo de independência do México pode ser considerado conservador, porque, apesar dos levantes populares contra os abusos da Coroa espanhola, êle se concretizou sob a liderança da elite criolla e dos espanhóis. Em 1820, uma revolução liberal derrubou o regime absolutista de govêrno na Espanha. Temendo que essa instabilidade política nesse país incentivasse novos levantes populares no México, por meio do Plano de Iguala, os membros da elite criolla e os espanhóis decretaram a independência do México, o catolicismo como religião oficial e a união de todos os seus habitantes.


  • O trabalho com o texto da atividade 6 propicia uma abordagem da habilidade ê éfe zero oito agá ih zero oito e de aspectos das habilidades ê éfe zero oito agá ih um zero e ê éfe zero oito agá ih um um, ao propor aos alunos que conheçam o ideário dêsse movimento de independência, que o reconheçam em sua singularidade e identifiquem a atuação dos diferentes grupos sociais, nesse caso, dos escravizados, no processo revolucionário haitiano.
  • Nesta coleção, utilizamos os têrmus escravizado e pessoa escravizada, no entanto escravo eventualmente aparece em títulos de obras e em textos citados de terceiros. Atualmente, o uso dessa palavra tem sido contestado por historiadores, que entendem que tais têrmus produzem interpretações errôneas sôbre êsse grupo social. Ao se deparar com essa palavra, explique aos alunos que escravo coloca o sujeito como passivo, sem ação, cristalizado em seu local social, enquanto escravizado ou pessoa escravizada diz respeito a uma circunstância imposta na qual êsse sujeito foi submetido.
  1. De acôrdo com o texto, como foi organizada a rebelião de escravizados no Haiti? Como ela foi deflagrada?
  2. Qual era a principal atividade econômica desenvolvida pelos escravizados nas plantations no Haiti?
  3. Em sua opinião, essa rebelião foi importante para o fim da escravidão e o processo de independência do Haiti? Justifique.
  4. Relacione a “canção predileta” dos rebeldes com o conceito de haitianismo tratado neste capítulo.

7. A foto a seguir retrata a escultura Mão, localizada no Memorial da América Latina, na cidade de São Paulo, ésse pê. Analise essa escultura e, depois, responda às questões.

Fotografia. Monumento no formato de uma mão aberta. Na palma da mão, há a silhueta da América Latina e uma linha vermelha que desce até o punho. Atrás, construção com duas colunas e um arco no centro.
Mão, de Oscar Niemáier. Concreto aparente e esmalte sintético vermelho, 7 métros de altura, 1988. Memorial da América Latina, na cidade de São Paulo. Foto de 2019.
  1. Descreva a escultura Mão. O que foi representado no centro dela?
  2. O Memorial da América Latina foi projetado pêlo arquiteto brasileiro Oscar Niemáier (1907-2012). Abaixo da escultura há inscrita a seguinte frase do arquiteto: “Suor, sangue e pobreza marcaram a história desta América Latina tão desarticulada e oprimida. Agora urge reajustá-la, uni-la, transformá-la num monobloco intocável, capaz de fazê-la independente e feliz”.
  1. Escreva a sua interpretação dessa frase, considerando os processos históricos estudados no capítulo.
  2. Agora, explique a relação entre essa frase e a escultura.
Respostas e comentários

6. a) Respostas nas orientações ao professor.

6. b) Resposta nas orientações ao professor.

6. c) Resposta nas orientações ao professor.

6. d) Resposta nas orientações ao professor.

7. a) Resposta nas orientações ao professor.

7. b) Resposta nas orientações ao professor.

7. c) Espera-se que os alunos estabeleçam relações, por exemplo, entre o mapa da América Latina sangrando no meio da palma da mão e a questão da exploração e da violência do processo colonizador, que dizimou as populações nativas.

Respostas

6. a ) A rebelião de escravizados foi planejada em uma reunião presidida pêlo cocheiro . Foi deflagrada por revoltas simultâneas em várias plantations da região.

b ) A principal atividade desenvolvida pelos escravizados nas plantations do Haiti foi a produção de açúcar.

c ) Resposta pessoal. Espera-se que os alunos respondam positivamente, reconhecendo a rebelião de escravizados como um movimento que uniu grande quantidade de pessoas buscando conquistar a liberdade, inicialmente no âmbito da escravidão e, depois, no da política.

d ) A “canção predileta” dos escravizados, citada pêlo historiador . éle. érre. Djeimes, demonstra a determinação e a violência com que os rebeldes se engajaram no movimento. À medida que a revolta se alastrava na colônia, causava um grande impacto na região. Assim, as elites escravocratas de outras colônias da América Latina passaram a temer que o que ocorreu no Haiti pudesse acontecer também em suas colônias.

