UNIDADE 6  Histórias de vida...

Nesta unidade, vamos explorar e analisar gêneros textuais que retomam a história de vida de uma pessoa. As propostas foram desenvolvidas em quatro etapas que se relacionam. Acompanhe!

Fotografia. Vista geral de local de frente para o mar com quatro homens vistos de costas. Da esquerda para a direita: homem de cabelos escuros, camiseta preta e bermuda branca. Ao lado, um homem de cabelos escuros, sem camiseta e bermuda bege. À direita, um homem de cabelos brancos com boné laranja sobre a cabeça, camisa de gola em azul-claro e bermuda em azul. Um homem de cabelos grisalhos, de camisa com listras em branco e azul e bermuda em azul-claro. Eles seguram com as mãos uma rede de pesca. No mar, duas canoas atracadas. Em segundo plano, à esquerda, morros com vegetação. No alto, céu em azul-claro e nuvens brancas.

EU SEI

Como podem ser contadas as histórias de vida?

Minha história e as histórias de pessoas que têm algum destaque em suas áreas de atuação ou em suas comunidades podem ser contadas por meio de relato pessoal, autobiografia e biografia.

Fotografia. Três pessoas sentadas, uma ao lado da outra, duas mulheres e um homem. À esquerda, mulher de cabelos escuros, com um lenço grande azul-claro, cobrindo a cabeça, pescoço, braços e pernas, com a mão esquerda sobre o ombro. Ao lado, uma mulher de cabelos pretos, com um lenço grande cobrindo a cabeça, pescoço, ombros e braços. Na ponta, um homem de cabelos pretos penteados para a direita, camisa de gola cinza e casaco em azul-escuro. Em segundo plano, local com vegetação e morros.

EU VOU APRENDER

Capítulo 1 – Relato pessoal

Compreender a estrutura e a função social desse gênero textual.

Capítulo 2 – Autobiografia e biografia

Compreender a estrutura e a função social desses gêneros textuais.

Fotografia. À esquerda, um homem sentado sobre uma poltrona branca. Ele tem rosto arredondado, cabelos grisalhos penteados para trás, com camisa branca, gravata verde, colete azul por dentro, terno cinza e sapatos pretos. Ele olha pra frente sorrindo, com a mão direita sobre o joelho e mão rsquerda sobre um cachorro de pelos pretos, sentado em cadeira vermelha. O cachorro usa uma coleira em azul-claro. Ao fundo, livros de capa colorida um ao lado do outro.

EU APRENDI!

Atividades de compreensão textual, reflexão e análise da língua, sistematização e ampliação da aprendizagem.

Ilustração. Fundo dividido na diagonal, abaixo em azul e acima em vermelho. Ao centro, uma nuvem em zigue-zague colorida em amarelo e azul e ao redor, estrelas de raios em amarelo. Texto ao centro: FANZINE.

VAMOS COMPARTILHAR

Fanzine

Promover uma enquete, apoiada por um roteiro de entrevista com os colegas e a comunidade escolar, para produzir um fanzine baseado em relatos pessoais.

EU SEI

Como podem ser contadas as histórias de vida?

Ícone atividade oral.
  1. Na sua opinião, como pode ser contada a história de pessoas que se destacaram em sua área de atuação?
  2. Quem se interessaria por esse gênero textual? Com que objetivo?
  3. Observe as imagens. Você conhece as pessoas retratadas? Se sim, o que sabe sobre elas?
Fotografia. Uma garota vista da cintura para cima, de cabelos escuros, penteados para a esquerda, levantando com o braço direito esticado para o alto, uma caixa com uma medalha dourada. Ela usa um lenço vermelho cobrindo par da cabeça, pescoço e ombro à direita, usando blusa de mangas compridas em cinza. Fundo desfocado em amarelo, vermelho e parede em cinza.
malala iuçáfizai (1997) é uma militante dos direitos das crianças. Essa jovem paquistanesa foi vítima de um atentado por defender o direito das meninas de seu país de frequentar a escola. Com 17 anos, foi a mais jovem ganhadora do Prêmio Nobel da Paz.
Fotografia. Um homem visto dos ombros para cima, de cabelos grisalhos penteados para trás, sobrancelhas grossas, rosto um pouco arredondado, nariz fino, rugas finas no rosto e usando uma camisa de gola em branco e amarelo. Ele olha para frente, sorrindo. Ao fundo, pintura desfocada em amarelo, preto e azul.
Mauricio de Sousa (1935) é um cartunista e empresário brasileiro. Criou a Turma da Mônica e vários outros personagens de história em quadrinhos. É membro da Academia Paulista de Letras, ocupando a cadeira norteº 24.
  1. O que é uma biografia? Converse com os colegas e o professor.
  2. E o que é uma autobiografia?
  3. Observe agora estas outras imagens.
Fotografia. Vista geral de local de frente para o mar com quatro homens vistos de costas. Da esquerda para a direita: homem de cabelos escuros, camiseta preta e bermuda branca. Ao lado, um homem de cabelos escuros, sem camiseta e bermuda bege. À direita, um homem de cabelos brancos com boné laranja sobre a cabeça, camisa de gola em azul-claro e bermuda em azul. Um homem de cabelos grisalhos, de camisa com listras em branco e azul e bermuda em azul-claro. Eles seguram com as mãos uma rede de pesca. No mar, duas canoas atracadas. Em segundo plano, à esquerda, morros com vegetação. No alto, céu em azul-claro e nuvens brancas.
Pescadores da comunidade caiçara puxando a rede de pesca, na Praia de fóra, Ilha Grande, Rio de Janeiro.
Fotografia. Seis pessoas ao redor de uma mesa marrom fazendo uma refeição com suco de laranja, pães, salada. Da esquerda para a direita, menino de cabelo raspado,  blusa azul; menina de cabelos crespos curtos com fita azul nos cabelos, blusa rosa; homem grisalho, camisa rosa; mulher de cabelos crespos pretos em coque, blusa amarela; homem jovem de cabelos pretos curtos, com camisa xadrez em laranja e azul; mulher de cabelos grisalhos, curtos, com blusa branca listrada em cinza. Todos estão brindando com copo com suco de laranja e sorreidentes.
Uma comemoração familiar, comum em lares brasileiros, pode fazer parte do relato do cotidiano de várias pessoas.

7. As vivências de uma pessoa ou de um grupo de pessoas, suas memórias e experiências do cotidiano podem ser narradas por um relato pessoal. Qual seria o interesse do leitor por esse gênero de texto?

EU VOU APRENDER  Capítulo 1

Relato pessoal

Você vai ler o relato de um jovem membro da comunidade caiçara da Barra do Ribeira, um bairro do município de Iguape, situado no litoral do estado de São Paulo.

Clique no play e acompanhe a reprodução do Áudio.

Transcrição do áudio

Locutora: Relato pessoal de uma bailarina com Síndrome de Down

Locutora: A bailarina Ana Flávia Piovezzana dos Santos tem 30 anos, nasceu com Síndrome de Down e é uma das integrantes da Companhia Lápis de Seda, de Florianópolis, em Santa Catarina.

A seguir, Ana Flávia fará um relato pessoal sobre sua trajetória na dança.

Trajetória essa que começou ainda criança em academias de balé, passou por um grupo de dança da APAE, que é a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais, de Florianópolis, e hoje se consolida nos palcos nacionais e internacionais em uma companhia profissional, fundada e dirigida pela bailarina Ana Luiza Ciscatto. Acompanhe.

Eu nasci em São Lourenço do Oeste e morei em Galvão, que também é no oeste de Santa Catarina. Fiquei lá até meus 5 anos de idade e depois eu me mudei pra cá. Eu cheguei aqui em Floripa apenas com 5 anos de idade.

Eu entrei na dança apenas com 13 anos, que é a idade em que eu comecei e lá eu fui saber o significado da dança em si.

Entrei, fiz dança de rua, fiz balé clássico, fiz o contemporâneo. Aí eu pensei assim: é isso que você quer, Ana Flávia? Sim, é isso que eu quero: ser uma bailarina e mostrar o que eu sou capaz de fazer dentro do palco. E dançar no palco para mim é outra coisa.

Quando eu comecei a dançar, eu vi que tinha muitas coisas que eu não conseguia. Mas eu sabia que podia vencer minhas dificuldades e começar a mostrar que eu sou capaz, que eu consigo, que eu devo.

Eu sempre fui uma pessoa muito positiva. Sempre fui. E eu sempre falo para qualquer pessoa, ser sempre uma pessoa positiva, não negativa. Porque o negativismo não adianta nada.

Aqui na APAE, quando eu entrei, entrei com 20 anos. E eu digo que aqui foi uma vida ter entrado aqui na APAE. Tive grandes amigos, dancei junto com eles, foram momentos inesquecíveis que eu vivi com eles.

