UNIDADE 1  Contos e mais contos

As propostas desta unidade do seu livro de Língua Portuguesa foram desenvolvidas em quatro etapas que se completam.

Fotografia. Um livro aberto na horizontal com páginas em bege-claro. Sobre elas, pequenas esculturas de árvores secas, sem folhas, feitas com páginas de livro, da mesma cor. Na ponta da direita, uma casa pequena no mesmo tom, na vertical e com telhado, e com luz amarelada dentro. O fundo é na cor preta.

EU SEI

O que são contos?

Compreender o valor cultural dos contos e sua função social.

Fotografia. Vista parcial de mulheres indígenas em fila, com pinturas em preto pelo corpo, colares com miçangas em preto, vermelho e branco, cabelos longos pretos. À frente, a mulher traz sobre a cabeça a alça de um pequeno cesto de palha que se apoia em suas costas, na altura do ombro esquerdo. Uma das mulheres traz uma criança de aproximadamente 2 anos no colo. Essa criança está com o corpo pintado de preto e também traz na cabeça a alça de um pequeno cesto de palha que se apoia em suas costas, na altura da nuca. Ao fundo, vê-se o local com solo marrom e vegetação rasteira em verde.

EU VOU APRENDER

Capítulo 1 – Conto indígena

Compreender as tradições e os valores culturais transmitidos pelos contos.

Capítulo 2 – Conto de artimanha

Compreender as características do conto, o contexto de produção e a circulação desse gênero textual.

Fotografia. Vista geral de local com solo marrom, com muitas árvores de troncos longos e finos, com folhas em verde. Entre elas, vê-se uma casa na horizontal, com telhado de palha marrom. No alto, céu visto parcialmente em azul-claro.

EU APRENDI!

Atividades de compreensão textual, reflexão e análise da língua e ampliação da aprendizagem.

Fotografia. Uma menina vista da cintura para cima, de cabelos escuros, encaracolados e curtos. Ela está vestida com roupa branca com listras azuis, segurando com as mãos um livro aberto de capa marrom. A menina olha para ele, olhar para baixo e sorrindo.

VAMOS COMPARTILHAR

Livro de contos

Promover a interação com os colegas e com a comunidade escolar por meio da divulgação do livro de contos da turma.

EU SEI

O que são contos?

Provavelmente, você já conhece alguns contos, como os contos de fadas, os contos fantásticos e os contos populares. Sabe que, com eles, descobrimos personagens, cenários e enredos até então desconhecidos, mas que fazem nossa imaginação ir longe.

Observe as imagens a seguir, inspiradas em contos. Elas retratam cenas das histórias por meio de livros-escultura e ilustrações.

Fotografia. Um livro aberto na horizontal com páginas em bege-claro. Sobre elas, pequenas esculturas de árvores secas, sem folhas, feitas com páginas de livro, da mesma cor. À esquerda, silhueta da mesma cor de duas crianças. Na ponta da direita, uma casa pequena no mesmo tom, na vertical e com telhado, e com luz amarelada dentro. O fundo é na cor preta.
Fotografia. Em uma moldura na vertical, marrom, com um arco na parte superior, dentro, um livro aberto na horizontal. Ele tem páginas em bege e traz em cima a escultura da mesma cor de uma pequena casa e de uma árvore na vertical, grande. Na ponta superior, entre os galhos, está um castelo com muitas torres finas e altas.
Cenas de livros-escultura, da artista inglesa . Na primeira imagem, cena inspirada no conto João e o pé de feijão, intitulada The Beanstalk (O pé de feijão), 2018. Na segunda, cena inspirada em João e Maria, intitulada Once Upon a Time, (Era uma vez), 2016.
Ilustração. Um local com vegetação densa, árvores e montanhas, à direita, a torre de um castelo vista parcialmente, de pedra de cor cinza. Acima, na janela, vê-se uma garota loira de cabelos longuíssimos trançados, jogados para fora da janela. Ela está de olhos fechados, com roupa de mangas curtas em branco. Abaixo, de frente para a torre, um rapaz visto dos joelhos para cima, de cabelos loiros longos, blusa branca e colete azul por cima, com o braço esquerdo para cima, olhando para a garota na torre. Na parte superior, céu em azul-claro e nuvens brancas.
Rapunzel é um dos contos de fadas da tradição popular, adaptado e publicado pela primeira vez pelos Irmãos grim, no início do século dezenove.
Ilustração. Em um local com vegetação densa verde, flores de pétalas claras e outras em laranja-claro. Ao centro, uma garota ajoelhada de frente para um monstro, ajoelhado para ela. A garota tem cabelos longos castanhos, armados, coroa sobre a cabeça, de vestido de mangas compridas em amarelo e um véu translúcido sobre as costas. Ela está com as mãos sobre o rosto do monstro, de pelos marrons, de roupa do mesmo tom, gola e mangas com babados em branco.
A Bela e a Fera é um conto de fadas francês originalmente escrito por Gabriele-Suzane Barbô. A versão mais conhecida e parecida com a que temos hoje é de autoria de jeane marri Leprince de Bômon, publicada no século dezoito. Desde então, várias adaptações foram feitas para o teatro, para o cinema e como desenhos animados.

▶ Você conhece algum desses contos ou outros? Se sim, comente quais.

Por meio dos contos, podemos conhecer as mais diferentes histórias e os personagens mais inusitados, vivenciar cenários fantásticos e enredos muitas vezes surpreendentes.

Ícone atividade em dupla.

1. Para você, o que são contos? Converse com um colega e formulem hipóteses. Depois, compartilhem suas conclusões com o professor e a turma.

Ícone atividade em grupos.

2. Em grupos, pensem em contos que foram significativos para vocês, aqueles que vocês lembram até hoje. Selecionem um deles.

▶ Qual seria a finalidade desse conto: emocionar, divertir, informar, instruir?

  1. Agora, pesquisem em enciclopédias ou bibliotecas virtuais ou físicas a origem desse conto.
  2. Apresentem à turma o que vocês descobriram.

EU VOU APRENDER  Capítulo 1

Conto indígena

Os contos que conhecemos hoje não são exatamente iguais aos que os originaram. São histórias impregnadas da cultura de quem as conta e da época em que são contadas, dando origem a diferentes versões. Essas versões, porém, mantêm os elementos principais, que nos permitem reconhecer as histórias.

Os contos nos fazem pensar e nos motivam a explorar caminhos desconhecidos. Podem causar medo ou nos encantar e até mesmo nos fazer rir. Há também os que nos fazem refletir sobre nossos atos e provocam emoção. Outros retratam a cultura, as crenças e as tradições de um povo, levando-nos a perceber a diversidade cultural em que estamos imersos, como o conto que leremos a seguir.

Fotografia. Vista parcial de mulheres indígenas em fila, com pinturas em preto pelo corpo, colares com miçangas em preto, vermelho e branco, cabelos longos pretos. À frente, a mulher traz sobre a cabeça a alça de um pequeno cesto de palha que se apoia em suas costas, na altura do ombro esquerdo. Uma das mulheres traz uma criança de aproximadamente 2 anos no colo. Essa criança está com o corpo pintado de preto e também traz na cabeça a alça de um pequeno cesto de palha que se apoia em suas costas, na altura da nuca. Ao fundo, vê-se o local com solo marrom e vegetação rasteira em verde.
Mulher mundurukú e as pinturas culturais.
Ícone atividade oral.
  1. Você conhece alguma história ou lenda indígena? Se sim, conte aos colegas.
  2. Você já ouviu falar sobre o povo mundurukú? O que sabe desse grupo indígena?
  3. Leia o título do conto a seguir. O que ele sugere? Qual será o tema?
  4. Faça uma leitura compartilhada com os colegas e o professor.

O saber das avós

Às mulheres velhas chamamos avós. Todas são nossas avós e temos muito respeito por elas. São pessoas especiais, experientes, bondosas. Sabem acolher como ninguém e nada passa desapercebido a elas. Funcionam como “antenas” da comunidade, pois sabem ouvir e dar conselhos a todas as pessoas.

Elas têm um carinho especial pelas crianças. Gostam de ensinar, contar histórias enquanto tecem os cestos ou confeccionam artefatos de barro.

Lembro-me de um dia em que cheguei junto de minha avó enquanto ela confeccionava um cesto novo. Seus dedos ágeis teciam as talas de bambu com tanta velocidade que era difícil acompanhá-la. Quando notou minha presença, convidou-me para sentar.

— Como vai o meu neto hoje?

— Estou bem, minha avó.

— Não diga que está bem quando você não está. O que aconteceu?

Ilustração. Uma anciã indígena junto com duas crianças. Ela tem cabelos longos escuros, com pinturas no rosto e no corpo em preto, com vestimenta regata em azul, com colar de miçangas no pescoço. Ela está com as mãos sobre os ombros de uma das crianças à frente dela, pequeno, de cabelos lisos pretos com franja, sem camiseta, colar no pescoço e short em vermelho com listras em preto. Ele está com o braço esquerdo sobre a mão esquerda do adulto e o braço direito esticado para a direita. Perto deles, uma menina um pouco maior, de cabelos longos e franja em preto, com vestido regata em vermelho, com um colar no pescoço em preto. Ambos estão descalços.

— Briguei com meu melhor amigo. Não foi por querer, mas ele me chateou muito.

— O que aconteceu para você ficar tão magoado?

— Ele disse que eu não era corajoso como ele.