7. a ) Espera-se que os alunos percebam que no centro da escultura foi representado o mapa da América Latina. O mapa encontra-se rasgado e dele parece escorrer sangue, que pode ser relacionado aos confrontos que marcaram a história de grande parte dos países da América Latina, desde a colonização do continente às guerras de independência.

b ) Resposta pessoal. Os alunos podem relacionar o suor ao trabalho e à exploração das populações nativas e de africanos trazidos para a América para trabalhar como escravizados. O sangue pode ser relacionado aos massacres ocorridos ao longo da colonização, que dizimaram as populações nativas. Já a pobreza pode ser associada à desigualdade social e à situação em que se encontra grande parte da população ainda hoje.


A atividade 7 permite abordar a habilidade EF08HI08, pois, por meio da análise da escultura Mão, os alunos são levados a identificar e compreender o ideário dos movimentos que levaram à independência das colônias hispano-americanas. Com base em uma imagem, os alunos devem compor suas respostas para que ampliem suas noções sobre o contexto de independências da América Latina, abrangendo o trabalho com a Competência específica de História 3.

8. A independência da América espanhola ocorreu de fórma gradativa por meio de uma série de rebeliões internas nas colônias. acêrca dêsse processo, analise a imagem a seguir e, depois, responda às questões.

Fotografia. Verso de moeda. Detalhes em relevo de um homem com cabelos compridos usando chapéu. Ao lado, o numeral 10. Ao redor, há os textos: TUPAC AMARU. DIEZ SOLES DE ORO. SESQUICENTENARIO DE LA INDEPENDENCIA DEL PERU. 1821-1971. Ao lado, reverso de moeda. Detalhes em relevo de um brasão. Ao redor, há os textos: BANCO CENTRAL DE RESERVA DEL PERU. 1971.
Moeda comemorativa dos 150 anos da independência do Peru, com rosto de Amaru dois em uma das faces, em 1971.
  1. Quem é a pessoa representada na moeda? Que grupo social ela representa?
  2. Por que êle é homenageado na comemoração de independência do Peru?
  3. Qual foi o papel das revoltas indígenas no processo de independência da América espanhola?
  4. Quais eram as principais reivindicações indígenas nesse contexto?

9. O processo de independência da América espanhola foi resultado de uma série de fatores vinculados à organização política e social colonial. acêrca dêsse movimento, leia o texto a seguir e responda às questões.

reticências Durante todo o período colonial, a tensão existente entre os encomenderos – que passavam a se constituir como uma classe social distinta na América – e os peninsulares – que a todo momento intervinham na administração colonial, seja para conter a exploração desmedida da fôrça de trabalho local, seja para aumentar a tributação sôbre produtos que estavam crescendo no mercado europeu – foi uma constante e essa disputa por poder entre criollos e tchápetones resultaria, em fins do século dezoito, nos movimentos separatistas.

reticências

VIEIRA, Roger Alves. Trabalho compulsório na América espanhola: práticas e conceitos. Igualitária, número 9, fevereiro./julho. 2017. Disponível em: https://oeds.link/jn4iVa. Acesso em: 30 março 2022.

  1. Quais são as principais diferenças entre tchápetones e criollos?
  2. De acôrdo com o texto, por que os dois grupos disputavam o poder?
  3. Como as disputas entre criollos e tchápetones influenciaram no processo de independência da América espanhola?
Respostas e comentários

8. a) Resposta: A pessoa representada na moeda é José Gabriel Condorcanqui, conhecido como Amaru dois. êle era descendente das linhagens reais incas e se proclamou como o último imperador inca. O grupo que êle representava era dos indígenas dominados pelos espanhóis no Vice-Reino do Peru.

8. b) Resposta: Porque êle liderou uma rebelião indígena, em 1780, contra os abusos dos espanhóis no território, lutando pêla restauração do império inca e pêla defesa da cultura indígena. A revolta é considerada precursora dos processos de independência do Vice-Reino do Peru.