Um dos momentos mais felizes da minha vida foi quando nós fomos fazer a abertura das Olimpíadas das Danças Náuticas em Londres em 2012.

Foi muito importante pra mim ter viajado fora, pela primeira vez, ter dançado fora, mostrando meu potencial, mostrando a minha capacidade, minha desenvoltura, o meu desenvolvimento fora do país. Isso pra mim foi a maior alegria da minha vida, ter dançado fora do Brasil.

 A gente fez a nossa primeira turnê pela Companhia do Lápis de Seda com o nosso primeiro projeto, que era o “Convite ao olhar”.

Quando a Ana me convidou para participar, eu aceitei na hora. Para saber como era. Eu entrei, eu fui olhar como era e eu gostei daquilo, do que eu estava vendo, do que eu estava percebendo, observando.

A gente começou aqui em Florianópolis, a gente foi para o Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba e Porto Alegre. E nessas cidades que a gente foi, foi muito legal. E...teve uma entrevista que eu fiz que eu me lembro bem que eu falava que o meu sonho de consumo desde criança era conhecer o Rio de Janeiro. E eu realizei o sonho da minha vida de conhecer um pedaço do Rio de Janeiro.

A inclusão é muito importante. Eu me acostumei a dançar com pessoas com deficiência ou sem deficiência.

A minha relação com eles é ótima, é maravilhosa. A gente tem o momento de rir, o momento de conversar, o momento da brincadeira. A gente está sempre junto, assim, conversando. Ou quando a gente tem alguma dificuldade eles sempre estão nos ajudando...a gente diz que um grupo é ajudar um ao outro. E a gente gosta de se ajudar, nas dificuldades dos outros, nos erros, a gente interage muito. É o grupo da interação.

Ser uma bailarina sempre foi o grande sonho da minha vida.

É na dança que eu consigo me mostrar melhor. Mostrar como eu sou, o jeito que eu sou, o jeito que eu falo, que eu deixo de falar, como eu faço ou deixo de fazer.

E é pela dança que eu encontro muitas coisas, porque na dança existem muitas possibilidades. A possibilidade de amar, a possibilidade de ser feliz, a possibilidade de ter muitas pessoas a meu lado me apoiando.

Locutora: Créditos: Todos os áudios inseridos neste conteúdo são da Freesound.

Caderno do Lucas

Meu nome é Lucas e venho de uma família de pescadores. Meu bisavô era pescador, meu avô é pescador, meu tio é pescador... Minha mãe, não, minha mãe é cobreira, sabe até pegar cobra com a mão. Eu sou o mais novo da família, pescador e pesquisador. Peixe é comigo mesmo: eu pego, pesco, abro pra olhar dentro, desenho, estudo, pesquiso. Tudo. Até comer eu como!

Meu avô diz que pescar está no sangue, que ele mesmo aprendeu com seu pai, só olhando, curioso, e saindo para pescar. Comigo foi um pouco diferente. Eu não nasci pertinho do mar. Quando era pequeno e ainda não morava na Barra, gostava de muitas coisas, mas nunca pensei que ia me encantar com o mundo dos peixes. Com sete anos, mudei para cá. E logo que vi o meu avô pescando, fiquei curioso. Eram tantos peixes diferentes que ele trazia, tantas as histórias que eu ouvia, tantos jeitos de pescar... Fiquei doido e comecei a estudar, a perguntar para os mais velhos, a procurar na internet e nos livros. Logo decidi o que queria ser na vida: biólogo marinho. Para continuar estudando e poder ajudar a proteger o mar e seus animais.

Minha primeira pescaria foi pegar tainha. Mas não pegamos nada. Ventava forte, as ondas arrebentavam, o barco não parava, entrava por dentro da onda, espalhando água por todo lado. Parecia aquele programa da tê vê Pesca Mortal. Não cheguei a enjoar, mas fiquei paralisado, tenso. Outra vez, fui com o Nilson e o Si botar uma rede de robalo, e voltei oito horas da noite. Também sofri, porque o Si não conseguia entrar na Barra. As ondas começaram a entrar dentro da canoa, que escorregava prum lado e pro outro. Subia aquele paredão de água, eu não sabia o que fazer. Deitei lá embaixo, para não ver mais nada. E o Nilson me assustava: Vai afundar!, enquanto o Si dava risada. E é assim que a gente vai aprendendo.

reticências

Fotografia. Um menino agachado, de cabelos escuros lisos, sem camiseta, de bermuda em azul-claro e segura nas mãos, um boné em marrom-escuro. Ele olha para frente, sorrindo.
Lucas.

No relato pessoal, as pessoas narram fatos importantes de sua vida e/ou da comunidade de que fazem parte. O texto apresenta tempo (quando aconteceu), espaço (onde aconteceu) e personagens (outras pessoas envolvidas na narrativa). É narrado em primeira pessoa e os verbos geralmente estão no pretérito, uma vez que se referem a fatos passados.

Ilustração. Na parte superior, título: Peixes comuns na Jureia. Na parte inferior, dezesseis peixes de tamanhos e formatos diferentes, em cores amarelo, azul e cinza, com nome, medida e peso de cada um.

Pesca artesanal

Por aqui, existem muitos tipos de pesca artesanal no mar: de picaré, espinhel, rede de espera, corrico, vara, cerco, caceio... O que é pesca tradicional? É uma pesca bonita, gostosa de ir, em que usamos materiais simples e o conhecimento que aprendemos com nossos avós e bisavós. Tem que saber qual é a hora boa de pescar, conhecer a ciência da Lua e da maré. Em um dia, são quatro marés: duas de subida, duas de descida. E é nesses dois refluxos que o peixe muda de lugar. Na enchente, ele faz um trajeto e, na vazão, outro. No meio do caminho, a gente põe a rede. É um jeito de pescar muito diferente da pesca industrial, que tem equipamento, sonar, alta tecnologia, e, com isso, mata muito, muito mais peixe, e desequilibra tudo.

Pesca da manjuba

A manjuba é o peixe mais vendido pelos pescadores aqui da Jureia. Por isso, tem até uma lei, para controlar sua pesca na região. A panagemglossário da manjubeira parece o picaré, e precisa de quatro pessoas pra manejar na pescaria. A manjuba é bem pequena – vai até uns quinze centímetros. Diz o Felipe que a manjuba é igual Piter pã, não cresce nunca. A diferença é que o Piter pã voa e a manjuba nada.

O picaré (arrastão de praia)

Duas pessoas seguram uma rede de umas vinte braças e arrastam a favor da maré, apanhando os peixes que ficam pelo raso, como paratis, palombetas, barbudas. É melhor na maré baixa: um fica bem no raso e o outro, menos sortudo, vai indo pro fundo. Juntos, vão passando a rede. Depois recolhem pra areia e tiram os peixes que foram pegos.

Ilustração. Dois homens em pé para esquerda, em pontas extremas de chapéu marrom, de blusa em laranja e calça em azul. Eles seguram uma rede de pesca. Atrás deles, uma flecha para a direita. À esquerda, três flechas em laranja do mar para a direita indicando: Direção da maré.
Ilustração. Dentro do mar de água em tons de verde, uma linha fina na horizontal e nela sete peixes pendurados. Na parte superior, acima do mar, duas boias em laranja.
Hoje em dia, a pesca artesanal é um dos aspectos marcantes da cultura caiçara e se caracteriza por incluir apenas o pescador e familiares ou vizinhos. Da pesca, retiram a maior parte da sua renda, que varia em função da sazonalidade, do clima e da maré.

O espinhel

O espinhel é como se fosse uma vara de pescar dez em um. Quer dizer, é uma linha de pesca bem forte e comprida, em que penduramos outras várias linhas, com anzóis na ponta; e, na ponta de cada anzol, uma isca. Muito usado para pescar peixes grandes como garoupas, mecas, raias e até cações, e a tal da caçoa comilona!

Pesca assassina

Aqui na Jureia tem uns duzentos tipos de peixe no mar. Já foram mais. Acontece que vários peixes sumiram por causa da pesca predatóriaglossário , principalmente a pesca de arrasto de fundo. É um tipo de pesca que usa redes bem grandes, de malha muito fina, que parecem uns sacos. Levados ao mar por barcos grandes, por exemplo as traineiras e baleeiras, essas redes são jogadas na lama do fundo do mar, e, quando puxadas, vão ensacolando tudo que aparece na frente. Não só peixes, mas também golfinhos, tartarugas, corais, pinguins, filhotinhos de peixes... TUDO! Essa pesca é mais usada para pegar camarão. Mas tudo que não é camarão é jogado de volta no mar, morto ou morrendo!