Ao ouvir minhas palavras, minha avó levantou-se da esteira onde estava e veio ao meu encontro. Sentou-se num banquinho de tronco de árvore e pediu-me para sentar no seu colo, pois queria ver se eu tinha piolhos. Obedeci.

— O que você acha que levou seu amigo a dizer isso a seu respeito?

— Não sei. Acho que pode ter sido por causa da menina Kaamá.

— Ele disse isso pra você na frente de Kaamá?

— Disse, sim. Eu fiquei envergonhado e muito bravo com ele.

— Compreendo. Apenas acho que ele não fez por mal, ou porque não gosta de você. Ele apenas viveu um momento infeliz. Você precisa procurar seu amigo e conversar com ele.

— Não estou com vontade de conversar com ele nunca mais.

— Você está crescendo, meu neto. Já é quase um homem e precisa encarar os desafios de frente, sem correr ou se esconder deles. Precisa entender que as pessoas erram. Algumas vezes, erram sem ter noção de que estão fazendo algo ruim. Os amigos, às vezes, cometem erros também.

— Mas, vó, ele sabe que eu gosto de Kaamá. Por que ele foi dizer isso logo perto dela? Assim, ela vai achar que não sirvo para ser seu namorado.

Minha avó deve ter sorrido por sobre minha cabeça. Senti seu peito sacudir meu corpo. Era um sorriso de compreensão. Ela já devia ter ouvido tantas vezes essas conversas que pensava como a história das pessoas se repete. Afagou meu cabelo comprido com muito carinho.

— Nada há que eu lhe diga que possa diminuir sua desconfiança. Só você poderá resolver isso junto com seu amigo e Kaamá.reticências É porque coragem não é só enfrentar onças e surucucusglossário , bichos ferozes ou espíritos da floresta. Coragem é a gente olhar dentro de si mesmo e ser capaz de tomar as atitudes mais adequadas para viver bem. Compreendeu, meu neto?

Fiz que sim com a cabeça e percebi que era hora de ir embora. No caminho, topei com meu amigo. Ele me olhou, desconfiado. Talvez achasse que eu ia brigar com ele. Não fiz isso. Eu o abracei e fomos brincar no igarapéglossário .

Ilustração. Um animal similar a um sapo de cor laranja, olhos amarelos com listra em preto, patas com ventosas sobre uma folha grande em verde. Ele olha para a direita.

mundurukú, Daniel. Catando piolhos, contando histórias. Ilustrações de Maté. primeira edição São Paulo: Escarlate, 2014. página 36-39.

COMPREENSÃO TEXTUAL

Responda às questões no caderno.

Ícone atividade oral.
  1. Você gostou da história? Comente com os colegas e o professor.
  2. Para você, qual é a principal ideia transmitida nesse conto?
  3. Que fato desencadeou o conto?
  4. Para você, quando o fato aconteceu?
  5. Identifique no texto o trecho em que a avó explica ao neto que as pessoas erram. Você concorda com o ponto de vista da avó? Por quê?
  6. Para a avó, o que torna uma pessoa corajosa?
  7. Como podemos perceber que o neto entendeu o que a avó explicou?
  8. Releia este trecho e faça o que se pede.

No caminho, topei com meu amigo.

  1. Responda: Qual é o significado da palavra destacada nessa frase, de acordo com o contexto?
  2. Reescreva a frase usando outra palavra, sem alterar o sentido.
Versão adaptada acessível

Atividade 8, itens a, b.

  1. Responda: Qual é o significado da palavra "topei" nessa frase, de acordo com o contexto?
  2. Reescreva a frase usando outra palavra, sem alterar o sentido.

9. No texto, o próprio personagem é o narrador, como vimos. Há momentos em que ele narra a história e há outros em que ele introduz a fala dos personagens. Que tipo de discurso foi utilizado para representar o diálogo entre ele e a avó?

▶ Identifique os discursos diretos expressos no texto. Que recursos linguísticos levaram você a descobrir quando o discurso é direto e quando o discurso é indireto? Explique.

Ilustração. Na horizontal, elementos sobrepostos. Da esquerda para a direita: Uma mulher indígena, vista da cintura para cima de cabelos longos e franja em preto, com lábios grossos e olhando para a frente. Perto dela, insetos com contornos em preto, ao redor. Ao centro, um coqueiro de cor verde e ao fundo, esferas coloridas em laranja. À direita, um galho de árvore marrom, com um pássaro de penas em laranja e ao lado, peixe na vertical em azul. Ao fundo, triângulos coloridos em amarelo, laranja e verde.
  1. Volte ao conto lido e identifique quem são:
    1. os personagens principais;
    2. os personagens secundários.
  2. Copie no caderno a alternativa correta. O narrador da história é um:
    1. narrador-personagem;
    2. narrador-observador;
    3. narrador onisciente.

▶ Que indício no texto levou você a identificar o tipo de narrador?

  1. Onde se passa a história?
  2. Copie o quadro no caderno. Depois, preencha-o indicando a estrutura do conto “O saber das avós”.
Ícone modelo
Estrutura do conto (enredo)

Introdução
(situação inicial)

Desenvolvimento
(surgimento do conflito)

Clímax
(momento de maior tensão)

Desfecho ou final
(solução do conflito)

Ícone atividade em dupla.

14. Para encerrar: Você agiria como o narrador em relação ao desentendimento com o amigo ou de modo diferente? Por quê?

Para ampliar

Daniel mundurukú (Belém, Pará, 28 de fevereiro de 1964) é um escritor e professor paraense, pertencente ao povo indígena mundurukú. É autor de vários livros, tendo recebido inúmeros prêmios nacionais e internacionais por sua obra literária. Ativista engajado no Movimento Indígena Brasileiro, reside em Lorena, interior de São Paulo, desde 1987.

Para saber mais, acesse o link: https://oeds.link/Z5sj8N. Acesso em: 15 abril 2022.

LÍNGUA E LINGUAGEM

Substantivo – função e flexão

Responda às questões no caderno.

Ícone atividade oral.

1. Releia este trecho do conto e observe as palavras em destaque para responder às atividades a seguir.

Versão adaptada acessível

Atividade 1.

Releia este trecho do conto e observe as palavras "avó", "esteira", "banquinho", "piolhos", "amigo", "menina" e "Kaamá" para responder às atividades a seguir.

Ao ouvir minhas palavras, minha avó levantou-se da esteira onde estava e veio ao meu encontro. Sentou-se num banquinho de tronco de árvore e pediu-me para sentar no seu colo, pois queria ver se eu tinha piolhos. Obedeci.

— O que você acha que levou seu amigo a dizer isso a seu respeito?

— Não sei. Acho que pode ter sido por causa da menina Kaamá.

— Ele disse isso pra você na frente de Kaamá?

— Disse, sim. Eu fiquei envergonhado e muito bravo com ele.

  1. Analisando as palavras destacadas, responda: O que todas têm em comum? Para responder, pense no papel que elas desempenham no texto.
  2. O que a palavra “banquinho” revela sobre o objeto a que se refere? Como você chegou a essa conclusão?
  3. Cite outras palavras do trecho que desempenhem a mesma função das palavras destacadas.
Versão adaptada acessível

Atividade 1, itens a até c.

  1. Analisando as palavras mencionadas, responda: O que todas têm em comum? Para responder, pense no papel que elas desempenham no texto.
  2. O que a palavra “banquinho” revela sobre o objeto a que se refere? Como você chegou a essa conclusão?
  3. Cite outras palavras do trecho que desempenhem a mesma função das palavras mencionadas.

Os substantivos são palavras que nomeiam seres (reais ou imaginários), objetos, sentimentos, ações, acontecimentos, lugares, ideias etcétera. Eles podem ser classificados em: comuns, próprios, simples, compostos, primitivos, derivados, concretos, abstratos e coletivos. Além disso, sua fórma pode ser alterada para mostrar alguns aspectos: masculino e feminino, singular e plural, aumentativo e diminutivo.

2. Leia este poema de Carlos Drumôn de Andrade.

Cidadezinha qualquer

Casas entre bananeiras

Mulheres entre laranjeiras

pomar amor cantar.

Um homem vai devagar.

Um cachorro vai devagar.

Um burro vai devagar.

Devagar… as janelas olham.

Eta vida besta, meu Deus.

ANDRADE, Carlos Drumôn de. Nova reunião: 23 livros de poesia. Rio de Janeiro: béstibolso, 2009. volume 1, página 31.

  1. O título do poema traz uma palavra no diminutivo. Por qual razão o autor teria utilizado essa palavra?
  2. Na primeira estrofe, o autor utiliza as palavras “casas” e “mulheres”, no plural. O que ele quis mostrar com isso?
  3. Na segunda estrofe, o autor faz menção a “um homem”, “um cachorro” e “um burro”. Podemos dizer que ele especifica esses seres? Por quê?

Os substantivos comuns são aqueles que denominam seres da mesma espécie ou elementos de determinado grupo, de fórma genérica. Eles são escritos com letra inicial minúscula. Já os substantivos próprios são aqueles que particularizam seres ou elementos, especificando-os. Eles são escritos com letra inicial maiúscula.

3. Leia a notícia a seguir para responder às atividades.

Espécie nova de água-viva é batizada em homenagem ao Centro de Biologia Marinha da úspi

Do tipo medusa-da-lua, “Aurelia ” é uma das dez novas espécies descritas por estudo que analisou geneticamente amostras de vários países

Ciências / Ciências Biológicas – https://oeds.link/sx1Yhp.