8. c) Resposta: As revoltas indígenas contribuíram para enfraquecer o poder dos colonos espanhóis, pois trouxeram reinvindicações populares contra a exploração do trabalho e os constantes aumentos de impostos, desestabilizando a dominação espanhola.

8. d) Resposta: As principais reivindicações indígenas eram a diminuição da cobrança de impostos, a redução da carga de trabalho e a luta pêlo direito à manutenção de suas culturas tradicionais.

9. a) Resposta nas orientações ao professor.

9. b) Resposta nas orientações ao professor.

9. c) Resposta nas orientações ao professor.

  • A atividade 8 propõe a análise de uma imagem cuja personagem é Tupac Amaru II, que teve um papel importante na luta dos indígenas pêla independência do Peru. Essa atividade possibilita aos alunos compreender o protagonismo dos indígenas na luta pêla independência, assim como identificar visões de diferentes sujeitos em um mesmo contexto histórico, desenvolvendo aspectos da habilidade ê éfe zero oito agá ih um um e a Competência específica de História 4.
  • A atividade 9, ao analisar dois grupos sociais com importante papel político e econômico, como os tchápetones e os criollos, possibilita que os alunos compreendam acontecimentos históricos, relações de poder e processos de transformação e manutenção de estruturas, como foi o processo de independência da América espanhola, desenvolvendo aspectos da Competência específica de História 1.

Respostas

9. a ) tchápetones eram os espanhóis que viviam nas colônias da América, tendo direito a todos os cargos políticos e públicos. Já os criôlos eram os descendentes de espanhóis que haviam nascido em solo americano, concentrando o poder econômico.

b ) Os dois grupos disputavam o poder porque os criôlos enriqueceram durante o período colonial e passaram a exigir que também pudessem ter acesso aos cargos públicos e aos postos políticos, enquanto os tchápetones, que não detinham o poder econômico, reforçavam a diferenciação local de nascimento para o acesso à vida política.

c ) A partir de 1810, os criôlos começaram a se revoltar contra a falta de participação política, ainda que seus impostos financiassem a Coroa espanhola, organizando exércitos para lutar contra as tropas espanholas, passando a lutar péla independência de suas regiões.

10. Em toda a América espanhola, as independências ocorreram de fórmas diversas. Analise as imagens a seguir acêrca dêsse contexto e, em seguida, responda às questões.

Escultura. Um homem fardado montado em um cavalo.
Monumento a Simón Bolívar feito pêlo escultor Eloy Palacios, em Cartagena, Colômbia.
Selo. Destacando o busto de um homem usando farda miliar ornamentada e ombreiras. Na parte de cima, há o texto: Republica Argentina. Abaixo, o numeral 2, e o texto: General José de San Martin.
sêlo em homenagem a José de San Martín, Argentina, década de 1920.
Fotografia em preto e branco. Um homem com bigode, usando terno, está com uma bandeira ao redor do corpo. A bandeira é composta por uma estrela dentro de um triângulo e listas.
José Martí e a bandeira de Cuba, em obra de 1896.
  1. Quem são as lideranças retratadas nas imagens? Elas se relacionam com quais regiões da antiga América espanhola?
  2. Como ocorreu o processo de independência dessas regiões?
  3. Cada uma dessas lideranças criou um projeto diferente para a América pós-independente. Identifique projetos e os compare entre si.

11. A independência do México ocorreu por meio de um longo processo que envolveu atores sociais muito diferentes. acêrca dêsse processo, analise a imagem a seguir e responda ao que se pede.

Detalhe de pintura. Um homem calvo com cabelos brancos e usando batina, está com uma das mãos levantadas, segurando um tecido com desenho de pessoas indígenas e camponeses.
Miguel Hidalgo uái , de José Clemente Orozco. Mural. Palácio do govêrno de Jalisco, México, 1949. (Detalhe).
  1. Quem é a figura retratada no mural? Na imagem, quais grupos sociais ela representa?
  2. Como ela participou do processo de independência do México?
  3. Como a independência do México se consolidou?
  4. É possível afirmar que o México rompeu completamente suas raízes coloniais após a independência? Como você chegou a essa conclusão?
Respostas e comentários

10. a) Resposta nas orientações ao professor.