Ilustração. Local com oceano em água em azul-claro. À direita, um barco com a parte inferior em marrom e na parte superior em laranja, mastros e linhas finas. Na parte inferior, dentro do oceano, uma rede onde há tubarões e peixes. Na borda da rede, outros peixes e camarões em tons de cinza. À direita, fora da rede, corais e outros tubarões e peixes de nomes e tamanhos diferentes.

BORDAS, marri ange. Manual da criança caiçara. São Paulo: Peirópolis, 2011. página 62-67.

Para ampliar

Manual da criança caiçara. Marie Ange Bordas. São Paulo: Peirópolis, 2011.

Esse livro é o resultado de um trabalho realizado pela fotógrafa e educadora Marie Ange Bordas em parceria com crianças da Barra do Ribeira, com o propósito de valorizar as comunidades caiçara e seu conhecimento sobre a Mata Atlântica. O conteúdo foi pensado em colaboração com as crianças, cujos desenhos também ilustram o livro. O livro conta também com quatro histórias da escritora Meire Cazumbá.

Capa de livro. Na parte inferior, local com muita vegetação, árvores de folhas de cor verde, com rio ao centro onde há uma canoa e pessoas dentro. Mais abaixo, quatro fotos de pessoas. Na parte superior, céu em azul-claro com nuvens brancas e à direita, um pássaro de penas em azul e branco e bico grande em amarelo e ponta preta. Acima, outros pássaros e título do livro e nome do autor.

COMPREENSÃO TEXTUAL

Responda às questões no caderno.

  1. Quem é o narrador desse relato?
  2. O que a família de Lucas faz para viver?
  3. O avô de Lucas diz que “pescar está no sangue”. Para você, o que isso significa?
  4. Quando Lucas passou a se interessar pela pesca? Transcreva o trecho que justifica sua resposta.
  5. O que motivou Lucas a estudar? Explique.
    1. Quais são suas fontes de estudo?
    2. O que ele resolveu fazer da vida? Transcreva o trecho.
    3. Você sabe o que faz um biólogo marinho e o que é preciso para se tornar esse especialista? Converse com um colega e formulem suas hipóteses.
  6. Qual foi a primeira pescaria de Lucas?
  7. Releia a sequência descritiva dessa pescaria e responda às questões.

Minha primeira pescaria foi pegar tainha. Mas não pegamos nada. Ventava forte, as ondas arrebentavam, o barco não parava, entrava por dentro da onda, espalhando água por todo lado. Parecia aquele programa da tê vê Pesca Mortal. Não cheguei a enjoar, mas fiquei paralisado, tenso.

  1. Como foi a pescaria?
  2. O que os impediu de ter sucesso?
  3. A qual programa de tê vê o narrador faz referência? Você o conhece? Se sim, explique a relação.
  4. Como Lucas se sentiu nessa pescaria?
  5. O relato é narrado em primeira ou em terceira pessoa?

8. Releia este trecho do relato.

Outra vez, fui com o Nilson e o Si botar uma rede de robalo, e voltei oito horas da noite. Também sofri, porque o Si não conseguia entrar na Barra. As ondas começaram a entrar dentro da canoa, que escorregava prum lado e pro outro. Subia aquele paredão de água, eu não sabia o que fazer. Deitei lá embaixo, para não ver mais nada. E o Nilson me assustava: Vai afundar!, enquanto o Si dava risada. E é assim que a gente vai aprendendo.

  1. Com suas palavras, o que essa sequência descreve?
  2. Identifique no trecho marcas de oralidade e regionalidade no relato e explique-as.

9. Reveja os desenhos de peixes na Jureia feitos por Lucas. Por que você acha que o jovem desenha os peixes?

  1. Que informações podemos perceber nesses desenhos? Explique.
  2. Compare o desenho que Lucas fez de uma sororoca com uma fotografia desse peixe. Na sua opinião, os desenhos de Lucas podem ser considerados infantis ou de um pesquisador?
Fotografia. Um peixe de tamanho médio, para a direita, de cor cinza, com barbatanas na parte superior, pequenas, boca pequena aberta e partes pelo corpo como pequenas protuberâncias em amarelo.
Ilustração. Um peixe de tamanho médio, para a direita, de cor azul na parte superior, com corpo em cinza-claro e protuberâncias em amarelo. Na parte superior, barbatanas finas na vertical e nadadeira traseira comprida.
O peixe sororoca aparece o ano inteiro pelo litoral brasileiro, mas é mais encontrado nos meses mais frios, de maio a agosto. De espécie semelhante à do atum, tem cor prateada e pintas amarelas. Sua carne é branca e gorda, de sabor delicado.
  1. Na sua opinião, por que Lucas faz a comparação entre a pesca artesanal e a pesca predatória?
  2. No trecho sobre a pesca assassina, Lucas utiliza a palavra “ensacolando”. Essa palavra existe? O que ele quis dizer com isso?
  3. Que informações você obteve sobre o modo de vida caiçara ao ler o relato de Lucas? Por que é importante esse relato?

LÍNGUA E LINGUAGEM

Frase e oração

Responda às questões no caderno.

Ícone atividade oral.

1. Releia este trecho do relato de Lucas.

Aqui na Jureia tem uns duzentos tipos de peixe no mar. Já foram mais. Acontece que vários peixes sumiram por causa da pesca predatória, principalmente a pesca de arrasto de fundo. reticências Levados ao mar por barcos grandes, por exemplo as traineiras e baleeiras, essas redes são jogadas na lama do fundo do mar, e, quando puxadas, vão ensacolando tudo que aparece na frente. Não só peixes, mas também golfinhos, tartarugas, corais, pinguins, filhotinhos de peixes... TUDO! Essa pesca é mais usada para pegar camarão. Mas tudo que não é camarão é jogado de volta no mar, morto ou morrendo!

  1. Observe as duas primeiras frases do trecho. O que elas têm em comum? Para responder, considere a quantidade de verbos presentes em cada uma, bem como a pontuação utilizada.
  2. Agora, observe estas outras duas frases: “TUDO!”; “Mas tudo que não é camarão é jogado de volta no mar, morto ou morrendo!”. O que elas têm em comum e no que diferem? Para responder, considere os mesmos elementos da questão anterior.

Para nos comunicarmos, inicialmente fazemos uma seleção das palavras que vamos utilizar. Em seguida, essas palavras são combinadas, formando frases.

A frase é um enunciado composto de uma ou mais palavras e que tem sentido completo. Sua função é estabelecer comunicação diante de determinada situação. As frases nominais são aquelas que não apresentam verbo. Já as frases verbais são aquelas que apresentam verbo.

As frases também podem ser classificadas de acordo com o seu sentido:

  • frases declarativas: para dar uma resposta, afirmativa ou negativa, transmitir alguma informação ou relatar algo. Na escrita, são finalizadas por ponto-final;
  • frases exclamativas: para expressar algum estado emotivo, como surpresa, admiração, espanto etcétera Na escrita, são finalizadas por ponto de exclamação;
  • frases interrogativas: para formular uma pergunta. Na escrita, são finalizadas por ponto de interrogação;
  • frases imperativas: para expressar uma ordem ou um pedido, para dar uma orientação etcétera Na escrita, podem ser finalizadas por ponto-final ou ponto de exclamação.

2. Analisem o cartaz e respondam às questões seguintes.

Cartaz. Cartaz na vertical. À direita, um homem em posição de meditação: sentado de pernas cruzadas, mãos uma de frente para a outra, de olhos fechados, cabelos e barba em tons de azul-escuro. Ele usa blusa regata em branco e calça em azul-claro, descalço. À esquerda, texto: 'TÁ NERVOSO? VAI PESCAR (palavra riscada) MEDITAR!' ATÉ O DIA 29 DE FEVEREIRO ESTÃO PROIBIDOS A PESCA E O TRANSPORTE DE PESCADO. DENUNCIE: Linha Verde/Denúncia 0800 63 1155 Gerência da Fiscalização Ambiental (62) 3218-2670 Ouvidoria (63) 3218-2633 Mais abaixo, #RESPEITEAPIRACEMA. Na ponta inferior, logotipos de Tocantins.

Vallim, Alvaro;TOCANTINS. Naturatins lança campanha em redes sociais sobre a Piracema. govêrno do Estado de Tocantins, Palmas, 9 dezembro 2019.

  1. Com que objetivo ele foi produzido?
  2. Observem as duas frases principais do cartaz. A que elas fazem referência? Por que a palavra “pescar” aparece riscada?
  3. Como essas duas frases se classificam? Por quê?

A oração é uma frase ou parte de uma frase estruturada em torno de um verbo e que pode ou não ter sentido completo.