Publicado: 08/04/2022

Estudo que reuniu pesquisadores de Brasil, Argentina e Estados Unidos descreveu dez novas espécies de águas-vivas do gênero Aurelia, que anteriormente tinha apenas sete espécies reconhecidas formalmente. Uma das novas espécies foi batizada de Aurelia , em homenagem ao Centro de Biologia Marinha (Cebimar) da úspi, onde a amostra foi coletada.

reticências

Fotografia microscópica. Uma água-viva com o corpo arredondado translúcida, com o contorno em tons de laranja-claro, com protuberâncias dentro e fundo em preto.
Aurelia , nova espécie de água-viva encontrada no litoral dos estados de São Paulo e Sergipe.

ESPÉCIE nova de água-viva é batizada em homenagem ao Centro de Biologia Marinha da úspi. Jornal da úspi, São Paulo, 8 abril 2022. Disponível em: https://oeds.link/SNadOm. Acesso em: 17 abril 2022.

  1. No título da notícia, há um substantivo formado por mais de uma palavra. Qual é ele?
  2. No texto, esse mesmo substantivo aparece no plural. De que modo ele é escrito? Por que foi usado no singular e no plural?

Quando os substantivos são formados apenas por uma palavra, o que é mais comum, eles são chamados de simples. Quando são formados por mais de uma palavra, os substantivos são chamados de compostos, como no caso de “água-viva”.

4. Leia esta tirinha para responder às atividades a seguir.

Tirinha. Composta por quatro quadros, apresenta como personagens: Lucy, menina de cabelos curtos pretos, de vestido de mangas curtas bufantes em azul e boné branco sobre a cabeça. Minduim, menino de camiseta em amarelo e preto, bermuda preta e sapatos em marrom. As cenas se passam em um local aberto com vegetação rasteira verde. Q1 – Lucy à esquerda, caminhando para a direita, com o braço esquerdo para cima, diz a Minduim, sentado à frente dela: EI, TREINADOR, EU TENHO UMA SUGESTÃO PRA AJUDAR NOSSO TIME. Ele olha para frente, com boca fechada, sentado sobre um banco de madeira. Ao fundo, céu azul-claro. Q2 – Lucy, à esquerda, vista dos ombros para cima, diz: ESTE ANO VOCÊ DEVIA DEIXAR EU LEVAR A LISTA DE JOGADORES PRO JUIZ. À direita, Minduim a observa. O fundo é em amarelo. Q3 – Lucy e Minduim sentados sobre o banco, um ao lado do outro. O menino fala para Lucy: E COMO ISSO VAI AJUDAR O NOSSO TIME? Q4 – Foco nos dois, Lucy, à esquerda sentada, olhando sorrindo para Minduim, diz: JUÍZES NÃO RESISTEM A UMA CARINHA BONITA! O fundo é em amarelo.

chuls, tcharles em. Minduim. Estadão, São Paulo, 11 março 2022. Disponível em: https://oeds.link/y1DRql. Acesso em: 17 abril 2022.

  1. Que palavra Lucy utiliza para se dirigir a Minduim? Por que ela utilizou essa palavra?
  2. A palavra que você encontrou se origina de outra palavra. Qual seria ela?
  3. Se a função fosse desempenhada por Lucy, qual seria a palavra utilizada?
  4. O que Lucy quis dizer com a frase “Juízes não resistem a uma carinha bonita”? Por que ela teria utilizado o substantivo cara no diminutivo?

Os substantivos primitivos são aqueles que não se formam com base em nenhuma outra palavra. Os substantivos derivados são aqueles que se originam de uma palavra já existente.

5. Leia esta outra tirinha.

Tirinha. Composta por um quadro, apresenta dois personagens: um homem de nariz grande, com chapéu em marrom e vestes longas em verde. Outro homem de nariz grande, com chapéu cinza sobre a cabeça e vestes longas em vermelho. As cenas se passam em local aberto com rua cinza e vegetação verde, com um prédio ao centro. Os dois homens à direita, caminhando para a esquerda. O de roupa vermelha pergunta: O QUE VAI SER: RAPIDEZ OU PRECISÃO? No prédio, de cor laranja-claro, com uma porta e uma janela em cada lado. Acima, letreiro, à esquerda: FAST FOOD e à direita: COMIDA JAPONESA. Ao fundo, céu em azul-claro e partes em branco.

. O Estado de S. Paulo. São Paulo, 1º abr. 2022. Caderno 2, p. C6.

  1. Qual é a relação entre os letreiros dos restaurantes e os dois substantivos utilizados pelo personagem de vermelho?
  2. O que esses substantivos indicam?

Os substantivos abstratos designam sensações, conceitos, ideias, sentimentos etcétera. Por outro lado, os substantivos concretos dão nome a seres, objetos e lugares de existência própria, real ou imaginária.

6. Leia o fragmento de notícia a seguir para responder às atividades.

FOTOS: Saiba tudo sobre a revoada de papagaios que só acontece em Urupema durante o outono

Urupema recebe mais de 20 mil papagaios-charão vindos do Rio Grande do Sul atrás de alimento durante os meses de fevereiro a maio

Com a chegada do outono no Brasil, não é apenas a temperatura que muda. Em Santa Catarina, um fenômeno da natureza toma conta do céu de Urupema, na Serra Catarinense: um bando de mais de 20 mil pássaros, vindos do Rio Grande do Sul, cruza o céu da cidade diariamente para se alimentar de pinhãoglossário . É a revoada do papagaio-charão, espécie ameaçada de extinção, que vem para o estado atraída pela semente da Araucária.

reticências

31 MARÇO 2022 ÀS Patricia Stal Galhioti, FLORIANÓPOLIS

Fotografia. Vista geral de um céu em azul-claro, com dezenas de papagaio-charão sobrevoando uns perto dos outros. Esses pássaros têm penas em verde, vistos com sombra em preto e luz solar em amarelo.
O papagaio-charão, também conhecido como papagaio-da-serra, é a única espécie migratória de papagaio no Brasil.

FOTOS: Saiba tudo sobre a revoada de papagaios que só acontece em Urupema durante o outono. êne dêmais, Florianópolis, 31 março 2022. Disponível em: https://oeds.link/qJZSyO. Acesso em: 17 abril 2022.

  1. Do que trata a notícia?
  2. Você conhece o significado do substantivo revoada? Se não souber, tente compreender pelo contexto.
  3. Por que o verbo acontecer, na manchete, está no singular?

O substantivo coletivo pode designar animais, pessoas, profissões, objetos, entre outros. Embora a palavra se refira a vários seres, ela é sempre escrita no singular, a não ser que haja mais de um grupo. Por exemplo, na frase “Dois cardumes foram avistados pelos banhistas”, o substantivo coletivo cardume (que indica um conjunto de peixes) está no plural porque os banhistas avistaram mais de um.

ACENTUAÇÃO

Sílabas tônicas e palavras oxítonas

Responda às questões no caderno.

Ícone atividade oral.

1. Leia em voz alta as palavras a seguir.

condor     âmago     látex     Nobel

têxtil     íngreme     ruim     avaro

  1. Comente com os colegas o significado daquelas que você conhece. Para compreender as demais, consulte um dicionário e, caso ainda tenha dúvidas, pergunte ao professor.
  2. Como você se orientou para ler essas palavras?

As sílabas tônicas são aquelas pronunciadas com mais intensidade. Por sua vez, as sílabas átonas são aquelas que pronunciamos com menos intensidade.

2. Copie as palavras da atividade 1 no caderno, circule a sílaba tônica de cada uma delas e sublinhe .

O acento tônico é aquele que se relaciona à intensidade com que pronunciamos determinada sílaba.

O acento gráfico é um sinal utilizado em determinadas palavras para indicar a sílaba tônica.

  1. Observe as palavras e responda: Quais dessas palavras têm acento gráfico para representar a sílaba tônica?
  2. Leia a tirinha a seguir.
Tirinha em preto e branco. Composta por quatro quadros. Apresenta como personagens: Calvin, menino pequeno de cabelos arrepiados, vestido com camiseta listrada. Haroldo, um tigre com listras em branco e preto e focinho pequeno escuro. As cenas se passam de frente para uma mesa preta. Q1 – À esquerda, Calvin, segurando um livro nas mãos, olhando para ele com o cenho franzido diz: EU NÃO PRECISO ESTUDAR! EU NÃO PRECISO APRENDER! À direita, Haroldo olhando para Calvin, com os olhos bem abertos. Q2 – Calvin, à esquerda, com as sobrancelhas para cima, boca bem aberta e mão esquerda para cima. Ele fala: EU POSSO SOBREVIVER SÓ COM A MINHA BELEZA E CHARME! À direita, Haroldo olhando para frente, ao longe. Q3 – Calvin, à esquerda, boca fechada, olhos bem abertos, braços ccruzados e o livro sobre a mesa. À direita, Haroldo com os olhos para cima. Q4 – Calvin, à esquerda, olhando para a direita, com o cenho franzido, observando Haroldo, de frente para ele. Calvin, diz: EU NÃO OUVI VOCÊ CONCORDAR, BOLA DE PELO. À direita, Haroldo, com a mão direita para frente e mão esquerda sobre o rosto, fala: ME DIZ UMA COISA. É A ELETRICIDADE ESTÁTICA QUE FAZ SEU CABELO ARREPIAR?