10. b) Resposta nas orientações ao professor.

10. c) Resposta nas orientações ao professor.

11. a) Resposta: A figura é o padre Miguel Hidalgo uái , que representa as comunidades indígenas e os camponeses (que estão sob o tecido que êle levanta na imagem).

11. b) Resposta: Miguel Hidalgo uái foi um dos líderes do primeiro movimento de independência do México, conhecido como Grito de Dolores, quando liderou fôrças camponesas contra as tropas coloniais, gerando vários conflitos a partir de 1810.

11. c) Resposta: A independência do México se consolidou com a queda da monarquia espanhola, que permitiu aos criollos escolherem um general para lutar contra os revoltosos locais e determinarem a independência por meio de um documento: o Plano de Iguala.

11. d) Resposta: Não, porque o país continuou seguindo o modêlo monárquico (com o govêrno de Augustín de Iturbide), os criollos mantiveram a concentração econômica e a população pobre e camponesa do país continuou em segundo plano – ao contrário do que previam os movimentos de independência iniciais.

As atividades 10 e 11 tratam dos processos de independência de diversos países da América espanhola, como a Argentina, a Venezuela, a Colômbia e o México. Essa abordagem possibilita identificar e contextualizar as especificidades dos diversos processos de independência nas Américas, dialogando com a habilidade ê éfe zero oito agá ih zero sete.

Respostas

10. a ) As lideranças são bolívar, envolvido nas independências da Bolívia, da Venezuela, da Colômbia, do Peru, do Panamá e do Equador; José de sân , que liderou os processos de independência da Argentina, do Chile e do Peru; e José martí, líder da independência de Cuba.

b ) Na América do Sul, os exércitos criôlos se dividiram em várias frentes diferentes para combater as tropas espanholas, fazendo com que elas perdessem fôrça e os movimentos saíssem vitoriosos. Em Cuba, os grandes proprietários de terras apoiavam a Coroa espanhola, de tal fórma que a independência foi conquistada somente com a intervenção dos Estados Unidos.

c ) Os três líderes defendiam a independência da América espanhola. José de sân acreditava que os novos países deveriam se tornar monarquias lideradas por chefes europeus. José martí, por sua vez, defendia o fim da escravidão e a instituição de governos republicanos. Já bolívar acreditava que as ex-colônias espanholas na América deveriam se fundir e formar um único Estado federativo e republicano, formando a Grã-Colômbia.

Atividade a mais

Para encerrar o debate sôbre as independências da América e a atual situação das nações em diálogo, apresente aos alunos a canção “Latinoamerica”, do grupo 13, distribuindo fotocópias da letra e discutindo com êles quais são os atuais problemas enfrentados, como o tráfico de drogas, a privatização dos bens públicos, o preconceito étnico e a marginalização. Mostre também como a música exalta o orgulho de ser parte da América Latina, discutindo o conceito de identidade e de pluralidade.

> , Rafael; , ; Eduardo José Cabra. Latinoamerica. Intérprete: 13. ín: Entren los que quieran. Pôrto Rico: Sony, 2010. Disponível em: https://oeds.link/8awT7S. Acesso em: 9 junho 2022.

O tema é reticências

Diversidade cultural

O Muralismo Mexicano

Muitos aspectos da história do México foram retomados no século vinte por um movimento artístico que ficou conhecido como Muralismo Mexicano. Desenvolvido na década de 1920, êsse movimento foi caracterizado pêlas pinturas feitas em paredes de edifícios públicos.

De acôrdo com as ideias dos muralistas, a arte não devia ficar restrita a ambientes como museus, galerias ou acervos de colecionadores. Por isso, os artistas muralistas passaram a valorizar a presença da arte nos espaços de grande circulação de pessoas, disponibilizando as obras a todo tipo de público nas cidades e incluindo o povo nas reflexões sôbre os assuntos nacionais.

Os temas abordados pêlo Muralismo Mexicano são variados, como episódios históricos, tradições culturais populares do país e elementos que resgatam a ancestralidade asteca. Os principais artistas muralistas dêsse período são José Clemente orosco (1883-1949), David Alfaro Siqueiros (1896-1974) e Diego Rivera (1886-1957). Este último produziu uma série de murais que cobrem uma área de 450 metros quadrados do Palácio Nacional, séde do govêrno executivo do México. Os murais são intitulados conjuntamente como A epopeia do povo mexicano e ilustram a história do México entre 1521 e 1930, sendo cada uma das partes das obras relativamente autônoma. Vamos conhecer uma delas?