3. Agora, leiam esta tirinha.

Tirinha. Composta por dois quadros. Apresenta como personagens, duas mulheres, uma loira de cabelos curtos, blusa de mangas curtas em verde. Outra mulher tem cabelos loiros, franja, vestida com blusa regata em preto e colar branco no pescoço. Q1 – À esquerda, mulher de camiseta verde, virada para a direita, pergunta: O GENERAL COMPROU UM CACHORRO? À direita, mulher com blusa de cor preta, sentada, a responde: NÃO. Q2 – A mulher à esquerda, olhando para a outra que está sentada, esta comenta: ELE COLOCOU ESSA PLACA PRA VER SE ESPANTA O TEN. ESCOVINHA. Ao fundo, à direita, uma porta preta com uma estrela amarela pendurada e uma placa branca onde está escrito: CUIDADO! CÃO BRAVO.

uólquer mórtchi. Recruta Zero. Estadão, São Paulo, 12 maio 2022. Disponível em: https://oeds.link/YhgliN. Acesso em: 13 junho 2022.

  1. Por que a personagem inferiu que o general tinha comprado um cachorro?
  2. Onde está o humor da tirinha?
  3. Quanto ao sentido, como se classificam as frases utilizadas pelas personagens no primeiro quadrinho?
  4. A frase “Não” pode ser chamada de oração? Por quê?
  5. Na fala da personagem do segundo quadrinho, há quantas orações?
  6. Em “Cuidado! Cão bravo”, há uma frase nominal. Transformem-na em uma frase verbal.

ACENTUAÇÃO

Ditongo, tritongo e hiato

Responda às questões no caderno.

1. Leia estas palavras em voz alta.

área espécies país Peruíbe anzóis areia baleeiras garoupas

  1. Como essas palavras se classificam quanto à sílaba tônica? Para classificá-las, escreva-as separando as sílabas.
  2. O que as palavras “área” e “espécies” têm em comum?
  3. Ao separar a palavra “baleeiras”, o que você notou com relação às duas letras “e” presentes nela?
  4. O mesmo acontece com o “ei” de areia e com o “ou” de garoupas?

Em algumas palavras, as vogais aparecem juntas graficamente, porém são pronunciadas separadamente. Da mesma fórma, há vogais que aparecem juntas e são pronunciadas em uma única emissão de voz. No primeiro caso, dizemos que houve um hiato, ou seja, a separação de dois sons vocálicos. No segundo caso, dizemos que houve um ditongo, ou seja, dois sons vocálicos pronunciados em uma mesma sílaba. Há ainda a possibilidade de haver três sons vocálicos na mesma sílaba, a que chamamos de tritongo.

2. Passe as seguintes palavras para o plural.

anel             coronel             farol             girassol

  1. Com relação à sílaba tônica, como se classificam essas palavras, tanto no singular quanto no plural?
  2. Ao passá-las para o plural, o que você percebeu com relação à acentuação?
  3. A que conclusão podemos chegar sobre a acentuação nesse caso?

3. Agora, leia estas palavras em voz alta.

assembleia             boia             geleia             ideia

  1. Como elas se classificam quanto à sílaba tônica?
  2. Os ditongos nelas presentes são abertos, como os da atividade anterior, ou fechados?
  3. A que conclusão podemos chegar sobre a acentuação nesse caso? Compare a regra com a da atividade 2.

4. Leia um trecho da seguinte notícia.

ême ésse se prepara para o fim da piracema e tem novas regras para pesca

reticências

Conhecido como um dos principais destinos de pesca do país, o Mato Grosso do Sul está com a permissão de pesca suspensa desde 02 de novembro último, devido ao período da chamada piracema.

reticências

Esse ano porém, algumas alterações foram feitas nas regras de pesca, publicadas no Decreto .15375, publicado no Diário Oficial do Estado () do último dia 28. O novo Decreto altera basicamente a cota de captura para a pesca amadora, que seria “zero”, permitindo que o pescador capture e leve um exemplar de peixe de espécie nativa, respeitando os tamanhos mínimos e máximos permitidos nos Decretos, e exemplares de peixes da espécie piranha (Pygocentrus nattereri e/ou Serrasalmus marginatus). reticências

Houve ainda alteração nos tamanhos máximos e mínimos das espécies pintado, cachara, jaú e pacu. Essas espécies e as demais com determinação de medida estão na cartilha. reticências

Fotografia. Uma pessoa vista parcialmente de blusa de manga comprida em verde, segurando um peixe comprido de cor bege-claro e dorso em amarelo-claro. Na parte superior, perto da boca, duas antenas finas. Ao fundo, rio de cor marrom e vegetação de folhas verdes.
O jaú é considerado um dos maiores peixes de couro da região amazônica.

ême ésse SE PREPARA para o fim da piracema e tem novas regras para pesca. Diário do Turismo, São Paulo, 23 janeiro 2022. Disponível em: https://oeds.link/hLl3II. Acesso em: 23 maio 2022.

  1. Qual é o objetivo da notícia?
  2. De acordo com o texto, o que muda com as novas regras?
  3. Como as palavras pacu e jaú se classificam quanto à sílaba tônica?
  4. Separe essas palavras em sílabas. Em seguida, recupere a regra de acentuação das oxítonas e explique por que uma delas é acentuada e a outra não.

EU VOU APRENDER Capítulo 2

Autobiografia e biografia

Você pôde observar uma fotografia de iuçáfizái e conhecer um pouco sobre ela. Agora, faça uma leitura silenciosa do trecho da autobiografia dessa jovem paquistanesa.

Livre como um pássaro

Eu sou iuçáfizái, uma menina como qualquer outra – mas tenho meus talentos.

Posso estalar os dedos das mãos e dos pés quando quero. Possa ganhar de alguém com o dobro da minha idade no braço de ferro. reticências

Sou pachto, membro de um povo orgulhoso que se espalhou pelo Afeganistão e pelo Paquistão. Meu pai, Ziauddin, e minha mãe, Tur Pekai, nasceram em uma aldeia nas montanhas. Depois de casar eles se mudaram para Mingora, a maior cidade do vale do Swat, que fica no noroeste do meu amado país, o Paquistão.

Nasci em 1997, no vale do Swat, que é conhecido por sua beleza: montanhas altas, montes verdejantes e rios cristalinos.

reticências

Desde que me lembro, nossa casa sempre esteve cheia de gente, em um fluxo sem fim de vizinhos, parentes e amigos do meu pai. Uma das partes mais importantes de ser pachto é sempre abrir a porta para uma visita.

Nos fundos de casa, minha mãe e as mulheres se reuniam para cozinhar, rir e falar sobre roupas novas, joias e outras mulheres da vizinhança. Meu pai e os homens ficavam na sala de visitas, tomando chá e falando de política.

Eu às vezes me afastava das brincadeiras de criança, passava na ponta dos pés pelo grupo das mulheres e ia me juntar aos homens na sala, onde absorvia cada palavra que diziam sobre o vasto mundo além do nosso vale.

Depois de um tempo, eu voltava para as mulheres, para ouvir seus cochichos e suas risadas. Minha parte preferida era que ninguém usava lenço ou véu ali. Era encantador ver seus cabelos escuros e compridos e seus rostos bonitos pintados de batom e hena.

Fotografia. Três pessoas sentadas, uma ao lado da outra, duas mulheres e um homem. À esquerda, mulher de cabelos escuros, com um lenço grande azul-claro, cobrindo a cabeça, pescoço, braços e pernas, com a mão esquerda sobre o ombro. Ao lado, uma mulher de cabelos pretos, com um lenço grande cobrindo a cabeça, pescoço, ombros e braços. Na ponta, um homem de cabelos pretos penteados para a direita, camisa de gola cinza e casaco em azul-escuro. Em segundo plano, local com vegetação e morros.
malala iuçáfizai e os pais.

No lugar onde cresci, as mulheres seguiam a prática da purdah: eram separadas dos homens e precisavam se cobrir em público. Algumas, como minha mãe, cobriam o rosto com um lenço. Outras se cobriam com vestes pretas compridas e esvoaçantes, às vezes usavam luvas e meias pretas também. Elas escondiam cada centímetro de pele – e até mesmo os olhos.

Mas quando não havia homens, as mulheres podiam mostrar seus lindos rostos – e eu descobria um mundo totalmente novo. Sempre me perguntava como era viver se escondendo.

Ainda pequena, eu disse a meus pais que, independente do que as outras meninas fizessem, eu nunca ia cobrir meu rosto daquele jeito. Minha mãe e alguns parentes ficaram chocados. Mas meu pai disse que eu poderia fazer como quisesse.

vai viver livre como um pássaro — ele disse a todo mundo.

Eu sabia que era a preferida do meu pai. Algo raro para uma menina paquistanesa.

No Paquistão, quando um menino nasce, é motivo de celebração. Deixam presentes no berço do bebê. Escrevem seu nome na árvore genealógica da família. Quando uma menina nasce, ninguém nem visita os pais.