O melhor de Calvin. Estadão, São Paulo, 20 março 2022. Disponível em: https://oeds.link/A8UM2z. Acesso em: 17 abril 2022.

  1. O que levou Calvin a dizer que não precisava estudar ou aprender?
  2. Que relação tem a pergunta do Haroldo com a fala anterior de Calvin?
  3. O que as palavras destacadas na tirinha têm em comum? Para responder, observe a sílaba tônica de cada uma delas.
Versão adaptada acessível

Atividade 4, itens a até c.

  1. O que levou Calvin a dizer que não precisava estudar ou aprender?
  2. Que relação tem a pergunta do Haroldo com a fala anterior de Calvin?
  3. O que as palavras "estudar", "aprender", "sobreviver", "ouvi", "você", "concordar" e "arrepiar" têm em comum? Para responder, observe a sílaba tônica de cada uma delas.

Com relação à sílaba tônica, o acento tônico pode recair sobre a última, a penúltima ou a antepenúltima sílaba. Quanto à posição da sílaba tônica, as palavras podem ser classificadas em:

  • Oxítonas: quando a sílaba tônica é a última da palavra.
  • Paroxítonas: quando a sílaba tônica é a penúltima da palavra.
  • Proparoxítonas: quando a sílaba tônica é a antepenúltima da palavra.
  1. Em relação à silaba tônica, como se classificam as palavras destacadas na atividade 4?
  2. Qual é a diferença entre as palavras destacadas na atividade 4? Para responder, observe mais uma vez a sílaba tônica de cada uma delas.
Ícone atividade em dupla.

7. Você gosta de charadas? Junte-se a um colega e tentem, juntos, decifrar estas:

  1. Qual é o nome do animal que hoje não vale mais nada?
  2. Qual é o nome do animal que começa por uma fruta e termina pela marcha?
  3. Qual é a capital do Brasil que tem uma fruta no nome?
  4. Qual é o estado brasileiro que tem uma ferramenta no nome?
Ícone atividade em dupla.

8. Agora, vocês devem reler o conto indígena das páginas 14 e 15 e fazer, no caderno, uma lista das palavras oxítonas acentuadas

Ícone atividade em dupla.
  1. Com base nas respostas dadas nas atividades 7 e 8, é possível formular a regra de acentuação das oxítonas. Para isso, basta observar com que letra terminam as palavras que vocês escreveram. Feito isso, escrevam no caderno quais são as palavras oxítonas que recebem acento gráfico.
  2. Copie as frases a seguir no caderno e complete-as com uma das palavras que estão entre parênteses.

a. Alguns vegetais, como o quiabo, produzem uma substância viscosa, uma espécie de

Espaço para resposta
. (baba/babá)

b. Compramos uma

Espaço para resposta
eletrônica para observar de longe o bebê. (baba/babá)

c. Diz o ditado popular: Quem vê

Espaço para resposta
não vê coração. cara/cará)

d. O tubérculo chamado

Espaço para resposta
é um alimento rico em vitaminas e fibras. (cara/cará)

EU VOU APRENDER  Capítulo 2

Conto de artimanha

Os contos podem nos levar a mundos muitas vezes desconhecidos, misteriosos, ou mesmo a mundos em que as histórias parecem muito próximas de situações reais, que fazem o leitor se perguntar: Parece real, mas é tão inusitado, será que aconteceu de verdade?

Neste capítulo, você lerá um conto em que o protagonista é, no mínimo, peculiar.

Ícone atividade oral.
  1. A seguir, você vai ler um conto de artimanha. Você já ouviu falar de contos como esse? Sabe o que significa artimanha?
  2. O protagonista do conto é Pedro Malasartes. Você conhece esse personagem? Em caso positivo, o que você sabe sobre ele?
  3. Faça uma leitura silenciosa do texto a seguir para conhecer um pouco sobre essa figura tão peculiar.

O personagem Pedro Malasartes, conhecido com diferentes nomes em toda a América Latina, faz parte do folclore popular por sua astúciaglossário e picardiaglossário . Por isso, diante de cada situação, é capaz de tirar proveito colocando em prática sua sabedoria e vivacidade. A compilaçãoglossário deste conto foi realizada por Ruth Guimarães, diretora do primeiro Museu do Folclore de São Paulo, autora de diversos artigos sobre folclore.

Ilustração. Um homem em pé de cabelos castanhos, chapéu de palha sobrancelhas grossas e barbicha em marrom. Ele usa camisa três-quartos em verde, calça em marrom e par de sandálias em marrom-escuro. O homem está com os olhos fechados, boca aberta, mostrando os dentes, com um espaço na parte superior. Ele está tocando uma sanfona que está pendurada no corpo de cor vermelha. Ao fundo, local com morros, céu noturno em azul-escuro, com estrelas brancas e uma lua da mesma cor.

MITOS, contos e lendas da América Latina e do Caribe. Tradução de Arnaldo Bonchi. Ilustrações de Constanza cloquiati. primeira edição São Paulo: Melhoramentos, 2018. página18. (Série).

Explore o significado das palavras do glossário e, se necessário, releia o texto.

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Transcrição do áudio

Locutor: Contos de Artimanha e seus personagens cativantes

Locutor: Sabe aquele personagem que faz tudo para enganar e mesmo assim a gente adora? Aquele malandro, que sempre dá um jeitinho para conseguir o que quer?

Protagonistas em contos de artimanha ou esperteza, esses personagens estão muito presentes na tradição oral brasileira, nas narrativas que são passadas de geração em geração. 

Não importa se são humanos ou animais, o papel principal dos contos de artimanha é representado por um ser que usa de esperteza e planos mirabolantes para enganar outros personagens e levar vantagem nas situações.

Um dos personagens mais conhecidos da nossa cultura é Pedro Malasartes, que, de acordo com o pesquisador Câmara Cascudo, teve origem na península Ibérica.

Ouça agora a leitura de “Sopa de Pedras”, um dos contos de artimanha mais populares da nossa literatura, estrelado por esse grande personagem:

Narradora: Sopa de Pedras 

Pedro Malasartes era um cara danado de esperto. Um dia ele estava ouvindo a conversa do pessoal na porta da venda. Os matutos falavam de uma velha avarenta que morava num sítio pros lados do rio. Cada um contava um caso pior que o outro: 

— A velha é unha de fome. Não dá comida nem pros cachorros que guardam a casa dela – dizia um. 

— Quando chega alguém pro almoço, ela conta os grãos de feijão pra pôr no prato. Verdade! Quem me contou foi o Chico Charreteiro, que não mente – afirmava outro. 

— Eta velha pão-duro! — comentava um terceiro.  – Dali não sai nada. Ela não dá nem bom-dia. 

O Pedro Malasartes ouvindo. Ouvindo e matutando. 

Daí a pouco entrou na conversa: 

— Querem apostar que pra mim ela vai dar uma porção de coisas, e de boa vontade? 

— Tu tá é doido! – disseram todos. — Aquela velha avarenta não dá nem risada! 

— Pois aposto que para mim ela vai dar — insistiu o Pedro.  — Quanto vocês apostam? 

A turma apostou alto, na certeza de ganhar. Mas Pedro Malasartes, muito matreiro, tinha um plano na cabeça. Juntou umas roupas, umas panelas, um fogãozinho, amarrou a trouxa e se mandou pra casa da velha. Era meio longe, mas pra ganhar aposta o Malasartes não tinha preguiça. 

O Pedro foi chegando e arranchando ali bem perto da porteira do sítio da velha. Esperou um tempo pra ser notado. Quando viu que a velha já tinha reparado nele, armou o fogãozinho, botou a panela em cima, cheia d’água, e acendeu o fogo. E ficou o dia inteiro cozinhando água.  

A velha, lá da casa, só espiando. E a panela fumegando. 

E o Pedro atiçando o fogo. 

Não demorou muito, a velha não aguentou a curiosidade e veio dar uma espiada. Passou perto, olhou, assuntou e foi embora. O Pedro, firme, atiçando o fogo. 

No dia seguinte, panela no fogo, fervendo água, soltando fumaça. Pedro atiçando o fogo. A velha olhando de longe, lá dentro de casa. 

Até que ela não conseguiu mais se segurar de curiosidade. Saiu e veio, provocando, olhar de perto. O Pedro pensou: “É hoje!”. 

Catou umas pedras no chão, lavou bem e jogou dentro da panela. E ficou atiçando o fogo pra ferver mais depressa. 

A velha não se conteve. 

— Oi, moço, tá cozinhando pedra? 

— Ora, pois sim, senhora, dona — respondeu o Pedro. – Vou fazer uma sopa. 

— Sopa de pedra? — perguntou a velha com uma careta. – Essa não, seu moço! Onde já se viu isso? 

— Pois garanto que dá uma sopa pra lá de boa. 

— Demora muito pra cozinhar? — perguntou a velha ainda duvidando. 

— Demora um bocado. 

— E dá pra comer? 

— Claro, dona! Então eu ia perder tempo à toa? 

A velha olhava as pedras, olhava pro Pedro. E ele atiçando o fogo, e a panela fervendo. A velha, meio incrédula, meio acreditando. 

— É gostosa essa sopa? — perguntou ela depois de um tempo. 

— É — respondeu o Malasartes. — Mas fica mais gostosa se a gente puser um temperinho. 

— Por isso, não — disse a velha. — Eu vou buscar. 