Ilustração. Silhueta de uma pessoa em um andaime. Ela está de costa segurando um pincel com as mãos e pintando um muro. No muro, há desenho de cactos, sóis e figuras geométricas coloridas. Em um dos cactos, há uma águia com serpente no bico.
Respostas e comentários

Objetivos

  • Conhecer as principais características do muralismo mexicano.
  • Compreender as funções dêsse tipo de arte.
  • Refletir sôbre as manifestações artísticas da região onde o aluno vive.
  • Produzir um mural coletivo.

  • Esta seção aborda o tema contemporâneo transversal Diversidade cultural, pois propõe que os alunos compreendam as manifestações culturais dos grupos estudados durante a unidade por meio das representações dos muralistas mexicanos, discutindo o papel dessa fórma de representar o cotidiano como uma instância política e social, relacionando-a com as manifestações artísticas próximas à realidade dos alunos.
  • Por meio do conteúdo destas páginas, os alunos podem entrar em contato com a arte muralista mexicana, seus principais temas e ambientes nos quais ela frequentemente se manifesta, valorizando e participando de uma importante produção artístico-cultural latino-americana, o que favorece o trabalho com a Competência geral 3. Além disso, a utilização da linguagem iconográfica para a compreensão da cultura mexicana dialoga com aspectos da Competência específica de Ciências Humanas 7, ao mobilizar saberes dos componentes curriculares de História e de Geografia.
Ícone ‘Ciências Humanas em foco’.

Esta seção propicia também uma articulação com os conteúdos do componente curricular de Arte, pois incentiva os alunos a refletir sôbre as funções do movimento muralista, além de propor uma atividade prática, que pode ser realizada em conjunto pelos professores de ambos os componentes curriculares.

Algo a mais

Você pode mostrar aos alunos outras obras do muralismo mexicano, apresentando como elas ficam dispostas nas paredes dos prédios públicos do país. Visite o site do Museu do Palácio Nacional da Cidade do México.

> MÉXICO a través de Palacio Nacional. Disponível em: https://oeds.link/XdwWFu. Acesso em: 10 junho 2022.

Muitos murais apresentam temas históricos, como é o caso da pintura a seguir, que representa o processo de independência do México.

Ilustração. Um homem calvo, usando um casaco, uma calça e botas, está segurando com as mãos uma espada. Sobreposto à letra 'A'. Ao lado, um homem, com tecido vermelho na cabeça e usando camisa e calça, está segurando com a mão direita uma espada e, com a esquerda, um papel enrolado. Seguido, um homem, vestindo casaco e calça, está segurando uma arma. Sobreposto à letra 'B'. À direita, homem usando farda azul com detalhes em amarelo, está estendendo uma mão para o homem de casaco e calças e escondendo a outra atrás das costas. Sobreposto à letra 'D'. No fundo, pessoas segurando espadas e bastões. Sobreposto à letra 'C'. Na parte inferior, um homem indígena, rastejando no chão com tecido ao redor da cintura e uma pedra amarrada nas costas, segura uma tocha.
La importancia de Hidalgo en la Independencia, de Alfredo Zalce. Palácio do govêrno de , México, 1960. (Detalhe).

A. Os murais normalmente têm côres fortes e representações de personagens de destaque na política e na cultura mexicanas. Vê-se, por exemplo, um dos líderes do processo de independência do México, o padre Miguel Hidalgo, ao centro, segurando uma espada com a mão direita.

B. Ao lado de Hidalgo, estão duas outras lideranças do movimento: José María Morélos, com uma espada e o Decreto de Guadalajara (que propunha a abolição da escravidão), e Vicente guerrêro, que carrega uma espingarda.

C. Ao fundo, foi representada a população indígena e mestiça, armada com espadas, paus e facas, incluídos para destacar sua importância no processo de independência. Na parte de baixo, está qualtêmoc, último tlatoãni asteca, simbolizando a exploração histórica dos povos indígenas.