Meu pai não se importava com aqueles costumes. Vi meu nome – em tinta azul na nossa árvore genealógica. Foi o primeiro nome de mulher incluído em trezentos anos.

Às vezes, quando eu pensava no futuro, as competições de empinar pipa que fazíamos quando pequenos me vinham à mente. Os meninos que queriam vencer tentavam cortar o fio da pipa de outras crianças. Eu sempre ficava meio triste ao ver pipas tão bonitas indo ao chão.

Eu tinha medo de que meu futuro pudesse ser cortado como o fio daquelas pipas só porque eu era menina. Conforme Safina e eu ficássemos mais velhas, esperariam que cozinhássemos e limpássemos para nossos irmãos. Não podíamos ser advogadas ou engenheiras, estilistas ou artistas – ou a maioria das coisas com que sonhávamos. E não permitiriam que saíssemos de casa sem a companhia de uma parente homem.

Às vezes me perguntava quão livre realmente poderia ser.

Meu pai seguia esperançoso.

— Olha só essa menina — ele disse com orgulho quando aprendi a ler. — O céu é o limite para ela!

Eu tinha muito mais sorte do que a maioria das garotas por outo motivo também: meu pai era dono de uma escola, a cruchal. Era um lugar humilde, que ficava perto de um rio fedorento e contava com pouco mais que lousa e giz. Mas, para mim, era o paraíso.

reticências

iuçáfizái, ; MaCórmick, Patricia. : minha história em defesa das meninas. Adaptação sara djei róbins. Tradução Lígia Azevedo. São Paulo: Seguinte, 2020. página 17-27.

COMPREENSÃO TEXTUAL

Responda às questões no caderno.

  1. Qual é o assunto tratado no texto que você leu?
  2. Transcreva do texto uma informação que contextualize a jovem no tempo e no espaço.
  3. Quais eram os talentos de , na opinião da personagem?
  4. Após ler o texto, na sua opinião, quais são os talentos de ?
  5. Segundo , sua casa sempre estava cheia de gente, vizinhos, parentes e amigos.
    1. Como ela descreve os costumes das mulheres durante essas reuniões?
    2. E os costumes dos homens?
    3. Como se comportava nessas ocasiões? Transcreva o trecho.
  6. Explique, com suas palavras, a prática da purdah descrita no texto.
    1. Como se sentia em relação à purdah?
    2. Qual foi a reação da mãe e do pai da menina diante dessa fala?
    3. Na sua opinião, como a atitude do pai pode ter colaborado para a formação de ?
Fotografia. Uma mulher sentada sobre um banco de cimento de cor marrom. Ela usa roupa de cor preta que cobre todo seu corpo, inclusive a cabeça. Ela usa par de luvas da mesma cor. A mulher olha para baixo e segura nas mãos um livro de capa preta.
Algumas regiões do Paquistão adotam a prática da purdah, segundo a qual as mulheres devem se cobrir nos espaços públicos, ou mesmo em casa, na presença de homens.

7. Releia este trecho do texto e responda às questões.

No Paquistão, quando um menino nasce, é motivo de celebração. Deixam presentes no berço do bebê. Escrevem seu nome na árvore genealógica da família. Quando uma menina nasce, ninguém nem visita os pais.

  1. Na sua opinião, o que leva a essa discriminação?
  2. Como você enxerga essas diferenças de tratamento entre meninos e meninas?
  3. Isso acontece na região em que você vive?

8. Releia este outro trecho.

Às vezes, quando eu pensava no futuro, as competições de empinar pipa que fazíamos quando pequenos me vinham à mente. Os meninos que queriam vencer tentavam cortar o fio da pipa de outras crianças. Eu sempre ficava meio triste ao ver pipas tão bonitas indo ao chão.

  1. Qual foi a intenção de Malala ao fazer uma comparação entre seu futuro e as competições de empinar pipas? Explique.
  2. Leia novamente a última frase desse trecho e explique a mensagem implícita, ou seja, que nela está contida.
  1. O texto que você leu é uma biografia ou uma autobiografia? Justifique sua resposta.
  2. Em quais destas publicações é possível encontrar biografias e autobiografias? Aponte as alternativas corretas.
    1. revistas
    2. jornais
    3. páginas da internet
    4. livros
Ícone atividade oral.
  1. Existem outras maneiras de mostrar os fatos importantes da vida de uma pessoa? Converse com os colegas e o professor.
  2. Você já ouviu histórias de sua origem contadas pelos seus avós ou por outro adulto da família? Na sua família, vocês têm o costume de contar histórias? Se sim, de que tipo?

LÍNGUA E LINGUAGEM

Período simples e período composto

Ícone atividade em dupla.

1. Releiam este trecho da autobiografia de Malala.

Ainda pequena, eu disse a meus pais que, independente do que as outras meninas fizessem, eu nunca ia cobrir meu rosto daquele jeito. Minha mãe e alguns parentes ficaram chocados. reticências

— Malala vai viver livre como um pássaro — ele disse a todo mundo.

Eu sabia que era a preferida do meu pai. Algo raro para uma menina paquistanesa.

  1. Transcrevam todos os verbos e locuções verbais presentes no trecho.
  2. Considerando o conceito de oração, quantas orações há nesse trecho?
  3. O trecho “Algo raro para uma menina paquistanesa” pode ser chamado de oração? Por quê?

As frases verbais podem se organizar em uma ou mais orações. Quando a frase é constituída de uma oração, temos um período simples. Quando é constituída de duas ou mais orações, temos um período composto.

  1. Agora, retomem o trecho da atividade 1.
    1. Quantos períodos há nele?
    2. Como eles se classificam?
  2. Leiam este outro trecho.

No Paquistão, quando um menino nasce, é motivo de celebração. Deixam presentes no berço do bebê. Escrevem seu nome na árvore genealógica da família. Quando uma menina nasce, ninguém nem visita os pais.

Meu pai não se importava com aqueles costumes. Vi meu nome – em tinta azul na nossa árvore genealógica. Foi o primeiro nome de mulher incluído em trezentos anos.

  1. Quantos períodos há nele?
  2. Transcrevam esses períodos, classificando-os em simples e compostos.

Não existem regras para o uso de períodos simples ou compostos. Os falantes têm a liberdade de escolher, de acordo com seus objetivos e com a situação de comunicação. No entanto, na língua falada, é mais comum a presença de períodos simples. Já na língua escrita, é mais comum a presença de períodos compostos, sobretudo em textos mais complexos.

4. Leiam esta tirinha.

Tirinha. Composta por cinco quadros. Apresenta como personagens: Armandinho, menino de cabelos e bermuda em azul, de camiseta branca. Uma menina de cabelos ruivos presos para trás em coque e com uma presilha amarela, com blusa branca e bermuda em roxo. Q1 – A menina ruiva, com o corpo para a esquerda, vista da cintura para cima, diz: UM DIA PRA LEMBRAR DA LUTA DAS MULHERES, NO MUNDO TODO... À esquerda, sombra em azul de uma mulher de coque, segurando um cartaz com as mãos. Q2 – Texto: ... POR CONDIÇÕES DIGNAS DE TRABALHO, IGUALDADE DE DIREITOS E JUSTIÇA. Na parte inferior, sombra de várias mulheres em tons de vermelho, segurando no alto, cartazes. Em segundo plano, morros em marrom e amarelo.
Tirinha. Composta por cinco quadros. Apresenta como personagens: Armandinho, menino de cabelos e bermuda em azul, de camiseta branca. Uma menina de cabelos ruivos presos para trás em coque e com uma presilha amarela, com blusa branca e bermuda em roxo. Q3 - À esquerda, a menina falando de frente para Armandinho. Ela diz: UM DIA DE CONSCIÊNCIA POLÍTICA E SOLIDARIEDADE INTERNACIONAL. O menino à direita, com o corpo para a esquerda e boca fechada. Q4- Texto: PORQUE, SE MUITO JÁ FOI PERCORRIDO... Sombra de uma mulher em tons de verde com o cartaz levantado. Q5 – A menina ruiva, com o corpo para a esquerda, diz: ...MUITO AINDA TEMOS PELA FRENTE!

béc, Alexandre. Armandinho. [sem local], 8 março 2017. Facebook: Armandinho. Disponível em: https://oeds.link/e2xeXh. Acesso em: 23 maio 2022.

  1. A que data comemorativa remete a tirinha?
  2. Por que essa data é importante, segundo o texto?
  3. Quantas orações há na tirinha?
  4. Transcrevam os períodos presentes na tirinha, classificando-os em simples ou compostos.