Foi e trouxe cebola, cheiro-verde, sal com alho. 

— Tomate a senhora não tem? — perguntou o Pedro. 

A velha foi buscar e voltou com três, bem maduros. 

Pedro botou tudo dentro da panela, junto com as pedras. E atiçou o fogo. 

— Vai ficar bem gostosa — disse ele. — Mas se a gente tivesse um courinho de porco... 

— Pois eu tenho lá em casa — disse a velha. E foi buscar. 

Couro na panela, lenha no fogo, a velha sentada espiando. Daí a pouco ela perguntou: 

— Não precisa pôr mais nada? 

— Até que ficava mais suculenta se a gente pusesse umas batatas, um pouco de macarrão... 

A velha já estava com vontade de tomar a sopa e perguntou: 

— Quando ficar pronta, posso provar um pouco? 

— Claro, dona! 

Aí ela foi e trouxe o macarrão e as batatas. 

O Malasartes atiçou o fogo pro macarrão cozinhar depressa. 

Dali a pouco, a velha já estava com água na boca! 

— Hum! A sopa tá cheirando bem! Será que as pedras já amoleceram? 

Em vez de responder, o Pedro perguntou: 

— A senhora não tem uma linguicinha no fumeiro? Ia ficar tão bom... 

Lá foi a velha de novo buscar a linguiça. 

Cozinha que cozinha, a sopa ficou pronta. Malasartes então pediu dois pratos e talheres. A velha trouxe. 

O Pedro encheu os pratos, deu um pra ela. Separou as pedras e as jogou no mato. 

— Ué, moço, não vai comer as pedras? 

— Tá doida! — respondeu o Malasartes. — Eu lá tenho dente de ferro pra comer pedra? 

E tratou de se mandar o mais depressa que pôde. Foi correndo pra venda, cobrar o dinheiro da aposta.

Locutor: Você já conhecia contos de artimanha?

Está curioso para ver quem conta um caso melhor que o outro?

Descubra outros contos de artimanha para você contar!

Locutor: Créditos: O conto “Sopa de Pedras”, compilado por Ruth Guimarães, foi publicado na obra Mitos, Contos e Lendas da América Latina e do Caribe em 2008, lançado no Brasil pela editora Melhoramentos. Todos os áudios inseridos neste conteúdo são da Freesound.

4. Agora, leia como Ruth Guimarães recontou a história a seguir.

Sopa de pedras

(Brasil)

Pedro Malasartes era um cara danado de esperto. Um dia ele estava ouvindo a conversa do pessoal na porta da venda.

Os matutos falavam de uma velha avarenta que morava num sítio pros lados do rio. Cada um contava um caso pior que o outro:

— A velha é unha de fome. Não dá comida nem pros cachorros que guardam a casa dela — dizia um.

— Quando chega alguém pro almoço, ela conta os grãos de feijão pra pôr no prato. Verdade! Quem me contou foi o Chico Charreteiro, que não mente — afirmava outro.

— Eta velha pão-duro! — comentava um terceiro. — Dali não sai nada. Ela não dá nem bom dia.

O Pedro Malasartes ouvindo. Ouvindo e matutando.

Daí a pouco entrou na conversa.

— Querem apostar que, pra mim, ela vai dar uma porção de coisas, e de boa vontade?

— Tu tá é doido! — disseram todos. — Aquela velha avarenta não dá nem risada!

— Pois aposto que, pra mim, ela vai dar — insistiu Pedro. — Quanto vocês apostam?

A turma apostou alto, na certeza de ganhar. Mas Pedro Malasartes, muito matreiroglossário , tinha um plano na cabeça. Juntou umas roupas, umas panelas, um fogãozinho, amarrou a trouxa e se mandou pra casa da velha. Era meio longe, mas pra ganhar aposta o Malasartes não tinha preguiça.

O Pedro foi chegando e arranchando ali bem perto da porteira do sítio da velha. Esperou um tempo pra ser notado. Quando viu que a velha já tinha reparado nele, armou o fogãozinho, botou a panela em cima, cheia d’água, e acendeu o fogo. E ficou o dia inteiro cozinhando água.

Ilustração. Um local com grama verde e uma cerca de madeira com uma porteira ao centro, um pouco aberta.

A velha, lá da casa, só espiando. E a panela fumegando.

E o Pedro atiçando o fogo.

Não demorou muito, a velha não aguentou a curiosidade e veio dar uma espiada. Passou perto, olhou, assuntou e foi embora. O Pedro, firme, atiçando o fogo.

No dia seguinte, panela no fogo, fervendo água, soltando fumaça. Pedro atiçando o fogo. A velha olhando de longe, lá de dentro da casa.

Até que ela não conseguiu mais se segurar de curiosidade. Saiu e veio, provocando, olhar de perto. O Pedro pensou: “É hoje!”.

Catou umas pedras no chão, lavou bem e jogou dentro da panela. E ficou atiçando o fogo pra ferver mais depressa.

A velha não se conteve:

— Oi, moço, tá cozinhando pedra?

— Ora, pois sim, senhora, dona — respondeu o Pedro. — Vou fazer uma sopa.

— Sopa de pedra? — perguntou a velha com uma careta. — Essa não, seu moço! Onde já se viu isso?

— Pois garanto que dá uma sopa pra lá de boa.

— Demora muito pra cozinhar? — perguntou a velha ainda duvidando.

— Demora um bocado.

— E dá pra comer?

— Claro, dona! Então eu ia perder tempo à toa?

A velha olhava as pedras, olhava pro Pedro. E ele atiçando o fogo, e a panela fervendo. A velha, meio incrédula, meio acreditando.

— É gostosa essa sopa? — perguntou ela depois de um tempo.

— É — respondeu Malasartes. — Mas fica mais gostosa se a gente puser um temperinho.

— Por isso, não — disse a velha. — Eu vou buscar.

Foi e trouxe cebola, cheiro-verde, sal com alho.

— Tomate a senhora não tem? — perguntou Pedro.

A velha foi buscar e voltou com três, bem maduros.

Pedro botou tudo dentro da panela, junto com as pedras. E atiçou o fogo.

Ilustração. Uma cebola com a casca perto de três rodelas de cebola. Mais abaixo, uma batata com casca perto de duas fatias de batata. Na parte inferior, um tomate inteiro perto de um tomate cortado ao meio mostrando suas sementes.

— Vai ficar bem gostosa — disse ele. — Mas se a gente tivesse um courinho de porco…

— Pois eu tenho lá em casa — disse a velha. E foi buscar.

Couro na panela, lenha no fogo, a velha sentada espiando. Daí a pouco ela perguntou:

— Não precisa pôr mais nada?

— Até que ficava mais suculenta se a gente pusesse umas batatas, um pouco de macarrão...

A velha já estava com vontade de tomar a sopa e perguntou:

— Quando ficar pronta, posso provar um pouco?

— Claro, dona!

Aí ela foi e trouxe o macarrão e as batatas.

O Malasartes atiçou o fogo pro macarrão cozinhar depressa.

Dali a pouco a velha já estava com água na boca!

— Hum, a sopa tá cheirando bem! Será que as pedras já amoleceram?

Em vez de responder, o Pedro perguntou:

— A senhora não tem uma linguicinha no fumeiro? Ia ficar tão bom…

Lá foi a velha de novo buscar a linguiça.

Cozinha que cozinha, a sopa ficou pronta. Malasartes então pediu dois pratos e talheres. A velha trouxe.

O Pedro encheu os pratos, deu um pra ela. Separou as pedras e as jogou no mato.

— Ué, moço, não vai comer as pedras?

— Tá doida! — respondeu o Malasartes. — Eu lá tenho dente de ferro pra comer pedra?

reticências

Ilustração. Macarrão enrolado em duas partes diferentes, formando estrutura em rolo. À esquerda, ele é visto na vertical e à direita, de cima para baixo. Ilustração. Uma panela de cor azul. Ao centro, líquido de cor laranja e legumes coloridos dentro em laranja, amarelo e verde.

GUIMARÃES, Ruth (compilação). Sopa de pedras. : Mitos, contos e lendas da América Latina e do Caribe. Tradução de Arnaldo Bonchi. Ilustrações de Constança Cloquiati. primeira edição São Paulo: Melhoramentos, 2018. página 19-27. (Série)

COMPREENSÃO TEXTUAL

Responda às questões no caderno.