D. Outra figura se destaca no mural: Iturbide. Com roupas militares de gala, êle oferece uma mão a Guerrero, mas esconde suas reais intenções de dominar o país em sua outra mão.

Agora, responda às questões a seguir.

Ícone ‘Atividade oral’.

1. Quais temas costumavam ser abordados pêlo chamado Muralismo Mexicano?

Ícone ‘Atividade oral’.

2. Qual é a relação entre o mural de Alfredo Zalce e a história mexicana?

Ícone ‘Atividade oral’.

3. Em sua cidade, existe alguma pintura ou obra gráfica produzida em muros ou painéis situados em lugares públicos? Do que ela trata? Qual impressão ela causa em você? Que pessoas têm contato com essa obra? Converse com os colegas.

Respostas e comentários

Questões 1 a 3. Respostas nas orientações ao professor.

As atividades 1 a 3 possibilitam que os alunos compreendam as principais características do muralismo ao identificar os temas dos murais mexicanos, conhecer o resgate da ancestralidade neles presentes e comparar essa arte com obras de sua região, desenvolvendo aspectos da Competência geral 3.

Respostas

1. Resposta: O muralismo mexicano abordava episódios históricos, tradições características mexicanas e elementos que resgatavam a ancestralidade asteca.

2. Resposta: Como parte da temática abordada pêlo muralismo mexicano, Alfredo Zalce mostra em seu mural um conjunto de personagens que justificam o processo de independência do México como um movimento indígena e popular. êle coloca como figuras centrais as lideranças de Miguel Hidalgo uái , José Morélos e Vicente Guerrero, personagens importantes durante o chamado Grito de Dolores, em 1810, detacando também a participação popular nesse movimento. Ao mesmo tempo, Zalce retrata de Iturbide, que declarou oficialmente a independência do país em 1821, como um traidor do povo mexicano. êle ainda resgata a ancestralidade mexicana ao retratar o sofrimento de qualtêmoc.

3. Resposta pessoal. É possível que os alunos mencionem, por exemplo, a arte do grafite, que está relacionada ao universo da cultura popular. Caso não haja nenhuma obra exposta em local público na cidade onde os alunos moram, oriente-os a refletir sôbre o próprio caso citado, ou seja, os murais mexicanos. É importante que êles reconheçam, durante a discussão, a importância de as pinturas ou obras gráficas (grafites, por exemplo) ficarem em locais com grande circulação de pessoas. Dessa fórma, quem as aprecia pode interpretar as propostas dos artistas muralistas.

O que eu estudei?

Faça as atividades em uma folha de papel avulsa.

1. Entre os séculos quinze e dezenove, os ingleses e espanhóis instituíram processos de colonização diversificados na América. A êsse respeito, reproduza o quadro a seguir em uma folha de papel avulsa e complete-o corretamente.

'Ícone.Modelo'

Item

América do Sul

América do Norte (colônias do Norte e do Centro)

América
do Norte (colônias do Sul)

Colonizador

Divisão social

Economia e trabalho

Independência

  1. Quais foram os fatos históricos ocorridos na Europa que influenciaram no processo de independência das nações americanas? Como êles ajudaram a fortalecer os ideais de emancipação?
  2. Como os países europeus lidaram com a consolidação das independências americanas?
  3. A respeito da educação nas Treze Colônias inglesas, copie na folha avulsa apenas a alternativa correta.
    1. A educação foi um aspecto negligenciado pelos colonos ingleses na América, pois não havia grande interêsse em ocupar a terra para formar uma comunidade no local.
    2. A educação formal nas Treze Colônias ficou a cargo dos padres jesuítas da Companhia de Jesus. Além da alfabetização, êles catequizaram os colonos ingleses, convertendo-os ao catolicismo.
    3. Apesar da grande preocupação dos colonos ingleses com a educação, o nível de analfabetismo nas Treze Colônias era considerado maior em comparação a outras colônias americanas.
    4. A educação era muito importante, tanto que, em 1647, foi publicada uma lei em massachússetis que determinou a obrigatoriedade de um professor para cada povoado que tivesse mais de cinquenta famílias nas Treze Colônias.
Respostas e comentários

1. Respostas nas orientações ao professor.

2. Resposta: A expansão napoleônica pêla Europa e o processo de destituição do rei da Espanha, no início do século dezenove, influenciaram diretamente a independência das nações americanas, pois enfraqueceram a monarquia espanhola e permitiram que os exércitos criollos ganhassem fôrça.