5. Leiam a manchete e o lide desta notícia.

malala iuçáfizai ganhará homenagem em Cannes

Festival concederá à ativista e vencedora do Nobel da Paz o LionHeart, prêmio concedido a pessoas que impactam o mundo por meio de suas ações

malala iuçáfizai ganhará homenagem em Cannes. Meio&Mensagem, São Paulo, 17 maio 2022. Disponível em: https://oeds.link/O69IPk. Acesso em: 24 maio 2022.

  1. Pelo título, do que trata a notícia?
  2. Como se classifica o período que corresponde à manchete?
  3. Esse tipo de período é muito comum em manchetes de jornal. De acordo com o que vocês aprenderam, por que ele é frequente nesses casos?
  4. Quantas orações há no lide da notícia?

ORALIDADE

Entrevista

Você e os colegas vão elaborar um roteiro para a realização de uma entrevista. Sigam as instruções para coletar as informações necessárias, que servirão de base para a escrita de uma biografia.

Pensem no objetivo da entrevista e em quem entrevistar

  1. Escolham a pessoa que vocês gostariam de entrevistar.
  2. Tenham em mente a função da entrevista e as perguntas que colaborem para seu objetivo.

A entrevista tem por função principal obter dados concretos sobre o próprio entrevistado e outras pessoas que ele conhece, ou sobre um assunto que lhe é familiar. Em algumas entrevistas, o mais importante são as opiniões e os sentimentos do entrevistado sobre um assunto de interesse público, um tipo de experiência pessoal etcétera

3. Analisem se é necessário entrevistar mais de uma pessoa ou propor outros métodos de coleta de dados e pesquisa.

É comum, por exemplo, que as informações obtidas por meio de entrevistas, em que o entrevistado rememora acontecimentos do passado, sejam complementadas com fontes históricas, como livros sobre época, fotografias e documentos.

Estruturem a entrevista

4. Planejem um roteiro mínimo de perguntas que trarão informações relevantes para o objetivo da entrevista.

Nas entrevistas, é comum utilizarmos perguntas fechadas e abertas.

Fotografia. Uma menina e um jovem sentados sobre um sofá cinza. À esquerda, menina de cabelos curtos, encaracolados em castanho, blusa de mangas compridas em rosa e calça-azul-claro, com as mãos sobre os joelhos. À direita dela, jovem de cabelos pretos, de blusa de mangas compridas em azul-claro, calça jeans em azul. Ele olha para ela sorrindo, com papel azul na mão esquerda e a outra mão um pouco para frente. Em segundo plano, estante em branco com decoração.
Durante a entrevista, o entrevistado pode escrever as respostas das questões fechadas. Também é possível gravá-las, como apoio para retomar as informações na etapa de coleta de dados.

Elaborem o roteiro

  1. Pensem em como perguntar o que precisa (como, o quê, porque, quando, onde etcétera), prevendo espaços para que os entrevistados aprofundem o que foi questionado.
  2. Elaborem um roteiro com as perguntas, com base na pesquisa feita sobre o assunto e de acordo com o entrevistado escolhido.
  3. Tomem cuidado com perguntas muito pessoais ou sobre acontecimentos difíceis da história da pessoa. Usem modalizações, mas sem perder a clareza.
  4. Planejar a linguagem a ser utilizada é fundamental para alcançar os objetivos: seja sucinto e claro, sem se perder em divagações e opiniões pessoais ou perguntas com múltiplas finalidades.
  5. Para ordenar as perguntas no roteiro, é recomendável começar por aquelas de caráter mais geral e objetivas, deixando para o final questões mais profundas e reflexivas.
  6. Caso os entrevistados sejam pessoas sobre as quais já se saiba algo (um cientista, um escritor ou uma pessoa de vida pública), recomenda-se fazer uma pesquisa previamente. Nesse caso, o roteiro pode incluir perguntas com o objetivo de confirmar os dados coletados ou para que a pessoa aprofunde certos temas com informações complementares.

Aplicação da entrevista

  1. Tenham em mente que a postura do entrevistador deve inspirar no entrevistado conforto, segurança e confiança.
  2. Expliquem à pessoa qual é o propósito da entrevista.
  3. Peça autorização para gravar (áudio ou vídeo) e diga de que fórma esse registro será utilizado e o que será feito com as informações.
  4. Garanta que os equipamentos estejam funcionando. Certifique-se de que as condições são propícias ao registro (silêncio, qualidade do microfone etcétera).

Análise da entrevista

  1. Após a entrevista, pode-se fazer a transcrição para ajudar na organização das informações. Nessa etapa, é preciso cuidado para reproduzir exatamente o que foi dito, tanto pelo entrevistador quanto pelo entrevistado.
  2. Lembrem-se de que, como entrevistadores, vocês vivenciaram a experiência e captaram dados de natureza verbal, não verbal e observacional, o que pode enriquecer a base de dados quando for escrever a biografia.

BIOGRAFIA

Ícone atividade oral.
  1. Você conhece Mauricio de Sousa? Conte aos colegas o que sabe sobre ele.
  2. Leia uma biografia desse cartunista e escritor.

Mauricio de Sousa: conheça a trajetória do criador da Turma da Mônica

reticências

VITÓRIA BATISTOTI

Paulista nascido em Santa Isabel, filho de um casal de poetas, membro da Academia Paulista de Letras e o mais famoso e premiado cartunista brasileiro. Este é Mauricio Araújo de Sousa, mais conhecido por Mauricio de Sousa, o criador dos quadrinhos da Turma da Mônica.

O artista conquistou o país em 1959, ano em que seus personagens carismáticos e icônicos estrearam ao público. De lá para cá, as histórias de Mônica, seus amigos e familiares cresce em quantidade e em alcance – há gibis, desenhos, audiobooks e outras fórmas de mídia.

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Nascimento e infância

Mauricio de Sousa nasceu em 27 de outubro de 1935 em Santa Isabel, município no estado de São Paulo. Filho do barbeiro (mas poeta e pintor por vocação) Antônio Mauricio de Sousa e da poetisa Petronilha Araújo de Sousa, o cartunista cresceu em um ambiente repleto de arte, livros e cultura.

Ainda muito pequeno, Mauricio mudou-se com a família para Mogi das Cruzes, cidade vizinha. Sua mãe o ensinou a ler, utilizando como material os balões de gibi que seu pai trazia para casa. Sua infância foi marcada por pescarias, brincadeiras de rua e nas casas de seus vizinhos.

Conforme foi crescendo, Mauricio passou a desenhar cartazes e pôsteres, alguns dos quais integraram jornais de Mogi. Ele queria viver de seus desenhos e quando contou ao pai do que esperava de seu futuro, ouviu o seguinte conselho: “Mauricio, desenhe de manhã e administre à tarde.”

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Fotografia. Um homem visto da cintura para cima, de cabelos grisalhos penteados para trás, sobrancelhas grossas, rosto um pouco arredondado, nariz fino, rugas finas no rosto e usando uma camisa de gola em branco e amarelo. Ele olha para frente, rindo e está sentado em poltrona preta.
O cartunista Mauricio de Sousa participando da Comic Con Experience, em 2018.

Seguindo o sonho

Em 1954, aos 19 anos de idade, Mauricio se mudou para a capital paulista e começou a procurar emprego como ilustrador. Chegou até a redação do antigo jornal Folha da Manhã oferecendo seus serviços, mas, em vez disso, conseguiu uma vaga de repórter policial.

Ele exerceu a função por cinco anos, realizando muitos plantões e ilustrando suas reportagens com desenhos próprios que faziam muito sucesso entre os leitores do veículo. Em 1959, sua primeira tirinha foi publicada na imprensa, reticências trazia suas primeiras personagens, o cão Bidu e Franjinha.

Foi a partir deste momento que Mauricio deixou o jornalismo de lado para trilhar seu sonho de ser desenhista.

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Turma da Mônica

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Em 1960, desenhou o coadjuvante Cebolinha, que sempre falava errado (ou elado?). Em 1961, foi a vez do Cascão. Mais personagens foram surgindo, mas todas eram do gênero masculino. Até que Mauricio foi confrontado pela ausência de mulheres em suas tirinhas e, em 1973, desenhou a Mônica, seu maior sucesso.

Todas essas novas personagens foram ganhando certo protagonismo e, finalmente, em 1970, Mauricio decidiu lançar uma revista para suas criações: Mônica e a sua Turma.

O sucesso foi crescente, e, aos poucos, a Mônica ganhou versão animada para aparecer em comerciais de televisão.

Um apêndice da revistinha da Turma da Mônica é a versão adolescente das famosas personagens, a Turma da Mônica Jovem, lançada em 2008.