Ícone atividade oral.
  1. Você acha que essa história pode ter acontecido de verdade? Comente com os colegas. Qual é a ideia principal desse conto? Dê sua opinião.
  2. Pedro Malasartes, ao ouvir a conversa dos matutos, identificou uma situação da qual poderia tirar proveito. Você concorda com esse tipo de atitude? Por quê?
  3. O que motivou Pedro Malasartes a criar uma situação para que a velha, tida como avarenta, désse-lhe uma porção de coisas de boa vontade?
  4. Que prato Pedro Malasartes começou fazendo?
    1. No que esse prato acabou se transformando?
    2. Por que, então, ele começou cozinhando pedras?
  5. Copie os ingredientes que a velha forneceu a Malasartes, de acordo com a ordem em que eles aparecem no texto.
    1. Pedras, cebola, cheiro-verde, tomate, courinho de porco, batata e linguiça.
    2. Cebola, cheiro-verde, sal, alho, tomate, courinho de porco, batata, macarrão e linguiça.
  6. Na frase “Cozinha que cozinha, a sopa ficou pronta.”, o que a repetição do verbo sugere?
  7. A artimanha encontrada por Malasartes para enganar a velha deu certo? Como o leitor fica sabendo disso?
  8. Para você, por que Pedro Malasartes é descrito pelo narrador como “muito matreiro”?
  9. Como o narrador nomeia o protagonista no decorrer da história?
  10. No trecho “Verdade! Quem me contou foi o Chico Charreteiro, que não mente”, por que foram empregados o ponto de exclamação e a declaração “não mente”?
Ilustração. Um legume de caule e folhas em verde-escuro. Mais abaixo, duas batatas de cor bege-claro. Na parte inferior, um pimentão visto parcialmente de cor amarela.
  1. No conto, são utilizadas as palavras “matutos” e “matutando”. Qual é o sentido delas nesse contexto? Consulte o dicionário, se for preciso.
  2. Onde a história se passa?
  3. Quem participa da história?
  4. Copie no caderno a alternativa correta. O narrador do conto:
    1. participa da história;
    2. apenas conta a história.
  5. Se Pedro Malasartes fosse personagem-narrador, como ficariam estes trechos da narrativa? Reescreva-os no caderno.

O Pedro Malasartes ouvindo. Ouvindo e matutando.

Daí a pouco entrou na conversa.

reticências E ficou atiçando o fogo pra ferver mais depressa.

a) O que marca a expressão “Daí a pouco”?

16. Copie o quadro no caderno. Depois, preencha-o indicando a estrutura do conto “Sopa de pedras”.

Ícone modelo
Estrutura do conto (enredo)

Introdução
(situação inicial)

Desenvolvimento
(surgimento do conflito)

Clímax
(momento de maior tensão)

Desfecho ou final
(solução do conflito)

Ícone atividade oral.

17. Para você, por que podemos considerar esse texto como um conto de artimanha?

Nos contos de artimanha, os personagens podem ser pessoas ou animais. Um ou mais personagens usam de artimanhas, truques ou espertezas para alcançar seus objetivos. Costumam agir dessa fórma para melhorar a situação em que se encontram (ou de algum conhecido), obtendo algum tipo de benefício material, para se proteger contra alguma ameaça, agressão ou mesmo por vingança.

A VOZ DO AUTOR

Em 2020, celebrou-se o centenário de nascimento de Ruth Guimarães, escritora, professora, jornalista e uma das mais importantes pesquisadoras da literatura oral brasileira. Ela recontou mais de trezentas histórias de Pedro Malasartes, o esperto personagem que faz parte do folclore de diversos países.

Fotografia. Ruth Guimarães. Ela vista dos ombros para cima. Tem cabelos curtos em branco com uma tiara em verde, com par de óculos de grau e roupa de cor preta e estampa em marrom, olhando para frente sorrindo.
Ícone atividade em grupos.

1. Em grupos, façam uma pesquisa sobre a vida e a obra de Ruth Guimarães. Tomem notas sobre o que considerem interessante e instigante para compartilhar com os colegas (quem foi a autora e como foi sua jornada até ser escritora e educadora).

Fotografia. Em preto e branco. Ruth Guimarães ainda jovem, com cabelos pretos, óculos de armação escura, roupa escura, olhando para o lado esquerdo. Ao lado dela está Guimarães Rosa, homem branco, de cabelos castanhos, óculos de armação escura, usa gravata borboleta, terno escuro e camisa branca. Ele está olhando para baixo. Ao fundo, há outros dois homens sorridentes de terno e gravata. Na parede, há diversos cartazes afixados.
Ruth Guimarães; à esquerda dela, Guimarães Rosa.
Ícone atividade oral.
  1. O que você mais gostou de saber sobre Ruth Guimarães?
  2. Quem foi essa autora?
  3. Como foi sua jornada até ser escritora e educadora?
  4. Com que idade Ruth publicou seus primeiros versos?
  5. Que papel representou o escritor Mário de Andrade na carreira de Ruth Guimarães?

2. A escritora é uma importante personagem da literatura brasileira. Traga o resultado da pesquisa para compartilhar com os colegas e o professor.

Capa do livro 'Água funda', de Ruth Guimarães. Local com ponte em cinza à frente. Ao fundo, solo em bege-claro, com vegetação em verde, com casas de paredes em branco e telhado em marrom. Perto delas, quatro árvores de troncos em marrom e poucas folhas em verde. Na parte superior, à esquerda, textos: título e autora. Capa do livro 'Histórias de jabuti', de Ruth Guimarães. Um personagem de corpo de um jabuti em pé, como homem de pele rosa-claro, com chapéu sobre a cabeça em cinza-claro, de camiseta em amarelo, calça azul e sapatos em marrom. Ele segura na mão direita um guarda-chuva de cor branca. Nas costas, um casco. Ao fundo, local de estampas coloridas em amarelo, vermelho e roxo. Na parte superior, texto: título e autora. Capa do livro 'Calidoscópio, a saga de Pedro Malazarte', de Ruth Guimarães. Fundo em laranja, com uma roda ao centro em tons de amarelo, com dois contornos. Na parte superior, nome do autor e na parte inferior, título do livro. Capa do livro 'Lendas e fábulas do Brasil', de Ruth Guimarães. Na parte inferior, local com rio de cor azul, com personagens adultos espalhados. Na parte superior, título e autora.

3. Agora, leia estas manchetes.

Ruth Guimarães: o centenário da escritora pioneira que colocou a identidade negra no centro de sua obra

Edison Veiga De Bled (Eslovênia) para a bi bi ciNews Brasil 20 novembro 2020

VEIGA, Adilson. Ruth Guimarães: o centenário da escritora pioneira que colocou a identidade negra no centro de sua obra. bi bi ciNews Brasil, São Paulo, 20 novembro 2020. Disponível em: https://oeds.link/Fr2WkI. Acesso em: 17 abril 2022.

Ruth Guimarães: centenário de uma pioneira

Joaquim Maria Botelho 12 de junho de 2020

BOTELHO, Joaquim M. Ruth Guimarães: centenário de uma pioneira. Revista Cult, São Paulo, 12 junho 2020. Disponível em: https://oeds.link/IqyQUI. Acesso em: 17 abril 2022.

Ícone atividade em grupos.
  1. Em grupos, conversem sobre as manchetes.
    1. Por que o centenário de um autor é tão importante para ser comemorado?
    2. Qual foi a contribuição da autora para a sociedade, de modo a ser considerada uma pioneira?

LÍNGUA E LINGUAGEM

Adjetivos: função e flexão

Responda às questões no caderno.

Ícone atividade oral.

1. Releia este trecho do conto “Sopa de letras” para responder às atividades a seguir.

Pedro Malasartes era um cara danado de esperto. Um dia ele estava ouvindo a conversa do pessoal na porta da venda.

Os matutos falavam de uma velha avarenta que morava num sítio pros lados do rio. Cada um contava um caso pior que o outro:

— A velha é unha de fome. Não dá comida nem pros cachorros que guardam a casa dela — dizia um reticências — Eta velha pão-duro! — comentava um terceiro. — Dali não sai nada. Ela não dá nem bom dia reticências

  1. Como Pedro Malasartes e a velha são apresentados no trecho?
  2. Como você chegou a essa conclusão?

Os adjetivos são palavras que caracterizam os substantivos. Indicam qualidade, estado, condição etcétera. Assim como os substantivos, os adjetivos podem ter sua fórma alterada para indicar masculino e feminino, singular e plural, diminutivo e aumentativo.

2. Releia agora este outro trecho do conto. Depois, responda às atividades.

— Sopa de pedra? — perguntou a velha com uma careta. — Essa não, seu moço! Onde já se viu isso?

— Pois garanto que dá uma sopa pra lá de boa.

reticências

— E dá pra comer?

— Claro, dona! Então eu ia perder tempo à toa?

A velha olhava as pedras, olhava pro Pedro. E ele atiçando o fogo, e a panela fervendo. A velha, meio incrédula, meio acreditando.

— É gostosa essa sopa? — perguntou ela depois de um tempo.

— É — respondeu Malasartes. — Mas fica mais gostosa se a gente puser um temperinho reticências

  1. Qual é a expressão utilizada para caracterizar a sopa?
  2. Que classes de palavras compõem essa expressão?
  1. Quais adjetivos Pedro Malasartes utiliza para se referir à sopa?
  2. Se ele estivesse preparando um bolo, por exemplo, como esses adjetivos seriam escritos?
  3. Algumas palavras mostram como a velha estava se sentindo diante da cena. Nesse caso, o narrador utiliza um adjetivo e uma palavra pertencente a outra classe gramatical, mas que, no contexto, têm o valor de adjetivo. Quais são essas palavras?

Algumas expressões podem ser usadas como adjetivos. Elas são chamadas de locuções adjetivas e geralmente são formadas por uma preposição e um substantivo.

  1. Releia o trecho apresentado na atividade 1 e descubra uma locução adjetiva nele presente.
  2. Leia o seguinte trecho de notícia para responder às atividades a seguir.