3. Resposta: Inicialmente, as antigas metrópoles não reconheceram as independências das ex-colônias americanas. Na maioria dos casos, êsse posicionamento desencadeou guerras armadas e culminou em um conjunto de decisões diplomáticas, sob a influência de outras potências que reconheceram os novos países, como a França e a Holanda.

4. Resposta: Alternativa d.

1 a 3. Objetivos

As atividades permitem avaliar o que os alunos compreenderam sôbre os diversos processos de colonização e de independência nas Américas, seus aspectos populacionais e suas conformações territoriais, como especifica a habilidade ê éfe zero oito agá ih zero sete. Elas também contribuem para desenvolver aspectos da Competência específica de História 2.

Como proceder

Caso algum aluno apresente dificuldade para realizar essas atividades, solicite-lhe que retome os conteúdos sôbre a colonização e os processos de independência das colônias espanholas da América do Sul e das colônias inglesas da América do Norte. Especificamente sôbre a atividade 2, se necessário, explique novamente a influência que a expansão napoleônica e o enfraquecimento do rei espanhol tiveram no processo de independência da América espanhola.

Resposta

1. Colonizador – América do Sul: Espanha; América do Norte (Colônias do Norte e do Centro) e América do Norte (Colônias do Sul): Inglaterra.

Divisão social – América do Sul: tchápetones, criollos, mestiços e indígenas. Em poucas regiões, africanos escravizados; América do Norte (Colônias do Norte e do Centro): organização baseada em unidades familiares com autogoverno; América do Norte (Colônias do Sul): grandes proprietários de terras, africanos escravizados, poucos trabalhadores livres.

Economia e trabalho – América do Sul e América do Norte (Colônias do Sul): plantation, com base na mão de obra escravizada, na monocultura, na produção em latifúndios para exportação; América do Norte (Colônias do Norte e do Centro): desenvolvimento comercial e industrial, agricultura familiar, com uso principal de mão de obra livre.

Independência – América do Sul: por meio da organização de exércitos criollos contra tropas espanholas, de fórma descentralizada; América do Norte (Colônias do Norte e do Centro) e América do Norte (Colônias do Sul): revoltas a partir do aumento do contrôle metropolitano sôbre os impostos e o comércio.

4. Objetivo

Esta atividade de múltipla escolha permite avaliar a compreensão dos alunos sôbre a educação nas Treze Colônias inglesas.

Como proceder

Caso algum aluno apresente dificuldade, leia conjuntamente as alternativas e solicite-lhe que converse e destaque a informação incorreta em cada uma delas.

5. Cuba foi um dos últimos países que se tornaram independentes da Espanha. A foto a seguir mostra o momento em que um general cubano recebe as tropas estadunidenses em Cuba, em 1898. Analise-a e responda às questões.

Fotografia em preto e branco. À esquerda, homem com bigode, usando casaco, calça e lenço no pescoço. Ao lado, homem robusto com cabelos e bigode branco, usando camisa, calça e botas. Atrás, homens usando chapéu, camisa e calça. Eles estão de pé e ao lado de uma cabana de palha.
General Calixto Garcia (centro-direita) e Brig. General William (centro esquerdo), no momento do desembarque do exército americano, em 1898.
  1. Em que a independência de Cuba se diferenciou das demais colônias espanholas?
  2. Por que os cubanos se aliaram aos EUA nesse processo, como indica a imagem?
  3. Como os Estados Unidos se organizavam naquele contexto posterior à sua independência?
  4. Quais foram as consequências dessa aliança para Cuba?

6. No início do século vinte, os livros didáticos mexicanos indicavam que a independência da América espanhola teve relação direta com o tratamento dado aos colonos. A respeito disso, leia o texto a seguir e responda ao que se pede.

reticências

Os mestiços, sempre vistos com desconfiança pelos estrangeiros, porque combinavam as qualidades de uma civilização nascente, herdada dos Astecas, com as de uma civilização avançada, transmitida pelos espanhóis, eram mantidos à distância de toda gestão pública e, portanto, condenados a um obscurantismo que não passava, em última instância, de mais um estímulo para suas aspirações de homens livres.

reticências

, Celso. El niño ciudadano: lêcturas acêrca de . México: , 1909. página 2930. (Tradução nossa).