Fotografia. Vista geral de local com um homem sentado ao meio em poltrona, perto de cinco personagens. Da esquerda para a direita: Boneco grande do personagem Cascão, de cabelos escuros crespos, de camiseta amarela e macacão vermelho. Ao lado, personagem Cebolinha de cabelos pretos finos, de camiseta verde, bermuda em preto e sapatos marrons. À frente deles, Bidu, cachorro azul, focinho preto. Ao centro, poltrona em azul feita com pelúcias de coelho em azul e sobre ela, homem sentado, de cabelos grisalhos para trás, de camiseta com listras em preto e azul e calça em preto, com pernas cruzadas, olhando para frente sorrindo. À direita, Mônica, menina de cabelos pretos com vestido em vermelho e na mão esquerda, um coelho azul. Na ponta da direita, Magali, menina de cabelos escuros, de vestido em amarelo e na mão direita, pedaço de melancia em vermelho, com uma mordida. Em segundo plano, duas estantes brancas com livros na vertical.
O cartunista Mauricio de Sousa com seus principais personagens: a Mônica, o Cebolinha, o Cascão, a Magali e o cachorrinho Bidu.

Personagens muito conhecidos

De 1959 até os dias atuais, Mauricio e sua equipe de desenhistas da Mauricio de Sousa Produções já deram vida a cêrca de 250 personagens, alguns que fizeram sucesso enquanto outros até deixaram de existir.

Muitas dessas personalidades que fazem sucesso nos gibis são inspiradas em pessoas da vida real de Mauricio. O artista, que é pai de dez filhos, colocou todos eles em suas histórias: suas filhas Mônica, Magali, Marina e as gêmeas Vanda e Valéria, que mantiveram seus nomes verdadeiros, além de Maria Cebolinha (inspirada em sua filha Mariângela), Do Contra (o filho Mauricio Takeda), Nimbus (Mauro Sousa), professor Spada (Mauricio Spada), Marcelinho (Marcelo Pereira, seu caçula).

Titi e Franjinha, por exemplo, foram criados a partir de dois sobrinhos de Mauricio. Bidu era um cachorro de sua família, enquanto Cebolinha e Cascão eram amigos de seu irmão. Já Horácio, o dinossauro, é o alter ego do cartunista. “Mônica, Cascão, Cebolinha, Magali, eles todos são a minha família, são inspirados na minha vida, então eles são parte do que eu sou”, conta o desenhista em entrevista ao Estadão.

Expansão mundial

Nesses mais de 60 anos de trabalho, a Mauricio de Sousa Produções já publicou mais de 1 bilhão de revistas. O material também é exportado para cêrca de 30 países.

Junto aos quadrinhos, há também livros ilustrados, álbuns de figurinhas, DVDs, desenhos animados, série no YouTube, parque de diversão e outros tantos produtos licenciados.

Todas essas conquistas o consagraram como o mais famoso e premiado autor brasileiro de quadrinhos.

BATISTOTI, Vitória. Mauricio de Sousa: conheça a trajetória do criador da Turma da Mônica. Revista Galileu, São Paulo, 11 maio 2018. Disponível em: https://oeds.link/2IcsLc. Acesso em: 16 maio 2022.

Responda às questões no caderno.

  1. O que caracteriza esse texto como uma biografia? Explique.
  2. Transcreva a frase em que aparece um pronome pessoal que indica a pessoa que fala. O que mais, além dos pronomes, caracteriza a narração em terceira pessoa?

Para complementar essa biografia, vamos fazer uma revisão bibliográfica de Mauricio de Sousa, por meio de uma pesquisa.

O foco da pesquisa está na elaboração de uma linha do tempo com as produções de Mauricio de Sousa a partir da criação da Turma da Mônica.

Escolham a área de pesquisa e tema

1. Comecem por definir o assunto da pesquisa, para delimitar a busca por referências.

Encontrem fontes bibliográficas

  1. Busquem, em plataformas digitais ou em bibliotecas, termos ou palavras-chave correspondentes ao tema da pesquisa.
  2. Fiquem atentos às datas, pois as referências mais antigas podem conter dados e informações desatualizados.
  3. Identifiquem as publicações de Mauricio de Sousa ou a criação de revista para os personagens e organizem as informações por data ou hierarquia de importância.
  4. O papel da revisão bibliográfica é identificar e agrupar as principais ideias sobre um tema; portanto, registrem as informações.

As referências precisam ter fontes confiáveis; por isso, busque informações em revistas científicas, artigos científicos, livros, banco de teses e dissertações ou similares.

Organizem as informações

6. Comecem a organizar e selecionar as principais informações em uma linha do tempo, respeitando a ordem cronológica.

Linha do tempo: fórma de organizar cronologicamente determinados acontecimentos, em esquema que apresenta fatos da vida de uma pessoa, de um lugar ou de um momento histórico.

Ilustração. Uma flecha para a direita em verde com datas e ilustrações: 2002 – Joana nasceu – Ilustração de uma cegonha, uma ave de penas em cinza e bordas em preto, bico e patas laranja. No bico, um pano em bege-claro com o formato arredondado. 2005 – Mudou-se para Brasília – Ilustração de um edifício com duas torres na vertical em bege-claro. 2009 – Entrou na escola – Ilustração de um caderno com textos e ilustrações e lápis verde na vertical. 2012 – Teve um irmão – Ilustração de um bebê com cabelos encaracolados pretos, com blusa de mangas compridas em rosa-escuro, com chupeta em verde na boca e braço direito para cima. 2020 – Entrou na faculdade – Ilustração de um chapéu em azul, com ponta inferior em vermelho. À direita, diploma em bege-claro, enrolado, com fita vermelha ao centro. 2022 – Iniciou um estágio – Ilustração de uma menina de cabelos curtos pretos, encaracolados, par de óculos de grau, camiseta em amarelo, segurando um livro marrom na mão direita.
  1. Selecionem imagens que possam ajudar a ilustrar a linha do tempo.
  2. Produzam a linha do tempo de Mauricio de Sousa com as criações da Turma da Mônica em uma cartolina. Depois, apresentem aos colegas.

VOCÊ É O AUTOR!

Biografia ou autobiografia?

Agora, mãos à obra! Você vai escrever a biografia da pessoa que entrevistou ou, se preferir, uma autobiografia contando os principais fatos de sua vida.

Antes, relembre as características desses gêneros textuais.

Uma biografia é um texto que reconta os principais acontecimentos da vida de uma pessoa ou de uma personalidade de destaque. Geralmente os fatos são organizados em ordem cronológica, mas podem ter uma organização temática. Tem por objetivo reconstruir a imagem e a história de alguém, permitindo melhor compreensão do momento em que ela viveu e a trajetória que contribui para sua personalidade e suas atitudes. As biografias são, em geral, escritas em terceira pessoa e com uma linguagem objetiva, direta, embora às vezes o narrador também faça algum comentário.

A autobiografia é um texto no qual o autor narra acontecimentos marcantes de sua história de vida, em geral em ordem cronológica, ou com a organização de temas, como lugares em que viveu, momentos de estudo ou carreira e outros. Esse tipo de texto apresenta uma linguagem mais pessoal, pois o autor pode expressar seu ponto de vista. A autobiografia é sempre escrita em primeira pessoa.

Levantamento de dados

  1. Retome as informações da entrevista ou roteiro para guiar a organização dos acontecimentos.
  2. Na autobiografia, as perguntas do roteiro de entrevista podem guiar o planejamento do texto apoiados em suas respostas.
  3. Para ajudar na organização dos fatos, crie uma linha do tempo com os acontecimentos para apoiar a ordem cronológica do texto.
  4. Selecione fotografias, documentos e outras fontes históricas para exemplificar alguns momentos do texto. Pode também montar um esquema para ajudar no planejamento do texto.
Fotografia. Vista do alto de uma mesa de madeira. Ao centro, uma máquina fotográfica quadrada, cinza. Ao redor, várias fotos de um bebê e crianças de cabelos escuros.
As fotografias, os documentos, os objetos pessoais e outros elementos são fontes que ajudam a contar a história das pessoas.