Projeto estabelece línguas afro-brasileiras como cooficiais em municípios com comunidades quilombolas

Brasil possui mais de duzentas línguas sendo faladas, incluindo as indígenas, de descendentes de imigrantes e as afro-brasileiras

28/03/2022 -  

O Projeto de Lei 577/22 estabelece que os municípios brasileiros que possuem comunidades quilombolas passam a ter como línguas cooficiais, além da língua portuguesa como idioma oficial, as línguas afro-brasileiras originárias do contato linguístico com línguas africanas.

reticências

BRASIL. Câmara dos Deputados. Projeto estabelece línguas afro-brasileiras como cooficiais em municípios com comunidades quilombolas. Câmara dos Deputados, Brasília, Distrito Federal, 28 março 2022. Disponível em: https://oeds.link/B9XBkO. Acesso em: 17 abril 2022.

  1. Identifique os adjetivos presentes na manchete e informe a quais substantivos eles se referem. Em seguida, explique por que todos eles estão no plural.
  2. Quanto à fórma, que diferenças esses adjetivos apresentam?
  3. Considerando a informação veiculada no texto, por que os adjetivos são importantes logo na manchete?

VOCÊ É O AUTOR!

Escrita de conto

No início desta unidade, você e os colegas relembraram os contos que já conheciam e pesquisaram sua origem. Depois, conheceram contos diferentes, um indígena e outro de artimanha. Que tal, agora, você escrever um conto?

Para o planejamento da produção do conto, em uma folha à parte, anote as ideias que forem surgindo. Veja algumas orientações que podem ajudá-lo.

Composição de fotografias. Um livro aberto de cor bege-claro, com ilustração de grama verde. À esquerda, uma bússola redonda em marrom. À direita, caminho na vertical e uma árvore de folhas em verde. Na parte superior, céu em azul-claro, com nuvens espalhadas.
Durante o tempo de criação, todas as ideias são válidas!
  1. Escolha o tipo de conto que quer escrever.
  2. Considere alguns pontos:
    1. quem será o leitor, ou seja, o público-alvo;
    2. qual é o objetivo;
    3. em que meio o conto será publicado.
  3. Planeje a narrativa:
    1. Quais serão o assunto e o conflito que farão a narrativa se desenvolver?
    2. Onde a história vai acontecer e quais podem ser as cenas?
    3. Quem serão os personagens principais e secundários?
    4. Haverá diálogos?
    5. Qual será o tempo dessa narrativa, ou seja, tudo vai acontecer em um dia ou mais? Como isso será marcado para dar coesão à sequência de eventos?
    6. Qual será o tipo de narrador?
    7. O conto será narrado em 1ª ou 3ª pessoa?

Lembre-se de: usar adjetivos para descrever personagens e cenários; usar marcadores de tempo; usar advérbios e locuções adverbiais para mostrar as circunstâncias e onde o evento ou as cenas acontecem (o espaço); observar a pontuação.

  1. Defina a estrutura do conto:
    1. situação inicial (descrição da cena inicial);
    2. surgimento do conflito;
    3. desenvolvimento do conflito;
    4. clímax ou o momento de maior tensão da história;
    5. desfecho, mostrando como ocorreu a solução do conflito;
    6. final do conto.
  2. Reúna todas as ideias e escreva o conto. Ao final, releia e veja o que ainda pode melhorar.
  3. Depois, troque o conto com outro colega para a revisão. Faça sugestões e comentários para ajudar a melhorar o texto do colega. Depois, invertam os papéis. Copie em uma folha à parte a pauta de revisão sugerida a seguir. Converse com o professor e os colegas para acrescentar outros itens, se for necessário.
    Ícone modelo

Pauta de revisão

Sim

Não

Observações

Adequação ao gênero

Organização do texto

Parágrafos

Ortografia

Pontuação

Acentuação das palavras

Uso do dicionário
(dúvidas sobre a escrita)

7. Reveja o que foi indicado pelo colega e faça os ajustes necessários. Se for possível, use um processador ou editor de texto para produzir a versão final do conto.

ORALIDADE

Contação de contos

Agora que você já escreveu o conto, chegou o momento de compartilhá-lo com os colegas de turma ou da escola.

Combine com o professor e os colegas o dia da apresentação, quem serão os convidados e como será feito o convite e a organização no dia do evento.

Ilustração. Uma mesa na horizontal arredondada de cor marrom-claro, atrás, seis crianças sentadas uma ao lado da outra. Da esquerda para a direita: Menina de cabelos curtos castanhos, camiseta branca, bermuda verde. Ao lado, menino loiro, com par de óculos de grau e blusa em azul-claro, de braços sobre a mesa, em cima do livro aberto. Ao lado, menina de cabelos castanhos com um coque de cada lado e blusa listrada em azul e rosa. Ela está com a mão direita para cima, olhos fechados, sorrindo. À direita, menina de cabelos e franja em preto, camiseta branca e jardineira azul. À direita, menino de cabelos castanhos, com par de óculos de grau e camiseta azul. Na ponta da direita, menina de cabelos pretos presos para trás, de camiseta com listras em branco e azul, sobre uma cadeira de rodas. Sobre a mesa, livros empilhados e outros abertos perto das crianças.

Preparação

1. Anote, resumidamente, os tópicos de desenvolvimento do conto, em uma folha à parte, para que você possa segui-lo durante a apresentação.

Esquema. Números um ao lado do outro, coloridos, da esquerda para a direita: 1 – Título do conto. 2 – Início do conto. 3 – Surgimento do conflito. 4 – Desenvolvimento do conflito (enredo). 5 – Momento de maior tensão da história. 6 – Desfecho ou solução do conflito.

Ensaios

  1. Ensaie antes e preste atenção em alguns detalhes, como:
    1. a impostação da voz, para que seja audível a todos;
    2. os gestos e as expressões corporais e faciais;
    3. o uso de tons de voz diferentes, ou mesmo vozes diferentes, no caso de haver diálogos, para deixar a narração mais envolvente e divertida.

Contando a história

Fotografia. Dentro de uma sala com paredes em branco. À direita, uma lousa de cor verde vista parcialmente e um apagador. Ao centro, sete crianças sentadas em carteiras escolares. Elas estão vestidas de camiseta em cinza-claro, com cabelos castanhos, meninos e meninas. Ao centro, uma mulher em pé, de cabelos escuros pretos, crespos, segurando na mão direita, um papel branco e mão esquerda para cima. Em segundo plano, parede branca com janela de vidro e contorno em marrom.

Atenção: sua voz deve ser audível a todos e as palavras devem ser bem articuladas.

  1. No dia da apresentação, fique tranquilo. Lembre-se de que você se preparou para contar sua história. Tudo vai dar certo!
  2. Ao contar a história, dirija-se a todos da plateia. Não fixe o olhar em apenas uma ou duas pessoas.
  3. Articule bem as palavras para que sejam compreendidas pelos ouvintes.
  4. Use os tópicos que você preparou como apoio, mas não fique lendo suas anotações na hora da apresentação.

Refletindo sobre a apresentação

7. Forme uma roda com os colegas. Conversem sobre as apresentações, os pontos positivos e os negativos e o que vocês fariam diferente em uma próxima vez.

Para ampliar

Contos indígenas brasileiros

Daniel mundurukú. São Paulo: Global Editora, 2004.

O livro apresenta oito contos selecionados pelo autor, com base em um critério linguístico, com a intenção de retratar, através de seus mitos, a caminhada de alguns povos indígenas de norte a sul do país – Guarani, Karajá, mundurukú, Tukano, entre outros. A leitura dessas histórias proporciona uma rica visão da herança cultural indígena.

Capa de livro. Capa do livro 'Contos indígenas brasileiros', de Daniel Munduruku. Na parte superior, vista do alto com árvores de folhas em verde e acima, rosto de três pessoas em tons de azul, indígenas. Ao centro, título de livro e autor. Na parte inferior, parte de um cesto de palha de cor bege-claro e marrom-escuro.

CLUBE DO LIVRO

Nesta unidade, inicia-se o Clube do Livro.

A cada bimestre, você escolherá um livro na biblioteca ou no cantinho da leitura para ler. O objetivo desse projeto e o seu propósito vão além do prazer da leitura, uma vez que também contribui para a ampliação do vocabulário, a fluência na leitura, o desenvolvimento de estratégias de leitura, a construção de uma rotina de leitura etcétera.

Ilustração. Uma menina sentada, com o corpo para a esquerda, segurando nas mãos um livro. Ela tem cabelos e franja em castanho, de blusa de mangas compridas em amarelo, calça azul. À direita, menina sentada para a direita, de cabelos curtos castanhos, de blusa de mangas compridas em azul-claro, calça azul, com uma mesa pequena e livros empilhados.

1. A cada livro escolhido, você deverá preencher uma ficha de leitura. Você pode copiar a ficha de leitura no caderno ou em uma folha à parte.

Modelo. Ficha de leitura. Campos para preencher: nome do livro, autor, ano de publicação, editora e resumo.

2. Terminado o resumo, escreva suas percepções e inclua um ícone de avaliação para ajudar os colegas a conhecer melhor a sua opinião sobre o livro que leu.

Esquema. Ficha de cor cinza e enumerações: 1 - Pontos positivos 2 - Pontos negativos 3 - O que aprendi com essa leitura 4 - Recomendo ou rejeito Um arco colorido à direita: Um rosto em vermelho com boca para baixo. Um rosto em laranja com boca um pouco para baixo. Um rosto em amarelo com a boca fechada e reta. Um rosto em verde-claro com a boca um pouco para cima. Um rosto em verde-escuro com a boca totalmente para cima.