  1. Por que o texto afirma que os criollos combinavam as qualidades de duas civilizações?
  2. Como a exclusão política dos criollos estimulou o processo de independência da América espanhola, como afirma o texto?
  3. De que maneira os criollos da América espanhola se assemelhavam e se diferenciavam dos agentes responsáveis pêlo processo de independência dos Estados Unidos?
Respostas e comentários

5. a) Resposta: A independência de Cuba foi uma das últimas a ocorrer na América espanhola e dependeu da intervenção dos Estados Unidos para se consolidar.

5. b) Resposta: Em 1898, a Espanha foi acusada de destruir um navio dos Estados Unidos que estava aportado em Havana, contribuindo para que os estadunidenses se aliassem aos cubanos contra os espanhóis.

5. c) Resposta nas orientações ao professor.

5. d) Resposta nas orientações ao professor.

6. a) Resposta: Porque os criollos eram indivíduos nascidos na América (lógo, herdavam parte das tradições do passado mesoamericano), ao mesmo tempo em que pertenciam a linhagens de origem espanhola.

6. b) Resposta nas orientações ao professor.

6. c) Resposta: Tanto os criollos quanto os agentes da independência dos Estados Unidos eram nascidos em solo colonial. Contudo, os criollos não tinham acesso a cargos públicos e sua participação política era bastante restrita, enquanto os membros da independência dos Estados Unidos eram formados por uma elite letrada que participava ativamente da política das Treze Colônias.

5. Objetivo

A atividade permite avaliar se os alunos sabem identificar e contextualizar as especificidades do processo de independência de Cuba, desenvolvendo a habilidade ê éfe zero oito agá ih zero sete.

Como proceder

Caso algum aluno apresente dificuldade, solicite-lhe que leia novamente o que se pede em cada item ê, na sequência, que retome a leitura do capítulo, buscando anotar os conteúdos que ajudem a responder a cada uma das questões.

Respostas

5. c ) Os Estados Unidos tinham se tornado uma república federativa regida por uma Constituição, ainda que os estados, separadamente, tivessem autonomia para criar leis e se administrarem. O país tinha passado recentemente pêla Guerra de Secessão e havia abolido a escravidão havia menos de 30 anos.

5. d ) Os Estados Unidos ocuparam Cuba por três anos e assinaram a Emenda Plát, que garantia aos estadunidenses a intervenção política direta na ilha, caso seus interêssis fossem ameaçados. O inglês passou a ser a língua oficial, o dólar foi instituído como moeda corrente e a história dos Estados Unidos se tornou matéria escolar em Cuba.

6. Objetivo

A atividade permite avaliar se os alunos sabem identificar e contextualizar o papel que os criollos e os tchápetones tiveram no processo de independência da América espanhola, desenvolvendo aspectos da habilidade ê éfe zero oito agá ih um um.

Como proceder

Caso algum aluno apresente dificuldade, oriente-o a ler novamente o texto apresentado na atividade, bem como as questões relacionadas a êle, e na sequência, peça-lhe que retome no capítulo os principais pontos sôbre o tema, buscando anotar os conteúdos que auxiliem a responder a cada uma das questões.

Resposta

6. b ) A exclusão política dos criollos levou a uma crescente insatisfação no território americano, visto que êles detinham o poder econômico, mas deveriam obedecer às decisões políticas dos Dessa fórma, êles também passaram a lutar por poder político e entenderam que isso só seria possível com a independência.

Glossário

Exclusivo comercial
: também conhecido como pacto colonial, estabelecia o monopólio da metrópole sôbre a colônia, com o objetivo de gerar lucros para a metrópole. Assim, as colônias podiam comercializar apenas com a metrópole.
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Criollos
: descendentes de espanhóis nascidos na América.
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Chapetones
: espanhóis que migraram para a América.
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Imigrante
: pessoa que se estabelece em outro país por diferentes motivos, como em busca de emprêgo e melhores condições de vida.
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Refugiado
: imigrante que solicita refúgio em outro país, geralmente por fugir de guerras ou de perseguição política, religiosa ou social no local de origem.
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Xenofobia
: preconceito contra pessoas estrangeiras.
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