Escrita do texto

  1. Prepare-se para escrever seu texto. Para isso, siga algumas recomendações.
    1. Crie um título coerente com o que vai contar.
    2. Conte quando e onde cada fato ocorreu. Tente responder às seguintes questões: “O quê?”; “Quem?”; “Quando?”; “Onde?”; “Como?”; “Por quê?”.
    3. Contextualize os acontecimentos com lembranças ou descrições da pessoa.
    4. Organize os fatos em ordem cronológica ou por agrupamento temático.
  2. Com tudo pronto, escreva a primeira versão do texto. Utilize o roteiro para o desenvolvimento da narrativa. Caso haja a fala de algum entrevistado, use aspas para identificá-la.
  3. Durante a escrita, fique atento aos itens seguintes.
    1. Observe se todos os passos do roteiro foram contemplados.
    2. Verifique se o texto está claro e objetivo.
    3. Cuide da pontuação e da ortografia.
    4. Utilize verbos e pronomes na primeira ou na terceira pessoa, caso tenha se decidido por uma autobiografia ou uma biografia.
    5. Organize o texto em parágrafos.
    6. Cuidado com a concordância e a coerência do texto.
  4. Pronta essa primeira versão, troque o texto com um colega para uma revisão. Utilize a pauta de revisão já vista em outras unidades e, se necessário, inclua outros aspectos.
  5. Escreva a versão final do texto usando um editor e processador de texto e imagem. Peça ajuda ao professor, se necessário.
  6. Salve o texto em um arquivo ou enviem-no por e-mail ao professor, pois ele será usado na seção “Vamos compartilhar”.
Fotografia. Uma menina sentada, de frente para uma mesa branca onde há um notebook de cor cinza. Ela tem cabelos castanhos penteados para trás, de blusa de mangas compridas em marrom. Perto dela, uma criança de cabelos encaracolados pretos, de blusa comprida em amarelo-claro, com a mão esquerda tocando o teclado. Em segundo plano, outras crianças sentadas, de frente para notebooks abertos na mesa.
Se você digitar o texto, ficará mais fácil reescrevê-lo. Seria interessante criar um arquivo com todos os textos, desde a versão inicial até a definitiva. No final do ano, você poderá acompanhar seu desenvolvimento na escrita e verificar todas as suas produções.

EU APRENDI!

Responda às questões no caderno.

  1. Vamos retomar o relato de Lucas.
    1. Como o narrador inicia seu relato?
    2. Quando e como seu interesse pelos peixes começou?
    3. Por que ele decidiu ser biólogo marinho?
    4. O que aconteceu nas pescarias de que participou?
  2. Se Lucas fosse contar oralmente o mesmo relato, seria exatamente como ele escreveu? Qual é a diferença entre um relato oral e um relato escrito?
  3. Releia a autobiografia de Malala e a biografia de Mauricio de Sousa para responder às questões.
    1. Quem conta a história de Malala? E a de Mauricio de Sousa?
    2. Com que intenção se escreve uma biografia?
    3. O que caracteriza o gênero autobiografia?
    4. Em geral, que tempo verbal predomina na autobiografia e na biografia?
Fotografia. À esquerda, um homem sentado sobre uma poltrona branca. Ele tem rosto arredondado, cabelos grisalhos penteados para trás, com camisa branca, gravata verde, colete azul por dentro, terno cinza e sapatos pretos. Ele olha pra frente sorrindo, com a mão direita sobre o joelho e mão rsquerda sobre um cachorro de pelos pretos, sentado em cadeira vermelha. O cachorro usa uma coleira em azul-claro. Ao fundo, livros de capa colorida um ao lado do outro.
Cartunista Mauricio de Sousa com a raça do cachorro que inspirou o personagem Bidu.

4. Agora, releia este trecho inicial da biografia de Mauricio de Sousa.

Paulista nascido em Santa Isabel, filho de um casal de poetas, membro da Academia Paulista de Letras e o mais famoso e premiado cartunista brasileiro. Este é Mauricio Araújo de Sousa, mais conhecido por Mauricio de Sousa, o criador dos quadrinhos da Turma da Mônica.

O artista conquistou o país em 1959, ano em que seus personagens carismáticos e icônicos estrearam ao público. De lá para cá, as histórias de Mônica, seus amigos e familiares cresce em quantidade e em alcance – há gibis, desenhos, audiobooks e outras fórmas de mídia.

reticências

Todas essas novas personagens foram ganhando certo protagonismo e, finalmente, em 1970, Mauricio decidiu lançar uma revista para suas criações: Mônica e a sua Turma.

  1. No trecho “Paulista nascido em Santa Isabel, filho de um casal de poetas, membro da Academia Paulista de Letras e o mais famoso e premiado cartunista brasileiro”, temos uma frase verbal ou nominal? Por quê?
  2. Qual é a função desse trecho no texto?
  3. Como se classifica o período que vem na sequência? Por quê?
  4. O que esse período mostra ao leitor?
  5. Quantos períodos compõem o segundo parágrafo? Quantas orações há em cada um desses períodos e como eles se classificam?
  6. Por que, nessa parte do texto, esse tipo de período é mais utilizado? Para responder, considere aquilo que está sendo informado ao público leitor.

5. Observe estas palavras extraídas do trecho.

premiado                brasileiro                criador

  1. Separe-as em sílabas e classifique-as quanto à sílaba tônica.
  2. Indique em qual ou quais delas há ditongos e hiatos, circulando-os.

VAMOS COMPARTILHAR

Fanzine

Para compartilhar alguns relatos da comunidade escolar, vamos organizar um fanzine. Você sabe o que é um fanzine?

Ilustração. Fundo dividido na diagonal, abaixo em azul e acima em vermelho. Ao centro, uma nuvem em zigue-zague colorida em amarelo e azul e ao redor, estrelas de raios em amarelo. Texto ao centro: FANZINE.

O termo fanzine nasceu da contração da expressão em inglês fanatic magazine, que pode ser traduzida por “revista de fãs”. Trata-se de um gênero textual mais descontraído, despretensioso, podendo, porém, ter uma edição um pouco mais refinada na composição gráfica, conforme a disponibilidade de recursos e ilustradores. A maior parte dos fanzines é produzida e consumida por um público mais jovem, mas também está presente entre pessoas de todas as idades, unindo interesses da comunidade envolvida. Os temas podem ser desenvolvidos na fórma de contos, poemas, documentários, quadrinhos, entre outros.

Enquete

  1. Com o professor e os colegas, coletem informações sobre temas de interesse da turma relacionados a relatos de vida, como os que se apresentam a seguir.
    1. Fatos da infância.
    2. Acontecimentos engraçados.
    3. Passeios ou viagens.
    4. Eventos e comemorações familiares.
  2. Organizem as informações dos diferentes temas de interesse, recriando o quadro seguinte.
    Ícone modelo
Temas de interesse

Nome do estudante

Fatos da infância

Acontecimentos engraçados

Passeios ou viagens

Eventos e comemorações familiares

  1. Preencham os dados conforme a opinião de cada estudante. Se possível, ampliem a enquete envolvendo outras turmas da comunidade escolar.
  2. Decidam, por meio de votação, os temas de preferência da maioria.
  3. Escolham, entre os mais votados, um ou dois temas para compor o fanzine da turma.

Escrita do relato

3. Organizem-se em grupos e convidem os envolvidos a produzir seus relatos sobre o tema escolhido, podendo diversificar os recursos que vão utilizar para ilustrar e dinamizar a produção.

Lembrem-se de que o fanzine tem uma produção mais descontraída, o que deixa espaço para a criatividade!

  1. Se considerarem interessante, resgatem algumas perguntas do roteiro de entrevista para escrever seus relatos.
  2. Ao escrever, tentem responder às seguintes questões: “O quê?”; “Quem?”; “Quando?”; “Onde”?; “Como?”; “Por quê?”.
  3. Não se esqueçam de revisar o texto, verificando sua construção de acordo com o gênero, a ortografia e a pontuação.

Produção do fanzine

  1. Uma vez prontos os relatos, chegou o momento de planejar e montar a estrutura do fanzine.
  2. Decidam o tamanho e o número de páginas de seu fanzine. Vocês podem usar folhas de papel sulfite dobradas ao meio, de modo a formar um livreto.

a) Três folhas dobradas ao meio produzem um livreto de nove páginas, sendo que a primeira pode ser usada como capa. Observem o modelo a seguir.

Ilustração. Um livro na vertical com parte da frente em marrom: CAPA, parte 1. Dentro, folhas coloridas enumeradas: 3, 5, 7, 9, 11. À direita, outro lado do livro:  ÚLTIMA CAPA, parte 12.  Dentro, folhas coloridas enumeradas: 10, 8, 6, 4, 2.
  1. Numerem as páginas para facilitar a organização e a distribuição do conteúdo.
  2. Decidam como será a capa e deixem a última para escrever o nome dos colaboradores nos relatos e na produção do fanzine.
  3. Escolham imagens para ilustrar os relatos.
  1. Esta etapa envolve a diagramação dos relatos nas páginas. Diagramação é a técnica de distribuir texto e imagem na página de modo harmônico, que contribua para passar a informação ao leitor. Criem títulos organizadores e chamativos.
  2. Com os fanzines prontos, organizem uma exposição para compartilhar com toda a comunidade escolar e, se quiserem, com os familiares. Divirtam-se!

Glossário

panagem
: tecido que fórma a rede de pesca.
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pesca predatória
: atividade pesqueira em que se retira do oceano uma quantidade excessiva de determinada espécie, sem considerar sua capacidade de reprodução, o que pode levar à ameaça de extinção e a um desequilíbrio ecológico.
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