Reflexão e investigação

  1. Como você selecionou esse livro para ler?
    1. Pelo título do livro.
    2. Pela capa do livro.
    3. Por indicação de um colega ou professor.
    4. Pela leitura de uma resenha do livro.
  2. Você utilizou alguma estratégia para escolher?
    1. Pela leitura da quarta capa do livro.
    2. Pela leitura das orelhas do livro.
    3. Pelas informações sobre o autor.
    4. Procurando comentários em redes sociais.
Ilustração. Folheto na horizontal em azul, com textos em branco e na parte superior, texto em preto.
As partes externas do livro são: capa, orelha da capa, orelha da quarta capa, quarta capa e lombada.
  1. Como foi sua leitura?
    1. A leitura fluiu tranquila e agradável?
    2. Você teve alguma dificuldade com a leitura e precisou do dicionário para compreender algumas palavras?
    3. Durante a leitura, teve dificuldade em compreender o texto e precisou reler alguns trechos ou pedir ajuda ao professor ou a um colega?
  2. Quais eram as suas expectativas ou suposições para a leitura desse livro?
    1. Essas expectativas foram atingidas?
    2. Suas suposições foram confirmadas ou não?

Hora de compartilhar

Ícone atividade em grupos.
  1. Com o professor e os colegas, organizem uma roda de conversa para que compartilhem a experiência como leitores.
    1. Na sua vez de falar, conte o assunto do livro que leu.
    2. Conte se gostou ou não do livro e por quê.
    3. Diga se recomendaria ou não a leitura e por quê.
    4. Na vez de seus colegas, ouça-os atentamente para ajudar nas suas novas escolhas.
  2. Depois, escolha um novo livro que chamou a sua atenção e despertou seu interesse. Aproveite a leitura!

EU APRENDI!

Responda às questões no caderno.

Ícone atividade oral.
  1. Você acha importante prestarmos atenção na natureza que nos rodeia para perceber quando podemos ajudá-la, regando uma planta ou dando água ou comida a um animal, por exemplo? Por quê?
  2. Você vai ler um conto indígena sobre uma árvore que falava. Na sua opinião, isso é possível? Explique.
  3. Se as árvores falassem, o que você imagina que elas diriam?
  4. Leia o conto, escrito pelo curumim guarani Jeguaká Mirim, em voz alta.

A árvore que falava

Jeguaká Mirim

Certa vez nasceu uma árvore diferente numa aldeia. Essa árvore falava.

Numa tarde estava muito calor e ela disse:

cãringue, xê-ê, aipotá ã ã (Crianças, eu quero água.)

Mas ninguém respondeu. Eles olharam uns para os outros e não viram ninguém falando.

Um dos índios, de nome Verá, percebeu que era a árvore que estava dizendo que queria água. Os outros foram embora, mas o Verá ficou ali. Depois foi buscar água e disse para a árvore:

— É você quem está falando?

tá, xee ae (Sim, sou eu.)

Em seguida, a árvore bebeu a água e agradeceu.

O Verá disse que ia trazer água todos os dias para ela, mas que não ia contar para ninguém que conversava com a árvore, porque não iam acreditar. O menino pegou seu pequeno arco e flecha e voltou para sua casa. E não contou para ninguém que falou com a árvore.

A partir daquele dia, o Verá passou a levar água todos os dias para a árvore, que nunca mais sentiu sêde.

Ilustração. Uma árvore de tronco marrom, com folhas em verde. À direita, um balanço pendurado. À esquerda, um menino de frente para árvore. Ele tem cabelos castanhos, de camiseta marrom. Ao fundo, céu em azul-claro, com silhueta de morros.

MIRIM, Jeguaká; MIRIN, Tupã. Contos dos curumins guaranis. Ilustrações de Geraldo Valério. primeira edição São Paulo: éfe tê dê, 2014. página 22.

  1. Que situação aconteceu na aldeia para desencadear a história?
  2. Quem são os personagens do conto?
  3. Quando aconteceu a história?
  4. Onde aconteceu?
  5. Como ocorreram os fatos?
  6. Por que tudo aconteceu?
  7. Identifique os verbos utilizados na narrativa. Em que tempos verbais eles estão?
  8. Em que os tempos verbais empregados no texto ajudam o leitor?
  9. Que adjetivo foi usado no primeiro parágrafo para caracterizar a árvore?

▶ Qual é a importância desse adjetivo logo no início da narrativa?

14. Releia este trecho.

O menino pegou seu pequeno arco e flecha e voltou para sua casa. E não contou para ninguém que falou com a árvore.

As fórmas verbais destacadas se referem a que substantivo?

 

Versão adaptada acessível

Atividade 14, item único

As formas verbais "pegou", "voltou", "contou" e "falou" se referem a que substantivo?

Reflexão e investigação

Ícone atividade em grupos.
  1. e são dois irmãos que moram na aldeia , em São Paulo. Façam uma pesquisa para descobrir mais sobre eles. Por exemplo:
    1. o motivo ou os motivos que os levaram a escrever;
    2. as tradições e a cultura do povo guarani;
    3. as influências do povo guarani na cultura brasileira.
  2. Conversem sobre o que vocês descobriram e criem um painel com informações e curiosidades sobre os irmãos escritores.
Fotografia. Vista geral de local com solo em marrom, com várias árvores de troncos finos e folhas em verde. Ao fundo, casa com paredes e telhado em palha marrom.
Na Terra Indígena Rio Silveira, em Bertioga, as moradias são construídas tradicionalmente de pau a pique ou madeira. São Paulo, 2021.

VAMOS COMPARTILHAR

Livro de contos

Vocês escreveram contos e os apresentaram aos colegas. Agora, que tal organizá-los em um livro? Sigam o passo a passo indicado a seguir.

Fotografia. Uma menina vista da cintura para cima, de cabelos escuros, encaracolados e curtos. Ela está vestida de camiseta branca com listras azuis, segurando com as mãos um livro aberto de capa marrom. A menina olha para ele, olhar para baixo e sorrindo.

Revisar os textos

Ícone atividade em dupla.
  1. Para não passar nenhuma incoerência ou incorreção, troque de conto com um colega para a revisão.
    1. Revejam o que foi indicado pelo colega e façam os ajustes necessários.
    2. Escrevam a versão final do conto em uma folha à parte.

Organizar o livro

Ícone atividade em grupos.
  1. Montem o livro de contos da turma e criem a capa.
    1. Lembrem-se de classificar os tipos de contos que escreveram e organizem as partes do livro.
    2. Elaborem o sumário do livro com as partes e títulos de todos os contos.
    3. Criem um título para o livro.
    4. Decidam se a capa do livro vai ter imagem e como ficará o design final.

Compartilhar com os colegas

3. Organizem um rodízio entre todos os colegas da turma para que possam levar o livro para casa e mostrá-lo aos familiares.

Compartilhar com a comunidade escolar

  1. Vocês podem, com a ajuda do professor, fazer também o livro de contos digital da sala ou um mural digital e postar no blogue ou site da escola.
    1. Com a ajuda e a orientação do professor, explorem uma versão digital de um texto em um processador de texto e imagem e descubram as ferramentas que podem auxiliá-los na formatação e na diagramação dos contos.
    2. Para facilitar o processo, os textos podem ser digitalizados utilizando os recursos do processador de textos.
    3. É importante cuidar da diagramação dos textos dos contos e inserir imagens que os ilustrem, podendo ser ilustrações ou fotografias.
    4. Seria interessante seguir a organização da versão digital com capa, sumário e partes que classificam os gêneros dos contos.

Divulgação do livro

Ilustração. Quatro cenas diferentes de quatro pessoas com celulares e tablet. 1 – mãos de uma pessoa de blusa de mangas compridas em vermelho-escuro, com o dedo indicador sobre um tablet branco. 2 – mãos de uma pessoa de blusa de mangas compridas em amarelo, segurando na mão esquerda celular preto com tela verde. 3 – mãos de uma pessoa de blusa de mangas compridas em marrom, segurando na mão esquerda celular branco e dedo indicador da mão direita sobre a tela. 4 – mãos de uma pessoa de blusa de mangas compridas em azul, segurando na mão esquerda, tablet preta e dedo indicador da mão direita sobre a tela.

5. Com o livro digital pronto, façam a divulgação para que outras pessoas conheçam o trabalho de vocês. Podem também postá-lo no blogue ou no site da escola. A versão impressa pode ser doada à biblioteca da escola, por exemplo.

Discussão e avaliação

Ícone atividade oral.
  1. Roda de conversa! Encerrem a atividade conversando sobre a experiência de montar um livro.
    1. O que você mais gostou e o que não gostou de fazer no livro de contos?
    2. Como foi o resultado da divulgação entre os familiares e a comunidade escolar?
  2. Você leu os contos dos colegas? De qual você mais gostou? Por quê?

Glossário

surucucu
: cobra venenosa que pode chegar a 3 metros de comprimento. Possui o dorso marrom levemente amarelado, manchado com grandes losangos pretos, com prolongamentos triangulares sobre os flancos. É dotada de escamas arredondadas na cabeça e sua cauda apresenta um espinho na extremidade.
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igarapé
: braço longo e estreito de um rio que só dá passagem a canoas ou pequenos barcos.
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pinhão
: cada uma das sementes do pinheiro de Araucária. Muito utilizado na culinária dos estados do Paraná e de Santa Catarina.
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astúcia
: esperteza.
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compilação
: reunião de textos sobre um mesmo tema ou assunto.
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picardia
: engano, logro.
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matreiro
: perspicaz; sagaz; que sabe obter vantagens.
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